A vida Cristã em parábolas
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A vida Cristã em parábolas
Apresentação O tema para este trimestre é: “A Vida Cristã em Parábolas” e temos como objetivo principal o crescimento espiritual dos cristãos. Pretendemos por meio dos ensinos de Jesus, estimular os leitores a uma tomada de decisão diante dos grandes desafios que é a vida em Cristo. Sabemos que o cristianismo é uma “pedra de grande valor” e que precisa ser encontrada e tomada à força. Infelizmente temos perdido a visão do Reino e aguçado nossos sonhos em volta de muitos planos ambiciosos para esta vida efêmera, com isso perdeu-se o “sal” e ofuscouse a “luz”. A nossa oração é para que Jesus, por meio destas lições, açoite a nossa alma fadigada com as iguarias deste mundo tenebroso, e nos faça retornar como “filhos pródigos” ao seio do Pai. Queira o Senhor nos abençoar, concedendo-nos a sua misericórdia para podermos alcançar a vida eterna em Cristo Jesus. DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ A VIDA CRISTÃ EM PARÁBOLAS “Para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta, que disse: Abrirei em parábolas a minha boca; publicarei coisas ocultas desde a criação do mundo” (Mateus 13.35) SUMÁRIO LIÇÃO 01 LIÇÃO 02 LIÇÃO 03 LIÇÃO 04 LIÇÃO 05 LIÇÃO 06 LIÇÃO 07 LIÇÃO 08 LIÇÃO 09 LIÇÃO 10 LIÇÃO 11 LIÇÃO 12 LIÇÃO 13 - A diferença do cristão As atitudes do cristão O alicerce do cristão A vigilância do cristão A fidelidade do cristão As condições do cristão O regresso do cristão Advertências para o cristão A oração do cristão A posição do cristão A segurança do cristão O fruto do cristão Resumo das lições (Recapitulação) COMENTÁRIO Elaine José Alves (Coordenadora do CENAT) Luciano da Silva Menezes (Equipe de Missões) Isaías Soares Salvador Dias (Coordenador EBD) Evandro Arruda do Nascimento (Diretor do DEC) Maria do Socorro Magaly de O. Santos (Prof Infantil) EDITORAÇÃO Kleber Paulo Santana REVISÃO ORTOGRÁFICA Antônia B. Costa Carvalho Danusa Garcia Alves SUPERVISÃO GERAL Natanael Nogueira de Sousa Pastor Presidente BÍBLIA Edição Revista e Corrigida WWW.ADGO.COM.BR Direitos autorais reservados à Igreja Assembléia de Deus do Setor Oeste do Gama - Área Especial 2/4 - DF A DIFERENÇA DO CRISTÃO Versículo Chave “Então, vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus e o que não o serve” (Malaquias 3.18) Lição 01 - 06 de abril de 2008 Objetivos da Lição • Ensinar que o “trigo” e o “joio” terão que conviver juntos até o dia da colheita; • Destacar que apesar desta convivência o cristão terá que fazer a diferença. Culto Familiar Segunda – (Ml 3.18) – A diferença do que serve a Deus Terça – (Mt 5.13-16) – Sal e luz Quarta – (Lc 6.44a) – O verdadeiro fruto Quinta – (At 5.1-11) – O falso cristão Sexta – (1Co 11.19) – O cristão verdadeiro Sábado – (Mt 13.24-30; 36-43) – O cristão “trigo” SUGESTÃO DE HINOS - 005 - 096 - 111 (Harpa Cristã) Mateus 13.24-30; 36-43 24 - Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O Reino dos céus é semelhante ao homem que semeia boa semente no seu campo; 25 - mas, dormindo os homens, veio o seu inimigo, e semeou o joio no meio do trigo, e retirou-se. 26 - E, quando a erva cresceu e frutificou, apareceu também o joio. Revista de Estudo Crescimento Bíblico 4 27 - E os servos do pai de família, indo ter com ele, disseram-lhe: Senhor, não semeaste tu no teu campo boa semente? Por que tem, então, joio? 28 - E ele lhes disse: Um inimigo é quem fez isso. E os servos lhe disseram: Queres, pois, que vamos arrancá-lo? 29 - Porém ele lhes disse: Não; para que, ao colher o joio, não arranqueis também o trigo com ele. 30 - Deixai crescer ambos juntos até à ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: colhei primeiro o joio e atai-o em molhos para o queimar; mas o trigo, ajuntai-o no meu celeiro. 36 - Então, tendo despedido a multidão, foi Jesus para casa. E chegaram ao pé dele os seus discípulos, dizendo: Explica-nos a parábola do joio do campo. 37 - E ele, respondendo, disse-lhes: O que semeia a boa semente é o Filho do Homem, 38 - o campo é o mundo, a boa semente são os filhos do Reino, e o joio são os filhos do Maligno. 39 - O inimigo que o semeou é o diabo; e a ceifa é o fim do mundo; e os ceifeiros são os anjos. 40 - Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será na consumação deste mundo. 41 - Mandará o Filho do Homem os seus anjos, e eles colherão do seu Reino tudo o que causa escândalo e os que cometem iniqüidade. 42 - E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali, haverá pranto e ranger de dentes. 43 - Então, os justos resplandecerão como o sol, no Reino de seu Pai. Quem tem ouvidos para ouvir, que ouça. INTRODUÇÃO Q uando Jesus apareceu pregando e ensinando a respeito do reino, valeuse de parábolas com o objetivo de esclarecer as verdades que o formalismo de então havia encoberto. Nestas parábolas estão contidos os mais importantes ensinos concernentes à vida cristã. Destacaremos algumas verdades que cremos ser de grande valor para o nosso crescimento espiritual: I – A ORIGEM DAS MISTURAS O papel do adversário é lutar contra a obra de Deus, fazendo oposição. É assim que o diabo, “o inimigo”, é identificado na parábola (v 39). O texto deixa clara a sua existência e que ele não mede esforços para alcançar o seu objetivo. Revista de Estudo Crescimento Bíblico 5 De acordo com o texto, podemos entender como o “inimigo” semeia suas “ervas daninhas” no seio da Igreja: 1. Aproveitando-se da sonolência dos ministros de Deus - Aproveitar as oportunidades é uma demonstração de quem leva a sério o alcance de suas metas. Diante disso, é bom frisar que, no momento em que os homens dormiam, ele se valeu da oportunidade e atacou. Infelizmente são muitos os que dormem o sono da negligência e da displicência espiritual. Os ministros que deveriam vigiar em oração a propriedade de Deus e zelar dela aplicando os ensinos da Palavra estão sonolentos, envolvidos em muitas ideologias. Esqueceram-se da advertência de que devemos vigiar e orar, pois o nosso “adversário, o diabo, anda em derredor, rugindo como leão buscando a quem possa tragar” (1Pd 5.8). 2. Lançando seus ataques oportunistas - O papel do adversário é o de minar a estrutura da Igreja, por isso espalha nos corações usura, inveja, heresias, orgulho, impiedade, falsidade, adultério e outros tipos de males. Veja o caso de Ananias e Safira. Eram cristãos e tinham toda a liberdade de ofertar, desde que fosse com um coração sincero e alegre. No entanto, como diz as escrituras, Satanás encheu seus corações de falsidade, avareza e destemor ao ponto de mentirem para Deus (At 5). O diabo não enfrenta os cristãos de frente, mas sempre pela retaguarda. Procura sempre oportunidades e, no menor vacilo, ataca, fere e mata (Jo 10.10). 3. Usando a sua sutileza em semear e retirar-se – Quem já presenciou o ataque de uma serpente, pôde perceber duas coisas: Primeiro, a rapidez do ataque; segundo, a estratégia. A víbora não tem interesse em segurar a vítima, ela injeta o seu veneno e volta ao seu esconderijo, aguardando o efeito mortífero do veneno atuar na presa. O diabo é chamado de “antiga serpente” (Ap 12.9), provavelmente pelas características semelhantes à da cobra venenosa. No texto vemos que o maligno semeou o joio e “retirou-se”. Depois do ato perverso, ele se esconderá aguardando o veneno fazer seu efeito. A sua “ausência” dificultará a identificação do mal no seio da Igreja. II – A DIFERENÇA IDENTIFICADA Na apresentação do reino, o texto nos revela uma realidade: o bem e o mal coexistem. Podemos entender melhor observando os subtópicos a seguir: 1. O trigo e o joio estão plantados no mesmo campo – “O campo é o mundo, a boa semente são os filhos do Reino, e o joio são os filhos do Maligno” (v 38). Quando o Senhor orou pelos santos, Ele disse: “Não Revista de Estudo Crescimento Bíblico 6 peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal” (Jo 17.15). Os filhos do reino estão juntos com os filhos do maligno, não para serem influenciados, mas para influenciar por meio de suas vidas e pela pregação do evangelho, que é o poder de Deus para salvar e transformar o homem. Não podemos ignorar a presença do joio e do trigo no mesmo terreno trabalhado pelo lavrador, isso nos leva a admitir a coexistência de filhos do reino e filhos das trevas na mesma congregação dos santos, e que somente no dia da colheita (arrebatamento) serão de fato distinguidos. Hoje, com as formas variadas de culto e louvor, ficou ainda mais difícil distinguir entre um cristão e o não cristão. Por vezes chegamos a confundir trigo com joio e vice-versa. 2. O trigo e o joio são aparentemente iguais - Era comum semear joio na plantação de trigo alheio com o propósito de vingança. O joio só pode ser notado quando o trigo cresce e frutifica. Os falsos cristãos só podem ser identificados quando confrontados com os verdadeiros. Paulo chega a afirmar: “E até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós” (1Co 11.19). Assim somos nós: reunimos características comuns, porém, temos uma coisa que faz distinção entre o santo e o profano, as atitudes do nosso coração visto que são elas que dizem o que realmente somos. De acordo com o Senhor, cada árvore é conhecida pelo seu fruto (Lc 6.44a). Os “filhos do maligno”, representado pelo “joio”, promovem contendas, murmurações e cismas na igreja, mas são tão íntimos dos “filhos do Reino”, que é praticamente impossível arrancá-los sem prejudicar os inocentes (v 29). III – A SEPARAÇÃO FINAL Muitas vezes ouvimos questionamentos acerca de tanta injustiça e impiedade que reinam no mundo. No entanto, o mal não reinará eternamente, pois será exterminado definitivamente. Assim também será com os que praticam a iniqüidade, serão separados para a vergonha eterna, enquanto os que praticam a justiça herdarão o reino. E isto se dará na seguinte circunstância: 1. No tempo da ceifa (v 39) - Muitas vezes queremos efetuar, por nós mesmos, o juízo final, fazendo acepção de pessoas, excluindo-as do nosso convívio e até mesmo taxando-as de joio. Queremos ceifá-las antes do tempo. De acordo com o texto, os servos quiseram arrancar a erva que crescia junto ao trigo, mas o Senhor do campo não permitiu. A razão para tal atitude é a de preservar o trigo que provavelmente seria prejudicado, por isso o Senhor deixou tudo para o momento da ceifa. Portanto, “Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será na consumação deste mundo. Mandará o Filho do Homem os seus anjos, e eles colherão do seu Reino tudo o Revista de Estudo Crescimento Bíblico 7 que causa escândalo e os que cometem iniqüidade” (Mt 13.40,41). 2. Na eternidade – Por fim, o joio encontrará o seu lugar definitivo. Os crentes de má qualidade não ficarão impunes para sempre. “Pelo que os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos” (Sl 1.5). O papel dos filhos de Deus é dar bons frutos e os do maligno é dar frutos maus. Por isso se diz: “Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se” (Ap 22.11). “Então vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio, entre o que serve a Deus e o que o não o serve” (Ml 3.18). Na eternidade, os crentes desobedientes não poderão permanecer escondidos no meio da congregação dos santos e cada um terá o seu destino. Quanto ao “joio”: “E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali, haverá pranto e ranger de dentes” (Mt 13.42), mas o “trigo”: “Então, os justos resplandecerão como o sol, no Reino de seu Pai. Quem tem ouvidos para ouvir, que ouça” (Mt 13.43). CONCLUSÃO As verdades ensinadas pelo Senhor Jesus Cristo através das parábolas não têm como objetivo apenas o acréscimo de conhecimento; visam, sobretudo, despertar a consciência daqueles que ambicionam herdar o reino de Deus. O cristão tem papel importante como luz do mundo. Deve, portanto, fazer a diferença pelas suas obras e conduta cristã, em contraposição ao “joio” que o inimigo semeou. Para reflexão: ♦ Você tem tido cuidado com as ciladas do inimigo? ♦ Você tem influenciado, positivamente, as pessoas no mundo? ♦ Você tem demonstrado na prática que é de fato um “trigo”? Questionário para avaliação e debate: 1. Estabeleça a diferença básica entre o trigo e o joio. 2. Qual o significado do joio na parábola? A quem ele representa? 3. Mencione algumas maneiras pelas quais o inimigo semeia joio na Igreja. “Para fazer diferença entre o santo e o profano e entre o imundo e o limpo” (Levítico 10.10) AS ATITUDES DO CRISTÃO Versículo Chave “Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando vos darão; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo” (Lucas 6.38) Lição 02 - 13 de abril de 2008 Objetivos da Lição • Ensinar que, além de antiético é um pecado julgar nosso próximo; • Mostrar que antes de corrigirmos o nosso semelhante, precisamos corrigir a nós mesmos. Culto Familiar Segunda – (Jo 7.24) – Não julgueis segundo a aparência Terça – (Jo 8.1-11) – Quem não tem pecado atire a primeira pedra Quarta – (Rm 2.1-3) – Tu que julgas, fazes o mesmo Quinta – (Rm 14.1-23) – Não julgue o servo alheio Sexta – (Tg 4.11,12) – Há somente um juiz Sábado – (Lc 6.37-45) – Não julgue a ninguém SUGESTÃO DE HINOS - 005 - 400 - 432 (Harpa Cristã) Lucas 6.37-45 37 - Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; soltai, e soltar-vos-ão. 38 - Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando vos darão; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo. Revista de Estudo Crescimento Bíblico 9 39 - E disse-lhes uma parábola: Pode, porventura, um cego guiar outro cego? Não cairão ambos na cova? 40 - O discípulo não é superior a seu mestre, mas todo o que for perfeito será como o seu mestre. 41 - E por que atentas tu no argueiro que está no olho do teu irmão e não reparas na trave que está no teu próprio olho? 42 - Ou como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o argueiro que está no teu olho, não atentando tu mesmo na trave que está no teu olho? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás bem para tirar o argueiro que está no olho de teu irmão. 43 - Porque não há boa árvore que dê mau fruto, nem má árvore que dê bom fruto. 44 - Porque cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto; pois não se colhem figos dos espinheiros, nem se vindimam uvas dos abrolhos. 45 - O homem bom, do bom tesouro do seu coração, tira o bem, e o homem mau, do mau tesouro do seu coração, tira o mal, porque da abundância do seu coração fala a boca. INTRODUÇÃO A s atitudes do cristão estão em evidência em grande parte das parábolas de Cristo. Nesta passagem não é diferente, embora tenha se tornado popular por uma análise indiferente ao contexto e alcance desse maravilhoso ensino de Jesus. Por isso, ao final desta lição, você perceberá que esta parábola não trata apenas do julgamento alheio, mas de ações que envolvem a generosidade e o amor para alcançar a perfeição diante do Senhor e, através dos frutos, mostrarem como devem ser as atitudes do verdadeiro cristão: I – DEVEM SER AMOROSAS Nesta passagem, Cristo enfatiza muito bem a questão do julgamento, porém, surgiram duas concepções diferentes a respeito deste assunto: Para alguns, o verdadeiro cristão não pode julgar; para outros, o julgamento já se tornou um hábito constante em suas vidas. Mas afinal, o crente pode ou não julgar? Para uma atitude verdadeiramente cristã, é necessário analisar essa questão com generosidade e amor: 1. Para não emitir julgamento indiferente – “Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados” (v.37). Jesus andava com pessoas consideradas a escória do mundo (Mt 9.10-13). Não Revista de Estudo Crescimento Bíblico 10 era indiferente àqueles que estavam errados por não conhecerem a verdade, pelo contrário, o seu olhar de amor O impelia a ensinar-lhes o caminho da salvação (Mc 2.15-17). Bem distantes do exemplo de Cristo, muitos cristãos perdem a oportunidade de angariar almas para o reino, por causa do seu julgamento preconceituoso acerca de pessoas, que ainda não deveriam sentar-se no banco dos réus; trazem com isso irritação e desrespeito ao Evangelho de Cristo. A Palavra nos diz em João 8.32: “e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. Por isso, o amor deve ser sempre o bálsamo que limpa a nossa visão do preconceito, e nos leva a pronunciar a verdade, trazendo libertação e não julgamento. 2. Para não emitir julgamento injusto – “(...) Pode, porventura, um cego guiar outro cego? Não cairão ambos na cova?” (v.39). É impossível cumprir alguns mandamentos sem avaliar as pessoas: Os apóstolos, por exemplo, julgavam e nos instruem a isso, traçando um perfil de todos aqueles a quem devemos nos afastar para proteger a Igreja das falsas doutrinas e outros tipos de contaminação (1Co 5.11-13; 2 Jo 1.7-11; Jd 1.4,12-24). No que se concerne a indicação de alguém a um cargo, nós também devemos julgar o caráter do candidato, restritamente à luz das exigências bíblicas (Tt 1 e 1 Tm 3), para fortalecer a Igreja com uma liderança que honre o seu cargo. Estes julgamentos, como observamos, devem ter alvos específicos e estar envoltos pelo forte laço do amor para que não se cometa injustiças e não se lance fora dos braços de Cristo, pessoas que estão em dificuldades e que precisam, com amor, serem restauradas à presença do Salvador. E, ao final, é sempre bom lembrar que “com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo” (v.38). II – DEVEM BUSCAR A PERFEIÇÃO “O discípulo não é superior a seu mestre, mas todo o que for perfeito será como o seu mestre” (v. 40). Jesus falava para um povo que se achava no ápice da perfeição, no entanto, estavam mergulhados na hipocrisia e falsidade: eram dizimistas, mas negligenciavam a justiça, misericórdia e fidelidade (Mt 23.23); eram orgulhosos acerca da sua fé (Lc 18.9-14); impediam os pecadores de encontrarem o caminho da salvação (Mt 23.13) e desprezavam os ensinamentos de Cristo (Lc 11.15). Era preciso lembrar àquele povo a real situação em que se encontravam, para alcançarem a verdadeira perfeição em Cristo, por meio de gestos simples, mas eficazes: 1. Enxergando os próprios defeitos – “E por que atentas tu no argueiro que está no olho do teu irmão e não reparas na trave que está no teu próprio olho?” (v.41). Muitas vezes, o homem não consegue Revista de Estudo Crescimento Bíblico 11 olhar o espelho da sua alma, pois o seu reflexo fere de maneira contumaz os princípios cristãos. Contudo, ergue-se em sua arrogância, sentindo-se capaz de apontar os defeitos alheios e ainda corrigi-los. Para estes, é preciso lembrar as palavras contidas em João 8.7: “Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela”. Para tentar alcançar a perfeição do Mestre é necessária uma análise diária, enxergando os próprios erros e defeitos, e com arrependimento retirar as “traves” que impedem uma vida correta diante de Deus e também dos homens. E, somente a partir daí, fazer o que nos ensina o versículo 42: “(...) e, então, verás bem para tirar o argueiro que está no olho de teu irmão”. 2. Ajudando nas dificuldades alheias – “Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando vos darão” (v.38). É impossível alcançar a perfeição diante de Cristo sem ter os olhos voltados para os que estão à nossa volta, ajudando-os a colocarem-se de pé. Como nos diz Ernest Blevins: “O melhor exercício para fortalecer o coração é abaixar-se e levantar os que estão caídos”. A Palavra nos diz que Jesus não foi enviado para condenar o mundo, mas para salvá-lo (Jo 3.17). Em Mateus 12.20 vemos que Jesus “Não esmagará o galho quebrado, nem apagará a luz que já está fraca.” (BLH). Até o último instante, Ele cuidará dos feridos para que sejam restaurados. Por isso é preciso que as atitudes do cristão sejam superiores aos comentários, fofocas e chacotas, que sempre surgem quando alguém se desvia do caminho. É preciso sentir a real dificuldade daquele que está ao nosso lado e que precisa de ajuda para erguer-se novamente diante de Deus. Isso se chama misericórdia, e tal como agimos com o nosso próximo, assim o Senhor agirá com cada de um de nós (Mt 18.23-35). III – DEVEM DAR BONS FRUTOS “Porque não há boa árvore que dê mau fruto, nem má árvore que dê bom fruto” (v. 43). É sempre possível reconhecer a qualidade de um fruto entregue a Cristo, pelas palavras e ações usadas em seu plantio. Desta forma, o cristão deve estar ciente de que: 1. Pelas palavras serão conhecidos – “(...) porque da abundância do seu coração fala a boca” (v.45). Não há dúvidas de que o homem é conhecido por tudo o que diz, pois são as palavras que nos qualificam como sábios, ignorantes, sensíveis, arrogantes, etc. Mais que um mecanismo da fala, as palavras estão carregadas de pensamentos e sentimentos que provêm do coração (Pv 10.19-21). É por meio delas que colhemos os nossos frutos para Cristo. Por isso é tão importante que tenhamos cuidado com tudo aquilo que dizemos, pois as palavras formulam o conceito que as pessoas têm ao Revista de Estudo Crescimento Bíblico 12 nosso respeito, e também do Senhor a quem servimos (Cl. 3.8-17). 2. Pelas ações serão avaliados – “Porque cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto; pois não se colhem figos dos espinheiros, nem se vindimam uvas dos abrolhos” (v. 44). Os frutos decorrentes das nossas ações não serão somente avaliados por Deus, quando finalmente os entregarmos para Cristo, mas são analisados constantemente por todos aqueles que nos cercam (Fp 1.9-11). Enganam-se aqueles que desprezam os atos corriqueiros da vida diária, como se não fossem observados. São as nossas pequenas atitudes de justiça, de amor, de colaboração e ajuda ao próximo, contadas como belos frutos que levam as pessoas a desejarem também servir ao nosso Senhor e a cooperarem conosco no crescimento do Reino Celestial. CONCLUSÃO Ser cristão não é uma idéia, é ação, é atitude. Mas devemos ter cuidado com a projeção dessas atitudes, pois elas refletem quem somos, o que pensamos e o que trazemos no mais íntimo do nosso coração. A reflexão diária sobre os nossos erros e defeitos deve ser constante, para que o amor transborde de um coração misericordioso, capaz de entender as dificuldades alheias. Somente assim conseguiremos caminhar em direção ao Mestre, levando conosco vidas que, mesmo em face às mais diferentes dificuldades em manterem-se de pé, são tão preciosas quanto cada um dos que se acham tão “perfeitos”. Para reflexão: ♦ Qual a sua postura diante daquele que está caído? Julgamento ou ajuda? ♦ Você tem reconhecido os seus próprios defeitos? ♦ Que espécie de frutos você tem colhido? Questionário para avaliação e debate: 1. De que tipo de julgamento Jesus está falando? Dê três exemplos. 2. Cite a diferença entre “argueiro” e “trave”, mencionados por Jesus. 3. Como podemos conhecer se a árvore é boa ou ruim? “Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; soltai, e soltar-vos-ão” (Lucas 6.37) O ALICERCE DO CRISTÃO Versículo Chave “E sede cumpridores da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos” (Tiago 1.22) Lição 03 - 20 de abril de 2008 Objetivos da Lição • Mostrar os dois tipos de base que podemos usar para construir a nossa vida cristã; • Ensinar que a queda é grande para quem construir a sua “casa” na areia. Culto Familiar Segunda – (Sl 40.1-5) – Edificados sobre a Rocha Terça – (Rm 15.20) – Edificando sobre fundamento alheio Quarta – (1Co 3.11-15) – Edificando sobre o fundamento que é Cristo Quinta – (Cl 2.7) – Edificados em Jesus Cristo Sexta – (2Tm 2.19) – Edificados sobre o fundamento de Deus Sábado – (Lc 6.46-49) – Edificando sobre a Rocha SUGESTÃO DE HINOS - 001 - 007 - 210 (Harpa Cristã) Lucas 6.46-49 46 - E por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo? 47 - Qualquer que vem a mim, e ouve as minhas palavras, e as observa, eu vos mostrarei a quem é semelhante. 48 - É semelhante ao homem que edificou uma casa, e cavou, e abriu bem fundo, e pôs os alicerces sobre rocha; e, vindo a enchente, bateu com ímpeto a Revista de Estudo Crescimento Bíblico 14 corrente naquela casa e não a pôde abalar, porque estava fundada sobre rocha. 49 - Mas o que ouve e não pratica é semelhante ao homem que edificou uma casa sobre terra, sem alicerces, na qual bateu com ímpeto a corrente, e logo caiu; e foi grande a ruína daquela casa. INTRODUÇÃO C omo cristãos, estamos incumbidos de trabalhar na edificação da nossa própria vida. O Senhor já estabeleceu o fundamento para que cada um construa ali a sua casa, “mas veja cada um como edifica sobre ele” (1Co 3.10). Nesta lição, estudaremos estes três pontos relacionados ao alicerce do cristão: A vida cristã desestruturada, solidificada e provada. I – A VIDA CRISTÃ DESESTRUTURADA O construtor insensato é assim chamado porque é um desprecavido. Ele calcula mal, perde a noção da realidade, não percebe que uma casa edificada sobre a areia fatalmente cairá. Assim são também alguns cristãos que perderam o bom senso, não poderão resistir nos dias maus. (Ef 6.13) São comparados a um homem insensato (Sl 14.1). Eis os motivos: 1. Não pratica as palavras de Cristo - Deixar de ouvir a Palavra de Deus é o primeiro erro, ouvir e não praticá-la é o erro final. Muitos estão pregando que não se deve roubar e roubam; que não se deve adulterar e adulteram; que se deve buscar as coisas do alto, mas são materialistas (Rm 2.21,22). Não podemos proclamar um evangelho que desconhecemos. 2. Não se firma na verdade - Na realidade, construir sobre a areia ou terra é mais fácil, pois exige menor esforço físico para cavar os alicerces, e é mais barato. Por isso o homem insensato optou por este tipo de edificação. Para alguns cristãos, este tipo de fundamento é o ideal, pois dispensa oração, contribuição, serviço, renúncia, transformação. O construtor insensato edifica sobre a areia porque a sua vida é baseada em um outro evangelho (Gl 1.8) – É o evangelho da prosperidade e da felicidade descompromissada com Deus e com a sua Palavra. No entanto, a Palavra de Deus afirma que ninguém pode colocar outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Cristo (1Co 3.11). Revista de Estudo Crescimento Bíblico 15 II – A VIDA CRISTÃ SOLIDIFICADA Em um projeto deve estar incluso: as condições do terreno, o tamanho da casa a ser construída, a boa qualidade do material a ser usado, as condições do tempo etc. O Senhor Jesus, aplicando o assunto desta parábola, diz que no reino dos céus o homem que edifica de acordo com as normas estabelecidas pelo sábio Arquiteto é prudente. Vejamos quais são estas normas: 1. Ouve as palavras de Cristo - É importante notar que o insensato também ouve (v 49). A diferença é que ele não pratica o que ouve. É teórico. No entanto, estas normas são aplicáveis a todos - “Todo aquele...” (Mt 7.24). É de suma importância ouvir as palavras de Cristo pois elas são o fundamento que o verdadeiro cristão usará para edificar a sua casa. Por isso, “bem-aventurado o que ouve as palavras... e guardam” (Ap 1.3). Paulo profetizou que, nos últimos tempos, muitos teriam comichões nos ouvidos. (2Tm 4.3,4), que acometidos desta anomalia, se irritam ao ouvir as palavras de Cristo. Existem cristãos que não apreciam a Escola Dominical e os cultos doutrinários. No entanto, quem quiser edificar a sua casa de maneira adequada e duradoura, terá que ouvir as palavras de Cristo. “Quem tem ouvidos, ouça...” (Mt 11.15). 2. Pratica as palavras de Cristo - Na concepção de Tiago, aquele que atenta bem para a palavra de Deus é um bem-aventurado (Tg 1.22-25). Na parábola que estamos estudando Jesus compara o verbo “Praticar” com o verbo “edificar”. Segundo Jesus, o cristão só se tornará forte e bem estruturado se praticar a sua Palavra. “Assim, habite ricamente em vós a palavra de Cristo, ensinando-vos...” (Cl 3.16). A fim de crescermos até atingir a estatura de varão perfeito (Ef 4.13). 3. Edifica sobre a rocha - Edificar sobre a rocha é edificar sobre Cristo. (1Co 10.4) Trata-se das nossas vidas e de nossas atividades, inclusas em Cristo. “Não sou eu que vivo, mas Cristo vive em mim” (Gl 2.20). Uma casa, para ser firme e poder resistir à ação devastadora do tempo, precisa estar fundada sobre a rocha. Ela representa as nossas vidas que sofrerão a ação do tempo e da eternidade. III – A VIDA CRISTÃ PROVADA “É semelhante ao homem que edificou uma casa, e cavou, e abriu bem fundo, e pôs os alicerces sobre rocha; e, vindo a enchente, bateu com ímpeto a corrente naquela casa e não a pôde abalar, porque estava fundada sobre rocha. Mas o que ouve e não pratica é semelhante ao homem que Revista de Estudo Crescimento Bíblico 16 edificou uma casa sobre terra, sem alicerces, na qual bateu com ímpeto a corrente, e logo caiu; e foi grande a ruína daquela casa” (v 48,49). Todos conhecem bem a história dos três porquinhos: um construiu a sua casa com palhas, o outro usou madeira, mas o terceiro usou tijolos. No teste final, somente a casa de tijolos ficou de pé, as duas primeiras foram destruídas. Não é por acaso que o terceiro porquinho chamava-se Prático. Desta forma as nossas vidas passarão pelo teste final: 1. Será uma ação devastadora: . Do tempo – Muitos não poderão suportar por longo tempo, e aí as suas verdadeiras obras serão reveladas e seus segredos serão expostos (Mc 4.22); . Das provações – Os que receberam a palavra e se entusiasmaram, mas não possuíram raízes (alicerces), desmoronaram. (Mc 4.16,17); . Das tentações – Quem nunca ouviu falar de alguém que, depois de muitos anos servindo na obra, caiu em fracasso? Era casa construída sobre areia; . Do julgamento – Portanto, nada julgues antes do tempo, até que o Senhor venha, “o qual também trará à luz as coisas ocultas das trevas, e manifestará os desígnios dos corações; e então cada um receberá de Deus o louvor” (1Co 4.5); . Da eternidade – A eternidade revelará se o material que usamos é ou não resistente. Se confiamos naquilo que é vaidade. 2. Muitas vidas “cristãs” ficarão em ruínas - O Senhor Jesus concluiu esta parábola dizendo que diante do teste final, a casa construída sobre a areia caiu, e completou: “... E foi grande a ruína daquela casa” (v 49). Uma vida alicerçada no amor ao dinheiro, na cultura, na aparência exterior e no sucesso não resistirá à ação demolidora do juízo final (Ap 20.11-15). 3. Muitas vidas cristãs permanecerão inabaláveis - A resistência não está nas paredes da casa edificada, e sim no alicerce. O crente que ouve a Palavra de Deus e a pratica, está construindo a sua vida sobre a Rocha que é Cristo. A nossa vida nunca será forte o suficiente para resistir ao mais fraco temporal, mas na Rocha, que é Cristo, ela nunca cairá nem será destruída (Sl 40.1,2; 125.1). CONCLUSÃO Vimos os dois tipos de alicerces. Um construído na areia e o outro sobre a rocha. Jesus Cristo, ao usar estas figuras, referia-se à vida cristã que deve Revista de Estudo Crescimento Bíblico 17 ser muito bem alicerçada para que não venha a ruir. As Palavras de Cristo ressoam por toda a parte, quem tem ouvidos ouçamnas. Ainda há tempo de recomeçar. Abandone tudo agora mesmo e comece a viver pautado nas Palavras de Cristo. Para reflexão: ♦ Você é praticante da Palavra de Deus? ♦ A tua vida está alicerçada na Palavra de Deus? ♦ Como você ficará diante dos julgamentos mencionados no Tópico III? Questionário para avaliação e debate: 1. Explique: o que é edificar sobre a rocha? 2. Explique o que é edificar sobre a areia? 3. Diga com as tuas próprias palavras o que acontecerá com as duas “casas” e o que significa, levando em conta a eternidade. DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ Existe para prestar ser viços serviços didáticos. OFERECE SUBSÍDIOS PARA: EBD EBF DISCIPULADO CURSOS Procure-nos! A VIGILÂNCIA DO CRISTÃO Versículo Chave “Vigiai, estai firmes na fé, portai-vos varonilmente e fortalecei-vos” (1 Coríntios 16.13) Lição 04 - 27 de abril de 2008 Objetivos da Lição • Ensinar que a vinda do Senhor para ajustar contas será de imprevisto; • Mostrar que a vigilância é a maneira mais segura de estar pronto para encontrar com o Senhor. Culto Familiar Segunda – (Mc 13.33) – Vigiai e orai Terça – (Mt 26.41) – Vigiai e orai para que não entreis em tentação Quarta – (At 20.28-31) – Vigiai no ministério Quinta – (Ef 6.18) – Vigiai e perseverai Sexta – (1 Pe 5.8) – Vigiai e sede sóbrios Sábado – (Lc 12.36-40) – Vigiando em todo o tempo SUGESTÃO DE HINOS - 225 - 247 - 401 (Harpa Cristã) Lucas 12.36-40 36 - E sede vós semelhantes aos homens que esperam o seu senhor, quando houver de voltar das bodas, para que, quando vier e bater, logo possam abrir-lhe. 37 - Bem-aventurados aqueles servos, os quais, quando o Senhor vier, achar vigiando! Em verdade vos digo que se cingirá, e os fará assentar à Revista de Estudo Crescimento Bíblico 19 mesa, e, chegando-se, os servirá. 38 - E, se vier na segunda vigília, e se vier na terceira vigília, e os achar assim, bem-aventurados são os tais servos. 39 - Sabei, porém, isto: se o pai de família soubesse a que hora havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa. 40 - Portanto, estai vós também apercebidos; porque virá o Filho do Homem à hora que não imaginais. INTRODUÇÃO A Bíblia nos adverte quanto à vigilância, em todas as áreas de nossas vidas, pois a vinda de Cristo é iminente: “E, então, verão vir o Filho do Homem numa nuvem, com poder e grande glória” (Lc 21.27). Nesta lição enfocaremos a necessidade de sermos vigilantes. Então, vejamos: I - A VIGILÂNCIA NÃO NOS DEIXA SER PEGOS DE SURPRESA Quando estamos em vigilância constante e esperamos sempre no Senhor, ficamos mais dependentes do Espírito Santo e apercebidos quanto às catástrofes citadas neste texto: “Vigiai, pois, em todo o tempo, orando, para que sejais havidos por dignos de evitar todas essas coisas que hão de acontecer e de estar em pé diante do Filho do Homem” (Lc 21.36). Desta forma: 1. Temos que estar em constante alerta – “Bem-aventurados aqueles servos, os quais, quando o Senhor vier, achar vigiando...” (v. 37a). A palavra vigiar quer dizer observar atentamente, velar por. O significado, na realidade, é que sempre temos que estar em vigilância: “Vigiai, pois, porque não sabeis o Dia nem a hora em que o Filho do Homem há de vir” (Mt 25.13). Isso implica em termos uma vida plena diante de Deus, para que não sejamos surpreendidos. 2. Temos que estar preparados – “Fiquem preparados para tudo: estejam com a roupa bem presa com o cinto e conservem as lamparinas acesas” (Lc 12.35 NTLH). As vestes presas com o cinto representam nossa vida segura em Deus, enquanto que as lamparinas acesas indicam que devemos ser luz neste mundo em trevas (Mt 5.14). 3. Temos que esperar no Senhor – “Sejam como os empregados Revista de Estudo Crescimento Bíblico 20 que esperam pelo patrão, que vai voltar da festa de casamento. Logo que ele bate na porta, os empregados vão abrir” (v. 36 NTLH). Como servos vigilantes, devemos esperar e descansar no Senhor, prontos para abrir a porta e recebê-lo. Assim teremos o privilégio de ouvi-lo dizer: “Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor” (Mt 25.21). II - A VIGILÂNCIA É UM MEIO DE PREPARAÇÃO PARA ENCONTRARMOS COM O SENHOR Sem sombra de dúvida, a vigilância é o meio mais eficaz e seguro que nos prepara para encontrarmos com o Senhor. Quando vigiamos, estamos sempre de olho em tudo e analisando o que é a vontade de Deus. Sabemos o que pode embaraçar nossas vidas e nos levar à queda e à morte espiritual, pois quando isso acontece, há uma separação de Deus. Se Cristo voltar e estivermos nessa situação, não será nada bom. A Bíblia nos ensina que devemos fugir de todo o embaraço e pecado (Hb 12.1). Sendo assim, devemos vigiar e nos preparar: 1. Por meio da veracidade das Escrituras – “Portanto, estai vós também apercebidos; porque virá o Filho do Homem à hora que não imaginais” (v. 40). A Bíblia nos alerta com muita ênfase sobre a volta do Senhor, mostrando que da mesma forma como Ele subiu aos céus, também voltará, poderoso e cheio de glória. O que será para uns motivo de alegria eterna; para outros, condenação eterna. “Os quais lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir” (At 1.11). 2. Por meio da fidelidade – “E, se vier na segunda vigília, e se vier na terceira vigília, e os achar assim, bem-aventurados são os tais servos” (v. 38). A fidelidade é um fator de suma importância para o cristão, independente de estar no deserto ou na terra que mana leite e mel. Temos que acreditar e sermos fiéis até a volta do Senhor ou até a nossa morte, pois se agirmos assim receberemos a coroa que aguardamos (Ap 2.10). Quando Lucas fala da vigília, está se referindo aos horários entre meia noite e três da madrugada. Portanto, não importa dia e nem hora, mas o permanecermos fiéis sempre, para que Ele possa se alegrar ao nos encontrar. 3. Por meio do discernimento – “Sabei, porém, isto: se o pai de família soubesse a que hora havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa” (v. 39). Discernir quer dizer distinguir uma coisa da outra. Para nossa vida cristã isso é um termo muito válido, porque Revista de Estudo Crescimento Bíblico 21 sempre temos que estar discernindo entre o certo e o errado, o bem e o mau, como o apóstolo Paulo disse: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma” (1Co 6.12). Só pela vigilância, comunhão, fidelidade, e outras atitudes já mencionadas, iremos andar em Espírito e conseguiremos discernir o que pode nos edificar ou destruir. CONCLUSÃO Que possamos ter aprendido a ficar mais alerta e vigilantes quanto à vida cristã, a fim de sermos sempre fiéis ao Senhor e estarmos preparados porque não sabemos o dia e nem a hora da sua volta. “Vigiai, pois, porque não sabeis o Dia nem a hora em que o Filho do Homem há de vir” (Mt 25.13). Para reflexão: ♦ Você se considera um cristão vigilante? ♦ Você está preparado para a vinda do Senhor? ♦ Para você, Jesus pode vir a qualquer dia e a qualquer hora? Questionário para avaliação e debate: 1. Explique o significado do texto: “Estejam cingidos os vossos lombos, e acesas as vossas candeias”? (Lc 12.35). 2. O que representa a “segunda vigília”, no texto bíblico da lição? 3. Quem são na parábola: O “pai de família”, “o ladrão” e a “casa”? “Façam tudo isso orando a Deus e pedindo a ajuda dele. Orem sempre, guiados pelo Espírito de Deus. Fiquem alertas. Não desanimem e orem sempre por todo o povo de Deus” (Efésios 6.18-VLH) A FIDELIDADE DO CRISTÃO Versículo Chave “Quem é fiel no mínimo também é fiel no muito; quem é injusto no mínimo também é injusto no muito” (Lucas 16.10) Lição 05 - 04 de maio de 2008 Objetivos da Lição •Mostrar o dever do cristão de fazer a obra do Senhor com fidelidade; •Mostrar as conseqüências de uma mordomia irresponsável. Culto Familiar Segunda – (Jr 48.10) – Maldito o que faz a obra relaxadamente Terça – (Mt 3.10) – Fiel nos dízimos Quarta – (Mt 25.14-30) – Fiel nos talentos Quinta – (Lc 16.10) – Fiel no pouco e no muito Sexta – (Ap 2.10) – Fiel até a morte Sábado – (Lc 12.42-48) – Fiel na mordomia SUGESTÃO DE HINOS - 006 - 147 - 469 (Harpa Cristã) Lucas 12.42-48 42 - E disse o Senhor: Qual é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o senhor pôs sobre os seus servos, para lhes dar a tempo a ração? 43 - Bem-aventurado aquele servo a quem o senhor, quando vier, achar fazendo assim. Revista de Estudo Crescimento Bíblico 23 44 - Em verdade vos digo que sobre todos os seus bens o porá. 45 - Mas, se aquele servo disser em seu coração: O meu senhor tarda em vir, e começar a espancar os criados e criadas, e a comer, e a beber, e a embriagar-se, 46 - virá o Senhor daquele servo no dia em que o não espera e numa hora que ele não sabe, e separá-lo-á, e lhe dará a sua parte com os infiéis. 47 - E o servo que soube a vontade do seu senhor e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites. 48 - Mas o que a não soube e fez coisas dignas de açoites com poucos açoites será castigado. E a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá. INTRODUÇÃO A fidelidade do cristão é medida por um conjunto de práticas e por uma entrega incondicional da sua vida ao Senhor. Nesta lição veremos que o cristão fiel é, em primeiro lugar, um servo que se mantém na sua posição. Em segundo lugar, ele sabe que, apesar de servo sem direito a qualquer reivindicação, o Senhor, pela sua grande misericórdia, o recompensará. Portanto, vejamos: I – ELE SE MANTÉM NA SUA POSIÇÃO DE SERVO Estar posicionado é não deixar seu posto de atuação, nem relaxar com os deveres previamente estabelecidos. O texto diz: “a quem o senhor pôs...” (v 42). Então o servo fiel é aquele que: 1. Exerce a sua mordomia com prudência – (v 42) – Ele faz a vontade de Deus de maneira sensata e criteriosa, pois conhece o seu Senhor e sabe que é “duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste” (Mt 25.24). Antes de entregar tarefas aos seus servos, o Senhor faz advertências de que estamos lidando com um Deus Santo (Ex 3.5; Js 5.15). 2. Sabe suas obrigações – (v 43) - Feliz o cristão que quando o Senhor voltar achá-lo servindo de acordo com os critérios estabelecidos na Palavra. Infelizmente a maioria dos cristãos está estabelecendo os seus próprios critérios. No entanto, precisamos saber qual o nosso dever. Fui estabelecido na Igreja músico? Evangelista? Mestre? A felicidade do cristão está em saber a sua obrigação e cumpri-la. Revista de Estudo Crescimento Bíblico 24 3. Age com responsabilidade - Nadabe e Abiu morreram porque levaram fogo estranho perante o Senhor (Nm 26.61), ou seja, tentaram fazer a obra de Deus irresponsavelmente. Provavelmente estavam embriagados quando entraram no templo para sacrificar. O texto nos adverte dizendo: “Mas, se aquele servo disser em seu coração: O meu senhor tarda em vir, e começar a espancar os criados e criadas, e a comer, e a beber, e a embriagar-se” (v 45). Maldito todo aquele que fizer a obra do Senhor relaxadamente (Jr 48.10). 4. Permanece em vigilância – “virá o Senhor daquele servo no dia em que o não espera e numa hora que ele não sabe, e separá-lo-á...” (v 46a). Um exemplo de descuido podemos ver na atitude das cinco virgens que tentaram se preparar no último instante e não conseguiram entrar para as bodas do Cordeiro (Mt 25.10-13). Os cristãos, atualmente, deixaram a obrigação com o Reino de Deus e estão correndo atrás do prêmio deste mundo. Talvez estejam planejando fazer a obra do Senhor depois que conseguirem conquistar o mundo inteiro. Mas devemos saber que o dia e a hora são surpresa para o crente descuidado. Portanto, a sua sentença será: “... e lhe dará a sua parte com os infiéis” (v 46b). II – ELE ESPERA SUA RECOMPENSA DE SERVO A Bíblia diz que aquilo que o homem semear, isto ele colherá (Gl 6.7). Portanto, uma recompensa, de acordo com o texto que estamos estudando, pode ser boa ou má. Se alguém semeou na carne, irá colher corrupção. Se semeou no espírito, colherá vida eterna (Gl 6.8). Tanto o cristão fiel como o infiel receberão galardão, de justiça ou de injustiça. Sendo assim: 1. Devemos ter consciência do valor do galardão – “Em verdade vos digo que sobre todos os seus bens o porá” (v 44) – Todos nós almejamos este tipo de prêmio. Queremos herdar as riquezas celestiais. Mas Jesus disse que para isto é preciso renunciar às terrenas (Mt 19.21; Lc 14.33; Hb 11.24-26). Somente aqueles que foram fiéis na obra do Senhor poderão contar com este tipo de recompensa (Mt 25.21). 2. Devemos ter consciência do castigo que receberemos pela desobediência - “E o servo que soube a vontade do seu senhor e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites” (v 47) – Quem sabe o que se deve fazer e não faz ou faz o que não se deve está cometendo o pecado da desobediência. Por todos os meios, a Palavra do Senhor é divulgada: na EBD, nos cultos, nas reuniões de oração, e ainda deve-se levar em conta que todos os cristãos possuem uma Bíblia em casa. Portanto, não fazem porque são desobedientes. Revista de Estudo Crescimento Bíblico 25 3. Devemos ter consciência do castigo que receberemos por causa da omissão - “Mas o que a não soube e fez coisas dignas de açoites com poucos açoites será castigado...” (v 48a) – Esta é outra maneira de pecar contra o Senhor. Podemos denominá-lo de pecado de omissão. Neste caso, o cristão não se interessou em saber, não freqüentou a EBD, os cultos doutrinários e nem se importou em ler a sua Bíblia. 4. Devemos ter consciência das condições impostas naquilo que abraçamos - “... E a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá” (v 48b) Quando oramos pedindo dons e talentos a Deus, nem imaginamos que estamos pedindo mais responsabilidades. Quanto maior for a capacidade, maior a cobrança de resultados (Mt 25.16-18). Se o Senhor nunca falou nada ao nosso coração e se nunca recebemos nenhuma incumbência do Espírito Santo para fazer a obra, então estamos isentos de qualquer responsabilidade; no entanto, toda atribuição que recebemos de Deus será requerida por Ele. CONCLUSÃO A vida cristã exige compromisso e fidelidade para com aquele que nos chamou para “sermos de Jesus Cristo” (Rm 1.6). Esta fidelidade deve ser abrangente, completa. Não significa cumprir alguns requisitos como se estivéssemos comprando a benevolência do Senhor, pois é, na verdade, o cumprimento com as obrigações inerentes ao Reino de Deus. Somos chamados para exercer a mordomia cristã com responsabilidade, prudência e perseverança. Para reflexão: ♦ Você é um fiel mordomo de Jesus? ♦ Você tem consciência do valor da sua recompensa que receberá na glória? ♦ Como você tem usado os talentos que Deus te deu? Questionário para avaliação e debate: 1. Como podemos aplicar o v. 45 da lição em nossa vida? 2. Como podemos aplicar o v. 47 da lição em nossa vida? 3. Como podemos aplicar o v. 48b da lição em nossa vida? “Bem-aventurado aquele servo a quem o senhor, quando vier, achar fazendo assim” (Lucas 12.43) AS CONDIÇÕES DO CRISTÃO Versículo Chave “Assim, pois, qualquer de vós que não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo” (Lucas 14.33) Lição 06 - 11 de maio de 2008 Objetivos da Lição • Ensinar que a vida cristã tem um preço a pagar; • Mostrar que voltar atrás nas nossas convicções cristãs é sofrer vexame e humilhação. Culto Familiar Segunda – (Gn 12.1) – Condições dos chamados por Deus Terça – (Lc 9.57-62) – Condições dos discípulos de Jesus Cristo Quarta – (Rm 6.1-14) – Condições para andar em novidade de vida Quinta – (Rm 8.1-17) – Condições para não andar na carne Sexta – (Ap 22.11) – Condições para entrar no reino de Deus Sábado – (Lc 14.25-35) – Condições para sermos salvos SUGESTÃO DE HINOS - 077 - 131 - 394 (Harpa Cristã) Lucas 14.25-35 25 - Ora, ia com ele uma grande multidão; e, voltando-se, disse-lhe: 26 - Se alguém vier a mim e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. 27 - E qualquer que não levar a sua cruz e não vier após mim não pode ser meu discípulo. Revista de Estudo Crescimento Bíblico 27 28 - Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar? 29 - Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces e não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a escarnecer dele, 30 - dizendo: Este homem começou a edificar e não pôde acabar. 31 - Ou qual é o rei que, indo à guerra a pelejar contra outro rei, não se assenta primeiro a tomar conselho sobre se com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil? 32 - De outra maneira, estando o outro ainda longe, manda embaixadores e pede condições de paz. 33 - Assim, pois, qualquer de vós que não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo. 34 - Bom é o sal, mas, se ele degenerar, com que se adubará? 35 - Nem presta para a terra, nem para o monturo; lançam-no fora. Quem tem ouvidos para ouvir, que ouça. INTRODUÇÃO A o contrário do que muitos pensam, a vida cristã tem um preço a ser pago. Embora a salvação seja gratuita, não se pode consegui-la, e muito menos levá-la a efeito, se não for com muito esforço (Lc 16.16). No texto que vamos estudar, esta verdade é destacada. Podemos ver que se trata de um investimento de valor calculado, cujos meios foram previamente avaliados. Portanto, vejamos: I – FEZ UM INVESTIMENTO DE VALOR CALCULADO – (VV 28-32) Diante de uma grande multidão, Jesus Cristo esclareceu este fato, comparando a vida cristã com a edificação de uma torre e com os preparativos visando uma guerra. Com isso quis mostrar que antes de aceitarmos as condições de ingresso no Reino de Deus, precisamos fazer uma introspecção para saber se vamos levar adiante o novo empreendimento. Então, vejamos: 1. Ele pondera antes de começar a edificar (v 28-30) – Primeiro precisamos observar que a vida em Cristo deve ser aceita pelo indivíduo. Ninguém é forçado a ser cristão, pois Jesus diz: “qual de vós, querendo...” (v 28). É um ato deliberado da vontade do homem receber, ou não, a condição de ser cristão: “quem quiser tome de graça da água da vida” (Ap 22.17). No entanto, todo aquele que tomar a decisão de “edificar” sua vida em Revista de Estudo Crescimento Bíblico 28 Cristo, deverá se assentar “primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar”. Muitas pessoas, um dia, decidiram seguir a Cristo, mas, para vergonha delas, desistiram no meio do caminho. Puseram o alicerce, mas não puderam acabar. Hoje, afastadas, servem de escárnio e vergonha (v 29,30; Mt 5.13). 2. Ele não corre riscos desnecessários (v 31,32) – Sabemos que, para lutar numa guerra, precisamos estar preparados com treinamento e armas adequadas. É necessário, também, conhecer a força do inimigo que vem contra nós. Entrar numa guerra despreparado é partir para a derrota. Desta forma, Jesus Cristo ilustrou dizendo: “Ou qual é o rei que, indo à guerra a pelejar contra outro rei, não se assenta primeiro a tomar conselho sobre se com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil?” (v31). O cristão não pode correr o risco de entrar na guerra espiritual sem o devido preparo e perder a batalha. Satanás é cruel e não poupará os perdedores (Lc 11.24-26). II - FEZ UM INVESTIMENTO CUJOS MEIOS FORAM AVALIADOS – (VV 25-27; 33-35) Em certa ocasião, algumas pessoas eufóricas ofereceram-se para seguir a Cristo, talvez sem avaliar os meios, as condições nem os riscos. O Senhor os confrontou mostrando que: Quem aceita as condições do Reino, não deve esperar por uma vida de conforto nesta terra (Lc 9.57,58); quem se propõe a segui-lo, não é dono do próprio tempo (Lc 9.59,60) e, para ser um discípulo de Jesus, exige-se disciplina e concentração naquilo que se propõe a fazer (Lc 9.61,62). No texto básico da lição, extraímos três condições para quem quer gozar a vida cristã: 1. Estar disposto a sofrer perdas – “Se alguém vier a mim e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo” (v 26) – De acordo com o contexto, a palavra aborrecer traz o sentido de “desgostar”, ou seja, perder o interesse. Paulo aplica a mesma idéia, ao ensinar a igreja de corinto: “... como nada tendo e possuindo tudo” (2Co 6.10b). Isso é a mesma coisa que possuir tudo, mas viver como se nada tivesse. Em relação aos familiares, quer dizer que devemos nos desprender deles, se for o caso, para colocar o Reino de Deus em primeiro lugar. Abraão teve de fazer isso para atender ao chamado divino (Gn 12.1). 2. Estar disposto a morrer para o mundo e para si mesmo – “E qualquer que não levar a sua cruz e não vier após mim não pode ser Revista de Estudo Crescimento Bíblico 29 meu discípulo” (v 27) – A cruz fala de morte. Jesus morreu nela e nos convida solenemente a tomar a nossa. A cruz, neste caso, não significa um instrumento de madeira, muito menos minha esposa, meus filhos ou minha sogra. Representa a morte do meu “ego”. O apóstolo Paulo explica bem esta doutrina em Romanos 6.6: “sabendo isto: que o nosso velho homem foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, a fim de que não sirvamos mais ao pecado”. Esta verdade torna-se realidade em nosso viver diário, quando renunciamos a tudo o que somos e o que temos (v 33). 3. Estar disposto a manter o valor qualitativo da vida cristã – “Bom é o sal, mas, se ele degenerar, com que se adubará? Nem presta para a terra, nem para o monturo; lançam-no fora. Quem tem ouvidos para ouvir, que ouça” (v 34,35) - Um efeito da mentalidade das igrejas hoje é o que tem sido chamado de “a síndrome da porta de vai-e-vem”. As igrejas estão repletas de pessoas buscando sentido para a vida, alívio para suas ansiedades e preocupações. Assim, elas as escolhem como escolhem refrigerantes. Tão logo a igreja que freqüentam deixa de satisfazer às suas necessidades, elas saem pela porta tão facilmente quanto entraram. Buscam conforto e se esquecem de que precisam, na verdade, de uma igreja que as faça crescer em Cristo e no amor para com os outros (2Pe 1.5-8; 3.18). CONCLUSÃO Ser um cristão depreende condições a serem cumpridas. Abraçar estas condições da vida cristã significa calcular o valor a ser pago e avaliar os meios se são perfeitamente viáveis. Não podemos começar este empreendimento sem os devidos preparos. Portanto, é por meio da renúncia e da morte do nosso egoísmo, que conseguiremos levar a termo este edifício para a glória de Deus. Para reflexão: ♦ Você fez uma decisão consciente de servir ao Senhor? ♦ Você está disposto a sofrer perdas para ganhar a vida eterna? ♦ Qual é o teu valor como sal? Questionário para avaliação e debate: 1. Leia o v. 31 e explique a relação do texto com a vida cristã. 2. Qual o significado da cruz que temos de levar? 3. O que é um crente sem sabor? “E Jesus lhe disse: Ninguém que lança mão do arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus” (Lucas 9.62) O REGRESSO DO CRISTÃO Versículo Chave “Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti” (Lucas 15.18) Lição 07 - 18 de maio de 2008 Objetivos da Lição • Ensinar que longe de Deus não existem bênçãos duradouras; • Mostrar as conseqüências de afastar-se do Senhor. Culto Familiar Segunda – (Pv 23.22) - Obedecendo aos pais Terça – (Pv 22.28) - Impondo limites Quarta – (Pv - 16.25) - Observando o caminho Quinta – (Ecl 11.9) - Resguardando-se na mocidade Sexta – (Lc 15.11-16) - Buscando falsa liberdade Sábado – (Lc 15.17-24) - Reconciliando com o Pai SUGESTÃO DE HINOS - 036 - 076 - 169 (Harpa Cristã) Lucas 15.11-24 11 - E disse: Um certo homem tinha dois filhos. 12 E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte da fazenda que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda. 13 - E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua e ali desperdiçou a sua fazenda, vivendo dissolutamente. Revista de Estudo Crescimento Bíblico 31 14 - E, havendo ele gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a padecer necessidades. 15 - E foi e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para os seus campos a apascentar porcos. 16 - E desejava encher o seu estômago com as bolotas que os porcos comiam, e ninguém lhe dava nada. 17 - E, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome! 18 - Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti. 19 - Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus trabalhadores. 20 - E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viuo seu pai, e se moveu de íntima compaixão, e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço, e o beijou. 21 - E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti e já não sou digno de ser chamado teu filho. 22 - Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão e sandálias nos pés, 23 - e trazei o bezerro cevado, e matai-o; e comamos e alegremo-nos, 24 - porque este meu filho estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado. E começaram a alegrar-se. INTRODUÇÃO E ntre as parábolas contadas pelo Senhor Jesus, a do filho pródigo, talvez, seja a que melhor descreve a situação daquele que se distancia de Deus. Em contrapartida, nos esclarece a respeito do grande amor de Deus que espera de braços abertos o que se arrepende (Lc. 15.20; Mt. 11.28-30). Esta lição se propõe a mostrar os motivos que levam muitos ao distanciamento do Senhor, bem como as conseqüências resultantes desta atitude. Por outro lado, veremos que há a possibilidade de regressar à casa do Pai e experimentar a restauração que Ele opera em nós pelo seu grande amor. I – O QUE NOS LEVA A DISTANCIARMOS DE DEUS Examinando o texto básico da lição, podemos entender o que levou o filho pródigo a deixar a casa de seu pai. 1. A imaturidade cristã – “O mais moço deles” (v. 12) - Quem saiu de Revista de Estudo Crescimento Bíblico 32 casa foi o mais jovem. Neste caso específico, parece que a falta de experiência o levou a pensar nos prazeres fáceis, sem se dar conta do que poderia sofrer. A imaturidade tem levado muitos ao fracasso nas mais diversas áreas: conjugal, financeira, social, ministerial etc. Os prazeres mundanos como: prostituição, drogas, orgias, alucinam e atraem com facilidade os imaturos (Ef. 4.14). 2. A prática de pecado premeditado – “Poucos dias depois” (v. 13) O moço já havia maquinado a respeito da sua saída, insistindo em seguir os desejos da sua carne. O sábio Salomão disse: “As águas roubadas são doces, e o pão comido às ocultas é suave” (Pv. 9.17). O pecado é, aparentemente, agradável (Gn. 3.6), mas o seu salário é a morte. (Rm. 6.23) Deus abomina o “coração que maquina pensamentos viciosos, e pés que se apressam a correr para o mal” (Pv. 6.15-18; 24.9). Há alguns que pecaram por deslize, outros, simplesmente premeditaram. Tiveram tempo para refletir e se arrepender, mas não o fizeram. É o exemplo de Davi, que cometeu adultério e, por conseqüência, matou Urias. (2Sm. 11.1-24). Vejamos a advertência de Tiago 1.13,14. 3. O anseio por independência – “ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua...” (v.13) - Alguns cristãos abandonaram as suas congregações em busca de um evangelho fácil. Uma vida “cristã” isenta de renúncia. São crentes infrutíferos, inimigos da verdade, seguidores de fábulas (2Tm. 4.4). 4. A insensatez – Estava fora de si (v. 17) - Somente estando fora de si, alguém toma decisões como esta. A Palavra de Deus revela que uma vida pecaminosa está relacionada a falta de juízo, ou seja, quem anda errado, está fora de si (Sl 53.1; Mc. 5.15; Lc. 12.20). II – CONSEQÜÊNCIAS DO DISTANCIAMENTO DE DEUS Distante do pai e sem os seus conselhos o filho pródigo se via agora mal vestido e faminto, desejando comer aquilo que era oferecido aos porcos. Muitos cristãos, distanciados de Deus, estão sofrendo estas amargas conseqüências: 1. Perda de valores – “havendo ele gastado tudo” (v. 14) - O incauto veio a padecer necessidades de tudo que abundara na casa do pai. Isto indica que houve perda em todos os sentidos: . Valores materiais – Até os empregados da casa de seu pai gozavam de maiores privilégios. A pobreza não é conseqüência de pecado, mas um estado miserável pode indicar distanciamento de Deus, onde os bens não são duradouros. Revista de Estudo Crescimento Bíblico 33 . Valores psicológicos – O filho passou a demonstrar um estado mórbido, sofrendo rebaixamento da auto-estima. Este é o estado daquele que se distancia de Deus. “Havendo perdido todo o sentimento, se entregaram...” (Ef. 4.19) Passou a ter uma disposição mental reprovável, ou sentimento perverso, conforme Romanos 1.28. . Valores espirituais – Houve perda de comunhão com o pai. Quem procura o caminho dos prazeres desvinculados de Deus, perde os dons, enterra os talentos, apaga-se-lhe a luz do evangelho, perde o sabor a alegria e, por fim, a vida eterna. III – REAÇÃO CORRETA PARA O DISTANCIADO DE DEUS (vv. 18-24) O jovem, ao recobrar a lucidez, foi capaz de: 1. Considerar o seu estado miserável - Saul, embora não tenha se arrependido de verdade, pôde declarar: “Eis que procedi loucamente e errei grandissimamente” (1Sm. 26.21). O filho pródigo passou a enxergar com clareza quando recobrou a sobriedade. O homem só pode entender o seu estado miserável quando é despertado pelo poder da Palavra de Deus: “Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá.” (Ef. 5.14). 3. Recomeçar - Esta foi a atitude mais nobre do jovem: mostrou prudência, inteligência, lucidez e buscou nova oportunidade para recomeçar. A atitude de “levantar” ilustra a diligência espiritual (Rm. 13.11,12). Esta deve ser a atitude daqueles que um dia, iludidos pelo prazer do pecado, deixaram a presença do Pai (Hb 11.25). Se você, por meio desta lição, ouve hoje a voz do Espírito Santo, não endureça o seu coração (Hb. 3.7,8). Tome esta decisão: “Levantar-me-ei e irei ter com meu Pai”. 4. Pelo perdão - Disse o pai aos seus servos: “Trazei depressa a melhor túnica e vesti-o com ela” (v.22). Isso nos fala das vestes espirituais, aponta para a justiça de Deus em Cristo Jesus (Sl. 132.9; Rm. 5.1). O anel na mão, fala de autoridade e as sandálias nos pés, de filiação (os escravos não usavam calçados). É uma característica do amor de Deus atrair a si homens de todos os povos e nações para o reino do seu amor (Jr. 31.3; 2Pe. 3.9). CONCLUSÃO Esta lição nos desafia a uma tomada de decisão. É provável que todos Revista de Estudo Crescimento Bíblico 34 nós tenhamos alguma área a ser tratada em nossas vidas. Afastar-se de Deus é cair na mediocridade e sofrer perdas de valores, muitas vezes, irreparáveis. Deus é longânimo e amoroso, por isso devemos nos voltar a Ele, enquanto há tempo (Is 55.6). Tomemos, agora, a decisão de regressar e ser tratados por Deus, no qual há copiosa redenção. Para reflexão: ♦ Você se considera um crente “maduro”? ♦ Você tem sofrido perdas espirituais, por causa de uma vida distanciada de Deus? ♦ Você está disposto a recomeçar uma vida com Deus? Questionário para avaliação e debate: 1. Quais as quatro coisas que levaram o filho a distanciar-se do pai? 2. Dê dois exemplos de perdas para quem se distancia de Deus. 3. Qual é o primeiro passo para quem quer recomeçar a vida cristã? EETAD Um Curso T eológico Teológico - à altura e à sua disposição NÍVEL MÉDIO COM QUATRO ANOS DE DURAÇÃO. Faça já a sua matrícula! 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Culto Familiar Segunda – (1Co 10.11) – A Escrituras são para aviso nosso Terça – (1Tm 4.16) – Tenha cuidado da doutrina Quarta – (1Tm 6.10) – Cuidado com o amor ao dinheiro Quinta – (Hb 12.15) – Cuidado da graça Sexta – (1Pe 5.2) – Cuidado com o rebanho de Deus Sábado – (Lc 16.19-31) – Cuidado com a avareza SUGESTÃO DE HINOS - 187 - 235 - 256 (Harpa Cristã) Lucas 16.19-31 19 - Ora, havia um homem rico, e vestia-se de púrpura e de linho finíssimo, e vivia todos os dias regalada e esplendidamente. 20 - Havia também um certo mendigo, chamado Lázaro, que jazia cheio de chagas à porta daquele. 21 - E desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; Revista de Estudo Crescimento Bíblico 36 e os próprios cães vinham lamber-lhe as chagas. 22 - E aconteceu que o mendigo morreu e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico e foi sepultado. 23 - E, no Hades, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão e Lázaro, no seu seio. 24 - E, clamando, disse: Abraão, meu pai, tem misericórdia de mim e manda a Lázaro que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. 25 - Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro, somente males; e, agora, este é consolado, e tu, atormentado. 26 - E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá, passar para cá. 27 - E disse ele: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai, 28 - pois tenho cinco irmãos, para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento. 29 - Disse-lhe Abraão: Eles têm Moisés e os Profetas; ouçam-nos. 30 - E disse ele: Não, Abraão, meu pai; mas, se algum dos mortos fosse ter com eles, arrepender-se-iam. 31 - Porém Abraão lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite. INTRODUÇÃO N ormalmente, estudamos a parábola do rico e Lázaro para extrair dela ensinos concernentes ao inferno e à perdição eterna. Apesar de encontrarmos nela este tipo de ensino, seu destaque doutrinário principal, de acordo com o contexto, foca questões como a avareza e o apego às coisas desta vida. Veremos nesta lição algumas advertências, para as quais os cristãos devem bem atentar, pois a Bíblia foi escrita para aviso nosso (1Co 10.11). Portanto, vejamos: I – O CRISTÃO PRECISA ABDICAR-SE DESTE MUNDO EFÊMERO PARA ALCANÇAR A GLÓRIA ETERNA Jesus estava ensinando o povo, “e os fariseus, que eram avarentos, ouviam todas essas coisas e zombavam dele” (Lc 16.14). O Senhor os repreendeu dizendo que ninguém pode servir a Deus e às riquezas (Lc 16.13). Revista de Estudo Crescimento Bíblico 37 A história contada por Jesus a seguir, dá prosseguimento à doutrina apresentada nos textos anteriores. Duas verdades podemos observar aqui: 1. O contraste entre a vida do Rico e a de Lázaro – O texto pode deixar transparecer a idéia errônea de que a riqueza é sinal de pecado e a pobreza, de virtude. Ou que ser rico é estar destinado à perdição e que a salvação se consegue por meio da pobreza e sofrimento. No entanto, o ensino em destaque é que o amor ao dinheiro (1Tm 6.10) e uma vida sem renúncia pode nos levar a não se importar com a salvação. O luxo e o conforto deste mundo podem gerar em nós uma acomodação e, quando muito, apenas nos escorarmos em uma religião para assegurar à nossa consciência de que tudo vai bem. O problema com aquele rico é que ele ignorou o seu próximo pobre, que tentava matar a fome à sua porta, para viver “regaladamente” (v 19). Por outro lado, a pobreza de Lázaro representa, aqui, a abstinência, a dependência de Deus e o sofrimento (v 20,21), que evidentemente só são proveitosas se vividas por causa do evangelho. São essas duas situações que formam o grande contraste. 2. O contraste entre a morte do Rico e a de Lázaro – A diferença entre a vida do rico e a do pobre estende-se até o dia da morte de ambos. Vemos que: “... o mendigo morreu e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão...” (v 22a). É, sem dúvida, um solene cortejo para receber aquele que nada teve de importante neste mundo. O apóstolo Paulo esperava este tipo de atenção, em recompensa à sua vida abnegada (2Tm 4.7,8; 18). Mas a história continua: “... e morreu também o rico e foi sepultado” (v 22b). Nem uma recepção ou cerimônia. Morreu e pronto! O que era importante desvaneceu, visto que: “o que entre os homens é elevado perante Deus é abominação” (Lc 16.15b). II – O CRISTÃO PRECISA TER CONSCIÊNCIA DE CERTAS VERDADES Esta parábola esconde ensinos muito importantes para a nossa vida espiritual. O livro de Provérbios descreve o homem que não se importa em receber instruções, dizendo: “Não quis” (1.25), “não aceitou, desprezou” (1.30), “rejeitou, enojou-se” (3.11), “não ouviu” (13.1) e “aborreceu” (5.12) a instrução do Senhor. Vejamos então estes ensinos: 1. Há uma grande diferença entre ser salvo e conhecer aspectos da salvação – Por vezes, nos iludimos pensando que estamos bem com Deus, porque conhecemos os chavões e palavras ditas no meio evangélico, tais como: “Paz do Senhor”, “irmão”, “tá amarrado” etc. Além do mais, Revista de Estudo Crescimento Bíblico 38 participamos das orações e dos louvores. No entanto, ficamos estarrecidos ao observar que o homem condenado conseguiu ver Abraão, ainda que de longe (v 23), chamou Abraão de pai (v 24) e foi chamado de filho (v 25). Jesus nos advertiu quanto a este comportamento, lembrando que uma religião superficial não tem proveito algum (Mt 7.21-23). 2. Há um grande abismo entre os salvos e os condenados – “E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá, passar para cá” (v 26) – Para Deus, é fundamental que as coisas sejam bem definidas. “... e fez Deus separação entre a luz e as trevas” (Gn 1.4). Quer que a diferença entre os cristãos e os não-cristãos seja visível (Ml 3.18). Portanto, nos exorta: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos?...” (2Co 6.14-16). 3. Há uma grande importância entre o saber e o praticar – Como já estudamos na lição 03, o cristão prático é semelhante ao homem que construiu a sua casa no rocha. O imprudente, que não pratica, construiu na areia. O homem rico mencionado na parábola conhecia a verdade, mas não praticava, como podemos notar: a) Mesmo estando no inferno, demonstrou que tinha consciência do pecado, tanto que se lembrou dos seus irmãos e, sendo conhecedor da vida pecaminosa que possuíam, intercedeu por eles (v 27,28); b) Sabia da existência de um evangelho que pode impedir as pessoas de ir para o inferno (v 28); c) Acreditava na possibilidade da ressurreição (v 30); d) Tinha consciência de que todos os que vivem errados vão para ali (v 30); e) Tinha consciência de que a rejeição à Palavra de Deus é suficiente para que alguém seja lançado no inferno (v 30). CONCLUSÃO Agora que estudamos esta lição, devemos refletir e conscientizar-nos dos riscos que correm aqueles que conhecem a Palavra de Deus, mas não a obedecem. O cristão precisa deixar o apego a este mundo e buscar as coisas celestiais, Revista de Estudo Crescimento Bíblico 39 pois se quiser, “ninguém errará o caminho que conduz ao céu”, mas também, “ninguém poderá escapar, do juízo final” (Vitorino Silva). Tomemos uma posição diante desta séria advertência e sirvamos ao Senhor com temor e reverência. Para reflexão: ♦ O teu modo de viver se parece com o do “rico” ou de “Lázaro”? ♦ Você conhece a salvação ou sobre a salvação? ♦ Você conhece o evangelho e o pratica? Questionário para avaliação e debate: 1. O que aconteceu na morte do “rico”? 2. O que aconteceu na morte de “Lázaro”? 3. Mencione alguns contrastes entre a situação do “rico” e a de “Lázaro”, após a morte, conforme mostrado na parábola. VOCÊ É UM VERDADEIRO CRISTÃO? Jonathan Edwards "Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o crêem, e estremecem" (Tiago 2.19). Como você sabe se pertence a Deus? Algumas pessoas pensam que estarão certas diante de Deus se não forem tão más como algumas pessoas ímpias. Há um sistema em uso comum que pergunta às pessoas: "Suponha que tu morras hoje. Por que Deus deveria deixar-te entrar no Seu céu?" Uma resposta muito comum é: "Eu creio em Deus". Aparentemente o apóstolo Tiago conhecia pessoas que diziam a mesma coisa: "Eu sei que estou no favor de Deus, porque eu conheço estas doutrinas religiosas". Certamente Tiago admite que este conhecimento é bom. Não somente é bom, mas é também necessário. Ninguém que não acredite em Deus, pode ser um cristão. Todos os cristãos sabem que esta crença no Único Deus é somente uma parte das boas coisas "porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe, e que é galardoador dos que O buscam" (Hb 11.6). Continua na página 50... A ORAÇÃO DO CRISTÃO Versículo Chave “Bendito seja Deus, que não rejeitou a minha oração, nem desviou de mim a sua misericórdia” (Salmos 66.20) Lição 09 - 01 de junho de 2008 Objetivos da Lição • Ensinar que a oração incessante é um dever do cristão; • Mostrar que aquele que insiste na oração será ouvido por Deus. Culto Familiar Segunda – (Lc 21.36) – Vigilância na oração Terça – (At 1.14) – Persistência na oração Quarta – (Ef 6.18) – Contínua oração Quinta – (1Ts 3.10) – Abundante oração Sexta – (Jd 20) – Espírito de oração Sábado – (Lc 18.1-8) – Insistência na oração SUGESTÃO DE HINOS - 084 - 107 - 193 (Harpa Cristã) Lucas 18.1-8 1 - E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre e nunca desfalecer, 2 - dizendo: Havia numa cidade um certo juiz, que nem a Deus temia, nem respeitava homem algum. 3 - Havia também naquela mesma cidade uma certa viúva e ia ter com ele, Revista de Estudo Crescimento Bíblico 41 dizendo: Faze-me justiça contra o meu adversário. 4 - E, por algum tempo, não quis; mas, depois, disse consigo: Ainda que não temo a Deus, nem respeito os homens, 5 - todavia, como esta viúva me molesta, hei de fazer-lhe justiça, para que enfim não volte e me importune muito. 6 - E disse o Senhor: Ouvi o que diz o injusto juiz. 7 - E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles? 8 - Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça. Quando, porém, vier o Filho do Homem, porventura, achará fé na terra? INTRODUÇÃO A parábola da viúva e o juiz iníquo, assim como a subseqüente do mesmo capítulo, são encontradas apenas no evangelho de Lucas. Ambas foram utilizadas para discorrer sobre os deveres do cristão ao se colocar em oração (v. 1). É claro que a oração não se trata apenas de um dever, mas de um privilégio que somente aqueles que estão em harmonia com a Palavra conseguem desfrutar (Hb 10.19-23). Por essa razão, uma vez que estamos falando sobre vida cristã, vejamos o que Cristo nos ensina em sua parábola ao se referir à oração. I - ILUSTRADA POR MEIO DE TRÊS FATORES Com intuito de instruir seus servos acerca da oração perseverante, Cristo mostra que mesmo diante da aparente possibilidade de não sermos ouvidos, jamais devemos nos abater. Para isto, Ele fala de três fatores que, só de imaginar, abateria o ânimo até de iniciar uma oração, que dirá de se perseverar nela. Veja quais são: 1. Uma autoridade ímpia - Imagine uma autoridade que menospreza o que Deus a nomeou e que, além disso, só se preocupa com a sua própria posição, como foi o caso de Balaque (Nm 22 - 24). Você teria coragem de solicitar algo a uma pessoa assim? Embora seja um fator intrigante para se falar de oração, esta foi a atmosfera em que Cristo envolveu seus ouvintes, ao inserir os atos de um juiz iníquo em sua parábola (v. 2), para que entendessem a necessidade da perseverança na oração. 2. Uma pessoa sem prestígio - Um fator que impossibilitaria ainda mais o atendimento a uma solicitação seria o baixo prestígio do requerente, pois o Revista de Estudo Crescimento Bíblico 42 comum é a prontidão no atendimento àquele que é bem conceituado pela maioria de uma classe social. Cristo sabia que uma viúva sempre foi alguém de pouca reputação para muitos que a ouvia (Ex 22.22; Jó 24.21). Por esta razão, ao adicionar tal personagem em sua parábola (v. 3), Ele acentuou ainda mais a impossibilidade de ser atendido. 3. Uma causa irrelevante - Não há nada mais desanimador para a pessoa que está passando por determinado problema, que vê-lo ser tratado como algo irrelevante para aquele que o ouve. É como o infortúnio vivido por Jó, ao ouvir as palavras de Elifaz (Jó 15.9,10). Quando Cristo expôs apenas a vaga expressão da viúva: “Faze-me justiça contra o meu adversário” (v. 3), não apresentando o problema nem a argumentação plausível da solicitante, Ele deixou subentendido que esse não é o peso maior em uma oração. II - EXEMPLIFICADA EM UM CENÁRIO DE INCERTEZA Conforme vimos no tópico anterior, Cristo apenas introduziu os pontos que discorreria em sua parábola. Neste tópico, ao argumentar cada um dos fatores apresentados, levando os ouvintes a visualizarem um cenário de incerteza, Ele começa a mostrar que é em uma situação como essa que se justifica a perseverança. 1. A fraqueza do suplicante - O Grande conhecedor da mente humana sabia muito bem que, ao referir-se a uma viúva em sua parábola, logo viria à imaginação de seus ouvintes, uma pessoa idosa e sem forças. O que Cristo queria mostrar com isso é que a suplicante tinha motivos de sobra para desistir. No campo da oração, o esmorecimento consiste em perda da batalha (Ex 17.10-13). Assim sendo, jamais duvide das promessas de Deus em virtude da situação em que você se encontra, pois ainda que não tenha a vasilha para receber as bênçãos prometidas, o Senhor concederá os meios necessários para que se possa recebê-las (Gn 12.2; 15.2-4). 2. A indisposição do deliberante - Mesmo Cristo não tendo apontado um problema específico para a viúva, é fácil observarmos que não se tratava de uma causa insolúvel para o juiz, pois conforme foi ilustrado simplesmente não quis atendê-la (v. 4). Imagine a sensação de incerteza que, embora por pouco tempo, tais palavras provocaram naquele momento. Era Cristo se valendo de um importante recurso para ensinar sobre a perseverança na oração. Mas, infelizmente, muitos preferem acreditar que Deus simplesmente não se importa com suas causas (Is 40.27,28 BLH). Revista de Estudo Crescimento Bíblico 43 3. A aflição do recorrente - Quem não se afligiria em saber que a pessoa a quem confiou o seu problema não tem interesse em ajudá-la e ainda se incomoda quando é procurada? Esta situação é bem expressa nas palavras: “Por algum tempo, não quis,... esta viúva me molesta” (v. 4, 5a). Mesmo com o peso dessas palavras, a viúva prosseguiu como se estivesse dizendo a si mesma: “Lá vamos nós de novo!” O cristão precisa aprender que orar conforme a vontade do Pai não significa resposta rápida, e sim, ser persistente até que ela venha de maneira clara e inteligível, pois em Deus não há sombra de dúvida no sim e nem muito menos no não (Gn 18.20-33; 1Sm 16.1; 2Co 12.7-9; Tg 5.17). III - APLICADA POR MEIO DO CONTRASTE Alguém pode perguntar-se: “Por que Deus está sendo representado na pessoa de um ímpio?” O fato é que, diferente das outras parábolas, Cristo utilizou-se do contraste e não da comparação para ensinar, mas um ponto em comum que prevalece é a persistência na oração. Para entender melhor, vejamos a dinâmica do contraste: 1. De autoridade ímpia para autoridade divina - Quando o Senhor disse: “Ouvi o que diz o injusto juiz.” (v. 6) se referindo às palavras que foram ditas no versículo anterior, Ele está ressaltando que aquele juiz não foi movido por sua bondade, mas pela perseverança da viúva. A Bíblia diz: “Bom é o Senhor para os que se atém a ele, para a alma que o busca” (Lm 3.25). Sabendo disso, o impacto da explicação de Cristo se torna bem mais contundente (v.7), pois não servimos a um Deus injusto, mas aquele que ama a justiça e o juízo, e que também é rico em bondade (Sl 33.5). 2. De pessoa sem prestígio para pessoa escolhida - Ao discorrer na parábola que uma pessoa de pouco prestígio acabou sendo atendida por pura indignação (v. 5), Cristo mostra que os escolhidos terão muito mais êxito diante do Deus que os escolheu, pois dos tais é a vitória (Rm 8.33-37). Por ser um escolhido de Deus (1Co 1.9), jamais duvide do valor que tens para Ele, por pensar que demora em atendê-lo. Lembre-se, quando um pai diz não a um filho, isso não tem nada a ver com o prestígio deste, assim como nem sempre quer dizer que lhe foi pedido algo que não deseja dar-lhe, mas tão somente que está querendo dizer: “Agora não, filho!” 3. De causa irrelevante para causa preeminente - Enquanto o juiz tratou a causa da viúva como algo irrelevante e só depois de certo tempo, voltou sua atenção à mesma, Cristo ressalta a preeminência de nossas causas com as seguintes palavras: “... depressa, lhes fará justiça...” (v. 8). A confusão que muitos fazem em relação à pressa de Deus, é quando a Revista de Estudo Crescimento Bíblico 44 limitam ao tempo do homem e não ao do próprio Deus (2Pe 3.8). Mas os que entendem esta verdade sabem que o Senhor responde às nossas orações, bem antes de recebermos o que pedimos (Dn 10.10-13), pois esta é a maior prova de que a nossa causa é de grande relevância para o Senhor. CONCLUSÃO Jamais devemos ignorar que a vida cristã tem muito mais relevância diante de Deus que aquilo que pedimos em oração. Conforme vimos, ao adicionarmos em nossas vidas o que a parábola nos ensinou, a oração não será apenas um recurso à parte, mas a expressão contínua da nossa vida em Cristo. O Senhor não leva em consideração o percentual crítico de um problema para identificar a quem atenderá primeiro, pois Ele tem poder para atender a todos ao mesmo tempo. Portanto, lembre-se que a persistência é o que indicará o grau da tua fé, e esta sim, é tida como um referencial para a resposta das orações. Para reflexão: ♦ Você tem permitido que a intensidade dos problemas interfira na tua fé? ♦ Você realmente tem se posicionado como um escolhido de Deus? ♦ Você tem sido persistente em suas orações? Questionário para avaliação e debate: 1. A quem representa o “injusto juiz” e a “viúva”? 2. Por que o “injusto juiz” atendeu ao pedido da viúva? 3. Explique o que Jesus quis ensinar com esta parábola No próximo trimestre estaremos estudando o seguinte tema: CÃNTICOS BÍBLICOS. Meditaremos em assuntos importantes para o nosso enlevo espiritual. Revista de Estudo Crescimento Bíblico 45 Resoluções Jonathan Edwards 1. Resolvi que farei tudo aquilo que seja para a maior glória de Deus e para o meu próprio proveito, durante todo tempo de minha peregrinação, sem nunca levar em consideração o tempo que isso exigirá de mim, seja agora ou pela eternidade fora. Resolvi que farei tudo o que sentir ser o meu dever e que traga benefícios para a humanidade em geral, não importando quantas ou quão grandes sejam as dificuldades que venha a enfrentar; 2. Resolvi jamais desperdiçar um só momento do meu tempo; pelo contrário, sempre buscarei formas de torná-lo o mais proveitoso possível; 3. Resolvi jamais fazer alguma coisa que eu não faria, se soubesse que estava vivendo a última hora da minha vida; 4. Resolvi que sempre que pense em qualquer enigma sobre a salvação, fazer de tudo imediatamente para resolvê-lo e entendê-lo; 5. Resolvi, assim que sentir um mínimo de deleite de orgulho ou de vaidade, eliminá-lo de imediato; 6. Resolvi nunca fazer algo em forma de vingança; 7. Resolvi nunca falar mal de ninguém, de forma tal que afete a honra da pessoa em questão, nem para mais nem para menos honra, sob nenhum pretexto ou circunstância; 8. Resolvi examinar sempre cuidadosamente e de forma constante e precisa, qual a coisa em mim que causa a mínima dúvida sobre o verdadeiro amor de Deus para direcionar todas as minhas fortalezas contra tal origem; 9. Resolvi estudar as Escrituras de tal modo firme, preciso, constante e freqüente que me seja tornado possível e que me aperceba em mim mesmo de que estou crescendo no conhecimento real das mesmas; 10. Resolvi nada falar que não seja inquestionavelmente verídico e realmente verdadeiro em mim; 11. Resolvi que a partir daqui, até que eu morra, nunca mais agirei como se me pertencesse a mim mesmo de algum modo, mas inteiramente e sobejamente pertencente a Deus, como se cada momento de minha vida fosse um normal dia de culto a Deus. A POSIÇÃO DO CRISTÃO Versículo Chave “... qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado” (Lc 18.14b) Lição 10 - 08 de junho de 2008 Objetivos da Lição • Ensinar que o cristão deve chegar-se humildemente diante do Senhor; • Mostrar que aquele que se justifica diante de Deus, permanecerá no pecado. Culto Familiar Segunda – (Sl 44.6) – Não confio no meu arco Terça – (Is 64.6) – Justiça como trapos de imundícia Quarta – (Jr 17.9) – Coração enganoso Quinta – (Fp 2.3) – Nada façais por vanglória Sexta – (Tg 4.10) – Humilhai-vos perante o Senhor Sábado – (Lc 18.9-14) – Quem se humilha será exaltado SUGESTÃO DE HINOS - 056 - 077 - 432 (Harpa Cristã) Lucas 18.9-14 9 - E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros: 10 - Dois homens subiram ao templo, a orar; um, fariseu, e o outro, publicano. 11 - O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou, porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos Revista de Estudo Crescimento Bíblico 47 e adúlteros; nem ainda como este publicano. 12 - Jejuo duas vezes na semana e dou os dízimos de tudo quanto possuo. 13 - O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador! 14 - Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado. INTRODUÇÃO A vida cristã exige constante vigilância e introspecção para analisar os fatos geradores dos nossos procedimentos. No menor descuido, caímos na tentação de achar que somos melhores que todo mundo, com isso, o nosso coração se eleva e começamos a desprezar o nosso semelhante. Nesta lição queremos avaliar as atitudes dos personagens apresentados na parábola e tomar a decisão de seguir os exemplos corretos. Qual deve ser a posição do cristão?: I – DEVE SER DIFERENTE DA APRESENTADA NA PARÁBOLA – (V 9) Podemos perceber que o Senhor estava incriminando, principalmente, os fariseus os quais eram o alvo, porque se achavam sem pecado e moralmente corretos (Lc 15.2). Mas o seu ensino se destina também àqueles que demonstram semelhante comportamento, Portanto: 1. O ensino de Jesus destina-se aos auto-suficientes - “E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos...” – Pessoas assim, pensam que conquistaram o que têm por meio da sabedoria e esperteza própria, desconhecendo completamente a condição humana. No entanto, a Palavra de Deus nos faz lembrar que: “Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor!” (Jr 17.5). O salmista nos deixa aqui uma bela recomendação: “Pois eu não confiarei no meu arco, nem a minha espada me salvará” (Sl 44.6). 2. O ensino de Jesus destina-se aos que justificam a si mesmos “... crendo que eram justos...” – Os fariseus liam e decoravam a Palavra Revista de Estudo Crescimento Bíblico 48 de Deus, mas não se dispunham a cumpri-la. Burlavam os ensinos de Moisés, a quem diziam seguir e desprezavam os ensinos de Jesus, daí o motivo porque permaneciam cegos. As Escrituras deixam clara a nossa posição em relação à justiça divina: “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia...” (Is 64.6). Somos exortados a chegar a Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo (Rm 3.22). O Senhor é a nossa justiça! (Jr 33.16). 3. O ensino de Jesus destina-se aos menosprezadores - “... e desprezavam os outros” – O desprezo significa falta de apreço; desconsideração, desdém. Repulsa com nojo, era assim que os fariseus viam as pessoas em geral (Jo 9.34). As igrejas estão cheias de pessoas assim: acham que cantam ou pregam melhor e, com este sentimento, acabam desprezando os verdadeiros humildes do Reino. São as “panelinhas” que funcionam como “joio” no meio da igreja. A Palavra de Deus nos diz: “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo” (Fp 2.3). II – DEVE PAUTAR-SE EM EXEMPLOS CORRETOS O cristão precisa estar posicionado corretamente diante do Senhor, como um bom soldado que se alistou para a guerra. Os ensinos, a seguir, nos darão diretrizes para nos adequarmos à vontade de Deus (Cl 1.10): 1. Não podemos definir a nossa posição cristã com apenas alguns gestos ou atitudes - “Dois homens subiram ao templo, a orar; um, fariseu, e o outro, publicano” (v 10) – A superficialidade é a marca principal da maioria dos cristãos hoje que apóiam a sua convicção em fatos e emoções e não na Palavra de Deus. No entanto, podemos perceber que uma pessoa pode participar de muitas atividades cristãs sem ser salvo: Saul profetizou (1Sm 19.24), Judas participou da equipe de evangelização (Mc 6.7), Ananias era ofertante (At 5.1,2) e, no texto acima, podemos notar que o fariseu subiu ao templo para orar. Além do mais, jejuava e era dizimista e, no entanto, foi reprovado por Deus (v 12). 2. Devemos examinar as intenções do nosso coração – “O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou, porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes na semana e dou os dízimos de tudo quanto possuo” (v 11,12) – Paulo tinha muitas razões para recomendar que o Revista de Estudo Crescimento Bíblico 49 cristão examine a si mesmo antes de participar da Ceia do Senhor (1Co 11.28), pois: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” (Jr 17.9). O fariseu chega ao extremo quando afirma: “não sou como os demais homens”. Este tipo de comportamento não tem amparo na lei que ele tanto defendia, pois Tiago diz: “qualquer que guardar toda a lei e tropeçar em um só ponto tornou-se culpado de todos” (Tg 2.10). 3. Precisamos considerar o nosso próprio estado diante de Deus – “O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!” (V 13) – O publicano, apesar de ser um pecador declarado, teve atitude mais nobre, pois considerou a sua posição indigna diante do Senhor. A humildade é estampada nos seguintes gestos: “em pé”, “de longe”, “nem ainda queria levantar os olhos ao céu”. A sua oração foi simples e singela: “Tem misericórdia de mim, pecador!”. 4. Devemos estar conscientes das conseqüências do nosso comportamento – (v 14) – No final das contas, o que pesará na balança justa de Deus são as nossas intenções, pois: “A prova pela qual toda conduta será finalmente julgada é o motivo” - A.W.Tozer. Quando comparecermos ante o Tribunal de Cristo (2Co 5.10; 1Co 3.13,14) para prestarmos contas dos atos praticados enquanto no corpo, nos perguntarão “por que” e não “o que” fizemos, já que: “À vista de Deus, somos julgados, não tanto pelo que fazemos como por nossas razões para fazê-lo” - A.W.Tozer. Jesus foi taxativo ao afirmar que o fariseu foi reprovado por causa da sua atitude arrogante, enquanto que o publicano “desceu justificado”. E a razão é: “Qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado”. CONCLUSÃO A posição do cristão é de humildade perante o seu Senhor porque um coração altivo, Deus o abaterá. Vimos na lição que a atitude do fariseu jamais deve ser copiada, enquanto que a do publicano nos serve de exemplo. Vamos tomar cuidado com a nossa forma de olhar para nós mesmos, considerando-nos melhores que os “demais homens”. Se queremos permanecer de pé, na presença do Senhor, sigamos esta instrução: “Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará” (Tg 4.10). “Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que, a seu tempo, vos exalte” (1Pe 5.6). Revista de Estudo Crescimento Bíblico 50 Para reflexão: ♦ Você confia em Deus totalmente? ♦ O teu coração pode passar por uma sondagem sem problemas? ♦ O que motiva você seguir a Jesus Cristo? Questionário para avaliação e debate: 1. O que é justificar-se a si mesmo? 2. O que o fariseu quis dizer com: “Não sou como os demais homens”? 3. Por que o publicano saiu justificado? ... continuação... Todavia, Tiago é claro que embora esta crença seja uma boa coisa, definitivamente ela não é prova de que uma pessoa é salva, porque os demônios também crêem, e eles estão certos de que serão punidos no inferno. Os demônios não somente crêem que Ele existe, mas que é um Deus Santo, que odeia o pecado. Esta é a razão dos demônios "estremecerem". Eles conhecem Deus mais claramente que a maioria dos seres humanos, e estão amedrontados. Todavia, nada na experiência dos homens, que os demônios possam experimentar também, é sinal de que a graça de Deus esteja em seus corações. A Bíblia deixa claro que os demônios não têm esperança de salvação, e que sua crença em Deus não elimina sua futura punição. Portanto, crer em Deus apenas, não é prova de salvação para os demônios e tampouco para os seres humanos. Os Demônios têm um Conhecimento de Deus. Isto é visto mais claramente quando pensamos sobre o que os demônios são de fato. Eles não são santos: qualquer coisa que eles experimentem, não pode ser uma santa experiência. O diabo é perfeitamente mau. "Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira" (Jo 8.44). "Quem comete o pecado é do diabo; porque o diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo" (1Jo 3.8). Portanto, os demônios são chamados espíritos maus, espíritos impuros, poderes das trevas, e assim por diante (Ef 6.12). Continua na pág. 60... A SEGURANÇA DO CRISTÃO Versículo Chave “Como pastor, apascentará o seu rebanho; entre os braços, recolherá os cordeirinhos e os levará no seu regaço; as que amamentam, ele as guiará mansamente” (Isaias 40.11) Lição 11 - 15 de junho de 2008 Objetivos da Lição • Ensinar que como ovelhas do Bom Pastor, temos total segurança; • Mostrar os benefícios de sermos ovelhas do seu rebanho. Culto Familiar Segunda – (Sl 4) – O Senhor me faz habitar em segurança Terça – (Sl 23) – O Senhor me guia mansamente Quarta – (Sl 46) – O Senhor é o meu refúgio Quinta – (Sl 91) – O Senhor é o meu descanso Sexta – (Rm 8.31-39) – O Senhor é a minha defesa Sábado – (Jo 10.1-16) – O Senhor não me lança fora SUGESTÃO DE HINOS - 111 - 156 - 413 (Harpa Cristã) João 10.1-16 1 - Na verdade, na verdade vos digo que aquele que não entra pela porta no curral das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador. 2 - Aquele, porém, que entra pela porta é o pastor das ovelhas. 3 - A este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz, e chama pelo nome às suas ovelhas e as traz para fora. Revista de Estudo Crescimento Bíblico 52 4 - E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz. 5 - Mas, de modo nenhum, seguirão o estranho; antes, fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos. 6 - Jesus disse-lhes esta parábola, mas eles não entenderam o que era que lhes dizia. 7 - Tornou, pois, Jesus a dizer-lhes: Em verdade vos digo que eu sou a porta das ovelhas. 8 - Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores, mas as ovelhas não os ouviram. 9 - Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens. 10 - O ladrão não vem senão a roubar, a matar e a destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância. 11 - Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas. 12 - Mas o mercenário, que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo, e deixa as ovelhas, e foge; e o lobo as arrebata e dispersa. 13 - Ora, o mercenário foge, porque é mercenário e não tem cuidado das ovelhas. 14 - Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido. 15 - Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai e dou a minha vida pelas ovelhas. 16 -Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um Pastor. INTRODUÇÃO N esta parábola (v 1-5) surgem alguns personagens, além do próprio Jesus que é a Porta e o Bom Pastor. Temos: o pastor, que representa os pastores chamados e comissionados por Deus para cuidar da igreja (Ef 4.11), o porteiro representando o profeta João Batista o qual antecedeu o ministério do Senhor Jesus (Jo 1.15,27), e o salteador que também é chamado de ladrão, mercenário e estranho, o qual não é pastor. O Senhor Jesus fez uso desta parábola pois os seus contemporâneos cuidavam de ovelhas e, por isso, eram chamados de pastores. As ovelhas eram protegidas por uma cerca com uma única passagem a qual, na verdade, não tinha portão. Era o pastor que ficava guardando, ou seja, ele era a porta. Da mesma forma, existiam alguns pastores contratados que cuidavam bem Revista de Estudo Crescimento Bíblico 53 de suas ovelhas, mas outros não! Nesta lição, a nossa atenção se voltará àquele pastor que também é o dono do Aprisco. I – JESUS, A PORTA DO APRISCO - (VV 7-10) Jesus, ao declarar que é a Porta das ovelhas, se apresenta como único mediador entre Deus e o homem, e que tem o poder de levar o pecador de volta ao seu Criador, e torná-lo filho de Deus. Ele não é simplesmente uma porta, mas a Única Porta, por isso quem está com Jesus Cristo tem total segurança. 1. A única porta para o céu – “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á...” (v 9a) – Jesus é o único caminho para a salvação (At 4.12). Qualquer pessoa pode ser salva, precisa tão somente crer que a porta é Jesus e entrar por ela (Jo 10.9). Já os salvos, precisam resgatar a segurança da sua salvação. Um crente que acredita nela é um crente saudável, porque está convicto de que encontrará Jesus brevemente (Rm 14.1,12). A saúde espiritual passa por esta certeza individual, pois aquele que verdadeiramente crer em Jesus, e somente nEle, não será confundido (Rm 10.11). 2. A única porta para a liberdade – “... e entrará, e sairá, e achará pastagens” (v. 9b) – Jesus é a única verdade para a libertação de quem está cativo no pecado. “... e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8.32). Entende-se que, por meio da Palavra, é possível se chegar a Ele e, então, transitar livremente, entrar e sair, e se alimentar. Por ter acesso à verdade há total segurança, mesmo em meio às aflições. 3. A única porta para a vida – “... eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância” (v 10) – Jesus é o único autor da vida (Jo 1.1-5) e a promete ao invés da morte, de uma maneira abençoada. Trata-se de quantidade e qualidade, não só material, mas plena e equilibrada. Portanto, não se trata de dinheiro, mas de relacionamento com o próximo e com o Senhor, um envolvimento harmônico com o Reino de Deus e sua justiça (Mt 6.33). Sendo ele o doador da vida é, também, aquele que a sustenta (Jo 6.35,63). II – JESUS, O BOM PASTOR - (VV 11-15) Jesus, ao declarar que é o Bom Pastor, se apresenta como o proprietário do aprisco, aquele que verdadeiramente cuida e dá a vida por suas ovelhas. 1. O Bom Pastor dá a própria vida – “Eu sou o bom Pastor; o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas” (v 11) – Os pastores das igrejas são Revista de Estudo Crescimento Bíblico 54 na verdade parecidos com Jesus, pois eles entregam as suas vidas ao ministério o qual fora outorgado pelo Senhor. Nos versos 17 e 18, Jesus faz menção à missão do Bom Pastor – morte e ressurreição – que dará a própria vida em um grande e único sacrifício (Lc 23.46) para resgatar o homem que se encontra perdido (1Pe 3.18). Esta entrega é a verdadeira e maior expressão de amor: “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos” (Jo 15.13). 2. O Bom Pastor cuida das ovelhas – “Ora, o mercenário foge, porque é mercenário e não tem cuidado das ovelhas” (v 13) – A principal função de um pastor, ao contrário do mercenário, é cuidar, zelar e tratar das suas ovelhas (Is 40.11). Se tendo 100 ovelhas e uma se desgarrar, ele deixa as 99 e vai buscar a que está perdida (Lc 15.1-6). Ora, é o próprio Jesus que cuida de nós, mas também usa as suas ovelhas para fazer o seu papel (Jo 21.15-18). É Ele quem promete e cumpre em nossas vidas os seus propósitos, por isso, estamos seguros. Não se pode cobrar de um pastor as promessas que são de Deus, mas necessário é aprender a esperar com paciência, como uma ovelha. Contudo, o próprio Deus cobrará dos amados pastores o zelo pelas ovelhas (Zc 11.17). 3. O Bom Pastor é reconhecido por suas ovelhas – “Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido” (v 14) – Não basta conhecer as religiões ou estudar a fé, é preciso se apropriar da Palavra de Deus e das suas promessas. A ovelha ouve a sua voz e literalmente reconhece o Bom Pastor e não segue vozes de estranhos (Jo 10.4-5). Agora é Jesus quem chama por meio da Palavra Santa, a qual é a sua voz. Ele é inconfundível, amável educado e jamais entrará se não for convidado (Lc 24.28-29; Ap 3.20). III – JESUS, O GRANDE PASTOR - (V 16) A voz do Grande Pastor ecoa para fora do aprisco e deseja não só que olhemos para fora, mas avancemos nessa direção. É exatamente isso que significa originalmente a palavra igreja: “chamados para fora”. 1. O Grande Pastor e sua grande misericórdia – “... também me convém agregar estas...” (v 16b; Is 56.8) – Aprouve a Deus olhar para fora do primeiro aprisco (Israel) e, por sua grande misericórdia, nos resgatar (Tt 3.5; 1Pe 1.3). A partir do momento que se entra pela Porta, Ele cuida de suas ovelhas, entretanto elas são chamadas para fora, o Senhor mesmo as conduz em segurança até outros povos e nações (Mt 28.19,20), simplesmente porque a ele convém agregar outras ovelhas. Assim, a missão dessas é centrífuga, isto é, de dentro para fora. A grande misericórdia de Deus Revista de Estudo Crescimento Bíblico 55 enxertada nas suas ovelhas (Mt 5.7; 2Co 1.3-4) levam-nas a anunciar as boas-novas em nome do Senhor, tendo por modelo os profetas (Tg 5.10). A igreja primitiva era em menor número, mas a visão centrífuga de crescimento era vivida com maior intensidade. 2. O Grande Pastor e o seu grande rebanho – “... e haverá um rebanho e um Pastor” (v 16c) – A primeira grande instituição multinacional é a igreja. A Ela, desde os apóstolos, se foi agregando discípulos de regiões e países diversos (At 2), e apesar de enfrentar muitas adversidades durante toda a sua história, principalmente na Idade Média, conseguiu retomar o seu caminho. Hoje todas as genuínas igrejas, que vivem a Palavra, espalhadas pelo mundo pertencem ao Grande Pastor (Hb 13.20). Somos uma única família (Ef 2.19-20) e temos um grande Pai que nos ampara todos os dias de nossas vidas. CONCLUSÃO Está escrito: “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.” (Jo 14.6). Não há outro pelo qual temos livre acesso ao Pai e se estamos nEle, Ele também está em nós. O mundo não pode receber o Espírito da verdade, porque não o vê, nem o conhece; mas todos quantos o receberam o conhecem (Jo 14.17, 20). A vida com Deus é sobremodo melhor! Antes era como a de uma ovelha sem pastor que andava com medo e insegura, mas hoje sabe em quem confiar, não teme mal algum e conhece a voz do seu Bom Pastor que a guia mansamente, mesmo pelo vale da sombra da morte e em terras desconhecidas. Certamente habitará no aprisco do Grande Pastor eternamente. Para reflexão: ♦ Você crê em Jesus Cristo como a única Porta para o céu? ♦ Você é uma ovelha que se deixa acolher nos braços do Bom Pastor? ♦ Você já tem ido para fora do aprisco ao comando do Grande Pastor? Questionário para avaliação e debate: 1. Explique o significado de “pastor”, de acordo com o texto. 2. Explique o significado da palavra porta, conforme o texto. 3. Quem são as outras ovelhas que o Pastor também quer agrupar? “Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranqüilas” (Salmos 23.2). O FRUTO DO CRISTÃO Versículo Chave “Estai em mim, e eu, em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim” (João 15.4) Lição 12 - 22 de junho de 2008 Objetivos da Lição • Ensinar que o cristão precisa estar ligado à Videira para dar frutos; • Mostrar as características do fruto cristão. Culto Familiar Segunda – (Pv 11.30) – O fruto do justo Terça – (Pv 12.14) – O fruto da boca Quarta – (Pv 31.31) – O fruto das mãos Quinta – (Is 3.10) – O fruto das obras Sexta – (Cl 1.10) – O fruto de toda boa obra Sábado – (Jo 15.1-12) – O fruto do espírito SUGESTÃO DE HINOS - 003 - 083 - 086111 (Harpa Cristã) João 15.1-12 1 - Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. 2 - Toda vara em mim que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto. 3 - Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado. 4 - Estai em mim, e eu, em vós; como a vara de si mesma não pode dar Revista de Estudo Crescimento Bíblico 57 fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. 5 - Eu sou a videira, vós, as varas; quem está em mim, e eu nele, este dá muito fruto, porque sem mim nada podereis fazer. 6 - Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem. 7 - Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito. 8 - Nisto é glorificado meu Pai: que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos. 9 - Como o Pai me amou, também eu vos amei a vós; permanecei no meu amor. 10 - Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor. 11 - Tenho-vos dito isso para que a minha alegria permaneça em vós, e a vossa alegria seja completa. 12 - O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. INTRODUÇÃO E studaremos nessa lição sobre a importância de produzirmos frutos para a obra de Deus, através da comparação que Ele mesmo faz entre si e uma videira. Ao analisarmos as palavras de Jesus sobre a planta no texto básico, chegamos à conclusão de que o mais importante para Deus é o que nós produzimos: FRUTO! É isso que Deus exige do crente! Mas por que o fruto da videira? I. O FRUTO DO CRISTÃO ADVÉM DA VIDEIRA VERDADEIRA - V 1 Existem vários tipos de plantas, mas Jesus chamando a atenção dos discípulos para si, escolheu a videira (pé de uva) por pelo menos dois motivos importantes: 1. O que é uma videira na Bíblia?- O povo judeu conhecia a videira como símbolo de sua nação. A videira é citada inúmeras vezes na bíblia simbolizando o povo judeu (Sl 80.8, 9; Ez 17.6 e Is 5.1-12). Os discípulos cresceram conhecendo estes versículos e sua simbologia. Em João 15. 1, porém, Jesus inicia seu discurso falando dEle mesmo, afirmando que Ele é a videira Revista de Estudo Crescimento Bíblico 58 verdadeira. Nisso, ele atiça a curiosidade de seus seguidores, pois desafia seu conhecimento sobre um símbolo de especial significado para aquele povo. 2. O que é uma videira frutífera? - Ao comparar Israel com a videira, a Bíblia menciona dois tipos. Uma delas é uma planta que não produz frutos, como a de Ezequiel 15.1-8, a outra é uma frutífera, como a de Ezequiel 19.10. A videira a que Jesus refere-se é uma árvore frutífera, plantada para produzir muitos frutos. O responsável por esta videira é o próprio Deus, que plantou e cuida dessa árvore. O Senhor Jesus afirma que Ele é a Videira desejada e plantada pelo Pai. Jesus ensina, nos versículos seguintes, que os galhos dessa videira são os próprios discípulos, ressaltando a diferença entre aqueles que produzem ou não frutos. Uma vida de frutificação é o que o Senhor deseja dos seus servos, evitando assim as conseqüências de uma vida infrutífera. II. O FRUTO DO CRISTÃO NÃO NASCE NUMA VIDA INFRUTÍFERA – (V 2a e 6) Como em muitas passagens e parábolas da Bíblia, existem aqueles que alcançam vitória e aqueles a quem se destina o juízo (Mt 25.31-46; Rm 6.15-23). Dos versos 2 a 6, Jesus declara o juízo destinado a ramos infrutíferos de uma videira. 1. Conseqüência de uma vida infrutífera - O Senhor Jesus inicia sua parábola explicando sobre a conseqüência de uma vida infrutífera. A palavra “cortar” é às vezes utilizada na Bíblia dando idéia de separação (p.ex. Rm 11.17-24), nesse caso da própria pessoa de Jesus Cristo. Em algumas versões a palavra utilizada é “tirar”, com esse mesmo sentido. Uma vida separada de Cristo é condenada à improdutividade espiritual e à morte. 2. O futuro de uma vida infrutífera - Quando um agricultor sai de casa em busca de lenha para uma fogueira, ele escolhe a que incendeia mais rapidamente. Os galhos que estão no chão, secos, já estão mortos e, portanto, são melhores para acender o fogo, que na bíblia, muitas vezes, tem a conotação de juízo (Jr 5.14; 2Pe 3.1-7; Ap 21.6-8). O destino do ramo separado é o juízo. Jesus nos mostra que é necessário para própria vida estarmos ligados a Ele, permanecendo em sua palavra e produzindo bons frutos. É uma escolha pessoal permanecer ligados a Cristo e produzir frutos. Quem não produz, deve saber que seu futuro é ser desligado de Jesus, a Videira Verdadeira, e longe dele, sem sua palavra, secar e morrer. A única serventia de um ramo seco é aumentar as chamas de uma fogueira. Aquele que decide permanecer em Cristo e trabalhar em sua obra produzindo bons frutos, será agraciado pelo Senhor com vida e ricas bênçãos. Revista de Estudo Crescimento Bíblico 59 III. O FRUTO DO CRISTÃO NASCE NUMA VIDA FRUTÍFERA – (V 3 a 5, 7, 8) Nesses versículos, Jesus explica sobre a responsabilidade do seu servo em manter uma vida frutífera. 1. Vida frutífera é limpa pela Palavra - Todo agricultor sabe que, para uma árvore produzir mais frutos, de vez em quando é necessário podá-la, limpá-la. O alimento que vem do solo chega a todos os galhos de igual forma, porém aqueles que produzem frutos são limpos e assim produzem mais. Na bíblia, limpeza sempre significa santificação, realizada através da Palavra de Deus (v. 3, Ef 5.26 e Jo 17.17). É apenas através da Palavra de Deus que o crente pode ser limpo para frutificar na obra do Senhor. 2. Vida frutífera é dependente de Jesus - O ramo sem a videira não sobrevive e não produz frutos. Jesus afirma categoricamente que sem Ele não podemos fazer nada. Portanto, como seus servos, é necessário permanecermos ligados a ele, obedecendo-lhe e nos aperfeiçoando no seu amor (1Jo 2.4-6). A obediência aos mandamentos divinos garante a nossa permanência em Cristo (1Jo 3.24). O crente deve se dispor a obedecê-lo e, consequentemente, produzir frutos em sua obra. 3. Vida frutífera tem comunhão com o Pai - Para ser atendido nas orações, o crente necessita permanecer ligado a Ele, guardando e dependendo de suas palavras (Jo 14.13-15). Um ramo ligado à videira divide com ela parte de sua estrutura, de sua vida. Assim como o ramo, o discípulo de Jesus deve ser ávido em absorver vida em Jesus. Como demonstração de amor a Deus, devemos guardar e obedecer a sua Palavra e assim Ele permanecerá em nós (Jo 14.23-25). Essa é a condição imposta pelo Senhor Jesus para que possamos ser atendidos em todas as orações, e nossas vidas serão motivos de glórias a Deus. CONCLUSÃO Embora devamos escolher estar ligados ao Senhor Jesus, como o ramo está ligado a Videira, a sua Palavra garante que Ele nos escolheu primeiro (1Co 1.26-29; Tg 2.5) para sermos frutíferos em sua obra. Tal fruto deve ser produzido de forma perene, digno da Videira Verdadeira (Cl 1.10). Somente desta forma seremos ouvidos e atendidos em nossas orações, obedecendo sempre ao mandamento de nos amarmos uns aos outros. Jesus ordena que nos amemos, assim como Ele próprio o fez. A sua vida não apenas explica, mas transforma-se nesse amor, quando entrega a Revista de Estudo Crescimento Bíblico 60 própria vida pelo pecador (Rm 5.6-8). Incondicionalmente, é assim que Deus espera que nos amemos. Desta forma, cumpriremos seu mandamento e produziremos bons frutos para a vida eterna. Para reflexão: ♦ Você está de fato, ligado à Videira Verdadeira? ♦ Você tem dado fruto consistente? ♦ Você tem comunhão permanente com Deus e com o seu próximo? Questionário para avaliação e debate: 1. O que é uma videira e a que se refere no texto bíblico? 2. Mencione alguns frutos que o cristão deve produzir. 3. Qual é o significado de “Videira”, “lavrador”, “ramos”, “cortar”, “fruto” e “fogo”, no texto bíblico? ... continuação. Assim, é óbvio que qualquer coisa nas mentes dos demônios não podem ser santas, ou conduzir à verdadeira santidade por si mesma. Os demônios claramente sabem muitas coisas sobre Deus e religião e podem até doutrinar (1Tm 4.1). Mas, eles não possuem sentimentos santos porque não têm nada a ver com a obra do Espírito Santo. Se esta é a verdade sobre a experiência dos demônios, isto é também verdadeiro sobre a experiência dos homens. Não importa quão genuínos, sinceros, e poderosos estes pensamentos e sentimentos são. Os demônios, sendo criaturas espirituais, conhecem Deus em um caminho que os homens na terra não podem. Em uma ocasião, Jesus expulsou alguns demônios. "Que temos nós contigo, Jesus, Filho de Deus?", eles clamaram, "Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo?" (Mt 8.29). Que experiência pode ser mais nítida do que esta? Todavia, apesar dos pensamentos e sentimentos deles serem genuínos e poderosos, eles não são santos. Concluímos que, pensamentos e sentimentos genuínos e sinceros sobre coisas santas e espirituais, não são prova suficiente da graça de Deus no coração. Os demônios têm estas coisas, e enxergam adiante a punição eterna no inferno. Se os homens não têm mais do que os demônios têm, eles sofrerão do mesmo modo. RECAPITULAÇÃO Versículo Chave “Para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta, que disse: Abrirei em parábolas a boca; publicarei coisas ocultas desde a criação do mundo” (Mt 13.35). Lição 13 - 29 de junho de 2008 Objetivos da Lição • Destacar os principais ensinos ministrados no trimestre; • Incentivar os alunos a se decidirem diante do que aprenderam. Culto Familiar Segunda – (Mt 13.24-30) – O cristão deve fazer a diferença Terça – (Lc 6.46-49) – O cristão deve cuidar da sua estrutura espiritual Quarta – (Lc 16.19-31) – O cristão deve ter cuidado com a sua vida cristã Quinta – (Lc 18.1-8) – O cristão deve cuidar da sua vida de oração Sexta – (Lc 18.9-14) – O cristão deve livrar-se da exaltação própria Sábado – (Lc 13.6-9) – O cristão deve cuidar em dar frutos SUGESTÃO DE HINOS - 086 - 111 - 413 (Harpa Cristã) Lucas 13.6-9 6 - E dizia esta parábola: Um certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha e foi procurar nela fruto, não o achando. 7 - E disse ao vinhateiro: Eis que há três anos venho procurar fruto nesta figueira e não o acho; corta-a. Por que ela ocupa ainda a terra inutilmente? Revista de Estudo Crescimento Bíblico 62 8 - E, respondendo ele, disse-lhe: Senhor, deixa-a este ano, até que eu a escave e a esterque; 9 - e, se der fruto, ficará; e, se não, depois a mandarás cortar. INTRODUÇÃO N esta recapitulação queremos rever os pontos principais das lições do trimestre que serão de grande importância para o nosso enlevo espiritual: I – COMO EXERCER A VIDA CRISTÃ 1. Mantendo a diferença - (Mateus 13.24-30; 36-43) - Os falsos cristãos só podem ser identificados quando confrontados com os verdadeiros. Paulo chega a afirmar: “E até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós” (1Co 11.19). Assim somos nós: reunimos características comuns, porém, temos uma coisa que faz distinção entre o santo e o profano, as atitudes do nosso coração visto que são elas que dizem o que realmente somos. De acordo com o Senhor, cada árvore é conhecida pelo seu fruto (Lc 6.44a). 2. Mantendo atitudes - (Lucas 6.37-45) - Jesus andava com pessoas consideradas a escória do mundo (Mt 9.10-13). Não era indiferente àqueles que estavam errados por não conhecerem a verdade, pelo contrário, o seu olhar de amor O impelia a ensinar-lhes o caminho da salvação (Mc 2.15-17). Bem distantes do exemplo de Cristo, muitos cristãos perdem a oportunidade de angariar almas para o reino, por causa do seu julgamento preconceituoso acerca de pessoas, que ainda não deveriam sentar-se no banco dos réus; trazem com isso irritação e desrespeito ao Evangelho de Cristo. 3. Mantendo o alicerce - (Lucas 6.46-49) - Na parábola que estamos estudando Jesus compara o verbo “Praticar” com o verbo “edificar”. Segundo Jesus, o cristão só se tornará forte e bem estruturado se praticar a sua Palavra. “Assim, habite ricamente em vós a palavra de Cristo, ensinando-vos...” (Cl 3.16). A fim de crescermos até atingir a estatura de varão perfeito (Ef 4.13). Edificar sobre a rocha é edificar sobre Cristo. (1Co 10.4) Trata-se das nossas vidas e de nossas atividades, inclusas em Cristo. “Não sou eu que vivo, mas Cristo vive em mim” (Gl 2.20). Revista de Estudo Crescimento Bíblico 63 4. Mantendo a vigilância - (Lucas 12.36-40) - A palavra vigiar quer dizer observar atentamente. O significado, na realidade, é que sempre temos que estar em vigilância: “Vigiai, pois, porque não sabeis o Dia nem a hora em que o Filho do Homem há de vir” (Mt 25.13). “Sejam como os empregados que esperam pelo patrão, que vai voltar da festa de casamento. Logo que ele bate na porta, os empregados vão abrir” (v. 36 NTLH). Como servos vigilantes, devemos esperar e descansar no Senhor, prontos para abrir a porta e recebê-lo. Assim teremos o privilégio de ouvi-lo dizer: “Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor” (Mt 25.21). II – COMO MANTER A VIDA CRISTÃ 1. Por meio da fidelidade - (Lucas 12.42-48) - Feliz o cristão que quando o Senhor voltar achá-lo servindo de acordo com os critérios estabelecidos na Palavra. O texto nos adverte dizendo: “Mas, se aquele servo disser em seu coração: O meu senhor tarda em vir, e começar a espancar os criados e criadas, e a comer, e a beber, e a embriagar-se” (v 45). Maldito todo aquele que fizer a obra do Senhor relaxadamente (Jr 48.10). 2. Observando as condições - (Lucas 14.25-35) - Estar disposto a morrer para o mundo e para si mesmo. “E qualquer que não levar a sua cruz e não vier após mim não pode ser meu discípulo” (v 27) – A cruz fala de morte. Jesus morreu nela e nos convida solenemente a tomar a nossa. O apóstolo Paulo explica bem esta doutrina em Romanos 6.6: “sabendo isto: que o nosso velho homem foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, a fim de que não sirvamos mais ao pecado”. Esta verdade torna-se realidade em nosso viver diário, quando renunciamos a tudo o que somos e o que temos (v 33). 3. Regressando - (Lucas 15.11-24) - Foi nobre a atitude do jovem: mostrou prudência, inteligência, lucidez e buscou nova oportunidade para recomeçar. A atitude de “levantar” ilustra a diligência espiritual (Rm. 13.11,12). Esta deve ser a atitude daqueles que um dia, iludidos pelo prazer do pecado, deixaram a presença do Pai (Hb 11.25). Se você, por meio desta lição, ouve hoje a voz do Espírito Santo, não endureça o seu coração (Hb. 3.7,8). Tome esta decisão: “Levantar-me-ei e irei ter com meu Pai”. 4. Observando as advertências - (Lucas 16.19-31) - Há um grande abismo entre os salvos e os condenados (v 26). Para Deus, é fundamental que as coisas sejam bem definidas. “... e fez Deus separação entre a luz e Revista de Estudo Crescimento Bíblico 64 as trevas” (Gn 1.4). Quer que a diferença entre os cristãos e os não-cristãos seja visível (Ml 3.18). Portanto, nos exorta a não nos prendermos a um jugo desigual com os infiéis (2Co 6.14-16). III – COMO OBTER OS EFEITOS DA VIDA CRISTÃ 1. Orando sem cessar - (Lucas 18.1-8) - No campo da oração, o esmorecimento consiste em perda da batalha (Ex 17.10-13). Assim sendo, jamais duvide das promessas de Deus em virtude da situação em que você se encontra. O cristão precisa aprender que orar conforme a vontade do Pai não significa resposta rápida, e sim, ser persistente até que ela venha de maneira clara e inteligível, pois em Deus não há sombra de dúvida no sim e nem muito menos no não (Gn 18.20-33; 1Sm 16.1; 2Co 12.7-9; Tg 5.17). 2. Posicionando-se corretamente - (Lucas 18.9-14) - “O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!” (V 13) – Apesar de ser um pecador declarado, teve atitude mais nobre, pois considerou a sua posição indigna diante do Senhor. Quando comparecermos ante o Tribunal de Cristo (2Co 5.10; 1Co 3.13,14) para prestarmos contas dos atos praticados enquanto no corpo, nos perguntarão “por que” e não “o que” fizemos, já que: “À vista de Deus, somos julgados, não tanto pelo que fazemos como por nossas razões para fazê-lo” - A.W.Tozer. 3. Buscando a segurança - (João 10.1-16) - “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á...” (v 9a) – Jesus é o único caminho para a salvação (At 4.12). Qualquer pessoa pode ser salva, precisa tão somente crer que a porta é Jesus e entrar por ela (Jo 10.9). Já os salvos, precisam resgatar a segurança da sua salvação. Um crente que acredita nela é um crente saudável, porque está convicto de que encontrará Jesus brevemente (Rm 14.1,12). 4. Produzindo frutos - (João 15.1-12) - Todo agricultor sabe que, para uma árvore produzir mais frutos, de vez em quando é necessário podá-la, limpá-la. O alimento que vem do solo chega a todos os galhos de igual forma, porém aqueles que produzem frutos são limpos e assim produzem mais. Na Bíblia, limpeza sempre significa santificação, realizada através da Palavra de Deus (v. 3, Ef 5.26 e Jo 17.17). É apenas através da Palavra de Deus que o crente pode ser limpo para frutificar na obra do Senhor. O ramo sem a videira não sobrevive e não produz frutos. Jesus afirma categoricamente que sem Ele não podemos fazer nada. Revista de Estudo Crescimento Bíblico 65 CONCLUSÃO Chegamos ao final de mais um trimestre. Cremos que as verdades ensinadas nas doze lições e relembradas nesta recapitulação, servirão de base sólida para todos os que querem uma vida cristã mais promissora, como é o desejo do Senhor Jesus destacado nas parábolas. Segue o questionário para debate e avaliação semestral: QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO E DEBATES LIÇÃO UM 1. Como acontecem as misturas dentro da igreja? 2. Em que ocasião e como se fará a separação do “trigo” e do “joio”? LIÇÃO DOIS 1. O que é julgar o próximo de acordo com Lc 6.37? 2. Explique o texto: “Com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo” (Lc 6.38b). LIÇÃO TRÊS 1. Em que sentido Jesus Cristo usou o verbo “edificar”? 2. Qual é o significado para a palavra “casa” na parábola? LIÇÃO QUATRO 1. Em que sentido Jesus Cristo aplicou a palavra “vigiar” no texto? 2. Em que sentido Jesus Cristo se compara à um ladrão? LIÇÃO CINCO 1. Quais as três características que definem a posição do crente fiel no tópico I? 2. Explique a diferença entre o pecado de desobediência e o de omissão? LIÇÃO SEIS 1. O que Jesus quis ensinar quando comparou a vida cristã fracassada à uma construção abandonada? 2. Como podemos aborrecer nosso pai e nossa mãe, sem contrariar Efésios 6.1-3? LIÇÃO SETE 1. Mencione outros valores que o filho perdeu ao se distanciar do Pai. 2. Por que o jovem disse: “Levantar-me-ei”? Revista de Estudo Crescimento Bíblico 66 LIÇÃO OITO 1. Mencione ao menos um texto que prova que Deus é contra a avareza. 2. Mencione três verdades que mostram a diferença entre os que são salvos e os que são apenas religiosos. LIÇÃO NOVE 1. Se toda autoridade vem de Deus, por que ele dá autoridade a homens ímpios? 2. O que Jesus ensinou com a insistência da viúva? LIÇÃO DEZ 1. De que forma podemos desprezar o nosso próximo? 2. Mencione nomes de pessoas na Bíblia que tinham atitudes que os faziam passarem por pessoas corretas, sem de fato serem. LIÇÃO ONZE 1. Qual é o significado de “entrará” e “saíra”, no texto básico da lição? 2. De que maneira o Senhor nos conhece? LIÇÃO DOZE 1. O que acontecerá com o cristão que não produz fruto? 2. Qual o meio usado por Deus para “limpar” o cristão? GLOSSÁRIO: Argueiro (S.m.) = Partícula leve, cisco. Coisa insignificante. Burlar (V.t.d.) = Praticar burla contra; fraudar, defraudar, lesar. Lograr, enganar, ludibriar. Chacotas (S.f.) = Zombaria. Contraposição (S. f.) = Ato ou efeito de contrapor(-se); oposição. Copiosa (Adj.) = Abundante. Grande, extensa. Depreender (V.t.d.) = Atingir a compreensão de; perceber, compreender. Desígnio (S.m.) = Intento, intenção, plano, projeto, propósito. Displicência (Bras.) = Descuido, descaso, desmazelo, negligência. Escória (S.f.) = fezes. Coisa desprezível. Revista de Estudo Crescimento Bíblico 67 Euforia (S.f.) = Sensação de perfeito bem-estar. Alegria intensa. Joio (S.m.) = Bot. Erva anual, da família das gramíneas (Lolium temulentum), que cresce caracteristicamente nas plantações de trigo, e chega a atingir 80cm de altura. É cespitosa, de folhas lineares e ásperas, flores mínimas, associadas em espiguetas que formam espigas, e tem um princípio tóxico. Imaturo (Adj.) = Que não é ou não está maduro. Prematuro, precoce, antecipado. Ímpeto (S.m.) = Movimento arrebatado; arrebatamento. Manifestação súbita e violenta; impulso, ataque. Incauto (Adj.) = Não acautelado; imprudente. Infortúnio (S.m.) = Infelicidade, desventura, desdita, desgraça. Insensato (Adj.) = Falto de senso ou razão; demente, louco. Inteligível (Adj.) = Que se compreende bem. Introspecção (S.f.) = Observação da vida interior pelo próprio sujeito; exame que alguém faz dos próprios pensamentos e sentimentos. Mórbido (Adj.) = Enfermo, doente. Plausível (Adj.) = Que merece aplauso. Razoável, aceitável, admissível. Preeminente (Adj.) = Que ocupa lugar mais elevado. Superior, sublime. Subseqüente (Adj.) = Que subsegue no tempo ou no lugar; imediato, ulterior, seguinte. Trave (S.f.) = Grande tronco ou madeiro grosso, usado para sustentar o sobrado ou o teto de uma construção. REVISTA "CRESCIMENTO BÍBLICO" - A sua elaboração passo a passo 1º Passo - Um tema que atenda a necessidade básica da Igreja é escolhido. São selecionados os textos básicos de acordo com a Versão Revista e Corrigida Revista de Estudo Crescimento Bíblico 68 e criados os títulos das lições de acordo com o tema central. Por fim são acrescentados os objetivos de cada lição; 2º Passo - É feita uma reunião com os comentaristas, previamente selecionados, seguindo alguns critérios: Assiduidade na EBD, comprometimento com a Revista Crescimento Bíblico, conhecimento das Escrituras, habilidade para escrever e vida cristã exemplar. Nesta reunião é discutido o tema e feita a distribuição das lições, determinando-se o prazo de um mês para a efetivação da mesma; 3º Passo - As lições, depois de elaboradas, são reunidas em um arquivo no Word. 4º Passo - As lições são lidas, fazendo-se pequenos ajustes para harmonização entre elas; 5º Passo - Os textos bíblicos são cuidadosamente verificados com os seguintes objetivos: Ver se houve engano na hora da digitação, se o texto bíblico mencionado tem relação com a afirmação feita pelo comentarista; 6º Passo - Os passos seguintes são: Correção teológica, correção ortográfica e revisão geral; 7º Passo - O arquivo do Word é exportado para o PageMaker. P65, e feita a editoração gráfica. Neste passo são acrescentados o texto básico, o versículo chave, o culto familiar e a sugestão de hinos da Harpa Cristã, escolhidos de acordo com o tema da lição; 8º Passo - A capa da revista é elaborada no Corel Draw, seguindo os seguintes critérios: Foto relacionada com o tema da revista. Design harmonizando cores, tamanho e estilo das fontes. Uma ou mais cores primárias deverá estar presente. 9º Passo - Uma cópia em CD da revista completa é reproduzida e encaminhada para a Gráfica do Exército; 10º Passo - A gráfica elabora uma "prova" que, depois de conferida é devolvida para correções. Um nova prova é elaborada e assinada, autorizando a Gráfica confeccionar as revistas; 11º Passo - Por fim, as 1.100 revistas ficam prontas, e disponibilizadas para a igreja. Esta é a sua Revista Crescimento Bíblico. Valorize-a. DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ