Trancoso - turistacidental.com

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Trancoso
É Uma das actuais estrelas do verão brasileiro. cada vez mais requintada,
ponto de artistas e celebridades, atrai pessoas que habitam o universo das
colunas sociais e revistas cor-de-rosa, de actores globais a descolados,
ou gente que apenas quer ver e ser vista. Situada no alto de um outeiro,
a pequena vila do século XVI fundada por jesuítas, é hoje um lugar ideal
para fugir da agitação das cidades
Igreja de S. João
Praia do Espelho
A HISTÓRIA
A aldeia de São João Batista dos Índios, actual Trancoso, foi
fundada pelos jesuítas em 1586 com a finalidade de defender
a região dos contrabandistas de pau-brasil. No alto de um
outeiro de onde se vislumbra um cenário de praias, foz de
rio e um imenso coqueiral, mantem-se até hoje como um
dos últimos exemplares ainda conservados das povoações do
Brasil nos primeiros anos de colonização.
A vila tem o traçado urbano típico dos jesuítas. A planta é um
grande rectângulo com a igreja de São João Baptista numa
das pontas, de costas para o mar. De ambos os lados, casinhas
de várias cores, quase de bonecas, construídas em linha recta,
pequenas, baixas e coladas umas nas outras, formam uma grande
praça, chamada de Quadrado. A Igreja de São João, erguida
pelos jesuítas em 1656, mantém-se como símbolo, branca e
pequena, a condizer com o resto da arquitectura que a rodeia. À
sua frente, uma cruz e dois mastros com bandeiras com a figura
de S. Sebastião, festejado aqui a 20 de Janeiro. Durante quase
três séculos, o vilarejo esteve praticamente isolado do mundo, e
pouco mais de uma dezena de famílias aqui viviam, espalhadas
pelas cerca de 60 casinhas, enfileiradas dos dois lados da praça
– diz-se que os casamentos só eram permitidos entre jovens que
morassem em lados opostos, para não haver consaguinidade.
500 ANOS DEPOIS
Gal Costa teve casa aqui até há pouco tempo;
Elba Ramalho continua a viver num imenso casarão em cima
da praia; o famoso publicitário Nizan Guanaes, os actores Bruna
Lombardi e Carlos Alberto Ricelli, entre outros, também
têm por aqui um casarão escondido entre a densa vegetação;
o apresentador e descolado Luciano Huck, o actor Miguel
Falabella, os glamourosos, ricos e badalados Gisele Bundchen e
Leonardo di Caprio, e a top model Naomi Campbell já deram
o ar da sua graça por aqui – dizem até que Gisele e Naomi já
compraram um terreno. Quem vem a Trancoso quer voltar,
tornando-se frequentador assíduo, ou acabando mesmo por
comprar um pedaço de terra. Trancoso virou mesmo uma das
localidades mais badaladas do Brasil, mantendo no entanto a
sua tranquilidade, pacatez e imenso charme. É uma espécie
de Nova Iorque tropical do século XVII: chic, cosmopolita,
sofisticada até, mas sem o stress dos dias de hoje… e nada de
(muito) trabalho. O ritmo aqui é baiano, do bom! “Aqui
o ritmo é outro, a morte súbita dura 3 dias” – dizem. E
acrescentam: “aqui não se usa celular, usa-se molequelar”
– diz-nos alguém – “manda-se o moleque dar o recado.”
Nos anos 70 do século passado começaram a chegar
os hippies – sempre eles!, ou os surfistas, os modernos
descobridores de paraísos. Por essa altura ainda
funcionava o sistema da troca directa. Nada de dinheiro:
trocava-se um peixe por três cocos, um cabrito por
madeira, e assim por diante. Segundo descreve Léa
Maria Aarão Reis, num livro sobre o sul da Bahia:
”os hippies causaram estupor junto aos nativos, os
trajes, os cabelos, o modo de ser e de viver, mas não
incomodavam, chegavam às levas, mansos, conviviam
razoavelmente bem com as comunidades locais.”
Passados quase 500 anos a vila pouco mudou. Nos anos 80
chegou a luz eléctrica e, depois, a BR-101, a estrada asfaltada
que a liga a Porto Seguro. Desde então, Trancoso assiste à
chegada de turistas vindos dos quatro cantos do mundo, em
busca de sol, mar e tranquilidade. Trancoso combina elegância
e simplicidade, num estilo hippie chic. É assim Trancoso!
Os hippies, da “paz e amor”, já pouco se vêem por aqui:
ou foram em busca de outro Shangri-Lá, ou... viraram hippies
chiques e badalados. Trancoso combina hoje descontracção com
charme, sofisticação com informalidade. Brasileiros ricos, muito
ricos, sobretudo Paulistas – há quem lhe chame “uma sucursal
do litoral norte de S. Paulo” – e europeus, misturam-se com
personagens nordestinas que parecem ter saído, por engano ou
por momentos, de um romance de Jorge Amado, e que, por sua
vez, se misturam com os nativos, gente hospitaleira e simples,
que convive com famosos como Maitê Proença ou Miguel
Falabella. A jornalista Joyce Pascowitch, diz que Trancoso já está
praticamente incorpada no seu sistema sanguíneo.
Apetece fazer tudo o que Trancoso tem para oferecer, mas ao
mesmo tempo não apetece fazer absolutamente nada; entrar
no ritmo dos locais, muito próprio e sábio de gerir o seu
tempo – fazem-no como ninguém, simplesmente... deixando
rolar! Vive-se por ali num clima de “paz e amor”... mas
sempre acompanhado com bolhas de champagne.
Mas Trancoso está aos poucos deixando de ser um segredo
bem guardado, coisa que desagrada e incomoda aos “novos
descobridores”. Mesmo assim, excluindo os meses entre
Dezembro e Fevereiro – quando Trancoso “entope” de
gente –, continua pacato, tranquilo com características de
pequeno vilarejo nordestino: a grande sensação dos últimos
Praia dos Nativos
30 dias, aquando da nossa estadia, foi a inauguração
da caixa electrónica do Banco do Brasil dentro do
supermercado do Izinho.
O CORAÇÃO DE TRANCOSO
O Quadrado é a alma, o centro efervescente de
Trancoso. Fora dele, pousadas e casas chiques, de estilo
“balinês de Trancoso”, escondem-se, bem integradas
por entre a densa, imensa e exuberante vegetação tropical. O Quadrado é
uma mistura de campo de futebol, pasto de cavalos e praça pública onde todos
se encontram. A maioria das casas estão transformadas em lojas, bares, pousadas,
restaurantes – uns rústicos, outros chiques e badalados onde, a cada temporada,
são chamados chefs paulistas para darem uma “renovada” no menu. Mangueiras,
amendoeiras, cajazeiros e cajueiros fazem sombra a bancos e mesinhas, também
coloridas, que se espalham aqui e acolá. No final da tarde, todos os caminhos vão
dar ao Quadrado: os nativos jogam à bola; os capoeiristas formam roda ao som do
berimbau e dançam como ninguém esta luta ancestral com os seus corpos de ébano
esculpido; crianças brincam despreocupadas; os cães correm atrás de uma bicicleta
que passa; uma fila de jegues, guiada por um nativo para “lá de Marrakech” pela
quantidade de pinga ingerida, passa cantando, com ar de encontro marcado no
fim do mundo, cruzando-se com um rapaz que traz cavalos, vindos da praia – de
passear turistas – , e solta-os na relva para pastarem. Gente bronzeada circula entre as
casinhas, as lojas e os restaurantes começam a abrir as portas. Escolhe-se uma mesa,
pede-se qualquer coisa e deixamo-nos ficar observando quem passa.
Atrás da igreja há um mirante com vista maravilhosa – os coqueiros e o mar formam
um cenário deslumbrante –, e é um lugar sossegado, fantástico para observar a
paisagem, principalmente ao entardecer – a luz de Trancoso a partir das quatro da
tarde é magnífica – e esperar que a lua, de preferência cheia, surja vinda do mar.
À noite o Quadrado ganha outro encanto, mas assim mesmo especial. Sem postes de
luz eléctrica, a pouca iluminação vem do interior dos restaurantes, das lojas, das velas
acesas nas mesas, dos pirilampos, das estrelas e da lua. E, depois de um óptimo jantar
num dos restaurantes do Quadrado – e se quiser cair na gandaia – vá até aos “Loucos”,
onde se dança forró e os famosos de Trancoso se misturam com nativos, turistas e,
principalmente, com os capoeiristas, as estrelas da noite, nesta dança sensual de sabor
nordestino, no molejo do agarra-agarra, e onde o lema é: “A primeira e a segunda
música dá para dançar... à terceira, se começar a tornar-se perigoso caia fora... e vá ver
a lua no céu estrelado, enquanto os pirilampos bailam à sua volta!”.
É difícil escrever sobre um lugar tão pequeno, com tanto para falar e tanto
para conhecer. Com tão pouco tempo para o fazer, f ica tanto para contar,
para ouvir, para ver. Mas isso f icará para outra vez, porque Trancoso
enfeitiça-nos e dá vontade de voltar, voltar sempre...
Itapororoca
“Se o mundo fosse uma rádio, a Bahia seria a melhor estação”, diz Ivete Sangalo.
E nós acrescentamos: “e Trancoso, a nossa música preferida”.
AS CARAS HIPPIE CHIQUES DE TRANCOSO
Os hippie chiques de Trancoso são pessoas felizes, alegres,
de bem com a vida. Conhecemos alguns: uns melhor, outros
nem tanto assim, apenas de uma noite de conversa; outros
ainda de ver passar; e muitos de ouvir falar... Vamos a isso.
Dôra, baiana de Salvador, chegou a Trancoso à 23 anos.
Actriz “de carteirinha”, resolveu abandonar tudo e vir para
aqui com seu marido de então, um holandês. Ela é uma
das primeiras novas descobridoras. Nessa época não dava para
vir pela estrada, porque não existia. Levou três dias até chegar,
desde Porto Seguro, sempre pela praia. Nessa época só tinha
cachorro, cavalo e galinha no meio da rua – continua a ter, só
que agora misturam-se com gente bonita, chic e bronzeada,
pensei. Tinha que tomar banho no rio – continuou Dôra –,
não havia luz. Odeiei isto! Só me queria ir embora. Isto era o
pior lugar do mundo, queria fugir e nunca mais voltar. Mas estava
casada, e onde marido vai, mulher tem que ir atrás, né? Foi um
horror. Dormíamos no chão numa casa de pau a pique. Peguei tudo
quanto era doença: cachumba, bicho do pé, sarampo... Depois fiz
uma pensão. Qual era o nome?, pergunta-se. Aluga-se quarto!
“Todo mundo deveria passar um dia por semana na Bahia, um dos lugares
na Terra que mais se assemelha ao paraíso e onde o ócio criativo é praticado
a full time”. Domenico De Masi, escritor italiano e teórico do ócio produtivo
– exclama com uma gargalhada. Fiz depois uma lanchonete, e
em seguida este restaurante. Antigamente só dava para o ter aberto de
Dezembro a Março. Depois fechava por falta de clientes, mas agora
já não. Trancoso mudou e está na moda! E o seu restaurante, o
Cacau, é um dos mais badalados. Com um estilo e menu
bem ao género do vilarejo – despojado, chic e exótico – são
famosos os seus mini acarajés, as moquecas, o peixe do Cacau
é delicioso, ou o Camarão Nativo (com molho de coco verde
e lascas de coco, servido na folha da bananeira).
Zé das Velas é outra personagem, assim chamado porque faz velas.
Mas é também cantor de mão cheia, primo de Cazuza, e chegado
numa bebidita. De vez em quando canta num restaurante: uma,
duas, três noites seguidas, para pagar as “contas pendentes”.
Ricardo Salem, um dos primeiros a chegar a Trancoso – há
mais de 20 anos –, estava na carreira diplomática. Ali toda
a gente fala de Salem. Não o conhecemos porque estava de
viagem, no Nepal, mas é facto que a maior parte das boas
casas de Trancoso foram projectadas e construídas por si; e
que tem muitos negócios, desde o imobiliário a plantações de
madeira, marcenaria… e até que um bife leva o seu nome no
restaurante Cacau, o “filé à Salem”.
Calé é outro dos nomes da velha vaga que se ouve insistentemente
por aqui. Também chegou no tempo dos hippies e, como hippie,
era modelo fotográfico, tinha uma carinha de anjo. Não se sabe
se o anjo virou lobo, mas é hoje um dos homens de negócios
mais importantes de Trancoso, principalmente imobiliários,
mas também com interesses na hotelaria – é um dos sócios do
novíssimo Club Med de Trancoso.
De Leila Salum, dizem que foi a primeira não nativa a chegar
com Joel, seu companheiro nos anos 70. Leila vive hoje do
aluguer de imóveis da família. Carmem, paisagista da maioria
dos jardins de “Quem é Quem” em Trancoso, chegou na
mesma época de Dôra. Sandra e Fernando, eram hippies e
vendiam comida. Mais tarde e, continuando no ramo, abriram
um dos mais famosos e melhores restaurantes de Trancoso, o
Capim Santo, que tem filial em S. Paulo, na Vila Madalena.
Fernanda Mangarosa – é assim que é conhecida – recolhe
material para escrever um livro sobre a história de Trancoso.
A NOVA VAGA
A nova vaga – dos novos habitantes de Trancoso – faz-se
sentir mais perto do final do século passado e, em rigor, não
podem ser definidos como hippie chiques, por que de hippies
nunca tiveram nada. São mais chiques urbanos, cosmopolitas
e, claro, ricos. Márcia e Taliberti, paulistas, super-urbanos,
fazem parte desse grupo mais recente mas, mesmo assim,
super apaixonado por Trancoso. Márcia trabalhava como
gerente dos caixas na Daslu, a mais chic e exclusiva loja do
Brasil – em S. Paulo – e certamente da América Latina, e
Taliberti trabalhava na Bolsa como corretor. Há dois anos
começaram a vir a Trancoso, e, um belo dia, resolveram
mudar de vida. Em apenas três meses mudaram-se de armas
e bagagens para este pacato vilarejo. Os casacos e gravatas que
Taliberti usava, as roupas de marca e a colecção de sapatos
(Gucci, Prada, Blanik) de Márcia, ficaram esquecidos. Agora
brinca: tenho uma linda e imensa colecção de havaianas de todas as
cores. Resolveram meter-se num ramo, do qual não tinham a
menor experiência, o da restauração. Abriram o Maritaca,
à entrada do Quadrado, instalado num imenso armazém de
madeira, decorado com gosto e onde se comem deliciosos
pratos. Domingo à noite é dia de pizza, um must! No final
do ano, início da alta temporada, trazem um chef de S. Paulo,
– Wanderley Silva, primeiro cozinheiro do Bassoleil –, e um
piazzaiolo, para inventarem novas delícias e darem “um trato”
no menu. Márcia aconselha a pizza de parma com rúcula, o
souf lé de goiabada com calda de catupiry, a salada shiitake, ou
o filé mignon gratinado com queijo brie. E nós não discutimos.
Márcia e Taliberti têm planos para abrir um mini Fauchon.
Outra figura da nova vaga é Gabriel Junqueiro Franco,Bié
para os amigos. Paulista, empresário, visitou Trancoso pela
primeira vez depois da sua filha Ana ter regressado a S.
Projecto Terra à Vista
O primeiro empreendimento do Projecto Terra à Vista foi o Club Med,
construído sobre as falésias e uma praia belíssima em baixo. Seguiuse depois a construção de um dos melhores e mais bonitos campos
de golfe de 18 buracos do Brasil, idealizado e executado por Dan
Blankenship, um dos maiores especialistas de golf do mundo. Dentro
do Complexo Terra à Vista será ainda construída uma aldeia típica da
região – com restaurantes, lojas, pequenas pousadas, um condomínio,
e mais dois hotéis de luxo, um deles da rede Kempinski.
As áreas construídas seguiram o traçado dos pastos da antiga fazenda,
deixando intocados os espaços ocupados pela Mata Atlântica nativa.
O projecto incluirá ainda o Museu do Descobrimento, que reunirá os
achados arqueo­lógicos encontrados durante as escavações no terreno.
Paulo apaixonada pelo vilarejo. Ele e a mulher ficaram encantados,
voltaram, voltaram, e voltaram… até comprarem um terreno onde
construíram uma das casas mais bonitas e charmosas de Trancoso.
No jardim, uma piscina inesquecível e uma vista de tirar o fôlego
para a Praia de Itapororoca. A casa ficou pronta há um ano, ainda
falta o corrimão da escada, mas isso não conta – diz com uma gargalhada.
E certamente que, tão cedo não haverá corrimão. Também, para
quê? Não faz falta, o paraíso na terra tem que ter algumas falhas!
Hoje Bié divide o seu tempo entre S. Paulo e Trancoso. Abriu uma
empresa, a Latitude 16, uma empresa 100% adrenalina com programas
de aventura pela região e, entre outras opções, passeios de Land Rover.
Gosta cada vez mais de ficar por aqui, diz-se bicho-do-mato, no simpático
sentido da palavra, gosta do sossego, da tranquilidade do local, de ficar
sentado à noite no jardim a ver as estrelas e de acordar cedo, bem cedo,
e ir correr para a praia. Não é à toa que os amigos, na brincadeira, o
chamam de “o homem mais bronzeado de Trancoso”.
AS PRAIAS
Trancoso não encanta apenas pelo charme tranquilo do vilarejo, nem
da gente cosmopolita que por ali passa. Trancoso é também – há quem
diga que sobretudo – a sua vegetação luxuriante e as suas belíssimas
praias. Os morros e falésias coloridas misturam-se na areia das praias,
beijadas por coqueiros e cortadas aqui e ali por rios que desaguam
no mar verde-esmeralda. Por entre as casas que ladeiam as praias ou
se escondem nos morros, árvores, muitas, de todos os tipos, e que se
misturam entre hibiscos, bromélias, orquídeas e outras f lores exóticas,
Praia do Espelho
tropicais e coloridas. Nelas, anónimos e famosos
refugiam-se do burburinho das cidades grandes,
deixando-se seduzir pelo sol. As suas praias são
famosas e tornam-nos cúmplices da sua beleza:
umas pelo seu fascínio selvagem; outras pelo agito,
com barracas de praia que servem peixes assados
na telha, moquecas ou mariscos; outras pela
Rio da Barra
Club Med
CAPOEIRA (Sul da Bahia)
A capoeira, um misto de dança e luta, criada
e desenvolvida no Brasil pelos escravos
– como meio de defesa e resposta às ameaças
e agressões físicas sofridas – com base
em tradições africanas, é actualmente uma
importante manifestação cultural brasileira.
E é na Bahia que tem mais expressão. Como
arma de combate, ela utiliza os braços, as pernas,
as mãos, os pés, a cabeça, os cotovelos, os joelhos
e os ombros. Dos grupos de capoeira participam
lutadores, com golpes de ataque e defesa,
e instrumentistas. Os instrumentos utilizados
na capoeira são o berimbau, o caxixi, o atabaque,
o pandeiro e o reco-reco. O berimbau é o mais
importante, pois dirige o ritmo da luta. No final
da tarde, é comum assistir-se a uma apresentação
de Capoeira no Quadrado. É a Escola Capoeira
Sul da Bahia, orientada pelo professor Ricardo,
seguidor do Mestre Railson.
tranquilidade. A descrição é exaustiva, mas a sua singularidade
merece o esforço de concentração. Do Rio da Barra à Praia
dos Coqueiros são quilómetros de águas límpidas e mornas
ladeadas por coqueirais ou falésias, e entrecortadas por rios e
manguezais. Irresistíveis...
Taípe, praia isolada por altas falésias onde o mar é aberto e
batido, algumas barracas de praia dão apoio com serviço de
bar e restaurante. Rio da Barra é outra área deslumbrante no
caminho de Trancoso. Do lado direito, o rio da Barra mostra
uma paisagem de manguezal, uma grande extensão de praia
plana e coqueiral. Antes da Barra, o rio forma uma enseada.
Do outro lado, a praia de mar aberto onde as ondas avançam
metodicamente contra as falésias. A praia do Rio Verde, de
mar aberto, tem ondas pequenas. Nas proximidades do Rio
Verde forma-se uma lagoa – a cerca de 50 metros da praia.
A Praia dos Nativos, por seu lado, circunda o vilarejo de
Trancoso. Um rio, o Trancoso, mistura-se na paisagem, e
vai desaguar nas suas águas. É extensa e de ondas calmas.
Na praia dos Coqueiros, as piscinas naturais formadas
pelos recifes tornam-na óptima para banhos e a prática de
mergulho. Também circunda o outeiro de Trancoso, e é ali
que se encontra a maior concentração de barracas de praia. A
praia da Pedra Grande, de águas calmas devido à rebentação
das ondas nos recifes externos que formam piscinas naturais
na maré baixa, é a indicada para quem pratique o naturismo.
A prática não é oficializada – a área foi loteada, e os
proprietários colocaram placas proibindo naturistas na praia
–, mas há sempre quem faça. A de Trancoso é extensa, com
um pequeno rio que corre paralelo à praia. A Barra do Rio
dos Frades é protegida por recifes e tem rio e manguezal.
Na Ponta de Itaquena, a Foz do Rio dos Frades separa-a da
Ponta de Itapororoca. Tem ondas fracas, piscinas naturais na
maré baixa, recifes e coqueiros. A Praia Itapororoca é a mais
distante da vila. Quase deserta em toda a sua extensão tem
mar de águas claras, é lindíssima, sobretudo na maré baixa,
quando os recifes formam piscinas naturais. Ao norte tem um
riacho para banhos de água doce. A 20 km de Trancoso fica a
praia do Curuipe, já em direcção a Caraiva, antigo povoado
de pescadores. Tal como a praia do Espelho, tornou-se uma
das mais famosas praias do Brasil.
4
DICAS A TER EM CONTA
• esqueça os sapatos bons e de salto alto.
Adopte o estilo hippie–chic de Trancoso:
use e abuse das havaianas
• leve dinheiro. A maior parte dos restaurantes
e lojas não aceita cartões de crédito. Só há
uma caixa multibanco, aberta recentemente
e motivo de falatório e badalação. Fica dentro
do supermecado do Izinho.
• não esqueça o repelente de mosquitos
• se gosta de curtir o charme de Trancoso,
mas com agito q.b, evite ir nas épocas altas
– de finais de Dezembro até ao Carnaval.
A vila pode “engarrafar” de gente.
ONDE COMER EM TRANCOSO
Cacau (Quadrado - tel. 668-1266)
Aberto das 17h00 até ao último cliente. Fecha às segundas-feiras.
Cozinha variada de inf luência baiana e oriental.
Não aceita cartões de crédito.
Capim Santo (Quadrado - tel. 668-1122)
Aberto das 17h às 22h. Fecha aos domingos.
Inaugurado em Janeiro de 1985, faz parte da história de Trancoso, pois é um
dos pontos de encontro do lugar. As especialidades são os criativos pratos de
peixes. Experimente o filé de badejo recheado com nozes e manjericão com
molho de limão, ou o atum grelhado com molho de soja e gengibre.
Não aceita cartões de crédito.
Cambusa (Rua do Telégrafo - tel. 668 1339)
Aberto a partir das 18h.
Pizzas e comida internacional, com destaque para o camarão ao coco
verde e o filé ao funghi.
Não aceita cartões de crédito.
Cantinho Doce (Quadrado)
Com 14 anos de vida, ficou famoso pelas suas tortas e outros tipos de doces
e, claro, as cerca de 150 pingas temperadas – tem até pinga com cobra!
Não aceita cartões de crédito.
El Gordo (Quadrado)
Comida típica portuguesa e tapas-bar. O dono é português, proprietário
do El Gordo, no Bairro Alto, em Lisboa.
Jacaré (Pousada do Quadrado)
Rodeado de jardins com árvores centenárias, um deck elevado com mesas
ao ar livre com vista para o Quadrado, luz de velas e música ambiente.
Laila Amani (Canto Verde - tel. 668-1857)
Comida árabe. Prove a limonada com água de rosas ou f lor-de-laranjeira.
Não aceita cartões de crédito.
Maritaca (Rua Carlos Alberto Parracho - tel. 668 – 1258)
Fecha às quartas-feiras.
Óptimas massas e pizzas caseiras. Domingo é dia – quase obrigatório – de
ir jantar ao Maritaca.
Não aceita cartões de crédito.
Portinha (Quadrado - tel. 668-1054)
Comida a quilo, caseira, feita no fogão de lenha e de boa qualidade.
Durante a semana é um point aos almoços.
Não aceita cartões de crédito.
Silvana e Cia (Quadrado)
Come-se sob a sombra de uma amendoeira. Comida caseira, com
destaque para a moqueca bahiana, bóbó de camarão ou caruru, entre
outros quitutes feitos pela simpática Silvana, nativa de Trancoso.
Não aceita cartões de crédito.
ONDE COMER NA PRAIA
A Barraca do Jonas (Praia dos Coqueiros - tel. 668-1345)
Serve ótimas moquecas de peixe, camarão e polvo. Tudo fresco, comprado
directamente aos pescadores. Tem tambem óptimos tiragostos: aipim frito
ou, carne de sol para acompanhar a cerveja… sempre geladíssima.
Bar da Costa (Pousada Estrela D’Água - Estrada Arraial D’Ajuda - Praia dos
Nativos - tel. 668-1030)
Funciona das 18h às 24h.
Cozinha variada. O seu bar da praia é dos mais concorridos, especialmente
aos Domingos: virou point da gente chic com casas por aqui.
Pé na Praia (Praia de Pedra Grande)
Mais que uma barraca de praia é um recanto onde se vai para relaxar,
curtir a praia e tomar uma cerveja gelada. Tem comida vegetariana.
Restaurante do Brando (Vila do Outeiro - Praia do Curuipe - tel. 9962-8439)
Um dos restaurantes de praia mais in. Óptimas massas e espetinho de
camarão com nasi goreng.
Silvinha (Praia do Espelho - as reservas devem ser feitas com antecedência pelo
telefone 9985-4157)
Instalado numa simpática construção caiçara, serve comida com toques
e sabores orientais adaptada à vida local, com base em de frutos do mar e
peixes. Silvinha é uma figura e vale uma visita. Só aceita com marcação.
onde Comprar
Cerâmica do Calazans (Quadrado)
Peças de cerâmica.
Damião (Quadrado)
O pintor de arte naïf de Trancoso. Vale conhecer.
Etnia (Quadrado)
Dos proprietários da Pousada Etnia, é uma loja chic, com objectos e peças
antigas, provenientes dos quatro cantos do mundo, especialmente do Oriente.
Hortelã (Quadrado)
Roupa, bijouteria e artigos de casa.
Jacaré do Brasil (Quadrado)
Dos proprietários da Pousada do Quadrado, vende movéis e outros
objectos de decoração. Tem muitas peças da Oficina de Agosto – de Minas
Gerais. Vale uma visita.
Lenny (Canto Verde)
Fatos de banho, biquinis e roupa de praia da famosa estilista Lenny Niemeyer.
Ora Santo (Capim Santo - Quadrado)
Interessantes Oratórios feitos por Aline Bettendorf.
Santo do Pau Oco (Quadrado)
Arte e artesanato do Brasil.
Santa Bárbara (Quadrado)
Relicários, pintura e artesanato.
Totem (Canto Verde)
Roupa mais do que descolada e na moda.
Aldeia Trancoso (R. Carlos Alberto Parracho)
Roupas e acessórios.
Marola (Quadrado)
Também de Beth Jeker, dona da Aldeia Trancoso, esta loja vende biquinis
e acessórios para a praia.
PARA PASSEIOS NA REGIÃO
Paraíso Turismo (tel. 73.575 2360)
Latitude 16 (tel. 73.8803 0016)
Edu (tel. 73.9979 6567) Eduardo Cruxen tem carro próprio e faz
passeios e transfers à medida.
Sol (Solumar, tel. 73.668 1637) Aluga cavalos a 20 Reais a hora.
Silvinha
Jacaré do Brasil
À esquerda, suite das Villas of Trancoso.
Em cima, quarto da Pousada do Quadrado.
PARA FICAR EM TRANCOSO
Etnia
5 quartos, piscina, restaurante e loja de decoração
Rua Principal, s/n, Tel.00-55-73.668 1137
[email protected]
www.etniabrasil.com.br
(ver matéria detalhada a partir da página 128)
Estrela D'Água
24 quartos e 2 chalés, piscina e restaurante
Estrada do Arraial, Praia dos Nativos, Km 1, Tel. 00-55-73.668 1030
[email protected]
www.roteirosdecharme.com.br
(ver matéria detalhada a partir da página 140)
O Q UE
ainda
Pousada do Quadrado
Um dos primeiros projectos de Beatriz Regis Bittencourt e Ricardo Salem. Em 2002, o arquitecto e decorador paulista Sig
Bergamin redecorou toda a pousada, criando novos ambientes,
amplos e charmosos, preservando as características principais do
projecto. A pousada tem 11 quartos.
FALTA SABER
COMO CHEGAR
Trancoso fica no Estado da Bahia, a 756 km de Salvador e a 27 km de Porto Seguro.
Para chegar a Trancoso tem que ir de avião até Porto Seguro; em seguida atravessa de
balsa para Arraial d’Ajuda, que fica a 26 Km de Trancoso. O trajecto é feito por uma
estrada com trechos de terra e asfalto e leva aproximadamente 45 minutos; outra opção
é entrando na BA-001 ao km 33 da BR que liga Eunápolis a Porto Seguro. A partir da
BR, são 47 km até Trancoso por estrada asfaltada.
OUTRAS COMPANHIAS aéreas que voam para este destino
A Varig tem ligações aéreas para Porto Seguro desde várias cidades do Brasil. De Lisboa
– Porto Seguro, existem voos directos (charters) com a Abreu, Mundo Vip e TerraBrasil
(consulte o seu agente de viagens).
OPERADORES que vendem este destino
Abreu, Mundo Vip e TerraBrasil
Restaurante Maritaca
Quadrado, Tel. 00-55-73.668 1808
[email protected]
www.pousadadoquadrado.com.br
Pousada Capim Santo
Tem 6 quartos e 3 suites.
Quadrado, Tel. 00-55-73.668 1122
[email protected]
www.capimsanto.com.br
Club Med
Inaugurado em 2002, tem 300 quartos, todas com as infra-estruturas habituais que estes villages oferecem aos seus hóspedes.
Estrada do Arraial, Praia de Taípe, km 7
Tel. 00-55-73.575 8400
Villas of Trancoso
Na praia dos Nativos, cinco villas com um ou dois quartos cercados por jardins tropicais e acesso directo à praia.
Estrada Arraial d’Ajuda, km 23,5
Tel. 00-55-73.668 1151
[email protected]
A B agradece o apoio da Pousada Etnia, Pousada Estrela D’Água, Bis e Paraíso Turismo

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