análise físico-química e microbiológica da água tratada do

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análise físico-química e microbiológica da água tratada do
Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 8, n° 1, 2015, p (1-9), 2014 ISSN 18088597
ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA E MICROBIOLÓGICA DA ÁGUA
TRATADA DO MUNICÍPIO DE CÓRREGO DO OURO
Gabriel Araújo Mota e Silva1, Itallo Martins de Oliveira1, Taise de Souza Silva1; Lana
Cristina Bueno Miranda de Carvalho1, Cristiane Karla Caetano Fernandes2, Antonio de Freitas
Gonçalves Júnior2, Sueza Abadia Oliveira de Souza2
RESUMO
A água é o nosso maior tesouro, sem ela a vida não seria possível, pois constitui cerca de 70%
do corpo humano, está presente nos transporte de nutrientes e mantém o controle do volume
intravascular. A ingestão diária de água demonstra a necessidade de uma boa qualidade da
mesma. Esse estudo teve a finalidade de verificar a qualidade higiênico-sanitária da água de
consumo humano, distribuída pela empresa SANEAGO na cidade de Córrego do Ouro - GO.
Foram colhidas 10 amostras de casas diferentes em todo o município, para cada uma delas
fizeram-se duas determinações, o teste de tubos múltiplos para a determinação de bactérias
coliformes e os testes físico-químicos determinando a quantidade de cloro livre, flúor,
turbidez das amostras e seu pH. Apenas uma amostra revelou poluição fecal (GC), mostrando
uma possível contaminação do reservatório (caixa d’água). Foi verificada também a ausência de
cloro e aumento no nível de turbidez da mesma amostra nos testes físico-químicos. A presença
de uma amostra reprovada demonstra a necessidade de adotar medidas preventivas, considerando
o fator de risco à saúde dos seres humanos. O tratamento e a higienização dos reservatórios de
água (caixa d’agua) é a principal forma de acabar com essas contaminações.
Palavras-chaves: Escherichia coli, Tratamento de água, Coliformes totais.
PHYSICAL AND CHEMICAL ANALYSIS AND MICROBIOLOGICAL OF
TREATED WATER OF CÓRREGO DO OURO
ABSTRACT
Water is our greatest treasure, without it life would not be possible, because it constitutes
about 70% of the human body, is present in the transport of nutrients and keeps track of the
intravascular volume. The daily intake of water demonstrates the need of a good quality thereof.
This study aimed to verify the sanitary hygienic quality of water for human consumption,
distributed by SANEAGO company in Córrego do Ouro-GO. Ten samples from different places
around the city were collected, two determinations for each of them were made, the multiple
tube test for the determination of coliform bacteria and physicochemical tests determining the
amount of free chlorine, fluoride, turbidity samples and its pH. Only one sample showed fecal
pollution (GC), showing a possible reservoir contamination (water tank). It was also verified
the absence of chlorine and increase in the turbidity level of the same sample in physical and
chemical tests. The presence of a failed sample demonstrates the need to adopt preventive
1
2
Acadêmicos do Curso de Farmácia da Faculdade Montes Belos.
Professores orientadores do Curso de Farmácia da Faculdade Montes Belos
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measures, considering the risk factors for the health of human beings. The treatment and
cleaning of water tanks (water tank) is the main way to end these contaminations.
Keys Works: Escherichia coli, Treatment of Water, Coliform total.
INTRODUÇÃO
A água doce é um recurso finito no
nosso mundo. Sua qualidade e quantidade
pioram a cada dia com o aumento da
população e a ausência de cuidados
voltados à preservação (MERTEN &
MINELLA, 2002). Ela constitui cerca de
70% do corpo humano, sendo importante
para manter o volume intravascular, a
distribuição/transporte de nutrientes e a
transferência
energética
(BRANCO,
2003).O desequilíbrio nesses processos
pode
ocasionar
hipernatremia
ou
hiponatremia e alterações na osmolalidade
plasmática (MOTTA, 2005).
O grande aumento econômico e
populacional gera resíduos sólidos e gases
nocivos à saúde humana (SANTOS, 2010).
O Brasil apresenta vários municípios com
problemas ambientais relacionados ao fim
dado aos resíduos sólidos e líquidos que
geram uma contaminação, microbiológica
e química, das águas do solo e por último,
ao próprio ser humano (ZULAUF, 2000).
Quando o termo “qualidade da água” é
empregado, devemos entender que se
refere às características químicas, físicas e
biológicas próprias ao consumo, quando
essas propriedades não são enquadradas
aos limites de contaminação, a água se
torna uma fonte de propagação de
doenças, como a cólera, febre tifoide,
entre outras (ROCHA, 2007). Para que a
água seja considerada potável, após o
tratamento convencional, os parâmetros
físico-químicos e microbiológicos devem
estar de acordo com a Portaria nº36, do
Ministério da Saúde, de 19 de janeiro de
1990 (PORTARIA, 36/90).
A água de consumo humano passou
a ser controlada a partir da criação da
portaria 52/77 do Ministério da Saúde, que
instituiu a obrigação de potabilidade em todo
o território nacional, porém, só veio a ser
praticado no ano de 1999 com a criação do
Sistema Nacional de Vigilância Ambiental
em Saúde, seguindo pela publicação da
portaria 1.469/2000 (LIBÂNIO, 2010)
Dentre todos os agentes químicos presentes
na água, os principais que caracterizam uma
boa qualidade são: o cloro livre, que é
adicionado com finalidade bactericida para a
eliminação
de
bactérias
e
outros
microrganismos; o flúor, adicionado com a
finalidade de proteção dentaria contra as
cáries; turbidez que determina a presença de
materiais sólidos e o pH que tem a finalidade
de mostrar a estabilidade da água, sendo ela
ácida ou básica (FUNASA, 2009).
O tratamento e a distribuição da
água do estado de Goiás são realizados pela
Companhia de Saneamento de Goiás
(SANEAGO), que garante a qualidade da
água até a chegada às residências,
portanto, a manutenção e os cuidados
com os reservatórios domésticos ficam à
disposição dos proprietários. Durante a
distribuição da água potável pode haver
uma série de mudanças, tornando a
qualidade da água na torneira diferente da
que deixa a estação de tratamento
(DEININGER et al. 1992). Estas
mudanças podem se dar por variações
químicas, biológicas ou perdendo a
integridade do sistema (DEININGER et
al. 1992). É, portanto, imprescindível à
realização de analises microbiológicas
periódicas nos reservatórios de água,
identificando alguns microrganismos
nocivos à saúde humana, como os
coliformes
termotolerantes
e
Escherichia coli (ROCHA, 2010).Essas
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bactérias são comumente encontradas no
trato intestinal de animais de sangue
quente e, uma vez encontradas na água de
consumo, demonstra que a higiene desse
reservatório pode estar comprometida
(SILVA, 2006).
Levando em consideração a
existência de doenças diretamente ligadas à
água, sua qualidade distribuída ao
consumo, e possível contaminação nos
reservatório domiciliares, é
necessário
o controle de qualidade das águas para
consumo. Diante desta necessidade o
presente trabalho tem como principal
objetivo avaliar as condições higiênicosanitárias da água das torneiras, de
residências com e sem reservatório
domiciliar (caixa d’água), distribuídas pelo
município de Córrego do Ouro, através de
testes microbiológicos e físico- químicos,
verificando assim a qualidade da água
distribuída direto da companhia de
saneamento e as reservadas em caixa
d’água.
2. METODOLOGIA
O presente estudo é do tipo
quantitativo, qualitativo, de coorte e
experimental. Foram coletadas dez
amostras de água das torneiras, cinco de
logradouros que possuem reservatórios e
cinco sem reservatórios. Segundo o IBGE
a cidade de Córrego do Ouro possui cerca
de 2.642 habitantes.
Com o intuito de apresentar uma
amostra significativa do tratamento da
água foram seguidos os parâmetros da
portaria 513/2013 onde estabelece uma
quantidade de coletas segundo a população
do local analisado (Quadro 1).
PARÂMETROS População abastecida
Quantidade de
habitantes
< 5.000 hab.
Quantidade de 10 amostras.
amostras para
coliformes totais
5.000 a 20.000
habitantes.
20.000 a
> 250.000 hab.
250.000 hab.
1 para cada 500
habitantes.
30 amostras
+ (1 para
cada 2.000
hab.)
105 amostras +
(1 para cada
5.000
habitantes)
Máximo de
1.000
Quadro 1: Número de amostras coletadas em função da população abastecida.
As amostras foram coletadas no
mês de novembro, junto com a
metodologia utilizada que obedecem às
normas do Manual Prático de Análise de
Água (FUNASA, 2009), onde a torneira foi
flambada, com a eliminação de água por 2
minutos e coletadas em frascos estéreis de
100 ml, as amostras foram transportadas
em caixas térmicas até o laboratório de
Microbiologia da FMB, não sendo
ultrapassado o limite de 4 horas a partir da
coleta. As amostras foram coletadas de
logradouros que possuíam reservatórios
domiciliares e de logradouros desprovidos
de reservatórios na cidade de Córrego do
Ouro-GO.
Para a avaliação dos coliformes
totais e termotolerantes, utilizou-se a
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técnica de tubos múltiplos ou NMP. Foi
preparado o caldo Lactosado em
concentração simples
conforme a
preparação indicada nos frascos, o mesmo
inibe a microbiota acompanhante e, ao
mesmo tempo, é um meio de
enriquecimento para as bactérias. Foram
inoculados volumes de 5ml da amostra em
uma serie de 10 tubos contendo 5ml Caldo
Lactosado, na presença de tubo de Durham
invertido, incubadas a 35-37ºC em estufas
por 24 e 48 horas, para a possível
confirmação de bactérias do grupo
Coliformes.
Com o resultado positivo da
primeira etapa, formação de gases e
turvação do meio detectado em tubos de
Duhran, foram inoculados com alça
calibrada dos testes positivos de Lauril, aos
caldos seletivos, Verde brilhante e caldo
EC, onde o verde brilhante é especifico
para coliformes totais e o EC para Fecais
(termotolerantes), a positividade dos
testes se dá pela formação de gases e
turvação dos meios. 5 ml das amostras
foram
utilizadas
para
os testes
microbiológicos, e 100 ml foram
encaminhadas para o laboratório da
SANEAGO do município de São Luís de
Montes Belos, para a realização dos testes
físico-químicos.
Foram analisados os seguintes
parâmetros físico-químicos: Cloro livre,
pH, flúor, turbidez e cor. A coleta e o
transporte foram executados de acordo
com as normas descritas no Manual Prático
de análise de água (FUNASA, 2009),
realizadas no mesmo momento dos
microbiológicos.
3. RESULTADOS
Os
resultados
das
análises
microbiológicas da água estão apresentados
nas tabelas 2 e 3. Pela analise acima
observamos que uma das 10 amostras
apresentou positividade em caldo lactosado,
representando 10%. A mesma pertence a
uma residência com reservatório (caixa
d’água).
A Tabela 1 descreve as amostras
coletadas; a primeira letra inicial do nome
do proprietário da residência e a segunda
letra indica a presença de reservatório na
residência (C) ou não (S).
Seguindo por ordem alfabética,
sendo as amostras que terminam com C
foram coletadas de reservatórios e com S
coletadas de lugares desprovidos de
reservatório.
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Amostras
CC
GC
HC
IC
PC
CS
GS
HS
IS
OS
Caldo Lactosado
Negativo
Positivo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Tabela 1: Apresentação de bactérias do grupo coliformes, teste em caldo Lauril.
Pela Tabela 2 observamos que a
amostra GC positiva em caldo lactosado,
também apresentou positividade em caldo
EC e verde brilhante.
Amostras
CC
Caldo EC
Negativo
Caldo Verde Brilhante
Negativo
GC
HC
IC
PC
CS
GS
HS
IS
OS
Positivo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Positivo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Tabela 2: Apresentação de bactérias do grupo coliformes, teste em caldos verde brilhante e EC.
Resultados obtidos dos testes
físico-químicos: indicaram que apenas
uma amostra de reservatório (GC) obteve
alteração na turbidez. A medição do cloro
Amostra
CC
GC
HC
IC
PC
CS
GS
HS
IS
OS
Cloro
0,3mg/l
0,0mg/l
0,5mg/l
0,1mg/l
0,1mg/l
0,2mg/l
0,3mg/l
0,4mg/l
0,4mg/l
0,2mg/l
PH
7,3
6,85
7,28
7,5
7,7
7,36
7,35
7,35
7,4
7,4
apresentou alteração em 3 amostras. Todos
os
outros
parâmetros
medidos
apresentaram conformidade com a
legislação (tabela 3).
Flúor
0,71mg/l
0,0mg/l
0,85mg/l
0,78mg/l
0,60mg/l
0,71mg/l
0,40mg/l
0,80mg/l
0,78mg/l
0,58mg/l
Turbidez
0,44uT
1,06uT
0,41uT
0,43uT
0,44uT
0,45uT
0,31uT
0,22uT
0,29uT
0,39uT
Tabela 3: Resultado das análises físico-químicas. Valores de referência: Cloro Livre: 0,2 á 2,0mg/L; pH: 6 à
9,5; Flúor: 0,6 à 0,9mg/L; Turbidez: ate 1,0uT.
4. DISCUSSÃO
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A portaria nº 518, de 25 de março
de 2004, estabelece os procedimentos e
responsabilidades relativos ao controle e
vigilância da qualidade da água para o
consumo humano e seu padrão de
Quadro 2: Quantidade de amostras que podem
apresentar contaminação para uma aprovação das
análises. Referências: (1)
Valor máximo
permitido; (2) água para consumo humano em
toda
e
qualquer situação, incluindo fontes
individuais como poços, minas, nascentes, dentre
outras; (3) a detecção de Escherichia coli deve ser
potabilidade (FUNASA, 2009). De acordo
com o art. 11 do capitulo IV do mesmo, a
água potável deve estar em conformidade
com o padrão microbiológico conforme
descrito na tabela abaixo. (Quadro 2)
Ruocco, (2010), em seus resultados
observou no que se refere à água dos
reservatórios provenientes de creches um
total de 50% das amostras, não atendendo
o preconizado pela portaria 518/04 em
relação aos parâmetros microbiológicos.
Lunardao, (2008), em coleta de 140
VMP1
Parâmetro
Água para consumo humano2
Escherichia coli ou coliformes
termotolerantes3
Ausência em 100 ml
Água na saída do tratamento
Coliformes totais
Ausência em 100 ml
Água tratada no sistema de distribuição (reservatórios e rede)
Escherichia
coli
3
termotolerantes
ou
coliformes Ausência em 100 ml
Sistemas que analisam 40 ou mais amostras por
mês: Ausência em 100 ml em 95% das
amostras examinadas no mês. Sistemas que
analisam menos de 40 amostras por mês:
Apenas uma amostra poderá apresentar
mensalmente resultado positivo em
100 ml.
preferencialmente adotada. (FUNASA, 2009)
Coliformes totais
O presente estudo observou a
presença de coliformes em uma amostra
(10%), sendo esta proveniente de
residência com reservatório (GC). A
mesma amostra apresentou resultado
positivo também para coliformes fecais
e termotolerantes, estando em desacordo
com a portaria 518/2004, e sendo assim,
consideradas improprias para consumo
humano.
residências do município de Lins,
SP, notou contaminação por coliformes
totais em 67,86% das amostras, indicando
uma
falha
na
manutenção
dos
reservatórios. Torres, (2002), também
apresentaram amostras reprovadas em seu
estudo, sendo que das 20 amostras
analisadas de escolas de Pernambuco, 35%
apresentaram não potabilidade pela
presença de coliformes totais e
termotolerantes, e ainda, pela presença de
Pseudomonasarruginosa.
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A presença de coliformes totais,
não indica necessariamente que a água está
contaminada por fezes e consequentemente
por bactérias patogênicas, protozoários ou
vírus, uma vez que sua presença pode ser
detectada naturalmente na água, solo e
plantas podendo ser organismos não
especificamente intestinais. (RUOCCO,
2010). Porem a presença de Escherichia
coli é a única que dá garantia de
contaminação exclusivamente fecal, seja
de fezes animais ou de humanos.
(SPERLING, 2005)
Como cita Murray et. Al. (2004), a
presença de E. coli pode comprometer a
saúde das pessoas que consumam a água
A amostra GC apresentou ausência
de cloro, sendo a mesma que obteve
positividade para coliformes totais e
termotolerantes, podendo este fator ter
influenciado diretamente na presença
destes microrganismos, uma vez que o
cloro é um agente bactericida (FUNASA,
2009) A turbidez apresentou alteração
também na amostra GC, demonstrando a
presença de materiais sólidos em suspensão.
A turbidez tem sua importância no processo
de tratamento. A elevada taxa de turbidez na
água, forma flocos pesados que decantam
mais rapidamente que a água com baixa
turbidez. A turbidez também apresenta
algumas desvantagens como, a dificuldade
da desinfecção pela proteção que ele pode
dar aos microrganismos (FUNASA, 2009).
épocas do ano, sendo assim
tivemos 3 amostras negativas de flúor,
mais não sendo reprovada (GC, GS e OS)
por ser um produto para prevenção de
cáries, não interferindo na qualidade da
mesma (FUNASA, 2009).
Este estudo e vários outros descritos
na literatura, indica que o problema está
associado com o sistema interno das
residências ou estabelecimentos, ou seja,
falta de manutenção e higienização das
caixas d’água.
contaminada estando relacionada à
diarreias e infecções do trato urinário.
Com relação aos testes físicoquímicos, 3 amostras (GC, IC e PC),
tiveram resultado abaixo do preconizado
para o cloro. O cloro é um produto
químico utilizado na desinfecção da água.
A portaria 518/04 do ministério da saúde
determina a obrigatoriedade de se manter
na saída do tratamento (após desinfecção)
concentração de cloro residual livre de 0,5
mg/l e em qualquer ponto na rede de
distribuição 0,2 mg/l, não ultrapassando
2,0 mg/l em qualquer ponto do sistema de
abastecimento. (FUNASA, 2009)
A acidez ou pH representa a
concentração de íons de hidrogênio em
uma solução e que decorre da presença de
ácidos fortes entre 6,0 á 9,5. Na presença
de um pH baixo podem contribuir
significativamente para a corrosão das
estruturas metálicas e de materiais à base
de cimento, também ajudando a estabilizar
o cloro proveniente na água (FUNASA,
2009 p.58), sendo assim todas as amostras
estão positivas nos testes de pH.
Em relação ao flúor, sua presença
no abastecimento de água é o produto mais
abrangente na prevenção de cáries, estando
sempre nos níveis entre 6,0ppmF à
8,0ppmF podendo variar em algumas
Segundo ARAGÂO, (2011), nos
EUA e na Europa, o abastecimento de água
potável em todo o território é continuo e
direto, não havendo uma necessidade de
reservatório, porém em países em
desenvolvimento, como o Brasil, são
frequentemente utilizados dos sistemas de
reservatório. A Norma Brasileira 5626/98
da ABNT recomenda que a alimentação
das residências, tenha que ser feita
diretamente da rede, quando as condições
de vazão e pressão permitirem. Quando não
se pode implicar uma água direta e o uso de
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reservatórios é indispensável esta norma
estabelece
algumas
exigências
e
recomendações, como execução e
manutenção da instalação anualmente ou
de seis em seis meses (BRASIL, 1998).
5. CONCLUSÃO
Com os resultados obtidos neste
estudo e segundo a Portaria Nº 518 do
Ministério da Saúde, podemos afirmar que
a presença de coliformes fecais e/ou totais
em apenas uma amostra de água para o
consumo é suficiente para a reprovação da
mesma. Evidencia-se a inadequação dessa
água pela presença de bactérias do grupo
coliformes, que possivelmente foram
encontradas pela falta de higienização dos
reservatórios e a falta do produto
bactericida (cloro) na amostra.
A má qualidade dessa água de
consumo pode expor a comunidade da
cidade de Córrego do Ouro um risco à
saúde, por meio de doença. É necessário
um sistema de acompanhamento para a
manutenção e higienização desses
reservatórios de água, estabelecendo um
controle microbiológico.
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