Turismo distribui 17 milhões
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Turismo distribui 17 milhões
pub Samodip Sarkar: «As PMEs são a fonte do crescimento económico» SÍTIO DAS LETRAS LIVRARIA Luís Fernandes: «O não acesso à terra inviabiliza muitas intenções de empreendedorismo agrícola» LER PARA SER Ciência & Tecnologia ~ páginas 16 e 17 REGUENGOS DE MONSARAZ €1 www.noticiasalentejo.pt Ano II Nº 12 Abril 2007 Turismo distribui 17 milhões Marina em Alqueva e ampliação do Badoca Park entre os projectos contemplados O sistema de incentivos a produtos turísticos de vocação estratégica, SIVETUR, concedeu 17 milhões de euros de apoios a projectos que representam um total de investi- mento de 75 milhões de euros. Entre os projectos aprovados contam a construção de uma marina na Barragem do Alqueva (Amieira) e remodelação e ampliação do parque temático Badoca Safari Park. Eduardo Lucas, da NautiAlqueva, empresa responsável pelo projecto da marina da Amieira (concelho de Portel), disse ao Notícias Alentejo que o investimento da primeira fase ascende aos três milhões de euros (1,8 milhões de incentivo SIVETUR) e realçou que se trata de um projecto sem componente imobiliária. A marina da Amieira inclui as estruturas flutuantes, serviços de apoio e um restaurante panorâmico (120 lugares). Na segunda fase, o projecto prevê uma unidade hoteleira. ~ página 2 As marcas da paisagem Reguengos inaugura Arquivo A Câmara de Reguengos de Monsaraz inaugura no dia 25 de Abril a obra de adaptação do Arquivo Histórico Municipal, que será transferido para o edifício onde funcionou, durante várias décadas, a Repartição de Finanças do concelho. A obra, que custou cerca de 280 mil euros, foi comparticipada pelo Programa de Apoio à Rede de Arquivos Municipais (PARAM) do Instituto dos Arquivos Nacionais/Torre do Tombo em cerca de 45 por cento. José Gabriel Calixto, vice-presidente da CM Reguengos de Monsaraz, diz que a inauguração desta nova infraestrutura permite que o Concelho passe a dispor de modernas e adequadas instalações para todo o seu riquíssimo Arquivo Histórico. «Trata-se duma notável recuperação dum edifício histórico da cidade, contribuindo igualmente para a desejável requalificação urbana do centro histórico de Reguengos de Monsaraz. Corresponde a uma preocupação e a um investimento, com forte componente Municipal, com o objectivo de criar condições adequadas para a preservação dos documentos históricos mais importantes», adiantou. ~ página 7 Elvas recebe museu de arte contemporânea Software livre ‘made in’ Évora » Os produtos Microsoft concentram as atenções do mercado de software. Há, contudo, alternativas válidas no chamado software livre, como é o caso do Alinex, um sistema operativo de base Linux criado em Portugal, pela Universidade de Évora, a partir do Linex, de origem espanhola. ~ páginas 3 e 4 www.noticiasalentejo.pt O Museu de Arte Contemporânea de Elvas deverá abrir portas em Maio com a colecção de 250 peças de António Cachola e um orçamento para a programação de 150 mil euros anuais na sua fase de arranque, suportado pela autarquia de Elvas. ~ páginas centrais 2 entrada~ Notícias Alentejo on-line desde 9 de Junho de 2003 www.noticias alentejo.pt ~@ Turismo apoia 17 projectos Marina em Alqueva e ampliação do Badoca Park entre os contemplados O sistema de incentivos a produtos turísticos de vocação estratégica, SIVETUR, concedeu 17 milhões de euros de apoios a projectos que representam um total de investimento de 75 milhões de euros. Entre os projectos aprovados contam a construção de uma marina na Barragem do Alqueva (Amieira) e remodelação e ampliação do parque temático Badoca Safari Park. A Sul do Tejo, serão contemplados outros projectos, como a aquisição de uma embarcação para percursos no Estuário do Sado e a criação de uma unidade de turismo de habitação no distrito de Portalegre. O Algarve viu aprovadas duas candidaturas - remodelação e ampliação de um hotel em Vila Real de Santo António e renovação do Observatório Astronómico de Tavira. De acordo com o Jornal de Negócios, o maior projecto aprovado diz respeito às Termas do Estoril, para a construção de um complexo termal no Estoril no valor de 20,8 milhões de incentivo. O mesmo jornal adianta que em Junho de 2006, o Governo assinou os contratos para o desenvol- vimento de 28 projectos turísticos, com um incentivo de 20 milhões de euros. Desde o início do SIVETUR, há seis anos, foram aprovados 251 projectos representando 2256 postos de trabalho. Marina da Amieira Eduardo Lucas, da NautiAlqueva, empresa responsável pelo projecto da marina da Amieira (concelho de Portel), disse ao Notícias Alentejo que o investimento da primeira fase ascende aos três milhões de euros (1,8 milhões de incentivo SIVETUR) e realçou que se trata de um projecto sem componente imobiliária. A marina da Amieira inclui as estruturas flutuantes, serviços de apoio e um restaurante panorâmico (120 lugares). Na segunda fase, o projecto prevê uma unidade hoteleira. De acordo com Eduardo Lucas, em Maio do ano em curso fica concluída a Marina e o restaurante deverá entrar em funcionamento a partir de Junho. A partir da Amieira, os turistas terão ao seu dispor, ainda em 2007, dez barcos-cama, cinco dos quais entraram já em funcionamento no ano passado (asseguraram 50 semanas de aluguer, segundo a NautiAlqueva. PREÇOS: O aluguer de uma embarcação varia conso- 04.2007 Sumário A Opinião que marca diferença Páginas 14 e 15 Ciência & Tecnologia, por Afonso de Almeida Páginas 16 e 17 Na capa: José Calixto A crónica de Luís Carmelo Página 20 Vice-Presidente da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz Música e Letra, por J. Alberto Ferreira Página 21 ante a época do ano, o número de dias de utilização e o barco pretendido. De 618 euros, para um fim-de-semana de dois dias e na época baixa, até 3.521 euros para uma semana em época alta e numa embarcação topo de gama. www.amieiramarina.com Ficha Técnica A edição do "Notícias Alentejo" é da responsabilidade da sociedade "Notícias Alentejo Produção de Conteúdos Lda.", contribuinte 506596818, com sede na Rua António Janeiro, 13, 7200-337 Reguengos de Monsaraz, capital social de 5000€. Depósito Legal: 247346/06 Impressão: CORAZE, A Folha Cultural, CRL - Oliveira de Azeméis. 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Há, contudo, alternativas válidas, embora menos divulgadas, no chamado software livre, como é o caso do Alinex, um sistema operativo de base Linux criado em Portugal, pela Universidade de Évora, a partir do Linex, de origem espanhola. O desenvolvimento deste sistema operativo motivou, inclusivamente, um protocolo entre a Universidade e a City Desk, marca registada empresa de computadores Solbi. Na sequência deste acordo, o City Desk 8000X custa apenas 569 euros e é o primeiro equipamento resultante desta parceria. O sistema está equipado para utilizar mais de cem aplicações nas áreas de edição de imagem e desenho, multimédia, jogos e educação, entre outros. A alternativa ao Office da Microsoft é o pacote de produtividade OpenOffice 2, mas também está integrado o Gimp (para edição de imagem à semelhança do PhotoShop), o Nvu (para criação e manutenção de sites), um sucedâneo do CAD, o Qcad, ou o Amule (cliente Emule). Até o Mozilla FireFox, browser web que tem vindo a ganhar peso no mercado, está incluído nestas aplicações abertas. Seguindo o que se tem escrito na imprensa da especialidade, as principais vantagens deste sistema passam pela facilidade de adaptação às necessidades do utilizador e a redução de custos. No caso do City Desk, o equipamento corresponde às seguintes características: Processador Intel Pentium D de 2,8 a 3,4 GHz, 80 gigas extensíveis até 400 GB, DDRAM 533 MHz (até 2GB). Luis Arriaga da Cunha, professor do Departamento de Informática da Universidade de Évora, recorda que a Citydesk, com quem o CITI (Centro de Investigação em Tecnologias de Informação) estabeleceu um protocolo em 2006, comercializa desktops oferecendo de origem o Alinex como sistema operativo estas máquinas trazem também um grande conjunto de aplicações, tais como o Open Office, browsers, ferramentas de manipulação de imagem mas adianta que outras empresas, algumas da região de Évora, oferecem também computadores de várias marcas dotados de origem do Alinex. O sistema operativo pode ser instalado em qualquer computador com processador Intel ou AMD, não colocando exigências especiais de capacidade da máquina Com as PME's na mira As PME's, admite Luís Arriaga da Cunha, «são um dos “alvos” iniciais do projecto Alinex e dos distribuidores que optem por oferecer Alinex como software de origem».«Está em preparação um “kit”, especialmente dirigido a PME's, constituído pelo Alinex e por um conjunto de aplicações verticais dirigidas às necessidades deste tipo de empresa, como sejam, contabilidade, facturação, recursos humanos, lojas virtuais, CRM», explica. Uma vantagem imediatamente tangível, garante, é o custo de aquisição, que no caso do Alinex, dado tratar-se de software livre, é nulo. Por outro lado, argumenta o professor da Universidade de Évora, «é aumentada enormemente a imunidade a vírus». Também a menor exigência do Alinex em relação à capacidade das máquinas permite que elas se mantenham utilizáveis durante mais tempo. E, apesar de menos óbvias, aponta ainda razões suplementares, como a inexistência de informação que circula dos PCs para “algures”, muitas vezes sem conhecimento do utilizador, ou a não dependência de fabricantes que “impõem”, por razões nem sempre compreensíveis, actualizações de software com exigências crescentes de capacidade das máquinas. Luís Arriaga assegura que o Alinex, como os Linux em geral, estão aptos, mais do que qualquer outro sistema operativo, a correr em todos os tipos de máquinas; desktop / portáteis, PDA's, telemóveis, servidores, incluindo de grande porte, quiosques, máquinas específicas para restaurantes, farmácias e atendimentos (…) e, acrescenta, no caso do utilizador de desktop/portátil, quer em ambiente “de casa” quer em ambiente de escritório, o Alinex é de facto uma alternativa excelente para os sistemas proprietários de maior difusão. No que se refere a apoio aos utilizadores e no caso de instituições com protocolo com o CITI este dará apoio, em geral, aos problemas de instalação. Mas, é igualmente possível contar com as comunidades contactáveis na Internet, por exemplo, via fóruns. «Começam ainda a surgir, em parte fomentadas pelo CITI, pequenas empresas que se dedicam ao apoio ao Alinex», diz. Perguntas & Respostas Quando pretendem disponibilizar uma versão funcional do Alinex? A distribuição Alinex dirige-se a vários tipos de plataformas. Podemos nomear: servidores, desktop e portáteis, PDA's, sistemas industriais, unidades “fechadas” como quiosques, POS's, marcação de ponto e controlo de acessos, televisões inteligentes, jogos, etc. As primeiras versões para servidores e desktop/portáteis, começam a estar disponíveis em fase de testes. As outras versões irão sendo disponibilizadas gradualmente Sim, mas só justificadas por novas funcionalidades ou por actualizações obrigatórias, como as envolvendo questões de segurança. Como software livre que é, estarão ausentes as versões “impostas” por razões comerciais ou a obsolescência programada das versões antigas. O leque de soluções de software livre (ou mesmo proprietário) certificado para Alinex, será também crescente resultando de parcerias com outros organismos e empresas. Importa referir que o Alinex terá sempre por base um “repositório” de pacotes publicamente acessível, que é continuamente actualizado segundo o modelo da distribuição Debian. diato, sem ter de instalar nada no seu computador. Dado que já existe, há alguns anos, uma distribuição portuguesa de Linux (o Caixa Mágica), o desenvolvimento do Alinex não constitui um esforço redundante no campo do software livre nacional? A distribuição Caixa Mágica constitui uma das histórias de sucesso de disponibilização de uma solução Linux para utilização em servidores, desktops, etc. Veio demonstrar, por vezes contra resistências vigorosas, o valor do software Vão garantir suporlivre como alternativa séria te/assistência e formação e credível. No estado actual, para os utilizadores deste em que ainda prevalece algusoftware? ma cultura habituada a soluQual vai ser o modelo de dis- ções proprietárias, naturalSim. O suporte e formação tribuição do Alinex (downsão aspectos essenciais para mente desconfiada de “novas o sucesso do Alinex. Sendo load, em pacotes, venda, gra- maneiras” de desenvolver softuma distribuição baseada em tuitamente...)? ware, devemos ver o Alinex Debian, falamos de uma disO modo de distribuição regue a Caixa Mágica como aliatribuição com peso mundial, lar será o download gratuito dos. O objectivo do Alinex é bem documentada em várias de imagens de CD e a actualiter uma distribuição nacional línguas, pelo que à partida zação automatizada, usando bem apoiada e tecnologicaexiste uma grande base de pes- os mecanismos Debian (apt). mente sustentável; o recurso soas com capacidade para tra- Estarão disponíveis também explícito aos repositórios do balhar com o Alinex. LinEx e do Debian garantemversões em CD “material”. nos esse apoio melhor do que Estão ainda a ser disponibiliPretendem assegurar qualquer outra solução, nomezados CD's “live” (na linha do a disponibilização regular adamente por não depender Knoppix ou do Ubuntu) para de interesses comerciais. de novas versões/versões quem queira experimentar o Alinex o possa fazer de imeFonte: www.alinex.org actualizadas do Alinex? notíciasalentejo~ Abril 2007 4 destaque~ O Alinex e “o estranho modelo de negócio do software livre” Defensor convicto das plataformas de software livre, Luis Arriaga da Cunha é um dos responsáveis por um sistema operativo open source desenvolvido em Portugal, o Alinex. Em entrevista ao iGOV (www.i-gov.org) e conduzida por André Julião, além do caminho percorrido e das perspectivas futuras do Alinex, o professor da Universidade de Évora faz uma análise crítica à adopção do software livre na AP. Um dos potenciais alvos da aplicação do Alinex é a Administração Pública. Pensa que será fácil convencer os seus responsáveis a optarem pelo software livre? O software livre é já amplamente usado na Administração Pública Portuguesa (AP). Veja-se, por exemplo, o sítio http://softwarelivre.citiap.gov.pt/, repositório de conhecimento em software livre das entidades do Estado Português. Pense-se no 1º Encontro de Software Livre na Administração Pública que decorreu na Torre do Tombo em Lisboa, em finais de Novembro de 2006, com organização do Plano Tecnológico nacional, dos Ministérios da Cultura, da Justiça, da Educação, da UMIC e da Torre Tombo, onde aliás o Alinex foi referido. Ou atente-se, por exemplo, à criação, na UMIC, de um Grupo de Trabalho em Software Livre. Na maioria dos casos, a adopção de software livre verifica-se, no entanto, não por existir uma estratégia coerente a nível nacional, mas por reconhecimento, por parte dos responsáveis “das informáticas” das organizações, das vantagens desta via de solução. A nível de servidores e software de base, por exemplo, a penetração do Linux é muito importante e claramente crescente, embora pouco “visível”. As áreas dos “postos de trabalho”/ferramentas de “office”, onde “se move o Alinex”, e das bases de dados de informação contabilística e de vencimentos (que são curiosamente vistas, na AP, como “core business”), temos noção de serem as de mais difícil implantação para o sofware livre. Mas mesmo aí, a qualidade de algumas soluções de software livre, malgrado a enorme resistência à mudança, é real e irá inevitavelmente ser reconhecida. Temos consciência de que muitos dos decisores de topo se debatem ainda com a angústia de “com quem assino o contrato de manutenção?” ou têm de facto um desconhecimento profundo deste “novo e estranho modelo de negócio” em que o software não tem custos de aquisição e é mantido por uma comunidade mundial “de boas vontades”. Mas esta situação está em evolução rápida. Encontramos já no nosso mercado empresas de elevadísssima reputação capazes de fornecer e dar apoio contratado a soluções de software livre. Por outro lado, começam a surgir profissionais com competências certificadas nestas áreas, que poderão incutir confiança aos decisores para optarem por open source software. Com estes factores envolventes e num contexto de contenção de despesas e de preocupações crescentes com segurança, será inevitável que o software livre se torne uma via a ser tratada nas aquisições do Estado, pelo menos em pé de igualdade com soluções proprietárias. Há já conversações com órgãos da Administração Pública, tanto Central como Local, tendo em vista a aplicação do Alinex? O Alinex está, desde 2006, disponível em todas as salas TIC das escolas secundárias do nosso país. Este projecto resultou de uma colaboração entre a Universidade de Évora e o Ministério da Educação, através do CRIE (Equipa de Missão Computadores, Redes e Internet na Escola). A iniciativa 'Escolas, Professores e Computadores Portáteis', que abrange um universo de algumas dezenas de milhares de portáteis, consigna a disponibilização do Alinex como sistema operativo, funcionando sobre máquinas de vários fornecedores. Temos mantido, por outro lado, contacto com a Administração Local, nomeadamente com a AMDE (Associação de Municípios do Distrito de Évora) e com a Câmara Municipal de Évora para análise da oportunidade de utilização do Alinex e soluções de software livre. A própria Universidade de Évora tem em curso um estudo aprofundado sobre a adopção generalizada, dirigida aos seus públicos científicos a administrativos, do Alinex e de soluções open source software. Temos além disso em curso um conjunto de visitas e interacção com escolas para promoção da Universidade, onde o Alinex constitui o foco das apresentações. E em relação aos estabelecimentos de saúde, há já alguma coisa em andamento? Relativamente à área de saúde posso referir que foi estabelecido um protocolo com uma empresa que disponibiliza soluções neste domínio, quer para o mercado português, quer para os PALOP's, com o objectivo de certificar os seus produtos sobre Alinex. Vem a propósito mencionar que uma das vertentes do Alinex corresponde à disponibilização do que chamamos “kits”. Isto é, CD/DVD's com o sistema operativo e um conjunto de programas, certificados sobre Alinex e “prontos a usar”, que respondem a uma área concreta de negócio. O primeiro kit foi o kitEducação das salas TIC, mas vários outros estão em preparação como sejam o kit-PME's, kitAdminLocal, kit-Saúde, kit-Jogos, kit-Lite (para máquinas antigas com pouca capacidade), kitServidores, kit-ThinCients, etc. Falou-me em parcerias com empresas locais. Como seria o modelo de negócio? O facto de serem locais, pressupõe aqui uma aposta clara nas Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia e ainda com outros órgãos do poder local? O projecto Alinex ultrapassa, como será fácil de entender, a mera disponibilização de um sistema operativo livre. Em termos de interacção com o tecido empresarial, o projecto Alinex tem como objectivos fomentar o desenvolvimento de empresas de base tecnológica, que possam par- tir de uma base sólida, sem de custos de arrranque asfixiantes, a que acrescentam valor com oferta de produtos inovadores ou serviços de manutenção e apoio. Estas empresas, algumas delas “spinoffs” do CITI (Centro de Investigação em Tecnologias de Informação) da Universidade de Évora, terão, como mercado natural, o poder local, contribuindo para a confiança em soluções baseadas em software livre. É importante notar que para o projecto Alinex o “retorno do investimento” será primordialmente o sucesso dessas empresas e a criação de know-how nacional em TIC's. O país tem de ultrapassar o simples papel de “montador de soluções” importadas, em que os investimentos anunciados regressam de facto, na quase totalidade, aos países produtores. Tenha-se presente que as empresas que tomam por base o Alinex e outro software livre podem comercializar produtos proprietários, se assim o entenderem. Em termos de estratégia futura, será importante que essas empresas compreendam que vivemos tempos de mudança do modelo de negócio que “vende produtos” para o negócio “que vende serviços” e em que o produto é um mero veículo para lhes aceder. Que vantagens sublinharia para as entidades da Administração Pública optarem pelo Alinex? A adopção do Alinex, ou em termos mais amplos, de software livre, por entidades da Administração Pública, apresenta vantagens de vários tipos. Como já referi, e apenas numa óptica mais ou menos imediatista, a redução de custos aparece como uma vantagem facilmente apreensível. A capacidade de adaptação do software a requisitos locais constitui também uma vantagem de valor óbvio. Mas outras vantagens podem ser apontadas. Para uma análise mais aprofundada, será interessante observar o estudo 'Open Source Software - Que oportunidades em Portugal?' desenvolvido pela APDSI. A libertação de uma “pouco saudável”, e custosa, dependência de certos fornecedores, por exemplo concretizada na imposição de novas versões de produtos em que não se percebe qual a melhoria de funcionalidade para os utilizadores, a capacidade de negociação real na aquisição de soluções informáticas, têm um valor, quiçá não sentido no dia a dia, que representa uma vantagem de fundo trazida pelo software livre. Também o aumento significativo de segurança, quer nos aspectos de imunidade a vírus, quer no conhecimento exacto do que os programas fazem (podemos ir aos sources!), a informação que transmitem ou não para outros locais, por vezes sem conhecimento do utilizador, é não só importante em termos gerais como absolutamente crucial em ambientes que manipulem informação confidencial. O facto de se tratar de um produto nacional, aliado a algumas parcerias estratégicas com empresas portuguesas, pode constituir um trunfo para o sucesso do projecto junto do sector público? Esperemos que sim. Não acreditamos que surjam directivas estratégicas relativas à implantação de open source software na AP em Portugal, como muitos outros países têm feito (caso do Brasil, Índia, Espanha, China, vários países da UE, etc, etc). Mas contamos com as boas razões que assistem o software livre, com o valor da ligação Universidade/empresas que não se fique pelos protocolos assinados que não vão além das boas intenções, com o avançar de uma geração de gente nova com capacidade de empreender, com visão internacional, e com o elevado nível tecnológico que somos capazes de ter se ultrapassarmos a “cultura dos quintais” que tem marcado o sector público nacional. Nota: Entrevista gentilmente cedida pelo portal iGOV www.i-gov.org. O iGOV é um projecto de informação centrado na utilização das TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação), que a Espiral de Conhecimento dedica exclusivamente à Administração Pública, dando especial destaque à modernização e inovação tecnológica notíciasalentejo~ Abril 2007 5 ~economia Carros sem seguro vendidos em leilão Empresas europeias optimistas para 2007 As PME (Pequenas e Médias Empresas) Europeias estão confiantes na conjuntura económica para 2007 e pretendem aumentar o investimento total. A conclusão é revelada pelo 5.º Barómetro Eurofactor de Confiança Empresarial, realizado junto de Directores de 3.000 empresas, com 6 a 500 colaboradores, de 7 países Europeus: Portugal, Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Itália e Reino Unido. O estudo foi apresentado, em Lisboa, por Rui Esteves, DirectorGeral da Eurofactor Portugal, e Emmanuel Lechypre, Chefe de Redação da revista económica francesa L'Expansion. O Barómetro, realizado pela empresa de factoring Eurofactor em parceria com a Associação Francesa dos Gestores de Crédito e Aconselhamento (AFDCC), analisa as principais previsões e expectativas económicas de empresas de quatro macrosectores de actividade: comércio, indústria, construção, transportes e serviços. Optimismo moderado entre as empresas Portuguesas: De modo geral, as Empresas Europeias estão optimistas para 2007. As mais confiantes são as PME Belgas (92%), Reino Unido (90%) e Espanha (89%). Segue-se a Alemanha (85%), França (82%) e Itália (65%). 58% das empresas Portuguesas acreditam numa melhoria do ambiente económico, 39% estão pouco optimistas e 3% afirmam estar pessimistas. Portugal e Alemanha cautelosos na previsão das vendas: As empresas Belgas são as mais optimistas (61% esperam um aumento das vendas), seguidas do Reino Unido (58% aposta num acréscimo). Alemanha e Portugal são os países mais cautelosos: apenas 37% e 39% das empresas, respectivamente, acham que as vendas vão crescer. Maioria das empresas Espanholas espera aumentar lucros: A maioria das empresas Portuguesas (56%) acha que, em 2007, a rentabilidade vai permanecer igual ao período homólogo e 38% espera um aumento dos lucros. Em Espanha, 62% das empresas prevê melhorar a rentabilidade do negócio. As PME Italianas são as mais pessimistas, com 52% à espera de manter os mesmos valores e 11% a contar ter menos lucros. Investimento Português abaixo da média dos países Europeus: A maioria das PME analisadas tenciona aumentar os investimentos. A tabela é liderada pelas empresas Belgas (89%), seguidas de Alemanha (84%), Reino Unido (82%), Itália (70%), França (68%), Espanha (60%) e Portugal (58%). 75% das PME Portuguesas espera estabilizar as necessidades de financiamento e 13% prevê aumentar. Portugal é o país que demonstra menor necessidade de financiamento. A lista é encabeçada por Espanha (28% das PME prevê um aumento da necessidade de financiamento), seguida da Bélgica (25%), França (23%), Itália (20%), Alemanha (18%) e Reino Unido (16%). Prazos de pagamento em Portugal são dos mais alargados da Europa: Portugal é, dos 7 países que compõem o estudo, aquele onde as empresas pagam mais tarde: demoram até 94 dias. Os países mais cumpridores são a Alemanha (45 dias), Reino Unido (49 dias) e Bélgica (62 dias). Em França, as PME pagam a 66 dias, em Espanha a 81 dias e, em Itália, a 93 dias. Risco de incobráveis aumenta em Portugal: 85% das PME Alemãs têm montantes incobráveis, isto é, valores que nunca vão chegar a receber. As empresas Portuguesas ocupam o segundo lugar, com 84%, seguidas de Bélgica (72%), Espanha (70%), Itália e Reino Unido (ambos com 68%) e França (67%). Alemanha, Bélgica e Reino Unido são os países cujas empresas estão mais activas nos processos de cobrança: 91% das PME estão a iniciar processos de cobrança. Segue-se a Itália (83%), França (82%), Portugal e Espanha (76%). Portugal é o país que demora mais tempo a iniciar cobrança, 49 dias, e França é o mais célere, 31 dias. utilizar os subsídios Europeus, Nacionais, Regionais e Sectoriais (54%). Por seu lado, as PME Alemãs são as que demonstram maior desconhecimento (61%). Em Portugal, 37% afirmam conhecer e utilizar subsídios, 24% dizem conhecer mas não utilizar e 39% desconhecem. Empresas Portuguesas recorrem a 'outsourcing' na gestão da conta de clientes: As empresas Espanholas são as que menos recorrem ao outsourcing para gerir a conta cliente (55%) e as Alemãs as que mais utilizam serviços externos (84%). 74% das PME Portuguesas recorrem ao outsourcing na gestão da conta de clientes. O caso Português: As conclusões revelam que 58% das empresas Portuguesas estão optimistas para 2007, com 39% à espera que o volume de vendas aumente e 38% a prever um crescimento dos lucros. 58% das PME questionadas pretendem aumentar o investimento em 2007, com as prioridades a serem marketing e publicidade (36%) e equipamentos de produção (34%). O mercado interno é o mais atractivo para as PME: 85% do volume de negócio é realizado com clientes nacionais e o peso do sector público é de 8%. O prazo de pagamento é o mais alargado dos 7 países analisados (94 dias) e cerca de 84% das empresas têm incobráveis. 74% das PME recorrem a outsourcing na gestão da conta de clientes. Os serviços mais requisitados são: advogados (52%), revisores oficiais de contas (38%) e seguro de crédito (22%). O factoring é utilizado por 14% das PME Portuguesas (uma em cada dez) na gestão da conta de clientes. O serviço suscita bastante interesse junto das empresas e as principais mais-valias apontadas são: garantia contra o risco de dívidas (62%), informação sobre a solvabilidade dos clientes (58%) e gestão de cobranças (54%). Concorrência dos países emergentes é a principal preocupação das empresas Europeias: A concorrência dos países emergentes é a principal preocupação das PME Portuguesas, apontada por 25% dos questionados, seguida da subida do custo das matérias-primas (24%). Estas duas são também as maiores preocupações dos empresários Alemães, Belgas e Italianos. 80% das empresas Portuguesas prevê manter número de colaboradores em 2007: A política de recrutamento das PME Portuguesas para 2007 está estável: 80% das empresas pretende manter o número de colaboradores, 14% planeia aumentar e apenas 6% prevê reduzir recursos humanos durante o próximo ano. Portugal é líder Europeu em preocupações ambientais: As preocupações ambientais estão na agenda das empresas Portuguesas: 68% têm um plano de protecção ambiental, o valor mais alto entre os 7 países. Alemanha e França estão pouco focalizadas neste tema (apenas 38% das PME contam com plano de protecção ambiental), seguidas de Bélgica (48%), Espanha (57%), Itália (61%) e Reino Unido (62%). 39% das PME Portuguesas desconhece e não utiliza subsídios disponíveis: As empresas Espanholas são as que afirmam conhecer melhor e Nota: A Eurofactor Portugal é uma sociedade de factoring pertencente ao Grupo Eurofactor Crédit Agricole, a maior rede Europeia de empresas de factoring, com presença assegurada em Portugal, Alemanha, Benelux, Espanha, França e Reino Unido. A empresa está em Portugal desde 1992, ocupa a 8.ª posição do sector com quota de mercado de 4%, e é líder destacado no factoring internacional (27% de quota de mercado). pub Os carros sem seguro envolvidos em acidentes vão poder ser apreendidos e vendidos em hasta pública. Esta é uma das medidas previstas numa directiva comunitária cuja transposição para a legislação nacional está a ser preparada pelo Instituto de Seguros de Portugal (ISP). As novas regras começam a ser aplicadas já em Julho deste ano, segundo o "Jornal de Notícias". O mesmo jornal adianta que, de acordo uma proposta provisória que o ISP já elaborou, haverá uma apreensão "imediata " de veículos envolvidos em acidentes, caso não seja apresentado o documento comprovativo do seguro obrigatório de responsabilidade civil automóvel, "quando solicitado pela autoridade competente". Portugal campeão dos impostos Portugal foi o país da Zona Euro que mais aumentou os impostos entre 1995 e 2005 e está entre os que mais subiram a carga fiscal nos últimos cinco anos. Segundo o Diário de Notícias, está ainda assim abaixo da média europeia. Pelo contrário, os países do Leste, apontados como adversários de Portugal na luta pelo investimento estrangeiro, praticam taxas tributárias mais baixas e estão a reduzir o esforço fiscal pedido às empresas. As contas do DN: Em dez anos - entre 1995 e 2005 - a carga fiscal, incluindo as contribuições sociais, sobre a economia portuguesa, cidadãos e empresas, aumentou 11%. Curiosidade, o grossa da subida dos impostos decidiuse entre 1995 e 2000, de acordo com os dados ontem divulgados pelo Eurostat, o gabinete de estatísticas da Comissão Europeia. Aluna da U.E. ganha prémio Secil Ana Silva, aluna da licenciatura em arquitectura da Universidade de Évora ganhou o prémio nacional, na categoria de equipamento, promovido pela cimenteira Secil. O projecto apresentado a concurso sugere "uma requalificação paisagística e urbana do actual jardim de Diana" em Évora. Um comunicado daquela instituição de ensino superior explica que a proposta de Ana Silva "de forma simples e recolhida, desenvolve-se num volume que propõe uma maior existência entre a paisagem a noroeste e a vista com o templo de Diana". 6 publicidade~ notíciasalentejo~ Abril 2007 notíciasalentejo~ Abril 2007 7 ~reguengos de monsaraz Arquivo Histórico Municipal é inaugurado no dia 25 de Abril A Câmara de Reguengos de Monsaraz inaugura no dia 25 de Abril a obra de adaptação do Arquivo Histórico Municipal, que será transferido para o edifício onde funcionou, durante várias décadas, a Repartição de Finanças do concelho. A obra, que custou cerca de 280 mil euros, foi comparticipada pelo Programa de Apoio à Rede de Arquivos Municipais (PARAM) do Instituto dos Arquivos Nacionais/Torre do Tombo em cerca de 45 por cento. Através do PARAM, a aquisição do equipamento necessário ao funcionamento do Arquivo Histórico Municipal, com custos de cerca de 100 mil euros, foi apoiada em 30 por cento do seu valor, segundo a informação disponibilizada pela autarquia. O edifício que vai receber o Arquivo Histórico Municipal de Reguengos de Monsaraz tem interesse patrimonial. Data do início do século XX e é constituído por rés-do-chão e piso superior. No rés-do-chão serão instalados os serviços que impliquem maior sobrecarga sobre os pavimentos, designadamente as várias salas para depósitos de documentos, recepção, selecção, tratamento e restauro de documentos. No piso superior vão funcionar os serviços técnicos, incluindo a direcção, os serviços técnico-administrativos e a sala para consulta pública de documentos. Com a transferência do Arquivo Histórico Municipal para um novo edifício, a autarquia pretende garantir mais rapidez e qualidade aos munícipes para consultarem documentos, obterá melhores condições de arquivo dos documentos, mais salas disponíveis, e a adaptação de um edifício que necessita de obras. Festa ibérica está de regresso A Festa Ibérica da Olaria e do Barro é uma iniciativa de promoção cultural e turística de uma importante manifestação artística e artesanal: a Olaria. De 24 a 27 de Maio, um significativo número de centros oleiros do Alentejo e da Extremadura Espanhola marcará presença, em S. Pedro do Corval, para a 13.ª edição do certame organizado pelas autarquias de Reguengos de Monsaraz e de Salvatierra de los Barros. A iniciativa pretende valorizar a olaria, chamar a atenção para a sua importância e existência, para o seu valor artesanal e artístico, para a sua importância e significado na economia da região, promover o turismo e o património cultural. Monsaraz quer manter GNR O presidente da Junta de Freguesia de Monsaraz, Jorge Nunes, insurgiu-se contra a possibilidade de encerramento do posto da GNR do Telheiro. «Levantar a possibilidade de retirar da Freguesia de Monsaraz o efectivo da GNR vai completamente contra todo o trabalho quer de desenvolvimento na área do turismo de qualidade quer de promoção da zona, que nesta altura que está a ser feito por diversas entidades», disse, em declarações ao Notícias Alentejo. Jorge Nunes recorda que a GNR, por intermédio do efectivo do posto em causa, tem assegurado o patrulhamento da vila medieval e de toda a sua zona envolvente com eficácia, por isso os registos de ocorrências serem até ao momento baixos. pub notíciasalentejo~ Abril 2007 8 portel~ Festa com Livros A 2ª edição da Festa com Livros prolonga-se até 23 de Abril e integra iniciativas destinadas a públicos diferenciados. Teatro, sessões de leitura animadas, poesia, colóquios, lançamento de livros e sessões de cinema infantil e juvenil iniciativa cultural da Câmara Municipal de Portel em torno da temática da leitura e dos livros, cujo principal objectivo é «sensibilizar para a importância da leitura no processo de desenvolvimento dos indivíduos e das comunidades». Alguns dos conteúdos que dão base à programação da Festa com Livros, abordam sobretudo efemérides das Artes de Palco e principalmente da Literatura. A performance poética reali- Na programação já realizada, zada no Auditório Municipal destaque para o Dia do de Portel, “Camões é um Teatro Amador (22 de Poeta Rap”, marcou, no dia Março), com a peça “Tenho 21 de Março, o arranque um Morto na Minha Cama” da 2ª edição da Festa com pelo grupo de “Teatro Livros. Serviu igualmente Experimental de Pias” - e para comemorar o “Dia para a exposição “Cem Anos Mundial da Poesia”. de Literatura Portuguesa”, do Instituto Português do Livro A iniciativa integra diversas actividades de índole mar- e Das Bibliotecas, que assinalou o Dia do Livro Português cadamente cultural e educa(26 de Março). tiva, destinadas a públicos diferenciados, crianças, A fechar o mês de Março, jovens e idosos e população as Conferências de Portel, em geral, que passam pelo Ciclo “Vera Cruz de teatro, sessões de leitura ani- Marmelar. História, madas, poesia, colóquios, lan- Arquitectura e Arte”, contou çamento de livros, sessões de com a presença do Achim cinema infantil e juvenil, Arbeiter (professor catedrátientre muitos outros. co da Universidade de A Festa com Livros é uma Gottingen, Alemanha). No mês de Abril, destacam-se a sessão de teatro, no dia 1, “Falar Verdade a Mentir, de Almeida Garrett, com o grupo de Teatro de Amadores de Vila Viçosa; a exposição de Fotografias e Marionetas “Olhares pelas Andanças dos Bonecos” (Trulé), a inaugurar no dia 1; e ainda, no dia 22, a peça de teatro “Salazar - Ascenção e Queda”, pela Companhia de Teatro do Ribatejo. No mês de Abril, destacam-se a sessão de teatro, no dia 1, “Falar Verdade a Mentir, de Almeida Garrett, com o grupo de Teatro de Amadores de Vila Viçosa; a exposição de Fotografias e Marionetas “Olhares pelas Andanças dos Bonecos” (Trulé), a inaugurar no dia 1; e ainda, no dia 22, a peça de teatro “Salazar - Ascenção e Queda”, pela Companhia de Teatro do Ribatejo. A exposição “Évora ao Espelho” está aberta ao público no Palácio D. Manuel de segunda a sexta-feira, das 10:00 às 12:00 e das 13:00 às 17:00, e Sábados só no período da tarde, encerrando ao domingo. pub notíciasalentejo~ Abril 2007 9 ~debate O PDM de Évora A Câmara de Évora marcou recentemente o debate público sobre o Plano Director Municipal (PDM). O PDM entra em fase de discussão pública quase oito anos depois de iniciado o processo de revisão. Chegou o momento de agilizar processos? ‘Não vai agilizar’ Diamantino Dias PCP O Poder Local ao longo da sua história recente, produziu instrumentos de planeamento muito importantes, os quais contribuíram, e muito, para uma transparência de todos os procedimentos. De entre esses instrumentos, destacam-se os Planos Directores Municipais (PDM), pela sua natureza estratégica e enquanto instrumentos de planeamento imprescindíveis ao ordenamento territorial. O PDM de Évora foi um dos primeiros no país a ser aprovado, tendo contribuído de forma decisória para um desenvolvimento harmonioso da cidade e do concelho. A partir dessa experiência com sucesso, a CDU iniciou o trabalho de revisão do PDM de Évora, tendo esse trabalhado praticamente concluído em 2001. Com a chegada do PS á Câmara foi dissolvida a equipa técnica e “deitado para o lixo” todo o trabalho feito. Nos seis anos que se seguiram, num percurso marcado por várias equipas, várias propostas (quatro!), sucessivamente recusadas pela Comissão Técnica de Acompanhamento, são conhecidas as trapalhadas, acusações e calúnias por parte do PS contra o PCP, e contra alguns técnicos qualificados só por exigirem rigor e transparência no trabalho que estaria a ser feito. Toda esta história não pode ser reproduzida em poucas linhas, mas será muito importante que este período não se perca na memória de todos aqueles que gostam de Évora, pois os prejuízos já causados são muito graves para o concelho e para a sua população. O documento que vai agora para discussão pública, da exclusiva responsabilidade do PS, contém diversas incorrecções, insuficiências e visões distorcidas da realidade: - não assenta em estimativas demográficas credíveis; não dá resposta a problemas tão sensíveis como a ocupação dos espaços vazios entre bairros (grande paixão aliás do actual presidente da Câmara quando se candidatou pela primeira vez á Câmara, pelos vistos também esta paixão se esfumou!); não são fundamentadas as razões que levam a contrariar as definições do Plano de Urbanização de Évora; não apresenta medidas para o Centro Histórico, que se degrada e desertifica a um ritmo bastante inquietante; reduz a qualidade de vida urbana por conta da redução dos espaços verdes da cidade; assim como não aponta resolução para problemas como a habitação, a mobilidade e o tráfego, e tantos outros. Por tudo isto, uma pergunta pertinente se coloca - Com esta revisão de PDM, que futuro para Évora? Sendo um PDM um instrumento de planeamento essencial, que deve definir uma estratégia de desenvolvimento sustentável para o território, deve ele também contribuir para agilizar processos, agilizando os mecanismos de operacionalização do próprio Plano. Mas, para que assim aconteça, na sua génese, este instrumento tem que ser elaborado de forma a poder responder a esse objectivo. No caso presente, não me parece que isso aconteça, a não ser que a Comissão e a maioria que governa a Câmara de Évora, encarem de forma muito responsável e séria os contributos que resultem da discussão pública, e os transformem em propostas que possam resolver as ambiguidades e as questões por responder, que o projecto agora em discussão contém. Porque se trata de um instrumento de planeamento fundamental para o Concelho, não pode omitir as prioridades, mas omite; as propostas devem estar articuladas com os meios financeiros disponíveis, mas não estão, não existindo sequer uma previsão da capacidade de investimento do município. Assim, dada a seriedade do assunto, uma pergunta deixo no ar: Estamos mesmo num processo de revisão ou é apenas uma miragem? Esta revisão não vai agilizar qualquer processo como seria desejável. Norberto Patinho PS 'Partidarização do processo procurou criar dificuldades’ É na verdade um facto. Apenas oito anos após o início do processo de revisão, o PDM de Évora entra na fase de discussão pública. Esta situação é insustentável para qualquer Município que necessita de adaptar o seu plano director a novas realidades e à necessidade de conseguir um desenvolvimento ordenado e sustentado do seu território. No caso concreto de Évora a discussão em torno desta matéria já deixou claro que, para além de um quadro legal extremamente moroso que carece de ser revisto, a partidarização do processo, procurando criar dificuldades e inviabilizar uma proposta legitimamente elaborada pelo executivo e ainda uma frequente confusão de competências entre quem compete acompanhar e executar, conduziram a um atraso inaceitável. De qualquer forma, com a determinação do executivo liderado pelo Dr. José Ernesto de Oliveira, aí está a proposta colocada à discussão dos munícipes do concelho de Évora. É o momento dos eborenses contribuírem pela positiva, através da participação na discussão pública, para que Évora venha a dispor de um instrumento potenciador do desenvolvimento do concelho e da região. Do documento em discussão há a salientar quatro pontos fundamentais: A resolução definitiva do problema das quintinhas e do parcelamento da propriedade rural. A expansão urbana das freguesias rurais permitindo a fixação da população, contrariando assim a desertificação que se faz sentir na nossa região. A possibilidade da instalação de investimentos no espaço rural, agilizando procedimentos para a instalação de projectos turísticos de qualidade. Preparar a cidade para acolher a expansão de áreas industriais e de investimento decorrentes das novas centralidades e acessibilidades, como são o caso da auto-estrada, do IP2 e do TGV. O documento final após todos os contributos que certamente surgirão e o valorizarão vai permitir a afirmação de Évora como grande capital regional. Respondendo concretamente à questão formulada é fundamental encontrarmos resposta para contrariar a morosidade destes processos. Temos uma legislação de grande qualidade. Alguns ajustamentos pontuais na lei, a aprovação do Plano Nacional e dos Planos Regionais de Ordenamento do Território e um reforço da autonomia (e responsabilização) das autarquias contribuirão para uma maior celeridade nos processos de revisão dos PDM's. Palma Rita PSD ‘Obrigatório discutir o PDM até ao limite’ O PDM que está em vigor em Évora é bastante antigo e, por isso, está claramente necessitado de revisão, o que já deveria ter acontecido há vários anos. Tendo tal PDM servido para, em boa medida, regularizar ilegalidades permitidas, o debate público em torno da proposta de revisão do PDM deve constituir um momento de discussão sobre o futuro do concelho de Évora, alicerçando projectos estruturantes e criando novos rumos. Por esse motivo, coligados com os interesses de Évora e da sua população, com grande maturidade e responsabilidade política, os autarcas do PSD decidiram viabilizar a discussão pública da proposta de PDM elaborada pelos eleitos do Partido Socialista, apesar da sua formulação ter acontecido totalmente à margem da Câmara e demais órgãos autárquicos. A concordância com a necessidade de partir, desde já, para uma ampla discussão pública do PDM, não deve ser entendida como um apoio incondicional à generalidade do documento apresentado, pobre de opções e escasso de inovação, reservando-se os eleitos nos órgãos autárquicos o direito de não acatar versões finais que iludam ou ignorem os resultados da discussão pública na sua (re)formulação. Em nome da legitimidade democrática de participação activa e empenhada na construção do futuro de Évora, cabe aos autarcas estimularem o aprofundamento a discussão com vista à formulação de sugestões por parte da população e de todas as forças vivas do concelho, contributivas da escolha de opções ajustadas para o concelho. notíciasalentejo~ Abril 2007 10 universidade~ A Reforma do Ensino Superior, segundo Jorge Araújo ‘Financiamento deve reflectir performances O reitor da Universidade de Évora defende que o financiamento do Estado deve reflectir a performance da Instituição, tendo como referência as metas estabelecidas e promover, contratualmente, a discriminação positiva de cada Instituição, tendo em conta a sua circunstância. «Não é indiferente estar-se localizado para lá dos montes ou no litoral, no que concerne à capacidade de auto-sustentação e ao grau de responsabilidade para com o desenvolvimento da comunidade», sustentou. Que razões para a reforma? Porque embora se reconheça o grande mérito que teve o E.S. na construção do Portugal democrático que hoje somos, o futuro exige mais. Exige sobretudo mais e melhor. Exige que Portugal ombreie com os países parceiros na União Europeia, sem complexos. Sem os complexos de superioridade de alguns, que os há, que invocam a especificidade do sistema de ensino superior português para recusar a harmonização com os modelos que vigoram nos outros países. Sem os complexos de inferioridade de muitos outros, para quem o que é bom, é o que se faz no estrangeiro. Portugal tem que acertar definitivamente o passo com os seus parceiros europeus. Portugal tem que aderir a uma “nova ordem” europeia que se vem instalando progressivamente desde o final do século passado, e que atinge profundamente os Sistemas de Ensino Superior e de Investigação Científica, forçando-os a adoptar novos paradigmas, novos comportamentos, rumo a melhor qualidade, melhor efi- Pedro da Silva Jorge Araújo apresentou na iniciativa «Novas Fronteiras», organizada pelo PS, a sua opinião sobre a reforma do Ensino Superior, baseando-se na experiência de 36 anos de actividade docente e de nove como reitor da Universidade de Évora. ciência, mais eficácia e a maior competitividade. Uma nova ordem universitária... A “nova ordem” a que nos referimos foi sendo edificada pelos governos dos países europeus e pelas respectivas universidades. É conhecido o papel precursor do Programa Erasmus (1987) e o estímulo desempenhado pela Magna Carta das Universidades Europeias, subscrita por alguns Reitores, em 1988, bem como os contributos determinantes que emanaram da Convenção de Lisboa (1997), das Declarações da Sorbonne (1997) e de Bolonha (1999), da Cimeira de Lisboa (2000) e, subsequentemente, das cimeiras bianuais de Praga (2001), Berlim (2003) e Bergen (2005). A aceitação da referida “nova ordem” pressupõe a adopção de princípios e comportamentos, alguns dos quais, não se inscrevendo na praxis tradicional das academias portuguesas, suscitam naturalmente resistências. O “acertar do passo” em cadência e em ritmo é, contudo, imperativo. E tal significa que deveremos passar, quanto antes, a pautar-nos por sete princípios fundamentais que emergem na hora presente: Princípio da responsabilidade; Princípio da validação; Princípio da comparabilidade; Princípio da internacionalização; Princípio da sustentabilidade; Princípio do rigor e transparência; Princípio da flexibilidade. científica e pedagógica, de que gozam as universidades, não é uma mordomia própria de quem é dono e senhor do saber; é a condição sine qua non para que a Universidade, enquanto instituição pública, possa cumprir a sua missão de centro de desenvolvimento cultural, científico e tecnológico com total independência dos poderes políticos ou ideológicos. Em contrapartida, pesa-lhe a responsabilidade de o fazer com qualidade e, sobretudo, em compromisso permanente com o desenvolvimento e o bem-estar social. 2. PRINCÍPIO DA COMPARABILIDADE No exercício da sua autonomia, cada universidade procura o modelo de organização, de investigação e de ensino que melhor se coaduna com a sua condição e com os objectivos específicos da missão que lhe cabe. Daí resulta uma enorme diversidade, de modelos e de formações. Essa diversidade é considerada uma mais-valia da Europa, desde que não se traduza em cacofonia, isto é, desde que os diversos modelos sejam legíveis, compreensíveis e comparáveis. Cabe às instituições empenhadas em integrar o “Espaço Europeu de Ensino Superior” a responsabilidade de garantir essa comparabilidade, a comparabilidade na diversidade. 3. PRINCÍPIO DA VALIDAÇÃO 1. PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE A responsabilidade e a autonomia são as duas faces de uma mesma moeda. A autonomia A comparabilidade pressupõe também a sujeição ao princípio de validação da qualidade. De acordo com este princípio tanto as instituições como as suas actividades devem ser submetidos a mecanismos de aferição e de certificação de qualidade. 4. PRINCÍPIO DA INTERNACIONALIZAÇÃO Este princípio decorre da própria lógica subjacente à criação dos Espaços Europeus de Ensino e de Investigação Cientifica. Tender-se-á para o esbatimento de fronteiras, para a abertura das academias não só à cooperação científica e à constituição de equipas de investigação transnacionais, mas também à oferta de cursos internacionais, ao recrutamento de docentes e investigadores no espaço europeu e ao incremento da mobilidade de estudantes e docentes. 5. PRINCÍPIO DA SUSTENTABILIDADE As Instituições de Ensino Superior públicas não poderão contar exclusivamente com o financiamento do Estado. Este deve garantir o “metabolismo basal” da Instituição, as suas funções vitais. Tudo o mais deverá ser suportado por receitas geradas pela universidade na sua relação com a comunidade, em particular com outras instituições públicas, com as empresas e com os cidadãos. Esta parcela orçamental, dita de receita própria, constitui, para além de tudo o mais, um indicador do nível de enraizamento da Instituição na sociedade. A sustentabilidade espelha, por conseguinte, o grau de comprometimento com o desenvolvimento do país, da região, da comunidade. 6. PRINCÍPIO DO RIGOR E TRANSPARÊNCIA Este princípio aplica-se a todo o funcionamento quer se trate de gestão de recursos financeiros, de gestão de recursos humanos, de tramitação processual ou de avaliação de conhecimentos, competências ou desempenhos. Qualquer acto administrativo ou pedagógico deve ser justificável e os seus fundamentos, conhecidos. 7. PRINCÍPIO DA FLEXIBILIDADE A realidade, sendo evolutiva, não se coaduna com soluções imutáveis. Quer no ensino, quer na investigação, as instituições de ensino superior têm que estar abertas à mudança e disponíveis para flexibilizar as suas ofertas, as suas respostas aos desafios. O princípio da flexibilidade colide com a cultura da normalização, e não é de fácil aceitação. Mas como em muitos outros aspectos, também aqui teremos que introduzir alterações nas “mentalidades”. Os vectores da reforma 1. AUTONOMIA A autonomia, pela qual se lutou desde os longínquos anos sessenta, é um atributo a consolidar. Autonomia entendida, naturalmente, nos planos científico, pedagógico, administrativo, estatutário, disciplinar, patrimonial e financeiro. notíciasalentejo~ Abril 2007 11 ~agenda ÉVORA de cada instituição’ dessas autonomias. É certo que sim, mas uma delas, a autonomia financeira não se concretiza em toda a sua dimensão. A reforma do Sistema de Ensino Superior deverá conduzir a um incremento da autonomia financeira, permitindo ao governo das Instituições actuar estrategicamente. Isto é, com horizonte e agilidade, planeando e tirando partido das oportunidade. Por exemplo, os saldos podem constituir, nesta perspectiva, a expressão do planeamento estratégico e não devem ser encarados como uma acumulação de riqueza mobilizável para outros fins. Por sua vez, os mecanismos de gestão financeira disponíveis no mercado, aos quais qualquer empresa tem acesso, constituem recursos que potenciam a agilidade e a racionalidade de um bom governo. Reconhecendo-se que as Instituições de ensino superior devem assumir cada vez mais um comportamento de inspiração empresarial, competindo no mercado e auto-sustentando-se através da arrecadação de receitas próprias, é lícito esperar que a reforma do ensino superior lhes faculte maior grau de autonomia, designadamente no que respeita à gestão dos saldos numa perspectiva plurianual. 3. CARREIRAS A reforma do ensino superior não pode deixar de incidir sobre as carreiras docente e de investigação. Uma excessiva, embora compreensível, preocupação com a estabilidade das carreiras, inspirou a elaboração dos actuais estatutos das carreiras. A reforma deverá incidir em alguns pontos nevrálgicos, que eliminem as promoções automáticas e anulem a endogamia, tão característica das nossas instituições. No essencial estes objectivos são alcançáveis, nas universidades, por alterações cirúrgicas, das quais se destacam duas: o doutoramento deverá constituir condição necessária para início de carreira; o recrutamento e a progressão na carreira deverá operar-se sempre através de concursos internacionais. Paralelamente ao corpo docente de carreira, deverá ser possível recorrer a especialistas convidados, através de contratos individuais de trabalho a estabelecer por períodos indeterminados. 4. ADOPÇÃO DE MODELOS COMPARÁVEIS Esta reforma já está em curso, em consequência da alteração da Lei de Bases do Sistema Educativo e da publicação do DL do Regime Jurídico dos 2. O GOVERNO DAS Graus e Diplomas do Ensino Superior (DL n.º 74/2006). INSTITUIÇÕES Em consequência, está estabilizado o modelo LMD com O actual modelo orgânico das durações comparáveis às dos instituições responde a uma países europeus, e com a adopconcepção basista da democracia. Uma proliferação de conse- ção do sistema ECTS de creditação do esforço dispendido lhos com poderes partilhados e dimensões excessivas, mais sen- pelos estudantes. Muito haverá ainda que síveis por vezes a interesses caminhar para tornar os sistepessoais ou corporativos do que ao interesse estratégico das ma plenamente consentâneo com o paradigma da reforma instituições, fragiliza a capacide Bolonha, mas o que há a dade de governo. A reforma fazer não implicará nova interdeverá incidir sobre este ponto nevrálgico, dotando as institui- venção legislativa. ções de modelos governativos operacionais e entrosando-as 5. AVALIAÇÃO com a comunidade através da E ACREDITAÇÃO participação de personalidades representativas dos sectores Também nesta matéria o sociais nos órgãos de delineaGoverno avançou, e bem, com mento estratégico. a criação da Agência de Acreditação, cuja intervenção será essencial para tornar cre3. REGULAÇÃO dível o nosso ensino e, em particular as formações avançadas As universidades e institutos de Mestrado e de politécnicos fazem parte de um Doutoramento, face aos sistema de ensino e de investipadrões de qualidade que se gação que serve o país. A reguimpõem em toda a União lação da oferta de formação Europeia. não pode competir às instituiA indexação da acreditação ções. Deve ser exercida por para outorgar os graus de mesuma instância independente, tre e de doutor à bondade da evitando-se, de futuro, a proliqualidade científica avaliada feração de cursos semelhantes, constitui um passo essencial. a confusão entre os modelos Mas haverá que ter cuidado em politécnico e a universitário, não confundir qualidade cientía oferta excedentária embora fica avaliada com avaliação de atractiva, sem perspectiva de Centros de Investigação pela absorção pelo mercado do traFCT. Por duas razões simples: a primeira, porque a FCT, pese balho. embora o mérito que todos lhe reconhecemos, não tem por missão avaliar o universo científico nacional; a segunda, porque há vida, e vida científica e de qualidade, para além dos Centros avaliados pela FCT. 6. ABERTURA A NOVOS PÚBLICOS De entre as missões que cabem às instituições de ensino superior, destaca-se hoje, mais do que no passado, a formação ao longo da vida e a qualificação da população activa. A reforma levada a cabo pelo Governo deu um importante passo nesse sentido, criando uma porta de acesso ao ensino superior para os maiores de 23 anos e instituindo o regime de creditação de competências adquiridas em contexto laboral. Sendo um passo importante no sentido da abertura a novos públicos, é contudo insuficiente. A reforma deverá acentuar o carácter internacionalista das nossas universidades, permitindo-lhes que sejam frequentadas, desde o 1º ciclo, por estudantes oriundos do mundo inteiro, como se verifica na maioria das universidades que integram a Rede Europeia de Ensino Superior e de Investigação Científica. Só assim, as instituições europeias poderão contribuir para o reforço da capacidade de atracção da Europa sobre as jovens populações estrangeiras e competir com os Estados Unidos. 7. FINANCIAMENTO E CONTRATUALIZAÇÃO Desde há alguns temos vindo a experimentar diversos modelos de financiamento das universidades e institutos politécnicos, com claro incumprimento por ambas as partes, o governo e as Instituições. Todos conhecemos o direito e o avesso deste problema, pelo que não valerá a pena escalpelizá-lo. Importa, sim, pensar no futuro e estabelecer um modelo de financiamento que satisfaça os seguintes requisitos: Seja consentâneo com as disponibilidades orçamentais do Estado; Assegure o funcionamento básico de cada instituição, de acordo com parâmetros estabelecidos, nomeadamente os rácios aluno/docente, por exemplo; Reflicta a performance da Instituição, tendo como referência as metas estabelecidas; Promova, contratualmente, a discriminação positiva de cada Instituição, tendo em conta a sua circunstância. Não é indiferente estar-se localizado para lá dos montes ou no litoral, no que concerne à capacidade de auto-sustentação e ao grau de responsabilidade para com o desenvolvimento da comunidade. 24 DE ABRIL Francisco Ceia evoca Zeca Afonso | Praça do Giraldo | 22.00H 25 DE ABRIL | A PRAÇA CANTA GRÂNDOLA VILA MORENA FOGO DE ARTIFÍCIO | Praça do Giraldo | 00.00H FESTA CUBANA COM A ORQUESTRA SALSA MANIA | Praça do Giraldo | 00.30H 27 DE ABRIL | CONCERTO DO 25 DE ABRIL PELO CORO EBORAE MVSICA CONCERTO COMEMORATIVO DO 25 DE ABRIL. DIRECÇÃO DE PEDRO TEIXEIRA, ACOMPANHAMENTO AO PIANO DE RODRIGO GOMES. Salão Nobre dos Paços do Concelho | 18.30 PORTEL Cinema | Auditório Municipal 2 Abril - Em busca da felicidade 8 Abril - o Nascimento de Cristo 16 Abril - Chaplin 23 Abril - a designar Teatro | Auditório Municipal) 1 Abril 21.30h- “Falar a Verdade a Mentir”, de Almeida Garrett - Grupo de Teatro de Amadores de Vila Viçosa. 22 Abril, 21.30h - “Salazar Ascensão e Queda”, Companhia de Teatro do Ribatejo Música 3 Abril - Cantes de Abril Exposições e Conferências e outras iniciativas (Local: Auditório Municipal) 7 Abril, 9.00h - Passeio Pedestre “Plantas Aromáticas e Medicinais” com Mestre Salgueiro 11 Abril, 16.00h - Exposição de Fotografia e Marionetas “Olhares pelas Andanças dos Bonecos” (Trulé) 13 Abril, 16.00h Apresentação do Kit Pedagógico Sem fronteiras, de Fernando Moital 14 Abril - CONFERÊNCIAS DE PORTEL Ciclo “Vera Cruz de Marmelar. História, Arquitectura e Arte” 18.00h - “ A resistência cristã no Alentejo e Algarve, sob domínio árabe” | Dr. Manuel luís Real (arquivo Histórico do Porto) 21 Abril - CONFERÊNCIAS DE PORTEL Ciclo “Vera Cruz de Marmelar. História, Arquitectura e Arte” 18.00h - “ O Tesouro de Vera Cruz de Marmelar no Contexto de Portel” | Dr. Nuno Vassallo e Silva (Museu de Fundação Calouste Gulbenkian) REGUENGOS 07 DE ABRIL II PASSEIO TT ROTA DO CAMPO | S. MARCOS DO CAMPO 18 DE ABRIL DIA INTERNACIONAL DOS MONUMENTOS E SÍTIOS | Entrada Gratuita no Museu de Arte Sacra e Fresco dos Paços da Audiência em Monsaraz 21 E 22 de ABRIL Iº RAIDE AÉREO FOTOGRAFICO EM PARAMOTOR CONCELHO DE REGUENGOS DE MONSARAZ 24 e 25 de ABRIL COMEMORAÇÕES OFICIAIS DO 33º ANIVERSÁRIO DO 25 DE ABRIL DIA 24 - 22.30 | Tributo a Zeca Afonso: QUINTETO NÁNÁ SOUSA DIAS| Auditório Municipal 24.00 | FOGO DE ARTIFICIO | Rotunda 25 de Abril DIA 25 10.00 - CERIMÓNIA DO IÇAR DAS BANDEIRAS DO MUNICÍPIO E NACIONAL | A Banda da Sociedade Filarmónica Harmonia Reguenguense, interpretará durante a cerimónia os Hinos do Município e de Portugal 10.00 - 32ª ESTAFETA DOS CRAVOS 10.30 - ROMAGEM AO LARGO DOS COMBATENTES PARA HOMENAGEM AOS SOLDADOS MORTOS NA GRANDE GUERRA E NA GUERRA COLONIAL. COLOCAÇÃO DE COROAS DE FLORES NOS RESPECTIVOS MONUMENTOS 11.00 - SESSÃO SOLENE DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL COMEMORATIVA DO 32º ANIVERSÁRIO DO 25 ABRIL 12.30 - Inauguração do novo edifício do Arquivo Municipal, sito no Largo Almeida Garrett, em Reguengos de Monsaraz, onde actuará a Banda da Sociedade Filarmónica Harmonia Reguenguense 27 A 29 de ABRIL FEIRA OUTLET | Parque de Feiras e Exposições notíciasalentejo~ Abril 2007 12 Arte contemporânea vai passar por Elvas Rute Marques [email protected] O Museu de Arte Contemporânea de Elvas deverá abrir portas em Maio com a colecção de 250 peças de António Cachola e um orçamento para a programação de 150 mil euros anuais na sua fase de arranque, suportado pela autarquia de Elvas. Segundo o director do museu, João Pinharanda, vão estar disponíveis “sete espaços principais de exposição” As áreas de actuação do Museu vão além das exposições e “haverá todo um trabalho em torno dos seu conteúdos e para além deles”, sustenta o director do museu, João Pinharanda. Não obstante, considera serem “os artistas contemporâneos os grandes interessados no êxito deste museu”: “Têm-no sido para a constituição da colecção empenhando-se na disponibilização de peças de grande qualidade e no acompanhamento da montagem nos espaços e sê-lo-ão no futuro”. João Pinharanda acompanhou como curador a constituição da colecção de António Cachola, revê-se nela e lembra que entre “a primeira apresentação, em 1999, e os dias de hoje a colecção cresceu imenso, sempre por iniciativa e escolha do próprio coleccionador”. Observa que essa será a “parte, sempre visível da colecção e constituirá aquilo a que podemos chamar a exposição permanente”, e sustenta que “justificará todas as iniciativas temporárias dedicadas a artistas da colecção ou outros, nacionais e estrangeiros”. E quer por outro lado vai sustentar” qualquer iniciativa de itinerância quer por “exportação” de peças da colecção (nestes anos o curriculum de empréstimos para exposições de grande importância nacional e internacional é já notável) quer recebendo peças de outras colecções em acções programadas de intercâmbio”. No momento de abertura “a colecção vai espalhar-se por alguns outros locais de grande qualidade arquitectónica e actualmente devolutos em virtude da desmobilização do Exército anteriormente estacionado na cidade”. Este será um modo de “dinamizar mais claramente a cidade”, como considera o director De Maio a Setembro de 2007, no espaço de exposi- diata e mediata”, descreve o director do Museu de arte contemporânea de Elvas. Parte “é intervenção directa na realidade” e, outra, “começa a ter já o peso de um balanço histórico que tanta falta faz na cultura nacional”. Cerca de 250 peças estão reunidas neste catálogo de António Cachola, mas, como diz João Pinharanda, é “uma colecção em progresso. Desta forma, como nela se encontram “as orientações acordadas para o seu arranque”. Por isso, veio a aceitar “com agraA colecção de do e entusiasmo o convite António Cachola para voltar a trabalhar com o seu “corpus”. Não sendo “nem Esta é “uma colecção de temática nem de tendência “ é artistas revelados desde os uma colecção que segue os anos 80, e de “actualidade ime- artistas integrando obras de ção vai ser apresentada fundamentalmente, a colecção sem alteração alguma. Depois, em Setembro o MACE recebe “ um pequeno reforço de obras e iniciativas paralelas”. João Pinharanda afirma também que no próximo ano poderão registar-se algumas alterações, e sustenta que pretende ”iniciar um programa de produção própria de ambição internacional mas ainda estamos em negociações”. diferentes períodos do seus trabalhos, o que lhe confere carácter abrangente e didáctico. Haverá sempre uma parte significativa do Museu onde ela pode ser vista nas suas diversas facetas. Na fase de arranque, as despesas de programação fixamse em 150 mil euros por ano. Enquanto o orçamento de funcionamento corrente é garantido pela Câmara de Elvas, “o orçamento de exposições, edições, iniciativas paralelas é garantido por um conjunto de mecenas institucionais de grande prestígio que, entre a CME e o coleccionador, temos vindo a atrair e a garantir”, referiu. pub Abertos das 12h00 às 15h30 e das 18h00 às 22h00 Encerram à Segunda-Feira www.aloendroeadegadocachete.com Restaurante Aloendro Estrada de Évora, 3 B Reguengos de Monsaraz E-mail: [email protected] Telef. 266 502 109 Fax. 266 519 896 Tlm. 969 067 073 Restaurante Adega do Cachete Rua do Grave, 9 S. Pedro do Corval E-mail: [email protected] Telef. 266 549 568 Fax. 266 519 896 Tlm. 969 067 073 notíciasalentejo~ Abril 2007 13 ~cultura Romper com ciclos de isolamento e desajuste temporal Na sua opinião, quais os objectivos do MACE junto do público /comunidade, levando em conta que surge no Alentejo, região a precisar de investimento (nomeadamente em equipamentos culturais)? João Pinharanda - Os objectivos são muito ambiciosos. Só assim vale a pena trabalhar sem ilusões e com determinação. Sem nenhuma ilusão de facilidade e com determinação de romper com os ciclos de subdesenvolvimento também cultural em que nos encontramos. Ciclos de isolamento e desajuste temporal que não são relativos às periferias mas que são gerais e se verificam em certas bolsas de resistência à mudança e à informação - e essas “bolsas” tanto podem estar em Elvas como em Lisboa, no público em geral como nos decisores políticos e mesmo culturais. Temos que ganhar esta batalha local mas também nacional, temos que a ganhar com a população de Elvas mas também com a de Cáceres, Badajoz, Évora, Portalegre ou Montemor-o-Novo - para referir apenas alguns pólos de afirmação cultural da região. Cursos de formação cultural generalistas e especializados, informação e formação em torno de cada uma das iniciativas realizadas, edições de qualidade, uma acção de longo prazo junto dos jovens são indispensáveis para levar esta ambição a bom termo. Quais as linhas orientadoras que vai seguir nas escolhas que o MACE irá trazer a público. Podemos contar com os contributos de que artistas e criadores contemporâneos? JP- Em 2007 vamos apresentar, fundamentalmente, a Colecção. De Maio a Setembro sem alteração alguma e em Setembro, aproveitando a realização das Festas de S. Mateus e a vinda de muitos elvenses à sua cidade, vamos realizar um pequeno reforço de obras e iniciativas paralelas, a anunciar. Os artistas que contribuirão para isso são os da Colecção sem referirmos aqui nem excepções nem destaques. Evidentemente que os artistas contemporâneos são os grandes interessados no êxito deste museu - têm-no sido para a constituição da Colecção empe- nhando-se na disponibilização de peças de grande qualidade e no acompanhamento da montagem nos espaços e sê-lo-ão no futuro, estou certo. Em 2008 pretendemos iniciar um programa de produção própria de ambição internacional mas ainda estamos em negociações. Como vai organizar agora o seu tempo? JP - Neste momento estou a terminar trabalhos que significam compromissos anteriores, alguns dos quais com alguns anos mas que algumas vicissitudes têm sucessivamente adiado e vieram cair sobre a preparação da abertura do MACE: um livro sobre os sete “Prémios Tabaqueira” de arte pública já atribuídos e a apresentação em Lisboa de uma colecção particular de arte portuguesa, de grande amplitude histórica (do naturalismo à actualidade). Continuo ligado à organização de dois prémios de arte suportados pela Fundação EDP (o de Novos Artistas e o Grande Prémio) através dos quais se revelam valores emergentes ou se consagra um valor histórico. Como presidente em exercício da secção portuguesa da AICA (Associação Internacional dos Críticos de Arte), tenho a missão de coordenar (com a arquitecta Ana Tostões) uma grande exposição retrospectiva da arte portuguesa a propósito de se cumprirem 25 anos de Prémios AICA/MC. Todas estas actividades e interesses me levaram a deixar de escrever nos jornais sobre a actualidade crítica. Quanto ao acompanhamento do MACE ele tem tempos diferentes: épocas de grande empenhamento, que correspondem às montagens das exposições e sua inauguração, e épocas de maior distensão. O ritmo de inaugurações será quadrimestral e mensal no que respeita às actividades paralelas (seminários e vídeos) - é com essa lógica de sístoles e diástoles que irei jogar, vindo o mais vezes possíveis a Elvas e estando o mais tempo possível em Lisboa, mas também em Madrid, Badajoz, Porto, Cáceres, Londres, Évora, Veneza, S. Paulo, Kassel. É que a difusão do MACE e o reconhecimento da realidade que o cerca exigem que a minha vida não possa ser pensada numa lógica de simples deslocação pendular entre Lisboa e Elvas. Os nomes da colecção O MACE nasceu de uma vontade expressa da autarquia de Elvas do coleccionador António Cachola, detentor de uma relevante colecção de arte contemporânea. O projecto contou desde o início com o acompanhamento de entidades como o Ministério da Cultura, RPM (Rede Portuguesa de Museus) e o IPM (Instituto Português de Museus). Para a CM Elvas, o objectivo passa por fazer da cidade um pólo dinamizador de toda a região a nível cultural, convertendo o museu num importante centro de investigação, conservação, exposição e difusão da arte contemporânea. O museu está implantado no antigo edifício do Hospital Distrital de Elvas. A elaboração do projecto do museu ficou a cargo do atelier do Arq. Pedro Reis. A colecção de António Cachola fez a sua apresentação pública no Museu Extremeño e Ibérico de Arte Contemporánea (MEIAC), em Badajoz, em 2000. Com cerca de 250 obras, pertencentes a mais de 50 artistas e tendo por ponto de partida a década de 80, a colecção conta com obras de artistas nacionais, com produção nas últimas décadas, entre os quais Pedro Cabrita Reis, Pedro Calapez, Jorge Molder, José Pedro Croft, Rui Sanches, Rui Chafes, Xana, Joana Vasconcelos, José Loureiro, João Pedro Vale, Fernanda Fragateiro, Vasco Araújo, João Onofre, Noé Sendas, Pedro Casqueiro, Pedro Proença, Pedro Portugal, Miguel Palma, Rui Toscano, Ângela Ferreira, Ana Vidigal, Ilda David, Nuno Cera, Rosa Almeida e Rui Calçada Bastos. notíciasalentejo~ Abril 2007 14 A sociedade do conhecimento e a formação notasdaaldeia Alberto Magalhães Estudar é nada? [email protected] Joaquina Margalha [email protected] A escola de hoje é uma instituição democrática e desperta para a necessidade de esbater as diferenças. No entanto, a abertura da escola à sociedade não significa, por si só, que ela consiga promover, efectivamente, a igualdade de oportunidades de sucesso a todos os alunos que a ele acedem. De facto, nas últimas décadas, a escola viu evoluir a sua finalidade de promover a educação escolar por acréscimo de novas funções que lhe têm vindo a ser atribuídas pela sociedade. Assim, e para além da preocupação de desenvolver o currículo, foram-lhe sendo atribuídas funções nos domínios do ambiente, da saúde, da sexualidade, da prevenção de comportamentos desviantes, da prevenção rodoviária, do património, da solidariedade, etc., etc., etc. Parte-se do pressuposto de que, o que não é possível de fazer-se noutros contextos, pode ser resolvido pela escola, fazendo fé da sua capacidade de resolver os problemas que a sociedade não consegue solucionar. Esta atribuição de competências passou também, recentemente, a incluir o entendimento de que se trata de uma instituição que deve exercer o seu trabalho a tempo inteiro, minimizando o papel de agente socializador que, por tradição, era detido pelas famílias. Evoluiu-se, desta forma, de um conceito de escola dedicada em exclusivo à educação escolar, para um novo paradigma de escola formativa que amplia as suas formas de intervenção, subordinando-as a um conceito de educação integral que ela não pode, ainda que o queira, assegurar. Vivemos na sociedade dita do conhecimento, na qual somos confrontados em permanência com a necessidade de estabelecer interacções com os outros. Então, como poderemos assumir que uma tarefa essencial à evolução do ser humano, como é a formativa, pode ser desenvolvida em exclusivo pela escola? Ela pode, e deve, realizar o seu trabalho educativo, pois essa é a sua função natural. No entanto, a sua eficácia será tanto maior, quanto maior for a coresponsabilização de outros actores sociais que intervenham no âmbito de uma comunidade realmente formativa. Para o efeito, será imprescindível que as populações tenham acesso a equipamentos que promovam a formação cívica, científica, cultural; que as famílias exerçam a sua função educativa; que a sociedade seja, efectivamente, uma sociedade que promova e valorize o conhecimento. Volta e meia lá aparecem eles a envergonharem o pagode (sou optimista e parto do princípio de que o pagode ainda tem uma réstia de vergonha). Passam no Telejornal como autênticas chicotadas expiatórias. São as crianças e jovens que chegam da Ucrânia ou de países afins e que, ao fim de poucos meses na escola portuguesa, já somam sucessos comparativos, obtendo notas excelentes, mesmo a disciplinas improváveis como a de Língua Portuguesa. Pergunta a repórter em língua coxa o que faria, então, aquela jovem, então, a frequentar, nomeadamente, o 12º ano se, por acaso, verdadeiramente, lhe acontecesse, hããã, chumbar o ano. Responde a jovem imediatamente: - Nunca me passou pela cabeça que isso pudesse acontecer. Seria uma grande vergonha para mim e um grande desgosto para os meus pais. Chumbar está fora de questão. Eu estudo para passar com boas notas. Na resposta, todo um pro- grama de vida, toda uma cultura subjacente. A Escola portuguesa é péssima? Em certos aspectos será. Os professores são péssimos? Alguns serão. Mas o que é certo e seguro é que muitas crianças portuguesas e todas ou quase todas as ucranianas têm, nesta Escola, com estes professores, bom aproveitamento. Qual o segredo? - Bom, mete-se-me um vizinho na conversa, é como os emigrantes em França. Os portugueses, trabalhadores e ordeiros, lá fizeram pela vida e os filhos e netos estão integrados. Outros, de outras proveniências, na segunda geração começam a incendiar carros e queixamse de serem excluídos. - Dá que pensar, não dá? Veja, por exemplo, no Luxemburgo, os portugueses estão integradíssimos, ganham bem, os filhos andam em escolas europeias, têm professores europeus e, no entanto, como se viu agora na visita do nosso Presidente, têm maus resultados escolares, tal e qual como têm os de cá. - Mas então, mete-se outro vizinho na conversa de balcão, vocês estão a dizer que os miúdos portugueses são mais preguiçosos que os outros? Olhem que não! Alguns até abandonam a escola para irem trabalhar no duro. Pois claro. O problema não é de preguiça, o problema não é de falta de inteligência ou de memória. O problema é de exemplos e de valor. Muitas crianças vão para a escola sem nunca terem visto o pai ler mais que o Record ou a Bola e ouvem-nos dizer que sabem mais com a 4ª classe, que tiraram há 30 anos, que os jovens de hoje que andam na universidade. Qual o valor que muitos pais e, portanto, muitas crianças e muitos jovens, dão ao estudo? Pouco ou nenhum. - Estudar é bom para ti mas, se não queres estudar, compro-te uma mota e vais trabalhar, ganhar a vidinha. - O meu filho já é a segunda vez que repete o 7º ano. Comprei-lhe um computador e um telemóvel de terceira geração para ver se ele se entusiasmava, mas ele queixa-se dos professores. Diz que são uma seca. Eu, com a idade dele, também adormecia em certas aulas. Coitado, se calhar vai chumbar outra vez. Não há ainda em Portugal, generalizada, a noção de que o estudo é trabalho valioso. A Escola é vista por muitos pais e filhos como um entretém para a juventude, às vezes chato e chegando mesmo a ser prejudicial: - estudar para quê, se eles licenciados ainda custam mais a empregar-se?! A coisa é de tal modo grave que os pais mais eruditos, para desculparem os seus petizes, que se enfadam na Universidade, anos a fio, com vinhos e petiscos, são capazes de exclamar, gaiteiros: - A rapaziada tem de aproveitar, não é? Eu sei como é, já tive a idade deles. Aliás, como dizia o Pessoa, “ler é maçada, estudar é nada” e é bem verdade, o poeta lá sabia, não é assim? José Calixto O papel da Sociedade Civil [email protected] Entendemos que a felicidade duma Comunidade tende a ser directamente proporcional à mais-valia com que cada um dos seus membros, individualmente ou através do movimento associativo, consegue criar nas complexas e dinâmicas relações sociais nas quais se insere. Uma sociedade civil fortemente participativa é mais genuína porque traça, ela própria, o seu futuro; não se distancia das matérias que interferem directamente com os mais variados planos da sua vida e dos seus legítimos interesses. É fácil encontrarmos motivos para fortes críticas a algumas evoluções das sociedades modernas: desmobilização e desmotivação do movimento associativo; a forma pouco eficaz como alguns agentes económicos tradicionais interage com os desafios da moderna economia; baixos índices de dinamismo na defesa das genuínas manifestações da tradição e da cultura dos nossos antepassados; falta de ligação entre Instituições fundamentais para o nosso desenvolvimento intelectual: a Escola e a Família; ... São alguns exemplos que nos preocupam e sobre os quais deixamos algumas 'ideias soltas': » O movimento associativo: o bom senso diz-nos que a forma de organização associativa nos tempos actuais deve modernizar-se sem se descaracterizar. A união de duas ou mais Associações não deve, na grande maioria dos casos, ser considerada um drama. É, isso sim, uma forma de optimizar recursos culturais, desportivos ou recreativos, como forma de recuperar dinâmicas de outros tempos. Por outro lado, a modernização da estratégia e dos objectivos é, noutras situações, fundamental. Por muito que nos possa custar, é difícil manter Associações com uma oferta cultural, recreativa ou desportiva completamente desadequada relativamente aos actuais interesses dos seus associados: as leituras do jornal na sala da Sociedade, a sala da televisão, ... são boas recordações da nossa juventude; não as renegamos mas, de facto, vivemos outros tempos. » Os agentes económicos tradicionais: estamos convencidos que, nomeadamente o comércio tradicional, tem um importante papel a desempenhar na economia moderna das nossas comunidades. Terá, no entanto, que fazer algumas mudanças estratégicas: a sua forma de organização deverá criar estruturas próprias de defesa dos seus legítimos interesses; as suas formas de gestão deverão modernizar-se; os seus horários de funcionamento deverão ter significativas alterações... » O dinamismo cultural e recreativo: torna-se óbvio que, muitas das manifestações culturais tradicionais deverão ser promovidas pela sociedade civil. O carnaval, as marchas populares, as festas populares, ... Ao colaborarmos activa e voluntariamente nestas e noutras manifestações culturais, não fazemos mais que a nossa obrigação. » A Escola e a Família: de facto, quando criticamos algumas evoluções menos conseguidas do nosso Sistema Escolar, devemos igualmente ter capacidade de autocrítica e tentar perceber se até que ponto a sociedade civil e a Família colaboram ou não cada vez menos com a Escola... São algumas matérias que deixamos para reflexão. notíciasalentejo~ Abril 2007 15 ~opinião Rui Namorado Rosa Desenvolvimento Sustentável? [email protected] O termo “desenvolvimento sustentável” foi oficialmente fixado no relatório Our Common Future pela Comissão Mundial para o Ambiente e o Desenvolvimento, mais conhecida por Comissão Brundtland, sob os auspícios das Nações Unidas, em 1987. Este é um documento que ainda hoje é lido com muito proveito. A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, Rio de Janeiro, em 1992 e a Cimeira Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, Joanesburgo, em 2002, foram grandes iniciativas intergovernamentais que formalmente estariam a dar sequência ao enunciado de problemas colocado em Our Common Future. Mas os resultados alcançados são modestos, face à dimensão dos problemas materiais e humanos que se colocam e às contradições que constrangem a sua resolução; em particular, a busca de soluções e acção consensual têm sido constrangidos pelo protagonismo cedido às grandes corporações, que têm encontrado nesses eventos fora para promoverem a sua imagem (“corporate social responsabi- lity”) e para obstarem a adopção de decisões radicais. No quadro da União Europeia, a integração da protecção ambiental nas políticas comunitárias, conhecido sob a designação de Processo de Cardiff, foi iniciada pelo Conselho Europeu em Junho 1998, e traduz-se numa miríade de normas. Todavia quanto a recursos naturais a posição da União está francamente mais atrasada. A Comunicação da Comissão ao Conselho e ao Parlamento Europeu sobre Estratégia Temática sobre a Utilização Sustentável dos Recursos Naturais, COM(2005) 670, torna esse facto patente. Aí se reconhece que ainda nenhum estado da União adoptou uma estratégia para os recursos. E todavia a dependência da Europa em numerosas matérias-primas e energia é gritante. Como é significativamente frágil a reflexão que aí se contém. A preocupação política central anunciada é persistir num “crescimento económico” porém dissociado do consumo de recursos e de impactos ambientais; em particular o PIB deveria crescer, mas a intensidade material e energética do produ- to supõe-se crescer a ritmo mais baixo ou até mesmo decrescer, e os impactos ambientais supõem-se diminuir. Este “desacoplamento” do crescimento do produto relativamente ao consumo de materiais e de energia e aos impactos ambientais designa-se de “desmaterialização”. Nas considerações da Comissão se recolhe a preocupação com os recursos renováveis, dados como sendo escassos; assim é de facto, quando na Europa a floresta primitiva foi erradicada, os ecossistemas estão extremamente fragmentados e espécies foram extintas, muitos solos foram exauridos, e escasseia a água em muitos aquíferos sobre-explorados. Mas em contrapartida a Comissão toma os recursos minerais como inesgotáveis, haja território que eles estariam debaixo dos pés. A realidade é que a Europa viveu e cresceu com amplo recurso a matérias-primas coloniais e mais tarde importadas na vaga da globalização liberalizante por esta via iludindo os consumos materiais e os impactos ambientais invisíveis gerados em outros continentes. Por isso a paradigma da “desmaterialização” que permeia o discur- so económico dominante serve para iludir a realidade da nossa penúria e da exploração de povos terceiros, e para fazer crer num “desenvolvimento sustentável” que, tal como é argumentado, não existe. A serem verdadeiros os pressupostos que inspiram a Estratégia Temática sobre a Utilização Sustentável dos Recursos Naturais a União Europeia deveria poder ser autónoma em matérias-primas e energia (à parte produtos exóticos e especiarias…). No mundo presente não temos “desenvolvimento sustentável”. A acumulação de população em mega-cidades e o despovoamento do meio rural, o rápido crescimento da área edificada relativamente à população residente, a desertificação biofísica e humana frequentemente associadas entre si, o declínio de fontes de matériasprimas minerais (hidrocarbonetos e metais básicos), a exaustão de solos férteis e a sobreexploração de aquíferos, a exaustão de pesqueiros, etc. são vários sintomas de um futuro preocupante que já é presente na Europa. Não se estranhe pois a crise económica subterrânea que prosamínima António Saias Tópicos toponímicos [email protected] PS – Á semelhança de ALLgarve para o falante / pagante de origem inglesa, sugere-se ao Marketing a adopção de ELgarve para sensibilização das centenas de milhões de falantes da língua de Cervantes, e ALI (com a variante ALA) Garve para os milhões de favorecidos muçulmanos (os do petróleo, claro!). Para o emergente negócio turístico chinês – quem sabe – um GINgarbe! Todos se lembram duma conversa recente do senhor ministro da economia, explicando o enxerto do topónimo Algarve em ALLgarve: porque em Inglês ( Língua candidata a estatuto de “esperanto”, de meio de comunicação universal ) ALL transmite a ideia de universalidade, de globalidade, tudo. Al, de Algarve, do antigamente, é, pelo menos era, um artigo definido - um simples “o” de almanaque ou alfarrábio ou de grande parte das palavras portuguesas começadas por Al. A Terra deste Vosso modesto entretenidor - Almadafe - é bom exemplo disso. Nem mesmo o meu velho e bom amigo Adel Sidarus - egípcio que nem Ramsés ou Tutankamon - conseguiu explicar-me o significado de Madafe, para eu saber a raiz etimológica do meu lugarejo de nascença. Admitamos, por absurdo, que significa espinafre. Almadafe seria então, por vontade dos antigos sarracenos lá do sítio, O Espinafre. Pela lógica inovadora do nosso ministro da economia - com vista a soar melhor aos tímpanos britânicos, nossos almorávidas actuais- o meu lugarejo, ALmadafe, o espinafre, passaria de imediato a ALLmadafe, para significar Todos os Espinafres. Sim, do Mundo! Todos os espinafres do Mundo. E os ingleses, quem sabe, por contágio os camaroneses e os mongóis, passariam a comprar melhor o meu anónimo, recôndito e empedernido lugar de nascimento. O que o ministro propõe com este enxerto toponímico pode estender-se ao simples substantivo comum. Para que os habitantes da velha ALBION ( com pouca coisa a própria Albion é de origem árabe!!!! - com essa é que eu me fartava de rir! - consigam deglutir com menor esforço. Urinol (lugar onde se urina) passaria a UrinALL, para induzir os endinheirados britãnicos a depositar ali, até à última pinga, a sua real urina. Almofada, pela mesma lógica ministerial volveria ALLmofada, almofariz ALLmofariz ( para pisar tudo: o alho e o coentro da açorda mas também o pimentão vermelho da conserva... ) não sei se estão a atingir o alcance da proposta genial de mutação linguística! Com pequenos berbicachos pelo caminho, como seja o caso, por exemplo, de colesterol, com que o acomodado lusitano está tão familiarizado. Proporíamos, de nosso inocente e ignorante allvedrio, a fórmula cALLestrALL - para abarcar logo de uma assentada os dois colesteróis, o bom e o mau - e todos ganharíamos com isso. Não só os ingleses! Portugal - retomando a reforma topológica - passaria a PortugALL, e não me venham cá com estórias, que a proposta do ministro tem mesmo um alcance bem visível. Só cego é que não vê ! Se ALLgarve passa a abranger todo o território algarvio, o próprio nome de Portugal só ganharia se lhe seguisse a peugada: PortugALL - para englobar as mais ínfimas parcelas como as Berlengas, as Ilhas Selvagens ou o próprio Castelo de Almourol. Cá está outra! Estão ver? Almourol passaria a quê? Escreva lá então meu leitor! ALLmourALL! Exactamente! Vê-se que seguiu o raciocínio! E Almourol não terá a ver com Mouro? Claro que também isso não agradaria à estratégia do ministro! ALLmourALL? A mouraria toda? Nem pensar! Nós aqui, de onde nos fogem diariamente ( ainda ) 3 indígenas, também lucraríamos em mudar o nome a esta coisa: ALLentejo - para atrair os ingleses, para além dos espanhóis, que nos compram as herdades para instalarem vinha e olival, e holandeses para a exploração de vacarias. Bom, por hoje fico-me por aqui, com a promessa de retomar o assunto - que ficou longe de atingir o alcance que o nosso ministro da economia tão generosamente lhe quis dar Seu como sempre António Saias, natural do ALLmadafe. notíciasalentejo~ Abril 2007 16 emdia Afonso de Almeida [email protected] Alentejo - Califórnia?! O excelente artigo que se segue foi produzido para o NA por Samodip Sarkar, Doutorado pela Universidade de Harvard nos EUA e Professor de Gestão, com Agregação, na Universidade de Évora Há muito tempo atrás havia uma terra onde as pessoas eram honestas, trabalhadoras, mas muito pobres. Até ao dia em que chegaram estrangeiros que trouxeram muito dinheiro e fizeram grandes investimentos. Isto transformou esta terra pobre numa terra rica. Esta é uma boa História, mas não é verdade! Mas diz-nos alguma coisa sobre o Alentejo. Um sítio onde, parece que se está sempre a olhar para fora à procura de ajuda (é um microcosmo de Portugal?). Um sítio onde se pensava que os grandes projectos iriam resolver os problemas do Alentejo. Mas, na realidade isto quase nunca acontece. Não são os grandes investimentos que vão transformar o Alentejo mas sim o dinamismo das PMEs. Vários estudos demonstram que as PMEs são a fonte do crescimento económico. Por exemplo, um estudo realizado pelo prof. Michael Porter, revela que mais de 80% da variação do PIB per capita se deve a fundamentos micro económicos, ou seja às PMEs. Em países como os EUA, as PMEs são responsáveis por mais de 50% de exportações e pela criação da maioria dos novos postos de trabalho. Agora vou contar uma outra História. A história de uma região muito pobre, com falta de água e com muito pouca gente. Alias, a maior parte desta região era um deserto. Um século depois, esta terra tornou-se numa das zonas mais ricas do mundo. Mas desta vez, a História é verdade. É a história da Califórnia, cujo PIB é, hoje, o 3º maior do mundo. Uma região onde a colaboração entre universidades e empresas tornaram o deserto na região mais inovadora do mundo. Esta poderia ser a história do Alentejo. Mas, o que é que falta? Falta mão-de-obra, faltam investimentos, falta interesse do governo central, falta um aeroporto, falta um Bill Gates, etc., etc... Projectos como o Porto Sines, um provável aeroporto de Beja ou o Alqueva são projectos com infra-estruturas para suportar actividades económicas. Vão ajudar, sem dúvida, mas não poderão por si só garantir a fixação de jovens e o dinamismo empresarial. É preciso pessoas, empresas para aproveitar esses investimentos. O crescimento, o dinamismo e a inovação necessários vêem das pequenas empresas. Empresas como a Microsoft, Apple, Nike, HP, começaram por ser pequenos negócios, feitos a partir de casa. Uma coisa é certa, faltam empreendedores tanto à região como ao país. Ninguém quer arriscar. Porquê correr riscos numa sociedade que não valoriza isso? Um dos problemas apontados, frequentemente é a falta de mercado. Mas as empresas têm que perceber que o mercado não é o Alentejo, nem Portugal. O mercado é a Europa, começando por Espanha, que com os seus 40 milhões de consumidores é uma das seis economias mais importantes da Europa. Não faltam incentivos de fundos comunitários. Falta saber geri-los e aplicá-los de forma mais eficiente para aumentar a competitividade. Falta coragem para arriscar. Falta uma ligação entre as universidades e as empresas, faltam, os `spin-offs´. E mais importante de tudo, falta convicção. Falta a convic- ção de que o Alentejo pode ser uma das regiões mais dinâmicas da UE. É preciso acreditar e trabalhar para isso. As PMEs fazem a sua parte, criam crescimento económico, dinamismo e inovação. Mas é necessário que o resto da sociedade contribua e dê o seu apoio. O Alentejo podia ser uma região empresarial dinâmica. Há muitas esperanças: a criação de um centro de actividade económica baseado na industria aeronáutica. Os fins múltiplos que o Alqueva oferece para dar um empurrão à agro-indústria e ao turismo. O Porto de Sines poderá fornecer uma artéria de valor incalculável para os bens mercantis que vêm para Espanha e para a Europa a partir do resto do mundo. O Alentejo é considerado o “interior” do país, mas qualquer ponto desta região não fica a mais de uma hora, uma hora e meia de carro da capital do país. Uma região que ainda é barata e implora por investimento. Sim, eu acredito que o Alentejo se pode tornar na Califórnia da Europa, não apenas de Portugal. Se todos acreditarmos. Samodip Sarkar [email protected] Factos e especificidades da agricultura portuguesa A breve história recente da Agricultura Portuguesa que se segue foi produzida especialmente para o NA por Luís Fernandes, Professor de Projectos Agro-pecuários no Departamento de Zootecnia da Universidade de Évora 21 anos passados após a integração de Portugal na CEE/UE e da sua agricultura na PAC, a nossa “especificidade” não desapareceu (não pelos melhores motivos) do panorama agrícola português. Algumas mudanças positivas são evidentes: (1) de aproximadamente 800 mil explorações passámos para pouco mais de 320 mil (um decréscimo de quase 20 mil explorações por ano); (2) os activos na agricultura decresceram, em relação ao emprego total do país, de mais de 20% para 9,5% da UTA (Unidade de Trabalho Ano); (3) houve valorização de produtos nacionais através das certificações protegidas e (4) houve ajustamentos estruturais e alterações tecnológicas em explorações (com melhoria nas produtividades e na qualidade dos produtos de diversas actividades vegetais e pecuárias). Nas duas últimas décadas a agricultura portuguesa participou (e sobreviveu) num filme cujo argumentista/produtor/realizador se chama PAC. A aplicação quase directa das suas orientações e medidas em Portugal, com a imagem dos subsídios (sobretudo os da Reforma de 1992) a marcar o sector, e por quase ausência de uma Política Agrícola Nacional que as ajustasse à realidade do país, criou nas opiniões pública e publicada a ideia de que a agricul- tura portuguesa era desnecessária para o crescimento económico e desenvolvimento do país. Entre linhas transparecia que os países mais evoluídos não atribuíam importância nem se preocupavam com a sua agricultura, daí a interrogação para que queremos actividades agrícolas e agricultores em Portugal, se podemos importar todos os produtos alimentares que consumimos. Esta imagem negativa a que a agricultura tem vindo a estar associada, a par de talvez muitas outras razões, contribuiu certamente para a sustentação da tal “especificidade” negativa que continua a marcar o sector agrícola português. Indicadores comprovativos de absoluto insucesso são o envelhecimento do tecido empresarial agrícola e o não aumento notório de competências dos empresários, nem por grau académico obtido em instituições de ensino agrícola, nem por formação profissional. Quanto à idade dos produtores agrícolas, a classe etária igual ou superior a 65 anos atingiu em 2005 a quota de 45% e, apesar do decréscimo do número de explorações, o seu valor absoluto não apresenta descida significativa desde 1989. Paralelamente, a drástica redução em valores absolutos e relativos dos produtores com idades inferiores a 45 anos (representam somente 10,8%), ainda mais notória na classe inferior a 35 anos (2,2%), demonstra que o rejuvenescimento dos agricultores não foi conseguido. Nas competências dos agricultores (instrução e/ou formação profissional) também não se atingiram melhorias evidentes. Um indicador comprovativo é o número de produtores singulares e de dirigentes de sociedades com formação em ensino politécnico ou superior agrícola se situar abaixo de 3 mil (0,7% das explorações recenseadas no RGA/99). Comparativamente com a média dos 25 membros e com os países do Sul é notória a fraca produtividade do factor Quadro 1: Indicadores estruturais da agricultura na UE (2003) SAU (superfície agrícola utilizada); UTA (unidade de trabalho ano); DE (dimensão económica determinada com base nas margens brutas padrão das actividades agrícolas); UDE (unidade de dimensão económica com valor de 1200 Euros) Fonte: Eurostat e INE (*IEEA/05) trabalho e mesmo da área agrícola, assim como a elevada proporção de produtores mais idosos [ver Quadro]. Num país em que diversos bens agrícolas e alimentares são frequentemente referenciados como exemplos para incrementar a riqueza nacional, e com um grau de auto-aprovisionamento deficitário em vários produtos (carnes de bovino, de suíno, até em azeite e carne de ovino), existem recursos disponíveis para que a agricultura e as agroindústrias se insiram no campo das oportunidades de futuro. A revitalização económica do sector agrícola dependerá certamente da entrada de novos agricultores com espírito empreendedor, com formação e competências nas áreas científica, tecnológica e de gestão. Este recurso existe, a ensino universitário agrícola já formou e continuará a formar pessoas com estas competências. Mas existem entraves, logo na base a questão fundiária. A mudança de titularidade da exploração, quer por compra e venda, quer por arrendamento, é quase sempre um problema: o preço da terra está muito elevado (agravado pela procura por pessoas cujo rendimento não depende da actividade agrícola) e o arrendamento formal também apresenta dificuldades. O não acesso à terra inviabiliza muitas intenções de empreendedorismo agrícola. Os eixos da transformação e da comercialização deverão estar articulados com as empresas agrícolas, para que a mais-valia final dos produtos também se repercuta nos preços praticados ao nível do produtor primário. Um aspecto favorável ao sector agrícola é o facto da sua revitalização económica se conjugar com as preocupações de ordenamento do território e de preservação dos recursos naturais, contribuindo fortemente para a inversão da tendência de despovoamento das zonas rurais. A agricultura tem um longo passado mas não envelhece. A evolução científica e tecnológica e os comportamentos e atitudes dos seus actores podem renovála permanentemente, tornando-a atractiva para concretização de ideias inovadoras e projectos de vida. Fontes de dados estatísticos: INE (RGA's e IEEA), Eurostat Luís Fernandes [email protected] notíciasalentejo~ Abril 2007 17 ~ciência&tecnologia Leis Neste tempo de mercantilismo, vale o exemplo de Pierre e Marie Curie: em1902 descobriram o radium; poderiam ter requerido a patente para produzir o novo metal e serem milionários. Recusaram, argumentando que seria contra o espírito científico. Nem mesmo quando receberam o Nobel de Física, em 1903, se permitiram ter uma vida mais confortável. Dividiram o prémio com amigos. A biblioteca pública de Cleveland, o Colégio de Direito de Harvard e a Universidade de Brown (todos nos EUA) têm livros forrados com pele de criminosos e de pobres. É o maior órgão do seu corpo. Num adulto médio tem uma área de 2 metros quadrados e pesa 4 a 5 kg. A nossa pele pode libertar até 11 litros de água (suor) num dia muito quente. Globalmente, a pele morta de todas as pessoas lançaria na atmosfera milhares de milhões de toneladas de pó. A sua pele liberta 50 000 células por minuto. Será que os mosquitos podem transmitir o vírus da sida? Os mosquitos transmitem muitas doenças, como a malária e o dengue, mas não a sida, como muitos estudos já demonstraram. Quando somos “picados” por um mosquito ele não nos “injecta” o seu sangue nem o sangue da pessoa que ele “sugou” anteriormente. Ele injecta apenas a sua saliva que evita a coagulação do sangue da vítima que utiliza como alimento. É a saliva do mosquito que veicula o dengue e a malária. O vírus da sida não se reproduz nos mosquitos e desaparece rapidamente não se encontrando na saliva dos insectos. Em conclusão: mesmo que o vírus da sida entre num mosquito, o insecto não será infectado, o vírus não aparece na sua saliva e o mosquito não poderá transmiti-lo à próxima pessoa que for por ele picada. E se “esmagar” o mosquito o risco de contágio é igualmente nulo. a posteriori, lat. “Estatística é a maneira mais lógica e precisa de » A partir do que vem depois. Sistema de argumentação que parte do efeito para a causa. Opõe-se à argumentação a priori. dizer uma meia-verdade sem exactidão” ~ Lei de Bohr... a priori, lat. » A partir do que vem antes. Prova fundada unicamente na razão, sem fundamento na experiência. Opõe-se a a posteriori. “Um especialista é alguém que cometeu todos os erros possíveis num limitado campo de estudos” ~ dp pub de lana caprina, lat. » Sobre a lã de cabra. Assim chamou Horácio às discussões ociosas. in vitro, lat. » No vidro. Expressão que indica as reacções fisiológicas feitas fora do organismo, em tubos de ensaio. in vivo, lat. jornal on-line da universidade de évora Pele Sabe mesmo o que quer dizer? Lei de Griffin na estatística... Inovações Ao pensar numa maneira de facilitar o transporte e o armazenamento de leite, o americano Gail Borden teve a ideia de o desidratar, criando então o leite condensado. Dependendo da fase dessa operação, ele obtinha leite condensado ou leite em pó. Quando a sua descoberta foi patenteada, em 1856, a invenção não despertou interesse, até que começou a Guerra Civil dos Estados Unidos e Borden ficou rico. Os primeiros elásticos, feitos de borracha vulcanizada, foram patenteados em 17 de Março de 1845 por Stephen Perry, um fabricante de Londres. A produção de “rodelas” de elástico "para papéis, cartas, dinheiro" foi iniciada pela sua empresa na mesma época. O verdadeiro inventor da máquina de escrever foi um padre brasileiro, José Francisco de Azevedo. Além de matemático era excelente mecânico. Ganhou uma medalha de ouro por um protótipo em 1861, em exposições de Pernambuco e Rio de Janeiro. Nos Estados Unidos, só em 1868 é que Christopher Sholes registrou a patente. curiosidades » Expressão que designa as acções e as experiências nos seres vivos. pub Exemplo notíciasalentejo~ Abril 2007 18 figuras&factos~ Um País novo em 1 de Abril O dia um de Abril trouxe novidades. O IVA vai baixar para 17 por cento, a EDP e a PT serão obrigadas a respeitar os direitos dos consumidores e vão ser construídos mais 20 hospitais e 150 centros de saúde por todo o País. Nunca o Diário da República publicou, na mesma edição, tanta novidade boa ... Que pena ser domingo e ... «dia das mentiras». Política caseira e sobrevivência O presidente do CDS-PP diz que o Governo está a prejudicar o país e considera «atentatório» do interesse nacional a decisão de se avançar com o aeroporto da Ota tal como está. O ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, acusara o líder do CDS-PP de «atentar» contra os interesses do país, por ter enviado à Comissão Europeia um requerimento com informações alegadamente falsas sobre a posição da Ordem dos Engenheiros portugueses em relação ao novo Aeroporto da Ota. E o País lá vai sobrevivendo... Os buracos de tanto golfe No Alentejo estão em estudo 21 campos de golfe, noticiou recentemente a revista Visão, para quem a Barragem de Alqueva poderia funcionar como “dínamo” para a criação de novos campos de golfe. Caso avancem estes 21 projectos, o Alentejo torna-se a segunda região do país com mais campos de golfe, sendo apenas superada pelo Algarve. É natural, a opção, uma vez que por aqui «buracos» é coisa que não falta. «As pequenas memórias» de Saramago Num País que vai exportando, na literatura, nas ciências e no futebol, o que de melhor vai colhendo, resta o prazer de ler os sucessos de cada notável emigrante. Recentemente, a agência noticiosa espanhola (EFE) fez referência aos êxitos de José Saramago, um Prémio Nobel português residente em ilha espanhola. Diz a EFE, que foi citada pelo Diário Digital, que o livro «As pequenas memórias», de José Saramago, liderava, a meio do mês passado, o top de vendas na Argentina, na categoria «Não Ficção». O livro de Saramago era ainda um dos mais vendidos na Colômbia e figurava no quarto lugar em Espanha. Valha-nos Saramago que brilha no estrangeiro. Por cá - onde santos da casa nunca fizeram milagres - ainda manda o preconceito imposto pelos vigilantes da prisão de consciências. Não há espaço para seres humanos livres, sobretudo para os que hostilizam o politicamente (social e religiosamente) correcto. E Saramago, diga-se, entre outros «defeitos», tem há muito o condão de aborrecer muita gente. E gente que tem a pretensão de querer mandar nos destinos (e nas consciências) do País. Não admira, por isso, que se sinta mais confortável com o sol das Canárias. Não é caso único. Se no futebol a emigração é uma questão económica, noutras áreas pesa, sobretudo, a ambição de ver reconhecido o trabalho de cada um. Por isso, o País tem no estrangeiro ~ notícias alentejo pub É por ali » «Os grandes responsáveis pelo estado a que o País chegou, nos últimos trinta anos, são o PSD e o PS. O círculo de cumplicidades estabelecido entre os dois partidos "de poder" configura algo de tenebroso. Um processo extremamente confuso fez tombar o peso do silêncio...» Baptista Bastos www.negocios.pt o que de melhor tem produzido em áreas como as ciências, o ensaio e a literatura. Foi assim com Salazar e é assim com o regime democrático. Por isso, a infância de Saramago (é disso que trata o livro «As pequenas memórias») tem mais interesse para leitores de Espanha, da Alemanha ou da Colômbia do que para leitores portugueses. Mas, ainda assim, a ausência dele(s) faz-se sentir. A região em debate é lá atrás, na página 9 Assine o jornal na página 22 entre”aspas” Susana Rodrigues faça chuva ou faça sol «Quando Luís Marques Mendes esbraceja contra este Executivo, parece esquecer que não está inocente de culpa. Sócrates, por seu turno, não é nenhum anjo de coro. Recusome, porém, a acreditar que não possuam a consciência clara do que fizeram ou têm feito. Cometeram-se tropelias inomináveis. Depredou-se o capital de esperança que o 25 de Abril trouxera à população mais desfavorecida. A ambivalência tomou o lugar da dignidade da clareza de conceitos. O trânsito pelo governo não passou de isso mesmo: de um trânsito para vantajosíssimos lugares no "privado" ou na administração pública. O impudor saiu à rua, agora sem máscara» Idem «Em Portugal, de resto, instituiu-se o hábito de pagar senhas de presença a iluminados e figuras quase divinizadas, vulgarmente conhecidos por «especialistas», a quem se encomendam decisões sobre matérias que os governos foram eleitos para... decidir. Nas empresas, o caso não muda de figura. Neste preciso momento em que escrevo, 83567 gestores estão certamente em reunião e outros 78657 mandam dizer que estão porque não querem atender a mulher. No fundo, estamos todos em reunião. Uns mais, outros menos. Conforme as necessidades» Miguel Carvalho www.visaoonline.pt «Nos governos, nas empresas, anda, pois, a perder-se muito tempo com reuniões e a decidir pouco. Dou um exemplo: há anos, muitos anos, que ouço os empresários dizer que Portugal precisa de reformas e os governos a dizer que estão a preparálas. Tantas reuniões depois e ninguém percebeu ainda de que reformas falam uns e outros e, já agora, a razão pela qual não foram feitas» Idem «No fundo, Portugal gosta de se reunir. Sentar à mesa, mexer o café, perguntar pela prima, saber como correu o fim-desemana e onde vão ser as próximas férias. Pelo meio, os homens discutem o penalty e as mulheres falam do ginásio ou da última plástica. Nisto, já foi meia-hora. Como a reunião não começou a horas nem tem agenda, define-se nesta reunião a agenda da próxima, a tal onde, finalmente já com a agenda diante dos olhos, iremos decidir o que, da agenda, pode e deve ser discutido na próxima reunião» Ibidem notíciasalentejo~ Abril 2007 19 ~região Sanchez Amor quer relação mais intensa com Alentejo O vice-presidente da Junta da Extremadura, Ignácio Sanzhez Amor, lamentou a existência de uma “relação mais intensa” daquela região espanhola com Lisboa do que com o Alentejo. Sanchez Amor, que falava no decorrer de uma conferência promovida pela jornal Diário do Sul, confessou a sua “mágoa” pelo relacionamento entre o Alentejo e a Extremadura ser agora “menos cálido” do que no passado.“Temos de retomar o trabalho de fronteira com maior intensidade”, apelou. Para o vice-presidente da Junta da Extremadura chegou o momento de retomar os micro-projectos de cooperação, envolvendo empresas e agentes socioculturais das duas regiões. A avifauna do Alentejo em voo pela conservação dos ecossistemas O projecto «AviSkola - A avifauna do Alentejo num voo pela conservação dos ecossistemas» tem por base as actividades de investigação desenvolvidas no Laboratório de Ornitologia da Universidade de Évora, no âmbito da ecologia e conservação das Aves. Pretende utilizar alguns estudos sobre Aves realizados no LabOr como instrumento de sensibilização ambiental e constituir uma ponte entre investigadores e comunidade não científica, em particular as Escolas do 3º Ciclo do Ensino Básico e Secundário. Os conteúdos a produzir dividem-se em dois tipos: conteúdos específicos de apoio às acções (guias das visitas, sinalização dos percursos de interpretação, guião do Professor), e publicações de divulgação e difusão científica. No segundo grupo incluem-se três elementos essenciais: um portal, já disponível em www.aviskola.uevora.pt, uma colecção de brochuras com os resultados de pequenos projectos de investigação em ornitologia, e um CD-ROM que apresenta um "Atlas das Aves Nidificantes na Herdade da Mitra". Mais informação em http://www.aviskola.uevora.pt Reguengos de Monsaraz promove Semana Gastronómica do Borrego De 1 a 8 de Abril, Reguengos de Monsaraz promove, por iniciativa da Câmara local, a Semana Gastronómica do Borrego, iniciativa que conta com a participação de grande parte dos estabelecimentos de restauração do concelho. Restaurantes participantes: “100 ESQUADRIA” Rua da Orada, 12 Tel: 266 557032 - Fax: 266 557032 OUTEIRO (Monsaraz) Migas de Espargos c/ Costeletas Borrego Panadas “A GALERIA DO ESPORÃO” Herdade do Esporão Tel: 266 509280 - Fax: 266 519753 REGUENGOS DE MONSARAZ Ensopado de Borrego das Bodas e Costeletinhas de Borrego c/ Puré de Frutas “A GRELHA” Rua do Covalinho, 1- 3 Tel: 266 502840 - Fax: 266 502840 REGUENGOS DE MONSARAZ Ensopado de Borrego e Costeletas de Borrego Grelhada na Brasa “ADEGA DO CACHETE” Rua do Grave, 9 Tel. 266 549568 - Fax: 266 519896 S. PEDRO DO CORVAL Borrego à Casa “A LOTA” Rua General Humberto Delgado, 5-A Tel. 266 106903 - 969 315245 REGUENGOS DE MONSARAZ Borrego no Forno e Ensopado de Borrego c/ Ervilhas “A TAREFA” R. Leonel Fialho Janeiro, 4 Tel. 266 549204 - 964 884067 S. PEDRO DO CORVAL Caldeirada de Borrego e Costeletas de Borrego c/ Molho à Tarefa “AL-ANDALUZ” Rua 1º Maio, 39 Tel. 266 519362 - Fax: 266 519308 REGUENGOS DE MONSARAZ Caldeirada de Borrego “AQUI JARDIM” Avª Dr. Joaquim Rojão, 15 Tel: 266 502993 - Fax: 266 509763 REGUENGOS DE MONSARAZ Borrego Assado no Forno com Batatinha Nova “CASA DO FORNO” Tvª da Sanabrosa Tel. 266 557190/126 - Fax: 266 557190 MONSARAZ Borrego Bêbado e Costeletas de Borrego c/ Ervas Aromáticas “CENTRAL” Praça da Liberdade, 10 Tel. 266 502219 - Fax. 266 502219 REGUENGOS DE MONSARAZ Costeletas Borrego Panadas c/ Espargos Bravos, Ensopado de Borrego e Assado à Alentejana “HORTA DA MOURA” Horta da Moura Tel: 266 550100 - Fax: 266 550108 MONSARAZ Borrego às Três Maneiras “LADEIRA” Beco da Rua José Manuel Ribeiro Queimado, 3 Tel: 266 557122 (TELHEIRO) Monsaraz Borrego no Forno e Costeletas de Borrego Grelhadas “LUMUMBA” Rua Direita, 12 Tel: 266 557121 - Fax: 266 557284 MONSARAZ Ensopado de Borrego e Costeletas Borrego Grelhadas “MESTRE TAPAS” R. Mouzinho de Albuquerque, 64 Tel: 266 503892 - Fax: 266 509414 REGUENGOS DE MONSARAZ Especialidade: Borrego Assado à Mestre Tapas “MOIRA” EN 255 - Quinta de Santiago Tel. 266 502263 REGUENGOS DE MONSARAZ Costeletas de Borrego Fritas em Molho d'Alho com Espargos com Ovos “O ALCAIDE” Rua de Santiago, 15 Tel. 266 557168 - 966 225377 MONSARAZ Ensopado de Borrego, Borrego Assado no Forno e Costeletas de Borrego p/ Grelhar “O ALOENDRO” Estrada de Évora, 3-B Tel: 266 502109 - Fax: 266 519896 REGUENGOS DE MONSARAZ Especialidade: Borreguinhos em Azeite d'el Rei “O BARRIL” Rua do Comércio, 17 Tel. 266 502860 - Fax. 266 502860 MONSARAZ Borrego Assado no Forno ESCOLA COM LIVROS » A Escola Secundária Conde de Monsaraz, com o apoio da Livraria Sítio das Letras, promoveu no final de Março uma Feira do Livro. A iniciativa inseriu-se em mais edição do projecto «Esta Semana Acontece». Durante uma semana, as instalações da Escola Secundária de Reguengos de Monsaraz serviram de palco a actividades que pretendem reforçar o trabalho a nível pedagógico. “O BIZACA” Rua Nova, 15 Tel. 266 557373 - Fax: 266 557030 BARRADA (Monsaraz) Caldeirada de Borrego e Costeletas de Borrego Grelhadas com Ananás “O GATO” Praça da Liberdade, 13 Tel. 266 502353 - Fax. 266 509086 REGUENGOS DE MONSARAZ Costeletas de Borrego na Brasa com Ervas Aromáticas “O PINGO” Rua de Lisboa, 25 Tel. 266 519682 REGUENGOS DE MONSARAZ Borrego Assado “SABORES DE MONSARAZ” Lg. S. Bartolomeu, 15 Tel. 969217800 - Fax. 266 557101 MONSARAZ Borrego Assado à Sabores “SANTIAGO” R. Santiago, 3 Tel. 963783522 MONSARAZ Especialidade: Borrego Assado à Ganhão “SEM-FIM” Rua das Flores, 6 Tel. 962 653711 TELHEIRO (Monsaraz) Costeletinhas de Borrego com ervilhas de hortelã “SOLAR DE MONSARAZ” Rua Conde Monsaraz, 38 Tel. 266 502846 REGUENGOS DE MONSARAZ Ensopado de Borrego notíciasalentejo~ Abril 2007 20 crónica~ tópicos Luís Carmelo Os macaquinhos do sótão português Tenho recebido mails (até de amigos) horrorizados com a vitória de Salazar num programa de televisão da RTP. Há nesses mails vozes aterradas, desconsoladas e com um tal grau de revolta que a coisa me faz realmente pensar. Para dizer a verdade, eu até achava piada que ganhasse o Salazar - ou o Cunhal - para ver como é que essa parvoíce da “auto-estima” dos portugueses entrava subitamente em estado de parafuso. Nunca pensei que Portugal continuasse ainda hoje com medo do pub RUA DE S. PEDRO, 25 - S. PEDRO DO CORVAL - 7200-132 CORVAL Telefone: 266 509 340 | Fax: 266 509 349 | E-mail: [email protected] RC ALENTEJO 96.2 FM A sua sintonia 24 horas por dia EMISSÃO ON LINE www.rcalentejo.com.pt Há 20 anos uma referência porque o Alentejo merece escuro, dividido entre canções primaveris de embalar e a terna penumbra do “Pai” ausente e apavorante. Nem sei, em boa verdade, passe o mel da provocação, o que merecerá uma maior gargalhada: se o actual “Reality Show” da TV-i, se o Salazar - ou o Cunhal, tanto faz - nesse entretenimento fugaz da RTP. Poderá dizer-se com alguma severidade que vai ser uma “vergonha” falar-se “lá fora” da vitória de Salazar. Mas o medo de tais vergonhas parece-me um tanto ingénuo, já que o realce de uma eventual bilhete postal bilhete postal RÁDIO CORVAL, C.R.L. Mãe contemplativa com filho no colo, por David Prazeres lusotopia.no.sapo.pt [email protected] Foto: David Prazeres referência da CNN ao concurso televisivo português estaria ao nível daquilo que a Al-Jazíra terá dito sobre os sentimentos difusos de uma jovem e bela indiana no Big Brother de um conhecido canal inglês de televisão. Toda a encenação deste concurso - e de tantos outros onde vamos vivendo cada vez mais - é de tal modo tosca e pacóvia (veja-se a solenidade de Maria Elisa e a produção almofadada no Palácio de Queluz) que qualquer incauto revê, com a maior das facilidades, a nudez e a idiotice do rei sem La Torada, por Pablo Picasso coroa. Por outras palavras ainda: toda esta agitação sem norte se resume a um permanente jogo de imagens que gera sempre novas imagens, numa voragem de ilusões que tem um único destino: a vertigem diária do esquecimento. À excepção dos galináceos, o hipnotismo é para quem o quer. Já era assim no tempo da lanterna mágica. Eu preferiria uma boa "Boémia" - perdoe-se-me a publicidade - a preocuparme com essa coisa da RTP. Já basta quando o realmente imponderável nos bate à porta. notíciasalentejo~ Abril 2007 21 ~música&letra J. Alberto Ferreira Phalar de novo [email protected] A Phala Número 1, 2007 Nova série Assírio e Alvim A Phala era um daqueles projectos com tonalidades míticas. Difícil de encontrar (apenas em algumas livrarias e dentro de um circuito de reconhecíveis cumplicidades), com um formato extravagante, contra o domínio de lógicas de produçãoconsumo ao mesmo tempo que anti-fotocópia. A phala, na sua grafia arcaizante e distinta, era objecto de colecção e objecto para (os seus) leitores devotos. Extinguiu-se numa das muitas crises desta muito portuguesa cultura-economia do ora progride ora não, entre contenção e esbanjamentos. Mas a boa notícia está aí: A phala regressou! E estima-se que para ficar, porque phalar faz falta! No formato novo, A phala é uma revista de capas cartonadas com badana longa (publica, a abrir, uma foto de 1995 de Mário Cesariny de Vasconcelos e Álvaro Lapa; a fechar, uma foto da primeira exposição dos Surrealistas, em 1949, ladeada por uma famosa imagem de António Maria Lisboa e Mário Henrique Leiria sobre os telhados de Lisboa, também de 1949). Um dossiê de imagens e um conjunto de textos, dedicado precisamente a Mário Cesariny (falecido no final de 2006, com 83 anos) dá corpo à primeira parte da revista. A segunda ocupa-se de tradução literária e recupera textos de um encontro sobre o tema realizado em Março de 2004. O volume termina com a publicação de dois textos traduzidos, respectivamente de S. Jerónimo e de Walter Benjamin. Homenagem ao nome maior do surrealismo português, num país onde as homenagens costumam ser escassas em vida. Diz Cesariny: «Depois deixamte ir para casa sozinho. Isto é a glória literária à portuguesa» (p. 11). Um segundo caderno, com pintura do autor de Pena capital, a confirmar o lugar crescente que a criação plástica tinha em Cesariny (lembra ele na autografia que há já muito que não escreve), antecede a publicação de textos de e sobre o poeta, de Herberto Helder e Manuel de Freitas. Porque a morte, propriamente, não existe... A morte propriamente não existe (Mário Cesariny) Tradittore Miguel Gonçalves Mendes filmou, pouco antes da morte de Mário Cesariny, uma sua autografia, filme-memória da lucidez do poeta e pintor surrealista. É esta autografia, transformada em sequência de imagens fixas (stills de vídeo) em três actos que, acompanhada por excertos do filme, se publica neste número 1 da nova série. A phala recupera neste número os resultados de um encontro sobre tradução realizado em 2004. O tema vem revestido de uma cada vez maior centralidade, que as colaborações reunidas não deixam de confirmar. João Barrento, Manuel Resende, Mega Ferreira, entre outros, debatem a traducibilidade (em especial a traducibilidade poética e literária), ponde- rando a evidência dos problemas da tradução até aos casoslimite do intraduzível (da poesia experimental, por exemplo). Ainda sobre tradução, um segundo caderno apresenta depoimentos sobre tradução. Dez autores, por exemplo Frederico Lourenço, José Bento, Pedro Tamen ou Vasco Graça Moura, respondem a 4 perguntas sobre os cruzamentos da criação com a tradução, sobre a legibilidade ou ainda sobre o que se ganha e/ou perde no jogo do traduzir. E se, na resposta a esta última questão, a maioria dos inquiridos assinala as perdas, também há quem lembre que também se ganha. Ganha o leitor da tradução, o autor traduzido, a essencial fragilidade da outra coisa que a tradução não pode deixar de ser (Pedro Tamen). justamente sobre as boas práticas de tradução. O segundo texto, um fragmento de Walter Benjamin (a incluir na tradução das obras completas, em curso de publicação pela Assírio e Alvim, das Obras daquele autor alemão, no que é a sua primeira tradução completa para português, contando já com 3 volumes publicados), interroga o métier do tradutor, ponderando prós e contras da tradução. O que pareça aqui sinal de uma longa tradição, variação e torno de uma vexata Um mundo que quaestio, só reafirma as necessidades de inquirição em torno não está lá (W. Benjamin) do tema. E este percurso De S. Jerónimo a Cesariny É no remate da questão que se publicam dois textos sobre, diga- (título deste número de A phala) não esgota a questão, antes mos, perdas e ganhos na tradua actualiza com propriedade. ção: a carta 57 de S. Jerónimo, pub LER PARA SER RUA S. JOÃO DE DEUS, 18 REGUENGOS DE MONSARAZ CP 7200-376 T. 266 508 010 F. 266 508 017 [email protected] TINTEIROSWEB | www.tinteiros.web.pt TINTEIROS RECICLADOS, COMPATÍVEIS E ORIGINAIS EM REGUENGOS DE MONSARAZ SÍTIO DAS LETRAS LIVRARIA NA SUA LIVRARIA SÍTIO DAS LETRAS notíciasalentejo~ Abril 2007 22 ‘A desgraça é fotogénica’ João Espinho* ...dafotografia [email protected] acontecimento, não através de texem causídico que denuncia a calamiAnualmente, mais ou menos tos, mas de fotografias. dade. por esta altura, são divulgadas Invariavelmente, são as imagens Por momentos - o momento da as fotografias premiadas pela captadas em teatros de guerra, ou de visita - a notícia é-nos servida de World Press Photo uma forma diferente. (http://www.worldpressphoto.com/), desgraça, as mais premiadas. Serão também, não duvido, as mais apreciNão vamos ver imagens de uma organização independente sedeada adas. Corpos mutilados, exércitos guerra. Não vamos visitar registos em Amesterdão, vocacionada para de um território dizimado. A exposipromover o fotojornalismo e respon- lado a lado com esqueletos, cidades destruídas e crianças famintas, são ção WPP serve-nos a guerra, a dessável pelo maior e talvez mais presingredientes que o leitor das imagraça, o horror, como se de um tigiado concurso de fotografia do revista de culinária se tratasse mundo. Com mais de 50 anos de exis- gens da exposição da WPP tem ao seu dispor para construir a notícia. (e onde sabemos que vamos encontência, a WPP tem tido um trabalho Construir a notícia? trar as iguarias muito bem composdigno de destaque na descoberta de Deveria ser assim. tas e ornamentadas). novos valores no fotojornalismo, Mas o fotojornalismo dos dias de A fotografia vencedora do ao mesmo tempo que confirma hoje não deixa margem para interConcurso WPP 2007 é disso um bom a Fotografia como Arte. Refira-se pretações. O leitor pode, quanto mui- exemplo. Um grupo de jovens libaque a exposição itinerante da WPP to, avançar emotivamente com algu- neses, de aspecto cosmopolita, é vista anualmente por mais de mas questões, interrogar-se sobre fazendo-se transportar num desca2 milhões de visitantes em 45 paía crueldade das imagens. A fotograses. Portimão recebe a exposição de potável vermelho metalizado, passe21 de Julho a 12 de Agosto e na cida- fia é, assim, uma antecâmara da ia-se perante um cenário de destruide da Maia estará patente ao público exclamação de horror, da manifesta- ção num bairro de Beirute. A imação de repúdio. O espectador, magidurante o mês de Novembro. gem é servida a frio, retrata uma camente, afasta o fotógrafo - o que Quem já teve o privilégio de contradição, e ao espectador não resem evidência a notícia - esquece observar as obrasda patentes expo- pôs tará mais do que lamentar Dia Mundial Água nas antecipou projecto «Ciência na Cidade» é um projecto de colaboração entreo facto de os timbres, as escalas, os contrastes sições da WPP, sabe que ali se fala, a desgraça ser tão fotogénica. a Universidade de Évora e a Câmara Municipal de Évora, financiado pelo Ciência Viva, cujo objectivo é levar - alançado técnicano - edia transforma-se em uma juiz primeira abordagem ao tema foi essencialmente, jornalismo, da Será a Ciência para de junto da população. 28 de Abril, mas do escândalo, em advogado dedaacuforma como é dada uma testada quinta-feira, nonotícia, decorrer das comemorações do Dia Mundial Água. Foto: Susana Rodrigues * editor do blogue como se transmite determinado sação dos senhores da guerra, http://pracadarepublica.weblog.com.pt cupão de assinatura 1 ano, 12 números, 12 € venha uma dúzia Nome Morada Cód. Postal Localidade Tel. E-mail Envie para: Rua S. João de Deus, 18 7200-376 Reguengos de Monsaraz ou para o Fax: 266 508 019 informações: Telefone: 266 508 012 Telemóvel: 967 032 441 E-mail: [email protected] Assine aqui e o jornal vai até aí. Cooperação Transfronteiriça com 350 milhões O POCT - Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça entre Portugal e Espanha prevê para o período 2007/2013 um investimento de 350 milhões de euros, dos quais 267 milhões são comparticipados pelo Feder. O programa foi apresentado em finais de Março na cidade de Bragança pelos ministros do Ambiente dos dois países. O POCT terá como áreas prioritárias o ambiente, ordenamento do território e acessibilidades, competitividade e promoção do emprego em regiões como o Norte de Portugal, Alentejo, Algarve, Galiza, Castela e Leão, Estremadura espanhola e Andaluzia. PCP contesta encerramento de postos da GNR O Grupo Parlamentar do PCP apresentou no final de Março um requerimento questionando o Governo acerca da intenção de encerrar oito postos da GNR no distrito de Évora - Azaruja, Bencatel, São Miguel de Machede, Escoural, Alcáçovas, Telheiro, Vimieiro e Pavia. Em comunicado, os comunistas dizem que registam a «justificada preocupação das populações face à intenção do Governo» e acrescentam que o encerramentos dos significa para as oito localidades a «degradação da sua qualidade de vida e a criação de um novo obstáculo ao seu desenvolvimento». «Apesar de o Governo tentar justificar estes encerramentos com a necessidade de reestruturação das forças de segurança e a melhoria dos serviços prestados às populações, entende o PCP que estas medidas denunciam a obsessão economicista deste Governo, que não hesita em encerrar serviços públicos com o fim de poupar alguns euros, sem reconhecer o papel importante que a existência de serviços de segurança tem para o futuro dessas localidades, sobretudo no interior e nas zonas mais rurais», pode ler-se no comunicado. pub notíciasalentejo~ Abril 2007 23 ~no fecho CARMIM lança espumante A CARMIM acaba de lançar o seu primeiro espumante, sob a marca Monsaraz DOC colheita seleccionada, o primeiro com o rótulo escrito em Braille. "Ideal para qualquer ocasião, a CARMIM apresenta o seu primeiro e requintado espumante, que pode ser servido como aperitivo, além de combinar na perfeição com pratos de carne branca e de peixe, mariscos, queijo fresco e variadas sobremesas", refere um comunicado da empresa. O espumante resulta da mistura de duas castas, Arinto e Perrun. "O espumante tem um aspecto límpido com bolha fina e persistente, cor amarela palha e um aroma intenso a frutos citrinos e tropicais. Pode ser consumido de imediato ou deixá-lo em estágio até 3 anos", explica o comunicado da CARMIM. Será comercializado 9.45 euros e "colocado nas lojas gourmet, melhores restaurantes, hotéis e garrafeiras do país". A Cooperativa de Reguengos de Monsaraz é responsável, desde 1971, pela produção e comercialização de uma vasta gama de vinhos regionais alentejanos. Perguntar não ofende… sua imagem aérea, utilizando como meio para obter o melhor plano o PARAMOTOR. A iniciativa tem também como objectivo a promoção do concelho através dos seus diversos monumentos históricos e arqueológicos. Ministra defende concentração de parque escolar Raide Aéreo Fotográfico da RTP O 1º Raide Aéreo Fotográfico em Paramotor da Secção de Parapente e Paramotor da Casa do Pessoal da RTP realiza-se nos dias 21 e 22 de Abril de 2007, em torno do Concelho de Reguengos de Monsaraz, tendo como objectivo retratar todos os locais que tenham interesse do ponto de vista da A Ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, homologou 40 Cartas Educativas, relativas a concelhos da área da Direcção Regional de Educação do Alentejo, em cerimónia que decorreu no Auditório Municipal de Portel. Ao encerrar a sessão a ministra defendeu o paradigma da concentração do parque escolar em centros educativos, dos quais disse serem a base da criação de massa crítica e viabilização de investimentos que a dispersão não permite. A Carta Educativa é o instrumento de planeamento e ordenamento prospectivo de edifícios e equipamentos educativos a localizar no concelho, de acordo com as ofertas de educação e formação que seja necessário satisfazer, tendo em vista a melhor utilização dos recursos educativos. Documentário português premiado em Tui «Ainda há pastores?», do português Jorge Pelicano, recebeu o primeiro prémio, na categoria Atlântico, no Festival internacional de documentário de Tui, Galiza, informou a organização. No festival (21-25 de Março) foram exibidos três dezenas de filmes. O documentário de Jorge Pelicano já recebeu outros prémios e foi já exibido pela cadeia de televisão SIC. Reguengos: ADIM organiza passeio pedestre A ADIM - Associação de Defesa dos Interesses de Monsaraz organiza no próximo dia 7 de Abril 2007 um passeio pedestre: “O Folar do São Martinho”. Mais informação em www.adim-monsaraz.pt O Notícias Alentejo vai abrir, a partir deste mês, um novo espaço aos seus leitores. Assim, se pretende dirigir uma pergunta ao autarca da sua terra, ao deputado eleito pelo seu círculo eleitoral ou a um dirigente de uma qualquer direcção regional pode contar com este jornal. Envie-nos a sua pergunta por mail (para o endereço [email protected]), colocando no assunto «perguntar não ofende…) e indique a quem se dirige (autarca, deputado, governador civil…). O Notícias Alentejo comprometese a reencaminhar a sua pergunta e colocar online (em www.noticiasalentejo.pt) a pergunta e a resposta. No mail deverá constar a sua identificação nome, morada, telefone de contacto e endereço electrónico mais utilizado. A Organização da Expofranchise oferece a todos os leitores do Notícias Alentejo condições especiais de acesso à grande feira de franchising em Portugal, que se realiza de 18 a 20 de Maio, na FIL em Lisboa, pavilhão 4, das 14h30 às 20h30. Condições especiais de acesso > Oferta de 5 convites aos primeiros 5 leitores do Notícias Alentejo que apresentarem este cupão na Bilheteira Campanhas Aos restantes leitores será oferecido > Vale de desconto de 20% na aquisição do bilhete ( p.v.p. 20€ / preço com desconto 16€ ) > 1 ano de assinatura da revista Negócios & Franchising ( 6+1 edições ). Se já for assinante, acresce à actual > 1 catálogo de expositor Como Ganhar > Recorte esta oferta e apresente na bilheteira CAMPANHAS, na entrada do pavilhão 4, na FIL - Parque das Nações - Lisboa. Campanha não acumulável com qualquer outra. notíciasalentejo~ Abril2007 publicidade~
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