aprendizagem híbrida, semipresencial e on-line na

Transcrição

aprendizagem híbrida, semipresencial e on-line na
H
S
O
APRENDIZAGEM HÍBRIDA,
SEMIPRESENCIAL E ON-LINE
NA LAUREATE EDUCATION
Explorando mitos e práticas recomendadas
Barry Sugarman, Ph.D
Gary J. Burkholder, Ph.D
Laureate Education, Inc.
Van Davis, Ph.D
Deborah Everhart, Ph.D
Blackboard, Inc.
1
INTRODUÇÃO
Para milhões de pessoas ao redor do mundo, a promessa
de um ensino superior é a promessa de uma vida melhor
para si mesmas e suas famílias. A Laureate Education
está pronta para satisfazer à demanda mundial por
educação no ensino superior, com seu compromisso
de oferecer aos alunos acesso ao ensino superior de
qualidade em todo o mundo. Nosso espírito é “Here for
Good” (“estamos aqui para ficar”), e segui-lo significa
expandir nosso compromisso com os alunos que
atualmente não têm acesso ao ensino superior. Uma
das formas mais importantes de fazer isso é aumentar
nossa oferta de ensino superior de qualidade por meio
de ensino híbrido, semipresencial e on-line (digital). Com
essas modalidades, as instituições podem chegar aos
alunos que, de outra forma, não teriam
acesso ao ensino superior de qualidade. Além disso, elas
permitem responder às novas formas com que
os alunos interagem cada vez mais com a tecnologia.
Encontrar novos alunos é uma
motivação importante do
objetivo de
hibridismo
da Laureate.
“Com a correria do dia a dia e três
filhos para criar, participar de aulas em uma
universidade sempre foi muito complicado para
mim. Tentei algumas vezes, mas sempre desisti
durante o curso. Escolhi estudar on-line, e essa foi
a melhor escolha que fiz para meu desenvolvimento
pessoal e profissional, pois assim eu poderia aprender
e adaptar minha programação ao curso. Nesse sentido,
o envolvimento dos docentes da UNIFACS foi essencial.
Consegui concluir meu curso e já recebi uma promoção
na empresa em que trabalho.”
A
aprendizagem
digital pode
Ederubia dos Santos Itaparica
intimidar
Aluna, UNIFACS
quem não está
familiarizado
com ela. Embora as
abordagens digitais à educação estejam
em uso desde o meio da década
de 1990, elas ainda estão cercadas de mitos, medos
e preocupações. Muitos profissionais do ensino superior
temem que o ensino on-line seja menos rigoroso ou
eficaz para se chegar aos resultados da aprendizagem do
que os cursos presenciais tradicionais. Já outros podem
se preocupar com a possibilidade de que o ensino on-line
aumente as chances de os alunos colarem, ou que os
empregadores não deem valor ao diploma on-line.
2
Mesmo os docentes relativamente expostos à aprendizagem digital podem duvidar que as ações dos
professores em aula e a essência de seu relacionamento com os alunos não sejam reproduzidas nesses
cursos e programas muito tecnológicos. E o próprio professor pode temer que a aprendizagem digital mude
seu papel e torne-o menos importante.
O objetivo deste documento é abordar as preocupações que alguns
docentes têm quanto à educação digital e apresentar
algumas das práticas recomendadas da área. Além disso,
mostramos aos professores e alunos alguns exemplos
da Rede Laureate que destacam o valor do ensino e
da aprendizagem digitais. Por fim, a intenção deste
documento não é proporcionar uma visão geral abrangente
desse importante assunto, mas apresentar um aspecto do
ensino que oferecerá ótimas oportunidades para os alunos
atuais e futuros das nossas instituições.
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S
O
3
DEFINIÇÃO DE HÍBRIDO, SEMIPRESENCIAL E ON-LINE
Há vários termos diferentes associados à aprendizagem digital, como à distância, semipresencial, híbrido,
assíncrono, síncrono, pela Web e cursos abertos, on-line e em massa (MOOCs). Alguns desses termos
se referem à modalidade, que descreve como e onde acontece a aprendizagem. Outros termos descrevem
a quantidade do curso ministrada por meio de uma determinada modalidade. Para os nossos fins, usaremos
as definições a seguir, adotadas pela Laureate, para garantir a uniformidade e a compreensão compartilhada
da terminologia:
H
Programas híbridos são compostos por cursos, alguns ministrados
totalmente on-line, outros totalmente presenciais e/ou no formato
semipresencial. Embora os textos técnicos usem os termos “híbrido”
e “semipresencial” como sinônimos, para os fins deste documento,
o termo “aprendizagem semipresencial” se refere a cursos e o termo
“híbrido” se refere a programas.
S
Cursos semipresenciais são ensinados parte on-line, parte no campus
(ou seja, presencialmente). A aprendizagem semipresencial usa
o ensino mediado por tecnologia enquanto os alunos estão distantes em
algum nível (pelo menos em parte do tempo) para auxiliar na mediação
da aprendizagem.
O
Cursos/programas totalmente on-line são totalmente ministrados pela
Internet, embora talvez existam algumas exigências de presença física
associadas a avaliações e/ou “estágios”. Os cursos totalmente on-line
costumam ser essencialmente assíncronos, embora a aprendizagem
síncrona também possa ser usada.
4
MITOS SOBRE A APRENDIZAGEM DIGITAL
O uso da aprendizagem auxiliada pela tecnologia para ampliar
o acesso à educação não é um conceito novo, e os Estados
Unidos foram os pioneiros nesse ramo. Em 1922, a Universidade
Estadual da Pensilvânia (Penn State) já oferecia cursos por rádio,
que antecederam o primeiro curso superior televisionado, feito
pela Universidade de Houston na década de 1950. No Reino
Unido, o governo e a emissora de rádio e televisão BBC (British
Broadcasting Corporation) propuseram o desenvolvimento da
“University of the Air” (“Universidade do Ar”), que foi lançada em
1969 (The Open University, 2015). O próprio aprendizado
on-line já tem mais de 40 anos, embora tenha mudado em termos
de porte e sofisticação em comparação com quando o Western
Behavioral Sciences Institute ofereceu o primeiro programa on-line,
em 1981, e a Nova Southeastern University começou a oferecer os
primeiros programas de doutorado on-line em 1985. Na América
Latina, instituições como a Universidade de Anahuac e o Instituto
Tecnológico de Monterrey oferecem programas on-line há mais de
20 anos.
Embora a educação digital tenha mais
de 40 anos de história, os mitos sobre
essa área proliferam, principalmente
aqueles relacionados a qualidade,
integridade acadêmica, conexão com o
aluno, importância do professor, eficácia
e posturas dos empregadores.
H
S
O
5
Mitos sobre a qualidade
Com certeza, um dos mitos mais citados e persistentes compartilhados por professores,
alunos e pelo público em geral quanto ao ensino on-line é o de que a qualidade é inferior
se comparada à do ensino presencial. Há motivos válidos para que esse mito seja tão
difundido. Primeiro, as instituições on-line pioneiras da área tendiam a atuar fora das
estruturas regulatórias reconhecidas, que certificam a qualidade. Segundo, há histórias
amplamente divulgadas de fraude e uso indevido por determinados provedores de
educação digital do mundo inteiro (Piña, 2010). Por último, a imagem do aluno solitário
sentado à frente da tela do computador contraria os séculos de experiências vividas no
ensino superior cursado em campus.
Há cursos de ensino superior on-line que atuam fora das estruturas regulatórias. Por exemplo, o movimento
de cursos abertos, on-line e em massa (MOOCs) atua quase totalmente fora da esfera regulatória. No
entanto, os programas digitais atuais e futuros da Laureate precisam ser aprovados pelos mesmos processos
regulatórios que os programas presenciais. Esses processos regulatórios são a linha de frente da defesa da
qualidade acadêmica.
Além dos processos regulatórios, existem vários métodos para garantir a qualidade dos cursos e programas
digitais. Organizações como a Quality Matters, nos Estados Unidos, e o Open & Distance Learning Quality
Council (ODLQC), no Reino Unido, desenvolveram conjuntos de padrões para avaliar a qualidade no ensino
on-line. Em ambos os casos, há ênfase em objetivos de aprendizagem claros; em diversas avaliações
alinhadas; na presença de materiais de ensino abrangentes; em ferramentas tecnológicas que auxiliem
a aprendizagem ativa e a participação do aluno; e no apoio estruturado ao aluno.
Shelton (2011) analisou 12 paradigmas para garantir a qualidade dos programas de ensino on-line. O autor
identificou os seguintes temas em comum entre esses paradigmas:
compromisso, apoio e liderança da instituição;
ensino e aprendizagem;
apoio ao professor, apoio ao aluno, desenvolvimento do curso;
tecnologia, análises e avaliações;
custo-benefício, administração e planejamento;
satisfação dos alunos e do corpo docente.
A Laureate usa estruturas de qualidade externas e estruturas desenvolvidas internamente para garantir
a qualidade dos programas e cursos on-line (por exemplo, os Padrões para a excelência no desenvolvimento
e design de conteúdo digital, disponibilizados pelo Laureate Network Office).
6
Mitos sobre a integridade acadêmica
Outro mito comum em torno do ensino on-line é a noção de que os alunos on-line
estão mais propensos a colar do que os alunos de cursos presenciais. Evidências
convincentes sugerem que esse não é o caso. Por exemplo, depois de entrevistar 635
alunos de graduação e pós-graduação de uma universidade americana de médio porte,
Watson e Sottile descobriram que o índice de alunos que alegavam colar em cursos
on-line (32,7%) era praticamente idêntico ao dos que frequentavam cursos presenciais
(32,1%) (Watson e Sottile, 2010).
Para ressaltar ainda mais a natureza desse mito, o mesmo estudo (Waston e Sottile, 2010) descobriu que
em quase todas as áreas de fraude (exceto quando alguém passa as respostas de uma prova ou um teste
enquanto o faz) os alunos presenciais estavam mais propensos a entregar o trabalho de outra pessoa do que
os alunos on-line. Eles também estavam mais propensos a receber as respostas de alguém que já fez a prova,
copiar o questionário ou as respostas sem a permissão da outra pessoa e cometer plágio ou usar um serviço
de escrita profissional.
De modo similar, em um estudo com 225 alunos, Stuber-McEwen, Wisely e Hoggat (2009) descobriram que
as fraudes eram menos comuns nos cursos on-line do que nos presenciais. Embora exista a preocupação
de que os alunos on-line sejam mais propensos a se envolver em comportamentos fraudulentos do que os
colegas de cursos presenciais, a pesquisa revelou que essa preocupação não tem fundamento.
Mitos sobre a conexão com o aluno
Teme-se que a aprendizagem on-line e semipresencial seja uma experiência solitária
e desconectada, ao contrário da aprendizagem no contexto de uma comunidade.
No entanto, os alunos on-line usam ferramentas tecnológicas que podem eliminar
a distância de formas sem precedentes, com o uso onipresente de fóruns de discussão,
webcams e diversas ferramentas sociais contemporâneas. Além disso, os alunos
semipresenciais aproveitam o melhor dos dois mundos da aprendizagem:
o on-line e o presencial.
De fato, pesquisas indicam que o desenvolvimento de
uma comunidade de aprendizado na qual os alunos têm
a oportunidade de interagir de formas significativas pode
ser igualmente bem-sucedido nas modalidades on-line
e presencial. Por exemplo, Francescato et al. (2006)
compararam a eficácia da aprendizagem colaborativa
em grupos presenciais e on-line de graduandos em
Psicologia de uma universidade europeia. O estudo
revelou aumento semelhante nos níveis de competência
profissional, autoconfiança acadêmica, autoconfiança
social e autoconfiança para resolução de problemas dos
dois grupos, on-line e presencial.
“Geralmente uso vídeos curtos para explicar
alguns conceitos ou padrões de participação,
e isso permite que eu me aproxime dos alunos como
um todo durante o tempo em que trabalhamos
on-line. Outras vezes, quando a primeira aula em sala
não acontece no começo do curso, uso vídeos para que os
alunos se apresentem ao resto do grupo, e isso ajuda a fazer
com que nos sintamos parte de um grupo.”
Sonia Martínez Requejo
Professora associada,
Faculdade de Ciências Sociais, UEM
7
Além disso, vários alunos (principalmente aqueles cuja língua materna não era o idioma usado) têm
problemas com as interações pessoais nas discussões em sala de aula. Eles podem ter mais dificuldade para
articular ideias complexas ou precisar de mais tempo para pensar do que o oferecido pela típica discussão
em sala de aula. Outros alunos podem sentir muita ansiedade social e medo associado a falar em público na
aula. Entretanto, aulas on-line desenvolvidas com cuidado oferecem a esses alunos grandes oportunidades
de participação significativa, além de uma forma de serem ouvidos. Nesse sentido, Solimeno, Mebane, Tomai
e Francescato (2008) descobriram que os alunos que usam estratégias de aprendizagem (caracterizados
por falta de perseverança e pela dificuldade de administrar o tempo de estudo e terminar as tarefas
pontualmente) se beneficiaram mais de ambientes on-line.
Mitos sobre a importância do professor
Vários professores temem que sua importância seja reduzida à medida
que as instituições passam a oferecer mais cursos digitais a seus alunos.
Contudo, o papel do professor continua a ser essencial para um bom
aprendizado on-line, principalmente no contexto de desenvolvimento/
planejamento curricular e da interação professor-aluno.
Os professores podem ter responsabilidades importantes no
desenvolvimento de tarefas do curso, como escrever o conteúdo, participar
do desenvolvimento de mídias, selecionar os recursos de aprendizagem
e elaborar avaliações. Em uma ampla análise da produção bibliográfica
sobre o aprendizado on-line financiada pela Gates Foundation, Siemens,
Gašević e Dawson (2015) identificaram constatações em diversos estudos empíricos que respaldaram
a noção de que a natureza do planejamento do curso afeta os resultados dos alunos. Os autores mencionam
a afirmação de Bernard et al. (2009) de que o ensino on-line “pode ser muito melhor e muito pior” (p. 5)
que o presencial. Ou seja, os professores que desenvolvem os cursos on-line têm o poder de criar excelentes
experiências de aprendizado.
De forma parecida, tendo ou não desenvolvido o curso que ensina, o professor tem um papel enormemente
importante na influência da aprendizagem e da satisfação do aluno. Arbaugh et al. (2009) descobriram
que “a interação aluno-professor é um dos maiores prognósticos do aprendizado do aluno (…) De fato, os
resultados de alguns estudos sugerem que a interação do aluno com o professor pode ser a principal variável
para prever os resultados da aprendizagem de cursos on-line” (p. 80). Conforme a aprendizagem digital se
torna mais prevalente, o papel do professor na criação de uma experiência de curso envolvente e interativa
continuará a ser um fator importante do processo de ensino e de aprendizagem.
8
Mitos sobre a eficácia
As preocupações de muitas pessoas com relação à eficácia do ensino on-line
e semipresencial estão estreitamente relacionadas aos mitos e temores quanto
à qualidade dessas modalidades. Como acontece com várias outras preocupações,
a produção bibliográfica cada vez mais frequente sobre a educação digital sugere que
não há fundamento para isso.
Por exemplo:
Means, Toyama, Murphy, Bakia e Jones (2010) conduziram uma meta-análise de
50 efeitos encontrados em 45 estudos que compararam as modalidades digitais com
a presencial. Eles descobriram que “em média, os alunos em condições de aprendizado
on-line tiveram desempenho ligeiramente melhor do que os que passaram pelo ensino
presencial” (p. 2).
Allen et al. (2004) descobriram que a eficácia do ensino on-line depende da qualidade
do conteúdo do curso e independe da modalidade.
Bernard et al. (2004) descobriram que, na comparação entre a eficácia do meio
on-line assíncrono e a dos meios presencial e on-line síncrono, o meio on-line
assíncrono acaba por ser mais eficaz do que os outros dois.
Ni (2013) comparou os alunos on-line e presenciais de uma graduação em Relações
Públicas. O autor descobriu que “o desempenho dos alunos medido por nota
independe do meio de ensino” (p. 199).
Os resultados desses pesquisadores sugerem que
a aprendizagem digital oferece oportunidades
significativas de ensino e aprendizagem pedagógicos
sem sacrificar a qualidade e a eficácia.
“Um aluno com aprendizado mais lento se
apresentou e disse: ‘agora tenho a confiança de
que meu desempenho pode ser melhor. Obrigado
por oferecer um curso tão interativo (pelo Blackboard).
Agora eu aprendo melhor’. Acho que esta é a maior
motivação para qualquer professor!”
Narasimman Swaminathan
Professor de Ciências da Saúde
INTI International University
9
Mitos sobre a postura dos empregadores
Muitos professores, alunos e pais temem que os possíveis empregadores vejam
a aprendizagem digital como inferior à tradicional, o que prejudicaria os jovens
graduados. Contudo, há poucas evidências que sugerem isso. O Excelsior College,
em conjunto com a Zogby, realizou a “Pesquisa internacional sobre a aprendizagem
à distância” com mais de 1.500 diretores executivos (CEOs) e proprietários de
empresas. Eles descobriram que 83% dos participantes acreditavam fortemente
que o ensino on-line é tão digno de crédito quanto o tradicional presencial (Excelsior
College, 2009). Além disso, nos EUA, a Western Governors University (WGU)
relatou que a taxa de emprego após 5 anos de seus graduados é de 79%, 13 pontos
percentuais maior que a média nacional dos EUA (WGU, 2015).
Tabatabaei e Gardiner (2012) estudaram profissionais do setor de sistemas de informação (SI) com
experiência no recrutamento de funcionários. Eles descobriram que o meio de ensino (ou seja, on-line versus
presencial) do graduado em SI não era uma consideração significativa para os recrutadores. Além disso,
outros fatores, como a experiência profissional e o desempenho acadêmico, eram mais importantes para
decidir a contratação. Fica claro que há um grupo considerável de empregadores menos interessados na
modalidade de aprendizagem do aluno e mais interessados no conteúdo aprendido por ele, bem como em
suas experiências profissionais anteriores.
10
PEDAGOGIA NA EDUCAÇÃO DIGITAL
DE ALTA QUALIDADE
Em vários pontos, a educação digital
não difere do ensino em uma sala
de aula tradicional. Os professores
ainda trabalham para desenvolver
relacionamentos de qualidade com
os alunos para criar um ambiente
favorável à exploração intelectual
e à aprendizagem. Assim como no
ensino presencial, o desenvolvimento
de relações entre o professor e os
alunos (e entre os próprios alunos)
é essencial para a criação de uma
comunidade de aprendizado, e as
decisões tomadas pelo professor na
aula semipresencial (ou on-line) são em
grande medida definidas por sua filosofia
e abordagem ao ensino.
Em “What the Best College Teachers Do” (“O que
os melhores professores universitários fazem”),
um estudo de 15 anos feito com várias disciplinas
e instituições, o autor sugere que os melhores
professores universitários “ajudam os alunos a aprender
de formas que tenham uma influência contínua,
substancial e positiva em como esses alunos pensam,
agem e sentem” (Bain, 2004, p. 5).
“Acredito [que o ensino on-line] me mostra
todos os dias que é possível ‘mudar o mundo’, e que
é possível ser e agir de forma cada vez melhor, pois
as experiências e os resultados que vivencio no ensino
on-line me afirmam a dimensão e a responsabilidade
de ser uma educadora, não apenas alguém que
transfere conteúdo.”
Suzana Coelho
Professora, Serviço Social
UNIFACS
11
Todos os professores universitários estudados compartilham seis características básicas:
1
Conhecem suas disciplinas e compreendem os princípios da aprendizagem.
2
Consideram a preparação para lecionar tão importante quanto qualquer outra atividade
acadêmica, como a pesquisa.
3
Definem expectativas altas para os alunos.
4
Criam um ambiente de aprendizagem favorável e colaborativo que fomenta a análise crítica
e envolve um feedback formador significativo.
5
Tratam os alunos com respeito.
6
Envolvem-se na melhoria contínua, fazendo análises, avaliações e mudanças conforme
a necessidade para melhorar o ensino e a aprendizagem.
A discussão de Bain sobre o ensino universitário se concentra nas aulas presenciais, porém, as
características de um bom ensino universitário também se aplicam às salas de aula digitais.
Além disso, Siemens, Gašević e Dawson (2015, p. 114) analisaram a produção bibliográfica sobre as práticas
de ensino on-line e identificaram sete conceitos comuns:
1
Os cursos on-line devem oferecer um bom apoio para as interações dos alunos com outros
alunos e com o conteúdo.
2
Essas interações devem abranger a aprendizagem cooperativa e colaborativa.
3
A abordagem mais comum para incentivar interações no ambiente do aprendizado on-line
é por meio de discussões on-line estruturadas.
4
O papel moderador do instrutor nas discussões orientadas é de suma importância.
5
Os instrutores devem ser capazes de proporcionar feedback pontual e formador sobre
o progresso de aprendizagem de cada aluno.
6
As plataformas de ensino devem ser amplamente consideradas e adotadas de acordo com as
necessidades do aluno.
7
O conteúdo apresentado deve ser visualmente envolvente e interativo.
Por último, em uma análise qualitativa das práticas dos professores on-line, Lewis e Abdul-Hamid (2006)
sugerem que o professor on-line exemplar se envolve em quatro práticas principais: estimular a interação,
fornecer feedback, mediar a aprendizagem e manter o entusiasmo e a organização.
A partir das pesquisas apresentadas nesta seção, nossas próximas discussões se concentrarão em três
novas áreas que afetam a experiência do aluno on-line: criação da comunidade, incentivo ao feedback
e preservação da participação do aluno.
12
Criação da comunidade
Os melhores professores universitários criam relacionamentos com seus alunos.
Eles investem tempo com os alunos e acreditam que “os alunos querem aprender
(…) até que se prove o contrário” (Bain, 2004, p. 140). Considerando as pesquisas
discutidas anteriormente, também há evidências de que os ambientes de
aprendizagem bem-sucedidos são caracterizados por cooperação, colaboração
e pela multiplicidade de interações (aluno-professor, aluno-aluno, aluno-conteúdo).
Em termos simples, excelentes professores criam excelentes comunidades.
Por isso, a capacidade do professor (principalmente daqueles que lecionam em
ambiente digital) de criar uma comunidade de alunos é essencial (Grandzol
e Grandzol, 2006). Um dos aspectos centrais da promoção dessas interações é a capacidade do instrutor de
estabelecer uma presença e um vínculo com os alunos enquanto os ajuda a se tornarem integrantes ativos
e socialmente envolvidos da comunidade de aprendizado. Embora existam várias formas de estabelecer uma
presença, todas elas têm em comum a veracidade da disposição do professor. Isso significa estar disposto
a se compartilhar com os alunos, além de ter interesse verdadeiro no desenvolvimento deles.
A maioria dos professores que leciona em cursos presenciais passa pelo menos parte das primeiras
aulas tentando conhecer os alunos. Essa forma de estabelecer o vínculo é uma etapa inicial importante
para criar um senso de comunidade em qualquer aula, a despeito de esta ser presencial ou digital (Lewis
e Abdul-Hamid, 2006). No começo do ensino on-line assíncrono, estabelecer o vínculo se limitava à criação
de apresentações textuais pelo professor. Hoje, porém, a natureza onipresente de tablets e webcams
facilita a gravação de apresentações em vídeo (Brinthaupt, Fisher, Gardner, Raffo e Woodard, 2011) para
compartilhar com os alunos por meios virtuais.
De igual importância é a oportunidade de os
alunos se apresentarem uns aos outros e aos
instrutores. Um dos conceitos que descrevem
essas interações é o de presença social. Boston
et al. (2009) descrevem a presença social como
“o grau em que a pessoa é percebida como
‘pessoa de verdade’ na comunicação mediada”
(p. 76). Em seu estudo, feito com 28.000 alunos
on-line, os autores descobriram que a presença
social é um indicador significativo da retenção do
curso (ou do período letivo). Em outras palavras,
o quanto o aluno on-line percebe o instrutor
e os demais alunos como “pessoas de verdade”
antecipa sua persistência. Mais uma vez,
a autenticidade é uma característica essencial
entre os professores on-line bem-sucedidos.
“A troca de informações com os alunos no
programa de MBA on-line da Stamford é possível por
meio do Blackboard Collaborate, por isso, não me sinto
sozinho ou deixado de lado. Também tenho oportunidades
de usar a tecnologia para fazer trabalhos em grupo com
meus colegas do MBA on-line sem precisar estar no mesmo
local que eles.”
Aluno, programa de MBA on-line
Stamford International University
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Incentivo ao feedback
As formas iniciais da educação digital se caracterizavam por (a) relações de
uma pessoa com várias pessoas (por exemplo, a aula expositiva de um professor
é transmitida a vários alunos por rádio ou televisão); (b) pouca oportunidade de
interação dos alunos com o professor fora das avaliações somativas (por exemplo,
provas e tarefas) e (c) pouquíssima, quando existente, interação entre os alunos
(por exemplo, discussões, projetos em grupo etc.). Nesta seção, discutiremos
a interação (ou o feedback) que acontece entre o professor e os alunos, bem como
a importância dessa interação no ambiente digital.
É aceitável afirmar que o feedback útil proporcionado pelos professores auxilia os alunos no processo de
aprendizagem. Siemens, Gašević e Dawson (2015) identificaram esse tema em sua meta-análise.
Espasa e Meneses (2010) analisaram os processos de feedback entre os professores on-line e seus
alunos na Universitat Oberta de Catalunya (UOC, Universidade Aberta da Catalunha). Na pesquisa, eles
propuseram três tipos de feedback que, quando fornecidos pelo professor, ajudam a “regular” o processo
de aprendizagem:
regulação interativa (resposta a perguntas sobre o conteúdo do curso);
regulação retroativa (após uma tarefa);
regulação proativa (após a tarefa final).
Como os autores observaram em sua discussão, a regulação retroativa corresponde ao feedback formativo
nas tarefas do curso, e a regulação proativa corresponde ao feedback somatório após a tarefa final.
Cabe ressaltar que a pesquisa destacou uma correlação positiva entre receber feedback formativo e os
resultados acadêmicos.
É claro que o feedback só é útil enquanto auxilia o aluno na aprendizagem. Nicol e Macfarlane-Dick (2006,
p. 205) conduziram uma análise da produção bibliográfica de pesquisas sobre o feedback de professores
a alunos e identificaram sete práticas positivas de feedback. Embora os estudos analisados se concentrem
originalmente em ambientes presenciais, as práticas a seguir também são válidas para os ambientes digitais:
1
Esclarecer o que constitui um bom desempenho (metas, critérios e padrões esperados).
2
Facilitar o desenvolvimento da autoavaliação (reflexão) na aprendizagem.
3
Proporcionar aos alunos informações de alta qualidade sobre sua aprendizagem.
4
Incentivar diálogos sobre a aprendizagem com professores e colegas.
5
Incentivar pontos de vista motivadores e positivos, bem como a autoestima.
6
Oferecer oportunidades para reduzir a distância entre o desempenho atual e o almejado.
7
Fornecer informações (feedback) aos professores que possam ajudá-los a elaborar as aulas.
14
Na sala de aula física, há várias oportunidades para os professores
oferecerem feedback formal e informal aos alunos. Às vezes, isso
acontece como feedback formativo e somatório em tarefas,
enquanto em outras vezes pode ter o formato mais informal de
conversas eventuais, por exemplo, ao entrar e sair da aula ou
“Recebi muitos agradecimentos de alunos que
em visitas à sala do instrutor. Felizmente, os ambientes do
valorizam meu feedback, que se concentra em como
eles podem melhorar seus processos mentais e tornar
aprendizado on-line atual oferecem várias oportunidades
seus
argumentos mais claros e convincentes. Ajudar os
para aproveitar o feedback formal e o informal.
alunos a compreender a aplicação dos conceitos é parte
fundamental do que fazemos e tem um valor enorme.”
William Schulz
Professor de Estratégia e Liderança
Walden University
Preservação da participação do aluno
Termos como “participação do aluno” e “alunos participativos” são usados pelos
textos voltados ao público e aos especialistas em educação. Embora muitos
professores e colaboradores de instituições de ensino se dediquem a estimular
a participação, não há definição amplamente aceita de participação do aluno.
Bigatel e Williams (2015) oferecem a seguinte definição com base em sua análise
da produção bibliográfica: ”… a participação abrange o esforço do aluno de estudar
a disciplina, praticá-la, receber feedback, fazer análises e resolver problemas”.
Rabe-Hemp, Woollen e Humiston (2009) compararam a participação entre os alunos on-line e os
presenciais em cursos de graduação em Direito Penal. Os autores não propõem uma definição formal de
participação, mas fica claro em suas discussões que eles estão definindo o significado de “participação” de
forma coerente com Bigatel e Williams (2015). Rabe-Hemp et al. descobriram que: “os alunos de cursos
on-line podem refletir mais sobre o próprio processo de aprendizagem, o que é indicado pela descoberta
de que os alunos on-line passam mais tempo se preparando para o curso e se sentem mais conectados
ao professor” (2009, p. 213). Também nas descrições usadas por Espasa e Meneses (2009), parece
que os alunos on-line são mais autorregulados que os presenciais, considerando sua propensão a refletir
e se preparar.
No ambiente virtual, as estratégias para aumentar a participação podem incluir publicar uma mensagem
de boas-vindas para os estudantes que seja motivadora e dinâmica; responder a todas as dúvidas dos
alunos dentro de um prazo razoável (por exemplo, 24 horas) e garantir que todo feedback formativo seja
incentivador e detalhado. Os textos voltados ao público geral estão repletos de exemplos de como aumentar
a participação, e pesquisas indicam que os mesmos métodos usados para aumentar a participação dos
alunos em aulas presenciais podem ser adotados nos ambientes digitais.
15
Conclusão
Nos primórdios da educação digital, pesquisas importantes
se concentraram em comparar a eficácia do ensino
on-line com a da aprendizagem presencial. Considerando
o quanto a modalidade era inovadora naquele momento
(e a necessidade de as primeiras instituições on-line
provarem seu valor), esse foco não é surpreendente.
Como demonstrado ao longo deste estudo,
pesquisas indicam que a aprendizagem digital
é no mínimo tão eficaz quanto a aprendizagem
presencial. Ainda assim, costuma ser difícil
deixar os mitos de lado, e os que têm impacto
pessoal (por exemplo, os relacionados
à carreira escolhida) são ainda mais difíceis
de eliminar.
Com este estudo, esperamos ter demonstrado
vários dos atributos positivos associados
à aprendizagem digital e destacado o papel importante
dos professores no processo de ensino-aprendizagem
digital. A aprendizagem digital oferece oportunidades enormes
para a expansão do acesso e das oportunidades de educação. Em
um momento em que é impossível atender à crescente demanda
internacional pelo ensino superior por meio de estruturas físicas existentes,
a educação digital pode expandir o acesso para além das paredes da sala de
aula e alcançar alunos com limitações de deslocamento.
No entanto, o acesso não se resume à proximidade física com o campus
ou à falta dela. Acesso também significa encontrar tempo para frequentar
a faculdade. Muitos alunos em potencial fazem verdadeiros malabarismos para
conciliar trabalho, família e estudos, o que pode limitar as oportunidades de
se deslocarem até o campus para os cursos programados. Para eles, o estudo
pode acontecer tarde da noite, depois de pôr os filhos para dormir ou durante
o horário de almoço no trabalho. Vários desses alunos em potencial acreditam
que o ensino superior é impossível para eles.
A educação digital representa um caminho a seguir e uma chance para
muitos alunos atualmente carentes de oportunidades de realizarem o sonho
de um diploma de graduação ou até mesmo pós-graduação. A Laureate está
especialmente preparada para atender às necessidades desses alunos, pois
acredita verdadeiramente que “chegamos para ficar”.
16
Referências
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Créditos
Ilustrações:
Medalha por Aha-Soft do Noun Project
Ladrão por André Renault do Noun Project
Rede de contatos por Greg Pabst do Noun Project
Professor por Musavvir Ahmed do Noun Project
Prancheta por Jose Luis Henriquez
Empregador por Jose Luis Henriquez
Pedagogia digital por Jose Luis Henriquez
Comunidade por Jose Luis Henriquez
Balão de feedback por Jose Luis Henriquez
Aluno por Samuel de Angelis do Noun Project
Imagens por Getty images http://www.gettyimages.com
Design e layout de Jose Luis Henriquez
para a Laureate Education Inc.
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