Responsabilidade social

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Responsabilidade social
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RESPONSABILIDADE SOCIAL: APRESENTAÇÃO DOS PROJETOS SOCIAIS
DESENVOLVIDOS PELO GRUPO ZEMA
Renata de Sampaio VALADÃO1
Larissa Cristina Verneck MAGALHÃES2
Patricia Rodrigues da SILVA3
RESUMO
A Responsabilidade Social, tema central dessa investigação, vem sendo discutida ao longo
das décadas não somente pelas organizações, mas por todos os indivíduos que de alguma
maneira compreenderam a sua relevância e como atos socialmente responsáveis poderão
colaborar para a minimização das disparidades sociais, assim como os atos irresponsáveis
poderão causar prejuízos irreparáveis para o meio ambiente e, consequentemente, para a
sociedade como um todo. É necessário que exista a compreensão de que somente as ações do
governo serão incapazes de resolver os problemas sociais que vivenciamos e que as
organizações de alguma maneira poderão, ou melhor, deverão se comprometer cada vez mais
com a comunidade onde estão inseridas, entendendo que esse comprometimento será positivo
para todos, inclusive para o seu próprio desenvolvimento. As organizações que promovem
ações socialmente responsáveis têm maior visibilidade e credibilidade junto aos seus clientes,
tendo em vista que eles estão cada vez mais conscientes das questões relacionadas aos
problemas sociais e ambientais, e estão preferindo empresas que têm compromisso com a
comunidade e estão conscientes do papel social que possuem. Desse modo, elegemos o Grupo
Zema como objeto de estudo, pois recentemente uma unidade do grupo se instalou na cidade
de Pereira Barreto, interior do estado de São Paulo, assim foi possível conhecer e apresentar
os projetos sociais desenvolvidos pelo grupo com o objetivo de promover o desenvolvimento
da comunidade onde estão inseridos. Para que fosse possível a estruturação desta investigação
utilizamos como procedimento metodológico a pesquisa bibliográfica e o estudo de caso.
Palavras-chave: Responsabilidade Social. Filantropia. Grupo Zema.
SOCIAL RESPONSIBILITY: PRESENTATION OF SOCIAL PROJECTS
DEVELOPED BY THE ZEMA GROUP
ABSTRACT
The social responsibility, which is the central subject of this investigation, has been discussed
for decades, not only by organizations, but by all the individuals who somehow understood its
importance and like socially responsible acts could collaborate with the minimization of the
social disparities, as well as the irresponsible acts could cause irreparable damages to
environment and, consequently, to the whole society. It is necessary to exist the
comprehension that only the government actions will be unable to solve the social problems
we live nowadays, and that the organizations somehow might, or better, must, compromise
even more with the community where they are inserted, realizing that this commitment will
1
Mestranda em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação, da Universidade Estadual de Mato
Grosso do Sul (UEMS/Paranaíba). Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em História e Historiografia da
Educação
Brasileira (GEPHEB). Docente das Faculdades Integradas
Urubupungá (FIU).
[email protected]
2
Graduanda em Administração, Faculdades Integradas Urubupungá (FIU). [email protected]
3
Graduanda em Administração, Faculdades Integradas Urubupungá (FIU). [email protected]
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be positive for everybody, including to its own development. The organizations which
promote social responsible actions have greater visibility and credibility by its customers, in
view of they are each more conscious about questions related to social and environmental
problems, and they are preferring business which are committed with the community and are
conscious of its social role. In this way, we elected the Zema Group like object of study,
because lately a branch of this group has been installed in Pereira Barreto city, inner of São
Paulo state. This way it was possible to know and to show the social projects developed by
the group, with the goal to promote the community development where they are inserted. To
become possible the organization of this investigation, we used like methodological procedure
the bibliographic research and the study of case.
Keywords: Social responsibility. Philanthropy. Zema Group.
1 INTRODUÇÃO
O tema Responsabilidade Social cada vez mais está sendo discutido dentro e fora dos
ambientes corporativos, tendo em vista que ser socialmente responsável não deve ser visto
apenas um diferencial competitivo, mas como algo imprescindível para o desenvolvido e
permanência da empresa no mercado empresarial.
A empresa precisa, além de cumprir com suas obrigações básicas, como proporcionar
condições dignas de trabalho aos seus colaboradores, pagá-los em dia, manter uma relação de
parceria com seus fornecedores, atender as necessidades de seu público alvo e de seus
acionistas, também precisa desenvolver ações que sejam capazes de promover o crescimento
sustentável da comunidade onde está inserida. Essas ações devem ser propostas e analisadas
pelos gestores que atuam nas organizações, mas que não seja um ato somente para
cumprimento de determinações legais, e sim configurem nos valores que a empresa possui e
que são passadas para seus acionistas, colaboradores, fornecedores e clientes.
Muitas empresas já desenvolvem de alguma maneira projetos que beneficiam o meio
onde estão inseridas, sejam ações de cunho ambiental ou social. Dessa maneira, o interesse
pelo tema levou-nos a verificar as empresas que atuam na região de Pereira Barreto e que
desenvolvem projetos com o objetivo de cooperar com o desenvolvimento sustentável da
comunidade. Sendo assim, após alguns levantamentos, optamos pelo Grupo Zema, que tem
mais de 90 anos de história e que no Brasil possui aproximadamente 517 unidades, sendo
estas divididas entre Minas Gerais, onde se localiza a sede do Grupo e é o estado que
concentra o maior número de unidades, sendo 330 no total. O Mato Grosso do Sul é o estado
com menor índice de desenvolvimento, sendo apenas 2 unidades. Os demais estados
apresentam variáveis como Bahia com 24 unidades; Espírito Santo 28 unidades; Goiás com
62 unidades; e São Paulo 71 unidades, onde constatamos que o grupo inaugurou recentemente
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uma loja na cidade de Pereira Barreto, interior do estado de São Paulo, no dia 11 de novembro
de 2014.
Portanto, com base no histórico da empresa, pretendemos responder aos seguintes
problemas de pesquisa: como são desenvolvidos os projetos sociais do Grupo Zema e qual é o
público alvo desses projetos? Após o levantamento dessas questões, definimos como objetivo
geral identificar quais são os projetos sociais desenvolvidos pelo Grupo Zema. É relevante
destacar que muitos estudos vêm sendo elaborados com o intuito de disseminar os conceitos
sobre responsabilidade social. Nesses estudos são destacadas as ações que devem ou são ser
desenvolvidas pelas empresas que prezam por relações eficazes entre seus acionistas,
colaboradores, fornecedores, clientes e a comunidade onde está inserida. Desse modo, esta
pesquisa se justifica, pois será possível apresentar as ações sociais do Grupo Zema que
recentemente iniciou as atividades na região de Pereira Barreto e assim disseminar a visão da
empresa com relação às suas práticas socialmente responsáveis.
2 A ORGANIZAÇÃO E O SEU PAPEL SOCIAL
Consideramos importante apresentar o conceito de empresa e qual o papel que ela
deve desenvolver perante a sociedade, pois por meio dessas organizações é que as
necessidades das pessoas são atendidas e é pelos serviços prestados a essas organizações que
os indivíduos obtêm recursos para as suas subsistências.
Segundo Hampton (1992, p. 8), a organização é uma combinação intencional de
recursos: pessoas e de tecnologia para atingir um determinado objetivo. Uma empresa é uma
organização, mas também é uma divisão, um departamento ou seção dentro de uma
organização maior.
Corroborando com a afirmação de Hampton (1992), Maximiano (1995, p. 25)
destaca que “[...] uma organização é uma combinação de esforços individuais que tem por
finalidade realizar propósitos coletivos. Além de pessoas, as organizações utilizam outros
recursos, como máquinas e equipamentos, dinheiro, tempo, espaço e conhecimentos [...]” para
que os seus objetivos sejam alcançados.
Chiavenato (2002, p. 56) afirma que “[...] a organização é um poderoso instrumento
social de coordenação de um grande número de ações humanas. Combina o pessoal e os
recursos, reunindo líderes, especialistas, operários, máquinas e matérias-primas. Ao mesmo
tempo, e continuamente, avalia sua realização e ajusta-se a fim de atingir seus objetivos”.
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Como as organizações são compostas por várias pessoas que individualmente
exercem um papel específico para que juntas possam atingir um único objetivo, são
necessários recursos como: humanos, financeiros, equipamentos, físico e tecnológico, pois
uma organização não se mantém sozinha, devem ser influenciadas por outros meios, políticos,
culturais e sociais para que assim ela possa crescer de forma ordenada e equilibrada (REGO,
1986).
Para que uma organização cresça é necessário que objetivos sejam traçados, sendo
que o maior e principal deles é o lucro, mas para que a empresa atinja esse objetivo deverá
integrar ações para satisfazer as necessidades de seu público alvo. Dessa maneira, é necessário
planejamento, organização, controle das atividades organizacionais e uma atenção aos
objetivos parciais, como vendas e prestação de serviços, que irão ajudar a chegar ao objetivo
final (GUERRINI et al., 2014). Já Ferreira (2005, p. 91) afirma que,
[...] a vida de qualquer organização depende que ela realize (ou que as pessoas
acreditem que elas estejam realizando) as tarefas que levam ao seu objetivo
precípuo. Para tanto ela precisa de pessoas e recursos. As pessoas devem se
identificar com os objetivos da organização porque assim se produz a motivação,
condição da eficiência.
Portanto, com base nas afirmações de Hampton (1992), Rego (1986), Maximiano
(1995), Chiavenato (2002), Ferreira (2005) e Guerrini et al. (2014), compreendemos que uma
organização, que também é conhecida como empresa, existe para atender as necessidades dos
indivíduos e, consequentemente, atingir os objetivos definidos por seus gestores, para que
obtenha resultados positivos, se desenvolva e contribua de maneira significativa para o
crescimento da comunidade onde está inserida, sendo esse o papel social de toda organização.
Segundo Kunsch e Kunsch (2007), inicialmente, o simples fato de uma organização
se instalar em uma comunidade já era considerado uma ação de cunho social, pois iria gerar
empregos e movimentar a economia local e regional. Com o passar do tempo esses aspectos
começaram a ser encarados como obrigação mínima de uma empresa e não como ato de
responsabilidade social.
[...] Com o desenvolvimento tecnológico, a ampliação gigantesca dos recursos de
produção e a evolução de máquinas e ferramentas, outros aspectos de influência da
atividade industrial passaram a ser questionados, como o cuidado com o meio
ambiente em que a empresa se encontrava, os benefícios trabalhistas que ela decidia
conceder espontaneamente para melhorar a qualidade de vida de seus funcionários,
eventuais apoios que ela se dispunha a dar a projetos locais para contribuir com a
educação, a saúde etc. (KUNSCH; KUNSCH, 2007, p. 196).
Desse modo, o papel social das organizações é de extrema importância para que ela
possa se manter no mercado, pois como afirma Odebrecht (2009, p. 1) “[...] os problemas
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sociais e ambientais em diversas partes do mundo são, hoje, tão grandes que as empresas ou
ajudam a resolvê-los ou perecerão com a sociedade”.
Corroborando com as afirmações de Kunsch, Kunsch (2007) e Odebrecht (2009),
Henrique (2009) afirma que o pagamento de suas obrigações fiscais e a geração de lucro para
seus acionistas são o mínimo exigido para uma organização. Suas obrigações vão além disso,
como contribuir em prol da preservação do meio ambiente e da sociedade onde está inserida,
pois o governo não tem condições de sozinho cuidar de todos os problemas sociais que
existem dentro da sociedade de uma forma imediata. Neste contexto, as organizações privadas
têm condições de apoiar projetos que irão solucionar ou ao menos amenizar a situação,
proporcionando maior qualidade de vida não apenas aos seus colaboradores, mas também a
comunidade, tendo em vista que a mesma é parte integrante da organização.
2.1 Responsabilidade Social
O conceito de Responsabilidade Social da Empresa (RSE), ou Responsabilidade
Social Corporativa (RSC), surgiu nos Estados Unidos no final de década de 1950 e início da
década de 1960, a partir da Guerra do Vietnã e de outros conflitos, como o Apartheid
(CLAVO, 2008). Dessa forma, segundo Cruvinel (2008, p. 75), a partir da década de 1970,
[...] critérios socioambientais passam a ter algum impacto no sistema financeiro, na
medida em que a consciência social em relação aos impactos do desenvolvimento
sobre o meio ambiente e sobre a sociedade vai se intensificando. Os problemas
sociais e ambientais passam a ser considerados pelos investidores, o que possibilita e
exige uma transformação nos critérios de análise de investimentos. Diante da
necessidade de atendê-los, as instituições financeiras passam a analisar os
investimentos sob critérios sociais, ambientais e de governança.
No Brasil, a Responsabilidade Social das organizações começou a se manifestar em
meados da década de 1980 de diferentes maneiras, englobando desde a questão da consciência
social promovida principalmente pelos empresários cristãos até discussões sobre cidadania
corporativa (ARMANI, 2008).
A partir dos anos 1990 deu se um forte processo de desenvolvimento institucional
do campo da responsabilidade social, caracterizado pelo estabelecimento de
parâmetros de atuação e de avaliação, pelo aprofundamento conceitual e
metodológico, pela projeção do movimento da mídia e pela criação de instrumentos
específicos de verificação da adesão da responsabilidade social, como balanço
social, impulsionado por Betinho no Ibase. (ARMANI, 2008, p. 151).
A Responsabilidade Social Empresarial (RSE) é um fenômeno que se instaurou no
Brasil principalmente nos últimos dez anos. Consultores, acadêmicos, empresários e
lideranças têm debatido o assunto sistematicamente, cada qual contribuindo para a
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solidificação e, consequentemente, institucionalização desta prática social. Atualmente, raros
são os casos de empresas bem estruturadas, principalmente, que ainda desconsiderem
totalmente suas responsabilidades sociais. O fenômeno está se tornando mais aparente,
passando a ser relacionado a uma conduta positiva em relação a sociedade, livre de
questionamentos sobre sua real validade (CRUVINEL, 2008).
Clavo (2008, p. 147) afirma que a Responsabilidade Social se define como sendo a
[...] integração voluntária das preocupações sociais e com o meio ambiente nas
operações comerciais da empresa e nas suas relações com seus interlocutores. [...] O
conceito com base no qual as empresas decidem voluntariamente contribuir para
uma sociedade melhor e um meio ambiente mais limpo. [...] A expressão
‘responsabilidade social das empresas’ refere-se na realidade, ao conjunto de
obrigações e compromissos, legais e éticos, nacionais e internacionais, decorrente do
impacto que a atividade das empresas produz no meio social, laboral, ambiental e
nos direitos humanos.
Clavo (2008, p. 149) destaca que existem três pilares fundamentais sobre a
Responsabilidade Social das organizações, sendo eles:
1) no fator econômico, pois a empresa tem que ser rentável e competitiva como
qualquer outra; 2) no processo produtivo, o que implica respeito pelo meio ambiente
e por seus trabalhadores; e 3) no ambiente social, propiciando o desenvolvimento
das áreas em que se assenta.
Com a globalização, as pessoas têm fácil acesso às informações sobre qualquer
assunto e, consequentemente, tem conhecimento sobre os impactos ambientais e sociais
causados pelas empresas que afetam direta ou indiretamente a sociedade. Sendo assim, na
realização da compra os clientes estão cada vez mais críticos, dando assim preferência para as
empresas que disponibilizam hoje em dia não só produtos de qualidade, mas também produtos
socialmente corretos.
Os cidadãos acreditavam que trabalhar em determinadas empresas e comprar certos
produtos ajudariam a colaborar para manter determinados regimes políticos, certas práticas
políticas ou econômicas eticamente censuráveis, assim a sociedade começou a exigir um
maior envolvimento das empresas em relação aos problemas sociais (CLAVO, 2008).
A prática da Responsabilidade Social traz benefícios a todos que cercam a
organização: colaboradores, clientes, comunidade, fornecedores e claro, a própria
organização, levando em consideração que o ato traz para a empresa um marketing positivo, o
que aumenta a credibilidade perante os consumidores (OLIVEIRA, 2006).
Compreendemos, portanto, que a Responsabilidade Social é um processo que
envolve todos os departamentos da empresa que, de maneira coletiva, trabalham em benefício
não somente para o próprio desenvolvimento, mas também contribuem para o
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desenvolvimento da comunidade como um todo. Desse modo, acreditamos que é necessário
que as organizações se envolvam de forma mais ativa na tentativa de solucionar ou amenizar
os problemas sociais existente em nosso país e que os clientes continuem escolhendo
empresas que sejam socialmente responsáveis.
2.2 Responsabilidade Social X Filantropia
Compreendendo que a Responsabilidade Social são ações praticadas pelas empresas
em prol da comunidade onde estão inseridas, indagamos: as empresas que afirmam praticar
ações filantrópicas também são empresas socialmente responsáveis? Existe diferença entre
um ato filantrópico e uma ação de Responsabilidade Social?
O Instituto ETHOS (2006) afirma que Responsabilidade Social e Filantropia são
ações distintas e não devem ser confundidas, pois Filantropia é caracterizada por ações
isoladas praticadas por empresários, normalmente doações relacionadas a bens materiais, e
que não envolve maior comprometimento da empresa, enquanto que a Responsabilidade
Social foca toda a cadeia empresarial e exige um grande planejamento por parte da
organização.
Também é necessário entender que Responsabilidade Social e Ação Social não são
exatamente iguais. A segunda até pode sim ser confundida com Filantropia, mas não com
Responsabilidade Social, pois empresas que praticam ações de cunho social para com a
comunidade ou até mesmo levantam a bandeira de preservação do meio ambiente, mas não
paga os salários de seus funcionários em dia, sonega ou simplesmente negligencia seus
impostos, não se preocupam com o bem estar de seus colaboradores e de suas famílias não é
uma empresa socialmente responsável, pois como citamos anteriormente a Responsabilidade
Social envolve a empresa como um todo e precisa abranger toda a cadeia para que assim os
seus atos sejam lícitos e concretos (OLIVEIRA, 2006).
Para uma melhor compreensão, Oliveira (2006, p. 69) exemplifica: “[...] se uma
empresa faz ação social, como ajuda na construção de um centro médico na comunidade
próxima, mas ao mesmo tempo polui o meio ambiente ou trata mal seus empregados, essa
ação social não poderia significar que a empresa age com responsabilidade social”.
Ou seja, ações sociais que beneficiam não somente um ou outro setor da empresa,
mas sim a organização como um todo, poderão ser consideradas como Responsabilidade
Social, porém, práticas de ações isoladas que podem ser tanto direcionadas a empresa quanto
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a projetos sociais ou ambientais deverão ser consideradas como Filantropia (OLIVEIRA,
2006).
Portanto, a organização que pratica ações de Responsabilidade Social envolve os
princípios que estão atrelados a sua missão, visão e valores da empresa, fazendo com que seus
colaboradores percebam a importância de tal ato e participem ativamente de todo processo. Já
ações filantrópicas são um processo que não envolve os funcionários de maneira efetiva, e
sim o empresário, que geralmente age de maneira isolada. As ações filantrópicas não geram
mudanças significativas e permanentes onde são inseridas, ao contrário das ações de
Responsabilidade Social.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para a elaboração desta pesquisa definimos como procedimento metodológico a
Pesquisa Bibliográfica e o Estudo de Caso. Segundo Rampazzo (2005, p. 53) a pesquisa
bibliográfica,
[...] procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas (em
livros, revistas e etc.), pode ser realizada independentemente, ou como parte de
outros tipos de pesquisa. Qualquer espécie de pesquisa, em qualquer área, supõe e
exige uma pesquisa bibliográfica prévia, quer para o levantamento da situação da
questão, quer para fundamentação teórica, ou ainda para justificar os limites e
contribuições da própria pesquisa.
Macedo (1995, p. 13) afirma que “[...] a pesquisa bibliográfica é entendida como
planejamento global-inicial de qualquer trabalho de pesquisa, o qual envolve uma série de
procedimentos metodológicos, configurados em etapas de trabalho”. Macedo (1995) afirma
ainda que este é o início de qualquer pesquisa cientifica, com o intuito de revisar a literatura
existente e fazer uma varredura sobre o que outros autores já falaram sobre o assunto, para
que assim o estudioso não seja redundante ao que se refere ao assunto estudado.
Desse modo, a pesquisa bibliográfica foi de estrema importância para a estruturação
do referencial teórico desta investigação. Em seguida utilizamos, o Estudo de Caso como
procedimento técnico para que fosse possível coletar informações relativas ao nosso objeto de
estudo: o Grupo Zema. Segundo Prodanov e Freitas (2013, p. 60), o estudo de caso:
[...] consiste em coletar e analisar informações sobre determinado indivíduo, uma
família, um grupo ou uma comunidade, a fim de estudar aspectos variados de sua
vida, de acordo com o assunto da pesquisa. É um tipo de pesquisa qualitativa e/ou
quantitativa, entendido como uma categoria de investigação que tem como objeto o
estudo de uma unidade de forma aprofundada, podendo tratar-se de um sujeito, de
um grupo de pessoas, de uma comunidade etc. São necessários alguns requisitos
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básicos para sua realização, entre os quais, severidade, objetivação, originalidade e
coerência.
O Grupo Zema foi escolhido como objeto de estudo por ter se inserido recentemente
no comércio varejista da cidade de Pereira Barreto e devido aos trabalhos que realiza, tendo
como foco a Responsabilidade social. Para tanto, solicitamos a autorização da empresa para
coleta e divulgação de informações relativas a organização. A autorização foi dada pela
responsável pelo departamento de Assistência Social da empresa, Sra. Celma Helena Borges.
4 GRUPO ZEMA
Conforme descrito no site corporativo, no ano de 1898 Domingo Zema deixa a Itália
e viaja para o Brasil juntamente com sua família em busca de um futuro melhor e seu pai
Demétrio Zema encontrou uma oportunidade de emprego em fazendas cafeeiras no interior do
estado de São Paulo.
Com o passar dos anos, Domingos Zema casou-se e depois de um curto período de
tempo por ter contraído a doença chamada Malária teve que se mudar para a cidade de Araxá,
no estado de Minas Gerais para fazer tratamento em águas termais. Foi nesta cidade que
visualizou oportunidades de negócios.
No ano de 1923 montou sua primeira loja chamada de Casa Sport. A pequena loja
comercializava peças, acessórios, lubrificantes e combustíveis. Anos mais tarde, inaugurou
seu primeiro posto de combustível.
Em 1940, seus filhos Romeu e Oswaldo Zema assumiram os negócios da família.
Mas, devido a morte de Romeu em um acidente aéreo, surgiu a necessidade de Ricardo, seu
filho, com apenas 14 anos, começar a trabalhar com seu tio Oswaldo, que no ano de 1964
deixou totalmente os negócios, ficando assim, a direção dos negócios somente para Ricardo
Zema, que na época tinha 21 anos de idade.
Com pouca experiência, Ricardo Zema teve que despertar uma visão empreendedora,
pois quando assumiu a empresa havia apenas nove funcionários e uma dívida equivalente à
cinco vezes o valor do patrimônio da empresa. Apesar de enfrentar momentos difíceis,
conseguiu se restabelecer financeiramente e passou a investir e diversificar seus segmentos.
Um desses investimentos, foi a compra de uma concessionária da General Motors (GM), no
ano de 1973. Também adquiriu, mesmo a contragosto, uma loja da frigidaire, que era uma
divisão da GM, e com isso começou o negócio de eletrodoméstico, que hoje é um dos
principais segmentos do grupo, juntamente com a Companhia de Petróleo Zema.
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Até o ano de 1976, somente Ricardo Zema era quem comandava todos os
empreendimentos do grupo e somente depois de formados, Romeu e Romero, filhos de
Ricardo Zema, assumiram parte dos negócios da família, administrando assim com a visão de
uma nova geração, utilizando a metodologia de Ricardo Zema.
Atualmente a empresa possui mais de 800 unidades distribuídas em seis estados
brasileiros e emprega mais de oito mil funcionários. Para administrar toda a rede de empresas
Romeu dedicou-se somente ao segmento de eletrodomésticos e atua com o segmento de
concessionárias; Ricardo fica à frente dos postos bandeirados de petróleo, são 280 postos
aproximadamente e contêm nove bases de petróleo. Para os demais segmentos, existe um
quadro de diretores que estão envolvidos.
O conceito do Grupo Zema em relação aos eletrodomésticos é trabalhar em cidades
menores, pois acreditam que a concorrência é menor, e conseguem uma maior proximidade
para com os consumidores e a comunidade. A preocupação com o meio ambiente e com a
comunidade é algo imprescindível, inclusive este é um dos valores adotados pela empresa.
Para afirmar esses valores a empresa desenvolve vários projetos sociais com o objetivo de
ajudar de inúmeras maneiras a construir uma comunidade melhor (BAND TRIÂNGULO,
2013; PROGRAMA SHOW BUSINESS, 2015).
A missão do Grupo Zema é atuar no mercado de varejo e distribuição, de forma ética
e responsável, oferecendo produtos e serviços que gerem valor para nossos clientes,
colaboradores, fornecedores, cotistas e sociedade (GRUPO ZEMA, 2015) e tem como visão
ser referência em gestão de negócios e de pessoas, com sustentabilidade. O compromisso do
grupo é crescer com solidez financeira; crescer com controles, sistemas e informações
eficazes; crescer investindo no aprimoramento e na capacitação do ser humano; crescer
participando de ações que gerem benefícios para a comunidade (GRUPO ZEMA, 2015).
Os valores do grupo são baseados em méritos de dedicação e trabalho; respeito ao ser
humano e ao meio ambiente; consideração às pessoas dentro de seu diferencial competitivo;
busca da excelência com economia, simplicidade e humildade; melhoria contínua, inovação e
lucro como fatores de desenvolvimento; honestidade e transparência em todas as ações
(GRUPO ZEMA, 2015).
4.1 Grupo Zema e suas práticas de Responsabilidade Social
Conforme consta no site corporativo da empresa, o Grupo Zema investe em diversas
ações socioambientais que são desenvolvidas para proporcionar o bem-estar social, a
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valorização do ser humano e a preservação do meio ambiente. Como empresa cidadã, a Zema
destaca-se pelos seus diversos investimentos de cunho social (GRUPO ZEMA, 2015).
O Grupo Zema, reconhecendo a importância do conceito de Responsabilidade Social,
pratica diversas ações socioambientais, que são reconhecidas pelos seus colaboradores,
fornecedores e clientes e contam com estes para trabalhar de forma ética e responsável, sendo
esta uma das missões que a empresa faz questão de valorizar. Dedicação, trabalho, respeito ao
meio ambiente e ao ser humano também são valores da empresa, que visa ser referência em
gestão de negócios e também para as pessoas como uma empresa que se importa com a
sustentabilidade (GRUPO ZEMA, 2015).
Segundo o Grupo Zema (2015), a organização desenvolve projetos de
Responsabilidade Social cujos efeitos são positivos na comunidade onde eles são implantados
ou até mesmo na empresa, beneficiando seus colaboradores e suas famílias. Com uma rede de
empresas que influencia direta ou indiretamente a vida de seus consumidores, colaboradores,
fornecedores e acionistas, percebendo que cuidar da sociedade não é apenas uma obrigação do
Estado, o grupo colocou em prática alguns projetos sociais como o Ação Remontar, Projeto
Esperança, Eu faço a Diferença, Consumo Consciente e Empresa Viva Zema, que serão
apresentados a seguir.
4.1.1 Ação Remontar
O Projeto Ação Remontar foi fundado no ano de 2007 e teve como objetivo
promover a inclusão social e a oportunidade do primeiro emprego. Os resultados das ações
promovidas por meio da Ação Remontar são destinadas as crianças e adolescentes infratores.
Este projeto consiste na restauração de móveis danificados que são doados pela
empresa Zema; é realizado em parceira com o Centro de Reeducação do adolescente
(CERAD), que disponibiliza um profissional qualificado no setor de marcenaria para
acompanhar, fiscalizar e ensinar todo o processo de restauração para as crianças e
adolescentes infratores. Esses móveis são posteriormente vendidos em bazares e feiras, toda
renda é direcionando para a própria instituição que está localizada no estado de Minas Gerais
na cidade de Araxá.
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4.1.2 Projeto Esperança
O Projeto Esperança foi fundado em 1997 com o objetivo de auxiliar instituições
voltadas a crianças e adolescentes por meio da coleta e venda de materiais recicláveis vindo
do Grupo Zema e de seus colaboradores. Segundo o Grupo Zema (2015), esse projeto é um
exemplo a ser seguido. É um símbolo de solidariedade, respeito ao próximo, preocupação
com questões sociais e ambientais. É um exemplo plausível para a construção de um Brasil
melhor. O Projeto Esperança surgiu da preocupação do CEO da Zema, Sr. Romeu Zema
Neto, com o montante do lixo recolhido diariamente nas empresas do Grupo Zema, que eram
levados para o lixão. Considerada uma das principais ações voltadas para a reciclagem de lixo
e pioneiro na cidade de Araxá, o projeto é reconhecido por instituições de todo o país por seu
cunho social e ambiental. A ideia do projeto não é resolver o problema global e, sim resolver
parte do problema e servir de exemplo.
A diretoria do grupo tem como objetivo estruturar e formalizar uma contribuição das
empresas Zema às instituições e conscientizar a sociedade. O importante não é somente doar
recursos financeiros, e sim causar impacto positivo junto aos colaboradores e a comunidade,
por meio da conscientização. Em todos os pontos e empresas do Grupo Zema, a coleta
seletiva é uma realidade concreta. Dessa maneira, papel, papelão, plástico, isopor e alumínio
são armazenados temporariamente em cada uma delas, além do material advindo dos
coletores instalados na cidade de Araxá.
O lixo recolhido é transportado para o Centro de Triagem do Projeto Esperança, no
Centro de Distribuição e Apoio das Lojas Zema (CDA), em Araxá. A criação do Centro de
Triagem, além de ser essencial para o processo, também cumpre sua função social com a
criação de empregos. Os funcionários do Projeto Esperança, remunerados pela Zema,
separam, beneficiam e prensam o material que vai para as usinas recicladoras. O
procedimento inclui a venda dos recicláveis e finaliza com a doação às instituições que
assistem crianças e adolescentes.
Segundo informações disponibilizadas pelo Grupo Zema, o projeto já superou R$
600.000.00 (seiscentos mil reais) doados. Deste total, cada tonelada de papel evita o corte de
25 (vinte e cinco) árvores. Com a iniciativa da empresa, mais de 40.000 (quarenta mil)
árvores foram salvas. Consequência da seriedade e resultados positivos, atualmente o Projeto
Esperança conta com a participação de mais de 80 (oitenta) parceiros, os quais doam o
material reciclável: escolas, bancos, empresas do comércio, mineradoras e outros.
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Fornecedores do grupo também já aderiram ao projeto e contribuem entregando lixo
reciclável recolhido em suas próprias empresas.
4.1.3 Eu Faço a Diferença
O Programa Eu faço a Diferença foi implantado em junho de 2006 e trata-se de um
canal aberto e direto com o colaborador Zema. É uma ferramenta onde todos os colaboradores
da empresa podem ajudar na gestão dos negócios do grupo. Os colaboradores podem propor
sugestões de melhoria de processos, economia de tempo ou dinheiro, condutas sustentáveis
nos negócios, dentre outras.
Para análise dessas sugestões existe um setor responsável que estuda a viabilidade de
implantá-las. As sugestões selecionadas são implantadas no formato de experiência que
poderá ter duração de até três meses para verificação de mudanças. Se essas mudanças forem
constatadas e houver uma economia de no mínimo R$ 300,00 (trezentos reais) na receita da
empresa, o funcionário é premiado com o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais).
4.1.4 Consumo Consciente
O projeto Consumo Consciente defende a ideia de que o consumo é fundamental na
vida das pessoas e todos têm o direito ao consumo. No entanto, apenas o consumo com
consciência será sustentável. Para isso, é preciso que todos busquem o consumo sem
consumir o mundo em que vive. O consumo sustentável é fundamental para a preservação do
mundo em que vivemos, na medida em que cada compra, uso ou descarte de produto ou
serviço tem um impacto ambiental e social no mundo.
Desse modo, o Grupo Zema iniciou em 2006 o projeto Consumo Consciente,
destinados aos colaboradores e seus familiares. O projeto foi criado com o objetivo de
promover a educação dos colaboradores Zema para o consumo consciente, comportamento
que se revela no ato de compra, do uso e descarte de produtos ou serviços. O sentido do
projeto é de educar, informar, sensibilizar, instrumentar e mobilizar, provocando e
viabilizando a prática do consumo de forma consciente. Um consumo onde as escolhas
considerem o equilíbrio entre o bem-estar do consumidor, a preservação ambiental e as
necessidades sociais. Esses processos de conscientização são oferecidos a todos os
colaboradores por meio de palestras, treinamentos e cartilhas com procedimentos de condutas
que são disponibilizados para todos os funcionários.
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4.1.5 Empresa Viva Zema
O programa Empresa Viva foi criado para apresentar o Grupo Zema e seus projetos à
comunidade em geral. O objetivo do programa é promover a integração entre a Zema e a
comunidade, disseminando a importância da responsabilidade social e ambiental,
conscientizando a comunidade sobre ações de consumo consciente e preservação do meio
ambiente.
Durante a realização do programa Empresa Viva os visitantes, estudantes,
empresários, fornecedores, familiares de colaboradores e diversos públicos da comunidade,
conhecem a Zema, sua história, valores e princípios, o Projeto Esperança e outras ações
promovidas pelo grupo, assistem a palestras e recebem ao final um lanche e uma foto para
marcar o momento. Os interessados em conhecer o programa, devem encaminhar um e-mail
para a Sra. Celma Helena Borges ou entrar em contato pelo telefone que está disponível no
site corporativo da empresa4, para agendar a data e o horário para a visita. A empresa
disponibiliza um colaborador para acompanhar os visitantes. Geralmente, o público alvo
desse projeto são escolas técnicas e universidades.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Responsabilidade Social, tema central dessa investigação, vêm sendo discutida ao
longo das décadas não somente pelas organizações, mas por todos os indivíduos que de
alguma maneira compreenderam a sua relevância e como atos socialmente responsáveis
poderão colaborar para a minimização das disparidades sociais, assim como os atos
irresponsáveis
poderão
causar
prejuízos
irreparáveis
para
o
meio
ambiente
e,
consequentemente, para a sociedade como um todo. Compreendemos que somente as ações
do governo serão incapazes de resolver os problemas sociais que vivenciamos e que as
organizações de alguma maneira poderão, ou melhor, deverão se comprometer cada vez mais
com a comunidade onde estão inseridas, entendendo que esse comprometimento será positivo
para todos, inclusive para o seu próprio desenvolvimento.
As ações de Responsabilidade Social devem ser realizadas pelas organizações cuja
finalidade é promover o bem-estar de seus colaboradores, assim como de toda a sociedade e
essas ações não devem somente ser atos meramente formulados para cumprir com o que o
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Disponível em: <www.grupozema.com.br>.
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governo impõe. A Responsabilidade Social deve estar atrelada a missão, visão e valores da
organização para que os colaboradores, gestores e acionistas se incorporem ao processo, não
como uma obrigação, mas com a responsabilidade de transformação.
Acreditamos que é imprescindível que as organizações compreendam a diferença
entre as ações socialmente responsáveis e as de cunho filantrópico, não que a segunda seja
ineficiente ou não deva acontecer, mas ao contrário da primeira as ações filantrópicas são
muitas vezes superficiais e isoladas, desse modo o problema é resolvido momentaneamente
sem efeitos duradouros. Já as ações de Responsabilidade Social acontecem quando existe o
comprometimento de toda a organização e como já destacado elas estão integradas aos valores
da empresa, que são transmitidos aos gestores, colaboradores, fornecedores, acionistas e
comunidade em geral.
Os atos socialmente responsáveis trazem benefícios para a organização, sendo o
marketing positivo um desses benefícios, pois cada vez mais os consumidores estão atentos as
questões sociais e optam por comprar de empresas que zelam pelas questões sociais e
ambientais. Outro fator positivo está no comprometimento dos colaboradores, quando a
organização propicia um ambiente de trabalho saudável e propiciam o bem-estar também para
o ambiente externo.
Desse modo, compreendendo a importância da Responsabilidade Social, acreditamos
que o Grupo Zema, empresa escolhida como objeto de estudo para esta investigação, tem
contribuído sistematicamente para o desenvolvimento das comunidades onde está inserida,
por meio dos projetos sociais desenvolvidos pela empresa. Apesar de não termos tido tempo
hábil para verificar in loco o desenvolvimento dos projetos citados nesta pesquisa,
percebemos o comprometimento da empresa e do departamento de assistência social, órgão
responsável pelo gerenciamento dos projetos realizados pelo grupo. Cada projeto tem seu
público específico, sendo que a grande parte deles está voltado às crianças e adolescentes
carentes e são desenvolvidos pelos colaboradores e a comunidade local.
Portanto, acreditamos que ao apresentar os projetos desenvolvidos pelo Grupo Zema
e destacar suscintamente como eles são desenvolvidos foi valioso, pois estamos de alguma
maneira disseminando exemplos positivos de uma organização que preza pelo social, que
percebeu o seu papel transformador na sociedade e que isso sirva como exemplo para as
demais organizações e seus gestores.
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Recebido em: 26 de outubro de 2015
Aceito em: 12 de novembro de 2015
Org. Soc., Iturama (MG), v. 5, n. 3, p. 61-77, jan./jun. 2016