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ARTIGO
QUALIDADES FÍSICAS INTERVENIENTES E SEU GRAU DE
IMPORTÂNCIA NO TÊNIS DE CAMPO
Paulo de Tarso Euclydes1,3
Estélio Henrique Martin Dantas2,3
João Carlos Bouzas Marins4
José Alberto Pinto4
RESUMO
Para planificação de um treinamento, é fundamental determinar
quais são as qualidades físicas intervenientes e de que forma participam
no desporto. Os objetivos do presente estudo foram, através de uma
revisão bibliográfica, determinar e hierarquizar as qualidades físicas
intervenientes no tênis. Este artigo foi dividido em três tópicos: no
primeiro são abordadas as exigências físicas do tênis; no segundo são
mostradas as qualidades físicas existentes e sua relação
especificamente com o tênis, apresentando-se testes físicos para
controle do parâmetro em questão; e, no último, tem-se um quadro em
que se hierarquizam as qualidades físicas segundo seu nível de
importância. Tomando como base os conceitos teóricos apresentados,
conclui-se que o tênis tornou-se um desporto de grande complexidade
no que se refere às qualidades físicas exigidas, sendo classificadas
como principais a força explosiva, a resistência anaeróbica, a velocidade
de movimento e reação, agilidade e coordenação.
Palavras-chave: tênis, qualidades físicas, bioenergética, treinamento
esportivo.
INTRODUÇÃO
A preparação física constitui-se de métodos e processos de
treino, utilizados de forma seqüencial, em obediência aos princípios da
periodização, que visam levar o atleta ao ápice de sua forma física
específica, a partir de uma base geral ótima (DANTAS, 2003).
1
Mestrando em Ciência da Motricidade Humana – PROCIMH – UCB-RJ.
Professor do Mestrado em Ciência da Motricidade Humana – UCB -RJ.
3
Laboratório de Biociências da Motricidade Humana – LABIMH – UCB-RJ.
4
Departamento de Educação Física - UFV.
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A elaboração dos programas contemporâneos de preparação
física especial é dependente do conhecimento fisiológico e biomecânico
específicos da modalidade desportiva (VERKHOSHANSKI, 2001). Será
por meio da interpretação desses processos, em conjunto com uma
análise detalhada das tarefas competitivas, que poderão ser criadas
atividades motoras que respeitem o princípio da especificidade. Dantas
(2003) destaca que o treinamento deve ser montado sobre os requisitos
específicos da performance desportiva, em termos de qualidade física
interveniente, sistema energético preponderante, segmento corporal
utilizado e coordenações psicomotoras utilizadas.
Hollmann e Hettinger (1983, citados por LEITE,1985) afirmam
que o tênis representa uma mistura heterogênea de solicitações de
resistência local e geral de coordenação, de técnica, de força de
impulsão e velocidade básica e flexibilidade, aliada a altas solicitações
de concentração nervosa.
A capacidade de performance motora, inclusive o processo de
aprendizagem motora, baseia-se no valor funcional dos sistemas
neuromusculares (coordenação dos movimentos, controle e regulação
do movimento) e energéticos (fornecimento, utilização e reconstrução
de energia para executar um trabalho mecânico). Esses dois sistemas
estão estritamente associados (WEINECK, 2003).
Apesar de sua importância, a prática do treinamento desportivo
não se baseia somente no respeito aos sistemas energéticos envolvidos;
requer também atenção para outras variáveis específicas a serem
desenvolvidas. Estudos têm-se voltado para a importância de aspectos
psicológicos e apoio nutricional, fisioterápico, logístico-financeiro e
tecnológico; no entanto, o foco principal do treinamento deve ser o
desenvolvimento das qualidades físicas treináveis (JOÃO, 2002).
Em relação às capacidades físicas, Fernandes Filho (1997)
afirma que a seleção dos esportistas para os diferentes desportos é
baseada na eficaz capacidade de resolver tarefas motoras de caráter
técnico-tático. Essa eficiência pode estar ligada a características de
resistência, velocidade, flexibilidade e agilidade, aliadas a fatores
psíquicos estáveis e a índices somatotípicos adequados.
Um programa de treinamento físico específico das qualidades
físicas intervenientes do tênis de campo irá ajudar o tenista a aumentar
sua confiança, melhorar sua técnica e força, reduzir o número e a
gravidade das lesões, promover a rápida recuperação após as
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competições e treinamentos e, conseqüentemente, desenvolver um
melhor atleta (KRIESE, 1997).
Portanto, este estudo teve como objetivo efetuar um
levantamento, através de revisão bibliográfica, das qualidades físicas
intervenientes no tênis e seu grau de importância no treinamento desta
modalidade esportiva.
REVISÃO DE LITERATURA
O tênis é um esporte praticado em todo o mundo, de acordo
com as regras estabelecidas pela International Tennis Federation (ITF,
1998). A quadra mede 23,77 metros de comprimento total e a linha de
base para jogos individuais possui 8,22 metros; para jogos em duplas,
a distância passa a ser de 10,97 metros de largura. A área de saque
mede 4,11 metros de largura (cada lado) e 6,4 metros de comprimento.
O tênis é disputado em sets, games e pontos. O game pode durar
quatro pontos (15, 30, 40, game) ou até um número indefinido, porque,
se houver igualdade em 40 a 40, é necessário diferença de dois pontos
para se vencer o game.
Um set dura, pelo menos, seis games, podendo chegar ao 12º,
caso ocorra um empate em 6 a 6; o 13º será disputado na forma de tiebreak (melhor de 12 pontos, o jogador deve fazer 7 pontos; em caso de
empate em 6 a 6 é necessário diferença de dois pontos para vencer o
tie-break).
Uma partida é realizada em melhor de três sets. Os Grand Slams
(quatro torneios: Aberto da Austrália, França, Inglaterra e Estados
Unidos) são disputados em melhor de cinco sets. No feminino, todos
os torneios são disputados em melhor de 3 sets.
O tênis de campo possui vários golpes para desenvolver o jogo,
havendo variações em relação ao efeito que se emprega na bola.
Entretanto, serão relatados apenas os golpes básicos, também
denominados destrezas ou fundamentos do jogo, que são: forehand,
backhand, serviço, voleio, lob, smash e deixada. Em uma análise
biomecânica mais simples e objetiva, cada golpe, na abordagem
técnica, divide-se em: preparação, execução e terminação.
Segundo dados da ITF (1998), os deslocamentos utilizados
durante uma partida são assim distribuídos: deslocamentos para frente
(48%), laterais (47%) e para trás (5%). O tenista muda de direção a
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cada intervalo de 1 a 2 segundos, e essas mudanças acontecem em
média seis vezes por ponto jogado.
Qualidades físicas intervenientes
Segundo Dantas (2003), as qualidades físicas são divididas
entre as de forma física, que são desenvolvidas através de métodos
de preparação física, e as de habilidade motora, que evoluem através
de métodos de treinamento e de tarefas que caracterizam a repetição
de gestos cuja especificidade se incorporará ao atleta, concorrendo
para que este atinja maturidade e lastro fisiológico e atlético.
O jogo de tênis inclui movimentos explosivos de curta duração,
intercalados com curtos períodos de recuperação entre batidas, e
longos períodos de intermitente esforço físico, intercalados com longos
períodos de recuperação entre “rallies” e quando da troca de lados.
Portanto, o treinamento deve refletir essa realidade em termos de grupo
muscular envolvido e sistema energético utilizado (ITF, 1998). Nesse
contexto, as qualidades físicas intervenientes são: resistência muscular
localizada, resistência aeróbica, resistência anaeróbica, flexibilidade,
coordenação, velocidade, agilidade, descontração diferencial, equilíbrio.
Barbanti (2001) sugere exercícios específicos que possuam
uma estrutura parcial ou idêntica ao movimento efetuado na competição
ou jogo; portanto, o treinamento e a avaliação do tênis deverão ser
realizados em cada qualidade física que será posteriormente
desenvolvida no programa de treinamento.
Existem vários estudiosos do treinamento desportivo no Brasil,
dentre os quais podem-se destacar Tubino, Dantas e Barbanti, além
de autores estrangeiros, como Weineck, Bompa, Verkhoshanski, entre
outros. Todos possuem linhas interessantes, porém, para adotar uma
ação didática pedagógica do treinamento desportivo, serão adotados
os conceitos de Dantas. A seguir serão abordadas as qualidades físicas
em destaque no tênis.
Resistência Aeróbica
O tênis de campo é uma modalidade de desporto que exige,
em termos energéticos, a utilização de substratos mistos (GROPPEL;
ROETERT, 1992). Os movimentos rápidos e explosivos realizados
em uma partida são derivados da ressíntese bioquímica da enzima
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ATP-CP. No entanto, o tempo de duração total de uma partida – que
pode perdurar de trinta minutos até várias horas – acaba por solicitar o
processo aeróbio. Temos como exemplo a partida de tênis profissional
mais demorada da história, que aconteceu no torneio de Roland Garros
de 2004, em que Fabrice Santoro derrotou Arnaud Clement, ambos
franceses, por 6/4, 6/3, 6/7 (5/7), 2/6 e 16/14, com o tempo de 6h35,
descontada a paralisação por falta de luz de um dia para outro. Outros
jogos históricos aconteceram na Copa Davis. John McEnroe derrotou
Mats Wilander por 9/7, 6/2, 15/17, 3/6 e 8/6, após 6h22, nas quartasde-final de 1982 (esse tempo não contabiliza a pausa de 15 minutos
entre o terceiro e o quarto set, regulamentar naquela época). Em 1987,
o mesmo McEnroe perdeu para Boris Becker em 6h21 e, recentemente,
Rafael Nadal derrotou Guilhermo Cória na final do torneio de Hamburgo
de 2005, por 6/4, 3/6, 6/3, 4/6 e 7/6 (6), em 5h25.
Nesse aspecto, Tubino (1984) observa que, entre as qualidades
indispensáveis ao atleta, a capacidade aeróbica encontra lugar de
relevância. O atleta bem capacitado aerobicamente adapta-se melhor
a extensos períodos de trabalho e a um alto número de repetições;
além disso, apresenta recuperação mais eficaz após esforço intenso.
Diversas pesquisas acerca da determinação da capacidade
aeróbica de atletas de alto rendimento corroboram a importância do
VO2máx dentro das práticas desportivas (BALIKIAN et al., 2002;
DENADAI et al., 1994; SILVA et al., 1997; TEIXEIRA, 1999). Em outras
atividades que requerem desempenho físico destacado, a
determinação do VO2máx também é freqüentemente utilizada como
parâmetro de eficiência (FERREIRA et al., 2002a, b).
König et al. (2001) informam que no processo de adaptação do
tênis ocorrem alterações cardiovasculares, metabólicas,
neuromusculares e hormonais e, em relação às respostas
cardiovasculares, citam que em tenistas masculinos a freqüência
cardíaca varia entre 140 e 160 bpm e a intensidade média, de 60 a
70% do VO2máx. Todavia, em disputas longas pode-se chegar a 190 a
200 bpm. Esses autores relatam que as melhoras fisiológicas do
coração se devem ao aumento do volume sistólico e ejeção máxima
cardíaca, formando a base para o aumento no consumo máximo de
oxigênio: 55 ml/kg.min-1 em mulheres e 65 ml/kg.min -1 em homens.
Leite (1985) relata o VO2máx de tenistas do sexo masculino oscilando
entre 52 e 55 ml/kg.min–1.
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Foss e Keteyian (2000) preconizam que a obtenção do VO2
máx se constitui em uma das formas de verificar a aptidão aeróbica.
Smekal et al. (2001) relatam que o VO2max é diretamente
influenciado pela duração e intensidade do rali (espaço de tempo
decorrido na disputa de um ponto). Diferentemente de um atleta de
remo ou triatlon, o VO2máx exigido para um tenista não vem a ser um
fator excedente. Uma pessoa bem treinada, em termos
cardiovasculares, poderá atingir os valores aeróbicos exigidos pela
modalidade. Dentro de uma perspectiva esportiva, espera-se aumento
da exigência dos valores atuais, principalmente visando aumentar a
velocidade de recuperação. Como exemplo de teste para se medir a
capacidade aeróbica pode-se citar o teste de Cooper, para as
circunstâncias em que não é possível fazer um teste de laboratório.
Entretanto, caso haja disponibilidade de materiais, o teste de Bruce de
esteira será uma boa opção para se determinar o VO2máx.
Resistência Anaeróbica
De acordo com Fox et al. (1991), a energia gasta durante um
jogo de tênis é obtida da combinação dos seguintes sistemas de
energia: anaeróbico alático (70%), anaeróbico lático (20%) e aeróbico
(10%).
A duração de disputa de um ponto no tênis é em média de 10
segundos na quadra de saibro; na quadra rápida, o tempo é de quatro
segundos; e, na grama, cai para dois segundos (ITF, 1998), o que
caracteriza um desporto de perfil anaeróbico.
Aparício (1998) registrou que um jogador corre em média 85
metros por game; levando em consideração que o placar que mais
ocorre no tênis é 6/4 (10 games no total), o jogador percorrerá 850
metros por set. Portanto, em uma partida de três sets, um tenista terá
feito 2.550 metros e, em um jogo de cinco sets, 4.250 metros (sendo
que 40% dessa metragem é feita caminhando). Quando se compara
com uma pessoa caminhando normalmente durante uma hora, ela
percorrerá seis quilômetros. Outro dado refere-se ao tempo de jogo
efetivamente jogado, representando em média 22% do tempo total da
partida. Assim, em um confronto de duas horas de duração, os jogadores
de fato disputam apenas 25 minutos. O jogo de tênis é formado por
esforços de curta duração e de grande intensidade. Por isso, o tenista
utiliza grande quantidade de energia proveniente da produção anaeróbia
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(para esforços curtos e intensos) e necessita de um bom
condicionamento aeróbico (relacionado à recuperação entre os pontos).
Durante um ponto, o tenista percorre entre 8 e 14 metros, com média
de 8 segundos de disputa para um intervalo de 20 segundos entre os
pontos. Essas características estão de acordo com as observações
de Groppel e Roetert (1992), que apontam uma predominância de
energia do sistema fosfogênio.
De acordo com Astrand e Rodahl (1980), durante o
planejamento, para se obter a melhoria do desempenho nos processos
anaeróbios compostos pela produção de fosfatos de alta energia na
célula muscular, deve-se potencializar um trabalho máximo de duração
muito curta, compreendida em até 10-15 segundos.
Para se medir a capacidade anaeróbica podem ser utilizados
os testes de corrida de 32 m e o sideways shuffle (deslocamentos
rápidos em pequenos espaços com mudança ou troca de lados).
Força
O jogo de tênis cuja característica predominante durante uma
partida sejam as constantes trocas de bola com golpes desferidos
para o fundo da quadra acaba exigindo do atleta um limiar de
manutenção da força. Também, os membros inferiores são solicitados,
pois as saídas rápidas, paradas bruscas, mudanças de direção e
constantes deslocamentos frontais alternados com laterais são
situações típicas vivenciadas pelos jogadores em uma partida e que
acabam solicitando da valência física força nas suas diferentes
manifestações.
As formas de manifestações de força, segundo Dantas (2003),
são predominantemente a força dinâmica, força estática, força explosiva
e resistência muscular localizada.
No tênis, a força estática não apresenta maior grau de
importância (Quadro 1), com exceção da empunhadura da raquete. A
força dinâmica será participante como forma auxiliar para o
desenvolvimento da força explosiva, que tem papel de destaque no
desporto. Por último, há a resistência muscular localizada, que é
necessária como qualidade física base e na prevenção de lesões. A
seguir, será discutida cada uma dessas formas de manifestação de
força.
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Força Explosiva
A forma de força predominantemente utilizada no tênis é a força
explosiva. De acordo com Badillo e Ayestarán (2001), a capacidade de
manifestação da força explosiva está relacionada diretamente com a
composição muscular das fibras, a freqüência de impulso, a
sincronização, a coordenação intermuscular, as capacidades de força
máxima, de saída e de aceleração e a velocidade de encurtamento do
músculo.
Segundo Vretaros (2002), o treino de força explosiva no tênis
sofre uma correlação entre a força e o tempo de aplicação. Isso significa
que durante a realização do gesto desportivo no tênis, como no saque,
o treinamento objetiva uma otimização entre a resistência a ser vencida
e a força aplicada, ou seja, a relação curva força-velocidade.
Um tenista pode ter uma força explosiva adequada ou não. Caso
seja identificada como adequada, é possível afirmar que esse atleta
consegue manifestar ótima relação entre força aplicada e tempo
empregado para tal manifestação. Assim, a diferença entre um tenista
forte com boa manifestação de força explosiva e outro que não
apresenta níveis adequados pode estar relacionada com a velocidade.
Quanto mais rápido for o movimento na unidade de tempo, mais forte
ele pode ser considerado.
Pode-se medir a força explosiva através do teste de lançamento
de medicine-ball (braços) e teste de saltos (pernas).
Resistência Muscular Localizada
O primeiro trabalho de força a ser desenvolvido é o da
resistência muscular localizada, que objetiva criar condições
fisiológicas nas estruturas musculares para permitir que o corpo do
jogador suporte trabalhos de longa duração e prevenir o surgimento
de futuras lesões.
A qualidade da força que é utilizada na preparação física dos
jogadores de tênis visa aprimorar o recrutamento neural do músculo,
como também suas propriedades elásticas, permitindo com isso
melhor reação do músculo às forças de ação contrária (GROPPEL;
ROETERT, 1992).
O acirrado circuito mundial – com seu calendário exigente em
termos de participações dos jogadores nas competições – faz com
que alguns tenistas de alto nível sejam obrigados a competir entre 25
e 30 semanas por ano. Essa situação torna-se um estresse elevado
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para o atleta, levando-o a aquisição de lesões, se, porventura, ele não
estiver com seu preparo físico adequado.
Tem-se considerado o trabalho de resistência muscular
localizada como um procedimento preventivo de lesões
osteomioarticulares, através do reforço localizado permitido pelo
trabalho de musculação. Em determinados níveis de rendimento as
partidas podem superar duas horas de duração. Um bom
desenvolvimento da resistência muscular localizada pode auxiliar o
atleta a manter um nível de performance ao longo de todo um jogo de
longa duração.
Bompa (2002) preconiza que o principal objetivo do treinamento
para a resistência muscular localizada é aumentar a capacidade do
tenista de lidar com a fadiga. Os atletas melhoram a resistência
anaeróbica e aeróbica, já que o treinamento da resistência emprega
número alto de repetições. Na parte inicial de uma série incessante
com muitas repetições, a energia é cedida pelo sistema anaeróbico.
Isso produz um acúmulo de ácido lático, que cria problemas fisiológicos
e psicológicos para os atletas, enquanto tentam continuar a atividade.
À medida que esses desafios são superados, a energia é fornecida
pelo sistema aeróbico. O treinamento repetitivo da resistência
muscular resulta em uma adaptação específica, que melhora a
regulagem cardiovascular e o metabolismo aeróbico.
Uma particularidade muito importante do jogo de tênis é que
durante uma partida de profissionais e executada uma média de 1.100
batidas (dependendo do tempo de duração do jogo e do tipo de piso)
(SKORODUMOVA, 1998). Esse fato, por si só, justifica o treino da
qualidade resistência muscular localizada, que permitiria ao tenista
executar as batidas por um longo período de tempo, sem diminuir a
amplitude do movimento, a freqüência, a velocidade e a força de
execução (DANTAS, 2003 ).
Skorodumova (1998) defende a idéia de que a resistência no
tenista está diretamente relacionada à disputa do ponto: duração e
intensidade.
Segundo Weineck (2003), o treinamento da resistência
favorece o desenvolvimento da velocidade, força rápida, resistência
em velocidade, força, resistência de força e habilidade em geral.
McGinnis (2002) constatou, em tenistas universitários, que o
braço dominante produz uma força isocinética concêntrica e possui
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potência muscular e resistência muscular local maiores que as do
braço não-dominante durante a realização da rotação interna; já na
rotação externa a produção de força foi igual. No entanto, os tenistas
mostraram desequilíbrio na força entre os rotadores internos (mais
fortes) e externos do braço dominante, necessitando então de trabalhos
complementares e reforço muscular.
O treinamento repetitivo da resistência muscular resulta em
uma adaptação específica que melhora a regulagem cardiovascular e
o metabolismo aeróbico, além de aumentar os depósitos de glicogênio
tanto nos músculos quanto no fígado. Portanto, o benefício específico
do treinamento de resistência muscular é o aumento generalizado da
eficiência fisiológica (BOMPA, 2002).
Como exemplo de testes para medir resistência muscular
localizada têm-se os de repetições máximas, como: flexão de braço e
abdominais.
Força Dinâmica
A força dinâmica é aquela em que, havendo movimento, a
intensidade da resistência a ser vencida é o fator determinante. Existem
duas manifestações de força dinâmica: absoluta e relativa. A força
absoluta é o valor máximo de força realizado num determinado
movimento; e força relativa é o quociente entre a força absoluta e o
peso corporal do indivíduo (DANTAS, 2003).
O desenvolvimento da força permitirá ao tenista transferir a força
solicitada nos treinos em picos de aumento na potência. Pelo fato de
as cargas serem muito próximas ao esforço máximo (85-95%), acabam
ocasionando grande descarga de ativação neuromuscular, que permite
melhorar a coordenação intra e intermuscular (BOMPA, 2002).
Dantas (2003) esclarece que um trabalho de condicionamento
neuromuscular faz com que se chegue a sincronizar 90% dos impulsos
motores; se o objetivo for um melhor recrutamento das unidades
motoras, o treinamento de força deve ser de grande intensidade e,
conseqüentemente, de pouco volume. No tênis, a força dinâmica atua
como auxiliar para o treinamento da força explosiva.
Como exemplo de testes para medir força dinâmica tem-se o
Teste de Carga Máxima (TGM).
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Flexibilidade
A flexibilidade é uma das principais capacidades motoras, pois
apresenta relação direta com a realização tanto das tarefas mais
simples do dia-a-dia quanto dos gestos desportivos mais complexos
aplicados no tênis. Por essa razão, seu treinamento é fundamental e,
como se sabe, para qualquer programa de treinamento, especialmente
no tênis, em que existem movimentos amplos de rotação de tronco,
quadril, ombro e braços.
A flexibilidade é qualidade física indispensável em vários
esportes, e estudos vêm sendo realizados com o intuito de mensurála: futsal (DANTAS, 2001), futebol (BUCK et al., 2002), luta olímpica
(ANHAIA et al., 2002) e tênis (LINO; LIMA, 2003).
Sobre o desenvolvimento da flexibilidade, Weineck (2003) afirma
que esta leva a uma maior elasticidade, mobilidade e capacidade de
alongamento dos músculos, ligamentos e tendões; isso contribui para
o aumento da tolerância à carga e para a profilaxia de lesões.
Garret e Kirkendall (2003) estudaram as diferenças de rotação
total em tenistas masculinos e femininos com idade entre 11 e 17 anos.
Os resultados mostraram que nos rapazes a rotação foi de 149,1º no
hemicorpo não-dominante e 158,2º no hemicorpo dominante e, nas
moças, de 157,4º hemicorpo não-dominante e 164,4º no hemicorpo
dominante, o que significa que, devido a uma maior utilização, o lado
dominante desenvolveu-se mais, quanto à amplitude de movimento,
do que o não-dominante.
Bompa (2002) relata que o treinamento da flexibilidade deve
fazer parte do programa, não importando a especialização esportiva.
Weineck (2003) completa, mencionando que os exercícios devem ser
escolhidos objetivando o fortalecimento muscular e que durante a
adolescência os exercícios passivos e estáticos devem ser utilizados.
Para Fernandéz et al. (2002), a flexibilidade é necessária por dois
fatores: diminuir a probabilidade de lesões musculares, principalmente
da musculatura antagonista; e evitar a má execução de técnica e gestos
motores.
Essa capacidade motora está presente em todas as ações da
técnica, sendo responsável pela facilidade, rapidez e economia com
que o tenista executa seus movimentos, principalmente nos
fundamentos básicos, como: forehand, backhand, saque e smash.
Portanto, o treinamento da flexibilidade deve ser permanente na busca
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de dois objetivos: alcançar a mobilidade necessária para dominar e
aperfeiçoar as técnicas, atingindo um nível de desenvolvimento elevado
das suas qualidades físicas; e manter-se nesse nível. Os principais
meios de treinamento são exercícios de preparação geral e específico.
Os exercícios de preparação geral são todos que servem para aumentar
a amplitude do movimento. Já os exercícios de preparação específicos
são escolhidos considerando a especificidade dos principais golpes
do tênis (SKORODUMOVA, 1998).
Como exemplo de testes para medir flexibilidade no tênis têmse, como opção mais completa, o flexiteste e a goniometria; de forma
mais simples, pode ser aplicado o teste de sentar e alcançar.
Coordenação
Weineck (2003) destaca que o aprendizado da coordenação
ocupa lugar prioritário na infância e deve ser desenvolvido paralelamente
ao aprendizado motor. De acordo com Bompa (2002), uma boa
coordenação é necessária para aquisição e aperfeiçoamento de
habilidades. Um adolescente bem coordenado sempre adquire
determinada habilidade com rapidez e consegue desempenhá-la sem
problemas. Para este autor, as capacidades coordenativas devem ser
desenvolvidas com exercícios complexos precedendo o treinamento
de condicionamento, e o programa deve ser multilateral nos estágios
de iniciação e formação esportiva, melhorando também o equilíbrio e a
agilidade. Para o autor, a pré-puberdade representa a fase mais
importante no desenvolvimento da coordenação, pois é a fase de ganho
mais rápido e as crianças que se envolvem em várias atividades têm
ganho maior que aquelas que participam de um treinamento específico.
Fernandes (1981) classifica a coordenação em dois tipos:
coordenação extramuscular (permite ao atleta utilizar a massa
muscular, agonista ou antagonista, isoladamente) e intramuscular
(relacionada diretamente com a atividade muscular realizada, existindo
inervação mais econômica dos músculos, nos quais são estimuladas
apenas as fibras musculares necessárias ao trabalho que está sendo
efetuado).
Skorodumova (1998) afirma que o domínio de toda a
multiplicidade de ações técnicas é necessário para as circunstâncias
do jogo. Por isso, essa capacidade física se torna necessária para
auxiliar no desempenho do desporto. Segundo ela, a coordenação
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manifesta-se na precisão dos movimentos, sendo desenvolvida através
da relação entre a técnica e o físico (velocidade e força), treinando
através de exercícios de quadra, exigindo concentração e atenção com
objetivos claros.
O trabalho de coordenação motora deve ser feito desde a
iniciação, 8 a 10 anos, fase na qual, segundo Meinel (1984), a criança
mais tende a desenvolver habilidades correlatas, as quais têm que ser
treinadas, para que, com isso, a criança comece a descobrir níveis e
tempos diversos.
De acordo com Siqueira (1991, citado por PINTO; CUNHA,
1998), o tênis tem o aporte de desenvolver três pontos de coordenação:
desenvolvimento da coordenação grossa, desenvolvimento da
coordenação fina e estabilização da coordenação fina. Os autores
lembram ainda que, além do desenvolvimento de ações combinadas,
como correr e saltar, flexionar e lançar, há o principal movimento
correlato proporcionado pelo tênis, que é o de coordenar os movimentos
de membros inferiores com os de membros superiores e de quadril.
Nesse esporte, os fundamentos básicos exigem elevado nível
de coordenação óculo-manual e espaço-temporal.
Como exemplo de testes para medir coordenação têm-se:
Hexagon e Spider-test.
Velocidade
Dantas (2003) classifica a velocidade sob duas formas:
velocidade de reação ou VR (observada entre a apresentação de um
estímulo e o início da resposta correspondente) e velocidade de
movimento (expressa pela rapidez de execução de uma contração
muscular a partir da VR).
As reações dos tenistas são complexas, pressupondo ações
rápidas e estímulos inesperados, e dividem-se em reações seletivas e
reações ao objeto em movimento. Além disso, o tenista tem de descobrir
a bola impelida pelo adversário, calcular a orientação do vôo, a força e
a característica do golpe (chapado, topspin, slice etc.), escolher o
contragolpe e agir (SKORODUMOVA, 1998).
A velocidade de reação é muito importante, principalmente na
devolução do serviço, quando a bola voa com velocidades que variam
entre 200 e 250 km/h nos diversos tipos de piso.
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A velocidade de movimento de várias articulações manifestase nos deslocamentos com velocidade máxima, quando é preciso
rebater, por exemplo, a bola curta ou a bola cruzada. O destino do
ponto depende em grande parte da capacidade de aceleração do atleta
e do tempo necessário para atingir a velocidade exigida, segundo
Skorodumova (1998), a velocidade máxima da corrida do tenista pela
quadra é de 7,95 m/s. Então, ao se treinar a reação ao objeto em
movimento, recomenda-se aumentar a velocidade de vôo da bola,
lançá-la de pontos inesperados e reduzir a distância de vôo. Esta autora
relata que a reação seletiva é importante para uma boa resposta ao
golpe do adversário. O tenista descobre isso pelas ações preparatórias
do adversário e pela trajetória de vôo da bola. Devido às constantes
trocas de bolas e mudanças de direções, a rapidez de movimentos
torna-se de suma importância no decorrer do jogo de tênis.
O período mais favorável para se desenvolver a velocidade de
movimentos é dos 7 aos 11 anos de idade. Nessa faixa etária, a
velocidade aumenta principalmente à custa da freqüência e do ritmo
dos movimentos. Aos 12–15 anos, em contrapartida, a velocidade
cresce devido ao desenvolvimento da força muscular e da força rápida.
A velocidade de reação do movimento, nesse contexto, pode começar
a ser desenvolvida na idade de 7/8 anos, pois dela são próprias a
elevada excitação e labilidade dos processos nervosos
(SKORODUMOVA, 1998).
Segundo Weineck (2003, citado por DANTAS et al., 2004), a
velocidade é um fator de desempenho físico que sofre perdas visíveis
com a idade; portanto, quanto mais cedo ela for trabalhada, melhor
será sua eficiência.
Como exemplo de testes para medir velocidade de movimento,
é possível propor para velocidade um teste máximo de repetições em
30 seg. Já para medir velocidade de reação têm-se os testes de tempo
de reação (TTR).
Agilidade
Segundo Kriese (1997), o uso desta qualidade física no jogo de
tênis é óbvio, visto que a execução de quase todos os golpes é baseada
na capacidade de sair de uma parte da quadra e ir para outra e, então,
preparar o golpe, se manter em equilíbrio e mudar de direção.
20
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Skorodumova (1998) afirma que a agilidade é importantíssima
neste desporto, pois o tênis contém elementos que obrigam os atletas
a reagir a situações novas e imprevisíveis.
Assim, para melhor desempenho no tênis, esta qualidade física
deve ser treinada com exercícios que contenham elementos novos, os
quais obrigam o atleta a reagir a situações novas. Ela deve ser
desenvolvida paralelamente à coordenação, porque contém exercícios
cuja complexidade coordenativa aumenta a cada treino, exigindo mais
precisão, velocidade e coordenação dos movimentos.
Como exemplo de testes para medir agilidade têm-se: Burpee
Test e Shutle Run.
Equilíbrio
Qualidade física de suma importância no tênis, pois o atleta,
para execução correta da técnica, necessita manter seu centro de
gravidade durante a execução dos golpes. De acordo com Fernandes
(1981), o equilíbrio tem origem no labirinto do ouvido interno,
especialmente no utrículo e nos canais semicirculares. Por isso, o
sucesso do equilíbrio está na posição e nos movimentos da cabeça,
sofrendo ainda a influência da gravidade, ou seja, quanto mais baixo
estiver o centro de gravidade e quanto maior for a base, tanto mais
estável será o equilíbrio.
Dantas (2003) estabelece três tipos de equilíbrio: dinâmico,
estático e recuperado. No tênis, a forma de equilíbrio mais importante
é o equilíbrio dinâmico.
Para medir o equilíbrio pode-se usar o teste de caminhar mais
lento ou mais rápido sobre a trave de equilíbrio.
Descontração
Segundo Dantas (2003), esta qualidade física é eminentemente
neuromuscular, oriunda da redução da tonicidade da musculatura
esquelética, apresentando-se sob duas formas: descontração total e
diferencial. Para o tênis é importante a descontração diferencial, que é,
basicamente, fruto de uma conscientização motórica quando o
relaxamento da musculatura ocorre durante o movimento. Nessa
situação, pode-se observar o músculo agonista realizando trabalho,
ao passo que o antagônico se encontra descontraído. A descontração
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faz parte da execução dos diversos golpes do tênis, como: saque,
forehand, backhand etc. Ela pode ser medida por eletromiografias.
A seguir serão demonstradas, através de um quadro, as
qualidades físicas intervenientes no tênis, bem como sua
hierarquização, destacando o seu grau de importância para a prática
e a planificação do treinamento de tênis.
PREPARAÇÃO FÍSICA
Preparação
FORMA FÍSICA
Preparação Neuromuscular
Qualidades Físicas
Técnica
Preparação
Inferiores
Tronco
Generalizada
2
2
2
3
2
2
Força Dinâmica
-
3
3
3
3
3
Força Estática
-
-
-
-
-
-
Força Explosiva
1
1
2
-
2
1
-
2
2
-
2
2
2
1
1
2
1
1
-
-
-
-
2
2
Resistência
Cardiopulmonar
Membros
Superiores
Flexibilidade
Muscular
Localizada
HABILIDADE MOTORA
Membros
IMPORTÂNCIA
Qualidades físicas intervenientes
Resistência
Anaeróbica
Alática
Resistência Aeróbica
Velocidade de movimentos
-
1
1
-
1
1
Velocidade de reação
1
1
1
-
-
1
1
Agilidade
1
-
1
-
1
Equilíbrio estático
-
-
-
-
-
-
Equilíbrio dinâmico
3
-
-
-
-
3
Equilíbrio recuperado
-
-
-
-
-
3
Descontração diferencial
2
-
-
-
-
2
Descontração total
-
-
-
-
-
-
Coordenação
1
1
1
-
1
1
(1) imprescindível, (2) importante e
Fonte: adaptado de Dantas (2003).
(3) secundária.
As adaptações apresentadas neste quadro serviram para
apresentar as mudanças de perfil do jogo de tênis e,conseqüentemente,
dos jogadores. O jogo se tornou mais veloz e as partidas mais longas,
exigindo do atleta uma adaptação a essas novas exigências,
aumentando ainda mais a demanda da resistência anaeróbica alática,
da força explosiva, da velocidade de movimentos e velocidade de
reação, bem como da flexibilidade e da força dinâmica que auxilia o
treinamento da força explosiva.
22
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CONCLUSÃO
Pelos dados levantados neste estudo, pode-se concluir que
vários fatores influenciam o desenvolvimento do jogo de tênis, como a
técnica, a preparação física e fatores psicológicos. No entanto, o
treinamento das qualidades físicas intervenientes – em razão das
exigências específicas do desporto: resistência anaeróbica, resistência
aeróbica, força, flexibilidade, resistência muscular localizada, equilíbrio,
coordenação e descontração diferenciada – formará uma base para
dar suporte ao treinamento técnico, tático e psicológico, colaborando
para um desenvolvimento mais rápido e eficiente do atleta.
ABSTRACT
In training plan is fundamental to determine which are the
intervening physical qualities and in which way they participate in the
sport. The objectives of the present study were to determine and rank
the intervening physical qualities in tennis. This article was divided in
three topics: in the first, the tennis physical demands are considered; in
the second, the existent physical qualities and their relationship
specifically with tennis are shown, presenting physical tests for
controlling the parameter in question; and, in the last, there is a framework
in which the physical qualities are ranked according to their level of
importance. Having the presented theoretical concepts as base, it is
concluded that tennis became a sport of great complexity regarding the
demanded physical qualities, being classified as most important the
explosive strength, anaerobic resistance, movement and reaction
speeds, agility and coordination.
Keywords: tennis, physical qualities, bioenergetics, sports training.
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