O CVV e sua marca registrada

Transcrição

O CVV e sua marca registrada
Boletim do
Órgão informativo do CVV - programa de valorização da vida - Jan. 2013 - Ano 49 - nº 453
editorial
O CVV e sua marca registrada................1
matérias
painel livre
Boatos: uma comunicação negativa........2
Preferência x dependência ....................3
Desabafo de um
coração para outro coração....................3
II Simpósio Internacional
de Prevenção do Suicídio (2/2)..............4
Todos somos céticos (1/2)......................5
de olho na noticia
O clima de ameaça zero.........................6
Características sociodemográficas
atribuições dos voluntários.....................6
Bullying na escola..................................7
O voluntário e a identificação com a
comunidade afetiva do CVV...................8
nossas comissões
Dia Internacional de
Prevenção do Suicídio...........................9
Posicionamento da marca CVV.............10
Rio + 20..............................................11
CVV Comunidade aproxima
e informa sobre suicídio
no Distrito Federal...............................12
espírito samaritano: ontem, hoje,
amanhã
51º Preceito:
O sigilo é a base do trabalho................12
expediente
O Boletim do CVV é um orgão de comunicação de Centro de Valorização da Vida e dos
seus programas de franquia social e filantropia:
Programa CVV, CVV Comunidade, CVV-Web e
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Publicação conforme o artigo 220(parágrafo
6º), capítulo V da Constituição Federal, sob
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editorial
O CVV e sua marca registrada
Arnaldo Jabor, numa das suas
crônicas recentemente publicadas
no Jornal do Commercio (PE) relembra “a leveza perdida de Oscar
Niemeyer” face o seu falecimento no
início de dezembro passado. Ícone
da arquitetura brasileira, com obras
espalhadas por todos os continentes
o “poeta das curvas” -, como ficou
conhecido, afirmava do alto de sua
sabedoria e inegável simplicidade
que “a vida é mais importante do
que a Arquitetura”.
E não estava enganado. Mas o ato
de viver nem sempre ocupa lugar
de destaque, prioritário, na vida de
tantos seres. O inesquecível compositor Cole Porter possui uma letra de
música que revela: “Questões conflitantes rondam minha cabeça/devo
pedir cianureto ou champanha?”
De imediato, esse trechinho musical nos faz lembrar a tão conhecida
ambivalência vivida com insistência
por muitas pessoas que telefonam
para o CVV: estender a mão para
ingerir cianureto ou para a champanha? São gestos que simbolizam a
busca da morte ou da vida.
Por essa razão, enquanto houver
alguém em qualquer ponto do país
ou até mesmo do planeta com pensamentos desse teor, valerá a pena
todo empenho para que o CVV exista e amplie, como vem fazendo, os
seus canais de comunicação com o
outro, tais como chat, VoIP, skype.
Enfim, todo e qualquer labirinto da
internet que utilizado pelo plantonista x outra pessoa, possa apontar para
uma saída em prol da proposta de
viver.
E essa Proposta de Vida foi experienciada com entusiasmo pelos
voluntários que estiveram presentes
no 33º Conselho Nacional (CN) realizado em outubro de 2012, em São
Paulo, por ocasião das comemorações das cinco décadas da fundação
do Centro de Valorização da Vida
(C.V.V.) - órgão mantenedor responsável pela execução do Programa
CVV em todo o Brasil.
Cinco décadas de luta, de esforço
empreendido, de solidariedade, de
dedicação, de desafios. Cinco décadas de amor fraterno e comprometimento com a valorização da vida
externados a cada dia, a cada passo,
a cada momento pelos que constituíram e constituem esta instituição.
Cinco décadas vivenciando o difícil e, ao mesmo tempo, prazeroso
exercício da cooperação mútua entre as pessoas. O ato de cooperar
– já disse alguém - consiste na “capacidade de entender e mostrar-se
receptivo ao outro para agir em conjunto, de modo que nessas relações
de troca todos se beneficiem”.
Ao longo de sua caminhada, o
CVV vem cultivando esta cooperação, a fraternidade, o diálogo esclarecedor, a direção centrada no grupo,
que pautam-se na prática da empatia, quando saber ouvir, colocar-se
no coração do outro, entender antes
de falar, praticar o respeito, representam a legítima arte da compreensão
para que exista a indispensável relação de ajuda num clima de harmonia e partilha de sentimentos.
Construir a cooperação em torno de projetos e estratégias de valorização da vida visando ao bem
estar comum é atribuição de todos
os que fazem o CVV. É um desafio
que, em equipe, torna menos difícil
realizar as tarefas propostas e, consequentemente, há menos dispêndio
de energias.
As ações desenvolvidas - vale
reiterar - em nível institucional estão
sob a responsabilidade de todo o voluntariado que acaba de comemorar
o Jubileu de Ouro do CVV, quando
se sabe que a ética e o sentimento de
incondicional amor ao próximo são
sua marca registrada.
Bartyra I Recife - PE
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painel livre
Boatos: uma comunicação negativa
“Quem conta um conto, aumenta um ponto” - conhecido
dito popular é reiterado de maneira bem-humorada por um escritor pernambucano, Pelópidas
Soares, que no seu livro A Nau
do Cata-Vento, nos brindou com
uma peça de teatro para bonecos
focalizando o trajeto de uma notícia que de tanto correr de boca
em boca acabou transformando-se num estapafúrdio boato: um
homem havia posto um ovo!
O autor captou como ninguém, as distorções acontecidas
desaguando naquela conclusão
inusitada, explorando o espírito
de uma comunicação defeituosa,
o que é corriqueiro entre nós, seres humanos.
Isso acontece porque de todos
os desejos humanos, o maior deles e o mais persistente é o anseio da conquista da atenção, do
amor, do dinheiro e da saúde.
Tudo é alimento para o fogo embusca do reconhecimento e muitas vezes às custas de um boato.
Alguns psicólogos chegam a
afirmar que o disse-me-disse das
comadres, funciona quase como
uma terapia grupal, embora às
avessas. As pessoas transmitem
os fatos oralmente, às vezes sem
saber o que está realmente acontecendo. Elas confiam no seu
poder pessoal, na sua habilida2
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de verbal, nas coisas que dizem
e como as dizem, simplesmente desconhecendo muitas vezes
que há duas formas de boato: o
jocoso e o pernicioso.
Do boato jocoso pode-se afirmar que não causa danos permanentes, ao passo que o pernicioso é capaz de iniciar uma guerra
familiar, no ambiente de trabalho
ou entre amigos.
Por tudo isso é necessário um
certo cuidado em nosso comportamento no tocante à comunicação, principalmente em nossas
relações interpessoais e intergrupais.
É sabido que em toda organização, regras existem para disciplinar as ações. Algumas delas
podem ser intuídas sem necessidade de uma regulamentação.
Por exemplo:
- nunca repetir o que se ouve
sem antes certificar-se de que é
verdade;
- evitar o pré-julgamento das
pessoas;
- manter um diálogo aberto
com todos;
- não usar sempre a teoria do
achismo: eu acho que... Eu ouvi
dizer... Não sei bem quem disse...;
- falar claramente do que está
acontecendo sem preconceitos
ou opiniões formadas.
painel livre
Preferência x Dependência
Se assim procedermos, ficaremos apenas e, esporadicamente,
com os boatos jocosos já que
fazem parte da nossa bagagem
emocional. Disso sabem muito
bem os historiadores e jornalistas.
No CVV, a nossa convivência
ditada pelas circunstâncias, é pluralista e diversificada.
Pessoas existem que trazem
até nós um vasto repertório de
frustrações, angústias, complexos vários que podem levar a um
padrão destrutivo que corrói relações e destrói vínculos emocionais, sociais e outros.
Portanto, para desenvolvermos uma comunicação saudável,
é necessário aprimorarmos também boas maneiras que, em última instância, “significam comportar-se com respeito próprio,
comportamento que não seja
agressivo, rude ou censurável”.
O ideal para nós será sempre a aceitação incondicional da
capacidade de crescimento da
outra pessoa, que acabará por
certificar-se de que pertencemos
todos, de forma igualitária e de
igual importância, a um mesmo
grupo. Criaremos, assim, um nível de total colaboração e abertura de suma validade para todos.
Glória I Recife - PE
Na nossa vida cotidiana, quando precisamos recorrer a um profissional (médico, dentista, cabeleireiro etc.), é comum termos
nossas preferências. Preferimos
um profissional a outro, às vezes
por razões diretas - experiências
que já tivemos -, às vezes por razões um pouco mais difíceis de
explicar - simpatias, antipatias,
preconceitos.
O mesmo processo ocorre
quando precisamos discutir um
assunto importante com alguém.
Vamos discutir nossas finanças
com aquela nossa tia idosa que
nunca viu um talão de cheques
ou com aquele nosso amigo que
foi gerente de banco? Vamos
conversar sobre o resultado daquele complexo exame que fizemos com aquela nossa amiga
queridíssima, mas que não teve
oportunidade de estudar ou com
aquela outra amiga que é enfermeira? Vamos discutir nossas
dificuldades com um filho ado-
lescente, com aquele amigo que
optou por não ter filhos ou com
aquele que passou pelas mesmas
dificuldades?
O processo de escolha é natural e é um direito de cada um.
Por esse motivo, não devemos
nos sentir preteridos quando, no
CVV, percebemos que a pessoa
que atendemos, prefere conversar
com um outro colega. Claro que
no CVV a pessoa que nós tentamos apoiar não sabe das nossas
características pessoais, de nossa
formação escolar, de nossa experiência profissional. Nem é preciso, pois o que oferecemos é calor
humano, respeito, compreensão
e não nosso conhecimento. Mas,
mesmo assim, as preferências se
formam com base na facilidade
do desabafo, na empatia, no sentir-se acolhido.
Não podemos, contudo, confundir preferência (o escolher
alguém, mas se sentir livre para
conversar com outro, embora
não tão à vontade quanto) com
dependência (quando a pessoa
só consegue desabafar com um
determinado voluntário e, por vezes, depende desse contato para
seguir a vida). Esta situação deve
ser fortemente combatida, pois
é contrária ao Programa e prejudicial ao voluntário e, também,
principalmente, à outra pessoa.
Por fim, mesmo quando se
trata de mera preferência por
outros voluntários, devemos nos
analisar e descobrir se alguma
atitude nossa, embora involuntária, não esteja dificultando o acolhimento e fazendo com que o
outro não se sinta à vontade para
realizar seu desabafo.
Nesse caso, devemos utilizar
o instrumento da Vida Plena e
nos trabalharmos para estarmos,
cada vez mais, prontos para acolher de forma fraterna àquele que
busca o CVV.
Karina I Recife - PE
Desabafo de um coração para outro coração
Embora não sejamos profissionais da área de saúde, muitos de
nós no CVV, somos “convidados”
a participar de apoios difíceis e
dolorosos. Por vezes é um cônjuge que solicita o divórcio sem
motivo aparente. Em outras circunstâncias é um filho que nasce
com necessidades especiais. Há
também as perdas de entes queridos, de emprego, financeiras,
de amigos etc.
Todos esses são desafios que
nos dão a consciência de que,
quer no CVV, quer nas nossas
vidas particulares, o exercício diário de bons sentimentos representam lições de que o amor e a
dedicação são práticas relevantes
para a aprendizagem do nosso
dia a dia.
Os diálogos com base na
Abordagem Centrada na Pessoa
(ACP) significam desabafos de
um “coração para outro coração”. Desses diálogos nascem as
mudanças que fazem bem a nós
e à outra pessoa. É conversando
que nos reconhecemos e descobrimos o outro. Através des-
sas permutas mudamos o nosso
olhar em torno das atitudes humanas tornando-nos seres melhores e mais flexíveis.
A psiquiatra suíça Elizabeth
Klüber Ross, desde jovem radicada nos EUA, no estado de Nova
York, durante a segunda metade
do século XX, num dos seus livros surpreende-nos com uma
extraordinária revelação.
Designada para trabalhar com
pacientes esquizofrênicos crônicos, incuráveis, ela sentia-se solitária e infeliz. Foi quando teve
a ideia de desabafar com seus
pacientes, identificando-se com
suas dores e solidão.
A partir daí - narrou ela -, “pacientes que há mais de 20 anos
não pronunciavam uma palavra
começaram a falar por encontrar
nela alguém para compartilhar
seus sentimentos e sofrimentos”.
E, durante dois anos, partilhou
da vida de seus pacientes, conhecendo-lhes os nomes, vontades,
gostos, manias, enfim, envolvendo-se com a vida de todos eles.
É nesse ponto do relato que
nos vemos diante da grande surpresa: “ao cabo desse período,
cerca de 94% dos seus pacientes,
dados como incuráveis, receberam alta”.
Em síntese, a doutora Elizabeth Klüber Ross chegou à conclusão de que “o maior presente que
seus pacientes lhe deram foi ensinar-lhe que há mais coisas, além
das terapias e da ciência médica.
Ensinaram-lhe que amor e atenção podem ajudar seriamente as
pessoas e conseguir que muitas
delas se curem”.
Dessa maneira, vale nos reportarmos ao título deste artigo,
convencendo-nos de que só poderemos verdadeiramente ajudar
o outro, se nós nos dispusermos
a ouvir com empatia o desabafo
de um “coração para outro coração”.
Helio I Ribeirão Preto - SP
Bartyra I Recife - PE
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16/01/13 11:16
painel livre
II Simpósio Internacional de Prevenção do Suicídio (19/10/2012)
Suicídio - Uma perspectiva internacional
Experiências de membros do Befrienders Worldwide (2/2)
Sri Lanka: Meios e Isolamento
- Estender a prevenção às propriedades rurais que não dispõem
de telefone nem internet.
- As taxas de suicídio em Sri
Lanka octuplicaram entre 1950 e
1995, sendo dois terços dos suicídios por envenenamento (pesticida).
- Sumithrayo, Posto do Befrienders Worldwide (BW) em Sri
Lanka, desenvolveu um programa para combater isso.
Em países em desenvolvimento como o Sri Lanka, grande parte da agricultura é desenvolvida
em pequenas propriedades, com
cada família armazenando e utilizando seu próprio estoque de
pesticida.
A prática de armazenamento
não segura é frequentemente a
regra. Uma pesquisa revelou que
a maioria dos agricultores armazena o pesticida em casa, 75%
no quarto e 5% na cozinha, o
resto no campo.
Outra pesquisa, que incluiu o
Sri Lanka, mostrou que o fatal autoenvenenamento muitas vezes
são atos impulsivos facilitados
pela disponibilidade do pesticida.
Em colaboração com a Organização Mundial da Saúde
(OMS), o Posto Sumithrayo executou um programa objetivando
que o armazenamento dos pesticidas seja centralizado nas comunidades rurais; os armazéns ficam trancados e só duas pessoas
têm a chave.
Isso, juntamente com um programa de educação sobre os
riscos que apresentam os pesticidas, reduziu drasticamente os
suicídios no Sri Lanka.
- Assim, a polícia não atua na
ilegalidade.
- Devido à ilegalidade, a parceria entre o Samaritanos e a polícia não pode ter caráter oficial.
- Em Singapura, uma pessoa
que tenta o suicídio pode ficar
presa até um ano.
Nova Zelândia
- O Governo iniciou uma Estratégia Nacional de Prevenção
do Suicídio.
- Altas taxas de suicídio são
registradas entre os povos do Pacífico.
- O Samaritanos de Nova Zelândia é pressionado para oferecer um serviço de apoio.
A Estratégia Nacional de Prevenção do Suicídio permitiu que
os voluntários verificassem como
poderiam atingir melhor o grupo-alvo. A pesquisa do Governo da
Nova Zelândia sobre os povos do
Pacífico revelou que a natureza
coletiva das culturas do Pacífico
faz com que os povos do Pacífico sejam afetados pelos suicídios
ou tentativas de suicídio. Esta é a
razão pela qual a taxa de suicídio
entre os Maori seja a mais alta
entre os grupos étnicos da Nova
Zelândia.
Um objetivo importante é oferecer apoio aos familiares de pessoas que se suicidaram e atender às necessidades deles. Um
problema são os custos altos de
telefone, seguro e aluguel, e o governo não facilita a arrecadação
de fundos.
ra, Austrália, Estados Unidos)
- Atendimento por e-mail
(Singapura,Hong Kong, Reino
Unido, Brasil)
- Workshop público “A prevenção do suicídio que você
pode fazer” (Japão)
- Grupos de apoio na área afetada pelo terremoto em Tohno
(Tóquio)
- Atendimento a idosos (ligações semanais para idosos identificados por organizações parceiras) (Estados Unidos)
- Atendimento em unidades
prisionais (Nova Zelândia, Estados Unidos, Reino Unido)
- Linha Nacional de Prevenção
do Suicídio (Estados Unidos)
- Sala de emergência para pessoas que tentaram o suicídio (Estados Unidos)
- Caminhada para arrecadação de fundos (Estados Unidos)
Concluindo
1.O suicídio não deveria ser
visto como algo inevitável. A prevenção do suicídio é uma meta
realista, as organizações e os governos precisam trabalhar juntos
para encontrar as soluções.
2.Até lá, continue fazendo o
que está fazendo e conecte-se
com as pessoas que trabalham
ativamente para o mesmo objetivo.
3.Métodos, culturas e abordagens em torno do suicídio podem
ser diferentes, mas todos nós desejamos reduzir o número dos
suicídios, tanto em nível local
como em escala mundial.
Programas do BW
- Chat (Brasil, Noruega, Esta- Liz Try I Samaritanos do Reino Unido
dos Unidos)
- Irlanda
- “Linha Verde”: ligações gra- Tradução: Eduardo I Brasília – DF
tuitas para os Postos Samaritanos
Singapura: Legalidade
- O Samaritanos Singapura de- para militares (Noruega)
- Apoio em fábricas de consenvolve um programa junto com
fecção de roupas (Sri Lanka)
a polícia.
- Apoio no Aeroporto Interna- No âmbito do programa, as
tentativas de suicídio e mortes cional Rajiv Gandhi (Índia)
- Programa Semanal de Rádio
por suicídio comunicados à polícia devem ser passados ao Posto (Bangkok)
- Apoio aos familiares de pesSamaritanos para fins de acomsoas que se suicidaram (Singapupanhamento.
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painel livre
Todos somos céticos (1/2)
Jornalista não é cientista, mas
quando cobre os assuntos da ciência precisa entender minimamente os procedimentos e valores que regem esta comunidade.
O que segue abaixo - em tópicos
- é um resumo daquilo que me
parece importante destacar sobre
a cobertura dos assuntos ligados
às mudanças climáticas.
Quem são os “céticos”?
A boa ciência, por princípio,
tem o ceticismo como precioso aliado. São céticos todos os
cientistas que norteiam seus trabalhos sem visões preconcebidas, dogmas ou interpretações
pessoais da realidade desprovida
da correta investigação científica.
É equivocado, portanto, chamar
de “céticos” apenas aqueles que
hoje se manifestam contra a hipótese do aquecimento global,
ou da interferência da humanidade nos fenômenos climáticos.
A diferença entre opiniões
pessoais e trabalhos publicados
Todo cientista tem o direito
de compartilhar opiniões, impressões ou análises superficiais sobre o assunto que bem
entender. Para a ciência, isso é
tão importante quanto a opinião
manifestada por qualquer leigo.
Neste meio, vale o que foi publicado em revistas especializadas,
de preferência as que adotam o
modelo de revisão pelos seus pares, ou “peer review” em inglês
(como a Science ou Nature, para
citar apenas as mais famosas),
cujo o conselho editorial é com-
posto por cientistas que indicarão outros cientistas. Estes terão
o cuidado de aferir se a nova hipótese para a explicação de um
determinado fenômeno seguiu rigorosamente os protocolos de investigação que regem o método
científico. Sem isso, o conteúdo
em questão - ainda que emitido
por um cientista - se resume à categoria de mera opinião.
Na cobertura jornalística, havendo controvérsia sobre um
determinado assunto, convém
verificar a quantidade e a qualidade dos trabalhos publicados.
Até o momento, os estudos sobre
mudanças climáticas se concentram majoritariamente em favor
da hipótese do aquecimento global. As duas correntes científicas,
neste caso, não são equivalentes
nem proporcionais. Embora ambas mereçam respeito.
explicam totalmente as variações
de temperatura em função das
emissões de gases-estufa. Ainda
assim, há hoje mais certezas do
que dúvidas de que o planeta
está aquecendo e que os gases-estufa emitidos pela Humanidade contribuem para esse fenômeno.
As oscilações naturais de temperatura do planeta em eras geológicas, a interferência do Sol nos
fenômenos climáticos e todas as
outras possibilidades que explicariam o que está acontecendo
hoje são objeto de inúmeros estudos e pesquisas. Mesmo assim,
segundo a corrente majoritária de
cientistas, não há, até o momento, outra explicação mais convincente e embasada para explicar
as mudanças climáticas, do que
a interferência humana.
Foi por isso que a maioria dos
países assinou em 1992 o Acordo
do Clima (que reconhece essa interferência no fenômeno climático), consolidando em 1997 o Tratado de Kioto (que estabeleceu
prazos e metas para a redução
das emissões até 2012), definindo
em 2011 o Mapa do Caminho de
Durban (que estabelece o prazo
limite de 2015 para que todas as
nações apresentem seus compromissos formais de redução dos
gases-estufa para implementação
a partir de 2020).
A ciência do clima
Essa é uma área nova de investigação científica extremamente complexa e imprecisa.
Não há certezas absolutas (em
ciência, pode-se dizer, nunca
haverá 100% de certeza já que
a hipótese prevalente pode um
dia ser invalidada diante do surgimento de novas evidências) e
a controvérsia alimenta o debate na busca daquilo que venha
a ser a melhor explicação para
o fenômeno observado. O próprio Painel Intergovernamental
Site: G1 – 03 de julho de 2012
de Mudanças Climáticas (IPCC)
reconhece em seus relatórios as
várias incertezas ainda existentes. As modelagens do clima não André Trigueiro
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de olho na notícia
O Clima de Ameaça Zero
Marian Kinget, discípula francesa de Rogers, afirma que na
Abordagem Centrada na Pessoa
(ACP), o terapeuta deve procurar
construir um clima de liberdade
experiencial.
Por isso, entende um ambiente terapêutico no qual o cliente
sente-se à vontade para reconhecer todas as suas experiências
(fenômenos internos) sem precisar distorcer nenhuma delas para
agradar o terapeuta. Ela explica:
“Esta liberdade existe quando o
individuo se dá conta do que lhe
é permitido expressar ao menos
verbalmente: sua experiência,
seus pensamentos, emoções e
desejos tais e quais ele os experimenta e independente de sua
conformidade às normas sociais
Bullying na escola
e morais que regem seu meio
ambiente”. Dito de outra forma,
o indivíduo é psicologicamente
livre quando não se sente obrigado a negar ou a deformar aquilo
que experimenta a fim de conservar, seja o afeto ou a estima
daqueles que representam um
papel importante na sua economia interna, seja sua autoestima.
Rogers cita que existem três atitudes do terapeuta que são base
da construção de um clima psicologicamente favorável, isto é,
de um clima de liberdade experiencial: 1) congruência ou autenticidade; 2) consideração positiva incondicional ou aceitação
incondicional; 3) compreensão
empática. Congruência é o terapeuta ser quem realmente é em
cada momento da relação com o
cliente, ou seja, exprimir abertamente os sentimentos e atitudes
que surgem no contexto da relação de ajuda. Consideração positiva incondicional é o terapeuta
aceitar o cliente seja o que ele
esteja sentindo a cada momento
da terapia, isto é, aceitar o seu
medo, raiva, rancor, confusão,
alegria, amor, coragem. Compreensão empática é o terapeuta ser
sensível aos sentimentos e reações pessoais que o cliente experiencia a cada momento da terapia, ou seja, é apreendê-los de
dentro tal como o cliente os vê.
Resenha da dissertação de mestrado
André Barreto Prudente
FFCLRP-USP
Características sociodemográficas – atribuições dos voluntários
Quanto ao enquadramento
funcional no CVV, que caracteriza as atribuições do voluntário, participaram da pesquisa 74
voluntários plantonistas e dois
voluntários de apoio. Os plantonistas são aqueles que participam
do Programa CVV e realizam semanalmente um plantão de quatro horas e meia. Estes voluntários
devem zelar pelo compromisso
assumido e pela assiduidade nas
atividades dispostas nas reuniões
e encontros mensais e bimestrais
de voluntários para o seu próprio
aperfeiçoamento contínuo. Já os
voluntários de apoio participam
do Programa CVV sem realizar
plantão semanal, entretanto, estão aptos para divulgar a propos6
ly_boletim_453_janeiro.indd 6-7
de olho na notícia
ta de trabalho do CVV, contribuir
com a manutenção do Posto e
enriquecer os grupos de estudo
com temáticas pertinentes.
Os voluntários plantonistas
são responsáveis por um plantão
semanal, com a possibilidade de
escolher entre cinco opções de
plantão da escala.
Atualmente, 30% dos participantes do CVV realizam o plantão
P23; este dado pode ser relacionado à profissão e/ou à ocupação dos voluntários, em que 70%
deles possuem uma vida ativa no
mercado de trabalho, restando à
opção do voluntariado noturno
no Programa CVV.
Na divulgação do Programa
CVV é explicitado que o candi-
dato deve ter disponibilidade para
quatro horas e meia de plantão
semanal. O voluntário deve chegar com antecedência ao Posto,
preferencialmente quinze minutos antes de iniciar seu plantão e
preparar-se para estar disponível
para a relação de ajuda, visto que
o “denso caráter emocional da
atividade exige um forte envolvimento do voluntário”.
.
O trabalho voluntário no CVV
Resenha do Trabalho apresentado ao
Curso de Graduação em Psicologia
Ernesto Gramkow Oviedo Alvarado
Universidade do Sul de Santa Catarina
(UNISUL)
Em 25 de setembro de 2012,
Ariel Kaminer, do New York Times, publicou no site www.educacao.uol.com.br, o artigo Após
Suicídio de Aluno, Universidade
dos EUA Cria Moradias Especiais
para Comunidade de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Transgêneros
(LGBT).
Há dois anos, um calouro gay
da Universidade Rutgers, Universidade Estadual de Nova Jérsei,
cometeu suicídio após saber que
seu colega de quarto ridicularizou sua sexualidade e convidou
amigos para olhá-lo com outro
homem. Esse terrível episódio
chamou uma atenção nacional
nada bem-vinda para a universidade. Antes conhecida como
uma escola estadual grande e diversa, Rutgers passou a ser associada à homofobia e à crueldade.
Mas, hoje, estudantes LGBT e
aqueles que os apoiam podem
escolher quatro opções de moradia especializada, três delas
novas, que as une com colegas
de quarto de mentalidade semelhante.
Eles agora podem contar com
o apoio dos 130 funcionários e
membros do corpo docente que
foram treinados através de contatos oficiais do campus ou com os
estudantes de um novo programa
de treinamento para aliados, cuja
sessão inaugural esteve com lotação máxima. A edição daquele
ano de um manual que listou os
recursos do campus para questões homossexuais tem 92 páginas.
E, recentemente, a Campus
Pride (orgulho do campus), uma
organização que avalia as escolas
com base em suas políticas inclusivas, deu ao campus principal da
Rutgers, em New Brunswick, a
cotação máxima, cinco estrelas.
Dentre as 32 categorias possíveis,
nas quais uma escola pode se
distinguir, a Rutgers teve sucesso
em 31 da relação.
A Rutgers tem uma longa história de inclusão; quando a Liga
Homofila de Rutgers foi fundada
em 1969, por exemplo, ela era
apenas o segundo grupo estudantil do gênero no país. Mas desde
a morte do calouro em 22 de setembro de 2010, a universidade
tem aumentado seus esforços,
estimulada por uma comunidade que se expressa intensamente
no campus, uma administradora
cheia de energia e uma necessidade urgente de controle de danos.
Até alguns dos estudantes ficaram surpresos pela força da política de inclusão da Rutgers.
No centro de toda essa atividade está a coordenadora do
Centro para Educação de Justiça Social e Comunidades GLS
da Rutgers. Disse que uma das
maiores prioridades de seu trabalho era criar aliados - pessoas
cujas identidades não correspondem às iniciais em seu portfólio,
mas que se consideram amigas
da causa ou causas, e querem saber mais sobre como ajudar.
Além dos próprios estudantes
gays, transgêneros e do círculo
concêntrico daqueles que se posicionam ativamente como aliados, não se sabe até onde a mensagem do centro se espalhou. A
coordenadora disse que ainda
não encontrou nenhuma pessoa
que não desse apoio. Mas Rutgers é, afinal, uma universidade
de 59 mil alunos espalhados por
vários campi.
Nesse breve espaço de tempo, ser um estudante universitário gay passou a significar algo
leve e notadamente diferente do
que quando o calouro chegou ao
campus.
O resultado é uma universidade onde, segundo alguns estudantes, a presença altamente
visível de estudantes LGBT se tornou uma parte básica e comum
da vida no campus.
O bullying não está só na escola, a prática pedagógica brasileira ainda reflete autoritarismo,
configurando o que chama de
bullying pedagógico. A escola reproduz as relações de um sistema social vertical, que não condiz com a democracia.
Essa questão precisa ser regulamentada. O problema é que
tudo, não regulamentado, não
vale - a ética confunde-se com a
lei. É ético o que está na legislação, o que não está pode ser feito. Só que a ética está nas ações
humanas. Não deveríamos precisar esperar um código penal para
punir determinadas coisas, as instituições, assim como a Universidade Rutgers, podem ao menos
adotar uma cartilha e colocar em
prática.
O programa CVV não esta
distante destas situações que
aparecem diariamente nas redes
sociais. Devemos estar prontos
para ouvir as crianças, jovens e
adultos que no passado foram
discriminados.
Helio | Ribeirão Preto - SP
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de olho na notícia
O voluntário e a identificação com a comunidade afetiva do CVV
Na trama dos modelos identificatórios em jogo, na escolha
e permanência na atividade voluntária do CVV, é fundamental
destacar o fato de existir uma
modalidade de identificação que
está presente no contexto das comunidades afetivas. Nesse caso,
a identificação, “pode surgir com
qualquer nova percepção de
uma qualidade comum partilhada com outra pessoa que não é
objeto do instinto sexual. Quanto
mais importante essa qualidade
comum é, mais bem sucedida se
torna essa identificação parcial,
podendo representar assim o
início de um novo laço”. O laço
mútuo existente entre os membros de um grupo envolve uma
identificação desse tipo, a qual
tem como base uma importante qualidade emocional comum
vinculada à natureza do laço
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com o líder.
Do próprio grupo do CVV
também. É muito legal o convívio que a gente tem, eu acho
muito gostoso. Então a gente se
envolve e eu acho que isso me
faz bem.
“A experiência é muito interessante pela organização que
existe, a disciplina, os horários, o
companheirismo, o envolvimento
de todos... Essa amizade, esse calor humano que você sente. As
pessoas se abraçam, conversam,
sorriem e, querendo ou não, é
uma oportunidade de você falar
de você, principalmente no grupo, que existe o momento do
exercício de vida plena. Quando
eu entrei aqui, eu praticamente
não falava de mim”.
“O CVV é muito respeitoso,
é muito amoroso. O grupo é sincero... E tem mais, se alguém me
perguntar como é que eu estou
é porque queria realmente saber
como é que eu estou... Aqui, eu
tenho espaço, aqui as pessoas
me escutam, eu sou respeitada”.
Sendo essa a forma de identificação que liga os membros de
uma coletividade, profundamente vinculada à figura do condutor
do grupo. Esse tipo de vínculo
constitui-se pela instalação do líder na posição de ideal do “eu”
por parte de cada um dos participantes do grupo. No lugar de líder está, certamente, o CVV com
sua filosofia e atuação.
Perfil Sociodemográfico e Psicológico
dos Voluntários dos Postos CVV
Resenha da dissertação de mestrado
Carolina Neumann de Barros Falcão
Dockhorn
PUC / RS
nossas comissões
Dia Internacional de Prevenção do Suicídio
A Universidade do Estado do
Rio de Janeiro (UERJ) organizou
o IV Seminário UERJ pela vida
para lembrar o dia internacional de prevenção do suicídio
nos dias 10 e 11 de setembro de
2012. Duas datas emblemáticas
em relação à preservação e valorização da vida, já que no dia 10
de setembro se comemora o dia
da prevenção e, no dia seguinte,
está ainda na lembrança, o trágico atentado às torres gêmeas
nos EUA - fato que completou 11
anos, o qual ceifou milhares de
vidas, chocando a humanidade
inteira.
O seminário foi aberto com
a apresentação de um belo coral da própria universidade e os
trabalhos das oficinas e debates
contaram com a participação de
doutores da área da saúde, tais
como professores, psicólogos,
psiquiatras, pesquisadores e interessados no assunto do suicídio.
O CVV através dos postos do
Rio de Janeiro (Centro, Copacabana, Maracanã e Niterói) também
colaborou. Tivemos a oportunidade de participar dos debates
e divulgar o nosso trabalho com
palestras, exibição dos nossos
vídeos institucionais (Conheça o
Programa CVV em dois minutos
e Multidão), além do lançamento
do livro CVV, Como vai você CVV, 50 anos ouvindo pessoas.
Houve várias oficinas e coube ao
CVV, além de divulgar o trabalho
em si, a divulgação também dos
trabalhos realizados extraposto
como o Cine Ser organizado pelas Comissões de Ações Comunitárias. Foi apresentado nesta
ocasião, o filme Lembranças e,
logo depois, aberto para comentários e debates.
Outro ponto importante a
destacar no evento foi podermos
também divulgar para a comunidade universitária a disponibilidade do nosso serviço pela web.
No final, o público presente
ao seminário teve o privilégio de
assistir a uma bela peça teatral intitulada Queda Livre, cujo tema
central remete ao propósito da
existência do CVV.
Regional Rio - Vitória
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nossas comissões
Rio + 20
Posicionamento da marca CVV
Empresas e produtos precisam
de uma personalidade própria
para ser identificados e diferenciados dos demais, seja no meio
empresarial, seja no terceiro setor. A pesquisa de posicionamento de uma marca no mercado é
uma prática adotada por várias
empresas e instituições, que querem saber como o mercado a enxerga e que espaço ocupam nele.
Para os especialistas, em comunicação, o posicionamento de
uma marca no mercado pode ser
traduzido como o compromisso
que uma empresa ou organização assume consigo mesma e
com todo o seu público.
Este compromisso é como um
documento que ajuda a identificar os objetivos fundamentais de
comunicação deste órgão, porque define as impressões que se
deseja construir para todo tipo de
público quando estiver em contato com esta marca.
Além disso, o posicionamento
determina como a marca quer
ser percebida e associada pelo
público, e oferece diretrizes para
os trabalhos de criação (design e
propaganda), permitindo que a
criatividade se alie a fatores estratégicos, como o que devemos e o
que não devemos associar a uma
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nossas comissões
marca, por exemplo. Na época
das comemorações dos 40 anos
do Centro de Valorização da
Vida (C.V.V.), quando foram definidos Missão, Visão e Valores do
Programa CVV, o Grupo Executivo Nacional (GEN) iniciou uma
das etapas de trabalho com o
planejamento e a Comissão Nacional de Divulgação (CND) teve
a oportunidade de trabalhar com
a empresa Fundamento Comunicação Empresarial (http://www.
fundamento.com.br) - especialista em comunicação corporativa,
que abastecida de nosso material
auxiliou na composição do posicionamento da marca CVV e planejamento da CND.
Esse estudo que gerou o posicionamento da marca CVV
consta na íntegra do Manual de
Divulgação, versão 2007, abastecendo, orientando a equipe de
divulgação e todos os parceiros
especialistas que temos até hoje,
oferecendo-lhes recursos e diretrizes para que a divulgação do
CVV caminhe na mesma direção.
Deste estudo definiu-se a categoria a qual a marca CVV pertence, um grupo de voluntários
preparados que oferece apoio
emocional gratuito.
Delineou-se também o públi-
co-alvo: “pessoas, em geral, sem
distinção de idade, sexo, religião,
classe social e formação cultural.
Prioridade atual no público jovem - 15 a 25 anos -, de ambos
os sexos, de todas as classes sociais e culturais”.
Recursos exclusivos que só o
CVV tem: ser alguém com quem
se pode falar franca e abertamente, sem medos ou receios (aberto
a todos, sem preconceitos, com
absoluto sigilo e ininterruptamente).
Com estas e outras informações iniciou-se a criação da personalidade CVV, que passa a ser
a identidade de sua marca, suas
características que, com o tempo, falará por si só o que o CVV
faz assim que for visualizada.
Esse processo foi iniciado e
não terá fim, pois a marca CVV
nestes 50 anos já é consolidada
na sociedade, mas precisa sempre de atualizar-se e de estar presente na lembrança da população para que possa ser utilizada
sempre que necessário.
Comissão Nacional de divulgação
[email protected]
A Conferencia das Nações
Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável, a Rio + 20, realizada de 13 a 22 de junho de 2012,
na cidade do Rio de Janeiro (RJ),
é conhecida por voltar-se para
a temática do meio ambiente
e Desenvolvimento (ECO-92) e
contribuiu para definir a agenda
do desenvolvimento sustentável
para as próximas décadas.
O objetivo do encontro foi
assegurar a renovação de um
comprometimento político com
o desenvolvimento sustentável,
avaliar o progresso feito até o
momento e as lacunas que ainda
existem na implantação dos resultados dos principais encontros
sobre desenvolvimento sustentável, além de abordar os novos
desafios que surgem no dia a dia.
Os dois temas em foco na
Conferencia foram A e Economia
Verde no Contexto do Desenvolvimento Sustentável e da Erradicação da Pobreza e o Quadro
Institucional para o Desenvolvimento Sustentável.
Em 15 de junho a Regional
Rio-Vitória dos postos CVV participou do evento paralelo a Rio
+ 20: a Cúpula dos Povos - Religiões por Direitos - evento organizado pela Sociedade Civil
quando 120 tendas foram montadas no Aterro do Flamengo para
discutir os mais variados assuntos
relacionados à sustentabilidade
do planeta.
A atividade teve como responsável e mediador o Conselho Espírita do Estado do Rio de Janeiro
(CEERJ), em parceria com a Religião de Deus, os Wicca - religião
neopagã influenciada por crenças pré-cristãs e como religião
natural, os Malês - termo usado
no Brasil, no século XIX, para
designar os negros muçulmanos
que sabiam ler e escrever em língua árabe -, o Movimento Hare
Krishna e o Programa CVV.
Tendo por foco a preservação
da vida: o valor da transcendência na prevenção do suicídio,
entendendo-se como transcendente, não apenas o aspecto espiritual, mas também as ações
que transcendem as atuações
profissionais (médica e psicológica) no atendimento à pessoa com
ideação suicida.
O mediador do CEERJ informou: “A Organização Mundial
da Saúde (OMS) nos informa que
as taxas de suicídio na sociedade
destacam o desafio da prevenção, como um problema a ser
enfrentado pelas nações de forma
urgente. Com 1 milhão de suicídios / ano, o mundo não pode
se furtar de levar a discussão da
Prevenção do Suicídio a todos
os fóruns sociais para um envolvimento cada vez maior, mais
consciente de todas as frentes da
sociedade, a fim de que venhamos a trabalhar conjuntamente
para ver debelada esta pandemia
que se caracteriza, efetivamente,
como uma ameaça ao bem-estar
social. A valorização da vida na
prevenção do suicídio foi o nosso
foco naquela manhã, quando ouvimos, que os parceiros presentes, viram ser possível a contribuição de sua tradição religiosa,
assim como o CVV, no acolhimento, tanto à pessoa com ideação suicida, quanto aos familiares
e pessoas próximas de um suicida, que após o ato passam a ter
suas vidas desestruturadas diante
dessa vivência que se apresenta
como traumática...”
Assim deu-se por iniciada a
discussão que fluiu com tranquilidade a qual o CVV se posicionou
serenamente apresentando o trabalho de ações na prevenção do
suicídio através da valorização da
vida, há mais de 50 anos se preocupando com os sentimentos das
pessoas do nosso País e a mais
de uma década, pelas redes sociais, para todos os que habitam
nesse planeta.
Apresentamos dados estatísticos obtidos no Mapa da Violência / 2011 (http://www.mapadaviolencia.org.br/pdf2011/
MapaViolencia2011.pdf), onde
registra que em 2008 foram contabilizados nacionalmente 9328
suicídios. Isso significa uma média de 25,5 suicídios / dia ou
um suicídio a cada 56 minutos.
Sabe-se ainda que este número
é muito maior por falta de divul-
gação das famílias. E acredita-se
que, para cada suicídio levado a
termo, há de 10 a 20 tentativas
frustradas.
A participação do CVV foi sucinta e apresentou as situações
que podem levar as pessoas a
pensamentos de morte e desencadear tentativas ou execução de
autoextermínio, divulgadas pela
assessoria de Imprensa da Associação Brasileira de Psiquiatria
(ABP) sobre o comportamento
suicida: a cada 35 segundos uma
pessoa morre por ato suicida no
mundo; no Brasil, 24 pessoas
morrem diariamente (ou uma a
cada hora) por suicídio.
O dia chegou ao término e
percebeu-se o momento mágico da parceria entre pessoas de
todas as raças, etnias, lugares,
tribos e religiões através do provérbio africano para a sustentabilidade das nossas ações: “Se
quiser ir rápido, vá sozinho, se
quiser ir longe, vá em grupo”.
Zenaide I Volta Redonda - RJ
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nossas comissões
CVV Comunidade aproxima e informa sobre suicídio no Distrito Federal
Nunca se falou tanto em valorização da vida e prevenção do
suicídio. O Distrito Federal (DF),
por meio da diretoria de Saúde
Mental (DISAM/SAS/SES-DF) e
de sua coordenação de prevenção do suicídio, organizou uma
série de atividades dedicadas ao
tema da Prevenção do ato suicida
e Valorização da Vida.
A abertura dos eventos foi
marcada pelo lançamento da Política Distrital de Prevenção do
Suicídio, com atividades distribuídas entre as diversas instituições
parceiras nos meses de setembro
e outubro de 2012.
O evento contou com a participação do Posto Brasília na I
Jornada de Prevenção do Suicídio do Distrito Federal, ocorrida de 10 a 20 de setembro de
2012. A programação foi vasta.
Incluiu conferências, palestras,
workshops, apresentação de filme e divulgação do trabalho do
Programa CVV. O professor Otávio Leite, do Centro Universitário
de Brasília (UniCEUB), destacou
o trabalho do CVV como entidade atuante e com resultados
positivos expressivos. Ele ainda
lembrou sua experiência pessoal, como ex-membro, ressaltando
aspectos da psicologia humanista
e do trabalho do psicólogo Carl
R. Rogers como base para o atendimento oferecido.
Na primeira semana de outubro, o Posto Brasília promoveu
a III Semana de Valorização da
Vida (SVV). No mesmo período foi comemorada a I Semana
Distrital de Prevenção do Suicídio (Lei 4.842 de 25 de maio de
2012), com o objetivo de chamar
a atenção quanto à importância
da preservação da vida e compreensão do suicídio. Foram 7
dias de atividades, 36 horas de
programação, quando foram distribuídos 1179 folders e panfletos,
777 balinhas e pirulitos com a
marca Como Vai Você? e 144 copos d’água. Foram atendidas 13
pessoas que procuraram apoio
emocional e 4 inscrições de candidatos para o próximo Programa
de Seleção de Voluntários (PSV).
Durante 2 dias foram oferecidas palestras para atendentes do
“Disque 100” sobre Abordagem
Centrada na Pessoa (ACP), alem
de camisetas vendidas aos voluntários.
O sucesso da atividade está
diretamente relacionado à participação das instituições parceiras, como as de ensino superior,
e as demais entidades públicas e
privadas de saúde e áreas afins
interessadas em contribuir com
a prevenção do suicídio no DF.
O Centro de Valorização da Vida
(C.V.V.), Posto Brasília, foi parceiro nesta jornada. A compreensão
é que o CVV é um parceiro natural e muito importante na valorização da vida e prevenção do
suicídio no Brasil e no DF. Dessa
forma, um dos objetivos foi estreitar os laços para apoio mútuo
nessa empreitada.
No encerramento, a psicóloga e coordenadora do fórum,
Beatriz Montenegro, agradeceu
a presença de todos no evento.
Ela ressaltou o valor do nosso trabalho, tanto na prevenção direta
do suicídio, por meio dos apoios,
como pela divulgação e pela formação de pessoas orientadas em
oferecer ajuda genuína, por meio
da habilidade de ouvir e do próprio treinamento para ingressar
na entidade.
Para o CVV Comunidade de
Brasília, essa série de eventos foi
bastante positiva, na medida em
que é uma oportunidade de mostrar o trabalho desenvolvido pela
entidade a diferentes tipos de
público, de várias regiões do DF.
Sem contar que temas relativos
à preservação e à compreensão
do suicídio foram discutidos de
maneira mais intensa e ganharam
atenção da mídia, de forma geral.
Mostram, também, que é notória
a necessidade de uma sociedade
compreensiva, fraterna e solidária.
Gilson I Brasília – DF
espírito samaritano: ontem, hoje, amanhã
51º Preceito: O sigilo é a base do trabalho
Manter o sigilo no CVV significa respeitar os princípios de uma
instituição séria que, a cada ligação recebida, sabe que há do outro lado da linha alguém confiante no apoio ofertado por quem o
ouvirá.
A ética nos ensina: não podemos, nem devemos, motivados por qualquer circunstância,
quebrar o sigilo, macular o nome
do CVV, nem mesmo quando
por alguma razão, não mais estivermos integrando o quadro de
plantonistas.
Bartyra l Recife - PE
Missão: Valorizar a vida, contribuindo para que as pessoas tenham uma vida plena e, consequentemente, prevenindo o suicídio.
Visão: Uma sociedade compreensiva, fraterna e solidária. (As pessoas Vivendo Plenamente, tendo o CVV contribuído para isso)
Valores: Confiança na Tendência Construtiva da Natureza Humana. Trabalho Voluntário motivado pelo espírito samaritano,
de acordo com a proposta de vida. Direção Centrada no Grupo / Aperfeiçoamento Contínuo / Comprometimento e Disciplina.
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