Comércio externo Regiões Formação Promoção

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Comércio externo Regiões Formação Promoção
Jornal da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes e Artigos de Pele e Seus Sucedâneos
Notícias
2
Comércio externo
Portugal «bate» Itália
e Espanha
5
Regiões
Setor do calçado investe
no interior do país
9
Formação
Centro de Formação
muda «quase tudo»
13
Promoção
Portugal em destaque
na MICAM
196
fevereiro 2013
fevereiro 2013
2
comé
Exportações
de calçado
ultrapassaram
barreira dos
1.600 milhões
Portugal exportou,
em 2012, 71 milhões
de pares de calçado.
Pela primeira vez, o
setor ultrapassou a
barreira dos 1.600
milhões de euros.
Relativamente ao
ano anterior, assinala-se um crescimento de 4,5%.
O ano de 2012 foi
de afirmação internacional para a
indústria portuguesa
de calçado. Com a
Europa a enfrentar
um desempenho
económico modesto,
merece amplo destaque o crescimento
das exportações
portuguesas de calçado em 2,7% para o
«velho Continente».
As vendas em França e na Alemanha,
os dois principais
mercados de destino das exportações
portuguesas, cresceram em 2012, respetivamente 4,8% para
424 milhões de euros
e 3,2% para 295
milhões. No plano
inverso, há a destacar um recuo das
exportações para a
Holanda (menos 7%
para 201 milhões de
euros), Espanha (menos 7,2% para 162
milhões de euros) e
Reino Unido (menos
1,7% para 124 milhões de euros).
A aposta das empresas portuguesas em
mercados de elevado
potencial de crescimento começa a
surtir efeito. Assim,
os mercados extracomunitários foram,
em 2012, o principal
motor de crescimento do calçado português, registando-se
um acréscimo de
33%. Destaque para
os acréscimos na
Rússia (mais 42%
para 23 milhões de
euros), nos EUA
(mais 50% para 21
milhões de euros),
Japão (mais 111%
para 13 milhões de
euros). Pela negativa,
os decréscimos em
Angola (menos 6%
para 15 milhões de
euros) e no Canadá
(menos 1% para 11
milhões de euros).
Em 2012, o calçado
reforçou o estatuto
de produto que mais
positivamente contribui para a balança
comercial. Com
efeito, em 2012, Portugal importou 49
milhões de pares de
calçado, no valor de
416 milhões de euros
(menos 21%). Feitas
as contas, o saldo da
balança comercial
do setor de calçado é
positiva em sensivelmente 1.200 milhões
de euros.
Portugal supera Itália e Espanha?
Em 2012 Portugal ultrapassou a barreira de 1.600 milhões de euros em exportações. Os dados de 2012
permitem concluir que
as exportações cresceram
4,5% em valor. Em relação
aos concorrentes Itália e
Espanha, Portugal é o país
com maior crescimento.
A Itália, concorrente direta
de Portugal, registou um
decréscimo de 6,5% em termos de quantidade exportada. No que diz respeito ao
valor, houve um pequeno
crescimento de 2,9%, passando o par a ter um valor
médio de 35 euros, colocando o calçado italiano como
o mais caro do mercado
(32,5 € no ano anterior).
A Espanha, por seu turno,
parece ter estabilizado, não
apresentando crescimentos
substanciais. O crescimento de volume de exportações foi de apenas 1%, que
se traduziu num aumento
de 0,4% em valor exportado. Apesar de o volume
crescer, o preço mantém-se
praticamente inalterado, o
que mostra que a Espanha
pode estar a crescer em
volume, mas não em valor.
O valor por par exportado
ronda, apenas, os 15,3€.
A economia espanhola
passa também um período
conturbado. O nível de
importações, por exemplo,
baixou substancialmente,
resultado da baixa no con-
sumo. Tudo isto é fruto da
atual conjuntura económica espanhola, prevendo-se
um decréscimo no PIB
espanhol de 1,4% em 2012.
“Pouco
crescimento
italiano”
Apesar de se manter como
calçado mais caro do mercado, a Itália tem sentido
grandes dificuldades de
crescimento, sobretudo no
que diz respeito ao mercado interno. Segundo a
ANCI, a procura nacional
sofreu uma queda de 4,2%
no primeiro semestre do
ano, sobretudo devido ao
aumento das matérias-
3
ércio externo
China exporta 10 biliões de
sapatos em 2012
Em 2012 a China
exportou cerca de
10 mil milhões de
pares de sapatos. No
entanto, a economia
está a diminuir a
capacidade de crescimento.
Em 2011 a China foi
o principal player
no setor do calçado
mundial em várias
vertentes. A indústria chinesa mantevese no primeiro lugar
enquanto país exportador e produtor.
O mercado chinês
consolidou-se ainda
como o maior consumidor de calçado.
Não obstante ser
o exportador líder
mundial, posicionouse como o principal
fornecedor em muitos dos mercados a
nível mundial.
primas, às vendas por
links e ao estado do
consumo. O Presidente
da Associação Italiana
de Calçado acredita que
a salvação do calçado
italiano está, sobretudo,
na exportação. O Presidente alerta ainda para
outros problemas do
setor e apela à necessidade de o governo prestar
mais atenção à integração de recursos para
estimular o consumo e
promover o crescimento
da indústria.”
A Rússia tem-se mostrado como um país a ser
explorado. Entre janeiro
e setembro de 2012 a
Itália exportou mais de
6,1 milhões de pares para
a Rússia. Isto representou uma subida de 9,7%
em relação ao período
homólogo. O valor das
exportações para o país é
ainda mais significativo:
487 milhões de euros, o
que se traduz num aumento de 14,9% em relação aos primeiros nove
meses do ano anterior.
A Rússia tem sido um
forte país em termos de
exportações. Tanto para
a Itália como para países
como o Brasil. A Rússia
é o 5.º maior mercado,
em valor, e representa
cerca de 8 % das exportações italianas, e o
oitavo maior mercado
em volume de calçado
exportado.
Em 2012, os primeiros dados da CLIA
– associação chinesa
que representa o
setor do calçado –
confirmam a continuidade da liderança
chinesa: o país exportou 10 mil milhões de
sapatos para todo o
mundo, o que representa um crescimento de 2% face ao ano
anterior. Em valor
as exportações de
calçado aumentaram
12,7%, para cerca de
44,4 mil milhões de
dólares.
Enquanto país
produtor, em 2012, a
China manteve mais
de 4.000 fábricas
a produzir calçado,
assegurando a liderança mundial.
A indústria de calçado desempenha um
papel importante
no crescimento das
exportações totais
da China. No entanto, a indústria está
a perder algumas
das vantagens que
tinha, em especial
nos baixos custos de
produção, como vantagem competitiva.
Além disto, a indústria tem também
de enfrentar outros
impactos negativos,
tais como barreiras
ao comércio e regras
de restrição à exportação, em muitos países que representam
os principais destinos exportadores.
Todas estes factos
têm levado os produtores de calçado
chineses a dedicarem uma maior
atenção ao mercado
interno do que aos
tradicionais mercados de exportação
que recentemente
têm registado quebras de consumo ou
crescimentos muito
pouco significativos.
Segundo a CLIA,
é urgente para a
indústria de calçado atualizar as suas
técnicas e promover
as suas marcas, de
forma a manter-se a
par da concorrência
no mercado global.
China
abranda?
O PIB da economia
chinesa cresceu 7,8%
em 2012. Apesar do
crescimento, este é o
pior valor registado
desde 1999. O último trimestre do ano
mostrou ainda assim
sinais positivos, que
parecem anunciar
que 2013 será um
ano de recuperação
do ritmo de crescimento chinês.
As exportações
totais do país contribuíram para este
aumento ao crescerem 7,9% face ao
ano anterior, embora
traduzam um acréscimo bastante mais
reduzido do que o
verificado no final
de 2011 (20,3%).
Esta quebra no crescimento das exportações, especialmente
para a Europa, e a
desaceleração do
setor industrial são
dois dos problemas
que fizeram abrandar
a economia chinesa.
Os bons sinais do
último trimestre do
ano são maioritariamente fruto do crescimento do mercado
interno (em resultado do aumento
do investimento do
Governo) e não do
comportamento das
exportações. Além
deste investimento
público, o corte nas
taxas de juro, o aumento das vendas do
comércio a retalho
e o crescimento da
produção industrial
contribuiram para
uma melhoria nos
valores referentes ao
último trimestre de
2012.
O economista chinês
Yao Wei afirmou à
Bloomberg que os
valores do final de
2012 “confirmam
que a China está
a disfrutar de uma
recuperação cíclica”.
dezembro 2012
4
5
investimento
Calçado investe no interior do país
A falta de mão de
obra, especialmente especializada,
é um dos grandes
estrangulamentos
do setor do calçado
em Portugal. Em
algumas regiões do
país, como Felgueiras - que apresenta
a mais baixa taxa de
desemprego a nível
nacional - as empresas têm necessidade
de recrutar trabalhadores nos concelhos limites como
Amarante, Lixa ou
Celorico de Basto.
Outras empresas
optam por uma estratégia mais radical
e deslocalizam…para
o interior do país.
E contribuem dessa
forma para uma
maior coesão do
território nacional.
A capacidade de
resposta rápida é,
desde há muito,
um argumento de
primeira importância para as empresas portuguesas
de calçado. Um
modelo de negócios
que inviabiliza, por
exemplo, que as empresas equacionem
deslocalizar a produção para mercados
mais atrativos como
China, Índia ou
Vietname. “Deslocalizar a produção
para outros países
não é uma opção
natural para as empresas portuguesas”,
admite o Presidente
da APICCAPS. “As
nossas empresas
apostam num serviço de proximidade:
responder rápido
às encomendas, em
especial às que se
destinam ao centro
da Europa”. No caso
do grupo empresarial que lidera, a
Kyaia, Fortunato
Frederico recorda
que há muito investiu em Paredes
de Coura. “Fomos
à procura de outras
soluções que nos
permitissem continuar a crescer”.
Outras empresas
estão a percorrer o
mesmo caminho.
Reinaldo Teixeira,
da Carité, investiu
há pouco tempo
numa linha de corte
e costura em Celorico de Basto. O
objetivo passa por
“contratar uns 30
a 40 novos colaboradores nos próximos 2 ou 3 meses e
começar a produzir
a totalidade do
calçado nesta nova
unidade industrial”.
O mesmo aconteceu
recentemente com a
Macosmi. A opção
recaiu em Castelo
de Paiva. Os resultados são muito encorajadores. Como
consequência, o
número de trabalhadores da Macosmi
em Castelo de Paiva
deverá aumentar
nos próximos meses.
Garantia do empresário José Machado.
Já a Jóia está a
investir um milhão
de euros numa nova
unidade de Cabeceiras de Basto. Segundo Luis Sá “a escassa
mão de obra disponível em Felgueiras
era um obstáculo
ao crescimento da
empresa”, pelo que
“investir no interior
do país permite que
as empresas possam
continuar a crescer
e a honrar os seus
compromissos com
os clientes”. No
caso da Jóia, durante muito tempo, o
recurso a transporte
próprio (autocarros) permitia que
trabalhadores dos
concelhos limítrofes
pudessem ser integrados nos quadros
da empresa com
sede em Felgueiras.
Mas o investimento
em Cabeceiras de
Basto permite “enfrentar os próximos
desafios de forma
mais serena”. Uma
das particularidades
deste projeto da Jóia
passa pela formação
interna. ”Durante
seis meses, formámos 30 colaboradores para os integrar
na nova empresa em
Cabeceiras de Basto,
todos os dias, faziam
dezenas de quilómetros para aprender
na nossa empresa.
Hoje, têm os conhecimentos necessários para serem uma
mais valia para a
nossa empresa”.
Este investimento no interior do
país permite outra
vantagem relativa
para as empresas
portuguesas. “Podemos assegurar aos
nossos clientes que
produzimos o calçado integralmente
em Portugal. Não o
fazemos no Brasil,
na China ou na Roménia. Muitos dos
nosso concorrentes
não podem dizer
o mesmo”, realçou
Luis Sá.
7
indústria
Regresso das marcas de luxo
não impede aposta na marca própria
Armani, Guess,
Kenzo, Lanvin
…e tantas outras
marcas de luxo
parecem ter redescoberto o calçado
«made in Portugal».
Uma estratégia
que, ainda assim,
parece não colidir
com a aposta no
desenvolvimento
de marcas próprias
portuguesas. Tratase, igualmente, do
resultado da aposta
do setor na valorização da imagem e
dos produtos.
“Somos tão mais
fortes quanto mais
fortes são os parceiros que temos à
nossa volta”, realçou
Amílcar Monteiro,
do Grupo Kyaia,
que, para além da
Fly London, trabalha
com outras marcas
internacionais de
referência, como a
Camel.
André Fernandes, da
Evereste, sublinha
que “as empresas
têm hoje uma função
social importante”,
pelo que, trabalhar
em parceria com
“marcas de referência, permite que as
encomendas possam
ser uma garantia de
trabalho continuado
ao longo do ano”,
contornando dessa
forma a flexibilidade
característica deste
setor. Simultaneamente, “trabalhando
com os melhores,
permite-nos que
as nossas próprias
marcas possam dar
um salto qualitativo
importante”.
Mas, porque razão
o calçado português
voltou a ser tão
atrativo? Os fatores
serão vários e complementares. “Temos
qualidade, competência e conhecimento acumulado
ao longo de várias
gerações”, destaca
Rúben Avelar, da
Profession:Bottier,
que trabalha regularmente para
marcas de topo no
segmento masculino.
André Fernandes,
da Evereste, valoriza
igualmente “a boa
imagem que o calçado português tem
vindo a conquistar
internacionalmente”.
Determinante é, porem, o facto de “nem
as marcas premium arriscarem nesta altura.
As encomendas são
mais contidas e Portugal acaba por ter a
vantagem de responder rapidamente ao
mercado”. Reinaldo
Teixeira refere, igualmente, outro aspeto
chave: “as grandes
marcas estão habituadas a produzir bom
calçado em Portugal
e apenas suportar os
custos no final. Se
produzirem na China
investem mais – e
hoje já não é assim
tão compensador,
porque os preços
aumentaram muito pois as encomendas
médias são muito superiores, muito mais
cedo. No final, acaba
por não compensar”.
9
formação
Alterações de fundo
no Centro de Formação
O Centro de Formação
Profissional da Indústria de
Calçado (CFPIC) vai sofrer
profundas alterações. O objetivo, na opinião de Eduardo
Costa, diretor do organismo,
passa por “adaptar a uma indústria de calçado com novas
exigências ao nível do design,
da inovação e mesmo internacionalização”. “É chegado
agora o momento de darmos
um novo impulso, trabalhando num regime de parceria
quer com as empresas quer
com as escolas, de modo a
ganhar a batalha da qualidade e do desenvolvimento”,
sublinhou.
As alterações em curso são
profundas. Desde logo, o
CFPIC passa a ter uma nova
imagem e uma designação:
Academia de Design e Calçado. Desenvolvida pelo Gabinete de Comunicação da
APICCAPS, a nova identidade procura assegurar uma
estratégia de marca coesa,
mas flexível, focada no futuro. Em curso está a melhoria
da imagem do Centro, agora
Academia, como um todo,
oferecendo uma boa relação
custo-eficácia na gestão da
marca, unificando a oferta
de serviços debaixo de um
«guarda-chuva» reconhecível
e com impacto junto dos seus
destinatários (jovens e empresas). O novo logo inspira-se
numa circunferência, a forma
mais perfeita da natureza.
”Significa um começar de
novo, o centro do mundo, os
100% que damos em tudo
o que fazemos”, destacou o
Diretor Geral da Academia
de Design e Calçado.
As alterações não se esgotam, no entanto, ao nível
da imagem e da comunicação. Numa altura em que
a reindustrialização passa
a ser um desígnio europeu,
os cursos vão ser reestruturados. “A oferta formativa
da Academia de Design e
Calçado cobre todas as áreas
da fileira do calçado e algumas transversais. Presta
formação, nomeadamente,
em três áreas críticas. Para
jovens e para adultos, nas
áreas de aprendizagem,
formação de jovens, especialização tecnológica e formação modelar e formação
dedicada às empresas. Diria
que é uma oferta formativa
abrangente, que necessitará
naturalmente de ser aqui e
ali retocada”. Recorde-se que
desde a sua criação, há já 40
anos, a Academia já formou
mais de 80.000 colaboradores das empresas. A taxa de
empregabilidade é altíssima
e em alguns cursos é mesmo
de 100%. A grande aposta
passa, por um lado, por atrair
novos jovens para “rejuvenescer o setor” (a campanha
terá como slogan “Vem fazer
parte da indústria mais sexy
da Europa”) e, por outro,
priorizar a formação destinada às empresas. “A escassez
de mão de obra especializada
poderá ser ultrapassada, uma
vez que as empresas poderão
recorrer à Academia para
formar os quadros de que
necessitam”.
fevereiro 2013
10
“Falta de
mão de obra
especializada
poderá ser
ultrapassada”
Durante 40 anos, o
Centro de Formação
Profissional da Indústria
de Calçado formou mais
de 80.000 colaboradores
da fileira do calçado em
Portugal. Quatro décadas
depois, muda de imagem,
de assinatura e prepara
uma reestruturação sem
precedentes. Eduardo
Costa, Director Geral,
explica-nos as razões.
O Centro alterou recentemente a imagem institu-
cional. Qual foi o grande
objetivo dessa alteração?
O Centro tem estado
sempre na linha da frente
nas alterações que o setor
de calçado, ao longo dos
anos, tem vindo a registar. O setor, de um modo
geral, evoluiu: tem vindo
a apostar em áreas mais
nobres e de maior valor
acrescentado e consideramos que, uma vez mais,
teríamos de acompanhar
esta tendência.
Mudámos de imagem,
mas mudaremos, ainda
em 2013, várias outras
áreas críticas. Passaremos
a ter outra assinatura,
Academia de Design
e Calçado, porque entendemos que devemos
renovar a imagem mas
também a mensagem.
Aqui formam-se verdadeiros artesãos. Mas
outras alterações estão a
ser ultimadas.
Como por exemplo? Que
outras grandes alterações
serão esperadas?
Desde logo ao nível dos
cursos. Muitos deles
serão reformatados. A
Academia de Design e
Calçado adaptará alguns
cursos, reciclará outros,
porque entendemos que
poderemos prestar um
serviço ainda melhor às
empresas. Estamos a trabalhar com o Instituto de
Emprego e a APICCAPS
nesse sentido.
Trata-se de um projeto
ambicioso?
Ambicioso, mas necessário. Nos últimos anos,
procedemos a uma profunda alteração interna
da Academia, tornando-a
mais ágil, mais flexível e
com maior capacidade
de responder aos desafios da fileira do calçado
em Portugal. É chegado
agora o momento de darmos um novo impulso,
trabalhando num regime
de parceria quer com as
empresas, quer com as
11
entrevista
Entrevista a Eduardo Costa, Academia de Design e Calçado
escolas, de modo
a ganhar a batalha
da qualidade e do
desenvolvimento.
Porque razão optaram pela designação
Academia?
Estamos a efetuar
alterações em toda
a linha. Tínhamos
de romper com o
passado e pareceu-nos que deveríamos
ter uma nova assinatura, uma nova
identidade. Não
abandonaremos de
vez a designação
CFPIC, mas a verdade é que o termo
Academia faz-nos
recuar até Platão.
Academia significa a
universidade da vida,
a escola das artes e
dos artesãos. Ora,
num setor que valoriza cada vez mais o
saber fazer, parecenos que esta é uma
excelente opção.
De um modo geral,
em que se traduz a
vossa oferta formativa atual?
A oferta formativa
da Academia de
Design e Calçado cobre todas as
áreas da fileira do
calçado e algumas
transversais. Presta
formação, nomeadamente, em três áreas
críticas. Para jovens
e para adultos, nas
áreas de aprendizagem, formação de
jovens, especialização tecnológica e
formação modelar e
formação dedicada
às empresas. Diria
que é uma oferta
formativa abrangente, que necessitará
naturalmente de ser
aqui e ali retocada. Os estágios em
empresas, nomeadamente estrangeiras,
serão reforçados.
Ainda recentemente, tivemos 14 alunos
a estagiar em Itália,
numa prestigiada
escola de moda, com
resultados muito
interessantes. Vamos aprofundar esse
e outros caminhos.
Estamos igualmente
a ultimar protocolos com escolas.
Estamos a trabalhar
em vários planos
distintos, mas complementares. Vamos
melhorar a nossa
qualidade global
como um todo.
Em que áreas especificas?
Iremos intervir em
várias áreas críticas.
Desde logo ao nível
dos cursos ligados
à área da produção,
que constituem uma
área central da nossa
atividade. Depois,
procederemos igualmente a alterações
ao nível da modelação. Com as Universidades de Braga e do
Porto, criamos um
CET (Curso de Especialização Tecnológica) dedicado ao
Estilismo de Calçado. Este é um curso
com uma grande
procura e igualmente com um grande
impacto: no espaço
de um ano, todos os
nossos formandos em
modelação encontram emprego. Num
país, com uma taxa de
desemprego superior
a 16% deveria dar que
pensar.
Considerando que a
Academia presta formação adaptada (às
empresas), porque
razão ainda há tantas
empresas que se
lamentam da falta de
mão de obra especializada?
Esse é um lamento
frequente, mas que
deve ser contextualizado. Por um lado, é
verdade que o setor
industrial como um
todo – este não é
um problema exclusivo da indústria de
calçado – deixou de
estar na moda e que
em algumas zonas
de forte concentração do setor como
Felgueiras – a própria Academia está,
a recrutar formandos
nos concelhos limítrofes – não existe
mão de obra disponível. Mas é preciso
recordar, por outro
lado, que as empresas podem, devem
mesmo, recorrer
à Academia, pois
estamos disponíveis
para efetuar a formação necessária, uma
formação à medida
das exigências.
A falta de mão de
obra especializada
poderá ser então um
falso problema?
Um falso problema
não será, mas seguramente que será um
problema que pode
ser ultrapassado.
As empresas devem
procurar os centros
de emprego e recorrer à Academia para
formar os quadros
de que necessitam.
Quais são, na sua
opinião, as principais mais valias da
Academia de Calçado e Design?
Desde logo os
recursos humanos
associados aos equipamentos instalados
(ainda recentemente
adquirimos novos
equipamentos), que
permitem uma formação real, à medida
das necessidades das
empresas. Ao longo
de 40 anos de existência, já formámos
80.000 colaboradores deste setor.
Temos um historial,
um património que
é um cartão de visita
inigualável. Temos
orgulho que alguns
dos principais nomes
do setor como Luís
Onofre, José António Strena, Pedro
Morais e tantos outros tenham passado
por aqui. Criamos
condições para que
os nossos formandos
tenham as ferramentas necessárias para
vincar no mercado
de trabalho.
Como é que avalia
a situação atual da
indústria de calçado
em Portugal?
A indústria de calçado está numa fase
positiva, de afirmação internacional.
Apresenta uma boa
qualidade, é flexível,
responde rapidamente e tem vindo a
melhorar paulatinamente a sua imagem.
De que forma poderá o setor evoluir nos
próximos anos?
É importante que
mantenha o mesmo
rumo, sem grandes
desvios de estratégia.
O grande desafio
para este século passa
pela qualificação, das
empresas em primeiro lugar, mas dos
quadros técnicos das
empresas em geral.
Esse é o grande desafio. A própria APICCAPS tem consciência desse repto e
vamos trabalhar em
conjunto para criar
um setor ainda mais
capaz, moderno e
competitivo.
A terminar, a construção de um novo
edifício para da Academia vai mesmo
avançar?
Para já, está a avançar
a um ritmo mais lento do que o desejado.
Em cima da mesa
estão vários cenários
como a requalificação total do edifício
em S. João da Madeira ou a construção de
um novo edifício de
raiz. O edifício de
Felgueiras está bem
estruturado e não
precisa de nenhuma
alteração substancial.
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INTERNACIONAIS
13
promoção
externa
MICAM recua, mas deixa bons sinais
Mais de 35 mil visitantes
profissionais estiveram
de 3 a 6 de março na
MICAM. Relativamente à edição homologa
de 2012, há a assinalar
um ligeiro decréscimo
(menos 1,8%). A feira de
Milão deixou ainda assim
apontamentos muito
positivos.
A mais prestigiada feira
de calçado do mundo
acolheu 19.181 visitantes
estrangeiros, oriundos
de mais de 100 países,
com destaque para os
compradores da Rússia,
da França e do Extremo
Oriente.
“Estamos satisfeitos
com os resultados obtidos na 75.ª edição da
MICAM”, realçou Cleto
Sagripanti, presidente
da ANCI, a associação
italiana de calçado, que
organiza o certame. “Esperávamos uma queda
do número de visitantes
italianos, em conformidade com a queda
acentuada da procura
interna, mas esse registo
foi compensado pelo
acréscimo de visitantes
estrangeiros. São um
sinal da importância da
MICAM”. A presença
de operadores que representam as mais importantes marcas de distribuição em todo o mundo,
Hermínio Loureiro
visita MICAM
como Barneys, Isetan e
Tsum parece confirmar
essa tendência.
“São sinais animadores”,
continuou o presidente
Sagripanti, “para enfrentar o futuro com força e
determinação”.
Portugal em
destaque
Oitenta e uma empresas
portuguesas, responsáveis
por 114 marcas de calçado, participaram nesta
edição da MICAM. Em
conjunto, a delegação
nacional responde por
mais de seis mil postos de
trabalho e 450 milhões de
euros de exportação.
A presença na MICAM
insere-se na estratégia
promocional definida
pela APICCAPS e AICEP, com o apoio do
Programa Compete, e
visa consolidar a posição
relativa do calçado português nos mercados externos, diversificar o destino
das exportações, abordar
novos mercados e possibilitar que novas empresas iniciem o processo de
internacionalização. Para
as empresas os sinais são
positivos. “Começámos
a participar na MICAM
há cerca de dois anos. O
O Presidente da Câmara
Municipal de Oliveira
de Azeméis visitou as
empresas portuguesas
presentes na MICAM.
Na ótica de Hermínio
Loureiro, “o calçado
português é uma aposta
ganha e está de parabéns.
Ano após ano tem vindo
a ganhar um lugar importante no panorama
nacional e internacional”.
O Presidente de Câmara
sublinhou que “em Oliveira de Azeméis temos
uma indústria forte e
competitiva no setor,
nosso número de clientes
triplicou nesse período”,
revelou Pedro Ramos. O
responsável comercial da
Ambitiuos destaca que
“para além dos clientes
tradicionais, contactámos
clientes da China, da
Coreia e até mesmo do
Japão. Trata-se de uma
feira verdadeiramente
internacional”.
A 75.ª edição da MICAM
ficou, ainda, marcada
pela estreia de várias
novas marcas portuguesas
no plano internacional.
Marcas como a Friendly
Fire, J. Reinaldo, Lemon
Jelly ou Paradigma. «The
Shoes Must Go On».
que tem sabido crescer e
modernizar-se, graças a
uma aposta na qualidade
dos produtos e a uma
forte componente de
design e inovação”. Hoje,
o “calçado oliveirense
leva Oliveira de Azeméis
e Portugal aos quatro
cantos do mundo e calça
figuras internacionalmente reconhecidas. Esta
capacidade exportadora
e de internacionalização
é de realçar, assim como
o esforço e o sentido de
oportunidade para marcar presença nos eventos
internacionais do setor,
como é o caso da MICAM”, afirmou Hermínio Loureiro.
Recorde-se que Oliveira
de Azeméis é o 2.º concelho do país com mais empresas de calçado (mais
de 200, isto é 19% do
total nacional) e responde por cerca de 4.000
postos de trabalho (sensivelmente 13% do total
nacional). As empresas
de calçado de Oliveira de
Azeméis exportaram sensivelmente 120 milhões
de euros em 2012 (8% do
total nacional).
fevereiro 2013
14
mad
Fly London melhor marca do cal
Darita estreia nova marca
em feira internacional
Atentos à exigência do mercado
global, a Darita
lançou uma nova
marca inspirada
em modelos modernos e arrojados,
que se estreou na
MICAM.
que está no mercado desde 1991,
e que se dedica ao
fabrico de calçado
de grande qualidade para homem,
senhora e criança
de classe médiaalta.
FRIENDLYFIRE,
com modelos
actuais, arrojados
e descontraídos,
diferencia-se pelos
pormenores, cores
e acabamentos.
Este novo projeto
é fruto do trabalho de uma equipa
jovem e ambiciosa,
que se mantem
a par das últimas
tendências.
A empresa exporta
95% da sua produção para todo
o mundo. O lema
assenta no melhoramento contínuo,
e na superação
das adversidades
constantes: “quem
pensa que já está
bem e não precisa de melhorar e
conquistar, é uma
empresa à beira do
fim”.
A marca pertence
à J.A.M. Fernandes & Irmão, empresa portuguesa
Conta com a
colaboração de
100 pessoas e tem
uma capacidade de produção
diária de 1.000
pares, sempre
com a garantia de
acompanhamento
comercial, estilístico e produtivo.
É preocupação da
empresa manter
uma boa relação
entre a qualidade e
preço.
Aproveitando a
MICAM, a empresa apresentou
aos seus clientes
cerca de 60 novos
modelos da marca
DARITA, direcionados para o “private label”, exibiu
novos modelos em
diferentes materiais, e apostou
também nos seus
“best sellers”.
Olhamar aposta na nova marca
A empresa Olhamar, especialista na
produção de cintos
e outros acessórios
de moda de excelência, acaba de
lançar a marca “Qu
on around you”. A
estreia ocorreu, em
Paris, por ocasião
da WHO’S NEXT.
A “Qu on around
you” é uma marca
de acessórios de
homem e senhora,
universal, jovem e
com um espírito
livre, que se dirige
a um público urbano sofisticado.
Com um design
original e exclusivo, esta nova
marca portuguesa
prima pela quali-
dade dos materiais
e segue as tendências mundiais
da moda. A QU
ON destina-se,
essencialmente, ao
mercado internacional. Dinamarca,
Suécia, França,
Angola e Rússia
são alguns dos
mercados em que a
marca irá apostar.
15
de in portugal
alçado do Reino Unido
A Fly London foi
galardoada com o prémio Fashion Footwear Brand of the Year
(marca do ano para
moda em calçado),
numa cerimónia que
decorreu em Inglaterra, no passado dia 17
de fevereiro.
Integrado na feira
Moda Footwear, em
Birmingham, este
prémio é organizado
pela empresa inglesa
Datateam Business
Media, em colaboração com a Associação
de Calçado Britânica
(British Footwear
Association), a Associação Independente
de Retalhistas de
Calçado (Independent
Footwear Retailers
Association), a Sociedade de Produtores de
Calçado (The Society
of Shoe Fitter)e a revista Footwear Today.
Todos os anos são distinguidas as marcas,
retalhistas e personalidades que mais se
destacaram no sector
do calçado no mercado inglês.
Para a Fly London,
este prémio simboliza
o reconhecimento da
“notável performance”
de vendas no Reino
Unido, e vem “reforçar a notoriedade de
uma marca que sempre se posicionou no
mercado exterior”.
Segundo Amílcar
Monteiro, sóciogerente da Fly London, “o Reino Unido
continua a ser o nosso
principal mercado internacional. A marca
é distribuída em mais
de 400 pontos de
venda independentes.
A abertura recente
de uma segunda loja
própria na zona de
Oxford Street reflete
esse reforço contínuo”.
A marca possui duas
lojas em Londres, uma
em Covent Garden
e uma mais recente
na zona de Oxford
Street.
de acessórios
Com mais de 40
anos de atividade,
a Olhamar produz
cintos e malas em
pele de alto valor acrescentado,
especialmente para
grandes marcas
nacionais. Embora,
desde cedo, a empresa tenha iniciado
a sua atividade com
o mercado externo,
a maioria da sua
produção ainda se
destina ao mercado
doméstico português. A prioridade
passa, agora, por
alargar a base exportadora e conquistar
novos mercados,
não só no private
label como também
através da nova
marca.
Silvia Rebatto reinventa-se
Define-se como uma
marca sem idade.
Pensada para mulheres versáteis, a
criadora quer estar
na linha da frente das
tendências.
“Não é uma marca
de calçado jovem,
nem clássica. É uma
marca sem idade.”
É assim que a marca
Silvia Rebatto que
posiciona no mercado. Pertencente ao
grupo HANDSTEPS,
é pensada para mulheres versáteis que
querem estar sempre
um passo à frente
nas tendências do
calçado, definindo-se
como exigente, versátil, alegre, descontraída e arrojada.
tesal de quem já está
na indústria há mais
anos.
Silvia Rebatto quer
dar ao cliente aquilo
que ele deseja, mesmo sem ele saber que
o quer. Os sapatos
são elegantes e confortáveis e são idealizados para serem usados tanto no dia-a-dia
como numa situação
formal.
Aposta num design
forte e inovador, ilustrando o seu desejo
de se manter sempre
na vanguarda e representando a excelência
do mercado português de calçado.
A marca tenta diferenciar-se, principalmente pela qualidade
de produção: aposta
em bons materiais,
em peles de qualidade
e na experiência ar-
A coleção Primavera/
Verão promete ser
mais feminina e pensada para o conforto,
o galmour e a casualidade. É uma coleção
cheia de cor; desde
os tons pastel até aos
mais fortes e com
brilhos metalizados.
17
inovação
Procalçado
lança
Lemon Jelly
É uma empresa altamente especializada na
produção de componentes para calçado. É
mesmo uma das empresas de referência na
produção de solas. Na
MICAM, acaba de lançar uma nova marca…
de calçado, a Lemon
Jelly.
José Pinto destaca que
“se trata de um produto novo, de uma nova
abordagem e mesmo
de uma outra área de
negócio”. A Procalçado “é uma empresa
produtora de solas e
presta um serviço de
excelência ao setor de
calçado há já 40 anos.
Os componentes para
calçado continuarão a
ser a força matriz do
nosso negócio”. Em
complemento, a empresa de Gaia lançou a
marca Lemon Jelly, que
se associa a outra aposta, a Wock. “Do ponto
de vista industrial, fruto
de grandes adventos
tecnológicos, o plástico
tem vindo a ganhar uma
importância crescente
em praticamente todas
as áreas de atividade.
Os plásticos têm cente-
nas de aplicações. Impermeáveis, maleáveis,
duráveis e com uma
excelente relação custo/
benefício. E protegem
o meio ambiente”,
recordou José Pinto.
Por esse motivo, desde
2007, a Procalçado começou a trabalhar toda
a área de calçado injetado, oferecendo uma
nova gama de produtos
altamente diferenciadores ao universo do setor. O desenvolvimento
de botas de plástico
num segmento elevado,
por exemplo, mereceu,
desde a primeira hora a
atenção de prestigiadas
marcas internacionais.
“Lemon Jelly é um novo
projeto, é inovador,
é uma tendência de
mercado e poderá ser
uma mais valia interessante para todo o setor,
associando ao negócio
da pele a vertente do
plástico. São duas áreas
de negócio distintas,
mas complemantares”,
destacou.
Recorde-se que Portugal exporta, por ano,
mais de 70 milhões de
pares de calçado, 88%
dos quais em couro.
19
news
Sapatos biodegradáveis em destaque
na semana de moda em Paris
Sapatos com solas
biodegradáveis,
desenvolvidos pela
estilista Stella McCartney, foram um
dos destaques da
última semana da
moda de Paris.
A britânica apostou
numa coleção ecologicamente consciente, substituindo
as peles e couros
pelos materiais
biodegradáveis.
A filha do ex-Beatle
Paul McCartney
quis mostrar, por
meio de suas peças,
o seu ideal ambientalista, e reforçou
o pedido global
de manutenção da
proibição da caça
de ursos polares
com fins comerciais. Nas redes
sociais Stella recordou uma “viagem
a Manitoba, no
Canadá, para admirar as “criaturas
espetaculares” presentes na natureza,
e lamentou que, até
2050, dois terços da
população mundial
de ursos polares
possam desaparecer”.
No desfile, a plateia
pôde ver sapatos
com solas biodegradáveis, além de
casacos e vestidos
feitos a partir de lã
e algodão orgânicos.
Greenpeace
A organização
ambientalista Greenpeace divulgou,
em fevereiro deste
ano, uma classificação das 15 grandes
marcas de moda
com base em critérios ecológicos. Na
lista, a ONG criticou empresas como
Louis Vuitton,
Hermes, Chanel,
Alberta Ferretti,
Dolce&Gabbana
e Prada por não
levarem tais questões em conta. Já
a marca italiana
Valentino recebeu
uma boa nota da
organização por
promover “uma
política de compras
que implica o desmatamento zero”.
21
moda
Nos
meandros
da moda
O calçado português vai
estar, de novo, em plano de destaque nos dois
grandes eventos da moda
portuguesa. A abrir, na
Modalisboa. Empresas e
criadores trabalharam nas
últimas semanas para a
definição de um conceito de moda integral. Na
passarela, Helsar associou-se a Luis Buchinho,
a Basilius a Pedro Pedro,
a Goldmud a Alexandra
Moura. Cohibas e Miguel
Vieira surgiram uma vez
mais de «braços dados»,
Fly London e White
Tent surpreenderam pela
positiva, Xprimental Shoes e Saymyname apostaram na surpresa. Palavras
para quê? A moda portuguesa no seu melhor.
De 20 a 23 de março,
sete empresas (Alexandra
Moura + Goldmud, Cohibas, Dkode,Fly London
J. Reinaldo, Nobrand,
Silvia Rebatto) e um
designer (Luis Onofre)
subirão à passarela da
Alfândega do Porto, em
mais uma edição do Portugal Fashion.
Helsar «brilha» com Luís Buchinho
na semana da moda de Paris
Luís Buchinho esteve
uma vez mais em plano
de evidência na semana da moda de Paris.
O estilista natural de
Setúbal recordou o
Portugal pós-revolução, inspirando-se nos
cravos vermelhos e
hinos à liberdade para
despertar a memória e
a consciência através
de uma coleção que
tem tanto de passado
como de futuro. A coleção de Luís Buchinho
mereceu os aplausos da
crítica da especialidade
que não deixou igualmente de elogiar as
propostas da empresa
de calçado de S. João
Madeira, Helsar, que
abrilhantaram ainda
mais o desfile.
Com efeito, pela
primeira vez Luís
Buchinho e Helsar
associaram-se para a
promoção da moda
portuguesa. A primeira aparição conjunta
ocorreu em Paris, no
âmbito do Portugal
Fashion Paris, organi-
zada pela ANJE, mas
terá continuidade já
na edição de março da
Modalisboa e Portugal
Fashion, agendado para
a Alfândega do Porto,
de 20 a 23 de março.
Depois de se ter inspirado na calçada portuguesa para a coleção
de verão de 2013, Luís
Buchinho voltou a
socorrer-se da portugalidade para marcar a
diferença. Desta feita, foi a revolução de
Abril e os cravos que
estiveram na génese de
uma coleção rica, em
tons de preto, branco e
vermelho. “Fazia todo
o sentido pegar nessas
referências e transpô-las para o conceito
de uma mulher muito afirmativa, muito
pragmática, que quando sai à rua é notada e
cuja imagem é difícil
de esquecer. Foi esse
o meu ponto de partida”, explicou no final
do desfile na Maison
de l’Architecture, em
Paris.
FITA REFORÇO
ORLAR (MISTA)
20º
Aniversário
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23
internacional
Calçado brasileiro perde competitividade
O ano de 2012 não foi
particularmente animador para o calçado
brasileiro. Ainda que
as exportações tenham estabilizado em
quantidade, o valor
médio por par decresceu 15,9%, rondando
agora os 9 dólares. A
Abicalçados, a associação brasileira do setor,
admite que o calçado
brasileiro está a perder
competitividade no
mercado global.
Os Estados Unidos da
América continuam
no topo da lista como
o principal comprador
de calçado Brasileiro.
Apesar da quantidade
de pares exportados
ter aumentado cerca
de 9,2%, o valor médio por par diminuiu
23,2%, rondando os 15
dólares.
A Argentina figura
em segundo lugar na
tabela de exportações,
apresentando, no
entanto, uma diminuição de 25,8% na
quantidade de pares
exportados, o que se
traduz numa quebra
de 30,4% do valor
total.
Em terceiro lugar
como destino preferencial do calçado
b-rasileiro surge a
França, com um crescimento de 85,4% de
pares exportados. No
entanto, o preço médio diminuiu 37,6%,
tendo o valor médio
por par ficado a 9,34
dólares (14,96 dólares
no ano anterior).
Apesar dos valores
gerais não serem,
ainda, muito expressivos, a Rússia aparece
como um mercado
potencial. Em 2012, o
Brasil exportou para
a Rússia 1,5 milhões
de pares de calçado, o
que corresponde a um
aumento de 1,7% face
ao período homólogo.
O valor médio por par
também aumentou
face ao ano anterior.
Segundo o coordenador da Unidade
de Projetos da Abicalçados, Cristiano
Körbes, “o mercado
russo é predominantemente importador e
possui uma economia
crescente, o que nos
possibilita uma margem de oportunidade
bastante significativa
para o calçado brasileiro”.
Perigosa será, na ótica
da Abicalçados, a perda de competitividade
do setor no mercado
global. “O Brasil é um
dos países mais inóspitos do mundo e dificulta o aparecimento
de mais empresas exportadoras”. A perda
da competitividade é,
segundo os especialistas, a grande causa
deste fenómeno e tem
vindo a acentuar-se
nos últimos anos.
Ainda recentemente, o Banco Mundial
elaborou um estudo
onde figurava o desempenho de 45 países
emergentes. O Brasil
surge como um dos
países com as mais
baixas taxas de entrada na lista de empresas exportadoras.

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