Atividade 1 - Parque da Ciência

Transcrição

Atividade 1 - Parque da Ciência
Secretária de Estado da Educação de MG
Vanessa Guimarães Pinto
Secretário Adjunto
João Antônio Filocre Saraiva
Universidade Federal de Viçosa
Luis Cláudio Costa (Reitor)
Parque da Ciência da UFV – órgão executor
Evandro Ferreira Passos – Coordenação Geral
(Organizador e primeiro autor deste Caderno de Atividades)
Índice
I) Introdução................................................................................................ 3
II) Roteiros de atividades
1) Órgãos dos sentidos.............................................................................17
2) Animais.................................................................................................31
3) Plantas..................................................................................................41
4) Corpo humano......................................................................................48
5) Solos.....................................................................................................54
6) Papel artesanal.....................................................................................66
7) Brincando com o lixo............................................................................76
8) Astronomia...........................................................................................92
9) Ar........................................................................................................102
10) Flutua ou afunda?..............................................................................112
11) Água na natureza..............................................................................123
12) Podemos construir ?..........................................................................129
13) Misturas................... .........................................................................131
14) Cartografia.........................................................................................134
15) Sistema de numeração......................................................................140
16) Desafios com algoritmos...................................................................154
17) Grandezas e medidas.......................................................................167
18) Tratamento das Informações.............................................................178
19) Geometria..........................................................................................189
20) Jogos matemáticos............................................................................203
21) Teatro......................................................................222
22) Podemos construir II..............................................224
23) Horta na Escola......................................................227
2
Introdução
1. O que é?
O PRO-CIÊNCIA 2009 é um programa de capacitação de professores da
rede estadual, executado pelo Parque da Ciência da UFV - www.ufv.br/crp - em
parceria com a Secretaria de Estado da Educação. O programa prevê 80 horas
de oficinas para 3.200 professores das séries iniciais do ensino fundamental,
provenientes de todas as regiões do Estado. A metodologia adotada é a do
projeto Mão na Massa.
O projeto ABC na Educação Científica - Mão na Massa tem como objetivo
incentivar o ensino de ciências nas séries iniciais do ensino fundamental,
utilizando atividades experimentais, propiciando o desenvolvimento da
linguagem oral e escrita, investindo na formação de docentes e na
implementação da proposta em sala de aula. Atualmente, existem também
iniciativas no ensino infantil e na educação de jovens e adultos.
A proposta visa uma parceria das Universidades com as escolas através
das Secretarias de Educação, além do fato de que a maior parte dos pólos de
difusão do projeto no Brasil está ligada a Centros de Ciências, com o apoio da
Academia Brasileira de Ciências. Os pólos de implementação e difusão do
projeto são: Centro de Referência do Professor (UFV), Estação Ciência da
USP, CDCC (Centro de Divulgação Científica e Cultural / USP - São Carlos),
Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, FIOCRUZ (Instituto Oswaldo
Cruz – Rio de Janeiro), entre outros.
O projeto sugere uma estrutura de aula em momentos que visam organizar
o trabalho do professor e dos alunos, bem como a interação entre os alunos
através da argumentação, da investigação e do registro da atividade. Estes
pontos caracterizam o seu principal diferencial, que se refere ao trabalho
específico com a atividade experimental, com todos os benefícios trazidos por
esta prática. Desta forma, alunos e professores realizam e observam juntos as
ações do trabalho e conversam sobre os resultados, formulando hipóteses e
conclusões.
A motivação para o desenvolvimento deste tipo de iniciativa vem do fato de
que a Língua Portuguesa e a Matemática são normalmente priorizadas nesta
etapa da formação, cabendo às Ciências apenas um espaço restrito, inclusive
nos cursos de formação de professores. Portanto, entre outros objetivos, o
projeto busca dar a estes profissionais subsídios para uma abordagem
interdisciplinar dos temas.
2. Histórico
O projeto ABC na educação científica - Mão na Massa, originalmente
chamado la main à la pâte, iniciou-se na França pela ação de Georges
Charpak, um renomado cientista ganhador do Prêmio Nobel em física no ano
de 1992.
3
Preocupado com a necessidade de uma renovação no ensino de
ciências e tecnologia na escola francesa, ele conduziu um grupo formado por
cientistas e membros do ministério da educação francês pela região pobre de
Chicago nos EUA, onde um interessante método de ensino de ciências estava
sendo aplicado às crianças de 5 a 12 anos. A experiência americana chamavase Hands-on e havia sido idealizada por Leon Lederman (também ganhador
do Prêmio Nobel). O material escrito, conhecido como Insights serviu de base
para o desenvolvimento posterior de textos e atividades próprios, mas em
algumas regiões da França ainda são utilizados. A partir daí, formou-se um
grupo de discussão e reflexão que posteriormente solicitou ao Instituto
Nacional de Pesquisas Pedagógicas, o INRP, um relatório sobre as atividades
norte americanas e a possibilidade de adaptação das mesmas ao contexto
francês.
No ano escolar de 1995-1996, com o auxílio da Academia Francesa de
Ciências, intensificaram-se os movimentos pela implementação da iniciativa, o
que se concretizou em setembro de 1996 com a adesão voluntária de 350
classes em cinco diferentes estados.
Contatos entre educadores franceses e brasileiros possibilitaram a
implantação do projeto no Brasil sob a direção geral de Ernst Hamburger,
professor membro da Academia Brasileira de Ciência e diretor da Estação
Ciência da USP de 1994 a 2003.
A parceria teve inicio com uma viagem de capacitação aos três
principais pólos na França. A delegação incluiu nove profissionais brasileiros de
três diferentes pólos, São Paulo através da Estação Ciência, São Carlos, com o
CDCC e Rio de Janeiro com o Instituto Oswaldo Cruz. A coordenação da
equipe de viagem ficou com o professor Dietrich Schiel, diretor do Centro de
Divulgação Científica e Cultural de São Carlos – CDCC. Os recursos da viagem
foram bancados pelas academias de ciência francesa e brasileira, e pelo
governo francês.
Assim, teve início em julho de 2001 a aplicação do projeto ABC na
Educação Científica – Mão na Massa, em escolas públicas das Redes
Municipal e Estadual, em escala piloto. O nome escolhido tem,
propositadamente, um duplo sentido, referindo-se tanto ao apoio da Academia
Brasileira de Ciências, quanto ao vínculo entre alfabetização e educação
científica, característica do projeto. O tema inicial de trabalho foi definido como
sendo A Água (flutua ou afunda?) e apresentou abordagens diferenciadas em
cada um dos pólos de aplicação.
Em Minas Gerais, com apoio da Fundação VITAE e depois da
FAPEMIG, a equipe do Prof. Evandro Passos tem realizado oficinas utilizando
esta metodologia, desde 2004, para milhares de professores. Atualmente, com
o PRO-CIÊNCIA, Minas Gerais torna-se o Estado brasileiro onde a metodologia
é adotada em maior escala.
O projeto Mão na Massa também é aplicado em outros países como
Senegal, Egito, Marrocos, Colombia, Vietnã e China, além de França e Brasil.
Nestes pólos são mantidos os princípios fundamentais de conduta, mas,
respeitando a adesão voluntária e o contexto local, diferentes estruturas e
atividades aparecem. Mais informações podem ser obtidas no site oficial do
projeto francês.
4
As páginas 5 a 16 a seguir foram reproduzidas do livro “Ensinar as ciências na
escola” traduzido pelo Prof. Dietrich Schiel, disponível no site
http://educar.sc.usp.br/maomassa/
3. As aulas do Projeto
Este projeto veio enriquecer o trabalho em sala de aula, uma vez que a
estratégia utilizada aguça a curiosidade e desperta o interesse nas crianças.
Quanto ao conteúdo, não tem novidade, pois são conteúdos conhecidos
e trabalhados em sala de aula. O que faz a diferença é a forma com que é
trabalhado. O assunto em pauta é bem explorado, criando situações
investigativas, discussões no grupo e entre grupos. As hipóteses levantadas
são registradas para possíveis comprovações através dos experimentos
realizados pelas crianças. As conclusões finais não deixam dúvidas quanto à
satisfação das crianças em relatar e registrar o que aprenderam com o
experimento. Isto é visível através da segurança com a qual o aluno expõe o
seu trabalho demonstrando a assimilação do conteúdo, uma vez que, durante o
processo do experimento ele vivenciou as transformações que haviam sido
discutidas em grupo.
Relato de uma professora da rede estadual de ensino
“Uma das preocupações do projeto Mão na Massa é criar o respeito ao
processo individual de aprendizagem e procurar desenvolver a
capacidade de criação de acordos coletivos”.
3.1. Metodologia
A metodologia sugerida pelo projeto inclui a preocupação com a
participação e o registro das ações pelos alunos, buscando favorecer as
linguagens oral e escrita. Além disso, valoriza o raciocínio pré-experimento por
meio de levantamento de hipóteses, seguida da experimentação realizada em
grupo e desenvolvida sem a interferência do professor, objetivando testar as
hipóteses levantadas para que sejam confirmadas ou reformuladas. A
discussão coletiva coordenada pelo professor complementa a atividade
permitindo a discussão de toda a classe na busca de uma conclusão única.
3.2. Roteiro das atividades:
1 - Apresentação do problema - Uma problematização inicial apresenta o
assunto às crianças, resumindo na forma de um DESAFIO, de acordo com o
planejamento e com os materiais disponíveis para trabalhar o assunto.
2 - Levantamento de hipóteses - A partir da definição do problemas e dos
materiais disponíveis, as crianças fazem suposições na busca da solução.
Estas suposições devem ser registradas.
3 - Experimentação - Em seguida, o experimento é realizado, procurando
testar as hipóteses apresentadas.
5
4 - Discussão coletiva - Em uma conversa conjunta afina-se a observação do
grupo a partir da qual são efetivadas conclusões. Estas conclusões também
devem ser registradas.
5 - Registro das conclusões - O registro das observações e conclusões é
feito de duas formas: a primeira é em papel branco avulso e durante toda a
aula de maneira livre. A segunda é feita em um caderno de rascunho ou outra
folha, contemplando a discussão realizada no acordo coletivo. Apenas esta
segunda pode ser corrigida pelo professor. O registro negociado coletivamente,
será feito no caderno (escrita e/ou desenho).
4. Dez Princípios
O Desenvolvimento pedagógico
4.1. As crianças observam um objeto ou um fenômeno do mundo real, próximo
e perceptível, e experimentam com ele.
4.2. Durante suas investigações as crianças argumentam, raciocinam e
discutem suas idéias e resultados, constroem seu conhecimento - uma
atividade puramente manual não é suficiente.
4.3. As atividades propostas aos alunos pelo professor são organizadas em
seqüências de acordo com a progressão de sua aprendizagem. Realçam
pontos do programa e deixam boa parte à autonomia dos alunos.
4.4. Um mesmo tema é desenvolvido durante ao menos duas horas semanais
ao longo de várias semanas. Durante a escolaridade assegura-se uma
continuidade de atividades e métodos pedagógicos.
4.5. Cada criança terá um caderno para suas experiências e anotações
próprias.
4.6. O objetivo maior é uma apropriação progressiva de conceitos científicos e
de aptidões pelos alunos, além da consolidação da expressão escrita e oral.
A Parceria
4.7. Solicita-se às famílias e aos moradores do bairro a cooperação com o
trabalho escolar.
4.8. Os parceiros científicos nas universidades, bem como os colegas das
Superintendências, acompanham o trabalho escolar e colocam sua
competência à disposição.
4.9. Os educadores colocam sua experiência pedagógica e didática à
disposição do professor.
4.10. O professor encontra na Internet módulos a executar, idéias para
atividades e respostas às suas perguntas. Ele pode também participar em
trabalhos cooperativos, dialogando com colegas, formadores e cientistas.
6
5. Formação de Professores em Serviço
Em Minas Gerais o projeto Mão na Massa está sendo desenvolvido
desde 2004, pela Universidade Federal de Viçosa, atingindo no início outros
sete municípios do estado: Coronel Fabriciano, Governador Valadares,
Ipatinga, Ouro Preto, Nova Lima, Raul Soares e Timóteo.
Nesses encontros procura-se proporcionar ao professor a vivência de
uma aula de ciências diferenciada, na qual a atividade experimental é
incentivada e, a partir dela, articulam-se as discussões de questões de ciência.
Algumas vezes são oferecidas palestras por professores da UFV, visitas ao
Parque da Ciência na própria UFV, ou a outros centros ou institutos. Estas
atividades têm a finalidade de auxiliar a construção do conhecimento científico
dos professores e, com isso, fazer com que se sintam seguros em “inovar”
suas aulas de ciências, já que o Projeto Mão na Massa, de certa forma,
propõe uma mudança na postura do professor em sala de aula.
A equipe de formadores do Centro de Referência do Professor (CRPUFV) estrutura a formação em um tema do conhecimento e, sobre ele, articula
uma seqüência de atividades, que são oferecidas nos encontros de formação e
no material escrito. Alguns dos temas trabalhados inicialmente trabalhados
foram: Flutua ou Afunda, Papel Artesanal, Podemos Construir e Solos.
PARTE II
AO PROFESSOR
1. Resumo de Atividades do Professor
Resumiremos as principais atividades e recomendações para o
professor desenvolver da melhor maneira possível uma atividade do Projeto
Mão na Massa.
Por “projeto” deve-se entender um conjunto de atividades ligadas à
procura, pelos alunos, de
possíveis respostas a uma
problemática
construída
coletivamente. Distinguimos:
–
a
problemática
do
docente: para incentivar a
construção de conceitos, e a
apropriação do conhecimento
pelo
aluno,
em
cada
atividade;
– a problemática dos
alunos: que vai orientar o
trabalho dos alunos a cada
atividade. A situação inicial é
proposta aos alunos pelo
docente,
por
meio
de
7
perguntas e desafios no começo de cada atividade.
Os alunos se depararão com questões que não teriam surgido sem
essas situações, e a partir das quais poderão, após reformulação, surgir
problemas cuja solução constituirá para eles o interesse da aula. Durante
essas atividades os alunos, aos poucos, construirão o conceito desejado.
2. O Módulo Didático do Projeto Mão na Massa.
2.1. Uma nova Postura
O estudo das Ciências sempre foi visto como “coisa” para maluco ou
gênio. Essa imagem vem sendo passada através das gerações, provocando o
surgimento e a manutenção de um medo ou da idéia de que a Ciência é algo
presente só nos grandes laboratórios, distante do dia-a-dia do “ser humano
normal”. Todos estes fatos nos levam aos seguintes questionamentos: O que
poderia ser feito para transformar essa realidade? Seria possível trabalhar a
Alfabetização e Letramento através das Ciências? Vamos tentar?
2.2. Pontos de Referência para uma atividade ou módulo
Para facilitar a apresentação, foram identificados cinco momentos
essenciais. A ordem na qual se seguem não constitui um esquema para ser
adotado de forma linear. Recomenda-se o uso intercalado desses momentos.
Por outro lado, cada uma das fases identificadas é essencial para garantir uma
boa investigação dos alunos.
1. Experimentação direta;
2. Realização material (construção de um modelo, busca de uma
solução técnica);
3. Observação direta ou auxiliada por um instrumento;
4. Pesquisa em documentos;
5. Investigação e visita.
A complementaridade entre esses métodos de acesso ao conhecimento
deve ser equilibrada em função do objeto de estudo.
Sempre que possível devem ser privilegiadas a ação direta e a
experimentação dos alunos.
2.3. Plano de uma seqüência
A escolha de uma situação inicial:
•
•
•
•
•
•
Parâmetros escolhidos em função dos objetivos dos programas.
Adequação ao projeto elaborado pelo conselho dos professores do
ciclo.
Caráter produtivo do questionamento ao qual a situação pode conduzir.
Recursos locais (recursos materiais e documentais).
Pontos de interesses locais, de atualidade ou evocados durante outras
atividades, científicas ou não.
Pertinência do estudo empreendido em relação aos próprios interesses
do aluno.
A formulação do questionamento dos alunos:
8
•
•
•
Trabalho dirigido pelo professor. Eventualmente, ele ajuda na
reformulação das perguntas, a fim de assegurar seu sentido, na
refocalização do campo científico e na promoção da melhora da
expressão oral dos alunos.
Escolha dirigida e justificada pelo professor de trabalhar com perguntas
produtivas (ou seja, perguntas que convenham a um procedimento
construtivo, levando em conta a disponibilidade de material experimental
e documental, conduzindo em seguida à aprendizagem, conforme os
programas).
Emergência dos conceitos iniciais dos alunos e confrontação de suas
eventuais divergências, a fim de promover o entendimento do problema
pela turma.
2.3.3.
•
•
•
•
•
•
Elaboração de hipóteses e conceito das investigações
Gerenciamento, pelo professor, dos modos de agrupamento dos alunos
(de níveis diferentes conforme as atividades) e de instruções dadas
(funções e comportamentos esperados dentro dos grupos).
Formulação oral de hipóteses dentro dos grupos.
Eventual elaboração de roteiros com a finalidade de verificar ou refutar
as hipóteses.
Elaboração escrita, explicando as hipóteses e roteiros (textos e
esquemas).
Formulação oral e/ou escrita pelos alunos de suas previsões: “o que eu
acho que vai acontecer”, “por quais razões?”.
Comunicação oral à turma das hipóteses e dos eventuais roteiros
propostos.
2.3.4. A investigação conduzida pelos alunos:
• Momento de debate dentro do grupo de alunos: as modalidades de
implementação da experimentação.
• Controle da variação dos parâmetros.
• Descrição da experimentação (esquemas, descrição escrita).
• Reprodutibilidade da experimentação (relação das condições de
experimentação pelos alunos).
• Gerenciamento das anotações escritas pelos alunos.
2.3.5. A aquisição e a estruturação do conhecimento
• Comparação e confrontação dos resultados obtidos pelos diversos
grupos, por outras turmas.
• Confrontação com o conhecimento estabelecido (outro recurso à
pesquisa documental), respeitando os níveis de formulação acessíveis
aos alunos.
• Procura das causas de um eventual conflito, análise crítica dos
experimentos realizados e proposta de experimentos complementares.
• Formulação escrita, elaborada pelos alunos com a ajuda do professor,
dos novos conhecimentos adquiridos no final da seqüência.
• Produções destinadas à comunicação do resultado (texto, gráfico,
maquete e documento multimídia).
9
2.4. Papel da pesquisa documental e das Tecnologias da Informação e da
Comunicação-TIC.
“Os alunos constroem seu aprendizado como autores das atividades
científicas”. Eles observam um fenômeno do mundo real e próximo, e fazem
perguntas relacionadas ao assunto. Eles conduzem investigações ponderadas
e realizam trabalhos de experimentação, eventualmente complementados por
pesquisa documental. É importante que os alunos sigam um, ou mais, desses
caminhos complementares.
O objetivo dos desenvolvimentos a seguir é especificar como a pesquisa
documental pode e deve intervir como complemento de um trabalho que leva
do questionamento ao conhecimento, passando pelo experimento.
2.4.1 A busca de conhecimentos
Esta busca se dá na biblioteca, num dicionário, numa enciclopédia ou na
Internet, a fim de responder a perguntas “produtivas” da classe e a fim de
resolver os problemas científicos que não poderiam ser resolvidos totalmente
pela verificação experimental. O aluno deverá ser capaz de:
•
•
•
•
•
•
•
Procurar em um dicionário a palavra que pode eventualmente lhe dar os
elementos para a resposta;
Saber utilizar o índice de uma enciclopédia;
Compreender a organização de uma biblioteca, para usar algumas obras
acessíveis e interessantes;
Saber utilizar o índice de um livro;
Saber extrair informação interessante de um artigo;
Saber decifrar textos, esquemas e ilustrações de um artigo;
Formular uma proposta eficiente em um procedimento apropriado de
pesquisa de busca na Internet e distinguir as respostas que possam
apresentar algum interesse na investigação.
Na verdade, essas competências se estabelecem progressivamente ao
longo da escolaridade, como parte do ensino, dos dispositivos
interdisciplinares, como pesquisas e trabalhos escolares até dissertações e
teses universitárias...
2.4.2 A pesquisa em documentos:
Com a multiplicação das imagens e telas, observamos reações
contraditórias, muitas vezes passionais, quanto a seu impacto pedagógico.
Entre os adeptos da educação informal (“de qualquer jeito as telas estão
aí, os jovens as aproveitam mais do que podemos imaginar...”) e os que temem
pela saúde moral e intelectual das crianças, devemos, razoavelmente, adotar
qual parte?
2.4.3 O impacto psicológico dos documentos:
•
Impacto histórico: a chegada dos documentos pedagógicos
audiovisuais, desde o início do século XX, foi marcada por um ápice,
especialmente pelos filmes curtos e mudos (nos anos 1970)
apresentando fenômenos que os alunos e a classe devem interpretar. A
chegada dos programas de televisão, posteriormente gravados em VHS,
fez com que a participação ativa dos alunos diminuísse
consideravelmente.
10
•
•
Impacto geográfico: a qualidade das emissões de televisões mundiais
tem se mostrado bastante dependente dos dispositivos pedagógicos que
acompanham sua difusão. Revistas e sites na internet oferecem diversas
formas de atividades, partindo de imagens televisivas, com documentos
de acompanhamento para os programas educativos.
Impacto pedagógico: qual a importância e que lugar deve ser dado a
esses documentos comparados à confrontação com fenômenos reais
diretamente perceptíveis pelo aluno? Em que tipo de trabalho
pedagógico?
2.4.4 Quais documentos?
Os documentos explicativos interpretados que, mostrando e dando
sentido, devem ser diferenciados dos documentos originais não-interpretados,
em que o trabalho de busca de sentido é realizado pelos alunos (exemplo: a
radiografia de uma fratura da perna, uma seqüência não comentada de uma
erupção vulcânica ou imagens aceleradas do desenvolvimento de uma planta,
da flor à fruta...).
2.4.5 Em que momento utilizá-los?
•
•
•
•
Para facilitar o início de um questionamento estimulante. Exemplo: uma
seqüência ou uma imagem da atualidade (terremoto); um canteiro de
escavações arqueológicas, com a finalidade de iniciar um trabalho sobre
fósseis e os rastros da evolução, etc.
Para complementar informações a serem analisadas pelos alunos.
Exemplo: ilustrações médicas do corpo humano ou os exemplos de
documentos originais mencionados acima.
Para ajudar na elaboração de uma síntese coletiva, com reformulação
pela classe do que será inscrito no caderno de experimentos ao encerrar
um trabalho de pesquisa. Exemplos: qualquer documento explicativo, em
muitos casos tirados de programas de televisão, ou todas as seqüências
de imagens de síntese com finalidade explicativa (trazendo a dificuldade
para esclarecer os códigos ou as imagens analógicas empregadas).
Para colocar em prática o conhecimento adquirido por meio de outros
exemplos ou por avaliação. Por exemplo: seqüências ou imagens
mostrando fontes de energia diferentes daquelas abordadas durante o
curso, documentos que tratam de problemas mais amplos de educação
nas áreas de saúde ou do meio ambiente (por exemplo, a partir de um
estudo detalhado das fezes das aves de rapina, de um documentário
sobre a importância ecológica da proteção delas) ou do impacto de
nossos gestos cotidianos sobre o equilíbrio de certas cadeias
alimentares.
2.5. Complementaridade entre objetos/fenômenos reais e documentos:
Certos fenômenos ou objetos não são diretamente visíveis, pois são
grandes demais (em astronomia), pequenos demais (micróbios), demorados
demais (crescimento de uma árvore), curtos demais, raros demais ou perigosos
demais (erupções, terremotos), caros demais (foguetes), ou ainda pertencentes
ao passado (história das ciências e das técnicas).
O real em si pode ser investigado sob vários ângulos: por observações,
experimentações e comparações. Porém, documentos complementares podem
11
enriquecer esse questionamento do real. Por exemplo, imagens de uma massa
de gelo flutuante, de uma geleira, de uma queda de neve ou do congelamento
de um riacho são interessantes para serem analisadas como complemento de
um trabalho experimental sobre as mudanças dos estados físicos da água.
Seria produtiva uma troca rápida de idéias sobre as diferenças entre o
concreto e o abstrato, entre fenômenos científicos e técnicos e suas aplicações
(por exemplo, no mundo profissional ou no funcionamento de objetos utilizados
no dia-a-dia do aluno).
A renovação do ensino das ciências e da tecnologia na escola tem por
objetivo a aquisição de conhecimento e de habilidades, graças a um equilíbrio
entre a observação do fenômeno e dos objetos reais, a experimentação direta
e a análise de documentos complementares, cuja finalidade é ensinar ao aluno
os métodos científicos de acesso ao conhecimento e levá-lo a verificar suas
fontes de informação, desenvolvendo assim seu espírito crítico de cidadão.
No escopo do plano, o papel das tecnologias da informação e da
comunicação (TIC) pode ser identificado pela mesma lógica: “A experiência
direta realizada pelos alunos é a base do trabalho implementado. Nesta
perspectiva, a observação do real e a ação sobre este têm prioridade sobre o
recurso em relação ao virtual.”. Essa consideração não reduz o interesse de
recorrer às TIC, seja para consultar documentos que vêm complementar a
observação direta, seja para buscar referências que permitam a confrontação
dos resultados de experimentação com o saber estabelecido.
2.6. Ciência e linguagem na sala de aula
Na aula de Ciências, a linguagem não é o tema principal de estudo. No
entanto, durante as idas e vindas que o professor organiza entre a observação
do real, a ação sobre o real, a leitura e a produção de textos variados, o aluno
constrói progressivamente competências de linguagens (orais e escritas) ao
mesmo tempo em que elabora seu raciocínio. Individualmente ou em grupo, a
linguagem, nas ciências, é mais especificamente utilizada para:
•
•
•
•
Formular o conhecimento que está sendo construído: nomear, rotular,
organizar, comparar, elaborar referências, transmitir;
Comparar, interpretar, reorganizar, dar sentido;
Defender seu ponto de vista, convencer, argumentar;
Interpretar documentos de referência, pesquisar, documentar, consultar.
A expressão dos conceitos iniciais dos alunos poderá ser feita tanto de
forma oral quanto por escritos individuais, mas, muitas vezes, ela se completa
apenas na ocasião da implementação da primeira experimentação. Esta
também permitirá ao professor saber melhor quais os conceitos espontâneos
dos alunos e permitirá aos alunos identificar melhor a natureza científica do
problema.
2.7. O oral
Como a iniciativa é deixada aos alunos para conceberem as ações e
solucionarem as divergências, estimula-se que na sala de aula haja conversas
úteis e de bom senso. A expressão oral favorece o pensamento ponderado e
espontâneo, divergente, flexível e propício à invenção. Isso implica que o
tempo para a conversa seja compatível com o tempo disponível, graças ao
questionamento pelo professor e ao trabalho entre pares.
12
2.8. Do oral ao escrito
O projeto desenvolvido pelos alunos faz com que determinados
elementos do discurso sejam fixados, seja como registros provisórios ou
definitivos, seja como elementos de referência, seja como anotações ou
relações, como mensagens a serem comunicadas.
Apoiando-se no escrito, a palavra também pode ser confirmada,
remodelada, reescrita, colocada em relação a outros escritos. A língua, vetor
do pensamento, permite antecipar a ação. Quando a palavra vem antes do
escrito, o aluno passa de uma linguagem falada, cheia de subentendidos, a
uma linguagem científica, incorporando ao escrito recursos variados,
esquemas, gráficos, alíneas, grifos.
Escrever favorece a passagem para níveis de formulação e de
conceitualização mais elaborados.
2.9. A escrita
Escrever convida a objetivar, distanciar-se. Produzir escritos para outros
requer que os textos sejam interpretáveis num sistema de referência que não
seja apenas o do próprio autor, e para isso é preciso esclarecer os saberes
sobre os quais se está fundamentando.
Na aula de Ciências, a produção de escritos não tem por objetivo
principal mostrar que sabemos escrever, mas sim favorecer o aprendizado
científico ao aluno e facilitar o trabalho pedagógico do professor.
Os alunos são convidados, um a um ou em grupo, a produzirem textos
que são aceitos em sua forma original e que serão utilizados durante a aula
como meio para aprender melhor.
Além do texto narrativo, muito útil na escola, outras maneiras de usar o
escrito são introduzidas. Essa relação renovada com a escrita é bastante
interessante para os alunos que não têm vontade espontânea de escrever, e
que apresentam rendimentos baixos, na matéria.
2.10. Escrever, por quê?
13
Escrever para os outros com o objetivo de...
2.11. O caderno de experimentos
É de propriedade do aluno, por isso é o meio predileto para escrever
para si mesmo, escritos sobre os quais o professor não tem autoridade direta.
É também uma ferramenta pessoal de construção e de aprendizagem. Assim, é
importante que o aluno guarde esse caderno durante todo o ciclo; para que
possa encontrar nele os registros de sua própria atividade, de seu próprio
pensamento, ou seja, elementos que o ajudarão na construção da nova
aprendizagem, referências a serem mobilizadas ou melhoradas... O caderno
contém tanto os registros pessoais do aluno quanto os escritos elaborados
coletivamente e os que constituem conhecimento estabelecido, assim como a
reformulação, feita pelo aluno, de suas últimas anotações. Todavia, o aluno
não deve guardar todos os seus ensaios e rascunhos. Seus critérios para
guardar ou não um registro devem estar ligados à pertinência do escrito em
relação a sua intenção e não à qualidade intrínseca desse escrito em si
mesmo.
O aluno terá facilidade em distinguir documentos de diferentes
importâncias: por exemplo, sempre que possível, a síntese da classe poderá
ser processada no computador e cada um receberá uma cópia. Quando
trabalha com documentos sobre ciência, o aluno concentra a maior parte de
seus esforços no conteúdo relacionado ao conhecimento e em sua atividade
(experimentação, interações...). Por outro lado, ele emprega nos textos
palavras, símbolos e códigos específicos da área de ciências.
O necessário envolvimento dos alunos com o trabalho deve levar o
professor a uma razoável tolerância.
As competências específicas em produção de textos sobre as ciências
se desenvolvem ao longo do tempo.
O permanente e ponderado vai-e-vem entre as anotações pessoais e o
escrito-padrão favorece a apropriação pelo aluno, das características da
linguagem específica:
14
•
•
Representações codificadas;
Organização dos escritos ligados ao estabelecimento de relações (títulos,
tipos de letra, sinais gráficos...);
Uso das formas verbais: presente, particípio.
•
2.12. O papel do professor
•
•
•
•
•
O professor auxilia de várias maneiras:
Responde às perguntas;
Sob forma de um glossário construído à medida das necessidades e
relativo a determinado domínio;
Propõe ferramentas para registrar as observações, tais como:
- folhas de papel quadriculado ou linear que ajudam na construção de
gráficos;
-adesivos coloridos, que auxiliam na compreensão estatística (nuvens e
pontos);
-papel translúcido para copiar os elementos julgados pertinentes ou para
reutilizar tudo ou parte de um documento anterior, construído ou
escolhido na ocasião de uma pesquisa;
-propõe quadros como guia para a escrita sem que seja um
enquadramento rígido;
-tabelas de dupla entrada;
-calendários;
Organiza a comunicação de experiências ou de sínteses na própria
classe e com outras classes para permitir aos alunos testarem a
eficiência de suas escolhas;
Coloca à disposição dos alunos documentos, suportes de análise,
referência e escritos mais complexos.
Estes auxílios serão eficientes por ocasião das confrontações.
2.13. Os escritos intermediários
Produzidos por grupos ou em conseqüência de interações entre alunos,
permitem a passagem do “eu” para o “nós”. A generalização geralmente ocorre
em toda a classe, com a ajuda do professor. Permite a volta de cada aluno
para seu próprio caminho ou para a elaboração de propostas para a síntese da
classe. Esses escritos são enriquecidos por todos os documentos colocados à
disposição dos alunos.
2.14. Os documentos da classe
Decorrem dos documentos escritos individualmente e pelos grupos. O
professor traz os elementos organizacionais, de formalização, que permitem
resolver problemas causados pela confrontação das ferramentas intermediárias
entre si.
O nível de formulação desses documentos será compatível com os
níveis de formulação do saber estabelecido, escolhidos pelo professor.
Finalmente, é importante que o professor permita que cada aluno reformule
com suas próprias palavras e argumentos a síntese coletiva validada. Assim, o
professor terá certeza do nível de apropriação do conceito em questão.
15
Os escritos pessoais
para
Os escritos coletivos
para
Exprimir o que penso
Comunicar a outro
grupo, à classe, a outras
classes.
Questionar sobre um
dispositivo, uma
pesquisa, uma
conclusão.
Reorganizar, escrever
Dizer o que vou fazer e
por quê
Descrever o que faço e
o que observo
Interpretar resultados
Reformular as
conclusões coletivas
Passar de uma ordem
cronológica à ação, a
uma ordem ligada ao
conhecimento em
questão.
Os escritos coletivos
da classe com o
professor para
Reorganizar
Recomeçar as pesquisas
Questionar, com base
em outros escritos.
Especificar os elementos
do saber juntamente com
as ferramentas para
expressá-lo
Institucionalizar o que
será escolhido
16
Oficina 1 – Órgãos de Sentidos
1. Introdução
A concepção de corpo humano como um sistema integrado, que
interage com o ambiente e reflete a história de vida do sujeito, orienta essa
oficina.
O conhecimento sobre o corpo humano para o aluno deve estar
associado a um melhor conhecimento do seu próprio corpo, por ser seu e por
ser único, e com o qual ele tem uma intimidade e uma percepção subjetiva que
ninguém mais pode ter. Essa visão favorece o desenvolvimento de atitudes de
respeito e de apreço pelo próprio corpo e pelas diferenças individuais.
As atividades dessa oficina incentivam a criança a prestar atenção em
sim mesma e nos colegas percebendo-se única e também semelhante aos
demais. Ao trabalhar os órgãos dos sentidos vamos além da simples descrição
de um conteúdo, criando oportunidade para a criança compreender a relação
entre sensações, memória, imaginação e percepção. Procuramos também
incentivar a atenção e o cuidado da criança para com o próprio corpo em
interação com o ambiente.
Proposta do Programa:
Objetivo do conhecimento
Órgãos dos Sentidos
Para melhor preservar a
saúde pessoal e a
qualidade de vida
ampliando a capacidade
de discriminação visual,
olfativa, tátil, gustativa e
auditiva.
Objetivos deste documento
Comentários
Competências específicas
•
•
•
•
Identificação dos órgãos
dos sentidos e suas
funções;
reconhecimento da
importância dos órgãos
dos sentidos para a
identificação das
características de
diversos ambientes;
conscientização da
necessidade de se manter
o corpo saudável, em
especial os órgãos dos
sentidos;
identificação da origem
dos alimentos e sua
importância para uma vida
saudável.
Após o nascimento, a criança
começa a interagir e a
explorar o meio em que vive
e, gradativamente, vai
adquirindo autoconsciência e
conhecimento do mundo ao
seu redor. O conhecimento
com o qual o aluno chega à
sala de aula é uma base
sólida para a produção e o
desenvolvimento do saber, é
preciso levá-lo em conta e
saber utilizá-lo dentro do
processo pedagógico.
Atividade 1: Será que eu vejo alguma coisa dentro da lata?
1 – Apresentação do problema
O professor apresenta o objeto e explica como foi confeccionado e faz a
pergunta: será que eu vejo alguma coisa dentro da lata?
Objetivos:
17
Mostrar a importância da visão na vida das pessoas; identificar e
compreender quais as informações que recebemos através dos nossos
olhos e como as interpretamos.
2 – Experimentação:
Material:
☺
☺
☺
☺
☺
☺
1 abridor de latas
50 cm de arame fino
um pedaço de cartolina: 4cm x 1cm
1 prego com ponta pequena (3mm de diâmetro)
fita adesiva
1 lata vazia de óleo de cozinha
☺ papel vegetal 10 x 10 cm
☺ martelo
Como fazer?
1) Abra completamente a parte de cima da lata. Fure o centro do fundo da lata
com um prego grosso, com cerca de 3mm de diâmetro.
2) Recorte um retângulo de cartolina de 1 cm x 4 cm e cole-o com a fita
adesiva sobre o furo da lata. Faça um furo na cartolina com uma agulha,
coincidindo com o furo da lata.
3) Faça um anel de arame com um diâmetro um pouco menor que o da lata.
Deixe um cabo no arame com cerca de 12 cm. Recorte um disco de papel
vegetal um pouco menor que a largura da lata. Cole o disco de papel vegetal
no anel, dobrando as pontas. Coloque este material montado dentro da lata e
afaste-o cerca de 5 cm do fundo.
18
Aponte a face furada da lata para um objeto que esteja num local bem
iluminado. Aguarde alguns segundos para que sua vista se acostume com as
condições de luz dentro da lata.
Observe a imagem formada na lata. Para evitar a entrada de luz pela
parte aberta, segure a lata com as duas mãos bem próximas do olho, ou então,
cubra a cabeça e parte da lata com um pano escuro. Varie a posição da tela e
observe o interior da lata.
Deixe as crianças saírem da sala e observarem outras imagens.
19
3 – Levantamento de hipóteses
As crianças poderão levantar várias hipóteses para responder a
pergunta do problema:
• porque a imagem da lata não tem o cérebro para invertê-la;
• a imagem dentro da lata aparece por causa dos raios de luz que passam
pelo furo que foi feito na lata;
• parece com o funcionamento do olho humano para ver as imagens;
• a pupila ajuda na entrada da luz para a imagem passar.
• Não enxergamos sem a luz
4 – Discussão Coletiva:
As crianças discutem no grupo suas respostas e o professor direciona fazendo
os seguintes questionamentos:
• que relação existe entre o olho da gente e o que você vê na lata?
• Qual a importância da luz para o olho humano?
• Por que tem que está escuro para você vê dentro da lata?
• Qual a comparação que você faz desta lata com um exame de vista?
• O que é necessário para enxergar?
• Você consegue enxergar a imagem dentro da lata se estiver muito
claro?
5 – Registro:
Os alunos deverão escrever um pequeno texto contando como foi
realizada a atividade.
20
Atividade 2: O Olfato e o Paladar
Eu preciso do nariz para sentir o gosto dos alimentos?
1 – Apresentação do problema
A professora inicia a atividade escrevendo no quadro a pergunta: Eu
preciso do meu nariz para sentir o gosto dos alimentos?
Objetivos:
Perceber e distinguir informações recebidas do ambiente através do
olfato; verificar a importância do cheiro para sentir o gosto das substâncias na
boca; levar o aluno a identificar diferentes odores.
2- Levantamento de hipóteses
Provavelmente as crianças dirão que não precisam do nariz porque os
alimentos são ingeridos pela boca e não pelo nariz.
3 – Experimentação:
A professora direciona os alunos em grupos para as mesas que terão
vários objetos para ele testar o olfato, o paladar e a audição.
Colocar um óculos de natação em um dos membros do grupo e tampá-lo
para que a pessoa não veja nada do que está acontecendo ao seu redor. Um
outro membro do grupo dirá para que coloque a mão na mesa e pegue um
objeto da mesa e faça o teste com as seguintes perguntas: tem cheiro? que
gosto tem?
Os membros do grupo irão anotando num pequeno quadro tudo o que disser e
depois fazem os questionamentos.
4 – Discussão Coletiva:
As crianças discutem no grupo suas respostas e o professor direciona fazendo
os seguintes questionamentos:
•
Realmente precisamos sentir o cheiro para perceber o gosto?
•
Todas as coisas que pegamos conseguimos perceber o cheiro?
•
Quando estamos gripados sentimos o cheiro do mesmo jeito?
•
Você conseguiu sentir vários cheiros diferentes?
•
O que estes cheiros te lembram?
•
Alimentos são mais fáceis de identificar só pelo cheiro que outros
materiais?
•
O nariz pode nos salvar dos perigos?
5 – Registro:
Os alunos deverão escrever um pequeno texto contando como foi
realizada a atividade.
21
Atividade 3: Que som é este?
1 – Apresentação do problema
A professora inicia a atividade escrevendo no quadro a pergunta: que
som é este?
Objetivos:
Reconhecer que o som ocorre por meio de vibrações; identificar diversos
sons através de situações que já vivemos ou que estamos vivendo e que
influência eles tem na nossa vida
2- Levantamento de hipóteses
Possivelmente as crianças reconhecerão a grande maioria dos sons e
farão uma associação com alguma situação em sua vida.
3 – Experimentação:
O grupo vai escutar vários sons diferentes e, seguindo a tabela a seguir, irá
fazer após a dinâmica alguns questionamentos:
SOM TIRO AMBULÂNCIA SAPO NATAL POLÍCIA FORRÓ PÁSSARO CACHORRO BATERIA DE CARNAVAL O QUE É? O QUE SINTO? 4 – Discussão Coletiva:
As crianças discutem no grupo suas respostas e o professor direciona fazendo
os seguintes questionamentos:
• Como você identificou os diferentes sons?
• O volume de algum som te incomodou?
• Quem estava mais perto do som escutou melhor?
• Percebi os sons com facilidade?
• Como uma pessoa surda vive sem estes e outros sons?
• Reconhecemos as pessoas pela voz?
5 – Registro:
Os alunos deverão escrever um pequeno texto contando como foi
realizada a atividade.
22
Atividade 4: Tem gosto de quê?
1 – Apresentação do problema
A professora inicia a atividade escrevendo no quadro a pergunta: tem
gosto de quê?
Objetivos:
Fazer com que os alunos percebam e identifiquem os diferentes sabores
que existem; verificar se os alunos conseguem perceber a importância da
língua na identificação dos sabores.
2- Levantamento de hipóteses
As crianças conseguem identificar através da língua os diversos sabores
apresentados a ela.
3 – Experimentação:
Dividir os alunos em grupo de 5 pessoas.
Separar vários alimentos e não permitir que os alunos os vejam: colocar
vendas nos olhos para que possam somente sentir o gosto dos alimentos.
Segue um modelo de um quadro a seguir:
Primeiro, tampe o nariz e experimente os alimentos. O que acontece?
Depois, experimente o alimento com o nariz aberto. Existe alguma
diferença?
ALIMENTOS
ÁCIDO
AZEDO
DOCE
SALGADO
O QUE
É?
DOCE
ALHO
VINAGRE
JILÓ
PIPOCA
COM SAL
PIPOCA
SEM SAL
4 – Discussão Coletiva:
As crianças discutem no grupo suas respostas e o professor direciona fazendo
os seguintes questionamentos:
• Quando estamos gripados sentimos o gosto do mesmo jeito?
• Por que conseguimos identificar os diferentes sabores?
• Ao identificar os sabores você se lembrou de alguma situação?
• Se lavarmos a boca com água depois de colocar um alimento na boca,
perceberemos alguma diferença?
• Por que, as vezes, tampamos o nariz ao tomarmos um remédio amargo?
• Se misturarmos vários sabores ao mesmo tempo perceberemos alguma
diferença?
23
•
A língua tem alguma importância no sabor dos alimentos?
5 – Registro:
Os alunos deverão escrever um pequeno texto contando como foi
realizada a atividade.
Atividade 5: O que tem atrás do muro?
1 – Apresentação do problema
A professora inicia a atividade escrevendo no quadro a pergunta: o que
tem atrás do muro?
Objetivos:
Perceber que a através do tato podemos identificar vários objetos;
verificar se temos a mesma sensibilidade em várias partes do corpo; levar os
alunos a observarem que a sensibilidade varia de pessoa para pessoa;
identificar objetos através do tato.
2- Levantamento de hipóteses
Os alunos conseguirão sentir e identificar os objetos colocados na mão
através do toque e do manuseio.
3 – Experimentação:
Os alunos deverão colocar as mãos em um buraco com um pano e
tentar identificar os objetos que serão apresentados a ele, como por exemplo,
gelo, prego, algum animal vivo, carrapicho, moeda, tijolo, bolsa de água
quente, pedra, dentadura, amoeba (geléia), bichinho de plástico e senti-lo em
várias partes do corpo – braço, perna, joelho, costas, no rosto.
Analisar textura, tamanho, forma, calor, frio, etc.
Após este teste, faça o mesmo colocando os objetos nas mãos e compare os
resultados.
4 – Discussão Coletiva:
As crianças discutem no grupo suas respostas e o professor direciona fazendo
os seguintes questionamentos:
• Você sentiu diferença ao tocar os objetos apresentados?
• Tem alguma diferença em sentir os objetos na mão e em outra parte do
corpo?
• Como uma pessoa cega identifica as coisas no seu dia-a-dia?
• Você consegue ler com o tato melhor que um cego?
• Você conseguiu identificar os objetos mais rápido ou mais lentamente
que o seu colega ?
5 – Registro:
Os alunos deverão escrever um pequeno texto contando como foi
realizada a atividade.
24
Atividade 6: Tem um rato na gaiola?
1 – Apresentação do problema
O professor apresenta o objeto e explica como foi confeccionado e faz a
pergunta: tem um rato na gaiola?
Objetivos:
Mostrar a importância da visão na vida das pessoas; identificar e
compreender quais as informações que recebemos através dos nossos olhos e
como as interpretamos no nosso cérebro, enviando uma resposta.
2 – Experimentação:
Material:
☺ 1 pedaço de papelão
☺ 1 pedaço de barbante de cerca de 1,5m
☺ papel e canetas coloridas, ou lápis de cor
☺ 1 agulha ou tesoura
Como fazer:
Recorte um círculo de papelão de 6cm de diâmetro. Desenhe o rato (ou cole
uma figura de qualquer outro animal) num círculo de papel branco com os
mesmos 6 cm de diâmetro. Desenhe a gaiola em outro círculo do mesmo
tamanho. Recorte os desenhos e cole-os, um em cada face do círculo de
papelão. Com a agulha ou tesoura, faça um furo em cada extremidade do
círculo.
Corte o barbante pela metade e passe um pedaço em cada furo do círculo.
Agora faça o disco rodar, enrolando o barbante. Depois estique bem o barbante
para ele desenrolar depressa.
Observe o resultado.
3 – Levantamento de hipóteses
As crianças poderão levantar várias hipóteses para responder a
pergunta do problema:
• Quando a gente move depressa parece que o rato está preso.
25
•
A imagem está se movendo tão rápido que parece que o rato está em
movimento. Nosso cérebro interpreta assim.
4 – Discussão Coletiva:
As crianças discutem no grupo suas respostas e o professor direciona fazendo
os seguintes questionamentos:
O que está acontecendo?
O rato e a gaiola rodam tão depressa que a persistência das imagens na retina
faz com que o rato pareça estar dentro da gaiola. Essa é apenas uma das
várias ilusões de óptica naturais ou artificiais capazes de enganar os seus
sentidos. Se você segurar um livro fechado e passar rapidamente o canto
superior direito com os dedos, vai ver outro movimento produzido por ilusão de
óptica.
5 – Registro:
Os alunos deverão escrever um pequeno texto contando como foi
realizada a atividade.
Atividade 7: Isto se parece com quê?
1 – Apresentação do problema
O professor apresenta o objeto e explica como foi confeccionado e faz a
pergunta: isto se parece com quê?
Objetivos:
Mostrar a importância da audição na vida das pessoas; identificar e
compreender quais as informações que recebemos através dos nossos
ouvidos; comparar este simples experimento com o nosso modo de ouvir, ou
seja, o funcionamento do nosso aparelho auditivo.
2 – Experimentação:
Material:
☺ 1 lata vazia de conservas, limpa e sem rótulo
☺ cola
☺ elásticos de escritório
☺ 1 bola ou bexiga de encher
☺ 1 lanterna
☺ 1 espelho de 2 x 2 cm
☺ fita gomada
Como fazer:
Tire o fundo da lata. Corte o bico da bola e jogue fora. Estique o que sobrou da
bola sobre uma das extremidades da lata e fixe-as com os elásticos. Cole o
pedaço do espelho na borracha, mas não no centro, e sim mais para perto da
borda da lata. Acenda a lanterna e dirija a luz para o espelho, de tal modo que
26
você consiga enxergar a mancha luminosa refletida na parede. Fixe a lanterna
com a fita gomada. Mantenha a lata na posição horizontal, sem movê-la. Agora
cante ou grite na abertura da lata. Observe que, quando você canta, a mancha
de luz oscila rapidamente.
3 – Levantamento de hipóteses
As crianças poderão levantar várias hipóteses para responder a
pergunta do problema:
• Está mexendo porque a bexiga vibrou
• O som vem através das vibrações
• Esta membrana onde está o espelho vibra e se parece com nosso
ouvido quando escutamos um barulho muito alto.
• Dependendo da intensidade, mexe mais ou menos.
4 – Discussão Coletiva:
As crianças discutem no grupo suas respostas e o professor direciona fazendo
os seguintes questionamentos:
O que está acontecendo?
O tímpano é uma membrana esticada. Quando chegam ao tímpano, as ondas
sonoras vibram, e o cérebro interpreta essas vibrações como sons.
A mancha oscilando na parede indica que a membrana onde está o espelho
vibra. Isso acontece porque sua voz se propagou, alcançou a membrana e a
fez vibrar. O nosso tímpano, que é uma membrana esticada, funciona assim.
27
5 – Registro:
Os alunos deverão escrever um pequeno texto contando como foi
realizada a atividade.
Atividade 8: será que vai dar som?
1 – Apresentação do problema
O professor apresenta o objeto e explica como foi confeccionado e faz a
pergunta: será que vai dar som?
Objetivos:
Mostrar a importância da audição na vida das pessoas; identificar e
compreender quais as informações que recebemos através dos nossos
ouvidos; mostrar os diferentes tons que escutamos.
2 – Experimentação:
Violão caseiro:
Material:
☺ 1 caixa de sapato com tampa
☺ 6 a 8 elásticos de escritório
☺ 12 tarraxas ou pregos pequenos
☺ 1 cartolina de cor parda ou 1 folha de papel pardo
Como fazer:
Recorte um círculo em uma caixa de papelão comprida (pode ser de sapato e
com tampa).
Dobre uma cartolina para servir de “ponte” (apoio) e cole-a acima do buraco,
como mostra a figura abaixo. Fixe seis prendedores (que pode ser tarraxas ou
pequenos pregos) de cada lado da caixa e estique seis elásticos fortes
cruzando a caixa por cima da “ponte”.
Amarre-os nos prendedores. Dedilhe os elásticos para produzir som. Estiqueos e você obterá um som mais agudo.
28
Flauta primitiva:
Material:
☺ 7 canudinhos (de preferência largos)
☺ 30 cm de plástico colante colorido
Como fazer:
Distribua sete
canudinhos a
uma distância
de 1,5 cm
entre si. Com
um
plástico
colante,
prenda-os
como mostra a
figura abaixo.
Para conseguir
notas
diferentes,
corte-os em tamanhos decrescentes. Sopre na extremidade de cada canudinho
para produzir as notas.
Corneta de funil - Material:
☺ 1 funil transparente, pequeno
☺ 1metro de mangueira
Como fazer:
Você pode fazer uma corneta bastante simples acoplando um funil a um
pedaço de mangueira. Tente pressionar seus lábios fortemente e depois sopre
para provocar vibrações rápidas. O som emitido será similar ao do trompete.
Depois, enrole a mangueira sobre seus ombros e segure o funil para cima.
Ainda mantendo seus lábios pressionados, sopre com força na extremidade da
mangueira. Com um pouco de prática, você emitirá uma nota nítida.
29
3 – Levantamento de hipóteses
As crianças poderão levantar várias hipóteses para responder a
pergunta do problema:
• O som também vibra
• Meu cérebro ajuda a interpretar o som
• Os canudos, sendo de tamanhos diferentes, mostram sons também
diferentes.
4 – Discussão Coletiva:
As crianças discutem no grupo suas respostas e o professor direciona fazendo
os seguintes questionamentos:
Será que o canudo mais curto produz um som diferente do canudo mais
longo?
Seu cérebro transforma as vibrações em sons. Por quê? Será que tem alguma
outra estrutura envolvida neste processo?
Se eu fizer mais força ao soprar o instrumento o som será diferente? Terá
maior ou menor vibração?
5 – Registro:
Os alunos deverão escrever um pequeno texto contando como foi
realizada a atividade.
30
Oficina 2: ANIMAIS
1. Introdução
Para compreender e respeitar a diversidade dos seres vivos é
importante o estudo da reprodução dos vegetais e animais e para isso é
necessário que as crianças percebam que podemos analisar o fenômeno
“vida”, estudá-lo em etapas, nele interferir, mas que não deciframos
completamente e tampouco podemos reproduzi-lo.
A continuidade de qualquer espécie viva depende de sua capacidade de
reprodução. Podemos mesmo dizer que a capacidade de se reproduzir,
gerando descendentes com as mesmas características, é uma qualidade
básica de um ser vivo. Se um ser qualquer não tiver capacidade de se
reproduzir, não pode ser considerado um ser vivo.
Sempre é bom fazer algumas comparações com outros animais e
mostrar semelhanças e diferenças.
Nessa oficina enfocaremos o
desenvolvimento de dois seres vivos dentro de ovos (pintinho e borboleta), que
podem ilustrar uma forma de reprodução.
Proposta do Programa
As crianças de 6 a 8 anos estão ávidas de descobertas, prontas para
admirar o mundo. Manifestam espontaneamente o desejo de descobrir,
experimentar, compreender. Cabe a nós, como educadores, aproveitar essa
curiosidade, selecionando e organizando os conteúdos de forma
contextualizada e significativa.
Dentro desta perspectiva, a proposta curricular desta oficina prevê que,
nos anos iniciais do ensino fundamental, o aluno deve ser levado a observar a
reprodução dos seres vivos e sua inter-relação no ambiente. Essa perspectiva
busca privilegiar, no estudo de Ciências, a compreensão do “começo da vida” e
não a classificação, nomenclatura e definição memorizada.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais: a reprodução dos
animais pode ser estudada enfocando-se o desenvolvimento dos filhotes no
interior do corpo materno ou em ovos postos no ambiente, alimentação dos
filhotes e o cuidado com a prole, os rituais de acasalamento, as épocas de cio,
o tempo de gestação, o tempo que os filhotes levam para atingir a maturidade e
o tempo de vida. São funções rítmicas, interessantes e importantes a serem
estudadas.
Dentro desse eixo propomos desenvolver o conhecimento da anatomia
de um ovo de galinha, a construção de um borboletário e o desenvolvimento da
borboleta, a importância das penas para as aves, formas de classificação dos
animais e cuidados e prevenção contra a Dengue.
CONTEÚDOS
Quem passou por aqui?
O guarda chuva das
aves
•
•
ATIVIDADES
Seguir uma trilha com diversas pistas de animais
Molhar uma ave para descobrir o óleo que
impermeabiliza as penas das aves.
31
Construindo a casa da
borboleta.
Como nasce o pintinho
Mosquitinho da Dengue
•
•
•
•
•
Visitar o borboletário
Observar uma borboleta alimentando-se
Observar o desenvolvimento de uma lagarta
Aprender a construir um borboletário
Identificar a seqüência das fases do
desenvolvimento de uma borboleta
•
•
Identificar ovo galado
Registrar, em um desenho, as estruturas do ovo,
identificando-as
•
Observar um mosquito da Dengue, conhecer o
ciclo reprodutivo e formas de prevenção contra a
Dengue
Atividade 1: Quem passou por aqui?
1 – Apresentação do problema
O nosso problema é descobrir quais foram os bichinhos que passaram
na trilha. À medida que avançarmos na trilha serão fornecidas algumas dicas.
A pergunta fundamental será: Quem passou por aqui?
Objetivos:
Identificar os diversos tipos de animais a partir da observação de pistas,
vestígios de alguns animais.
Material:
Pelo de cachorro
Ovos de codorna
Teia de aranha
Leite de vaca
Milho
Cabelo e unha
Seda (tecido)
Botão (madre pérola) ou conchinhas
Escama de peixe
Pena de passarinho, pavão...
Um potinho de mel
Perna de barata ou grilo ou cigarra ou asa de borboleta
Perna de rã
Pote com terra (minhoca)
Rabo de lagartixa ou pele de cobra
32
2 – Levantamento de hipóteses
Os alunos observarão a trilha e completarão a tabela abaixo.
Pista
Nome do Animal
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
3 – Experimentação
Os alunos seguirão as pistas na trilha observando e pegando os
vestígios dos animais para identificá-los.
4 – Discussão Coletiva:
Após cada aluno preencher sua ficha de identificação dos animais, eles
se sentarão em círculo e o professor perguntará o que encontraram em cada
pista questionando sobre:
- Onde vive
- O que ele come
- Sua forma de reprodução
- Como se defende
- Etc...
O professor nesse momento vai mostrando que cada animal que possui
características semelhantes pertence a um mesmo grupo introduzindo assim a
classificação dos animais (mamíferos, répteis, aves, anfíbios, artrópodes,
molusco, peixes) deixando bem claro para o professor que os alunos nessa
fase não necessitam memorizar essa classificação, apenas conhecê-la a título
de curiosidade.
5- Registro
Escolher um animal que achou mais interessante e criar uma história
fantástica colocando-o como personagem principal e utilizando as informações
obtidas sobre ele na aula. Não esquecer de ilustrar a história.
33
Atividade 2: O guarda chuva das aves
1 – Apresentação do problema
Levar uma codorna para a sala de aula, jogar água sobre ela e perguntar
aos alunos: Por que as aves não molham quando andam na chuva?
Objetivo:
Conhecer a importância das penas para as aves.
Material:
Codornas
Bacias
Água
Massinha de modelar
Penas
Palitos de dente
Miçangas pretas
Garrafa PET com furinhos na tampa (simulando um chuveirinho)
2- Levantamento
Cada aluno colocará sua opinião, buscando assim identificar os
conhecimentos prévios dos mesmos.
3 – Experimentação
Cada grupo receberá uma codorna, bacia e uma garrafa PET com água.
O professor deverá chamar a atenção dos alunos quanto a temperatura
debaixo das penas da codorna, pedir que molhem-na sem passar as mãos em
suas penas e observem o que impede as penas de se molharem.
4- Discussão coletiva
Cada grupo apresentará suas conclusões justificando cada opinião, a
professora deverá conduzir a discussão questionando a organização das
penas, mostrando a presença de um óleo que fica armazenado próximo à
cauda (glândula uropigiana). O professor poderá levar um dorso de galinha,
cortar e mostrar aos alunos.
5- Registro
Fazer pintinhos com massinha de modelar e penas. Em seguida os
alunos irão produzir uma frase para colocar numa faixa como manifestação
contra os dejetos de detergente que são jogados nos rios e tiram essa proteção
das aves aquáticas.
O professor pode pedir que os alunos criem uma poesia coletiva, sobre
as aves, tendo como fundamento o que aprenderam na aula.
34
Atividade 3: Construindo a casa da Borboleta
1 – Apresentação do problema
A professora leva algumas borboletas e bruxas para a sala de aula e faz
os seguintes questionamentos aos alunos:
Podemos construir uma casa para as borboletas?
Objetivos:
Conhecer o ciclo de vida das borboletas (metamorfose) e sua
importância nos ecossistemas.
Materiais:
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Caixa de papelão
Filó
Fita crepe
Tesoura
Galho seco
Chumaço de algodão
Tampa de maionese
Lagartas
Folhas da planta onde estava a lagarta
Papel A4
Giz de cera
2 – Levantamento de hipóteses
O professor incentiva a escrita de hipóteses para garantir o sucesso da
experiência.
Cada grupo deverá sugerir o que é preciso para a construção da casa da
borboleta, levando em consideração seu hábitat natural e nicho ecológico.
3 – Experimentação
Esta é a ocasião de trabalhar com as crianças os medos e nojos
desnecessários, de repensar tabus. Se elas não se sentirem seguras para
tocar a borboleta, não as obrigue, mas encoraje-as mostrando a elas como se
faz.
Construir com elas um borboletário e observá-lo durante alguns dias
fazendo anotações sobre o que vêem.
Construindo o borboletário:
- pegue a caixa de sapato de papelão e recorte em um dos lados, fazendo uma
espécie de janela, que servirá para você fazer o manejo do borboletário.
- na tampa da caixa, recorte um pedaço de papelão em forma de um retângulo.
Tampe essa janela que se formou com o filó;
- coloque as folhas que servirão de alimento para as lagartas de acordo com a
espécie.
35
- com um pequeno pedaço de madeira, pegue a lagarta (cuidado para não
tocá-la para não ter problemas com seu pelos) e coloque-a dentro do
borboletário.
- coloque um chumaço de algodão umedecido sobre o filó para manter o ar
umedecido dentro da caixa.
4 – Discussão Coletiva:
As crianças discutem no interior do grupo sobre o desenvolvimento da
lagarta até a sua metamorfose, onde se transforma em borboleta.
5- Registro ( ler um livrinho com história de uma borboleta e pedir para os
alunos confeccionarem dobradura de borboleta)
Fazer desenhos, colagens, pinturas de borboletas. Criar um personagem
e uma história com uma borboleta.
Acompanhar o desenvolvimento da lagarta completando a seguinte tabela:
Dias
1°
2°
3°
4°
5°
6°
7°
8°
9°
10°
11°
12°
13°
14°
15°
16°
17°
18°
19°
20°
21º
Observações
Fazer um grande desenho de borboleta, onde todos os alunos poderão
fazer colagens, sobre a vida e a transformação destas, podendo colar folhas
secas, fotos de variadas espécies, seus alimentos, etc.
Fazer um texto com desenhos para registrar as atividades realizadas.
36
Atividade 4: Como nasce o pintinho?
1 – Apresentação do problema
A professora mostra aos alunos dois ovos e
pergunta:
- Todos os ovos postos por uma galinha originam pintinho?
Objetivos:
•
•
•
Identificar a importância reprodutiva do ovo.
Diferenciar ovo galado de ovo não-galado.
Comunicar de modo oral, escrito e por meio de desenhos, perguntas,
suposições, dados e conclusões, respeitando as diferentes opiniões e
utilizando as informações obtidas para justificar suas idéias;
Materiais:
Para cada grupo:
•
•
•
•
1 ovo galado e 1 não-galado
2 pratinhos transparentes
Cartaz de desenvolvimento embrionário
Lupas
2 – Levantamento de hipóteses
Discutir no grupo a importância do ovo como fonte de alimentação e reprodução, e
quais os ovos que podem originar pintinho. Observar as partes que constituem o ovo.
3 – Experimentação
•
•
•
•
•
•
•
Coloque à sua frente dois ovos de galinha.
Quebre cuidadosamente o pólo maior e observe o espaço de ar;
Verifique a presença de duas membranas: a externa, aderida à casca e
a interna, envolvendo a clara;
Quebre o ovo num pratinho;
Observe a mancha germinativa na gema do ovo
Observe a mancha germinativa e a calaza;
Tente identificar as partes do ovo mostradas na figura 01.
Figura 1: Corte transversal de um ovo de galinha permite diferenciar com
nitidez as partes fundamentais que o constituem e outras também
com alguma importância.
37
4 – Discussão Coletiva:
As crianças discutem no interior do grupo sobre a anatomia do ovo de
uma galinha e a função de cada parte.
O professor conduzirá a discussão levando os alunos a concluírem que
a galinha que não cruzou com o galo não bota ovo galado (com embrião).
Somente ovo galado produz o pintinho e que nutrido pela gema, o embrião
(pintinho) se desenvolve, protegido pela casca, trocando ar com o ambiente
através da casca porosa e fina.
5 – Registro:
Cantar a música do Pintinho Amarelinho e pedir que eles desenhem no
espaço ao lado o desenvolvimento do ovo até o pintinho.
O pintinho Amarelinho
Meu pintinho amarelinho
Cabe aqui na minha mão, na minha mão
Quando quer comer bichinhos
Com seu pezinho ele cisca o chão
Ele bate as asas
Ele faz piupiu
E tem muito medo é do gavião
Atividade 5 – Mosquitinho da Dengue
1 – Apresentação do problema
A professora levará para a sala de aula larvas e o mosquito Aedes
aegypti e outros (que poderá conseguir com o setor de Vigilância
Epidemiológica do município) e iniciará uma conversa com os alunos sobre a
epidemia da Dengue que tem feito muitas vitimas em nosso pais. A partir de
então, perguntará aos alunos: Todo mosquito transmite a Dengue?
Objetivos:
Conhecer o ciclo reprodutivo do mosquito e as medidas de
prevenção contra a Dengue.
Materiais:
. Larvas do mosquito e mosquitos
. Cartolina
. Canetinha hidrocor
. Tesoura
. Fita adesiva
. Lupa
. Palito
. Tinta guache preta e branca
. Pincel
. Papel A4
38
2 – Levantamento de hipóteses
Os alunos irão apresentar o que já sabem sobre o assunto.
3 - Experimentação
Utilizando a lupa, os alunos observarão os mosquitos e descreverão
as diferenças entre eles.
4 - Discussão Coletiva
Após a observação dos mosquitos, cada grupo deverá apresentar
aos outros grupos o que descobriram com a observação.
O professor conduzirá a discussão levando os alunos conhecerem o
mosquito e seu ciclo de vida, ressaltando a importância dos sintomas e formas
de prevenção da doença.
5 – Registro
Confeccionar o modelo de mosquito.
Criação de um cartaz de orientação e prevenção contra a Dengue,
utilizando as informações adquiridas na aula.
O professor pode ainda ensinar músicas sobre a Dengue.
39
Anexo 01: Texto de apoio ao professor
A Borboleta
A borboleta, invertebrado da classe dos lepidópteros, deve ter surgido a
cerca de 70 milhões de anos atrás. É um bichinho que causa grande fascínio
por sua capacidade de transformação. Depois de se reconhecerem pelas cores
e formatos das asas, machos e fêmeas flertam, cruzam, e a fêmea deposita
seus ovos em uma folha, deixando-os lá e indo borboletear em outros cantos
por aí. Se as condições climáticas estiverem favoráveis, a larva (lagarta) vai
sair do ovo. Senão, ela espera. E espera, espera, espera… Até conseguir
nascer. Isso é uma coisa interessante para se aprender com os embriões de
borboletas - a espera e a sensibilidade às condições do ambiente. Embrião
apressado é lagarta morta.
E quando nasce, a lagarta nasce voraz. Devora a própria casca do ovo,
e é capaz de comer uma planta com o triplo de seu tamanho em poucos
minutos. Talvez porque a lagartinha, em sua sábia programação biológica,
sabe que a maior responsabilidade de ser lagarta é a de extrair do ambiente o
máximo que conseguir guardar em si mesma, para que consiga ficar forte
depois. A vida da lagarta, que pode durar de meses até um ano, é andar por aí
e se alimentar. Como acontece com todos os animais, ela está sujeita ao
ataque de predadores. Por isso, ela guarda em si uma substância ácida e
fedida que pode queimar, desagradar e afugentar os bichos que tentarem
devorá-la. E não hesita em usá-la quando necessário. Espertinha, essa
menina.
Durante essa fase, a lagarta troca de pele várias vezes. Imagina o que
aconteceria se ela resistisse em abandonar a velha pele… Iria explodir
apertada dentro de uma casca que já não lhe serve mais. É que as lagartas,
como agente, crescem muito. E quando a gente cresce, deixa pra trás um
pedaço de si mesma, para poder ganhar novas formas e cumprir o ciclo da
vida. A lagarta, mais uma vez espertinha, não perde tempo quando está de
casca nova. Começa a comer mais e mais, até crescer e ficar enorme, forte,
gordinha e pronta pra virar borboleta.
O fato é que, na hora certa, nem antes nem depois, ela procura um
lugar seguro, muito seguro para iniciar seu processo de reclusão. Nesse
momento, ela perde todas as pernas, e fica incapacitada de andar. Troca de
pele uma última vez, enquanto vai tecendo seus fios. Alguns lepidópteros se
enterram, ou constroem uma espécie de casinha com gravetos e fios. E pronto:
ela se fecha lá dentro, e vira uma pupa (ou crisálida, ou casulo).
40
Oficina 03 – Plantas
Atividade 1: O que tem dentro da semente?
1- Apresentação do problema
Para iniciar a atividade, o professor deverá distribuir diferentes sementes e
lançar a pergunta: O que tem dentro da semente?
Material: Lupas, lápis de cor ou giz de cera e sementes. As sementes
escolhidas devem ser grandes, que abram facilmente em duas partes: ervilha,
feijão, lentilha ou fava.
2- Levantamento de hipóteses
Pode-se propor aos alunos que desenhem e falem o que eles imaginam
estar dentro da semente. É possível analisar e confrontar em conjunto algumas
produções de alunos.
3 – Experimentação
Para confrontar a realidade com as hipóteses e responder ao
questionamento, toma-se a decisão de abrir e observar o interior de uma
semente. Num primeiro momento, é mais fácil propor que a classe inteira
observe a mesma semente. A semente escolhida pode ser descascada pelo
professor, para mostrar aos alunos qual a técnica a ser adotada, o que pode
ser delicado por causa do tamanho da semente.
Os alunos descobrem e observam, por meio de uma lente de aumento, o
interior de várias sementes, e descobrem e desenham os diferentes órgãos da
semente: o broto (embrião) os elementos de reserva e invólucro que as
protegem.
Após terem descascado as sementes, os alunos têm um momento para
uma observação autônoma. Simultaneamente com suas observações, os
alunos são convidados a fazer um desenho para confrontar seus conceitos
iniciais com o que estão vendo.
4 – Discussão coletiva
O debate sobre as descobertas dos grupos deve ser orientado para a
produção de um desenho individual estruturado e legendado. Neste desenho,
pode-se mencionar o broto com as suas duas folhas embrionárias brancas (que
podem ser designadas pelos termos cotilédones ou primeiras folhas) e a “pele”
ou invólucro (tegumento). Este desenho pode ser feito pelo professor no
quadro.
5 – Registro
Ao final as crianças devem produzir um texto relatando tudo que foi
realizado e aprendido durante esta atividade.
41
Atividade 2: De que a semente precisa para germinar?
1- Apresentação do problema
A noção de semente estando agora esclarecida, parece agora
interessante questionar sobre as necessidades fisiológicas deste ser
vivo, ou seja, sobre as condições ambientais necessárias ao seu
desenvolvimento.
2- Levantamento de hipóteses
Em um primeiro momento, o professor pede a cada um para escrever o
que pensa das necessidades da semente. Em um segundo momento, as idéias
dos alunos são colocadas em conjunto, e são chamadas de “as idéias da
classe”. Frases como as citadas a baixo os alunos costumam propor:
“Pode ser que não se deve plantar fundo de mais?
“Pode ser que precisa colocá-las na claridade?
“Pode ser que não precisa de muita água?”
“Pode ser que não pode ter frio?”
Cada um anota as idéias da classe.
Material:
•
•
•
•
Sementes;
Garrafa pet transparentes;
Tesoura;
Terra.
3 – Experimentação
O questionamento inicial se é: “Se colocamos água, a semente brota ou
não?” e “Se não colocamos água a semente brota ou não? Estas perguntas
vão permitir aos alunos trabalharem sobre as condições de germinação das
sementes.
Para material experimental é recomendável escolher dois ou três tipos
de sementes. Isto permite perceber que as condições para a germinação são
iguais para todas as sementes. Sementes como as de feijão, milho e ervilha
podem ser qualificadas como sementes de referência e permitem otimizar o
sucesso da experiência.
Em grupos pequenos, os alunos plantaram sementes em garrafas pet
cortadas, em setores com água e em setores sem água e anotarão na plaqueta
de identificação ou em fita adesiva o tipo de semente, a data, a hora e se há
água ou não.
As crianças devem acompanhar o experimento durante dez dias e
anotar e desenhar as observações a cada dois dias. Não podem esquecer de
explicar e colocar legendas no desenho.
42
Os alunos discutem os resultados obtidos nos seus experimentos e
escrevem suas conclusões: para germinar, a semente precisa de água, sem
água não germina.
Após alguns dias, pode-se constatar que nos setores onde há água,
semente nenhuma germinou. Por outro lado, nos setores onde as sementes
estavam em presença de água, os brotos pareceram.
Cada aluno deve anotar os resultados dos experimentos de seu grupo assim
como dos outros grupos da classe.
Observações
Experimento com água
Experimento sem água
Data:
Data:
Data:
Data:
Data:
Data:
Data:
Data:
43
Atividade 3: Por onde a água passa no interior das plantas?
1 – Apresentação do problema
Após a constatação da importância da água para a germinação da
semente, essa experimentação tem como objetivo observar como a água é
transportada no interior das plantas, reconhecendo a importância desse
processo para o desenvolvimento dos vegetais.
2 – Levantamento de hipóteses
Como a água pode entrar no interior das plantas? Somente a raiz é
responsável pela captação de água? O professor nesse momento deve utilizar
de um desenho simples de uma planta e traçar junto com os alunos um
possível caminho por onde a água passa, além de ir anotando todas as
hipóteses levantadas pelos alunos.
3 – Experimentação
Material:
•
•
•
01 copo descartável (ou outro recipiente no qual poderá ser montado um
“vaso”);
Anilina de cores variadas;
Flores brancas “frescas” (rosas, crisântemo, beijo, margaridas, etc.)
Inicialmente, deve-se cortar
as
hastes
das
flores
transversalmente, de preferência
dentro da água. Esse corte pode
ser feito em um recipiente maior,
antes de colocar as flores em seu
local
definitivo
para
a
experimentação. Entretanto, essa
fase da experimentação não deve se estender por muito tempo, devido a
fisiologia do próprio vegetal.
Em seguida, adiciona-se anilina no recipiente com água até a obtenção de
uma coloração viva e acondicionam-se as flores nesse recipiente.
Preferencialmente, utilizar hastes contendo uma ou duas flores e poucas
folhas, para que a visualização seja mais rápida. Deixar por cerca de uma hora.
4- Discussão coletiva:
“Porque as pétalas mudaram de cor?“ “Porque a flor do meu colega
mudou a cor mais rápida do que a minha?” podem ser alguns questionamentos
levantados pelas crianças. A comparação da alteração das diferentes
intensidades de cor entre as flores pode ser explicada pelas diferenças de
atividade das plantas, ou seja, algumas plantas são mais “ativas” do que as
outras. O corte na haste também interfere nesse resultado. Nesse ponto, devese relacionar o possível percurso da água no interior do vegetal levantado no
inicio da experimentação com o resultado observado. Explicar que existem
dentro das plantas os vasos condutores, que são responsáveis por conduzir a
água e nutrientes obtidos pela raiz para todas as partes do vegetal (obs: esse
trajeto dentro dos vasos condutores pode ser observado mais facilmente em
44
caules mais finos e transparentes, como o da flor beijo) e assim possibilitar o
crescimento do vegetal.
5- Registro
O aluno deverá registrar as características das flores antes e depois de
serem acondicionadas nos recipientes com a água já colorida. Esquematizar no
caderno de aulas o percurso da água das raízes até as outras partes do
vegetal, demonstrando a presença de vasos condutores dentro das estruturas.
Atividade 4: O que é o que é ?
1 – Apresentação do problema
O que é raiz? O que é caule? O que é folha? O que é flor? O que é fruto? O
que é semente?
Objetivo:
Identificar as várias partes das plantas.
Material:
Pedir para as crianças trazerem de casa hortaliças, legumes, frutas. Sair com a
turma e buscar partes de plantas nas proximidades da escola. A professora
poderá também levar algumas partes que causam dúvidas.
2 - Levantamento de hipóteses
Os grupos devem separar tudo que têm, deixando juntos os frutos, as raízes,
as folhas, as flores, etc. Devem também registrar como classificam cada objeto.
3 - Experimentação e discussão
O professor promove a discussão entre os grupos e corrige alguma
classificação errada.
4 – Registro
Ao final da atividade, as crianças relatam o que fizeram, o que aprenderam
45
Atividade 5: Podemos reproduzir um ecossistema?
1 – Apresentação do problema
Nesta parte é proposta a construção de um ecossistema artificial autosustentável. Ou seja, após a sua construção, não há mais a necessidade de se
fazer qualquer tipo de intervenção. O problema é como reproduzir um
ecossistema para o nosso estudo.
Material:
Uma garrafa PET transparente (pode ser um vidro de conservas);
Tesoura
Fita adesiva
01 lata com pedrinhas;
01 lata com terra e outra com areia; (a quantidade de terra e areia será
de acordo com a capacidade do recipiente);
• Plantas; em princípio, qualquer planta pode ser utilizada, dando-se
preferência, no entanto para plantas com necessidades menores de luz
direta. Também, escolher plantas de porte diminuto.
Obs.: Após ligeira discussão coordenada pelo professor, cada aluno do grupo
deverá ser responsabilizado para trazer para a sala de aula uma planta e
alguns pequenos bichinhos, como por exemplo: tatuzinhos, minhocas, caracóis,
etc. Deverá ser registrado o nome do aluno e, o nome e o desenho da planta e
dos bichinhos escolhidos por cada um.
•
•
•
•
•
2 – Levantamento de hipóteses
“Posso plantar o que eu quiser?” “Vou ter que regar meu terrário?” são
algumas possíveis indagações dos alunos durante esse momento. Nesse caso,
cabe ao professor orientar quanto à escolha das plantas e dos animais,
ressaltando que trata-se de um ecossistema em miniatura e que seus
componentes deverão ser de tamanhos correspondentes.
3 – Experimentação
•
•
•
•
Parte I: Construindo um ecossistema
Modo de fazer
Lave bem o recipiente que você irá utilizar para evitar fungos e outros
microorganismos indesejáveis; preferencialmente, utilize detergente
(biodegradável) e deixe secar ao sol;
De acordo com o recipiente que você irá utilizar, prepare uma
quantidade de terra de tal forma que o volume da mesma, ocupe
aproximadamente ¼ do recipiente. Peneire a terra e deixe secar, de
acordo com a umidade que a mesma estiver apresentando. O ideal é
que a terra esteja seca.
Lave também as pedras e a areia.
Prepare o vidro da seguinte forma: Coloque inicialmente uma camada de
pedras, com aproximadamente 2 (dois) cm de altura. Em seguida, cubra
46
as pedras com uma camada de areia da mesma espessura. Coloque
então, 3 (três) cm da terra peneirada.
Parte II: Plantando
•
•
•
•
Uma vez feita esta preparação, com o auxílio da pinça de bambu, fixar
as plantas neste substrato preparado. Aqui, não existem muitas regras
em relação ao arranjo das plantas dentro da garrafa. É importante
apenas, não se esquecer que as plantas irão crescer e se desenvolver,
embora lentamente, dentro da garrafa.
Após o arranjo das plantas, colocar mais uma camada de terra de
aproximadamente 5 (cinco) cm e compactar levemente, para que as
plantas fiquem firmes no lugar.
Regar as plantas de tal forma a não encharcar o interior da garrafa.
Após regar, com o auxílio da pinça, utilizar um pedaço de pano ou
algodão para limpar o interior do vidro.
Após todo este procedimento fechar o vidro. Você terá então, feito o seu
próprio ecossistema.
Observação: Nos primeiros dias, o interior da garrafa pode ficar embaçado,
devido a respiração excessiva de todos os componentes vivos. Caso este
embaçamento dure por muitos dias, abra a garrafa, deixe perder umidade
colocando no sol e volte a fechá-la. Durante a semana os grupos estarão
observando diariamente o seu ecossistema e estarão anotando suas
observações em uma ficha.
4- Discussão coletiva:
Ao longo dos dias as crianças relatam o que está acontecendo com seu
ecossistema. Com ajuda do professor, discutem e tentam compreender as
mudanças que vão ocorrendo.
5- Registro
O professor deverá negociar com o grupo o modelo da ficha que os
alunos preencherão diariamente para registrar o andamento do ecossistema. A
figura apresenta um modelo de ficha.
FICHA DE OBSERVAÇÃO DO TERRÁRIO
ÁGUA
ANIMAIS
PLANTAS
(invertebrados)
DIA
(intervalo de
uma semana)
Data da 1ª Terra
observação
bastante
________
úmida
Data da 2ª
observação
__________
Data da 3ª
observação
__________
Todos vivos
Aparecimento
de um broto
TERRÁRIO
(conjunto)
Aparência
boa
47
Oficina 4: Corpo Humano
Nesta oficina serão trabalhadas duas atividades sobre alimentação, uma
sobre as articulações e outra sobre a quantidade de ar que respiramos.
Atividade 1: Para onde vão os alimentos que comemos?
1) Apresentação do problema:
O professor verifica quais são os pontos de vista do aluno sobre a
questão da alimentação. Alguns exemplos de perguntas pertinentes:
- O que você prefere comer?
- De que você não gosta, mas deve comer e por que?
- O que acontece quando não se come?
O desafio a ser colocado após esta sondagem é: como o nosso corpo se
apropria dos alimentos? Qual é o caminho percorrido pelo pão e pela água?
Objetivos:
Levar o aluno a conhecer o caminho percorrido pelos alimentos
Fazer perceber que o trato digestório é um tubo muito longo e cheio de
curvas.
Materiais:
-Um boneco plástico cortado ao meio servirá para dois grupos de alunos.
- Massinha
- Uma figura ou modelo anatômico mostrando o sistema digestório.
2) Levantamento de hipóteses:
As crianças, em grupo, deverão explicar suas idéias sobre esse trajeto, a
partir da construção de um esquema com massinha de modelar dentro de um
boneco de plástico.
Algumas explicações que possivelmente serão verbalizadas pelos alunos:
48
•
Há um caminho percorrido pelo liquido e outro caminho percorrido
pelos sólidos
• Existe uma entrada, um tubo e duas saídas
• Há uma ou duas entradas mas não tem saída.
3) Experimentação
O professor mostra uma figura ou modelo anatômico mostrando o
sistema digestório e explica a trajetória dos alimentos.
Os alunos podem copiar através de um desenho ou com massinha no
boneco, identificando com nome os vários órgãos do sistema digestório.
4) Discussão coletiva
A hipótese segundo a qual os líquidos e sólidos seguem dois trajetos
diferentes é descartada. Uma discussão com a turma toda serve para ver o que
aprenderam e esclarecer dúvidas.
5) Registro:
A produção do texto deve contemplar um relato do que foi feito e do que
aprenderam.
Atividade 2: O que acontece quando
engolimos um alimento?
1 - Apresentação do problema
Podemos respirar e engolir ao mesmo tempo?
Como os alimentos são movidos da boca até o fim do intestino?
Como o alimento será guiado para o esôfago e não para a traquéia?
O que acontece quando se engasga?
Objetivo
Simular os movimentos que ocorrem quando engolimos
Materiais
•
•
•
•
•
Papel
Lápis de cor
Tesoura
Cola
Meia-calça e bolas plásticas pequenas (ou bolas de pinguepongue).
49
2 - Levantamento de hipóteses
Os alimentos não descem por gravidade
A língua empurra os alimentos
3a – Experimentação 1
Usando uma técnica de animação de desenhos, podemos compreender
o que acontece quando engolimos um alimento. Para isso, primeiro copie os
desenhos abaixo e recorte os retângulos.
A
B
Agora cole a parte superior da figura da esquerda (A) sobre a parte
superior da figura da direita (B) e espere secar.
Pronto! Já pode observar como ocorrem os movimentos quando o
alimento é engolido. Com uma das mãos segure a parte superior e, com a
outra mão, segure um lápis, o qual já foi enrolado no papel que está em cima.
Movimente o lápis várias vezes para cima e para baixo.
3b - Experimentação 2:
Simulando os movimentos peristálticos
Dentro de uma meia de náilon, que funcionará como um conduite,
colocaremos algumas bolas de pingue-pongue. Os alunos deverão passá-las
de um lado a outro da meia.
Como passar as bolas de pingue-pongue (ou de isopor) de um lado a
outro da meia de náilon?
50
4 – Discussão coletiva
Na discussão da experiência 1 pode-se questionar porque não podemos
engolir e respirar ao mesmo tempo. O que acontece quando a gente engasga?
Ao manipularem as bolas de pingue-pongue, os alunos vão simular o
principio da peristáltica, que são ondas de contrações ao longo do intestino.
Isto explica porque o sistema digestório funciona mesmo se estivermos
de cabeça para baixo.
5 – Registro
Ao final, os alunos devem relatar o que fizeram e o que aprenderam com
estas atividades.
Atividade 3: Articulações.
1 - Apresentação do problema
Como podemos nos movimentar? Iniciamos com a observação do
caminhar de alguma criança. Em seguida podemos fixar duas varinhas, uma
em cada perna, as quais não permitirão que ela dobre os joelhos. Comparamos
a diferença entre a primeira e a segunda caminhada.
Porque você consegue dobrar seu antebraço para frente, mas não faz o
mesmo movimento dobrando o antebraço para trás?
Objetivo
Reconhecimento do corpo: as crianças devem descobrir como os ossos,
as articulações e os músculos participam dos movimentos de flexão e
extensão.
Deverão perceber que os tendões existem e prendem os músculos nos
ossos.
Materiais
•
•
•
•
•
Um pedaço de papelão grosso
Lápis
Tesoura
Tachinha ou percevejo
Dois pedaços de barbante ou elástico de 50 cm de comprimento
2 - Levantamento de hipóteses
As crianças podem dizer que não dava para dobrar os joelhos. Devem
ser provocadas a falar sobre a importância das articulações, sobre como
funcionam.
51
3a – Experimentação 1
•
•
•
Construindo um modelo de braço
No papelão grosso faça o contorno do braço separado, recorte e faça
dois buraquinhos de acordo com o desenho
Agora desenhe o antebraço e a mão juntos, recorte e faça também dois
furinhos de acordo com o desenho. Coloque
Amarre uma das pontas de cada pedaço do barbante nos furinhos do
antebraço. Depois passe as duas outras pontas pelo orifício do braço.
3b - Experimentação 2
Observando uma articulação: pé de galinha
Consiga um pé de galinha cru e peça a um adulto que retire a pele ao
redor dos tendões de modo que você possa vê-los. Usando um alicate ou
pinça, puxe o tendão para ver o que acontece.
4 – Discussão coletiva
Deve-se comparar o que foi observado no esquema do braço e no pé de
galinha com o que acontece no nosso corpo.
As crianças provavelmente perceberão que a maioria de seus músculos
funcionam em conjunto.
5 – Registro
Ao final das atividades é muito importante a produção de textos.
52
Atividade 4: Quanto de ar eu respiro ?
1 - Apresentação do problema
Quanto de ar cabe dentro do meu pulmão?
Soprar bem forte para ver se você vai morrer. Porque continuamos vivos
quando sopramos todo o ar?
Objetivo
Verificar quanto de ar cabe dentro do pulmão. Realizar medida de
volume.
Materiais
•
•
•
•
Um balde
Uma garrafa pet 2 litros sem tampa
Um pedaço de mangueira (mais de um metro).
Um medidor de volume.
2 - Levantamento de hipóteses
Nesta etapa as crianças são desafiadas a medir o quanto de ar
conseguem soprar de uma só vez. Como fazer esta medida? Alguém pode
sugerir encher um balão, ou um saco com ar, mas depois como medir este
volume? Utilizando o material, o professor sugere o procedimento a ser
adotado, podendo inclusive fazer uma demonstração.
3 – Experimentação
Encha o balde e a garrafa pet com água. Coloque a garrafa com a boca
para baixo dentro do balde. A seguir você vai enfiar a mangueira bem dentro da
boca da garrafa. Agora encha os pulmões e sopre de uma vez, bem forte.
Verifique que o ar sobe, expulsando água de dentro da garrafa. Faça uma
marca, depois retire a garrafa e encha de água até a marca. Use o medidor de
volume para verificar o volume de ar que cada um soprou.
4 – Discussão coletiva
Pode-se discutir quem tem maior capacidade pulmonar. As crianças
deverão perceber que mesmo soprando forte ainda fica um ar residual nos
pulmões, que nos mantém respirando.
5 – Registro
Ao final os alunos registram o que fizeram e o que aprenderam.
53
Oficina 5 – Solos
1. Considerações Programáticas
Sólido como uma rocha! Quem já não ouviu esta frase algum dia,
normalmente referindo-se a algo imutável, definitivo? Exceto por algum fator
como desmoronamentos ou interferências externas, parece que as rochas
sempre estiveram onde estão no momento em que a conhecemos.
Com os solos a impressão não é diferente. Por ser algo que, no tempo
de uma vida humana não sofre naturalmente transformações perceptíveis a
olho nu, construímos a falsa idéia de que se trata de um elemento estático,
definitivo, o que não é verdade.
Um dos riscos importantes desta interpretação errônea, tanto para
rochas como para solos e outros materiais naturais, e que justifica, entre outros
argumentos, a relevância da discussão deste tema com as crianças, é a
percepção associada à idéia da imutabilidade, de que podemos tudo contra o
solo, sem que venha dele uma resposta às ações humanas. Queimadas,
agrotóxicos em geral, desmatamentos, monoculturas, são todos fatores que
contribuem amplamente para alterar aquilo que um solo realmente é e pode ou
não vir a ser no futuro. Agressões consecutivas podem transformar terras
anteriormente descritas como férteis em, um deserto.
A parte de uma visão tão apocalíptica do futuro, o objetivo desta oficina
construída sobre a perspectiva metodológica utilizada no projeto Mão na Massa
é, principalmente, motivar as crianças a observarem o solo, construindo com
eles a idéia de que se trata de um elemento da natureza produzido em milhões
de anos por reações químicas e físicas sempre vindas das rochas que
fornecem a “matéria prima”, do clima e do relevo que interferem e possibilitam
reações dos componentes orgânicos, fundamentais para torná-lo rico e fértil.
Observar os tipos de solos existentes, suas diferenças e semelhanças
experimentando possibilidades de interferência através de atividades já
conhecidas ou inéditas, desenvolvidas ou reunidas por iniciativa da equipe do
projeto.
Proposta do Programa:
Esta oficina tem como objetivo principal, sensibilizar as crianças,
chamando sua atenção para a presença de diferentes tipos de paisagens e
seus elementos. Em seguida, as atividades sugeridas entrarão mais
especificamente em um deles, os solos. Mas é preciso não perder de vista, em
nenhum momento, o fato de que não existe sentido em se abordar as questões
relativas a ele simplesmente, já que está localizado em uma paisagem.
Fazemos o recorte desejado para estudar e depois voltamos à paisagem,
analisando alguns fatos com base na informação obtida ao longo das
pesquisas, discussões e atividades do módulo.
Assim, a seqüência compõe-se de atividades que buscam exercitar a
confecção de boas perguntas e suas respostas através da observação de fatos
e imagens que poderiam passar despercebidos.
54
Objetivo do conhecimento
Atividades do módulo
- Identificar as diferentes paisagens
existentes;
- Perceber os elementos que as
compõem, como árvore, rio, mar,
lago, casa, nuvem, pássaros, etc., e
neles a hidrografia, o clima, o
relevo e a vegetação. Categorizar
semelhanças e diferenças a partir
dos elementos componentes das
paisagens;
- Discutir as mudanças que uma
paisagem pode sofrer;
- Apresentar o ser humano como
agente transformador e agente
transformado das mudanças que
sofrem as paisagens;
- Investigar mudanças da paisagem
local; e
- Perceber o solo como elemento
componente das paisagens.
– Observar o ambiente à sua volta;
- Coletar materiais através de passeios,
visitas e de excursões;
- Promover discussões em sala de aula; e
- Realizar experiências, pesquisas e
exposições.
Atividade 01: Descobrindo paisagens
1 – Apresentação do problema
O professor pode iniciar o assunto perguntando: o que é uma paisagem?
Existem paisagens urbanas? Rurais? O tudo é a mesma coisa? O que é
diferente? O que é igual?
O que é semelhante? Forneça exemplos de objetos da sala que sejam: iguais,
diferentes e semelhantes. Nas paisagens existem partes semelhantes e
diferentes?
Terra e solo são a mesma coisa? E, pedra e rocha?
Objetivos:
• Valorizar cada um dos componentes da paisagem que nos rodeia;
• Desenvolver atitudes críticas, responsáveis e construtivas para
preservação das paisagens, e;
• Despertar nos alunos a noção de paisagem, incentivando-os a adotar
posturas na escola, em casa e na comunidade que os levem a
interações construtivas, justas e ambientalmente sustentáveis.
Material:
•
•
•
•
Revistas para recortar
01 Tesoura
01 Cola
Papel craft
55
2 – Levantamento de hipóteses
Como você vê as paisagens?
3 – Experimentação
O professor distribui revistas entre os grupos e pede que escolham e
recortem cinco ou seis figuras de paisagens descrevendo cada uma delas.
Como é? De onde acho que é esta paisagem? Que elementos ela contém?
(carros, prédios, ruas, plantações, mar, praia, etc.). Todas as imagens
selecionadas devem ser coladas em um painel coletivo (que pode ser apenas
um pedaço de papel craft facilmente encontrados nas escolas) e numeradas
em seqüência, ou seja, não devem haver figuras com uma mesma numeração
para que não haja confusões no momento posterior, quando as crianças
deverão referir-se a elas.
4 – Discussão Coletiva:
O relator de cada grupo vem à frente e apresenta aos demais as
paisagens escolhidas pela equipe e que elementos ela contém. Isso se repete
para cada grupo. Esse é outro momento onde o professor pode discutir, junto
com as crianças, o papel do ser humano e do tempo como fatores que
modificam as paisagens. O objetivo da introdução desta conversa é, além de
insistir em uma visão mais ampla quanto ao que vem a ser paisagem, também
reforçar que, por menor que pareça, trata-se de um ambiente em modificação
constante.
5- Registro
É importante frisar, mais uma vez, que tanto nesta quanto em qualquer
outra atividade, espera-se que as crianças façam anotações em seu registro
pessoal em todos os momentos da aula. É isso que permitirá a construção de
um registro do momento final.
DESVENDAR PAISAGENS (Texto de apoio ao professor)
Como você vê as paisagens? Normalmente as pessoas descrevem aquelas que acham
mais bonitas. Costumeiramente chamam de paisagem as belezas naturais. Mas paisagem não
é só isso. Ampliando este conceito, paisagem é um pouco diferente da noção que normalmente
temos. E o que é a paisagem neste sentido? Bem... isso é o que vamos descobrir!
Já aconteceu de você de repente repara alguma coisa em seu bairro, em sua cidade,
que já estava lá há algum tempo e você nunca tinha percebido e depois disso passou a notá-la
freqüentemente? Em geral só vemos coisas para as quais estamos alerta. Só damos atenção
as coisas pelas quais demonstramos algum interesse.
Como seres humanos, somos capazes de perceber as coisa de diversas formas. As
primeiras sensações de descoberta que possuímos são dadas pelo tato e pelo paladar; por
isso os bebês querem pegar e morder tudo. A visão também é uma importante fonte de
descoberta – as crianças adoram as coisas coloridas. Na verdade, todos os cinco sentidos –
visão, olfato, tato, paladar e audição – constituem fontes permanentes de descobertas para
todos nós. Por isso é importante aguçar os sentidos nas pessoas, buscando ampliar a sua
capacidade de descobrir, de DESVENDAR. A palavra desvendar significa, entre outras coisas,
“tirar a venda dos olhos”; logo quando desvendamos alguém, essa pessoa volta a enxergar.
Assim, o desvendamento se dá no sentido de ampliar a capacidade das pessoas de observar e
compreender o que está sendo observado.
Para desvendar alguma coisa, não basta olha-la despretensiosamente, sem procurar
nada, como costumamos fazer. É necessário olhar com atenção, com curiosidade, com
vontade de descobrir, com olhos críticos, procurando o que é mais importante, e também os
56
detalhes. É necessário, na verdade, OBSERVAR. E cada pessoa tem seu jeito subjetivo de
realizar essa observação, de perceber essa paisagem, pis cada uma traz consigo a sua
história, sus costumes, seus valores.
Com o passar do tempo, depois que já tomamos contato com as coisas, que já as
conhecemos, ou nos familiarizamos com elas, muitas vezes não lhes prestamos mais atenção.
Em nosso vai e vem diário: de casa para a escola, para casa de amigos ou de parentes,
sempre vemos a paisagem do lugar onde vivemos. De tanto olhar essa paisagem, ela fica tão
conhecida, tão familiar que muitas vezes não a observamos mais. Uma paisagem pode ser
descrita por meio de várias linguagens. Além disso, uma mesma paisagem pode ser descrita
de várias formas por observadores distintos, até quando utilizam a mesma linguagem. Isso
acontece porque as pessoas são muito diferentes entre si, têm percepções, sentimentos
habilidades, formações e interesses diversos, e assim cada uma tem seu jeito próprio de ver o
mundo.
Na verdade, não há apenas uma descrição correta de paisagem, mas tantas quantas
forem seus observadores. Para cada olhar existe uma interpretação, e por isso, se faz
necessário que saibamos reconhecer as diferentes visões de mundo, pois ao contrário do que
muitos pensam, a diversidade de abordagens não é um mal, mas uma demonstração da nossa
rica diversidade e de como somos capazes de criar e transformar.
Texto adaptado e ampliado de: Sene, E. e Moreira, J. C., 2002. A geografia no dia-a dia: 5ª série (Coleção
Trilhas da Geografia). Scipione, São Paulo, 200p.
Atividade 02 – Tipos de Solos
1 – Apresentação do problema
E ai pessoal! Vocês sabem que os principais elementos para a vida do
ser humano são: terra, ar, água e fogo. Vocês conhecem outros elementos
mais importante que os indicados?
Então terra é sinônimo de solo? O que é solo? Conhecem solos
diferentes? Vermelhos, já viram? E Pretos? Areia é solo? Pedra é solo?
Quais as principais utilidades do solo? Para produzir alimentos? Para
fornecer minérios? O solo aumenta o diminui com o tempo? Ele se transforma
e se consome?
Objetivos:
•
•
•
•
Perceber o solo como um componente importante da paisagem;
Conhecer a origem do solo e seus componentes;
Perceber os diferentes tipos de solo;
Refletir sobre a relação de interdependência entre os seres vivos
(animais e vegetais) e os minerais.
Material:
•
•
•
•
•
Amostras de rochas;
Amostras de solos;
Água;
Lupas;
Tabela para anotação das observações (sugestão abaixo).
2 – Levantamento de hipóteses
Que diferenças podemos perceber nas amostras de solos disponíveis?
3 – Experimentação
57
Para esta atividade é importante que o professor tenha amostras de
diferentes tipos de solos. Não é necessária uma variedade grande. Mas, para
que a atividade seja produtiva, é fundamental ter solos arenosos, argilosos,
com presença de matéria orgânica, por exemplo
Sugerimos que os professores façam com seus alunos uma coleção de
rochas, para montarem seu laboratório. Observar as características das rochas
auxilia a compreensão dos alunos sobre as diferenças dos solos.
Organize os alunos em grupos para que possam observar, molhar e
tocar as amostras de solo percebendo melhor: sua cor, cheiro, textura,
absorção ou retenção de água, presença de matéria orgânica, se possui brilho
ou não... Dessa forma poderão diferenciar os tipos de solo e classificá-los.
Suas observações poderão ser registradas numa tabela como a que
sugerimos:
Tipo
de solo
Cor
Textura
Possui de
matéria
orgânica?
Tem brilho?
Dá forma
quando úmido?
1
2
3
4
Oriente os alunos a compararem as amostras de solos e estimule-os
observarem com a lupa, a cheirá-lo, a fazer bolinhas e cobrinhas com o solo
molhado... Assim ficará mais fácil perceber suas diferenças e semelhanças.
Não deixe de questioná-los sempre que possível, fazendo perguntas como: Por
que com determinados tipos de solo conseguimos fazer bolinhas e com outros
não? Por que possuem cores diferentes? Alguns têm brilho e outros não, por
quê?
4 – Discussão Coletiva:
Após o registro das observações, cada grupo deverá compartilhar com a
turma suas conclusões. Neste momento a condução do professor será
fundamental para sistematizar as conclusões dos alunos e fazer o registro
coletivo de suas descobertas.
Os alunos precisam perceber que o solo possui diversos componentes
que variam de um lugar para outro, por isso apresenta cores e texturas
diferentes. Além disso, sua formação se dá por um processo muito demorado,
imperceptível aos nossos olhos.
Outro aspecto importante a ser ressaltado com os alunos é a ação do
homem no solo. O desmatamento, as queimadas, a utilização indevida de
produtos químicos na lavouras, o lixo, dentre outros, comprometem a qualidade
do solo e, consequentemente, a nossa qualidade de vida.
58
5- Registro
No momento da discussão coletiva, o professor deverá registrar as
conclusões dos alunos, organizando as idéias na lousa e complementando-as.
Cada aluno deverá, então, copiar tais conclusões no caderno.
O CICLO DAS ROCHAS (Texto de apoio ao professor)
As rochas terrestres não constituem massas estáticas. Elas fazem parte de um planeta
cheio de dinâmica (variações de temperatura e pressão, abalos sísmicos e movimentos
tectônicos). Da mesma forma, as atividades de intemperismo causam constantes alterações
sobre as rochas.
As rochas ígneas superficiais da Terra (A) sofrem constante intemperismo, e
lentamente reduzem-se em fragmentos (B), incluindo tanto os detritos sólidos da rocha original
como os novos minerais formados durante o intemperismo. Os agentes de transporte
redistribuem o material fragmentado sobre a superfície, depositando-o como sedimentos, que
se transformam em rochas sedimentares (C). Estas, por aumento de pressão e temperatura
geram as rochas metamórficas (D). Aumentando a pressão e a temperatura até determinado
ponto, ocorrerá fusão parcial e novamente a possibilidade de formação de uma nova rocha
ígnea (E), dando-se início a um novo ciclo.
Baseando-se em critérios genéticos, ou seja, como é seu modo de formação na
natureza, a maioria das rochas podem ser classificadas em 3 grandes grupos:
1. Rochas Magmáticas, Eruptivas ou Ígneas - São aquelas resultantes da consolidação do
magma (material ígneo que está no interior do globo terrestre). Quando a consolidação do
magma ocorre em subsuperfície formam-se rochas plutônicas. Ex.: Granito. Quando ocorre em
superfície (lava vulcânica) formam-se rochas magmáticas extrusivas. Ex.: Basalto.
2. Rochas Sedimentares - Resultam da deposição de detritos de outras rochas (magmáticas
ou metamórficas), ou do acúmulo de detritos orgânicos ou ainda, da precipitação química. Ex.:
Arenito, Calcário, etc.
59
3. Rochas Metamórficas - Resultam da transformação de outras rochas preexistentes, agora,
sob novas condições de temperatura e pressão. Ex.: Mármore, Gnaisse, etc.
O QUE É SOLO? (Texto de apoio ao professor)
O que é solo? Como ele é formado? Certamente os alunos darão as respostas mais
variadas e responderão às perguntas feitas pelo professor, mas muitos elementos deverão ser
introduzidos a partir do conhecimento do grupo.
Será necessário ressaltar que o solo, também chamado terra, tem grande importância
na vida de todos os seres vivos do nosso planeta, assim como o ar, a água, o fogo e o vento. É
do solo que retiramos parte dos nossos alimentos e que sobre ele, na maioria das vezes,
construímos as nossas casas.
O solo é formado a partir da rocha (material duro que também conhecemos como
pedra), através da participação dos elementos do clima (chuva, gelo, vento e temperatura), que
com o tempo e a ajuda dos organismos vivos (fungos, liquens e outros) vão transformando as
rochas, diminuindo o seu tamanho, até transformá-la em um material mais ou menos solto e
macio, também chamado de parte mineral.
Mas, como os seres vivos ajudam na formação dos solos? Logo que a rocha é alterada
e é formado o material mais ou menos solto e macio, os seres vivos (animais e vegetais) como
insetos, minhocas, plantas e muitos outros, assim como o próprio homem, passam a ajudar no
desenvolvimento do solo.
Eles atuam misturando a matéria orgânica (restos de vegetais e de animais mortos)
com o material solto e macio em que se transformou a rocha. Esta mistura faz com que o
material que veio do desgaste das rochas forneça alimentos a todas as plantas que vivem no
nosso planeta.
Além disso, os seres vivos quando morrem também vão sendo misturados com o
material macio e solto, formando o verdadeiro solo.
Deste modo o solo é representado pela seguinte expressão:
Material de Origem – rocha, restos vegetais e animais...
Clima – chuva, temperatura (sol), vento...
Tempo – centenas de anos, milhares de anos...
Relevo – montanhoso, plano, ondulado.
Organismos – insetos, bactérias, mamíferos, plantas...
O solo ou terra como também é chamado, é composto de quatro partes: ar, água,
matéria orgânica (restos de pequenos animais e plantas) e parte mineral que veio da alteração
das rochas, ou seja, a areia da praia, o barro que gruda no sapato e o limo que faz as crianças
escorregarem.
Estes quatro componentes do solo se encontram misturados uns aos outros. A
matéria orgânica está misturada com a parte mineral e com a água.
A FORMAÇÃO DO SOLO (Texto de apoio ao professor)
O solo é o resultado de algumas mudanças que ocorrem nas rochas. Estas mudanças
são bem lentas, sendo que as condições climáticas e a presença de seres vivos são os
principais responsáveis pelas transformações que ocorrem na rocha até a formação do solo.
Para entendermos melhor este processo, acompanhe atentamente a seqüência abaixo:
1- Rocha matriz exposta.
2- Chuva, vento e sol desgastam a rocha formando fendas e buracos. Com o tempo a rocha vai
esfarelando-se.
3- Microrganismos como bactérias e algas se depositam nestes espaços, ajudando a decompor
a rocha através das substâncias produzidas.
4- Ocorre acúmulo de água e restos dos microrganismos.
5- Organismos um pouco maiores como fungos e musgos, começam a se desenvolver.
60
6- O solo vai ficando mais espesso e outros vegetais vão surgindo, além de pequenos animais.
7- Vegetais maiores colonizam o ambiente, protegidos pela sombra de outros.
8- O processo continua até atingir o equilíbrio, determinando a paisagem de um local.
Todo este processo leva muito tempo para ocorrer. Calcula-se que cada centímetro do solo se
forma num intervalo de tempo de 100 a 400 anos! Os solos usados na agricultura demoram
entre 3000 a 12000 anos para tornarem-se produtivos.
Processo de formação de solos
Chama-se de perfil do solo a seção vertical que, partindo da superfície, aprofunda-se
até onde chega a ação do intemperismo, mostrando, na maioria das vezes, uma série de
camadas dispostas horizontalmente (horizontes).
A natureza e o número de horizontes variam de acordo com os diferentes tipos de solo.
Os solos geralmente não possuem todos esses horizontes bem caracterizados, entretanto, pelo
menos possuem parte deles.
Solos mais argilosos são derivados de rochas com grande quantidade de minerais feldspáticos
enquanto solos arenosos provêm de quartzitos ou rochas sedimentares como arenitos.
HORIZONTES DO SOLO
Horizonte O: camada orgânica superficial. É constituído por detritos vegetais e substâncias
húmicas acumuladas na superfície, ou seja, em ambientes onde a água não se acumula
(ocorre drenagem). É bem visível em áreas de floresta e distingui-se pela coloração escura e
pelo conteúdo em matéria orgânica (cerca 20%).
Horizonte A: camada mineral superficial adjacente à camada O ou H. É o horizonte onde
ocorre grande atividade biológica o que lhe confere coloração escurecida pela presença de
matéria orgânica. Existem diferentes tipos de horizontes A, dependendo de seus ambientes de
formação. Esta camada apresenta maior quantidade de matéria orgânica que os horizontes
subjacentes B e C.
Horizonte B: camada mineral situada mais abaixo do horizonte A. Apresenta menor
quantidade de matéria orgânica, e acúmulo de compostos de ferro e argilo minerais. Ocorre
concentração de minerais resistentes, como quartzo em pequenas partículas (areia e silte). Éo
horizonte de máximo acúmulo, com bom desenvolvimento estrutural.
Horizonte C: camada mineral de material inconsolidado, ou seja, por ser relativamente pouco
afetado por processos pedogenéticos, o solo pode ou não ter se formado, apresentando-se
sem ou com pouca expressão de propriedades identificadoras de qualquer outro horizonte
principal.
61
Horizonte R: camada mineral de material consolidado, que constitui substrato rochoso
contínuo ou praticamente contínuo, a não ser pelas poucas e estreitas fendas que pode
apresentar (rocha).
A presença dos vários tipos de horizontes mencionados está subordinada às condições
que regulam a formação e evolução do solo. Como as condições variam de acordo com as
circunstâncias do ambientes (material de origem, vegetação, clima, relevo, tempo) o tipo e
número de horizontes de um perfil de solo são diferentes.
situadas em determinado relevo e sujeitas à ação do clima e dos organismos vivos. Abaixo,
estão listadas as substâncias sólidas, líquidas e gasosas que compõem o solo.
Fonte: http://educar.sc.usp.br/ciencias/recursos/solo.html
62
Atividade 03 – Pintura com Solo
1 – Apresentação do problema
Desta vez a investigação é sobre um dos usos que o solo pode ter e que
vem sendo explorado há muitos anos, a pintura.
Normalmente pensamos que para fazer arte são necessários materiais
caros, mas não é bem assim. Atualmente, a idéia é usar a criatividade e
aproveitar os recursos que dispomos. Podemos fazer arte utilizando
basicamente os elementos da natureza como, por exemplo: sementes, flores,
pedras, folhas e... solo.
Utilizar estes elementos traz uma série de benefícios ao meio ambiente,
como a redução do consumo de produtos industrializados, além de despertar a
consciência ecológica nos alunos.
Além de divertida, esta atividade vai permitir as crianças perceberem as
diferentes tonalidades que apresentam as amostras de solo de que dispõem.
Em nosso caso, vamos usar tintas de solo e não apenas para pintar
como também para estudar. Através destas tintas, vai ficar mais fácil perceber
como os solos que, aparentemente têm cores muito parecidas, revelam-se bem
diferentes em contato com a água e o papel.
Conseguir as tintas de solo é bastante fácil! Você precisa apenas montar
seu estoque de cores, que com o tempo, pode ter uma grande variedade.
Coloque uma colher bem cheia de cada uma das amostras de solo peneirado
em potes depois acrescente a mesma quantidade de água, um pouco de cola
branca e misture bem. A quantidade de água pode variar de acordo com o tipo
de solo e a tonalidade da tinta que deseja.
Objetivos:
•
•
•
Fazer pinturas usando as todas as cores que se podem compor com os
tons naturais do solo, coletados pelos alunos;
Mostrar as outras possibilidades de conseguir cor a partir de materiais
naturais, como os índios que usam plantas e sementes;
Observar as características e comparar as tonalidades de tintas de solo
feitas pelos alunos.
Material:
•
•
•
•
•
•
•
Cola branca;
Papel craft;
Amostras de solo;
01 Peneira média;
Potes para confecção das tintas;
Pincéis;
Lupa (opcional);
2– Levantamento de hipóteses
O professor pode começar conversando com as crianças sobre as
pinturas e algumas formas de se conseguir a tinta. Quem saberia dizer como
as tribos indígenas da floresta podem fazer suas pinturas no corpo e em
63
vestimentas se eles não tinham tinta? De que forma poderiamos produzir tintas
usando os elementos da natureza, como o solo?
3 – Experimentação
Agora chegou a hora de ver a cor de cada amostra e os alunos podem
fazer isso criando belos desenhos. Use o pincel para pintar. As pinturas podem
ser feitas em pequenos grupos.
A observação da superfície pintada é outra atividade interessante. Na
pintura pode-se perceber a presença de pequenos fragmentos não dissolvidos
na água. Eis aí uma informação a ser discutida. Por que estes fragmentos não
dissolveram? Todas as tintas preparadas possuem a mesma quantidade de
fragmentos não dissolvidos? Por quê?
4 – Discussão Coletiva:
Feito isso, peça que as crianças apresentem aos demais as tintas
conseguidas com suas amostras. É interessante perceber quantos tons podem
surgir além de cores como o vermelho, amarelo ou preto.
O professor deve também ajudar os grupos a reparar na quantidade e
variedade de pequenos fragmentos que aparecem na página pintada com cada
amostra. Peça que retirem e observem. Podem inclusive usar a lupa.
Provavelmente são restos de matéria orgânica ou de minerais e constituem
mais uma informação sobre a amostra: a quantidade de pequenas partículas
que não se desmancham com a água.
5- Registro
Além de registrar toda atividade, principalmente como cada informação
nova sobre a amostra foi obtida, o professor pode sugerir que as crianças
montem um painel com uma tabela de cores e suas principais características.
Agora que já tem a tinta os alunos podem soltar a imaginação e criar
desenhos incríveis com os tons da natureza.
Listagem dos materiais necessários nas oficinas de Solos:
•
Amostras de solo (argilosos, arenosos, siltosos, com matéria orgânica...
Enfim solos de diferentes cores e características);
•
20 garrafas PET transparente para as amostras de solo e as tintas
•
Amostras de rochas (opcional)
•
Potes ou caixas para as amostras de solo (para os 5 grupos)
•
5 potes para água (com ponta fina)
•
20 revistas para recortar
•
5 caixas de giz de cera
64
•
30 folhas ofício
•
7 folhas de papel craft
•
5 tubinhos de cola
•
1 tubo de cola grande (para confecção das tintas de solo)
•
10 tesouras
•
5 estojos de canetinha
•
10 lápis nº 2
•
5 borrachas
•
25 pincéis finos
•
Pote grande de vidro para montagem dos horizontes do solo (este
material ficará de amostra nas oficinas, portanto será feito apenas um)
•
5 peneiras médias para coar os solos
TINTA DE SOLO
•
•
•
Para utilizar a tinta de solo na sala de aula, em atividades de arte, basta misturar bem:
Solo peneirado;
Água;
Um pouco de cola branca (apenas para aderir melhor no papel);
A tinta de solo pode ser usada também para pintar paredes. O modo de preparo e de
utilização da tinta você encontra na apostila “Cores da Terra”, elaborada pelo professor da
UFV, Anôr Fiorini de Carvalho.
65
Oficina 6: Papel Artesanal
Objetivo Geral:
Trabalhar consciência ambiental e ética, valores e atitudes dos alunos
(pensar globalmente, mas agir localmente). Relacionar arte e ciência,
quebrando a crença de que são incompatíveis. Alfabetização ambiental.
Caixa de Papel Artesanal incorporada ao kit do Pró-Ciência
Atividade 1: LIXO, PROBLEMA CAUSADO POR TODOS NÓS
O BICHO
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
Manuel Bandeira
66
1. Apresentação do problema:
Para introduzir o assunto, a professora pode pedir aos alunos que façam
uma lista em casa de todo o lixo que produziram lá no intervalo de um dia ou
de um fim de semana. Depois organizar um arrastão no pátio, depois do
recreio ou no quarteirão da escola com o objetivo de criar um amontoado de
lixo. Definir lixão e aterro sanitário. A professora deve levar tipos de lixos que
precisam de tratamento especial para complementar a coleta das crianças tais
como pilhas, baterias, stencil, seringas, lâmpadas fluorescentes, pneus e
outros.
Colocar, então, todos estes lixos amontoados em algum lugar e começar
a discutir o problema do lixo levantando questões: O que é o lixo? Quem
é/são o(s) responsável(eis) pela produção do lixo? Quanto de lixo a nossa
casa produz por dia? O que acontece com o lixo depois que o caminhão
da prefeitura o recolhe? Quais serão as conseqüências do lixão para o
solo e consequentemente para a produção de alimentos? O lixo pode
poluir a água?
Objetivos:
Reconhecer o lixo como um problema sério do mundo atual. Definir
responsabilidades diante deste problema, visto que é impossível viver sem
consumir.
Introduzir os temas: desenvolvimento, consumo e sustentabilidade.
Material:
•
•
•
•
02 pares de luvas
Lixos diversos
Foto de lixão
Foto de aterro
2. Levantamento de hipóteses
Incentivar o registro das idéias das crianças em relação aos tipos de
lixos, dando exemplos do cotidiano. Como classificam o lixo? Onde é produzido
o lixo em maior quantidade: em casa? Na escola? Nas indústrias? Que outro
lugar? Fazer desenhos de um lixão e de como imaginam um aterro sanitário.
Qual a diferença?
3. Experimentação
Após a definição dos tipos do lixo feita pelo professor no quadro, de
acordo com discussão inicial, cada grupo, com auxílio das luvas, tenta separar
e classificar (colocando cartazes) o lixo disponibilizado.
Depois de conferir os desenhos das crianças o professor apresenta as
fotografias sobre lixão, e o aterro sanitário. As crianças fazem as comparações
pertinentes com os seus desenhos e registram as observações.
67
4. Discussão coletiva:
O professor confere a classificação do lixo e os desenhos de cada grupo
e avalia. Os alunos fazem as correções pertinentes e registram as novas
observações e refazem os desenhos.
5. Registro das conclusões:
Após definir a forma de fazer os registros o professor organiza os
resultados no quadro a serem reproduzidos no caderno de cada aluno.
Exemplo :
Registro dos Resultados
Tipo de lixo
Cascas de batata
Folha de caderno
Copo quebrado
Classificação
Orgânico
Papel
vidro
Observação
Pode ser usado numa composteira
Podemos reciclá-lo aqui na sala de aula
É melhor que o plástico
Desafio: Identifique a fotografia
Atividade 2: O LIXO QUE NÃO É LIXO
1. Apresentação do problema:
Desafio: o que cada um pode fazer pra diminuir a produção do lixo? (discussão
dos 4 R’ s: repensar, reduzir, reutilizar, reciclar). Como identificar o lixo que não
é lixo? Depois da discussão sobre este assunto, o professor apresenta as
cores da coleta seletiva:
• Metais: amarelo: latas, em geral, cobre, pedaços de sucatas.
• Vidros: verde: garrafas, potes e frascos.
68
•
•
•
•
•
Plástico: vermelho: garrafas pets, embalagens, sacos, pedaços de
brinquedos e utensílios domésticos.
Papel: azul: papel, papelão, jornais, revistas, embalagens, caixas de
papelão, caixas de leite.
Orgânico: marrom: tudo aquilo que já foi vivo: restos de comidas,
cascas de frutas e legumes, pó de café.
Não-recicláveis: cinza: papel higiênico, papel plastificado, vidros
planos, absorventes, fraldas descartáveis, poeira.
Lixo tóxico: laranja: papel de fax ou carbono, stencil, embalagens de
agrotóxicos, de remédios, de combustíveis, remédios ou venenos, lixo
atômico, lâmpadas, baterias de celulares, pilhas, remédios vencidos,
herbicidas, restos de tintas de impressora e outras, fluidos automotivos.
Obs.: O lixo tóxico deve ser repassado à prefeitura, que é o órgão competente
para recolher e dar um destino apropriado a este material. O lixo orgânico pode
virar adubo, se for tratado.
Objetivos:
Desenvolver uma visão empreendedora e/ou de solidariedade com
entidades e meio-ambiente.
Material:
•
•
02 pares de luvas;
4 ou 5 caixas de papelão médias, de preferência do mesmo tamanho;
•
Papéis nas cores verde, amarela, vermelha, azul e laranja (para o caso dos
lixos tóxicos);
Identificar os nomes das empresas da cidade que comprem estes materiais ou
entidade beneficente que os venda;
•
2. Levantamento de hipóteses:
Registro através de texto sobre quais materiais que vocês conhecem que
podem ser reciclados?. Quanto material poderia ser recolhido num mutirão na escola?
Quanto dinheiro poderia ser recolhido vendendo o lixo? E outras hipóteses.
3. Experimentação
Cada grupo identifica as caixas com as cores apropriadas para a coleta
seletiva.
Fazer o mutirão de coleta seletiva na própria escola ou outro lugar, e ou,
aproveitar o material (lixo) da atividade anterior.
Avaliar o lixo recolhido de acordo com algum interesse particular. Por exemplo:
Na matemática: Investigar a quantidade de lixo recolhido e quanto lixo é
produzido por pessoa. Quantificar quantas lixeiras de coleta seletiva existem na
escola, na cidade, etc.
Na educação-física: exploração de ambientes tanto da escola, quanto da
comunidade, relacionando com o lixo.
Na escola: fazer arrastões uma ou duas vezes por mês depois do recreio e
observar se a quantidade de lixo aumenta ou diminui.
4. Discussão coletiva:
69
A discussão sobre a quantidade de lixo produzida por cada um de nós,
costuma ficar bem interessante. Outro assunto que deve motivar a discussão é a
quantidade de dinheiro desperdiçado quando se joga fora o lixo reaproveitável. Quais
as atitudes que cada aluno poderá adotar daqui para frente em relação a produção,
coleta, e trato do lixo?
5. Registro das conclusões:
Não se esqueça do registro sobre cada assunto tratado.
Exemplos:
Da classificação: A maior quantidade de lixo recolhido na escola foi papel, que
poderá ser reciclado.
Do valor: O lixo mais valioso é o metálico, mas a quantidade recolhida foi pouca.
Das atitudes: Falarei com a minha família para tentar aproveitar o lixo orgânico
numa composteira. Tentarei sempre separar o lixo para facilitar a coleta seletiva,
principalmente do lixo tóxico, como as pilhas.
Desafio: Indique um lixo
para cada lixeira
Atividade 3: ARTE E MEIO AMBIENTE – PAPEL MACHÉ
1. Apresentação do problema:
Desafio: Após separar o lixo que as crianças recolheram na escola, o
professor pegará o papel e perguntará: O que nós podemos fazer com o
papel que sobra das atividades escolares?
Objetivos:
•
Investigar materiais do lixo doméstico que poderiam ser reaproveitados
ou reciclados por nós mesmos.
•
Motivar a necessidade de economizar matéria prima, não só
minimizando os gastos como também reciclando a própria parte da
sujeira quando possível.
•
Analisar e motivar manifestações artísticas diversas como forma de
denúncia, reflexão e conscientização de problemas ambientais.
70
Material:
•
•
•
•
•
•
•
•
•
01·liquidificador (opcional)
papel e água
balde e bacias: rasa e funda
moldura de madeira com tela de nylon ou peneira reta
moldura de madeira vazada (sem tela)
jornal, feltro ou similar
pano (ex.: morim), esponjas ou trapos
varal e pregadores
prensa ou duas tábuas de madeira
2. Levantamento de hipóteses:
Registrar todas as respostas sobre a questão:
O que fazer com o papel que sobra das atividades escolares?
3. Experimentação
Preparando a polpa:
1. Separar o papel usado de acordo com o tipo, a cor e a gramatura;
2. Picá-los em pequenos pedaços;
3. Colocar de molho com água para amolecer;
4. Deixar descansando entre 3 e 4 dias
5. Bater no liquidificador por cerca de 10 segundos (para não danificar as
fibras); ou esfarelar com as mãos;
6. Coar com um pano, tirando o excesso de umidade;
Pronto! Guarde a massa em um pote bem coberto. Ela pode ser guardada por
alguns meses.
Podemos usar a criatividade agora.
Obs.: Para fazer objetos que exigem detalhes maiores, coloca-se cola ou grude
até chegar ao ponto de conseguir fazer uma bolinha com facilidade, e uma
colher de polvilho ou farinha de trigo.
Idéias: Os alunos podem construir um personagem de papel machê e depois
desenvolverem um texto com a história de vida destes bonecos.
Construa móbiles com temas dentro do contexto curricular (classificando
animais, plantas, etc)
4. Discussão coletiva:
Os alunos devem discutir e concluir sobre a importância de reciclar o
papel. Devem também discutir a facilidade ou dificuldade em preparar as
figuras e também sobre o que poderia ser melhorado na experiência.
5. Registro das conclusões:
Após definir a forma do registro das conclusões o professor coordena a
escrita no quadro. Por exemplo:
71
Do lixo utilizado: Para fazer a massa usamos o papel recolhido na escola.
Desafio: Identifique a figura.
Atividade 4: Papel artesanal
Objetivos específicos:
Além de trabalhar a percepção ambiental, sensibilidade, imaginação,
criatividade, intuição, o trabalho com as mãos desenvolve habilidade motora e
paciência.
Preparando a polpa:
1. Seguir os passos 1, 2 e 3 do papel machê
2. Deixar descansar por 24 horas
3. Bater no liquidificador por cerca de 10 segundos (para não danificar as
fibras)
Está pronta a polpa!!
Fazendo o papel:
4. Despejar na bacia e diluir com água
5. Colocar a moldura vazada sobre a moldura com tela
6. Mergulhar o conjunto verticalmente na bacia e deitá-la no fundo
7. Suspender horizontalmente e esperar o excesso de água escoar
8. Tirar a moldura vazada
9. Virar a moldura pra baixo sobre um jornal ou pano
10. Tirar o excesso de água com esponja ou trapos
11. Retire a moldura com tela e coloque outro pano ou 3 folha de jornal em
cima
12. Volte ao passo 5 e continue empilhando os papéis até o máximo de 11
camadas
Prensando o papel:
13. Para que o entrelaçamento das fibras fique mais firme e o papel mais
lisinho, ao terminar de empilhar as 11 camadas, coloque na prensa por
cerca de 15 minutos. Se não tiver prensa, improvise colocando um
pedaço de madeira com muito peso em cima.
14. Pendure as folhas de papel no varal até que sequem completamente
72
15. Depois de seco, deverão ser prensados novamente durante pelo menos
24 horas, para deixá-los mais lisos.
Efeitos decorativos:
• Efeito sanduíche: antes de tirar o excesso de água, colocar o que quiser
em cima do papel (flores, fios, barbantes, pétalas, etc) e depois colocar
outra folha de papel em cima. As duas se uniram formando uma só com
o enfeite no meio.
• Misture à polpa: linha, gaze, fio de lã, casca de cebola ou casca de alho,
chá em saquinho, pétalas de flores e outras fibras.
• Bata no liquidificador junto com o papel picado: papel de presente, casca
de cebola ou de alho.
• Alto-relevo: prensar o papel com rendas, folhas de arvores ou qualquer
outra coisa que possa dar forma à ele.
• Para ter papel colorido: bata papel crepom, guache, tinta ou anilina com
água e a polpa do papel no liquidificador. Tente também corantes
naturais com beterraba, flores de hibisco, taioba, urucum, solos, etc
• Flores secas de camomila, alecrim e outras fazem papeis perfumados.
• Grude sementes enquanto está molhado e dê de presente
Dicas ecológicas:
Reutilize sempre a água que sobrar da bacia para bater mais polpa
Para conservar a polpa que sobrou, esprema (como no papel machê) e
guarde em potes de plástico no congelador.
Evite embalagens de plástico. Prefira as de papel.
Obs.: Não se esqueça do registro ou produção de texto !!
Este registro pode ser feito abordando qual foi a parte mais fácil e qual a mais
difícil do processo de reciclagem. As crianças vão descrever os vários
procedimentos, os materiais usados, bem como o que escolheram fazer e
como ficou o resultado. Podem também escrever sobre a importância da
reciclagem.
Curiosidades:
Segundo a Universidade das Nações Unidas (UNU), um computador
comum (24 quilos, em média) emprega ao menos dez vezes o seu peso em
combustíveis fósseis (contribuindo para o aquecimento global) e 1.500 litros de
água em seu processo de fabricação. Esta relação supera, por exemplo, a dos
automóveis, que utilizam, no máximo, duas vezes o seu peso em matéria-prima
e insumos. Um único chip de memória RAM consome 1,7 quilos de
combustíveis fósseis e substâncias químicas para ser produzido, o que
corresponde a cerca de 400 vezes o seu peso. ∗∗
Algo a mais:
As maiores vantagens da reciclagem de papel são a economia de
recursos naturais, economia de água e energia e diminuição dos detritos
73
sólidos. Para termos uma idéia a economia de energia chega a 80%. A nível de
resíduos produzidos, as lamas resultantes dos efluentes podem, em alguns
casos, ser utilizadas como fertilizantes na agricultura. Além disso a reciclagem
de 1 tonelada de papel evita o corte de 15 a 20 arvores de médio porte.
Toda a matéria viva produzida pela natureza é decomposta rapidinho,
servindo ainda para gerar mais energia para as novas substâncias que serão
produzidas. Mas o ser humano é diferente: nós somos os únicos seres que
modificamos o meio que vivemos de forma significativa, produzindo coisas
artificiais, que podem levar muito tempo para decompor: vidro, plástico,
isopor...
No Brasil, cada pessoa gera uma média de 1 kg de lixo por dia. Por ano,
55 trilhões de quilos. Estima-se que 35% do lixo poderia ser reciclado e 35%
virar adubo. Isto já representaria 70% a menos de lixo no mundo.
Cerca de 40% do lixo urbano é papel. Cada 100 kg de papel reciclado,
poupa em média 60 árvores adultas. A reciclagem de papel também gera
menos poluição da água (65%) e do ar (26%) do que a fabricação normal. Por
isso só já seria interessante reciclar o papel. Além disso, os méritos da
reciclagem, de forma geral, incluem o de reduzir o volume de lixo de difícil
degradação, o de contribuir para a economia de recursos naturais, o de
prolongar a vida útil dos aterros sanitários, o de diminuir a poluição do solo, da
água e do ar e o de evitar o desperdício, contribuindo para a preservação do
meio ambiente e manutenção da vida na Terra, além de criar empregos
(catadores de papel, de sucatas, donos de depósitos, etc). Quem não conhece
alguém que vive do lixo?
A Educação Ambiental pretende aproximar a realidade ambiental das
pessoas para que elas percebam que a dimensão ambiental impregna suas
vidas e que cada um tem responsabilidades sobre o que ocorre no ambiente.
Existe uma cultura de consumismo incrustada na nossa sociedade, e sabemos
que isto gera conseqüências sócio-ambientais graves... A educação ambiental
busca compreender tudo isto e, mais ainda, tenta produzir atitudes e mudanças
de comportamento e de hábitos de vida que respeitem a biodiversidade e os
direitos das gerações futuras...
O papel e o papelão podem levar de 3 a 6 meses para serem absorvidos.
- Um simples chicletinho pode levar 5 anos!
- Aquelas latinhas de refrigerante levam uma vida: de 80 a 100 anos!
- O plástico pode levar até 500 anos. Mas alguns, simplesmente, não se decompõem.
- E agora o vilão: o vidro fica um milhão de anos perturbando a natureza, dá para
acreditar? A gente nasce, morre e o vidro ainda está lá, firme e forte (pode cortar o pé
do seu ta-tá-tára-neto! )
Glossário
Lixo: sujeira, imundície. É todo e qualquer resíduo proveniente das atividades
humanos ou gerados pela natureza em aglomerações urbanas. Pode ser
74
definido também como aquilo que ninguém quer. Esta palavra, em geral,
refere-se à materiais no estado sólido. Os líquidos e os gases inúteis são
chamados geralmente de resíduos.
Reciclagem: quando o lixo é tratado como matéria-prima que será
reaproveitada para fazer novos produtos. Pressupõe transformação física ou
química.
Coleta seletiva: é o termo utilizado para o recolhimento em separado dos
materiais que são passíveis de serem reciclados presentes no lixo doméstico.
Dentre estes podemos citar os diversos tipos de papéis, plásticos, metais e
vidros. Um sistema de recolhimento de materiais recicláveis previamente
separados na fonte geradora evita a contaminação dos materiais
reaproveitáveis, aumentando o valor agregado destes e diminuindo os custos
de reciclagem.
Compostagem: é o conjunto de técnicas aplicadas para controlar a
decomposição de materiais orgânicos, com a finalidade de obter, no menor
tempo possível, um material estável, rico em húmus e nutrientes minerais,
enfim um ótimo adubo. Assim, a terra fica mais fofinha, retém mais água e
favorece o crescimento das plantas.
Aterro sanitário, é um buracão forrado com lonas de plástico. Depois de
jogar o lixo, passa uma a área é recoberta com uma camadinha de terra para
evitar a festa de moscas, ratos e urubus. Os gases e o chorume (aquele líquido
preto e fedido que escorre do lixo) são coletados e tratados para não
contaminar os lençóis freáticos (as águas subterrâneas).
Bibliografia:
http://www.recicloteca.org.br
Escola Sustentável – Lucia Legan
75
Oficina 7: Brincando com o lixo
Atividade 1: Brincando com o lixo
1. Apresentação do problema
O lixo compromete a qualidade do ar, do solo, das águas superficiais e
subterrâneas e, dessa forma, da qualidade de vida. A adoção de práticas de
coleta seletiva do lixo e o uso da técnica de compostagem reduzem esses
danos ambientais. Além disso, a partir do lixo pode-se fazer inúmeros objetos,
utensílios, brinquedos, arte e adubo natural. Mas como podemos fazer tudo
isso a partir do lixo que jogamos fora?
Esta oficina, construída sobre a perspectiva metodológica do Projeto
Mão na Massa, tem como objetivo principal sensibilizar as crianças em relação
à problemática do lixo, aumentando sua percepção sobre o meio ambiente e
levando-as a refletir quanto às questões ambientais, principalmente as que
envolvem o lixo.
As atividades sugeridas abordam o conceito de reciclagem, reutilização
e coleta seletiva de lixo. Assim, as atividades buscam despertar discussões
através da observação de fatos e imagens que poderiam passar despercebido.
Bibliografia: Revista Professor Sassá; www.arvindguptatoys.com/toys.html e
criações próprias.
2. Levantamento de hipóteses
•
•
•
•
•
Será que todo o lixo que jogamos é lixo? Não tem utilidade nenhuma?
Quais são os produtos que compõem o lixo?
Quanto tempo cada tipo de material leva para se decompor?
Quais são os problemas causados pelo lixo?
O que podemos fazer com o lixo?
3. Experimentação
Esta atividade trabalhará com a temática lixo, abordando o que podemos
fazer com o lixo reciclado. Além disso, serão abordados assuntos importantes
como: diferentes componentes do lixo, tempo de decomposição de cada tipo de
material e problemas advindos com o lixo.
A partir do lixo comumente encontrado nas escolas, as crianças poderão
confeccionar brinquedos como:
76
3.1. Boneco de Tampinhas
O que você precisa:
• 43 tampinhas plásticas pequenas e 1 tampinha plástica grande
• Copinho de danoninho
• Barbante ou linha de pescar
• Tinta
• Pincel
• Tesoura ou prego
Como fazer:
1. Perfure todas as tampinhas no centro com auxílio de uma tesoura ou prego,
exceto as tampinhas da extremidade das pernas e braços que possuem dois
furos.
2. Monte cada membro separadamente. Passe o barbante ou a linha de pescar
nas tampinhas da extremidade, de modo que nas demais será passado um
fio duplo.
3. Utilize 7 tampinhas para cada braço, 10 para cada perna e 9 para o corpo.
4. A cabeça será o copinho de danoninho e a tampinha plástica grande será o
chapéu.
5. Desenhe os olhos e a boca.
77
3.2. Carrinho
O que você precisa:
• 1 garrafa Pet de 2 litros
• 4 tampinhas plásticas grandes
• 5 tampinhas plásticas pequenas
• 2 palitos de madeira
• 1 caixinha de fósforo
• Canudinho
• Tinta
• Pincel
• Cola quente
• Tesoura
Como fazer:
1. Fure a garrafa nas laterais, na região depois do gargalo e antes da base, de
maneira que os palitos a atravessem por inteiro, formando os eixos das
rodas.
2. Fure as tampinhas de plástico e encaixe-as nos palitos, de forma que as
tampinhas menores fiquem do lado de dentro e as maiores para fora.
3. Faça o motorista do carrinho com a caixinha de fósforo: desenho os olhos e
a boca.
4. Com o canudinho faça os braços e as pernas.
5. Faça o volante com uma tampinha de plástico e um pedaço de palito de
madeira.
6. Decore o carrinho e prenda o motorista, bem como seus braços no volante
com cola quente.
78
3.3. Automóvel
O que você precisa:
• Bola de isopor com 5 cm de diâmetro
• 2 garrafas Pet de 2 litros
• 4 garrafas Pet de 500 ml
• Estilete
• Pincel
• Tinta
• Tesoura
• Caneta
Como fazer:
1. Usando a tampa da garrafa Pet como molde, defina as áreas que serão
encaixadas as rodas, nas laterais da frente e trasseira da garrafa de 2 litros,
deixando os círculos paralelos.
2. Aproveite e faça um círculo com 4 cm de diâmetro no centro da garrafa, para
posicionar a bola de isopor posteriormente.
3. Para as rodas, utilize as garrafas de 500 ml. Use como referência os vincos
da garrafa e faça 10 cortes paralelos no sentido vertical. Reserve 2 cm e
corte a base da garrafa.
4. Vire a parte inferior para cima. Curve os 2 cm para dentro da garrafa para
formar a roda.
5. Para os eixos das rodas, corte o gargalo e a base da outra garrafa de 2
litros. Depois, corte ao meio no sentido vertical.
6. Enrole os eixos e encaixe as rodas.
7. Pinte a parte interna das
rodas com tinta preta.
Para o carro e a cabeça
do boneco de isopor use
as tintas coloridas.
8. Cole a cabeça no orifício
do carro.
79
3.4. Nega Maluca
O que você precisa:
• 1 garrafa plástica de 2 litros
• Folhas de jornal
• Fita Crepe
• Cola branca
• Tinta
• Pincel
• 4 rolos de papel higiênico
• Cola quente
• Tesoura
Como fazer:
1. Amasse uma folha de jornal formando uma
bola. Encape-a com mais três folhas, uma
colocada sobre a outra, aperte bem e
prenda tudo com fita crepe.
2. Fixe a bola (cabeça) na garrafa com fita
crepe.
3. Prepare 2 tiras de jornal enroladas e
amassadas com cerca de 20 cm de
comprimento e 2 cm de largura cada uma,
formando os braços da boneca.
4. Com fita crepe, prenda os braços à garrafa.
5. Para os seios, faça 2 bolas no tamanho de um limão e prenda-as na garrafa.
6. Passe cola na garrafa e forre-a com folhas de jornal.
7. Corte os rolos de papel higiênico em 3 partes cada um e pinte-os de preto.
Com cola quente, aplique-os ao redor da cabeça e na parte de trás para
formar os bobes.
8. Pinte o rosto e os braços com tinta marrom para fazer a base. Dê forma aos
olhos e à boca da boneca com traços à mão livre.
9. Desenhe listras grossas no corpo. Para os detalhes da roupa, desenhe
corações, bolinhas e listras.
80
3.5. Avião
O que você precisa:
• 1 caixa de suco
• 2 caixas de leite
• 2 caixas de creme dental
• 3 tampinhas plásticas pequenas e 2 grandes
• Arame
• Palito de madeira
• Tesoura
• Cola quente
• Tinta
• Pincel
Como fazer:
1. Pegue as caixas de creme dental e com ajuda de uma tesoura faça um
buraco em uma delas da largura da caixa. Encaixe uma na outra, de modo a
formar a hélice.
2. Fure o centro da hélice e passe um palito de madeira, fixando em uma das
extremidades uma tampinha plástica.
3. Pegue uma caixa de leite e corte tiras arredondadas até sua metade. Faça
um furo no centro da caixa de leite e fixe a outra extremidade do palito de
madeira da hélice.
4. A caixa de suco permanece intacta. Encaixe-a na face que contém as tiras
arredondadas da caixa de leite.
5. Pegue outra caixa de leite e faça as asas laterais superiores e inferiores e a
asa posterior do avião.
6. Fixe as asas na caixa de
suco, utilizando cola quente
nas asas laterais e palito de
madeira na asa posterior.
7. Para cada roda utilize uma
tampinha plástica pequena
e outra maior, presas ao
arame.
8. Encaixe as rodas em baixo
da asa lateral inferior.
81
3.6. Turbina Estrela de Canudinho
O que você precisa:
• 3 canudinhos de cores diferentes
• 1 canudinho de diâmetro grande
• Arame flexível
• Agulha
• Carga da caneta
• Tesoura
• Fita crepe
Como fazer:
1. Corte 3 pedaços de 6 cm cada do canudinhos de cores diferentes
2. Pegue 2 pedaços, dobre-os ao meio e corte com ajuda de uma tesoura as
quinas dos canudinhos, de maneira a formar um furo ao meio.
3. Pegue o canudo que não está furado e passe-o entre o furo de um dos
canudos furados, de modo a formar uma X.
4. Una as extremidades dos canudos e passe-as pelo furo do outro canudo,
formando uma estrela.
5. Faça um furo no centro da estrela e passe o arame. A estrela irá girar no
eixo do arame.
6. Utilize a carga da caneta somente para fazer o arremate do arame antes e
depois da estrela.
7. Pregue a outra ponta do arame no canudo longo e com diâmetro maior com
fita adesiva.
8. Assopre para fazer girar.
82
3.7. Robô
O que você precisa:
• 2 embalagens de ovos com tampa
• 1 embalagem (bandeja) de ovos
• Linha de costura ou de pesca
• Agulha para costura
• Tinta
• Pincel
• Cola quente
• Tesoura
Como fazer:
1. Faça o corpo e a cabeça do robô com
uma embalagem de ovos com tampa.
Reserve 3 fileiras de ovos para o corpo
e 1 e ½ para a cabeça.
2. Utilize outra embalagem com tampa
para as pernas. Corte ao redor de cada
compartimento de encaixe dos ovos,
totalizando 12 partes.
3. Encaixe-os 2 a 2 com cola quente, formando 6 unidades, 3 para cada perna.
4. Faça o mesmo para os braços.
5. Finalize cada braço e perna com um único compartimento de encaixe dos
ovos.
6. Costure as unidades das pernas e dos braços utilizando a linha de costura e
amarre-as ao corpo.
7. Pinte com tinta e deixe secar.
83
3.8. Boneco do barulho
O que você precisa:
• Lata de metal
• 2 tampinhas plásticas
• 2 pedaços de barbante de 30
cm
• Retalhos de E.V.A.
• Prego
• Martelo
• Tinta
• Pincel
• Cola quente
• Tesoura
Como fazer:
1. Com o martelo e o prego, faça dois
furos paralelos no centro da lata.
Fure também o centro das
tampinhas.
2. Corte uma tira de E.V.A. com 19 cm x 3 cm e arredonde as laterais.
3.. Passe um barbante em cada tampinha e dê um nó na ponta, fixando-as
atrás da tira de E.V.A., para formar os braços.
4. Depois, passe cada barbante do braço pelos seus respectivos orifícios da
lata. Dê um nó na ponta dos barbantes na parte inferior da lata.
5. Recorte um círculo de 7 cm de E.V.A. cor de pele ou utilize o diâmetro da
própria lata. Desenhe o rosto do boneco.
6. Decore o corpo do boneco usando as tintas.
7. Fixe a cabeça do boneco, bem como a região central da tira de E.V.A na lata
com cola quente.
84
3.9. Bichinhos e personagens
O que você precisa:
• Embalagens (bandejas) de ovos
• Tinta
• Pincel
• Cola quente
• Tesoura
• Retalho de E.V.A.
• Barbante
Como fazer:
1. Boneco: Corte 4 compartimentos de encaixe dos
ovos e encaixe-os 2 a 2 com cola quente. Cole um
sobre o outro formando a cabeça e o corpo. Pinteos.
2. Gato: Corte 1 compartimento de encaixe dos ovos
para compor o corpo. Utilize outro compartimento e
mais duas porções que ficam levantadas quando
olhamos por baixo da embalagem para formar a
cabeça e as orelhas, respectivamente. Cole um
sobre o outro formando a cabeça e o corpo. Pinte.
3. Cachorro: Corte 2 compartimentos de encaixe dos
ovos e suas porções que ficam levantadas quando
olhamos por baixo da embalagem para formar a
cabeça com as orelhas e o corpo com as patas.
Cole um sobre o outro e pinte.
4.. Tartaruga: Corte um compartimento de encaixe dos ovos, de maneira a
fazer as 4 patas (que são as junções de um compartimento com outro) e a
cabeça da tartaruga (porção que fica levantada quando olhamos por baixo
da embalagem). Agora pinte.
5. Joaninha: Corte um compartimento de encaixe dos ovos. Utilize EVA para
as antenas e pernas. Pinte.
85
3.10. Fantoche
O que você precisa:
• Embalagem de ovos com tampa
• Tinta
• Pincel
• Cola quente
• Tesoura
• Retalho de E.V.A.
• Barbante
• Olhos articulados
Como fazer:
1. Recorte as partes da embalagem de ovo, como mostra a foto, deixando 3
pares para o corpo e um para os olhos.
2. Pinte a parte externa de uma cor. Deixe secar. Depois pinte a parte interna,
compondo a boca com a tinta vermelha.
3. Faça 2 orifícios na parte superior da embagem e fixe o cordão, que auxiliará
no manuseio do fantoche.
4. Recorte o E.V.A. para compor os dentes e as sobrancelhas. Fixe com cola
quente.
5. Aproveite e cole os olhos articulados.
86
3.11. Robô
O que você precisa:
• Caixa de suco
• 2 palitos de madeira
• Copinho de iogurte
• 2 rolos de papel higiênico
• 2 rolos de papel toalha
• 4 tampinhas plásticas
• Tinta
• Pincel
• Cola quente
• Tesoura
• Retalho de E.V.A.
Como fazer:
1. Utilize a caixa de suco para compor o corpo, o copinho de iogurte para a
cabeça e os rolos de papel para os braços e pernas.
2. Faça 4 orifícios nas laterais da caixa de suco, de modo que os palitos de
madeira atravessem toda a caixa e possa sustentar os braços e pernas.
3. Faça orifícios nos rolos de papel e os
articule aos palitos de madeira.
4. Finalize com tampinhas plásticas as
extremidades dos palitos.
5. Faça os olhos com retalho de E.V.A.
6. Fixe os olhos e a cabeça com ajuda da
cola quente no corpo.
7. Pinte-o.
87
3.12. Jacaré
O que você precisa:
• 1 garrafa Pet de 500 ml
• 1 caixa de leite
• 2 tampinhas plásticas
• Papelão
• Retalhos de E.V.A
• Barbante
• Tesoura
• Tinta
• Pincel
• Cola quente
Como fazer:
1. Faça um orifício do tamanho da boca da garrafa Pet na caixa de leite, que
representa o corpo do jacaré.
2. Dobre a garrafa Pet próxima à região do gargalo para formar a cabeça.
Encaixe-a no orifício da caixa de leite.
2. Utilize as tampinhas para os olhos e recorte pedaços de E.V.A no formato da
tampinha para compor as narinas e partes dos olhos.
3. Recorte no E.V.A os dentes, as 4 patas e a crista dorsal.
4. Faça a cauda de papelão, com cerca de 20 cm.
5. Pinte as partes e depois cole tudo com cola quente.
6. Utilize o barbante para compor o cabelo. Fixe-o logo atrás dos olhos.
88
3.13. Porta Escova de Dente
O que você precisa:
• Garrafa Pet de 500 ml
• E.V.A. ou papelão
• Tinta
• Pincel
• Tesoura
• Lápis
• Molde
Como fazer:
1. Posicione o molde no centro da garrafa
e marque a posição da boca com a caneta.
Recorte.
2. Seguindo o molde, recorte o bichinho e
os dentes no E.V.A. Recorte também os
olhos e o nariz.
3. Cole os dentes na porção inferior do
bichinho. Depois, cole-o na garrafa.
4. Decore utilizando as tintas.
Molde (tamanho real):
89
90
3.14. Serpente
O que você precisa:
• 5 rolos de papel higiênico
• Tinta
• Pincel
• Tesoura
• Cola quente
• Barbante
Como fazer:
1. Para a cabeça, corte um
triângulo no centro de uma das
extremidades do rolo, para compor
a boca. Desenhe os olhos.
2. Para a cauda, corte as laterais de uma das extremidades do rolo para formar
uma cauda que afina na ponta.
3. Os 3 rolos restantes compõem o corpo.
4. Decore os rolos de forma bem divertida.
5. Corte um pedaço de barbante e passe os rolos por ele.
4. Discussão Coletiva
O que aprendemos com esta atividade?
Você vê o lixo de outra maneira? O que mudou?
5. Registros
Além de registrar toda atividade, possibilitando o acompanhamento das
etapas da atividade e permitindo a construção de uma idéia final, o professor
deve sugerir que as crianças exponham seus brinquedos e apresentem a seus
colegas.
91
Oficina 8: Astronomia
O dia e a noite, o brilho das estrelas, o nascer do sol... Há tempos o
homem observa o céu. Mas, por que ele faz isso? Seria apenas fascínio? Seria
especulação? Seria pela necessidade de medir o tempo?
O estudo da astronomia está, desde a antiguidade, ligado ao
desenvolvimento do pensamento humano e permanece até hoje como desafio
à inteligência humana.
É bom que esse desafio seja lançado desde a infância a partir da
sensibilização da criança para a observação do céu.
Objetivos dessa oficina
Esperamos que as crianças atinjam alguns objetivos educacionais.
Desejamos que elas desenvolvam atitudes e valores e tenham a compreensão
de conceitos, leis, fatos e explicações de temas relativos à astronomia como:
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Valorização dos fenômenos naturais.
Disposição em ler, admirar, declamar e produzir textos que tratem de
astronomia.
Utilização de sucata na construção de modelos para compreensão de
conceitos.
Disposição para fazer suposições e pensar sobre elas.
Curiosidade e interesse em observar o céu.
Percepção da relação entre fonte luminosa, objeto e sombra.
Inferir a posição do Sol através do estudo da forma e tamanho das
sombras.
Percepção do conceito de astro luminoso e iluminado.
Compreensão dos movimentos de Rotação e Translação da Terra.
Compreensão da Terra como um sólido esférico.
Atividade 1: PERCEPÇÃO DO CÉU ATRAVÉS DA LEITURA
Desafios:
• Quantas músicas ou poemas você conhece que fazem referência aos
astros celestes?
Vocês vão precisar de:
• Letras de músicas, poemas e textos que destaquem o tema em questão.
Procedimento:
• Dar à turma oportunidade de pesquisar, ler, declamar, e produzir textos
que falem sobre o assunto.
• Expor releituras feitas pelos alunos das músicas, poemas e textos
pesquisados.
• Expor ilustrações feitas pelos alunos para cada texto lido.
92
Sugestão de poema a ser trabalhado:
Via Láctea
Olavo Bilac
“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso"! E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora! "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?”
E eu vos direi: "Amai para entendê-las:
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas".
Registrando suas conclusões:
Faça com que o aluno registre de diversas formas o tema trabalhado como, por
exemplo, através de desenho e produção de texto coletivo.
Atividade 2
AS SOMBRAS PROVOCADAS POR UMA LANTERNA E PELO SOL MUDAM
OU NÃO DE LUGAR?
Desafios:
• O que precisamos fazer para mudar uma sombra de lugar?
• Como se forma o dia e a noite?
Vocês vão precisar para os procedimentos 1, 2 ,3 ,4 e 5 de:
1 lanterna
Objetos de formas e tamanhos variados.
1 disco de papel (cartolina branca) de 30cm de diâmetro
1 luminária sem cúpula
1 bola para representar a Terra ou 1 globo terrestre
1 bola para representar a Lua
Jornais velhos
Barbante
Fita crepe
93
Procedimento 1: Brincando e produzindo sombras.
Coloque o disco de papel sobre a mesa e sobre ele os objetos de formas e
tamanhos variados.
Escureça a sala.
Utilize a lanterna para iluminar cada objeto separadamente
Ilumine o objeto pelos lados direito, esquerdo, pela frente, por trás, por
cima, de longe e de perto. Aproxime e afaste a lanterna do objeto.
A cada vez que iluminar um objeto observe e comente as diferenças
observadas nas sombras formadas como: de que lado é formada a sombra,
se é grande ou pequena, se corresponde ao formato do objeto, etc.
Registrando suas conclusões:
A que conclusão podemos chegar sobre o tamanho, a forma e a posição
das sombras que produzimos? Estimule os alunos a registrarem com
desenhos e textos o que foi observado e a perceberem que:
*O tamanho da sombra altera-se quando aproximamos ou afastamos a
lanterna do objeto.
* A forma da sombra é correspondente à forma do objeto.
* A sombra sempre se forma do lado contrário da fonte luminosa.
Procedimento 2: Mudando sombras de lugar.
Agora, ilumine novamente um objeto sobre o disco de papel e desenhe,
contornando com lápis, a sombra formada a fim de marcar o local onde foi
formada essa sombra.
Demonstre como mudar a sombra de lugar sem mover a lanterna.
Registrando suas conclusões:
O que foi preciso fazer para mudar a sombra de lugar sem mover a
lanterna? Deixe que o aluno perceba que é preciso girar o disco.
Procedimento 3: Descobrindo a posição do Sol através de uma sombra.
No pátio ou qualquer outro local ao ar livre peça que as crianças descubram
onde está o Sol observando apenas as sombras de seus corpos no chão.
Peça que respondam como é possível mudar a posição de suas sombras.
(A tendência é que as crianças mostrem que basta mudar seus corpos de
posição).
Peça então que observem algum objeto fixo nesse local e respondam
também como a sombra desse objeto pode mudar de posição já que esse
objeto não pode se mover.
Registrando suas conclusões:
Deixe que as crianças descubram que a Terra deve girar para que os objetos
fixos possam formar sombras em posições diferentes.
Explore com muitos desenhos o registro dessas observações. Depois utilize
também a produção de textos coletivos.
94
Procedimento 4:Eu sou o Sol, você é a Terra.
Deixe que as crianças explorem bastante seus próprios corpos para tentar
simular os movimentos da Terra que levam à formação do dia e da noite. Em
seguida realize a seguinte atividade:
• Numa sala bem escurecida, uma criança ficará no centro, segurando uma
luminária sobre a cabeça.
• Uma segunda criança segura uma bola ou um globo terrestre acima da
cabeça, enquanto gira apenas em torno da primeira criança. Cole nesta
bola em um dos lados um boneco para representar um morador da Terra.
Observe se as sombras provocadas no globo mudam de lugar. Discuta.
• A segunda criança agora, deverá ao mesmo tempo em que gira em torno da
primeira criança, girar em torno dela mesma.
• Observe se as sombras provocadas no globo mudam de lugar e, se
mudam, observe por que isto acontece. Discuta.
Registrando suas conclusões:
• Observe e anote que tipos de movimentos foi necessário realizar para que
as sombras provocadas no globo mudassem de lugar. Justifique e ilustre
suas experimentações.
Procedimento 5: Utilizando material alternativo
movimentos de rotação e translação da Terra .
•
para
simular
os
Coloque para a criança o seguinte desafio: Como utilizar de forma criativa e
divertida materiais alternativos ( jornais, barbante, fita crepe ) para
demonstrar os movimentos de Rotação e Translação da Terra?
Registrando suas conclusões:
Espera-se que a criança amasse os jornais formando uma bola, utilize a fita
crepe para manter o papel nessa forma de bola, amarre o barbante e
demonstre os movimentos de rotação e translação da Terra utilizando essa
montagem e seu próprio corpo.
Peça que as crianças registrem na forma de desenhos e produção de texto
coletivo os conhecimentos adquiridos.
Leitura complementar para o (a) professor(a).
A luz se propaga no espaço e as sombras acontecem quando a luz
proveniente de uma fonte não atravessa o objeto. Dizemos nesse caso, que o
objeto é opaco. Logo, a sombra é um espaço escurecido que acontece quando
um objeto é colocado na frente da luz. O tamanho e a forma da sombra
correspondem ao tamanho e forma do objeto iluminado. Variando a posição da
fonte luminosa em relação ao objeto, é possível fazer as sombras se formarem
em diferentes regiões do espaço.
Do ponto de vista da ciência, dizer que a sombra nasce da luz significa
que ela precisa de luz, embora corresponda a um espaço não iluminado.
A Terra não está parada no espaço. Ela se movimenta em torno do Sol..
O movimento da Terra em torno do Sol é chamado de movimento de
Translação. A translação da Terra dura cerca de 365 dias. Isso significa que
uma volta completa do nosso planeta em torno do Sol corresponde ao ano
terrestre.
95
Temos a impressão de que o Sol é que gira em torno da Terra. Essa
impressão é causada pelo movimento de Rotação, no qual a Terra gira em
torno de si mesma, como um pião.
O movimento de rotação da Terra dura cerca de 24 horas. Isso significa
que uma volta completa da Terra em torno de si mesma corresponde a um dia
terrestre.
Quando a face da Terra em que estamos se volta para o Sol, podemos
ver esse astro no céu. Esse é o momento que conhecemos como Dia.
Quando a face da Terra em que estamos fica contra o Sol, não o vemos
mais no céu. Esse é o período escuro do dia, que conhecemos como
noite.
Divertindo-se em casa.
Desde antigamente os chineses se encantavam com a arte de brincar
com as sombras. Com certeza, até hoje esta é uma brincadeira muito divertida.
Então, em casa, convide sua família para esse momento de lazer.
Consiga uma lâmpada instalada num abajur sem cúpula, ou uma
lanterna. A parede do seu quarto serve de tela. O quarto deve estar escuro.
Com uma lanterna acesa e um quarto escuro, você poderá criar sombras
engraçadas. Quer ver? Você encontrará vários personagens em suas próprias
mãos e em alguns objetos.
Você poderá ainda recortar imagens de
personagens em cartolina.
Para dar mais clima às cenas, coloque um fundo musical. Divirta-se
Direcione a luz da lanterna para uma parede. Coloque as mãos entre a
lanterna e a parede e crie figuras diferentes.
Atividade 3: RELÓGIO DE SOL
•
•
•
Desafios:
Imagine: Todos os relógios do mundo desapareceram. O rádio e a TV não
informam mais as horas. Como você faria para combinar a hora de
encontrar seus amigos?
Uma pessoa que ficasse sozinha, por alguns dias numa caverna escura e
silenciosa, perceberia o tempo passar?
Em um relógio-de-sol, o que funciona como ponteiro?
Vocês vão precisar de:
• Um cabo de vassoura
• Uma lata vazia de tamanho médio
• Um pouco de massa preparada com cimento, areia e água.
• Uma garrafa PET cheia de areia
• Uma vareta de bambu ou outro material
• Um pedaço de papel cartão do tamanho de uma folha de papel A4 e um
pedaço de barbante de cerca de 50 cm.
• Um pedaço de madeira e um pedaço de barbante de cerca de 50 cm.
96
Procedimento: Construindo um relógio de sol
Com o material acima temos 4 opções diferentes para construir relógios -de
–sol:
1- Use a massa para fixar o cabo de vassoura dentro dela, mantendo o
cabo na vertical.
2- Fixe a vareta de bambu ou qualquer outra vareta dentro da
garrafa PET cheia de areia.
3- Dobre o papel cartão no sentido do comprimento, formando
um “L”. Amarre o barbante em um buraquinho feito em cada
uma das extremidades do papel , dando um nó nas partes
externas do barbante evitando que ele se solte. Abra agora o
papel formando um ângulo de 90 graus.
4- Construa com madeira uma estrutura em forma de “L” e
amarre o barbante como no modelo de papel.
Utilizando o relógio- de- sol
Coloquem a montagem numa área ensolarada do pátio.
• Observem a sombra do cabo de vassoura ou da vareta projetada no chão.
• Marquem o no chão o contorno da lata e da sombra do cabo de vassoura
ou da vareta.
• Repitam a marcação da sombra de 1 em 1 hora.
• De acordo com as sombras, aponte no céu o caminho que o Sol parece
percorrer.
• Para o relógio-de-sol de madeira ou de papel, você deverá posicionar o
relógio de maneira que as laterais da folha ou da madeira fiquem na direção
leste e oeste respectivamente. Assim, a parte vertical do relógio deve
permanecer à sua frente e você ficará de frente para a direção norte.
Marque as sombras projetadas pelo barbante
Registrando suas conclusões:
Procure desenhar e produzir texto sobre suas observações.
Leitura complementar para o(a) professor(a).
Podemos perceber a passagem do tempo por meio de mudanças que
observamos no ambiente, ou seja, essas mudanças são as referências para
marcar o tempo. São elas o nascer e o pôr-do-sol, a posição do sol no céu, a
mudança de posição das sombras, a transformação cíclica da forma aparente
da Lua, a floração de certas plantas, as chuvas ou secas, as cheias dos rios, o
amadurecimento de frutos...
É possível marcar a passagem do tempo pela mudança de posição do
Sol no céu e pela modificação das sombras, pois o comprimento e a posição
da sombra de um objeto sob a luz do sol se modificam ao longo do dia. Assim,
observando a posição da sombra de um objeto, podemos inferir a posição
aparente do Sol no céu. Provavelmente, a forma mais antiga de marcar o
tempo a partir do movimento aparente do Sol no céu tenha sido observar as
sombras de uma haste fincada no chão, na posição vertical. Essa haste foi
chamada de Gnômon, que, em grego, significa relógio de sol. Em um relógio de
sol, a sombra de uma haste funciona como ponteiro. Foi assim que os antigos
gregos, egípcios e astecas construíram os relógios de sol.
97
O funcionamento dos relógios se baseia em regularidades. Assim, a
comparação das sombras do gnômon em dias diferentes leva à constatação de
que, em um mesmo horário, essas sombras têm comprimentos diferentes. Em
tempo de calor, a sombra é mais curta. Em tempo de frio, é mais longa.
Isolados, sem podermos perceber os fenômenos naturais, privados
assim de referenciais externos como a alternância de dias e noites, por
exemplo, podemos ainda assim perceber o passar do tempo, pois sentimos
fome, sede, sono, unhas e cabelos crescem. Mas perdemos a noção de
quantos dias se passam.
Atividade 4
DE DIA EXISTEM ESTRELAS NO CÉU?
Desafio:
Por que não enxergamos as estrelas de dia?
Vocês vão precisar de:
Uma folha de papel branco.
Lápis de cera branco.
Tinta guache preta bem diluída em água.
Pincel ou pedaços de espuma.
Procedimento:
Use o lápis de cera branco para desenhar estrelas na folha de papel.
Usando o pincel, passe a tinta guache sobre a folha inteira, cobrindo o
desenho das estrelas.
Registrando suas conclusões:
Discuta bastante com as crianças o porquê delas não conseguirem enxergar
as estrelas desenhadas com giz branco sobre o papel branco. Faça relação
com o sol e as estrelas. Explique por que as estrelas apareceram após pintar o
papel com tinta preta. Compare com o surgimento da noite.
Leitura complementar para o (a) professor (a).
De noite e de dia
É interessante observar o comportamento diurno e noturno dos seres vivos: a
abertura e o fechamento de certas espécies de flores, o exalar de perfumes, a
maior atividade dos passarinhos durante o dia. Mas é à noite que as corujas
caçam ratinhos para se alimentar. As borboletas procuram o néctar das flores
durante o dia. E a vida das pessoas também acompanha a mudança do dia
para a noite? O que você mais gosta de fazer durante o dia? Onde bate sol
mais forte em sua casa? Em que horário? O nosso próprio comportamento
obedece a ritmos: hora de acordar, hora de dormir.
Hábitos noturnos fazem parte do conjunto de adaptações que facilitam a
sobrevivência de algumas espécies
E o brilho das estrelas? É interessante contemplar aspectos do céu e dos
astros. Não poder ver o Sol no céu em um dia nublado ou durante a noite
significa que ele desapareceu? Durante a noite as estrelas parecem pontinhos
de luz. As estrelas se apagam de dia? Esses acontecimentos são explicados
pela existência ou movimento de nuvens e pela rotação da Terra. As estrelas
98
que estão no céu durante a noite só podem ser vistas do outro lado da Terra ,
enquanto no lugar em que estamos é dia. As estrelas que estão no céu diurno,
e que não podem ser vistas devido à luminosidade do Sol, são aquelas outras,
que foram vistas à noite pelas pessoas que estão do outro lado da Terra.
Atividade 5
POR QUE NEM SEMPRE ENXERGAMOS A LUA?
O QUE FAZ A LUA MUDAR DE FORMA?
Desafios:
• A Lua desaparece durante o dia?
• A Lua tem luz própria?
• O que é preciso para que você consiga enxergar um objeto?
• O que significa “lua nova, crescente, cheia e minguante”?
Vocês vão precisar de:
• 1 caixa de sapatos lacrada tendo apenas um pequeno orifício que permita
olhar dentro da caixa.
• 1 bolinha de isopor menor que uma bola de ping-pong
• Durex
• CD e cópia da letra para ouvir e cantar a música A LUA de MPB4
Procedimento 1 : O que é preciso para que possamos enxergar um objeto
que não possui luz própria?
Faça previamente, sem que as crianças percebam, a seguinte montagem:
•
•
•
•
•
Faça um pequeno orifício na lateral menor de uma caixa de sapatos
com tampa.
• Coloque a bolinha de isopor presa com um durex dentro da caixa,
bem no centro de modo que possa ser enxergada pelo orifício.
Mantenha a caixa escura e bem fechada.
Mostre para as crianças essa montagem.
Peça para que olhem através do orifício, sem abrir a caixa, perguntando a
elas o que elas vêm lá dentro. Pergunte por que elas não conseguem
enxergar, já que foi afirmado que existe algo dentro da caixa.
Deixe agora que as crianças repitam a observação do interior da caixa
através do orifício, porém abrindo vagarosamente a tampa, deixando a
luz entrar bem devagar.
.
Registrando suas conclusões:
Leve as crianças a perceber que ao abrir vagarosamente a tampa da caixa, a
bola vai sendo iluminada, podendo assim ser enxergada. Pode-se até associar
com as fases da Lua. Ao se iluminar dentro da caixa, é como se a Lua
passasse da fase nova, pela crescente até chegar a cheia. Fechando
vagarosamente percebe-se a fase minguante até chegar a nova. Espera-se
também que a criança entenda que a bolinha só pode ser vista quando abrimos
99
a caixa, assim como a Lua só pode ser enxergada quando é iluminada pelo
Sol. Está se construindo aí o conceito de astro iluminado
Leitura complementar para o (a) professor (a)
Repare o que acontece com a Lua. Às vezes ela aparece no início da
noite, redonda feito uma bola. Às vezes aparece tarde da noite, fininha como
uma unha. De vez em quando, não aparece à noite, mas durante o dia bem
clarinha... Só podemos ver a Lua se ela estiver iluminada pelo Sol
A Lua não produz sua própria luz. O luar, essa luz prateada que vemos
iluminando o céu noturno e as paisagens da Terra, é a luz do Sol que a Lua
reflete lá no espaço. Por isso dizemos que a Lua é um astro iluminado
enquanto o Sol , assim como todas as estrelas, é um astro luminoso, pois tem
luz própria.
Procedimento 2: Observando as fases da Lua
Desafio:
A Lua sempre aparece igual no céu ou muda de forma? Como isso acontece?
Vocês vão precisar de:
• Radiografias velhas ou cartolina ou papel cartão.
• 1 retroprojetor
Procedimento:
Recorte, no centro de uma radiografia ou da cartolina retangular, um
circulo, ficando assim a radiografia vazada no centro.
Usar o retroprojetor para simular as fases da Lua, deslizando o circulo
recortado sobre a radiografia ou cartolina vazada.
Registrando suas conclusões:
Lembre-se de fazer as associações. O retroprojetor está representando o Sol.
O círculo brilhante projetado na parede representa a Lua e, o disco que você
desliza sobre a cartolina e que vai provocando a sombra sobre o círculo
projetado na parede, representa a Terra provocando sombras na Lua que
então muda aparentemente de forma.
100
Procedimento 3: Ouvir, cantar e discutir a música “A Lua “
A LUA
( MPB4 )
A Lua, quando ela roda,
é nova, crescente ou meia-lua, é cheia. (bis)
E quando ela roda minguante e meia,
depois é Lua novamente.
Quando ela roda é nova, crescente ou meia-lua, é cheia
E quando ela roda minguante e meia
Depois é Lua nova
Mente quem diz que a Lua é velha
Mente quem diz que a Lua é velha, mente quem diz...
Registrando suas conclusões:
O que o autor da canção quis dizer com “a lua roda”?
O que significa “lua minguate”?
O que significa o termo “minguar”?
FINALIZAÇÃO
Procure expor todas as produções dos alunos na sua escola, seja na
forma de desenhos ou textos. Estimule também a linguagem oral deixando que
eles expliquem de forma simples, às outras turmas os trabalhos realizados
durante o semestre.
Atenção: O período de desenvolvimento deste projeto de Astronomia é
estimado em um semestre letivo ou até um ano. Após realizar estas atividades,
os alunos estarão preparados para comprender melhor, as estações do ano, os
eclipses e muito mais...
Bibliografia consultada:
1- Ciências - Pensar e Viver Rosely Lembo e Isabel Costa- Ed. Ática
2- Ciências- Descobrindo o ambiente – Jordelina Lage, Nyelda Rocha e
Simone de Pádua- Ed. Formato.
3- Ciências - Wilson Paulino e Carlos Barros- Ed. Ática
4- Ciências Naturais- Olga Santana e Aníbal Fonseca- Ed. saraiva
5- O Céu- Rodolpho Caniato.
101
Oficina 9 – O Ar
Introdução
Alunos de 3 a 5 anos: o aluno se relaciona com o mundo pelos sentidos.
As atividades propostas lhe permitem desenvolver sua percepção, entre outras,
a tátil. Assim, o vento (ar em movimento) é uma primeira evidência de que o ar
existe. A fabricação planejada de objetos utilizando o vento pode ajudar a
estabelecer essa existência.
Alunos de 6 a 8 anos: a descoberta do mundo da matéria continua.
Foram encontradas matérias sólidas e líquidas. Foram manipuladas e
descobertas algumas de suas propriedades. Os alunos progressivamente
estabelecerão a existência de uma matéria que não é visível, que permite ser
conservada, que é capaz de se deslocar e mesmo de agir em estado imóvel.
Encontrarão essa matéria novamente quando estudarem os cinco sentidos ou
as manifestações da vida dos animais (condições para realizar uma criação,
estudo dos modos de deslocamento, como o vôo dos pássaros).
Nas 3a e 4a séries segue o estudo da matéria: o ar, seu caráter pesado.
Será estabelecido que o ar é pesado (que tem massa). Será encontrada outra
matéria invisível, o vapor de água. Constrói-se aos poucos a noção do estado
gasoso. Considerações sobre a adaptação dos seres vivos a seu ambiente
permitem que o ar seja considerado vital (respiração, circulação).
Nas séries finais do ensino fundamental: uma outra propriedade do ar é
colocada em evidência – a compressibilidade. O estudo do ar do ponto de vista
químico (combustão, modelo atômico) permite aprofundar o conhecimento da
matéria. O encontro com outros gases (oxigênio, gás carbônico) tanto na
química quanto nas ciências da vida permite progredir na construção da noção
de estado gasoso.
Por fim, estudos como o da fotossíntese dos vegetais e das condições
de criação de animais levarão a considerar o ar, como ambiente de vida.
Proposta da Oficina:
Objetivo do
conhecimento
A matéria
Conscientização da
existência do ar,
primeira manifestação
de uma forma de
matéria diferente do
sólido e do líquido (o
estudo da
materialidade do ar e
da construção do
estado gasoso é
resumido nas 3a e 4a
séries).
Objetivos deste documento
Competências
específicas
Ser capaz de evidenciar
que os espaços
freqüentemente
qualificados de “vazios”
estão cheios de ar. Saber
realizar e interpretar
algumas situações
simples em que se
percebe que:
– o ar é capaz de se
deslocar;
– o ar não desaparece e
não aparece.
Comentários
Com cinco anos os
alunos são capazes de
formular raciocínios
relativos à conservação
da matéria para
substâncias sólidas ou
líquidas; o objetivo é
incentivar os alunos a
construir raciocínios
análogos no caso do ar.
Baseia-se, em primeiro
lugar, em situações em
que o ar se manifesta de
maneira perceptível. O
102
Se der a impressão de
que desaparece de um
lugar é porque se
deslocou para outro
lugar. Saber que vento é
ar em movimento.
objetivo é reconhecer o
ar mesmo quando está
imóvel.
Conhecimento e habilidades que gostaríamos que fossem adquiridos ou
que estivessem em fase de aquisição pelos alunos no fim do módulo:
•
•
•
•
Saber diferenciar os estados da matéria por meio de algumas de suas
propriedades.
Começar a tomar consciência da existência de um novo estado da
matéria: o estado gasoso. O ar é matéria em estado gasoso.
Saber imaginar e em seguida implementar um roteiro experimental para
responder a um questionamento.
Colocar em prática as primeiras etapas de um trabalho experimental.
Observação: Este texto e os roteiros das atividades 1, 2 e 3 desta oficina
foram retirados, com pequenas modificações, do livro traduzido pela equipe do
Prof. Schiel, do CDCC da USP-São Carlos, disponível no livro on-line “Ensinar
as ciências na escola” http://educar.sc.usp.br/maomassa/
Atividade 1: O que tem dentro de cada saco?
1- Apresentação do problema
Com base em suas experiências pessoais, os alunos tentarão diferenciar
os diversos tipos de materiais, pelo toque, inclusive o ar. Desafio para os
alunos: O QUE TEM DENTRO DE CADA SACO?
2- Objetivo: O aluno tentará descobrir as características de cada material
através do tato e com base nos conhecimentos anteriores.
3-Materiais:
•
•
•
•
•
04 caixas de papelão
04 sacos plásticos
Balão de aniversário,brita, folhas verdes (ou areia).
Pincel atômico
Barbante
4-Preparação prévia pelo professor:
•
•
Preparar antecipadamente, quatro sacos de plástico, fechados com nó
na boca, contendo separadamente: um balão cheio de água, brita, ar
(encher um pouco antes de dar o nó na boca) e folhas verdes (ou areia).
Preparar 04 caixas previamente rotuladas (1, 2, 3, 4). Cada caixa deve
ter espaço suficiente para colocar um dos sacos plásticos preparados
anteriormente, com duas aberturas para que sejam manipulados sem
serem vistos pelos alunos. Veja figura.
103
•
•
O professor desafia os alunos para adivinhar o que há em cada um dos
sacos.
Organizar a turma para realizar a experiência, um a um.
Caixas desafio
5 – Levantamento de hipóteses
Depois que todos os alunos manipularam o conteúdo de cada caixa, eles
devem registrar o máximo de características do conteúdo de cada saco.
Sugerir aos alunos o registro das suas observações usando palavras como
mole – duro, leve – pesado, sólido-líquido. Eles também registrarão suas
hipóteses sobre o conteúdo de cada saco.
Na seqüência o professor registra no quadro todas as características
propostas pelos alunos. Os alunos adivinham logo o que é, mas antes da
confirmação, o professor deve explorar o vocabulário relativo às características
de cada saco.
6 – Experimentação:
A confirmação ou não das hipóteses é efetivada pela retirada dos sacos
das caixas e abertura dos mesmos.
7 - Discussão Coletiva:
A discussão coletiva, que já havia começado quando o professor
registrou no quadro as características propostas pelos alunos, é retomada após
a abertura dos sacos. Ao examinar o conteúdo de cada saco, o professor vai
questionando a turma se todas as características propostas e registradas no
quadro, estão adequadas.
Ao discutir o conteúdo da terceira caixa (o saco está vazio? O saco tem
ar?) pode-se destacar o estado físico (gasoso) e o volume ocupado.
8 – Registro:
O registro individual deve ser feito relatando toda a experiência, as
hipóteses e as descobertas a respeito de cada material, com ênfase para o ar.
Atividade 2 : Vamos encontrar o ar e pegá-lo num saco ?
1 – Apresentação do problema
Os alunos são incentivados a manipular, ou seja, a considerar como
matéria “a coisa” chamada de “ar”. Esta atividade consiste em realizar uma
104
experiência simples: abrir um saco de plástico, enchê-lo de ar e fechá-lo. O ar
existe e é matéria, pois pode-se pegá-lo e colocá-lo num recipiente.
2- Objetivos:
Conhecida a existência do ar e com base em suas experiências
pessoais, os alunos tentarão encontrar e capturar o ar, em diversos espaços da
escola. Estamos buscando construir o conceito do ar como matéria.
3-Materiais:
Um saco (ou sacola) plástico, vazio e sem furos, para cada aluno.
Uma bacia transparente com água.
4-Levantamento de hipóteses:
1. Posso pegar o ar e aprisioná-lo num saco?
2. O ar tem cor,cheiro,forma definida e volume?
3. Como provar que o saco não está vazio?
4. Tem ar no armário,no carro fechado e na geladeira fechada?
5. Na água dos rios e mares, tem ar?
6. Como é constituído o ar?
7. O que é ar rarefeito e onde encontrá-lo na natureza?
8. O que é o vento, pra que ele serve?
5 – Experimentação
Cada grupo definirá os locais onde seus membros vão coletar o ar (sala
de aula, atrás da porta, perto da janela, dentro do armário, pátio, geladeira,
etc.). Uma vez coletado o ar, devem fechar bem a boca dos sacos com nó
ou barbante. Em seguida os alunos colocarão sobre a mesa uma bacia
(transparente), com água e com as duas mãos segura o saco de ar
mergulhado na água . Um colega fura o saco de ar com a ponta do lápis ou
da caneta. Fazer um furo bem pequeno para o ar sair devagarinho.
6 – Discussão coletiva
Os grupos relatarão onde cada aluno foi pegar o ar e se conseguiram
encontrar ar em todos os lugares onde procuraram, eles deverão também
explicar a ocorrência das bolhas, na água.
Os grupos responderão às questões e o professor socializa a discussão
colocando as respostas no quadro.Os alunos devem registrar as respostas
corretas.
7 – Registro:
O professor solicitará dos alunos o registro final da atividade, que deverá
ser feito no caderno de experiências. Neste estágio o professor ajuda a
escrever corretamente o texto.
105
ATIVIDADE 3 : O ar ocupa lugar no espaço
1- Apresentação do problema:
Esta atividade trabalha três procedimentos que levarão os alunos a
concluir que o ar ocupa lugar.
2- Objetivos:
Levar o aluno a confirmação de que o ar ocupa espaço, através da
realização das atividades, de sua conclusão e da discussão coletiva.
3-Materiais:
• Frasco de plástico transparente (bacia, lata)
• Copos de vidro
• Rolha de cortiça
• Garrafa Pet
• Balão de aniversário
• Barbante
4- Levantamento de hipóteses:
• O ar ocupa lugar no espaço?
• Como você poderia provar que o ar ocupa lugar no espaço?
Observação: O professor vai construindo juntamente com os alunos as
hipóteses ao realizar a experimentação.
5- Experimentação:
1) O professor orienta os alunos a colocar água no frasco transparente e
jogar uma rolha dentro. Em seguida, emborcar um copo de vidro sobre a rolha.
Por que a rolha estava flutuando na água?
Por que a rolha foi empurrada para baixo?
2) Retire o copo sem deixar a água entrar dentro dele e cole com durex
um pedaço de papel no fundo do copo e o emborque novamente dentro da
água.
Peça aos alunos para observar se o papel ficou molhado e para dar sua
explicação sobre o ocorrido.
3) Nesta atividade o professor pode colocar o seguinte desafio: como
tirar o ar de um copo e colocar este ar noutro copo? Oriente os alunos para
fazer da seguinte forma: Coloque um copo na bacia, de boca para baixo (este
primeiro copo vai continuar cheio de ar). Com a outra mão, introduza outro
copo. Deixe o segundo copo encher-se de água, virando a boca para cima.
Segure o segundo copo acima do primeiro, de boca para baixo. Vá virando o
primeiro copo devagar, para deixar o ar escapar lentamente. Encha o segundo
copo com o ar do primeiro.
De que são bolhas?
Onde elas estavam?
Observe o que acontece e registre.
4) Encha de água uma garrafa pet e encha de ar um balão de
aniversário e amarre-o no gargalo da garrafa.
1- Como fazer o ar passar para a garrafa?
Vire a garrafa de boca para baixo com o balão sobre a mão esquerda e
segure a garrafa com a mão direita e observe.
1- Por que o ar não desce do balão para a garrafa?
2-Virando a garrafa de boca para baixo, por que a água desce?
Espere os alunos registrarem suas justificativas e depois socialize as
discussões para confirmar suas hipóteses.
106
6-Registro:
O professor deve exigir o registro individual como parâmetro para avaliar
a capacidade do aluno de observar, tirar conclusões, de se expressar e redigir.
Todas as atividades deverão ser descritas e deverão ser citadas
conclusões e justificativas para os fatos ocorridos sem perder de vista a faixa
etária dos alunos em questão.
Atividade 4: O ar exerce pressão
1-Apresentação do problema:
Esta atividade trabalha a pressão do ar por meio de três experiências
interessantes e de fácil realização.
2- Objetivos:
Deixar os alunos executarem a experimentação que comprovam a
pressão do ar.
3-Materiais:
• Copos de vidro
• Garrafa pet
• Agulha grossa ou prego
• Papel de revista ou caderno usado
4-Levantamento de hipóteses:
1- O ar exerce pressão?
2- O que é pressão?
3-O que é pressão atmosférica?
5-Experimentação:
1) Com o canudinho na vertical, mergulhe uma parte dentro d’água,
tampe a ponta de cima com o dedo e retire o canudinho, ele está com água.
Para deixar a água cair, é só destampar o canudinho. Por que isto
acontece?
Se você mantiver o dedo tampando o canudinho e mergulhá-lo
dentro d’água, a água entra?
2) Faça um furo bem em baixo da garrafa pet com uma agulha ou
prego com a garrafa cheia de água e tampada.
Por que a água não sai?
Retire a tampa e verá que a água sai. Por que isso acontece?
3) Encha um copo com água, coloque um papel na borda e aperte.
Em seguida vire o copo de boca para baixo e o segure.Retire a mão que
segurava o papel, conforme o desenho abaixo.A água não cai!!!
Por que a água não cai?
6-Discussão Coletiva:
A discussão coletiva deverá ser feita após cada experimentação.
7-Registro:
O aluno deverá registrar minuciosamente cada atividade
com as conclusões bem claras.
107
Atividade 5: Qual carrinho vai mais longe?
1 – Apresentação do problema
O ar existe e podemos conduzi-lo, então: vamos fazer um carrinho
movido a ar?
Objetivos:
Transferir o ar do balão através de uma mangueira, para deslocar um
carrinho. O objetivo é atingir uma distância máxima.
Materiais:
•
•
•
•
•
Carrinhos adaptados, com uma mangueira;
Balões de aniversário de diversos tamanhos (muitos vão estourar e será
preciso substituí-los);
01 pincel atômico;
Barbante;
Uma trena ou fita métrica para medir as distâncias percorridas.
2– Levantamento de hipóteses
Após apresentar o material disponível para a realização das
experiências, os grupos devem ficar a vontade para escrever as suas próprias
idéias sobre qual carrinho vai mais longe. Para atingir uma distância máxima
deve-se pensar na saída do ar: rápida ou devagar? Pensar em uma bexiga:
com ar de alta pressão (dura) ou pouca pressão (mole)? Encher muito ?
Escreva e desenhe suas hipóteses e BOA SORTE.
3– Experimentação
Cada grupo pode escolher somente um dos carrinhos para testes. Para
a escolha, deverão observar como foram feitos e como esses carrinhos
funcionam. Em seguida vão treinar com o carrinho para a grande competição
final, entre os grupos.
Procedimento sugerido:
•
•
Encher o balão com ar.
Segurar a saída do ar com o dedo indicador.
Carrinho Airton Senna
•
•
•
Posicionar no ponto de partida previamente marcado, e liberar o ar (não
pode empurrar o carrinho com a mão, apenas soltá-lo).
Medir a distância percorrida usando o barbante ou a trena.
Repetir o teste quantas vezes seja necessário para conseguir o nosso
objetivo, da maior distância.
108
A Competição Final:
Após cada grupo escolher um nome para a equipe, um representante é
convidado para competir. A corrida poderá ter a seguinte pontuação: 1º lugar 5
pontos, 2º lugar 4 pontos, 3º lugar 3 pontos, 4º lugar 2 pontos e 5º lugar 1
ponto.
A professora deve fazer um quadro para marcar os pontos. Podem fazer
5 (cinco) rodadas e somar os pontos no final, assim dá oportunidade para todos
participarem. Para identificar a classificação é aconselhável usar o barbante
e/ou a trena, para comparar as distâncias.
4 – Discussão coletiva:
O professor deverá discutir com os alunos a experiência. Os grupos vão
apresentar seus carros e expor para os outros a melhor forma de prepará-los,
explicando como conseguiram o efeito desejado, e a distância atingida.
Poderão inclusive testar uma “saída de ar adaptada”: um pedacinho de
mangueira mais fina que pode ser adaptado na saída de ar.
5 – Registro.
Não se esqueça da produção do texto ao final.
Anexo 01: Texto de apoio ao professor
O ar é matéria?
Após as primeiras atividades, pode ser realizado um primeiro balanço
em relação ao que foi descoberto sobre o ar: pode-se pegá-lo, encher um
recipiente com ele, transladá-lo (passá-lo de um recipiente a outro). Isso leva a
um primeiro passo rumo à caracterização de um terceiro estado da matéria: o
gás, que tem o ar entre seus representantes.
Este módulo tem dois objetivos: um em termos do saber a ser adquirido
no projeto e outro em termos do trabalho experimental e da autonomia.
Evidenciar experimentalmente a presença do ar no saco de plástico não
foi tão fácil como os alunos pensaram no início: para mostrar que o saco
contém algo bastaria furá-lo para que se esvaziasse.
Muitos alunos só conseguem entender o problema (o ar não cai na água
ao abrir o saco de plástico acima da bacia de água) depois de realizarem a
experiência. Muitas vezes o aluno aprende graças a um experimento que “não
funciona” (desde que as razões do fracasso sejam analisadas coletivamente) e
o professor deve sempre encorajar seus alunos a fazer as experiências que
imaginam. Quando se precisa tirar o ar da garrafa, os alunos pensam
rapidamente em enchê-la de água (para ver as bolhas). Os alunos colocam o
saco de ar em cima da garrafa e não entendem porque as bolhas não descem
para a garrafa. Eles só pensam em inverter o dispositivo (saco com ar em cima
da garrafa de água) durante a ação, ou seja, pensando com as mãos. A priori,
os alunos não pensam em colocar a garrafa em cima, pois acreditam que a
água vai cair e, assim, o experimento vai falhar. O interessante é que este
experimento raramente é realizado em sala de aula. Na maioria dos manuais
escolares a experiência sugerida aos alunos consiste em colocar a garrafa
109
diretamente em cima, o saco de ar em baixo, como se fosse evidente que seria
a única possibilidade.
Durante este módulo, os alunos realizaram com ar as operações feitas
correntemente com outras formas de matéria (pegar, transportar, conservar,
transvasar). Nem todos assimilaram a idéia da materialidade do ar, por isso
serão necessárias mais aulas, nas quais o ar será utilizado para encher
bexigas e garrafas, assim como para deslocar objetos quando escapa deles.
Este conceito da materialidade do ar pode ser construído apenas graças à
duração e à diversidade das situações. Deverão ser apresentadas outras
situações nas quais os alunos serão levados a sentir o vento, fazer perguntas
sobre o peso do ar (3a e 4a séries), assim como sobre a necessidade de sua
presença para os seres vivos (abertura desejável para outros ciclos sobre os
seres vivos).
Anexo 02: Texto de apoio ao professor
O AR
O ar é uma mistura de vários gases, vapor de água e partículas sólidas,
presentes na atmosfera. O nitrogênio, presente em maior quantidade, é
constituinte das proteínas. O oxigênio é utilizado principalmente na respiração
dos organismos. Em terceiro lugar está o grupo dos gases nobres, elementos
essenciais no metabolismo. O gás carbônico é utilizado principalmente na
fotossíntese (produção do alimento pelos vegetais). Em outros estão
agrupados vapor de água (que confere umidade ao ar) e partículas sólidas.
A poluição gerada nas cidades de hoje é resultado, principalmente, da
queima de combustíveis fósseis como, por exemplo, carvão mineral e
derivados do petróleo (gasolina e diesel). A queima destes produtos tem
lançado uma grande quantidade de monóxido e dióxido de carbono na
atmosfera. Estes dois combustíveis são responsáveis pela geração de energia
que alimenta os setores industrial, elétrico e de transportes de grande parte
das economias do mundo. Por isso, deixá-los de lado atualmente é
extremamente difícil.
Esta poluição tem gerado diversos problemas nos grandes centros
urbanos. A saúde do ser humano é a mais afetada com a poluição. Doenças
respiratórias como a bronquite, rinite, alergias e asma levam milhares de
pessoas aos hospitais todos os anos. A poluição também tem prejudicado os
ecossistemas e o patrimônio histórico e cultural em geral. Fruto desta poluição,
a chuva ácida mata plantas, animais e vai corroendo, com o tempo,
monumentos históricos. Recentemente, a Acrópole de Atenas teve que passar
por um processo de restauração, pois a milenar construção estava sofrendo
com a poluição da capital grega.
O clima também é afetado pela poluição do ar. O fenômeno do efeito
estufa está aumentando a temperatura em nosso planeta. Ele ocorre da
seguinte forma: os gases poluentes formam uma camada de poluição na
atmosfera, bloqueando a dissipação do calor. Desta forma, o calor fica
concentrado na atmosfera, provocando mudanças climáticas. Futuramente,
pesquisadores afirmam que poderemos ter a elevação do nível de água dos
oceanos, provocando o alagamento de ilhas e cidades litorâneas. Muitas
espécies animais poderão ser extintas e tufões e maremotos poderão ocorrer
com mais freqüência.
110
Apesar das notícias negativas, o homem tem procurado soluções para
estes problemas. A tecnologia tem avançado no sentido de gerar máquinas e
combustíveis menos poluentes ou que não gerem poluição. Muitos automóveis
já estão utilizando gás natural como combustível. No Brasil, por exemplo,
temos milhões de carros movidos a álcool, combustível não fóssil, que polui
menos. Teste com hidrogênio tem mostrado que num futuro bem próximo, os
carros poderão andar com este tipo de combustível que lança, na atmosfera,
apenas vapor de água.
O Vento
Estou vivo, mas não tenho corpo,
Por isso é que eu não tenho forma.
Peso eu também não tenho.
Não tenho cor.
Quando sou fraco
Me chamo brisa.
E se assovio
Isso é comum.
Quando sou forte
Me chamo vento.
Quando sou cheiro
Me chamo pum!
Bacalov/Toquinho/Vinícius de Moraes
111
Oficina 10: Flutua ou afunda?
Introdução
O tema água domina este texto. A importância dessa matéria em todas
as áreas científicas é evidente. A água é um importante componente do planeta
Terra e o ambiente natural de desenvolvimento de todos os organismos vivos.
Também sabemos que a água atrai os alunos de todas as faixas etárias.
Graças às suas propriedades (a água corre...), às transformações pelas quais
passa (mudanças de estado) e às que causa a outras substâncias (misturas,
soluções). Ela é empregada em grande número de atividades capazes de
ajudar o aluno a realizar as primeiras abstrações (a idéia de matéria e de
conservação, aproximação do estado líquido...). O tema da água volta ao longo
de toda a escolaridade.
Após uma primeira aproximação predominantemente sensorial na escola
maternal, o aprendizado continua nos anos seguintes, em que são enunciadas
as primeiras propriedades. Lembramos que o estudo das propriedades da água
continua até mesmo no ensino superior.
No começo da educação infantil, a pedagogia se baseia freqüentemente
em oficinas que utilizam materiais familiares. A parte “Oficinas sobre o tema
água” apresenta um exemplo da evolução dessas oficinas com alunos de 3 a 4
anos. Progressivamente, a criança adquire capacidades que lhe permitem
contemplar módulos de aprendizado compostos de aulas sucessivas e
articuladas entre si.
As relações entre água e seres vivos, que por si só merecem vários
capítulos das Ciências Naturais, posto que repor a água é condição para
diferentes processos metabólicos (funcionamento bioquímico dos organismos),
para processo de reprodução (em plantas e animais), para a determinação do
habitat e do nicho ecológico, no caso de seres vivos aquáticos.
Proposta do Programa:
Objetivo do conhecimento
1o ciclo
Descobertas sensoriais
Exploração das propriedades da
água pelos sentidos: cor, tato,
gosto.
Qualidade de vida
Reconhecimento de água limpa e
tratada.
Alguns
tratamentos
(filtração, ebulição).
Higiene
Uso de água e detergentes para
limpeza de materiais e do corpo.
Transformação dos materiais.
Estados físicos diferentes (sólido,
líquido, gás)
Objetivos deste documento
Qualquer projeto no qual trabalhamos
sem necessariamente ter vocação
científica, requer o uso de matérias
variadas. O professor deve escolher de
maneira ponderada.
Também se deve aproveitar ou provocar
situações, nas quais, o aluno deve agir
sobre a matéria para modificar suas
propriedades em função de seu projeto.
É o caso das atividades culinárias,
quando se precisa decidir sobre
acrescentar sal ou açúcar para alterar o
sabor de um preparo, farinha ou água
para modificar a consistência de uma
massa.
112
Conhecimento e habilidades que gostaríamos que fossem adquiridos ou
que estivessem em fase de aquisição pelos alunos no fim do módulo:
•
•
•
•
Saber diferenciar os estados da matéria por meio de algumas de suas
propriedades.
Relacionar água ao meio ambiente.
Saber imaginar e em seguida implementar um roteiro experimental para
responder a um questionamento.
Colocar em prática as primeiras etapas de um trabalho experimental.
Pré-testes
Incentivar o aluno a citar exemplos do cotidiano para constatar a
importância da água para: a vida, o transporte, o meio ambiente, a produção de
energia, etc.
No nosso cotidiano a água é muito importante para a vida. Sem água a
gente não consegue sobreviver muito tempo. Quanto tempo será que
conseguimos sobreviver sem beber água? Porque que a água é tão importante
para o nosso corpo?
Sabemos que a superfície da terra está ocupada por muita água.
Vejamos um globo terrestre. Quanta é a superfície da terra ocupada pela
água? Você não acha que o nosso planeta deveria se chamar Água? Porque a
terra é azul?
E o meio ambiente tem a ver com a água? Porque precisamos cuidar de
nossos rios? Quantos rios nós temos em nossa região? Eles dependem da
chuva? Como a chuva é produzida? E a chuva de granizo, todo mundo já viu?
O granizo é água também?
Em que outras atividades a água é importante: Na higiene? No
transporte? Já andou de barco? Já tomou banho de rio?
Atividade 1: Flutua ou afunda?
Material por grupo de 4 crianças
1 pote plástico transparente (de uns 5 litros de volume) ou bacia, com água.
Objetos variados trazidos pelas crianças.
Sugestões: Objetos do cotidiano das crianças, lápis, tubinho vazio de
caneta, tesoura, frutas e legumes diferentes trazidos de casa, pedras,
etc.
Procedimento
1. Peça que as crianças coloquem tudo o que trouxeram sobre a mesa e
discutam no grupo o que acreditam que vai acontecer a cada objeto ao ser
colocado na água, formulando um posicionamento coletivo, a opinião do
grupo.
ATENÇÃO: Isto deve acontecer antes da atividade experimental.
2. Em seguida, sugira que façam o registro individual. (Neste registro
individual elas poderão anotar sua própria opinião, independente do grupo.
Outra sugestão, é que o professor não participe desta primeira etapa, deixe
113
que as crianças façam as anotações sem qualquer tabela ou outra
formatação, o professor pode auxiliar num momento posterior, para
compreenderem a utilidade da tabela.)
3. Faça o registro coletivo no quadro para socializar a opinião de todos. Uma
sugestão pode ser a tabela 1 ou 2.
4. Faça o teste experimental com as crianças, cada grupo manipulando seus
objetos. (Você pode sugerir que o registro individual seja complementado a
partir das novas informações. Mas deixe claro que não é preciso apagar o
que colocaram inicialmente, mesmo que não tenha se confirmado, trata-se
da primeira impressão.)
5. Retome a discussão inicial observando item a item o que aconteceu e
preenchendo a última coluna da tabela. (Tome cuidado para não valorizar
demais erros e acertos. O mais importante é que fique clara a importância
da investigação.)
Sugestão de Atividade 1
a) Faça uma lista no quadro, com os objetos que “enganaram” alguém. Eles
provavelmente possuem alguma característica especial.
Sugestão de Atividade 2
a) Peça às crianças que observem os dois conjuntos de materiais, aqueles
que flutuam e aqueles que afundam. Como são os objetos que afundam? O
que eles tem em comum? E os objetos que flutuam? O que há em comum
entre eles? E o há de diferente entre os que afundam e os que flutuam?
(Uma ótima conclusão, seria que conseguissem associar o fato de que os
objetos que afundam são, em geral, muito pesados e/ou maciços e os que
flutuam são leves e/ou ocos.)
Sugestão de Atividade 3
a) Problematização: Será que as frutas e legumes quando cortados em
pedaços menores continuam se comportando da mesma forma que
inteiros?
b) Após uma discussão coletiva, cada grupo pode testar algum objeto em
particular e apresentar os resultados à classe.
Observação: Esta questão em particular varia muito com o pedaço cortado.
Lembre-se, o que define se um objeto flutua ou afunda é uma relação entre sua
massa e seu volume. Mas pode ser explorada a diferença entre o tomate inteiro
por exemplo, que possui uma área interna vazia o que permite grande volume
sem aumento de massa e um pedacinho, que deve ser maciço.
Sugestão de Atividade 4
a) Caso as crianças não tenham percebido que há objetos que quando flutuam
não ficam completamente dentro d’água (submersos) ou fora (emersos),
peça que façam alguns desenhos e, para isso, escolha objetos com esta
característica.
b) Problematização: O objeto tal, deve ser desenhado onde, flutuando no
fundo?
114
Sugestão de Atividade 5
Para a discussão coletiva ao final da aula, uma boa possibilidade é
representar a cuba em grandes dimensões e pedir que as crianças colem os
objetos onde eles ficaram no experimento. (Isso pode ser substituído pelo
nome do objeto ou por um desenho recortado com tesoura).
Neste momento pode surgir um impasse: algumas coisas como a
banana ou laranja, por exemplo, podem flutuar ou afundar dependendo do
exemplar, há diferenças da banana nanica para a prata por exemplo. Caso isto
aconteça, há duas soluções possíveis: uma seria explorar o objeto e suas
diferenças, mencionando que os dois tem o mesmo tamanho (volume) mas um
é mais pesado que o outro. Uma sugestão é pesar duas rodelas de mesmo
tamanho, a mais pesada será, certamente, a que afunda.
Outra possibilidade seria simplesmente explorar o fato de que alguns
objetos aparentemente iguais são, na verdade, diferentes.
Observação: Caso o professor opte por fazer uma ou mais das sugestões de
atividades, não esqueça de pedir que às crianças, ao fim de cada ação,
complementem o registro individual. Do mesmo modo, mencione todos os
resultados obtidos na discussão coletiva.
Tabela 1
Objeto
Opinião do Quantos mais na
grupo
classe acham que
flutua?
Quantos na classe O que aconteceu
acham que afunda? na
experimentação?
Tabela 2
Objeto
O que você acha que acontece? O que acontece?
(Flutua ou afunda?)
(Flutua ou afunda?)
115
Atividade 2: Massinha pode flutuar ?
(Testando a influência do volume dos objetos através da forma.)
Material por grupo de 4 crianças
1 Cuba, aquário ou bacia transparente, com água.
Pedaços de massa de modelar.
Procedimento
1. Antes de mais nada, ajude as crianças a obter dois pedaços iguais ou
equivalentes de massinha. Caso você não disponha de uma balança, use
dois pedaços iguais da mesma caixa de massinha ou uma forma de gelo,
enchendo-a até o limite, você terá duas porções muito próximas. Você pode
também construir sua própria balança.
2. Peça às crianças que deixem uma das amostras de massa em um formato
maciço (uma bolinha, um charuto, um cubinho...) e pergunte se ela deverá
flutuar ou afundar ao ser colocada na água. Levante as hipóteses e depois
faça o teste.
3. Problematização: “Se este outro pedaço de massinha é igual aquele que
colocamos na água, será que vai afundar também?” “E será que não
podemos fazer nada para que ele flutue?” A partir disso, discuta com as
crianças o que é importante para fazer com que um objeto flutue. Um bom
exemplo é um navio, que apesar de muito pesado, é capaz de flutuar.
4. Deixe os grupos livres para fazerem e testarem formatos capazes de flutuar.
Sugestão de Atividade 1
Sugira que as crianças utilizem um copo, uma semente ou outros objetos de
maior volume para moldar as formas que quiserem testar.
Sugestão de Atividade 2
Peça que façam uma descrição detalhada dos objetos que testaram. Uma
sugestão pode ser a tabela 3. (O preenchimento pode ser por escrito ou
através de desenho.)
Sugestão de Atividade 3
Represente uma cuba em grandes dimensões (você pode usar uma figura,
pintura ou um simples desenho no quadro) e peça às crianças que desenhem
seus objetos, recortem e colem no quadro, no mesmo lugar onde ficaram no
experimento.
Sugestão de Atividade 4
Peça às crianças que observem os objetos no quadro. Qual o formato daqueles
que afundam? O que eles tem em comum? E os objetos que flutuam? E de
diferente, o que há entre eles? Que espaço ocupam dentro da água os objetos
que flutuam? E os que afundam? (Esta é a oportunidade para mencionar o que
é o volume do objeto e o fato de que há uma grande influência dele sobre a
aptidão dos corpos para flutuar ou não.)
116
Tabela 3
Objeto
Descrição
O que acontece?
(Flutua ou afunda?)
Ao final da atividade, não se esqueça da produção do texto sobre as
experiências.
Atividade 3: Como fazer o potinho afundar?
(Testando a influência da massa dos objetos.)
Material por grupo de 4 crianças
1 Cuba, aquário ou bacia transparente, com água.
1 potinho com tampa (pode pedir potes plásticos de filmes em lojas de
fotografia, ou comprar na farmácia potes para amostras)
Materiais para teste (feijão, arroz, pedrinhas, pregos, areia, objetos da
classe...)
Procedimento
1. Problematização: Apresente um potinho tampado às crianças: “O que
acontece quando o colocamos na água: flutua ou afunda?” “E o que podemos
fazer para que ele afunde?” (Provavelmente não será difícil às crianças
perceberem que é necessário colocar coisas dentro dele para o potinho ficar
mais pesado).
2. Peça que seja feito o registro individual, que pode contemplar a opinião da
criança e não do grupo. (Mais uma vez, a sugestão é que você não interfira
neste primeiro registro, uma vez que poderá discutir os conceitos
posteriormente.)
3. O que vocês acham que pode ser colocado dentro do potinho para que ele
afunde completamente? Sugira que as crianças façam um discussão no grupo
e obtenham uma conclusão, a opinião do grupo.
4. Em seguida, faça a discussão coletiva, levantando o que os grupos previram.
(Para esta atividade uma sugestão é a tabela 4.)
5. Depois de esperar um tempo para que os grupos façam a atividade
experimental, retome a tabela para o encerramento da discussão. (A massa é
um dos fatores fundamentais para que um objeto flutue ou afunde. Sendo fixo o
volume do potinho, isto poderá ser melhor compreendido).
Observação: A recomendação de manter o potinho tampado, é para evitar que
a água entre, alterando a massa do conjunto.
Sugestão de Atividade 1
117
Sugira que as crianças refaçam todos os testes com o potinho aberto. (Não
esqueça de, ao final, atentá-las para o fato de que com o copo aberto, é mais
fácil a água entrar, o que faz o conjunto mais pesado forçando-o a afundar.
Sugestão de Atividade 2
Problematização: “O que acontece se o potinho estiver completamente cheio
de água: flutua ou afunda?” Façam o teste!
Tabela 3
O que pode ser colocado
dentro do potinho?
Quanto?
O que acontece?
O que acontece?
(Flutua ou afunda?) (Flutua ou afunda?)
Previsão
Experimentação
Ao final da atividade, não se esqueça da produção do texto sobre as
experiências.
Atividade 4: Flutuando no copo, na bacia, na piscina.
(Testando a influência da quantidade de água na flutuação dos objetos.)
Material por grupo de 4 crianças
Copos, aquários ou bacias transparente (de diferentes tamanhos, com
água)
Potinho com tampa;
Objetos para teste (massa de modelar, frutas, legumes, etc)
Procedimento
1 .Problematização 1: Com uma das cubas bem cheia, peça para as
crianças escolherem dois objetos, um que flutua e outro que afunda.
2. Problematização 2: E se tirássemos boa parte da água de dentro da
cuba, continuaria igual? A quantidade de água faz diferença ou não para
que um objeto flutue ou afunde? Peça aos grupos que discutam e tirem uma
conclusão coletiva para apresentar a classe e depois façam o registro
individual.
3. Em seguida, sugira que façam o teste com diferentes quantidades de
água e anotem o que houve.
4. Discussão coletiva: O que perceberam? (As crianças certamente
perceberão que a quantidade de água não influenciou no teste. No entanto,
pode permanecer o pensamento de que se as alterações fossem grandes o
suficiente, haveria influência. Por isso, é necessário continuar a discussão.)
5. Problematização 3: Tudo o que afunda em uma cuba ou vasilha pequena,
afunda em uma piscina também? (Faça uma discussão coletiva na classe,
pedindo a opinião das crianças, não precisa dizer o que vai acontecer, deixe
as crianças experimentarem e descobrirem. Caso a escola uma piscina
118
onde o teste possa ser feito... senão use um tanque ou panela grande
cheia d’água).
Observação: Este teste é muito mais convincente em recipientes fundos do
que extensos.
Atividade 5: Flutuando no rio, flutuando no mar...
(Testando a influência da densidade do líquido na flutuação dos objetos.)
Material por grupo de 4 crianças
3 Copos ou recipientes (transparentes)
Alguns canudinhos de refresco
1 Tesoura
1 Canetinha de transparência
1 pedaço de massa de modelar
3 colheres grandes de sal
1 colher, um ovo, um pedaço de vela
Procedimento
1. Corte um canudinho em duas partes e outro em três partes de tamanho
parecido.
2. Coloque na ponta uma pequena bolinha de massinha. (Peça que os
alunos testem dentro do copo com água, com a massinha para baixo:
quando for pequena o suficiente, o conjunto flutua, com parte do canudinho
fora d’água. Em geral, demoram um pouco a acertar a quantidade.)
3. Usando a canetinha, peça que façam uma marca no canudinho, na altura
atingida pela água. A marca com a caneta deve ser feita no ponto exato
onde o canudinho aflora fora d’água. Esta pequena montagem (canudinho
com massinha na ponta) equivale a um densímetro, aparelho usado para
medir a densidade dos líquidos.
4. Peça às crianças que acrescentem sal a um segundo copo com água,
misturando bastante até que comece a sobrar no fundo do copo (este é o
sinal de que não adianta colocar mais sal). O terceiro copo o professor deve
encher com álcool líquido.
5. A seguir os alunos devem colocar o densímetro no copo com água
salgada e verificar se a marca da canetinha subiu ou desceu. O que
aconteceu? (o densímetro sobe). Podemos concluir que a água salgada é
mais densa que a água. Colocando o densímetro dentro do álcool, a marca
afunda (o densímetro desce). Podemos concluir que o álcool é menos
denso que a água.
5. Peça que as crianças façam desenhos, explicando o que fizeram e o que
aconteceu.
Sugestão de Atividade 1
Coloque os três copos lado a lado e use um ovo para testar nos três líquidos.
Se o ovo não estiver podre, deverá afundar na água doce, afundar no álcool e
flutuar na água com sal.
Sugestão de Atividade 2
119
Use agora um pedaço de vela (parafina). É possível que ela flutue na água
doce, flutue na água salgada e afunde no álcool.
Ao final da atividade, não se esqueça da produção do texto sobre as
experiências.
Atividade 6: Procurando moedas no fundo do mar...
(Testando a influência do empuxo na flutução dos objetos.)
Esta atividade foi dividida em três partes e você pode fazer todas ou escolher
alguma(s) em particular. No entanto, elas são complementares e o efeito pode
ser potencializado pela persistência, mesmo porque são atividades curtas,
cabendo em uma única sessão.
Material por grupo de 4 crianças
1 Cuba, aquário ou bacia transparente
1 Potinho com tampa.
Procedimento
1. Problematização 1: “Vocês já tentaram apanhar uma moeda no fundo de
uma piscina?” Sentiram algo diferente? É fácil ou difícil? Como não podemos ir
para uma piscina testar, vamos experimentar aqui mesmo.
2. Peça às crianças que tentem colocar o potinho tampado (vazio) no fundo da
cuba e observem o que acontece anotando os resultados.
3. Problematização 2: Discuta com elas a existência de uma força que empurra
para cima o potinho. Ela existe e pode ser sentida com bastante força quando
tentamos sentar no fundo de uma piscina, por exemplo.
Procurando moedas no fundo do mar... Segunda Parte
Material por grupo de 4 crianças
1 Cuba, aquário ou bacia transparente, com água.
1 pequeno pedaço de barbante;
Massinha.
Procedimento
1. Peça para os alunos fazerem uma bola de massinha e depois prenderem o
barbante à bola de massinha.
2. Peça às crianças para segurar o barbante, mergulhar e tirar a massinha de
dentro d’água, sentindo com a mão a força quando a massinha está dentro
da água e depois de já ter saído.
Procurando moedas no fundo do mar... Terceira Parte
120
Material por grupo de 4 crianças
1 Balança (ver roteiro “podemos construir ?” para fazer uma balança com
PET)
Massa de modelar
Cuba ou balde com água.
Procedimento
1. Usando a balança, separe dois pedaços iguais de massinha (faça bolas de
uns 4 cm de diâmetro).
2. Coloque a balança na beira da mesa, com as duas massinhas equilibradas
nos pratos da balança. Pegue a cuba cheia d’água e coloque embaixo de
um dos pratos da balança (“empurrando” com a água o prato da balança para cima). Observe que a balança ficará desequilibrada.
Observação: Neste experimento, as crianças tendem a acreditar que os
corpos são mais leves na água do que fora dela, o que não é verdade. Por isso
não esqueça de, na discussão final, mencionar a existência de uma força de
baixo para cima dentro de líquidos que, de certa forma “empurra” os objetos
para cima.
Sugestão de Atividade 1: Sugira às crianças que refaçam o equilíbrio da
balança colocando mais massinha no prato em desnível. Elas facilmente
perceberão que a diferença é bem grande.
Atividade extra: Construindo um submarino.
Material por grupo de 4 crianças
1 Cuba, Aquário ou bacia transparente
1 kipo (equipo) e uma seringa de 10 ml
Uma porca do tamanho certo pra encaixar no kipo (melhor testar antes com
3 porcas de pesos diferentes, pois se a porca for muito pesada pode ser
que o submarino, ao voltar do fundo, não flutue direito)
Procedimento para montagem do submarino
1. Retirar tudo do kipo, deixando apenas o tubinho plástico e o reservatório
plástico pontudo.
2. Abrir a boca do tubo no bico do kipo, para ela entrar no bico da seringa
3. Encaixar a porca no bico do kipo. Está pronto o submarino !!
Plano de aula
121
1. Problematização 1: “Há coisas muito leves que flutuam. Outras enormes e
bem pesadas que também flutuam. Há coisas bem levinhas que afundam
como um grão de arroz por exemplo. E coisas que as vezes flutuam e às
vezes afundam, existem?” (Deixe que as crianças falem todas as idéias,
alguém vai lembrar do submarino!)
2. Problematização 2: “O que sabemos sobre os submarinos? O que será que
acontece dentro dele quando o capitão manda que ele afunde e ele vai, ou
quando manda que ele volte à superfície e ele volta?”
Sugestão de Atividade 1
Substitua o registro final da experiência pelo seguinte desafio: “Faça de
conta que um amigo seu mudou-se para outra cidade, uma que fica perto do
mar, e escreveu para você perguntando se sabe explicar como funciona um
submarino. Escreva para ele uma carta explicando como funciona o submarino.
Aproveite e ensine a ele como montar a experiência que você aprendeu na
escola!”
122
Oficina 11: Água na natureza
Introdução
O Brasil possui a maior reserva hídrica do mundo, concentrando cerca de
15% da água doce superficial disponível no planeta. Mas o contraste na
distribuição é enorme:
A região Norte, com 7% da população, possui 68% da água do país,
enquanto o Nordeste, com 29% da população, possui 3%, e o Sudeste, com
43% da população, conta com 6% da água. Além do contraste na distribuição
da água, problemas como o desmatamento das nascentes e a poluição dos
rios agravam a situação. Em conseqüência, 45% da população não tem acesso
aos serviços de água tratada e 96 milhões de pessoas vivem sem esgoto
sanitário.
A agricultura é o setor que mais consome água no país, cerca de 59%, o
uso doméstico e o setor comercial consomem 22% e o setor industrial é
responsável por 19% do consumo.
Projeções feitas por cientistas calculam que em 2025, cerca de 2,43
bilhões de pessoas estarão sem acesso a água. O desperdício é outro grande
problema que contribui para a escassez. No Brasil 40% da água tratada
fornecida aos usuários é desperdiçada. A Organização Mundial de Saúde
considera que cada pessoa necessita de 40 litros de água por dia, entretanto, a
média brasileira de consumo corresponde a 200 litros.
A ÁGUA QUE MINGUA
• De acordo com o relatório da ONU o consumo de água dobra a cada 20 anos;
• Há 50 anos, as reservas mundiais (descontada a água necessária à agricultura,
à indústria e ao uso doméstico) eram de 16.800 m³ por pessoa, a cada ano;
• Hoje, essas reservas foram reduzidas a 7.300 m³ e, daqui a 25 anos, a previsão
é de que caiamos para 4.800 m³ ;
• A ONU adverte para a escassez de água, pois enquanto 1/4 da população
mundial atual, estimada em 1,5 bilhões de pessoas, não tem acesso a água
potável, em média 50% da água que vai para as grandes cidades é desperdiçada;
• A ONU prevê que 2/3 da população mundial serão afetados pelo problema até
2025;
• Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que 1/3 dos países do
mundo já vive a escassez da água, enquanto os outros 2/3 têm de caminhar até 8
km por dia para encontrar uma fonte de água potável;
• A poluição da água está associada a 335 diferentes tipos de causas das mortes
no mundo;
• Cerca de 40.000 crianças morrem diariamente no mundo (média de 15 milhões
por ano) como resultado das enfermidades resultantes da contaminação das
águas. Mais de um terço destas mortes são de crianças com menos de cinco anos
de idade;
• Embora dois terços do planeta sejam ocupados pela água, apenas 0,63 % dessa
água podem ser explorados. 2,07% de água doce estão presas nas geleiras e
icebergs.
123
Atividade 1: COMO VEJO O RIO DA MINHA CIDADE?
COMO GOSTARIA QUE O RIO DA MINHA CIDADE FOSSE?
1- Apresentação do Problema:
O professor poderá iniciar falando da importância da água para todos os
seres vivos. Em seguida fazer questionamentos sobre a situação dos rios da
cidade.
Objetivo: despertar a percepção ambiental dos alunos. Com essa atividade os
alunos tomarão consciência do estado em que se encontra o rio e de como
seria melhor se não houvesse poluição.
Material
• Cartolina
• Canetinha
• Revistas
• Tesoura
• Cola
2- Metodologia
Após dividir a turma em grupos, o professor orientará os alunos a fazer
um cartaz utilizando gravuras das revistas. A cartolina deve ser dividida em
duas partes para ilustrar “o rio que vemos e o rio que queremos”.
3- Discussão Coletiva
Os grupos apresentam seus cartazes com as observações e o
professor fará as interferências e questionamentos necessários.
O professor conduzirá a atividade, levando os alunos a perceberem a
situação que se encontra o rio da sua cidade.
Atividade 2: O QUE ACONTECE QUANDO TRANSFORMAMOS O RIO NUM
DEPÓSITO DE LIXO?
1- Apresentação do Problema:
Comentar com os alunos a situação da maioria dos rios brasileiros,
que estão sendo transformados em esgoto a céu aberto. Discutir as causas e
conseqüências.
Objetivo: entender que o excesso de lixo nos rios leitos provoca o
transbordamento, levando às enchentes.
Material
• Bacia de plástico com água
• Sucata
2- Metodologia
124
Encher a bacia com água, em seguida colocar aos poucos a sucata. A
água irá transbordar, simulando o que acontece com o rio. Com as chuvas
fortes, os rios transbordam causando as enchentes.
3- Discussão Coletiva
Os alunos serão incentivados a criar um diálogo em que o rio aparece
como um personagem. Em seguida deverão apresentar em forma de teatro
para toda a turma.
Atividade 3: O QUE ACONTECE QUANDO O ESGOTO É LANÇADO NO RIO
SEM TRATAMENTO?
1- Apresentação do Problema:
Quais os prejuízos causados pelo lançamento do esgoto no rio? O
professor deve questionar as ações corretas e incorretas do homem que interferem no
equilíbrio dos sistemas naturais. Comentar sobre a morte de animais e plantas, podendo alterar
todo o equilíbrio ecológico.
Objetivo: incentivar os alunos a entender os prejuízos causados pelo esgoto o
esgoto lançado no rio pode prejudicar uma área muito grande, e não apenas a
área do lançamento.
Material
• Bandeja de plástico
• Anilina vermelha
2- Metodologia
Encher a bandeja com água, em seguida despejar aos poucos a anilina em
um dos lados, simulando o despejo de esgoto.
Agitar a água com cuidado e observar o que acontece.
Discutir os resultados.
3- Discussão Coletiva
A bandeja com água representa o rio e a anilina com o esgoto
despejado. Os alunos deverão perceber que o lançamento de esgoto prejudica
um grande área. O professor deve incentivar os alunos a perceberem que os
animais, as plantas e o próprio homem sofrem as conseqüências dessa
poluição. O aluno deve ser estimulado a propor soluções para o problema.
Atividade 4: QUAIS OS PREJUÍZOS CAUSADOS PELO DERRAMAMENTO
DO PETRÓLEO NO MAR?
1- Apresentação do Problema:
O professor deve explicar que periodicamente ocorre derramamento de
petróleo o mar e questionar os alunos sobre os ricos e prejuízos para o meio
ambiente.
125
Objetivo: fazer com que os alunos entendam que o petróleo quando
derramado na água forma uma barreira que impede a penetração dos raios
solares, prejudicando os seres que realizam a fotossíntese. Os alunos deverão
entender que o petróleo em contato com a pena das aves e com as brânquias
dos peixes causa sérios prejuízos.
Material
• Bandeja de plástico
• Óleo queimado
• Uma ave (de preferência um pato pequeno)
• Penas avulsas
2- Metodologia
Adicionar água até a metade da bacia, em seguida acrescentar meio
copo de óleo. Colocar algumas penas, e observar.
3- Discussão Coletiva
Os alunos perceberão que as penas ficarão grudadas. Serão
estimulados a entender que as aves não conseguirão. O professor deverá
questionar quais os prejuízos que isso acarreta. O que acontecerá com as
aves? E a luz solar vai penetrar? Devem entender que sem a luz, as plantas
não realizam a fotossíntese, o oxigênio diminui e muitos seres aquáticos
morrem.
Atividade 5: OS POLUENTES DO SOLO PREJUDICAM A ÁGUA?
1- Apresentação do Problema:
A proposta é simular um ecossistema terrestre onde os poluentes são
lançados no solo e mostrar através do experimento que esses poluentes podem
chegar até a água e causar prejuízos. O professor deverá explicar o que são
agrotóxicos e para que servem e fazer com que os alunos entendam que a
chuva arrasta as substâncias presentes no solo.
Objetivo: perceber que os poluentes lançados no solo também prejudicam a
água
Material
• Bandeja de plástico
• Anilina vermelha
• Um pedaço de placa de grama
• Regador pequeno
• Água
2-Metodologia
Colocar a placa de grama em um dos lados da bandeja de forma
inclinada. O espaço abaixo estará simulando o rio. Misturar anilina na água, em
seguida colocar no regador. Irrigar a grama com essa mistura. Os alunos verão
126
3- Discussão Coletiva
A anilina está simulando ao poluente. Os alunos perceberão que a
anilina vai escorrer e será transportada o rio. Serão incentivados a entender
que o mesmo pode acontecer com os poluentes lançados no solo. O professor
poderá fazer os seguintes questionamentos: O que vai acontecer com a fauna
e a flora aquática? E o homem será prejudicado?
Sugestão de atividade
Solicite aos alunos que façam uma análise crítica da letra das músicas abaixo.
Quais as mensagens que os autores querem passar?
PLANETA ÁGUA
(Guilherme Arantes)
Água que nasce na fonte serena do mundo
E que abre o profundo grotão
Água que faz inocente riacho
E deságua na corrente do ribeirão
Águas escuras dos rios
Que levam a fertilidade ao sertão
Águas que banham aldeias
E matam a sede da população
Águas que caem das pedras
No véu das cascatas, ronco de trovão,
E depois dormem tranqüilas
No leito dos lagos, no leito dos lagos
Água dos igarapés, onde Iara
Mãe d'Água, é misteriosa canção
Água que o sol evapora,
Pro céu vai embora
Virar nuvens de algodão
Gotas de água da chuva,
Alegre arco-íris sobre a plantação
Gotas de água da chuva, tão tristes,
São lágrimas na inundação
Águas que movem moinhos
São as mesmas águas que encharcam o chão
E sempre voltam humildes
Pro fundo da terra, pro fundo da terra
Terra, Planeta Água
Terra, Planeta Água
Terra, Planeta Água
127
PLANETA AZUL
(Xororó e Aldemir)
A vida e a natureza
Sempre à mercê da poluição
Se invertem as estações do ano
Faz calor no inverno
E frio no verão
Os peixes morrendo nos rios,
Estão se extinguindo espécies animais
E tudo o que se planta, colhe,
O tempo retribui o mal que a gente faz
Onde a chuva caía quase todo dia
Já não chove nada
O sol abrasador rachando
O leito dos rios secos,
Sem um pingo d'água
Quanto ao futuro inseguro
Será assim de norte a sul:
A Terra nua semelhante à Lua
O que será desse Planeta Azul?
O que será desse Planeta Azul?
O rio que desce as encostas
Já quase sem vida parece que chora,
Num triste lamento das águas
Ao ver devastada a fauna e a flora
É tempo de pensar no verde,
Regar a semente que ainda não nasceu,
Deixar em paz a Amazônia,
Preservar a vida,
Estar de bem com Deus
Sugestão de alguns sites para pesquisa e mais informações:
http://www.emae.sp.gov.br
http://www.sabesp.com.br
http://www.aguaonline.com.br
http://www.ambientebrasil.com.br
http://www.amigodaagua.com.br
http://www.meioambiente.pro.br/index.htm
http://www.ecoviagem.com.br/ecoreporter/def_ecoreporter.asp?codigo=28
82
http://www.ecoambiental.com.br/mleft/agua.htm
http://www.mma.gov.br
http://www.tvcultura.com.br/aloescola/infantis/chuachuagua/
http://www.eciencia.usp.br/laboratoriovirtual/apresentacao.htm
128
Oficina 12 - Podemos construir ?
Atividade 1: Podemos construir um ludião ?
Usa-se uma garrafa PET com tampa (pode ser de 2 litros, 1 litro ou mesmo
500 ml) e uma ampola (de vidro) de injeção. A parte superior da ampola (e o
seu conteúdo) deve ter sido previamente descartada. Será usada apenas a
parte inferior da ampola, que deve estar bem lavada e também lixada de forma
a não apresentar pontas de vidro que possam ferir as crianças. As crianças
devem trazer de casa a garrafa PET com tampa. O professor deve levar as
ampolas assim preparadas (uma para cada aluno).
A ampola é cheia de água com um filete de água na torneira da pia. Ao virála de cabeça pra baixo a água não derrama pois o buraco é pequeno. A seguir,
com pequenos “tecos”, vá retirando água da ampola (observe que, para cada
gota que cai, vai subindo ar para dentro da ampola), sempre testando num
copo com água para ver se ela flutua. Quando ela flutuar, está pronto o ludião:
basta colocar a ampola – sempre de cabeça pra baixo – dentro da garrafa PET
cheia d’água e fechar bem a tampa.
Ao apertar a garrafa, a pressão lá dentro aumenta, água entra pelo
buraquinho da ampola (observe que o nível da água sobe dentro da ampola
quando apertamos – isto pode ser melhor observado pelos alunos quando o
ludião está no fundo da garrafa e apertamos ainda mais). O ludião assim fica
pesado e desce. Quando relaxamos, o ar que ficou comprimido no topo da
ampola se expande de novo, expulsando a água que tinha entrado, o ludião
fica mais leve e sobe.
Atividade 2: Podemos construir um disco de Newton ?
Cada criança vai precisar de um CD (pode ser arranhado), de preferência
previamente furado com dois furinhos (feitos bem perto do orifício central e
opostos um ao outro).
Colocando o CD contra a luz (do sol, de uma lâmpada) mostre que a luz
branca se decompõe nas cores do arco-íris : vermelho, laranja, amarelo, verde,
azul, anil e violeta.
Usando o CD sobre uma folha de papel, faça um círculo e recorte o círculo
de papel. Com lápis de cor, colorir o papel com as sete cores do arco-íris. Para
isto seria preciso dividir o círculo em sete partes... Para facilitar, pode dividir em
seis partes e usar os lápis: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e roxo.
Depois cole o papel colorido no outro lado do CD.
Corte cerca de um metro de barbante, passe pelos furinhos e dê um nó.
Faça girar o disco de Newton movimentando as mãos (como se tocasse uma
sanfona). Observe que a soma das cores dá o branco.
Este experimento é interessante pois permite, de um lado do CD, mostrar a
decomposição da luz branca nas cores do arco-íris. Do outro lado, fazendo o
disco girar, pode-se ver o fenômeno inverso: a soma das cores (luz) forma o
branco.
129
Observação: Se misturarmos tintas das várias cores do arco íris, a cor da tinta
misturada vai ficando escura e nunca vai dar o branco. A cor das tintas é COR
PIGMENTO: a soma das cores pigmento fica escura. A soma das CORES LUZ
é que dá a luz branca.
Atividade 3: O copinho que gira.
Porque será que o motoqueiro não cai quando passa no alto do globo da
morte? Porque, na montanha russa, o trem não cai quando dá uma volta
completa (looping) ? Porque a lua não cai na terra? Porque a terra não cai no
sol?
Um copo de plástico deve ser furado com três furos simétricos e
amarrado por três barbantes de aproximadamente um metro cada, onde na
ponta oposta serão amarrados de forma que a boca do copo fique na
horizontal.
Coloque um pouco de água no copo e gire-o constantemente (sem
deixar o barbante ficar bambo). Podemos perceber que a água não cai, porque
o corpo está em movimento.
Atividade 4: Podemos construir um caleidoscópio ?
Os caleidoscópios serão feitos com um pedaço de tubo de PVC, três
espelhos e três discos de plástico rígido (sendo dois transparentes e um
translúcido), além de pedaços pequenos de acrílico de diferentes cores.
Os espelhos têm dimensão 12cm por 2,7 cm. O tubo de PVC tem
diâmetro externo 40mm e comprimento 14 cm.
Atividade 5: A mágica dos canudinhos.
Ao atritar o canudinho com um papel, ocorre transferência de cargas e
eletrização. O canudinho fica grudado na parede. Dois canudinhos assim
eletrizados, se segurados pela ponta, mostram a força de repulsão (cargas
iguais se repelem).
130
Oficina 13: Misturas
Atividade 1 – Misturando
1 - Apresentação do problema:
Desafio: O que se mistura?
Objetivos: Experimentar misturas homogêneas, heterogêneas e diferentes
soluções.
Materiais: Água, copos transparentes, sal, açúcar, suco em pó, pó de café,
fubá, vinagre, óleo de cozinha, terra, areia, limalha de ferro, brita zero e/ou pó
de pedra e/ou cimento em pó, conta-gotas e corante de uso alimentar.
2 – Levantamento de hipóteses
Provocar os grupos a formularem hipóteses sobre o que vai acontecer
quando se misturam os vários materiais e substâncias. As hipóteses devem ser
registradas por escrito. Por exemplo: uma coluna pode ser feita no quadro pelo
professor designando os diferentes pares a serem testados (1)água + sal; (2)
água + açúcar; (3) água + vinagre; (4) água +óleo; (5) água + suco em pó; (6)
água + terra; (7) terra + limalha de ferro; (8) pó de café + fubá; (9) terra+areia;
(10) areia+brita (e outras combinações com cimento, terra, areia...) Cada aluno
copia e, numa segunda coluna, escreve se vai misturar (sim ou não).
3 - Experimentação
Cinco grupos podem experimentar diferentes pares. Grupo A: 1 e 2;
Grupo B: 3 e 4; Grupo C: 5 e 6; Grupo D: 7 e 8; Grupo E: 9 e 10. O professor
percorre os diferentes grupos orientando e questionando.
No grupo A, o que acontece se misturamos com a colher mais e mais
sal? A solução homogênea fica saturada, não mistura mais.
No grupo B, no copo onde a água e o óleo ficaram separados (colocar
pelo menos uns 2 cm de óleo), pingue cuidadosamente uma ou duas gotas de
corante alimentar no óleo. A cor vai se depositar em bolas minúsculas porque o
corante não se mistura com o óleo. Empurre as bolas coloridas para a água
com uma colher. Observe-as explodir em uma nuvem de cor. O corante de uso
alimentar, que consiste principalmente de água, não mistura com o óleo, mas
mistura com a água.
No grupo C, chamar atenção para a solução homogênea formada pela
água + suco e para a suspensão formada pela água + terra (em repouso, esta
tende a se depositar, ainda que parcialmente, no fundo).
4 – Expressão oral / discussão
O professor provoca os grupos a relatarem suas experiências e
observações. Pode também, conforme a faixa etária, introduzir conceitos como
mistura e substância, mistura homogênea e heterogênea, solução, suspensão,
colóide.
131
5 – Registro
O registro individual deve ser feito a partir de uma estrutura de tópicos
proposta no quadro pelo professor (por exemplo: título, data, materiais
utilizados, o que fiz, o que observei, o que aprendi, o que achei desta
experiência).
Um registro coletivo final pode ser feito numa outra aula, com o
professor escrevendo no quadro.
Atividade 2 – Separando
Esta atividade deve ser feita após a atividade anterior. De
preferência no dia seguinte.
1 – Apresentação do problema:
Desafio: Como se separa?
Objetivos: Experimentar diferentes métodos de separação.
Materiais: Peneiras diferentes, coador e filtro de papel, ímã, algodão, colheres,
além das misturas feitas na atividade 1.
2- Levantamento de hipóteses
Cada grupo deve levantar e registrar hipóteses sobre como separar os
materiais que misturou ou tentou misturar. Cada grupo escolhe qual material
vai usar para tentar separar. O professor deve deixar todos os materiais que
trouxe para separação, juntos sobre uma mesa, para serem usados pelos
vários grupos.
3- Experimentação
De acordo com as hipóteses levantadas e os materiais escolhidos, cada grupo
experimenta livremente e registra suas observações. No grupo D, caso
necessário, sugerir a separação com ímã para terra+limalha de ferro e usando
água para fubá e pó de café (o fubá afunda e o pó de café flutua). No grupo E,
o sucesso na separação vai depender das diferentes peneiras disponíveis...
4 – Expressão oral / discussão
Cada grupo relata suas hipóteses, os materiais utilizados, como fez e o que
observou, o que aprendeu.
5 – Registro
Depois do registro individual, o professor pode culminar estas atividades com a
produção coletiva de um texto.
Atividade 3- Água suja, água clara.
1. Problematização: Como transformar água suja em água clara ?
2. Levantamento de hipóteses
Os alunos levantam hipóteses, individualmente, de como transformar água suja
em água clara, de acordo com seus conhecimentos prévios. Depois,
confrontam suas hipóteses com o grupo de cinco alunos, produzindo um texto.
132
3. Experimentação / discussão
Os grupos recebem água suja (misturar água clara com terra de horta). O
professor deve propor a construção de um filtro usando garrafa PET, areia,
brita zero e algodão, não determinando a ordem de disposição dos materiais.
Os grupos apresentam à turma seus experimentos e suas conclusões, não
omitindo a ordem dos materiais que usou para montar o filtro caseiro.
Após uma discussão sobre os resultados obtidos pelos alunos com os filtros, o
professor pode mostrar a floculação usando algumas gotas de sulfato de
alumínio na mistura de terra e água (esta solução pode ser obtida na ETA da
cidade). Misturar com colher cerca de 10/15 min. para haver a floculação das
partículas menores, formando partículas maiores que decantam. Esta água
suja (turva) que já passou pelo processo de floculação e decantação, ao ser
filtrada, torna-se mais clara.
4 – Discussão oral
Deve-se, neste momento, após sistematizar os resultados obtidos com a
filtração, comentar que a ordem dos materiais (areia, brita, algodão) não influi
no resultado obtido (tanto faz).
Fazer comentários e levantar discussão sobre a polêmica questão da água no
nosso planeta e a necessidade de redução do consumo e melhor
aproveitamento dos bens esgotáveis na natureza.
5. Registro final
O professor vai à lousa e, coletivamente, produz um relatório sobre a
experimentação ou outro registro escrito, como gráfico, descrição esquemática,
quadrinhos e outros.
Atividade 4: Estação de Tratamento de Água (ETA)
1. Problema
Planejar e realizar uma visita à Estação de Tratamento da Água da sua cidade.
2. Levantamento de hipóteses
Antes do dia da visita, o assunto já deverá ter sido explorado e debatido em
sala. Uma pesquisa poderá ser feita sobre como a água é tratada nas cidades.
3. Experimentação
Chegou o dia da visita à ETA. Os alunos devem fazer anotações durante a
visita. Na ETA as crianças ouvirão falar de processos como FLOCULAÇÃO,
DECANTAÇÃO e depois FILTRAÇÃO. A água depois recebe CLORO (para
matar microorganismos como bactérias e micróbios) e também FLÚOR (para
fortalecer os dentes).
4. Discussão
Ao retornar à escola, na aula seguinte, o professor retoma a discussão a partir
do que as crianças observaram, registraram e aprenderam na visita à ETA.
5. Registro
O professor pode culminar a atividade da visita à ETA escrevendo na lousa um
texto coletivamente construído.
133
Oficina 14: Cartografia
Atividade 1- Eu, um ponto de referência.
1 – Apresentação do problema
Objetivos:
- Localizar no espaço os objetos e pessoas que se encontram ao meu redor;
- Desenvolver as primeiras noções de referência espacial (lateralidade).
2 - Levantamento de hipóteses: Se você estiver de frente para um amigo, a
mão direita dele estará do mesmo lado que a sua?
HIPÓTESES:
Acho que sim: (n° de alunos)
Acho que não: (n° de alunos)
3 – Experimentação
Aos pares, um aluno de frente para o outro, realizam movimentos coordenados
de acordo com os comandos do professor:
- Dêem a mão direita;
- Ergam o braço esquerdo;
- Toquem com a mão direita, o pé esquerdo do companheiro;
- Pulem com o pé esquerdo;
- Com a mão esquerda, toquem o pé esquerdo do companheiro;
Esta experimentação pode também ser repetida com um aluno na frente do
outro, ou mesmo ao lado do outro.
Os alunos podem fazer um círculo em cada grupo e o professor orientar:
- coloque a mão direita no colega que está à sua esquerda;
- coloque o pé esquerdo um passo à frente, etc.
Explorar (esquerdo, direito) e também (na frente, atrás) (em cima, embaixo).
“Através da atividade descobrimos que quando estamos de frente para um
amigo, a nossa mão direita não fica do mesmo lado. Na atividade nossas mãos
se cruzaram.” Helena Rio - 1° B
4 – Discussão.
Questionar os grupos onde houve mais erros: na noção (em cima, embaixo);
(na frente, atrás) ou (esquerdo-direito) ?
Como cada um faz para saber qual seu pé direito e qual seu pé esquerdo?
5 – Registro
Após a discussão nos grupos cada aluno produz um texto sobre o que fez, o
que aconteceu, o que aprendeu e quais as dificuldades encontradas. Não se
esqueça de fechar a atividade com um registro coletivo de toda a turma.
134
Atividade 2 - Mapa do eu.
1 – Apresentação do problema
Desafio: Como posso representar o meu corpo?
Objetivos:
- Traçar o contorno do próprio corpo;
- Valer-se do desenho traçado do corpo para explorar detalhes do próprio corpo
e para encontrar medida relativa à altura e estabelecer comparações.
2 – Levantamento de hipóteses
- através de um boneco de pano;
- através de uma fotografia;
- de um desenho num papel do caderno;
- através de um desenho do tamanho real.
3 – Experimentação
- Escolha um colega para fazer esta atividade junto com você;
- Deite-se no chão sobre uma folha de papel maior do que você,
- Peça a um colega para fazer o contorno do seu corpo;
- Agora faça o contorno do corpo do seu colega;
- Com uma tesoura, recorte o contorno de seu corpo respeitando os limites;
- Prenda o contorno de seu corpo em uma parede, junto ao de seus colegas;
- Escrever os nomes dos colegas, do menor para o maior.
Através da atividade encontramos medidas relativas à altura e estabelecemos
comparações.
4– Discussão
5 - Registro
Atividade 3 – Fazendo Representações
1 – Apresentação do problema
Desafios:
Será que uma paisagem pode ser reproduzida como ela é na realidade em
uma folha de papel?
Objetivo:
- Trabalhar com representações, empregando desenhos;
- Utilizar símbolos para representar uma paisagem.
135
- Construir legendas, identificando o significado de símbolos empregados em
uma representação.
- Saber que uma legenda pode ser representada de diferentes formas.
2 – Levantamento de hipóteses:
- Se imaginássemos que a forma da palma da mão estivesse representando
uma paisagem imaginária, seria possível usar essa forma para reproduzir esse
lugar.
- Representar a paisagem numa maquete.
3 – Experimentação
- Material:
- Tinta Guache azul
- Tinta Guache verde
- Pinte a palma da mão de verde (a cor verde representa a vegetação, o
conjunto das plantas que existem no lugar e que cobrem todo o terreno);
- Pinte as marcas da mão de azul (a cor azul está representando os rios que
existem no lugar);
- Numa folha de papel, estampe a palma da mão;
- Para indicar como os componentes da paisagem estão representados, vamos
organizar uma legenda.
•
•
LEGENDA:
= VEGETAÇÃO
= RIO
- Você percebeu que a legenda está indicando como o componente da
realidade foram representados no papel?
- Para organizar uma legenda, podemos usar:
Cores, sinais, traços, formas
4- Discussão
- Questionar os grupos se poderíamos representar a paisagem dos lugares
com mais detalhes e maiores informações.
5 – Registro
Após a discussão dos grupos, cada aluno produz um texto sobre o que fez, o
que aconteceu, o que aprendeu e quais as diferentes formas apresentadas
para representar a paisagem dos lugares. Não se esqueça de fechar a
atividade com o registro coletivo de toda a turma.
136
Atividade 4 – Maquete
1 – Apresentação do problema
Objetivos:
- Identificar diferentes pontos de vista na observação da paisagem de um lugar:
horizontal, oblíqua e vertical.
- Reconhecer que a aparência dos objetos muda dependendo da perspectiva a
partir da qual eles são observados.
2- Levantamento de hipóteses:
- Os componentes da paisagem podem ser representados por desenhos?
- É possível representá-los de outra forma?
- Se esses elementos fossem representados no seu tamanho natural, seria
possível desenhá-los no papel?
- Os elementos da realidade foram desenhados como se estivéssemos vendo
tudo de cima para baixo?
3 – Experimentação
- Tendo a escola como ponto de referência, cada grupo escolhe um lugar
diferente ao redor da escola.
- Durante o passeio observem alguns pontos de referência;
- Ao voltarem para a sala de aula, desenhem numa folha avulsa o que foi visto.
A escola é o ponto de partida e de chegada. No caminho estão os outros
pontos de referência.
- Substituam cada elemento do desenho por um símbolo;
- Identifiquem na legenda o que representa cada um deles;
- Compare o desenho com visão de cima para baixo para saber quais
elementos estão em lugares diferentes.
- Representar a paisagem numa maquete:
- Material:
- Caixas vazias de remédios, de alimentos, de fósforo, de produtos de
higiene(sabonete, pasta de dente, etc);
- Papeis coloridos;
- Canudinhos, palitos usados(sorvete, fósforo, doces, etc);
- Raspas de lápis, pedrinhas, grama, folhas seca, gravetos;
- Jornais e revistas;
- Cola, tesoura, barbante.
Mão na massa:
- Cubra as caixas com papel colorido, fazendo desenhos das diferentes
construções;
137
- Para montar as peças, primeiro é preciso conhecer bem o que existe no lugar:
as construções, as ruas, as avenidas, os veículos, as árvores, os animais e as
pessoas circulando no lugar, também devem ser representadas;
- Aproveitem os croquis do passeio;
- Localizem o prédio(Centro de Referência);
- Completem com a vizinhança, até que o lugar fique todo ocupado.
4 – Discussão:
Reunindo todos os grupos com seus devidos desenhos e maquetes questionar:
- Posição do que está à direita, esquerda, frente, trás da escola(Parque da
Ciência)
- Que prédios aparecem na maquete?
- Que prédios são vizinhos do Parque da Ciência?
- Compare as maquetes com visão de cima para baixo para saber quais
elementos estão em lugar diferente.
5 – Registro:
Após a discussão do grupo, cada aluno produz um texto sobre o que fez, o que
aconteceu, o que aprendeu e quais as dificuldades encontradas. Não se
esqueça de fechar a atividade com um registro coletivo de toda a turma.
Atividade 5 – Eu, reduzido no espaço (escalas)
1 – Apresentação do problema
Objetivos:
- Identificar a escala empregada para representar a realidade.
- Estabelecer relação entre o tamanho ou a dimensão real e sua
representação em uma escala;
- Compreender a relação entre o grau de redução de uma porção da realidade
representada e a presença de mais ou de menos detalhes.
2 – Levantamento de hipóteses:
- Para fazer um mapa, é necessário reduzir elementos e objetos, a fim de que
possamos visualizá-los;
- Como é feita essa redução?
- Quantas vezes é menor que o espaço real apresentado?
3 – Experimentação:
- Material: - Balão - Caneta
Mão na massa:
- Encha o balão até que fique do tamanho do seu rosto.
- Desenhe os olhos, sobrancelhas, nariz, boca, orelhas (quanto mais detalhes
melhor);
138
- Meça com a fita métrica e anote a medida no caderno;
- Esvazie o balão e observe a redução do desenho, meça e anote;
- Compare quantas vezes é menor que o espaço real apresentado.
4 – Discussão:
Observando a medida anotada, quantas vezes foi reduzido o desenho do balão
vazio em relação à medida do desenho com a dimensão real.
Discuta com o grupo a relação entre o grau de redução de uma porção da
realidade representada e a presença de mais ou de menos detalhes.
Perceber que é preciso reduzir o tamanho dos lugares e de seus elementos
para representá-los no papel.
5 – Registro:
Após a discussão no grupo cada aluno produz um texto sobre o que fez, o que
aconteceu, o que aprendeu e quais as dificuldades encontradas. Não se
esqueça de fechar a atividade com o registro coletivo de toda a turma.
Atividade 6 – Orientando-se nos lugares
1 – Apresentação do problema:
Objetivos: - Orientar-se com a ajuda da bússola;
- Identificar os pontos cardeais e colaterais na rosa-dos-ventos.
2 - Levantamento de hipóteses:
- Como podemos saber onde está o norte, o sul, o leste e o oeste em uma
representação? - Como orientar-se em algum lugar?
- Quais os pontos de referência você utilizou?
3 – Experimentação:
Material: Agulha, copo descartável transparente, imã, linha, rolha, folha
Consiga uma agulha e use um imã da caixa para imantar a agulha.
Numa folha, escreva os pontos cardeais (N, S, L, O) e os colaterais (NE, SE,
NO, SO).
Pendure por uma linha, dentro do copo plástico, um pedacinho de rolha
para que seja um suporte para a agulha, que deverá ficar suspensa e solta.
Pronto! Você já sabe onde está o norte!.
Utilize a bússola que você construiu para encontrar as direções no lugar
onde você está e nas plantas que você usar.
4 – Discussão: Questionar com o grupo se essas direções estão indicadas
corretamente. Se coincidiu a agulha da bússola com o norte da planta. Se as
duas direções ficaram perfeitamente paralelas.
5- Registro: Após a discussão nos grupos cada aluno produz um texto sobre o
que fez, o que aconteceu, o que aprendeu e quais as dificuldades encontradas.
Não se esqueça de fechar a atividade com um registro coletivo de toda a
turma.
139
Oficina 15 – SISTEMA DE NUMERAÇÃO
1. Introdução
Acredita-se que a necessidade de criação de números veio com a
necessidade de contar. Desde quando se começou a registrar informações
sobre quantidades, foram criados diversos métodos de representar as
quantidades. Seja o número de animais, alimentos, ou coisas deste tipo. Como
a evolução nos legou algumas características, como os cinco dedos em cada
mão e cinco dedos em cada pé, seria muito natural que os primeiros sistemas
de numeração fizessem uso das bases 10 (decimal) e 20 (vigesimal).
A base de um sistema é a quantidade de algarismos disponível na
representação. A base 10 é hoje a mais usualmente empregada, embora não
seja a única utilizada. No comércio pedimos uma dúzia de rosas ou uma grosa
de parafusos (base 12) e também marcamos o tempo em minutos e segundos
(base 60).
Os computadores utilizam a base 2 (sistema binário) e os
programadores, por facilidade, usam em geral uma base que seja uma
potência de 2, tal como 24 (base 16 ou sistema hexadecimal) ou
eventualmente ainda 23 (base 8 ou sistema octal).
O método ao qual estamos acostumados usa um sistema de numeração
posicional. Isso significa que a posição ocupada por cada algarismo em um
número altera seu valor de uma potência de 10 (na base 10) para cada casa à
esquerda.
Nosso objetivo com esta oficina é explorar o sistema de numeração
através de atividades que permitam aos alunos perceberem estes conceitos e
identificar os sistemas de numeração mais utilizados.
No ensino tradicional da Matemática, para trabalhar o conceito de
número, o professor se valia exclusivamente de exercícios estruturados
apresentados em folhas mimeografados ou escritos no quadro de giz.
Tais atividades, de origem empirista, com o objetivo de treinar a criança
e dar respostas tidas como “corretas” não levam em consideração os aspectos
evolutivos e conceituais subjacentes ao conceito de número. Dentro dessa
perspectiva, percebe-se a crença de que este e outros conceitos matemáticos
podem ser “transmitidos” pelo professor e memorizados pelo aluno mediante a
repetição de exercícios enfadonhos e mecânicos como os descritos.
A partir de vários estudos realizados por educadores, a aprendizagem
de conceitos passou a ser tratada sob um enfoque diferente: o conceito de
número, como os demais, deve ser construído pela própria criança, através de
um processo que envolve seu amadurecimento biológico, as informações
recebidas pelo meio, a manipulação de objetos e as experiências vividas.
Convém lembrar que, embora implicando a experiência, o conhecimento
não provém dela, mas da coordenação das ações exercidas sobre os objetos
do meio e das relações estabelecidas entre eles. Ao manipular tampinhas ou
botões, são as ações de ordenar, de reunir, estabelecer correspondência, que
levam às idéias de totalidade lógica ou numérica, de quantidade, de
equivalência.
140
Proposta do Programa
Antes mesmo de a criança chegar à escola, ela já convive
diariamente com os números, contando os dedinhos para mostrar
quantos aninhos tem ou fará, mudando os canais de tv nos controles
remotos, comparando qual é o pedaço de chocolate maior e outros vários
exemplos. Cabe à escola então, ampliar o significado do número natural
proporcionando ao aluno condições de construir seu significado utilizando
situações desafiadoras.
Para a construção do significado do número natural, a
abordagem piagetiana acentua a importância do domínio do conceito de
conservação da quantidade, pois o número, enquanto representante de
uma quantidade, é um conceito que se constrói articulado à condição de
conservação desta quantidade. Além da conservação, a criança precisa
dominar também a classificação e a seriação.
A seriação está relacionada ao conceito de número envolvendo a
compreensão de relação de ordem e a classificação possibilita à criança
realizar inclusões hierárquicas, ou seja, perceber classes “encaixadas”
sucessivamente umas nas outras.
As atividades propostas apresentam situações do cotidiano que
envolvem o uso do número de diferentes maneiras:
•
Contar é uma função do número, utilizada para quantificar e
ordenar objetos de uma coleção, e buscar responder às perguntas
“quantos?” e “qual?”.
•
Medir é uma função do número que a criança utiliza inicialmente
relacionando à comparação de coleções de objetos, quando se
busca responder onde há mais? Onde há menos? Ou se há
quantidades iguais. Uma outra aplicação está relacionada à
comparação de grandezas contínuas, como a altura de duas
pessoas, o comprimento dos lápis, a distância que separa uma
pessoa de um objeto ou de outra pessoa, por exemplo, medidas
em passos e palmos.
•
Codificar é outra função do número, quando ele é utilizado para a
identificação em situações tais como: número de telefone, placa de
automóvel, camisa de jogador, carteira de identidade etc.
Para a construção do Sistema de Numeração Decimal são
propostas atividades em que o aluno deverá utilizar materiais variados
para realizarem contagens em diferentes bases. Assim, pretendemos que
o aluno compreenda o princípio multiplicativo que origina a formação de
diferentes ordens, pois, mesmo variando-se as bases, a regra usada na
contagem de quantidades permanece a mesma: cada vez que atingimos
um determinado número de elementos, formamos um agrupamento de
ordem imediatamente superior.
A contagem com bases diferentes de dez é de fundamental
importância, pois o aluno constrói o princípio multiplicativo de forma
lúdica, como se fosse a regra de um jogo, também vivencia situações que
141
envolvem adição de parcelas iguais e, conseqüentemente a multiplicação.
Sendo assim, ao iniciarem atividades com base dez, os alunos terão uma
melhor compreensão do sistema, sem necessidade de manusear grandes
quantidades de material, por já ser de seu conhecimento o critério
utilizado para a escrita dos números.
A partir de então, exploraremos leitura, e escrita, ordenação,
composição, decomposição e valor relativo dos algarismos.
Conteúdos
Atividades
programáticos
Desenvolvemos nesta oficina
os conceitos de:
As oficinas que serão desenvolvidas:
• Número e exploração das
noções de quantidade;
• Conservação
de
1 – Blocos Lógicos
quantidades
descontínuas, seriação e
classificação;
• Inclusão hierárquica e
correspondência
biunívoca.
• Número:
- números naturais
- sistema de numeração
- base de um sistema de
numeração
- base decimal e não
decimal.
2 – Troca-peças
3 – Ábaco
4 – Tira 10
5 – Triângulos e quadrados com os
números
Objetivos
Construir o conceito de número natural.
Utilizar diferentes estratégias para quantificar elementos.
Ler, interpretar e produzir escritas numéricas com base no princípio
posicional.
Interpretar regras do sistema de numeração decimal.
Relacionar os sistemas de numeração com o cotidiano.
142
Atividade 1: Blocos Lógicos
1 – Apresentação do problema
A partir da manipulação das peças dos blocos lógicos, como o grupo poderia
elaborar um jogo de regras envolvendo todos as pessoas do grupo e todas as
peças do jogo?
Objetivos:
•
•
Conhecer o material e explorar suas características, lançando mão
das diferentes possibilidades de classificar, seriar, quantificar,
corresponder, etc., o que promoverá a construção do conceito de
número;
Exercitar a criatividade e vivenciar a sócio-afetividade, a partir da
construção, em grupo, das regras para o jogo.
Material
•
Blocos lógicos.
2 – Levantamento de hipóteses
O professor solicita aos alunos que exponham as regras formuladas pelos
diversos grupos, deixa que falem das diferentes possibilidades de pensar sobre
o número e as relações matemáticas contempladas no jogo criado..
3 – Experimentação
O professor apresenta ao grupo as regras do Dominó de Semelhanças,
um jogo divertido e com muitas possibilidades de se construir os conceitos
matemáticos. São elas:
•
Distribuem-se as peças igualmente aos jogadores;
•
O primeiro jogador lança a primeira peça;
•
O segundo tem que colocar uma peça com dois atributos
semelhantes. O terceiro jogador coloca uma peça com dois
atributos semelhantes à peça colocada pelo segundo, e assim
sucessivamente;
•
Vence quem terminar as peças primeiro.
Variação: O mesmo jogo pode ser jogado, considerando atributos diferentes.
143
4 – Discussão Coletiva:
Os blocos lógicos de Dienes constituem-se
num material pedagógico
conhecido e bastante utilizado nas escolas. No entanto, sua utilização poderia
configurar-se em um momento mais envolvente e significativo para as crianças,
que fosse além da mera nomeação dos atributos de suas peças. O que se
propõe aqui é que ao vivenciar o jogo “Dominó das semelhanças ou das
diferenças”, ou mesmo outros jogos criados pelas próprias crianças, as
mesmas enriqueçam suas experiências referentes ao conceito de número, a
partir das relações mentais que farão no jogo. Relações de colocar os objetos
em série, agrupá-los, correspondê-los um a um, incluí-los ou excluí-los.
Outros materiais são mostrados aos alunos, como os bonequinhos de madeira
para a seriação e as tampinhas coloridas de garrafas pet, para as diferentes
brincadeiras que podem surgir.
5 – Registro:
Vamos registrar essa atividade de duas formas: um texto ressaltando os
conceitos explorados na atividade, e um desenho de parte da seqüência obtida
quando a fila do dominó está completa.
144
Atividade 2: Troca-Peças
1 – Apresentação do problema
Será que vocês conseguem criar um jogo, utilizando as fichas de cores
diferentes e o dado que aí se encontra?
Objetivos:
Incentivar o aluno a identificar o sistema de numeração proposto na atividade
verificando a base, o fato de ter ou não valor posicional, a utilização de
princípios aditivos e multiplicativos em sua representação e a quantidade de
símbolos utilizados.
Materiais:
•
•
•
01 dado
30 fichas de papel ou E.V.A. (quadradas de 3 cm de lado) coloridas de 3
cores diferentes (10 amarelas, 10 rosas e 10 verdes, por exemplo)
01 ficha branca de mesmo tamanho.
2 – Levantamento de hipóteses
Pedir aos diversos grupos que exponham suas formas de organizar as regras
do jogo e como relacionariam esse jogo com o sistema de numeração decimal,
ou outros sistemas de numeração.
3 – Experimentação
O professor explica aos alunos as regras a serem obedecidas na atividade e
questiona possíveis estratégias que pretendem fazer.
As regras são:
•
•
•
•
•
Joga-se inicialmente com 01 dado.
No início do jogo, todas as fichas pertencem à banca, ou seja, não
pertencem a nenhum aluno.
Cada aluno, na sua vez, lança o dado e pega o número correspondente
de fichas, sempre de uma mesma cor – amarela, por exemplo. Depois
de retirar suas fichas, passa a vez para o aluno seguinte, que procede
da mesma forma. Assim o jogo vai seguindo, com o dado sempre
passando de mão em mão e com todos os alunos retirando somente as
fichas amarelas correspondentes ao que foi sorteado no dado.
Na sua vez de jogar, antes de lançar o dado, o aluno pode trocar fichas
se as tiver em número suficiente, obedecendo à seguinte relação: 3
fichas amarelas são trocadas por 1 ficha rosa; 3 fichas rosas são
trocadas por 1 verde e 3 fichas verdes são trocadas por 1 ficha branca.
O aluno que, em primeiro lugar, pegar a ficha branca será o vencedor.
145
Outras maneiras para trabalharmos outras bases nesta atividade são
apresentadas a seguir:
•
•
Joga-se da mesma forma que no modo 1. No entanto, utilizam-se 2
dados e modifica-se a base de troca. Agora, serão necessárias 5
amarelas para se obter uma rosa; 5 rosas para se obter uma verde e 5
verdes para se obter uma branca.
Pode-se apresentar o material dourado e propor as mesmas regras para
se vivenciar as trocas na base 10.
4 – Discussão Coletiva:
A idéia principal nesta atividade é trabalhar o sistema de numeração com uma
base diferente da decimal, procurando levar a criança a perceber o
funcionamento, mesmo que informal, de um sistema de numeração. Esta
atividade é essencial no sentido de preparar a criança para verificar a
existência de outras bases num sistema de numeração.
As crianças discutem no interior do grupo (ou da dupla) e depois com a classe
toda, para tentar explicar o sistema de numeração utilizado na atividade
promovida na experimentação. Incentivá-las a identificarem os sistemas de
numeração existentes no cotidiano.
Negociar coletivamente um registro de atividades para definir: que bases de
numeração foram utilizadas na atividade.
5 – Registro:
O professor deverá representar, no quadro, a quantidade de fichas de um
determinado aluno, de preferência que tenha conseguido a branca. Fará no
Quadro de Posição os sucessivos agrupamentos necessários para se
conseguir a ficha branca, chegando à representação na base três, ou em
outras não decimais, e na base dez. Incentivar os alunos a escreverem pelo
menos um parágrafo sobre o que aprenderam com a oficina.
146
Atividade 3: Ábaco
1 – Apresentação do problema
Dados os materiais expostos, tentem construir um ábaco. Como ele poderia ser
utilizado para se compreender e operar no sistema de numeração decimal?
Objetivo
Incentivar o aluno a identificar o sistema de numeração decimal que é proposto
na atividade, o fato de ter valor posicional, a utilização das operações de
adição, subtração, multiplicação e divisão em sua representação e a
quantidade de símbolos utilizados.
Materiais:
•
•
•
5 pentes de ovos ou pedaços de isopor que possam apoiar os palitos;
20 palitos de churrasco;
250 tampinhas de garrafa de cerveja furadas ao meio..
2 – Levantamento de hipóteses
O professor questiona aos alunos sobre a forma de representar as
operações no ábaco. Em seguida, direciona para as regras que são
apresentadas na experimentação.
3 – Experimentação
O professor apresenta aos alunos duas situações problema e pede que os
mesmos as resolvam no ábaco. É importante que o professor resolva as
operações com reserva e reagrupamento para que o processo fique claro.:
•
•
Duas turmas do projeto “Mão na Massa” têm 26 alunos cada. Quantos
alunos há no total?
Considerando que 18 alunos chegaram atrasados para as oficinas da
tarde, quantos alunos foram pontuais?
4 – Discussão Coletiva:
As crianças discutem no interior do grupo (ou da dupla) e depois com a classe
toda para tentar explicar o processo utilizado. .Ressaltar que o ábaco foi a
primeira calculadora inventada pela humanidade e é o que deu origem ao
quadro de posição. O ábaco trabalha o sistema de numeração decimal,
levando a criança a perceber o funcionamento deste sistema. Uma grande
importância da utilização do ábaco está no fato de ele explicar a reserva na
adição e o reagrupamento, na subtração, utilizados no algoritmo do sistema de
numeração indo-arábico. É importante destacar que o ábaco não substitui a
necessidade evidente de as crianças mostrarem seu raciocínio, a partir de
algoritmos próprios.
147
5 – Registro:
Desenhe vários ábacos e escolha uma operação. Resolva-a representando
cada fase de sua resolução nos ábacos desenhados.
Atividade 4: Tira 10
1 – Apresentação do problema
Vocês têm um saquinho sobre a mesa que contém tampinhas de garrafas de
cerveja. Como pensam poder jogar com elas, sem retira-las da sacola?
Objetivo:
Incentivar o aluno a identificar o sistema de numeração proposto na atividade
verificando a base, o fato de ter ou não valor posicional, a utilização de
princípios de adição e subtração em sua representação e a quantidade de
símbolos utilizados.
Materiais:
•
•
Um pacote com 100 tampinhas de metal (cerveja).
Uma tabela de papel conforme modelo abaixo:
JOGADORES JOGADAS
1ª
2ª
3ª
4ª
1ª
2ª
3ª
4ª
1ª
2ª
3ª
4ª
1ª
2ª
3ª
4ª
1ª
2ª
3ª
4ª
TIROU
PASSOU
FALTOU
PONTOS
Desafio: Aproximar-se da base decimal.
148
2 – Levantamento de hipóteses
Inicialmente, a tendência é que os alunos retirem as tampinhas da sacola e
precisam retornar com elas para experimentar as regras do jogo
3 – Experimentação
O professor apresenta as regras que são:
•
•
•
•
Cada aluno de olhos fechados tentará retirar do pacote 10 tampinhas de
uma só vez.
Feito isto, cada aluno conta as tampinhas para verificar quantas
tampinhas retirou, anotando na tabela apresentada acima, a quantidade
de tampinhas retiradas e também o quanto passou ou o quanto faltou
para 10.
Repete-se este procedimento por quatro rodadas.
Ganha o jogo que mais se aproxima de 10.
4 – Discussão Coletiva:
Esta atividade trabalha o sistema de numeração decimal levando a criança a
perceber o funcionamento mesmo que informal deste sistema. Esta atividade é
válida no sentido de preparar a criança para trabalhar os conceitos de adição e
subtração de números neste sistema.
5 –Registro:
Refazer o registro do roteiro com as formas utilizadas para vencerem o jogo.
A tabela será entregue aos alunos em quantidade suficiente para pelo
menos, quatro rodadas. Sugere-se, para o cálculo da pontuação, que quem
tirar dez faz 20 pontos. Quem tirar 11 ou 9, faz dez pontos. As demais
quantidades não resultam em marcação de pontos.
149
Atividade 5 – Desafio
1 – Apresentação do problema
Uma criança brincando, formou 3 triângulos com tampinhas, representou-os
usando 6, 10 e 16 tampinhas, respectivamente. Como ela fez? Depois ela
formou 3 quadrados. Quantas tampinhas ela teria usado em cada quadrado?
Após formar triângulos e quadrados com as tampinhas, descubra qual o menor
número que possibilita formar 1 triângulo e também um quadrado?
Objetivos:
Desenvolver a habilidade de resolver problemas a partir de brincadeiras com os
números;
Perceber as características aditivas e multiplicativas inerentes ao sistema de
numeração decimal;
Materiais:
36 tampinhas de garrafas para cada grupo.
2 – Levantamento de hipóteses
Como pensam em resolver o problema dos quadrados e triângulos? Que
relações existiram entre a forma e a quantidade de tampinhas utilizadas? O
professor tenta fazer com que as crianças imaginem possíveis soluções para o
problema proposto antes de manusearem as tampinhas. Isso ajuda na
construção do conhecimento porque o confronto desses conhecimentos prévios
com os adquiridos na experimentação, amplia a capacidade operatória.
3 – Experimentação
Incentivar as crianças a resolverem o problema, formando quadrados e
triângulos, observando e registrando as relações existentes em cada quadrado
e cada triângulo formado, de acordo com o número de tampinhas.
4 – Discussão Coletiva:
As relações numéricas podem ser, na verdade, experimentadas a partir de
brincadeiras. Os princípios de posição, de adição e de multiplicação estão
sempre presentes no sistema de numeração decimal e as crianças só podem
perceber esses princípios a partir de experiências com os números, resolvendo
situações problemas e criando outras.
5 – Registro:
O registro por meio do desenho das formas (triângulos e quadrados numéricos)
é essencial nesse problema, assim como os algoritmos utilizados nas
diferentes tentativas de resolução do problema. A explicação verbal, oral e
escrita também poder ser utilizada.
150
Referências Bibliográficas
CARRAHER, Terezinha, Crianças Fazendo Matemática. Porto Alegre: AM,
1997.
CENTURION, Marilia, Números e operações, São Paulo, Scipione, 1994.
DANYLUK, Ocsana, Alfabetização Matemática: as primeiras manifestações da
escrita infantil. Porto Alegre: Sulina, 1998. 240p.
KAMII, C. e LINVIGSTON, S. J., Desvendando a Aritmética: implicações da
teoria de Piaget. Campinas-SP: Papirus, 1995. 299p.
KAMII, Constance, A Criança e o Número. 3ª ed. Campinas-SP: Papirus, 1985.
123p.
SANTANA, Liege, M. F. Crianças Aprendendo Matemática por meio da
Resolução de Problemas. Vitória, PPGE-UFES, 1999 (Dissertação de
Mestrado)
151
ANEXO
Construção do Número
Jean Piaget (1896-1980) investigou como se processa a construção do
conceito de número de forma experimental. Em sua teoria determinou quatro
períodos do desenvolvimento do pensamento da criança:
Período Idade aproximada
Sensório-motor 0 a 2 anos
Pré-operacional 2 a 7 anos
Operações concretas 7 a 12 anos
Operatório-formal 12 a 16 anos
O período pré-operacional corresponde a um período pré-numérico, pré
operatório, ou seja, puramente intuitivo. Significa que a criança só percebe os
fatos através dos sentidos, a partir de manipulações práticas.
O aparecimento da função simbólica permite à criança ter uma
representação mental dos objetos e das coisas do ambiente, o que lhe
possibilita fazer classificações.
Neste período, a criança classifica quando separa ou agrupa objetos por
suas semelhanças ou diferenças, estabelecendo assim, relações das coisas do
ambiente em que vive.
A classificação e a seriação são operações lógicas que têm estreita
relação com a conservação numérica e favorecem a formação do conceito de
número.
A criança tem condições de construir o conceito de número no período
das operações concretas, pois é nesta fase que ela se apropria de vários
esquemas de conservação.
O número, segundo Piaget, é uma síntese de dois tipos de relações que
a criança elabora entre os objetos: ordem e inclusão hierárquica.
Ordem é a relação que a criança elabora ao contar um determinado
número de elementos, sem saltar ou repetir algum.
Inclusão hierárquica é a relação que permite à criança a quantificação
dos objetos como um grupo, ou seja, ao lhe pedirmos que nos mostre 8
objetos, arranjados numa relação ordenada, ela nos apontará para o grupo
todo e não apenas para o último.
Entre 7 e 8 anos de idade, o número de relações que a criança
estabelece permite-lhe a mobilidade do pensamento de forma a torná-lo
reversível. A reversibilidade se refere à habilidade de realizar, mentalmente,
ações opostas simultaneamente, isto é, separar o todo das partes e reuni-las
novamente no todo. Assim, a criança compreende que uma ação inversa anula
a transformação observada.
Na aquisição do conceito de número, destacam-se quatro noções
básicas: classificação, seriação, correspondência biunívoca e conservação da
quantidade.
Classificar é agrupar segundo um critério. Podemos classificar figuras
geométricas (cor, forma, tamanho), utensílios de cozinha (utilidade), livros de
história (gênero), animais (espécie), frutas (tipo), secos e molhados, insetos,
152
figurinhas, materiais escolares, botões (número de furos, tamanho, cor), enfim,
tudo aquilo que for da vivência da criança.
Seriar significa colocar em série, em ordem, ordenar. Podemos seriar
com materiais diversos, tais como: blocos lógicos, botões, palitos, tampinhas e
com os próprios alunos, estabelecendo relações do tipo: maior que, menor que,
mais pesado que, menos pesado que, mais que, menos que. Seriar conforme a
cor, do mais claro ao mais escuro, fazer seqüências lógicas em cartões
(histórias), seqüências de posições e de atividades.
Correspondência biunívoca é a correspondência também chamada um a
um, ou seja, cada elemento do primeiro conjunto deverá corresponder a um e
somente um elemento do segundo conjunto que também será
esgotado.Podemos fazer correspondência com bonecas e camas, xícaras e
pires, meninos e bonés, bonecas e vestidos, cães e ossos, cartazes com
encaixes para figuras.
Conservação da quantidade: a criança conserva a quantidade no
momento em que ela reconhece que o número de elementos de um conjunto
não varia, quaisquer que sejam as maneiras como se agrupam esses
elementos. Podemos organizar duas fileiras de botões, tampinhas, bolinhas,
fazendo a correspondência termo a termo. Após, modifica-se a disposição dos
mesmos e questionamos a criança perguntando se nas duas fileiras tem a
mesma quantidade.
153
Oficina 16: DESAFIOS
A resolução de problemas e desafios para potencializar o raciocínio
lógico matemático nas séries iniciais do ensino fundamental.
Introdução
Nesta oficina trataremos da apropriação de habilidades para resolver
problemas nas séries iniciais do Ensino Fundamental. A proposta é que os
alunos desenvolvam seus próprios métodos e estratégias para resolver
problemas e desafios.
Rousseau, filósofo do século XVIII já advogava sobre a forma peculiar
de pensar de cada criança, “A criança tem maneiras de ver, de pensar e de
sentir que lhe são próprias”. Nesta perspectiva, é importante que se
proporcione à criança a oportunidade de construir sua própria forma de
raciocínio, e, não simplesmente impor formas e regras para resolver situaçõesproblemas.
Vygotsky (1984), enfatiza a aquisição de conhecimentos pela criança a
partir de suas relações sociais, muito antes de chegar à escola e que os
profissionais da educação não podem ser indiferentes a estes processos
subjetivos de lidar com questões matemáticas:
[...] o aprendizado das crianças começa muito antes
delas freqüentarem a escola. Qualquer situação de
aprendizado com a qual a criança se defronta na escola tem
sempre uma história prévia. Por exemplo, as crianças
começam a estudar aritmética na escola, mas muito antes
elas tiveram alguma experiência com quantidades – elas
tiveram que lidar com operações de divisão, adição,
subtração e determinação de tamanho. Conseqüentemente,
as crianças têm a sua própria aritmética pré-escolar, que
somente psicólogos míopes podem ignorar (VYGOTSKY,
1984 p. 94-95).
Por ser a matemática uma disciplina da área das ciências exatas, é
comum percebermos práticas pedagógicas apoiadas nesta concepção de
exatidão desta ciência. Assim, professores restringem a prática pedagógica à
resolução mecânica de atividades sem levar em conta o trabalho exploratório
que deve estar presente em sala de aula.
Nesta rotina, alunos vão decorando regras e passos para resolução de
situações-problema e muitas vezes se apavoram com a matemática e
associam a ela somente cálculos intermináveis e atividades de difícil resolução.
Proposta da Oficina
Nossa principal proposta é levar o aluno à apropriação de habilidades
para elaborar situações que lhe permita estabelecer estratégias para resolver
problemas diversos, ligados ou não a cálculos numéricos.
As atividades deverão ser trabalhadas sempre em grupo para estimular
a troca de idéias. Este momento de interação entre os membros do grupo é
muito oportuno para observações, por isso é importante que o professor vá
154
circulando entre os grupos e, preferencialmente, vá fazendo anotações sobre
hipóteses e estratégias levantadas em cada grupo e observando se por
intermédio das discussões e interações, o grupo chegará a uma solução.
Vygotsky (1989), ao definir a Zona de Desenvolvimento Proximal (ZPD),
destaca a importância da interação com os pares. De acordo com ele, “depois
do professor, quem mais contribui para a intervenção nas ZPD dos alunos, são
seus próprios colegas. A criança aprende – e muito - com outras crianças”.
Conteúdo programático da
oficina
Resolução de situações-problema
e desafios com o objetivo de
estimular
o
raciocínio,
o
pensamento hipotético dedutivo e
o pensamento lógico matemático.
Atividades da oficina
Desafio 01: Quantos abraços foram
dados?
Desafio 02: Qual é a cor?
Desafio 03: Onde está o Teobaldo?
Desafio 04: De quantas maneiras
diferentes o sapo pode subir?
Desafio 05: Onde colocar cada figura
geométrica?
Desafio 06: Qual será o número?
Desafio do ônibus
Desafio 07: Onde ficará cada
número?
Desafio 08: Como deixar a soma
igual mexendo somente dois
números?
Desafio 09: Quantos são os porcos e
quantos são os pintinhos?
Desafio 10: Quando o caracol
chegará?
Objetivos:
• Analisar, interpretar, formular e resolver situações-problema, compreendendo
sua aplicabilidade em sua vivência.
• Reconhecer que diferentes situações-problema podem ser resolvidas de
maneiras diversas.
• Desenvolver a habilidade de resolver desafios por meio de estratégias
pessoais e algumas técnicas convencionais.
155
Atividade 1
Quantos abraços foram dados?
1 – Apresentação do problema
Em uma turma do 2º ano tem 11 alunos. No 1º dia de aula a professora
pediu que se dividissem em dois grupos, um de seis e um de cinco e que em
cada grupo, todas as crianças se abraçassem, para que se conhecessem e
começassem a desenvolver laços de amizade. Quantos abraços foram dados
em cada grupo? Quantos abraços foram dados ao todo? Se fosse formado
somente um grupo de 11 alunos, quantos abraços seriam dados?
Objetivos:
Elaborar estratégia para resolver a situação proposta.
Estimular o relacionamento interpessoal.
Desenvolver habilidades para trabalhar atividade corporal.
Material:
Nesta atividade propositalmente não será oferecido nenhum material. Os
alunos poderão buscar estratégias variadas e elegerem algum material
concreto para simular as crianças, no entanto, o que se espera, é que busquem
a solução utilizando o próprio corpo, ou seja, que se abracem. Caberá a cada
grupo adotar sua forma de registro.
2- Levantamento de hipótese:
O professor pode desafiar os alunos com os seguintes questionamentos:
Quantos abraços serão dados?
Como podem descobrir?
Alguém receberá mais abraço? Quantos? Por quê?
3 - Experimentação:
Os alunos vão testar suas hipóteses por meios próprios determinados por cada
grupo, espera-se que busquem solução com o próprio corpo, caso isso não
aconteça, o professor poderá fazer interferências adequadas.
156
4 - Discussão Coletiva:
Estimular os alunos a explicarem quais foram as estratégias utilizadas
para resolver a situação-problema. Quantas vezes tentaram até perceber que a
solução estava em um simples abraço.
5- Registro:
O registro poderá ser realizado por desenhos, porém os alunos terão
que ilustrar todas as tentativas. È importante que façam também um texto, que
pode ser coletivo, neste texto, as crianças vão explicitar todas as tentativas, e,
inclusive como perceberam que a solução do problema eram elas próprias.
Atividade 2: Qual é a cor?
1 – Apresentação do problema
Márcio, Mateus, Marcelo e Maurício, são quadrigêmeos e a única
maneira de diferenciá-los é pela cor da camisa. Nem Márcio e nem Maurício
gostam de vermelho. Marcelo sempre usa verde. Maurício pensou em escolher
o amarelo, mas desistiu. A cor favorita de um irmão de Márcio é azul. Que cor
de camisa cada menino usa?
Objetivos:
Trabalhar a interpretação de texto, organização de idéias, elaboração de
prioridades e identificação de informações pertinentes à resolução de uma
situação-problema.
Material:
4 bonequinhos de EVA e a camisas de papel, lápis de cor.
2- Levantamento de hipótese:
O professor poderá levantar os seguintes questionamentos:
Qual é a primeira informação que vocês precisam?
Quem está vestido com qual camisa? Como farão para descobrir?
3 - Experimentação:
Os alunos vão testar suas hipóteses utilizando o material que lhes foi
fornecido. O lápis de cor não será oferecido inicialmente, para que o professor
possa avaliar qual a habilidade dos alunos de buscarem soluções. Quando
chegarem à conclusão que uma saída é pintarem as camisas, os lápis serão
disponibilizados. A partir de então, farão as tentativas de acordo com as
157
informações do problema. Os alunos poderão perfeitamente adotar outra
solução que não seja pintar as camisas. Ótimo!!! O principal objetivo do
trabalho com enigmas e desafios é estimular o desenvolvimento de habilidades
e estratégias.
4 - Discussão Coletiva:
Estimular a discussão para que todas as soluções, ou busca pelas
soluções possam ser explicitadas. É um momento muito importante para que
os alunos percebam que uma situação-problema pode ter várias soluções.
5 - Registro
Após terem conseguido resolver a situação deverão explicar para a
turma como conseguiram resolver o problema. Registrar em forma de texto e
ilustrar no final. O registro pode ser feito por grupo.
Atividade 3 : Onde está o Teobaldo?
1 – Apresentação do problema
Arnaldo é um coelho corredor! Adora passear pelos campos a toda velocidade.
No momento, ele está correndo de um lado para outro à procura de seu amigo
Teobaldo, o pato. Será que você consegue encontrá-lo?
Objetivos:
Trabalhar a discriminação visual.
Desenvolver a habilidade de análise e síntese.
Desenvolver a habilidade de lidar com perspectivas diferentes.
Material: 1 coelho confeccionado em EVA ou madeira.
2- Levantamento de hipótese:
O professor poderá levantar os seguintes questionamentos:
Onde vocês acham que está o Teobaldo?
O que ele pode estará fazendo?
Será que está longe?
3 - Experimentação:
Os alunos terão que observar a ilustração do cartaz para chegar à resposta. A
princípio desenvolverão a habilidade de análise, ao observar o cartaz como um
toso. Posteriormente, espera-se que desenvolvam o poder de síntese e
analisem as partes. Inicialmente é provável que trabalhem com suposições
mais elementares. Posteriormente vão descobrir que basta virar a figura de
posição.
4 - Discussão Coletiva:
Após terem conseguido resolver a situação deverão explicar para a turma
como conseguiram resolver o problema.
5 - Registro:
O registro poderá ser realizado em forma de um texto coletivo, contendo todas
as hipóteses e a solução do desafio.
158
Atividade 4:
De quantas maneiras diferentes o sapo pode subir?
1 – Apresentação do problema
Um sapo sobe uma escada saltando de um em um ou de dois em dois
degraus, mas não consegue saltar de três em três. A escada possui dez
degraus e obrigatoriamente o sapo pára no sexto degrau para descansar. De
quantas maneiras diferentes o sapo pode subir até o topo dessa escada?
Objetivos
Trabalhar a interpretação de texto e o tratamento dado às informações.
Estimular o raciocínio e a troca de opiniões entre o grupo
Materiais:
Uma escadinha de madeira, um sapo de papel machê.
2 – Levantamento de hipótese
De quantas maneiras o sapo pode subir a escada?
De quantas maneiras ele sobe antes de parar para descansar?
E depois que ele descansa, de quantas maneiras pode subir?
3 – Experimentação:
Os alunos testam as hipóteses levantadas por eles. Vão levando o sapinho
escada acima de acordo com as sugestões dos membros dos grupos.
4 – Discussão coletiva:
Os alunos vão expor diante de toda a turma quais foram os procedimentos
adotados para tentarem solucionar o problema. É importante que exponham
suas dificuldades e quais foram os caminhos adotados para tentar vencê-las.
159
5 – Registro:
Após confirmarem suas hipóteses, registram a maneira pela qual chegaram ao
resultado. Este registro pode ser coletivo, os alunos vão dizendo quais foram
os procedimentos adotados e a professora vai anotando no quadro. Pode haver
também registro por grupo.
Atividade 5:
Onde colocar cada figura geométrica?
1 – Apresentação do problema
Na primeira linha da tabela abaixo estão organizadas quatro figuras
geométricas. Complete a tabela, organizando estas figuras nas outras linhas de
forma que cada figura apareça uma única vez em cada linha, coluna ou
diagonal.
l.
Objetivos:
Desenvolver a capacidade de observação, a capacidade de organizar idéias e
estabelecer prioridades para solucionar uma situação-problema.
Material
4 quadrados, 4 retângulos, 4 círculos e 4 triângulos, cada figura de uma cor
primária.
2– Levantamento de hipóteses:
Qual figura ficará em cada linha?
Quantas vezes cada figura será utilizada?
3– Experimentação:
Deixar que as crianças façam várias tentativas, movimentando as figuras na
tabela.
4– Discussão coletiva:
Os alunos vão discutir as dificuldades encontradas, quantas foram as tentativas
para chegar ao resultado esperado..
5– Registro:
Este registro pode ser feito por meio de desenho, a cada tentativa, deve ser
registrada, não importa se não houve acerto ainda. Os registros parciais serão
importantes até para os alunos organizarem seu raciocínio. Se tentaram da
forma que já foi registrada, deverão agora tentar outra maneira.
160
Atividade 6:
Qual será o número?
1 – Apresentação do problema
Os números que aprecem neste círculo seguem uma ordem. De acordo com
esta ordem, que número deve ocupar o lugar do ponto de interrogação?
Objetivos:
Desenvolver a habilidade de percepção visual, de lógica e de cálculo mental.
Materiais:
Um círculo com os números registrados como mostra a figura.
2 – Levantamento de hipóteses:
Os alunos vão tentar descobrir a lógica, para isto vão levantar hipóteses, as
quais podem ser direcionadas pelo professor:
Será que estes números foram colocados por acaso?
Qual a relação que existe entre os números?
3- Experimentação:
Deixar que as crianças tentem por dedução ou outra forma de resolução.
4 – Discussão coletiva:
Todas as hipóteses que os alunos levantarem devem ser colocadas no
momento da discussão coletiva.
5- Registro:
Registrar em forma de texto todos os passos seguidos para a resolução do
problema. As dificuldades e obstáculos, assim como as novas hipóteses
levantadas também deverão fazer parte do texto.
No registro deverão constar as hipóteses, as tentativas e as conclusões que os
alunos chegarem, principalmente em relação aos números.
161
Atividade 7: Onde ficará cada número?
1 - Apresentação do problema:
Como é possível escrever nos círculos, os números de 1 a 19 (os já colocados
servem de ajuda), de maneira que nas fileiras com três (tanto horizontais como
diagonais) números, o total seja 30, nas de 4 números seja 40 e nas de 5 seja
50.
Objetivos:
Desenvolver a habilidade de percepção visual, de lógica e de cálculo mental.
Materiais:
Uma cartela contendo o círculo e números móveis para fazerem as tentativas.
2 – Levantamento de hipóteses:
Os alunos vão tentar descobrir a lógica, para isto vão levantar hipóteses, as
quais podem ser direcionadas pelo professor:
Por que estes números foram colocados? Há alguma explicação?
Existe alguma relação entre eles?
Se tirarmos estes números fica mais fácil ou mais difícil? Por quê?
3 – Experimentação;
A experimentação consistirá em fazerem tentativas de organização dos
números para que somem os resultados orientados.
4 – Discussão coletiva:
Todas as hipóteses que os alunos levantarem devem ser colocadas no
momento da discussão coletiva.
5- Registro: No registro devem constar as hipóteses, as tentativas e as conclusões a que
os alunos chegaram.
162
Atividade 8:
Como deixar as somas iguais mexendo somente dois números?
1 - Apresentação do problema:
Coloque a cabeça para funcionar !! Mexa apenas duas peças de modo que a
soma das duas colunas seja igual.
1
2
7
9
19
3
4
5
8
20
Objetivos:
Desenvolver a habilidade de percepção visual, de lógica e de cálculo mental.
Materiais:
Números móveis para fazer as tentativas.
2 – Levantamento de hipóteses:
Os alunos vão tentar descobrir a lógica, para isto vão levantar hipóteses, as
quais podem ser direcionadas pelo professor:
Como deixar os resultados iguais?
Quais serão estes resultados?
Existe alguma relação entre a colocação dos números?
3 – Experimentação;
A experimentação consistirá em fazerem tentativas de organização dos
números para que somem os resultados iguais.
4 – Discussão coletiva:
Todas as hipóteses que os alunos levantarem devem ser colocadas no
momento da discussão coletiva.
5- Registro:
No registro devem constar as hipóteses, as tentativas e as conclusões que os
alunos chegaram.
163
Atividade 9: Quantos são os porcos e quantos são os pintinhos?
1 - Apresentação do problema:
Em um quintal há 12 animais entre porcos e pintinhos e um total de 34 pés.
Quantos são os porcos e quantos são os pintinhos.
Objetivos:
Desenvolver a habilidade de organização de dados, interpretação de texto,
estratégias para resolver problemas e raciocínio lógico.
Materiais:
Kit de porquinhos e pintinhos em EVA.
2 – Levantamento de hipóteses:
Qual dos animais vocês acham, tem mais no quintal?
Como vocês podem descobrir?
3 – Experimentação;
A experimentação consistirá, com os kits, montar animais e porquinhos.
4 – Discussão coletiva:
Todas as hipóteses que os alunos levantarem devem ser colocadas no
momento da discussão coletiva.
5- Registro:
Registrar em forma de texto por grupo, quais foram os caminhos adotados pelo
grupo para chegar à solução do problema.
164
Atividade 10:
Quando o caracol chegará?
1 - Apresentação do problema:
Um caracol resolve subir uma escada de 10 degraus. Durante o dia, ele
consegue subir três degraus, mas, durante a noite, escorrega dois degraus.
Quantos dias e quantas noites ele vai demorar para chegar ao topo da escada?
Objetivos:
Desenvolver a habilidade de resolver situações por tentativas, utilizando o
pensamento dedutivo e hipotético.
Materiais:
Uma escadinha de madeira de 10 degraus, um caracol de papel machê.
2 – Levantamento de hipóteses:
Quantos dias o caracol vai gastar para subir toda a escada?
Se o caracol não escorregar, quantos dias gastará?
3– Experimentação;
A experimentação consistirá em tentativas sucessivas obedecendo ao
comando do problema.
4– Discussão coletiva:
Todas as hipóteses que os alunos levantarem devem ser colocadas no
momento da discussão coletiva.
5- Registro:
No registro deverá constar as hipóteses, as tentativas e as conclusões que os
alunos chegaram.
165
Referências Bibliográficas
BRASIL/MEC. Parâmetros curriculares Nacionais: matemática. Brasília:
Secretaria de Educação Fundamental, 1997.
CARRAHER, Terezinha Nunes. Aprender pensando. Contribuições da
psicologia cognitiva para a educação. Petrópolis: Vozes, 1999.
KAMII, Constance. Desvendando a Aritmética: Implicações da Teoria de
Piaget. Campinas: Papirus, 1995.
_______________A criança e o número. Trad. Regina A. de Assis.
Campinas: Papirus, 1990, 28a ed.
GÁLVEZ, Grécia. A didática da matemática. In: PARRA, Cecília, et. al. Didática
da Matemática: reflexões psicopedagógicas. Porto Alegre – RS: Artes
Médicas, 1996.
SOARES, Eduardo Sarquis. Matemática com o Sarquis. Livro 1. Belo
Horizonte: Formato.
_______________Matemática com o Sarquis. Livro 2. Belo Horizonte:
Formato.
SMOLE, Kátia Stocco. DINIZ, Maria Ignez. Ler, escrever e resolver
problemas. Habilidades básicas para aprender matemática. Porto Alegre:
Artmed, 2001.
VIGOTSKY, L. S. A formação social da mente; o desenvolvimento dos
processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes 1984.
________________Pensamento e linguagem. São Paulo: Livraria Martins
Fontes, 1989.
166
Oficina 17: GRANDEZAS E MEDIDAS
Introdução
Ao chegar à escola, a criança traz consigo uma bagagem muito rica de
experiências em relação às medidas vividas no seu dia a dia, nas brincadeiras
e jogos e em muitas outras atividades como o esporte, o trabalho, etc.
As atividades escolares deverão ser vinculadas a essas situações de vida
da criança.
Para que a matemática faça sentido na vida da criança é preciso usar a sua
linguagem e dar oportunidade para que ela construa os seus próprios
conhecimentos.
Piaget e seus colaboradores, em Genebra, comprovaram que, para a
criança ter sucesso nas atividades envolvendo medidas, ela precisa ter atingido
o nível da habilidade de conservação. A medição requer da criança a
compreensão de que um objeto conserva o mesmo comprimento ou peso
independente das mudanças que ocorram na sua posição ou na sua
configuração.
A idéia de conservação ou invariância é dum conceito lógico-matemático e,
para alcançá-lo, a criança deve ser estimulada a trabalhar de maneira a tornarse capaz de raciocinar sobre o que vê.
O trabalho com medidas oferece excelentes oportunidades para uma
viagem ao passado do homem.
As medidas surgiram a partir de necessidades sociais, tais como:
demarcação de espaço, referências quantitativas para o comércio,
determinação do tempo gasto nas atividades, cálculos de distâncias entre
localidades, planejamento de rotas de viagem, interesse pelo movimento dos
astros.
O uso das partes do próprio corpo como unidade de medida, tão comum
entre os povos antigos e vigentes entre os europeus até alguns séculos atrás, é
interessante ser praticado na escola como forma de reconstruir historicamente
os processos de medição.
Assim como contar, medir também é uma necessidade do dia-a-dia do
homem.
A necessidade de padronização da unidade de medida deverá surgir
naturalmente da percepção do aluno de que, ao usar uma unidade nãopadronizada, poderá encontrar diferentes números que expressam a mesma
medida para um mesmo comprimento. Por exemplo, se a unidade escolhida for
o palmo do aluno, eles poderão encontrar medidas diferentes já que as mãos
têm tamanhos diferentes.
“O professor, ao organizar as atividades que envolvam grandezas e
medidas, deverá levar em conta que o trabalho com esse tema dá
oportunidade para abordar aspectos históricos da construção do conhecimento
matemático, uma vez que os mais diferentes povos elaboraram formas
particulares de comparar grandezas como comprimento, área, capacidade,
massa e tempo. Assim também, o estudo das estratégias de medidas usadas
por diferentes civilizações pode auxiliar o aluno na compreensão do significado
de medida”. (Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental,
p.129).
167
PROPOSTA DO PROGRAMA
As medidas têm um uso de grande significado social, portanto estão
presentes nas atividades do nosso dia-a-dia. Daí decorre sua importância
dentro de um programa de Matemática, não só por configurar a prática social
da disciplina, como também por possibilitar a integração entre os vários tópicos
programáticos. Sistema de numeração, operações com números naturais,
medidas, operações com números racionais, espaço e forma.
Ainda que alguns dos aspectos a serem estudados sejam complexos, a
necessidade do uso social gera a responsabilidade da escola em explorá-los
desde o ingresso do aluno no Ensino Fundamental. Cabe ao professor, mais
que ao programa, selecionar métodos, materiais e atividades adequadas.
É objetivo nos anos iniciais do Ensino Fundamental levar a criança a
compreender o procedimento de medir, explorando para isso tanto estratégias
pessoais quanto ao uso de alguns instrumentos, como balança, fita métricas e
recipientes de uso freqüente.
Conteúdos
Atividades
- Medida de Tempo
- Construir um instrumento para medir
o tempo, antes da invenção do
relógio:
- De dia em dia, o mês se completa.
- Organizar o calendário do mês de
junho de 2008.
- Medida de Comprimento
Utilizar
vários
instrumentos
de
medidas e medir várias coisas que se
encontram na sala de aula.
- Comparando Massas
- Medindo Líquidos
- Descobrir os objetos mais leves e
mais pesados;
- Coloca-los em ordem, isto é, do
mais leve para o mais pesado;
_Conferir a medida de massa, usando
a balança.
-Quem enche o recipiente de líquido,
primeiro?
- Vencendo desafio, movendo
embalagens com líquidos.
168
OBJETIVOS:
- 1° Utilizar estratégias pessoais de medidas com uso de unidades
arbitrárias, chegando a usar a unidade padrão de comprimento, massa e
capacidade.
-Ler hora exata e meia hora e utilizar, com compreensão, os termos dia,
semana, mês e ano.
-2º Utilizar instrumento de medidas, estimar resultados, fazer medições e
registrar medidas;
- Identificar a unidade fundamental das medidas de comprimento, massa e
capacidade e utilizá-las juntamente com outras unidades de maior uso social;
- Usar o relógio e o calendário para identificar medidas de tempo e fazer
registros de horários e em datas;
- Empregar com compreensão, os termos ano, semana, dia, hora, meia
hora e minuto.
Atividade 1:
Medida de Tempo
1- Apresentação do Problema
O professor levará para sala de aula, vários tipos de relógio e deixar que
os alunos falem a respeito dos mesmos. A professora perguntará: Quais as
formas de se ver a hora, antes da invenção do relógio?
Objetivos
Compreender a história da medida de tempo.
Materiais para cada grupo:
2 litros de pet grande;
2 canudos;
Água;
2 garrafas de mini pet;
Cola quente;
Areia fina para encher uma garrafa de mini pet;
1 tesoura;
1 palito de churrasco;
1cartolina de cor clara;
Relógios atuais (que não estão em uso).
2 - Levantamento de hipóteses
Conduzir os alunos a um questionamento a respeito do conhecimento
que eles têm do assunto, colocando a importância da observação do sol, da
lua, das estrelas, pelo homem para a medida de tempo.
3 – Experimentação
Cada grupo deverá escolher os materiais que serão colocados à
disposição e usar a criatividade, construindo o seu próprio instrumento de
medir o tempo.
169
4- Discussão coletiva
Cada grupo apresentará a sua descoberta. O professor apresentará os
relógios de sol, de areia, de água (clepsidra), mostrando que esses eram os
instrumentos usados antes da invenção do relógio (texto anexo).
5- Registro
- Desenhar a clepsidra, ampulheta e o relógio de sol;
- Escrever frases referentes aos desenhos.
Atividade 2:
De dia em dia, o mês se completa
1- Apresentação do problema
Como organizar um calendário, através de uma carta, criando legendas.
Objetivo
- Compreender a organização do calendário do mês.
Materiais para cada grupo
- Papel pardo (quadriculado);
- 5 pincéis: 1preto, 1 vermelho, 1 azul, 1 verde e um amarelo;
- 1 cópia da carta.
2- Levantamento de hipóteses
Cada aluno dará sua opinião considerando seus conhecimentos prévios.
3- Experimentação
Cada grupo receberá uma cópia da carta e deverá fazer a leitura (carta
anexa).
A medida dos acontecimentos das atividades de Joana, o grupo deverá
descobrir a data de cada um, construindo o calendário do mês, criando
legendas para os dias.
4- Discussão Coletiva:
Cada grupo apresentará o seu calendário;
Os grupos deverão falar sobre as dificuldades e facilidades encontradas
na resolução das atividades;
Discutir se o trabalho foi realmente coletivo.
5- Registro
Montagem do calendário.
Mês
Ano
Dias da
semana
170
Exemplos de legenda: ∆ visita ao Zoológico
Ό Dias de aula
- De acordo com o calendário construído, responda:
•Quantos dias letivos?
•Qual é o mês e o ano descoberto?
•Quantas semanas?
•Quantos Domingos?
•Quantos aniversários comemorados?
•Quantos dias?
Atividade 3:
Medindo comprimento
1- Apresentação do problema
O professor pedirá aos alunos que observem tudo ao seu redor e
pergunta: tudo é do mesmo tamanho?
Objetivo: Propor medições de interesse das crianças
Material
Barbante;
Fita de papel pardo;
Usar as mãos;
Usar os pés e pernas;
Dedo polegar.
2- Levantamento de hipóteses
Os alunos darão opiniões sobre os diversos instrumentos de medidas
que eles conhecem
3- Experimentação
O professor pedirá a cada grupo que escolha o que será medido;
Cada grupo usará a sua criatividade, usando instrumentos improvisados
por eles. Cada grupo fará a sua medida.
4- Discussão Coletiva:
Cada grupo apresentará o que foi medido e o seu resultado.
Após a discussão de cada grupo, todos os grupos discutirão sobre as
diferentes formas de medidas e farão a comparação entre elas. O professor
deverá encaminhar a discussão mostrando e justificando a origem do metro.
5- Registro: Construir uma tabela
Grupos
O que foi medido
Qual instrumento
usado para medida
Total de
medidas
Grupo 1
Grupo 2
Grupo 3
Grupo 4
Grupo 5
171
Atividade 4:
Comparando massas
1- Apresentação do Problema
O professor pedira a dois alunos para que cada um leve um objeto até a
frente e mostre para seus colegas, e o professor perguntará, Qual é o mais
pesado?
Objetivo
- descobrir a importância de medir a massa ou o peso de um corpo;
- identificar o mais pesado e o mais leve.
Materiais:
- Balança PET
- Tampinhas de Garrafas
- 1 Pilha pequena
2- Levantamento de Hipóteses
Quantas tampinhas de garrafas são necessárias para medir o mesmo
peso que a pilha?
3- Experimentação
- O professor colocará a balança PET e uma vasilha transparente cheia de
vários tipos de tampinhas;
- Colocará uma pilha pequena em um dos braços da balança;
- Colocará tampinhas (de uma a uma) até que o peso se torne igual ao da
pilha;
- Será vencedor o grupo que acertar o nº de tampinhas.
4 – Discussão Coletiva
Discutir sobre os tamanhos dos materiais utilizados, chegando a
conclusão de que o peso do objeto nem sempre é pelo tamanho.
5- Registro
- Desenhar uma balança PET mostrando a pesagem de determinados
objetos.
172
Atividade 5:
Comparando massas ( 2 )
1- Apresentação do problema
O professor levará para a sala de aula duas caixas de tamanhos iguais,
porém uma caixa vazia e a outra contendo areia e perguntará: Qual é a
mais leve? Qual é a mais pesada? Após a resposta dos alunos, o professor
chamará um aluno para verificar a resposta, mostrando a todos a caixa
vazia e a outra com areia.
Objetivos
- descobrir a importância de medir a massa ou o ¨peso¨ de um corpo;
- identificar o mais pesado e o mais leve.
Materiais Para Cada Grupo
- 1 mesa
- 10 objetos que se encontram na sala de aula como por
- lápis;
- caderno;
- borracha;
- 1 par de calçado, etc.
exemplo:
Materiais para o professor:
-2 caixas de tamanhos iguais, uma vazia e a outra com areia.
2 - Levantamento de hipóteses
Discutir com os alunos sobre a importância de medir a massa ou o peso
de um objeto. O que é medir massa?
3 - Experimentação
Cada grupo vai comparar a massa de no mínimo 10 objetos que se
encontram na sala de aula, segurando-os nas mãos;
Coloque-os sobre uma mesa em ordem crescente de massa, isto é, do
mais leve para o mais pesado;
Conferir se os grupos acertaram a ordem, pesando os objetos na
balança;
Conferir a medida de massa utilizando a balança.
4- Discussão Coletiva
O grupo deverá discutir os acertos e os erros da ordem dos objetos;
Observar o que os outros grupos fizeram e conversar sobre a diferença
da massa dos objetos escolhidos;
5- Registro
Escreva os nomes dos objetos em ordem crescente de massa, isto é, do
mais leve para o mais pesado.
173
Atividade 6:
Medindo volume de líquidos
1. Apresentação do problema
O professor dispõe-se de uma embalagem grande e transparente com a marca da
quantidade de litros e vários copinhos descartáveis (medida de café) e perguntará:
Quantos litros de água cada grupo conseguirá colocar no recipiente durante o tempo
que tocar a música?
Objetivo:
- Reconhecer o litro como unidade fundamental para medir a quantidade de
líquidos;
- Identificar os vários objetos que servem como medida de líquidos.
Materiais para cada Grupo
- Um recipiente grande e transparente com marcas de quantidades de litros;
- Vários copinhos descartáveis (medida de café);
- 1 CD.
2- Levantamento de hipóteses
Dar oportunidade aos alunos para falarem sobre o conhecimento que eles já
adquirem sobre o referente assunto. Eles deverão dar opiniões sobre a quantidade de
copinhos de água que gastarão para colocar no recipiente no determinado tempo
marcado pela música.
Quantidade
de copinhos
de água –›
3
Grupo 1
Grupo 2
Grupo 3
Grupo 4
Grupo 5
Grupo 6
Experimentação
Um aluno colocará um copinho de água no recipiente, passando em seguida para
o outro até terminar a música;
O grupo vencedor será aquele que conseguir colocar mais água no recipiente.
4
Discussão Coletiva
Cada grupo apresentará seu resultado, falando das dificuldades encontradas da
forma como foi realizada a atividade e das descobertas.
Porque o grupo X foi vencedor?
5
Registro
Produzir um texto, contando como foi a experiência.
174
Atividade 7: Medindo volume de líquidos (2)
1. Apresentação do problema
O professor dispõe-se de nove embalagens em fila. As cinco primeiras
estão cheias e as quatro últimas vazias. Movendo somente duas garrafas,
como tornar a fileira com embalagens alternadamente cheias e vazias?
Objetivo:
- Reconhecer o litro como unidade fundamental para medir a quantidade
de líquidos;
- Identificar os vários objetos que servem como medida de líquidos.
Materiais Para Cada Grupo
1 caixa de leite (cheia de água);
1 caixa de leite vazia;
1 litro de refrigerante (cheio de água);
1 litro de refrigerante vazio;
1 lata de óleo (cheia de água);
1 lata de óleo vazia;
1 garrafa de água mineral (cheia de água);
1 garrafa de água mineral vazia;
1 caixa de achocolatado (cheia de água)
1 funil
5 Litros descartáveis de refrigerante (1litro);
5 garrafas descartáveis de refrigerante (meio litro);
Pincel;
Bola.
2- Levantamento de hipóteses
Dar oportunidade aos alunos para falarem sobre o conhecimento que
eles já adquirem sobre o referente assunto.
3 Experimentação
Os alunos procuram a solução do desafio movendo as embalagens
como desejarem.
4 Discussão Coletiva
Discutir sobre o comportamento do grupo durante a realização da
atividade;
Fazer comparação da medida dos líquidos das embalagens. Qual
embalagem que contém mais líquido? E qual contém menos?
Discutir a respeito do local, onde devem ser colocadas as embalagens
vazias e suas utilidades.
5
Registro
Produzir um texto, relatando a experiência de cada grupo.
175
Anexos
Belo Horizonte, 15 de julho de 2008.
Querida prima Marta,
Tudo bem com você?
Olha, eu estou muito bem, pois, o mês passado me trouxe grandes alegrias.Vou
te contar com detalhes o que fiz durante o mês.
Adorei o primeiro dia! Era domingo! Fui ao Zoológico com minha família.
Os 05 dias após o domingo foram de muita responsabilidade: escola, tarefas e
cursinhos de Inglês.
Um outro dia se aproxima. Foi o meu aniversário. Houve uma grande festa com
a presença dos meus amigos e familiares. Que pena! Só faltou você.
Outro domingo de curtição. Fui à fazenda do vovô e lá passei o dia todo.
Mais quatro dias de compromisso: Escola, tarefas e cursinhos de Inglês.
No outro dia não houve, era dia de “Santo Antônio”. A escola comemorou com
uma grande festa. A quadrilha ficou linda! Puxa! Dancei muito.
Chegou o sábado. Procurei colocar meus estudos em dia.
Outro domingo de alegria. Fui a um piquenique com meus amigos. Foi maravilhoso.
Mais 05 dias de estudo, tarefas, cursinhos de Inglês e também excursão,
pesquisa. Foram dias de muita agitação.
No sábado ajudei a mamãe nas tarefas da casa.
Mais um domingo feliz, toda a família reuniu para o almoço.
Mais 05 dias de: estudos, tarefas e cursinhos de Inglês. Nesses 05 dias teve um
especial: Era dia de “São João”. A comunidade fez uma festa para ajudar o hospital do
Câncer. Eu fui convidada para dançar quadrilha. Que emoção, poder ajudar alguém!
No sábado aproveitei para fazer uma faxina no meu quarto. Sai para uma
entrevista a pessoas sobre o que elas acham da lei que pune as pessoas que dirigem
alcoolizadas. Foi um sucesso a entrevista.
No último domingo, era dia de “São Pedro”, fui à festa junina promovida por
uma outra escola.
No dia 30 foi o último dia do mês. Fizemos a apresentação da entrevista na
escola, os alunos participaram dando a opinião sobre a nova lei.
Gostaria de saber o dia do seu aniversário, e o da sua mãe, pois quero mandar
um lindo presente para cada uma.
Um conselho para você:
Divertir não é só brincar e dançar. É também estudar.
Abraços de sua amiga Joana.
176
Medida de Tempo
Introdução
A Civilização e os horários andam lado a lado. Os horários significam
acompanhamento do tempo, isto é, matemática.
Foi observando a natureza que o homem aprendeu a marcar o tempo. A história
da medição de tempo passa pelo relógio de sol, pela clepsidra, relógio de água, relógio
de areia (ampulheta).
A água também foi usada em instrumento de contagem de tempo. Os Gregos e
os Romanos limitavam os discursos nas cortes de justiça, com um jarro de água que
tinha pequenos furos no fundo por onde a água escapava. Este “cronômetro” chama-se
clepsidra, que em Grego significa “roubar água”.
A clepsidra foi aperfeiçoada pelos chineses e transformada no chamado relógio
de água. Tratava-se de tanques, colocados em alturas diferentes e ligados por um sifão que é um tubo em forma de "S". A água, então, passava de um tanque para outro,
através desses tubos, numa mesma velocidade, marcando a passagem do tempo.
A ampulheta foi também inventada pelos egípcios, seu funcionamento é
simples: dois cones de vidro ligados por um pequeno orifício que regulava a passagem
de areia colocada em uma das partes, marcavam determinado período de tempo. Depois
era só virar o instrumento e repetir o processo.
Mas a invenção do relógio mecânico, o único instrumento de medir o tempo, em
dias sem sol, só acontece no século XIV.
177
Oficina 18: TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
Introdução
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) o conteúdo
“Tratamento da Informação”, deve ser trabalhado de modo que estimule os
alunos a fazer perguntas, a estabelecer relações entre a matemática e o
significado das informações obtidas por intermédio dos meios de comunicação,
a construir justificativas e a desenvolver o espírito de investigação.
Hoje, existe uma demanda social que leva essa temática a se destacar
como um conteúdo necessário, em função do seu uso no contexto social. É
imprescindível saber interpretar, ou melhor, saber ler tais informações na forma
de gráficos e tabelas, utilizando dados estatísticos e idéias de combinatória e
probabilidade.
De fato, os estudos relativos à Estatística nos permitem prever, estimar,
explorar, quantificar, comparar, ... uma infinidade de interações matemáticas e
sociais, as quais precisamos conhecer para tomarmos decisões e para nos
posicionarmos em relação à uma série de questões social, ambiental e de
saúde pública. Ainda, com base nas competências e habilidades que devemos
desenvolver com os alunos, ressaltamos a importância da argumentação
através das hipóteses geradas nessas leituras. De acordo com os PCNs, “A
finalidade não é a de que os alunos aprendam apenas a ler e a interpretar
representações gráficas, mas que tornem capazes de descrever e interpretar
sua realidade, usando conhecimentos matemáticos” (PCN, 1997, p. 69).
Considerando que os gráficos e as tabelas são tipos de textos, eles
podem ser contados como uma história, e a história tem uma função lúdica que
desperta no aluno uma motivação para o aprendizado. Então, será mais uma
forma de abordar a leitura e a escrita numa linguagem matemática de uma
maneira contextualizada, numa perspectiva de análise crítica, optando por uma
busca de conhecimento com vistas à formação de cidadãos.
Vários autores consideram importante que esse conteúdo cumpra um
papel interdisciplinar, didático-pedagógico, psicológico motivacional e políticocrítico. Por isso, no desenvolvimento dessa oficina estaremos preocupados
com a participação ativa do aluno no processo ensino aprendizagem,
mostrando uma proposta de trabalho reflexivo, propondo atividades de
construção do conhecimento matemático, interdisciplinando com outros
conteúdos, para a contextualização do problema e suas resoluções, partindo
da idéia de que um problema pode ter várias respostas dependendo de cada
ponto de vista. Além disso, deve-se permitir a elaboração dos instrumentos
teóricos e das habilidades necessárias que conduzem de forma natural a uma
fundamentação teórica.
178
Proposta do Programa:
O núcleo da proposta é o desenvolvimento de capacidades necessárias
não só a leitura e a escrita, mas à compreensão e produção de textos
coerentes, orais e escritos, visando à argumentação segura em situação de
uso social.
O conteúdo, Tratamento da Informação, foi selecionado pela importância
de seu caráter integrador, que possibilita a interdisciplinaridade, além de
contextualizar a matemática com assuntos do cotidiano. Verificamos a falta do
conhecimento de que se trata de um conteúdo, portanto, necessário ser
trabalhado com um pouco mais de evidência, iniciando nos primeiros anos de
escolaridade, dando prioridades às construções de tabelas e gráficos pictóricos
e lúdicos, por serem mais atraentes aos olhos da criança, e a experimentos
com material concreto.
Conteúdos programáticos da
oficina
Leitura
e
informações
imagens.
.
interpretação
contidas
Atividades da oficina
de Exploração das imagens construídas e
em selecionadas através de jornais, revistas
e outras fontes.
Descrição e interpretação da coleta de
Coleta de dados e criação de dados feita no contexto proposto (cores,
registros
de
informações: brincadeiras, textos).
EstatÍstica,
Probabilística
e Registros livres, escritos e orais em
tabelas e gráficos a partir das pesquisas
Combinatória.
e dos experimentos propostos.
.
Identificação do uso dos números como
leitura e informação (linhas de ônibus,
Exploração da função do número telefones, placas de carro, documentos,
como código na organização de roupas, calçados).
informações.
Inúmeras questões podem ser abordadas com dados estatísticos em
jornais, revistas, conteúdos de ciências ou geografia, contas de água e luz
favorecendo a leitura e análise com compreensão, que o professor deve mediar
para desenvolver o espírito crítico e argumentativo dos alunos. Além disso, é
interessante que os alunos percebam, desde cedo, que existem resultados
previsíveis, que revela uma matemática precisa, e resultados que não podem
ser previstos com certeza, revelando soluções determinadas pelo acaso.
179
Objetivos:
•
•
•
Coletar, organizar, comunicar e interpretar dados, utilizando diversos
tipos de registro, tais como tabelas, gráficos pictóricos, de coluna e de
setor.
Perceber a existência de acontecimentos previsíveis ou aleatórios,
prevendo resultados com base e dados estatísticos e probabilísticos.
Argumentar com criticidade sua opinião na solução das atividades
propostas.
Atividade 1 : Quem encontra mais números nas fichas? O que eles representam?
1 – Apresentação do problema
Objetivos:
•
Observar a infinidade de informações, no nosso cotidiano, que utilizam a
matemática.
•
Expor as experiências pessoais, obtidas durante a pesquisa no material
oferecido.
Materiais:
•
•
•
•
•
•
Revistas e jornais para recortar vários tipos de informação (gráficos de
vários tipos, tabelas, códigos).
Tesouras
Cola
Papel cartão
Pincel ou canetas hidrocor
2 – Levantamento de hipóteses
Interpretar e utilizar informações numéricas que aparecem expressas em
vários meios de comunicação e no nosso dia a dia: esse é o nosso ponto de
partida. Deixar que as crianças exponham suas idéias, opiniões.
3 – Experimentação
Distribuir fichas com recortes de jornais e revistas para os alunos
descobrirem formas de informações numéricas como códigos, datas,
apresentação de gráficos e tabelas.
Pedir para agruparem os dados coletados que possuem formas
semelhantes e propor que apresentem suas descobertas, utilizando cartazes.
Deixá-los explicitar os critérios usados para fazer estes agrupamentos.
180
4- Discussão Coletiva
A partir das apresentações, questionar sobre a denominação usual das
informações obtidas, pedindo para apresentar o que cada um nos informa,
procurando enfatizar suas características, fonte, título, grandezas, legendas,
etc.
Os alunos devem ser incentivados a expor a experiência de descobrir as
funções dos números encontrados no material disponível e na discussão,
promovendo a socialização da experiência e a argumentação.
5 – Registro
Construir um quadro com os alunos onde eles farão o seguinte registro:
Fonte
Informação
Calendário
Dia do aniversário, dia de ir ao médico...
Mapa
Quantidade de população, tamanho do estado...
Conta de Luz
Dia de vencimento, quanto devo pagar, quanto gastou...
Atividade 2 : Que refrigerante é mais gostoso?
1 - Apresentação do Problema
Levar para a sala de aula, várias tampinhas de refrigerante (coca-cola,
guaraná Antártica, guaraná Coroa, Fanta Uva, Fanta Laranja, Mate Couro, etc)
e perguntar às crianças: Qual refrigerante é mais gostoso?
Objetivos:
•
Construir tabelas e gráficos com material concreto, utilizando tampinhas
de garrafas “pet”, cartões coloridos, brinquedos e figuras ilustrativas,
preocupando em dar um título, citar a fonte, a data, as grandezas,
legendas, etc.
•
Ler e interpretar as tabelas e os gráficos que foram elaborados,
explorando o máximo as informações obtidas.
Materiais:
•
•
•
•
•
•
Tampinhas de garrafas “PET”
Cartões coloridos
Canetas hidrocor
Fita adesiva
Folhas de papel para construção dos gráficos
Giz
181
2 – Levantamento de hipóteses
Cada criança irá dizer qual o seu refrigerante preferido e porque acha
este mais gostoso.
3 – Experimentação
Pedir que cada um escolha a tampinha do refrigerante preferido.
Registrar no quadro os dados coletados na forma de uma tabela, que
deve ter um título e outras características convenientes.
Pedir para distribuir as tampinhas alinhadas, de acordo com a
preferência, numa folha de papel ou no chão, orientando os alunos a
relacionarem os dados de identificação necessários na construção de gráficos.
- Interpretar a leitura daqueles dados.
Elaborar questões para os alunos:
•
•
•
•
•
•
•
•
Qual foi o refrigerante mais escolhido? E o menos escolhido?
Quantas pessoas participaram da atividade?
Quantas tampinhas têm ao todo?
Quantas tampinhas têm a coluna ou linha menor? E a maior?
Quantas tampinhas têm a coluna maior e a menor juntas?
Tem coluna com a mesma quantidade?
Vocês sabem o nome dessa construção?
Para que serve esta construção?
Variação da atividade:
Utilizar cartões coloridos, brinquedos ou fichas da cor preferida, do esporte
preferido, doce, fruta... Os procedimentos serão os mesmos da atividade com
as tampinhas.
4 – Discussão Coletiva:
Propor a discussão do que foi feito, organizando uma seqüência da
ordem que aconteceram as atividades. Questionar a relação entres as tabelas
e os gráficos construídos. Se eles teriam uma outra forma de registrar esses
dados? Se eles conhecem uma outra forma, ela seria mais fácil ou mais difícil
do que essa? Se eles sabem como se chama esse gráfico? Quais são os
elementos comuns entre eles? É necessário dar títulos e outras
características? E com esse questionamento, o professor promove uma
discussão com o objetivo de esclarecer a importância dessa forma de registrar
dados, por ser mais simples a apresentação e a leitura das informações nele
contidas. Nesse momento, o professor apresenta as nomenclaturas para
formalizar os conceitos.
5 – Registro:
O registro final será um texto, relatando o que foi feito. Ou ainda, o desenho do
gráfico no caderno ou na forma de cartazes.
182
Atividade 3:
Quantas vogais tem no texto (música)?
1 – Apresentação do problema
O problema a resolver é descobrir qual a melhor forma de coletar,
organizar e registrar o número de vogais que aparecem no texto.
Objetivos:
Coletar, organizar e produzir registro da freqüência das vogais a partir de
um texto.
Materiais:
•
•
•
•
•
Xerox de um texto
Xerox da tabela
Folha de papel quadriculado ou milimetrado
Canetas coloridas ou lápis de cor
Réguas
2 – Levantamento de hipóteses
Deixar livre, o primeiro momento, para a elaboração de estratégias para
resolver esta proposta.
Estas estratégias devem ser registradas. Cada um deve de alguma
forma dar sua opinião sobre as questões levantadas.
3 – Experimentação
Oferecer uma música para leitura, algum dos participantes deve
perceber que se trata de uma música. Perguntar se sabem cantá-la e propor
que cantem. A música é:
Um, dois,
feijão com arroz.
Três, quatro,
pé de pato.
Cinco, seis,
pulo uma vez.
Sete, oito,
como um biscoito.
Nove, dez,
olho meus pés.
Enciclopédia O Mundo da Criança. Contos e Poesias.São Paulo. Enciclopédia Britânica do
Brasil, n. 1 – 1995.
Desafiá-los a descobrir qual o número exato de cada vogal que
apareceu no texto, propondo uma coleta direta de dados numéricos. Primeiro,
deixar livre para formação de opiniões e elaboração de estratégias, mas devese registrar e comentar as estratégias feitas por eles. Depois, com as
orientações dadas, eles passarão pelas etapas de trabalho usualmente
183
desenvolvidas em Estatística, produzindo e organizando os dados numéricos
na forma de uma tabela, que será oferecida para cada um dos participantes.
Por meio dessa coleta de dados na forma de tabela será proposta a construção
do gráfico de barras ou de colunas, usando papel quadriculado e canetas
coloridas. Na construção do gráfico é importante observar se o aluno registra o
título, as grandezas e tudo que é necessário para a leitura desses dados com
coerência.
Vogais
Registro de Freqüência
Total
A
E
I
O
U
4 – Discussão Coletiva:
Analisar a elaboração de estratégias que eles fizeram inicialmente,
verificando se é possível registrar de forma mais objetiva a contagem, deixando
cada um expor suas conclusões para o grupo.
É importante incentivar a participação de todos. E a argumentação será
uma forma de reelaborar conceitos definidos durante a resolução da proposta,
sendo o professor mediador dessa construção de conhecimento.
5 – Registro:
O professor, junto com os alunos definirá o registro final. Poderá ser um
relato na forma de texto, que aborde os conceitos de coletar, organizar e
registrar dados numéricos.
184
Atividade 4:
A sua altura é a maior ou a menor da sala?
1 – Apresentação do problema
O problema a resolver é o que seria estar na média. O que é média ?
Objetivos:
Conceituar Média numa situação contextual de medidas de altura dos alunos
da sala, coletando informação por meio das medidas dos alunos.
.
Materiais:
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Fita métrica.
Trena.
Giz.
Fichas na forma de discos.
Fitas de jornal de um metro de comprimento.
Canetas coloridas ou lápis de cor.
Réguas
Barbante
Papel craft.
2 – Levantamento de hipóteses
Qual é a medida de sua altura? O que você usaria para fazer esta
medida? Qual a medida da altura de seus colegas? Quem é o mais alto? E o
mais baixo? Como seria o registro dessas medidas? Qual o número de alunos
que estão na média de altura da sala? E abaixo dela? E acima da média?
Ao fazer estes questionamentos os alunos começarão a elaborar
hipóteses e conceitos a partir do que eles já conhecem sobre o assunto,
permitindo a conexão entre o que se sabe e o que tem que aprender. Esta
relação é muito importante para motivar o aprendizado de conceitos novos e
promove a integração entre os conteúdos.
O professor deve ouvir com atenção cada possibilidade que os alunos
colocarem, fazendo novos questionamentos.
3 – Experimentação
A partir das respostas dos alunos feitas no levantamento de hipóteses, o
professor orientará a aula para que na prática sejam respondidas todas as
questões.
Inicialmente, propor que todos os alunos encostem-se à parede e o
professor deverá marcar a altura de cada aluno usando uma ficha.
Pedir para cada um dos alunos pegarem as fitas de jornal e medirem do
chão a sua ficha, usando o raciocínio lógico na forma de obter a medida com a
fita de jornal. Observando as medidas obtidas, comparando com a dos colegas
e estabelecendo uma seqüência.
185
Orientar a redistribuição das fitas e fichas no papel craft para mostrar o
número de alunos que estão na média, que estão abaixo e que estão a cima da
média de altura da sala.
Usando fita métrica ou trena, medir cada um dos participantes, anotando
todas as medidas obtidas no quadro. Pedir para organizar as medidas obtidas
na forma de uma tabela e de um gráfico, interpretando os registros. O professor
utilizará esse registro para orientar a seqüência de sua aula.
4 – Discussão Coletiva:
Os alunos devem ser dispostos em grupos para responderem as
questões iniciais, agora com base na prática que eles participaram. Depois,
serão levadas as respostas para discussão entre os grupos.
Durante a discussão deve-se esclarecer que esses dados não mostram
a exatidão de resultados, mas o que é provável. É importante que os alunos
percebam a necessidade de serem analíticos e o professor deve estimular o
desenvolvimento das capacidades nos alunos de prever, de estimar, de
explorar os dados criticamente, fazendo uso da argumentação na defesa do
seu pensamento.Os alunos discutem no interior do grupo e depois com a sala
toda para explicar o que foi registrado.
Deixar claro que hoje, usamos no mundo todo um sistema de informação
que nos permite várias interpretações, estimativas, explorações operatórias,
enfim, uma infinidade de interações físicas e sociais, que devem ser exploradas
com leitura crítica, argumentação e com raciocínio lógico, prevendo que os
resultados obtidos é uma probabilidade, não uma certeza.
5 – Registro:
Cada aluno deverá expor as relações feitas na construção dos gráficos e
das tabelas, suas características (titulo, fonte, grandezas, intervalos) e
informações obtidas fazendo a leitura e a interpretação dos dados obtidos,
respondendo as questões levantadas hipoteticamente, e registrando o que se
entende por média.
186
Atividade 5:
Qual a cor é a mais escolhida na turma?
1 - Apresentação do Problema
Levar para a sala de aula, lápis de cor e perguntar às crianças: Qual a
cor que você escolhe?
Objetivos:
•
Construir tabela e gráfico de setor com material concreto, utilizando um
disco de papel recortado em frações, preocupando em dar um título,
citar a fonte, a data, as grandezas, legendas, etc.
•
Ler e interpretar a tabela e o gráfico que foi elaborado, explorando o
máximo as informações obtidas.
Materiais:
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Canetas hidrocor
Fita adesiva
cola
Folhas de papel para construção do gráfico
Giz
Disco de papel branco dividido em frações
Lápis de cor ou giz de cera
Tesoura
Régua, transferidor e compasso.
2 – Levantamento de hipóteses
Cada criança irá dizer qual a cor ela escolheu. Como podemos
representar essas predileções de forma evidente? Como mostrar a escolha de
cores em um disco? Qual a cor mais escolhida? Qual a cor menos escolhida?
3 – Experimentação
Pedir que cada um escolha um lápis de cor com a cor que mais gosta de
colorir.
Registrar no quadro os dados coletados na forma de uma tabela, que
deve ter um título e outras características convenientes (cor, número de
alunos,...).
Distribuir uma fração de um disco para cada aluno colorir com a cor
escolhida. O disco será dividido de acordo com o número de alunos da sala,
usando régua e transferidor, encontrar as medidas calculando a divisão de
360° pelo número de alunos da sala. O resultado será o ângulo de cada fração
que o disco deverá ser dividido.
Depois de colorir, cada aluno deverá procurar os colegas que
escolheram a mesma cor e se agruparem para colar sua fração. De acordo
com a cor escolhida, cada grupo colará suas frações construindo um gráfico de
187
setor numa cartolina. A seguir, os alunos deverão elaborar um título para o
gráfico, dar a fonte de pesquisa e fazer uma legenda relacionando cor e
número. O gráfico poderá ser explorado com questionamentos que favoreçam
sua leitura e interpretação.
4 – Discussão Coletiva:
Propor a discussão do que foi feito, organizando uma seqüência da
ordem que aconteceram as atividades. Questionando a relação entre a tabela e
o gráfico construído. Se eles teriam uma outra forma de registrar esses dados?
Se eles conhecem uma outra forma, ela seria mais fácil ou mais difícil do que
essa? Se eles sabem como se chama esse gráfico? Quais são os elementos
comuns entre eles? É necessário dar títulos e outras características? E com
esse questionamento, o professor promove uma discussão com o objetivo de
esclarecer a importância dessa forma de registrar dados, por ser mais simples
a apresentação e a leitura das informações nele contidas. Nesse momento, o
professor apresenta as nomenclaturas para formalizar os conceitos.
5 – Registro:
O registro final será um texto, relatando o que foi feito. Ou ainda, o desenho do
gráfico no caderno ou na forma de cartazes.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Ensino
Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais. Brasília: 1997.
MINAS GERAIS. Secretaria de Estado da Educação. Guia curricular de
matemática (ciclo básico de alfabetização, ensino fundamental). Programa
Proqualidade. Belo Horizonte: 1997.
MINAS GERAIS. Coleção Veredas: Formação Superior de Professores (Guia
de Estudo). Módulos I, II e III. Belo Horizonte: 2003.
188
Oficina 19 – GEOMETRIA
INTRODUÇÃO Desde os primórdios o homem observava o espaço e as formas, explorando o mundo que o cercava. Foi assim que ele descobriu a existência das regularidades e aprendeu a utilizá‐las em benefício próprio, transformando o mundo. O ato de observar levou o homem a desenvolver a geometria, um conhecimento essencialmente visual. Esse fator contribuiu, também, para que durante muitos anos acreditássemos que, para aprender os conceitos geométricos as crianças deveriam, sobretudo, prestar atenção às definições explicadas pelo professor e decorar as fórmulas. O professor por sua vez, considerando a geometria como difícil, porque era abstrata, direcionava sua preferência aos temas aritméticos. Esses temas, por sua vez, eram desenvolvidos em nível de abstração não condizente com o estágio de desenvolvimento do aluno, desprezando‐se assim, experiências preparatórias indispensáveis à construção do conhecimento lógico‐
matemático. Alguns estudos, que buscaram compreender como as crianças constroem seu conhecimento, contribuíram para que houvesse mudanças no ensino da matemática para crianças. Atualmente sabemos que, no ensino da geometria, devemos privilegiar o que se apreende com os olhos e com as mãos. “É preciso evitar a todo custo uma prática comum de “estudar” Geometria no final do ano letivo, trabalhando com os alunos um grande número de conceitos de uma só vez; esta prática reduz o estudo a um amontoado de nomes e definições, “aprendidos” por “decoreba” e é a grande responsável pelo bloqueio dos alunos frente à geometria e por sua rejeição total.” (PROCAP;P:97.). Observou‐se que desde os primeiros anos de vida as crianças jogam futebol, correm, se deslocando para frente e para trás, desenham, jogam bola, brincam de pique, montam quebra cabeças. Enquanto brincam elas constroem e desconstroem coisas como caixas de papelão, pipas, barquinho, robôs. Dessa forma vão explorando o mundo a sua volta, manipulando os objetos e conhecendo suas formas, suas características e tamanhos. Portanto, a criança desenvolve as primeiras noções acerca dos conceitos geométricos antes mesmo de ingressar na escola. Neste sentido, é importante observar que para o professor que leciona para alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental, “A geometria é um campo fértil para se trabalhar com situações‐problema e é um tema pelo qual os alunos costumam se interessar naturalmente. O trabalho com noções geométricas contribui para aprendizagem de número e medidas, pois estimula a criança a observar, perceber semelhanças e diferenças, identificar regularidades e vice‐versa.” (PCNs, P: 55e56.) 189
PROPOSTA DO PROGRAMA O ensino de geometria nos anos iniciais do Ensino Fundamental deve partir da valorização das experiências anteriores dos alunos. Para tanto, devemos respeitar os interesses, motivações e principalmente o estágio de pensamento do aluno. Sabemos que o aluno do 1º ciclo do Ensino Fundamental encontra‐se em processo de alfabetização e letramento, nesta etapa a fala funciona como elemento mediador na passagem do pensamento a escrita, assim como, na aprendizagem matemática a expressão oral é de fundamental importância. Nesta fase inicial a aprendizagem da geometria se concretiza por atividades ligadas à ação, deve haver o predomínio do concreto sobre o simbólico: o aluno manipula e constrói objetos das mais variadas formas para então analisar suas características físicas e geométricas. Nesta perspectiva o professor deve realizar atividades geométricas que possibilitem a exploração dos conceitos relativos a espaço e forma contribuindo para que o aluno compreenda o mundo a sua volta. Cabe ao professor estimular e orientar os alunos, pois, essa fase mais informal será o ponto de partida para a conceituação das formas e sólidos. Conteúdo das oficinas Atividades da oficina ‐Manipular e explorar objetos (formas) ‐Descobertas sensoriais e espaços. ‐Desenvolvendo percepções ‐Reconhecer e identificar formas, semelhanças e diferenças presentes ‐Representando e dimensionando nos objetos criados pela natureza e espaços pelo homem. ‐Localizar, reproduzir e descrever ‐Transformando as formas movimentação de pessoas e objetos relacionando espaços e formas. ‐Construção e representação das formas. OBJETIVOS • Identificar semelhanças, diferenças e regularidades das figuras geométricas. • Representar e construir objetos empregando as figuras geométricas. • Reconhecer as figuras geométricas em situações do dia a dia. • Descrever e representar o mundo que nos cerca. 190
ATIVIDADE 1 – A GEOMETRIA NO TEMPO 1 – APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA Imagine cada um de vocês cultivando terras divididas em lotes, às margens de um rio. Na época das chuvas, o rio transborda alagando a terra e, quando volta ao normal, deixa o solo fertilizado, bom para a agricultura. Como as marcas dos lotes foram carregadas pelas águas torna‐se necessário refazer as demarcações. Como vocês fariam para demarcar novamente o terreno? De que maneira o homem demarcava suas terras, antes de conhecer a forma utilizada atualmente? OBJETIVO: Conhecer a história da geometria. MATERIAL PARA CADA GRUPO: ‐ 1 caixote retangular, com areia; ‐ papel cartão; ‐ papel de celofane; ‐ Malha quadriculada; ‐ Régua; ‐ Barbante; ‐ Palitos de fósforo e de Picolé. 2 – LEVANTAMENTO DE HIPÓTESES Os alunos darão suas opiniões considerando seus conhecimentos prévios. 3 – EXPERIMENTAÇÃO O professor contará a história das demarcações de terras no antigo Egito que deu origem à Geometria. Os agricultores egípcios cultivavam as terras que ficavam nas margens do rio Nilo, divididas em lotes. Na época das chuvas, o Nilo transbordava alagando a terra e, quando voltava ao nível normal, deixava o solo fertilizado, ideal para a agricultura. Como as marcas dos lotes eram carregadas a cada cheia, tornava‐se necessário refazer as demarcações para que os lotes fossem redistribuídos aos agricultores. Desta forma, medindo e desenhando terrenos, os egípcios descobriram métodos e adquiriram conhecimentos que, depois, foram aprendidos pelos gregos. Após a história, cada grupo fará a demarcação do terreno como os egípcios faziam. 191
4‐ DISCUSSÃO COLETIVA Os alunos deverão discutir sobre o trabalho realizado, falando de suas dificuldades e descobertas, fazendo uma relação entre passado e presente, descobrindo o nascimento da geometria. 5‐ REGISTRO Desenhar as formas geométricas encontradas nos terrenos marcados, usando a malha quadriculada. ATIVIDADE 2 – O QUE PODE SER UM PONTO? 1 – APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA A professora levará para a sala cartões com desenhos com a representação de um ponto, que neste caso será um minúsculo quadrado. Em cada cartão a figura deve ter um tamanho. A princípio o professor pegará o cartão com a menor figura. Mantendo‐se afastado dos grupos ele pedirá para que os alunos observem a gravura e descrevam o que vêem. O que vocês estão vendo neste cartão? Quando os alunos tiverem respondido o professor se aproximará dos grupos e pedirá para que olhem bem de perto. Usando a lupa eles irão perceber que a figura, na verdade, é um quadrado. O professor irá trocando os cartões, e continuará a pedir para que a turma fale sobre a figura que estão vendo de longe e depois de perto. A medida que a figura do quadrado for maior provavelmente a opinião dos alunos irá mudar. MATERIAL NECESSÁRIO: ‐ Lupas, barbante, papel A4, lápis, canetinha, giz, borracha, blocos lógicos, tintas, papel cartão, papel politac e massinha para modelar. 2‐ LEVANTAMENTO DE HIPÓTESES O professor então desafiará os alunos a explicarem porque a opinião deles mudou se a figura é a mesma? O professor deixará que cada grupo formule suas hipóteses. É interessante também levar um cartão que tenha o desenho de vários pontos pequenos alinhados. Quando olhado de longe os alunos irão ver uma 192
linha retilínea e, quando visto de perto, os alunos perceberão que são vários pontos alinhados. O objetivo é possibilitar que intuitivamente percebam que quando estes pontos estão muito próximos temos uma linha. 3‐ EXPERIMENTAÇÃO O professor pedirá para que dois alunos caminhem de um ponto A até um ponto B, por caminhos distintos. Um colega irá traçar no chão o caminho percorrido. Em seguida os alunos deverão decidir como fazer para medir as distâncias (pegadas, polegadas, palmos, etc.) entre os pontos. As trenas que vem na caixa (kit experimental) poderão ser usadas. O objetivo é verificar que a reta é o menor caminho para ligar dois pontos. 4‐ DISCUSSÃO COLETIVA Nos grupos os alunos devem discutir a atividade, suas dificuldades, descobertas e o que mudou em suas hipóteses. 5‐ REGISTRO Elaborar um texto individual ou coletivo sobre a realização da atividade e ilustrar. ATIVIDADE 3– VAMOS COLOCAR TODOS OS SÓLIDOS DENTRO DE UMA SOMBRA? 1 – APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA • Quantos objetos consigo colocar dentro de uma sombra? • Como se forma uma sombra? • O que é preciso fazer para alterar o tamanho de uma sombra? • O que devo fazer com os objetos ou com a luminária para conseguir colocar mais objetos dentro da sombra? MATERIAL NECESSÁRIO: • 1 luminária com tampão (existe 1 luminária na caixa, pode ser usado abajur); • Objetos de formas e tamanhos variados encontrados na própria sala de aula ou os sólidos geométricos já feitos em atividade anterior. PROCEDIMENTO 193
Acender as luminárias, adaptando o “tampão” da luz em diferentes posições em relação à lâmpada, para que cada grupo forme sombras de diferentes tamanhos no chão. (Deixe que as crianças descubram sozinhas essas diferenças e tirem conclusões). Pedir às crianças que coloquem o máximo de objetos ou formas geométricas dentro da sombra. Cuide para que as crianças consigam descobrir sozinhas que os objetos devem ser empilhados ou que a sombra pode mudar de tamanho de acordo com o movimento do tampão para mais próximo ou mais longe da lâmpada. DISCUTINDO E REGISTRANDO: Como se faz uma sombra? O que você fez para aumentar e diminuir o tamanho da sombra? O que acontece quando retiramos o tampão? Faça com que o aluno registre de diversas formas (desenho, produção de texto, texto coletivo) o tema trabalhado. ATIVIDADE 4 – SIMETRIAS 1 – APRESENTAÇÃO DO “DESAFIO ÓTICO”. Leia as palavras através do cilindro transparente. Porque algumas palavras ficam invertidas e outras não? BICHO DOIDO GRANA FARTA CHICO FUMAÇA TURMA DO COCHICHO Mostre imagens com formas simétricas: o que estas imagens têm em comum? 2‐ MATERIAL NECESSÁRIO: ‐ Espelho, folhas de papel A4 ou papel pardo, malha quadriculada, geoplano em papel e várias figuras. 3 – LEVANTAMENTO DE HIPÓTESES Deixe as crianças tentarem resolver o desafio. Deixe as crianças observarem as figuras e anotarem suas observações. 194
4 – EXPERIMENTAÇÃO 3.1 ‐ Uso do espelho; 3.2 ‐ Pintando figuras simétricas: pegue uma folha de papel e dobre pela metade. Faça um desenho com tinta de um lado e dobre a folha sobre o desenho. Abra e veja: a figura resultante é simétrica em relação à dobra do papel; 3.3 – Fazer Lambrequins em malhas quadriculadas; 3.4 – Construir figuras em geoplanos (papel); 3.5 – Explorar simetria de bandeiras, desenhos. 5– DISCUSSÃO COLETIVA Caracterizar eixo de simetria vertical e horizontal 6– REGISTRO: Os alunos devem registrar por escrito o que fizeram e o que aprenderam. SIMETRIAS: TEXTO DE APOIO Um perfeito exemplo de simetria encontrado na natureza é o caso da borboleta, a qual apresenta um único eixo de simetria. Se olharmos bem à nossa volta, encontraremos facilmente simetria por reflexão – trata‐se da simetria bilateral que caracteriza os animais. A simetria bilateral de uma borboleta
e de uma figura humana
Desenhe uma linha vertical no meio da figura da borboleta (ou do homem). Agora, dobre a figura, mantendo a linha central fixa. A sobreposição perfeita resultante indica que a borboleta permanece inalterada após aplicada a operação de simetria de reflexão ao longo da sua linha central. 195
Um floco de neve possui simetria rotacional A simetria rotacional também é facilmente encontrada na natureza. Se rodarmos um floco de neve 60, 120, 180, 240, 300 ou 360 graus em torno do seu eixo central (perpendicular ao plano do papel), obteremos configurações indistintas umas das outras. As letras B C D E H I O X, ao serem viradas de cabeça para baixo, permanecem idênticas. As letras A H I M O T U V X possuem simetria lateral. ATIVIDADE 5 – DESCOBRINDO FIGURAS PLANAS 1 – APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA As figuras foram criadas a partir da observação das formas existentes na natureza e dos objetos produzidos pelo homem. Que formas encontramos no ambiente em que estamos? MATERIAL NECESSÁRIO: ‐ Cartões com figuras e objetos existentes na sala de aula. 2‐ LEVANTAMENTO DE HIPÓTESES Os alunos apresentarão suas idéias referentes às formas encontradas. 3‐ EXPERIMENTAÇÃO Distribuir cartões com figuras para cada grupo. A partir das observações feitas, os alunos deverão discutir e anotar as formas encontradas nas figuras. 4‐ DISCUSSÃO COLETIVA Cada grupo deve apresentar seu trabalho para os demais grupos. Essa interação permite que os alunos troquem experiências. 196
5‐ REGISTRO Complete a ficha: Nome da forma geométrica Forma geométrica
Imagem encontrada na natureza ou produzida pelo homem Triângulo Quadrado Retângulo Pentágono Hexágono Círculo 197
ATIVIDADE 6 – MONTANDO SÓLIDOS GEOMÉTRICOS 1 – APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA Como se faz para montar caixas de diferentes formatos, como as do chocolates, dos remédios e dos cremes dentais? OBJETIVOS: ‐ Estabelecer relações entre figuras geométricas planas e tridimensionais; ‐ Identificar arestas, faces e vértices. MATERIAL NECESSÁRIO: Embalagens (remédio, creme dental, sucos, leite condensado, etc.), Figuras tridimensionais planificadas para montagens, Lápis de cor, Canetinhas, Réguas, fichas com nomes das figuras, palitos de churrasco e bolinhas de isopor (menor) ou de massinha. 2 – LEVANTAMENTO DE HIPÓTESES Deixar que os alunos apresentem suas opiniões sobre as diferentes formas montadas. 3 – EXPERIMENTAÇÃO Distribuir várias embalagens diferentes aos grupos para serem observadas; Distribuir figuras geométricas planificadas para que os grupos montem os sólidos geométricos, a partir da observação; Após as descobertas, o professor fará a apresentação de outros sólidos geométricos e seus respectivos nomes. 4‐ DISCUSSÃO COLETIVA Cada grupo fará a apresentação das formas encontradas e dos sólidos geométricos montados, permitindo a troca de experiências com os outros grupos. 198
5‐ REGISTRO Complete o quadro: Nomes Sólidos Geométricos construídos Nº Vértices de Nº de Arestas
Nº de Faces
ATIVIDADE 7 – AS TRÊS PARTES 1‐ APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA Todas as pessoas precisam de um lugar para morar? Vocês conhecem a história das Três partes? Vamos ouvi‐la com bastante atenção! O professor lê para as crianças o livro “As três partes” do autor: Edson Luiz Kozminski, Editora Ática. A seguir a história. As três partes Era uma casa que estava com vontade de ser outras coisas além de ser uma casa. Por causa disso, ela se desmontou em três partes. As três partes ficaram pensando juntas, o que elas poderiam formar. Enquanto isso alguns pássaro passaram voando e as três partes gostaram muito da idéia... e foram ser pássaro também. Os pássaros voaram para o mar. No mar navegavam muitos barcos... As três partes gostaram do que viram... e foram ser barco também. Enquanto o barco navegava, as três partes viram muitos peixes que nadavam na água... Elas, então, pularam para dentro da água e foram ser peixes também. Os pássaros comem peixe! Aconteceu, então, que as três partes, que formavam um peixe, foram parar na barriga de um pássaro... E justamente na barriga de um pássaro formado por outras três partes! E assim, as três partes voltaram a fazer parte de um pássaro que voou... voou... e passou perto de uma janela do último andar de um prédio bem alto. Lá, uma vovó regava suas plantas. As Três partes ficaram com vontade de ser regada também. E formaram uma planta e um vaso. As três partes gostaram de ser planta e ficar crescendo... crescendo... aos pouquinhos... 199
Então, num dia em que os netos da vovó vieram visitá‐la e brincavam de adivinhações, as três partes pularam da janela pra dentro da brincadeira e desafiaram os netos a descobrir qual o bicho que elas estavam formando, dizendo ainda que esse bicho gosta de visitar galinheiros...Os netos da vovó logo reconheceram que era uma raposa de focinho pontudo. Depois, As Três Partes inventaram outras brincadeiras... Elas formaram uma ponte. E as crianças andaram em cima dessa ponte. As Três partes formaram também... Um escorregador. As crianças escorregaram nele. Depois, as três partes formaram uma gangorra. E, por fim, brincaram de esconde‐
esconde com as crianças... Que de tanto procurar encontraram as três partes! Quando anoiteceu, as crianças voltaram para casa, e as três partes e a vovó ficaram conversando... A conversa foi ficando animada, divertida... As Três Partes estavam gostando tanto da vovó, que disseram que, se ela quisesse, ficariam morando ali, e assim poderiam se divertir bastante e contar muitas histórias juntas. A vovó gostou muito da idéia! E, para comemorarem, as três partes e a vovó colocaram um disco na vitrola e dançaram cada uma a seu jeito. Conforme o combinado, as três partes ficaram com a vovó e assim puderam conhecê‐la melhor em detalhe, e cada vez mais gostavam dela. Por isso resolveram fazer uma surpresa... Um presente... Algo que a vovó volta e meia falava... Uma casa... Numa cidadezinha!... Uma grande casa com um terreno em volta para ela plantar e cuidar de um jardim. E para ela receber a visita dos seus netos, onde eles poderiam continuar a se divertir com a vovó e as três partes. O que vocês acharam da história? Gostaram? O que mais chamou a atenção de vocês? As Três partes construíram uma casa pra quem elas gostavam não foi? Mas, todas as pessoas moram em casas? Quais os tipos de moradia que vocês conhecem? Vamos construir moradia utilizando outras partes? MATERIAL NECESSÁRIO: Envelope com várias formas geométricas de tamanhos e cores diferentes: triângulos, círculos, retângulos e quadrados. Também utilizamos cola, papel A4, giz de cera e lápis de cor. 200
2‐ LEVANTAMENTO DE HIPÓTESE: Os alunos irão apresentar suas idéias de moradias e o professor irá escrevê‐las no quadro, chamando a atenção para o espaço ocupado pela moradia: rua, campo, floresta, gelo, água... 3‐ EXPERIMENTAÇÃO: Os alunos irão colocar em prática sua proposta fazendo um croqui (desenho) das moradias que pretendem construir com as figuras. Não esquecendo de desenhar também o espaço onde ficará a moradia (o entorno da morada). Por meio da realização dessa atividade simples que tem como referência a realidade, os alunos irão construir, representar, comparar, calcular e medir as figuras e construir suas casas. 4‐ DISCUSSÃO COLETIVA: Cada grupo deve apresentar seu trabalho para os demais colegas. Essa interação permite que os alunos troquem experiências e descubram outras formas de resolver a questão. 5‐ REGISTRO: Os alunos farão um texto coletivo ou individual conforme o nível da turma. Esse relato poderá ser feito individualmente ou através de um texto coletivo elaborado oralmente pelos alunos e registrado no quadro pelo professor da turma. Os alunos deverão fazer o desenho da casa. UM POUCO DA HISTÓRIA DA GEOMETRIA As primeiras moradias inventadas para substituir as cavernas, há milhares de anos, eram feitas de materiais que os seres humanos encontravam à sua volta: madeira, pedra, folha de arvores, pedaços de couro... Aos poucos, cada povo foi descobrindo novos materiais e novas formas de aproveitar esses materiais modificando suas construções. Com o tempo as construções foram melhorando em resistência, conforto e adaptação a cada ambiente. Alguns povos se contentaram em fazer construções pequenas que abrigaram um número reduzido de pessoas. Outros inventaram casas prédios, edifícios, monumentos históricos e artísticos, e até canais para desvio da água e irrigação de terras cada vez maiores. Essas grandes construções passaram a exigir um estudo detalhado através de maquetes, plantas, eram planejados 201
espaços da construção e a forma que ela deveria ter. Isso exigia que fossem feitos cálculos para garantir a resistência de cada parte e evitar desabamentos. Hoje em dia o planejamento é parte importante da maioria das atividades desenvolvidas pelos seres humanos. Grandes e pequenas obras e até mesmo embalagens de produtos industrializados são planejados antes de serem industrializados. Desse modo, a geometria veio sendo desenvolvida. Essa palavra, de origem grega, inicialmente significava agrimensura e queria dizer medição de terras. Hoje, GEOMETRIA é a área da matemática que estuda as formas e os tamanhos. Texto retirado do livro: MATEMÁTICA COM O SARQUIS (3ª série). Editora: Formato REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Almeida, Rosângela Doin de, Passini Elza Yasuko. O espaço Geográfico: Ensino e representação. 10. Ed. São Paulo: Contexto, 2001. BRASIL. Ministério da Educação / Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: matemática‐ 1º e 2º ciclos. 3ª ed. Brasília: MEC/SEF, 1997. Soares, Eduardo Sarquis. Matemática com o Sarquis. Livro3. Belo Horizonte Ed. Formato. Minas Gerais. Secretaria do Estado de Educação. Guia Curricular de matemática: ciclo de alfabetização, ensino fundamental. Secretaria do estado de educação; coordenação de Wanda Maria de Castro Alves; elaboração Sônia Fiuza da Rocha Castilho, Stella Maris Fernandes Fialho de Marins Flores, Wanda Maria de Castro Alves‐ Belo Horizonte, SEE/MG, 1997. 202
Oficina 20: JOGOS
Jogos clássicos têm sido fortemente avaliados por educadores como um valioso
recurso didático no ensino de Matemática, já que através destes jogos é possível
libertar os alunos do receio que estes têm de errar quando o assunto é Matemática.
Sumário
Considerações Programáticas
Atividade 1: Torre de Hanói
Atividade 2: Borboleta
Atividade 3: Tapatan
Atividade 4: Sempre dez
Atividade 5: Feche a caixa (adição)
Atividade 6: Cinco em linha (adição)
Atividade 7: Corrida de menos
Curiosidades
Referencias Bibliográficas
203
Introdução
Jogos clássicos têm sido fortemente avaliados por educadores como um
valioso recurso didático no ensino de Matemática, já que através deles é
possível libertar os alunos do receio que estes têm de errar quando o assunto é
a Matemática. Isto torna o processo de ensino e aprendizagem mais fácil.
O processo de ensino e aprendizagem é uma tarefa difícil para o
professor quando este tem que lidar com o desinteresse, a falta de
concentração, a indisciplina e as dificuldades de aprendizagem. Este processo
torna-se bem simples, quando colocamos o conteúdo de uma maneira mais
concreta tal como é feito no Projeto Mão na Massa. Neste aspecto, o principal
desafio é atuarmos com criatividade aperfeiçoando os materiais que temos a
disposição e gerando assim mais e mais maneiras de conquistar a atenção da
criança desenvolvendo seu aprendizado de uma maneira eficiente.
De acordo com Borin, alguns professores com o apoio do CAEM (Centro
de Aperfeiçoamento do Ensino de Matemática), usaram jogos como auxílio na
resolução de problemas de matemática. Neste trabalho, ao ensinarem
matemática para alunos de quinta série, em escolas da rede estadual de
ensino, notaram que em situações informais, quando propunham quebracabeças, charadas ou problemas curiosos, os alunos motivavam-se e saíam-se
muito bem. Nessas ocasiões, habilidades de raciocínio como organização,
atenção e concentração, tão necessárias ao aprendizado de Matemática,
estavam sempre presentes. Mas, quando propunham a resolução de
problemas nas aulas de Matemática, acontecia exatamente o contrário, ou
seja, pequeno envolvimento e era bastante acentuada a rejeição na tarefa de
enfrentar situação-problema.
Estes professores salientaram que a atividade de jogar, se bem
orientada, tem papel importante no desenvolvimento de habilidades de
raciocínio como organização, atenção e concentração, tão necessários para o
aprendizado. Além disto, os jogos auxiliam também na descentralização, que
consiste em desenvolver a capacidade de ver algo a partir de um ponto de vista
que difere do seu, e na coordenação destas opiniões para chegar a uma
conclusão.
204
Proposta do Programa:
Para Piaget há três tipos indissociáveis de conhecimento: o físico, o
lógico-matemático e o social.
O conhecimento físico ocorre por meio da abstração simples que é a
abstração das propriedades observáveis no objeto.
O conhecimento lógico-matemático desenvolve-se através da abstração
reflexiva que ocorre como resultado da coordenação das ações mentais do
sujeito sobre o objeto, estabelecendo relações.
Já o conhecimento social é externo e tem como fonte primária as
convenções desenvolvidas pelas pessoas.
Nos anos iniciais do Ensino Fundamental já são trabalhados
indiretamente estes conceitos. Nós reforçaremos nesta oficina a criação e o
aprimoramento dos conhecimentos lógico-matemático e do conhecimento
social.
Conteúdo Programático da Oficina
Aprimoramento e criação do conhecimento
lógico-matemático,
ou
seja,
o
conhecimento abstrato que é inventado a
partir das ações mentais do sujeito sobre o
objeto,
estabelecendo
relações.
Abordamos também a resolução de
problemas que consiste essencialmente
nos atos de pensar, descobrir e resolver.
Atividades da Oficina
As atividades desenvolvidas serão:
1. Torre de Hanói
2. Borboleta
3. Tapatan
4. Sempre dez
5. Feche a caixa (adição)
6. Cinco em linha (adição)
7. Corrida de menos
Objetivos da Oficina:
•
•
•
•
•
•
Organizar a estrutura no pensamento.
Interagir com os colegas.
Trocar informações.
Criar e aprimorar o conhecimento lógico-matemático.
Gerar ações exploratórias.
Exercitar a concentração e também ações estratégicas.
205
Atividade 1:
Torre de Hanói
1 – Apresentação do problema
Para introduzir as atividades, o professor pode colocar os seguintes problemas:
Quem será o primeiro a mover a torre para o terceiro piso utilizando menos
jogadas?
Quem conseguirá o maior número de pontos?
Objetivos:
Incentivar os alunos a trabalharem simbolização, seqüenciamento,
generalização, raciocínio lógico, ações exploratórias, contagem e planejamento
de ação.
Materiais:
•
•
•
Tabuleiro de madeira e E.V.A. com furos (de três a cinco; a distância
entre os furos deve ser próxima da medida do quadrado maior);
Varetas em madeira sem ponta (encaixáveis nos furos do tabuleiro);
um conjunto de seis quadrados de diferentes tamanhos feitos em E.V.A.
com um furo central.
1. Exemplo de tabuleiro
Desafio: O desafio consiste em transferir os discos (que devem estar
inicialmente empilhados em um dos pinos, em ordem decrescente de tamanho,
com o maior deles na base e o menor no topo) para qualquer um dos outros
pinos livres, no menor número de movimentos possíveis, movendo apenas um
disco de cada vez e sem colocar um disco maior sobre um disco menor.
A disposição final dos discos deve ser igual a do início do jogo.
2 – Levantamento de hipóteses
Incentivá-los a descobrirem o número mínimo de movimentos para mover a
torre do primeiro para o terceiro piso, supondo uma torre com três quadrados,
depois quatro e etc.
Observar se o número mínimo de movimento altera quando o número de
quadrados da torre é alterado.
Diante disto,
•
Incentivar os alunos a gerarem estratégias para vencerem o jogo.
206
•
Jogar diversas vezes até que percebam quais os pontos (as estratégias)
que levam a vitória no jogo.
• Tentar conduzi-las para expressarem verbalmente as propostas a serem
utilizadas para vencerem o jogo.
Sugere-se iniciar a atividade com três pinos na base.
3 – Experimentação
O professor incentiva os alunos a compreenderem bem as regras do
jogo. As regras são:
• Move-se um quadrado de cada vez.
• Um quadrado maior não pode ser posto sobre outro menor.
Ganha o jogo quem transfere os quadrados em menos tempo, mantendo-se a
mesma disposição inicial, do primeiro pino para o terceiro pino.
4 – Discussão Coletiva:
As crianças discutem no interior do grupo (ou da dupla) e depois com a
classe toda para tentar explicar como proceder para fazer a mudança em
menos movimentos.
Refazer o registro do roteiro com as formas utilizadas para vencerem o
jogo.
Tentar descobrir qual a relação entre o número mínimo de movimentos
necessários para realizar a tarefa e o número de discos (sugestão: verificar
qual o número mínimo de movimentos para um disco, dois discos, e assim por
diante, chegando ao caso geral, se possível).
Resolvido o problema para a Torre de três pinos, repita a atividade,
com o mesmo número de discos e obedecendo as mesmas regras do caso
anterior, para a Torre de quarto e de cinco pinos.
Pergunta-se: Qual o número mínimo de movimentos para a Torre de
três pinos, com seis discos? O número mínimo de passos necessários para
resolver o problema mantém-se igual ao do caso inicial? Caso não, ele diminui
ou aumenta?
5 – Registro:
Negociar coletivamente um registro de atividades para definir: que
formas foram mais eficazes para vencer o jogo? Quais mudanças poderiam ser
feitas nas regras de forma a dar mais chances a todos os jogadores?
O professor, junto com os alunos, definirá os registros finais da
experiência, que deverá ficar no caderno de experiência. Neste estágio o
professor ajuda a escrever corretamente o texto.
207
Atividade 2:
Borboleta
1 – Apresentação do problema
Nesta atividade trabalharemos o Jogo Borboleta que é bem simples nos
permite explorar conceitos geométricos, gerar estratégias e trabalhar o
raciocínio lógico-matemático.
Inicia-se com o seguinte problema:
Quem captura primeiro todas as bolinhas?
Objetivos:
Trabalharem Raciocínio lógico. Geometria.
Histórico: O jogo tem esse nome por causa da forma do tabuleiro. Na Índia e
em Bangladesh, as crianças chamam esse jogo de Lau Kata Kati.
Materiais:
•
•
Tabuleiro em papel conforme modelo abaixo;
18 peças/marcadores em E.V.A. (9 de cada cor);
2. Exemplo de tabuleiro
Desafio: Capturar todas as peças do adversário.
2 – Levantamento de hipóteses
O professor pode nesta etapa explorar um pouco de geometria observando no
tabuleiro que figuras geométricas são encontradas. Em seguida, questiona-se
sobre como jogar analisando e discutindo as sugestões.
Depois disto, o professor deverá:
•
Incentivar os alunos a gerarem estratégias para vencerem o jogo e
conduzi-las para expressarem as propostas verbalmente.
208
3 – Experimentação
O professor incentiva os alunos a compreenderem bem as regras do. As
regras são:
•
•
•
•
•
Os jogadores colocam suas peças em todas as casas do seu
tabuleiro, deixando a casa do meio vazia.
Um jogador de cada vez movimenta uma de suas peças em linha
reta para a casa mais próxima.
O jogador pode pular uma peça do adversário se a casa seguinte
(em linha reta) estiver livre, e tirar essa peça do tabuleiro. E pode
continuar pulando com a mesma peça, "comendo" outras peças do
adversário enquanto for possível.
O jogador que deixar de "comer", perde a peça para o adversário. Se
tiver mais de uma opção para "comer" a peça do opononente, ele
pode escolher uma delas, sem perder peças.
O jogador que tirar todas as peças do adversário do tabuleiro ganha.
4 – Discussão Coletiva:
As crianças discutem no interior do grupo (ou da dupla) e depois com a
classe toda para tentar explicar como vencem.
Refazer o registro do roteiro com as formas utilizadas para vencerem o
jogo.
5 – Registro:
Negociar coletivamente um registro de atividades para definir: que
formas foram mais eficazes para vencer o jogo? Quais mudanças poderiam ser
feitas nas regras de forma a dar mais chances a todos os jogadores?
O professor, junto com os alunos definirá os registros finais da
experiência, que deverá ficar no caderno de experiência. Neste estágio o
professor ajuda a escrever corretamente o texto.
209
Atividade 3: Tapatan
1 – Apresentação do problema
Esta atividade, é para trabalharmos o Jogo Tapatan onde se trabalha ações
exploratórias, noção de geometria, raciocínio lógico-matemático e geração
de estratégias.
O professor inicia a atividade com o seguinte problema:
Quem coloca suas peças em linha reta primeiro?
Objetivos:
Incentivar o aluno a ações exploratórias, trabalhando o raciocínio lógico.
Gerar estratégias.
Histórico: O tapatan é jogado nas Filipinas, um país de muitas ilhas ao
sudeste da Ásia. Algumas famílias têm belos tabuleiros de madeira para o
tapatan. Outras tem o tabuleiro desenhado no chão. Os filipinos usam peças
redondas especiais para esse jogo, três de madeira clara para um jogador, três
de madeira escura para o outro.
Materiais:
•
•
Tabuleiro de papel conforme modelo abaixo;
6 peças de E.V.A. (3 de cada cor).
Exemplo de tabuleiro:
Desafio: Colocar suas peças em linha reta.
2 – Levantamento de hipóteses
O professor poderá nesta etapa explorar conceitos de geometria com
perguntas tal como: o que é uma linha reta?
Outro questionamento é: quais as possibilidades de linha reta sobre o
tabuleiro?
Em seguida, deve-se incentivar os alunos a gerarem estratégias para
vencerem o jogo e tentar conduzi-las a expressarem verbalmente as propostas
a serem utilizadas para vencerem o jogo.
210
3 – Experimentação
O professor incentiva os alunos a compreenderem bem as regras do
jogo e discutir antes de iniciarem a partida.
As regras são:
• Um jogador de cada vez coloca uma de suas peças num dos pontos
vazios do tabuleiro, até que todas as suas peças sejam colocadas no
tabuleiro.
• O primeiro jogador mexe uma de suas peças para o ponto vazio mais
próximo, em linha reta. Não pode pular peça, depois é a vez do
segundo jogador, e assim continuam revezando.
• Ganha quem conseguir primeiro uma linha de três peças, na
diagonal, horizontal ou vertical.
• Se nenhum jogador colocar três peças em linha e repetir a mesma
jogada por três vezes, a partida termina empatada.
4 – Discussão Coletiva:
As crianças discutem no interior do grupo (ou da dupla) e depois com a
classe toda para tentar explicar como procedem para vencer.
Refazer o registro do roteiro com as formas utilizadas para vencerem o
jogo.
5 – Registro:
Negociar coletivamente um registro de atividades para definir: que
formas foram mais eficazes para vencer o jogo? Quais mudanças poderiam ser
feitas nas regras de forma a dar mais chances a todos os jogadores?
O professor, junto com os alunos, definirá os registros finais da
experiência, que deverá ficar no caderno de experiência. Neste estágio o
professor ajuda a escrever corretamente o texto.
211
Atividade 4: Sempre dez
1 – Apresentação do problema
Nesta atividade, trabalharemos o jogo Sempre Dez onde desenvolvemos
o conteúdo de sistema de numeração, raciocínio lógico-matemático e ações
exploratórias.
O professor pode iniciar a atividade com o seguinte problema:
Quem completa o quadro de forma a ter sempre dez em linha reta?
Objetivos:
Trabalhar o conteúdo de sistema de numeração. Incentivar o aluno a
ações exploratórias, trabalhando o raciocínio lógico. Gerar estratégias.
Materiais:
•
•
Tabuleiro de papel conforme modelo abaixo;
Peças numeradas de 1 a 9.
Exemplo de tabuleiro:
Desafio: A soma das peças em cada linha deve ser sempre 10.
2 – Levantamento de hipóteses
O professor poderá nesta etapa explorar conceitos de geometria com
perguntas tal como: o que é uma linha reta?
Outro questionamento é: quais as possibilidades de linha reta sobre o
tabuleiro? Em seguida, deve-se:
•
Incentivar os alunos a gerarem estratégias para vencerem o jogo e
tentar conduzi-las a expressarem verbalmente as propostas a serem
utilizadas para vencerem o jogo.
3 – Experimentação
O professor incentiva os alunos a compreenderem bem as regras do
jogo e discutir antes de iniciarem a partida.
As regras são:
• Colocar somente uma ficha em cada posição do quadro.
• Distribuir todas as fichas de modo que a soma em linha reta seja
sempre 10.
212
4 – Discussão Coletiva:
As crianças discutem no interior do grupo (ou da dupla) e depois com a
classe toda para tentar explicar como procedem para vencer.
Refazer o registro do roteiro com as formas utilizadas para vencerem o
jogo.
5 – Registro:
Negociar coletivamente um registro de atividades para definir: que
formas foram mais eficazes para vencer o jogo? Quais mudanças poderiam ser
feitas nas regras de forma a dar mais chances a todos os jogadores?
O professor, junto com os alunos, definirá os registros finais da experiência,
que deverá ficar no caderno de experiência. Neste estágio o professor ajuda a
escrever corretamente o texto.
Atividade 5: Feche a caixa (Adição)
1 – Apresentação do problema
Nesta atividade, trabalharemos o jogo Feche a Caixa onde
desenvolvemos o conteúdo de sistema de numeração, raciocínio lógicomatemático e ações exploratórias.
O professor pode iniciar a atividade com os seguintes problemas:
Quem completa o quadro primeiro?
Objetivos:
Trabalhar o conteúdo de sistema de numeração. Incentivar o aluno a
ações exploratórias, trabalhando o raciocínio lógico. Gerar estratégias.
Através do lançamento de três dados numéricos, somar ou subtrair os
valores obtidos e tentar cobrir os números entre 1 e 18.
Materiais:
•
•
•
Tabuleiro de papel conforme modelo abaixo;
18 marcadores em E.V.A.
4 dados.
Exemplo de tabuleiro:
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
213
Desafio: Cobrir todos os valores de 1 a 18 do tabuleiro mediante a soma ou
subtração dos valores obtidos com o lançamento dos quatro dados.
2 – Levantamento de hipóteses
O professor poderá nesta etapa explorar conceitos de adição e subtração com
perguntas tal como: como obter o número 15 somando-se quatro números
entre 1 e 6?
Outro questionamento é: quais as outras possibilidades para a resposta
anterior? Em seguida, deve-se:
•
Incentivar os alunos a gerarem estratégias para vencerem o jogo e
tentar conduzi-las a expressarem verbalmente as propostas a serem
utilizadas para vencerem o jogo.
3 – Experimentação
O professor incentiva os alunos a compreenderem bem as regras do
jogo e discutir antes de iniciarem a partida.
As regras são:
• O jogo se inicia com todas as casas abertas, cada jogadora faz sua
partida, marca seus pontos e entrega para o próximo.
• Cada jogador lança os dados, soma o total obtido e escolhe qual
combinação de números quer cobrir.
• As casas abertas ficam bloqueadas e o mesmo jogador continua e
repete a operação para tentar cobrir os números restantes.
• Caso algum jogador tenha coberto os números 16, 17 e 18 ele
poderá utilizar somente três dados para os lançamentos seguintes.
Quando cobrir os números entre 10 e 18, ele deverá fazer uso de
somente dois dados para os lançamentos seguintes.
4 – Discussão Coletiva:
As crianças discutem no interior do grupo (ou da dupla) e depois com a
classe toda para tentar explicar como procedem para vencer.
Refazer o registro do roteiro com as formas utilizadas para vencerem o
jogo.
5 – Registro:
Negociar coletivamente um registro de atividades para definir: que
formas foram mais eficazes para vencer o jogo? Quais mudanças poderiam ser
feitas nas regras de forma a dar mais chances a todos os jogadores?
O professor, junto com os alunos, definirá os registros finais da experiência,
que deverá ficar no caderno de experiência. Neste estágio o professor ajuda a
escrever corretamente o texto.
214
Atividade 6: Cinco em linha (adição)
1 – Apresentação do problema
Esta atividade é para trabalharmos o Jogo Cinco em Linha onde se trabalha
ações exploratórias, noção de geometria, raciocínio lógico-matemático e
geração de estratégias.
O professor inicia a atividade com o seguinte problema:
Quem primeiro consegue cinco números em linha reta?
Objetivos:
Incentivar o aluno a ações exploratórias, trabalhando o raciocínio lógico.
Gerar estratégias. Trabalhar adição ou subtração.
Materiais:
•
•
Tabuleiro de papel conforme modelo abaixo;
40 peças de E.V.A. (20 vermelhas e 20 amarelas).
Exemplo de tabuleiro:
Desafio: Colocar cinco números em linha reta.
2 – Levantamento de hipóteses
O professor poderá nesta etapa explorar conceitos de geometria com
perguntas tal como: o que é uma linha reta?
Outro questionamento é: quais as possibilidades de linha reta sobre a tabela
apresentada acima?
215
Em seguida, deve-se:
•
Incentivar os alunos a gerarem estratégias para vencerem o jogo e
tentar conduzi-las a expressarem verbalmente as propostas a serem
utilizadas para vencerem o jogo.
3 – Experimentação
O professor incentiva os alunos a compreenderem bem as regras do jogo e
discutir antes de iniciarem a partida.
As regras são:
•
Cada uma das equipes recebe 20 fichas (marcadores).
•
A primeira equipe a jogar escolhe dois números do tabuleiro menor
indicando-as à equipe adversária.
•
Em seguida calculam, dizendo em voz alta, a soma dos números
escolhidos, procuram este valor no tabuleiro maior e colocam sobre ele um de
seus marcadores.
•
Uma vez colocada esta ficha não pode ser mais retirada.
•
Se a equipe na sua vez errar ou fizer uma soma que já tenha sido
coberta, ela passa a vez sem colocar nenhuma ficha.
•
O objetivo do jogo é ser a primeira equipe a conseguir cobrir cinco
números seguidos do tabuleiro maior, em qualquer direção (horizontal, vertical,
diagonal).
•
Se nenhuma equipe conseguir colocar cinco fichas em linha e o tabuleiro
ficar completo, ganha o jogo a que tiver colocado mais marcadores no
tabuleiro.
4 – Discussão Coletiva:
As crianças discutem no interior do grupo (ou da dupla) e depois com a
classe toda para tentar explicar como procedem para vencer.
Refazer o registro do roteiro com as formas utilizadas para vencerem o
jogo.
5 – Registro:
Negociar coletivamente um registro de atividades para definir: que
formas foram mais eficazes para vencer o jogo? Quais mudanças poderiam ser
feitas nas regras de forma a dar mais chances a todos os jogadores?
O professor, junto com os alunos, definirá os registros finais da
experiência, que deverá ficar no caderno de experiência. Neste estágio o
professor ajuda a escrever corretamente o texto.
216
Atividade 7: Corrida do menos
1 – Apresentação do problema
Esta atividade, é para trabalharmos o Jogo Corrida do Menos onde se
trabalha ações exploratórias, noção de subtração, raciocínio lógicomatemático e geração de estratégias.
O professor inicia a atividade com o seguinte problema:
Quem alcança a chegada em primeiro lugar?
Objetivos:
Incentivar o aluno a ações exploratórias, trabalhando o raciocínio lógico.
Gerar estratégias. Trabalhar subtração.
Materiais:
•
•
•
2 dados.
Tabuleiro de papel conforme modelo abaixo;
5 peças de E.V.A. (1 azul, 1 amarela, 1 verde, 1 vermelha, 1 preta).
Exemplo de tabuleiro:
-3
-3
-3
-3
-3
Desafio: Alcançar a chegada em primeiro lugar.
2 – Levantamento de hipóteses
O professor poderá nesta etapa explorar conceitos de subtração.
Em seguida, deve-se:
•
Incentivar os alunos a gerarem estratégias para vencerem o jogo e
tentar conduzi-las a expressarem verbalmente as propostas a serem
utilizadas para vencerem o jogo.
217
3 – Experimentação
O professor incentiva os alunos a compreenderem bem as regras do jogo e
discutir antes de iniciarem a partida.
As regras são:
•
Escolhe-se a partir de qualquer critério, quem será o primeiro, o
segundo, etc.
•
Cada jogador na sua vez, lança os dados e subtrai o número menor do
maior e o resultado é o número de casas que ele deve andar.
•
Aquele jogador que cair na quinta casa (onde se lê: -3) deve voltar três
casas.
•
O vencedor será o jogador que na subtração dos números dados, obter
o número exato que falta para a linha de chegada de sua cor correspondente.
•
Se um jogador tirar um número maior do que necessita para sua
chegada, ele deve voltar o número de casas correspondentes.
4 – Discussão Coletiva:
As crianças discutem no interior do grupo (ou da dupla) e depois com a
classe toda para tentar explicar como procedem para vencer.
Refazer o registro do roteiro com as formas utilizadas para vencerem o
jogo.
5 – Registro:
Negociar coletivamente um registro de atividades para definir: que
formas foram mais eficazes para vencer o jogo? Quais mudanças poderiam ser
feitas nas regras de forma a dar mais chances a todos os jogadores?
O professor, junto com os alunos, definirá os registros finais da
experiência, que deverá ficar no caderno de experiência. Neste estágio o
professor ajuda a escrever corretamente o texto.
218
Curiosidades
Dado
Os dados são pequenos poliedros gravados com determinadas
instruções. O dado mais clássico é o cubo (seis faces), gravado com números
de um a seis. Existem também dados de duas faces (representados por
moedas), três faces (igual a um dado clássico de seis lados, mas com apenas
três números, sendo cada um repetido duas vezes), quatro faces (em formato
piramidal), oito faces, dez faces, 12 faces, 20 faces, entre outros.
Costuma-se usar uma barra aproximadamente cilíndrica com lados
aplainados na construção dos dados, por exemplo, um dado de "cinco lados"
teria lados de 72º.
A função do dado é gerar um resultado aleatório que fica restrito ao número de
faces dele. Esse resultado, então, pode ser manipulado (caso seja um número)
através de fórmulas caso o jogo exija. Por exemplo, um número entre 20 e 25
utilizando dados de seis lados exige a aplicação de uma fórmula matemática.
Os dados são comumente utilizados em jogos de tabuleiro tradicionais e jogos
de RPG.
Uma pequena curiosidade quanto aos dados clássicos (fabricados de
forma correta), de seis lados: a soma dos lados opostos resulta no número
sete. Ou seja, se de um lado temos o número um, automaticamente teríamos o
número seis do outro lado. Isso ocorre também com o dois casando com o
cinco, e o três com o quatro. Isso se aplica também a qualquer outro dado, a
soma de dois lados opostos sempre é igual ao número de faces mais um.
Assim, um D20 somaria 21 nos lados opostos, um D12 somaria 13, e assim por
diante.
Para maiores informações consulte o site
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dado
219
Referências Bibliográficas
[1] Borin, Júlia. Jogos e Resolução de Problemas: Uma Estratégia para as
Aulas de Matemática. Centro de Aperfeiçoamento do Ensino de Matemática
(CAEM), IME-USP, São Paulo, 2002.
[2] Faria, Mercio Botelho. Jogos Clássicos como Recurso Didático no Ensino de
Matemática. Minicurso apresentado no Encontro Mineiro realizado na UNIPAM
em 2005.
[3] Faria, Mercio Botelho; Takahashi, L.T.; Oliveira, E. A.; Moura, A. C.;
Amorim, E. M; Guerreiro, M.. Brincar e Educar: Jogos Matemáticos I. Minicurso
apresentado na 77a Semana do Fazendeiro, 2006.
[4] Consultamos também os seguintes sites http://pt.wikipedia.org/wiki/Dado
consultado em 06/2007, http://www.mat.ibilce.unesp.br/laboratorio/ .
220
Material Necessário para os Jogos
Atividade 01
25 torres de Hanói completas (um jogo para cada aluno)
Atividade 02
•
•
•
13 Tabuleiros em papel conforme modelo abaixo;
117 peças/marcadores em E.V.A. na cor azul
117 peças/marcadores em E.V.A. na cor vermelho;
Atividade 03
•
•
•
13 Tabuleiros de papel conforme modelo abaixo;
39 peças de E.V.A. na cor vermelha
39 peças de E.V.A. na cor azul
Atividade 04
• 25 Tabuleiros de papel conforme modelo abaixo;
• 25 grupos de 9 peças numeradas de 1 a 9 (ou seja, 25 peças com o
número 1, 25 peças com o número 2, ... ).
Atividade 05
•
•
•
25 Tabuleiros de papel conforme modelo abaixo;
450 marcadores em E.V.A. (18 marcadores em E.V.A para cada
tabuleiro)
52 dados (4 dados para cada tabuleiro)
Atividade 06
• 6 Tabuleiro de papel conforme modelo abaixo;
•
240 peças de E.V.A. (120 vermelhas e 120 amarelas).
Atividade 07
•
•
•
5 Tabuleiros de papel conforme modelo abaixo;
10 dados (sendo 2 para cada tabuleiro).
25 peças de E.V.A. (5 azuis, 5 amarelas, 5 verdes, 5 vermelhas, 5
pretas).
221
Oficina 21: Teatro
Atividade 1: Maquiagem e encenação
O segredo da lata amestrada – Encenação com a participação do(a)s
professore(a)s, usando personagens de Monteiro Lobato, sobre a atitude
perante o mundo. A atitude mágica da Cuca, a atitude livresca do Visconde
contrastam com a curiosidade da Emília, que acaba descobrindo o segredo da
lata amestrada.
Esta atividade serve para estimular e encorajar o uso do teatro dentro de
sala.
Será dada nesta atividade uma oficina de maquiagem, onde as professoras
aprenderão como maquiar as crianças de Emília e Visconde.
Atividade 2: Teatro de sombras
De noite, numa sala escura, através de um lençol e uma lâmpada, é
possível projetar as sombras das pessoas (ou de algumas crianças) para a
platéia que fica do outro lado (o resto da turma). Observação da própria
sombra, percepção do próprio corpo, descobertas de como as dimensões da
sombra mudam de tamanho conforme a distância até o lençol, etc.
Oficina de Sombras para sensibilização e compreensão dos requisitos
técnicos.
Como segunda parte desta oficina, será apresentado um palco menor para
teatro de sombras. Os grupos serão convidados a criar alguns personagens (a
partir de figuras fornecidas) e improvisar alguns roteiros breves com estes
personagens.
222
No teatro de sombras, figuras que se movimentam são projetadas em uma
tela com a ajuda de uma fonte de luz. Para apresentar à garotada essa técnica
chinesa criada há mais de 2 mil anos, você vai precisar de materiais como
papelão e papel-manteiga (para fazer o palco), e um abajur ou uma lanterna.
Desenhe os personagens de perfil no papel cartão ou E.V.A. Recorte-os e
cole uma vareta atrás de cada um. A arte de animar silhuetas é um convite ao
universo lúdico, à criatividade e ao jogo de luz e sombras.
SUGESTÃO DE UM ROTEIRO SOBRE A DENGUE: Um mosquito
chamado Aedes (será fornecida uma sugestão de perfil do mosquito), ronda a
pracinha onde crianças brincam. Tal qual as bruxas dos contos de fadas, ela
está à caça de novas vítimas para suas trapaças. Sua intenção é conseguir
algumas gotas de sangue para procriar sua espécie. Por outro lado, Dengão,
uma das crianças, é um garoto inteligente e estudioso que adora se divertir
com os amigos. No entanto, está sempre atento para as coisas que aprendeu
na escola, por isso toma muito cuidado com a higiene pessoal e está sempre
virando pneus e latinhas de boca para baixo para evitar acúmulos de água,
pois sabe que é ali que se formam os criadouros dos mosquitos transmissores
da dengue.
Um certo dia ele estava caçando mosquitos e encontrou-se com sua amiga
Juju que achou muito engraçada aquela atitude. Foi quando Dengão explicou
que naquela região havia sido detectado um foco do mosquito da dengue e
que, alguma coisa tinha que ser feita. A princípio sua amiga não entendeu
como que um mosquitinho poderia causar tantos problemas, apesar de suas
explicações. Num belo dia Dengão convidou a Juju para jogar peteca na
pracinha e foi aí que o mosquito da dengue atacou. A pobre Juju ficou doente e
se não fosse a pronta intervenção de seus pais, ela poderia ter morrido.
223
Atividade 3: Teatro de Fantoches
Nesta atividade será oferecido aos participantes um entendimento das
possibilidades expressivas do Teatro de Fantoches enquanto linguagem
cênica, rica em imagens e significados. Ela permitirá aos participantes iniciarem
um processo de criação de um espetáculo. Alguns fantoches e roteiros serão
fornecidos para os participantes atuarem como animadores. Será também
mostrado um modelo de palco.
Oficina 22 -
Podemos construir? II
Atividade 1: Podemos construir um pulmão PET ?
Um modelo de pulmão é construído com a metade superior de uma garrafa
PET de 2 litros. A tampa é furada e um tubo plástico transparente é introduzido
bem justo, a ponta de fora do tubo fica livre e a de dentro bifurca levando a dois
balões pequenos (de festa). A parte aberta em baixo da garrafa é preparada
com um anel de PVC serrado de um tubo (cerca de 1 cm) de forma a ficar
rígido, sendo a seguir fechada com um pedaço redondo de balão surpresa e
fita adesiva (por exemplo aquela transparente e larga). O experimento não
pode apresentar vazamento e pode ser feito sem uso de uma gota de cola.
Mas se vazar não tem problema, use cola quente. Funcionamento: Ao puxar o
balão surpresa (diafragma) os dois balõezinhos (pulmões) se enchem de ar.
Atividade 2: Podemos construir um foguetinho?
Uma garrafa PET ( pode ser de 500ml, 1 ou 2 litros) é preenchida com uns
cinco dedos d’água e, através da bomba de ar (de encher pneu de bicicleta),
comprime-se o ar no interior da garrafa até que a rolha é expulsa. Quando isto
acontece, o ar comprimido expulsa a água para baixo e o foguete sobe (ação e
reação). Este foguete pode atingir mais de 50 metros!!
MATERIAL PARA CONSTRUÇÃO:
1 – Foguete – 1 garrafa plástica de refrigerante PET.
2 – Bomba de ar – 1 bomba de encher pneu (compre na loja de 1,99), 3m de
mangueira de nível (tubo plástico transparente com diâmetro cerca de 3/16 ou
5 mm).
3 – Base –1 cabo de vassoura comum, 1 m de fio de cobre grosso ou arame.
DETALHES DE CONSTRUÇÃO
Você pode conseguir uma rolha de cortiça ou de borracha que feche a boca
do PET e furá-la com uma broca de mesmo diâmetro da mangueira de
nível.
Outra possibilidade é fazer uma rolha de madeira afinando um pouco a
ponta do cabo de vassoura. Para isto, pode-se raspar a ponta do cabo de
vassoura no cimento áspero (movimente o cabo bem na horizontal,
224
raspando a ponta e girando). Teste para ver se a rolha já entra uns dois
centímetros na boca da garrafa e depois serre uma ponta de 3 cm formando
a rolha. O desbaste deve ser tal que a rolha entre sob pressão na boca da
garrafa. Abra um furo no centro da rolha com o mesmo diâmetro do tubo
plástico (o melhor é fixar a rolha e usar uma furadeira elétrica). Passe o
tubo pelo furo, enfiando o tubo plástico pelo lado mais largo da rolha, e
puxando depois pelo lado mais fino. Deixe sobrar uns 18 cm e cole a rolha
de madeira com cola de silicone ou araldite, nos dois lados, para ficar bem
vedado. A sobra de 18 cm é importante para não deixar a água descer para
o tubo plástico (e para a bomba) quando o ar for bombeado.
Para adaptar o tubo plástico ao bico da bomba tente usar 1 cm de um
tubo de cobre com 5 mm de diâmetro externo (destes usados em oficinas de
geladeiras). Enfie a ponta do tubo plástico dentro do tubinho de cobre
(molhando antes com cola bonder o interior do tubinho de cobre, para ficar bem
firme).
Outra possibilidade é usar uma válvula de pneu de bicicleta e uma
braçadeira para fixá-la dentro do tubo plástico, mas neste caso a bomba deve
ter rosca. Esta opção é boa pois assim não vaza do lado da bomba.
2) Para fazer a base de lançamento, faça uma ponta no cabo de vassoura, de
forma a poder fincá-lo na terra. Do outro lado do cabo de vassoura, amarre
uma volta de arame ou fio grosso de cobre, com uns 13 cm de diâmetro e outra
volta, menor e mais embaixo, com cerca de 8 cm de diâmetro.
Para posicionar o foguetinho na base de lançamento basta colocar um pouco
de água (uns 8 cm de altura), passar o tubo plástico com a rolha por dentro das
225
voltas (de baixo para cima), apertar bem a rolha, apoiar o foguete dentro da
plataforma. Depois é só bombear...
Detalhe importante: não coloque água demais dentro do foguetinho; o tubo
plástico deve estar sempre aparecendo fora d’água para evitar que a água
entre no tubo e na bomba.
Atividade 3: Podemos construir um motor elétrico?
Material: Para fazer a base: Fio de cobre rígido diâmetro 1,5 mm (40 cm),
dois parafusos pequenos de madeira com arruela, um pedaço de madeira com
cerca de 15 cm por 5 cm. Para fazer a espira: Fio de cobre esmaltado (de
enrolar motor) bitola entre 19 e 24 ( 1 m ),
Detalhes da construção: Base do motor - Corte dois pedaços de 20 cm do
fio rígido e tire cerca de 3 cm do plástico isolante dos dois lados. Numa das
extremidades de cada fio, faça uma volta. Fixe os dois fios na base de
madeira, apertando os parafusos com arruela. Use como modelo a base
fornecida na caixa.
Espira: Pegue o fio de cobre esmaltado (de enrolar motor) e, deixando uma
ponta de uns 10 cm, dê umas 10 voltas em torno da pilha, formando uma
bobina. Deixe duas sobras de uns 10 cm de cada lado da bobina. Enrole na
bobina estas sobras do fio, de forma que ela não se desfaça, deixando
alinhadas as pontas nos lados opostos da bobina. Corte as pontas deixando
cerca de 2 a 3 cm de cada lado. Raspando o fio com uma faca qualquer retire o
esmalte de uma extremidade (em volta do fio todo). Observe que o fio ficará
mais claro quando o esmalte isolante for raspado. Na outra extremidade, retire
o esmalte só de um lado do fio, deixando o outro lado esmaltado (meio a meio).
Para fazer funcionar o motor, coloque a bobina na posição e dê um
pequeno empurrão (um “teco”) fazendo-a girar. A bobina deve estar bem
equilibrada de forma a girar bem (senão ajeite a bobina, fazendo seu eixo ficar
bem reto e centrado). Pegue o ímã e aproxime-o da bobina (na posição
vertical). Dê outro “teco” (pequeno empurrão) para começar a girar. A bobina
continuará girando enquanto a pilha não descarregar. Observe que o motor não
gira se você afastar o ímã. Se você mudar a polaridade do ímã, virando-o do
outro lado, a bobina inverte o sentido de rotação. Não se esqueça de separar a
pilha do motor elétrico depois da experiência, para a pilha não descarregar.
Lembre-se que o cobre oxida e que, depois de alguns dias, pode ser
necessário passar bombril ou raspar com faca os terminais da bobina, retirando
226
o zinabre. Assim a cor original do cobre, mais clara, volta a aparecer,
assegurando um bom contato.
Atividade 4: Podemos construir uma lata amestrada?
Esta montagem é constituída de um peso amarrado a um elástico preso no
eixo da lata, internamente. Sugerimos usar uma lata de 3,6 litros (de tinta).
Quando empurramos a lata o elástico se enrola dentro da lata devido ao peso.
A seguir o elástico vai desenrolando e a lata retorna ao ponto inicial: a energia
potencial elástica transforma-se de novo em energia cinética (de movimento).
Atividade 5: Podemos construir um jogo Torre de Hanói?
Este jogo é descrito na oficina 20. Chamamos atenção para os materiais que
usamos: base de madeira, as três hastes com palito de churrasco (de bambu) e
as peças em E.V.A. Os furos na base para fixação dos três palitos podem ser
feitos com prego, que pode varar do outro lado. Escolha um prego compatível
com o diâmetro do palito.
Atividade 6: O buraco na mão.
Enrola-se um papel A4 no sentido do comprimento formando um tubo
com cerca de 2 cm de diâmetro e 30 cm de comprimento. A experiência deve
ser feita com os dois olhos abertos. Segura-se o tubo com uma das mãos. A
outra mão aberta, a palma da mão voltada para o próprio rosto, é encostada
no tubo. Aproxima-se o tubo e a mão espalmada do rosto, olhando com um
olho dentro do tubo e com o outro a mão espalmada. Vê-se um buraco na mão!
Esta experiência está relacionada com a visão. A imagem projetada na
retina de um olho (o buraco) soma com a imagem projetada na retina do outro
olho (a mão) para formar, dentro do cérebro, a imagem do buraco na mão.
Oficina 23 - HORTA NA ESCOLA
Introdução
Inúmeras atividades educativas podem ser desenvolvidas, nos anos iniciais
do Ensino Fundamental, abordando como tema a Horta, pois este assunto
possibilita o desenvolvimento de um trabalho pedagógico contextualizado,
significativo e interdisciplinar (ver http://www.ufv.br/crp/projetohorta.htm ).
Saber cuidar de uma semente, de uma mudinha, de uma planta, de uma
horta, é SABER CUIDAR (de uma amizade, de um amor, de uma casa, de uma
cidade, de um país...).
Toda a vida depende das plantas, pois é ao reino vegetal que a humanidade
recorre em busca de combustíveis, alimentos, medicamentos, vestuários,
construção, etc. Então é fundamental conscientizar nossos alunos sobre a
importância das plantas em nossa vida e conhecer alternativas de utilização
227
dos vegetais no nosso dia-a-dia, em especial para uma alimentação saudável e
a valorização, pela escola, dos saberes tradicionais sobre nossa flora
medicinal.
Vamos plantar? - Vamos sim !!!
Atividade 1 - O que vamos plantar?
Propor aos alunos a escolha de semente para a semeadura. Poderá ser
solicitado aos alunos que tragam de casa pacotes com sementes de plantas
variadas, contendo informações coletadas preliminarmente em seu ambiente
familiar. O professor poderá também fazer um passeio com os aluno numa
loja que venda sementes, para que todos possam interagir entre si, realizando
observações, fazendo julgamentos e discutindo seus projetos sobre: o que
vamos plantar?
Através da leitura e da análise das informações contidas em envelopes
de sementes, tais como época de plantio, quantidade de água, tipo de
cuidados, o professor vai conduzir a discussão dos alunos, no sentido de fazer
escolhas sobre o que plantar.
- Por que vamos plantar?
- Onde vamos plantar?
- O que vamos plantar?
- Por que você escolheu esta planta?
- Do que vamos precisar?
Momento do registro:
Vamos anotar no nosso Caderno de Ciências (Mão na Massa): Por que é
importante cuidar das plantas? O que fizemos para conseguir nossas
sementes? Por que escolhemos determinadas plantas? O que vamos precisar
para plantar?
Atividade 2 - Horta alternativa
Esta oficina tem como proposta utilizar materiais reutilizáveis para o plantio de
plantas de pequeno porte, tais como: plantas medicinais, temperos. Para esta
atividade o professor poderá utilizar caixas de leite, garrafas Pet, caixas de
ovos.
Após o manuseio dos envelopes de sementes, realizar com a turma o preparo
da terra e da sementeira.
Observar com os alunos o modo de plantio e o período que cada planta leva
para crescer.
Discutir com as crianças sobre as plantas na nossa vida: plantas medicinais e
temperos utilizados no nosso cotidiano.
Realizar a semeadura na sementeira de caixa de ovos.
Momento do registro:
- O que fizemos hoje?
- Como plantamos?
- O que plantamos?
228
- Quais os cuidados devemos ter para que nossa sementinha brote?
Após alguns dias as sementes terão brotado na sementeira e logo
chegará a hora de repicar para o canteiro (ou para um vaso feito de Pet)...
Neste momento, três alternativas devem ser consideradas pelo professor:
(1) As crianças levam as mudinhas para casa e pedem para os pais
ajudarem a plantar e cuidar – trata-se de tentar mobilizar a família a ter uma
horta no quintal da casa, estimulando hábitos de alimentação saudáveis.
Após algumas semanas cada criança pode relatar o que aconteceu com sua
mudinha, se foi plantada, se foi cuidada, se cresceu, se foi comida no almoço,
com discussões e registros.
(2) As crianças plantam suas mudinhas num canteiro na horta da
escola. Se a Escola ainda não tem uma Horta, quem sabe é hora de começar
a juntar forças para realizar este projeto... A expectativa, na medida em que a
horta seja assumida como parte do projeto político pedagógico da escola, é de
que ela torne-se auto-sustentável...
(3) A horta alternativa que propomos depende apenas do professor e de
seus alunos. Esta horta alternativa pode ser um primeiro passo para a
mobilização dos pais para fazer uma horta no quintal da casa ou para a própria
escola implementar o projeto de uma Horta na Escola. Nesta alternativa, vamos
usar pequenos vasos de materiais reciclados e “plantar uma horta na sala de
aula”, usando variedades de pequeno porte, tais como alho, alface, salsa,
cebolinha, losna, bálsamo, menta, mil folhas, dente de leão, funcho, estévia,
etc. Os vasinhos de Pet devem ser identificados com o nome da criança que
ficará responsável pelos cuidados.
Ao longo destas atividades, uma brincadeira que sugerimos é perguntar
quem conhece mais hortaliças. Cada aluno fala o nome de uma hortaliça, quem
não lembrar ou repetir sai da roda. Quem ficar por último ganha o jogo.
Qualquer um pode interromper para comentar sobre vitaminas e nutrientes
contidos na hortaliça citada. A mesma brincadeira pode ser feita com nomes de
ervas medicinais e temperos – neste caso, são bem vindas interrupções que
descrevam para que são indicadas as plantas medicinais ou como é o sabor ou
aroma daquele tempero.
Atividade 3 - Hora do chá
Esta atividade tem como objetivo fazer com que os alunos percebam o
sabor e o aroma de chás feitos a partir de temperos e ervas medicinais.
O professor poderá convidar, a partir de indicação dos próprios alunos,
pessoas da comunidade para falarem sobre o conhecimento que detém sobre
temperos e plantas medicinais.
Fazer com a turma a preparação dos chás. Depois de prontos, servir os
chás para a turma. Sugestões: erva-doce, camomila, boldo, alecrim
(estimulante), capim cidreira ou melissa (calmante), hortelã, menta, estévia.
Momento do registro:
- Vamos registrar nossa observações sobre as plantas que escolhemos para
fazer o chá.
- Podemos também explicar como foi feito o chá.
229
- Não se esqueçam de escrever sobre a forma, a cor, o cheiro e o sabor das
plantas.
- Podemos desenhar as formas das folhas.
Atividade 4 – Experimentando as plantas (receitas)
Esta atividade propõe a realização de um caderno de receitas. Pedir à
turma que leve diferentes receitas com legumes, verduras, frutas e plantas
(sucos, chás, vitaminas, bolos, etc).
Momento do registro:
Entrevistar e escrever sobre receitas para fazer um caderno bem
diversificado. Experimentar as receitas.
Esta atividade acontece fora de sala de aula. As crianças poderão
fazer entrevistas em folhas de papel ofício, fazendo simultaneamente registro
das receitas e uma pesquisa sobre o valor nutricional e medicinal das plantas.
Depois as receitas poderão ser distribuídas na escola.
Atividade 5 - Brincando com Plantas (carimbos)
Esta atividade propõe a realização de brincadeiras e experimentos que
mostrem como é divertido conhecer e brincar com plantas.
Pedir à turma que leve para a escola diferentes legumes, verduras,
frutas. É interessante coletar uma grande variedade de plantas...
Momento do registro:
Cortar os legumes e as frutas para fazer carimbos.
Com tinta guache deixe as crianças experimentarem os “carimbos das
plantas” Deixe que esta atividade aconteça no chão da sala de aula ou no pátio
da escola. As crianças poderão fazer a marca do carimbo em folha de papel
ofício, fazendo simultaneamente registro do nome da planta e a forma
geométrica do carimbo (quadrada, circular, triangular...) Depois os “carimbos
das plantas” poderão ser fixados num mural no pátio da escola.
Outras sugestões:
O professor atento poderá aproveitar atividades com horta para trabalhar
conteúdos curriculares tais como:
geometria dos canteiros- forma, perímetro;
alimentação e nutrição-importância das plantas para a saúde;
poesia e música sobre as plantas- “Alecrim Dourado” – português
confecção de bijouterias com sementes – arte, entre outros.
230
Texto de apoio ao professor – Esta música está no CD
Sandy E Junior
Seu Rabanete lá na horta perguntou:
Mas o que foi que aconteceu?
E a dona Couve chateada respondeu:
A dona Salsa é mais bonita do que eu
O seu Repolho piscou o olho
O seu Quiabo sacudiu o rabo
E responderam: dona Couve é um amor
Não é a toa que lhe chamam Couve-flor
O seu Pepino comovido olhou pra ela
E disse: Couve, tu és tão bela!
E ela dengosa suspirou e até sorriu
Porém negou o beijo que ele pediu
O seu Repolho piscou o olho
O seu Quiabo sacudiu o rabo
E responderam: dona Couve é um amor
Não é a toa que lhe chamam Couve-flor
Seu Rabanete então falou pro Aipim
A dona Couve gosta mesmo é de mim
Vamos casar no domingo na capela
Depois passar lua-de-mel numa panela
O seu Repolho piscou o olho
O seu Quiabo sacudiu o rabo
E responderam: dona Couve é um amor
Não é a toa que lhe chamam Couve-flor
Não é a toa que lhe chamam Couve-flor
Não é a toa que lhe chamam Couve-flor
231
A fábula da galinha ruiva
Para conscientização da importância da participação de toda a
comunidade escolar no processo da formação da horta na escola,
pode-se trabalhar de diversas formas a fábula da galinha ruiva:
com desenhos sugestivos, teatro, dança e coral.
A galinha ruiva foi plantar o grão de milho.
E perguntou a todos:
_ Quem quer PLANTAR comigo?
- Eu não, eu não, eu não dona galinha.
- Está bem, está bem, eu vou PLANTAR sozinha.
(substituir: REGAR, ADUBAR, COLHER, AMASSAR)
A galinha ruiva foi fazer o grande bolo.
E perguntou a todos:
- Quem quer comer comigo?
- Eu sim, eu sim, eu sim dona galinha!
_ Isto não, isto não, eu vou comer sozinha.
Questionamento: será que a atitude da galinha está correta?
232

Documentos relacionados