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Uma pesquisa das melhores práticas da indústria supermercadista no Brasil: excelência em logística Vinícius Zomkowski Salvi Centro de Tecnologia, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil Resumo Objetivo – Esta pesquisa visa identificar, na teoria, as melhores práticas logísticas dos supermercados brasileiros. Formato/metodologia/abordagem - Pesquisa exploratória baseada em pulicações internacionais sobre logísticas de supermercados e também baseada na revisão bibliográfica sobre varejistas de classe mundial. Descobertas – Supermercados brasileiros estão concentrando suas operações nas classes A e B em modelos de hipermercados. Eles estão também iniciando competições em modelos para classes C, D e E em estruturas de supermercados de bairro e também em atacarejo. Limitações da pesquisa/implicações – Este artigo não é uma pesquisa quantitativa com questionários. Todo o estudo é uma pesquisa exploratória com abordagem global. Isto implica os resultados não podem ser considerados conclusões científicas, eles são apenas uma primeira evidencia para guiar futuras pesquisas. Implicações Práticas – Supermercados brasileiros poderiam explorar melhor a produção local no lugar de importar e poderiam estar desenvolvendo colaborações para investir em infraestrutura que é precária no Brasil. Palavra-chave Logística, Supermercados, Brasil e Companhias Mundiais Formato do Artigo: Artigo de Pesquisa Introdução Os supermercados representam mais de 90% do auto-serviço de alimentos no Brasil. Desda década de 70, super e hipermercados cresceram 353% e suas vendas aumentaram 1468%, Supermercado Moderno (2011). No Brasil, Há três principais varejistas: Carrefour, Walt-Mart e Pão de Açúcar. Antes, açougue, padaria e mercearia eram os modelos mais importantes de auto-serviços de alimentos. Hoje, os supermercados são exatamente a concentração desses serviços, acrescentando algumas outras importantes opções, em uma só loja, um só lugar. A sobrevivência de um supermercado depende diretamente de suas operações logísticas. Gastos com manuseio de produtos, transporte, estocagem e estoques são geralmente altos devido à variedade de itens e a considerável quantidade de produtos de pequeno valor. Reduzir estas despesas é uma guerra constante, principalmente em um mercado globalmente competitivo. Mercados saturados no mundo desenvolvido também aumentam a competição no mundo em desenvolvimento. O Carrefour no Brasil, por exemplo, representa a segunda maior cadeia em faturamento da rede, atras apenas das operações na França. Desde 1994, com o Real, os supermercados brasileiros vêm mudando e a competição por diminuir despesas chegou a seu ponto mais alto. Durante os últimos 27 anos, o capital estrangeiro aumentou a produtividade das companhias, como a aplicação monetário da rede Casino no Pão de Açúcar ou o começo das operações do Walt-Mart no Brasil em 1995. Neste contexto, a logística aparece como uma ferramenta para melhorar a competitividade de supermercados, especialmente quando aparecem no Brasil essas empressas de classe mundial. Esta pesquisa mostra as melhores práticas de logísticas de supermercados na Europa e nos Estados Unidos através de uma revisão bibliográfica. Ela toma como modelos o Carrefour na Espanha - a terceira maior operação da rede, a filosofia do Walt-Mart (empresa de classe mundial) e pesquisas de negócios internacionais para definir as melhores práticas de logística de supermercados no Brasil. Supermercados Las Casas (2004) mostrou que os supermercados surgiram nos Estados Unidos nos anos 30, enquanto no Brasil as Lojas Americanas foram pioneiras por volta de 1952. Os supermercados são modelos de concentração de negócios criados a partir do setor de alimentos. Novaes (2007, p.5) abordou que "os pequenos mercados ou empórios, açougues, padarias, no nível de bairro, eram estabelecimentos típicos de primeira necessidade até as décadas de 40 e 50." Kottler and Keller (2006, p.500) afirmam que atividades de varejos são todas aquelas atividades relacionadas com vendas de produtos ou serviços diretamente para o consumidor final, para uso pessoal e não revenda". Las casas define o varejista como toda a empresa que compra de indústrias, atacados ou distribuidoras e vende para o consumidor final. Kumar (2008) mencionou que o Walt-Mart é o maior varejista do mundo com 6380 lojas e R$312 bilhoes anuais em vendas, seguido por Carrefour, Tesco e Metro Group. O mesmo autor apontou que Estados Unidos e Alemanha dominam o mercado com 6 varejistas cada entre os 'top 25'. No Brasil, Pão-de-Açucar é lider, seguido por Carrefour e Walt-Mart. As últimas décadas significaram crescimento da classe média no Brasil e, apesar de Walt-Mart e Carrefour crescerem rápido, os mercados regionais representam o maior crescimento em vendas. Uma das melhores explanações para esse fato é dada por Beco e Nunes (2003). Eles afirmam que as maiores companhias não estão interessadas pela periferia brasileira devido aos seus consumidores peculiares. Para o Supermercado Moderno (2011), aquelas grandes empresas estão oferecendo atacarejo para essa classe média crescente, entretanto, pequenas e médias redes são mais flexíveis em seus supermercados de bairro e estão crescendo rápido, dando aos varejistas brasileiros de pequeno e médio porte um reforço. Logística de Excelência Excelência em logística pode ser considerada uma relação interdisciplinar. Na política internacional, os autores defendem logística como uma cadeia produtiva integrada de países, baseada nos índices como transporte, infraestrutura geral (portos, aeroportos, rodovias, trens, lagos, rios e outros), fluxo internacional, fronteiras e intercâmbio de tecnologias. Becker (2010) considera que a logística é um importante fator de competitivida porque ela oferce sinergia de vetores de produção, transportes e processamento, acelerando transformações e aumentando competitividade. A geo economia estuda que o espaço é alterado por múltiplas redes de transporte, energia, comunicação e outras. Nos nossos estudos, a logística de excelência sera limitada em negócios e terá a definição dos 7Rs: lugar certo, quantidade certa, tempo certo, condição certa, preço certo e consumidor certo, com custos certos. O conselho de Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos e profissionais (CSCMO, 2007) define a logística de forma ampla “processo de planejar, executar e controlar procedimentos para a eficiência e efetividade do transporte e da estocagem de bens, incluindo serviços e informações relacionadas do ponto de origem até o consumidor com o objetivo de atender as necessidades dos clientes. Esta definição inclue movimentos de entrada e saída, interna e externa. Image 1: 7R’s definition Logistics Supply Chain Management (Virtual Site) A excelência em logistica utilize, então, os fluxos de informação, material e os recursos financeiros de uma forma eficiente e efetiva. Esta excelência não é somente para eliminar perdas e custos, mas também para adicionar valor. Os valores mais comuns são os valores de tempo, qualidade, lugar e utilidade, Novaes (2007). Ketchen jr. and M. Hult (2006) colaboraram com a definição de excelência em logística na sua revisão bibliográfica sobre adaptabilidade, alinhamento e agilidade. A agilidade é dar respostas rápidas para as ocilações na demanda e no suprimento. A Adaptabilidade refere-se as condições de reconstruir a cadeia quando necessário – ela é criada pelo uso de sistemas da informação. O alinhamento analisa a forma que uma companhia lida com outras. No setor varejista, a excelência em logística precisa de tecnologia da informação (ECR e EDI), cross-docking, entrega direta, qualificação de fornecedores, restreabilidade, sustentabilidade e outros que possam reforçar a adaptabilidade, a agilidade e o alinhamento em estruturas de redes, provendo a máxima eliminação de perda, custos e despesas e também adicionando valor de tempo, qualidade, preço e utilidade. Companhias de classe mundial em logística A “World class logistics” trouxe padrões de companhias que são competentes, aquelas que fazem alguma coisa melhor que seus competidores em logística. Goldsby e Stank (2000), autores do livro, defendem que a logística de classe mundial é identificada por 4 competências: posicionamento, agilidade, mensuração e integração. O posicionamento relembra a estratégia e a escola de estratégias de posicionamento tão divulgada por Michael Porter. Ele introduziu o conceito de vantagem competitiva. Ela é construída por meio de capacidades consideradas raras, valiosas e imperfeitamente imitáveis, Sanndberg and Aman (2010). Capacidade, neste contexto, é o conhecimento das melhores práticas. A segunda competência, integração, traz capacidades desenvolvidas para compartilhar e agir em parceria com stakeholders. Apesar deste artigo científico não pretender focar em Cadeia de Suprimentos, a competência integração pode ser reconhecida como redes organizacionais com cordenação e cooperação entre companhias, Vieira (2009). Nós consideramos cadeia de suprimentos como o conjunto de cadeias logísticas, Balou (2006). A conectividade, outra competência, é a capacidade de trocar principalmente informação. As modernas tecnologias tem ajudado a aumentar as trocas: celular, computadores, e-mail, Palm, ECR, WMS, RFID são apenas alguns exemplos. A mensuração é a competência de verificar e certificar a eficácia da integração, do pisicionamento e da agilidade. Image 2: Strategic elements of collaboration Viera et al (2009) As melhores práticas dos supermercados de classe mundial As melhores práticas dos supermercados de classe mundial podem ser resumidas em 5 elementos: hipermercados localizados nas periferias dos países desenvolvidos (agilidade), pequenos hipermercados/supermercados em bairros (agilidade), centros de distribuição estrategicamente localizados com multimodais e abrangência geográfica (agilidade), alta tecnologia (adaptabilidade) e forte relação com companhias regionais e produção local (alinhamento). AGILITY Outskirt Hypermarkets ADAPTABILITY ALIGNMENT Technology ECR, EDI, Local production WMS and RFID Neighborhood Sharing supermarket technology Regional distribution learning and Own brands and loyalty programs 3PL centers DCs localized near to multimodal Table 1: World Class Supermarkets Best Practices in Logistics Salvi (2011) As operações do Carrefour na Espanha utilizam parcerias com 12900 pequenas e médias empresas, possuem multimodal, tem 17 plataformas logísticas com centros de distribuição de abrangênca geográfica e centralização do sistema computacional que coordena informação desde fornecedores até compradores, Cambra-Fierro and Ruiz-Bernitez (2011). A agilidade principal da tabela acima é dada pelos hipermercados e suas estruturas conhecidas como “one stop shopping. Os consumidores podem ir comprar, pagar contas, utilizar serviços bancários e farmacêuticos, kumar (2008). Esta estrutura também propicia vantagens em logísticas. Suprir um hipermercado implica em centros de distribuição planejados com estruturas de pickings semelhantes a áreas de pulmão, melhor dizendo, o supermercado pode abastacer-se com paletes fechados do mesmo jeito que eles chegam da indústria. Outra vantagem é que hipermercados localizados em periferias dos países desenvolvidos oferecem rápida conexão com os centros de distribuição, preços baixos por metro quadrado estocado e uma forma de driblar a regulação de circulação de caminhões nestas cidades superpovoadas. Os supermercados de bairro são tendências de agilidade e conveniência, Cambra-Fierro and Ruiz-Bernitez (2011). A localização desses supercados de bairro não pode ser tão esparsa porque será longe para alguns consumidores e nem tão perto porque aumentará desnecessariamente as despesas operacionais, Zou e Cong (2010). Outro critério de agilidade é a localização do centro de distribuição. Os supermercados geralmente ficam em áreas de grande concentração humana enquanto os centros de distribuição tendem a ser estabelececidos próximos deles, mas em periferias Zou and Cong (2010), com preços pequenos de terras e também o mais conveniente possível para os fornecedores. Esses centros localizados em periferias geralmente são em plataformas logísticas multimodais. A customização de massa está se tornando cada vez mais comum. Desenvolvimento de marca própria, programa de fidelidade e outros processos precisam de bons sistemas de informação, kumar (2008). As tecnologias como ECR, EDI e WMS são elementares para uma moderna operação logística de supermercados. Elas podem prover vantagem competitiva em um mundo imprevisível, trazendo como consequência, adaptabilidade. O ECR é um software conhecido como efficient consumer response que oferece compartilhamento de informação com parceiros, proporcionando melhores serviços, preços mais baixos e otimização de estoques e rotação de estoques, Nogueira (2009). O EDI ou Electronic Data Interchange permite comunicação entre computadores, trocando dados. O WMS é um software utilizado para administrar armazéns. Ele propicia endereço para pallets, pulmão e picking. Ele também distribue tarefas para empregados, define características dos produtos e facilita o controle de máximo e mínimo estoque. Na indústria de alimentos, o Walt-Mart usa altos níves de trocas de informação e transfere conhecimento para ser uma das companhias líderes. O modelo é baseado em reposição continua de estoques. Isto significa que o Walt-Mart utiliza EDI para compartilhar informações com consumidores e manufaturas, depois, ele repõem estoques em suas lojas através de pedidos eletrônicos, Scholtz-Reiter and Stoll (2008). É também uma prática de excelência para os supermercados de classe mundial em países desenvolvidos centralizar suas operações. Cambra-Fierro and Ruiz-Bernitez (2011) afirmam ser uma prática do Carrefour espanhol, o mesmo não ocorrendo no Carrefour chinês, cuja as operações são descentralizadas e é dada considerável autonomia a suas lojas. O compartilhamento de informações também pode ser considerada uma grande prática de adaptabilidade.. Shcolz-Reiter, Delhoum et al (2008) consideram que a transferência e o compartilhamento de informação aumentam competitividade das cadeias de suprimentos. Esta conclusão é tida como válida para logística, já que estamos definindo cadeia de suprimentos como um conjunto de cadeias logísticas trabalhando juntas. Na mesma linha de pesquisa, Muylle and Vereecke (2006) dedicaram-se em melhorar a performa através de colaboração na cadeia de suprimentos, eles concluíram que a mais coerente estratégia para colaboração é compartilhar conhecimentos e estruturas. O alinhamento é uma vantagem não somente logística mas também de mercado. Kumar (2008) mostrou que marcas próprias e fidelização de clientes são tendências crescentes. Cerca de 30% das pessoa, nos Estados unidos, estão mais propensas a consumir marcas das redes e aproximadamente 70% das redes entrevistadas por eles tinham programa de fidelização. O alinhamento com produtores locais de pequeno e médio porte são talvez as melhores práticas dessas companhias de classes mundiais no mundo desenvolvido. Por meio de fornecedores regionais é possível otimizar rotas entre o centro de distribuição e a loja, dando controle FOB para compra e CIF no transporteaté a loja, aumentando a atuação logística. Terzioviski (2003) demonstrou que redes de pequenas empresas é uma forma de definer excelência de negócios em PMEs. O alinhamento, desta forma, também é uma vantagem para o supridor de pequeno ou médio porte de um supermercado. Por outro lado, estudos demonstraram que, apesar de o alinhamento ser uma necessidade e uma boa prática, muitos varejistas temem alavancar seus recursos e capacidades, reduzindo custos e promovendo diferenciação, por temerem oportunismos de supridores locais. Morgan, Kaleka and Gooner (2006). Existe esse temor, mas os mesmos autores, Morgan, Kaleka and Grooner (2006) concluíram que isto é totalmente infundado. Töyli, Häkkinen and Naula (2008) estavam tentando definer uma relação entre finanças e performace logística em PMEs. Mesmo sem terem sucesso, os resultados foram surpreendentes ao revelarem que PMEs com grande nível de service eram também as relativamente com menores custos. Isto comprava que o alinhamento, já que melhora a logística de toda a cadeia e compartilha informação e conhecimento, é uma forte vantagem competitiva. Outro importante alinhamento é a terceirização estratégica. Há uma tendência global para a terceirização. As companhias de países desenvolvidos e em desenvolvimento usam essa estratégia, por exemplo, a seguir segue países e porcentagem de empresas que usam: Chile (50 per cent), Brasil (50 per cent), Europa (67 per cent) e Estados Unidos (60 per cent), Arroyo, Gaytan and Boer (2006). É importante ressaltar que a excelência em supermercados pode estar mudando. O Carrefour, por exemplo, está adaptando sua rede, de acordo com a GCI (iniciativa de comércio global), segundo artigo denominado Cadeia de Suprimentos do Futuro, servindo consumidores de forma sustentavél, CambraFierro and Ruiz-Bernitez (2011). Este artigo apresenta estruturas para integração das redes de grandes companhias, reduzindo o tempo de preparo, o custo por pallet, as emissões de CO2 e outros benefícios que estão redefinindo toda a cadeia na Europa. A figura abaixo ilustra a mudança. Image 3: Future Supply Chain Future Supply Chain (Virtual Site) Através desse artigo, o modelo futro será baseado em parcerias múltiplas e compartilhamento de informação de stakeholders chaves: os consumidores. Depois da produção, os bens serão estocados em armazéns colaborativos. Depois, os bens serão entregues em centros de distribuição das cidades ou em distribuidores regionas para cross-docking. As Melhoras Práticas das cadeias de supermercados brasileiras Bookbinder and Tan (2002) escreveu que há alguns ingredientes para a excelência em logística: • Investi e regularmente mantém infraestrutura de distribuição; • Usa processos amigáveis aos negócios; e • Promove relações saudáveis com agremiações e empregados. Se nós considerarmos que eles estão certos, a situação brasileira é desconfotável. A infraestrutura de distribuição é pobre. Os portos, aeropostos, rodovias, trens estão em más condições de conservação. Os portos e aeroportos estão atuando acima da capacidade. E os processos amigáveis aos negócios estão longe de ser uma realidade, o brasil, na verdade, é um dos mais burocráticos. Abrir uma companhia ou validar o processo de importação pode levar meses. Dentro dessas limitações, as melhores práticas são diferentes das melhores práticas mundiais, mesmo para as companhias de classe mundial atuando aqui, como o Walt-Mart e o Carrefour. Fleury (1999) fez uma pesquisa sobre empresas brasileiras e multinacionais no Brasil. Para ele, o porcesso de globalização está na sua terceira fase, isto significa que multinacionais estão se tornando companhias transnacionais. Como consequência, as empresas locais brasileiras estavam em posição defensiva contra o realinhamento das subsidiarias com a matriz nos países desenvolvidos. Depois, aquelas empresas locais passaram a ter uma nova estratégia proativa de integração. O Pão de Açucar é um grande exemplo. Ele compartilha as suas ações com a rede francesa Casino. Sobre os supermercados brasileiros de pequeno porte, o mais importante é focarem na criação de cooperação, mudarem suas estruturas de piramidal para redes, ter uma ampliada visão do mercado local, compreendendo que elas estão em uma competição internacional. Eles também precisam parar de copiar e se dedicarem a processos de inovação com resultados no médio e longo prazo, Fensterseifer (2000. Eles também precisam mudar de informalidade e coluio para lobbies e alianças estratégicas com outros players regionais. No Brasil, como na China, os hipermercados ficam nas cidades e não na periferia como é nos países desenvolvidos. O Carrefour, por exemplo, em Manaus, tem seis lojas. Uma é localizada em um shopping center (Manaus Shopping) e outra no centro da cidade (Manaus Centro). As outras quatro são localizadas perto da cidade em bairros das classes A e B, Carrefour (virtual space, 2011). Nos bairros, há preferência de lojas em locais conhecidos como shopping centers. Os supermercados brasileiros são divididos em modelos para servir as classes A e B e em modelos de supermercados para as classes C, D e E. O Walt-mart (virtual space, 2010) tem o “Todo o dia”, uma marca para as classes C,D e E. De acordo com Farina, Nunes and Monteiro (2005), os hipermercados dominam os centros urbanos de São Paulo e Rio de Janeiro e, quanto mais densamente povoadas as regioões com rendas altas, maiores são as vantagens das cadeias de supermercados com hipermercados. Eles também mostraram que a segmentação de mercado através de variáveis como tamanho das lojas e número de itens oferecidos definem o tipo de marca da loja aberta por grandes redes. É novo ter lojas servindo classes C, D e E. Reardon et all (2003) comentou que os supermercados não são mais um nicho só para consumidores ricos das capitais de paises em desenvolvimento. Entretanto, os hábitos de consumo são totalmente diferentes se são classes altas ou baixas e, para melhores serviços em logística, é uma boa prática ter diferente mix de produto para essas realidades. Por causa disso, pode ser considerada uma boa prática ter marcas diferentes. A tabela abaixo exemplifica marcas do Pão de açucar. A CompreBem é uma marca para as classes C, D e E. Nela também pode ser visto que essa marca tem crescido rapidamente. Por outro lado, o Extra, o hipermercado do Pão de Açucar, e o Pão de Açucar também cresceram, mas eles se dedicam as classes A e B. Legislação Societária (em milhares de R$) 9M08 (*) 2007 (*) 2006 (*) 2005 (*) 2004 (*) 2003 (*) 2002 (*) 2001 (*) 2000 (*) 3.436 2.800 2.644 Pão de Açúcar Vendas Líquidas (R$) Número de Lojas 2 Área de Vendas (mil m ) 2.465 3.149 3.092 3.245 3.315 147 153 164 185 196 208 188 176 2.446 186 - 202 221 247 261 273 240 220 229 1.900 2.477 2.279 2.194 2.015 1.921 1.527 1.107 1.043 165 178 186 176 165 172 148 150 111 - 226 226 215 197 212 178 178 130 6.484 7.665 7.050 6.532 5.996 5.195 4.422 3.926 3.736 103 91 83 79 72 62 60 55 53 - 690 629 591 537 462 457 427 415 CompreBem Vendas Líquidas (R$) Número de Lojas Área de Vendas (mil m2) Extra* Vendas Líquidas (R$) Número de Lojas Área de Vendas (mil m2) Tabela 2: Pão de Açúcar Shop Models and Their gross sales Grupo Pão de Açúcar (Virtual Space, 2011) A localização do centro de distribuição é perto das rodovias nacionais e o mais perto possível do centro consumidor. O estado de São Paulo é a escolha preferida porque São Paulo é a cidade com o maior mercado brasileiro. A maior parte das cadeias brasileiras tem centralização de operações. Um problema identificado é que as grandes redes brasileiras têm problemas para se regionalizar. Há falta de parceirias com pequenas e médias empresas locais, tornando essas empresas importadoras de alimentos e bebidas. A centralização de atacados é uma tendência de desfragmentação em países em desenvolvimento, começando por produtos secos e grãos, passando para produtos frescos – como frutas e vegetais, Reardon et all (2003). O Brasil, com distribuição centralizada, já está desfragmentado. A adaptabilidade nacional é satisfatória, ainda mais agora que a tecnologia está se tornando mais barata. O EDI, por exemplo, é usado pelo Pão de Açucar, Costa (2002). O ECR, segundo Angelô e Siquera (2000), tem como dificuldades o Cross-Docking e a reposição contínua. Por outro lado, os pedidos computadorizados, o custeio baseado em atividade (ABC) e principalmente os automatizados check outs em pontos de vendas são largamente operacionalizados. A tabela abaixo destaca as melhores práticas no Brasil. AGILIDADE ADAPTABILIDADE ALINHAMENTO Hypermarkets in shopping Technology of ECR, EDI, EDI centers and city towns Neighborhood WMS and RFID. markets and logistic centralization 3PL divided by classes A, B and C,D and E. DCs near to roads. DCs localized near to big costumer centers Table 3: Brazilian supermarket best practices Salvi (2011) As cadeias internacionais encorajam seus parceiros internacionais a entrar no mercado em desenvolvimento, Reardon et al (2007). Esses parceiros fazem parte de uma estratégia de buscar várias fontes de recuros que inlcuem serviços de logística transnacional e administradoras de armazéns (3PL). Conclusions As diferenças logísticas dos supermercados de classe mundial e das cadeias brasileiras estão, aparentemente, diretamente relacionados com infraestrutura de modal e com bases jurídicas, sociais e econômicas. Enquanto países como a Espanha e os Estados Unidos possuem excelentes portos, aeroportos e trens, a maior parte do Brasil continua sendo baseada em rodovias. Este fator, por exemplo, afeta a localização dos centros de distribuição. Os supermercados de classe mundial são abastecidos por centros de distribuição localizados perto das áreas de multimodais, enquanto no Brasil os CDs estão na margem das principais rodovias. No Brasil, os mercados de bairro precisam ser divididos em marcas para servir as classes A e B e outro para as classes C, D e E. Os hipermercados são comuns em grandes metrópolis como Rio e São paulo, especialmente em áreas ricas. Os supermercados mundiais dão preferência para hipermercados em periferias. Outra diferença é o nível de parceria e a rede de companhias nos países desenvolvidos e no Brasil. Enquanto na Espanha o Carrefour trabalha com aproximadamente 13000 PMEs, no Brasil, a maior parte dos produtos são importados ou de grandes supridores. As pequenas empresas brasileiras, caracterizadas pela informalidade, falta de produtos e pesados impostos governamentais, desencorajam a criação de estruturas de redes. Finalmente, apesar de o Brasil ter boas empresas de desenvolvimento de softwares, a inovação necessária para melhorar as práticas de logísticas parecem ter que começar com a integração regional e a terceirização estratégica, incluindo a agricultura familiar no promissor mercado nacional e dando as companhias o direto de controlar FOB/CIFsuas redes logísticas pela utilização de marcar de supermercados nacionais. References ARROYO, Pilar; GAYTAN, Juan; BOER, Luitzen de. A survey of third party logistics in Mexico and a compraison with reports on Europe and USA. 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