Uma História da Guerra

Transcrição

Uma História da Guerra
john keegan
Um a H i s t ó r i a
da Guerra
Tradução
Mariana Pinto dos Santos
Pedro Serras Pereira
Revisão Científica
Major Miguel Freire
lisboa:
tinta­‑da­‑china
MMVI
Sumário
Agradecimentos
Introdução
9
13
Capítulo 1 – A Guerra na História da Humanidade
O Que É a Guerra?
Quem Foi Clausewitz?
A Guerra enquanto Cultura
Ilha da Páscoa
Os Zulus
Os Mamelucos
Os Samurais
Uma Cultura sem Guerra
Interlúdio 1 – Limitações da Prática de Guerra
19
21
32
47
47
52
57
68
75
93
Capítulo 2 – Pedra
Porque Lutam os Homens?
A Guerra e a Natureza Humana
A Guerra e os Antropólogos
A Guerra entre Alguns Povos Primitivos
Os Ianomâmis
Os Marings
Os Maoris
Os Astecas
O Início da Guerra
Guerra e Civilização
Interlúdio 2 – Fortificação
115
117
119
124
135
135
141
147
151
162
176
189
Capítulo 3 – Carne 209
Os Homens dos Carros de Guerra 212
O Carro de Guerra e a Assíria 229
O Cavalo de Guerra 240
Os Povos Equestres da Estepe 242
Os Hunos 247
O Horizonte dos Povos Equestres, 453-1258 253
Árabes e Mamelucos 257
Os Mongóis 269
O Declínio dos Povos Equestres 277
Interlúdio 3 – Exércitos 289
Capítulo 4 – Ferro 309
Os Gregos e o Ferro 314
Guerra de Falanges 320
Os Gregos e a Estratégia Anfíbia 334
A Macedónia e o Culminar da Guerra de Falanges 337
Roma: Casa-Mãe dos Exércitos Modernos 345
A Europa depois de Roma: Um Continente Sem Exércitos 368
Interlúdio 4 – Logística e Abastecimento 391
Capítulo 5 – Fogo 413
Pólvora e Fortificação 417
Batalhas na Era Experimental da Pólvora 428
Pólvora no Mar 436
A Estabilidade da Pólvora444
Revolução Política e Transformação Militar 453
O Poder do Fogo e a Cultura de Serviço Militar Universal 470
Armas Derradeiras 479
A Lei e o Fim da Guerra496
Conclusão 505
Notas 513
Bibliografia seleccionada 525
Índice Remissivo 531
Agradecimentos
Grandes mudanças ocorreram no mundo desde que comecei a escre‑
ver este livro em 1989, e devem ser elas as primeiras a ser mencionadas.
A Guerra Fria acabou. No Golfo, travou­‑se uma breve mas dramática
guerra aérea e terrestre. Na antiga Jugoslávia, rebentou uma prolon‑
gada e cruel guerra civil que ainda hoje perdura. Muitos dos temas
desenvolvidos neste livro foram reflectidos — pelo menos para mim
— nas guerras do Golfo e da Jugoslávia.
No Golfo, as forças da coligação infligiram uma derrota clausewit­
ziana às forças de Saddam Hussein. Contudo, a recusa deste último
em admitir a realidade da catástrofe que sobre ele se abatera, recor‑
rendo a uma retórica islâmica através da qual negava ter sido venci‑
do em espírito, independentemente do volume de perdas materiais,
roubou o significado político à vitória clausewitziana da coligação.
A Guerra do Golfo pode ser vista como o confronto entre duas cul‑
turas militares muito diferentes, cada uma com profundas raízes his‑
tóricas e nenhuma podendo ser compreendida com abstracções em
torno da «natureza da guerra» propriamente dita, visto que tal não
existe.
Os horrores da guerra na Jugoslávia, tão incompreensíveis como
revoltantes para o homem civilizado, desafiam a explicação em ter‑
mos militares convencionais. O padrão de ódios locais que esses
horrores revelam é estranho a qualquer pessoa, excepto aos antro‑
pólogos profissionais que têm como objecto de estudo a guerra entre
povos tribais e marginais. Muitos antropólogos negam a existência
de «guerras primitivas». Os leitores de jornais mais inteligentes, ou
a maioria deles — profunda e indelevelmente impressionados pelos
relatos de «limpeza étnica», os sistemáticos maus tratos a mulheres,
o prazer da vingança, a organização de massacres e o subsequente
Introdução
Eu não estava destinado a ser um guerreiro. Em criança, em 1948, uma
doença deixou­‑me incapacitado para o resto da vida e coxeio desde há
quarenta e cinco anos. Quando, em 1952, compareci ao exame médico
para o recrutamento para o serviço militar, o médico que examina‑
va as pernas — foi, inevitavelmente, o último médico a examinar­‑me
naquela manhã — abanou a cabeça, escreveu qualquer coisa no meu
formulário e disse­‑me que podia ir­‑me embora. Algumas semanas
mais tarde chegou uma carta oficial a informar que eu tinha sido clas‑
sificado como inapto para o serviço em qualquer um dos ramos das
forças armadas.
Todavia, o destino levou­‑me a viver entre guerreiros. O meu pai
fora soldado na Primeira Guerra Mundial. Cresci durante a Segunda,
numa zona da Inglaterra onde estavam estacionados os exércitos bri‑
tânico e americano, preparando­‑se para a invasão do Dia D à Europa.
Apercebi­‑me, de alguma forma, de que o serviço prestado pelo meu
pai na Frente Ocidental em 1917­‑18 fora a mais importante experiência
da sua vida. Em 1943­‑4, o espectáculo da preparação da invasão tam‑
bém me marcou. Fui assim desenvolvendo um interesse em assuntos
militares, que se enraizou de tal forma que quando fui para Oxford,
em 1953, escolhi História Militar como disciplina nuclear.
Uma disciplina nuclear era não mais que um requisito para a
obtenção de um grau académico; assim, as minhas relações com a his‑
tória militar poderiam ter terminado no final da licenciatura. Porém,
o interesse pelo tema enraizou­‑se durante os meus anos de estudante
em Oxford, pois, ao contrário de mim, a maior parte dos meus amigos
tinha cumprido serviço militar. Eles tornaram­‑me consciente de que
tinha perdido algo. Oficiais na sua maioria, muitos tinham servido
em operações, uma vez que no início dos anos 50 a Grã­‑Bretanha se
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uma história da guerra
estava a libertar do império com uma série de pequenas guerras colo‑
niais. Alguns dos meus amigos foram soldados nas selvas da Malásia
ou nas florestas do Quénia. Outros serviram em regimentos enviados
para a Coreia e chegaram mesmo a combater em batalhas a sério.
Por eles aguardavam vidas profissionais mais sóbrias, e procura‑
ram alcançar o sucesso académico e a boa opinião de tutores como
passaporte para o futuro. No entanto, era claro para mim que os
dois anos passados em uniforme os tinham enfeitiçado com a aura
de um mundo totalmente diferente daquele em que estavam prestes
a entrar. A aura era, em parte, a da experiência — de lugares estra‑
nhos, de responsabilidades pouco familiares, do entusiasmo e até do
perigo. Era também a aura do contacto com os oficiais profissionais
que os tinham comandado. Se os nossos professores eram admirados
pela sua sabedoria e pelas suas excentricidades, os meus contempo‑
râneos continuavam a admirar os oficiais com quem tinham travado
conhecimento por um conjunto de outras qualidades — impetuosi‑
dade, elã, vitalidade e impaciência com as coisas do dia­‑a­‑dia. Os seus
nomes eram frequentemente mencionados, o seu carácter e manei‑
rismos recordados e os seus feitos — sobretudo as escaramuças auto‑
confiantes com a autoridade — recriados. De alguma forma, acabei
por sentir que conhecia estes guerreiros bem­‑dispostos — e eu queria
muito conhecer pessoas como eles, mais que não fosse para verificar
de perto se correspondiam à visão do mundo dos combatentes que,
à medida que trabalhava nos meus textos de história militar, se ia len‑
tamente desenhando na minha mente.
Quando os tempos de estudante chegaram ao fim e os meus amigos
partiram para se tornarem advogados, diplomatas, funcionários civis
ou eles próprios professores na universidade, descobri que a agradável
memória dos seus anos passados enquanto militares me tinha enfeiti‑
çado. Decidi tornar­‑me historiador militar, uma decisão imprudente,
visto haver poucos lugares académicos disponíveis para tal cadeira.
Mais rapidamente do que eu alguma vez poderia esperar, apareceu uma
vaga para um desses lugares na Royal Military Academy de Sandhurst,
a escola de cadetes da Grã­‑Bretanha, e, em 1960, juntei­‑me ao quadro.
Tinha vinte e cinco anos, não tinha quaisquer conhecimentos acerca
do exército, nunca ouvira um tiro disparado com fúria, praticamente
não conhecia oficiais regulares e a imagem que tinha dos soldados e das
suas missões era apenas fruto da minha imaginação.
introdução
[15]
O primeiro período que passei em Sandhurst atirou­‑me de cabeça
para um mundo para o qual nem a minha imaginação me tinha prepa‑
rado. Em 1960, o quadro de militares da Academia — eu pertencia ao
lado académico — era composto, a nível superior, exclusivamente por
homens que tinham combatido na Segunda Guerra Mundial. Os oficiais
subalternos e capitães eram quase todos veteranos da Coreia, da Malásia,
do Quénia, da Palestina, do Chipre ou de qualquer uma das outras cam‑
panhas coloniais. Usavam uniformes cobertos com fitas de medalhas,
que em muitos casos eram altas condecorações por bravura. Nos serões
passados na messe, o chefe do meu departamento, um oficial aposen‑
tado, usava a Distinguished Service Order e a Military Cross com duas
barras, e estas não eram as condecorações mais excepcionais. Havia
majores e coronéis com medalhas por bravura conquistadas em Alamein,
Cassino, Arnhem e Kohima. A história da Segunda Guerra Mundial foi
escrita nestas pequenas fitas de seda; os momentos mais notáveis fica‑
ram gravados em cruzes e medalhas cujos condecorados mal pareciam
aperceber­‑se de que as tinham ganho.
Não era apenas o caleidoscópio de medalhas que me fascinava. Era
também o caleidoscópio de uniformes e tudo o que estes significavam.
Muitos dos meus contemporâneos de universidade tinham trazido
pedaços de glória militar — casacos do regimento ou sobretudos do tipo
British Warm. Os que tinham sido oficiais de cavalaria continuavam a
usar com o traje de noite as botas de montar com cortes nos tacões para
as esporas, que pertenciam aos uniformes dos lanceiros ou dos hussar‑
dos. Tinham­‑me alertado para o paradoxo de o uniforme não ser uni‑
forme, pois os regimentos vestiam de forma variada. O primeiro serão
de messe que passei em Sandhurst ensinar­‑me­‑ia quão variadamente
se vestiam. Havia lanceiros e hussardos em azul e escarlate, mas tam‑
bém cavaleiros da Household Cavalry esmagados pelo peso dos galões
entretecidos de fios de ouro, riflemen num verde­‑escuro quase preto,
gunners de calças justas, soldados da Guarda Real com camisas aperta‑
das, soldados das terras altas da Escócia com seis padrões diferentes de
xadrez, soldados das terras baixas da Escócia com calças axadrezadas e
homens da infantaria dos regimentos de condado com casacos revesti‑
dos a amarelo, branco, cinzento, púrpura ou couro.
Quando um militar recebe outra Military Cross por feitos de valentia, é adicionada uma
pequena barra à fita da condecoração (n. do r.c.).
[16]
uma história da guerra
Pensava que o exército era apenas um exército. Depois daque‑
la noite percebi que não era. Ainda teria de aprender que as diferen‑
ças no vestuário eram sinal de muito mais significativas diferenças
internas. Descobri que os regimentos se autodefiniam acima de tudo
pela sua individualidade e que era essa individualidade que os trans‑
formava nas organizações de combate cuja eficácia em batalha era
proclamada pelas medalhas e cruzes que via em meu redor. Os meus
amigos de regimentos — a prontidão na oferta de amizade é uma das
qualidades mais estimadas entre os guerreiros — eram camaradas­‑de­
‑armas; mas eram camaradas só até determinado ponto. A lealdade
ao regimento era a pedra­‑de­‑toque das suas vidas. Um diferendo pes‑
soal poderia ser perdoado no dia seguinte. Uma crítica ao regimento
nunca seria esquecida, ou melhor, nunca seria pronunciada, sob pena
de atingir profundamente os valores da tribo.
Tribalismo — foi o que encontrei. Os veteranos que conheci em Sand­
hurst nos anos 60 não eram diferentes, em muitos aspectos, de profissio‑
nais de outras áreas. Vinham das mesmas escolas, às vezes das mesmas
universidades, eram dedicados às famílias, tinham as mesmas esperanças
para os seus filhos que outros homens, tinham as mesmas preo­cupações
financeiras. Porém, nem o dinheiro nem a promoção dentro do sistema
militar eram valores prioritários ou condicionantes. É claro que os ofi‑
ciais ansiavam por subir na hierarquia, mas não era esse o valor pelo qual
se aferiam a si próprios. Um general podia ou não ser ­admirado. A ad‑
miração não provinha das insígnias de posto superior. Era antes fruto
da reputação que detinha enquanto homem entre outros homens, uma
reputação construída ao longo de muitos anos sob os olhos do regimen‑
to tribal. A tribo não era apenas constituída por camaradas oficiais, mas
também por sargentos ou soldados rasos. «Não ter jeito nenhum com os
soldados» era uma condenação definitiva. Um oficial podia ser esperto,
competente e trabalhador, mas se os soldados não tivessem confiança
nele nenhuma destas qualidades compensava. Não pertencia à tribo.
O exército britânico é tribal a um grau extremo; alguns dos seus
regimentos têm histórias que vêm desde o século xvii, quando os
exércitos modernos começavam a moldar­‑se a partir das hostes feu‑
dais de guerreiros cujos antepassados tinham entrado na Europa Oci‑
dental durante as invasões que derrubaram o Império Romano.
Porém, na minha juventude, desde que entrei para Sandhurst,
encontrei, ao longo dos anos, os mesmos valores guerreiros tribais em
introdução
[17]
muitos outros exércitos. Senti a aura tribal em oficiais franceses que
combateram na Guerra da Argélia conduzindo soldados muçulmanos
cujas tradições são as dos ghazi, os saqueadores da fronteira do Islão.
Senti­‑a também nas recordações de oficiais alemães, realistados para
construir o exército alemão do pós­‑guerra, que tinham combatido os
russos na estepe e mantinham um sentimento de orgulho pela prova‑
ção que tinham sofrido que remontava às guerras travadas pelos seus
antepassados medievais. Senti­‑a muito presente entre oficiais indianos,
especialmente na rapidez com que insistiam que eram rajputs ou dogras,
descendentes dos invasores que conquistaram a Índia antes de a sua
história começar a ser escrita. Senti­‑a entre oficiais americanos que ser‑
viram no Vietname ou no Líbano ou no Golfo, representantes de um
código de coragem e dever que vem desde as origens da sua república.
Os soldados não são como os outros homens — foi esta a lição que
aprendi ao longo de uma vida construída entre guerreiros. Esta lição
ensinou­‑me a ter extremas reservas em relação a todas as teorias e
representações da guerra que a colocam em pé de igualdade com qual‑
quer outra actividade humana. Sem dúvida que, como demonstram
os teóricos, a guerra está relacionada com a economia, a diplomacia e
a política. Contudo, a ligação entre elas não se deve a uma identidade
ou sequer similitude. A guerra é totalmente diferente da diplomacia ou
da política porque deve ser travada por homens cujos valores e compe‑
tências não são os dos políticos ou diplomatas. São os de um mundo à
parte, um mundo muito antigo que existe em paralelo ao mundo do
dia‑a‑dia mas que não lhe pertence. Ambos os mundos mudam ao longo
do tempo, e o mundo dos guerreiros adapta­‑se a par do civil. Porém,
segue­‑o à distância. A distância nunca pode ser colmatada, pois a cul‑
tura do guerreiro nunca pode ser a da civilização. Todas as civilizações
devem as suas origens ao guerreiro; as culturas civilizacionais treinam
os guerreiros que as defendem, e as diferenças entre as várias culturas
tornarão os guerreiros de uma muito diferentes, a nível da aparência,
dos de outra. A existência de três tradições guerreiras exteriormente
distintas é, efectivamente, um dos temas deste livro. Porém, em última
análise, existe apenas uma cultura guerreira. A sua evolução e trans‑
formação no tempo e no espaço, desde o início da humanidade até ao
mundo contemporâneo, é a história da guerra.
c a pít ul o 2
Pedra
Porque Lutam os Homens?
Porque lutam os homens? Os homens combatiam­‑se na Idade da
Pedra, ou o homem primitivo não era agressivo? Os homens — e tam‑
bém as mulheres — discutem ferozmente, com tinta e papel, estas
questões. Não os historiadores militares, que raramente se preocu‑
pam com as origens das actividades de que falam, mas os cientistas
que se dedicam ao estudo das relações sociais e do comportamento.
Talvez os historiadores militares fossem melhores historiadores se
parassem para reflectir sobre o que predispõe um homem a matar
outro. Os estudiosos das relações sociais e do comportamento não
têm outra escolha senão reflectir sobre isso. O homem e a sociedade
são o seu objecto de estudo, apesar de a maioria dos seres humanos,
durante a maior parte do tempo, cooperarem para o bem comum.
A cooperação deve ser entendida como a norma, e a razão por que tal
deve acontecer requer uma explicação, embora não muito profunda,
visto que a simples observação permite perceber que a cooperação é de
interesse comum. Assim, se não houvesse desvios em relação ao prin‑
cípio da cooperação, os que estudam as relações sociais e o compor‑
tamento pouco teriam para fazer. Teriam a tarefa pouco gratificante
de explicar o previsível. É a imprevisibilidade do comportamento
humano, sobretudo a do comportamento violento, nos indivíduos e
nos grupos, que os desafia a fornecer explicações. O indivíduo violen‑
to é a principal ameaça à norma de cooperação dentro dos grupos, e o
grupo violento, a principal causa de ruptura da sociedade.
Os estudos do comportamento individual e de grupo tomam
diferentes direcções. Partilham, porém, uma base comum a que o
debate acaba por regressar: será o homem violento por natureza ou
será que a potencial violência — sobre essa potencialidade não pode
haver discussão, mais que não seja porque o homem tem a capacidade
de pontapear e morder — é posta em prática devido à acção de fac‑
tores materiais? Os que defendem este último ponto de vista, gene‑
[120]
uma história da guerra
ricamente classificados como «materialistas», acreditam que a sua
perspectiva destrói a posição naturalista. Os naturalistas unem­‑se
para se opor aos materialistas, mas, na verdade, estão profundamen‑
te divididos entre si. Há uma minoria cujos membros insistem que o
homem é naturalmente violento; muitos não permitiriam a analogia,
mas o seu argumento é o que mesmo os teólogos cristãos usam para
explicar a Queda e a doutrina do pecado original. A maioria rejeita
esta caracterização. Consideram o comportamento violento ou como
uma actividade aberrante de indivíduos perturbados, ou como uma
reacção a determinados tipos de provocação ou estímulo, daí se infe‑
rindo que, se esses gatilhos da violência forem identificados e mino‑
rados ou eliminados, então poder­‑se­‑á banir totalmente a violência
das relações humanas. O debate entre as duas escolas de naturalis‑
tas tem originado grandes emoções. Num encontro na Universi­dade
de Sevilha, em Maio de 1986, a maioria dos presentes emitiu uma
declaração, baseada na Declaração sobre Raça e Preconceito Social
da ­UNESCO, condenando de forma absoluta a crença na natureza
violenta do homem. A Declaração de Sevilha sobre a Violência con‑
tém cinco artigos, todos iniciando com as palavras «É cientificamen‑
te incorrecto», que se espera virem a ser homologados. Os artigos
consistem numa condenação de todas as caracterizações do homem
como naturalmente violento. Negam sucessivamente que «tenha‑
mos herdado uma tendência para fazer a guerra dos animais nossos
ancestrais», que «a guerra ou qualquer outro comportamento violento
seja geneticamente programado na nossa natureza humana», que «no
curso da evolução humana tenha havido uma selecção mais ­favorável
ao comportamento agressivo do que a outros tipos de comporta‑
mento», que «os seres humanos tenham um cérebro “violento”» ou,
finalmente, que «a guerra seja provocada pelo “instinto” ou qualquer
motivação isolada»1.
A Declaração de Sevilha conseguiu forte apoio. Foi adoptada,
por exemplo, pela Associação Americana de Antropologia. Porém,
não é de grande ajuda para o leigo que está ciente de que a guerra tem
origens antigas, tem conhecimento de que os povos sobreviventes
da Idade da Pedra, como os montanheses da Nova Guiné, são ine‑
A Declaração de Sevilha sobre a Violência foi aprovada pelo Conselho Europeu de Junho de
2002 (n. da r.).
u m a h i s t ó r i a d a g u e r r a
[121]
gavelmente belicosos, está consciente dos seus próprios impulsos
violentos, mas não tem conhecimentos especializados de genética ou
neurologia para tomar partido. No entanto, o debate entre as duas
posições naturalistas é importante, ou mesmo fundamental, tal como
o debate entre naturalistas e materialistas. Numa época de esperan‑
ça na história da humanidade, uma época em que o desarmamento é
eficaz e o humanitarismo foi adoptado como princípio nas negocia‑
ções mundiais, o leigo procura naturalmente ser assegurado de que os
autores da Declaração de Sevilha têm a razão do seu lado. O sucesso
obtido pela humanidade nos últimos dois séculos na melhoria das
condições materiais de vida poderia encorajar o apoio à tese materia‑
lista da violência humana organizada, na antecipação de que a conti‑
nuação dos esforços que derrotaram, de maneira geral, a doença, as
carências, a ignorância e a dureza do trabalho manual possa também
eliminar a guerra. A história da guerra, da Idade da Pedra em dian‑
te, tornar­‑se­‑ia então uma curiosidade de antiquário, tão relevante
para a vida quotidiana como a da exploração do mundo ou a da ciên‑
cia pré­‑newtoniana. Se, por outro lado, os autores da Declaração de
Sevilha estão errados, se a sua condenação da explicação naturalista
para a violência humana é uma mera expressão de optimismo, então
a explicação materialista está também errada, e as nossas expectati‑
vas de fim de século para o fim da guerra são totalmente deslocadas.
É importante saber o que têm para dizer quer os pessimistas quer os
optimistas da escola naturalista.
A Guerra e a Natureza Humana
O estudo científico da violência e da natureza humana centra­‑se na
investigação do que os cientistas chamam, talvez por preconceito,
«a sede da agressão», que se encontra na área do cérebro conhecida
por sistema límbico. Esta área, localizada no cérebro central inferior,
contém três grupos de células, o hipotálamo, o septo e a amígdala.
Cada uma delas provoca, quando danificada ou estimulada electrica‑
mente, alterações no comportamento do sujeito. Uma lesão em parte
do hipotálamo de ratos machos, por exemplo, reduz o seu comporta‑
mento agressivo e elimina a actividade sexual, ao passo que o estímu‑
lo eléctrico da mesma zona aumenta a agressividade — ­embora «os
[154]
uma história da guerra
tificação de que os maoris faziam a guerra para redistribuir a terra
dos mais fracos pelos mais fortes. Contudo, o plano de guerra maori
era comer o inimigo derrotado (com excepção das cabeças, que eram
guardadas como troféus). Esta disparidade entre o que os objectos da
etnografia faziam e o que os antropólogos concluíam ser o ­verdadeiro
objectivo das suas acções constitui a base de um dos mais ferozes deba‑
tes académicos. Para os historiadores militares, parece claro que a cul‑
tura militar maori se orientava por propósitos de vingança. As crianças
do sexo masculino eram ensinadas desde a mais tenra idade que o
insulto, já para não falar no roubo ou assassínio, era imper­doável, e os
maoris eram implacáveis em guardar agravos acumulados na memó‑
ria, às vezes de geração em geração, só resolvidos quando o inimigo era
morto, o seu corpo comido e a sua cabeça exposta na paliçada da aldeia
fortificada, onde era simbolicamente insultada. Esta guerra de vin‑
gança não era conduzida numa base de um para um; comer o inimigo e
cortar uma ou várias cabeças bastava para apagar uma ofensa antiga ou
até mais mortes que tivessem sido infligidas em represália49.
Aqui está outro exemplo de como uma ética cultural, até do tipo
mais selvagem, pode ter o efeito paradoxal de limitar o mal que os
guerreiros podem fazer uns aos outros. Reforçada por restrições
materiais, como as apresentadas pelas fortificações, o resultado final
com os maoris foi assegurar que a possibilidade de a sua sociedade
transcender a tecnologia do bastão e da lança num impulso para a
conquista total da ilha não ocorreria. Com a chegada do mosquete,
várias sociedades maoris evoluíram para estados com uma rapidez
aterradora, mas essa é uma outra história. Entretanto, numa socieda‑
de da América pré­‑colombiana, muito mais sofisticada do que a dos
maoris, uma ética cultural limitou a sua grande tendência para a bata‑
lha decisiva de Clausewitz num grau ainda mais impressionante.
Os Astecas
Há uma crueldade na guerra de alguns povos pré­‑colombianos da
América do Norte e Central que não tem paralelo em lugar algum do
mundo. Turney­‑High considera que os melanésios do Pacífico Sul são
os piores na «crueldade elementar» — faltam indícios que comprovem
a veracidade ou a falsidade desta consideração — e que talvez alguns
sul­‑americanos sejam os piores canibais (foi um dos primeiros defen‑
sores da crença de que o canibalismo se explicaria por uma deficiên‑
u m a h i s t ó r i a d a g u e r r a
[155]
cia proteica, um ponto de vista que mais tarde ganhou muitos adeptos
mas que tem gradualmente vindo a perdê­‑los)50. Nenhum dos grupos,
porém, praticava a tortura ritual dos prisioneiros, seguindo­‑se ou não
o canibalismo, como o faziam alguns índios das planícies e os astecas,
entre outros. Turney­‑High relata:
Os skidi pawnee esforçavam­‑se por capturar uma rapariga bonita em
cada um dos seus ataques. A rapariga era então adoptada por uma famí‑
lia pawnee muito distinta, que, para surpresa da jovem, a tratava com
mais consideração do que as próprias filhas. Era mimada e acarinha‑
da. Mas numa noite era rudemente agarrada, despida e metade do seu
corpo era pintada em comprimento desde a cabeça, passando pela viri‑
lha, até ao pé, com carvão. Simbolizava então a junção do dia e da noite.
Depois era amarrada entre dois postes verticais […]. O pai adoptivo era
obrigado a disparar­‑lhe uma seta ao coração quando surgisse a Estrela
da Manhã. Pouco depois, seguiam­‑se as setas dos sacerdotes, e o corpo
dela era horrivelmente mutilado antes de servir o seu propósito. O rito
de apaziguamento da Estrela da Manhã era considerado essencial ao
bem­‑estar pawnee e ao sucesso de todas as coisas, em particular da
agricultura.51
Um missionário jesuíta entre os huronianos descreveu um ritual de
morte ainda mais tenebroso, ocorrido com um dos cativos sénecas em
1637. Também ele fora adoptado pela família de um chefe, mas fora
depois rejeitado por ter cicatrizes. Foi condenado a morrer pelo fogo
e levado ao conselho, depois de os captores festejarem, para uma noite
de agonia. O chefe huroniano anunciou como dividiriam o seu corpo,
enquanto a vítima entoava cânticos guerreiros, começando depois
a vítima «a correr num circuito à volta dos fogos, uma e outra vez,
enquanto todos tentavam queimá­‑lo [com tições] quando passava por
eles; guinchava como uma alma perdida; a cabana inteira retumbava
com guinchos e gritos. Alguns queimavam­‑no, alguns agarravam­‑lhe
as mãos e partiam­‑lhe ossos, outros enfiavam­‑lhe paus nas orelhas».
No entanto, quando desmaiou, foi gentilmente reanimado, foi­‑lhe
dada comida, foram­‑lhe dirigidas palavras como se fosse da família,
ao que ele respondia, às pessoas que lhe tinham queimado a carne, nos
mesmos termos, e durante todo o tempo «soltava os cânticos de guerra
o melhor que podia». De madrugada, ainda mal consciente, foi leva‑
O fogo é uma arma muito antiga. Sob a forma de «fogo grego»,
foi posto em uso pelos bizantinos no século vii. Estes guardaram o
­segredo da sua composição com tanto cuidado que ainda hoje os aca‑
démicos debatem a natureza exacta dos seus ingredientes. A única
coisa que se sabe ao certo é que era descarregado em forma líquida
por uma espécie de seringa, especialmente como agente incendiário
contra estruturas de madeira em operações de cerco e em batalhas
navais. Não era o «fogo» no sentido moderno de propulsor ou explo‑
sivo. Não era, apesar do medo que despertava e do mistério que o
envolvia, uma inovação muito eficiente. Não revolucionou a prática
da guerra como a chegada da pólvora viria a fazer.
Contudo, a pólvora está relacionada com ele, pois acredita­‑se
que a base do «fogo grego» era aquilo a que os babilónios chamavam
«nafta» ou «o que flameja», um vazamento de depósitos superficiais de
petróleo1. Mas não lhe deram qualquer utilização prática. Na China,
porém, por volta do século xi d.C., descobriu­‑se que a mistura de
substâncias à base de nafta a partir de vazamentos de superfície locais
com salitre fornecia um composto que tinha propriedades explosivas
e incendiárias. Os chineses tinham descoberto acidentalmente que o
acendimento de fogueiras, especialmente de carvão vegetal, em solos
que contivessem concentrações elevadas de enxofre também produ‑
zia efeitos explosivos. Quando o enxofre purificado foi combinado
com carvão vegetal em pó e salitre cristalino — isto começou talvez
por ser feito para fins semimágicos em templos taoístas por volta de
950 d.C. —, o resultado foi aquilo a que hoje chamamos pólvora 2. Se
os chineses a usavam ou não nas suas guerras é uma questão muito
controversa. Não existem provas de que fizessem canhões (ao contrá‑
rio de fogos de artifício) antes do final do século xiii3; pouco depois
[416]
uma história da guerra
dessa data, a pólvora já era certamente conhecida na Europa, onde os
seus segredos poderão ter sido desvendados inadvertidamente pelos
alquimistas no decorrer das suas eternas e infrutíferas buscas de
meios para transformar escória em ouro, e onde a sua utilidade mili‑
tar foi reconhecida assim que as suas propriedades explosivas foram
descobertas. Já reconstituir como foi feita a descoberta posterior de
que, quando a pólvora e um projéctil eram confinados num tubo,
a força libertada pela detonação da primeira imprimia quer distância
quer direcção ao segundo constitui um verdadeiro desafio. Mas pode‑
mos situá­‑la com segurança em inícios do século xiv, pois subsiste um
desenho de 1326 que nos mostra um vaso em forma de cântaro — tal‑
vez moldado por um fundidor de sinos que estava habituado a traba‑
lhar este tipo de formas — com uma grande seta projectada a partir
do gargalo; vemos igualmente um atirador a aplicar um círio ao ouvi‑
do do canhão, com o engenho apontado ao portão de um castelo.
No século xv, a tecnologia das armas tinha avançado. Os pro‑
jécteis de canhão tinham substituído as setas e o canhão assumira
uma forma tubular, por vezes obtida pela junção de barras de ferro
forjado, como num barril, com arcos de ferro. Ainda assim, o uso do
canhão permaneceu confinado às operações de sítio. Embora pare‑
çam ter sido utilizados canhões na Batalha de Agincourt (1415), pouco
podiam fazer no campo de batalha para além de barulho e fumo; só
um arqueiro muito desafortunado poderia ser apanhado por um
Primeira representação conheci‑
da de um canhão, datada de 1326;
a cautelosa aplicação do bota­
‑fogo ao ouvido mostra até que
ponto a arma era mal conhecida.
fogo
[417]
tiro extraviado. Quarenta anos depois, porém, quando os franceses
expulsaram finalmente os ingleses da Normandia e da Aquitânia na
campanha de 1450­‑1453, arrombaram as muralhas das fortificações
inglesas com canhões; exactamente na mesma altura, os turcos mas‑
sacravam as muralhas de Teodósio em Constantinopla com bombar‑
deamentos colossais (os turcos nutriam uma predilecção especial
por canhões muito grandes, de tal maneira que, por vezes, tinham de
ser montados in situ antes de o cerco começar). Em 1477, Luís XI de
França (1461­‑1483) estendeu a sua área de controlo sobre as suas terras
ancestrais pelo uso de canhões contra os castelos dos duques de Bor‑
gonha. Consequentemente, em 1478, a casa real francesa estava em
pleno domínio do seu próprio território pela primeira vez desde os
tempos do império carolíngio, seis séculos antes, e pronta para erigir
um governo centralizado — suportado por um sistema fiscal em que
os canhões eram os derradeiros colectores de impostos dos vassalos
refractários —, que depressa se tornou o mais poderoso da Europa 4.
Pólvora e Fortificação
Os canhões com que os reis franceses e os turcos otomanos derrubaram
as muralhas defensivas dos seus inimigos tinham, no entanto, defeitos
que limitaram gravemente a sua utilidade militar: eram grandes, pesa‑
dos e montados sobre plataformas imóveis, pelo que só podiam ser pos‑
tos em acção em territórios já controlados pelos seus detentores, como
era o caso dos franceses nos campos da Normandia e dos otomanos nos
acessos terrestres e marítimos a Constantinopla. Para que os canhões
se tornassem instrumentos de campanha, teriam de ser suficientemen‑
te aligeirados para poderem ser transportados sobre rodas e à mesma
velocidade do exército que os acompanhava, para que peões, cavalos e
armas de fogo pudessem movimentar­‑se como unidades integradas em
território inimigo, evitando assim o perigo de a artilharia ser captura‑
da enquanto os artilheiros se debatiam para acompanhar a força em
marcha ou de terem de ser abandonados em caso de retirada.
Em 1494, os franceses conseguiram dar o passo que faltava:
Em inícios da década de 1490 […] os artífices e os fundidores de sinos
franceses […] tinham desenvolvido um canhão que era reconhecida‑
[418]
uma história da guerra
fogo
[419]
mente o mesmo instrumento que viria a decidir as batalhas e os cer‑
cos durante os quatrocentos anos seguintes. A bombarda pesada, que
disparava uma bala de pedra a partir de uma plataforma de madeira
que tinha de ser laboriosamente colocada em cima de uma carreta sem‑
pre que era preciso mudar de posição, tinha sido substituída por um
tubo delgado e integralmente moldado em bronze, com menos de dois
metros e meio de comprimento, de proporções perfeitamente calcu‑
ladas para absorver o choque cada vez mais reduzido da descarga da
culatra à boca­‑de­‑fogo. Disparava balas de ferro forjado, mais pesadas
do que os seus equivalentes em pedra mas, por isso mesmo, com um
efeito três vezes mais destrutivo num mesmo calibre.5
Os primórdios da relação entre o homem e a arma de fogo, cerca de 1400;
um século mais tarde, o soldado começaria a trazê-la ao ombro.
Gravura de finais do século xv retratando a escalada das muralhas de
uma cidade cercada. Os soldados utilizam armadura mas já se vêem
canhões nas trincheiras.
Mais importante do que tudo, os canhões eram móveis; como os
tubos eram fundidos numa peça única, podiam ser moldados com
«munhões», pequenos flanges que se projectavam logo adiante do
ponto de equilíbrio, por meio dos quais podiam ser fixados em car‑
retas de madeira de duas rodas. O canhão tornou­‑se assim tão mano‑
brável como um pequeno carro — ainda mais manobrável quando a
conteira da carreta passou a ser atrelada a uma outra carreta de duas
rodas, formando uma unidade articulada a que os cavalos podiam ser
directamente arreados entre os varais; a própria carreta podia ser con‑
figurada de modo a permitir que a boca do tubo, o cano (em inglês,
a designação do canhão montado com barras metálicas cingidas por
arcos subsiste até hoje), pudesse ser rebaixada ou elevada por meio de
cunhas sob a culatra. Para girar o canhão da esquerda para a direita
ou vice­‑versa, a conteira da carreta, que assentava no chão para confe‑
rir maior estabilidade, era movida na direcção adequada.
Na Primavera de 1494, Carlos VIII mandou embarcar quarenta
dos seus novos canhões de França para o porto de La Spezia, no norte de
Itália, para onde tinha conduzido o seu exército através dos Alpes pela
passagem de Mont­‑Genèvre. Daí, pôs­‑se em marcha ao longo de toda
a extensão da Itália para reclamar a sua pretensão ao reino de Nápoles.
Assim que se soube da rapidez com que os seus canhões tinham derru‑
bado a muralha do castelo de Firizzano, as cidades­‑estado e as terras
papais por onde passou coibiram­‑se de oferecer qualquer resistência.
Entrou em Florença em Novembro como um conquistador. Em Feve‑
«Barrel» (barril, cano, tubo, etc.) em inglês (n. do t.).
[504]
uma história da guerra
Para repudiarmos a mensagem pregada por Clausewitz, não
precisamos de acreditar, como Margaret Mead, que a guerra é uma
«invenção». Tão­‑pouco precisamos de ponderar formas de alterar a
nossa herança genética, um processo autodestrutivo em si mesmo.
Não precisamos de nos libertar das nossas circunstâncias materiais.
A humanidade já domina o mundo material a um ponto que nem os
mais optimistas dos nossos antepassados teriam julgado possível.
A única coisa que precisamos de aceitar é que, ao longo de quatro
mil anos de experiência e repetição, a guerra se tornou um hábito.
No mundo primitivo, este hábito era ritual e cerimonialmente cir‑
cunscrito. No mundo pós­‑primitivo, o engenho humano eliminou o
ritual e a cerimónia, bem como as restrições que estes impunham à
guerra, das práticas militares, possibilitando aos homens violentos
levar a violência até aos limites do tolerável, eventualmente para além
do extremo. A «guerra», disse Clausewitz, o filósofo, «é um acto de
violência levado aos seus limites mais extremos». Enquanto homem
de guerra, Clausewitz não podia adivinhar os horrores a que a sua
lógica filosófica conduziria, mas nós entrevimo­‑los. Os hábitos dos
primitivos — eles próprios adeptos da contenção, da diplomacia
e da negociação — merecem uma reaprendizagem. Se não conse‑
guirmos desaprender os hábitos que ensinámos a nós próprios, não
sobreviveremos.
Conclusão
«O que é a guerra?» foi a pergunta com que iniciei este livro. Agora
que o acabei, no caso de o leitor me ter acompanhado até ao fim,
espero ter conseguido pôr em causa a convicção de que existe uma
resposta simples para tal pergunta ou de que existe algo como a natu‑
reza da guerra. Espero também ter conseguido questionar a ideia de
que o homem está condenado a fazer a guerra ou de que os problemas
do mundo devem, em última instância, ser resolvidos pela violência.
A história conhecida do mundo é, em grande parte, uma história de
guerra porque os estados em que vivemos nasceram através de con‑
quistas, combates cívicos ou lutas por independência. Para além
disso, os maiores estadistas da história foram quase ­sempre homens
de violência; mesmo que não fossem guerreiros, com­preendiam o uso
da violência e não se coibiam de a usar para atingir os seus fins.
No século xx, a frequência e a intensidade da guerra afectaram
também as perspectivas dos homens e das mulheres comuns. Na
Europa Ocidental, nos Estados Unidos, na Rússia e na China, as exi‑
gências da guerra interferiram com a maioria das famílias ao longo
de duas, três ou quatro gerações. O apelo às armas levou milhões
de filhos, maridos, pais e irmãos para o campo de batalha; milhões
destes homens não regressaram. A guerra deixou cicatrizes profun‑
das entre povos inteiros, deixando­‑os na eterna expectativa de que
as vidas dos seus filhos e netos pudessem ser poupadas às provações
que eles próprios sofreram. No entanto, no seu dia­‑a­‑dia, as pessoas
mal chegam a saber o que é a violência, a crueldade ou os sentimen‑
tos mais impiedosos. É o espírito de cooperação, e não de confronto,
que faz girar o mundo. A maioria das pessoas passa a maior parte dos
seus dias num espírito de companheirismo e procura por quase todos
Índice Remissivo
Abássida, califado 61, 264, 266, 269,
279­‑80
Abbeville 484
Abu Shama 61, 281
academia militar 448­‑9
acadianos 185­‑7
Acre 280
Adler, Afred 21
Adriano, imperador 362
Adrianópolis 105­‑6, 109, 244, 250, 261, 367
Aécio 351­‑2, 367­‑8
Afeganistão 60, 178, 262, 266
África do Norte 59, 103, 251, 258, 262, 265, 355,
368­‑9, 374, 439, 450, 497
Agincourt, Batalha de 388, 416
Agrigento 200
Ain Jalut 61, 280­‑2
Ajnadain, Batalha de 263
Akhenaton, faraó 175
Alamagordo 496
alanos 249, 252
Alarico 250­‑1
Albânia 438­‑9
Alemanha 65, 67­‑8, 200, 267, 304, 357, 359,
362, 371, 375, 400­‑1, 404, 409, 425­‑6, 435­‑6,
445, 448, 459, 463, 467, 469­‑70, 474­‑5,
478­‑85, 490­‑1, 494­‑6
Alepo 280
Alésia 200, 357
Alexandre, o Grande 30, 111, 200, 236, 241,
258, 261, 275, 303, 338, 340­‑5, 355­‑6, 364, 371,
396­‑7, 421, 457, 483, 486, 509­‑10
Alexandre VI, papa 424
Alfredo, o Grande 396
Alkmaar 426
al­‑Mansur 381
al­‑Mu’tasim, califa 60, 265
al­‑Muzt’asim, califa 280
al­‑Nasir, califa 266
Alp Arslan 266
Alpes 201, 250­‑1, 355, 387, 400, 419, 473
Alsácia­‑Lorena 40
Amorita, dinastia 211, 227
Amr 263
Amu Dária, Rio 76­‑7, 257, 262, 331
An Lu­‑Shan 271
Anatólia 69, 228, 262, 269, 285, 312­‑4
Andreski, Stanislav 293­‑9
Aníbal 355­‑6
Antioquia 207, 382, 396
Antonino Pio, imperador 362
antropologia 10, 22, 118, 124­‑34, 148
Antuérpia 495
Aquiles 323
árabes 59­‑63, 69, 111, 205, 233, 257­‑66, 271,
298, 302, 369, 383, 438, 508, 510
Ardrey, Robert 125, 167
Arene Candide 165
Argélia 17, 65, 85­‑7, 201­‑2
Argos 318, 330­‑1
arianos 211, 227­‑8
Ariovisto 357
Aristóteles 21, 75
armas de fogo 34, 53­‑4, 57, 63­‑4, 68­‑74, 79, 96,
405, 417, 422­‑3, 428­‑32, 435, 444­‑5, 474­‑5, 510
armas nucleares 78­‑ 9, 87, 89, 133, 495,
499­‑502, 512
Arménia 266, 280, 362, 364
Armínio 362
Armstrong, William 406
artilharia 29, 34, 63, 79, 98­‑100, 402­‑8, 417,
420­‑5, 431­‑2, 435­‑44, 449­‑53, 458­‑60, 473,
483­‑4
Ascalon, Batalha de 383
Asdrúbal 355­‑6
Ashur­‑nasir­‑pal 232
Ashuruballit, rei 228
Askut 197
Asquith, Cynthia 478
assinboin, tribo 131
[532]
Assíria [assírios] 208, 228­‑41, 244, 250, 258,
288, 301, 313, 319, 349, 357, 362­‑3
Assur 228, 233
Astecas 153­‑61, 176, 285, 441
Atatürk 480
Atenas 316, 319
Ática 316
Átila 247­‑55, 274, 367, 375, 507
Atlanta 25, 399
Atlântico, Batalha do 100, 103, 411
Augereau, marechal 457
Augsburgo 375­‑6
Augusto, imperador 359­‑61, 365, 369­‑70
Austerlitz, Batalha de 462, 483
Áustria 43, 354, 400­‑1, 425, 455, 460, 467, 472,
481
Australopithecus 163
avaros 77, 206, 256, 261
Aiubida, dinastia 279­‑80, 301
Babilónia 227, 232, 241, 343, 415
Babur 269, 452
Bagdade 61, 261, 264­‑5, 269, 279­‑80, 283­‑4
Balaclava, Batalha de 29
Balcãs 89, 105, 109, 249, 256, 285, 369, 382,
438, 450­‑2
Baldwin, imperador 105
bárbaros 24, 76, 112, 204­‑5, 217­‑8, 225, 249­‑50,
256­‑7, 270­‑2, 286, 304­‑5, 316, 330, 349, 359,
367­‑71, 469
Baviera 302, 395, 469
Bayard, Pierre du Terrail 64, 434
Baybars 62, 280­‑2
Belgrado 83, 438, 451
Belisário 368­‑9
Benedict, Ruth 127
Benevento, Batalha de 345
Berenger 375
Berlim 35, 80, 292, 401, 403, 482, 485­‑6
Berlin, sir Isaiah 76
Bernadotte, marechal 457
Berthier, marechal 292
Bessières, marechal 477
besta 64, 384, 388, 428­‑30, 432, 434
Bicocca, Batalha de 432
Bigeard, coronel 160
Birmânia 497
Biskupin 199
Bismarck, navio 100
Bizâncio 256­‑7, 260­‑3, 266, 288, 344, 368­‑9,
377, 383
Blake, almirante Robert 98
Blenheim, Batalha de 450
blitzkrieg 106­‑7, 254, 283, 422, 483­‑9, 494
Boas, Franz 127­‑8
uma história da guerra
Boers, Guerra dos 52­‑5, 253, 472
Bohemond 280
Bokhara 262, 274
Bonifácio, São 378
Bórgia, César 424
Borgonha 251­‑2, 369­‑70, 375, 382, 417, 429­‑30,
436
Borodino, Batalha de 28­‑9, 37, 471
Bougainville, Louis Antoine de 51
Breda 427, 449
Bredow, von 64
Brenta, Batalha do Rio 375
Breuil, H. 165
Brune, marechal 477
búlgaros 105, 256
Bush, George 90
Byron, George Gordon (6.º barão) 30
Cabos da Virgínia, Batalha dos 101, 103
Cairo 62­‑4, 66, 264
caldeus 232, 234
Cambodja, Guerra Civil do 87
Camperdown, Batalha de 101, 103
Canas, Batalha de 355­‑6, 471
canhão 40, 63, 66, 70­‑3, 287, 405­‑7, 415­‑26,
428­‑31, 435­‑7, 440­‑4
Caprarole 424
Carlos II, o Calvo 373
Carlos Magno, imperador 205, 256, 371, 373,
378, 404, 432
Carlos VII de França 34
Carlos VIII 34, 419­‑20, 422, 423
Carlos, o Temerário 430
carolíngios 316, 371
carro de guerra 226­‑9, 235­‑41, 258, 315, 341
Cartagena 347­‑8, 356
Cartago 332, 347­‑9, 354­‑6, 370, 374
cassitas 188, 227­‑8
Çatal Hüyuk 173­‑4
cavalaria 15, 24, 29, 34, 43, 58, 60, 62­‑64, 77,
130, 145, 172, 237, 241, 250, 252­‑4, 261, 274­‑5,
278, 279, 281, 286, 292, 326, 328, 334, 338,
340­‑4, 349, 355, 361, 366, 369, 371, 374, 376,
381, 383­‑6, 388­‑9, 394­‑5, 397, 429­‑32, 435,
444, 449, 450, 452­‑3, 510
cavalo de guerra 64, 130, 372
celtas 314, 357, 434
Cem Anos, Guerra dos 387­‑8
centuriões 351­‑3
Cerignola, Batalha de 432
César, Júlio 106, 201, 349, 353, 356­‑9, 366,
380, 433, 480
Ch’in, dinastia 270
Ch’ing, dinastia 287
Chagnon, Napoleon 135, 138­‑40
índice remissivo
Châlons, Batalha de 252
Checoslováquia 314, 481
cherta 110, 202, 507
Chiang Kai­‑shek 81, 84, 497
Chin 203, 275
China 68­‑9, 73, 77, 80­‑1, 85­‑6, 101, 104, 110, 175,
200, 202­‑3, 211, 223, 226­‑8, 242­‑3, 246­‑7, 249,
255­‑7, 269­‑73, 276­‑7, 282, 285­‑7, 293, 344, 364,
377, 396, 415, 442, 490­‑1, 497, 505, 507, 511
Chipre 15, 314, 369, 387
Chou, dinastia 224, 228, 235
Churchill, Winston 479, 485, 496
cimérios 241
Cipião, o Africano 347, 356
Cipião, Cornélio 356
Ciro, o Grande 319
citas 241­‑5, 342
Civita Castellana, forte de 424
Clair, William St. 31
Cláudio, imperador 361
Clausewitz, Carl von 21, 23­‑9, 31­‑3, 35­‑46,
50­‑2, 66, 68,
75­‑80, 89, 155, 288, 291­‑3, 306, 364, 462­‑4, 486,
488, 504, 511
Clendinnen, Inga 154­‑5, 160
Clermont, Concelho de 381
Clóvis 266
Cnido, Batalha de 337
Cnossos 314
Colombo, Cristóvão 441
comandos 154, 394, 409, 473
compagnies d’ordonnance 34
Comuna de Paris de 1871 41
Constâncio 367, 369
Constantino, imperador 105, 258­‑9, 366­‑7
Constantinopla (Istambul) 105­‑6, 251, 255­‑6,
262, 283, 302, 368, 383, 417, 438, 451­‑2
Convenção de Haia 501
Convenções de Genebra 501
Cook, capitão James 48
Copenhaga, Batalha de 98, 101, 103
Corinto 330­‑1, 333, 335­‑6
Córsega 355, 368, 374
Cossacos 27
Creasy 101
Crécy, Batalha de 388
Creel, H. 236
Cremona, cerco de 304, 422
Creso da Lídia 331
Cresson, Batalha de 384
Creta 174, 228, 297, 314­‑5, 317­‑8, 369, 387
Crimeia, Guerra da 29, 297, 406
cristandade 22, 73, 77, 266­‑7, 378, 381­‑3
cristianismo 72, 266, 371, 385
cruzadas 267, 278, 285, 383, 385, 388, 510
[533]
da Vinci, Leonardo 424
Dácia 249, 251, 340, 362, 365
Dalton, Francis 126
Damasco 264, 280
Dandolo, Doge 105
Dário III 340
Dário, imperador 341­‑3, 397, 483, 509, 510
Darwin, Charles 121, 126
Dawkins, Richard 122
Deakin, sir William 82, 84
Deli 266
Delino, Batalha de 328
Delos, Liga de 335­‑6
Demeunier 125
Demóstenes 338
desarmamento 72, 119, 133, 500, 502
Gobi, Deserto de 243, 257, 275
Dien Bien Phu 160
dilectus, processo de selecção 350
Diocleciano, imperador 367
Diu, Batalha de 442
Djerba, Batalha de 439
Djilas, Milovan 82, 85
dóricos 316
Dorstadt 377
Douhet 487­‑9
Duffy, Christopher 10, 285
Dumouriez, general 459
Dunquerque 484
Eanatum II 186
eftalitas 256­‑7
Egipto 46, 59, 61­‑3, 65­‑7, 169, 174,180­‑1, 184, 188,
197, 206, 211, 215, 226­‑9, 236, 238, 241, 262, 267,
279, 280, 296, 313, 323, 331, 334­‑5, 340, 342­‑3,
356, 359, 361, 366, 369, 383­‑4, 432, 438, 492­‑3
Einstein, Albert 124, 495
El­‑Amarna 175
elamitas 227, 231, 234
Elis 323
Epaminondas 337­‑8, 343, 483
equus caballus 212­‑3
Ericksson, Leif 149
Esarhaddon 232
Escandinávia 374
escravos 26, 36, 46, 57­‑8, 60­‑5, 77, 155­‑8, 161,
178, 185, 200, 225­‑8, 241, 246­‑7, 265­‑7,
283, 285, 296, 316­‑7, 331, 347, 356, 432, 439,
442­‑3, 452, 465
Esmirna Antiga 199
Espanha 25, 101, 154, 199, 205, 251, 258, 262,
264­‑5, 285, 302, 352, 355­‑7, 359, 368, 371, 377,
381­‑2, 386, 394­‑6, 398, 420, 422, 424, 427,
435­‑9, 442, 453, 455, 460
Esparta 305, 318­‑9, 326, 330­‑8, 340, 343
[534]
Estaline, José 233, 477, 485
etruscos 345
Evans­‑Pritchard, Edward 129
Extremo Oriente 100, 248, 271, 387
Ezequias, cerco de 234
Fábio Máximo 355
Fairbank, John King 285
falanges 304, 320, 322, 325­‑6, 337, 338, 340,
345­‑6, 348, 385, 388, 431, 433, 445
Farajallah 65
fenícios 199, 231, 334, 354
Ferrill, Arthur 167, 169, 170
feudalismo 35, 70, 300­‑1, 373
filelenismo 30­‑1, 67, 263, 292
Filipe da Macedónia 338, 340, 352
Filipe V da Macedónia 355
Filipinas 72, 108, 442
Finisterra, Batalha de 99
Finley, M.I. 236­‑7
Firizzano, castelo de 419
Florença 251, 419, 424, 464
Fontenoy, Batalha de 450
Fornovo, Batalha de 420
fortaleza 50, 70, 191­‑7, 200, 202, 205, 207­‑8,
232, 274, 366, 424­‑8, 439, 454, 460, 491
fortificação 50, 110, 112, 188, 191­‑6, 199, 207­‑8,
364, 417, 422­‑6, 439
Fox, Robin 125
França 11, 34, 38, 43, 45, 70, 86, 98, 101, 106­‑7,
192, 200, 202, 206, 254, 262, 267, 302­‑3,
306, 319, 370­‑1, 374­‑5, 377, 382­‑3, 387, 395,
400­‑1, 406, 417, 419­‑20, 422, 424, 435, 438,
447­‑8, 455­‑6, 458, 460, 467, 471, 475, 478,
482, 484, 486, 494, 497
Franco, general Francisco 302
francos 252, 266, 371, 373, 375, 378, 478
Frazer, sir James 127
Frederico I, imperador (Barbarossa) 205
Frederico II 302
Frederico, o Grande 51, 302, 305, 386, 458
Freud, Sigmund 21, 124, 129
frígios 228
funcionalismo estrutural 128
galés 98, 99
Gália 106, 204, 248, 251, 349, 355­‑8, 366, 368,
376, 396
Gallipoli 475
Gardner 408
Gaugamela, Batalha de 200, 236, 341­‑2, 483
Gelimer 369
Genghis Khan 61, 111, 254, 269, 272­‑7, 282,
284­‑5, 300
Génova 438
uma história da guerra
Gerasimov, Sergei 83
Géricault, Jean 84
Gettysburg, Batalha de 467
Gibbon, Edward 366
Gilgamesh, rei 185
Glorioso Primeiro de Junho, Batalha do 99
Gneisenau, general 37
godos 105, 249­‑51, 253­‑4, 258, 261, 367, 369
Leyte, Batalha do Golfo de 103
Golfo, Guerra do 9, 10, 17, 88
Golikov, general 107
Gotland 170
Grã­‑Bretanha 13­‑4, 80, 98­‑101, 174, 199, 201,
294, 303, 306, 348, 351, 355, 357, 362, 365­‑6,
376, 395, 400, 404, 409, 460, 467, 474, 479,
481­‑2, 485, 488­‑90, 494
Graciano, imperador 249
Graco, irmãos 358
Grande Exército 28, 44, 291, 293, 462
Grande Muralha da China 110, 202­‑3, 242,
364, 507
Granico, Batalha do Rio 200, 341­‑2
Great Harry 441
Grécia 30, 84, 101, 109, 111, 174, 200, 228, 236,
249, 251­‑2, 304, 314­‑5, 318­‑23, 331, 334, 336,
338, 340, 343, 345, 349, 356, 365, 370, 387­‑8,
433, 439, 488
Gregório VII, papa 380, 381
Gribeauval, Jean 406
Gronelândia 104, 377
Grotius, Hugo 501, 503
Grouchy, marechal 458
Guderian, Heinz 481
Guerra Civil Americana 398­‑400, 471
Guerra Civil de Espanha 302
Guibert, conde de 458
Guicciardini 420
Guilherme, o Conquistador 380
Guilmartin, John 98, 225, 439
Gurganj, cerco de 274
Gurkhas 303
Gustavo Adolfo, rei da Suécia 445
gutis 188, 227
Haarlem 426
Habsburgos 10, 110, 202, 292, 387, 425, 429,
438, 445, 451, 458
Hale, John 448
Hall, W.E. 501
Hallstatt, cultura 313­‑4, 433
Hamburgo 490
Hamurabi 211, 227
Han, dinastia 247, 256, 272
Hanson, Victor Davis 109, 320, 322, 326, 329,
332, 388, 433
índice remissivo
Harris, marechal do ar Arthur 490
Harris, William 347­‑8
Hassing, R. 155
Hastings, Batalha de 380
Hattin, Batalha de 384
Hayek, F. A. 25
Heitor 323, 433
Helvécios 357
Henrique IV 380
Henrique, o Passarinheiro 375­‑6
Herbert, A. J.120
Heródoto 323, 327, 332
hicsos 211, 227­‑9, 238
Hidetada 72
Hideyoshi, Toyotoi 70, 72
hititas 227­‑8, 239, 312
Hitler, Adolph 237, 292, 422, 470, 479­‑90,
493­‑5
Ho Chi Minh 84, 86, 271
Hoche, general 459
Holanda 101, 426­‑8, 435, 459
holandesas, guerras 436, 449
Homero 42, 228, 236, 315­‑6, 323
Homo erectus 163­‑4
Homo sapiens sapiens 162, 165­‑6, 174, 212
hopis do Arizona 323
Howard, sir Michael 34, 38
Hsia ocidental (tangutes) 272, 274­‑ 5
huaxtecas 158
Hülegü 277­‑81
Hungria 249, 251­‑3, 256, 269, 362, 366, 378,
387, 400, 450­‑1
hunos 8, 77, 105, 219­‑20, 244, 246­‑53, 255­‑6,
274, 277, 367, 369, 376
huronianos, tribo 153­‑4, 323
hurrianos 188, 227­‑9
Huxley, Aldous 298
Hysiae, Batalha de 318
ianomâmis 135­‑7, 139­‑43, 148, 162, 168, 170
Ibn Khaldun 298
Ibn Zabul 64
Idade da Pedra 47, 117­‑9, 136, 146, 165­‑6,
168­‑73, 213­‑4, 217, 314, 404
Idade do Ferro 199, 311, 313, 324
Idade do Gelo 166, 169­‑72, 212
Idade Média 221, 389, 423
Ieyasu, Tokugawa 70, 72
Ilha da Páscoa 46­‑52
imperialismo 56, 288, 348, 467
Império Antigo 229
Império Médio 181, 182
Império Novo 181­‑3, 228­‑9, 239, 371
incas 285, 441
Independência, Guerra da 30, 67, 84, 263
[535]
Índia 17, 77, 98, 101, 104, 174­‑5, 197, 200­‑1. 213,
223, 227, 242, 256­‑7, 262, 269, 271, 282, 341,
344, 273, 396, 442­‑3, 451, 453, 467, 493
Indo, Vale do 172, 178, 180, 188, 211, 226, 228, 397
Indochina 85­‑6, 271, 497
Inglaterra 13, 70, 98, 169, 195­‑6, 202, 207, 293,
304, 377, 382, 387, 395­‑6, 405­‑6, 426, 435,
437, 443, 453­‑5
Irão 176, 211, 217, 227, 229, 231, 241­‑2, 262
Iraque 59, 65, 87, 162, 172, 176, 187, 211, 232, 503
iroqueses 131
Isaac, Benjamin 202
Islândia 377
Isócrates 258
Israel 229, 259
Isso, Batalha de 200, 341­‑2
Istemi Khan 257
Itália 104, 165, 200, 205, 248, 250, 252, 254,
267, 306, 345­‑7, 349, 352, 355­‑7, 368­‑70,
374­‑7, 382, 387, 396, 419­‑20, 422­‑5, 433­‑6,
438, 458­‑9, 467, 478, 480, 482, 484, 510
Ivan, o Terrível 26
janíçaros 46, 283, 451­‑2
Japão 73­‑5, 101, 103, 269, 287, 400, 490­‑4
Jebel Sahaba 169
Jena, Batalha de 28, 462
Jericó 173­‑4, 191, 194­‑5, 199, 206
Jerusalém 207, 234, 267, 278, 281, 381­‑4
Jiddah 441
Nassau, João de 448, 453
João, rei 207
Johnson, Dr. Samuel 216, 294
Jourdan, marechal 457, 459
judeus 258, 362
Jugoslávia 9, 10, 80, 82, 84­‑6, 488
Juliano, o Apóstata 250, 261, 367
Jung, Carl G. 21
Justiniano, imperador 368
Justino II 257
Jutland, Batalha de 101, 103
Kamatari, Jujiwara 69
kamikaze 65
Kant, Immanuel 23
Kardelj 83
Karlowitz, paz de 451
Khair ed­‑Din, almirante 438
Khalid 263
Khiva 395
Khmer Rouge 87
Khwarazamianos 275
Khyber Rifles 197, 199
Kiersey, Capitulação de 373
Kiev 107, 489
[536]
Kitbuga 280­‑1
Kluck, von 395
Krupp, Alfred 407
Kublai Khan 269, 277, 282, 286
Kuwait 503
La Spezia 419
Labaume, Eugène 29
Lamarck, Jean Baptiste 121
Langemarck, cemitério 470
Latifau 125
Lattimore, Owen 203, 223­‑4, 226
Lautier, R. 165
Leão I, papa 252
Leão III, papa 371, 380
Lech, Batalha do Rio 376
Lefebvre, marechal 457
legionários 201, 346, 352, 357­‑9, 363, 433
Lenine, Vladimir Ilyich 39, 473
Leninegrado (São Petersburgo) 107, 488
Leónidas, rei de Esparta 333
Lepanto 98, 101, 103, 439, 440
Lepanto, Batalha do 98, 101
Leuctra, Batalha de 337, 343, 383
Leuthen, Batalha de 450
Leyte, Batalha do Golfo de 103
Líbano 17, 88, 187
Líbia 201, 319, 487
Líbia, Guerra da 487
Licínio 105
Liddell Hart, capitão Basil 77, 463
Ligúria 349
Ligustinus, Spurius 352
Lindisfarne, mosteiro de 377
Lisboa, terramoto de 25
Litório 247
Longa Marcha, A 85­‑6, 397
Lorenz, Konrad 124­‑5, 167
Luís XI 417
Luís XIV 202, 426, 449, 458
Luís XVI 454­‑5
Luís, o Infante 375
Luttwak, Edward 201, 365
Lützen, Batalha de 445
Macedónia 105, 111, 288, 314, 337­‑40, 343­‑5,
352, 355
magiares 34, 77, 206, 256, 375­‑8, 384
Maginot, Linha 478, 482, 484
maias 161, 441
Maiden, castelo de 348
Majoriano, imperador fantoche 368
Malásia 14­‑5, 103, 491, 497
Malik Shah 266
Malinowski, Bronislaw 128
uma história da guerra
Malta 424, 439
Malthus, Thomas Robert 294
mamelucos 46, 57­‑8, 60­‑8, 255, 257, 264, 281­‑3,
296, 300, 383, 432, 438, 444, 451, 492, 508, 510
Manchu, dinastia 243­‑4, 272, 293
Manhattan, Projecto 495
Mantineia, Batalha de 337­‑8
Manzikert, 266­‑7, 381
Mao Tsé­‑Tung 80­‑1, 84­‑6, 109, 263, 271, 497
Maomé, profeta 58­‑9, 111, 259­‑62, 264­‑5, 378,
486
maoris 147­‑51, 162, 192
Maquiavel 305, 430, 462
Mar de Coral, Batalha do 494
Maratona, Batalha de 332, 334
Marco Aurélio, imperador 362
Marco Polo 252
Marengo, Batalha de 483
Marignano 430­‑1
Marignano, Batalha de 430
marings 142­‑8, 162, 168, 170, 192
Mário, cônsul 358
Maritz, Jean 405
Marj Dabiq, Batalha de 63, 65
Marj’Ayyun, Batalha de 384
Marmont, marechal 458
Marne 395, 401, 472
Marselha, cerco de 422
Mars­‑la­‑Tour, Batalha de 64
Martel, Carlos 371
Marx, Karl 39­‑41, 44­‑5, 80, 86, 109, 295,
462­‑3, 486
marxismo 39, 41, 86, 311, 463, 497, 502
Mary Rose 441
Mauritânia 354, 365
Maxim, Hiram 408
McCLellan, George W. 399
McNamara, Robert 79
McNeill, William 111, 217, 240, 243, 245, 294, 468
Mead, Margaret 127­‑8, 131, 133, 504
Meca 259­‑60
Medina, Batalha de 259
Médio Oriente 77, 187, 242­‑4, 246, 253, 255,
258, 261, 276, 282, 316, 332, 340­‑2, 344, 350,
357­‑8, 424, 433, 480, 510
Meguido, Batalha de 237­‑9
Mehmet, o Conquistador 368
Mênfis 181, 211
mercenários 27, 33, 299, 303, 464
Mesopotâmia 174­‑88, 206­‑17, 226­‑7, 232, 236,
241, 248, 261­‑3, 280, 331, 340­‑3, 362, 396
Messénia 318
Metauro, Batalha do Rio 356
Metz, escola de artilharia de 449, 458
México 154, 156, 441, 496
índice remissivo
[537]
Mícale, Batalha de 334
Micenas 315­‑6
Midway 100­‑1, 103, 494
Miguel Ângelo 424
Miguel VII, imperador 267
Mihailovic, Draga 82
Milch, general Erhard 484
milícias 197, 271, 293, 305­‑9, 367­‑9, 454­‑6, 480
Mílvia, Batalha da Ponte 258
Ming, dinastia 204, 282, 286­‑7
minóicos 200, 228, 315
Minsk 489
Mitrović, Golub 84
Mogol, Império 269, 442, 452­‑3
Mohacs, Batalha de 138
Moltke, general Helmuth von 42, 46, 66­‑8
mongóis 61, 69, 77, 103, 111, 213, 219, 223,
244­‑54, 269­‑88, 300, 347, 349, 492
Montgomery, marechal de campo Bernard
(depois 1.º visconde) 102
Morosini, Francesco 302
Moscovo 25­‑7, 107­‑8, 288, 292, 471, 488
mosqueteiros 63­‑4, 71, 427, 439, 444­‑6, 450,
458, 473
Mu’awiya, califa 262
Mueller, John 90
Muhammed Ali 66­‑7
Mujesinovic, Ismet 84
Muralha Antonina 110, 201
Muralha de Adriano 195­‑6, 201, 354, 366
Muralha da China 110, 202­‑3, 242, 364, 507
Murat, marechal 477
Mussolini, Benito 477, 480, 482
nervianos 353
Nettuno 424
Ney, marechal 457
Nezib, Batalha de 67
Nice 438
Nicolau I, czar 27, 108
Nilo, Batalha do 98­‑103
Nimrud 228
Nínive 228, 231­‑2, 241
Nizam al­‑Mulk, vizir 266
Nobunaga, Oda 70­‑1
nómadas 27, 110, 202­‑4, 218­‑25, 242­‑8, 255,
261, 266, 270­‑1, 277, 283­‑6, 297, 323, 343,
349, 373­‑7, 382, 395, 508­‑10
Nordenfeldt 408
Normandia [normandos] 195­‑6, 293, 377,
380­‑2, 417
novos hebridenses 131
Núbia 169­‑83, 196­‑7, 202
numidianos 323, 365
Nações Unidas, Organização das 90, 502­‑3
Nagasáqui 496
Nagashino, Batalha de 71
Napoleão Bonaparte 25­‑9, 37­‑9, 44, 51, 65­‑6,
101, 208, 291­‑2, 306, 398, 403, 453­‑62, 471,
477, 483, 486
napoleónicas, guerras 21, 25, 292, 458, 462, 471
Nápoles 377, 419­‑21
Naram­‑sin, rei 187­‑8
Narmer, faraó 182
Narses, general 121, 368­‑9
Nassau, primos de 427, 448, 453
Navarino, Batalha de 101, 103
Nazarenko, Tatyana 84
nazis 54, 292, 409
Neandertal, homem de 165­‑6
Nedeljković, Raja 85
Nelson, almirante lorde 98­‑9
Neolítico 166­‑75
Nero, imperador 362
Nerva, imperador 362
pacifismo 22­‑3, 44
Paleolítico 165, 182
Palestina 15, 165, 237, 241, 263, 280, 386­‑7
papagos, chefes 131
pártios 261, 364
partizans 82­‑5
pastorícia 53­‑4, 57, 113, 168, 171­‑2, 176, 181, 188,
203, 214, 217­‑26, 244, 283, 311, 365
Pátroclo 323
Pearl Harbor 100, 492, 495­‑6
Peloponeso 103, 303, 315, 318­‑20, 323, 333­‑40,
431, 438­‑9
Péricles 336
Pérouse, La 48
Perry, comodoro 71
Pérsia 31, 111, 186, 200, 236­‑7, 241­‑4, 250,
256­‑8, 261, 274, 304, 319, 331­‑4, 337, 340­‑4,
350, 367­‑9, 397
Pevensey 196
Picq, Ardant du 356
Piggott, Stuart 200, 215­‑6
Obermaier, Hugo 169
Offa, dique de 202
Olduvai, desfiladeiro de 163
Olímpia 323
ópio, guerras do 287
Oppenheim 236
Orestes 368
Orleães, cerco de 251
Ormuz, Batalha de 442
Osaka, cerco da fortaleza de 70
Ostend 428
Oudinot, marechal 457
[538]
pinturas rupestres 166­‑7
Pipes, Daniel 60
Pirâmides, Batalha das 66
piratas 73, 96­‑7, 110, 176, 205, 315, 365, 368,
374­‑7, 382, 439
Pirro 345
Pisa 205, 422
Plassey, Batalha de 453
Platão 324
Plateias, Batalha de 331, 334­‑5
Poggio Imperiale 424
Poitiers, Batalha de 371, 388
Políbio 207, 347, 462
Polinésia 47­‑52, 131, 147, 149
pólvora 26, 34, 62­‑4, 68­‑74, 96­‑7, 130, 149,
174, 194, 206­‑8, 274, 282, 291, 301, 389, 393,
403­‑7, 411, 415, 417, 420, 428­‑36, 444­‑5,
473­‑6, 491­‑2, 496, 498, 501, 510
Portugal 25, 63, 70, 72, 98, 424, 441­‑3, 497
povos equestres 81, 191, 241­‑66, 269, 273­‑9,
283­‑4, 287, 298, 300, 316, 393
Preveza, Batalha de 438
Primeira Guerra Mundial 13, 27, 43­‑5, 77, 80,
100, 124, 129, 160, 307, 402­‑3, 409, 463­‑4,
469, 472­‑3, 477­‑83, 487, 490, 501, 511
Próximo Oriente 172, 176, 266, 281­‑2, 313,
323­‑4, 358
Prússia 35­‑9, 42­‑3, 51, 67, 269, 291­‑2, 302, 305­‑6,
386, 395, 400­‑3, 448, 455, 458­‑63, 473
púnicas, guerras 200, 347­‑55
Pylos, palácio de 315
Qadesh, Batalha de 239­‑40
Qadisiyah, Batalha de 261­‑3
Quebeque 454
Queroneia, Batalha de 338
Quiberon, Batalha da Baía 99­‑103
Qutuz, sultão 281
Radagásio 251
Ramsés II, faraó 182­‑3, 239
Ramsés III, faraó 96
Rapaport, David 132
Ravena 369, 430­‑1
Raydaniya, Batalha de 63, 65
recrutamento 27, 43­‑4, 60, 83, 241, 265, 271­‑3,
346, 350­‑1, 354, 359, 370, 380, 409, 450, 462­‑4
Reculver 196
regimento 26­‑7, 29, 32, 35­‑6, 42­‑3, 46, 51, 54­‑5,
64, 79, 86, 112, 130, 273, 292, 302, 340, 366,
369, 429, 436, 446­‑7, 457, 470, 473
república francesa, primeira 39, 305, 471
Requesens 426
Revolução Francesa 24, 36, 40, 51, 75­‑6, 80,
88, 450, 455, 468, 477, 480
uma história da guerra
Revolução Russa 42­‑5, 473, 489
Rodes 438
Ricimer 368
Roberts, J.M. 162, 164, 171
Rochester, cerco de 207
Roe, sir Thomas 452
Roeder, capitão Franz 292
Roma 16, 22, 58, 97, 105­‑6, 110, 183, 195­‑6,
200­‑5, 233, 236, 244­‑61, 270, 288, 299,
304, 316, 344­‑83, 386­‑8, 394­‑6, 398, 400,
402, 404, 420, 422­‑3, 427, 433­‑4, 438, 445,
448­‑9, 471, 476, 480, 500, 510
Rommel, marechal de campo Erwin 103
Rómulo, imperador 368
Roosevelt, Franklin D. 495
Rousseau, Pierre 76
rota da seda 246, 262
rota das especiarias 441
Royal Military Academy of Sandhurst 10,
14­‑6, 449
Rusa, rei 235
Rússia 26, 37, 42, 44, 100, 107­‑8, 277, 299, 387,
401, 407, 409, 424, 448, 455, 460, 467, 476,
480, 485, 488, 493­‑4, 502, 505
Sa’adat Muhammed, sultão 64
sacrifício 23, 38, 80, 90, 112, 154, 156, 158, 160,
182, 228, 333, 480, 484, 503
Saddam Hussein 9, 262,
Saguntum, cerco de 355
Saladino 267, 278­‑80, 285, 384,
Salamina, Batalha de 101, 103
Samarcanda 77, 262, 274
samnitas 345
Samurai 29, 46­‑7, 65, 68­‑72, 74­‑5, 287, 296,
300, 442, 492
San Giovanni, fortaleza de 420
Sangallo, Antonio da 424
Sansom, G. B. 74
Santa Liga, Guerra da 420
Santo Agostinho de Hipona 500
Saragoça 199
Sardenha 355, 368, 374
Sargão da Acádia, imperador 185, 187
Sargão II 232, 240
Sármatas 244
sarracenos 34, 374, 377
Saxe, marechal de 31
Scharnhorst, general 37
Sedan, Batalha de 403
Segunda Guerra Mundial 15, 23, 37, 77, 100,
403, 409, 422, 464, 496, 499, 512
Sekenenré, o Bravo, faraó 183
Seleuco 261
Selim I, sultão 63, 438
índice remissivo
seljúcidas 265­‑7, 301, 382
Selous, Frederick 168
semai, tribo 168
Semna 197, 199
Sennacherib, rei 231­‑4
Senuseret III, faraó 231­‑4
Sérvia 82­‑3, 105, 292, 387, 438, 451
Sérvio Túlio 345
Sève, coronel 67
Sevilha 118­‑9, 377
Shaka 54­‑7, 182
Shang, dinastia 200, 211, 226­‑8
Shelley, Percy Bysshe 31
Sherman, general William Tecumesh 25
shimbara, rebelião 73
Sicília 195, 200, 319, 332, 336, 354, 368, 374,
377, 382, 439
Siegen, schola militaris 448
Singapura 160
Siracusa 336
Síria 59, 67, 110, 176, 187, 228­‑9, 238­‑9, 262,
278­‑81, 334, 340, 354, 356, 359, 366, 369,
382­‑3, 386­‑7
Skidi Pawnee, tribo, 153
Smail, R.C. 388
Smith, Adam 40
Smith, Gertrude 236
Smolensk 48
Sociedade das Nações 502­‑3
Sócrates 258, 328
Somme, Batalha do 225, 394, 404, 472, 475
Soult, marechal 457
Special Air Service (SAS), regimento 302
Spitzbergen 104
Srednij Stog, cultura 213
Stanwix 366
Stilicho 250­‑1
Stimson, Henry 496, 499
Suécia 376, 377, 445, 457
Sui, dinastia 270­‑1
Suíça 302­‑4, 357, 388, 429, 431
Suleiman, o Magnífico 438
Suméria 172, 174, 176­‑8, 180­‑7, 196, 214, 220,
288, 301, 307
Sun Tzu 271
Sung, dinastia 235, 272
T’ang, dinastia 69, 257, 270­‑1, 364
Taginae, Batalha de 369
Takashima 29
Talas, Batalha do Rio 257, 262
Tamerlão 77, 111, 282, 298, 349, 507
Tanais, Batalha do Rio 249
Tanzânia 163
Tarawa 493
[539]
tártaros 273, 292
tchetniks 82, 84
Tebas 181, 197, 305, 330­‑1, 335­‑8,
Temístio 258
Temístocles 333
Templários 386
Teodósio, imperador 105, 250, 258, 367, 417
Terceira Guerra Sagrada 338
Termópilas, Batalha das 30, 337
Teutoburg, Batalha da Floresta 354, 362, 471
teutónicos, povos 196, 251­‑2, 349, 367, 386,
433, 510
Tiger, Lionel 125
timúridas 347, 349
Tito Lívio 351
Tito, marechal Josip Broz 80­‑4, 86
Tolstoi, Leão Nikolaievich 27, 35
Topkapi, Palácio 222, 246
Toulouse, Batalha de 247
Trabanters da Baviera 302
Trafalgar, Batalha de 98, 101, 103, 443, 460
Trajano, imperador 343, 362­‑3
Trasimene, Batalha do Lago 355
Tratado Geral para a Renúncia da Guerra
(Pacto de Paris) 502­‑3
Tremouille, Louis de la 434
Três Dias, Batalha dos 443
Tricameron, Batalha de 368
Trieste 165
Trinta Anos, Guerra dos 426, 428, 445­‑7, 503
Tróia 144, 228, 315­‑6, 323, 329, 433
Truman, Harry, S. 496
Tsushima, Batalha de 101, 103
Tucídides 325­‑8
tungu 243
turcos 30­‑1, 46, 60­‑3, 67­‑8, 73, 77, 83, 202, 219,
222, 244, 246, 248, 255­‑8, 265­‑7, 273­‑82, 286,
288, 292, 302, 349, 369, 375, 381­‑3, 387, 417,
437­‑40, 451, 475, 480, 487, 492, 508, 511
Turner, Frederick Jackson 203
Turquia 46, 67­‑8, 105, 173, 176, 178, 187, 195, 213,
227­‑9, 262­‑3, 266, 267, 475, 480, 493, 511
Tutmés III, faraó 238
Uedahara, Batalha de 71
Ur 180, 185­‑6, 214
Urartu 232, 235
Urbano II, papa 381
Uruk 180, 185, 214
Valens, imperador 105, 249, 367
vândalos 191, 251, 368, 374
varegues 302, 458
Varro 355
Vauban, marechal 426
[540]
Vayda, Andrew 142­‑5
Vegécio 394, 462
vénetos da Bretanha 357
Veneza 105, 252, 269, 297, 302, 387, 420, 426,
430, 438­‑9, 448
Vercingetorix 201, 357­‑8
Verdun, Batalha de 472
Vermelho, Mar 63, 181, 201, 403, 441, 489, 494
Versalhes, Tratado de 479, 481­‑2
Vespasiano, imperador 362
Vico, Giambattista 76
Victor, marechal 109, 320, 388, 433, 457
Viena 77, 80, 201, 269, 283, 438, 444, 451, 479
Vietname 17, 80, 86­‑7, 133, 269, 467, 470
viquingues 34, 97­‑8, 148, 206, 296­‑8, 377­‑8, 384
Visby, Batalha de 170
Vitória, rainha 269
Vittoria, Francisco de 501
Voltaire 76, 77
Wagram, Batalha de 46, 83
Waterloo, Batalha de 28, 403, 471
Weber, Max 148
uma história da guerra
Wei, dinastia 256, 257
Weigley, Russel 88, 449
Wellington, duque de 75, 394, 396­‑8, 460, 471
Wendorf, F. 169
Whittaker, C. R. 202
Whitworth 406
Wilson, professor 236
Woolwich, Arsenal de 407
Xerxes, imperador 259, 332­‑4, 337
xógum 69­‑72
Yakutsk 242
Yamamoto, almirante 491, 493
Yeomen of the Guard 302
Yoritomo, xógum 69
Yorktown 454
Ypres 469
Ypres, Batalha de 470
Yuan, dinastia 269, 277, 286
Zama, Batalha de 356
Zulus 46­‑7, 52­‑4, 56­‑8, 182, 299, 434
Ilustr ações: Carl von Clausewitz (Hulton Deutsch); Ilha da Páscoa (Barnaby’s Picture Library); Guerreiros
zulus (Mansell Collection); Guerreiro mameluco (British Library); Batalha das Pirâmides (Robert Harding
Picture Library); Samurais japoneses (Victoria & Albert Museum); Navio de guerra romano (C.M. Dixon);
Grande Muralha do China (G & A Loescher/Barnaby’s Picture); Futuro guerreiro ianomâmi (Sue Cunningham
Photographic); Guerreiros astecas (British Museum); Ramsés II (British Museum); Estela de Ur (British
Museum); Muralha de Adriano (Barnaby’s Picture Library); Seti (British Museum); Guerreiros assírios (C.M.
Dixon); Assírios em combate (C.M. Dixon); Guerreiro sármata (Peter Newark’s Historical Pictures); Cruzados
(Peter Newark’s Historical Pictures); Elmo e couraça gregos (C.M. Dixon); Guerreiros hoplitas (Peter Newark’s
Historical Pictures); Batalha de Isso (C.M. Dixon); Centurião romano (Mansell Collection); Legionários
romanos (Mansell Collection); Cavaleiro franco (Robert Harding Picture Library); Guerreiros carolíngios
(Robert Harding Picture Library); Construção do caminho­‑de­‑ferro (M.A.R.S.); Primeiro canhão conhecido
(E.T. Archive); Primórdios do uso da pólvora (E.T. Archive); Escalada de muralhas (Hulton Deustsch); Fábrica
de pólvora (Mansell Collection); Great Harry (Mansell Collection); Manual de armas do século xvii (Mansell
Collection); Guerreiro zuavo (Mansell Collection); Janíçaros (Sonia Halliday); John Hawkwood (Mansell Collection);
Recrutamento militar (Mansell Collection); Trincheira do Somme (E.T. Archive); Bombardeiro Junkers 87
alemão (E.T. Archive); B­‑17 (M.A.R.S.); Teste nuclear (Peter Newark’s Historical Pictures)
O autor
John Keegan (n. 1934) é um dos autores que
mais contribuíram para a renovação da his‑
tória militar e para a imensa popularidade
de que este género goza actualmente na Grã­
‑Bretanha e em muitos outros países.
Docente na Academia Militar de Sand­hurst
durante várias décadas, foi também profes‑
sor convidado da Universidade de ­Princeton
e do Vassar College, nos Estados Unidos da
América. Na década de 80, abandonou a
carreira universitária para se tornar corres‑
pondente (e depois editor) dos assuntos de
Defesa do jornal Daily Telegraph, cargo que
ainda mantém.
É autor de vários bestsellers internacionais,
dos quais poderíamos destacar O Rosto da Bata‑
lha (edição portuguesa 1987), The Mask of Com‑
mand (1987), The Iraq War (2004) e Espionagem
na Guerra (edição portuguesa 2006).
Após a Guerra do Golfo (1991), recebeu a
Ordem do Império Britânico e em 2000 foi
condecorado pela rainha Isabel II.