estudo da recuperação da variável número de folhas pós
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estudo da recuperação da variável número de folhas pós
XXV CONIRD – Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem 08 a 13 de novembro de 2015, UFS - São Cristóvão/SE ESTUDO DA RECUPERAÇÃO DA VARIÁVEL NÚMERO DE FOLHAS PÓSDÉFICIT HÍDRICO NO DESENVOLVIMENTO INICIAL DO CAFEEIRO ARÁBICA W.R Ribeiro1, V.A Capelini2, R.R Rodrigues3, D.S Ferreira4, E.F Reis5 1 Graduando em Agronomia da Universidade Federal do Espírito Santo, Departamento de Engenharia Rural, CCA-UFES, Alegre – ES, CEP: 29500-000, Fone: 27-999201164, email: [email protected] 2 Graduando em Agronomia CCA-UFES, Depto de Engenharia Rural, , Alegre – ES, [email protected] 3 Doutorando em Recursos Hídricos, UFLA, Lavras-MG, Depto de Engenharia Rural, [email protected] 4 Graduando em Agronomia CCA-UFES, Depto de Engenharia Rural, , Alegre – ES 5 Prof. Doutor, CCA-UFES, Depto de Engenharia Rural, , Alegre–ES, [email protected] RESUMO: Uma das culturas mais importantes na agricultura nacional, a cafeicultura passa por um período de expansão e estudos que visam melhorar seus rendimentos tornam-se essenciais. Objetivou-se neste trabalho avaliar a recuperação da variável Número de folhas após aplicação de déficit hídrico no solo em mudas cafeeiro arábica variedade Catuaí IAC 144. O experimento foi constituído de 4 tratamentos inteiramente casualizados: T0- Não foi submetido a déficit hídrico e permaneceu com umidade do solo sempre próximo a capacidade de campo; T1- Submetido a déficit hídrico 45 dias após o plantio; T2- Submetido a déficit hídrico 75 dias após o plantio; T3- Submetido a déficit hídrico 105 após o plantio, com quatro repetições. As plantas que receberam o tratamento T0 foram irrigadas diariamente, os tratamentos T1, T2 e T3 em déficit hídrico até as plantas atingirem 10% da transpiração relativa do tratamento T0, após atingir este limite, as plantas foram irrigadas diariamente por mais 30 dias mantendo o solo próximo a capacidade de campo, objetivando avaliar a recuperação das mesmas após déficit hídrico. Observa-se que devido ao severo déficit hídrico, mesmo após o período de recuperação as plantas não restabeleceram seu crescimento normal. PALAVRAS–CHAVE: Coffea arábica, Irrigação, Influencia do déficit hídrico STUDY OF RECOVERY VARIABLE NUMBER OF DEFICIT AFTER WATER LEAVES IN INITIAL DEVELOPMENT OF ARABIC COFFEE ABSTRACT: One of the most important crops in national agriculture, the coffee goes through a period of expansion and studies to improve their incomes become essential. The 185 XXV CONIRD – Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem 08 a 13 de novembro de 2015, UFS - São Cristóvão/SE aim of this study was to evaluate the recovery of variable number of sheets after application of a severe water deficit in soil Arabica coffee seedlings variety Catuaí 144. The experiment consisted of four completely randomized treatments: T0 the drought was not submitted and remained with soil moisture always close to field capacity; T1 Subjected to water deficit 45 days after planting; T2 Subjected to water deficit 75 days after planting; T3 Subjected to water deficit 105 after planting, with four replications. The plants that received treatment T0 were irrigated daily treatments T1, T2 and T3 in drought until the plants reach 10% relative sweating T0 treatment, after reaching this limit, the plants were irrigated daily for another 30 days keeping soil near field capacity, to evaluate the recovery thereof after drought. It is observed that due to severe water deficit, even after the recovery period the plants not restored normal growth. KEYWORDS: Coffea arabica, Irrigation, Influence of water deficit INTRODUÇÃO A cultura do café (Coffea arabica L.) se destaca pela sua importância na agricultura nacional. O país é o maior produtor e exportador desse gênero agrícola, contribuindo com 24% das exportações mundiais (FURLANI JUNIOR et al., 2007). O déficit hídrico pode vir a ser um dos principais fatores limitantes do crescimento do cafeeiro, uma vez que grande parte das áreas cultivadas com essa cultura está localizada em regiões que apresentam restrições hídricas. A irrigação visa atender à demanda de água das plantas nos períodos críticos, e é necessário aplicá-la em quantidade correta. Se insuficiente, prejudica o desenvolvimento do sistema radicular e, se em excesso, provoca desperdícios de água, energia e nutrientes CAMARGO (1985). Segundo DAMATA & RAMALHO (2006), não apenas no Brasil, mas em diversos países produtores de café, a seca é considerada o principal estresse ambiental capaz de afetar o desenvolvimento e a produção do cafeeiro. Com o avanço da tecnologia a irrigação tornou-se um recurso viável, pois quando bem manejada proporciona bom desenvolvimento das culturas e uma maior segurança na produção. Além dessas vantagens MANTOVANI (2000), ainda afirma que além de proporcionar maior produtividade e melhor qualidade do produto, poderá proporcionar menores riscos e maior eficiência na utilização e aplicação de insumos. É notável a importância da água para o bom manejo desta cultura e para quantificar os efeitos as plantas foram submetidas ao déficit hídrico déficit e quantificado as reais perdas ocasionadas. 186 XXV CONIRD – Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem 08 a 13 de novembro de 2015, UFS - São Cristóvão/SE Devido à importância socioeconômica que esta cultura representa no país e pela falta de estudos relacionados a plantas lenhosas, torna-se fundamental o estudo da necessidade hídrica da cultura e a influencia desta sobre o desenvolvimento inicial do cafeeiro arábica. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi desenvolvido em casa de vegetação do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Espírito Santo, localizada no município de Alegre-ES. O clima da região é do tipo “Aw” com estação seca no inverno, de acordo com a classificação de Köeppen. A temperatura anual média é de 23,1 ºC e a precipitação anual média de 1200 mm. O experimento foi constituído de 4 tratamentos inteiramente casualizados: T0- Não foi submetido a déficit hídrico e permaneceu com umidade do solo sempre próximo a capacidade de campo; T1- Submetido a déficit hídrico 45 dias após o plantio; T2- Submetido a déficit hídrico 75 dias após o plantio; T3- Submetido a déficit hídrico 105 após o plantio, com quatro repetições. As plantas que receberam o tratamento T0 foram irrigadas diariamente, deixando o solo com umidade sempre próximo a capacidade de campo, já os tratamentos T1, T2 e T3 foram submetidos ao déficit hídrico até as plantas atingirem 10% da transpiração relativa do tratamento T0. Cada parcela experimental foi um vaso de 12 litros preenchido com solo característico da região, os vasos foram revestidos com papel branco para reduzir a absorção de radiação solar a fim de minimizar o aquecimento do solo para que não haja erro experimental. A correção da acidez do solo foi feita com base em PREZOTTI et al.(2007) e nutricional do solo foi realizada de acordo com NOVAIS et al.(1991).O solo do vaso foi coberto com plástico branco para minimizar a perda de água pela evaporação do solo, esse procedimento visou garantir que a água perdida do solo seja apenas pela transpiração das plantas. Foi adotado o limite de 10% da transpiração relativa por assumir-se que abaixo desta taxa de transpiração os estômatos estão fechados e a perda de água é devida apenas a condutância epidérmica, e a transpiração relativa (TR) foi calculada pela equação 1 (SINCLAIR & LUDLOW, 1986). (1) em que: TR – Transpiração relativa; TDTd – Transpiração diária dos tratamentos que sofrem déficit, em L; TDT0 – Média da Transpiração diária do tratamento T0, em L. 187 XXV CONIRD – Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem 08 a 13 de novembro de 2015, UFS - São Cristóvão/SE O peso final foi o peso de quando a parcela atingiu 10% da transpiração relativa do tratamento T0. O peso inicial dos vasos foram realizado com as mudas já plantadas, eles foram submetidos a uma saturação com água e deixados drenar por 24 horas a fim de atingirem a capacidade de campo, só assim então que determinou-se seu peso. Ao final da tarde de cada dia todos os vasos foram pesados em uma balança eletrônica. Logo após a pesagem as plantas de cada tratamento foram irrigadas de acordo com a quantidade de água perdida pela transpiração e retornando as mesmas à umidade do solo na capacidade de campo, com exceção das plantas que estiveram em déficit hídrico. A quantidade de água foi determinada pela diferença entre o peso do vaso no dia especifico e o peso inicial (capacidade de campo). Após as plantas atingirem 10% da transpiração relativa do tratamento T0, elas foram saturação de água no solo até atingir a capacidade de campo inicial, e a partir disto estudadas durante um período de trinta dias em recuperação, tendo durante este tempo toda água e nutrientes necessários para obtenção de seu maior potencial. As avaliações foram realizadas a cada três dias. RESULTADO E DISCUSSÃO Logo abaixo apresenta-se os gráficos referentes ao comportamento da taxa média de crescimento da variável número de folha dos tratamentos T0, T1, T2 e T3 durante a aplicação déficit hídrico e durante seu período de recuperação nas diferentes épocas. Ao fim dos experimentos foram os dados foram plotados em um software estatístico para elaboração dos resultados. 80 Número de Folhas (cm) Início do DH Fim do DH 60 Fim do DH Fim do DH Início do DH T0 40 Início do DH Td T0 Td 20 (A) 0 45 51 57 63 69 75 81 87 93 96 99 102105 108 Avaliação (dias) T0 Td (B) 75 81 87 93 99 105 111 117 123 Avaliação (dias) (C) 105111 117123 129132 138 141 147153 Avaliação (dias) Figura 1. Comportamento da variável número de folhas (NF) do cafeeiro arábica, durante os tratamentos e seu período de recuperação, primeira, segunda e terceira época de déficit hídrico “A”, “B” “C” (45, 75 e 105 dias após plantio) respectivamente, onde T0 são as médias de desenvolvimento dos tratamentos que não sofreram déficit hídrico e Td as médias dos tratamentos que sofreram déficit hídrico em suas respectivas épocas. 188 XXV CONIRD – Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem 08 a 13 de novembro de 2015, UFS - São Cristóvão/SE Na Figura 1 (A) observa-se as plantas referentes ao tratamento T1. Nota-se que as médias entre os dois tratamentos estão igualadas ao inicio do tratamento e logo nos primeiros dias ocorre uma diferenciação, no trigésimo terceiro dia o tratamento é finalizado e podemos observar que as plantas do tratamento T1 em déficit hídrico tiveram 25,62 % de crescimento menor em relação ao tratamento T0. As plantas tiveram água resposta no vaso e sua umidade foi recolocada próximo a capacidade de campo, nota-se durante os trinta dias de recuperação uma pequena resposta porém não muito eficaz, tendo como uma diferença final de crescimento em torno de 32.14%, constatando um desenvolvimento comprometido até a emissão de uma nova estrutura foliar. Na Figura 1 (B) também é possível observar um comportamento similar ao tratamento T1, porém nesta época o decréscimo da variável ocorreu mais drasticamente, pois a planta mais desenvolvida perdeu área foliar como um mecanismo de defesa para evitar transpiração excessiva, e ao vigésimo primeiro dia atingiu o limite de 10% da transpiração onde novamente encerrou-se o tratamento com uma diferença de crescimento em aproximadamente 28,70% e foram submetidas ao regime de irrigação. As plantas desta época obtiveram uma resposta satisfatória durante o período de recuperação, voltando mais rápido ao desenvolvimento, porém não em mesma proporção que as plantas do tratamento T0, diferença entre elas foi de 13.20%. As plantas do tratamento T3 foram as mais eficientes, observa-se que mesmo ao déficit ela continua seu crescimento, utiliza de forma eficaz a água disponível e a diferença entre as média é relativamente pequena, entorno de 9,48% quando atinge o final do tratamento no décimo oitava dia. Durante a recuperação a resposta é rápida, a curva continua ascendente em pleno desenvolvimento, porém assim como constato no tratamento T2 as médias de desenvolvimento não equiparam-se com as medidas do tratamento T0 mesmo após 30 dias em recuperação, onde a diferença foi de 8,14%. Evidencia-se que a idade fisiológica da planta está diretamente correlacionada à resistência da planta perante ao déficit hídrico resultado também observado por PIZZETA et al. (2012). PINTO et al., (2008) verificaram uma redução no número de folhas de diferentes espécies sob estresse hídrico. CONCLUSÃO O cafeeiro arábica apresentou uma boa resistência quando aplicado em déficit hídrico em condições controladas, porém as plantas mais desenvolvidas foram as que tiveram melhor resposta e menor influencia do déficit sobre seu desenvolvimento. Apesar disto as plantas que 189 XXV CONIRD – Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem 08 a 13 de novembro de 2015, UFS - São Cristóvão/SE do tratamento T1, T2 e T3 não conseguiram reestabelecer em mesmo nível o seu desenvolvimento, mesmo após o período de recuperação. REFERÊNCIAS - CAMARGO, A.P. de. Florescimento e frutificação de café arábica nas diferentes regiões cafeeiras do Brasil. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.20, p.831-839, 1985. - DAMATTA, F.M; RENA, A.B.; Relações Hídricas no Cafeeiro. Palestra, I Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil. 26 a 29 de setembro de 2000, Poços de Caldas-MG. - FURLANI JUNIOR, E.; BORGES, W. L. B.; LAZARINI, E.; FAZUOLI, L. C.; ANDREOTTI, M. Avaliação de cultivares de café arábica em região marginal. Acta Scientiarum. Agronomy, v.29,n.2,p.197-203,2007. - MANTOVANI, E. C.; SOARES, A. R. Irrigação do cafeeiro: informações técnicas e coletânea de trabalhos. Viçosa: Associação dos Engenheiros Agrícolas de Minas Gerais; UFV, 2003. 260 p. - NOVAIS, R. F.; NEVES, J. C. L; BARROS, N. F. Ensaio em ambiente controlado. In: Oliveira, A. J.; Garrido, W. E.; Araújo, J. D. E Lerenço, S. Métodos de pesquisa em fertilidade do solo. Brasília: Embrapa-sae, 1991. p.189-254. - PINTO, C. M. et al. Crescimento, distribuição do sistema radicular em amendoim, gergelim e mamona a ciclos de deficiência hídrica. Revista Ciência Agronômica, v. 39, n. 03, p. 429436, 2008. - PIZZETA, S.C et al. Influência do Déficit Hídrico no Desenvolvimento Inicial do Cafeeiro Conilon. Enciclopédia biosfera, Centro Científico Conhecer, Goiânia, v.8, n.15; p. 2012 1090 - PREZOTTI L. C; GOMES. J. A.; DADALTO. G. G; OLIVEIRA. J. A. de. Manual de recomendação de calagem e adubação para o estado do Espírito Santo - 5ª aproximação. Vitória, ES. SEEA/INCAPER/CEDAGRO. 2007. 305p. - SANTOS, R. F.; CARLESSO, R. Déficit hídrico e os processos morfológico e fisiológico das plantas. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.2, n.3, p.287- 294, 1998. - SINCLAIR, T. R.; LUDLOW, M. M. Influence of soil water supply on the plant water balance of four tropical grain legumes. Australian Journal Plant Physiology, v. 13, 1986. p. 319-340.Amir, J. & Sinclair, T.R. A model of water limitation on spring wheat growth and yield. Field Crops Res., v.29, p. 59- 96, 1991. - TAIZ, L.; ZEIGER, E.; Fisiologia vegetal. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. 848 p. 190
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