Projeto Trigo PENSA
Transcrição
Projeto Trigo PENSA
Projeto Trigo PENSA1 Relatório Final Marcos Fava Neves2 Ricardo Messias Rossi3 Luciano Thomé e Castro3 1 – Introdução: O Agronegócio Brasileiro O Brasil vem assustando cada vez mais o mundo na área de agronegócios. Em 2003 o setor gerou cerca de R$ 98 bilhões em renda, advindas de uma safra de mais de 110 milhões de toneladas de grãos. Sabe-se que o Brasil detém quase que 20% da área agricultável do mundo, e utiliza apenas 10 a 20% do seu potencial. O agronegócio responde por 30% do PIB e 35% do emprego, contribuindo fortemente para a interiorização do desenvolvimento, além de ser o principal gerador de divisas, ao responder por 35% das exportações. O setor de agronegócios trouxe um saldo de US$ 20 bilhões para a nossa balança comercial em 2003, pilar para a estabilidade econômica. Temos a posição número 1 no mundo em pelo menos três produtos: cana (açúcar e agora mais recentemente o álcool), citrus (com ênfase no suco concentrado congelado) e também no café. O Brasil caminha também para a liderança mundial nas exportações de carne bovina e de soja. Apresentamos hoje o menor custo de produção do mundo nestas cadeias. As exportações brasileiras só não são maiores por conta de alguns problemas que ainda atravancam o desenvolvimento do setor: elevadas taxas de juros e impostos, problemas na infra-estrutura de suporte ao setor, deficiências importantes no sistema de defesa sanitária, relações conflituosas entre os agentes nas cadeias agroindustriais, dificuldades de acesso aos mercados compradores e competição desleal com os indecentes subsídios praticados no mundo. Na agenda de trabalho para o agronegócio, temos a inquestionável necessidade de se adicionar mais valor aos produtos, tentando exportar, além dos commodities tradicionais, produtos mais elaborados e embalados com marca, bem como exportar mais através das grandes redes varejistas que operam no Brasil, comprando aqui para todas as suas lojas no mundo. Precisamos aumentar o número de empresas exportadoras, pois no Brasil cerca de 150 empresas exportam quase que 80% do total exportado no agronegócio. Em produtos diferenciados, vale mesmo é a correta aplicação das ferramentas do marketing, especialmente a prospecção de novos mercados e compradores potenciais, a inovação em termos de produtos e marcas, a exploração de nichos de mercado, o uso de selos de qualidade e denominações de origem controlada, a comunicação, e um intenso trabalho junto aos canais de distribuição. Bons exemplos não faltam: na citricultura, duas grandes empresas nacionais se internacionalizaram comprando unidades nos EUA e avançando para a produção global, já detendo parte expressiva da capacidade produtiva de suco de laranja na Florida. Cresce a exportação de produtos processados e embalados, e surgem algumas marcas internacionais de empresas brasileiras exportadoras de frangos, sucos de frutas e outros produtos. Algumas franquias de alimentos brasileiras também iniciam a sua internacionalização. Frigoríficos começam a fornecer diretamente para cadeias de restaurantes no 1 Vale ressaltar que este é um sumário executivo, e as citações completas para todos os dados está no relatório final. Professor de Marketing e Estratégia da FEA/USP, Campus de Ribeirão Preto. Coordenador da Pesquisa (www.fearp.usp.br/fava) 3 Mestrandos em Administração pela FEA/USP. 2 97 exterior, com cortes porcionados na gramatura solicitada. Amplia-se o processo de fusões de empresas, joint ventures e outras alianças estratégicas. Por outro lado, temos também os produtos que não estão contribuindo para o saldo da balança comercial, produtos que as importações são maiores que as exportações, por diversos motivos. Entre estes produtos encaixa-se o trigo, fundamental para o consumo humano e animal. Para estes produtos, uma agenda de trabalho que envolva uma completa radiografia de suas cadeias produtivas e levantamento de oportunidades para ação privada e pública é fundamental, visando determinar se é possível ter auto-suficiência, revertendo esta cadeia produtiva de importadora a exportadora, de maneira competitiva e auto-sustentável. Porém, é sempre preocupante a exclusão de produtores rurais do moderno agronegócio, advinda principalmente da inevitável concentração que acontece em todos os setores. Apenas a título de ilustração, existiam em 1990 21 mil citricultores em São Paulo e este número hoje está ao redor de 13 mil. Para a inclusão no moderno agronegócio brasileiro, é necessária a cooperação, e aí as Cooperativas agrícolas têm papel fundamental e devem ser fortalecidas, para que, numa gestão executiva e profissional, possam estar entre os grandes atuantes do agronegócio. No agronegócio, a cooperação, as ações coletivas são fundamentais. Acreditamos que os setores podem se organizar melhor, analisar suas potencialidades, tentar resolver seus pontos fracos e trabalhar em conjunto em ações que nitidamente visam beneficiar todos os seus integrantes. Este é o caso do Projeto TRIGO PENSA, que será exposto a seguir. 2 – O PENSA e o Laboratório de Cadeias Produtivas Há 12 anos atuando no agronegócio brasileiro e mundial, o Programa de Estudos dos Negócios do Sistema Agroindustrial, PENSA, está baseado na FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, em seus campi de São Paulo e Ribeirão Preto. É composto por uma rede de professores, estudantes de doutorado, mestrado e graduandos que tem como missão central criar um espaço interativo entre alunos, professores e lideranças do Agribusiness nacional, por meio da pesquisa, ensino e extensão. Seus objetivos são os de estudar a dinâmica da cadeia agroindustrial, fornecendo subsídios à tomada de decisão e ao planejamento estratégico de organizações privadas e públicas; identificar e analisar as principais tendências dos negócios agroindustriais visando, sobretudo a inserção competitiva do Brasil no Agribusiness internacional, e finalmente, formar e capacitar recursos humanos para a gestão do agronegócio. Trabalha fortemente ligado aos principais grupos internacionais de estudos dos agronegócios, sendo membro do Conselho da International Food and Agribusiness Management Association há mais de 10 anos. O Programa PENSA (Programa de Agronegócios da USP) estuda, dentro deste laboratório de cadeias produtivas, aspectos ligados à estratégia, marketing e ações coletivas. Como exemplo, convidamos o leitor a visitar o site laranjabrasil.com.br que surgiu a partir de um projeto do PENSA em 2000. No final de 2002 a equipe do PENSA analisando números dos agronegócios brasileiros vislumbrou uma oportunidade de olhar novamente a cadeia do trigo, e verificar como ações coletivas poderiam reverter esta cadeia, de importadora a exportadora. Encontrou no Instituto Universidade Empresa – UNIEMP, um parceiro para levantar recursos para o custeio desta pesquisa, e os resultados ai estão. O relatório final, que mapeou exaustivamente todos os elos da cadeia produtiva, dos insumos que os produtores usam a distribuição e consumo de produtos de trigo, foi complementado por amplo workshop no dia 09 de maio, nas dependências da FEA/USP em São Paulo, onde ações coletivas foram priorizadas pela cadeia produtiva. 98 3 - A Cadeia do Trigo no Brasil 3.1 – A Importância do Trigo para o Mundo... • Você sabia que o trigo é o segundo grão em produção mundial, com 581 milhões de toneladas anuais, perdendo para o milho por apenas 16 milhões de toneladas? E que esta produção gera um faturamento bruto da ordem de US$ 76 bilhões, em 280 milhões de hectares cultivados por 16 milhões de fazendeiros? • E sabia que o trigo é o grão mais comercializado no mundo, com quase 35% do total do comércio mundial de grãos? E que existe um grande consumo interno deste produto, pois apenas 18% do que é produzido é exportado. • Se a população mundial em 2030 for de quase 9 bilhões de pessoas, poderá existir uma demanda de trigo de 800 milhões de toneladas, o que representará mais de 200 milhões a mais do que a produção atual, o que, a preços atuais, representa um mercado de US$ 27 bilhões (baseado em dados de Bacaltchuk & Ignazak, 2002). • O trigo tem muitos usos após seu processo industrial no Brasil: cerca de 15% vai para o mercado de macarrões, cerca de 20% para farinhas domésticas e misturas para bolos, cerca de 47% vai para farinhas para indústria e pré-misturas para panificação e 5% para misturas especiais para panificação. 11% é consumido no mercado de biscoitos e 2% no mercado de rações. 3.2 – A Importância do Trigo para as Empresas de Insumos no Brasil. • Você sabia que para os produtores de sementes, os triticultores representam um mercado em 2002 de R$ 77 milhões, destacando nesse setor instituições melhoradoras como Embrapa, Fundacep, Fepagro, OR, Coodetec, Iapar, e que a produção de sementes de trigo é a segunda em volume no Brasil, com 15% do total produzido?. O setor de sementes no Brasil movimenta mais de R$ 2 bilhões. Vale ressaltar que o ganho genético, em kg por hectare ano foi o segundo melhor no mundo nos últimos 40 anos... Destaca-se o Paraná, com 56% da produção de sementes. • O setor de máquinas e implementos faturou em 2002 R$ 4,18 bilhões. Produtores de trigo compraram em 2002 R$ 212 milhões em colhedoras (para uso nas culturas da soja e trigo), R$ 280 milhões em tratores, com destaque para as empresas AGCO, New Holland, Valmet e John Deere. • A importância da cultura do trigo para as empresas de fertilizantes também é grande. Em 2002 foi gasto R$ 297 milhões na Trevo, Bunge, Cargill, Heringer e Fertipar. Para as empresas de calcário, estima-se que o trigo represente algo entre R$ 3 e R$ 5 milhões, mas devemos considerar que grande parte do calcário utilizado pela cultura do trigo advém das aplicações feitas para cultura de verão (em especial soja e milho), e que portanto esse valor é muito maior. • Para as empresas de defensivos, produtores de trigo representaram R$ 212 milhões em vendas em 2002, 4% do faturamento de Bayer, Syngenta, Basf, Milênia, Monsanto e Dupont. Em especial, a cultura do trigo utiliza intensamente fungicidas. 99 3.3 – A Importância do Trigo na Produção Rural • trigo é o segundo grão mais produzido no mundo, com 26,9% do volume total produzido, ficando atrás apenas do milho com 27,6% total (567 milhões de toneladas o trigo e 590 milhões de produção do milho). Nos últimos 4 anos esta produção de trigo caiu quase 4%. • Como produtores mundiais, a China destaca-se como o principal (92 milhões de toneladas), seguido da União Européia (103 milhões, o bloco), Índia (72 milhões), Rússia (49 milhões) e EUA (44 milhões). Destaca-se o crescimento da Rússia nos últimos 5 anos na ordem de 83% e a queda da produção de China (16%), EUA (36%) e Canadá (35%). Se confirmada a colheita prevista para 2003, a produção brasileira aumentará em 87,3% em relação a safra 98/99. • Brasil não figura entre os 10 maiores produtores mundiais, com suas 4,5 milhões de toneladas estimadas para serem produzidas em 2002/03, porém, é o que teve a maior taxa de crescimento no mundo quando se compara 2002 com 1998 (87% de crescimento). Rússia e Ucrânia também se destacam na produção e no crescimento, enquanto que EUA, Canadá e China reduziram suas produções no período. • O trigo é o grão mais comercializado, representando 36% do comércio internacional de grãos, com crescimento anual médio do comércio em 3,6%. Porém, apenas 18% da produção mundial é comercializada. Na soja, quase que 30% da produção mundial é comercializada. Países do leste europeu vêm crescendo em participação. Em termos de exportação de trigo, os destaques são EUA (25%), Canadá (15%), Austrália (14%), União Européia (13%) e Argentina (10%). O Brasil é medalha de ouro nas importações, importando 6,7% do total comercializado, seguido pelo Egito com aproximadamente 6%. União Européia, Japão e países da antiga União Soviética também são grandes importadores. A produtividade brasileira da cultura do trigo (1.700 Kg/ha) é inferior a produtividade mundial (2.700 Kg/ha). A maior produtividade dessa cultura é observada nos países da União Européia (5.700 Kg/ha), cerca de 330% acima da produtividade brasileira. • Como cultura de inverno, fica evidente que o trigo reduz a ociosidade do investimento terra, podendo propiciar duas culturas aos fazendeiros, e mais do que isto, dando melhor uso para sua mão de obra, máquinas, infra-estrutura de armazenagem e outros investimentos. Só como exemplo, a utilização do trigo em rotação de culturas, pode reduzir em 15% o custo de produção da soja, isso devido a aumento da fertilidade do solo, diminuição de invasoras, entre outros fatores. • Segundo a FNP, um produtor que consiga produzir 2.300 kg/ha terá um custo aproximado de R$ 700 neste hectare e vendeu sua produção a R$ 920, tendo um resultado de R$ 214/hectare. Em regiões de fronteira como MS e MG os resultados podem ser superiores em virtude de produtividade e preços. • Você sabia que entre 2001 e 2002 a oportunidade de emprego no trigo cresceu 14,8%, contra uma média de 4,7% nas culturas do agronegócio brasileiro. Estima-se que a cultura empresa 108 mil famílias de produtores e mais de 200 mil empregos indiretos, em 83 mil propriedades rurais. • Para os produtores rurais o transporte da safra de trigo é importante para diminuição do custo do frete dos Insumos para safra de verão (soja por exemplo), uma vez que a mesma carreta que transporta o trigo – grão, “chega” carregada nas propriedades agrícolas com os diferentes insumos necessários para o desenvolvimento da safra de verão. Assim, ocorre a diluição do custo do frete. • A área usada pelo trigo no Brasil deverá crescer de 1 milhão de hectares em 1994 para quase 2,3 milhões na expectativa de 2002/2003. Em se verificando, a cultura do trigo é quem apresentou o maior acréscimo de área plantada, com 10,8% de acréscimo em relação à safra anterior. 100 • Em relação a produção rural de trigo, destaca-se no Brasil o estado do Paraná, com 53% do total, seguido do Rio Grande do Sul, com 36%, Mato Grosso do Sul com 4% e Santa Catarina (3%). São consideradas fronteiras, pelas taxas de crescimento, Goiás, São Paulo e Minas Gerais e recentemente o Semi-Árido, onde só na região de Barreiras existe um potencial para 20.000 hectares, onde, de maneira irrigada, o trigo pode produzir até 5.000 kg/ha. • A produtividade brasileira deverá aumentar em 136% entre 90/91 e 2002/2003, estando próxima a 2000 kg/ha. Observa-se que a produtividade de Minas Gerais e Distrito Federal como sendo as maiores do país, devido ao uso da irrigação nestas áreas. Mesmo assim o Brasil ainda está abaixo da média mundial, de aproximadamente 2.700 kg/hectare. • Brasil produzirá em 2002/2003 aproximadamente 44% das suas necessidades de consumo. Segundo Bacaltchuk, o Brasil deverá consumir 10,75 milhões de toneladas em 2007. • Estudos da Embrapa Trigo (Bacaltchuk & Ignaczak, 2002) mostram um potencial de 5,2 milhões de hectares no Brasil, nas atuais regiões produtoras, para expansão da cultura do trigo, o que poderia gerar quase 13 milhões de toneladas de trigo, com aptidões para os tipos de trigos por regiões. • O preço médio recebido pelos produtores em 2002 foi de R$ 408,00 / tonelada. Em relação a sazonalidade dos preços recebidos pelos produtores, nos meses de junho e julho os preços costumam estar atrativos, e nos meses de novembro, dezembro, janeiro e fevereiro normalmente apresentam preços mais baixos. • Em termos de impostos, a produção rural de trigo em 2002 gerou R$ 33 milhões em impostos recolhidos. • Estima-se que em combustíveis são consumidos no processo produtivo do trigo cerca de 208 milhões de litros, aproximadamente R$ 200 milhões (Bacaltchuk & Ignaczak, 2002). • Finalmente, vale dizer que o trigo não tem boa performance no agronegócio brasileiro quando olhamos a balança comercial. Com importações na casa dos U$ 900 milhões por ano é o campeão nacional em importações do agronegócio, representando quase a metade das importações do agronegócio brasileiro. A importação de trigo se dá majoritariamente da Argentina, estável nos últimos 5 anos, ao redor de 7 milhões de toneladas. O crescimento do consumo (de 8 para 10,3 milhões de toneladas) tem sido ocupado com a produção nacional (de 2,4 para 3,8 milhões de toneladas). Pelo Porto de Santos desembarca 33% do trigo importado pelo Brasil, seguido por RJ com 14% e Ceará com 14%. 3.4 – Os Moinhos de Trigo • Você sabia que existem no Brasil aproximadamente 190 Moinhos, com uma capacidade instalada para moagem de 15 milhões de toneladas de trigo? Desta capacidade, 72% está no Sul, 15% no Sudeste, 7% no Nordeste, 4% no Centro Oeste e 2% na região Norte do Brasil. Entre os principais grupos, destacam-se Bunge (15%), J Macedo (10%), Predileto (6%), Anaconda (6%), Pacífico (6%) e Dias Branco (6%). Estes grupos produzem ao redor de 6,7 milhões de toneladas de farinha. • Vale dizer que em 2002 além das importações de trigo, importou-se também 95,5 mil toneladas de farinha de trigo, num valor de US$ 17,2 milhões. Também foram importados (2002) 107,5 mil toneladas de misturas e pastas para Panificação, representando um valor de US$ 22,7 milhões. 101 • faturamento dos moinhos em 2002 foi de 5,85 bilhões de reais, advindo de uma produção de 6,7 milhões de toneladas de farinha e 2,3 milhões de toneladas de farelo. O setor de moinhos gera ao redor de 30 mil empregos. • Diversas empresas são fornecedoras dos moinhos de trigo, com mercados consideráveis em 2002. A seguir faremos um resumo: Empresas de plásticos flexíveis, ráfia, filmes plásticos, Big Bag e envelopes plásticos venderam em 2002 para trigo R$ 777 milhões. Detacam-se Agir, Braspol, Cacique, Cofama, Fiabesa, Rafitec, entre outras no caso de Ráfia e Procópio, Cata, Propex, Sacoplast no caso de Big Bags. Empresas de fermentos venderam em 2002 para o setor do trigo 90 mil toneladas, o que representa R$ 213 milhões. Destacam-se a Fleischmann, Mauri, Itaiquara. Empresas de papelão ondulado para embalagens venderam cerca de R$ 21,3 milhões para os moinhos de trigo, com destaque para Rigesa, Klabin, Trombini e Orsa. Empresas de ácido ascórbico e pré-misturas vitamínicas venderam em 2002 R$ 25,8 milhões ao setor de trigo. Destacam-se Roche, Mcassab, Granotec, Rhodia, Basf, Merck, entre outros. Empresas de enzimas venderam em 2002 R$ 54 milhões ao setor de trigo. Destacam-se Granotec, Colombo, Danisco, Prozyn, Quest e Ajinomoto, entre outros. Empresas de sal venderam em 2002, R$ 27,3 milhões ao setor de trigo. Destacam-se Refinaria Nacional de Sal, Norsal, Álcalis e Romani. No caso de açúcar, estima-se que as Usinas vendem anualmente R$ 480 milhões ao setor com destaque para Crystalsev, Cosan, Copersucar, Barra e outras. 3.5 – A Indústria de Alimentos (Produtos Produzidos a Partir dos Derivados do Trigo – Pode ser por Moinhos Analisados no Item 3.4) • Da produção de farinha de trigo dos moinhos, vale ressaltar que 15% vai para a indústria de massas, 41% para a indústria da panificação, 8% para a indústria de biscoitos, 25% para a indústria da ração animal, 13% para uso doméstico e 2% para outros. • A indústria dos derivados do trigo é a 5a. indústria em importância nos produtos alimentares, após laticínios, café, carne e óleos. • As empresas produtoras de pão industrializado, que tem no trigo um de seus principais componentes, com destaque para Pulmann, Wickbold, Nutrela, Seven Boys, Panco, entre outras, faturaram R$ 2 bilhões em 2002. • Brasil consome 5,5 kg por habitante por ano de massas, enquanto que países como Itália (28kg), Venezuela (12kg) e Eua (9kg) estão bem a frente. O setor trabalha com um potencial de mercado para o Brasil de 8 kg/hab/ano. Em 2002 foram vendidas 981 mil toneladas, o que representou um mercado de R$ 2,28 bilhões. Vale dizer que o consumo no Brasil encontra-se estacionado. • A produção brasileira de biscoitos é movimentada por 876 indústrias, sendo 201 empresas instaladas no estado de São Paulo. É o segundo maior produtor mundial. Em 2001, foram produzidas 1.001 milhão de toneladas de biscoitos. Com um faturamento de R$ 3,48 bilhões. É enorme o potencial de 102 crescimento do mercado de biscoitos, uma vez que o consumo per capita de biscoitos no Brasil é de apenas 5,9 kg/habitante/ano. Esse consumo é muito pequeno se comparado com países como Holanda (14,13 kg/habitante/ano), Inglaterra (11,95 kg/habitante/ano) e Argentina (7,90 kg/habitante/ano). • Em 2002, a indústria de alimentação animal no Brasil obteve faturamento acima de US$ 7 bilhões (R$ 21 bilhões). A quantidade (toneladas) demandada de farelo de trigo e triguilho na formulação de rações animais representam 23% do total de ingredientes usados nas rações de bovinos de corte e leite, 10% na suinocultura, 8% na avicultura para postura e 2% na avicultura de corte. O uso em 2003 de 43.872.400 toneladas de derivados do trigo nas rações animais representa 7% do total de ingredientes utilizados para esse fim. O farelo de trigo é uma fonte de proteínas e fibras para os animais. O triguilho é classificado como um produto energético, mas também contribui com seu conteúdo protéico. Pode ser uma alternativa para redução de custos no programa nutricional. 3.6 – Agentes e Canais de Distribuição Final Envolvidos com Trigo • O setor de refeições coletivas como um todo fornece 4,9 milhões de refeições/dia, movimenta uma cifra superior a 4 bilhões de reais por ano, oferece 150 mil empregos diretos, consome diariamente um volume de 2,5 mil toneladas de alimentos e representa para os governos uma receita de 1 bilhão de reais anuais entre impostos e contribuições (ABERC, 2003). • Obs.: O mercado potencial de refeições coletivas está estimado em 23 milhões de unidades/dia para empregados de empresas, e em 17 milhões nas escolas, hospitais e Forças Armadas (ABERC, 2003). • Os derivados do trigo (pão, farinha e macarrão) são responsáveis por cerca de 8% do valor dos ingredientes das refeições coletivas. Estima-se que no setor de refeições coletivas a compra de derivados do trigo para elaboração das refeições representou o valor de R$ 235 milhões em 2002. • O setor atacadista, que distribui muitos produtos da cadeia do trigo, faturou em 2002, segundo a ABAD, R$ 52,8 bilhões. Estimativas do setor indicam que cerca de 4,5% do faturamento do atacado distribuidor é com produtos derivados do trigo, ou seja, R$ 2,12 bilhões. • O setor varejista faturou em 2001 R$ 72,5 Bilhões, gerou 710, 7 mil empregos diretos em 69.396 lojas. O segmento de supermercados* corresponde a 91,4 % do faturamento do setor (R$ 66,3 Bilhões). Os derivados do trigo (pães, farinhas, biscoitos, massas e outros) correspondem a 8,2 % do faturamento dos supermercados, ou seja, R$ 5,9 Bilhões. • O setor de padarias é um fundamental componente da cadeia do trigo representa um faturamento ao redor de R$ 20 bilhões. Emprega com mão de obra direta mais de 550.000 empregados. 32% do faturamento das padarias vem da venda de pães, representando, portanto, R$ 6,6 bilhões. Vale ressaltar que as padarias vem perdendo faturamento para lojas de conveniência, supermercados e fast-food. • A cadeia do trigo tem grande capilaridade na distribuição, pois diariamente é entregue farinha nas padarias, trazendo oportunidades de uso desta malha para programas privados ou governamentais. • Cada Padaria emprega em média 12 pessoas e atende cerca de 660 clientes por dia. O setor é composto de cerca de 100.000 pequenos empresários. Das 52 mil padarias existentes no Brasil, 5% são grandes, 22% médias e 73% pequenas. Vale ressaltar a queda do número de padarias no Brasil, o que socialmente não é interessante. Em 1984, em média, uma padaria consumia 7 sacos / dia (25 Kg) de farinha de trigo. Em 2001, esse número diminuiu para 3,45. 103 • A diminuição do faturamento devido à dificuldade de repassar aumento de preços ao consumidor brasileiro (que em geral possui baixo poder aquisitivo) resultou no fechamento de muitas padarias que não conseguiram enfrentar a concorrência agressiva (principalmente com supermercados), a baixa produtividade do estabelecimento (em média com 62% de ociosidade), falta de capital de giro, pequeno mix de produtos e serviços, fábricas clandestinas, vendas ambulantes, entre outros. • Os supermercados faturaram em 2001 R$ 66,3 bilhões. Os derivados do trigo (pães, farinhas, biscoitos, massas e outros) representaram 8,2% desse faturamento, ou seja, R$ 5,42 bilhões. 3.7 – Tipos de Padaria • • • • Padarias tipo Boutique: são aquelas localizadas em regiões de alto poder aquisitivo, onde são comercializados, em sua maioria, produtos próprios e importados, sendo que o número de padarias desse tipo, no Brasil, não é, ainda, expressivo. Padarias de Serviço: são aquelas localizadas em regiões centrais e em ruas de grande circulação e concentração de lojas comerciais ou escritórios. Além dos produtos típicos de padaria e confeitaria, oferecem, também, dentre outros, serviços de bar, lanchonete e fast food. Padarias de Conveniência: localizam-se em bairros residenciais. Além de oferecer os produtos e serviços das Padarias de Serviço, possuem um grande volume de produtos considerados de conveniência, com algumas chegando a comercializar cerca de 3.000 itens. Pontos Quentes: trata-se de uma tendência de origem européia, onde a padaria abre uma filial, envia alguns tipos de pães já embalados, bem como outros de pães congelados, para fazer o assamento no ponto quente. A vantagem é que não há necessidade de grandes espaços, haja vista a inexistência de um setor de produção, e, além disso, a reposição do estoque é realizada, diariamente, pela matriz, reduzindo, assim, os custos a serem incorridos com mão-de-obra e estocagem. 3.8 - O Consumo de Trigo • Brasil tem um consumo per capita de pão ao redor de 30 kg/ano, quando o recomendado pela OMS é de 60 kg/ano. Países como França e Chile consomem mais de 70/kg pessoa ano. O Paraguai consome 35kg/hab/ano. • Para atingir a média mundial (85 kg/habitante/ano) o Brasil precisaria aumentar o consumo de trigo (52 kg/habitante/ano) em 63%, e praticamente dobrar esse consumo para alcançar países desenvolvidos como a França (100 kg/habitante/ano). Mesmo no cenário interno existe um grande déficit quando comparadas as regiões mais desenvolvidas com as demais. Por exemplo, a região Centro-Oeste consome apenas 36% da quantidade registrada na região Sul. Essas informações mostram o grande potencial do País para o crescimento no consumo de trigo. 3.9 – Tributos recolhidos (2002) em alguns elos da cadeia do trigo (PIS/PASEP; COFINS e CPMF em cascata) • • • Insumos Agrícolas: US$ 30,6 milhões (Setor de sementes – US$ 2,5 milhões; Corretivos – US$ 70 mil; Defensivos – US$ 6 milhões; Máquinas e Implementos – US$ 13,5 milhões; Fertilizantes – US$ 8,5 milhões). Insumos para Moinhos: US$ 47,2 milhões (Setor de Plásticos Flexíveis - US$ 21 milhões; Papelão Ondulado – US$ 640 mil; Açúcar – US$ 17 milhões; Sal – US$ 790 mil; Fermentos – US$ 5,5 milhões; Oxidantes – US$ 740 mil; Enzimas – US$ 1,5 milhões). Produção Rural: US$ 11 milhões. 104 • • Moinhos: US$ 181 milhões. Indústria de Alimentos e Rações: 1,5 bilhões (Setor de Massas – US$ 76 milhões; Panificação – US$ 66,5 milhões; Padarias - US$ 665 milhões; Biscoitos – US$ 113 milhões; Ração Animal – US$ 553 milhões). 4 – Próximos Passos 4.1 – Por que seria bom se o trigo crescer? O trigo usa a mesma área das lavouras de verão, podendo melhorar sua escala de uso, não só da terra como da mão de obra e maquinário na fazenda, como também estruturas de estocagem e comercialização (armazéns e infra-estrutura de cooperativas). Funciona também como cultura para a necessária rotação na produção, contribuindo para as condições do solo. Em termos de transporte, o trigo é importante para o melhor uso dos fretes de retorno de muitos insumos que serão usados na safra de verão e que precisam ir para as fazendas. Em geração de impostos e empregos, é interessante ressaltar que o trigo entra justamente numa época onde os empregos estão disponíveis e contribuindo para maior recolhimento de impostos. O Brasil pode produzir praticamente todos os tipos de trigo e em regiões diferentes, reduzindo riscos da concentração regional e ampliando os benefícios para outras regiões. Segundo Cunha (2001), existe uma previsão para 2020 de um consumo mundial de trigo em torno de 1 bilhão de toneladas. Para isso, a partir de um rendimento de 2,5 t/ha, serão necessários aumentos constantes no rendimento da ordem de 2,5% ao ano até alcançar 4,5 t/ha em 2020. O ganho genético atribuído aos novos cultivares tem sido de cerca de 1% ao ano. Para o autor, a agenda de trabalho envolve a reestruturação da planta de trigo, com aumento do tamanho da espiga em até 50%, uso de trigo híbrido, introgressão do gene Lr 19 (resistência à ferrugem da folha) nas novas cultivares de trigo, incorporação de resistência múltipla a doenças nas novas cultivares, uso de marcadores moleculares e indicadores fisiológicos para assistir a seleção de novas cultivares e emprego de práticas de manejo sustentável da cultura do trigo, como plantio direto. Scheeren (2001) complementa esta lista agregando o fator plantas de porte mais baixo para reduzir incidência de acamamento. 4.2 - Áreas não tradicionais: Cerrado Para Cunha (2001), nas regiões de cerrado o trigo é plantado no sistema irrigado (geralmente em abril) e na “safrinha” (semeado em fevereiro). O trigo cultivado nessas condições é interessante mercadologicamente por ser a primeira safra colhida no Brasil (garantindo ao produtor melhor preço). Em sucessão à cultura de feijão ou algumas hortaliças, no esquema de pivô central, o cerrado tem potencial de plantar 100 mil hectares de trigo irrigado e de sequeiro, produzindo 700 mil toneladas colhidas na época de escassez (julho a setembro). Essa região poderia funcionar como reguladora de estoque, uma vez que, nas condições irrigadas as variações de rendimento e qualidade de grãos são pequenas 105 5 - Considerações Finais 5.1 - Quais são as ações para o trigo? Para definir as principais ações necessárias para o desenvolvimento da Cadeia do Trigo no Brasil realizado (09 maio de 2003) na FEA-SP (Faculdade de Economia Administração e Contabilidade Universidade de São Paulo) um Workshop com lideranças do Setor. A discussão envolvendo cerca de executivos resultou na formulação de uma agenda de trabalho por nós denominada de “Agenda Trigo”. As principais ações definidas nesse evento são apresentadas a seguir: foi da 50 do A “Agenda do Trigo”: 1. Articulação da cadeia. Foi observada a necessidade imediata do desenvolvimento de uma estrutura organizacional que permita a integração total entre os diferentes “elos” da cadeia e suas respectivas associações setoriais. A partir dessa articulação será possível elaborar ações conjuntas ou coletivas, envolvendo diferentes partes atuantes na Cadeia do Trigo, que favoreçam o setor como um todo. Sugeriu-se a criação do “Trigo Brasil”. 2. Aumento do consumo dos derivados do trigo. Para o maior desenvolvimento do setor é necessário aumentar o consumo dos derivados do trigo, uma vez que, o acréscimo na demanda e a conseqüente injeção de capital no setor, servirá como “mola” propulsora para novos investimentos em tecnologia. O baixo consumo per capita do trigo no Brasil vai além do debate sobre o conhecido problema de baixa renda da população brasileira, sendo também resultado dos hábitos alimentares em nosso País e de “tabus” como: “pão e massas engordam”. Contrastando com diversos outros países, a base de carboidratos na dieta alimentar do brasileiro é o arroz e não as massas. Desenvolver o paladar e o costume de nosso povo pelas diversas receitas baseadas nos derivados do trigo é uma ação importante para toda cadeia do trigo. 3. Aumentar a produção rural de trigo no Brasil. Atualmente a maior parte da necessidade de trigo em nosso País é suprida com a importação de grãos. Incentivar o aumento da produção competitiva nacional do trigo diminuiria a dependência externa da matéria-prima essencial para a cadeia. O aumento da produção rural está sustentado em duas ações principais: expansão da área cultivada e aumento da produtividade. A diversidade edafoclimática brasileira permite o cultivo de diferentes tipos de trigo em diferentes épocas do ano, assim, o estímulo de aumento da produção rural não deve ser apenas visando o aumento quantitativo da produção, mas sim, objetivar a produção com qualidade dos diferentes tipos de trigo requisitados pela indústria e em diferentes épocas do ano. É necessário ressaltar que ações públicas e privadas para garantir a viabilidade econômica ao longo-prazo do cultivo do trigo para o produtor rural são essenciais para evitar o já tradicional “efeito gangorra” da agricultura brasileira. 4. Incentivo da Pesquisa Agropecuária. Derivado da ação anterior, o incentivo à pesquisa agropecuária é essencial para o aumento da qualidade e produtividade do cultivo do trigo. O setor de melhoramento de sementes deve continuar desenvolvendo variedades mais produtivas e resistentes a pragas e doenças, além de adaptadas as diferentes condições naturais e fornecendo as classes de trigo desejadas pela indústria. A atividade de extensão deve garantir a melhoria das práticas agrícolas e a indústria de insumos deve elaborar mais produtos específicos para cultura, aumentando a eficiência do cultivo em nosso País. Também é importante o incentivo às pesquisas envolvendo a tecnologia de alimentos, visando a melhoria dos processos produtivos. 5. Elaborar um plano de comunicação. Existe a necessidade da elaboração de um plano de comunicação que enfatize a importância nutricional / funcional dos produtos derivados do trigo na alimentação humana. A Pirâmide Alimentar poderia ser um bom ponto de partida para esse plano. 106 6. Combater a informalidade. Participantes “informais” são maléficos para a cadeia pois, além de não recolherem impostos e funcionarem como concorrência desleal, diminuem a credibilidade e qualidade de todo o Setor. 7. Qualificação da mão-de-obra. As diferentes associações setoriais devem estar comprometidas no desenvolvimento de programas de treinamento e desenvolvimento da mãode-obra atuante no setor do trigo. Tal ação visa ganhos de produtividade e qualidade, lembrando que os recursos humanos são uma fonte de vantagem competitiva para a cadeia. Os pontos críticos isolados na reunião foram os trabalhadores rurais e os funcionários das padarias. 8. Investir na atualização tecnológica. Diversos “elos” da cadeia, em especial as padarias, estão defasados tecnologicamente. A atualização tecnológica dessas empresas proporcionará aumento de produtividade e qualidade, além da possibilidade do desenvolvimento de novos produtos. 9. Projeto Padarias. As padarias são importantes agentes de distribuição de trigo e derivados, bem como na distribuição de alimentos e perecíveis, face a concentração varejista. Também mantém empregos e regionaliza o desenvolvimento. Um projeto envolvendo diversos agentes das cadeias produtivas, sistema 5 s (Sebrae e outros) e Governo para modernização deste canal é de fundamental importância. 10. Discutir com o Poder Público fontes de financiamento. Recursos provenientes do governo para o financiamento das atividades agrícolas, pesquisas científicas, renovação tecnológica e outros, são vitais para o desenvolvimento da cadeia. 11. Discutir com o Poder Público a questão fiscal. A ampla discussão de questões relacionadas com o ICMS, SIMPLES, TEC, entre outros, devem ser pauta de reuniões com o Poder Público. Uma proposta consolidada por todos membros da Cadeia facilitaria a discussão. Associações e Instituições Consultadas ABAD. Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores. Disponível em: <http://abad.com.br> ABAG. Associação Brasileira de Agribusiness. Disponível em: < http://www.abag.com.br> ABERC. Associação Brasileira das Empresas de Refeições Coletivas. Disponível em: <http://www.aberc.com.br> ABIA. Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação. Disponível em: < http://www.abia.org.br> ABIANI. Associação Brasileira das Indústrias de Alimentos Naturais Integrais. Disponível em: <http://www.abiani.com.br> ABIMA - Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias. Disponível em: http://www.abima.com.br ABIMAQ – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos. Disponível em: http://www.abimaq.org.br ABIP. Associação Brasileira Da Indústria de Panificação e Confeitaria. Disponível em: http://www.abip.org.br ABITRIGO. Associação Brasileira da Indústria do Trigo. Disponível em:<http:// www.abitrigo.com.br> ABRACAL. Associação Brasileira dos Produtores de Calcário Agrícola. Disponível em: <http://www.sindical.com.br> ABRAS. Associação Brasileira de Supermercados. Disponível em: <http://www.abrasnet.com.br> ABRASEM. Associação Brasileira dos Produtores de Sementes. ANDA. Associação Nacional para Difusão de Adubos. Disponível em: <http://www.anda.org.br> APAS. Associação Paulista de Supermercados. Disponível em: <http://www.apas.com.br> 107 CATI. Coordenadoria de Assistência Técnica Integral. Disponível em: < http://www.cati.sp.gov.br> EMBRAPA, Trigo. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Disponível em: <http://www.cnpt.embrapa.br> FAO. Food And Agriculture Organization of The United Nations. Disponível em: <http://www.fao.org> FECOTRIGO. Federação das Cooperativas de Trigo e Soja do Rio Grande do Sul Ltda. <http://www.redeagro.com.br> IAC. Instituto Agronômico de Campinas. Disponível em: < http://www.iac.sp.gov.br> IAPAR. Instituto Agronômico do Paraná . Disponível em: <http://www.pr.gov.br/iapar/> ITAL. Instituto de Tecnologia de Alimentos. Disponível em < http://www.ital.org.br> MINISTÉRIO da Agricultura. Disponível em : <http://www.agricultura.gov.br> OCEPAR. Organização das Cooperativas do Estado do Paraná. Disponível em: http://www.ocepar.org.br OMS. World Health Organization. Disponível em: http://www.who.int SIMABESP. Sindicato da Indústria de Massas Alimentícias e Biscoitos no Estado de São Paulo. Disponível em: <http://www.simabesp.org.br> SEADE. Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados. Disponível em: <http://www.seade.gov.br> SEAE. Secretaria de Acompanhamento Econômico. Disponível em: <http://www.fazenda.gov.br/seae/> SECEX. Secretária de Comércio Exterior. Disponível em: <http://www.mdic.gov.br> SINDIPAN. Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria de São Paulo. Disponível em: <http://www.sindipan.org.br/> SINDIRAÇÕES. Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal. Disponível em: <http://www.sindiracoes.com.br> USDA. United States Department of Agriculture. Disponível em: <http://www.usda.gov> Empresas Consultadas Adria Alimentos, Ahold do Brasil, AGCO do Brasil, Aymoré, BASF, Basilar, Bauducco, Bayer CropScience, Bunge Alimentos, Cargill Agrícola, Carrefour, Coopersucar, Cotrigo, Copalma, Coperio, Cotrisal, Cotrijui, Cotrijal, Cotrimaio, Copalma, Cotrisa, Crystalsev, Danone, Dr. Oetker, Fertilizantes Aliança, Ford-New Holland, Fortaleza Biscoitos, Fri-Ribe, Gimenes Supermercados, Granotec, Fecoagro, Frescarini, Jacto, J. Macedo Alimentos, John Deere do Brasil, Jumil, Mabel, Marilan, Mezzani, Marchesan, Martins Atacadista, Mauri do Brasil, Milênia, Moinho Vera Cruz, Nestlé Brasil Ltda, Nissin Ajinomoto Alimentos, Norsal, Ocepar, OR, Melhoramento de Sementes, Orsa, Panco, Pão de Açúcar, Parmalat, Piraquê Biscoitos, Pastifício Selmi, Pullman, Roche Vitaminas do Brasil Ltda., Trakinas/Nabisco, Santista Alimentos, Sadia, Savegnago, Siba, Stara, Tectextil, Syngenta, Unilever, Valmont, Visconti, Wickbold. 108 Literatura Consultada ABITRIGO. Cadenas Agroindustriales em el Cono Sur: Setor Trigo. Série Documentos n°2. 71p. ALCOVER, M. Disponível em: <http://www.banet.com.br/Trigo/vantagens.htm.> Acesso em 28/jan/2003. AZEVEDO, P. F. De. 1998, Ambiente Institucional e Competitividade da Triticultura Nacional. Preços agrícolas, setembro de 1998, p 22/26 AZEVEDO, P. F. De; GIORDANO, S. R. & BORRÁS, M. A. 1998, O Sistema Agroindustrial do Trigo. Parte de estudo “Competitividade no Agribusiness Brasileiro” realizado pelo PENSA/FIA/FEA/USP. São Paulo, 1998 BACALTCHUK, B. & IGNACZAK, J. C. Aspectos relevantes da Cadeia do Trigo. Encontro de Planejamento das lavouras de Inverno. Erechim, 20 e 21 de maio de 2002. BARROS, G. S. de Camargo; CARDOSO, C. E. L.; GAMEIRO, A. H.; GUIMARÃES, V. D. A.; OLIVEIRA, P. ª de; BERBARI, S. A. G. Melhoria da Competitividade da Cadeia Agroindustrial da Mandioca no Estado de São Paulo. SEBRAE, ESALQ, CEPEA (2003). 78p. BLUM, R. Análise Econômica Comparativa de Sistema de Produção com e sem o Cultivo do Trigo. Baseado em parte da dissertação de Mestrado- Universidade Federal do Rio Grande do Sul BNDES. Um panorama do segmento de padarias no Brasil. Gerência Setorial de comercio e Serviços, n° 26, maio / 2001, 6p. COLLE, C. A. 1998, A Cadeia Produtiva de Trigo no Brasil: Contribuição para a Geração de Emprego e Renda. Dissertação de Mestrado – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS. COSTA, F. A. S & CAMPOS, A. C. de Avaliação da Política de Sustentação à Triticultura Brasileira. Anais do XXXVI Congresso da Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural. CUNHA, G. R. Assim caminha a ciência do trigo. In. Trigo no Brasil: História e Tecnologia de Produção. Passo Fundo: Embrapa, 2001. p. 43 – 52. FAGUNDES, M. H. Sementes de Trigo: algumas considerações sobre o setor. 2003, 22p. FARINA, E. M. M. Q. & SILVA, V. M. 1988, Trigo: Entendendo as Mudanças. Informações Fipe, n 97, p 17, jun 1988, São Paulo. FELDEN, A. M. & LARSON, D. W. Análise dos Efeitos de Meios Alternativos de TransporteArmazenamento de Trigo e Soja no Rio Grande do Sul. FGV, 1995. Tese (Doutorado em Economia) – Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro.Anais do XXXIII Congresso da Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural. FILHO, G. S. B. Rocha, D. De P. O Efeito das Políticas Publicas sobre as Cadeias Agropecuárias da Soja e do Trigo. Anais do XXXIX Congresso da Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural FILHO, J. F. F. 1995, A Política Brasileira de fomento à Produção de Trigo- 1930/1990. FNP. Agrianual – Anuário da Agricultura Brasileira. São Paulo: FNP, 2003, 544 p. GARCIA, L. A. F & Neves, E. M. 1997, Medidas de Concentração Industrial da Moagem do Trigo no Brasil. Dissertação de Mestrado – Esalq- Usp - Piracicaba, SP 1997. GONTIJO, V. Subsídios ao Trigo: O Diabo Amassa o nosso Pão? Revista da Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural (CD de 20 anos de publicação das revistas da Sober). GRENNES, T & SILVA, O. M da Wheat in Mercosur: Is there any Diversion. Anais do XXXVI Congresso da Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural. IP&C. Revista Panificação e Confeitaria. Ano 68, n° 723, jan/fev 2003. 50p. JUNIOR, S. F & Carvalho, F. M. A. de Abertura Comercial e Liberalização Econômica nos Setores Tritícolas Brasileiro e Argentino. Anais do XXXIX Congresso da Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural. LAVINAS, L. & MARGINA, M. 1996, Desregulamentação e Globalização da Cadeia do Trigo Anais do XXIV Encontro Nacional de Economia – ANPEC, Águas de Lindóia , dezembro de 1996. MAIA, S. F & Lima, R. C. de Avaliação da Determinação do Preço Mínimo do Trigo: uma análise de auto regressão vertical. Anais do XXX Congresso da Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural 109 MAIA, S. F. 1996, Competitividade da Produção de trigo no Paraná. Universidade Federal de Viçosa – Dissertação de Mestrado defendida. Viçosa. MAIA, S. F. & Silva, O. M. Da & Campos, A. C. & Leite, C. A. M. Importação X Produção Doméstica: uma análise da competitividade do trigo no Paraná. Anais do XXXIV Congresso da Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural MELO, E. de. O Brasil vai exportar trigo. In. Trigo no Brasil: História e Tecnologia de Produção. Passo Fundo: Embrapa, 2001. p. 23 – 42. MENDES, A. G. 1994, Liberalização de Mercado e Integração Econômica do Mercosul: Estudo de caso sobre o Complexo Agroindustrial Tritícola. Livro publicado pela IPEA.Brasília, 172p. MINETTO, T. & OORTS, P. M. 1995, A Cadeia do Agibusiness Gaucho do Trigo. Fecotrigo (mimeo), Porto Alegre. MOLITORIA, Técnica. Técnica Molitoria Internacional. Pinerolo,Vol. 54, 2003, 233p. PROCOM. Disponível em: <http://www.procon.sp.gov.br/informativoscbmensal.shtml> QUEIROZ, J. A. C. Análise da Indústria Moageira Brasileira: um estudo em empresas no sudeste brasileiro. Brasília, 2001, 131p. Dissertação de Mestrado. Universidade de Brasília – Faculdade de Estudos Sociais Aplicados. ROSA, B. Situação do Trigo no Brasil.1997, Revista da Política Agrícola,Brasília, ano 4, n. 1, p 7-10 jan/fev/mar. SCHEEREN, P. L. Melhoramento de trigo no Brasil. In. Trigo no Brasil: História e Tecnologia de Produção. Passo Fundo: Embrapa, 2001. p. 53 – 62. SERIGNESE, A. 1994, Interacion Del Produtor Agropecuário en el Setor de harinas y Subprodutos de Trigo. Editora Sagyp, Buenos Aires. SILVA, J. R da; RONCATO, C. R.; FEREIRA P. T. Análise do Dispêndio Com Defensivos Agrícolas na Cultura do Trigo, Brasil, 1991-2001. Informações Econômicas, SP, v.31, n.9, set. 2001. SILVA, M. S. e. Trigo no Brasil começa nos Cerrados. In. Trigo no Brasil: História e Tecnologia de Produção. Passo Fundo: Embrapa, 2001. p. 103 – 108. SILVA, V. M. A. 1992, Regulação do Mercado Brasileiro do Trigo. Livro publicado pela editora USP. São Paulo, 1992 (livro baseado em dissertação de mestrado). SOUSA, W. de. Ranking 2002. Revista SuperHiper (ABRAS), ano 28, n°320, maio de 2002. P. 12 – 33. TRIGO, Anuário do. Nasce uma Nova Era: o trigo recupera sua nobreza. Passo Fundo: Diário da Manhã, 2001, 39p. VIEIRA, L. C. 1996, Efeitos das Políticas públicas sobre a Produção de Milho, Soja e Trigo no Brasil e na Argentina. Dissertação de Mestrado defendida na Esalq, Piracicaba. WAQUIL, P. D. Os impactos da Liberalização no Comercio Internacional do Trigo: utilizando um modelo dual. Anais do XXXV Congresso da Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural. 110 Sites Interessantes Government http://www.usda.gov U.S. Department of Agriculture (USDA) http://www.aphis.usda.gov - Animal and Plant Health Inspection Service http://www.uswheat.org - Economic Research Service - Grain Inspection, Packers and Stockyards http://www.usda.gov/giqsa/pubs/pubs.htm Administration http://home.doc.gov U.S. Department of Commerce http://www1.usatrade.gov/website/ccg.nsf - U.S. Commercial Service http://www.fas.usda.gov Foreign Agriculture Service (FAS) http://www.fas.usda.gov/export-sales - Export Sales Report (released on Thursdays) http://www.wto.org World Trade Organization State Wheat Organizations Arkansas Wheat Promotion Board California Wheat Commission Illinois Wheat Association Kansas Wheat Commission Maryland Grain Producers Minnesota Wheat Research & Promotion Council Montana Wheat & Barley Committee North Carolina Small Grain Growers North Dakota Wheat Commission Oklahoma Wheat Commission Oregon Wheat Growers League South Dakota Wheat Commission Texas Wheat Producers Board & Association Virginia Small Grains Association Washington Association of Wheat Growers Wheat Organizations American Institute of Baking Caribbean Millers Association (CMA) Grain and Feed Trade Association Idaho Grain Producers Association International Grains Council International Grains Program (IGP) http://www.arkansaswheat.org http://www.californiawheat.org http://www.illinoiswheat.org http://www.kswheat.com http://www.marylandgrain.com http:/www.smallgrains.org http://wbc.agr.state.mt.us http://www.ewheat.com/ncwheat http://www.ndwheat.com http://www.state.ok.us/~wheat http://www.owgl.org http://www.sdwheat.com http://www.texaswheat.org http://www.vawheat.vt.edu/contact.html http://www.wawg.org http://www.aibonline.org http://www.caribmillers.com http://www.gafta.com http://www.idahograin.org http://www.igc.org.uk http://www.ksu.edu/igp 111 National Association of Wheat Growers (NAWG) National Grain & Feed Association Northern Crops Institute University of Arkansas Wheat Research U.S. Agricultural Export Development Council Wheat Export Trade Education Committee (WETEC) Wheat Foods Council Wheat Quality Council 2003 Short Course Schedules California Wheat Commission Northern Crops Institute International Grain Programs (IGP) USW Sponsored Mills & Schools Eslamo Milling School (Venezuela) ESCUELA LATINOAMERICANA DE MOLINERIA I.F.I.M (Morocco) http://www.wheatworld.org http://www.ngfa.org http://www.northern-crops.com http://www.uark.edu/misc/wheat http://www.usaedc.org http://www.wetec.org http://www.wheatfoods.org http://www.wheatqualitycouncil.org http://www.californiawheat.org/Laboratory.htm http://www.northern-crops.com http://www.ksu.edu/igp/training.htm http://www.uswheat.org/SchoolsAndMills.nsf http://www.uswheat.org/SchoolsAndMills.nsf http://www.ifim.org Boards of Trade Chicago Board of Trade Kansas City Board of Trade Minneapolis Grain Exchange - Daily Wheat Futures http://www.cbot.com http://www.kcbt.com http://www.mgex.com http://exchanges.barchart.com/intra/mgex Agricultural Media AG-Central AGWEEK DTN AgData Farm Journal Grainnet High Plains Journal Milling & Baking News (Sosland) Progressive Farmer Successful Farming World Grain http://www.ag-central.com http://web.northscape.com/content http://www.agdayta.com/menu/madx http://www.farmjournal.com http://www.grainnet.com http://www.hpj.com http://www.sosland.com http://www.progressivefarmer.com/today http://www.agriculture.com http://www.world-grain.com 112 A CADEIA PRODUTIVA DO TRIGO Plásticos flexíveis R$ 777 milhões Massas R$ 2,361 bilhões Papelão Ondulado R$ 21,3 milhões Panificação R$ 2,055 bilhões Açúcar R$ 480 milhões Sementes R$ 77 milhões Sal R$ 27,3 milhões Biscoitos R$ 3,48 bilhões Fermentos R$ 213 milhões Corretivos R$ 3 milhões Oxidantes R$ 25,8 milhões Alimentos Naturais - Enzimas R$ 54 milhões Defensivos 212 milhões Máquinas e Implementos R$ 492 milhões Refeições Coletivas R$ 4,32 bilhões Produção Trigo R$ 1,152 bilhões Importação de Trigo R$ 2,634 bilhões Moinhos R$ 5,85 bilhões Outros Importação de Farinha, Farelo e Misturas R$ 120 milhões Fertilizantes R$ 297 milhões Fonte: PENSA A T A C A D O R$ 2,1 bilhões V A R E J O R$ 5,97 bilhões C O N S U M I D O R Padarias R$ 6,6 bilhões Ração Animal - SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE PRODUROS AGROPECUÁRIOS 113