FORECAST OF INSOLVENCY: A COMPARATIVE
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FORECAST OF INSOLVENCY: A COMPARATIVE
FORECAST OF INSOLVENCY: A COMPARATIVE ANALYSIS BETWEEN THE FINANCIAL STATEMENTS FOR THE HITS AND ERRORS ABSTRACT The aim of this paper is to compare the result of applying the model prediction of insolvency, based on discriminant analysis, when combining indicators from the Balance Sheet (BP) with indicators derived, either the Statement of Income, Statement of Changes in now Applications and Resources, now the Statement of Cash Flows. It is intended to verify that some of these statements have compared, the best percentage of success in the ratings. We used a sample of 50 enterprises, 25 and 25 insolvent solvent, the latter being handled as pairs of insolvent. The model is mounted, single based on the indicators used in many insolvency prediction, presented in the literature review. As predicted, when summed indicators of statements, the results produced only indicators from the BP, the percentage rating improves. However, when analyzed individually, the results vary according to the source of the statement that complements the indicators from the BP. Keywords: Insolvency; Discriminant Analysis; Accounting Indicators. 1. INTRODUÇÃO As pesquisas a respeito de indicadores que busquem prever quais empresas correm riscos de solvência sempre estiveram presentes no contexto acadêmico da gestão financeira das empresas. Determinar que indicador, ou grupo de indicadores, tem a capacidade de fornecer as informações mais precisas para tal previsão tem sido o ponto central deste tipo de pesquisa. De acordo com Fitzpatrick (1932) e Winakor e Smith (1935), a pesquisa sobre o “insucesso” de empresas com base em indicadores obtidos a partir dos demonstrativos contábeis ganhou corpo nos anos 70 (Blum 1974, Deakin 1972, Edmister 1972, Kanitz 1978 e tantos outros), em seguida aos trabalhos pioneiros de Beaver (1967) e de Altman (1968). Para Van Horne (1998) grande parte das estimativas do poder de previsão de índices financeiros baseiase na experiência passada do analista com os mesmos. Por sua própria natureza, essas estimativas tendem a ser subjetivas e diferem de um analista para outro. O potencial para testes empíricos do poder subjacente aos dados de demonstrativos financeiros é enorme. Essa demanda por previsões e tendências da continuidade das empresas se tornam prementes em momentos de crises econômicas, onde os analistas de mercado procuram permanentemente fornecer aos investidores um direcionamento de mercado a respeito da saúde financeira das empresas. No Brasil, de acordo com a Serasa Experian1, entre o período de janeiro de 1999 a abril de 2013, cerca de 220 empresas, em média, tiveram falência decretada mensalmente, o que demonstra a importância do tema na conjuntura brasileira. Adicionalmente, na busca da convergência das normas de contabilidade brasileira com as normas internacionais e atender às necessidades dos usuários das informações contábeis, a Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007 modificou a Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, substituindo a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) pela Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) Almeida (2010) e Gruenfeld (2007). Aparentemente esta substituição objetivou adequar as normas contábeis adotadas no Brasil ao contexto internacional, sem entrar no mérito sobre a utilidade da demonstração substituída. O presente artigo tem como objetivo central comparar o resultado obtido pela aplicação de modelo de previsão de insolvência, baseado em análise discriminante, quando se combinam indicadores provenientes do Balanço Patrimonial – BP com indicadores oriundos, ora da Demonstração do Resultado do Exercício - DRE, ora da Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos - DOAR, ora da Demonstração dos Fluxos de Caixa - DFC. Pretende-se verificar se algum destes demonstrativos apresentam, quando comparados entre si, maiores ou menores percentuais de acertos e erros de classificação. O modelo é único, montado com base nos indicadores utilizados em diversos modelos de previsão de insolvências, apresentados na revisão de literatura. 2. REFERENCIAL TEÓRICO A partir da década de 60, a previsão de insolvência de empresas tem sido amplamente pesquisada e difundida, tendo como primeira referência o modelo Escore-Z de Altman (1968). Mais tarde, o mesmo Altman et al. (1977), desenvolveu um novo modelo de classificação de insolvência chamado Zeta, uma atualização e aprimoramento do modelo Escore-Z original. 1 A Serasa Experian, parte do grupo Experian, é o maior bureau de crédito do mundo fora dos Estados Unidos, detendo o mais extenso banco de dados da América Latina sobre consumidores, empresas e grupos econômicos. FORECAST OF INSOLVENCY: A COMPARATIVE ANALYSIS BETWEEN THE FINANCIAL STATEMENTS FOR THE HITS AND ERRORS Ao longo dos últimos anos foram desenvolvidos alguns modelos estatísticos que buscavam prever, através da análise de discriminantes, quais empresas poderiam estar passando por graves dificuldades financeiras, colocando em risco a continuidade de seus negócios. Sendo assim, puderam ser observados alguns dos principais modelos desenvolvidos nesse período, principalmente em relação às variáveis escolhidas. De acordo com Hendriksen e Breda (1999) o objetivo da contabilidade seria o controle e a mensuração do patrimônio da entidade, a qual tem o resultado de sua atuação espelhada nos Demonstrativos Financeiros que representam quantitativamente qual o valor atribuído à essa entidade. Os demonstrativos financeiros só são importantes à medida que possam ser utilizados como instrumento de predição sobre eventos ou tendências futuras, ou seja, ocorrendo um mesmo evento no futuro há alguma segurança de que os parâmetros financeiros do passado irão repetir-se (Hendriksen & Breda, 1999, p. 73). A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) mostra o fluxo de disponibilidades enquanto a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) é mais abrangente, pois evidencia as variações em função do Capital Circulante Líquido (CCL) e as mutações na posição financeiras em sua totalidade (Iudícibus, Martins & Gelbcke, 2009). Até o inicio da vigência da Lei nº 11.638 (2007), apenas as empresas de energia elétrica e participantes do novo mercado (por exigência da ANNEL e da BOVESPA) eram obrigadas a fazer e publicar a DFC. A DOAR é considerada mais rica em termos de informação (Iudícibus, Martins & Gelbcke, 2009) e Almeida (2010), pois fornece dados que não constam nas demais demonstrações financeiras: se a empresa está reduzindo ou aumentando seu CCL, qual o valor dos recursos gerados pelas operações próprias, como foram aplicados os recursos obtidos com os novos empréstimos a longo prazo, a remuneração dos acionistas e a posição financeira da empresa. Entretanto, usa termos não facilmente compreendidos pelos usuários das demonstrações contábeis (Almeida, 2010). Finaliza com a variação do CCL, como forma de igualar o total das origens com o total das aplicações, trazendo, para alguns usuários, dificuldades no entendimento da demonstração (Iudícibus, Martins & Gelbcke, 2009). A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) apresenta o resultado líquido do exercício social e de acordo com o artigo 187 da Lei nº 6.404, que segue o princípio da competência, deve apresentar as receitas do período, independente da sua realização e os custos pagos ou incorridos na obtenção dessas receitas. A DRE é indicador do resultado (lucro ou prejuízo) do exercício social da empresa e auxilia na apuração do Imposto de Renda (Iudícibus et al., 2010). 3. METODOLOGIA Foram pesquisadas, no período de 1999 a 2012, as empresas que se encontravam em concordata ou em recuperação judicial. Esta informação não é fácil de ser conseguida. Assim, as empresas que compõem a amostra de concordatárias foram coletadas em mais de uma fonte, quais sejam o site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e nas listas de empresas constantes das amostras de trabalhos acadêmicos realizados no período referenciado. Foram encontradas cerca de 40 empresas nessa situação, das quais foi possível obter dados contábeis do ano anterior à concordata, ou à recuperação judicial, apenas para um grupo de 25 empresas. Estas informações foram coletadas na base de dados do Economática e da CVM. Adicionalmente, selecionaram-se outras 25 empresas, admitidas como sem problemas financeiros, combinadas em par com as concordatárias, considerando o mesmo período e setor econômico, segundo a classificação encontrada na base de dados do Economática, totalizando uma amostra de 50 empresas. Quanto ao modelo de análise discriminante, optou-se por utilizar seis indicadores, já que este é o número médio de indicadores utilizados nos modelos descritos na revisão bibliográfica. Destes indicadores, quatro foram colhidos dentre os mais utilizados nos referidos modelos. Os dois indicadores restantes foram colhidos das demais demonstrações, dois a dois. Nessas condições, serão testados quatro modelos: • Modelo 1 com 4 indicadores provenientes apelas do BP; Modelo 2, com 4 indicadores provenientes do BP mais dois provenientes da DRE; Modelo 3, com 4 indicadores provenientes do BP mais dois provenientes da DOAR; Modelo 4, com 4 indicadores provenientes do BP mais dois provenientes da DFC. Os dados da DRE, DOAR e DFC foram padronizados pela divisão pelo valor das Vendas. Os indicadores selecionadas estão relacionados no quadro 1. Demonstrativo Indicadores Patrimônio Líquido / Ativo total BP (Ativo Circulante-Estoques )/ Passivo Circulante Ativo Circulante – Passivo Circulante / Ativo Total FORECAST OF INSOLVENCY: A COMPARATIVE ANALYSIS BETWEEN THE FINANCIAL STATEMENTS FOR THE HITS AND ERRORS Passivo Circulante + Passivo não Circulante / Patrimônio Líquido Lucro Líquido / Vendas DRE DOAR LAJIR / Vendas Resultado Operacional / Vendas Variação do Capital Circulante Líquido / Vendas DFC Caixa Operacional / Vendas Variação de caixa / Vendas Quadro 1: Demonstrativos e variáveis selecionadas Fonte: Elaborado pelos autores 4. RESULTADOS Utilizando somente os indicadores do Balanço Patrimonial encontramos os seguintes resultados: Tabela 1: Indicadores do Balanço Patrimonial como índice de solvência Bom Ruim Total % correto Boa 19 6 25 76,00% Ruim 8 17 25 68,00% Total 27 23 50 72,00% Fonte: Elaborada pelos autores. O modelo classificou corretamente 19 das 25 empresas dadas como boas e 17 das 25 dadas como ruins, obtendo um percentual total de acerto de 72%. Com relação à classificação do modelo com os dados do BP e da DRE foram encontrados os seguintes resultados: Tabela 2: Variáveis do BP e da DRE como índice de solvência Bom Ruim Total % correto Bom 22 3 25 88,00% Ruim 8 17 25 68,00% Total 30 20 50 78,00% Fonte: Elaborada pelos autores. O modelo classificou corretamente 22 das 25 empresas dadas como boas e 17 das 25 dadas como ruins, obtendo um percentual total de acerto de 78%. Quando avaliamos o modelo com as variáveis do BP e da DOAR observamos os seguintes resultados: Tabela 3: Variáveis do BP e da DOAR como índice de solvência Bom Ruim Total % correto 20 5 25 80,00% Ruim 7 18 25 72,00% Total 27 23 50 76,00% Bom Fonte: Elaborada pelos autores. O modelo classificou corretamente 20 das 25 empresas dadas como boas e 18 das 25 dadas como ruins, obtendo um percentual total de acerto de 76%. E por último o modelo BP e DFC que apresentou os seguintes resultados: Tabela 4: Variáveis do BP e DFC como índice de solvência. Bom Ruim Total % correto Bom 21 4 25 84,00% Ruim 8 17 25 68,00% Total 29 21 50 76,00% Fonte: Elaborada pelos autores. O modelo classificou corretamente 21 das 25 empresas dadas como boas e 17 das 25 dadas como ruins, obtendo um percentual total de acerto de 76%. FORECAST OF INSOLVENCY: A COMPARATIVE ANALYSIS BETWEEN THE FINANCIAL STATEMENTS FOR THE HITS AND ERRORS Segundo Bellovary et al. (2007) a literatura de previsão de falências comumente refere-se a erros dos tipo I e tipo II, onde erros do tipo I são os erros de classificação de empresas ruins como empresas boas e erros do tipo II sendo o inverso. Nesse sentido é geralmente acordado que os erros do Tipo I são mais caros do que os erros do tipo II, entre outras razões, pelos prejuízos advindos de negócio (clientes de auditoria), danos à reputação de uma empresa, e possíveis ações judiciais / custas judiciais. As tabelas anteriores consideram apenas as empresas classificadas corretamente, sem fazer diferenciação entre os tipos de erro. As tabelas a seguir levam em consideração o tipo de erro. Considerando-se que a amostra possui 50 empresas, se atribuirmos 2 pontos a cada classificação certa, cada modelo poderia alcançar 100 pontos. Neste critério de pontuação atribuir-se-á 1 ponto para as empresas classificadas com erro Tipo II (empresas boas classificadas como ruins) e nenhum ponto para as classificações com erro Tipo I (empresas ruins classificadas como boas). Os resultados estão apresentados a seguir. Tabela 6: Pontuações antes e depois do tratamento aplicado ao tipo de erro BP+DRE Bom Ruim Pontos antes Pontos depois Bom 22 3 44 47 Ruim 8 17 34 34 Total 30 20 78 81 BP+DOAR Bom Ruim Pontos antes Pontos depois Bom 20 5 40 45 Ruim 7 18 36 36 Total 27 23 76 81 BP+DFC Bom Ruim Pontos antes Pontos depois Bom 21 4 42 46 Ruim 8 17 34 34 Total 29 21 76 80 BP Bom Ruim Pontos antes Pontos depois Bom 19 6 38 44 Ruim 8 17 34 34 Total 27 23 72 78 Fonte: Elaborado pelos autores. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo deste trabalho é verificar se algum demonstrativo financeiro, tratado isoladamente, quando associado a informações provenientes do Balanço Patrimonial é capaz de produzir modelos que melhor ajudem a discriminar as empresas boas das empresas ruins, no que se refere à situação de solvência financeira. Inicialmente, realizou-se uma revisão de literatura de modo a identificar os indicadores mais utilizados em modelos de análise discriminante para determinar o grau de insolvência das empresas. Foram selecionados quatro indicadores com dados coletados dos balanços patrimoniais. Dois indicadores restantes foram colhidos das demais demonstrações (DRE, DOAR e DFC), dois a dois. Foi realizada uma análise discriminante com os indicadores de 50 empresas. Metade da amostra é composta por empresas concordatárias ou em recuperação judicial, cujas demonstrações contábeis do ano anterior ao evento estavam disponíveis no Economática. A outra metade é composta por empresas que não se FORECAST OF INSOLVENCY: A COMPARATIVE ANALYSIS BETWEEN THE FINANCIAL STATEMENTS FOR THE HITS AND ERRORS encontravam na mesma situação, tidas como solventes no mesmo período e do mesmo setor de atividade econômica das primeiras. Como era de se esperar, os resultados obtidos pelos modelos que possuem indicadores adicionais, colhidos das demonstrações financeiras DRE, DOAR e DFC são melhores do que os resultados obtidos a partir somente de indicadores coletados a partir do balanço patrimonial. Quando comparados os resultados entre os três modelos que possuem indicadores combinados com indicadores do BP, observa-se que os modelos que combinam dados com a DRE e com a DOAR obtêm melhores resultados. Trabalhos futuros podem conduzir este tipo de comparação entre informações produzidas por demonstrativos financeiros diferentes usando outras técnicas de modelagem como a regressão logística ou a utilização de redes neurais. FORECAST OF INSOLVENCY: A COMPARATIVE ANALYSIS BETWEEN THE FINANCIAL STATEMENTS FOR THE HITS AND ERRORS 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Almeida, M. C. (2010) Manual Prático de Interpretação Contábil da lei Societária (2ª ed.). São Paulo: Atlas. Bellovary, J., Giacomino, D., Akers, M. (2007) A Review of Bankruptcy Prediction Studies: 1930 to Present. Journal Of Financial Education: Business Administration, College of Accounting Faculty Research and Publications, Wisconsin, v. 33, n. , p.1-22. Gruenfeld, L. C.(2007) As normas internacionais de contabilidade.Valor Econômico, Legislação & Tributo, página E24, Brasília. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/noticias25.htm>. Acesso em: 08 jan 2013. Hendriksen, E. S. & Breda, M. F. V. (1999) Teoria da Contabilidade. (1ª ed). Atlas. São Paulo. 550p. Hendriksen, E. S. & Breda, M. F. V. (2011). Teoria da Contabilidade. (1ª ed. – 9ª reimpressão). São Paulo: Atlas. Iudícibus, S., Martins, E. & Gelbcke, E. R. (2009) Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações. (7ª ed.). São Paulo: Atlas. Iudícibus, S., Martins, E. & Gelbcke, E. R. (2010) Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações. (8ª ed.). São Paulo: Atlas. Van Horne, J. C. (1974) Política e Administração Financeira, Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1974.