Confira - PET Agronomia - Universidade Federal do Ceará
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Confira - PET Agronomia - Universidade Federal do Ceará
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE AGRONOMIA LINEKER DE SOUSA LOPES EFEITO AMBIENTAL SOBRE A RESERVA PROTÉICA E CAPACIDADE DE HIDRATAÇÃO EM DIFERENTES VARIEDADES DE FEIJÃO CAUPI FORTALEZA 2010 LINEKER DE SOUSA LOPES EFEITO AMBIENTAL SOBRE A RESERVA PROTÉICA E CAPACIDADE DE HIDRATAÇÃO EM DIFERENTES VARIEDADES DE FEIJÃO CAUPI Monografia submetida à coordenação do curso de Agronomia, da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial necessário à obtenção do titulo de Engenheiro Agrônomo. Orientadora: Profa. Dra. Maria Izabel Gallão. Co-orientadora: Profa. Dra. Cândida Hermínia Campos de Magalhães Bertini FORTALEZA 2010 L854e Lopes, Lineker de Sousa Efeito ambiental sobre a reserva protéica e capacidade de hidratação em sementes de feijão caupi / Lineker de Sousa Lopes. -- Fortaleza, 2010. 59 f. ; il. color. enc. Orientadora: Profa. Dra. Maria Izabel Gallão Co-orientadora: Profa. Dra. Cândida Hermínia Campos de Magalhães Bertini Monografia (Graduação) - Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências Agrárias, Fortaleza, 2010. 1. Vigna unguiculata. 2. Fisiologia vegetal. I. Gallão, Maria Izabel, (Orient.). II. Bertine, Cândida Hermínia Campos de Magalhães. III. Universidade Federal do Ceará – Graduação em Agronomia. IV. Título. CDD 631 LINEKER DE SOUSA LOPES EFEITO AMBIENTAL SOBRE A RESERVA PROTÉICA E CAPACIDADE DE HIDRATAÇÃO EM DIFERENTES VARIEDADES DE FEIJÃO CAUPI Monografia submetida à coordenação do curso de Agronomia, da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial necessário à obtenção do titulo de Engenheiro Agrônomo. A citação de qualquer parte dessa monografia é permitida, desde que seja feita em conformidade com as normas da ética cientifica. LINEKER DE SOUSA LOPES Monografia aprovada em 24 de Novembro de 2010. Aos meus Pais, Francisco José Lopes e Maria Gêrda Araújo de Sousa Lopes DEDICO AGRADECIMENTOS A Deus, por ter me dado força e discernimento durante toda a minha vida, sempre me conduzindo pelos caminhos corretos, mas nem sempre fáceis. Aos meus Pais, que a cada dia lutam para nos dar o pão de cada dia sempre com dificuldades, mas nunca desistindo e nunca me deixando desistir. À SESu, especialmente ao Programa de Educação Tutorial (PET), pelo auxílio financeiro e concessão da bolsa. Projeto do CNPq Universal (5311156954827847), pelo auxílio financeiro. A professora Izabel Gallão, pela convivência, ensinamentos e sem duvida pela amizade. A professora Cândida Bertini, pelos ensinamentos na área da genética e melhoramento de plantas, sempre com dedicação e boa vontade na hora de ensinar. Ao professor Ervino Bleicher, pelo seu empenho em nos orientar no Programa de ensino tutorial (PET) introduzindo-nos no mundo da pesquisa, ensino e extensão por meio de uma visão critica da realidade. Ao Dr. Edy Brito, pela disponibilidade em ajudar. Aos colegas do curso de agronomia, dos quais compartilhamos alegrias e dificuldade na busca de uma formação acadêmica de qualidade, especialmente meus colegas Everton Pinheiro, Gabriel Nuto e José Moacir. A grande família PET-Agronomia da qual tenho imenso orgulho de participar e que sem dúvida nunca deixarei de fazer parte. A grande família LAS da qual tem imenso orgulho de participar. Aos amigos que me ajudaram na realização desta monografia, sem os quais teria sido mais difícil essa caminhada: Wener e Stellamaris. A todos que contribuíram de uma forma ou de outra, meu eterno obrigado! "Toda a nossa ciência, comparada com a realidade, é primitiva e infantil - e, no entanto, é a coisa mais preciosa que temos. " (Albert Einstein) RESUMO EFEITO AMBIENTAL SOBRE A RESERVA PROTÉICA E CAPACIDADE DE HIDRATAÇÃO EM DIFERENTES VARIEDADES DE FEIJÃO CAUPI As reservas de nutrientes armazenados pelas plantas nas sementes são provisões para o desenvolvimento do embrião e estabelecimento da nova planta perpetuando assim a espécie. As proteínas são nutrientes essenciais ao desenvolvimento de embrião e a alimentação humana. O trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar o valor protéico de variedades de ciclo precoce, o efeito ambiental sobre o acumulo de reservas protéicas, a atuação do conteúdo protéico como componente matricial responsável pelo movimento de água no início da embebição das sementes e determinar a curva de embebição dos lotes de sementes de vinte e duas variedades oriundos de Quixadá e Cascavel. Vinte e duas variedades de feijão caupi escolhidos por serem precoce e estarem disponíveis no banco de germoplasma de caupi do Centro de Ciências Agrárias (CCA) na Universidade Federal do Ceará. Sementes de cada variedade de caupi para os dois ambientes foram submetidas a extração de proteínas, quantificada por espectrofotometria. As sementes colocadas para germinar em condições de germinação foram controladas por câmaras de germinação tipo BOD, com temperatura a 25°C e fotoperíodo de 12h de luz e 12h de escuro. As variedades CNCx 251-11E, Marataóa apresentaram maior valor protéico, em Quixadá. As condições ambientais de Quixadá mostraram-se favoráveis ao acúmulo de reservas protéicas nas sementes de feijão caupi.A variedade Pitiúba mostrou-se estável à ação do ambiente sobre o acúmulo de reserva protéica. Recomenda-se o cruzamento das variedades CNCx 251-11E ou Marataóa com 7919-Dixie hee, Paulistinha, Purple knuckie hull-55, CNCx 251-76E, BRS-Rouxinol, MNC 03-731C-21, Milagroso ou Setentão e o uso da variedade Pitiúba, para conferir estabilidade ambiental, para formação de novas variedades no programa de melhoramento para aumento do valor nutricional do feijão caupi O modelo trifásico de Bewley e Black (1978) não se adéqua as curvas de embebição de todas as variedades de feijão caupi. As condições ambientais de cultivo influenciam adequação ao modelo. O conteúdo protéico não age como principal componente mátrico em sementes de feijão caupi. Palavras chaves: Vigna unguiculata. Interação genótipo x ambiente. Curva de embebição. ABSTRACT ENVIRONMENTAL EFFECT ON RESERVE PROTEIN AND HYDRATION CAPACITY IN DIFFERENT VARIETIES OF COWPEA BEANS The nutrient reserves stored in the seed plants are provisions for the development of embryo and establishment of new plant, like this perpetuating the species. Proteins are essential nutrients to the developing embryo and human nutrition. The study was conducted to evaluate the protein value of early maturity genotypes, the environmental effect on the accumulation of protein reserves, the performance of protein content as a matric component responsible for the movement of water in the beginning of seed imbibition and determine the imbibition curves of seed lots of twenty-two cowpea varieties from the Quixadá and Cascavel. Twenty-two cowpea varieties selected by early maturity and by being available in the cowpea germplasm collection at the Center for Agricultural Sciences (CCA) at the Federal University of Ceará. Composite samples of each varieties of cowpea of the two environments were crushed and 40 mg of them were put to react with 1 mL of NaOH 0.1 M. The protein was quantified by spectrophotometry. The seeds were put to germinate in conditions controlled by a germination chamber, BOD, with temperature 25 °C and a photoperiod of 12h light and 12h dark. The varieties CNCx 251-11E and Marataóa have higher protein, in Quixadá. The environmental conditions of Quixadá were favorable the accumulation of protein reserves in the cowpea seeds. The variety Pitiúba was stable to the action of the environment on the accumulation of protein reserve. It is recommended that the crossing of varieties CNCx 251-11E or Marataóa with 7919-Dixie hee, Paulistinha, Purple hull knuckie-55, CNCx 251-76E, BRS-Rouxinol, MNC 03-731C-21, Milagorso or Setentão and use of variety Pitiúba, to provide environmental stability, for formation of new varieties in a breeding program for enhancing the nutritional value of cowpea.The triphasic model of Bewley and Black (1978) does not fit the curves of absorption of all varieties of cowpea. The environmental conditions influence the model adequacy. The protein content is not acting as principal component matric in cowpea seeds. Keywords: Vigna unguiculata. Interaction genotype x environment. Imbibition curve. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO GERAL .............................................................................................. 12 2. CAPITULO I - REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................... 14 2.1. Origem do feijão caupi .................................................................................................. 14 2.2. Importância socioeconômica do feijão caupi ................................................................ 15 2.3. Melhoramento do feijão caupi no Brasil ....................................................................... 15 2.4. Proteínas do feijão caupi ............................................................................................... 16 2.5. Avaliação de proteínas .................................................................................................. 17 2.6. Acúmulo de reservas nutritivas em sementes ............................................................... 19 2.7. Modelo de embebição de Bewley e Black (1978) ........................................................... 20 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 22 3. CAPITULO II - INFLUÊNCIA AMBIENTAL NO ACÚMULO DE PROTEÍNAS EM SEMENTES DE DIFERENTES VARIEDADES DE FEIJÃO CAUPI ....................... 26 RESUMO .............................................................................................................................. 26 ABSTRACT .......................................................................................................................... 27 3.1. Introdução ..................................................................................................................... 28 3.2. Material e métodos ........................................................................................................ 29 3.2.1. Material vegetal e delineamento experimental ............................................................... 29 3.2.2. Condições edafoclimáticas ............................................................................................ 30 3.2.3. Preparo das amostras ..................................................................................................... 31 3.2.4. Determinação química................................................................................................... 31 3.2.5. Analise estatística.......................................................................................................... 31 3.3. Resultados e discussão ................................................................................................... 32 3.4. Conclusão ....................................................................................................................... 37 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 38 4. CAPITULO 3 - CAPACIDADE DE HIDRATAÇÃO DE SEMENTES EM VARIEDADES FEIJÃO CAUPI .......................................................................................... 40 RESUMO .............................................................................................................................. 40 ABSTRACT .......................................................................................................................... 41 4.1. Introdução ..................................................................................................................... 42 4.2. Material e métodos ........................................................................................................ 43 4.2.1. Material vegetal e delineamento experimental ............................................................... 43 4.2.2. Preparo da amostra e curva de embebição ...................................................................... 44 4.2.3. Determinação química................................................................................................... 45 4.2.4. Análise estatística.......................................................................................................... 45 4.3. Resultados e discussão ................................................................................................... 46 4.4. Conclusão ....................................................................................................................... 53 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 54 ANEXOS ............................................................................................................................... 56 12 1. INTRODUÇÃO GERAL O Feijão caupi é uma excelente fonte de proteínas (23-25% em média), apresentando todos os aminoácidos essenciais, carboidratos (62%, em média), vitaminas e minerais, além de possuir grande quantidade de fibras dietéticas, baixa quantidade de gordura (teor de óleo de 2%, em média) e não conter colesterol. O feijão caupi representa alimento básico para as populações de baixa renda, e geração de empregos e renda no Nordeste brasileiro. As frações que compõem a fibra alimentar exercem efeitos fisiológicos importantes no organismo. As fibras solúveis têm a propriedade de reduzir a absorção de glicose e do colesterol plasmático, enquanto que as fibras insolúveis aceleram o tempo de trânsito intestinal, auxiliando na prevenção de doenças do trato gastrointestinal (OLSON et al., 1987; MOORE et al., 1998; VANDERHOOF, 1998). O feijão é um dos poucos alimentos que possui conteúdo balanceado de fibras solúvel e insolúvel, por isso pode e deve compor os cardápios (HUGHES et al., 1993). Adicionalmente, o feijão constitui a base alimentar da maioria dos brasileiros, sobretudo nas classes sociais de baixa renda, devido ao menor custo quando comparado, por exemplo, às fontes de proteínas de origem animal. A característica de precocidade do ciclo em feijão caupi é importante por permitir o melhor aproveitamento das poucas chuvas das regiões semi-áridas pelo produtor no Nordeste brasileiro para cultivo de feijão caupi. Essa característica reduz a exposição às intempéries, reduzindo os riscos de perdas na safra se comparadas com variedades de ciclo longo. O ambiente tem ação modificadora das características ou balanço de reservas das sementes. Durante o processo de maturação das sementes, existem duas fases que exigem condições climáticas completamente diferentes. Na primeira fase, as sementes acumulam rapidamente matéria seca e a presença de umidade em quantidade adequada é indispensável. A falta de chuva nesta fase, de forma geral, tornará menos eficiente à deposição de substâncias nutritivas no interior das sementes, tornando-as menos vigorosas e com menor potencial de armazenamento. Na segunda fase as sementes se desidratam rapidamente e se ocorrer muita chuva, a desidratação será lenta. Isto fará com que o teor de umidade das sementes seja mantido em nível elevado, conduzindo as 13 sementes a uma rápida deterioração. Estas sementes terão o seu potencial de armazenamento reduzido (MARCOS FILHO, 2005). Após um período de armazenamento o potencial fisiológico das sementes é reduzido, mas este potencial pode ser recuperado através do condicionamento fisiológico, uma técnica de pré-umedecimento que usa a água como re-ativador metabólico preparatório para o futuro processo germinativo. O pré-umedecimento deve ser realizado com uma quantidade de água e tempo que permita a semente chegar até no máximo à segunda fase do modelo trifásico de Bewley e Black, antes da secagem das sementes condicionadas fisiologicamente (MARCOS FILHO, 2005). A identificação das causas determinantes dos diversos efeitos imediatos do condicionamento fisiológico é ainda relativamente obscuro. A maioria das pesquisas sugere ou conclui que a hidratação controlada promove a atividade de mecanismos de reparo das membranas, de ácidos nucléicos, de outras macromoléculas e componentes da estrutura celular, sem, no entanto, identificá-los completamente, mas ressaltando a redução da liberação de exsudados durante a embebição e a menor ocorrência de microrganismos associados às sementes. (MARCOS FILHO, 2005) O presente trabalho foi constituído de duas pesquisas com o objetivo de fornecer informações do efeito ambiental sobre formação de reservas protéicas, da capacidade das proteínas de alterarem processo absortivo de água durante a germinação, e sobre curvas de embebição de diferentes variedades de feijão caupi produzidos em diferentes ambientes e seu ajuste ao modelo trifásico de Bewley e Black (1978). Vinte e duas variedades precoces de feijão caupi plantados em Quixadá e Cascavel em regime de sequeiro foram avaliados na busca das informações acima citadas. Estas informações servirão de base para programas de melhoramento de feijão caupi com objetivo de melhorar a qualidade nutricional dos grãos e para o condicionamento fisiológico de sementes armazenadas em bancos de germoplasma. 14 2. CAPITULO I - REFERENCIAL TEÓRICO 2.1. Origem do feijão caupi O feijão caupi é uma planta Dicotiledonea, que pertence à ordem Fabales, família Fabaceae, subfamília Famboideae, Tribo Phaseoleae, subtribo Phaseolina, gênero Vigna, subgênero Vigna, espécie Vigna unguiculata (L.) Walp., subespécie unguiculata (VERDCOURT, 1970; MARÉCHAL et. al., 1978; PADULOSI; NG, 1997). O oeste da África, mais precisamente a Nigéria, é citado por Steele e Mehra (1980) e Ng e Maréchal (1985) como sendo o centro primário de diversidade da espécie Vigna unguiculata (L.) Walp. e Padulosi e Ng (1997) relatam que, provavelmente, a região de Transvaal, na República da África do Sul, seja a região de especiação da espécie. O feijão caupi tem vários nomes vulgares dependendo da região. No Nordeste, por exemplo, é conhecido como feijão de corda, feijão de macáçar ou macaça. O nome feijão de corda advém do ramo produzido por algumas de suas variedades, sendo estas classificadas ramadoras. Já o nome feijão de macáçar ou macaça, não vem de uma estrutura morfológica do vegetal e sim de uma cidade indonésia, Macaçar, hoje conhecida como Ujung Pandang, que funcionava como entreposto comercial português, nossos patrícios de outrora (BARRACLOUGH, 1995). Em 1568, já havia indicação da presença de muitos tipos de feijão no Brasil fato que se confirmou em 1578, quando foi relatado que uma grande variedade de feijões e favas era cultivada no Estado da Bahia, sendo os grãos e as vagens usados na alimentação humana do mesmo modo como o era em Portugal e na Espanha. Embora nenhuma citação indicasse as cultivares de feijão utilizado, é bastante provável que o feijão-caupi estivesse entre elas. Nessa época, o comércio entre o Brasil e o Oeste da África, de Guiné e Angola, era intenso, tornando-se ainda mais importante a partir de 1549, com a fundação da Bahia como capital administrativa (GANDAVO, 2001). Freire Filho (1988) apresenta várias evidências de que o feijão caupi foi introduzido na America Latina, no século 16, pelos colonizadores espanhóis e portugueses, primeiramente nas colônias espanholas e em seguida no Brasil, provavelmente no Estado da Bahia. 15 2.2. Importância socioeconômica do feijão caupi Apresenta alta rusticidade e adaptabilidade às condições de estiagem prolongadas e capacidade de se desenvolver em solo de baixa fertilidade, podendo fixar nitrogênio atmosférico, por meio da simbiose com bactérias do gênero Rhizobium. (OLIVEIRA; CARVALHO, 1988). É uma cultura autógama com taxa média de cruzamento natural, igual ou inferior a 1%, variando com a variedade, condições ambientais e mais particularmente, com a população de insetos, especialmente as abelhas (BLACKHURST; MILLER, 1980). A área ocupada com feijão-caupi, no mundo, está em torno de 12,5 milhões de ha, com 8 milhões (64% da área mundial) na parte oeste e central da África. Entre todos os países, os principais produtores mundiais são Nigéria, Niger e Brasil (QUIN, 1997). No Nordeste, os maiores produtores são os Estados do Ceará, Piauí, Bahia e Maranhão e em 2009, a safra do estado do Ceará representou 15% do total de 866.258 t (IBGE, 2010). Totalizando o feijão caupi é responsável pela geração de 1.451.578 empregos/ano no Brasil, com o valor de produção estimado em US$ 249.142.582,00/ano (EMBRAPA, 2010). Em condições experimentais Bezerra (1997) relatou produtividades de grãos secos acima de 3 t/ha, tendo a expectativa de que seu potencial genético permita ultrapassar produtividade de 6 t/ha. Por tanto, o uso de variedades melhoradas e condições de manejo apropriadas, a cultura de feijão caupi pode proporcionar altos rendimentos. 2.3. Melhoramento do feijão caupi no Brasil Se comparado a outras culturas, o feijão caupi tem seu potencial genético ainda pouco explorado. Tendo em vista o valor deste potencial genético, faz-se necessária a quantificação da variabilidade genética, no pré-melhoramento, para posterior utilização em programas de melhoramento. Os objetivos do melhoramento de feijão caupi tem sido, em curto prazo, aumentar a produtividade e melhorar a qualidade visual, culinária e nutricional dos grãos; aumentar a adaptabilidade, a estabilidade e a tolerância a estresses hídricos; desenvolver 16 variedades com arquitetura para cultivo mecanizado; desenvolver variedades com arquitetura moderna mais adequada à agricultura familiar; incorporar resistência múltipla a doenças; aumentar resistência a insetos-praga, e em médio prazo, desenvolver variedades com grãos de cor verde persistente à secagem para enlatamento e congelamento; desenvolver variedades com características para processamento industrial, para fabricação de farinha e sopa pré-cozida (FREIRE FILHO et al., 2005). Smartt (1990) afirma que, em relação ao uso, o feijão caupi é muito semelhante ao feijoeiro comum, porém é mais bem adaptado às condições climáticas dos trópicos semi-árido, úmido e subúmido. Portanto, graças a essa capacidade de se desenvolver bem em locais onde o feijão comum não se desenvolve satisfatoriamente e cumprir a mesma função alimentar, fornecendo os dez aminoácidos essenciais ao ser humano e excelente valor calórico, é que o feijão caupi deve ser considerado uma cultura complementar, não competidora do feijão comum. Segundo Freire Filho et al. (2000), em razão do aumento da importância dos ciclos mais precoces, o feijão caupi passou a ser classificado segundo o ciclo como: Superprecoce, aquele que alcança a maturidade com até 60 dias após semeadura, Precoce, aquele que alcança a maturidade entre 61 e 70 dias após semeadura, Médioprecoce, aquele que alcança a maturidade entre 71 e 80 dias após semeadura, Médiotardio, aquele que alcança a maturidade entre 81 e 90 dias após semeadura, Tardio, aquele que alcança a maturidade a partir de 91 dias após semeadura. Outra importante classificação do feijão caupi é quanto a seu porte. Apesar da classificação de Rachie e Rawal (1976) e Freire filho et al. (1981) com sete e seis classificações, constata-se que ocorrem quatro principais tipos de porte, os quais seriam Ereto, ramos principal e secundários curtos; Semi-ereto, ramos principal e secundários curto a médio; Semiprostrado, ramos principal e secundários médio; e Prostrado, ramos principal e secundários longos. 2.4. Proteínas do feijão caupi As proteínas das sementes das leguminosas são geralmente deficientes em aminoácidos sulfurados (cisteína e metionina), mas, ao contrário dos cereais, seu 17 conteúdo de lisina é satisfatório. As globulinas são as principais proteínas de reserva das sementes de leguminosas, perfazendo até 70% ou mais do conteúdo total de nitrogênio da semente. No feijão caupi, a composição de aminoácidos das sementes revela a presença de todos os aminoácidos essenciais (treonina, valina, isoleucina, leucina, lisina, fenilalanina, metionina, triptofano, arginina), denominados assim por não serem sintetizados no organismo de animais (GRAGEIRO et al., 2005). A simples determinação química é insuficiente para caracterizar o valor nutritivo de um alimento, pois este se relaciona diretamente com a concentração e ao balanço de nutrientes, à biodisponibilidade e à presença de componentes tóxicos e/ou antinutricionais (SGARBIERI, 1987). O feijão caupi possui algumas proteínas que agem como fator antinutricionais como os inibidores de proteases e as lectinas. Os inibidores de proteases são proteínas largamente encontradas em vegetais e outros organismos, que inibem com alta especificidade a ação de enzimas proteolíticas, como tripsina e quimiotripsina, do trato digestivo de insetos e animais (NORTON, 1991). As lectinas podem representar até 10% das proteínas armazenadas nos cotilédones e são glicoproteínas que possuem a capacidade de reconhecer com alta especificidade e de se ligar de forma reversível a resíduos de carboidratos, que exercem a função de defesa contra ataques de fitófagos e animais herbívoros, e estão envolvidas na interação simbiótica entre planta e as bactérias fixadoras de nitrogênio do gênero Rhizobium (HIRSCH, 1999). Os efeitos tóxicos e antinutricionais das lectinas resultam da sua interação com glicoconjugados da superfície celular das células epiteliais do VARo digestório, promovendo desarranjos estruturais e morfológicos da borda em escova, estimulação da secreção de nitrogênio endógeno e redução da atividade enzimática intestinal (OLIVEIRA et al., 1988; GRANT, 1991; CAVADA et al., 2001). 2.5. Avaliação de proteínas Muitos métodos espectrofotométricos, ao longo dos anos, têm sido propostos para determinação de proteínas totais como o método de Lowry, o método de Smith, o método de Bradford, mas também existem metodologias não espectrofotométricas 18 muito usadas para este mesmo fim como a de Kjeldahl. Não há uma metodologia considerada de uso universal, todas têm um determinado nível de sensibilidade e algumas características que podem ser vantajosas ou não. O método de Lowry, ou método do folin-fenol, tem por principio a produção de um composto com absorção máxima em um comprimento de onda de 720nm, a partir da redução de uma mistura contendo molibdato, tungstato e ácido fosfórico (reagente de Folin-Ciocalteau) quando reage com proteínas, na presença do catalisador cobre (II). A principal vantagem do método de lowry é sua alta sensibilidade e as desvantagens desse método são as muitas substâncias interferentes (Barbital, Tampões, Cloreto do césio, CiVARo, Cysteine, Diethanolamine, Dithiothreitol, EDTA, EGTA, HEPES, Mercaptoethanol, Nonidet p-40, Fenol, Pyrrolidone do polyvinyl, Deoxycholate do sódio, Salicylate de sódio, Thimerosol, Tricine, TRIS, Triton x-100), apresentar longo tempo de análise, possuir absortividade específica altamente variável para diferentes proteínas e seguir a lei de Beer-Lambert apenas numa pequena faixa de concentração de proteínas (ZAIA, et al., 1998). O método de Smith se baseia na reação de cobre (II) com proteínas, em meio alcalino, produzindo cobre (I) e formando um complexo com o ácido bicinchoninico, que absorve luz fortemente no comprimento de onda de 560nm. Apesar de ser fácil o preparo dos reagentes e possui a mesma sensibilidade do método de Lowry, tem como desvantagens a dependência da temperatura de reação e a variação da absorbância com o tempo (ZAIA, et al., 1998). O método de Bradford, 1976, se baseia na interação entre o corante BG-250 e macromoléculas de proteínas que contém aminoácidos de cadeias laterais básicas ou aromáticas. No pH da reação, a interação entre proteínas de alto peso molecular e o corante BG-250 provoca o deslocamento do equilíbrio do corante para a forma aniônica, que absorve fortemente em 595nm. O método de Bradford é mais rápido e sensível que o de Lowry e tem sido utilizado para a determinação de proteínas totais em tecidos de plantas (ZAIA, et al., 1998). O método de Kjeldahl é baseado na decomposição da matéria orgânica através da digestão a 400 °C com ácido sulfúrico concentrado, em presença de sulfato de cobre como catalisador que acelera a oxidação da matéria orgânica. O nitrogênio presente na solução ácida resultante é determinado por destilação por arraste de vapor, seguida de 19 titulação com ácido diluído. O método de Kjeldahl permite a determinação indireta de proteínas em várias amostras biológicas, assim como o nitrogênio em plantas para a avaliação do estado nutricional (GALVANI; GAERTNER, 2006). 2.6. Acúmulo de reservas nutritivas em sementes Segundo o modelo proposto por Dure III (1975), o acúmulo de reservas nutricionais ou matéria seca nas sementes se dá logo após a histodiferenciação, divisão e expansão celular pós-fecundação da oosfera e se estende até a maturidade fisiológica quando há o corte de conexão vascular iniciando sua desidratação (Figura 1). O modelo de Dure III dividido em quatro fases. As fases I e II compreendem os processos de divisão, histodiferenciação e expansão celular. Na fase II, a habilidade das células de aumentar de volume pode ser determinante do tamanho final atingido pelas sementes, indicando o importante papel regulador do desenvolvimento desempenhado pela relação água/sementes (EGLI, 1998). A fase III é caracterizada pelo intenso acúmulo de matéria seca que ocorre através da digestão de tecidos, principalmente nucela e tecidos adjacentes, e da transferência de reservas da planta para a semente. A fase IV representa o período pós-maturidade fisiológica em que a semente perde a conexão vascular com planta mãe e sofre rápida desidratação (MARCOS FILHO, 2005). Apesar do intenso acúmulo de matéria seca durante a fase III, a semente não uma simples “depósito” passivo das reservas oriundas da planta mãe. Pode regular seu próprio crescimento pela capacidade de sintetizar moléculas complexas, em quantidades relativamente precisas. No entanto, isto não a semente independente do fornecimento de substâncias da planta mãe (EGLI, 1998). 20 Figura 1 – Modelo de Dure III (1975) para acúmulo de matéria seca. 2.7. Modelo de embebição de Bewley e Black (1978) O processo de embebição das sementes é físico, relacionado basicamente a propriedades coloidais dos seus constituintes e às diferenças de potencial hídrico (Ѱw) entre a semente e o meio externo. O potencial hídrico é composto pelo potencial de pressão (Ѱp), potencial osmótico (Ѱ ), potencial gravitacional (Ѱg) e o potencial matricial (Ѱm). O potencial osmótico (Ѱ ) representa à capacidade dos solutos, quando dissolvidos, de reduzir a energia livre do sistema e o potencial matricial (Ѱm) representa a capacidade de sólidos ou substâncias insolúveis, de reduzirem o Ѱw. O componente matricial é particularmente importante em estágios iniciais de absorção de água pelas sementes secas, enquanto ainda há pouca atuação do componente osmótico por não haver plena embebição da semente (PIMENTA, 2004). O processo de embebição de sementes foi padronizado por Bewley e Black (1978), segundo o modelo trifásico de curva polinomial de terceiro grau onde f(x) = ax³ ± bx² ± cx ± d, e a > 0. A primeira fase é caracterizada por uma rápida embebição, graças à diferença acentuada entre os potenciais hídricos. A segunda fase é o momento 21 de síntese de enzimas, DNA, RNA-m, exauridos na fase I e de drásticas reduções da velocidade de hidratação, sendo sua ocorrência dependente da espécie estudada. Na terceira fase, torna-se visível a retomada de crescimento do embrião, esta é identificada pela protrusão da raiz principal (Figura 2). Figura 2 – Padrão Trifásico de capitação de água pelas sementes durante a germinação (Bewley e Black, 1978) 22 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARRACLOUGH, G. Altas da história do mundo da Folha de São Paulo/Times. 4. ed. rev. São Paulo: Folha da Manhã. 1995. p. 154-157. BEWLEY, J.D.; BLACK, M. Physiology and Biochemistry of seed in relation to Germination. Berlin: Springer Verlag, v.1, 306p. 1978. BEZERRA, A. A. de C. Variabilidade e diversidade genética em caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp.) precoce, de crescimento determinado e porte ereto e semiereto. 1997. 105 f. Dissertação (Mestrado em Melhoramento Genético Vegetal) Universidade federal Rural de Pernambuco, Recife. BLACKHURST, H. T.; MILLER JUNIOR, J. C. Cowpea. In: FEHR, W. R.; HADLEY, H. H. (Ed.). Hybridization of crop plants. Mandson, Wisconsin: American Society of Agronomy, 1980. p. 327-337. BRADFORD, M.M. 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CAPITULO II - INFLUÊNCIA AMBIENTAL NO ACÚMULO DE PROTEÍNAS EM SEMENTES DE DIFERENTES VARIEDADES DE FEIJÃO CAUPI RESUMO O feijão caupi é muito cultivado e consumido no Nordeste brasileiro, sendo assim acessível à grande parte da população, representando a principal fonte de proteína vegetal. Os riscos de perda total ou redução de produção e da qualidade dos grãos de feijão caupi podem ser reduzidos por técnicas de cultivo que permitem o convívio com a seca e com as chuvas irregulares, uma delas é o uso de variedades adaptadas e precoces. O trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar o valor protéico e o efeito ambiental sobre o acúmulo de reservas protéicas de variedades de feijão caupi de ciclo precoce. As variedades de feijão caupi foram plantadas em 2010, nas Fazendas Lavoura seca e Boa água localizadas em Quixadá e Cascavel, respectivamente. Foram avaliados 22 variedades, os quais foram escolhidas por serem precoces e estarem disponíveis no banco de germoplasma de caupi do Centro de Ciências Agrárias (CCA) na Universidade Federal do Ceará. Amostras composta de cada variedade de caupi para os dois ambientes foram maceradas e de 40 mg de cada amostra foram extraídas proteínas com 1 mL de NaOH a 0,1M, sendo em seguida quantificada por espectrofotometria. Os dados foram estatisticamente estudados através da análise de variância e a comparação de médias pelo teste de Scott-Knott. Na quantificação da divergência genética entre as variedades, foram utilizadas as técnicas de aglomeração com base na distância generalizada de Mahalanobis (D2). As variedades CNCx 251-11E, Marataóa apresentaram maior valor protéico, em Quixadá. As condições ambientais de Quixadá mostraram-se favoráveis ao acúmulo de reservas protéicas nas sementes de feijão caupi.A variedade Pitiúba mostrou-se estável à ação do ambiente sobre o acúmulo de reserva protéica. Recomenda-se o cruzamento das variedades CNCx 251-11E ou Marataóa com 7919-Dixie hee, Paulistinha, Purple knuckie hull-55, CNCx 251-76E, BRS-Rouxinol, MNC 03-731C-21, Milagroso ou Setentão e o uso da variedade Pitiúba, para conferir estabilidade ambiental, para formação de novas variedades no programa de melhoramento para aumento do valor nutricional do feijão caupi. Palavras chaves – Vigna unguiculata. Valor protéico. Sementes. 27 ABSTRACT The cowpea is widely grown and consumed in the Brazilian Northeast. It's accessible to the majority of the population and representing the main source of vegetable protein. The risks of total loss or reduction of production and quality of the beans can be reduced by cultivation techniques that allow interaction with drought and irregular rainfall, one of them is the use of early cowpea varieties. The study was conducted to evaluate the protein value of genotypes early-maturing and environmental effect on the accumulation of protein reserves. The cowpea was planted in 2010, in farms located in Quixadá and Cascavel. The 22 varieties were chosen to be early matured and be available in the cowpea germplasm collection at the Center for Agricultural Sciences (CCA) at the Federal University of Ceará. Composite samples of each varieties of cowpea of the two environments were macerated and from 40 mg of sample were extracted proteins with 1 mL of 0.1 M NaOH, and then quantified by spectrophotometry. The data were statistically analyzed by analysis of variance and comparisons of means by Scott-Knott test. In the quantification of genetic divergence, we have used clustering based on the Mahalanobis distance (D²). Varieties CNCx 25111E and Marataóa have higher protein, in Quixadá. The environmental conditions of Quixadá were favorable the accumulation of protein reserves in the cowpea seeds. The variety Pitiúba was stable to the action of the environment on the accumulation of protein reserve. It is recommended that the crossing of varieties CNCx 251-11E or Marataóa with 7919-Dixie hee, Paulistinha, Purple hull knuckie-55, CNCx 251-76E, BRS-Rouxinol, MNC 03-731C-21, Milagorso or Setentão and use of variety Pitiúba, to provide environmental stability, for formation of new varieties in a breeding program for enhancing the nutritional value of cowpea. Keywords - Vigna unguiculata. Protein value. Seeds. 28 3.1. Introdução As proteínas são acumuladas no interior das sementes com o objetivo de fornecer aminoácidos para desenvolvimento do embrião, no entanto pode ser aproveitado pelo homem e animais como fonte de proteínas. Assim, do ponto de vista nutricional, a identificação e a quantificação das proteínas contidas nas sementes de diferentes variedades de feijão caupi permitem selecionar aquelas de alto valor nutricional. O feijão caupi, além de aumentar o conteúdo protéico na alimentação, contribui para melhorar a qualidade da dieta, quando constituída predominantemente de leguminosas e cereais, porque além de ser uma excelente fonte de proteínas (23 a 25% em média) apresenta todos os aminoácidos essenciais, em especial, lisina, uma vez que os cereais são deficientes neste aminoácido (IQBAL; KHALIL; SHAH, 2003). A qualidade nutricional das proteínas das leguminosas é influenciada pelo gênero, espécie, variedade botânica, concentração de fatores antinutricionais, tempo de estocagem, tratamento térmico e, em geral, é inferior àquela da proteína de origem animal (BRESSANI, 1993; CRUZ et al., 2003). O acúmulo de matéria seca pode ser influenciado por fitormônios, pelo ambiente (oferta de água, fertilidade do solo, temperatura, luminosidade) e até pela posição da semente na planta (MARCOS FILHO, 2005). Dentre todos os fitormônios, as auxinas e as giberelinas atuam no acúmulo de matéria seca. As auxinas são responsáveis por atividades de assimilação de compostos provenientes da planta-mãe enquanto as giberelinas direcionam a síntese de reservas na semente (MARCOS FILHO, 2005). Têm sido observadas reduções no teor de proteínas, em estações agrícolas com alta precipitação pluvial ou irrigação mal controlada, nas culturas de trigo, cevada e aveia, enquanto o oposto, ou seja, elevação no proteína total em plantas expostas a períodos de baixa disponibilidade hídrica ocorre em soja, milho, feijão e, também, em trigo. (BEWLEY; BLACK, 1994; COPELAND; MCDONALD, 1995). A fertilidade do solo pode contribuir para alteração da composição protéica das sementes. Os íons de potássio presente em maiores quantidade são importantes para o metabolismo normal de proteínas e para a atividade enzimática, assim como o nitrogênio que pode ser fornecido pelo solo ou pela simbiose rizóbio - leguminosa. O 29 íon sulfato (SO4-2) absorvido pelas raízes fornece o enxofre necessário à formação de aminoácidos sulfurados (cisteína e metionina), mas em leguminosas não há grande presença de aminoácidos sulfurados, indicando assim pouca expressividade do íon sulfato (SO4-2) na alteração da quantidade de proteína total em feijão caupi. O íon Mg2+ atua como elemento-ponte conferindo estabilidade a conformação de proteínas e enzimas, contribuindo para o acréscimo de N-protéico (FURLANI, 2004). A temperatura e luminosidade atuam sobre a fotossíntese e consequente sucesso no acúmulo de matéria seca. Marcos Filho (2005) afirma que um número relativamente pequeno de pesquisas sobre estresse por temperatura na formação da semente, sugere que temperaturas superiores a 30 °C na fase de transferência de matéria seca pode trazer sérios prejuízos à produção e qualidade das sementes devido à redução fotossintética em espécies de leguminosas. A temperatura ótima para a germinação de sementes da maioria das espécies está entre 15 e 30°C, a máxima varia de 30 a 40°C, podendo a mínima se aproximar do ponto de congelamento (COPELAND; MCDONALD, 1995). Considerando-se que o feijão caupi é uma tradicional fonte de proteína para a população nordestina, objetivou-se com esse trabalho avaliar o valor protéico de diferentes variedades de ciclo precoce em dois ambientes do Ceará e o efeito ambiental sobre o acúmulo de proteínas. 3.2. Material e métodos 3.2.1. Material vegetal e delineamento experimental Para a execução do trabalho, vinte e duas variedades foram cultivadas no primeiro semestre do ano de 2010, nos meses de abril, maio e junho, em Quixadá-CE e em Cascavel-CE sob condições de sequeiro. O plantio seguiu o delineamento experimental de blocos casualizados (DBC), com quatro repetições e com vinte e duas variedades constituindo os Tratamentos. As parcelas foram constituídas de 24 plantas espaçadas a 0,8 x 0,6 m e uma área útil constituída por 12 plantas. As vinte e duas variedades foram Sempre verde (CE-25), Pitiúba (CE-31), Milagroso (CE-46), Rouxinho 1 (CE-73), Rouxinho 2 (CE-77), 7919-Dixie hee (CE104), Purple knuckie hull-55 (CE-113), Setentão (CE-596), CNCx 251-11E (CE-790), 30 CNCx 251-60E (CE-796), CNCx 251-76E (CE-798), Pingo de ouro (CE-930), Marataóa (CE-933), BRS-Rouxinol (CE-937), Paulistinha (CE-939), BRS-Punjante (CE-940), CB-3 (ainda sem registro no Banco de germoplasma de feijão caupi, do CCA/UFC), AU 94-418-07-01 (CE-176), UCR-95-701 (CE-493), MNC 03-731C-21 (CE-390), MNC 03-720-11 (CE-178), MNC 01-627D-65-1 (CE-497), escolhidas pelo critério de precocidade, já que variedades precoces são mais adaptados ao ambiente semi-árido, resultando assim maior rendimento ao agricultor sertanejo. Em Quixadá, o plantio foi realizado na Fazenda Lavoura Seca, pertencente à Universidade Federal do Ceará e em Cascavel, o plantio foi realizado na Fazenda Boa Água, pertencente ao Eng° Agrônomo José Mesquita L. Almeida, numa área de 1200 m2. 3.2.2. Condições edafoclimáticas As condições edafoclimáticas do sertão central e tabuleiro costeiro do Ceará foram representados por Quixadá e Cascavel, respectivamente. O ambiente de Cascavel é típico tropical com inverno seco e verão subúmido, enquanto o ambiente de Quixadá é típico tropical semi-árido com inverno seco e verão com chuvas irregulares pela ação inconstante das massas de ar. Durante o ano de cultivo observou-se que, no estado do Ceará, as chuvas se normalizaram tardiamente, sendo o mês de abril o que mais choveu e o que se iniciou uma boa distribuição das chuvas no período, o que representou uma boa disponibilidade de água no inicio do desenvolvimento da cultura (Tabela 1). Os solos dos locais de plantio foram quimicamente corrigidos com base na análise de solos e segundo a recomendação de adubação para cultivo de feijão caupi para o estado do Ceará (AQUINO et al, 1993). Tabela 1 – Pluviosidade mensal nos ambientes Quixadá e Cascavel no primeiro semestre de 2010 LOCAL QUIXADÁ CASCAVEL Fonte: FUNCEME 2010. Janeiro 47,4 80 PLUVIOSIDADE (mm) Fevereiro Março Abril Maio 0,0 57,8 288,4 5 33 76 179 75 Junho 36,2 60 31 3.2.3. Preparo das amostras A partir das sementes colhidas e beneficiadas foram coletadas amostras 1000 sementes em suas repetições de cada parcela e homogeneizadas para compor uma amostra composta representativa do ambiente. Subamostras das amostras compostas das sementes dos vinte e duas variedades destinadas as análises de proteínas foram obtidas por trituração em liquidificador industrial, sendo o material triturado peneirado com uma peneira de 18 mesh, para a uniformização da amostra e para facilitar o contato soluto com o solvente, reagente extrator. Foram realizadas três repetições de cada amostra para quantificação protéica, segundo o delineamento inteiramente casualizado (DIC). 3.2.4. Determinação química Foram pesadas 40 mg de cada amostra e colocadas para reagir com 1 mL de NaOH a 0,1 M, por 20 minutos, sendo o sobrenadante removido com centrifugação a 5000 rpm por 4 minutos, esta operação foi repetida com cada amostra até exauri-la de proteínas. O sobrenadante foi reservado para quantificação protéica, segundo o método proposto por Bradford (1976). Neste método utiliza-se uma solução albumina (BSA) como padrão e um espectrofotômetro regulado para mensurar a absorbância da luz com o comprimento de onda de 595 nm pela solução de 100 µL da amostra/mL de solução de Bradford. A quantificação das proteínas existentes se dá a partir da absorbância obtida, processada segundo a equação de regressão da solução padrão de albumina (BSA) com absorbância registrada. 3.2.5. Analise estatística A análise de variância foi realizada segundo ANOVA para o delineamento inteiramente casualizado (DIC) com esquema fatorial simples (2x22), onde se tem constituindo o primeiro fator os dois ambiente e o segundo as 22 variedades. Após a verificação do nível de significância pelo teste F da ANOVA, realizou-se a comparação de médias pelo teste Scott e Knott (1974). 32 Com o intuito de identificar similaridades e diferenças entre as variedades quanto o valor de proteína total nos diferentes ambientes avaliados, realizou-se a quantificação da divergência genética, utilizando-se a técnica de aglomeração com base na distância generalizada de Mahalanobis (D2), proposta por Mahalanobis (1936). Após a obtenção da matriz de dissimilaridade genética por meio das distâncias de Mahalanobis (D²) obtidas para os diferentes pares de variedades, realizou-se o agrupamento das variedades pelo método de agrupamento de ligação média entre grupo (UPGMA). Foi utilizado o programa estatístico GENES (CRUZ, 2006). 3.3. Resultados e discussão A análise de variância de proteína total mostra que houve diferença significativa entre as variedades de feijão caupi e entre os ambientes, além de uma interação entre variedade e ambiente significativa e que não houve diferença significativa entre a variedade Pitiúba (VAR 2) plantada em Quixadá e a plantada em Cascavel (Tabela 2). Tabela 2 – Análise de variância de proteína total para esquema fatorial 2x22 FV VARIEDADES AMBIENTES VARxAMB VAR/AMB VAR/AMB 1 VAR/AMB 2 AMB/VAR AMB/VAR 1 AMB/VAR 2 AMB/VAR 3 AMB/VAR 4 AMB/VAR 5 AMB/VAR 6 AMB/VAR 7 AMB/VAR 8 AMB/VAR 9 AMB/VAR 10 GL 21 1 21 42 21 21 22 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 SQ 24634,95748 63055,66089 11822,84076 36457,79823 17591,40861 18866,38962 74878,50165 1701,04683 1,82854 4702,42513 3035,81678 3656,73225 5572,4278 6976,42216 2996,62768 5776,79956 1767,6275 QM 1173,09321 63055,66089 562,99242 868,04282 837,68612 898,39951 3403,56826 1701,04683 1,82854 4702,42513 3035,81678 3656,73225 5572,4278 6976,42216 2996,62768 5776,79956 1767,6275 F 2,08367 112,00091 6,05011 9,32828 9,00206 9,6545 36,57589 18,28002 0,01965 50,53384 32,62391 39,29647 59,88318 74,97097 32,20277 62,07943 18,99552 P P=0,0 P=0,0 P=0,0 P=0,0 P=0,00005 P=100,0 P=0,0 P=0,0 P=0,0 P=0,0 P=0,0 P=0,0 P=0,0 P=0,00003 33 AMB/VAR 11 AMB/VAR 12 AMB/VAR 13 AMB/VAR 14 AMB/VAR 15 AMB/VAR 16 AMB/VAR 17 AMB/VAR 18 AMB/VAR 19 AMB/VAR 20 AMB/VAR 21 AMB/VAR 22 RESÍDUO TOTAL MÉDIA CV(%) 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 88 131 139,680 6,9 3148,64573 3984,74578 5300,87621 4252,19336 2165,23513 12082,81857 1292,42903 639,93982 1195,32313 541,62161 2427,64515 1659,27388 8188,83794 107702,2971 3148,64573 3984,74578 5300,87621 4252,19336 2165,23513 12082,81857 1292,42903 639,93982 1195,32313 541,62161 2427,64515 1659,27388 93,05498 33,8364 42,82142 56,96499 45,6955 23,26834 129,84602 13,88888 6,87701 12,84534 5,82045 26,08829 17,83111 P=0,0 P=0,0 P=0,0 P=0,0 P=0,0 P=0,0 P=0,00034 P=0,01029 P=0,00055 P=0,01791 P=0,0 P=0,00006 Em Quixadá, as variedades CNCx 251-11E, Marataóa se mostram com maior reserva de proteínas na semente enquanto as variedades Sempre verde, Pitiúba, Milagroso, Setentão, CNCx 251-11E, CNCx 251-60E, CNCx 251-76E, Marataóa, BRSRouxinol, Paulistinha, AU 94-418-07-01, UCR-95-701, MNC 03-731C-21, MNC 03720-11 mostram maior capacidade de armazenar proteínas de reserva em Cascavel (Tabela 3). Na Tabela 3, observam-se os valores para de proteína total de cada variedade nos dois ambientes de cultivo. De modo geral, pode-se observar que o valor de proteína total máximo foi de 19,39% e o mínimo foi de 7%, obtidos com o variedade CNCx 25111E em Quixadá e com BRS-Punjante em Cascavel, respectivamente. Mesmo o valor máximo de proteína total obtido no presente trabalho é inferior a média protéica em feijão caupi, que é entre 23 e 25% segundo a EMBRAPA Meio Norte (2003), assim como aos teores protéicos, variando de 19,5% a 26,1%, encontrados por Maia et al. (2000) em variedades Epace-10, Epace-11, Pitiúba, TVu-1888, IPA-2006 e Olho-deovelha, no Nordeste. 34 Tabela 3 – Proteína Total das sementes de diferentes variedades de feijão caupi no ambiente de Quixadá e de Cascavel, onde os maiores valores estão em negrito e os menores valores em itálico, 2010 Variedades Quixadá Cascavel Proteína Total (%)** Proteína Total (%)** Sempre verde 15,73 ± 0,65 c 12,36 ± 1,25 a Pitiúba 12,39 ± 0,51 e 12,50± 1,26 a Milagroso 17,98 ± 0,74 b 12,38± 1,25 a Rouxinho 1 15,82 ± 0,65 c 11,32± 1,14 b Rouxinho 2 14,55 ± 0,60 d 9,61± 0,97 b 7919-Dixie hee 16,66 ± 0,68 b 10,53± 1,06 b Purple knuckie hull-55 16,51 ± 0,68 b 9,69± 0,98 b Setentão 17,70 ± 0,73 b 13,23± 1,34 a CNCx 251-11E 19,39 ± 0,80 a 13,19± 1,33 a CNCx 251-60E 15,29 ± 0,63 c 11,85± 1,20 a CNCx 251-76E 16,33 ± 0,67 b 11,75± 1,19 a Pingo de ouro 15,93 ± 0,65 c 10,78± 1,09 b Marataóa 19,16 ± 0,79 a 13,22± 1,34 a BRS-Rouxinol 17,20 ± 0,71 b 11,88± 1,20 a Paulistinha 16,73 ± 0,69 b 12,94± 1,31 a BRS-Punjante 16,04 ± 0,66 c 7,07± 0,71 c CB-3 13,61 ± 0,56 d 10,68± 1,08 b AU 94-418-07-01 15,85 ± 0,65 c 13,78± 1,39 a UCR-95-701 14,71 ± 0,60 d 11,88± 1,20 a MNC 03-731C-21 17,44 ± 0,72 b 15,54± 1,57 a MNC 03-720-11 16,10 ± 0,66 c 12,08± 1,22 a MNC 01-627D-65-1 14,30 ± 0,59 d 10,98± 1,11 b Média 16,15 A 11,78 B ** valor significativo a 1% pelo teste F, sendo scoot-knott o teste de comparação de média. O motivo desta aparente subestimação dos valores de proteína total encontrados é, na verdade, conseqüência da comparação com os trabalhos supracitados que 35 superestimação os valores protéicos devido à metodologia empregada na quantificação protéica. A metodologia usada no presente trabalho é de quantificação indireta através de espectrofotometria conforme proposto por Bradford (1976), enquanto a metodologia dos trabalhos supracitados é conforme o método Kjeldhal. Os valores superiores de proteína em feijão caupi em muitos trabalhos é, claramente, conseqüência da metodologia Kjeldhal que superestima o valor de proteína total (GUIMARÃES; MARQUEZ, 2002; MORRISON, 1992). O método Kjeldhal foi desenvolvido para determinação de nitrogênio total, sendo realizada uma conversão de nitrogênio total (NT) em proteína total (PT) que se dá por meio da equação teórica PT = NT x 6,25. O fator de conversão 6,25 baseia-se na afirmação de que em 100g de proteínas há 16g de nitrogênio, o que é apenas uma estimativa já que os aminoácidos têm um átomo de nitrogênio em sua estrutura básica, mas podem ter mais em seu radical, e que o tipo e a quantidade de aminoácidos que compõem uma proteína podem variar muito. Além disso, outro fator que torna superestimador o método é a ocorrência de reações de digestão com ácido sulfúrico que disponibilizam todo nitrogênio dos tecidos, sejam oriundos de proteína, ácido nucléico ou outros compostos nitrogenados. O ambiente Quixadá apresentou-se favorável ao armazenamento de proteínas de reserva nas sementes de feijão caupi, exceto sobre a variedade Pitiúba que não respondeu ao ambiente com significativo acréscimo de proteína total como as demais variedades (Tabela 2 e 3). Os principais fatores ambientais que podem ter contribuído para que as sementes produzidas em Quixadá tenham maior valor protéico foram a disponibilidade de água e de rizóbios no solo. A diferença pluviométrica entre os ambientes estudados foi de apenas 15,6 mm (Tabela 1). No entanto, com a irregularidade das chuvas nos meses de cultivo, o feijoeiro foi submetido a uma limitação hídrica em Quixadá durante o período de floração e enchimento dos grãos, que corresponde ao mês de maio (Tabela 1). Conforme Bewley e Black (1985) há uma tendência a elevação no valor de proteína total em sementes de plantas de feijão expostas a períodos de baixa disponibilidade hídrica, assim como observado no ambiente de Quixadá. As áreas de cultivo tinham diferenças quanto ao uso. Em Quixadá a área era continuamente cultivada com várias culturas, inclusive a de feijão caupi. Em Cascavel a 36 área estava em pousio há pelo menos dez anos. Por isso, a ação dos rizóbios pode ter sido mais pronunciada em Quixadá, onde a carga de rizóbios tende a ser maior pelos vários ciclos de cultivo de feijão caupi no campo, contribuindo para o incremento protéico nas sementes. A ação do incremento de nitrogênio no solo sobre a elevação de proteína pode ser exemplificado pelo trabalho de Calarota e Carvalho (1984) que concluíram, em girassol, que o fornecimento de doses mais altas de N, até um limite que parece estar próximo de 8g por planta (1g na semeadura e 7g em cobertura), provoca a formação de sementes com conteúdos crescentes de proteína e decrescentes de óleo. O agrupamento das variedades com base na dissimilaridade pelo método UPGMA, em conjunto com um teste de comparação de médias permite identificar os pares de genótipos mais divergentes quanto ao valor protéico e com valores acima da média, ou seja, identificar combinações híbridas entre genótipos permita a obtenção de populações segregantes com teores de proteína acima da média. Observando as médias de proteína total em Quixadá e em Cascavel percebe-se que a expressão fenotípica em Quixadá aproxima-se mais do potencial possível e indeterminado para acúmulo de proteína em sementes de feijão caupi. Com base nisto, para fins de melhoramento iremos analisar o máximo potencial expresso, tomando assim, como referência os valores de proteína total obtidos para cada variedade em Quixadá. Com base na matriz de dissimilaridade, os pares de variedades mais dissimilares para a característica de protéica total nas sementes nas condições de Quixadá foram CNCx 251-11E e Pitiúba (111,1) (Anexos 1). O dendrograma formado com o agrupamento de ligação média entre grupo (UPGMA) mostra a formação de dois grupos no maior nível de fusão (30,98), onde o grupo 1 é formado por todas as variedades exceto as variedades CNCx 251-11E e Marataóa que compõem o segundo grupo (Anexo 2). Se analisar junto a Tabela 3 e o Anexo 2, observa-se que as variedades do grupo 2 foram as que mais acumularam reservas protéicas e que no grupo 1 há dois subgrupos formados pelas variedades 7919-Dixie hee, Paulistinha, Purple knuckie hull-55, CNCx 251-76E (1° subgrupo) e BRS-Rouxinol, MNC 03-731C-21, Milagroso, Setentão (2° subgrupo) que têm proteína total acima da média. Além disso, a variedade Pitiúba que 37 acumulou proteína a baixo da média está agrupado no grupo 1 e apresenta estabilidade para a característica proteína total. Com base na dissimilaridade e reserva de proteína total pode-se recomendar o cruzamento das variedades CNCx 251-11E ou Marataóa com 7919-Dixie hee, Paulistinha, Purple knuckie hull-55, CNCx 251-76E, BRS-Rouxinol, MNC 03-731C21, Milagroso ou Setentão em programa de melhoramento para aumento do valor nutricional do feijão caupi e o uso da variedade Pitiúba para conferir estabilidade as novas variedades em formação no programa de melhoramento. 3.4. Conclusão As variedades CNCx 251-11E, Marataóa apresentaram maior valor protéico em Quixadá. As condições edafoclimáticas encontradas no ambiente de Quixadá mostraram-se favoráveis ao acúmulo de reservas protéicas nas sementes de feijão caupi. A variedade Pitiúba mostrou-se estável à ação do ambiente sobre o acúmulo de reserva protéica, mas esta variedade compõe o grupo inferior quanto à capacidade de armazenar proteína em Quixadá. Recomenda-se o cruzamento das variedades CNCx 251-11E ou Marataóa com 7919-Dixie hee, Paulistinha, Purple knuckie hull-55, CNCx 251-76E, BRS-Rouxinol, MNC 03-731C-21, Milagroso ou Setentão e o uso da variedade Pitiúba para conferir estabilidade ambiental para formação de novas variedades no programa de melhoramento para aumento do valor nutricional do feijão caupi. 38 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AQUINO, A. B.; AQUINO, B. F.; HERNANDEZ, F. F. F.; HOLANDA, F. J. M.; FREIRE, J. M.; CRISÓSTOMO, L. A.; COSTA, R. I.; UCHÔA, S. C. P.; FENANDES, V. L. B.Recomendações de adubação e calagem para o estado do Ceará.Editora UFC. Fortaleza, 1993. 248p. BEWLEY, J. D.; BLACK, M. Seeds – Physiology of development and germination. New York, Plenum Press. 2Ed. 367p., 1994. BRADFORD, M.M. A rapid and sensitive method for the quantifications of microgram quantities of protein utilizing the principle of protein-dye binding. Analitycal Biochemistry, v. 72, p.248-254, 1976. BRESSANI, R. 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Com base em estudos com curva de embebição, um gráfico que relaciona tempo e peso hidratado da semente, e mudanças fisiológicas das sementes em germinação os pesquisadores Bewley e Black propuseram um modelo trifásico que reflete o comportamento comum durante o processo de hidratação. Objetivou-se com o trabalho determinar as curvas de embebição dos lotes de sementes das 22 variedades oriundas de Quixadá e de Cascavel, e avaliar a atuação do conteúdo protéico como componente matricial responsável pelo movimento de água no início da embebição. Os feijões caupi foram plantados em 2010, nas Fazendas Lavoura seca e Boa água localizadas em Quixadá e em Cascavel, respectivamente. As 22 variedades foram escolhidas por serem precoce e estarem disponíveis no banco de germoplasma de caupi do Centro de Ciências Agrárias (CCA) na Universidade Federal do Ceará. As sementes foram colocadas para germinar em rolos papel germitest 28x38 cm com três repetições de cada variedade e com sementes oriundas de apenas um ambiente. As condições de germinação foram controladas por câmaras de germinação tipo BOD, com temperatura a 25 °C e fotoperíodo de 12h de luz e 12h de escuro. As avaliações, para formação das curvas de embebição, se deram no início da embebição (0h) e às 2h, 4h, 6h, 12h, 18h, 24h, 30h, 36h, 42h, 50h, 58h, 66h, 74h, 82h após o início da embebição. Amostras compostas de cada variedade de caupi para os dois ambientes foram maceradas e de 40 mg de amostra foram extraídas proteínas com 1 mL de NaOH a 0,1 M, sendo em seguida quantificadas por espectrofotometria. O modelo trifásico de Bewley e Black (1978) não se adéqua as curvas de embebição de todas as variedades de feijão caupi. As condições ambientais de cultivo influenciam adequação ao modelo. O conteúdo protéico não age como principal componente mátrico em sementes de feijão caupi. Palavras chaves - Curva de embebição. Priming. Proteína. 41 ABSTRACT Seeds have the ability to absorb water or imbibition governed by differences in tissue water potential of the seed and substrate water supplier different. Based on studies with imbibition curves and physiological changes of the germinating seeds researchers Bewley and Black (1978) proposed a triphasic model that reflects the common behavior during the hydration process. The objective of the work to determine the imbibition curve of seed lots of twenty-two varieties from the Quixadá and Cascavel, and evaluate the performance of the protein content as a matrical component responsible for the movement of water in the beginning of imbibition. The cowpeas were planted in 2010, in farms located in Quixadá and Cascavel. The varieties were chosen to be early matured and be available in the cowpea germplasm collection at the Center for Agricultural Sciences (CCA) at the Federal University of Ceará. The seeds germinated in paper rolls germitest 28x38cm with three replications of each varieties of one environmental. The germination conditions were controlled by a germination chamber, BOD, temperature 25 °C and a photoperiod of 12h light and 12h dark. The assessments, training for imbibition curves, occurred at the beginning of imbibition (0h) and at 2h, 4h, 6h, 12h, 18h, 24h, 30h, 36h, 42h, 50h, 58h, 66h, 74h, 82h after beginning of imbibitions. Composite samples of each varieties of cowpea of the two environments were macerated and from 40 mg of sample were extracted proteins with 1mL of 0.1 M NaOH, and then quantified by spectrophotometry. The triphasic model of Bewley and Black (1978) does not fit the curves of absorption of all varieties of cowpea. The environmental conditions influence the model adequacy. The protein content is not acting as principal component matric in cowpea seeds. Keywords - Imbibition curve. Priming. Protein. 42 4.1. Introdução A captação de quantidade considerável de água é imprescindível para o reinicio de atividades metabólicas da semente após a maturidade. A deficiência hídrica geralmente é considerada o fator limitante da germinação de sementes não-dormentes, afetando a percentagem, a velocidade e a uniformidade de germinação. A embebição é um tipo especial de difusão provocada pela atração entre moléculas de água e a superfície matricial, governada pelas diferenças entre o potencial hídrico dos tecidos da semente e do substrato fornecedor de água (MARCOS FILHO, 2005). A água é fundamental para o metabolismo celular durante a germinação por permitir a atividade enzimática, a solubilização e transporte de reservas e agir como reagente em si. Além disso, a água torna tenros os tecidos facilitando a protrusão radicular (MARCOS FILHO, 2005). O componente matricial é o principal responsável pelo movimento de água no início da embebição, mas com o aumento do nível de água livre o componente osmótico torna-se também muito participativo (CARDOSO, 2004). Em nível celular as proteínas atuam como retentora de água e componente mátrico, já que possuem grupos iônicos e polares, como amina (NH2), hidroxila (OH), carboxila (COOH) e outros que permitem ligações de hidrogênio com a água e sua conformação. Assim, modificações na atividade metabólica da semente, em resposta a variações do teor de água, parecem estar ligadas a alteração de propriedades da água (VILLELA; MARCOS FILHO, 1998). Marcos Filho (2005) cita sementes de ervilha, feijão comum, milho, soja, alface, rabanete e amendoim como espécies com relativa pausa caracterizando a segunda fase do modelo trifásico de Bewley e Black (1978), mas também cita espécies que não exibem esta segunda fase como trigo, mamona, cevada, arroz e aveia. A expressão seed enhancement é utilizada no meio industrial para nomear um conjunto de técnicas ou processos destinados a realçar a qualidade ou beneficiar o desempenho de lotes de sementes e/ou plântulas produzidas (TAYLOR, 1998). Não havendo, ainda, uma proposta concreta para a tradução da expressão seed enhancement Marcos Filho (2005), sugere o uso da expressão condicionamento de sementes para nominar este conjunto de técnicas. O condicionamento fisiológico (priming) é apenas 43 uma técnica do condicionamento de sementes, que visa elevar o potencial fisiológico da semente através de um pré-umedecimento. Kidd e West (1919 apud Hegarty, 1978), relataram que as sementes pré-umedecidas germinavam mais rapidamente se fossem embebidas em quantidade limitada de água. Heydecker e Coolbear (1977) comentando a técnica relataram reversão dos benefícios do condicionamento, durante a secagem, indicando a necessidade de fazer logo a semeadura. Entretanto, Bewley e Black (1982) sugeriram que os efeitos da aplicação do condicionamento fisiológico não desaparecem com a secagem, se respeitado o grau de umidade seguro para o armazenamento. Um dos sintomas mais claros do declínio no potencial fisiológico é a redução na velocidade de germinação, identificada pelo aumento do tempo entre a semeadura e o início da germinação e também entre a primeira e a última germinação de uma população de sementes. O potencial fisiológico pode ser recuperado com absorção de água pela semente durante a fase I e II, sem permitir a protrusão ou inicio da fase III. A hidratação ativa a digestão das reservas e sua translocação e assimilação, levando as sementes do lote a um estado metabólico relativamente uniforme (BEWLEY; BLACK, 1982). A curva de embebição pode ser usada para referenciar a aplicação do condicionamento fisiológico, indicando a quantidade de água e tempo de préumedecimento a ser aplicado. Objetivou-se com o trabalho determinar a curva de embebição dos lotes de sementes de vinte e duas variedades oriundos de Quixadá e Cascavel, e avaliar a atuação do conteúdo protéico como componente matricial responsável pelo movimento de água no início da embebição. 4.2. Material e métodos 4.2.1. Material vegetal e delineamento experimental Para a execução do trabalho, vinte e duas variedades foram cultivadas no primeiro semestre do ano de 2010, nos meses de abril, maio e junho, em Quixadá-CE e em Cascavel-CE sob condições de sequeiro. O plantio seguiu o delineamento experimental de blocos inteiramente casualizados (DBC), com quatro repetições e com vinte e duas 44 variedades constituindo os Tratamentos. As parcelas foram constituídas de 24 plantas espaçadas a 0,8 x 0,6 m e uma área útil constituída por 12 plantas. As vinte e duas variedades foram Sempre verde (CE-25), Pitiúba (CE-31), Milagroso (CE-46), Rouxinho 1 (CE-73), Rouxinho 2 (CE-77), 7919-Dixie hee (CE104), Purple knuckie hull-55 (CE-113), Setentão (CE-596), CNCx 251-11E (CE-790), CNCx 251-60E (CE-796), CNCx 251-76E (CE-798), Pingo de ouro (CE-930), Marataóa (CE-933), BRS-Rouxinol (CE-937), Paulistinha (CE-939), BRS-Punjante (CE-940), CB-3 (ainda sem registro no Banco de germoplasma de caupi, do CCA/UFC), AU 94-418-07-01 (CE-176), UCR-95-701 (CE-493), MNC 03-731C-21 (CE-390), MNC 03-720-11 (CE-178), MNC 01-627D-65-1 (CE-497), escolhidas pelo critério de precocidade, já que variedades precoces são mais adaptados ambiente semiárido, resultando assim maior rendimento ao agricultor sertanejo. Em Quixadá, o plantio foi realizado na Fazenda Lavoura Seca, pertencente à Universidade Federal do Ceará e em Cascavel, o plantio foi realizado na Fazenda Boa Água, pertencente ao Eng° Agrônomo José Mesquita L. Almeida, numa área de 1200 m2. 4.2.2. Preparo da amostra e curva de embebição A partir das sementes colhidas e beneficiadas foram coletadas amostras de 1000 sementes em suas repetições de cada parcela e homogeneizadas para compor uma amostra composta de cada variedade representativa do ambiente. Sementes retiradas das 22 amostras compostas foram dispostas segundo o delineamento inteiramente casualizado (DIC). As sementes foram colocadas para germinar em rolos de papel germitest 28x38cm com três repetições de cada variedade e com sementes oriundas de apenas um ambiente. As sementes em germinação estavam sob condições controladas por câmaras de germinação tipo BOD, com temperatura a 25 °C e fotoperíodo de 12 h de luz e 12 h de escuro simulando as condições fotoperiodicas encontradas próximo a linha do Equador durante todo ano. As avaliações se deram no início da embebição (0 h) e às 2 h, 4 h, 6 h, 12 h, 18 h, 24 h, 30 h, 36 h, 42 h, 50 h, 58 h, 66 h, 74 h, 82 h após o início da embebição. No 45 momento de cada avaliação de peso úmido de cada semente, dois rolos eram retirados um com sementes do ambiente Quixadá e outro com sementes de Cascavel. 4.2.3. Determinação química Foram pesadas 40mg de cada amostra e colocadas para reagir com 1 mL de NaOH a 0,1M, por 20 minutos, sendo o sobrenadante removido com centrifugação a 5000 rpm por 4 minutos, esta operação foi repetida com cada amostra até exauri-la de proteínas. O sobrenadante foi reservado para quantificação protéica, segundo o método proposto por Bradford (1976). Neste método utiliza-se uma solução albumina (BSA) como padrão e um espectrofotômetro regulado para mensurar a absorbância da luz com o comprimento de onda de 595 nm pela solução de 100 µL da amostra/mL de solução de Bradford. A quantificação das proteínas existentes se dá a partir da absorbância obtida, processada segundo a equação de regressão da solução padrão de albumina (BSA) com absorbância registrada. 4.2.4. Análise estatística A análise de variância realizada seguiu o modelo de delineamento inteiramente ao acaso (DIC) e as variâncias foram testadas quanto a sua homogeneidade pelo Teste de Cochran para avaliação de valores discrepantes de peso. Logo após foi realizado teste de regressão para cada variedade nos dois ambientes para obtenção das curvas de embebição. O teste de correlação pelo coeficiente de Pearson, seguido pelo teste de Mantel (MANTEL, 1967) foi realizado para verificar a correlação entre valor protéico total e peso de semente seca após 2h, 4h e 6h de embebição e da distância espacial entre as unidades experimentais (mensurada através da distância euclidiana) com suas respectivas flutuações na densidade (baseada na correlação de Pearson), como medida da heterogeneidade espacial no tratamento com ambientes. O teste de Mantel (Z) é dado por: 46 onde, Xij e Yij são os elementos das matrizes X e Y a serem comparadas. A significância estatística da correlação matricial foi obtida com 5000 permutações aleatórias. Os programas estatísticos utilizados foram o ASSISTAT e o GENES (SILVA, 1996; SILVA; AZEVEDO, 2002; SILVA; AZEVEDO 2006; SILVA; CRUZ, 2006; AZEVEDO, 2009). 4.3. Resultados e discussão A análise de variância mostrou-se significativa e o teste de Cochran foi positivo para a hipótese de homogeneidade das variâncias, indicando não haver valores discrepantes de peso. Com base nas curvas de embebição representadas nas Figuras 3-24, o modelo trifásico proposto por Bewley e Black (1978) foi observado na curva de embebição dos seguintes variedades: Sempre verde cultivado em Cascavel, Pitiúba cultivado em Quixadá, Milagroso cultivado em Cascavel, Rouxinho 1 cultivado em Quixadá, 7919Dixie hee cultivado em Quixadá, Setentão cultivado em Cascavel, CNCx 251-11E cultivado em Cascavel, CNCx 251-60E cultivado em Quixadá e Cascavel, CNCx 25176E cultivado em Quixadá e Cascavel, Marataóa cultivado em Quixadá e Cascavel, BRS-Rouxinol cultivado em Quixadá, Paulistinha cultivado em Cascavel, BRSPunjante cultivado em Quixadá e Cascavel, CB-3 cultivado em Cascavel, AU 94-41807-01 cultivado em Quixadá e Cascavel, UCR-95-701 cultivado em Quixadá e Cascavel, MNC 03-731C-21 cultivado em Quixadá, MNC 03-720-11 cultivado em Quixadá, MNC 01-627D-65-1 cultivado em Quixadá e Cascavel, os demais variedades avaliados não apresentaram claramente a segunda fase do modelo trifásico através da redução relativa na absorção de água, mas isto não implica que não houve síntese de enzimas, de DNA e de RNA-m em algum momento na transição da fase I para fase III. Em feijão comum se relata a adequação plena ao modelo trifásico. No entanto, a falta aparente da fase II na curva de embebição é relatada em outras culturas, como trigo, mamona, cevada, arroz e aveia (MARCOS FILHO, 2005). Por meio do presente trabalho podendo-se afirmar a falta aparente da fase II, ocorre em algumas variedades de Vigna unguiculata (L.) Walp e que as condições ambientais durante a formação da semente pode influenciar a presença ou não da fase II (Figuras 3-24). 47 As curvas de embebição representadas nas Figuras 3-24 podem servir de base para uma hidratação temporalmente controlada em regime de embebição lenta (em papel úmido) para o futuro condicionamento fisiológico dos lotes de sementes estudados e armazenados no banco de germoplasma da Universidade Federal do Ceará. Pandey (1988) enfatizou a eficiência da embebição lenta, entre folhas de papeltoalha umedecido a 25 °C durante 48 horas para feijão francês (Phaseolus vulgaris L.), para recuperação do potencial fisiológico de sementes armazenadas por até três anos. Balbinot e Lopes (2006), concluíram que a secagem das sementes de cenoura após o condicionamento osmótico não afetou a sua germinação e o condicionamento das sementes em água destilada, por até 48 horas em sistema aerado seguido de secagem, contribuiu para aumentar o vigor das sementes de cenoura. A correlação foi moderada entre a proteína total, e o peso da semente seca (0,60, a 1% de significância), e peso da semente com duas horas de embebição (0,43, a 1% de significância), e peso da semente com quatro horas de embebição (0,38, a 5% de significância), e peso da semente com seis horas de embebição (0,36, a 5% de significância). As correlações indicam que a proteína total, apesar de sua contribuição como componente matricial por suas propriedades mátricas em nível celular, não representa o componente matricial que determina a hidratação inicial das sementes de feijão caupi. Observa-se uma redução na correlação entre proteína total e o peso da semente nas primeiras horas de embebição. Isto pode ser resultado da redução da responsabilidade do componente matricial pelo movimento de água no início da embebição, já que com o aumento do nível de água livre o componente osmótico tornase também muito participativo conforme Marcos filho (2005) e Cardoso (2004). 48 Figura 3 – Curva de embebição de feijão caupi cv. Sempre verde cultivado em Quixadá e Cascavel, 2010. ( ) simboliza protrusão radicular. Figura 4 – Curva de embebição de feijão caupi cv. Pitiúba cultivado em Quixadá e Cascavel, 2010. ( ) simboliza protrusão radicular. Figura 5 – Curva de embebição de feijão caupi cv. Milagroso cultivado em Quixadá e Cascavel, 2010. ( ) simboliza protrusão radicular. Figura 6 – Curva de embebição de feijão caupi cv. Rouxinho 1 cultivado em Quixadá e Cascavel, 2010. ( ) simboliza protrusão radicular. 49 Figura 7 – Curva de embebição de feijão caupi cv. Rouxinho 2 cultivado em Quixadá e Cascavel, 2010. ( ) simboliza protrusão radicular. Figura 8 – Curva de embebição de feijão caupi cv. 7919-Dixie hee cultivado em Quixadá e Cascavel, 2010. ( ) simboliza protrusão radicular. Figura 9 – Curva de embebição de feijão caupi cv. Purple knuckie hull-55 cultivado em Quixadá e Cascavel, 2010. ( ) simboliza protrusão radicular. Figura 10 – Curva de embebição de feijão caupi cv. Setentão cultivado em Quixadá e Cascavel, 2010. ( ) simboliza protrusão radicular. 50 Figura 11 – Curva de embebição de feijão caupi cv. CNCx 251-11E cultivado em Quixadá e Cascavel, 2010. ( ) simboliza protrusão radicular. Figura 12 – Curva de embebição de feijão caupi cv. CNCx 251-60E cultivado em Quixadá e Cascavel, 2010. ( ) simboliza protrusão radicular. Figura 13 – Curva de embebição de feijão caupi cv. CNCx 251-76E cultivado em Quixadá e Cascavel, 2010. ( ) simboliza protrusão radicular. Figura 14 – Curva de embebição de feijão caupi cv. Pingo de ouro cultivado em Quixadá e Cascavel, 2010. ( ) simboliza protrusão radicular. 51 Figura 15 – Curva de embebição de feijão caupi cv. Marataóa cultivado em Quixadá e Cascavel, 2010. ( ) simboliza protrusão radicular. Figura 16 – Curva de embebição de feijão caupi cv. BRS-Rouxinol cultivado em Quixadá e Cascavel, 2010. ( ) simboliza protrusão radicular. Figura 17 – Curva de embebição de feijão caupi cv. Paulistinha cultivado em Quixadá e Cascavel, 2010. ( ) simboliza protrusão radicular. Figura 18 – Curva de embebição de feijão caupi cv. BRS-Punjante cultivado em Quixadá e Cascavel, 2010. ( ) simboliza protrusão radicular. 52 Figura 19 – Curva de embebição de feijão caupi cv. CB-3 cultivado em Quixadá e Cascavel, 2010. ( ) simboliza protrusão radicular. Figura 20 – Curva de embebição de feijão caupi cv. AU 94-418-07-01 cultivado em Quixadá e Cascavel, 2010. ( ) simboliza protrusão radicular. Figura 21 – Curva de embebição de feijão caupi cv. UCR-95-701 cultivado em Quixadá e Cascavel, 2010. ( ) simboliza protrusão radicular. Figura 22 – Curva de embebição de feijão caupi cv. MNC 03-731C-21 cultivado em Quixadá e Cascavel, 2010. ( ) simboliza protrusão radicular. 53 Figura 23 – Curva de embebição de feijão caupi cv. MNC 03-720-11 cultivado em Quixadá e Cascavel, 2010. ( ) simboliza protrusão radicular. Figura 24 – Curva de embebição de feijão caupi cv. MNC 01-627D-65-1 cultivado em Quixadá e Cascavel, 2010. ( ) simboliza protrusão radicular. 4.4. Conclusão O modelo trifásico de Bewley e Black (1978) não se adéqua as curvas de embebição de todas as variedades de feijão caupi. As condições ambientais de cultivo influenciam adequação ao modelo. O conteúdo protéico não age como principal componente mátrico em sementes de feijão caupi. 54 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BALBINOT, E.; LOPES, H. M. Efeitos do condicionamento fisiológico e da secagem na germinação e no vigor de sementes de cenoura. Revista Brasileira de sementes, vol.28, n° 1, Pelotas, Apr. 2006. BEWLEY, J. D.; BLACK, M. Physiology and biochemistry of seeds in relation to germination. New York, Springer-Verlag. V. 2, 375p., 1982. BEWLEY, J.D.; BLACK, M. Physiology and Biochemistry of seed in relation to Germination. Berlin: Springer Verlag, v.1, 306p. 1978. BRADFORD, M.M. A rapid and sensitive method for the quantifications of microgram quantities of protein utilizing the principle of protein-dye binding. Analitycal Biochemistry, v. 72, p.248-254, 1976. CARDOSO, V. J. M. Germinação. In: KERBAUY, G.B., Fisiologia Vegetal, Guanabara-Koogan, 2004. Cap. 17, p. 386-407. CRUZ, C.D. Programa Genes: Biometria. Editora UFV. Viçosa (MG). 382p. 2006. HEGARTHY, T. W. 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Estados energéticos e tipos de água na semente. Revista Brasileira de Sementes, vol. 20, n° 2, p.79-83 – 1998. 56 ANEXOS 57 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 1 0,0 25,3 11,4 0,0 3,2 1,8 1,4 8,8 30,4 0,4 0,8 0,1 26,7 4,9 2,3 0,2 10,1 0,0 2,4 6,6 0,3 4,6 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 0,0 70,7 26,7 10,5 40,7 38,4 63,9 111,1 19,0 35,1 28,4 104,0 52,5 42,8 30,3 3,4 27,1 12,2 57,8 31,3 8,3 0,0 10,5 26,7 4,1 4,9 0,2 4,5 16,4 6,2 9,5 3,2 1,4 3,5 8,5 43,1 10,3 24,2 0,6 7,9 30,6 0,0 3,7 1,5 1,1 8,0 28,9 0,6 0,6 0,0 25,3 4,3 1,9 0,1 11,0 0,0 2,8 6,0 0,2 5,2 0,0 9,8 8,7 22,5 53,2 1,2 7,2 4,3 48,3 16,0 10,9 5,1 2,0 3,8 0,1 19,0 5,5 0,1 0,0 0,0 2,6 17,3 4,1 0,2 1,1 14,6 0,8 0,0 0,8 20,5 1,4 8,3 1,5 0,6 12,2 0,0 3,2 18,8 3,4 0,1 0,8 16,0 1,1 0,1 0,5 19,0 1,0 7,4 2,0 0,4 11,0 0,0 6,5 13,2 4,3 7,1 4,9 0,6 2,1 6,2 37,8 7,8 20,3 0,2 5,8 26,1 0,0 38,2 21,3 27,1 0,1 10,9 16,0 25,4 75,6 28,4 49,7 8,6 24,5 58,6 0,0 2,5 0,9 34,1 8,3 4,8 1,3 6,3 0,7 0,8 10,5 1,5 2,2 0,0 0,4 18,2 1,7 0,4 0,2 16,7 0,5 6,0 2,8 0,1 9,3 0,0 23,7 3,7 1,5 0,0 12,2 0,0 3,4 5,2 0,1 6,0 0,0 8,7 13,4 22,1 69,8 24,9 45,0 6,7 21,2 53,5 0,0 0,5 3,0 29,2 4,1 14,1 0,1 2,7 19,0 0,0 1,1 22,1 1,8 9,3 1,1 0,9 13,4 0,0 13,4 0,1 4,1 4,4 0,0 6,9 0,0 11,3 2,7 33,2 14,0 1,1 18 19 20 21 22 0,0 3,0 0,0 5,7 16,9 0,0 0,1 4,4 4,1 0,0 5,4 0,4 22,3 7,3 0,0 Anexo 1- Matriz de dissimilaridade das variedades Sempre verde (1), Pitiúba (2), Milagroso (3), Rouxinho 1 (4), Rouxinho 2 (5), 7919-Dixie hee (6), Purple knuckie hull-55 (7), Setentão (8), CNCx 251-11E (9), CNCx 251-60E (10), CNCx 251-76E (11), Pingo de ouro (12), Marataóa (13), BRS-Rouxinol (14), Paulistinha (15), BRS-Punjante (16), CB-3 (17), AU 94-418-07-01 (18), UCR-95-701 (19), MNC 03-731C-21 (20), MNC 03-720-11 (21), MNC 01-627D-65-1 (22) em Quixadá, 2010. 58 Anexo 2 - Dendrograma segundo método de agrupamento de ligação média entre grupo (UPGMA) das variedades de Feijão caupi em Quixadá, 2010. 59 Variedade Sempre verde Sempre verde Pitiúba Pitiúba Milagroso Milagroso Rouxinho 1 Rouxinho 1 Rouxinho 2 Rouxinho 2 7919-Dixie hee 7919-Dixie hee Purple knuckie hull-55 Purple knuckie hull-55 Setentão Setentão CNCx 251-11E CNCx 251-11E CNCx 251-60E CNCx 251-60E CNCx 251-76E CNCx 251-76E Pingo de ouro Pingo de ouro Marataóa Marataóa BRS-Rouxinol BRS-Rouxinol Paulistinha Paulistinha BRS-Punjante BRS-Punjante CB-3 CB-3 AU 94-418-07-01 AU 94-418-07-01 UCR-95-701 UCR-95-701 MNC 03-731C-21 MNC 03-731C-21 MNC 03-720-11 MNC 03-720-11 MNC 01-627D-65-1 MNC 01-627D-65-1 Local Quixadá Cascavel Quixadá Cascavel Quixadá Cascavel Quixadá Cascavel Quixadá Cascavel Quixadá Cascavel Quixadá Cascavel Quixadá Cascavel Quixadá Cascavel Quixadá Cascavel Quixadá Cascavel Quixadá Cascavel Quixadá Cascavel Quixadá Cascavel Quixadá Cascavel Quixadá Cascavel Quixadá Cascavel Quixadá Cascavel Quixadá Cascavel Quixadá Cascavel Quixadá Cascavel Quixadá Cascavel Teste F 46,4462 25,8727 18,6973 23,7700 14,1432 17,3078 18,4495 20,5588 15,9729 18,1719 21,4127 24,4379 15,1526 13,0153 19,7081 18,4729 14,0640 9,9562 25,6472 21,8948 12,9438 19,3124 17,9648 15,0119 40,4880 13,3724 11,6167 13,7414 7,9127 12,5562 24,2303 11,5466 11,3428 17,8288 9,7695 9,3956 27,333 12,0679 7,0694 10,2457 17,518 13,9557 6,3138 10,79 Anexo 3 – Quadro de análise de variância significativo a 1% pelo teste F. CV (%) 9,06 11,25 13,68 11,95 19,17 16,35 13,87 13,90 15,62 14,13 13,46 11,56 12,70 14,35 13,09 13,73 15,30 19,88 13,24 13,68 15,00 10,87 12,78 14,08 10,29 13,70 16,05 13,92 17,04 13,55 10,38 15,88 12,49 10,59 15,88 15,78 11,27 16,22 16,36 13,85 13,06 12,96 18,64 13,26