Olhamos por si! - Oficina de Psicologia

Transcrição

Olhamos por si! - Oficina de Psicologia
Gerir flasbacks
Oficina de Psicologia
Olhamos por si!
Algumas sugestões para lidar com intrusões vívidas
de memórias do passado que, enquanto as
situações traumáticas não estão resolvidas,
tendem a surgir de uma forma assustadora, como
se o passado estivesse a ser vivenciado, de novo,
aqui e agora.
Oficina de Psicologia
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O QUE É UM FLASHBACK?
Os flashbacks são interferências de um passado traumático.
Momentos aterradores, em que as referências de tempo e espaço se
perdem momentaneamente, recordações que surgem, normalmente
fragmentadas, com uma premência que lhes confere estatuto de
momento presente. Habitualmente, fica-se dominado por uma
imagem, mas também por sons, cheiros, paladares, sensações.
Qualquer estímulo, outrora presente numa situação traumática, pode
ser indutor de um flashback. E, quando isso acontece, o terror
instala-se.
Abaixo, encontra uma sugestão de um exercício para praticar quando
fica preso de um flashback – como tudo o que exige prática, convém
exercitar-se, primeiro, em momentos de tranquilidade, para
conseguir instilar em si o automatismo que lhe facilite a sua execução
em momentos de aflição. Igualmente, é uma boa ideia se praticar
com alguém em quem confie e que esteja, habitualmente, presente
consigo, para que o(a) possa conduzir no exercício quando precisar
de o fazer.
Uma nota importante: apenas lhe apresentamos este exercício
como forma de o ajudar em momentos difíceis enquanto não procura
ajuda para resolver a perturbação de pós-stress traumático. De forma
alguma, o exercício se destina a substituir uma intervenção
abrangente e correcta nesta patologia da ansiedade.
ANTES DE LHE SURGIR O FLASHBACK:
Antes de mais, vamos alterar a imagem mental referente à
recordação que lhe surge de forma tão angustiante.
1. Imagine que a imagem que se abateu sobre si está projectada
num ecrã de televisão à sua frente e que tem o controlo remoto na
sua mão. Agora, comece a ajustar os parâmetros da imagem e
som da televisão, encontrando o ajuste que lhe for mais
confortável, ou seja, que lhe provocar menos emoções negativas,
maior sensação de distanciamento.
a. Passe a imagem para preto e branco. Melhorou? Grave,
mentalmente, a imagem assim.
b. Escureça a imagem e retire-lhe contraste. Melhorou? Grave,
mentalmente, a imagem assim.
c. Mexa com a proporção dos objectos e das pessoas: quanto
mais
assustadores,
menores.
Melhorou?
Grave,
mentalmente, a imagem assim.
d. Há algum elemento visual que possa acrescentar nesta
imagem, e que ajude a transformá-la em incongruente,
ridícula, tranquilizadora ou, de alguma outra forma, mais
confortável?
e. Ajuste o som, no caso de existir som nesta recordação: mais
alto, mais baixo, distorcido, mais grave, mais agudo, a altas
rotações, muito lento… Melhorou? Grave, mentalmente, a
imagem assim.
f. Agora delimite a imagem mental, colocando-lhe uma
moldura à volta – imagine a grossura da moldura, a sua cor
e textura, o material de que é feita, a sua forma (quadrada,
rectangular,
elíptica,
redonda).
Melhorou?
Grave,
mentalmente, a imagem assim.
g. Experimente localizar, espacialmente a imagem de uma
forma diferente: à sua esquerda, à sua direita, acima,
abaixo; e distancie-a de si, até uma distância que lhe resulte
confortável. Melhorou? Grave, mentalmente, a imagem
assim.
2. Quando encontrar uma forma de visualizar esta imagem mais
tranquilizadora para si, pratique substituir a anterior por esta nova
imagem.
QUANDO LHE SURGIR UM FLASHBACK:
1. Exercite-se a gritar, mentalmente, a palavra “pára!”, seguido da
data e local onde está, e voltando a separar a realidade da
actividade intelectual. Exemplo: “Pára! Hoje é dia xx, de xx, de
20xx, e estou em (local), e isto é apenas uma recordação”.
2. Depois, substitua a imagem do flashback pela sua nova imagem.
3. E faça uns ciclos de respirações tranquilizadoras: inspirar, pelo
nariz, enquanto, mentalmente, repete 4 vezes a frase: “Está tudo
bem” e expirar, pela boca, devagarinho, enquanto conta 8 vezes a
frase “O passado acabou”.
4. Assim que sentir que está a retomar o equilíbrio, concentre-se no
que o rodeia, reparando no que vê, ouve, cheira e sente. Sem
interpretar o que lhe chega através dos 5 sentidos, apenas
reparando e sentindo, mudando de “canal sensorial”, sem pressas,
tomando nota do processo de relaxamento que se vai instalando,
repare:
a. Nas cores dos objectos
b. Nas suas formas
c. Nas suas texturas
d. No modo como a mudança de perspectiva visual altera a
forma e dimensões dos objectos
e. No volume relativo dos vários sons que consegue escutar
f. No som mais longe que consegue discernir
g. Na temperatura ambiente
h. Na roupa em contacto com o corpo
i. No chão em contacto com os pés e a capacidade para sentir
a sua textura
j. Nos cheiros que consegue identificar

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