Para além do patinho - Biblioteca Municipal do Seixal
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Para além do patinho - Biblioteca Municipal do Seixal
para além do patinho rui cardoso |2010 |Horta |Lisboa |Almodôvar |Aljustrel |Serpa |Beja Lisboa 6 a 31 Janeiro 2009, Livraria Círculo das Letras - Rua Augusto Gil, 15 B - 1000-062 Lisboa |horário: 2ªf a 6ºf das 10 às 21h; Sábados 10 às 19h |tel. 210 938 753 |e-mail [email protected] |Coordenação Fernando Vicente Horta 8 Março a 30 Abril 2009, Assembleia Legislativa Regional dos Açores - Horta - Faial |horário: 2ª f a Domingo das 9 às 18h |Presidente da Câmara Municipal da Horta João Castro |Vereadora da Cultura da Câmara Municipal da Horta Maria do Céu Brito Almodôvar 21 Maio a 10 Junho 2009, Galeria de Exposições da Praça - Rua da Malpica, nº6, 7700 Almodôvar |horário: 2ªf a 6ºf das 10 às 13h e das 14 às 20h; Sábados e Domingos das 14 às 20h |tel. 286 660 600 |Presidente da Câmara Municipal de Almodôvar António Sebastião |Vereador da Cultura Sílvia Baptista |Coordenação Rui Santana |Secretariado Rui Cortes |Assistentes Cristiano Duarte, Felisbela Guerreiro, Assunção Pereirao Aljustrel 31 Julho a 29 Agosto 2009, Oficinas de Formação e Animação Cultural - Rua Adeodato Barreto, 7600 Aljustrel |horário: (provisório): 3ª a 6ªf das 10 às 12.30h e das 14 às 23h; Sábados 10 às 12.30h e das 14 às 18.30h; encerra aos Domingos, 2ªf e Feriados |tel. 284098006 |email: [email protected] |sítio:www.mun-aljustrel.pt |Presidente da Câmara Municipal de Aljustrel António José Godinho |Coordenação Carlos Pedro e Ricardo Marreiros |Montagem António Galamba e Ricardo Marreiros |Secretariado Nuno Mar tins e Maria Felícia |Auxiliar Ana Maria Serpa 3 a 25 Outubro 2009, Cineteatro Municipal de Serpa Rua Dr. Palma Santos |horário: 2ª a 6ªf das 9 às 12.30h e das 14 às 18.30h |Domingos das 15 às 18h |Encerra aos Sábados |tel. 284543050 |e-mail [email protected] |Presidente da Câmara Municipal João Manuel Rocha da Silva |Vereador do Pelouro da Cultura José Duarte da Silva Sesinando |Chefe de Divisão da Cultura Maria José Moreira |Coordenação António Jaime Coelho Cachola |Montagem /Secretariado Vitor Canhita; Paulo Nogueira; Hugo Bentes; Armando Torrão e Romão Janeiro Beja 14 Novembro a 31 Dezembro 2009, Museu Jorge Vieira - Rua do Touro nº 33, 7800 Beja |horário: 3ª a 6ªf das 10 às 12.30h e das 14 às 18.30h |Sábados e Domingos das 14 às 18h encerra 2asf e feriados |tel. 284311920 |e-mail [email protected] |Presidente da Câmara Municipal de Beja Francisco Santos |Director do Departamento Socio/Cultural José Filipe Murteira |Director de Projecto Municipal Rui Aldegalega |Direcção Artística Rui A. Pereira |Design Rui A. Pereira |Técnica Animação Cultural Telma Matias |Assistentes Albano Baião, Amadu Li, Francisco Mendes, Herlander Guerreiro, José Henrique, Margarida Banza, Maria José Cruz, Rogério Gama Almada Maio a 31 Julho 2010, Galeria Municipal de Almada - Av. D. Nuno Álvares Pereira, 74 A, 2800-050 Almada |horário: 2ª a 6ªf das 10 às 12.30h e das 14 às 18h |Sáb. das 14 às 18h encerra ao Domingo |tel. 212724724 |fax 212724979 |Presidente da Câmara Municipal de Almada Maria Emília Neto de Sousa |Direcção Ana Isabel Ribeiro Coordenação do Projecto: Museu Jorge Vieira - Beja rui cardoso |Nasceu em Azambuja no ano de 1968. |Cedo revelou grande entusiasmo pelo desenho tendo sido premiado diversas vezes, na sua juventude, em concursos de ilustração e banda desenhada. |Frequentou o terceiro ano do Curso de Design de Comunicação da Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa. |Entre os anos de 1989 e 2000 foi designer na Renault Portuguesa, CGTP e Câmara Municipal de Lisboa, pelouro do Desporto. |Em 1991 foi fundador da sociedade de produção audiovisual Animanostra na qual despenhou funções de gerente tendo aqui desenvolvido grande parte do seu trabalho de autor, realizador, director técnico e director artístico de filmes de animação. Em 2008 abandonou a Animanostra para fundar um novo projecto de produção de audiovisuais – A Toonelada especializada em cinema de animação, onde actualmente desenvolve a sua actividade profissional. |Apesar da sua larga experiência em filme animado conseguida em séries como “A Maravilhosa Expedição às Ilhas Encantadas”, “A Demanda do Erre” e os filmes do “Patinho” e também em várias curtas-metragens com destaque para “Voragem” que lhe valeu o galardão de melhor Realizador Português no Cinanima de 2003, a sua obra artística transcende esta área visual para as complementar com o design, a ilustração e a pintura. |É igualmente autor de texto e imagem de literatura infantil, protagonizado pelo seu personagem mais bem sucedido, o Patinho, com mais de cinquenta títulos de grande tiragem publicados, incluindo um álbum de banda desenhada. O Patinho foi também, durante 160 semanas, o actor principal do suplemento infantil da edição de domingo do Correio da Manhã. Tem obra ilustrada diversa publicada na editora Girassol, TV Guia, Edimpresa, Gaipol e Dom Quixote. |Integrou, em 2001, o Júri Internacional de Selecção para a 25ª edição do Cinanima, Festival Internacional de Cinema de Animação da Cidade de Espinho. Em 2007, Integrou o Júri de selecção de longa metragem na 31ª edição do Cinanima e um ano depois participou no júri do I Concurso Literário do Concelho de Azambuja. No ano de 2004 foi o realizador convidado para a avaliação das turmas do curso de animação da ETIC e em Fevereiro de 2006 foi o autor homenageado pela Tertúlia da Banda-desenhada. “para além do patinho” rui cardoso Rui A. Pereira |Director Artístico do Museu Jorge Vieira Falar de Rui Cardoso é como contar uma história que ocorre numa prancha de BD ou num filme animado. Revelou cedo grande entusiasmo pelo desenho tendo sido premiado diversas vezes, na sua juventude, em concursos de ilustração e banda desenhada. Pode dizer-se que a sua cabeça é como uma câmara de projectar filmes, do tipo cinema paraíso - versão animada onde, na película do pensamento, preenchido por dezenas, centenas, milhares de riscos e rabiscos acontece o caminho giratório do sonho. O autor quando era ainda menino e lhe questionavam o que queria ser quando fosse grande afirmava, com um imenso sorriso e brilho nos olhos: vou ser marinheiro ou astronauta e “de pequenino é que se torce o destino” e, de alguma forma, esse sonho de criança tornou-se real nas suas muitas histórias. O universo do imaginário não tem limites e, Rui Cardoso, ainda hoje encara melhor o mundo quando o fantasia. Poucos são os que conhecem o artista pelo seu nome mas se falarmos no personagem, criado por si, para a televisão, revistas, livros…, são poucos os que não o conhecem: o autor e realizador do filme “O Patinho”, exibido pela RTP no final dos anos 90 e que era então o sinal obrigatório para a hora de ir dormir. Os mais pequeninos iam a correr para o ver “o Patinho” na televisão, os pais e avós acompanhavam-nos e se fosse dia de visitas também estes assistiam à cena. A descoberta das Artes Animadas com as Ilhas Encantadas Conheci o Rui Cardoso em 1989 na Faculdade de Belas Artes de Lisboa, ali ao lado do Chiado que ardeu nesse ano. O Design de Comunicação foi o curso que elegeu para o seu percurso académico e a primeira grande farra, numa festa da faculdade, aconteceu logo nesse ano. Os copos sucederam-se e o Rui aqueceu de tal forma que se viu privado das condições mínimas para regressar sozinho de comboio a casa. Pela primeira vez não dormiu na sua Azambuja: “a ansiedade e o susto foi tão grande que no dia seguinte os meus pais trataram logo de pôr o telefone em casa”. Nestes anos de estudante aprendeu que ser artista é algo mais do que ter uma grande capacidade de representação: «O meu valor artístico nunca foi muito natural. Eu tive que me esforçar para que a minha mensagem fosse entendida». Curiosamente, ainda caloiro foi logo convidado a trabalhar como Designer no gabinete de propaganda da CGTP e dois anos depois, em 1991, fundou a Animanostra, com uma equipa que se conheceu nesta Central Sindical: «o nosso projecto era fazer desenho animado». A empresa nasceu com a adesão da RTP ao projecto “Maravilhosa Expedição às Ilhas Encantadas”: mito do tempo muito afastado dos nossos antepassados, El Rei de Portugal D Manuel I que ascendeu ao trono em e que foi cognominado de O Venturoso, O BemAventurado ou O Afortunado, pelos acontecimentos felizes que sucederam no seu reinado como a descoberta do caminho marítimo para a e a do é o monarca que inspirou esta série e é o pretexto de todas as aventuras que aqui acontecem. Segundo a lenda este decide promover esta expedição para que, de uma vez por todas se descubra essa ilha até então desconhecida: um grupo de corajosos navegadores vai percorrer os recantos do mundo em busca deste lugar único - “o derradeiro paraíso na terra”. As cenas desenhadas para esta série revelam um mundo sedutor com sereias, com cabelos de oiro, um casal de ratos que habita no casco do navio com a mãe cor-de-rosa, sentada numa casca de uma noz, a dar de biberão ao seu ratinho, enquanto o seu esforçado pai lava as fraldas do menino; um dragão com ar de cachorro manso; um navio que flutua na água, mas também no ar; um banquete que junta os amigos animais: o leão, a coruja, o gato e a menina peixe sereia com os navegadores, de povos distintos, que se regalam naquele precioso mundo novo. No decorrer da história o astrolábio: milagroso de localização marítima, usado nesse tempo, para com base na determinação da posição das no céu. Segundo Rui Cardoso «Foi a minha “escola” de animação». Com esta ideia estreou-se como realizador, animador e director gráfico. Na génese da empresa era, de facto, o único com capacidade gráfica. Hoje reco-nhece que tudo começou com uma grande dose de loucura e inconsciência: “não é fácil, em Portugal, manter uma empresa de animação”. Este é um caso de por tanto querer e desejar levar à prática este projecto de vida profissional, se atirou para um vácuo que ainda hoje lhe parece, por vezes, indistinto. Em 1997, é editada, “A Demanda do R”, que abriu novos horizontes à empresa, uma co-produção internacional de animação da qual foi o realizador. Trata-se de uma Série de animação de 13x13’ direccionada para o público infantil. Segundo esta história que ocorre no Reino da Fantasia, um feiticeiro maldito faz desaparecer do alfabeto a letra “R”, gerando o caos e angústia generalizada nos seus habitantes: uma letra a menos significou que deixaram de se entender. O aclamado novo rei, no meio da desordem, parte com dois valentes amigos para a “Terra das Letras” em busca da letra perdida dispostos a enfrentar todos as adversidades. Esta série foi, para o seu autor, o maior desafio, em animação, de sempre: exigiu-lhe a criação de uma galeria de personagens superior a 50 caracteres, entre principais e secundários; a concepção de um universo visual específico para cada letra do alfabeto com todos os seus detalhes que lhe são inerentes - as máquinas, os edifícios, a flora, o ambiente, etc. A execução desta animação, foi por si dirigida, encabeçando duas equipas de animação de vinte elementos cada nos estúdios da Dacodac, na distante Roménia. Apesar de esta ter sido a maior aventura da animação portuguesa, em co-produção internacional, a RTP apresentou-a, lamentavelmente, no seu órgão de comunicação TVGuia, como sendo uma série estrangeira dobrada em português. Olha «O Patinho»! A figura de sucesso «O Patinho» surge em 1998 e destaca a Animanostra, e o seu autor no panorama da animação portuguesa. Inicialmente a encomenda da RTP pressupunha a animação à letra da popular canção para o programa infantil “O Jardim da Celeste”, à qual o Rui Cardoso contrapôs com a ideia da criação do personagem estrela: um Patinho cabeçudo, de baixa estatura, que mal chega ao microfone. Este subia ao palco para cantar a canção “todos os patinhos sabem bem nadar”… Umas tantas Patas, acompanham a música cantada pelo vocalista Pato, segundo uma coreografia inspirada provavelmente no “Lago dos Cisnes” Ballet Clássico do compositor Tchaikovsky. O filme, que esteve por um fio para ser “chumbado”, foi um sucesso de audiências e foi assim, mais tarde, adaptado para o programa Vamos dormir, com uma nova letra da responsabilidade de Teresa Paixão, actual coordenadora do departamento de programas infanto-juvenis do canal 2. O autor do Patinho só deu conta do efeito junto dos telespectadores comuns um dia em pleno Cinanima «quando começou o filme a passar na televisão, à hora do jantar, de repente toda a gente começou a bater-me palmas e a dizer “Olha o Patinho”». Verdade seja dita, eu e a Ana somos testemunhas, de que a Mariana nossa filha, que ainda não tem feitos os dois anos, no momento em que escrevo este texto, é uma fã incondicional do Patinho. Frequentemente, várias vezes ao dia, pede-nos insistentemente o Patinho nas suas variadas vertentes: o Vídeo dos melhores momentos do seu herói, o livro para o pintar e/ou riscar, o boneco do Patinho... e a música do Patinho à hora da deita, como música de embalar. A figura terna, carinhosa deste nosso amigo está presente no crescimento apressado da Mariana, com o Carteiro Paulo, o Ruca e o Baby Einstein. A animação tem um efeito mágico ao incutir nas crianças um magnetismo tão forte que as transporta para um mundo da fantasia confundindo o que é real com o imaginário…. ser-se verdadeiramente criança. Rui Cardoso conta-nos que a sua filha, agora com 6 anos, quando era bebé referia-se ao Patinho como o “Quá do pai, quá do pai” e que a animação já não lhe é um mistério tão grande mas que ainda hoje pergunta-lhe, quando está à frente de uma televisão, se as pessoas que está a ver se são a sério ou a fingir e provavelmente a pergunta acontece, de vez em quando, talvez por ter um pai que dá vida a muitos personagens: “um animador”. Os bonecos falam-nos nas cores, nos números, dos amigos, no jogar, no brincar ao faz de conta: o ser mergulhador; o ser aviador; o ser marinheiro, o ser condutor… nos lápis de cor que desenham o arco-íris, as casas, das árvores, do céu e do mar azul, no primeiro dia que o Patinho foi ao cinema e de tantas outras coisas que há para aprender e conhecer desde que se nasce bebé até se atingir o desenvolvimento pleno. O Patinho é pedagógico, é cuidadoso, é educado, é bem comportado, …enfim é politicamente correcto nos seus exemplos de saber bem comportar. Cenas do Patinho a brincar são mais do que muitas, e a sua alegria é imensa e é assim que o vemos, num filme, num livro, num caderno de pintar desde o primeiro com “Todos os Patinhos”, ou no “ O Patinho no Fundo do Mar”, “O Balão do João”, no “Toca o Sino”, na “Loja do Mestre André”, no “O Patinho no Espaço Sideral”, até ao último do Cuá Cuá”. Na verdade já são, vinte os filmes e mais de meia centena de títulos infantis que o Rui escreveu com este personagem em especial na Dom Quixote e mais recentemente, ilustrou “50 histórias de quem foi criança”, um projecto da Fundação Rotária Portuguesa. Foi abordado pela editora Girassol para fazer as ilustrações da obra, que contou com a colaboração de cinquenta personalidades nas mais distintas áreas. A sua participação, que inicialmente seria a de ilustrar as histórias dos autores, acabou por dar origem a mais uma história do Patinho. Na história do carrossel de uma Feira Popular que podemos encontrar em qualquer cidade, aldeia, vila, ou bairro. O efeito do movimento giratório, com os animais de pernas e corpo de pau/madeira, é mágico e a euforia generalizada paira com as bolas que flutuam no ar a receberem palmadas calorosas de todos. São muitos os meninos em delírio, assim como o pai e mãe do patinho que galopam um numa girafa e o outro numa zebra. O filhote Patinho anda a cavalo. A música que escutamos são do tempo da nossa avozinha, as mesmas que as nossas mães e pais nos cantaram e agora nós cantamos aos nossos Patinhos. Os três personagens principais apresentam-se cheios de cor, o Patinho com farda de marinheiro, tal e qual como o Rui Cardoso menino que queria ser marinheiro, a mãe do Patinho tem um vestido castanho e camisa rosa e o pai tem um casaco verde e calças de ganga, a girafa veste-se com a sua pele amarela e laranja, a zebra a preto e branco e o cavalo creme alaranjado com os seus arreios a vermelho. As cores vivas imperam neste primeiro plano e no cenário recuado, com muitos meninos, as formas e cores esbatem-se em tons de azul. Todo o desenho destes personagens é curvilíneo, sem arestas rígidas o que lhe dá um aspecto claramente terno, sem réstia de agressividade. O traço solto, desprendido, contorna as figuras e revela um grande à-vontade do autor em dar forma às suas criações. Curiosamente quando o autor é abordado sobre qual o seu público-alvo considera que, embora escreva livros infantis, tem como objectivo atingir com o seu trabalho o juvenil e refere que é a faixa etária mais receptiva ao seu tipo de mensagem. Voragem”, no meio de voltas e reviravoltas A “Voragem”, realizada em 2003 por Rui Cardoso, volta a colocar em evidência o seu trabalho ao ser contemplado no Cinanima, o Festival Internacional de Animação da Cidade de Espinho com o ‘Prémio Fnac’, para o melhor filme de animação português. Episódio da série “Ficções do Assombro, de seis curtas-metragens de animação de seis minutos, realizados por outros tantos autores gráficos, destinada ao público adulto. Um estranho conspirador orquestra um crime político que é notícia bombástica nos jornais e televisão. Ao serviço de uma sede de poder corrupta, três mulheres executam o dirigente do partido da oposição para que um dirigente, do mesmo partido, pudesse ascender à sua liderança. Este filme tem algo que nos transporta para a realidade interna de muitos partidos em especial nos que ambicionam o poder. Em 2008, Rui Cardoso cria a sua própria produtora de animação “Toonelada”. Este é um nome de peso que é o novo investimento pessoal para continuar a dar forma animada a novas criações. O Rui no meio destas voltas e reviravoltas para conseguir a afirmação e reconhecimento da animação no nosso pais assevera que a “saúde” no nosso mercado é frágil e que não se pode estar realizado quando as dificuldades para se conseguir financiamento são grandes -“não me sinto realizado, sinto-me realizador”. E falando de assuntos mal resolvidos como quando se deixa um casaco perdido, num sítio algures por ai, e sentimo-nos despidos, com falta de um resguardo confessa que esse é o sentimento que tem quando se lembra que não terminou as Belas-Artes. Mas não desiste e, hoje frequenta o segundo ano de Pintura para experimentar um curso que pode potenciar a sua expressão artística. O desenho irrompe compulsivamente em qualquer suporte que encontra por que esta, é para este autor, uma forma essencial do poder comunicar. Para Fátima Cardoso, companheira do Rui, quando se refere a ele: “é muito distraído, está sempre a pensar no mundo dele e que a maior virtude do Rui é ser verdadeiro e ponham-lhe uma caneta na mão e vão ver. Não sai nada que não seja desenho”