Guimarães - Grupo Photon
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Guimarães - Grupo Photon
Apoio ANO 24 - # 235 Cerco Digital De olho no que o País deixa de receber todo ano em impostos, receita investe cada vez mais em tecnologias capazes de cruzar informações e apontar falhas nas declarações prestadas pelos contribuintes Entrevista Um dos fundadores da Polipeças, conta como a empresa se desenvolveu ao longo de quase 4 décadas 487098 Guimarães NEOMAR 0 0 2 3 5 João Lopes, diretor da ZF Services América do Sul, fala sobre a importância do mercado brasileiro para a marca w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r Entre os assuntos permanentes em pauta de reuniões da Andap estão questões ligadas ao sistema tributário que incide sobre o setor de distribuição de autopeças. Nesta edição, preparamos matéria de capa com especialistas na área tributária para destacar as mudanças que estão por vir, com a implantação de sistemas integrados de informações do governo que possibilitarão acesso instantâneo às informações das empresas. Divulgação A ERA DIGITAL NA ÁREA TRIBUTÁRIA Renato Giannini, presidente da Andap – Associação Nacional dos Distribuidores de Autopeças Na seção Entrevista, o diretor da Unidade de Negócios América do Sul da ZF Sachs, João Lopes, fala sobre os planos da empresa para o Brasil e também dá uma visão do mercado. No espaço reservado a histórias interessantes de personalidades e empresários do setor, Neomar Guimarães Costa, um dos fundadores da Polipeças que está prestes a completar 38 anos, fala da trajetória da empresa que investiu desde o início em abertura de filiais. Aproveitamos para lembrar aos leitores que reservem em suas agendas a data de 14 de outubro, quando será realizado o Seminário da Reposição Automotiva, em São Paulo, SP, que reúne toda a cadeia de reposição automotiva para discutir e apontar tendências e desafios. A Andap, uma das entidades que apoia o evento, conta a participação de todos. Boa leitura! 4 Índice w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r 10 14 36 ENTREVISTA ESPECIAL EM DESTAQUE Diretor da ZF Services América do Sul, João Lopes analisa o cenário atual do setor de reposição brasileiro Prestes a completar 38 anos, Polipeças se desenvolveu a partir de filiais pelo País Bosch completa 60 anos de atuação no Brasil 18 TECNOLOGIA Índice A demanda de ajustadores automáticos de freio no segmento da reposição Setembro de 2014 6 20 CAPA Receita aperta o cerco aos sonegadores e autua mais do que nunca em 2013. Valor recorde de R$ 192 bi pode ainda crescer este ano 24 ESTATÍSTICAS Emplacamento até agosto de 2014 28 ARTIGO – LEANDRO M. LEITE E DIENGLES A. ZAMBIANCO Governança corporativa para empresas familiares 32 GEOMARKETING AUTOMOTIVO Ribeirão Preto 34 ANDAP NEWS Andap promove palestra sobre lei do consumidor 42 PESQUISA PCCV Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista do Estado de São Paulo 46 FLASH Respeite a sinalização de trânsito. DIRETORIA Marilda Costa Salles Ávila [email protected] Jarbas Salles Ávila Filho [email protected] PRESIDENTE Apoio Renato Giannini VICE-PRESIDENTES Ana Paula Cassorla, Anselmo Dias, José Ângelo Bonarette Esturaro, Rodrigo Francisco Araújo Carneiro JORNALISTA RESPONSÁVEL Jarbas Salles Ávila Filho (MTB 35.378) 1º SECRETÁRIO 2º SECRETÁRIO Antonio Carlos de Paula Joaquim Alberto da Silva Leal Renato Giannini, Rodrigo Carneiro, Antonio Carlos de Paula, Ana Paula Cassorla, Majô Gonçalves e Fernando Vasconi 1º TESOUREIRO 2º TESOUREIRO Guido Maria Luporini Cláudio Gilberto Marques REDAÇÃO Armando Diniz Filho, Carlos Alberto Pires, Fernando Luiz Pereira Barreto, Gerson Silva Prado, Jayme Scherer, José Carlos Di Sessa, Leda Yazbek Sabbagh e Sandra Cristine Cassorla de Camargo CONSELHO EDITORIAL [email protected] Jarbas Salles Ávila Filho, diretor; Cléa Martins, Majô Gonçalves, Sérgio Duque, Thassio Borges e Weslei Nunes, colaboradores; Mariangela Paganini, revisora DEPARTAMENTO DE NEGÓCIOS Marilda Costa Salles Ávila [email protected] FOTOGRAFIA Fernanda Soares [email protected] Arquivo Photon, Divulgação FINANCEIRO ARTE E PRODUÇÃO Valdirene Fernandes [email protected] Elvis Pereira dos Santos [email protected] FALE COM A MERCADO AUTOMOTIVO PELA INTERNET www.revistamercadoautomotivo.com.br www.photon.com.br CONSELHO FISCAL EFETIVO Alcides José Acerbi Neto, José Álvaro Sardinha e Nilton Rocha de Oliveira CONSELHO FISCAL SUPLENTES Arnaldo Alberto Pires, Diogo Sturaro, Guido Luporini, Renato Franco Giannini e Walter Pereira Barreto de Schryver COMERCIAL @ DIRETORES CONSELHO CONSULTIVO Carlos Raul Consonni, Frederico dos Ramos, Luiz Cassorla, Luiz Norberto Paschoal, Mario Penhaveres Baptista, Pedro Molina Quaresma, Renato Giannini e Sergio Comolatti DIRETORIA REGIONAL 2014 - 2018 ESPÍRITO SANTO NORDESTE Carlos Raul Consonni Carlos Eduardo M. de Almeida GOIÁS/ DISTRITO FEDERAL NORTE Neomar Guimarães Felipe Caldeira Carneiro Martins MINAS GERAIS SANTA CATARINA Rogério Ferreira Gomide Jayme Scherer POR E-MAIL Para anunciar: [email protected] Para assinatura: [email protected] FALE COM A ANDAP PELA INTERNET POR TELEFONE www.andap.org.br 55 (11) 2281-1840 NO TWITTER www.twitter.com/automotivo www.twitter.com/grupophoton NO FACEBOOK www.facebook.com/ revistamercadoautomotivo1 GRUPO PHOTON As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. Reproduções de artigos e matérias estão autorizadas, desde que citada a fonte. Revista MERCADO AUTOMOTIVO é uma publicação mensal do Grupo Photon. Circulação setembro de 2014. Avenida do Guacá, 1.067, 1º andar - CEP 02435-001 - São Paulo - SP - Brasil @ [email protected] 55 (11) 3266-7700 POR E-MAIL POR TELEFONE Entrevista R edação Para João Lopes, diretor da ZF Services América do Sul, do Grupo ZF, o mercado de reposição brasileiro ainda precisa se desenvolver para chegar ao patamar de EUA e Europa. No entanto, ele ressalta à revista Mercado Automotivo que o Brasil não fica atrás dos concorrentes no que diz respeito à atratividade. Confira abaixo a íntegra da entrevista com Lopes, cuja unidade administra as marcas Sachs e Lemförder: Mercado Automotivo – Você é hoje diretor da ZF Services, unidade de negócios do Grupo ZF. O Grupo tem unidades de produção em 26 países. Percebe alguma particularidade que diferencia ou destaca o Brasil em relação às demais nações para a empresa? João Lopes – A América do Sul é uma região importante para o Grupo ZF, e o Brasil é de longe a maior economia e o maior mercado desta região. O crescimento da produção de veículos leves e pesados que aconteceu nos últimos anos tornou este mercado ainda mais atrativo. A ZF é líder mundial em tecnologia nas áreas onde atua e o crescimento da tecnologia nos veículos presentes no mercado brasileiro tem proporcionado grandes oportunidades de negócio para a ZF, que cresce junto com o mercado. O 10 ZF Services traz para o aftermarket toda a tecnologia da ZF em produtos e serviços para automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, máquinas agrícolas, equipamentos de construção e geradores eólicos. Por ser uma companhia que atua em diversos países, a ZF Services traz ao Brasil profissionais de outras localidades? Se sim, como é a adaptação desses profissionais ao Brasil? A empresa é realmente globalizada. Temos alemães trabalhando no Brasil, brasileiros trabalhando nos Estados Unidos, americanos trabalhando na China e assim por diante. A troca de experiências faz parte do processo de globalização do conhecimento e interculturalidade. Para ascender a postos mais altos, um executivo tem que Divulgação Mercado promissor necessariamente passar por uma experiência internacional. A primeira barreira é o idioma. A maneira mais rápida de integração é a comunicação em inglês, mas sempre estimulamos o aprendizado do idioma local. A segunda maior dificuldade são as diferenças culturais. Refiro-me, claro, à cultura relacionada ao trabalho. Por exemplo: em algumas culturas, como a alemã, cumprir um prazo acordado é algo quase sagrado. Em outras culturas, o prazo é algo mais flexível, e isso exige que se compreenda essa diferença e se aplique ferramentas para construir uma cultura empresarial eficiente. A ZF investe nesse treinamento. Qual é a imagem que o Grupo ZF tem hoje do setor de reposição brasileiro? É um mercado secun- w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r dário para os negócios da companhia? Quais são os desafios deste setor atualmente? O setor de reposição brasileiro é um mercado importantíssimo para a ZF e é por isso que existe uma unidade de negócios dedicada como a ZF Services, que procura levar ao mercado de pós-venda soluções integradas que atendam com excelência os consumidores. Não tratamos o setor como um mercado secundário, pois nossa missão é garantir aos veículos com itens ZF um bom desempenho durante todo o seu ciclo de vida – e isso não se faz sem os devidos investimentos e, principalmente, comprometimento. Temos um crescente portfólio de produtos, a maior equipe de campo, rede de serviço, treinamento e acreditamos no diferencial de atenção ao mercado. Os desafios são sempre de oferecer produtos e serviços de qualidade, encontrar soluções para a cadeia de distribuição e serviço e desenvolver continuamente a cobertura de produtos para acompanhar a diversificação da frota brasileira. Estamos desenvolvendo soluções para o mercado de reposição que serão apresentadas em dois ou três anos e deverão revolucionar o mercado. Claro, todos os fabricantes de ponta também têm que enfrentar o crescente problema de concorrência com produtos de baixo preço e qualidade precária. ela varia muito de linha a linha, porém é uma política do Grupo não divulgar essa informação por região. Qual é a participação da ZF Services no Brasil na receita do Grupo? É possível aumentar essa participação? Melhor que falar em participação no total seria falar em participação por linha de produto, já que O governo argentino tem sido acusado por setores empresariais brasileiros de protecionismo. Qual a relação da ZF Services do Brasil com esse país? Temos uma fábrica de amortecedores na Argentina que exporta, Nos últimos anos o Brasil, de uma forma geral, priorizou negócios com países da América Latina em detrimento à Europa e aos EUA. Isso também aconteceu com a unidade da ZF Services no Brasil? É quase que inevitável. Houve um momento no passado em que as empresas com presença no Brasil se prepararam para ser uma base de exportação, mas as idas e vindas do câmbio criaram e destruíram oportunidades de negócios e a impossibilidade de se sustentar preços em moeda forte. A inflação faz parte da equação. O foco das unidades na América do Sul (temos quatro no Brasil e uma na Argentina) tornou-se, crescentemente, a América do Sul. Também é verdade que, com 121 fábricas ao redor do mundo, a ZF tem produção local em todos os continentes, mas alguns produtos são produzidos somente em algumas regiões. É assim que exportações inter-regiões mundiais ainda acontecem, mas não houve crescimento significativo. Na América do Sul, abrimos o escritório ZF Services Bogotá, na Colômbia, onde oferecemos produtos necessários àquele mercado vindos de todas as partes do mundo – e esses produtos são produzidos inclusive no Brasil. gera empregos e saldo de balança positivo, por isso não temos tido maiores problemas na obtenção das licenças de importação para produtos produzidos no Brasil. Qual é sua visão pessoal sobre o setor de reposição brasileiro? Alguns empresários têm relatado otimismo devido aos índices de venda de veículos novos em anos recentes. Ou seja, esse aumento de veículos impulsionaria o setor de reposição num futuro próximo. Outros pregam cautela, pois reclamam da falta de incentivos ao setor de reposição. Você é otimista com o cenário atual? Se pensarmos no médio prazo, a visão é sim de otimismo. Como você mencionou, o crescimento da frota brasileira leva necessa riamente a uma oportunidade de crescimento de negócios na reposição. As dificuldades se encontram em alguns pontos específicos: • Momento econômico: atravessamos um período de baixo crescimento econômico e de queda de confiança de empresários, do canal de distribuição e dos consumidores. Não dá para ser otimista com o curto prazo. • Crescente diversidade e complexidade da frota: isto faz aumentar exponencialmente a quantidade de itens que um distribuidor tem que manter em estoque, e que o varejo e a oficina têm que lutar para identificar. • Falta de informação e de formação: informações que facilitem ao mercado de reposição identificar a peça certa e ter acesso à informação técnica de como fazer um diagnóstico e a reparação corretamente. A formação de profissionais em toda a cadeia 11 Entrevista R edação de reposição também é um dos maiores desafios. As montadoras estão relatando um cenário desanimador no Brasil neste momento. O senhor considera que este é um bom momento para voltar os olhos ao setor de reposição? Por quê? Sempre! O mercado de reposição é o que gera recursos para as empresas investir em tecnologia. Empresas de setores com menor tecnologia têm negócios com montadoras onde têm resultados negativos puramente para alavancar o mercado de aftermarket, onde ganham dinheiro. O mercado de reposição no Brasil está, em termos de desenvolvimento, alguns passos atrás do que se vê na Europa e nos Estados Unidos, mas não menos atrativo. A Europa vem enfrentando uma grave crise financeira nos últimos anos. Os mercados da América Latina funcionaram como uma “válvula de escape” para a ZF? A região chegou a ter uma importância maior ao grupo diante desse cenário? A ZF particularmente tem passado por um estrondoso crescimento mundial (na Europa também), fruto de muito sucesso em praticamente todas as linhas de produtos vindas de apostas certas em tecnologia. Transmissões automáticas de oito e nove velocidades para automóveis, transmissões automatizadas para caminhões, volantes de dupla massa, embreagens autoajustáveis, amortecedores eletrônicos, barras estabilizadoras ativas e muitas outras levaram a um crescimento muito forte da demanda por produtos ZF. Dentro desse cenário, a 12 operação do Brasil manteve sua participação estável dentro do faturamento global do Grupo ZF. um novo nível. Se o Brasil quiser exportar dentro da América do Sul, tem que ser competitivo. Gostaria que falasse sobre o papel de liderança do Brasil na América Latina. Você considera que o País poderia ter uma atuação mais forte na região, ampliando seus negócios com parceiros latino-americanos? Certamente. O Brasil tem a economia mais forte de toda a região, apesar dos problemas estruturais e econômicos conhecidos. Temos a melhor indústria entre todos os países, recursos minerais fartos etc. O que nos falta? Faltam estabilidade econômica, políticas de incentivo ao investimento, políticas fiscais que não onerem a exportação, investimentos em infraestrutura e energia e investimento em educação. Nada que não tenha sido muito comentado nos últimos 15 anos, mas que ainda falta. A indústria também tem que investir em ganhar produtividade. A Alemanha tem custos altos de mão de obra, mas ganha anualmente produtividade que compensa o aumento de custos. Por isso a Alemanha é um grande exportador. Você pode estar se perguntando se precisamos ganhar produtividade e competitividade para exportar para a América Latina e a resposta é sim. Exemplo disso é que alguns países mais ao norte de nosso subcontinente eram mercados de veículos brasileiros, e hoje são mercados de veículos asiáticos. A proliferação de acordos de livre comércio de vários países sul-americanos com países da Ásia, Europa e dos Estados Unidos levaram a competição a Qual o balanço que o senhor faz atualmente do Inovar-Auto? Tem sido, de fato, significativo para o setor automotivo brasileiro? Sem dúvida, ele tem sido significativo e importante na manutenção do conteúdo local, porém não vejo como uma solução sustentável a longo prazo. O protecionismo pode ajudar a ganhar tempo, mas as empresas têm que usar esse tempo adicional para se tornar competitivas. A ZF tem estimulado seus fornecedores a buscar investimentos que aprimorem sua competitividade e capacidade de inovação – qualidades que resultarão em produtos e serviços cada vez melhores e mais competitivos. O crescimento do custo e a escassez de mão de obra no chão de fábrica têm que ser supridos, por exemplo, por automação e por processos muito mais produtivos. Há uma discussão entre empresários do setor automotivo a respeito do perfil mais adequado ao distribuidor brasileiro. Enquanto alguns defendem o generalista, que expande cada vez mais seus estoques, outros apostam na segmentação, com distribuidores especialistas cada vez mais em determinado segmento ou produto. Qual sua opinião em relação a essa discussão? É um processo de evolução e a distribuição no Brasil tem que encontrar seu próprio caminho. Existe o caminho da segmentação, que funciona em alguns países. Mas se olharmos nos Estados Unidos, por exemplo, veremos que o que mais w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r O senhor sente falta de profissionais qualificados para altos cargos no Brasil? Se sim, o que poderia ser feito para reverter esse cenário? Não necessariamente. Se sua empresa for atrativa você não tem muita dificuldade em conseguir arregimentar bons profissionais. A ZF tem conseguido atrair e reter talentos e, além disso, desenvolvemos nosso pessoal de base. Temos a universidade corporativa UniZF, que tem duas academias, a de operação e a de gestão, onde desenvolvemos nossos líderes. A internacionalidade da empresa funciona como um atrativo e como uma oportunidade de desenvolvimento. Projetos internacionais são comuns e os profissionais assimi- lam técnicas de gestão mundiais. Fato é que o crescimento do mercado brasileiro – e não falo do momento atual, mas do histórico dos últimos dez anos – levou à escassez de profissionais qualificados – de motoristas de caminhão a gestores de negócio – e não há outra maneira de resolver essa situação a não ser pela formação de um número crescente de profissionais. O sistema de ensino de alguns países mais desenvolvidos traz na base uma formação sólida, o que não é o caso em nosso país. Daí que a indústria tem que se empenhar e investir nessa formação. Uma mudança desse cenário passa necessariamente por uma mudança no ensino, do básico ao superior. Cinto de segurança salva vidas. cresce são os distribuidores que investem em agregação de valor. Empresas de distribuição que investem em catálogos on-line e altamente interativos, com informações de produtos, benefícios de cada marca, instruções de instalação e uma logística impecável são os que mais têm tido sucesso. O movimento no mercado é inegável: as gerações que entendiam de mecânica estão envelhecendo e saindo do mercado, as novas gerações sabem mais sobre computador do que sobre automóveis, sem falar que ambos estão se tornando mais complexos. Investir em sistemas de informação e agregação de valor aos demais elos da cadeia é um grande diferencial que tem que ser considerado. Alguém vai sair na frente. 13 Divulgação Especial M ajô G onçalves Do Centro-Oeste para o Brasil Polipeças cresceu expandindo sua atuação em várias regiões do País. Os fundadores enxergaram desde o começo, há 38 anos, que era preciso estar próximo ao cliente para dar suporte e atendimento E ra uma época em que havia escassez de peças de reposição para veículos pesados quando a Polipeças foi fundada, em 1976, por Neomar Guimarães Costa, Ronaldo Camilo Lobo, Lázaro Moreira Braga e Odilon Walter dos Santos que se mantêm até hoje no quadro societário. “A dependência de peças de reposição para caminhões era muito grande. Não havia na região Centro-Oeste nenhum 14 fornecedor com um portfólio completo”, lembra Guimarães. Ele conta que peças para reposição em carroceria de ônibus, por exemplo, precisavam, muitas vezes, ser moldadas e executadas em fibra de vidro e as de aço e chapas de alumínio ou ferro em tornearias. Logo os empresários vislumbraram um mercado a ser explorado e começaram como fornecedores para as empresas de transportes de ca- minhões e ônibus, mas percebiam que havia chance de crescer e atuar em outras regiões, até por meio de aquisições e instalação de filiais para estar junto dos clientes. Pensando desta forma, no ano seguinte da abertura do negócio a empresa já fornecia para o interior de Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso. A criação de filiais partiu da necessidade da empresa de dar suporte a clientes de várias Ronaldo Camilo Lobo, um dos fundadores da empresa Neomar Guimarães Costa destaca a importância da atuação de executivos Procurando acompanhar a evolução do mercado, a empresa, que mantém os mesmos sócios desde sua fundação, buscou aprimorar processos e adotar novas práticas e adaptar o planejamento para a realidade do mercado, sempre com foco em manter a participação no mercado e a rentabilidade. “O mercado é dinâmico e é necessário estar atento aos movimentos”, considera. Ampliação de estoque e diversificação de itens é uma constante. A empresa possui em portfólio de linhas de produtos para veículos leves e pesados de várias marcas: Bosch, Metal Leve, Cofap, Sabó, TRW, Philips, Fras-le, Wabco, Knorr-Bremse, Goodyear, Valeo, Dayco, Fag, Ina, Luck, Nakata, entre outras. Divulgação regiões. Foi assim que a Polipeças se desenvolveu, ao longo de sua trajetória, que completa 38 anos em outubro deste ano. Essa visão de ter filiais em várias regiões permitiu a expansão da empresa. No início, a empresa trabalhava com varejo, o que era muito comum na época. Em 1980, com a abertura da primeira filial em Brasília, passou a atuar somente no atacado e instalou novas filiais. Foi assim que passaram a atuar no Estado de Minas Gerais. A essa altura Guimarães revela que tinham no portfólio grande parte de componentes das marcas Sabó, Amortex, hoje Sachs, Metal Leve, Cofap, Fras-le, e muitas outras, que continuaram a distribuir em grande parte do território brasileiro. Até as décadas de 70 e 80, segundo o empresário, a maior frota circulante de veículos pesados era formada por modelos da Mercedes-Benz , o que fez com que a empresa se especializasse em peças dessa marca. “Depois, vieram caminhões e ônibus da Scania e Volvo, veículos médios, chamados 3 por 4. Com o aumento do portfólio para atender a demanda, foi preciso investir em diversificação de peças e ampliação do espaço físico nos centros de distribuição”, afirma. Divulgação w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r “Trabalhamos com mais de 40 representantes externos e mais de 200 vendedores internos, no total são 580 funcionários. Temos em torno de 25.000 itens das principais marcas em todos os centros de distribuição, localizados em Goiânia, GO, Brasília, DF, Uberaba e Belo Horizonte, em MG, Araguaína, TO, São Luiz, MA, Cuiabá, MT, Ribeirão Preto e Bauru, em SP, e, por último, em Belém, PA”. Sobre tempos difíceis o empresário lembra que, na época que antecedeu as eleições presidenciais do presidente Fernando Collor de Mello, as principais fábricas reduziram o prazo de compras a 18 e 24 dias. Substituição Tributária – um capítulo à parte – Guimarães conta que a abertura de centros de distribuição aconteceu bem antes da implantação da Substituição Tributária. “Hoje é impossível movimentar uma peça de um Estado para o outro devido à complexidade criada pela ST”. Ele acrescenta que o advento da ST é um grande obstáculo no dia a dia da distribuição, pois onera os estoques, reduz o capital de giro e gera custos adicionais abusivos à cadeia de distribuição ou diretamente ao cliente que precisa de uma peça, 15 que, eventualmente, encontra-se em outra unidade federativa, e esta transferência agrega impostos ao custo do produto. “Para trazer uma peça parada no estoque do Rio Grande do Sul para São Paulo, se a peça for importada (ICMS de 4%), o Estado destinatário exige o pagamento antecipado de 32%, é um absurdo. Somos obrigados a arcar com o prejuízo”, desabafa. Com a chegada da ST houve aumento das filiais de distribuidores nacionais que geraram impactos importantes, como aproximação com o cliente e aumento da disputa de mercado, fator que levou à redução expressiva no resultado do negócio. “As margens ficaram apertadas.” Guimarães destaca também que a abertura de filiais acabou por diminuir a atuação dos representantes externos. A empresa investe em treinamento em todas as unidades para formar mão de obra capacitada, principalmente no Norte e Nordeste do País, onde há muita carência de informação. Para o empresário, o profissional precisa estar bem preparado para oferecer atendimento de qualidade, ainda mais quando há uma infinidade de itens para atender a frota circulan- Divulgação Especial M ajô G onçalves Da esq. p/ dir.: Os gerentes Marcos Diniz e Kleber Pacheco te. “Para isso, mantemos auditórios em todas as filiais.” Desafios – A chegada de diversos produtos importados de marcas tradicionais e novas acirra a concorrência e obriga os distribuidores a abrir novas linhas ou áreas de atuação, o que resulta em mais capital investido. O empresário acredita que nos próximos anos aumentará a segmentação de venda como distribuidor somente pesado, distribuidor leve, distribuidor de produtos importados e distribuidor para produtos comerciais, o que talvez, em sua opinião, seja a saída. Na Polipeças, ele revela que iniciar o processo de sucessão e profissionalização é mandatório, além de acompanhar a evolução para ga- ATUAÇÃO EM VÁRIOS ESTADOS A Polipeças, distribuidora nacional para os segmentos leve, pesado e agrícola nas linhas motor, câmbio, embreagem, diferencial, suspensão, rolamentos, elétrico, sistema diesel e sistema injeção eletrônica, conta com mais de 50 fornecedores e unidades de negócios com estoque diversificado em Araguaína (TO), Brasília (DF), Belo Horizonte e Uberaba (MG), Belém (PA), São Paulo, Bauru e Ribeirão Preto (SP), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Londrina (PR), Porto Alegre (RS), São Luis (MA) e Vitória (ES). Possui dez sedes próprias, totalizando 30.363 m2 de área construída, 580 funcionários e mais de 40 representantes comerciais para atendimento de 21.000 clientes em todo o Brasil. 16 rantir a longevidade da empresa. “É preciso ter muita sabedoria, organização para vencer. Informação é uma ferramenta fundamental para o sucesso e usá-la de forma correta fará a diferença entre quem crescerá ou não em um mercado competitivo”, conclui. Atualmente, dois filhos de Guimarães trabalham na empresa, Neomar Guimarães Costa Júnior, que atua há 15 anos na Polipeças e cuida das unidades de Bauru, Ribeirão Preto, Londrina e Porto Alegre, e Marcelo Vaz Guimarães Costa, responsável pela área que comercializa carrocerias, outra divisão da distribuidora, que foi criada há 30 anos, tendo como fornecedor a fabricante Caio Induscar. Sua filha é médica e não trabalha na empresa. O empresário também conta com executivos que estão há mais de 20 anos na empresa. Como estratégia, Guimarães revela que todas as unidades foram interligadas on-line, via Embratel, o que possibilita fazer a gestão de mais de 28 mil itens em estoque, mantendo quantidade e boa diversificação. O diferencial é ter várias ações, como televendas (ativo e passivo), vendedores externos (representantes) promotores, coordenadores e pós-vendas. Tecnologia S érgio D uque w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r A demanda de ajustadores automáticos de freio no segmento da reposição Estima-se que serão consumidas 2,8 milhões unidades novas em 2014 I tem de segurança, o ajustador de freio, também conhecido como catraca de freio, trabalha para continuamente ajustar a distância da lona ao tambor, garantindo a funcionalidade do sistema e a frenagem do veículo. As lonas, que são peças de atrito e natural desgaste pelo acionamento, vão diminuindo sua espessura na medida do seu acionamento pelo esforço do eixo S no patim. Cabe ao ajustador de freio corrigir essa diferença até o limite máximo do desgaste da lona. Pode ser manual, quando os próprios motoristas ou mecânicos regulam e apertam os dentes da catraca a cada média de 3.000 km e soltam entre 3 ou 4 dentes, equivalente a ¼ de volta, ou automático, que fazem esse trabalho como a própria denominação já sugere, a cada acionamento do freio feito pelo motorista. Em ônibus, caminhões e semirreboques equipados com freios ABS o ajustador automático já é item obrigatório de fábrica desde 1º de janeiro de 2014, e sua aplicação deverá se estender para toda a linha de comerciais pesados, embora a grande maioria já saia de fábrica com esse modelo de equipamento. Os ajustadores de freio, mecânico ou automático, variam sua durabilidade média e possuem vida útil dependendo da forma de utilização. Veículos de circulação urbana, que consomem lonas a cada 20 mil ou 30 mil quilômetros, têm uso mais constante portanto menor tempo entre uma reparação e outra. Já veículos com circulação rodoviária, onde os freios são acionados em menor número de vezes, este ciclo pode ser entre 3 e 4 vezes maior. Os ajustadores mecânicos de freio não permitem reparação ou substituição de componentes internos. Após uma média de 100.000 km em área urbana, ou 300.000 km em rodovias, devem ser substituídos. Já para os ajustadores automáticos existem jogos de reparos que permitem sua reutilização em média por 2 ou 3 vezes, ou seja, são substituídos por unidades novas em média a cada 2 anos e meio. 18 Considerando que há variações sobre formas de manutenção de ajustadores nos segmentos da frota, o ciclo de substituição do produto também resulta em volumes demandantes distintos, isto é, o FST – Fator de Substituição e Troca – da linha tem critérios de medição diferenciado por segmento, entre caminhões, ônibus e semirreboques. O sistema de cálculo considerado pela Audamec Marketing estima a demanda de ajustadores automáticos para o segmento de reposição nos seguintes volumes anuais: MERCADO DEMANDANTE DE AJUSTADORES AUTOMÁTICOS DE FREIO – LINHA COMERCIAL PESADA Reposição Nacional – Unidades Novas Segmento Caminhões 2014 2015 2016 1.547.000 1.680.000 1.840.000 Ônibus 712.000 760.000 850.000 Semirreboques 545.000 600.000 650.000 2.804.000 3.040.000 3.340.000 + 6,1 + 8,4 + 9,8 Total da demanda Variação % a.a. A Audamec Marketing realiza pesquisas de mercado e estudos de produtos por encomenda de seus clientes, avaliando todas as características determinantes que explicam a demanda como: comportamento de uso, marcas oferecidas no mercado, market-share dos principais fabricantes, localização da demanda regional, podendo oferecer relatórios com volume de demanda estimada até por item da lista do cliente. Para mais informações visite o site www.audamec.com. br, ou telefone para (11) 2281-1840. O GRANDE IRMÃO Programas e computadores cada vez mais potentes, além de uma série de inovações fiscais, como a de escrituração contábil digital (Sped), têm permitido que o Governo esteja cada vez mais ciente de tudo o que acontece nas empresas E m 1949, o escritor britânico George Orwell já profetizava em seu livro “1984” a saga das pessoas que viveriam sob o olhar constante do Governo, na ficção representado pelo Grande Irmão. Menos obscura que no livro, mas também suportada pela tecnologia, essa vigilância tem permitido que governos de todo o mundo tenham maior controle sobre os passos de seus contribuintes e possam, assim, coibir ou mesmo punir crimes como os de sonegação fiscal. Foi o romance de Orwell, aliás, que veio à cabeça de Antonio Palocci, então ministro da Fazenda, em fevereiro de 2006, quando apelidou de “Big Brother” o supercomputador da Receita Federal que, graças ao Harpia, software de inteligência artificial desenvolvido pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) em parceria com o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), ampliaria a capacidade da entidade de cruzar dados dos contribuintes, explica Roberto Dias Duarte, administrador de empresas, professor e autor da série de livros “Big Brother Fiscal”. 20 Sócio e presidente do Conselho de Administração da NTW Franchising, maior rede brasileira de franquias contábeis, Duarte, que já realizou mais de 450 palestras nos 27 Estados do País, diz que o programa é capaz de cruzar uma quantidade elevada de dados e de fazer correlação entre eles: “Não por acaso seu nome – Harpia – é uma referência à maior ave de rapina do País, também conhecida como gavião-real, cuja característica principal é a profundidade da visão, oito vezes superior à do homem”. Instalado na sede do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados), em São Paulo, o supercomputador da Receita, inicialmente batizado de T-Rex (Tiranossauro Rex), auxilia os agentes fiscais a analisar as informações sobre a vida financeira dos contribuintes a partir principalmente da instituição do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), composto por módulos como os de Escrituração Contábil Digital (ECD), Escrituração Fiscal Digital (EFD ICMS/IPI) e Nota Fiscal Eletrônica Mercantil (NF-e), entre outras informações Fotolia.com / Elvis Santos Capa C léa M artins contábeis e fiscais que passaram a ser fornecidas à Receita Federal de forma padronizada, como a Nota Fiscal Eletrônica de Serviços (NFS-e), a EFD-Contribuições, o Conhecimento de Transportes Eletrônico (CT-e), a Escrituração Contábil Fiscal (ECF), a Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica (NFC-e), o Brasil-ID e o eSocial. “Todos esses dados formam um gigantesco ecossistema fiscal digital, o que permite ao Governo ter uma base de conhecimento de alto valor para as fiscalizações, tanto para a área tributária quanto trabalhista, ressaltando um forte movimento do Fisco rumo à terceira onda”, afirma Duarte. (Entenda cada uma das três ondas no texto do box Três Mundos.) Divulgação MALHA CADA VEZ MAIS FINA O cruzamento de dados, como os de movimentação bancária, cartões de crédito, notas eletrônicas, códigos de atividade, entre outros, com as informações declaradas pe- Roberto Dias Duarte, administrador de empresas, professor e autor da série de livros “Big Brother Fiscal”. las empresas vem sendo aplicado cada vez mais pela Receita Federal, inclusive no âmbito jurídico. Essa nova realidade vale não apenas para as companhias grandes, como para aquelas cadastradas no programa Simples Nacional, que já vêm sendo notificadas em casos de eventuais irregularidades. Com tantas informações disponíveis, que permitem inclusive a maior integração entre as administrações tributárias das três esferas governamentais (federal, estadual e municipal), além de parcerias com instituições como CVM (Comissão de Valores Mobiliários), Susep (Superintendência de Seguros Privados) e outros órgãos públicos, o Governo abriu mão da entrega do DIPJ (Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica). A última foi feita neste ano e entregue até 30 de junho pelas empresas. A partir de 2015 entra em vigor a Escrituração Fiscal Digital – EFD – do IRPJ. Isso faz com que quem já se beneficiou de alguma forma da omissão de informações tenha que se preparar para novos tempos, pois serão as divergências entre as informações prestadas nestas declarações e as encontradas pelo “Big Brother” que farão com que as empresas caiam na malha fina da Receita. “Imagine que o Governo é seu sócio. Agora esse sócio demanda informações, como compras, vendas, estoques, produção, recebimentos, pagamentos, apropriações contábeis, folha de pagamentos, apuração tributária e muito mais. E essas informações precisam ser enviadas por meio digital, com validade jurídica, em formatos padronizados. Algumas delas são transmitidas em tempo real, outras mensalmente e algumas anualmen- Divulgação w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r Álvaro Pereira, fundador da Importadora Alvamar te. E mais do que isso, esse sócio ainda recebe dados enviados por seus fornecedores, clientes e parceiros”, exemplifica Duarte. Álvaro Pereira, fundador da Importadora Alvamar, que atua no fornecimento de autopeças para as empresas estatais ou mistas, vivencia há mais tempo todas essas mudanças e novos requisitos do Governo. Foram justamente para as empresas com foco voltado à importação que a Receita apontou primeiramente seus holofotes digitais. Mas ao invés de reclamar das mudanças, Pereira, de 80 anos, é bastante otimista: “A informatização do Fisco tem ajudado a moralizar o mercado e isso é muito bom para todos, consumidor e também empresas que atuam de forma lícita”. Quanto ao investimento, Pereira diz que o montante gasto pela empresa para acompanhar toda essa evolução fiscal vem sendo feito de forma gradual ao longo de mais de 10 anos com incorporação e atualização de um sistema que ajuda a 21 Capa C léa M artins gerenciar seu estoque, hoje, com cerca de R$ 4 milhões em produtos. FIM DO PAPEL A mudança é inevitável. Mas para se ajustar às novas demandas da Receita alguns pontos precisam ser analisados com cuidado pelos empresários, observa Duarte: “Ninguém dá o que não tem. Portanto, se a empresa não tem informação para sua própria gestão, como poderá enviar dados ao Fisco?” Atualmente, a maioria das empresas brasileiras tem seus tributos e sua folha de pagamento processados por mais de 80 mil organizações contábeis. “O empresário não pode se esquecer de que as informações nascem dentro da empresa. O contador processa dados operacionais e os transforma em informações fiscais, tributárias, previdenciárias, trabalhistas. Sem uma boa matéria-prima, ele não poderá ter bons produtos”, adverte o professor. É aí que a tecnologia se faz primordial. “Controlar dados operacionais, como os de compras, vendas, estoque, produção, entre outros, no papel é gerir com mentalidade de segunda onda. Alguém imagina que uma empresa consiga registrar, armazenar, processar e disponibilizar tantas informações sem usar um software de apoio à gestão?”, questiona Duarte. “Essas informações devem migrar do meio físico (papel) para o digital através de documentos e livros fiscais eletrônicos. Assim, todas as operações realizadas ficam registradas em um gigantesco ‘Facebook Tributário’, uma rede digital interconectada de troca de informações entre clientes, fornecedores, transportadoras, organizações contábeis e, obvia- 22 TRÊS MUNDOS N o primeiro capítulo de seu livro – BIG Brother Fiscal – o professor Roberto Dias Duarte fala sobre a transição entre a Era Industrial e a Era do Conhecimento. Nele o autor se baseia na tese do economista norte-americano Alvin Toffler, escritor do bestseller A Terceira Onda (1980), que afirmou há mais de 10 anos que o Brasil convive com três estágios simultâneos de amadurecimento econômico e social e conceituou cada um desses estágios como ‘ondas’. “Ainda há muita gente em nosso país vivendo na primei- mente, autoridades tributárias”, completa o especialista, que ressalta ainda não ser possível manter dados operacionais em planilhas e sistemas não integrados entre si. E mais, segundo Duarte, as empresas, principalmente as de maior porte, precisam encontrar soluções específicas que integrem diversas áreas de conhecimento: tecnologia da informação, auditoria, recursos humanos, contabilidade, informações fiscais e tributárias: “Não há fórmula mágica para isso, nem caminhos sem riscos. Todo esse contexto brasileiro é relativamente recente, por isso, é fundamental encontrar parceiros que entendam desses assuntos e possam compartilhar os riscos. O importante é não tentar contratar fornecedores apenas pelo preço de seus serviços. A relação é mesmo de parceria”, sugere Duarte, que finaliza: “Inovar, criar, cocriar produtos e serviços; reduzir custos, otimizar a produção e a entrega, são atividades cada vez mais dependentes da interação e da troca de conhecimento. E o calcanhar de Aquiles de qualquer organização, nesse contexto, não é a tecnologia, mas seu uso [no caso ra onda. Nela as pessoas trabalham na terra de forma quase artesanal, visando apenas sua sobrevivência. Já o Brasil da segunda onda é encontrado em regiões altamente urbanizadas, com muitas indústrias, engarrafamentos e poluição. Entretanto, uma parte da nossa sociedade já vive a terceira onda, na qual profissionais conectados usam rotineiramente a tecnologia e executam atividades que exigem conhecimentos cada vez mais sofisticados”, explica Duarte. uso ineficaz] por parte dos colaboradores e parceiros”. HÁBITOS ANTIGOS Apesar das novidades e dos investimentos em tecnologia, o Governo ainda precisa aprimorar a fiscalização e simplificar a legislação tributária do País, se quiser realmente que o dinheiro devido chegue aos cofres públicos. No ano passado, por exemplo, a Receita Federal aplicou autuações que somaram R$ 190,2 bi. Um montante 63,5% maior do que o do ano anterior. Recorde. Deste montante mais de R$ 181 bi eram devidos por empresas, a maioria de grande porte. No entanto, apenas R$ 30,7 bilhões deste valor entraram de fato nos cofres públicos. Isso porque a complexidade legal viabiliza a contestação das fiscalizações no judiciário. A boa notícia é que o cerco mais acirrado tem ajudado a coibir a economia subterrânea, que chegou a representar 21% da produção nacional em 2003, e atualmente se situa na faixa dos 16%, segundo estudos da FGV (Fundação Getúlio Vargas). Estatísticas S érgio D uque w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r is Elv O emplacamento de veículos até agosto de 2014 A expectativa era de recuperação. Mas não aconteceu. C om quase 42 dias de estoque parado nos pátios O emplacamento de caminhões manteve queda das fábricas, os impactos da queda na venda de acumulada perto de -13,0% e no segmento de ônibus veículos repercutem em várias frentes de negócios. a queda é de -13,8%, sendo que até julho esse número Em 2014 mais de 8 mil postos de trabalho foram cortados era de -12,5%. pelas montadoras até agosto por conta dessa situação. Já no segmento de motocicletas, por mais esforços O cenário continua negativo, embora houvesse uma que as montadoras possam realizar, nada faz estancar a expectativa de recuperação em agosto, passados os efeisangria. No desempenho acumulado do ano até julho, tos diretos dos eventos que afetaram o comportamento de em relação ao mesmo período do ano anterior, a queda consumo de modo geral, como Copa do Mundo e férias. é de 6,1%. As perspectivas com alta da inflação, diminuição da A Anfavea mantém previsões de que o ano de 2014 atividade, instabilidade política por conta das crises que fechará com queda de 10% na produção de veículos deveriam e não explicam as facetas ocorridas no comando em relação ao ano anterior, queda de 6% nas vendas da Petrobras, parece ter abalado ainda mais os receios e e 30% nas exportações, este último especialmenas expectativas de como e com quem ficará o controle da te em razão do desempenho recessivo da economia economia, freando a intenção de compra dos consumidores, preocupados com seus empregos e rendimentos. na Argentina. No vácuo de tudo, vem ainda uma forte incerteza dos resultados das eleições preLICENCIAMENTO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES sidenciais, que limita e adia investimenACUMULADO JAN-AGO tos, internos e externos. Não à toa, instiPREVISÃO SEGMENTO % VAR. tuições de crédito internacional acenam 2014 2014 2013 com a intenção de aumentar o risco Brasil, 2.400.000 Automóveis 1.587.898 1.813.591 -11,27 ▼ o que faria prolongar a minirrecessão que se apresenta. 800.000 Comerciais Leves 533.645 530.795 1,70 ▲ Com tudo isso, não é difícil entender 140.000 Caminhões 88.710 102.975 -13,18 ▼ porque o segmento de automóveis novos continua registrando queda no volu30.000 Ônibus 19.873 23.060 -12,50 ▼ me acumulado do ano, que era de -11,7% 60.000 Máquinas Agrícolas 43.388 52.322 -18,44 ▼ até julho e chegou a -12,4% em agosto. Comerciais leves – segmento que inclui 55.000 Implementos Rodov. 37.819 44.652 -12,97 ▼ vans de passageiros e entregas, utilitários 1.450.000 Motos 950.048 1.011.566 -4,95 ▼ esportivos e picapes – mantiveram resultado positivo, embora tenha também reTOTAL 3.261.381 3.578.961 -7,74 ▼ 4.935.000 cuado sensivelmente, passando de +1,7% Fonte: Licenciamento acumulado Fenabrave. Máquinas agrícolas apenas para referência, uma vez que não há emplacamento. Previsão 2014, estudos Audamec Marketing. de julho para +0,5% em agosto. 24 s nto a P. S Respeite a sinalização de trânsito. Cinto de segurança salva vidas. Leandro M. Leite e Diengles A. Zambianco Governança corporativa para empresas familiares A maior parte das grandes empresas e grupos empresariais existentes no mundo atual têm suas raízes em empreendedores que iniciaram seus negócios em estruturas familiares. Com tino para atividades comerciais, industriais ou prestação de serviços, essas famílias empresariais se estabeleceram, evoluindo, crescendo e diversificando seus negócios. Verifica-se que, ao longo do tempo, a maior parte dessas estruturas, em determinado momento, entram em declínio e acabam por esfacelar grandes patrimônios amealhados a duras penas por seus fundadores. Apenas uma pequena parcela das estruturas empresariais familiares acaba por ultrapassar essa fase de declínio, chegando às futuras gerações com uma perspectiva de perenidade. Estatísticas demonstram que, de cada 100 empresas familiares brasileiras, 30% chegam à segunda geração, e apenas 5% à terceira geração.1 No Brasil é raro conseguirmos enumerar mais de 10 empresas de origem nacional que datam de mais de 100 anos. Pesquisas mais profundas não chegam a enumerar 50 que atingiram essa longevidade. Observando-se esse fenômeno, a administração moderna passou a investigar as causas que levam as empresas a seguir rumo à perpetuidade. À medida que os negócios evoluem, a complexidade das estruturas empresariais acaba por aumentar proporcionalmente a esse crescimento. Quando chega o momento da sucessão de uma geração para outra, surgem diversas questões que podem comprometer a sequência das atividades após essa fase de transição. Como exemplos podem ser citados o desinteresse, o despreparo ou, até mesmo, a ausência de herdeiros naturais para dar sequência como administradores do negócio ou acionistas da empresa. A atualização das estratégias empresariais, mecanismos de controle de patrimônio e estruturas adequadas de avaliação para assunção de riscos são fatores determinantes no sucesso ou insucesso da sequência da atividade empresarial. 1. Fonte: Sebrae – 2005. 28 Também figura como elemento de vital importância a organização da estrutura de direcionamento estratégico e implementação da gestão executiva da empresa. Em países como o Brasil, em que a complexidade das normas societárias e tributárias é gigantesca, o desenvolvimento de mecanismos de planejamento é fator determinante de competitividade. A proteção patrimonial e desenho antecipado e planejado da sucessão é vital para que futuras gerações possam continuar a usufruir dos frutos decorrentes da atividade, sem afetar de forma negativa o funcionamento do núcleo empresarial gerador de riqueza. Justamente nesse momento é que se verifica mais presente a necessidade da organização da estrutura de negócios. Denominados pela moderna administração como elementos de “governança corporativa”, constituem elementos fundamentais para a longevidade das empresas a organização de 3 fatores, que figuram como verdadeiros pilares de sustentação das empresas: a interação da família com o organismo empresarial, a correta administração do patrimônio e estratégias jurídicas de funcionamento do negócio e um adequado desenho dos órgãos de planejamento estratégico e executivo. Um dos métodos mais eficientes de preparar a estrutura empresarial para o futuro é a segmentação dos pontos a serem trabalhados em 3 conjuntos de fatores, que podem ser chamados de “Círculos de Governança”: FAMÍLIA PATRIMÔNIO EMPRESA Leandro M. Leite e Diengles A. Zambianco FAMÍLIA: GOVERNANÇA FAMILIAR Como primeiro elemento de governança, é importante estruturar a forma de relacionamento da família empresarial com a estrutura dos negócios desenvolvidos. Em estruturas mais simples, essa organização pode ser realizada por meio de um documento denominado “acordo de acionistas” (ou de quotistas). A essa estrutura pode ser somada a realização de reuniões periódicas com o objetivo de aproximar os sucessores e possibilitar que os mesmos conheçam o negócio e, futuramente, possam interagir de forma produtiva com os demais acionistas e administradores. À medida que tais estruturas empresariais evoluam, a tendência natural é a formação de um Conselho de Família, objetivando estabelecer as diretrizes éticas e o código de conduta a ser observado, prever a formação dos sucessores, e a disseminar e preservar as crenças e valores a serem observados por todos os integrantes da estrutura empresarial. Divulgação Podemos, com base nos 3 Círculos de Governança, delinear o tratamento a ser atribuído a cada fator envolvido na estrutura empresarial: Esq. para dir.: Leandro Martinho Leite é advogado do escritório Leite, Martinho Advogados-LMA, especializado em tributação, planejamento societário e estruturação de logística fiscal. Diengles Antonio Zambianco é consultor e advogado do escritório Leite, Martinho Advogados-LMA, especializado em legislação fiscal, contabilidade e recuperação de créditos tributários. EMPRESA: GOVERNANÇA CORPORATIVA A governança corporativa tem como objetivo estruturar de forma adequada a organização dos grupos de pessoas que exercem as três grandes atividades que permitem à empresa o desenvolvimento de suas atividades, quais sejam: Planejamento Estratégico, Execução da Atividade e Controle. O desenvolvimento da estrutura empresarial implica, em um determinado momento, a separação de tais atividades. Nas estruturas empresariais mais simples é possível que tais atividades sejam feitas pelas mesmas pessoas, sem a necessidade de agregar custos incompatíveis com o momento de desenvolvimento. Estas estruturas podem ser divididas em um Conselho Consultivo, responsável pelo planejamento estratégico, pela designação de cargos executivos e responsáveis pela gestão das atividades, e um comitê de riscos, responsável por avaliar periodicamente os resultados e riscos envolvidos no desenvolvimento dos negócios. Num primeiro momento é, inclusive, possível estruturar esses órgãos com as mesmas pessoas que atualmente integram a estrutura de administração da empresa. Ou seja, numa fase inicial de organização, os próprios acionistas podem estruturar e integrar os três órgãos acima enumerados. A simples organização de tais estruturas, com a designação de datas para discussão dos assuntos atinentes a cada atividade, e controle das deliberações tomadas nas reuniões, traz enorme evolução e benefícios à estrutura da empresa. A evolução natural de tais estruturas é a profissionalização da gestão da empresa, possibilitando desenvolver de forma autônoma as áreas de planejamento estratégico, adminis- 30 tração e controle com a criação de órgãos como o Conselho de Administração, a Diretoria Executiva e o Conselho Fiscal. PATRIMÔNIO: GOVERNANÇA JURÍDICA A organização jurídica da estrutura empresarial tem como objetivo, além de proteger o patrimônio acumulado pela família, trazer alternativas que possibilitem a consecução dos negócios empresariais de forma segura, mas societária e tributariamente otimizada. Encontra-se no âmbito dessa atividade a criação de mecanismos que possibilitem o planejamento de modelos de negócios, com o crescimento da empresa e a redução dos efeitos da tributação sobre o patrimônio. A criação de holdings patrimoniais e operacionais possibilitam separar o “ativo familiar” do “ativo empresarial”, facilitando sua administração e reduzindo as chances do risco empresarial impactar sobre o patrimônio dos sócios. Isso permite que eventual “passivo empresarial” não atinja o “ativo familiar”. Soma-se, ainda, que a criação de holdings patrimoniais impacta diretamente na carga tributária, possibilitando que um planejamento adequado reduza de forma efetiva e legal a elevada carga tributária enfrentada pelas empresas. Especialmente no Brasil, em que a carga tributária estadual (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS) e complexidade dos mecanismos de controle de tributos são alguns dos maiores entraves à consecução das atividades empresariais, o desenvolvimento de uma logística fiscal adequada torna-se um grande diferencial competitivo. Geomarketing S érgio D uque w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r A demanda de autopeças na região de Ribeirão Preto A ‘Califórnia brasileira’ N o início da década de 90 Ribeirão Preto, cidade do interior de São Paulo, ficou conhecida como a ‘Califórnia brasileira’, o que provocou uma repercussão enorme na cidade e em toda a região. O conteúdo de matérias publicadas em vários veículos de comunicação não só chamou a atenção dos investidores de forma geral, como também de milhares de pessoas de todas as partes do Brasil, atraídos pelo interesse em tentar a sorte e viver numa das mais tranquilas e promissoras regiões do País. Hoje, 24 anos depois, a cidade que já fora conhecida como “a capital do café”, pode ser chamada de “capital da cana-de-açúcar”, depois de várias mudanças de interesse e da busca de melhor arranjo em todos os campos, especialmente o social e o econômico. Com população estimada de 650 mil habitantes, Ribeirão Preto é polo de influência para outros municípios da região onde habitam mais de 2,5 milhões de habitantes, ao todo. São municípios integrados em 7 microrregiões, a maioria com PIB concentrado na cultura de cana-de-açúcar que responde por relevante participação no setor, ocupando 1 milhão de hectares da área plantada e produção próxima de 35 milhões de toneladas do produto. O setor da indústria na mesorregião é igualmente expressivo em contribuição de valores para o PIB, com destaque para a produção de bebidas, alimentos e artefatos de couro. Já o setor de serviços, é o maior 32 contribuinte, especialmente por atendimento de serviços públicos, hospitalares e educação, ampliando seus limites de atuação para outros municípios menores. A frota de veículos circulante na mesorregião é estimada em 1,1 milhão, com aproximadamente 620 mil automóveis, 155 mil comerciais leves, 35 mil caminhões, 20 mil máquinas agrícolas, 6 mil ônibus e 260 mil motos. Os gastos com autopeças na região neste ano de 2014 deverá ser equivalente a R$ 63 milhões (mais 50% deste valor com serviços), que serão movimentados em 650 lojas de autopeças, 200 centros automotivos, 500 postos de combustíveis, 200 oficinas autoelétricas, 1.350 oficinas mecânicas e de funilaria, 110 concessionárias de marcas e 50 retíficas de motores. O potencial de demanda de autopeças da mesorregião de Ribeirão Preto, que engloba outros 66 municípios, entre eles alguns bastante expressivos como Franca, São Joaquim da Barra, Batatais, Jaboticabal e Sertãozinho entre outros, equivale a 1,83% de todo o Brasil. Para saber mais sobre potencial de demanda em regiões brasileiras, consulte o sistema da Audamec Marketing, que disponibiliza para o usuário informações sobre 5.567 municípios brasileiros, 535 microrregiões e 137 mesorregiões. Acesse o endereço www.geomarketingautomotivo. com.br ou, se preferir, ligue para (11) 2281-1840 e peça login e senha para navegação demo. Divulgação ANDAP NEWS Andap promove palestra sobre lei do consumidor • E • m parceria com a Fundação Procon/SP, por meio da Diretoria de Estudos e Pesquisas, a Andap promoveu, no dia 10 de setembro, palestra gratuita sobre Direitos Básicos do Consumidor (Lei nº 8.078/90) que contou com a participação de 60 pessoas, entre distribuidores e fabricantes. A iniciativa teve como objetivo esclarecer sobre o Código de Defesa do Consumidor e sanar dúvidas dos associados referentes às informações contidas nas embalagens dos produtos. A lei aborda várias questões e tem gerado muitas dúvidas no setor, principalmente ao varejo que recebe fiscalizações. Alguns aspectos da lei: • As lojas não podem cobrar juros abusivos. O preço do produto também deve ser facilmente visualizado, bem como os descontos que serão concedidos. • Qualquer informação do produto não deve ser omitida do consumidor. • A venda casada é terminantemente proibida. • Anúncios devem ser criteriosos para não criar nenhum tipo de constrangimento ao consumidor. • Não é permitido colocar limite mínimo para a venda no cartão de débito ou crédito. Também é vedado esconder a máquina do cliente. 34 Mercado Automotivo • setembro • 2014 Na hora de entregar o produto, o varejista está proibido de fazer entrega fracionada da peça. Em relação à garantia legal, é de 3 meses para o produto, segundo a lei. • A troca só é obrigatória se o produto apresentar algum tipo de problema. No caso de compra pela internet, o prazo é de 7 dias para a troca, mesmo que o produto não tenha defeito. • Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços resulta em pena de detenção de 3 meses a 1 ano e multa. • Empregar na reparação de produtos peça ou componentes de reposição usados sem autorização do consumidor leva a detenção de 3 meses a 1 ano e multa. • Todo produto remanufaturado, recondicionado ou reutilizado deve ser informado por escrito ao consumidor. Entre as infrações previstas no Código de Defesa do Consumidor (CDC) há pena de 6 meses a 2 anos e multa para quem omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade e periculosidade de produtos. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável pelos atos de seus prepostos ou representantes autônomos. Cinto de segurança salva vidas. Divulgação Em Destaque R edação Seis décadas de resultados positivos Bosch completa 60 anos no Brasil e reconhece a importância cada vez maior da região H á aqueles que acreditam na máxima de que o empresário/empreendedor no Brasil sofre para manter seu negócio aberto. Independentemente da questão ideológica do assunto, é necessário levar em consideração os números: de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 48% das empresas brasileiras fecham as portas após três anos de atividade. No Estado de São Paulo, 27% das 36 empresas não chegam sequer ao segundo ano. Em um cenário como este, os empresários e empreendedores comemoram (e muito) quando sua empresa chega a cinco anos, uma ou duas décadas de atividade, por exemplo. E quando são 60 anos de serviços prestados? É o caso da Bosch, que completa em 2014 seis décadas de atuação no Brasil, em seus quatro setores de negócio: Tecnologia Automotiva, Tecnologia Industrial, Bens de Consumo e Energia e Tecnologia de Construção. Ademais do tempo de trabalho, a companhia alemã comemora outros números de sua atuação no Brasil. No ano passado, a Bosch empregou mais de 8,9 mil funcionários no Brasil, em operações que renderam cerca de R$ 4,4 bilhões, sendo 22% gerados a partir das exportações. O montante é tão expressivo que representa 86% do vo- Cinto de segurança salva vidas. Divulgação Em Destaque R edação Em 2013, a Bosch completou a importante marca de dois milhões de freios ABS produzidos no mercado nacional lume de vendas gerado pelo grupo na América Latina, onde registrou crescimento de 8% em 2013, com faturamento líquido de R$ 5,1 bilhões. “A América Latina é uma região estratégica para a Bosch, com excelente potencial de desenvolvimento no longo prazo. Nos últimos 10 anos, nossas vendas na região mais que dobraram”, avalia Besaliel Botelho, presidente da Robert Bosch América Latina. Em 2013, a Bosch completou 60 anos de atuação também na Venezuela, 90 na Argentina e um século no Chile. Ainda assim, Botelho chama a atenção para os desafios que a empresa ainda precisa enfrentar diariamente em solo brasileiro. “É importante enfatizar que a indústria brasileira ainda enfrenta o desafio da competitividade 38 devido à baixa produtividade, elevado custo da mão de obra, insuficiente infraestrutura logística e pesada carga tributária”, completa. Com todas essas dificuldades, os números e marca atingida pelo grupo no Brasil tornam-se ainda mais expressivos. INVESTIMENTOS Os investimentos feitos pela Bosch no Brasil nos anos recentes têm refletido a importância deste mercado para o grupo. Ainda mais se levarmos em consideração que tanto Estados Unidos quanto os países europeus têm sofrido consideravelmente nos últimos anos por conta da crise econômica que atingiu os países desenvolvidos. No Brasil, tem sido importante também para os negócios da empresa o impulso gerado pelo programa Inovar-Auto, o regime automotivo cujo principal objetivo é promover o fortalecimento e o desenvolvimento da indústria nacional. “Nossos clientes estão ampliando a localização de suas operações aqui, não apenas por conta do Inovar-Auto, mas também devido ao potencial de crescimento do mercado”, explica Botelho. Somente nos últimos dez anos, foram cerca de R$ 2 bilhões em investimentos do grupo na América Latina. Para 2014, a previsão é de R$ 108 milhões, com foco na instalação de novas linhas de produção visando à expansão da capacidade produtiva atual, que também inclui a nacionalização de alguns produtos, conforme informou a empresa em comunicado à empresa. Respeite a sinalização de trânsito. Divulgação Em Destaque R edação Com investimento previsto de R$ 108 milhões em 2014, empresa busca a nacionalização de alguns produtos, entre outros objetivos Um dos investimentos está atrelado à instalação da linha de produção da sonda lambda na planta localizada em Campinas. “Com a produção local da sonda lambda, estamos antecipando as soluções por eficiência energética atuais e também futuras, assim como estamos prontos para ajudar nossos clientes a atingirem suas metas de nacionalização por conta do Inovar-Auto”, avalia Botelho. JOVENS TALENTOS Outro foco de preocupação e (consequentemente) de investimentos da Bosch no Brasil é a formação de profissionais competentes no País. De acordo com a própria companhia, desde 1960 a Escola Técnica de Engenharia da Bosch qualificou mais de 1,4 mil profissionais. No programa de aprendizes da empresa no Brasil, o índice de 40 aproveitamento chega a 90% dos participantes ao final das atividades de qualificação. Dessa forma, a Bosch consegue fugir daquele que tem sido o principal pesadelo das grandes empresas no País, especialmente as multinacionais: a falta de profissionais qualificados. FOCO NO MERCADO A Bosch pretende investir nos próximos anos, também em sua unidade na cidade de Campinas, na nova plataforma de motores de partida, que dará suporte ao início da produção do sistema Start Stop na região. Já o novo laboratório de dinamômetro de motor, em Curitiba (PR), terá o objetivo de auxiliar os clientes a atenderem a atual regulação Euro V e a futura legislação Euro VI. “Os segmentos de Bens de Consumo, de Energia e Tecnologia Predial e de Tecnologia Industrial também serão fortalecidos. O foco continuará a ser o desenvolvimento de produtos, tecnologias e serviços que visam mais eficiência energética, conforto e segurança”, completa a companhia no comunicado à imprensa. É dessa forma que a Bosch pretende continuar a oferecer no Brasil produtos e serviços automotivos para montadoras e para o mercado de reposição, além de outras soluções industriais. Com subsidiárias e empresas regionais em aproximadamente 50 países e presença em 150 nações, a Bosch comemora a importante marca de 60 anos, sem deixar de lado o futuro no Brasil. Afinal, o mercado brasileiro já se comprovou de extrema importância para o grupo não só na região, mas em nível global. Pesquisa (PCCV – maio de 2014) Pesquisa Conjuntural do Comércio A Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista do Estado de São Paulo tem como objetivo produzir indicadores mensais do desempenho do comércio varejista e dos seus vários ramos de atividade e em todas as 16 regiões do Estado. A partir de dados do faturamento bruto real, as informações produzidas pela pesquisa permitem mensurar, tanto em número índice quanto em R$ bilhões, e projetar a atividade econômica geral de curto prazo, dado que o consumo é o indicador mais sensível e o que mais rapidamente responde às mudanças conjunturais e/ou às medidas de política econômica. Atividade Estado de São Paulo Capital ABCD Araçatuba Araraquara Bauru Campinas Guarulhos Jundiaí Litoral Marília Osasco Autopeças e acessórios Concessionárias de veículos Autopeças e acessórios Concessionárias de veículos Autopeças e acessórios Concessionárias de veículos Índice (média 2011=100) mai-14/ abr-14 (%) mai-14/ mai-13 (%) ac. ano (%) 810.003 103,99 4,7 3,1 7,4 5.900.631 84,70 8,0 -16,0 -11,3 212.913 92,89 3,9 -4,7 9,9 2.307.391 84,76 8,8 -23,8 -15,2 31.460 90,30 -2,3 -18,2 -5,4 370.880 74,39 5,0 -12,6 -9,8 Autopeças e acessórios 19.745 89,54 -1,4 -29,1 -6,7 Concessionárias de veículos 68.906 96,24 -14,9 -13,4 -7,1 Autopeças e acessórios Concessionárias de veículos Autopeças e acessórios 29.500 95,75 -1,2 2,9 -13,9 159.990 88,74 10,0 -12,2 -9,6 38.502 102,48 8,0 -1,0 10,9 Concessionárias de veículos 177.566 85,54 11,0 -10,0 -8,1 Autopeças e acessórios 120.663 129,87 2,6 30,1 23,2 Concessionárias de veículos 707.250 88,49 6,4 -9,1 -4,1 37.962 106,47 9,1 8,6 19,7 Autopeças e acessórios Concessionárias de veículos Autopeças e acessórios Concessionárias de veículos Autopeças e acessórios Concessionárias de veículos Autopeças e acessórios 197.740 88,08 9,9 3,9 -0,3 34.848 142,13 0,8 21,8 38,0 231.388 78,94 6,2 -11,4 -8,9 23.599 84,04 3,0 3,4 5,4 216.523 82,86 13,5 -1,3 -3,7 47.495 152,97 22,5 24,1 11,7 Concessionárias de veículos 81.117 84,30 8,7 -19,6 -18,4 Autopeças e acessórios 21.159 84,38 8,3 2,2 -21,3 204.950 66,58 2,7 -27,4 -24,0 Concessionárias de veículos Presidente Prudente Autopeças e acessórios 15.223 86,37 -19,5 -8,6 -5,1 Concessionárias de veículos 73.493 90,36 3,4 -13,4 -17,3 Ribeirão Preto Autopeças e acessórios 86.934 114,63 8,6 4,6 2,8 377.306 87,57 13,1 -10,8 -11,3 São José do Rio Preto Autopeças e acessórios 32.137 78,61 6,1 -10,0 -9,2 174.393 89,68 8,8 -17,7 -17,0 29.904 113,03 12,2 6,8 5,7 279.870 90,59 10,4 -4,7 -6,0 27.958 105,98 3,9 4,5 8,9 271.869 94,10 5,6 1,6 1,9 Sorocaba Taubaté Concessionárias de veículos Concessionárias de veículos Autopeças e acessórios Concessionárias de veículos Autopeças e acessórios Concessionárias de veículos * A preços de maio/ 2014 – valores em R$ mil 42 Faturamento real* w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r Varejista do Estado de São Paulo Variação sobre mesmo mês do ano anterior Variação acumulada no ano mar-14 (%) abr-14 (%) mai-14 (%) mar-14 (%) abr-14 (%) mai-14 (%) 2,4 1,3 3,1 11,2 8,6 7,4 -15,7 -21,7 -16,0 -5,3 -10,0 -11,3 3,6 2,7 -4,7 17,8 14,0 9,9 -16,9 -31,2 -23,8 -4,3 -12,6 -15,2 -18,8 -12,7 -18,2 2,3 -1,8 -5,4 -10,5 -16,4 -12,6 -6,4 -9,1 -9,8 -14,1 -16,7 -29,1 8,0 0,8 -6,7 -22,9 4,3 -13,4 -8,8 -5,3 -7,1 -13,0 -5,7 2,9 -20,7 -17,3 -13,9 -11,2 -20,8 -12,2 -4,3 -8,9 -9,6 6,5 1,3 -1,0 19,2 14,4 10,9 -12,8 -18,5 -10,0 -3,5 -7,5 -8,1 24,5 20,0 30,1 21,8 21,3 23,2 -10,9 -9,2 -9,1 -0,4 -2,7 -4,1 11,7 -0,9 8,6 31,3 22,7 19,7 -2,5 -4,9 3,9 -0,2 -1,4 -0,3 38,7 32,7 21,8 46,3 42,7 38,0 -15,4 -12,9 -11,4 -6,4 -8,2 -8,9 -11,8 -3,3 3,4 8,9 5,9 5,4 -17,2 -11,2 -1,3 -1,9 -4,4 -3,7 9,2 2,8 24,1 10,3 8,3 11,7 -25,3 -20,3 -19,6 -17,3 -18,1 -18,4 -32,0 -25,4 2,2 -26,9 -26,5 -21,3 -25,5 -27,5 -27,4 -21,4 -23,0 -24,0 -8,9 16,8 -8,6 -11,4 -4,2 -5,1 -31,9 -14,7 -13,4 -19,6 -18,3 -17,3 -3,0 -3,4 4,6 4,3 2,3 2,8 -22,4 -20,2 -10,8 -8,1 -11,4 -11,3 -7,2 -17,4 -10,0 -6,0 -9,0 -9,2 -27,0 -25,9 -17,7 -13,4 -16,9 -17,0 -2,0 -5,4 6,8 9,4 5,4 5,7 -7,6 -11,0 -4,7 -4,7 -6,3 -6,0 6,9 5,1 4,5 11,8 10,1 8,9 -4,5 -0,9 1,6 3,0 2,0 1,9 Estado de São Paulo Capital ABCD Araçatuba Araraquara Bauru Campinas Guarulhos Jundiaí Litoral Marília Osasco Presidente Prudente Ribeirão Preto São José do Rio Preto Sorocaba Taubaté 43 Geomarketing Automotivo w w w.geomarketingautomotivo.com.br Informações on line sobre a demanda de autopeças em 5565 municípios brasileiros. Visite o site www.geomarketingautomotivo.com.br e entenda como esta ferramenta pode ajudar no desempenho de vendas da sua empresa. Planos especiais para fábricas, distribuidores, lojas de autopeças, centros automotivos e representantes comerciais. Contratamos representantes comerciais para todo o Brasil. Interessados entrar em contato. 11 2281-1840 e-mail: [email protected] Flash w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r www.canaldapeca.com.br PORTAL CANAL DA PEÇA TERÁ 1 MILHÃO DE VISITAS MENSAIS ATÉ O FINAL DO ANO riado em 2012 para atender à crescente demanda por busca de peças pela internet, o Canal da Peça deve chegar a mais de 1 milhão de visitantes por mês. A plataforma exclusiva para o setor de autopeças já possui informações originais de 400 mil itens de mais de mil marcas. “Somos o maior portal especializado no segmento de autopeças que atende o comércio B2B e B2C, permitindo que marcas e fabricantes se comuniquem com seus clientes”, afirma Vinicius Dias, um dos fundadores do negócio. O portal oferece diversas funcionalidades para que fabricantes possam exibir produtos para quem procura informações on-line e também convidar varejos a vendê-los. Profissionais do setor e proprietários de veículos podem consultar informações técnicas e comprar de centenas de varejistas de todo o Brasil em um único lugar. FOTON CAMINHÕES INAUGURA CONCESSIONÁRIA-MODELO EM SÃO PAULO ando prosseguimento a seu plano de expansão da rede de concessionárias no Brasil, a Foton Caminhões inaugurou no dia 28 de agosto mais uma concessionária, desta vez na cidade de Guarulhos, em São Paulo. A nova instalação, que pertence ao grupo empresarial LCM, está localizada na Avenida Santos Dumont, 1.250, no bairro Cumbica, e substitui a concessionária da marca que ficava na Rua Fernando de Noronha, 398. A casa foi realocada para uma região com alto fluxo de caminhões e fácil acesso aos clientes e foi construída dentro dos padrões visuais, de qualidade e de conforto que a Foton prioriza. “A nova localização da concessionária faz parte da estratégia comercial da empresa de identificar pontos de venda e assistência técnica com grande vocação industrial e comercial, que é o caso de São Paulo, sem contar que o mercado da cidade é muito importante para o segmento em que vamos atuar a princípio, que são os caminhões leves e semileves. Criamos um modelo de concessionária de excelência em todos os aspectos. Toda a estrutura e gestão do grupo LCM Caminhões é independente da Foton Caminhões”, diz Ricardo Mendonça de Barros, proprietário da LCM Caminhões e diretor Comercial e de Desenvolvimento de Rede da Foton Caminhões. Para Maurim Silva Junior, gerente-geral da LCM Caminhões, a padronização das concessionárias Foton foi desenvolvida para proporcionar aos clientes a qualidade dos serviços de maneira ágil, competitiva, e com conforto. “Além do padrão visual, a nova casa de Guarulhos tem espaço para descanso e lazer, com banheiros, café, água, internet WI-FI, TV por assinatura e jogos interativos”. Maurim possui mais de 16 anos de experiência no setor automotivo, trabalhando 13 anos para a Volkswagen Caminhões Divulgação C D 46 e quatro anos para a Iveco, sempre atuando na gerência de vendas ou comercial das empresas. Com área total de 1.200 m², sendo 800 m² de área construída, sua estrutura conta com oito boxes de atendimento ao cliente, além de serviços de mecânica, elétrica, revisões de troca de óleo, área de financiamentos, seguros e vendas e espaço de lazer para os motoristas. “Oferecemos todas as comodidades e serviços para atendermos nossos clientes de maneira rápida, eficiente e confortável.” A localização da concessionária é estratégica, em região de grande fluxo de veículos comerciais, e atenderá principalmente as cidades de Guarulhos, Arujá, Poá, Itaquaquecetuba e grande parte da Zona Leste de São Paulo. “Nossas expectativas são excelentes para o desempenho deste novo empreendimento”, diz Maurim Silva Junior. As próximas concessionárias-padrão do grupo LCM serão inauguradas em Várzea Paulista e no Ceasa, na cidade de São Paulo. Respeite a sinalização de trânsito. Cinto de segurança salva vidas. Respeite a sinalização de trânsito. Caminhos, tendências e reflexões para o aftermarket 55 11 2281-1840 WWW. REVISTAMERCADOAUTOMOTIVO .COM.BR Flash SCHAEFFLER LANÇA MARCA RUVILLE NO BRASIL empre atenta às necessidades do mercado e preocupada com a qualidade e a originalidade de seus produtos, a Schaeffler – que reúne as marcas INA, FAG e LuK – conta com sua expertise para lançar uma nova marca no Brasil, a Ruville, especializada em distribuição de produtos e serviços para motor, chassi e direção para o aftermarket automotivo, focada em carros de passageiros. Os produtos de reposição Ruville, de know-how alemão, têm qualidade OE – original de fábrica. A marca é parte da Schaeffler na Alemanha desde 2001. Eles são testados nos laboratórios internos da empresa e em cooperação com as autoridades técnicas alemãs de inspeção (TÜV), a Germanischer Lloyd e a Universidade Técnica de Aachen (RWTH). Seguindo os padrões de qualidade Schaeffler, a Ruville chega ao País com a finalidade de complementar o portfólio da empresa e contribuir para que sua linha de produtos e serviços fique ainda mais completa. Os produtos da marca Ruville já fazem sucesso no mercado sul-americano, onde são comercializados pela Schaeffler América do Sul desde 2007. Devido à experiência em engenharia para motores, chassis e direção, a Ruville mantém uma cobertura de mercado que atinge mais de 90% de todos os veículos da Europa e da Ásia. Além do portfólio de cerca de 25 mil componentes, a marca oferece soluções de reparo, com kits de ferramentas para aplicação das peças, de forma a disponibilizar suporte para a instalação correta, o que resulta em melhor desempenho dos produtos. w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r S Mais sobre a Ruville Ruville possui longa tradição de qualidade – Fundada em 1922 por Egon von Ruville, em Hamburgo, na Alemanha, tornou-se a primeira fornecedora de produtos de reposição para veículos automotores no mercado alemão. Atualmente, está presente em mais de 100 países e inaugurou, neste ano, um novo Centro de Treinamento Técnico na matriz, facilitando ainda mais o desenvolvimento de novos produtos e a transferência de conhecimentos por meio de treinamentos. Divulgação CENTRO DE TECNOLOGIA DA MAHLE METAL LEVE ASSINA ACORDO DE R$ 285 MILHÕES COM A FINEP acordo que permitirá ao centro de tecnologia da Mahle Metal Leve S. A. ampliar sua base de pesquisas e o desenvolvimento de novos produtos acaba de ser assinado entre a empresa e a Finep – Inovação e Pesquisa –, companhia pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. A parceria que tem validade de três anos prevê um investimento conjunto da ordem de 285 milhões de reais. O centro tecnológico da Mahle Metal Leve, localizado em Jundiaí, interior de São Paulo, é um dos sete estrategicamente posicionados ao redor do mundo e o segundo mais importante do Grupo. O principal destino da verba proveniente da Finep é o financiamento de toda a cadeia da inovação, com foco em ações estratégicas, estruturantes e de impacto para o desenvolvimento sustentável do Brasil. E é exatamente voltada para essa política de pesquisas e de aperfeiçoamento de produtos e sistemas que a Mahle Metal Leve dirigirá seus esforços e verbas para o próximo triênio. Após os contatos iniciais com a Finep foi elaborado o que se chama ‘financiamento da estratégia’, onde foram apresentadas para a empresa pública as definições dos projetos e a forma como deverão ser aplicados esses recursos no decorrer do acordo. Ou seja, foram mostrados os diferentes passos da sua implementação: geração das novas tecnologias, projetos junto aos clientes e projeto de manufatura. O aporte previsto pela Finep, de 65% do valor total do projeto, equivale aos investimentos necessários para a estratégia de inovação e aos primeiros projetos junto aos clientes. “Com a qualidade e a originalidade que a Schaeffler tanto preza, a Ruville chega para complementar a nossa linha de produtos para motor, chassis e direção. A novidade reforça o que nossos clientes já sabem, que podem contar com um portfólio amplo, com a mais alta qualidade e assistência técnica”, afirma Rubens Campos, vice-presidente Sênior do Aftermarket Automotivo Schaeffler América do Sul. O 48 De acordo com a estratégia aprovada pela Finep, a engenharia do centro tecnológico da Mahle Metal Leve estará empenhada em aprimorar soluções que venham a proporcionar o menor consumo de combustível e, por consequência, a redução das emissões de CO2 nos motores de combustão interna. Assim como encontrar meios de otimização para veículos com propulsão híbrida; identificar soluções para o desenvolvimento de motores mais eficientes por meio de maior densidade de potência; e, ainda, fomentar a infraestrutura de medição e predição de desempenho dos novos componentes e motores. O Centro de tecnologia da Mahle, em Jundiaí, trabalha com demandas de engenharia de âmbito mundial, portanto, eventualmente, os resultados provenientes desses investimentos futuramente poderão ser usados em projetos no exterior.
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Jarbas Salles Ávila Filho, diretor; Majô Gonçalves e Thassio Borges, colaboradores; Mariangela Paganini, revisora DEPARTAMENTO DE NEGÓCIOS
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