insetos do brasil - Le monde des phasmes

Transcrição

insetos do brasil - Le monde des phasmes
DA COSTA LIMA
Catedrático de Entomologia Agrícola da Escola Nacional de Agronomia
Ex-Chefe de Laboratório do Instituto Oswaldo Cruz
INSETOS DO BRASIL
1.º TOMO
CAPÍTULO I - XXI
ESCOLA NACIONAL DE AGRONOMIA
SÉRIE DIDÁTICA N.º 2 - 1938
CAPÍTULO XI
Ordem
PHASMIDA
116. Caracteres. - I n s e t o s , e m s u a m a i o r i a , de f o r m a b a cilar, a p t e r o s o u a l a d o s , q u e se c o n f u n d e m , n u m a p e r f e i t a h o m o c r o m i a , c o m g a l h o s v e r d e s o u s e c o s . D a í a d e s i g n a ç ã o de
bichos-páu pela qual são vulgarmente conhecidos em nosso
p a í s . No B r a s i l n ã o h a a s c u r i o s a s f o r m a s d a f a m í l i a P h y l l i dae, o b s e r v a d a s n a s r e g i õ e s I n d o - M a l a i a e E t i o p i c a , de c o r p o
deprimido
e
alargado,
que
se
parecem
extraordinariamente
c o m f o l h a s . H a , t o d a v i a , a s e s p e c i e s d e Prisopus, que, p e l o asp e c t o e c o l o r a ç ã o , p o d e m s e r c o n f u n d i d a s c o m os l i q u e n s q u e
vegetam sobre o tronco das arvores.
É a e s t a o r d e m q u e p e r t e n c e m os i n s e t o s m a i s l o n g o s q u e
se c o n h e c e .
As n o s s a s m a i o r e s e s p e c i e s s ã o : B a c t r i d i u m grande R e h n ,
1920, c u j o t i p o ( f e m e a ) t e m 265 rum., Otocrania aurita
(Bruto., 1839), cuja femea pode apresentar até 245 mm., e
P h i b a l o s o m a p h y l l i n u m ( G r a y , 1835) c o m f e m e a s q u e a t i n g e m a 220 r u m . de c o m p r i m e n t o . T o d a v i a , é n a r e g i ã o O r i e n t a l q u e v i v e m os v e r d a d e i r o s g i g a n t e s d e s t a o r d e m e a l i á s de
t o d a a c l a s s e de i n s e t o s , c o m o s e j a m P h o b a e t i c u s kirbyi
B r u n n e r & R e d t e n b a c h e r , 1907, e P h a r n a c i a serratipes ( G r a y ,
1835) ambos de Borneo, que podem apresentar até 330 mm.
de c o m p r i m e n t o .
Se ha nesta ordem insetos tão grandes,
encontram
algumas
especies
relativamente
nela tambem se
pequenas,
com
190
F i g . 89 -
INSETOS DO BRASIL
P h i b a l o s o m a p h y l l i n u m ( G r a y , 1835) ( s u b - f a m . P h i b a l o s o m i n a e ) ,
(foto J. Pinto).
.
PHASMIDA
pouco mais de 1 cm. de comprimento,
tambem da região Oriental.
191
do
genero
Abrosoma,
117. Anatomia externa. - Cabeça livre, obliquamente dirigida para baixo. Olhos ,em geral, bem desenvolvidos. Ocelos, quando presentes, em numero de 2 ou 3, Antenas filiformes ou setiformes, de 8 a 100 segmentos. Aparelho bucal de
tipo mandibulado e conformado como nos demais insetos ortopteroides.
Torax cilindrico, de superfície lisa, granulosa ou espinhosa. Protorax, em geral, pequeno, mais curto que a cabeça.
Mesotorax, pelo menos 3 ou 4 vezes mais comprido que o protorax; em Anisomorpha e generos afins relativamente curto.
Metatorax
semelhante
ao
mesotorax,
geralmente
mais
curto
que este, em algumas especies, porém, mais longo. Tegminas atrofiadas ou ausentes na maioria das especies, mesmo
nas que tem asas bem desenvolvidas.
Entretanto, nas femeas de Phyllium tais orgãos são bem
mais desenvolvidos que as asas e se apresentam com o aspecto de verdadeiras folhas. Nas especies de Prisopus, conquanto as tegminas não sejam tão desenvolvidas como em
Phyllium, são relativamente alongadas e cobrem quasi completamente as asas, quando estas se acham dobradas. As asas
dos Fasmideos, em repouso e como nos demais insetos ortopteroides, dobram-se radialmente e se dispõem sobre o abdomen, ficando apenas exposta a parte anterior, em relação
com o bordo costal, aliás de estructura mais consistente que
a do resto da asa. Geralmente as asas são hialinas; algumas
especies, porém, apresentam-nas com areas ou maculas escuras, ou mesmo brilhantemente coloridas, como as asas das
borboletas e mariposas. Quando numa especie um dos sexos
é aptero e o outro alado, este é sempre o macho.
P e r n a s do t i p o a m b u l a t o r i o , g e r a l m e n t e l o n g a s e r e l a t i v a m e n t e d e l g a d a s , p r i s m a t i c a s o u s u b - c i l i n d r i c a s , p r o v i d a s de
dentes ou saliencias foliaceas, que mais contribuem para aumentar a semelhança destes insetos com galhos. Pernas post e r i o r e s do m e s m o t i p o d a s m e d i a s ; e x c e p c i o n a l m e n t e p o d e m
apresentar
os
femures
consideravelmente
dilatados.
Pernas
anteriores tão ou mais longas que as outras, com os femures
192
INSETOS DO BRASIL
Fig.
1906)
90
Acanthoderus
20-spinosus
(Redtenbacher,
(Subfam.
Pygirhynchinae)
(um
pouco
aumentado; tamanho natural: cerca de 70 mm.).
PHASMIDA
193
fortemente arqueados na base, de tal modo que, estando o
inseto em repouso, com as pernas estiradas para diante, podem esconder parcial ou totalmente a cabeça. Tarsos, em
quasi todas as especies, de 5 artículos, o ultimo com 2 garras,
e, e n t r e elas, u m a r o l i u m .
Abdomen de 19 uromeros, geralmente cilindrico, com o
primeiro tergito confundindo-se com o metanotum, formando o segmento mediano. Cércos geralmente curtos nas femeas,
mais desenvolvidos e com a forma de forceps nos machos.
Estes sem gonapodos. Femeas com o 8° esternito geralmente
muito alo n g ad o e gonapofises c u r t a s .
118. Anatomia interna, - Tubo digestivo sem circonvoluções; glandulas salivares e ingluvia desenvolvidas; proventriculo rudimentar ou ausente, sem apendices quilificos (cégos gastricos); tubos de Malpighi numerosos e curtos. Sistema nervoso central com 3 ganglios toracicos e 5 a 7 abdominais. Testiculos alongados. Ovarios com numerosas bainhas
ovaricas. Varios Fasmideos têm o habito de emitir, por orificios situados no protorax, um fluido leitoso e fetido (Anisomorphinae).
119. Reprodução. - O macho, em geral bemmenor que
a femea, na copula fica sobre ela. A quem se interessar em
saber como se processa, em seus minimos detalhes, a copula
nestes insetos, recomendo a leitura das observações feitas pelo
Abade FOUCHER (1916).
Ha muito tempo que a atenção dos biologistas fôra despertada pelo que SINÉTY chama: "a aptidão dos Fasmideos
para a reprodução partenogenetica". De fato, em varias especies, cujos machos são excessivamente raros, a reprodução
agamica ocorre frequentemente e dos ovos partenogeneticos
quasi sempre se originam femeas (parthenogenese telitoca).
Os pesquizadores que estudaram tais especies observaram a
reprodução virginal em duas, três ou mesmo quatro gerações
sucessivas, com a produção de individuos do sexo feminino.
Todavia, de quando em vez, apareciam alguns hermafroditas,
monstruosos e incapazes de procrear, e um ou outro macho
em perfeitas condições constitucionais. Assim, o ovo parte-
194
INSETOS DO BRASIL
nogenetico dos Fasmideos tem a aptidão
mesmo no sentido de uma ou de outra
de evoluir
sexualidade.
por
si
120. Postura. - Ensinam os manuais de entomologia que
os Fasmideos são pouco prolificos. Entretanto LING ROTH
(1916) verificou que o Carausius morosus, num periodo de
postura de 225 dias, poz, em media, 480 ovos, tendo tambem
o b s e r v a d o u m m a x i m o de 712 o v o s .
No Rio de Janeiro o Sr. CARLOS ALBERTO SEABRA , tendo
apanhado a 27 de Setembro, em postura, uma femea de Phi-
Fig. 91 - Ovos de Fasmideos: 1, de Phibalosoma phyllinum, X 5; 2, de Pseudolcyphides tithonus (Gray, 1835) (sub-fab.
Pseudophasminae), X 10; 3, de Prisopus
ohrtmanni (Lichtenstein 1802), X 3,5 (subfam. Pseudophasminae).
balosoma phyllinum e alimentando-a com folhas de Ficus, obteve
da
mesma
152
ovos.
As
primeiras
formas
jovens
nasce-
PHASMIDA
rama 18 de Janeiro do ano seguinte. Por esta observação,
rifica-se quão lento é o desenvolvimento embrionario nesta
pecie (103 dias para os primeiros ovos colhidos).
195
vees-
As femeas, em geral, não escolhem um lugar especial
para a postura; como se acham quasi sempre pousadas sobre
as plantas, deixam cair os ovos no solo. Ha mesmo algumas.
especies que os projetam a alguns metros de distancia.
Os ovos dos Fasmideos são os que me parecem mais curiosos, lembrando sempre uma produção vegetal.
Assim os ovos de Phyllium bioculatum Gray, 1832, da região O r i e n t a l , s e g u n d o HENNEGUY, t ê m a f o r m a d e u m a q u e nio de Umbelifera. Em geral, porém, sâo muito semelhantes
a sementes, apresentando, além do operculo num dos pólos,
por onde sae a forma joven, uma depressão lateral analoga
a uma micropila. O interessante é que, em alguns desses ovos,
a estructura do corium, observada ao microscopio, tambem
o f e r e c e g r a n d e s e m e l h a n ç a c o m a de u m t e c i d o v e g e t a l ,
" d e t e l l e s o r t e q u e le m i m e t i s m e si i n t e r e s s a n t de l ' i n s e c t
a d u l t e e t de s o n o e u f se r e t r o u v e d a n s l a s t r u c t u r e m ê m e de
l ' e n v e l o p p e de c e t o e u f " (HENNEGUY, 1904).
As formas singulares de alguns desses ovos podem ser
apreciadas no trabalho de KAUP (1871). Das especies brasileiras este autor apenas descreveu os ovos de Phibalosoma
p h y l l i n u m , de H e r p u n a n e p t u n u s ( K a u p , 1871) e de P r i s o p u s
s p i n i c e p s B u r m , 1839. M a i s t a r d e GOELDI (1886) d e s c r e v e u
e figurou os ovos de Phibalosoma phyllinum e de Ceroys perfoliatus ( G r a y , 1835).
H a t e m p o s t i v e o e n s e j o de a p r e s e n t a r os d e s e n h o s q u e
a q u i r e p r o d u z o , f e i t o s p o r C. LACERDA, d e ovos de P h i b a l o s o m a p h y l l i n u m , de P s e u d o l c y p h i d e s t i t h o n u s ( G r a y , 1835) e d e
Prisopus o h r t m a n n i ( L i c h t e n s t e i n , 1802). Os o v o s d e s t a u l t i m a especie s ã o i n t e r e s s a n t i s s i m o s , pois, a o c o n t r a r i o do q u e
s u c e d e c o m os d e m a i s F a s m i d e o s , s ã o colados, e m serie l i n e a r ,
num suporte qualquer.
121.
ginam-se
Desenvolvimento post-embrionario. - Dos ovos oriformas jovens semelhantes ás adultas, realisando-
196
INSETOS DO BRASIL
se o desenvolvimento por paurometabolia. Ao sairem do ovo,
os jovens Fasmideos distendem consideravelmente o corpo. Daí
apresentarem, quando observados pouco tempo depois do nascimento, um porte que não está em relação com a capacidade
do ovo de onde sairam. Vê-se isto muito bem com as formas
jovens de P. phyllinum. O fato já fôra observado em 1843 por
GOUDOT, numa especie de Autolyca da Colombia, cujos jovens,
logo após o nascimento, apresentam 11 mm. de comprimento,
isto é, cerca de 4 vezes o diametro do ovo.
Os jovens de P. phyllinum e de outros Fasmideos no l°
estadio andam com o abdomen voltado para cima. Bem pouco
se sabe relativamente á duração do ciclo evolutivo das nossas
especies. Conheço, apenas a seguinte observação, feita pelo
Eng. Agr. Aristoteles Silva, referente a um Prisopus que determinei como P. ohrtmanni.
"A 5 de Julho do ano passado recebi do Sr. Clarindo Alves
Lage,
um
Fasmideo,
apanhado
sobre
Eucalyptus
citriodora
do Horto Florestal (Rio de Janeiro). O referido inseto, denominado
vulgarmente
bicho-páu,
tem
a
coloração
identica
á dum liquem, mimetisando assim os galhos sobre os quais
seu corpo, que é concavo na parte ventral, se adapta perfeitamente. Os femures dos 3 pares de patas são muito dilatados
e
apresentam-se
achatados,
justamente
para
melhor
se adaptarem e confundirem com o tronco ou ramo. O dito
Fasmideo foi colocado numa de nossas caixas de criação do
Serviço Florestal, tendo diariamente dado folhas novas da
especie de Eucalyptus sobre o qual foi encontrado. Seis dias
depois de capturado, nosso Fasmideo, que era uma femea,
fez sobre a tela de arame da caixa uma postura de 6 ovos,
colocados em fila, um ao lado do outro, presos á tela e entre
si. No dia 23 de Julho realizou nova postura de 7 ovos, tarobem presa á tela da caixa e disposta como a primeira postura. Um dia depois poz 3 ovos, reunidos uns aos outros pelas partes anterior e posterior, como os das 2 posturas anteriores. Quando faltavam 2 dias sómente, para completar
um mês que mantínhamos este Fasmideo em cativeiro, isto é,
a 3 de Agosto, encontrei-o morto. No dia 1º de Novembro
notei que os ovos haviam-se tornado mais escuros, o que
antes não se verificara. Finalmente, a 19 de Novembro saíram
PHASMIDA
197
as 3 primeiras formas jovens. No dia seguinte saíram outras,
bem como 2 dias depois. As formas jovens conservaram-se
vivas por alguns dias, porém, depois, foram sucessivamente
morrendo, até ficar uma só, que continúa a se alimentar e
c r e s c e r a t é a p r e s e n t e d a t a (7 de M a r ç o de 1 9 3 2 ) "
122. Habitos. - Os Fasmideos vivem sobre as plantas e
se alimentam exclusivamente de folhas e brotos. As formas
apteras deslocam-se lentamente; as aladas voam mal, funcionando as asas principalmente como para-quédas.
É interessante ver as atitudes
cas, que alguns Fasmideos apteros
ou prestes a se mover.
curiosas
exibem,
e ás vezes grotesquando em repouso
Habitualmente
ficam,
horas
a
fio,
completamente
imoveis, com as pernas dianteiras projetadas para diante, cobrindo a cabeça e as antenas, e as outras pernas distendidas para
trás. E mesmo quando elevam o corpo sobre as pernas, podem
fazer movimentos, ou assumir atitudes, que ás vezes os tornam
irreconhecíveis no meio em que se acham.
Ainda
como
especies
que
se
confundem
perfeitamente
com o local em que se assestam, devo citar especialmente os
nossos
Prisopi,
dificilmente
descobertos
quando
pousam
num
tronco revestido de liquens. Estes insetos, dizem alguns tratadistas, são aquaticos, pelo menos em parte. Esta noção se
originou da informação contida num trabalho de MURRAY
(Ann. Mag. Nat. Hist., 1866) sobre os habitos aquaticos de
Prisopus flabelliformis (Stoll, 1815). A informação foi comunicada a MURRAY por FRY, que, por sua vez, a colhera de
uma pessoa que observara o inseto, durante o dia, mergulhado e agarrado á pedras de um riacho, numa montanha do
Brasil. Bem que tal observação nunca mais fosse confirmada, pois os Prisopi apanhados desde então têm sido sempre
encontrados sobre o tronco das arvores, adquiriu, entretanto,
fóros de verdade cientifica. GAHAN (1912), porém, demonstrou
não haver o menor fundamento cientifico para se acreditar
em habitos tão extranhos desses Fasmideos. Convem ler-se a
respeito o recente trabalho de UVAROV (1935).
198
INSETOS DO BRASIL
Ainda co m o f e n o m e n o s curiosos a assi nal ar, relativos á
biologia dos Fasmideos, d e v e m ser r e f e r i d a s a a u t o t o m i a e a
a u t o f a g i a e c o n s e q u e n t e r e g e n e r a ç ã o h i p o t i p i c a dos segmentos ou a p e n d i c e s a m p u t a d o s , f e n o m e n o s estes b e m e s t u d a d o s
p o r BORDAGE (1910). Deve ser t a m b e m l e m b r a d a a c a t a l e p s i a
observada em algumas especies por PIÉRON (1913), SCHMIDT
(1913), e o u t r o s .
123. Importancia economica. - Sendo os Fasmideos
g r a n d e s d ev or a dor es de folhas, t o r n a r - s e - i a m p r a g a s se proliferassem em m a i o r a b u n d a n c i a . F e l i z m e n t e , porém , r a r a m e n t e a p a r e c e m nas a r eas cultivadas, e n c o n t r a n d o - s e - o s e m
m a i o r q u a n t i d a d e n a s m a t a s de v e g e t a ç ã o l u x u r i a n t e .
Talvez s e j a m os m i c r o i m e n o p t e r o s p a r a s i t o s dos ovos que
mais contribuam para reduzir consideravelmente a proliferação destes insetos. Ha tempos descrevi um CrysidideoDuckeia cyanea, n. g., n. sp., que se cria em ovos de Prisopus
ohrtmanni.
124. Classificação. - Ha nesta ordem cerca de 2.300 especies descritas, das quais perto de 800 pertencem á região
neotropica.
De acôrdo com o sistema proposto por KARNY (1923) com
as devidas modificações feitas por HEBARD, a ordem Phasmida
compreende 2 grandes familias (elevadas por alguns autores
a categoria de superfamilias): Phyniidae (Areolatae Redt.,
superfam. Phasmatoidea Brues & Melander) e Phasmidae
(AnareoIatae Redt., superfam. Bacterioidea).
família Phyniidae compreende as seguintes subfamiBacillinae,
Therameninae
(Obriminae),
Pygirhynchinae,
Aschiphasminae
(Aschiphasmatinae),
Anisomorphinae,
Pseudophasminae
(Phasminae,
Phasmatinae,
Prisopinae),
Heteropteryginae e Phylliinae.
A familia Phasmidae compreende as seguintes subfamilias:
Pachymorphinae
(Clitumninae),
Prisomerinae
(Lonchodinae),
H eteroneminae
(Diapheromerinae,
Bacunculinae),
Phibalosominae
( Bacteriinae,
Cladoxerinae ),
Phasminae
(Acrophyllinae) e Necrosciinae.
A
lias:
PHASMIDA
199
Na chave seguinte serão consideradas exclusivamente as
subfamilias que t ê m representantes na região neotropica.
Fig. 92 - O inseto alado da esquerda é o Prisopus ohrtmanni (Licht., 1802), o
aptero da direita é a Paradoxomorpha crassa (Blanchard, 1852) (subfam. Anisomorphinae) e o do meio o Pseudolcyphides tithonus (Gray, 1835) (foto
J. Pinto).
200
INSETOS DO BRASIL
As
4 tibias posteriores com uma area triangular no apice,
(lado inferior) ............................................................................... Phylliidae 84 2
As 4 tibias posteriores sem area triangular no apice (lado,
inferior) .......................................................................................... Phasmidae 85 4
1
1'
2(1)
Segmento
mediano
distinto
do
metanotum,
geralmente
mais
curto que este; especies sempre apteras ...............................
............................................................................................... Pygirhynchinae 86
2'
Segmento mediano tão ou mais longo que o metanotum;
especies
frequentemente
aladas,
com
as
tegminas
reduzidas .................................................................................................................... 3
3 (2')
6º
segmento
abdominal
quadrado
(macho)
ou
transverso
(femea),
raramente
alongado;
pernas
inermes,
femures
nem comprimidos, nem com dilatações foliaceas; especies
apteras .............................................................................. Anisomorphinae 87
6° segmento abdominal mais alongado, muito mais longo
que
(macho)
ou
quadrado
(femea);
femures
anteriores
comprimidos ou com dilatações foliaceas .....................................................
.................................................................................................. Pseudophasminae
3'
Segmento mediano curto, transverso ou apenas um pouco
mais longo que largo, muito mais curto que o metanotum;
especies apteras ................................................................... Heteroneminae 88
Segmento mediano tão ou mais longo que o metanotum,
pelo menos muito mais longo que largo; especies frequentemente aladas .............................................................. Phibalosominae 89
4(1')
4'
Na figura 92, á direita, vê-se a Paradoxomorpha crassa
(Blanchard,
1852),
da
subfamilia
Anisomorphinae,
que
não
se encontra no Brasil. O exemplar foi-me enviado de Jujuy,
para determinação pelo Prof. SALVADOR MAZZA, Rep. Argent i n a . S e g u n d o PORTER ( 1 9 2 8 ) , e s t e i n s e t o s e c r e t a u m f l u i d o
que, mesmo
a uma
certa distancia,
produz forte ardor na
vista,
semelhante
ao
que
se
experimenta
com
emanações
de
f o r m o l ( v e r á r e s p e i t o o t r a b a l h o d e SCHNEIDER ( 1 9 3 4 ) ) .
84
85
86
87
88
89
Gr.
Gr.
Gr.
Gr.
Gr.
Gr
phyllon,
folha.
phasma, espectro.
pyge, podice,
parte
posterior
do
anisos, desigual;
morphe,
forma.
heteros, outro;
hema, fio.
phibalos, figo;
soma, corpo.
corpo,
rhyneos,
tromba.
PHASMIDA
125.
201
Bibliografia.
GERAL
BONET, F.
1932 -
S o b r e la s t r u c t u r a d e l m e s é n t e r o n
e n los F a s m i d o s .
Eos, 8: 93-114, 3 e s t s .
BO R D A G E . E.
1910
-
BORDAS, L.
1896
-
CAMERON, M.
1912 -
y sus apéndices tubuliformes
Phénomènes
histologiques
de
régénération
dos
t o t o m i s é s c h e z los O r t h o p t é r e s P e n t a m é r e s
B u l l . Sci. F r . B e l g . , 49: 199-235, 13 f i g s .
Considérations genérales sur l'appareil
B u l l . M u s . P a r i s , 378, 379.
digestif
appendices
des
au-
Phasmidae.
Structure of the alimentary canal of the stick-insect (Bacillus
rossli Fabr.); with a note on the parthenogenesis of this specios.
P r e c . Zool. Soc. L o n d . , I : 172-182, e s t s . 28-30.
C A P P E DE B A I L L O N , P .
1926 - Variation et parthénogénése. Note sur la biologie de quelques
Phasmides.
B u l l . Biol. F r . B e l g . 60: 473-482, 2 f i g s .
1931 - - L a d e s c e n d a n c e ales m o n s t r o s de P h a s m i d e s .
E n c y c l . E n t . P a r i s . S e r . A, 4 0 : 3 1 6 p . , 7 e s t s . , 215 f i g s .
1933 - La formation de la coquille de l'ceuf chez les Phasmides.
C. R . A c a d . Sei. F r . 196: 809-811.
C A P P E DE B A I L L O N , P., F A V R E L L E , M. & V l C H E T , G. D E
1934 - - L a p a r t h é n o g é n é s e des P h a s m e s .
C. R . Aead..
Sci. F r . 199: I 0 6 9 - i 0 7 0 .
C R A M P T O N , G. C.
1916 -- A comparativo study of the maxillae of the Acridiidae (Oedipod i n a e anO T e t t i g o n a e ) . P h a s m i d a e a n d P h y l l i d a e .
P s y c h e , 23: 83-87, 1 e s t .
F A V R E L L E , M.
1934 - Recherches sur la spermatogenèse des Phasmes mâles d'grigine
bisexuée.
B u l l . B i o l . , P a r i s , S u p p l . 1 7 155 p . , 134 f i g s . , 3 e s t s .
FOUCHER, G.
1916
E t u d e s b i o l o g i q u e s sur q u e l q u e s O r t h o p t è r e s .
S e p . B u l l . Soe. N a r . A c c l i m . F r . 140 p . , 54 e s t s . (4 c o l . ) .
G A H A N , C. J.
1912 - - A
n e w s p e c i e s of P h a s m i d a e of t h e g e n u s P r i s o p u s , c o n s i c i e r e d
s p e c i a l l y i n r e f e r e n c e t o t h e s u p p o s e d a q u a t i c h a b i t s of t h e
genus.
T h e E n t o m . 45: 4 9 - 5 5 .
G O E L D I , E. A.
1886 - - B i o l o g i s c h e s M i s c e l l e n a u s B r a s i l i e n . I I I . Die Eier z w e i e r b r a s i lianiseher Gespensthuscherecken.
Zool. J a h r b . :
724-729.
GUNTHER K.
1930 - Neue und wenig bekannte Phasmoiden von Südamerika.
M i t t . Zool. M u s . B e r l i n , 15: 557-570, I 0 f i g s .
1932 - Columbianische Phasmoiden aus der Sammlung dos R ev. Apolinar Maria mit einer Úbersicht über das Genus Libethra Stal.
M i t t . Zool. M u s . B e r l i n , 18: 226-261, 2 e s t s .
202
INSETOS DO BRASIL
1934
-
Über
die
Variabilität
bei
Phasmoiden
und
andere
u n d i h r e F o l g e n f ü r alie S y s t e m a t i k .
Ent. Beihefte, Berlin-Dahlem, i: 100-105.
H A T C H I N G S , C. B.
1920 - - P o p u l a r a n d p r a t i c a l
entomology. Walking sticks.
C a n a d . E n t . 52: 2 4 1 - 2 4 5 .
HELDMANN, G.
1929
-
HEYMONS, R.
1897
-
Die
Gewebsentwicklung
bei
der
Regeneration
der
Dixippus morosus.
A r c h . E n t w . M e c h , 115: 8 5 2 - 8 7 5 , 4 e s t s . , 8 f i g s .
Ueber
die
Organisation
und
Entwickelung
Fabr.
Sitz. Ber. Akad. Berlin: 363-373.
von
Orthopteren
Beine
Bacillus
KAUP, J. J.
1871 - - U e b e r d i e E i e r d e r P h a s m i d e n .
B e r l . e n t . Z e i t s . 15: 1 7 - 2 i , 2 e s t s .
L E U Z I N G E R , H., L E H M A N N , F. E. & W I E S M A N N , R .
1926
Zur
Kenntnis
der
Anatomie
und
Entwieklungsgeschichte
Stabheuschrecke
Carausius morosus.
J e n a , X I + 414 p . , 2 e s t s . , 176 f i g s .
von
rossii
der
LIMA,
A. DA COSTA
1932 - Notas sobre Phasmida.
R e v . E n t . , 2: 2 5 7 - 2 6 1 , 3 f i g s .
1936 - Sur un nouveau Chryside: Duekeia cyanea, parasite des oeufs
de P h a s m i d e .
Livre Jubilaire de M. Eugéne-Louis Bouvier: 173-175, est. 7.
PANTEL, J.
1915 -- Notes Orthoptérologiques. VI - Le "vomer sous anal" n'est pas
te
"tilillateur";
étude
ales
segments
abdominaux
et
principalement du segment terminal du male, chez les Phasmides.
A n n . S o c . E n t . F r . , 84: 173-243, 8 f i g s .
PANTEL, J. & SINETY, R. DE
1919 -- Sur le nombre des stades postembryonaires chez les Phasmides.
Leur fusion et leur dédoublement.
T i j d s c h . E n t . 62: 1 - 2 9 .
PEHANI, H.
1925
Die
Gechlichtiszellen
der
Phasmiden.
Zugleich
ein
Beltrag
zur
Fortpflanzungsviologie
der Phasmiden.
Z e i t . w i s s . Z o o l . 125: 167-238, 2 e s t s . , 7 f i g s .
PIERON, H.
1913 - - A p r o p o s d e l a c a t e l e p s i e d e s P h a s m i d e s .
C. R . Soa. B i o l . 65: 1 0 7 9 - 1 0 8 1 .
P O R T E R , C. E.
1928 - - S o b r e u n F a s m i d o p o c o c o m ú m e n los c o l e c c i o n e s .
R e v . C h i l . I I i s t . N a t . 32: 61-64, 1 f i g .
R O T H , H. L.
1916 -- Observations on the growth and habits of the stick insect, Carausius
morosus
Br.,
intended
as
a
contribution
towards
a
knowledge of variation in ah organism which reproduces itself
by parthenogenetic
inethod.
Trans. Ent. Soc. Lond., 345-386.
S C H M I D T , P. J .
1913 - La Catalepsie des Phasmides.
C . R. . S o e . B i o l . , 65: 7 0 5 - 7 0 7 .
PHASMIDA
203
S C H N E I D E R , C. O.
1934 - -
Las
emanaciones
Bla nch. (Kirby) .
Rev. Chil. Hist.
del
Nar.
chinchemoyo
Paradoxomorpha
crassa
38: 4 4 - 4 6 .
SINETY, R . D E
1901 -
Recherches sur la biologie et l'anatomie des Phasmes. Parthenogenèse.
Mues.
Tubes
de
Malpighi.
Prétendus
ganglions
sympathiques
de
la
lre
paire.
Membranes
tracheolaires.
Appareil
génital
(spermatogénèse
specialement,
d'après
les
prineipales
familes d'Orthoptéres) .
L a C e l l u l e , 19: 118-278, 5 e s t s . ( T h e s e ) .
S T A HN, I .
1928
-
Ueber die Atmungsregulation, besonders die Kohlensam'uregulation, bei Dixippus morosus und Aesehna grandis. Ein Beiträg
Atmung der Insekten.
Z o o l . J a h r b . Z o o l . 46: 1 - 8 6 .
zur
UVAROV, B. P.
- - T- h e
m y t h of s e m i a q u a t i e P h a s m i d s .
Z e i t s . M o r p h . O e k o l . T i e r e , 30: 4 3 2 - 4 3 7 , 2 f i g s .
SISTEMATICA
BRUNNER Von WATTENWYL, K. & REDTENBACHER, J.
1 9 0 6 - 1 9 0 8 - Die I n s e k t e n f a m i l i c d e r P h a s m i d e n .
P a r t e s I ( 1 9 0 6 ) , I1 (1907) e I I I ( 1 9 0 8 ) , 589 p . ,
CARL, J.
1913 CHOPARD,
L.
27 e s t s .
Phasmides nouveaux ou peu connu du Muséum de Genève.
R e v . S u i s s e Z o l . , 21: 1-56, 1 e s t .
1911 - Contribution a la faune des Orthoptères de la Guyane Française. ler. Mémoire. Mantidae et Phasmidae.
A n n . S o c . E n t . F r . 80: 3 1 5 - 3 5 0 , c / f i g s .
GIGLIO-TOS, E.
1910
--
F«smidi esotici del R. Museo âoologico di Torino e del Museo
C i v i c o di S t o r i a N a t u r a l e di G e n o v a .
Boll. M u s . Zool. A n a t . C o m p . R . U n i v . T o r i n o , 25 ( 6 2 5 ) : 1 - 5 7 .
-
Synopsis of the species
Phasnlidae. London.
G R A Y , G. R .
1835
of
insects
belonging
to
the
family
of
H E B A R D , M.
1919 - -
1921
1923
1924
1933
K A R N Y , H.
1923
Studies in the Dermaptera
and Orthoptera of Colombia. First
Paper. Dermaptera and Orthopterous families Blattidae, Mantidae
and Phasmidae.
T r a n s . A m e r . E n t . S o a . 45: 8 9 - 1 7 9 .
- Id. ibid., 47: I07-169.
- S t u d i e s in M a n t i d a e a n d P h a s m i d a e of P a n a m a
(Orthoptera).
T r a n s . A m e r . E n t . S o c . 4 8 : 3 2 7 - 3 6 2 , e s t s . 14 e 15.
- Studies in the Dermaptera anal Orthoptera of Ecuador.
P r o c . A c a d . N a t . S a i . P h i l a d e l p h i a 76: 109-248, e s t s . 5 - 1 0 .
--Notes
on the Panamanian
Dermaptera and Orthoptera.
T r a n s . A m e r . E n t . S o c . 59: 103-144, e s t s . 6 e 7.
H.
- Zur Nomenklatur der Phasmoiden.
T r e u b i a , 3: 2 3 0 - 2 4 2 .
204
INSETOS DO BRASIL
KIRBY,
W. F.
1904 - - A s y n o n y m i c c a t a l o g u e o f O r t h o p t e r a .
B r i t i s h M u s e u m , 1: 3 1 7 - 4 2 3 .
P I Z A J o r . , S. d e T O L E D O .
1936 - Um novo Phasmida do Brasil (Orth.).
R e v . E n t . 6: 98-100, 1 f i g .
1936 - - Os P h a s m i d a s d o M u s e u P a u l i s t a . I .
R e v . E n t . : 6: 2 8 0 - 2 9 2 .
1937 - - I d e m , I I .
I b i d . 7: 1 - 8 .
1938 - - I d e m . I I I .
I b i d . 8: 40-44, 3 f i g s .
S T A L , C. V.
- - V . B i b l . O r t h o p t e r a , s e c ç ã o n ° 68.
STOLL, V.
--V.
B i b l . O r t h o p t e r a , s e c ç ã o n ° 68.
W E S T W O O D , J . O.
1859 -- Catalogue of the Orthopterous insects in the collection of
British Museum. Phasmidae. Part. I.
SHELFOBD, R.
1909
-Phasmidae,
in
Biologia
Centrali
Americana,
Orthoptera,
343-377, e s t s . 7 - 8 .
the
2:

Documentos relacionados