ENTREVISTA DIARIO DO GRANDE ABC – VINICIUS

Transcrição

ENTREVISTA DIARIO DO GRANDE ABC – VINICIUS
ENTREVISTA DIARIO DO GRANDE ABC – VINICIUS CASTELLI
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Olá, Leo Jaime, sou o Vinícius, do jornal Diário do Grande ABC.
Agradeço desde já pelo seu tempo.
Um abraço
É difícil fazer com que o público de hoje conheça sua música?
Estamos vivendo um momento maravilhoso na nossa música. Tem muita gente talentosa
fazendo coisas incríveis. O problema é que é muito difícil para o público tomar conhecimento
disto. Mais difícil é para os artistas produzirem e divulgarem seus trabalhos.
A indústria hoje lida com uma parcela muito pequena dos bons nomes em todas as categorias
e segmentos da nossa música. Os artistas dependem de seu esforço próprio ou, em alguns
casos, de editais e patrocínios. Ainda assim é difícil! Quem tem um nome conhecido, como eu,
pode ter menos trabalho. É preciso dizer, porém, que nunca houve um período tão difícil para
um novo talento.
Todo Amor volta às lojas e traz uma canção inédita. Por qual razão escolheram esse disco para
relançar?
Porque meus discos estavam fora de catálogo e este é um importantíssimo da minha carreira.
A música que gravei recentemente, de autoria de Dudu Falcão, mostra uma evolução dentro
do mesmo estilo que havia iniciado naquele disco. É um disco de intérprete. Adoro cantar
músicas dos outros.
Alguma possibilidade de relançar sua discografia?
Sim, eu gostaria muito! Tomara que o sucesso desta iniciativa seja motivo para que os outros
voltem às prateleiras.
Pretende fazer um disco inteiro de músicas inéditas?
Pretendo continuar gravando singles e, quem sabe, um dia lançar um álbum com os singles
que já lancei. Como era tradicionalmente antes dos discos conceituais. É claro que se for
convidado para fazer um disco assim, que eu não tenha que produzir, vou adorar!
Você tem músicas prontas guardadas?
Não. Eu vou fazendo e vou lançando. Não gosto de escrever cartas que não vou mandar. Por
outro lado lancei Tchau, parceria com a Rita, que sai no CD de Malhação, e Diz, no Todo Amor.
E já regravei O Pobre para a trilha de Até que a sorte nos separe. Já tenho outra em mente
para gravar. Mas é uma regravação também. De uma música pouco conhecida.
Gostou do resultado da faixa Diz?
Gostei muito.
Acha que algo mudou na sua música do começo para os dias de hoje?
Sim, claro. O Todo amor marca o meio do caminho, em termos de tempo de carreira, e um
novo rumo musical e de estilo.
O que mais te dá prazer? Cantar ou a TV?
As duas coisas. Eu sou feliz por só fazer o que me dá prazer.
O que você gosta de escutar?
Escuto menos do que gostaria. Rádio. Tenho também os clássicos no meu telefone. Varia
muito.
Você vai à shows de rock?
Dificilmente. Não gosto de multidões. O melhor lugar em um show é aquele que costumo
frequentar: em frente ao microfone e na cara do público.
Você foi um ícone dos anos 1980. Algo te dá saudade daqueles tempos?
Não sou saudosista. A vida era dura naquela época. A juventude é supervalorizada.
Amadurecer é bom.
Como tem sido interpretar Nando em Malhação?
Eu adoro! Fico feliz em estar lá, sempre. Adoro os meus colegas de todas as idades. Adoro
estar com Alice Wegmann, Xande Valois e Luiz Gustavo no mesmo set, por exemplo. Tenho
ótimos companheiros de trabalho e um personagem divertido. Adoro trabalhar em
dramaturgia tanto quanto apresentar programas.
Tem muito de você no personagem?
Tem, claro! Muito do que eu vivi e convivi. Do que vi mais do que vivi.
Sentiu falta de fazer novela?
Senti. Embora fazer teatro seja espetacular e eu tenha a sorte de fazer bons papéis ,
geralmente em musicais. É difícil fazer dramaturgia em TV. Não dá pra ensaiar e corrigir. Mas
gosto muito de improvisar e acabo curtindo o processo mesmo achando difícil. Desta vez
tenho uma coach, a Andrea Bacellar, que tem me ajudado muito com as decorebas e as
dúvidas sobre como tocar as cenas. E diretores talentosos e atenciosos que dizem o que e
como devo fazer. Gosto de dirigir e gosto muito de ser dirigido.
Falando em Malhação, tem uma música que é parceria sua com Rita Lee? Como aconteceu
essa música?
Sempre falamos em fazer uma música. Um dia ela me mandou uma letra e em seguida
mandou outra. Demorei nove meses para fazer a música. Mostrei no dia em que fiz, e por
acaso o dia em que ela estava no Rio para um show. Acho que preciso da energia do parceiro
para acertar o tom. Agora tenho a outra letra dela aqui, pra pensar em algo novo. Estou
aguardando ela chegar no Rio para pegar a guitarra.
Interpretar é como andar de bicicleta? Mesmo que fique um tempo sem, basta voltar?
Sim, tudo depende de exercício e ensaio, aplicação e estudo. Mas é claro que uma boa equipe,
bons colegas e, sobretudo, bons diretores fazem o caminho muito mais fácil. Estava
enferrujado quando comecei a gravar. Agora já estou me sentindo mais adaptado à vida de
ator. De novo.
É divertido fazer o programa Amor & Sexo?
É muito difícil! Ao mesmo tempo é muito divertido na hora em que gravamos. Eu acho que se
parece com uma escola de samba. Para aqueles 40 minutos acontecerem tão leves e divertidos
a gente fica uns bons meses queimando a mufa e ralando para dar o melhor para o público.
Ricardo Waddington é genial e Fernanda Lima é talentosíssima e muito carismática. Fico feliz
em ter feito parte deste projeto desde a idealização do piloto. É um dos lances mais
importantes da minha vida, certamente.
Sua vida é corrida?
É muito corrida. Sinto falta dos amigos e de descansar. Sonho com férias. E, ainda assim,
agradeço muito por ter uma vida tão corrida.
O que gosta de fazer quando não está trabalhando?
Dormir e ficar com a família. Assistir a seriados também. E ver os amigos, viajar, ir aos
programas culturais, gastronomia, vinhos e tudo o que a vida pode oferecer de bom.
O que tem a dizer aos jovens que ainda não conhecem seu trabalho como músico e também
aos que acompanhavam sua música nos anos 1980?
Sejam, bem-vindos a um mundo diferente.

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