michele vasconcelos laranjeira

Transcrição

michele vasconcelos laranjeira
Faculdade de Tecnologia da Zona Leste
MICHELE VASCONCELOS LARANJEIRA
Estudo sobre a armazenagem de hidrogênio
comprimido durante sua distribuição no transporte
rodoviário - Estudo de caso na empresa Air Products
São Paulo
2009
MICHELE VASCONCELOS LARANJEIRA
Estudo sobre a armazenagem de hidrogênio
comprimido durante sua distribuição no transporte
rodoviário - Estudo de caso na empresa Air Products
Monografia apresentada no curso de
Tecnologia em Logística com ênfase em
transporte na FATEC ZL como requerido
parcial para obter o Título de Tecnólogo
em Logística com ênfase em Transporte
Orientador: Profa. Dra. Marly Cavalcanti
São Paulo
2009
Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer
meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que
citada a fonte.
Laranjeira, Michele Vasconcelos
Estudo sobre a armazenagem de hidrogênio comprimido
durante sua distribuição no transporte rodoviário: Estudo de caso na
empresa Air Products / Michele Vasconcelos Laranjeira – São Paulo,
SP : [s.n], 2009.
Orientador: Profa. Dra. Marly Cavalcanti
Monografia (Graduação) – Faculdade de Tecnologia da Zona
Leste
Bibliografia:
1. Introdução. 2. Hidrogênio 3. Embalagem. Cavalcanti, Marly.
Faculdade de Tecnologia da Zona Leste
Nome: Laranjeira, Michele Vasconcelos
Título: Estudo sobre a armazenagem de hidrogênio comprimido
durante sua distribuição no transporte rodoviário: Estudo de caso na
empresa Air Products
Monografia apresentada no curso de
Tecnologia em Logística com ênfase em
transporte na FATEC ZL como requerido
parcial para obter o Título de Tecnólogo
em Logística com ênfase em Transporte.
Aprovado em:
Banca Examinadora
Profa. Dra. Marly Cavalcanti
da Zona Leste
Julgamento:
Instituição: Faculdade de Tecnologia
Assinatura:
Shely Aparecida de Almeida M. Baptista Prefeitura Municipal de Suzano
Assinatura:
Julgamento:
Vanessa Maria de Sousa
da Zona Leste
Julgamento:
Instituição: Faculdade de Tecnologia
Assinatura:
Aos meus pais, irmão e amigos...
companheiros de todas as horas...
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, gostaria de agradecer a Deus, pois me deu a vida e sem ele eu
não seria nada.
Gostaria de agradecer também aos meus pais, pois eles me deram educação e
me ajudaram a chegar até aqui.
Ao meu irmão, que também me ajudou nessa caminhada.
A professora Marly, que me orientou durante todas as etapas deste trabalho e
aquele que acreditou neste projeto.
Aos colegas de faculdade que participaram dessa caminhada juntos e que
foram importantes nessa graduação, compartilhando experiências não só
profissionais como também pessoais durante o curso.
Aos professores do curso, que dividiram seu conhecimento conosco.
Enfim, a todos que me ajudaram, direta ou indiretamente, nessa minha
caminhada, que apenas começa.
“Quando a gente acha que tem todas as respostas,
vem a vida e muda todas as perguntas”
LUIS FERNANDO VERÍSSIMO
RESUMO
LARANJEIRA, Michele Vasconcelos. Estudo sobre a armazenagem de
hidrogênio durante sua distribuição no transporte rodoviário. Estudo de
caso na empresa Air Produtcs. 2009. Monografia (Graduação em Logística)
Faculdade de Tecnologia da Zona Leste. São Paulo, 2009.
O hidrogênio, segundo vários pesquisadores, será o combustível do futuro,
portanto, seu consumo irá aumentar significativamente e consequentemente a
distribuição do mesmo. Este trabalho tem como finalidade abordar como é feita
a armazenagem e distribuição desse produto para empresas que já utilizam o
hidrogênio para outros fins e assim, poder planejar como será sua distribuição
em larga escala futuramente. Este trabalho também apresenta algumas
propriedades do hidrogênio, o tipo de material onde é armazenado para ser
distribuído com segurança e também informações sobre o transporte, que deve
conter sinalização indicando transporte de produto perigoso. Por se tratar de
um produto perigoso devem ser adotadas algumas medidas de segurança,
para evitar acidentes e planos de emergência, de modo a minimizar os danos.
Neste trabalho será apresentado um estudo de caso sobre a empresa Air
Products, como ela faz a armazenagem e distribuição desse produto para seus
clientes e as medidas de segurança adotadas por ela.
Palavras-Chaves: Produtos Perigosos, Transporte, Armazenagem
ABSTRACT
LARANJEIRA, Michele Vasconcelos. Study about hydrogen storage
during.its distribution in road transport – Case estudy about the company
Air Products. 2009. Monografia (Graduação em Logística) Faculdade de
Tecnologia da Zona Leste. São Paulo, 2009. Faculdade de Tecnologia da Zona
Leste. São Paulo.
Hydrogen, is believed by many researchers to be the fuel of the future,
therefore, hydrogen consumption will grow and also its distribution. This paper
demonstrate how the companies that already use hydrogen for other purposes
store and distributed this product, and to be able to plan a large scale
distribution for the future. It also presents some of the properties of hydrogen, in
what kind of material it can be stored to be safely distributed and information of
its transportation, like signs and labels for dangerous goods. Because it is
considered a dangerous good, some security measures must be taken to avoid
accidents as well as the need of an emergency action plan to minimize
damages. In this paper, it will be presented a case study about the company Air
Products, how the storage and distribution of hydrogen is done to their
customers and the security measures adopted by the company.
Key-Words: Dangerous Goods, Transport, Storage
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Embalagem segundo a função ......................................................... 21
Figura 2 - Embalagem segundo a movimentação............................................. 22
Figura 3 - Embalagem segundo a utilidade ...................................................... 22
Figura 4 - Embalagem fracionada para produtos perigosos ............................. 24
Figura 5 – Cilindros ........................................................................................... 24
Figura 6 - Intermediate Bulk Conteiner ............................................................. 26
Figura 7 - Funções da Armazenagem ............................................................... 28
Figura 8 - Armazenagem de cilindros ............................................................... 29
Figura 9 - Sistema de movimentação de materiais ........................................... 31
Figura 10 - Transporte de cilindros ................................................................... 42
Figura 11 - Caminhão tubo trailer ..................................................................... 43
Figura 12 - Símbolos no veículo ....................................................................... 44
Figura 13 - Rótulos de Risco ............................................................................ 44
Figura 14 - Painel de segurança ....................................................................... 45
Figura 15 - Tipos de painéis ............................................................................. 45
Figura 16 - Desencadeamento das Ações com as Entidades Públicas - PAM . 48
Figura 17 - Válvulas do tubo trailer ................................................................... 52
Figura 18 - Enchimento dos tubulões ............................................................... 52
Figura 19 - Aviso de segurança ........................................................................ 54
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 12
2 O HIDROGÊNIO ......................................................................................... 14
2.1 História ..................................................................................................... 14
2.2 Produção ................................................................................................. 15
2.3 Aplicações ............................................................................................... 15
2.4 Combustão .............................................................................................. 16
2.5 Segurança e precauções ......................................................................... 17
2.6 Futuro do hidrogênio ................................................................................ 17
3 EMBALAGEM ............................................................................................. 19
3.1 Classificação das embalagens ................................................................ 20
3.1.1 Função .................................................................................................. 20
3.1.2 Finalidade.............................................................................................. 21
3.1.3 Movimentação ....................................................................................... 22
3.1.4 Utilidade ................................................................................................ 22
3.2 Embalagem de produtos perigosos ......................................................... 23
3.2.1 Embalagem Fracionada ........................................................................ 23
3.2.1.1 Cilindros ............................................................................................. 24
3.2.2 Embalagem a Granel ............................................................................ 25
4 ARMAZENAGEM ....................................................................................... 27
4.1 Funções da armazenagem ...................................................................... 27
4.2 Armazenagem de cilindros ...................................................................... 29
4.3 Movimentação de materiais ..................................................................... 30
4.3.1 Princípios da movimentação de materiais ............................................. 31
4.3.2 Equipamentos de movimentação .......................................................... 33
4.3.3 Movimentação de cilindros .................................................................... 34
4.4 Distribuição física ..................................................................................... 35
4.4.1 Administração e objetivos da distribuição física .................................... 35
5 TRANSPORTE ........................................................................................... 37
5.1 Formas de Transportes ............................................................................ 38
5.2 Modos de transporte ................................................................................ 38
5.3 Transporte rodoviário ............................................................................... 40
5.3.1 Transporte de produtos perigosos ........................................................ 40
5.3.1.1 Transporte de cilindros ....................................................................... 41
5.3.1.2 Equipamento de alta pressão ou gás comprimido .............................. 42
5.3.1.3 Símbolos do transporte de produtos perigosos .................................. 43
5.3.2 Legislação ............................................................................................. 46
6 PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA E PLANO DE EMERGÊNCIA ....... 47
7 ESTUDO DE CASO ................................................................................... 49
7.1 História ..................................................................................................... 49
7.2 Enchimento de carretas com hidrogênio comprimido .............................. 50
7.2.1 Preparação para Enchimento................................................................ 50
7.2.2 Critérios para Enchimento ..................................................................... 53
7.2.3 Liberação da Carreta ............................................................................ 54
7.2.4 Responsabilidades ................................................................................ 54
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................ 56
REFERÊNCIAS ............................................................................................... 57
ANEXOS .......................................................................................................... 61
12
1 INTRODUÇÃO
O homem utiliza diversos tipos de produtos químicos no seu dia a dia,
seja na atividade doméstica, seja na atividade industrial, sendo que alguns
deles são perigosos e requerem muita atenção e cuidado ao serem
manuseados. Muitos deles são encontrados facilmente na natureza, enquanto
outros são obtidos através de processos industriais.
O hidrogênio é utilizado em empresas de diversos segmentos. Ele é
utilizado, principalmente, na síntese do amoníaco e do metanol na difusão do
petróleo, na hidrogenização de substâncias orgânicas e na metalurgia é
utilizado na fase de redução para metal.
O hidrogênio é um produto químico inflamável, por isso requer certa
atenção ao ser manuseado. Seu mau acondicionamento pode causar graves
acidentes, devido sua taxa de inflamabilidade. Por isso, seu armazenamento
tem de ser feito em cilindros, caminhões tanques ou tubo trailer, pois foram
fabricados de modo a acomodar e proteger corretamente o produto.
Para diminuir os riscos de acidentes, algumas medidas podem ser
tomadas como: a inspeção periódica dos equipamentos utilizados na
transferência do hidrogênio, manter um ótimo gerenciamento da frota, com as
inspeções e manutenções em dia, além disso, é imprescindível o treinamento
dos funcionários envolvidos para essa atividade e conscientizá-los da
importância de seguirem todos os procedimentos e usarem os equipamentos
de proteção.
A redução de acidentes diminuirá os custos provenientes de danos
patrimoniais e custo com pessoas acidentadas. Além do mais, a empresa não
terá seu nome vinculado a acidentes, o que pode macular a imagem da
empresa, fazendo assim, com que ela perca prestigio na aquisição de novos
contratos e com a sociedade.
Este estudo tem como objetivo mostrar como é feito o manuseio do
hidrogênio durante o carregamento no caminhão tanque destinado a sua
distribuição, qual melhor tipo de caminhão a ser utilizado para ser
armazenamento, e também quais medidas de seguranças devem ser
13
observadas, tanto no ato de armazenar quanto no trajeto até o destino final.
Para a realização deste trabalho foi utilizada a metodologia estudo de
caso na empresa Air Products e ainda será utilizada a metodologia de pesquisa
bibliográfica com a revisão de literatura pertinente ao tema.
A pesquisa apresentada se justifica para o desenvolvimento do
planejamento estratégico da distribuição, transportes e armazenagem, a fim de
evitarem acidentes e regular todo o transporte de hidrogênio, visto que o
hidrogênio é considerado o combustível do futuro, e futuramente, terá um
volume maior circulando no mundo.
14
2 O HIDROGÊNIO
O hidrogênio é um elemento químico com número atômico 1 e
representado pelo símbolo H. Com massa atômica de
aproximadamente 1,0 u, o hidrogênio é o elemento menos denso. Ele
geralmente apresenta-se em sua forma molecular, formando o gás
diatômico (H2) nas condições normais de temperatura e pressão. Este
gás é inflamável, incolor, inodoro, não-metálico, insípido e insolúvel
em água. (PALMER, 1997).
Segundo o Portal H2 (2009), 75% da massa do universo é feita de
hidrogênio e também 90% de suas moléculas, por isso, o hidrogênio é o
elemento mais comum do universo. Já na Terra, ele compõe cerca de 70% da
sua superfície.
2.1 História
De acordo com Andrews (1968, p.272), “O gás hidrogênio, H2, foi o
primeiro artificialmente produzido e formalmente descrito por T. Von
Hohenheim através de uma mistura de metais com ácidos fortes”. Até então,
ele não sabia que o gás inflamável produzido era um elemento químico.
Emsley (2001, p.183) prossegue dizendo que Robert Boyle, em 1671,
descreveu a produção de hidrogênio a partir de limalhas de ferro e ácidos
diluídos. E em 1766, Henry Cavendish, reconheceu o gás inflamável, liberado
depois de uma reação ácido-metal e mais tarde, em 1781, que esse mesmo
gás, quando queimado, produzia água. Em 1783, Antoine Lavoisier e Laplace
fizeram a mesma experiência de Cavendish, queimando o gás e com isso
produzindo água, e deram ao elemento o nome hidrogênio, que vem do grego
hydro, que quer dizer água e genes, que quer dizer gerar, ou seja, gerar água.
15
2.2 Produção
Segundo Kruse, Grinna e Buch (2002), o hidrogênio pode ser obtido de
duas maneiras: em laboratórios de química e biologia, através da
desidrogenação de substratos insaturados e é encontrado também na
natureza, como meio de expelir equivalentes redutores em reações
bioquímicas. No laboratório, o gás hidrogênio é normalmente preparado pela
reação de ácidos com metais tais, como o zinco, o alumínio pode produzir
hidrogênio após tratamento com bases. Ele também pode ser produzido
através da eletrolise da água.
Venere (2007), descobriu que adicionando água em uma pastilha, feita
de liga de alumínio e gálio, pode produzir hidrogênio, portanto, ele pode ser
produzido no local onde vai ser usado e consequentemente não precisa ser
transportado por grandes distâncias.
De acordo com a Industria Universal de Gases (2009), sua produção
em massa, é feita através da remoção de hidrogênio de hidrocarbonetos, por
ser a melhor forma economicamente. O hidrocarboneto mais utilizado é o gás
natural. Sua obtenção é feita através da reformação catalítica, em altas
temperaturas, entre 700 e 1100ºC, o vapor de água reage com o metano e
produz monóxido de carbono e gás hidrogênio. Esta reação é favorecida a
baixas pressões mas é no entanto conduzida a altas pressões (20 atm) uma
vez que o gás hidrogênio a altas pressões é o produto melhor comercializado.
Segundo Perret (2007), alguns laboratórios, de vários lugares do
mundo, estão desenvolvendo novos métodos termoquímicos para obter
hidrogênio de energia solar.
2.3 Aplicações
Segundo Block (2004):
Grandes quantidades de H2 são necessárias nas indústrias de
petróleo e química. A maior aplicação de H2 é para o processamento
16
de combustíveis fósseis, e na produção de amoníaco. Os principais
consumidores de H2 em uma fábrica petroquímica incluem
hidrodesalquilação, hidrodessulfurização, e hidrocraqueamento. H2
também possui diversos outros usos importantes. H2 é utilizado como
um agente hidrogenizante, particularmente no aumento do nível de
saturação de gorduras insaturadas e óleos (encontrado em itens
como margarina), e na produção de metanol. É semelhantemente a
fonte de hidrogênio na manufatura de ácido clorídrico. H2 também é
usado como um agente redutor de minérios metálicos.
Block (2004), prossegue com outras formas de aplicações do
hidrogênio, tanto na física quanto na engenharia. Ele é utilizado como gás de
proteção, nos métodos de soldagem, também é utilizado como cooler de
geradores em usinas, pois sua condutividade térmica é maior do que qualquer
outro gás. Na forma liquida, é usado em pesquisa criogênica. Por ser mais leve
que o ar, já foi usado, anteriormente, como gás de levantamento em balões e
dirigíveis.
Ainda segundo o autor, em aplicações mais recentes, ele é utilizado
puro ou misturado com nitrogênio, como um gás rastreador para detectar
vazamentos. Aplicações podem ser encontradas nas indústrias automotiva,
química, de geração de energia, aeroespacial e de telecomunicações.
2.4 Combustão
De acordo com Carcassi (2005), “O gás hidrogênio é altamente
inflamável e queimará em concentrações de 4% ou mais H2 no ar”.
Segundo Staff (2005), quando misturado em grande proporção com o
oxigênio, o hidrogênio explode por ignição. Quando em temperatura acima de
560ºC, ele entra em ignição automaticamente. As chamas da combustão de
hidrogênio-oxigenio puros são quase imperceptíveis a olho nu, por isso, é
necessário um detector de chamas para verificar se um vazamento de
hidrogênio esta queimando. Outra característica dos fogos de hidrogênio é que
suas chamas tendem a ascender rapidamente com o gás no ar, causando
menos dano que fogos de hidrocarbonetos.
Para Clayton (2003), além do oxigênio, o gás hidrogênio pode reagir
17
violentamente de forma espontânea, em temperatura ambiente, com outros
elementos oxidantes, como cloro e flúor.
2.5 Segurança e precauções
Para Smith e Xu (1997), “O Hidrogênio gera vários perigos à segurança
humana, de potenciais detonações e incêndios quando misturado com o ar a
ser um asfixiante em sua forma pura, livre de oxigênio”.
Em adição, a Praxair Inc. (2004), complementa que o hidrogênio na
sua forma liquida apresenta perigos como o congelamento, por estar associado
a líquidos muito gelados. Ele também se dissolve em alguns metais, e, além de
vazar, pode ter efeitos adversos neles, como a fragilização por hidrogênio. O
vazamento de gás hidrogênio no ar externo pode espontaneamente entrar em
combustão. Além disso, o fogo de hidrogênio, enquanto sendo extremamente
quente, é quase invisível, e portanto pode levar a queimaduras acidentais.
2.6 Futuro do hidrogênio
De acordo com Miranda (2002), “Não há dúvida de que o hidrogênio
será uma das principais fontes de energia do futuro”. Isso porque, ainda
segundo o autor: “Estamos falando de uma fonte de energia renovável,
inesgotável e não poluente que trará benefícios para toda a sociedade”.
Para Miranda (2002), este elemento tem excelentes propriedades tanto
como combustível,quanto transmissor de energia. Isso ocorre porque um quilo
de hidrogênio possui aproximadamente a mesma energia que 3,5 litros de
petróleo ou 2,1 quilos de gás natural ou 2,8 quilos de gasolina.
Sendo assim, o hidrogênio tem um grande potencial ambiental, fazendo
parte de um ciclo de vida limpo, tornando-se um sério candidato a substituir a
atual economia baseada nos combustíveis fosseis.
18
Prazo
Cenário Previsto
Indústria automobilística lança em escala pré-comercial
protótipos de veículos movidos a hidrogênio; cresce o número
5 anos
de aparelhos eletrônicos que utilizam a energia gerada a partir
de hidrogênio.
Geradores de energia à base de hidrogênio são instalados em
10 anos
unidades residenciais e empresas; começa a produção
comercial de veículos que utilizam esse tipo de combustível.
A utilização do hidrogênio é disseminada por toda a sociedade,
tanto como combustível quanto na geração de energia. O uso
20 anos
massificado do elemento reduz os custos de implantação dos
sistemas.
Quadro 1 - Cronograma para o uso do hidrogênio como fonte de energia e combustível:
2002 a 2020
Fonte: Miranda (2002)
O quadro 1 apresenta uma previsão de 20 anos sobre o uso do
hidrogênio. De acordo com Miranda (2002)
A tendência é que surjam muitas empresas especializadas na
comercialização de produtos e processos de aproveitamento do
hidrogênio. As próprias empresas de geração de energia terão de se
readaptar para não perder espaço.
Por isso, ainda segundo o autor, muitas empresas do setor energético
estão fazendo adaptações para que, no futuro, possam ser fornecedoras do
sistema baseado no hidrogênio, como exemplo, ele cita a Petrobras que não se
apresenta apenas como uma empresa de petróleo, mas de energia em geral.
19
3 EMBALAGEM
Embalagem pode ser definida como sendo o sistema integrado de
materiais e equipamentos com que se procura levar os bens e
produtos às mãos do consumidor final, utilizando-se dos canais de
distribuição e incluindo métodos de uso e aplicações do produto.
Também pode ser um elemento ou conjunto de elementos destinados
a envolver, conter e proteger produtos durante sua movimentação,
transporte, armazenagem, comercialização e consumo. (MOURA e
BANZATO, 1997, p.10)
De acordo com a definição clássica de Kotler (1998), a embalagem tem
que proteger e conservar os produtos que ela contém, e ainda, facilitar o
manuseio, armazenagem e transporte. A partir do século XX, ela ganhou outra
função: estimular a venda do produto que ela protege. Porém, a definição de
embalagem pode variar e depende muito da área, do enfoque, do produto e da
finalidade a que se destina. Como por exemplo, os veículos de carga e passeio
dispensam o uso de embalagens, mas se eles produtos para exportação
podem necessitar de embalagem.
Embalagens são recipientes que desempenham uma função de
contenção, destinados a receber e a conter sustâncias ou artigos,
incluindo quaisquer meios de fechamento. Singelas, combinadas,
compostas, recondicionadas, refabricadas, reutilizáveis e IBC´s são
algumas delas que existem no mercado. As embalagens devem ser
construídas de maneira a se evitar qualquer perda de conteúdo
quando preparadas para transporte, perda essa que pode ser
causada, nas condições normais de transportes, por vibração ou por
mudança de temperatura, umidade ou pressão (resultante da
altitude). (JORNAL LOGWEB, 2007)
Para Araújo (2005, p. 365), embalagem é um recipiente portátil que se
movimenta com facilidade nos equipamentos de transporte, por isso, devem
ser cumpridas recomendações do fabricante para garantir a segurança da
operação de carga, descarga e transbordo.
Segundo Moura e Banzato (1997, p.10), ela pode ser avaliada como
parte da construção de um contenedor, seja para a para expedição, montagem
de itens ou pacotes em seu interior, incluindo qualquer bloqueio, escoramento
ou amortecimento, à prova das condições do tempo, reforços externos e
marcação necessária para a identificação do conteúdo. Ou ainda, como uma
20
função tecno-econômica, que tem como objetivo fazer a proteção do produto,
facilitar sua distribuição como parte da redução de custo, promover a venda do
mesmo, aumentando assim os lucros da empresa. E para que isso ocorra é
necessária à integração da arte e da ciência, pois exige conhecimentos como:
resistências de materiais, fluxogramas, logística, fabricação, movimentação de
materiais, design, cromatografia e mercado, além de elevada dose de bom
senso e criatividade.
Conforme Moura e Banzato (1997, p.10), a embalagem tem sido
definida de varias maneira. Embora todas as definições sejam precisas, são de
alcance limitado, refletindo a interface de determinado consumidor com a
embalagem. Por isso, eles definiram, de forma mais completa, o que é
embalagem:
Em sua concepção abstrata, pode ser a seguinte: é o conjunto de
artes, ciências e técnicas utilizadas na preparação das mercadorias,
com o objetivo de criar as melhores condições para seu transporte,
armazenagem, distribuição, venda e consumo ou, alternativamente,
um meio de assegurar a entrega de um produto numa condição
razoável ao menor custo global.
3.1 Classificação das embalagens
De acordo com Moura e Banzato (1997, p. 12), a embalagem ou o seu
conjunto podem ser classificados de acordo com a sua função, finalidade,
movimentação e utilidade.
3.1.1 Função
Para Moura e Banzato (1997, p.12), a função da embalagem varia de
acordo o nível do envoltório. Podendo ser primária, aquela que contém o
produto, como, por exemplo, a caixa de leite; secundária, aquela que protege a
21
embalagem primária, como, por exemplo, caixa de bombom; terciária,
normalmente caixas de papelão, plástico ou outros materiais, são muitos
utilizados como unidade de venda no atacado; quaternária, ela envolve o
contenedor, que facilita a armazenagem e movimentação, como, por exemplo,
o pallet de algum produto e; de quinto nível, embalagem utilizada para
movimentação de longa distância, como o contêiner, conforme figura 1.
Figura 1 - Embalagem segundo a função
Fonte: O autor (2009)
3.1.2 Finalidade
Para Moura e Banzato (1997, p. 14), a classificação da embalagem
segundo sua finalidade é dividida em seis tipos. Embalagem com a finalidade
de consumo é ela que torna o produto atraente e vendável aos olhos do
consumidor. Com finalidade de expor o produto, muito utilizada em
supermercados como forma de promoção. Com finalidade da distribuição física,
para proteger o produto durante seu processo de distribuição, transporte, carga
e descarga. Com finalidade de transporte e exportação, ela protege os
produtos durante seus diversos modos de transporte. Com finalidade industrial
ou de movimentação, durante sua estocagem ou movimentação dentro da
própria fábrica. E com finalidade de armazenagem, que protege contra agentes
externos agressivos, tanto físicos, químicos ou parasitas animais ou vegetais.
22
3.1.3 Movimentação
Para Moura e Banzato (1997, p. 17), podem ser classificados segundo
seu tipo de movimentação; manual ou mecânica. Sendo que na movimentação
manual a carga não pode exceder a 30 Kg.
Figura 2 - Embalagem segundo a movimentação
Fonte: O autor (2009)
3.1.4 Utilidade
Para Moura e Banzato (1997, p. 17), outra classificação é segundo sua
utilidade, se ela é retornável, ou seja, ela volta ao seu ponto de origem, para
que seja reutilizada ou se ela é não-retornável, que tem apenas um ciclo de
distribuição, sendo descartada depois do seu uso, conforme figura 2.
Figura 3 - Embalagem segundo a utilidade
Fonte: O autor (2009)
23
3.2 Embalagem de produtos perigosos
Os produtos perigosos devem ser acondicionados em embalagens de
boa qualidade, que sejam resistentes o suficiente para suportar
choques e carregamentos durante o transporte, incluindo o
transbordo entre unidades de transporte e/ou entre os armazéns, bem
como qualquer remoção de um palete ou sobreembalagem para um
conseqüente manuseio manual ou mecânico. (JORNAL LOGWEB,
2007).
Para Araújo (2005, p.364), a garantia de segurança, tanto no transporte
como no manuseio e armazenagem de produtos perigosos, está na qualidade
das embalagens utilizadas. E ainda classifica as embalagens de produtos
perigosos em dois grupos, dependendo do seu volume e forma de utilização.
São eles: fracionados e granel.
3.2.1 Embalagem Fracionada
Baseado na Resolução ANTT 420/02 apud (ARAÚJO, 2005, p. ), a
embalagem para transporte fracionado é o recipiente que desempenha função
de contenção, que possuem massa liquida de ate 400 kg e capacidade
volumétrica de ate 450 litros.
Segundo Araújo (2005, p.365), a embalagem pode variar em forma e
tipo e pode ser fabricada a partir de vários materiais como: metal, aço,
alumínio, plástico, têxtil, papel, plástico tecido, película de plástico, papelão,
madeira, vidro, porcelana e cerâmica. O que vai ser levado em consideração
para a escolha do material da embalagem é o tipo de material a ser
acondicionado.
24
Figura 4 - Embalagem fracionada para produtos perigosos
Fonte: O autor (2009)
3.2.1.1 Cilindros
De acordo com Araújo (2005, p. 391), os cilindros são vasos de
pressão utilizados para acondicionar e transportar gases. As partes que
compõem um cilindro são: base, calota (ou ogiva), capacete (ou cúpula),
colarinho, corpo, fundo, gargalo e pé. Eles possuem características
construtivas próprias, variando de acordo com o gás e pressão operacional.
Figura 5 – Cilindros
Fonte: O autor (2009)
25
Para a identificação dos gases, o Regulamento de Transporte de
Produtos Perigosos e o Código de Defesa do Consumidor apud Araújo (200, p.
397), determinam que todas as embalagens devem conter informações sobres
os riscos inerentes e forma de acondicionamento. Uma das formas de
identificação é a cor do cilindro.
Gás
Oxigênio Medicinal
Oxigênio Industrial
Nitrogênio
Hidrogênio
Hélio
Acetileno
Argônio
Óxido Nitroso
Dióxido de Carbono
Metano
Cloro
Misturas especiais
Ar comprimido industrial
Ar comprimido medicinal
Fórmula Química
O2
O2
N2
H2
He
C2H2
Ar
N2O
CO2
CH4
Cl2
-
Cor
Verde
Preto
Cinza
Amarelo
Laranja
Vermelho Bordô
Marrom
Azul escuro
Alumínio
Rosa
Laranja com faixa cinza
Bege
Azul claro
Cinza com faixa verde
Quadro 2 - Cores de cilindros para os gases mais comuns
Fonte: Araújo (2005, p. 398)
3.2.2 Embalagem a Granel
Segundo a Resolução da ANTT 420/04 apud (ARAÚJO, 2005, p.), o
transporte de granéis pode ser feito em embalagens grandes, cuja massa
liquida ultrapassa 400 kg, são movimentados mecanicamente e tem
capacidade volumétrica para 450 litros e volume máximo de 3m3. Assim como
a embalagem fracionada pode ser feita por vários materiais como: metal, aço,
alumínio, plástico, papel flexível, plástico flexível, papelão e madeira.
O transporte também pode ser feito em contentores intermediários para
graneis – IBC (Intermediate Bulk Conteiner).
26
Figura 6 - Intermediate Bulk Conteiner
Fonte: O Autor (2009)
27
4 ARMAZENAGEM
Moura (2005, p. 20), define armazenagem de dois modos. No primeiro
como uma denominação genérica e ampla de todas as atividades de um local
destinado à guarda temporária e à distribuição de materiais. E num segundo
momento, como um conjunto de atividades relacionadas à estocagem
ordenada e distribuição de produtos acabados dentro da própria fabrica ou em
um local determinado por ela.
Armazenagem é a parte da logística responsável pela guarda
temporária de produtos em geral (acabados, matérias-primas,
insumos, componentes, etc.). Pode ter uma variação de tipo de local
físico, conforme característica e necessidade do produto, como por
exemplo, local coberto, local descoberto, local com temperatura
controlada, etc. Pode ter variação de tipo de estocagem, conforme
característica e necessidade do produto, como, por exemplo,
prateleira, gaveta, cantilever, baia, etc.(GUIA DE LOGÍSTICA, 2009)
Para Ballou (1993, p. 152), “Armazenagem e manuseio de mercadorias
são componentes essenciais do conjunto de atividades logísticas”.
4.1 Funções da armazenagem
A principal função da armazenagem é a administração do espaço e
tempo. O espaço é sempre limitado e, portanto, os bons operadores
usam o espaço disponível efetivamente. O tempo e a mão-de-obra
são significativamente mais difíceis de gerenciar que o espaço.
(BANZATO et al, 2003, p. 9)
Para Alvarenga e Novaes (2000, p. 122), a armazenagem pode ser
vista como um sistema e seus componentes são:
♦ Recebimento: as mercadorias são descarregadas, conferidas e
encaminhadas para o local de armazenamento.
♦ Movimentação: para ir até o seu local de armazenamento, a
mercadoria deve ser movimentada, outro momento que utiliza a
28
movimentação é quando a mercadoria é levado para despacho.
♦ Armazenagem: é o local que em a mercadoria fica depositada,
podendo ser por períodos longos ou não.
♦ Preparação dos pedidos: às vezes, a mercadoria não é levada
diretamente para o embarque, ela fica em um local especifico, para
serem embalados devidamente.
♦ Embarque: como o próprio nome diz, é o local onde a mercadoria é
despachada no veiculo.
♦ Circulação externa e estacionamento: Alguns armazéns dispõem de
estacionamento para que os veículos possam ser estacionados e
manobrados.
Figura 7 - Funções da Armazenagem
Fonte: Moura (1997, p. 10)
29
4.2 Armazenagem de cilindros
Os locais de armazenamento de cilindros devem ser locais seguros,
devido ao grau de risco que eles apresentam. Por isso, algumas medidas de
seguranças devem tomadas como menciona Araújo (1975, p. 175):
a) Não deixar os cilindros ao relento: na impossibilidade de armazenálos no interior dos almoxarifados, galpões ou depósitos, dever-se-á
protegê-los, de dia, dos raios diretos do sol, pois um aquecimento
demasiado poderá causar serio acidente devido ao aumento de
pressão dentro dos cilindros; de noite terão de ser abrigados contra o
orvalho, pois a ferrugem diminui a resistência à pressão
b) Não deixar os cilindros em locais onde possam ser danificados, nem
perto de óleo, graxa, palhas ou outros materiais inflamáveis ou
combustíveis, nem junto a fontes de calor;
c) Sinalizar o local, com placas de advertência: “Proibido fumar”,
“inflamável”, entre outras. Sinalizar os cilindros cheios dos vazios;
entre outras.
Figura 8 - Armazenagem de cilindros
Fonte: O autor (2009)
30
4.3 Movimentação de materiais
Moura (2005, p. 17) apresenta várias definições para movimentação de
materiais. Uma delas é que a movimentação de materiais consiste na
preparação, colocação e posicionamento de materiais, com a finalidade de
facilitar a sua movimentação e estocagem. Outra definição é que a
movimentação de materiais não forma, mede, processa ou altera o material. É
uma função de prestação de serviço, que move e estoca os materiais até eles
serem necessários.
Para Ballou (1993, p. 172):
O manuseio ou movimentação de produtos e materiais significa
transportar pequenas quantidades de bens por distâncias
relativamente pequenas, quando comparadas com as distâncias na
movimentação de longo curso executada pelas companhias
transportadoras. É atividade executada em depósitos, fábricas e lojas,
assim como no transbordo entre modais de transporte.
Segundo Moura (2005, p. 2), “A melhor movimentação de materiais é
nenhuma movimentação de materiais”, porém ele admite que a inexistência
desse processo no armazém seja impossível, então a maneira ideal é fazer o
mínimo de movimentações. Para isso, deve-se fazer o planejamento do
espaço, utilizar os equipamentos de movimentação adequados e política de
redução de estoque. Mendonça (2002) afirma: “todas as vezes que fazemos
movimentos desnecessários, estamos perdendo tempo, produtividade e
qualidade”.
31
Figura 9 - Sistema de movimentação de materiais
Fonte: Moura (2005, p.26)
A figura 2 mostra o sistema de movimentação de materiais, de acordo
com Moura (2005, p. 26), através dele, é possível fazer um planejamento dos
processos, além de mostrar a movimentação como unidade.
4.3.1 Princípios da movimentação de materiais
Mendonça (2002) apresenta sob a forma de princípios os pontos
fundamentais que orientam a movimentação de materiais. Eles não são uma
regra mas seus ensinamentos oferecem ótimos resultados, na busca pela
otimização do tempo e espaço. São eles:
•
Princípio do planejamento: é necessário determinar o melhor método
do ponto de vista econômico, para a movimentação de materiais,
considerando-se as condições particulares de cada operação.
•
Princípio do sistema integrado: deve-se planejar um sistema que
integre
o
maior
número
de
atividades
coordenando todo o conjunto de operação.
de
movimentação,
32
•
Princípio da simplificação: Deve-se procurar sempre reduzir,
combinar
ou
eliminar
movimentação
e/ou
equipamentos
desnecessários.
•
Princípio da gravidade: a força motora mais econômica é a
gravidade.
•
Princípio da utilização dos espaços: o aproveitamento dos espaços
verticais contribui para o descongestionamento das áreas de
movimentação e a redução dos custos da armazenagem.
•
Princípio do tamanho da carga: a economia em movimentação de
materiais é diretamente proporcional ao tamanho da carga
movimentada.
•
Princípio da segurança: a produtividade aumenta conforme as
condições de trabalho tornam-se mais seguras.
•
Princípio da automação: usar equipamento de movimentação
mecanizada ou, automático sempre que possível e viável.
•
Princípio da seleção de equipamento: na seleção do equipamento de
movimentação, considerar todos os aspectos do material a ser
movimentado, o movimento a ser realizado e o(s) método(s) a ser
(em) utilizado(s).
•
Princípio da padronização: padronizar métodos, bem como tipos e
tamanhos dos equipamentos de movimentação e das cargas
utilizadas.
•
Princípio do tempo ocioso: reduzir tempo ocioso ou improdutivo tanto
do equipamento quanto da mão-de-obra.
•
Princípio da manutenção: planejar a manutenção preventiva e
corretiva de todos os equipamentos de movimentação.
•
Princípio da obsolência: substituir os métodos e equipamentos de
movimentação obsoletos quando métodos e equipamentos mais
eficientes vierem a melhorar as operações.
•
Princípio do controle: empregar o equipamento de movimentação de
33
materiais para melhorar o controle de produção, controle de estoques
e preparação de pedidos.
•
Princípio da capacidade: usar equipamentos de movimentação para
auxiliar a atingir a plena capacidade de produção.
4.3.2 Equipamentos de movimentação
Para Moura (2000, p. 11), existem muitos tipos de equipamentos de
movimentação de materiais no mercado, o que dificulta uma classificação
sistemática. Contudo, podem-se citar algumas vantagens inerentes à maioria
dos equipamentos de movimentação, ou seja, são comuns aos equipamentos e
que incluem:
♦ Redução do esforço físico do homem;
♦ Movimentação dos materiais mais segura sem acidentes e danos aos
materiais e aos operadores;
♦ Redução do custo de movimentação de materiais;
♦ Aumento de produção e capacidade de estocagem; e
♦ Redução de área a ser trabalhada.
Já Ballou (1993, p. 172), divide os equipamentos em dois grupos:
equipamentos de movimentação e equipamentos auxiliares. Os equipamentos
de movimentação são próprios para manusear materiais, os tipos mais comuns
são empilhadeiras, tratores, transportadores, esteiras e guinchos. Os
equipamentos auxiliares servem para melhorar a utilização do espaço físico e
diminuir danos no manuseio, são eles porta-paletes, estantes, entre outros.
“Na escolha do método e/ou equipamento de movimentação deve-se
levar em consideração as características do material, exigências de
movimentos e capacidade do método (equipamento)”. (MOURA, 2000, p.12)
Um fator frequentemente negligenciado é que a movimentação
manual pode ser, na verdade, a mais fácil, a mais eficiente e o
método menos dispendioso de movimentar o material. Somente
depois de provado que o manuseio humano é mais caro, perigoso ou
34
muito lento. O analista poderá voltar sua atenção para os
equipamentos. (MOURA, 2000, p. 12)
4.3.3 Movimentação de cilindros
Como os cilindros são vasos de pressão bastante resistentes, pesados
e acondiciona gases sob pressão sua movimentação deve ser feita com muito
cuidado. Araújo (2005, p. 409) e Araújo (1975, p.176) estabelecem alguns
princípios para a segurança na movimentação.
a) Ao mover cilindros com guindastes ou pontes rolantes deve-se
empregar sempre um bom berço, caçamba ou plataforma, nunca
utilizando ligas ou eletroímãs;
b) Devem-se usar carrinhos adequados para movimentá-los, tais como
carrinho americano, provido de rodas de borracha e alças de couro
para a fixação dos cilindros;
c) Fechar sempre as válvulas antes de movimentar os cilindros, a
menos que eles estejam bem colocados em um carro, remover as
válvulas reguladoras e atarrachar às tampas de proteção;
d) Nunca transportar os cilindros em veículos untados com óleo ou
graxa, devido ao perigo de explosão;
e) Nunca servir-se das tampas de proteção para suspender os cilindros
verticalmente do chão, pois elas não se destinam a tal fim; para
mudar os cilindros da posição horizontal para a vertical, ou vice e
versa, deve-se estar seguro de que a tampa está no lugar e bem
atarraxada; depois, segurá-la firmemente com as mãos e dar
movimento desejado ao cilindro;
f) Jamais empregar os cilindros como roletes ou suportes, mesmo que
eles estejam vazios, para que não se danifiquem; entre outras.
35
4.4 Distribuição física
A logística de distribuição trata das relações empresa-clienteconsumidor, sendo responsável pela distribuição física do produto
acabado até os pontos de venda ao consumidor e deve assegurar
que os pedidos sejam pontualmente entregues, precisos e completos.
(CHING, 2001, p.147)
Segundo Faria e Costa (2007, p. 24), a distribuição é uma parte do
composto de marketing, que juntamente com a armazenagem e transporte,
busca de forma estratégica, agregar valor ao cliente.
Para Ballou (1993, p. 40) “Distribuição física é o ramo da logística
empresarial que trata da movimentação, estocagem e processamento de
pedidos dos produtos finais da firma”. E vai além, dizendo que a distribuição
física se preocupa principalmente com bens acabados ou semi-acabados, que
estão prontos para venda e que não precisem sofre mais nenhum processo.
Já Novaes (2004, p. 109), diz que a distribuição física é composta por
processos operacionais e de controle que permitem transferir os produtos do
ponto de fabricação até o ponto final, que podem ser lojas varejistas ou
diretamente ao consumidor final.
4.4.1 Administração e objetivos da distribuição física
De acordo com Ballou (1993, p. 43), a administração da distribuição
física é feita a partir de três aspectos: estratégico, tático e operacional. No
aspecto estratégico é analisada a localização dos armazéns, levando em conta
a distância da empresa e do mercado consumidor, é decido também quais os
modos de transportes que serão empregados, entre outras atividades. O
aspecto tático administra os recursos disponíveis da empresa. De forma que o
inventário seja aproveitado na sua capacidade e assim, compense o
investimento que ele obteve. Já o aspecto operacional visa à administração das
atividades diárias e dos recursos humanos.
36
Para Novaes (2004, p.113), a distribuição física tem como objetivo a
rápida disponibilidade de produto, buscar cooperação entre os participantes da
cadeia de suprimentos, garantir um fluxo de informações rápido e preciso entre
os elementos participantes e de forma integrada.
37
5 TRANSPORTE
Segundo Rodrigues (2007, p.15) “Transporte é o deslocamento de
pessoas e pesos de um local para o outro”.
Para Moura (2004, p. 288):
“A definição de transporte tem suas raízes nas palavras latinas ‘trans’
e ‘portare’, que significam ‘levar para’. Este significado tem
importância para as cadeias de abastecimento, pois a função do
transporte é providenciar as ligações físicas – o ‘levar para’ entre os
componentes de uma complexa estrutura funcional.”
O Guia de Logística (2009), diz que: “Transporte é a parte da logística
responsável pelo deslocamento de cargas em geral e pessoas, através dos
vários modais existentes.”.
De acordo com Moura (2004, p.288), as transportadoras de sucesso
reconhecem que o transporte não é apenas levar um produto de um lugar ao
outro, acrescentam que é, também, um serviço de entrega que atende as
necessidades dos clientes.
Segundo Faria e Costa (2007, p. 86), o transporte, tanto no âmbito
nacional
quanto
no
internacional,
é
considerado
um
dos
principais
subprocessos da logística, pois abrange o deslocamento externo do
fornecedor, dentro da empresa e para o cliente. Seja em forma de matériaprima, produtos semi-acabados, acabados, entre outros. Alvarenga e Novaes
(2000, p. 80), explica que importância dada ao transporte é devido ao impacto
que ele produz nos custos logísticos, nível de serviço e outras variáveis da
logística. De acordo com Alvarenga e Novaes (apud GOMES e RIBEIRO, 2004,
p.67): “O custo de transporte representa a maior parcela dos custos logísticos
na maioria das empresas, variando entre 4% e 25% do faturamento bruto; em
muitos casos, supera o lucro operacional”.
38
5.1 Formas de Transportes
De acordo com Rodrigues (2007, p.28), o transporte pode ser feito de
quatro formas de diferentes: unimodal, sucessivo, intermodal ou segmentado e
multimodal. O transporte unimodal é aquele feito utilizando apenas um veículo
e um contrato de transporte, portanto, a carga vai ser entregue diretamente no
destino final. O transporte sucessivo é quando a carga passa por mais de um
veículo, mas sempre utilizando mesmo modo de transporte, utilizando também
mais de um contrato de transporte. O transporte intermodal ou segmentado é
aquele onde são utilizados mais de um modal, todos com seu contrato de
transporte independente. O transporte multimodal, assim como o intermodal,
utiliza mais de tipo de modal, porém, utilizando apenas um contrato de
transporte e uma apólice de seguros.
5.2 Modos de transporte
Segundo Rodrigues (2007, p. 28), os meios que podem ser utilizados
para fazer o transporte de cargas podem ser: rodoviário, ferroviário, aquaviário,
aéreo e dutoviário.
•
O transporte rodoviário é feito pelas rodovias, através de caminhões,
carretas, entre outros. É o modo mais utilizado no Brasil, é
relativamente rápido e barato e tem altos níveis de flexibilidade.
•
O transporte ferroviário é feito pelas ferrovias, através de vagões,
plataformas, entre outros. É considerado barato para o transporte em
grandes quantidades.
•
O transporte aquaviário é feito pelas águas, através de navios,
barcos, entre outros. Ele também pode ser dividido em 2 subgrupos:
marítimo e hidroviário. O transporte marítimo é feito pelos mares e
oceano, enquanto o hidroviário é feito em rios, lagos ou lagoas.
•
O transporte aéreo é feito pelo espaço aéreo, através de aviões. É o
39
meio mais caro, porém é o mais rápido.
•
O transporte dutoviário é feito pelos dutos, com carga a granel no
estado sólido, líquido ou gasoso. Usado principalmente para
transportar óleo e gás.
Chopra e Meindl (2003, p. 56), acrescentam mais um modo de
transporte: o eletrônico, pois com o advento da internet, muitos produtos
podem ser comprados, como músicas, livros, entre outros.
Tabela 1 - Matriz do Transporte de Carga no Brasil
Fonte: Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT (2007)
Percebe-se que no Brasil, o modo de transporte mais utilizado é o
rodoviário, devido os investimentos desde o governo de Juscelino Kubitschek e
a vinda da indústria automobilística. (RODRIGUES, 2007, p.47).
Quadro 3 - Características dos principais modos de transporte
Fonte: Fleury (apud FARIA e COSTA, 2007, p. 89)
A partir desde quadro, a empresa pode decidir por qual modal mandar
sua mercadoria, dependendo da prioridade que ela dá a cada item. Por
exemplo, se quer rapidez, ela deverá optar pelo aéreo; se ela que tem um
volume muito grande e quer o menor preço ela pode mandar pelo aquaviário.
Mas tudo vai depender da rota e característica da mercadoria.
40
5.3 Transporte rodoviário
Conforme Rodrigues (2007, p. 49) “O transporte rodoviário é um dos
mais simples e eficientes dentre seus pares. Sua única exigência é existirem
rodovias. Porém, este modal apresenta um elevado consumo de combustível”.
De acordo com Faria e Costa (2007, p. 90), “Esse tipo de modalidade
de transporte é utilizado para cargas pequenas e médias, para curtas e médias
distâncias, com coleta e entrega ponto a ponto”. A distância não pode
ultrapassar os 500 km, pois o transporte rodoviário torna-se inviável, por causa
do alto consumo de combustível. (RODRIGUES, 2007, p. 49).
Para Gomes e Ribeiro (2004, p. 88), as vantagens advindas desse
modal são a freqüência e disponibilidade do serviço, além disso, o ponto mais
importante é o serviço porta a porta. Por isso, o transporte rodoviário é
caracterizado como flexível e versátil, sendo mais compatível com as
necessidades de serviço ao cliente do que outros modos de transporte (FARIA
E COSTA, 2007, p. 90).
Mas o transporte rodoviário também tem alguns pontos negativos,
como sua pequena capacidade de carga, alto custo da estrutura, além disso,
apresenta
grandes
problemas
relacionados
à
segurança
e
congestionamentos(KEEDI, 2005, p.128).
Segundo Alvarenga e Novaes (2000, p. 82) “O modo rodoviário é o
mais expressivo no transporte de cargas no Brasil, e atinge praticamente todos
os pontos do território nacional”.
5.3.1 Transporte de produtos perigosos
“É o deslocamento de um produto perigoso de um ponto de origem até
um ponto de destino em veículo e/ou embalagens apropriados utilizando
técnicas e cuidados especiais preconizados por legislação específica”
(INMETRO, 2009).
41
No Brasil a ANTT pela Resolução Nº. 420/04 estabeleceu instruções
complementares ao Regulamento do Transporte Terrestre de
Produtos Perigosos. A Resolução 420, além de publicar as
informações gerais dos produtos esclarece seus números ONU e de
risco, a classe de risco e o risco subsidiário. São produtos perigosos
os agrotóxicos (classificados pela ANVISA), os inflamáveis
(classificados pelo MTE-NR16) e os resíduos (classificados de acordo
com a NBR10.004). (INMETRO, 2009)
De acordo com o INMETRO apud Araújo (2005, p. 445), o
veiculo/equipamento designado ao transporte de produtos perigosos é dividido
em duas partes: o veículo e o equipamento. O veículo compreende a parte
rodante do conjunto, podendo ser um automotor ou rebocador. Já o
equipamento é reservatório, parte integrante ou não do veículo, local destinado
ao armazenamento do produto a ser transportado e também todo o sistema de
transferência,
isolamento,
revestimento,
bomba,
vaporizador
e
outros
componentes.
Todavia, o INMETRO (2009), ressalta: “Não apenas caminhões tanque
transportam produtos perigosos. Os caminhões de carroçaria aberta e fechada
transportam tambores, bombonas, botijões e cilindros”.
Segundo o Código Nacional de Transito apud (Araújo, 2005, p. 408), é
proibido o transporte de produtos perigosos em motocicletas, pois ela é
destinada ao transporte de passageiros.
5.3.1.1 Transporte de cilindros
O modo como o cilindro vai ser transportado, vai depender do gás e
tamanho do cilindro. Apenas os cilindros de gases permanentes (oxigênio,
nitrogênio, argônio, hidrogênio, entre outros) podem ser transportados
deitados, no entanto, eles têm que estar bem fixados e não ultrapassar o limite
de proteção. (ARAÚJO, 2005, p.419).
42
Figura 10 - Transporte de cilindros
Fonte: O autor (2009)
5.3.1.2 Equipamento de alta pressão ou gás comprimido
Segundo Araújo (2005, p. 460), os veículos/equipamentos utilizados no
transporte de gás comprimido são chamados de caminhões-tanques de gás
comprimido.
Os equipamentos destinados ao transporte de gás comprimido
possuem tanques de alta pressão, normalmente com um
compartimento cilíndrico, contendo escotilha de acesso em uma das
extremidades. Normalmente o tanque é constituído de uma única
peça de aço soldada com capacidade variando de 30.000 a 43.500
litros. O tanque pode ser de alumínio caso o material a ser
transportado seja compatível. No caso da existência de isolamento
térmico, o equipamento pode ter dois tanques, sendo o tanque interno
de aço-liga (inox ou alumínio) e o tanque externo (aço-carbono).
Quando existem partes do tanque sem isolamento, recomenda-se
que estas, não cobertas pelo isolamento, sejam pintadas de branco,
alumínio ou cor refletiva. (ARAÚJO, 2005, p. 461)
Outro tipo de equipamento é o tubo trailer, este equipamento possui
uma determinada quantidade de longos cilindros montados e conectados numa
base única, normalmente um semi-trailer para fins rodoviário. Esse tipo de
equipamento é utilizado para os gases comprimidos não liquefeitos, tem
capacidade volumétrica em água de aproximadamente 1.000 litros e operam
com pressão acima de 130 kgf/cm2.
43
Figura 11 - Caminhão tubo trailer
Fonte: O autor (2009)
5.3.1.3 Símbolos do transporte de produtos perigosos
Segundo o INMETRO (2009), todos os veículos que transportam
produtos perigosos têm que trazer identificação. Essas identificações têm que
ser visível a todos, por isso, elas são fixadas nas laterais, frente e traseira do
veículo. Elas são o rótulo de risco e o painel de segurança.
Os veículos que transportam produtos perigosos são identificados
pelo uso de um retângulo de cor laranja, de tamanho 30x40 cm,
chamado painel de segurança afixado nas laterais, na frente e na
traseira e de um losango de tamanho 30x30 cm, de cores e desenhos
variados, chamados rótulo de risco, fixado nas laterais e na traseira.
(INMETRO, 2009)
44
Figura 12 - Símbolos no veículo
Fonte: ANTT apud INMETRO (2009)
De acordo com o INMETRO (2009), “Toda embalagem tem que ter seu
rótulo de risco. E que os rótulos de riscos identificam a classe de risco principal
ou subsidiário do produto e são representado através de símbolos, cores,
números e texto”. A seguir são apresentados alguns tipos de rótulos.
Figura 13 - Rótulos de Risco
Fonte: INMETRO (2009)
Para o painel de segurança, o INMETRO (2009), diz que eles são da
cor laranja e trazem o número de risco e o número ONU (Organização das
Nações Unidas).
45
Figura 14 - Painel de segurança
Fonte: INMETRO
Segundo o INMETRO (2009):
Quando o veículo transporta mais de um produto em embalagens
distintas ou, quando se tratar de última entrega, resultante de um
carregamento, contendo mais de um produto inicialmente, leva o
painel laranja sem qualquer numeração. Tanques que contiveram
produtos perigosos devem continuar portando os painéis de
segurança
correspondentes,
até
que
sejam
limpos
ou
descontaminados.
O INMETRO (2009), ressalta que a letra X à esquerda do número de
risco, em alguns painéis, significa que o produto transportado reage
perigosamente com água.
Figura 15 - Tipos de painéis
Fonte: INMETRO (2009)
46
5.3.2 Legislação
Existe uma grande preocupação com transportes de produtos
perigosos, desde modo, têm sido elaboradas e atualizadas normas e leis que
regem esta atividade.
A Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT - é a
responsável por regulamentar e fiscalizar as atividades voltadas para o
transporte rodoviário de produtos perigosos (ANTT).
De acordo com Araújo (2001, p. 403), o primeiro documento legal sobre
o transporte de produtos perigosos foi o Decreto-Lei nº2. 063, de 06 de outubro
de 1983, por causa de um acidente com pentaclorofenato de sódio, o “pó da
china”, que vitimou seis pessoas no Rio de Janeiro.
O Decreto nº. 96.044, de 18 de maio de 1988, que aprova o
Regulamento para o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos e dá outras
providências, veio definir a regulamentação das operações de transportes de
produtos perigosos no modo rodoviário, abrangendo as questões relativas às
condições de transporte como veículos e equipamentos utilizados, a carga e
seu acondicionamento, o itinerário, o estacionamento, o pessoal envolvido nas
operações do transporte, a documentação, o serviço de acompanhamento
técnico especializado. Também trata das questões de procedimentos em caso
de
emergência,
acidente
ou
avaria;
dos
deveres,
obrigações
e
responsabilidades e da fiscalização e das infrações e penalidades.
A Resolução nº. 420, de 12 de fevereiro de 2004, que aprova as
Instruções Complementares ao Regulamento de Transporte Terrestre de
Produtos Perigosos, é, sem dúvida, a mais importante regulamentação sobre
os assuntos de transporte de produtos perigosos, pois além de ser a mais
recente, dá uma abrangência maior às atividades e definições existentes no
âmbito das cargas perigosas e suas respectivas classificações.
47
6 PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA E PLANO DE
EMERGÊNCIA
De acordo com Dicionário de Segurança do Trabalho da Unesp (2009),
“Procedimentos de segurança, são instruções elaboradas com a finalidade de
reduzir o "potencial de risco" de determinado trabalho ou tarefa”. Ele deve ter
uma linguagem muito clara, para ser entendido por qualquer pessoa. Deve
conter também todos os passos para execução da tarefa e mencionar
prováveis riscos.
Quando o Dicionário de Logística (2004, p. 141) diz que a manutenção
é a “combinação de todas as ações técnicas, econômicas e administrativas
visando manter ou alterar a condição de um item para que possa desempenhar
a função necessária”. É possível, encaixar a manutenção como um
procedimento de segurança, já que ela deixa os equipamentos em condições
seguras para sua utilização.
De acordo com Araújo (2005, p. 507), com a ocorrência de grandes
acidentes ocorridos, envolvendo produtos perigosos, viu-se necessário a
implementação de uma gestão segura destes produtos. Os quatros elementos
chaves para a implantação desta gestão são:
•
Planejamento, identificação e avaliação dos riscos;
•
Implementação de controles operações preventivos;
•
Plano de Emergência e Contingência;
•
Limpeza e recuperação de área impactada.
Ainda segundo Araújo (2005, p. 509), a emergência química pode
ocorrer durante o transporte, manuseio, armazenagem e transferência de
produto, em área limitada à parte interna da empresa ou que ultrapassem
esses limites. No primeiro caso, é colocado em prática o plano de contingência.
Já no outro, este plano deve interagir com órgãos do controle ambiental, policia
rodoviária federal ou estadual, bombeiros, defesa civil, entre outros.
O Plano de Ação de Emergência (PAE) e o Plano de Contingência
são elementos importantes do sistema de gestão de SMS com
objetivo de desencadear ações rápidas e eficazes, visando controlar
e minimizar as conseqüências de eventos que possam colocar em
48
risco as instalações industriais, meio ambiente, funcionários e a
comunidade. (ARAÚJO, 2005, p. 516)
Figura 16 - Desencadeamento das Ações com as Entidades Públicas - PAM
Fonte: Araújo (2005, p. 515)
49
7 ESTUDO DE CASO
7.1 História
A Air Products foi fundada por Leonard P. Pool, em 1940, em Detroit,
Michigan, sobre a força de uma simples e revolucionária idéia: o "in loco"
conceito de produção e venda de gases industriais, principalmente oxigênio. Na
época, a maior parte de oxigênio foi vendida como um gás altamente
comprimido nos cilindros que pesavam cinco vezes mais do que o gás produto.
Hoje, ela é uma fornecedora global de gases e produtos químicos. Nos
anos
intercalares,
a
empresa
expandiu
seus
negócios
através
de
desenvolvimento interno e aquisições. E ainda, a Air Products serve os clientes
de tecnologia, energia, saúde e mercados industriais em todo o mundo. Ela
oferece uma carteira única de produtos, serviços e soluções, fornecendo gases
atmosféricos, gases especiais e de processo, processo e equipamentos
criogênico, materiais e de desempenho.
A Air Products é reconhecida por sua cultura inovadora, excelência
operacional e compromisso com a segurança e o ambiente. Com receitas
anuais de US $ 10,4 bilhões e operações em mais de 40 países, a Air Products
possui 21.000 empregados. Sua sede está localizada em um campus de 600
hectares na região leste da Pensilvânia, em Lehigh Valley, perto de Allentown.
No Brasil, A Air Products é representada pela Air Products Brasil Ltda.
(APB). Tendo sua sede em São Paulo, a qual possui um grupo de trabalho de
aproximadamente 300 funcionários.
A sede em São Paulo é responsável pela venda de gases industriais e
de produtos químicos para o mercado brasileiro e Mercosul. No Brasil, a
empresa administra instalações para a geração de hidrogênio e monóxido de
carbono, plantas de separação de ar para produção de argônio, nitrogênio e
oxigênio assim como também várias unidades de enchimento e vendas de
gases em cilindros.
50
7.2 Enchimento de carretas com hidrogênio comprimido
O processo de enchimento das carretas (Titan Tubes) com hidrogênio
comprimido da Air Products é feito de forma a atender condições operacionais
e de segurança.
7.2.1 Preparação para Enchimento
Ao chegar, o motorista da carreta entrega ao vigia a pasta com as
notas fiscais dos clientes abastecidos, que é transcrita para a folha de controle
de entrada de carretas.
Em seguida, o motorista estaciona a carreta no box indicado pelo
operador, tomando os seguintes cuidados.
a) Dirigindo vagarosamente até que os pneus se se encostem ao
batente de box.
b) Colocam, no mínimo, um calço na roda traseira da carreta.
c) Abaixam os suportes hidráulicos da carreta.
d) Desengatam o cavalo mecânico e estacionam no pátio, no local
adequado. Em hipótese alguma o cavalo mecânico pode ser
engatado novamente antes do enchimento total da carreta.
e) Em caso do motorista não desengatar o cavalo mecânico, a chave do
mesmo deve ser entregue ao operador.
f) Fica proibida a permanência do motorista na cabine do cavalo
mecânico durante o enchimento.
Antes de começar a fazer o enchimento o operador deve:
a) Conferir se os extintores de incêndio estão em condições de uso (se
não estiverem OK, comunicar a chefia ou o encarregado da
Distribuição).
b) Verificar as condições gerais da carreta (inspeção visual), pneus,
51
placas de identificação de transporte rodoviário, etc.
c) Colocar a placa de segurança para enchimento (bandeira)
d) Abrir e travar a porta da cabine das válvulas.
E para iniciar o enchimento, o operador toma os seguintes cuidados:
ƒ
Verifica se a válvula principal (enchimento) está fechada.
ƒ
Confere a pressão de todos os tubos para efetuar a equalização
onde for necessário.
Em seguida, ele começa a operação, abrindo as válvulas dos tubulões
até o fim, iniciando na seção inferior, da direita para a esquerda, isto é, do
último Tubulão ao primeiro. Caso não tenham sido descarregados todos os
tubulões, os que estiverem cheios não precisam ser equalizados. Será preciso
equalizar e completar somente os tubulões que foram descarregados.
É necessário conectar o cabo terra na carreta e conectar a mangueira
da torre na válvula principal, tomando o seguinte cuidados:
a) Deixar a válvula de vent aberta (da torre).
b) Apertar a conexão da mangueira à válvula com a chave que se
encontra na cabine de válvula da carreta.
c) Deixar sem pressão a válvula reguladora da torre de acesso do
analisador.
d) Abrir lentamente a válvula principal da carreta até que a pressão saia
pela válvula de vent da torre, por aproximadamente 15 segundos
para efetuar purga de oxigênio na mangueira.
e) Fechar a válvula do vent da torre.
f) Abrir totalmente a válvula principal da carreta.
g) Anotar pelo manômetro da torre a pressão contida nos tubos e a
temperatura pelo termômetro da carreta, bem como verificar
vazamentos (audição e/ou teste com sabão).
Para carretas que não voltam totalmente vazias, ou seja, com residual,
fica necessária a análise do mesmo, antes de enchê-la novamente.
Deve-se encher somente uma carreta por vez. E quando for iniciar o
enchimento e estiver abastecendo a bateria de Titan Tubes, seguir a seguinte
seqüência:
a) Esperar a equalização da pressão, isto é, quando a pressão dos
Titan Tubes for maior que a do trailer.
52
b) Interromper o enchimento da bateria de Titan Tubes, fechando
primeiramente a válvula NV1088, em seguida a válvula principal de
enchimento da bateria de Titan Tubes e por último a válvula
especifica dos tubulões que estavam sendo abastecidos.
Figura 17 - Válvulas do tubo trailer
Fonte: O autor (2009)
Figura 18 - Enchimento dos tubulões
Fonte: O autor (2009)
53
7.2.2 Critérios para Enchimento
A Air Products definiu que em condições normais toda carreta deve ser
cheia com no máximo 2.640 psi. E que durante o enchimento deverá ser feita
uma leitura de hora em hora, anotando no formulário SQ – (Leitura do FQI1080 – Carretas /Titan Tubes) os seguintes dados: pressão, temperatura, total
de produto processado. Com base nessas anotações calcula-se o total em
metros cúbicos no FQI e o total em metros cúbicos carregados na carreta/hora.
O total da carreta é obtido através da transformação de unidade da seguinte
forma:
1º. Verifica-se na tabela (charts) o valor do fator, tomando como base a
temperatura e pressão da carreta vazia e cheia.
2º. Calcula-se a diferença de fator subtraindo o valor da carreta vazia
pelo da carreta cheia.
3º. Aplica-se a fórmula contida no formulário “Controle de Carreta” para
encontrar o volume em metros cúbicos carregados.
Caso a temperatura da carreta exceder 100ºF, ou 37,8°C, o operador
abre o sistema de resfriamento (água alta pressão), baixando-a até pelo menos
90ºF, ou 32,2°C.
Depois de completado o enchimento, o operador desvia o fluxo de
hidrogênio comprimido para as seguintes situações:
•
Existindo outra carreta já em condições de enchimento (inspeções e
análise de residuais) o fluxo de hidrogênio comprimido é desviado
para a mesma, abrindo-se lentamente a válvula principal da outra
torre e fechando a válvula principal da torre anterior.
•
Caso não haja carretas e os Titan Tubes estiverem vazios, desvia-se
o fluxo de hidrogênio comprimido para os mesmos.
•
Caso não houver carretas para enchimento e os Titan Tubes
estiverem cheios, o operador pára a planta, conforme procedimento
específico.
54
7.2.3 Liberação da Carreta
Para liberar a carreta é preciso fechar completamente as válvulas de
todas as balas da carreta e a válvula principal, despressurizar a válvula do fluxo
de amostra para análise, despressurizar a mangueira de enchimento pelo vent
da torre, desconectar a mangueira de enchimento, desligar o cabo terra e
liberar a carreta para viagem entregando ao Motorista os documentos
pertinentes (Ficha de Controle de Carreta, Tag de pureza do produto, nota
fiscal para viagem).
Figura 19 - Aviso de segurança
Fonte: O autor (2009)
7.2.4 Responsabilidades
Cada funcionário é responsável por uma parte da operação, os
operadores da Air Products têm como responsabilidade:
55
ƒ
Determinar as atividades para encher as carretas.
ƒ
Aplicar corretamente as orientações do procedimento.
ƒ
Orientar os Motoristas para seguirem o procedimento.
Os Motoristas são responsáveis por:
ƒ
Atender as orientações dos operadores.
ƒ
Depois de completado o enchimento da carreta, verificar se a
mangueira e o cabo terra estão desconectamos da carreta.
ƒ
Fechar a porta traseira da cabine de válvulas e baixar a bandeira do
freio estacionário.
ƒ
Retirar os calços das rodas.
É de total responsabilidade de o motorista verificar se não existe
nenhum impedimento para movimentar a carreta após o enchimento. Enquanto
o supervisor da planta é responsável por divulgar e verificar se o procedimento
esta sendo seguido.
56
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
É visível a preocupação, hoje, com o meio ambiente. E como o
hidrogênio é uma fonte de energia renovável e limpa, é de se esperar que
ocupe o lugar, que hoje ocupa os combustíveis fósseis.
Ainda é preciso muitos estudos referentes ao hidrogênio, como por
exemplo, qual sua melhor forma de armazenamento. Enquanto se discuti isso,
é preciso pensar como será feita sua distribuição em larga escala. Por se tratar
de um produto perigoso, não deve ser manuseado de qualquer jeito. Muitos
cuidados devem ser tomados, os órgãos responsáveis pela regularização,
regulamentação e fiscalização desta atividade deverão sempre inspecionar as
empresas responsáveis pela a armazenagem e distribuição do hidrogênio, a
fim de controlar a qualidade do serviço prestado e assim evitar incidentes por
irregularidades.
A partir deste estudo, foi possível perceber que a Air Products, trabalha
de maneira segura, tanto para seus funcionários, quanto as pessoas que estão
envolvidas nesse contexto. Todos os seus processos são documentados e
existem procedimentos escritos para todas as atividades. Seus funcionários
são treinados para lidar com situações adversas e para seguirem os
procedimentos. É importante que todos esses procedimentos continuem a
serem utilizados, mesmo quando a procura pelo hidrogênio comprimido
aumentar, pois pode acontecer de que com o aumento de serviço, alguns
procedimentos deixem de ser utilizados para que se possam atender todos os
pedidos.
É certo, que muitos estudos serão realizados, e que os órgãos públicos
e privados trabalharam juntos para que sejam adotadas as melhores práticas
de segurança.
57
REFERÊNCIAS
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perigosos comentada: Manual de MOPP Legislação de Segurança, saúde e
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60
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em 22 Mar 2009.
61
ANEXO A – Ficha de Emergência do Hidrogênio
comprimido
FICHA DE EMERGÊNCIA
Número de
23
risco:
Número da
1049
ONU:
AIR PRODUCTS GASES
HIDROGÊNIO,
Classe ou subclasse
INDUSTRIAIS LTDA.
2.1
COMPRIMIDO
R. JOÃO CARDOSO DOS
de risco:
SANTOS, 741
Descrição da classe ou
MOGI DAS CRUZES - SP
subclasse de risco: GASES
TELEFONE DE EMERGÊNCIA
INFLAMÁVEIS.
0800190900
Grupo de embalagem: NA
Aspecto: Gás inflamável, incolor, inodoro, e comprimido a alta pressão. Incompatibilidade
química: Incompatível para produtos da subclasse 2.3 que apresentem toxicidade por
inalação LC50 <1000ppm. Incompatível para os produtos da subclasse 4.1 ONU: 3221,
3222, 3231 e 3232 e subclasse 5.2 ONU: 3101, 3102, 3111 e 3112. Incompatível para os
produtos da subclasse 6.1 do grupo de embalagem l.
EPI de uso exclusivo da equipe de atendimento a emergência: Óculos de proteção, luvas,
avental e botas. Em caso de emergência: Equipamento de respiração autônoma e roupas
apropriadas contra incêndio. O EPI do motorista está especificado na ABNT NBR 9735.
a
Nome apropriado para
embarque
RISCOS
Fogo:
Saúde:
Meio
ambiente:
Ponto de fulgor: N/E (gás a temp. normal). Extremamente inflamável. Pode
inflamar-se facilmente com o calor, fagulhas ou chamas. O hidrogênio pode
queimar com chama praticamente invisível de baixa radiação térmica. De
fácil ignição; a energia mínima de ignição é baixa (0.02MJ) e o limite de
inflamabilidade inferior 4% superior 75%. A chama se propaga
rapidamente. Forma misturas explosivas com o ar. Vapores podem se
deslocar até uma fonte de ignição e provocar retrocesso de chamas. Pode
haver formação de pressão em cilindro, devido ao aquecimento e pode
ocorrer ruptura se o equipamento de alívio de pressão falhar. Cilindros
rompidos podem projetar-se violentamente. O recipiente pode explodir se
aquecido.
O hidrogênio é não tóxico e é classificado com asfixiante simples. Sintomas
de anoxia ocorrem somente quando as concentrações do gás estão no
limite de inflamabilidade e quando não houver a ignição da mistura. A
exposição a uma atmosfera deficiente em oxigênio (<19,5%) pode causar
tontura, enjôo, náusea, vômito, salivação em excesso, vivacidade mental
diminuída, perda de consciência e morte.
Não polui, dilui no ar atmosférico. O vapor do gás é mais leve que o ar.
Solubilidade em água: Insignificante.
EM CASO DE ACIDENTE
Vazamento:
Isole a área e afaste os curiosos. Evacuar a área imediatamente. Eliminar
fontes de ignição e fornecer uma máxima ventilação à prova de explosão.
Fechar a fonte de saída de hidrogênio, se possível. Caso o vazamento seja
proveniente do cilindro ou sua válvula, ligar para o telefone de emergência
da Air Products. A presença de chama de hidrogênio pode ser detectada
pela aproximação cautelosa de uma vassoura de palha estirada para tornar
a chama visível.
62
Fogo:
Poluição:
Envolvimento
de Pessoas:
Informações
ao Médico:
Observações:
Agentes Extintores: Gás carbônico, pó químico, spray d’água ou névoa
para as áreas adjacentes. Não extinguir até que a fonte de hidrogênio
esteja fechada. Instruções Especiais para Combate ao Fogo: Evacuar toda
a área de perigo. Imediatamente, resfriar os cilindros com spray d’água, de
uma distância máxima possível, tendo cuidado para não extinguir as
chamas. Caso as chamas sejam acidentalmente extintas, pode ocorrer uma
re-ignição explosiva. Parar o fluxo de gás sem risco e continuar o
resfriamento com spray d’água. Bombeiros devem usar equipamento de
respiração autônoma e roupas apropriadas de combate ao fogo.
Não polui. Dilui no ar atmosférico. Avisar a Defesa Civil, fone 199 – ligação
gratuita.
Remova a vítima para o ar fresco. Solicite assistência médica de
emergência.
Se a vítima não estiver respirando, aplique respiração artificial. Se a
respiração estiver difícil, administre oxigênio. Mantenha a vítima aquecida,
imóvel. Certifique-se de que a equipe médica está ciente dos riscos do
produto e que tomaram as medidas adequadas para sua própria proteção.
Relatar o atingimento por altas pressões de Hidrogênio. O tratamento da
superexposição deve ser dirigido para o controle dos sintomas e das
condições clínicas. É bom estar atento para o fato de que o hidrogênio é
um asfixiante.
As instruções ao motorista, em caso de emergência, encontram-se
descritas exclusivamente no envelope para transporte.

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