a sombra na contemporaneidade _o google como um mecanismo
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a sombra na contemporaneidade _o google como um mecanismo
A SOMBRA NA CONTEMPORANEIDADE - O GOOGLE COMO UM MECANISMO DE MANIFESTAÇÃO DA SOMBRA PESSOAL Roberto Gomes de Souza Filho* RESUMO A internet hoje conquistou um espaço único, com características e singularidades próprias, de convívio e de atividade humana, nas mais variadas possibilidades de interação e resultados, sendo assim, também, palco para manifestações psíquicas identificáveis. A ferramenta de busca Google é hoje ponto de partida de muitas buscas de conteúdo, para as mais diferentes necessidades e demandas. A proposta deste trabalho é encontrar vias de se identificar a manifestação da sombra pessoal do indivíduo internauta em suas escolhas e direcionamentos durante os procedimentos de busca no Google de conteúdos relacionados às práticas de parafilia. Palavras-chave: psicologia analítica; sombra; internet; mecanismos de busca; parafilias. Introdução As formulações e conceitos da psicologia analítica de Carl Gustav Jung, tão importantes e efetivos para a compreensão da psique humana, devem ser constantemente aplicados nas novas plataformas vivenciais dos indivíduos. Dentre esses conceitos está a sombra, elemento importante dentro da dinâmica psíquica e que tem em sua natureza a capacidade de interferir, de maneira velada e inconsciente, nas percepções e atitudes do ego e, se for identificada e devidamente integrada à consciência dá ao homem a chance de compreender-se, completar-se e, assim, proporcionar uma relação mais discernente com seu vasto mundo interno e, consequentemente, com sua vida frente à realidade exterior nas suas várias formas de relacionamento. Hoje o conhecimento está sendo capaz de ser codificado e armazenado para o uso, estudo e o prazer, de uma maneira impensável há apenas 30 anos atrás e a ferramenta Google, atualmente o mecanismo de busca na internet mais utilizado em todo o mundo (ALEXA, 2014) é ponto de partida de muitas buscas de conteúdo, 1 para as mais diferentes necessidades e demandas. Este amplo e quase ilimitado processo de conexão e acesso dos usuários a uma vasta gama de informações e conteúdos abre a possibilidade de se identificar, durante o fluxo de escolhas e decisões que ocorrem durante esta prática caracteristicamente contemporânea, um paralelo entre as percepções, ações e escolhas de uma pessoa que sofre a influência inconsciente da sombra e de seus mecanismos de manifestação no decorrer de sua vida comum. A sombra Jung usou o termo sombra para designar tudo aquilo que o ego não quer ou que considera incompatível para si: suas fraquezas, imperfeições, desejos obscuros, “ [...] quaisquer partes da personalidade que normalmente pertenceriam ao ego se estivessem integradas mas foram suprimidas por causa de dissonância cognitiva ou emocional” (STEIN, 2006, p. 98). A sombra é o ponto de partida no mapa da alma junguiano a caminho da exploração do inconsciente. Reconhecer aspectos dela são os primeiros passos rumo à compreensão de nossa personalidade como um todo, partindo do inconsciente pessoal. “A sombra [...] representa, antes e acima de tudo, o inconsciente pessoal, podendo por isso atingir a consciência sem dificuldades no que se refere a seus conteúdos, além de poder ser percebida e visualizada” (JUNG, 1988, par. 19). O material que compõe a sombra não está lá só, escondido, reprimido e inativo, mas afeta subliminarmente as atitudes conscientes, ou irrompe abruptamente, sob a forma de opiniões e preconceitos, muitas vezes não percebidos como próprios, ou efetivamente através de ações perpetradas pelo próprio indivíduo, mas entendidas como incompreensíveis, como atos praticados por alguém que não o Eu. Jung, em sua pesquisa sobre a sombra, pontuou que os traços obscuros do caráter e as inferioridades do indivíduo “ [...] possuem uma natureza emocional, uma certa autonomia e, consequentemente, são de tipo obsessivo, ou melhor, possessivo” (JUNG, 1988, par. 15). As manifestações sombrias tem a capacidade de agir independente das nossas intenções conscientes. Neste ponto, James Hollis é bem enfático: “Na realidade, são bastante ativas em quase todos os momentos e tem o poder de subjugar a consciência, usurpar da liberdade e decidir suas próprias 2 diretrizes” (HOLLIS, 2010, p. 12). Para Jung, neste caso, a emoção é fator preponderante, vista não como atividade, mas como um evento que sucede ao indivíduo, e continua: Nesta faixa mais profunda o indivíduo se comporta, relativamente às suas emoções quase ou inteiramente descontroladas, mais ou menos como o primitivo que não só é vítima abúlica de seus afetos, mas principalmente revela uma incapacidade considerável de julgamento moral (JUNG, 1988, par. 15). Mas cabe ressaltar que a sombra é um aspecto da personalidade, que mesmo relegada por ser incompatível, é parte integrante da totalidade do ser humano. Seu desenvolvimento depende do que se tornou necessário esconder e reprimir no processo adaptativo do ego, mas nem por isso, necessariamente tudo nela é maligno. “A sombra contém tudo que é vital, porém problemático – a raiva e a sexualidade, com certeza, mas também a alegria, a espontaneidade e a chama criativa não aproveitada” (HOLLIS, 2011, p. 59, grifo nosso). Quanto às formas de expressão e manifestação da sombra, utilizaremos algumas das categorizações apresentadas por Pieri, em seu Dicionário Junguiano, distinguindo os seguintes fenômenos: a projeção da sombra; a identificação com a sombra; e a diferenciação da sombra (PIERI, 2002, p. 477). A projeção da sombra Sendo a sombra o conjunto de conteúdos psíquicos incompatíveis e indesejáveis, e tendo eles presença energizada e influenciadora na dinâmica psíquica do inconsciente, ela é inconscientemente projetada no outro, no objeto, como forma de expressão e também como forma alienada de fugir da realização de que esses traços negativos pertencem ao próprio indivíduo. O problema está sempre no outro, o outro que é o invejoso, interesseiro, pedófilo, malvado, homofóbico. Por ser inconsciente, a projeção encobre a capacidade crítica do ego de reconhecer os vários aspectos que compõem também a personalidade como um todo. Em seu poder simbólico, Whitmont ressalta que “a sombra é a representação arquetípica da ‘outra pessoa’ que, em sua estranheza, é sempre suspeita. É o anseio arquetípico do bode expiatório, de alguém para culpar” (WHITMONT, 2008, p. 146). E o indivíduo, com essa culpa no outro, está livre para agir guiado pelas tendências da 3 sombra, e não percebe, como reforça Hollis, que “ [...] nossos componentes inconscientes encarnam uma fração de energia que tem o poder de abandonar o mar interno sombrio e adentrar em nosso mundo, totalmente sem nossa consciência” (HOLLIS, 2010, p. 30). Identificação com a sombra Nesta forma de expressão, estamos lidando com o fenômeno de identificação, por parte do sujeito, com seus próprios conteúdos negativos. A pessoa pode ser pega entre milhares de torcedores, xingando descontroladamente um jogador de futebol ou juiz, ou no recôndito de seu quarto, acessando sites pornográficos e imagens de pedofilia ou junto com um outro tanto de pessoas, publicando desaforos e calúnias sobre alguém nas redes sociais. Em momentos de identificação, o indivíduo vive a experiência de ser possuído pela sombra e geralmente sente uma enorme descarga de energia (HOLLIS, 2010, p. 34), pois, nestes casos, a energia psíquica dinamiza exatamente os conteúdos negativos. Por este caráter de possessão, esta expressão não permite ainda uma autocrítica por parte do indivíduo, pois como pontua Jung, basta o ser humano vivenciar em si “ [...] um surdo pressentimento dessas possibilidades do lado sombrio da humanidade para nos recusarmos a reconhecê-lo [...]” (JUNG, 1990, par. 35). E o pensador suíço conclui: “ [...] este é o estado que o observador-psicólogo designa como ‘identificação com a sombra’, fenômeno que se produz com grande regularidade nesses momentos de luta com o inconsciente” (JUNG, 1990, par. 41). Diferenciação Jung via o ser humano como uma totalidade que, no decorrer da vida, vai se descobrindo; se diferenciando em partes de um todo aparentemente homogêneo, que, na verdade, é muito mais vasto do que, a princípio, é percebido pela consciência do ego. A palavra diferenciação é frequentemente usada por Jung para denominar o processo de separar aquilo que está unido inconscientemente e é “ [...] tanto um processo natural de crescimento como um empenho psicológico consciente” (SAMUELS; SHORTER; PLAUT, 1988, p. 62). Assim, essa diferenciação psicológica é passível de ocorrer entre os vários fatores e elementos 4 constituintes da psique total do indivíduo, incluindo uma relação indiferenciada entre o ego e a sombra. No processo de diferenciação, inicia-se a distinção dos conteúdos sombrios e a percepção intelectual de suas ingerências na consciência do ego. A pessoa começa a observar as discrepâncias entre o que ela pensa que é, comparado a como ela realmente se comporta, tanto nas relações com os objetos externos como com relação aos outros elementos constituintes de sua psique. O trabalho com essa diferenciações que surgem, a princípio, como distinções racionais, compreendidas como dados, informações, podem permitir um enfrentamento mais efetivo com o material sombrio, como ressalta Whitmont: Quando a sombra é reconhecida, é fonte de renovação; o impulso novo e produtivo não pode vir de valores estabelecidos do ego. Quando há um impasse, uma época estéril em nossas vidas – apesar de um desenvolvimento adequado do ego – devemos nos voltar para o lado escuro (WHITMONT, 2008, p. 148). Mas diferenciar a sombra e conhecê-la intelectualmente não é confrontá-la, como complementa o autor: ”nenhum processo ou crescimento na análise é possível até que a sombra seja adequadamente confrontada – e confrontá-la significa mais que meramente conhecê-la” (WHITMONT, 2008, p. 148). Por isso, a expressão de diferenciação da sombra é um subprocesso que junto com a integração, permite que o indivíduo realize uma das muitas etapas do fundamental processo dentro da concepção psicológica Junguiana: a Individuação (PIERI, 2002, p. 158). Internet e ciberespaço Para se compreender as relações sociais e psicológicas do ser humano na atualidade, deve-se levar em consideração que os processos de comunicação nas três últimas décadas sofreram rápidas mudanças, devido aos muitos avanços na área de tecnologia da informação e telecomunicação (TICs). “Por tecnologias da informação entende-se todos os processos e ferramentas pelos quais a informação é transmitida, havendo assim o processo de comunicação” (RODEGHIERO, 2012, p.134). Neste cenário, surgiu a Internet, uma vasta rede global de computadores e dispositivos interligados que ampliou a capacidade de coleta e divulgação de informações e conteúdos entre um grande número de usuários. 5 Esta enorme teia tecnológica e informacional, unindo computadores e seus usuários de maneira global, tornou-se um campo onde as mais variadas experiências humanas acontecem: desde a simples comunicação entre duas ou mais pessoas, à venda e comercialização de produtos, à disseminação de conteúdos e à prática de inúmeras formas de educação, gestão administrativa, ações sociais, políticas e incontáveis outras possibilidades. O termo em comum utilizado para denominar este campo é Ciberespaço, advindo das teorizações e estudos do pensador francês Pierre Lévy (LÉVY, 1998). O filósofo também se utiliza do termo “rede” que junto com ciberespaço especificam “ [...] não apenas a infraestrutura material da comunicação digital, mas também o universo oceânico de informação que ela abriga, assim como os seres humanos que navegam e alimentam este universo” (LÉVY, 1999, p. 17). Para os propósitos deste trabalho, cabe ressaltar os impactos psicológicos provocados por essa nova configuração social, que permitiu o surgimento de outros fluxos relacionais entre os seres humanos, baseados nas muitas convergências das TICs. Aqui no Brasil, autores como Nicolaci-Da-Costa e Leitão dedicaram grande pesquisa nesta área onde, com estudos de caso e análises comparativas (LEITÃO e NICOLACI-DA-COSTA, 2005), destacam as novas formas de vida que se desenrolam no ciberespaço em praticamente todas as áreas do cotidiano do ser humano, como no trabalho, educação, laser, bate-papos, sedução, solidariedade, entre outros, e especialmente exploram as consequências para os indivíduos da crescente exposição aos computadores e “[...] às múltiplas realidades disponíveis nos diversos ambientes da Internet (muitas vezes usados simultaneamente)” (NICOLACI-DA-COSTA, 2006, p. 23). Estudos que permitiram assim, identificar um tipo de subjetividade que vem sendo formada através das muitas interações no ciberespaço. Destacamos aqui, alguns dos traços listados por NICOLACI-DA-COSTA (2006, p. 23), que a seu ver, caracterizam o sujeito contemporâneo: estar disposto a experimentar novas formas de ser; ser “multitarefas”; habitar vários espaços de programas interativos on-line, ganhando acesso a diferentes realidades culturais, imaginárias e sociais; poder, nesses espaços, se apresentar com identidades e características diferenciadas construindo diferentes narrativas de si mesmo; submeter-se a um constante processo de definição e redefinição com relação às 6 fronteiras entre o público e o privado e ser um sujeito que conhece poucos limites para seus desejos. O indivíduo-internauta A internet hoje é um mundo. O ser humano, no ciberespaço, vive, se relaciona, compra, vende, critica, divulga, constrói, destrói, ama, odeia, deseja, se excita. Antes, o homem necessariamente precisava se deslocar para ir em busca de informação, laser, trabalho e relacionamento. As possibilidades da internet reduziram distâncias, demandas e subverteram as noções básicas de tempo e espaço. Conversar com uma centena de pessoas ao mesmo tempo demandava convívio em grandes grupos; e assistir as mais obscuras e proibidas exibições e práticas de sexo e outras perversões demandava saber a localização física de espaços específicos que as forneciam, ir lá pessoalmente ou ir a outros locais para comprar filmes e vídeos que registravam essas mesmas manifestações. Hoje, tudo isso está disponível para o indivíduo contemporâneo a um click do mouse. Os conteúdos são infindáveis: de orações e fotos de santos a instruções para montar bombas e textos que incentivam o racismo; de publicações e imagens que favorecem a formação profissional e a pesquisa científica a informações que orientam negativamente a saúde, mental e física. Como bem colocou Umberto Eco, sobre esse infindável jogo de conexões e possibilidades, que “com cinco passos apenas, podem levá-lo de Platão à salsicha” (ECO apud SANTAELLA, 2009, p. 13). O indivíduo hoje encontra praticamente tudo na internet e em seus bilhões de sites disponíveis, diretamente do conforto e muitas vezes do anonimato de suas casas, quartos ou escritórios. E particularmente essa condição anônima e desinibida de acesso abre muitas possibilidades de se acessar o que é proibido, inaceitável, para a sociedade em geral e para os padrões do ego e da persona. O que é dito, expressado conscientemente ou não, buscado, acessado está facilitado pelo que Suler descreve como “o efeito de desinibição online” (SULER, 2004). Segundo o autor americano: É bem conhecido que as pessoas dizem e fazem coisas no ciberespaço que elas ordinariamente não diriam ou fariam, cara-a-cara no mundo. Elas se soltam, se sentem mais desinibidas, se expressam mais abertamente. Pesquisadores chamam isso de “o Efeito de Desinibição”. É uma faca de dois gumes. As vezes, as pessoas dividem coisas muito pessoais sobre elas mesmas. Elas revelam emoções secretas, medos, desejos. Ou 7 mostram atos não usuais de bondade e generosidade. Nós podemos chamar isso de desinibição benigna. Por outro lado, o efeito de desinibição pode não ser tão benigno assim. Explosões de linguagem rude e duros criticismos, raiva, ódio, até ameaças. Ou as pessoas exploram o obscuro mundo da internet, lugares de pornografia e violência, lugares que nunca visitariam no mundo real. Nós podemos chamar isto de desinibição tóxica. (SULER, 2004, p. 321. Tradução nossa). Então, temos aqui o indivíduo-internauta, facilitado por aparatos tecnológicos e informacionais, com a liberdade de acessar uma incontável gama de possibilidades de conteúdo. E estando ele num estado de desinibição, sem noções de limite ou aparentes recriminações do mundo à sua volta, pode sim se permitir acessar sites que lhe mostram imagens, textos, vídeos, sons ou possibilidades de conexão e relacionamento virtual com outros usuários onde sua usual persona torna-se às vezes desnecessária, estando assim suas barreiras psicológicas mais livres para a liberação de sentimentos e desejos internos. Outro fator que está em jogo na relação psicológica do ser humano com a internet é a possibilidade de compulsão e vício no seu uso excessivo. Muitos estudiosos (BALLONE e MOURA, 2008, MARCOS e VIZZOTO, 2001, LEITÃO e NICOLACI-DA-COSTA, 2005) discorreram sobre o assunto, que teve como trabalho pioneiro as pesquisas e publicações da norte-americana Kimberly Young, que definiu padrões de análise e diagnóstico de casos conhecidos como “vício de computadores” (FARAH, 2009, p. 23-24). Esta também chamada “Compulsão a Internet” (BALLONE e MOURA, 2008) gera dependências e consequências que se assemelham, em parte, às provocadas por outras adicções (BALLONE e MOURA, 2008, p. 1-2). O que é importante ressaltar é que, sendo assim um campo experiencial com tendência a gerar comportamentos compulsivos, a internet torna-se palco para práticas e atitudes passíveis de sofrer grande influência de condições psicológicas particulares de um dado indivíduo, passível assim de permitir a observação de traços de sua dinâmica psíquica através de suas escolhas, fluxos de busca de conteúdo e características de uso das conexões existentes no ciberespaço. Farah, baseada nas considerações de Gomes (FARAH, 2009, p. 35), cunhou a expressão “ciberespaço como espaço psíquico”. Para a psicóloga, a expressão se refere a um novo “campo”: 8 No qual o ser humano se manifesta em variadas formas, expressando sua subjetividade: criando e estabelecendo novas formas de interação, comunicação e relacionamento, manifestando afetividade, e/ou expressando fantasias em formas criativas e construtivas, como ocorre na criação artística ou cultural; ou manifestando conflitos, por meio de comportamentos e/ou atitudes que sugerem a expressão de processos de caráter mais ou menos conscientes, em formas diretas, explícitas ou projetivas (FARAH, 2009, p. 77). Listando uma série de práticas, comunicações e navegações denominadas como “polêmicas”, a pesquisadora faz menção da difusão e propagação intencional de vírus, e-mails contaminados, ao download de materiais sem autorização, plágios, pedofilia, Cyberbullying e a visualização de imagens pornográficas (FARAH, 2010, p. 37). Santaella define um perfil contemporâneo de leitor que ela chama de “imersivo”, movida por seu interesse de pesquisa das “ [...] novas formas de percepção e cognição que os atuais suportes eletrônicos e estruturas híbridas e alineares do texto escrito estão fazendo emergir” (SANTAELLA, 2009, p. 16). Este leitor “imersivo” é o que “navega numa tela, programando leituras, num universo de signos evanescentes e eternamente disponíveis” (SANTAELLA, 2009, p. 33). E é esse leitor internauta, imerso nas correntes do ciberespaço, programando sua navegação com o auxílio de uma poderosa ferramenta que é o Google e que, como todo ser humano, é passível de influências psicológicas internas e que podem ser disparadas e ativadas por elementos externos como palavras, imagens, links e conexões, o indivíduo de nosso estudo. Podemos considerar que este internauta imersivo sob as condições de desinibição formuladas por Suler e reforçadas por Farah, está passível de fazer buscas e acessos de conteúdos relacionados às práticas de parafilia 1 , ou “permutações do desejo” como chama Hollis (HOLLIS, 2010, p. 84), que tem um grande número de ofertas e possibilidades na internet, seja na forma da pornografia, pedofilia, zoofilia, fetichismo, entre outras. Acreditamos que, na busca por esses conteúdos, há a possibilidade de se identificar alguns traços da influência da sombra pessoal do internauta buscador, através do uso de palavras-chave e nas escolhas Segundo BALLONE, G.J.; Parafilia é o termo atualmente empregado para os transtornos da sexualidade, anteriormente referidos como "perversões", uma denominação ainda usada no meio jurídico. Estudar as Parafilias é conhecer as variantes do erotismo em suas diversas formas de estimulação e expressão comportamental. Disponível em: < http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=20>. Acesso em: 27 jun. 2012. 1 9 de conexão feitas dentre as possibilidades de acesso oferecidas pelo Google. A natureza obscura e proibida dos desejos parafilíacos ganha assim um mundo de possibilidades no ciberespaço e a sombra pode, ao nosso ver, manifestar-se em alguns dos seus aspectos, durante o processo de busca. As parafilias, ou permutações do desejo, na opinião de Hollis, [...] tem sido sempre – e ainda permanecem – grandes questões relacionadas à Sombra. Nenhum de nós está livre das neuroses ao redor do assunto, pois nenhum de nós está isento dos motivos do desejo ou de ser dilacerado pelas diversas mensagens contraditórias que continuam a se chocar em nossos corpos e comportamentos (HOLLIS, 2010, p. 85). Neste trabalho, nos propomos a fazer um recorte, focando especificamente a busca de conteúdos através do mecanismo chamado Google Search, mais conhecido como o site Google. Assim, propomos que o uso deste mecanismo pode permitir a manifestação de traços da sombra pessoal, visto que suas capacidades tecnológicas permitem que o usuário obtenha dicas e links para acesso a conteúdos com maior facilidade, rapidez e em alguns momentos, em condições tidas como aparentemente sem limitações externas e internas. Para tanto, as considerações de Farah são de grande valia, pois nos dão subsídios com relação às manifestações da sombra na internet como um todo. As Vivências virtuais propiciam ao internauta inúmeras oportunidades de expressão de suas fantasias e de seus potenciais, desde os mais criativos, até aqueles que envolvem [...] aspectos sombrios da personalidade (FARAH, 2010, p. 36). As condições para a emergência de conteúdos inconscientes, que podem influenciar as ações e comportamentos ativos e relacionais dos internautas, pode também, e essa é a nossa hipótese, influenciar a sua busca de informações e conteúdos. O estado de desinibição online, especificado por Suler, tem nos termos de Farah também a possibilidade de favorecimento da manifestação da sombra: Na WEB, a sensação real ou imaginária de anonimato propicia aos internautas a fantasia da impunidade, ampliando a chance de expressão daqueles aspectos reprimidos da personalidade que passaram a constituir a sombra. Especialmente aqueles cuja valoração é tida como negativa pelas convenções sociais vigentes. (FARAH, 2009, p. 110). 10 O Google e a busca de conteúdos parafilíacos Seja para buscar informações sobre preços de passagens para as férias, textos e artigos para uma pesquisa acadêmica ou imagens e vídeos para satisfazer seus desejos, o indivíduo contemporâneo possui uma poderosa e prática ferramenta, o site de buscas Google2. Como tudo neste rápido e crescente mundo do ciberespaço, a possibilidade de rastreamento de informações e conteúdos permitido por este mecanismo de busca fez dele um gigante num curto espaço de tempo, tornando-se até um termo de uso comum (PEREIRA JUNIOR, 2008, p. 30). Com relação ao processo de busca e resultados em si, o mecanismo do Google ordena as páginas por sua importância. Para isso, a empresa desenvolveu uma série de algoritmos3 chamados de PageRank (lista de popularidade), que classifica os sites de acordo com a quantidade de links externos que possui, atribuindo um valor para cada site (PEREIRA JUNIOR, 2008, p. 19). O Google revolucionou a internet não apenas por seu design simples, mas principalmente pela sua maneira inovadora de classificar as páginas e pelo investimento e pesquisas que possibilitam responder a demandas computacionais que se baseiam no tripé: mais dados, mais consultas e melhores resultados. (PEREIRA JUNIOR, 2008, p. 25). O Google, com todo seu complexo mecanismo, mas com sua formatação fácil de usar, permite que o usuário inicie sua buscas com a digitação de uma palavra, ou um conjunto delas. Conhecidas como palavras-chave, elas direcionam o início do processo de busca. E o mecanismo, após um curtíssimo espaço de tempo, apresenta na tela do internauta uma grande quantidade de links que, se clicados, direcionam o usuário para sites contendo as mais variadas ligações com o assunto relacionado a palavra-chave, sejam elas uma ou várias ocorrências em um texto, textos inteiros sobre assuntos correlatos, como também para sites especificamente voltados ao tema, contendo imagens, vídeos e áudios. Assim, temos um internauta, com possibilidades quase imediatas de acesso às mais variadas demandas de A Google inc. é atualmente uma das maiores e mais influentes corporações em todo o mundo. Além da ferramenta de busca, possui dezenas de outros serviços, dentre eles: AdSense, Analytics, Blog Serch, Gmail, YouTube e Google Earth. Para aprofundamento, ver PEREIRA JUNIOR. 3 Um algoritmo é uma sequência finita de instruções bem definidas e não ambíguas, cada uma das quais pode ser executada mecanicamente num período de tempo finito e com uma quantidade de esforço finita. Um algoritmo não representa, necessariamente, um programa de computador, e sim os passos necessários para realizar uma tarefa. Sua implementação pode ser feita por um computador, por outro tipo de autômato ou mesmo por um ser humano. Fonte: Wikipédia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Algoritmo). 2 11 busca, que podem ser direcionadas a partir de necessidades, vontades e desejos íntimos e próprios de sua história psíquica. Um internauta buscador no ciberespaço, navegando e [...] conectando-se entre nós e nexos, num roteiro multilinear, multissequencial e labiríntico que ele próprio ajudou a construir ao interagir com os nós entre palavras, imagens, documentação, músicas, vídeos, etc (SANTAELLA, 2009, p. 33). Estando o usuário num estado de desinibição, e também sem restrições de tempo ou limite de duração de sua navegação, é passível de iniciar uma busca a partir de uma palavra qualquer que pode, com as complexas possibilidades de indexação e rastreamento do Google, direcioná-lo a outras palavras, termos e assuntos, chegando assim a conteúdos que podem, aparentemente, não ter nenhuma relação com a palavra digitada inicialmente, mas que, são passíveis de responder a demandas, escolhas e vontades influenciadas pela sombra. Como também, há a possibilidade de, estando o indivíduo já num estado de identificação com traços sombrios de sua personalidade, se permitir iniciar a busca com termos específicos, frutos de desejos que o tomam naquele momento e, a partir daí, ampliar um roteiro de satisfações intelectuais, visuais e masturbatórias permitidas tipicamente por conteúdos parafilíacos. Para Monteiro, o Google possui múltiplas sintaxes de indexação, “ [...] em que várias atividades e formas simbólicas e semióticas são indexadas no ciberespaço, não ficando circunscritas somente no âmbito do discurso científico, como na ordem bibliográfica tradicional” (MONTEIRO, 2009, p. 84-85). E neste sentido, na opinião da autora, o mecanismo favorece quase que uma “busca perfeita”. O Google é um exemplo de múltiplas sintaxes, seja em seu buscador original, seja no avanço que faz no sentido de diversificar suas operações de busca no ciberespaço, indo em direção à ubiquidade (digitalizando e indexando conteúdo analógico e múltiplos setores), conceito necessário para construir uma verdadeira memória digital e, consequentemente, a busca perfeita, que consiste em conhecer o comportamento e as preferências do usuário (MONTEIRO, 2009, p. 85). Tomando aqui a observação da pesquisadora, com relação a esta busca perfeita, propomos avançar no sentido de que, devido exatamente a essas múltiplas sintaxes de indexação que o Google permite, acreditamos que o internauta imersivo encontra, durante o processo de digitação e cliques nos links permitidos pelo 12 mecanismo, sutis aberturas para escolhas e direcionamentos, que devido à rapidez das respostas e facilidades de acesso imediato a conteúdos, facilitam, a nosso ver, interferências de aspectos possessivos da sombra. E outro ponto importante destacado por Monteiro é que o caminho para esta chamada busca perfeita passa pela intenção de conhecer o comportamento e a preferência do buscador. Acreditamos que esta intenção pode obter respaldo através da atuação técnica do algoritmo exclusivo do Google que, levando em consideração a relevância dos links apresentados com relação ao assunto digitado e sua correlação com o histórico de buscas de determinado indivíduo, pode dar ao mecanismo a possibilidade de responder de uma maneira bem efetiva ao que o internauta esteja desejando encontrar. O que defendemos é que, nesse caso, este desejo que guia a busca pode ser consciente ou inconsciente. E sendo mais específico, a sombra pode influenciar atitudes e ações do ego, sem que ele esteja necessariamente ciente disso. Uma das variantes de direcionamento facilitadas pelo Google pode ocorrer devido à natureza operacional do próprio mecanismo que, para facilitar o processo de busca do internauta, oferece, já na caixa de digitação da palavra-chave, complementos ao termo digitado, o que pode orientá-lo para o caminho que deseja ou, algumas vezes, apresenta-lhe sugestões diferentes de sua intenção original. Usaremos aqui, como exemplo, o caso registrado por Carlos Geraldo Alves, no jornal online Imprensa Livre Bahia (ALVES, 2009). O título de seu artigo é “Pedofilia no Google: digitando “menina de 13 anos” aparecem atalhos para páginas de sexo com crianças”. Reproduzimos aqui a imagem apresentada no jornal: Figura 2. Fonte (ALVES, 2009) 13 O uso deste exemplo, aqui, serve como registro desta possibilidade de redirecionamento de buscas apresentada pelo Google e que recebe o nome de autocomplete 4 . Atualmente este dispositivo é tão conhecido dos internautas que permite variações de uso, até na criação de poesia, como registra o site Youpicks (YOUPICKS, 2013), informando que já existem blogs e outros sites promovendo o uso da ferramenta como forma de criação, incluindo um brasileiro (POESIA DO GOOGLE, 2013). Incluímos aqui a imagem disponibilizada no Youpicks, como mais um exemplo do processo de direcionamento possibilitado pelo Google. Figura 3. Dois exemplos do uso do autocomplete. Fonte (YOUPICKS, 2013) Devido ao nosso recorte, que foca buscas relacionadas a parafilias, cabe registrar as observações de Bernardo sobre as tendências comportamentais dos brasileiros, com relação a sexo, nas buscas feitas no Google. O autor, utilizando-se Conforme você digita na caixa de pesquisa no Google, Autocomplete ajuda a encontrar informações rapidamente, apresentando pesquisas que possam ser semelhante ao que você está digitando. Por exemplo, quando você começar a digitar [Nova York], você pode ser capaz de acessar buscas por outras pesquisas de Nova York relacionadas. Fonte (GOOGLE SUPPORT, 2013). 4 14 de uma outra ferramenta ofertada pela Google Inc, a Google Trends5 (em seu artigo, chamada de Google Insights), nos oferece um perfil de buscas dos brasileiros, pois a ferramenta “ [...] mostra a popularidade de uma busca através dos anos, os estados que mais buscam determinado assunto e os termos que mais aparecem” (BERNARDO, 2012, p. 1). Os resultados mostram tendências parafilíacas, que nos arriscariam a comentar, a título de ilustração, parecer ser quase como que um mapa da sombra sexual coletiva dos brasileiros. Reproduzimos aqui a imagem apresentada no artigo: Mapa 1. Fonte: (BERNARDO, 2012) Esses dados mostram tendências de busca dos brasileiros com os quais, devido à falta de informações mais específicas, podemos apenas supor que, possam ter partido de desejos já definidos desde o início da busca, como também que possam ter sido redirecionados através de sugestões apresentadas pelo autocomplete do Google. Mas, em ambos os casos, não podemos descartar a possibilidade de inferência dos aspectos sombrios dos internautas, nas suas escolhas e interesses de busca. 5 Disponível em: http://www.google.com/trends/ 15 Neste ponto, cabe registrar o artigo de Anderson Alves (ALVES, 2013), professor e consultor de marketing e mídias sociais, que registra um processo de busca e, consequentemente, de um suporte de números de busca utilizando-se do Google Trends, onde de uma simples pesquisa iniciada com a palavra-chave “Cavalo”, levou-o a termos como “Mulher com Cavalo” e “dando pro cavalo”. Ele afirma que “ [...] o termo relacionado ‘mulher com cavalo’ é o mais procurado no Brasil desde 2004 e só vem crescendo de lá para cá”, além de informar que “clicando no termo ‘mulher com cavalo’ a ferramenta revela mais tendências bizarras" (ALVES, 2013, p. 2). Reproduzimos aqui a tabela apresentada pelo autor: Tabela 1. Fonte: (ALVES, 2013) Para ajudar na fundamentação de nossa hipótese, voltamos agora ao estudo de Suler sobre o efeito de desinibição gerado pelas características de uso da internet, para apresentar outras questões levantadas por ele. O psicólogo defende que o efeito de desinibição não é o único fator que determina o quanto as pessoas se abrem no ciberespaço, ou o quanto elas agem diferente dos padrões de sua persona. Assim, ele apresenta outro elemento: as Variações de Personalidade. A força de sentimentos, necessidades e direcionamentos subliminares tem uma grade influência em como as pessoas se comportam. Personalidades variam grandemente devido à força dos mecanismos de defesa e as tendências com relação a inibição ou expressão. Pessoas com estilos histriônicos tendem a ser mais abertos e pessoas compulsivas se restringem mais. O efeito de desinibição online irá interagir com essas variações de personalidade, em alguns casos resultando num pequeno desvio do comportamento básico da pessoa quando offline [fora da internet], 16 e em outros casos, causando dramáticas mudanças (SULER, 2004, p. 323, tradução nossa). O pesquisador complementa ainda que os indivíduos no ciberespaço “ [...] podem ter mais chances de demonstrar pensamentos e emoções que são ‘mais profundos’ do que a aparente persona superficial do dia-a-dia” (SULER, 2004, p. 324). Cabe registrar que Suler, em seu artigo, não se utiliza do conceito junguiano de sombra, mas sua análise do fenômeno psicológico do uso da internet, como um campo passível da emergência de elementos profundos da psique, permite que façamos correlações com o modo de manifestação e constelação dos complexos, como também, e essa é nossa hipótese, com a manifestação da sombra que, assim, é passível de influenciar o comportamento do indivíduo no uso que este faz do Google como mecanismo de busca de conteúdos obscuros e sombrios. CONSIDERAÇÕES FINAIS Nossa intenção neste trabalho foi identificar a manifestação do conceito junguiano da sombra em um campo de atuação do ser humano de características exclusivamente contemporâneas: a internet. Este campo de atividades informacionais e comunicacionais já faz parte de maneira definitiva das mais variadas áreas da vida humana, sejam elas produtivas, relacionais e como fonte de informação e conhecimento. Para o desenvolvimento da defesa de nossa hipótese, fizemos dois recortes que nos ajudaram a concentrar nossos estudos e exemplificações. Analisamos o internauta sob as condições de desinibição utilizadas por Suler e Farah, e usamos como exemplos, buscas e acessos de conteúdos relacionados às práticas de parafilia, que tem um grande número de ofertas e possibilidades na internet. Identificamos, na busca por esses conteúdos, a possibilidade de se identificar traços da influência da sombra pessoal do internauta buscador, através do uso de palavraschave e nas escolhas de conexão realizadas dentre as muitas opções de acesso oferecidas pelo mecanismo de busca Google. 17 Acreditamos que os dados apresentados nos ajudaram a defender a hipótese de que o Google, com seu vasto potencial tecnológico e informacional de busca, e com suas ferramentas de facilitação de uso, permite que sejam criadas aberturas para a manifestação da sombra, exemplificadas aqui por desejos de busca por conteúdos sexuais obscuros e proibidos que, por não serem aceitos abertamente pela população e pela sociedade em geral, são passíveis de conter traços da sombra pessoal, já que conflitam com as escolhas e práticas da persona do indivíduo e que são mantidas afastadas e escondidas, pelo próprio indivíduo, do cotidiano de seu convívio social. Sendo assim, podemos propor que o Google seja considerado como um dos mecanismos passíveis de manifestação da sombra pessoal dos internautas. * Roberto Souza Filho (ES): Fotógrafo, produtor e diretor de Rádio, TV e Cinema. Mestrando em Psicologia (UFES), especialista em Psicologia Junguiana (FACIS/SP) e em Fotografia no El Camino College (Los Angeles - EUA). Docente da Universidade Vila Velha - ES nos cursos de fotografia e artes cênicas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALEXA TOP SITES. Em: http://www.alexa.com/topsites ALVES, Anderson. Google revela desejos sexuais bizarros dos brasileiros, 2013. Disponível em: http://andersonalves.co/post/google-revela-desejos-sexuais-bizarrosdos-brasileiros/. Acesso em: 20 mai. 2013. ALVES, Carlos G. Pedofilia no Google: Digitando “menina de 13 anos” aparecem atalhos para páginas de sexo com crianças. Imprensa Livre, Porto Seguro, 2009. Disponível em: http://redeimprensalivre.blogspot.com.br/2009/06/pedofilia-no-googledigitando-menina-de.html . 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