Lesson 19 - Megadodo

Transcrição

Lesson 19 - Megadodo
q2$5% 4$jR¸5$
Pedin Edhellen
um curso de sindarin
Thorsten Renk
Tradução
Gabriel Oliva Brum
Versão 2.0 (5 de outubro de 2004)
Lição 19
PRONOMES COMO OBJETOS INDIRETOS,
DESINÊNCIAS POSSESSIVAS
19.1 TEXTO
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Dagor dan i morchaint
Adel i fen, aglonn dhem tôg dadbenn. In edhil lachanner ylf, dan cenir faeg. I aglonn taen.
Nan meth telir na ham veleg nuin haudh. Bragol thiar gaint vyrn o min bain ah anglennar.
Eolair: No tiriel! Ninias, anno i galadach enni!
Ninias: Baw! Ammaer ae hebin i galad anim!
Aragorn: Magolan hain ú-charna.
Ninias: Morchaint, lasto bethan veleg! Drego i galad!
Gwaew vragol luithia galadath dîn ar Aragorn ereb nedh dhúath. Sôl hent în ar lathrada.
Ú-lasta naid dan nosta ast barch ah iaur nedh ’welu. Bragol matha gam ring mabad nan ranc
în a vagol în dhrava nan gant. A si han harna. Nalla: “Ae ú-genich hain pelich harnad!”
Batalha contra as sombras
Atrás da porta, uma passagem obscura leva para baixo. Os elfos acendem tochas, mas eles
enxergam parcamente. A passagem é longa. Ao final eles chegam a um grande salão
debaixo do monte. De repente, formas escuras aparecem de todas as direções e se
aproximam.
Eolair: Fiquem atentos! Ninias, dê-me sua luz!
Ninias: Não! É melhor se eu mantiver a luz para mim mesmo!
Aragorn: Minha espada não os fere!
Ninias: Sombras, ouçam minha palavra de poder! Fuja a luz!
Um vento repentino apaga todas as luzes deles e Aragorn fica sozinho na escuridão. Ele
fecha seus olhos e ouve. Ele não escuta nada, mas sente o cheiro de pó seco e antigo no ar.
Repentinamente, ele sente uma mão fria pegar seu braço, e sua espada corta na direção da
forma. E agora ele a fere. Ele grita: “Se vocês não os vêem, vocês podem feri-los!”
19.2 GRAMÁTICA
19.2.1
Pronomes no dativo
Pelo que sabemos, é totalmente admissível expressar o dativo em sindarin exatamente
como o acusativo faz como um objeto direto. No entanto, objetos no dativo, independente
de serem substantivos ou pronomes, parecem ser preferencialmente expressos como objetos
indiretos com o indicador de caso an “para”.
Se o objeto indireto for um pronome, esse indicador de caso forma um composto com o
pronome. Conhecemos duas dessas formas, ammen “para nós” e enni “me, mim”, que
indicam que tanto a mutação nasal como a afeição i ocorrem nesses pronomes.
Os seguintes pronomes podem ser reconstruídos:
Oblíquo
Singular
Plural
1ª pessoa
enni “me, mim”
ammen “nos”
2ª pessoa (formal)
*allen “te, ti”
*allen “vos”
2ª pessoa
*achen “você”
*achen “vocês”
3ª pessoa (masculina) *asson “o, lhe, si”
*assyn “os, lhes”
3ª pessoa (feminina)
*assen “a, lhe, si”
*essin “as, lhes”
3ª pessoa (coisas)
*assan “o, a, lhe, si” *essain “os, as, lhes”
3ª pessoa (reflexiva) *enin “si mesmo(a)” *enin “si mesmos(as)”
Contudo, ao contrário do esperado, para expressar a 2ª pessoa formal, a forma le parece ser
preferida.
Esses pronomes podem agora ser escritos, ao invés de se usar um objeto direto no dativo (e
não no acusativo):
Anno nin i vagol! “Dê-me a espada!”
ou
Anno i vagol enni! “Dê a espada para mim!”
(Presumivelmente, a ordem normal com o objeto acusativo precedendo o objeto dativo –
Anno i vagol nin!, no primeiro exemplo – não é favorecida porque é facilmente confundida
com Anno i vagol nín! se o falante não tiver cuidado. O uso de enni evita esse problema.)
As formas reflexivas podem novamente ser usadas se o sujeito da frase estiver na 3ª pessoa
e for idêntico ao pronome:
Maba vagol enin. “Ele pega uma espada para si mesmo.”
19.2.2
Pronomes no dativo enfatizado/reflexivo
Além dos pronomes oblíquos indiretos tratados acima, uma forma adicional anim é
conhecida, traduzida como a expressão um tanto forte “para mim mesmo”. Uma vez que
não há afeição i visível aqui, isso indica que as duas partes são simplesmente escritas uma
do lado da outra, presumivelmente sem mutação. Porém, é inteiramente possível que se
veja um princípio de construção diferente baseado em pronomes enfatizados. Infelizmente,
com exceção de anim, não há muita base para quaisquer das formas a seguir, sendo elas
basicamente suposições de certo modo fundamentadas:
Oblíquo
1ª Pessoa
2ª Pessoa (formal)
2ª Pessoa
3ª Pessoa (masculina)
3ª Pessoa (feminina)
3ª Pessoa (coisas)
3ª Pessoa (coisas)
Singular
anim “para mim mesmo”
*anle “para ti mesmo”
*ance “para você mesmo”
*anson “para ele mesmo”
*ansen “para ela mesma”
*ansan “para si mesmo(a)”
*anin “para si mesmo(a)”
Plural
*anmen “para nós mesmos”
*anle “para vós mesmos”
*anech “para vocês mesmos”
*ansyn “para eles mesmos”
*ansin “para elas mesmas”
*ansain “para si mesmo(as)”
*anin “para si mesmo(as)”
Essas formas podem ser usadas de modo similar aos pronomes oblíquos indiretos, embora
elas transmitam mais ênfase:
Hêb i lembais anin. “Ele guarda o pão de viagem para si mesmo.”
Annon vagol anson. “Eu [lhe] dou uma espada para ele mesmo.” (Isto é, não para
dá-la a outra pessoa .)
Ú-chebin estel anim. “Não guardo esperança para mim mesmo.”
19.2.3
Desinências possessivas
Além dos adjetivos possessivos, há também uma certa classe de desinências em sindarin
que podem ser usadas para indicar a posse de algo. Conhecemos dois exemplos delas:
guren “meu coração” e lammen “minha língua”. Tentador como pode ser supor que a
desinência relevante seja -en, a forma lammen, ao invés de lamen, sugere um cenário
diferente:
Presumivelmente, vemos a desinência -n (também é possível -nV, com uma vogal final
perdida) anexada à forma arcaica lambê, que sofre várias mudanças fonológicas para
terminar em lammen. Isso significa que a vogal que precede a desinência é apenas
casualmente (em ambos exemplos atestados) -e-, e em geral seria a vogal final arcaica da
palavra, que é normalmente perdida em sindarin mas restaurada pela desinência (essa é uma
analogia completa às desinências possessivas do quenya).
Isso, infelizmente, significa que é impossível formar o possessivo correto sem conhecer a
forma arcaica (para a qual uma lista de palavras do eldarin comum, ou talvez do quenya,
pode ser útil). Fazer isso na prática está além do escopo deste curso, de forma que apenas
fornecemos alguns exemplos abaixo.
Possuidor
Singular
Plural
1. Pessoa
-n “meu”
*-m “nosso”
2. Pes. (formal)
*-l “teu”
*-l “vosso”
2. Pessoa
*-ch “seu”
*-ch “seu”
3. Pessoa
*-() “seu, dele/dela” *-r “seu, deles/delas”
Aqui, -() indica que apenas a vogal arcaica é restaurada (se a forma arcaica não terminar em
uma vogal, presumivelmente -e ou, na 1ª pessoa do sing., -i [com afeição i], é inserida.
Gûren bêd enni. “Meu coração me diz.” (órë em quenya)
Anno veigolar essain. “Dê-lhes suas espadas.” (makla em sindarin antigo)
Lasto bethan. “Escute minha palavra!” (quetta em quenya)
Sen ostom. “Esta é nossa fortaleza.” (osto em quenya)
Denethor ederin. “Denethor é meu pai.” (atar em quenya)
Denethor adarem. “Denethor é nosso pai.” (atar em quenya)
É muito provável que essas desinências não sejam usadas em conversas cotidianas, mas que
sobrevivam em algumas expressões.
19.2.4
Plurais irregulares
Há alguns substantivos e adjetivos com uma formação de plural extremamente irregular que
não se encaixa em nenhuma classe tratada até aqui. Essas exceções são:
fela “caverna” → fili “cavernas”
thela “ponta de lança” → thili “pontas de lança”
thala “forte” (adj.) → theili “fortes”
tara “duro” → teiri “duros”
19.3 VOCABULÁRIO
aglonn “passagem pequena”
ast “pó”
cam “mão”
dúath “escuridão”
fela “caverna”
gwelu “ar” (o elemento)
luithia- “apagar”
men “estrada, caminho”
morchant “sombra”
tara “duro”
thela “ponta de lança”
thala “forte”
thia- “aparecer”
ylf “tocha”
19.4 TRADUÇÕES PARA O SINDARIN – OBSERVAÇÕES
A tradução de textos arbitrários para o sindarin, e em especial a composição de textos em
sindarin, é muito mais difícil do que as traduções do sindarin. Logo, começamos a discutir
esse tópico somente agora.
A principal razão dessa dificuldade é que, além dos problemas usuais de tradução, tais
como a escolha correta de mutação, formação do plural e assim por diante, há um problema
muito específico: a falta de vocabulário. Há cerca de 1500 palavras atestadas em sindarin, o
que obviamente é suficiente para escrever um pouco de texto e para conversação, mas esse
número é pequeno demais para traduzir um determinado texto (um bom dicionário de
língua estrangeira tem cerca de 50.000 entradas, um dicionário especializado poderia conter
facilmente umas 300.000 entradas, apenas para dar um exemplo).
19.4.1
Reconheça limites
Embora muitos estudantes de sindarin não estejam cientes disto, o primeiro passo de
qualquer tradução para o sindarin é saber o que pode e o que não pode ser traduzido. O
sindarin foi escrito como o idioma dos elfos da Terra-média, portanto ele descreve
principalmente coisas da Terra-média e as atividades mais heróicas dos elfos. Assim,
canções e histórias sobre elfos são escritas facilmente. Entretanto, não há quase nada no
vocabulário que descreva as atividades diárias dos elfos, como lavar roupa ou cozinhar
(desnecessário dizer que o sindarin não possui quaisquer palavras da vida moderna, tais
como “computador” ou “carro”).
Muitas palavras podem ser parafraseadas, mas essas construções tendem a se tornarem
longas e enfadonhas, e um leitor em potencial muito provavelmente não reconhecerá o que
o escritor deseja expressar. Logo, se parecer que não há um bom modo de se traduzir uma
frase em particular para o sindarin, simplesmente não o faça. O resultado não será bonito e
não valerá o esforço (e ninguém realmente precisa se comunicar em sindarin hoje em dia,
apesar de que, ao se observar uma típica mensagem de fórum que começa por “Urgente” e
“Eu preciso desesperadamente da tradução de...”, é possível se pensar de outro modo...).
19.4.2
Não traduza palavras, mas a frase
Por favor, memorize essa regra. Ela torna as traduções muito mais fáceis por duas razões:
Primeiro, é possível que uma palavra esteja simplesmente faltando em sindarin. No entanto,
uma frase diferente pode freqüentemente ser construída com aproximadamente o mesmo
significado, mas essa segunda frase pode não precisar da palavra que está em falta. Assim,
ao invés de inventar uma palavra que ninguém entenderá de modo algum, é muito mais
fácil usar a outra frase.
Para dar um exemplo: imagine que você queira usar a palavra “inocência” em uma frase.
Ora, o sindarin não possui a palavra apropriada. Haveria úgarth “pecado”, mas essa
palavra já é derivada (com o prefixo negativo) de carth “feito”, de modo que remover o
prefixo não resolve, e um segundo prefixo negativo tampouco é uma boa idéia.
Mas o que é realmente pretendido com “inocência”? Ou o significado jurídico “alguém que
não fez algo” – que pode ser traduzido com ú-góriel “não tendo feito” – ou um
comportamento infantil – que pode ser expresso com nauthol sui hên “pensando como
uma criança”. Embora nenhuma delas seja particularmente elegante, o significado pode ser
expresso e o leitor de tal frase muito provavelmente compreenderá o significado. Escrever
um texto em sindarin é a arte de continuamente reformular frases na medida em que se
mantém o significado pretendido.
Contudo, as piores armadilhas são as situações nas quais cada palavra de um texto pode ser
traduzida para o sindarin mas não acaba com o significado desejado. É claro que isso vale
para todas as expressões óbvias que são uma especialidade do português, tais como “fazer
amigos” que, obviamente, não deve ser traduzida como ceri vellyn. Tentemos o exemplo
aparentemente inocente “Eu não estou aqui agora”. Tentar traduzir palavra por palavra
resulta em
Im si ú-hi. “Eu não estou aqui agora.”
Mas em sindarin, devido à falta da forma do verbo “ser” e ao fato de que si pode expressar
tanto “aqui” como “agora”, a frase não pode ser compreendida por um leitor. Ele também
pode ler “Eu não estarei aqui agora” ou “Eu estou aqui, mas não agora”.
Para fazer com que a expressão não fique ambígua, novamente temos que refrasear. Fazer
isso por, por exemplo, “aqui” e expressá-la como nan had istassen “no lugar conhecido”
poderia ajudar. Mas como expressar “Eu não estou”?
Apenas imagine a cadeia de eventos: você não foi ao lugar, portanto você não está lá e, se
eles estiver procurando por você, ele não encontrará você. Você pode lhe dar qualquer uma
das informações em itálico e ele compreenderá a frase. Assim, você pode dizer
Ú-chirich nin si nan had istassen. “Você não me encontrará no lugar de costume.”
e será compreendido.

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