Arte Gótica

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Arte Gótica
Arte Gótica
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Arte gótica
A arte gótica, ou o estilo gótico, surgiu no norte de onde hoje se localiza a França, no século XII, e
difundiu-se inicialmente como um estilo arquitetônico para diversas localidades da Europa até o
século XV. A arte gótica é considerada como uma expressão do triunfo da Igreja Católica durante a
Idade Média, já que era uma expressão artística notadamente religiosa. A origem do termo gótico
nada tem a ver diretamente com os godos, a antiga nação germânica que invadiu o Império Romano
no século V, todavia é de supor-se que o termo gótico de alguma forma lembra algo como "bárbaro",
isto é, um estilo do tempo dos bárbaros, quando os godos atropelavam a civilização romana. Mais
tarde, o nome gótico perdeu seu caráter depreciativo e ficou definitivamente ligado à arquitetura de
arcos ogivais.
O estilo gótico era contraposto ao estilo arquitetônico românico, anteriormente em voga nas
construções medievais, principalmente em mosteiros e basílicas. Essas construções eram
caracterizadas pelos arcos de volta perfeita, redondos, e por abóbodas de arestas (constituídas pela
penetração de duas abóbodas) feitas em estruturas maciças e com poucos vãos.
No estilo gótico, as estruturas das construções são mais leves, formadas por vãos mais amplos, cujo
objetivo é conseguir uma maior luminosidade no interior das edificações, auxiliada pela utilização de
janelas delicadamente trabalhadas e de vitrais em forma de rosáceas. As naves das catedrais,
principais expoentes da arquitetura gótica, eram construídas em formato ogival, ação possibilitada
por avanços técnicos na construção dos arcos de sustentação. Esses arcos em formato de ogivas,
agulhas e capitéis, somados ao uso dos arcobotantes, possibilitaram às edificações serem mais
altas, com formas arquitetônicas mais verticalizadas, indicando um direcionamento para o céu, o que
caracterizava também sua perspectiva religiosa.
A multiplicação delas por toda a Europa Ocidental deveu-se ao prestígio universal da Igreja Católica
e da religião cristã, e resultou da competição entre as cidades lentamente enriquecidas pela
Revolução Comercial, transformação econômica que deu seus primeiros passos ao redor dos
séculos XI e XII (na região do Flandres, ao redor do rio Reno e do rio Sena) tendo como
conseqüência a ressurreição da vida urbana. Cada cidade da Europa Ocidental tratou então de
erguer uma catedral cuja torre fosse a mais alta possível, não somente para melhor atrair o olhar
protetor de Deus, como para celebrar a excelência das suas corporações de ofícios em competição
com as outras das demais cidades vizinhas.
A primeira diferença encontrada entre a igreja gótica e a românica é a fachada. Enquanto que a
igreja românica, de um modo geral, apresenta um único portal a gótica tem três portais que dão
acesso às três naves do interior da igreja: nave central e as duas naves laterais.
Abadia de Saint Denis - Paris
A igreja se tornou um local
de peregrinação e o
mausoléu dos Reis
Franceses, quase todo rei do
séc. X ao séc. XVIII foi
sepultado lá.
2
Entretanto, a característica mais importante da arquitetura gótica é a abóbada de nervuras que
deixa visíveis os arcos que formam sua estrutura. Essa abóbada só foi possível devido ao arco
ogival o que possibilitou a construção de igrejas mais altas. O próprio desenho da ogiva, que se
alonga e aponta para o céu, acentua a impressão de altura e verticalidade.
Capital: Paris
Outro recurso arquitetônico de grande importância foram os pilares (suportes de apoio)
colocados em espaços regulares. A utilização desses pilares possibilitou a construção de
paredes mais finas.
Capela do King`s College – Cambridge
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A rosácea é um elemento arquitetônico muito característico do estilo gótico e está presente em
quase todas as igrejas construídas entre os séculos XII e XIV.
Rosácea de Sainte-Chapelle em Paris
A divisão do estilo gótico dá-se em quatro períodos:
I Período: século XII (1100-1200) chamado período de transição ou gótico primitivo. Ainda pouco
elevado, o arco ogival ou quebrado é usado juntamente com o arco romântico. Ensaia-se o
verticalismo procurando romper-se, ainda que com hesitação, com o horizontalismo do estilo
românico. As fachadas das igrejas e das catedrais passam a ser enriquecidas com esculturas
decorativas.
II Período: século XIII (1200-1300) chamado gótico lanceolado. O arco ogival torna-se bastante
elevado, sendo formado por um triângulo agudo. Acentua-se o verticalismo com o aperfeiçoamento
e o uso constante da divisão da abóbada. Generaliza-se o uso do vitral (o cinema do crente daquela
época) e as fachadas assumem maior decorativismo e suntuosidade. É a época da construção das
grandes catedrais que surgem por toda a Europa, tais como a Notre Damme de Paris, a Catedral de
Chartres e a Catedral de Milão.
III Período: século XIV (1300-1400) chama-se gótico irradiante. O arco ogival perde a sua agudeza
e passa a ser formado por um triângulo eqüilátero. Suas nervuras decorativas constituem-se de
elementos circulares. Atenua-se ligeiramente o verticalismo. As fachadas continuam recebendo
suntuosa decoração.
IV Período: século XV (1400-1500) chama-se gótico flamejante ou "flamboyant". O Arco ogival é
agora formado por um triângulo obtuso. Apresentação das nervuras decorativas no interior dos
arcos, das janelas, e portais. Atenua-se acentuadamente o verticalismo. Fachadas profusamente
decoradas.
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Características gerais
• Verticalismo dos edifícios substitui o horizontalismo do Românico;
• Paredes mais leves e finas;
• Contrafortes em menor número;
• Janelas predominantes;
• Torres ornadas por rosáceas;
• Utilização do arco de volta quebrada;
• Consolidação dos arcos feita por abóbadas de arcos cruzados ou de ogivas;
• Nas torres (principalmente nas torres sineiras) os telhados são em forma de pirâmide.
Escultura
As esculturas estão ligadas à arquitetura e se alongam para o alto, demonstrando verticalidade,
alongamento exagerado das formas, e as feições são caracterizadas de formas a que o fiel possa
reconhecer facilmente a personagem representada, exercendo a função de ilustrar os ensinamentos
propostos pela igreja.
Nas representações escultóricas houve também mudanças, caracterizadas principalmente
com a intenção de dar vida às figuras humanas através da expressão de sentimentos. Colocadas
nos pórticos das catedrais, as esculturas góticas parecem movimentar-se e olhar uma para as
outras, carregando ainda símbolos que permitiam a identificação dos personagens bíblicos, por
exemplo. Um dos nomes de destaque na escultura gótica foi Nicola Pisano
Quimera na Catedral de
Notre-Dame de Paris.
Púlpito esculpido por Nicola Pisano em batistério da cidade de Pisa
Acredita-se que as gárgulas eram
colocadas nas Catedrais
Medievais para indicar que o
demônio nunca dormia, exigindo a
vigilância contínua das pessoas,
mesmo nos locais sagrados.
Em edifícios antigos gárgulas eram
colocados como elemento
decorativo.
Iluminura
Iluminura é a ilustração sobre o pergaminho de livros manuscritos.
Durante o século XII e até o século XV, a arte ganhou forma de expressão também nos
objetos preciosos e nos ricos manuscritos ilustrados. Os copistas dedicavam-se à transcrição
dos textos sobre as páginas. Ao realizar essa tarefa, deixavam espaços para que os artistas
fizessem as ilustrações, os cabeçalhos, os títulos ou as letras maiúsculas com que se iniciava
um texto.
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Pintura
A pintura gótica desenvolveu-se nos séculos XII, XIV e no início do século XV, quando
começou a ganhar novas características que prenunciam o Renascimento. Sua principal
particularidade foi a procura o realismo na representação dos seres que compunham as obras
pintadas, quase sempre tratando de temas religiosos, apresentava personagens de corpos
pouco volumosos, cobertos por muita roupa, com o olhar voltado para cima, em direção ao
plano celeste.
Os principais artistas na pintura gótica são os verdadeiros precursores da pintura do
Renascimento:
Giotto - a característica principal do seu trabalho foi a identificação da figura dos santos com
seres humanos de aparência bem comum. E esses santos com ar de homem comum eram o
ser mais importante das cenas que pintava, ocupando sempre posição de destaque na pintura.
Assim, a pintura de Giotto vem ao encontro de uma visão humanista do mundo, que vai cada
vez mais se firmando até ganhar plenitude no Renascimento.
Retiro de São Joaquim Entre Os Pastores de Giotto.
Afresco da Capela dos Scrovegni, Padua Italia.
Jan Van Eyck
Eyck inventou a tinta a óleo e explorou seu potencial. O detalhamento e o foco perfeito em
todas as profundidades, proporcionalidade dos tamanhos de acordo com as distancias e dos
objetos entre si, aspectos que caracterizam a arte Flamenga. Não havia ainda os estudos sobre
perspectiva, mas Eyck trabalhava isso muito bem, talvez de forma inconsciente "perspectiva
intuitiva”.
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Jan Van Eyck - procurava registrar nas suas pinturas os aspectos da vida urbana e da sociedade
de sua época.
Fontes: http://esteticaehistoriadarte.blogspot.com.br/2009/07/arte-gotica.html
http://www.brasilescola.com/historiag/arte-gotica.htm
http://www.cyberartes.com.br/artigo/?i=1965&m=44
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