o internetês e o fenômeno da abreviação em chats

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o internetês e o fenômeno da abreviação em chats
Web-Revista SOCIODIALETO • www.sociodialeto.com.br
Bacharelado e Licenciatura em Letras • UEMS/Campo Grande
Mestrado em Letras • UEMS / Campo Grande
ISSN: 2178-1486 • Volume 1 • Número 4 • julho 2011
O INTERNETÊS E O FENÔMENO DA ABREVIAÇÃO EM CHATS
Kárita Sena1
[email protected]
Diana Pilatti2
[email protected]
Resumo: Este artigo é voltado à análise da linguagem utilizada em chats da Web no que
se refere ao fenômeno da abreviação. Com a Web, uma nova forma de linguagem se
estabeleceu, um dialeto próprio do ambiente virtual que possui uma série de
características próprias, conhecido como Internetês. Neste artigo apresentamos um
perfil do sexo e idade dos usuários de chats na Web, antecedido por uma reflexão
teórica em torno da linguagem da rede. Tomamos por base teórica a Socioliguistica
Variacionista, de Labov.
Palavras-chave: Internetês; Chats; Sociolingüística.
1. Introdução
Com o advento da Web, muitas mudanças sociais e culturais surgiram nas
relações humanas. A língua não ficou isenta dessas transformações e vem sofrendo uma
série de intervenções com a rede mundial dos computadores que chegou a constituir
uma nova variação linguística: o internetês ou a netspeak ("fala da rede”).
Esse dialeto vem sendo objeto de recentes estudos que visam identificar como
são e quais são as mudanças na língua, além de detectar como se dá esse processo. Para
tanto, apresentamos o perfil de usuários de chats da Web ao fazerem uso do internetês,
analisado por meio do programa Gold Varb.
2. A linguagem na internet e suas implicações sociais
1
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Mestrado em Estudos de Linguagens da Universidade
Federal de Mato Grosso do Sul.
2
Mestre em Estudos de Linguagens, pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e colaboradora
neste artigo na utilização do programa Gold Varb.
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A língua é um objeto social, feita pelos falantes e que sofre mudanças
constantemente. Porém, essas mudanças e variações se dão de forma mais rápida na
oralidade, já que na modalidade escrita o conservadorismo é maior, conforme Castilho
(1978), quando afirma: “a norma escrita é mais conservadora que a norma falada, dada a
especialidade de seu veículo”.
Esse fato torna a língua oral a mais eficiente para analisar mudanças e variações
a curto prazo. No entanto, essa situação começa a mudar. Com a escrita na internet que,
muitas vezes, busca “transcrever a oralidade”, o internauta traz a espontaneidade da
conversa instantânea e oral na linguagem escrita.
O internetês é um dialeto usado no ambiente virtual por quem “navega” na rede,
especialmente em chats, blogs e mensagens instantâneas (msn, por exemplo). Tal
variedade da língua possui uma série de características próprias, adequadas à Web,
ambiente que oferece a multimidialidade.
A jornalista Sílvia Marconato publicou, em reportagem especial sobre o
internetês para a revista Língua Portuguesa, uma entrevista com a antropóloga Anne
Kirah, para quem o desejo por contato por parte dos usuários do computador teria
estimulado o hábito de escrever mensagens e a busca de novas formas de expressão
“ligeira e funcional”. Isso teria acarretado em “simplificação da linguagem” e “farta
eliminação de vogais”.
Segundo a publicação, a linguagem da internet é caracterizada pelas abreviações
e simplificações de palavras, além da eliminação de acentos e de levar em consideração
a pronúncia.
O que vemos é que a linguagem usada, especialmente nos bate-papo virtuais,
traz uma vinculação intrínseca com a relação grupal que se estabelece na internet. Essa
busca pela identificação com o grupo é a principal mola propulsora da disseminação do
internetês, ainda que inicialmente o motivo principal para as intervenções fosse a pressa
ao se comunicar.
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Monteiro (2002) afirma que não há novidade alguma em se falar que a língua e a
sociedade são realidades que se inter-relacionam. O autor afirma ainda que é impossível
conceber-se uma separado da outra, já que elas se afetam mutuamente: “Com efeito, a
finalidade básica de uma língua é servir como meio de comunicação e, por isso mesmo,
ela costuma ser interpretada como produto e expressão da cultura que faz parte.”(p.13)
Na Web isso é patente, pois temos como principal objetivo dos bilhões de
internautas em todo o mundo a comunicação, o relacionamento com o outro. Tanto é
assim que os principais fenômenos da rede são os blogs, os chats, as redes sociais e as
mensagens instantâneas.
No caso dos blogs, por exemplo, de acordo com Coutinho e Junior (2007), a
cada dia, são 75 mil novos blogs. No prefácio do livro virtual Blogs.com: estudos sobre
blogs e comunicação, Lemos (2009) aponta que, a cada dia, são criados mais de 175 mil
novos blogs e produzidos 1,6 milhões de posts3, o que dá em média dezoito por
segundo.
Para Lévy (1998), o espaço virtual propicia o modelo de comunicação
revolucionário chamado de “todos para todos”. Diferentemente dos meios tradicionais
como a imprensa, o rádio e a televisão – que seguem um modelo estelar, “um para
todos” – e do correio e telefone – “um para um” –, a Web combina vantagens dos meios
anteriores, propiciando interação entre todos que dela se utilizam. Na “rede” todos
podem ser emissores e receptores, simultaneamente.
O modelo “todos para todos” é um dos principais agentes transformadores das
formas de linguagem que se pode encontrar no ciberespaço. Isso pode ser atribuído à
descentralização de poder que o formato propicia.
Uma das implicações é justamente a linguagem criada, própria do meio, que
vem gerando discussões que extrapolaram há algum tempo o meio acadêmico. Debates
na mídia, nas escolas e nos lares já são frequentes. Em grande parte isso se deve à
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Post: Do inglês postar. Trata-se da mensagem publicada em um blog.
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preocupação de educadores e pais acerca da influência da linguagem da Internet,
principalmente escrita, na norma padrão da língua.
Muitos defendem que o uso freqüente da linguagem da internet prejudicaria a
leitura-escrita das pessoas, especialmente crianças em fase de alfabetização. No site
Desciclopédia (http://desciclo.pedia.ws/wiki), temos:
“Internetês é um desevolução da língua Portuguesa. Muito simples de
aprender pois desrespeita todas e quaisquer regras da gramática. Esta
anomalia gerou vários sub-dialetos,como o Otakês e o Miguxês”.
Ou na Wikipédia, a Enciclopédia livre:
“Internetês é um neologismo (de: Internet + sufixo ês) que designa a
linguagem utilizada no meio virtual, em que "as palavras foram
abreviadas até o ponto de se transformarem em uma única expressão,
duas ou no máximo três letras", onde há "um desmoronamento da
pontuação e da acentuação", pelo uso da fonética em detrimento da
etimologia, com uso restrito de caracteres e desrespeito às normas
gramaticais”.[1]
No entanto, outros defendem que o internetês não se trata de uma ameaça ao
idioma, tal qual não o foi a grafia dos telégrafos ("vg" para vírgula) ou o caipirês de
Chico Bento. Em entrevista a MARCONATO (2009), Sírio Possenti, afirma que não há
fator de risco:
Uma coisa é a grafia; outra, a língua. Não há linguagem
nova, só técnicas de abreviação no internetês. As soluções
gráficas são até interessantes, pois a grafia cortada é a
vogal. A palavra "cabeça", por exemplo, vira "kbça", e não
"aea". A primeira forma contém os fonemas
indispensáveis ao entendimento.
David Crystal, em entrevista à TEIXEIRA (2009), na revista Veja, afirma que
ainda é impossível prever a forma e a extensão da mudança que a internet está causando
no caráter das línguas. “Leva muito tempo para que uma transformação efetiva se
manifeste numa língua”, lembrando que há apenas cerca de quinze anos a internet
chegou de fato à vida das pessoas. “É muito recente”, declara.
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Castilho (1978) reitera um aspecto fundamental revelado pela Sociolingüística,
de que não há português errado, mas modalidades prestigiadas e desprestigiadas da
língua. O que difere a netspeak de algumas variedades regionais e sociais
desprestigiadas é a busca de muitos falantes por utilizar essa linguagem, mesmo que
condenada por alguns. Ou seja, ela detém prestígio entre os falantes.
Na Web muitos tentam escrever e interpretar os códigos lingüísticos próprios do
meio. É o que vemos na análise realizada nos chats – esse fenômeno de comunicação
interpessoal da Web que é um perfeito modelo do “todos para todos”, relatado por Lévy.
Outro ponto a ser destacado é que o internetês é mais uma variedade que o
usuário pode dominar, não a única, o que amplia sua gama de saber. A idéia de ensino
exclusivo do português padrão é altamente combatida pelos sociolingüístas, pois é
excludente e preconceituosa.
Esses argumentos ajudam a esclarecer o fenômeno da linguagem da rede, pois
como dissemos, ainda é muito cedo para afirmações categóricas. Daí a necessidade de
pesquisas sobre o tema que possam esclarecer o uso dessa linguagem e o que ela pode
acarretar. É o que nos propusemos a realizar neste trabalho, oferecendo pequena
contribuição nesse sentido.
3. As características dos Chats e do Internetês
Os chats são as ferramentas mais utilizadas na Web para quem quer para baterpapo (termo correspondente no português). As conversas simultâneas que se dão nos
chats se verificam especialmente com desconhecidos, com a principal intenção de fazer
amigos, trocar conhecimentos e idéias. Isso foi fomentado com o advento da Web, que
expandiu consideravelmente o horizonte comunicacional, abrindo-nos a possibilidade
de conversar e interagir com pessoas de todas as partes do mundo, tendo como única
fronteira o idioma utilizado.
Assim, fica muito evidente perceber a semelhança do chat com a conversação
tradicional. Mas o fato é que os bate-papos virtuais possuem características muito
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próprias e mesmo inovadoras. A conversação virtual é eminentemente escrita, não
obstante as múltiplas semioses possíveis. Apenas isso transforma em muito o diálogo
cotidiano e confere marcas próprias ao meio, apesar da escrita na Internet manter forte
proximidade com a linguagem oral.
Costa (2008) tece as características da linguagem usada nos chats:
“escrita abreviada, sincopada, parecida com a escrita escolar inicial.
Os usuários de internet usam um código discursivo escrito complexo
(alfabético, semiótico, logográfico), em que, simultaneamente,
misturam alfabeto tradicional, caretinhas, scripts, etc. para
“conversar” teclando,portando escrevendo. Usam abreviações,
síncopes e outros recursos (alongamentos, caixa alta, etc.). Trata-se de
um novo código discursivo e cultural, espontaneamente construído,
que se caracteriza como um conjunto de recursos icônicos, semióticos,
logográficos, tipográficos e telemáticos”.(p.56)
A abreviação, como vemos, é um fenômeno muito comum, talvez o mais
representativo dessa linguagem. Na análise abaixo, pesquisamos a ocorrência de tal
fenômeno em conversas na Web.
4. Análise
A partir de agora apresentaremos os resultados de uma pesquisa feita sobre o uso
do Internetês em chats da Web especialmente focado no fenômeno da abreviação.
Foram selecionados trechos de conversas via computador entre os dias 26 a 30 de
setembro de 2009.
As variáveis lingüísticas que elegemos para a análise são: variável dependente
(redução/abreviação do vocábulo) e variantes (presença ou ausência).
Nesta pesquisa iremos nos voltar às variáveis sociais. As variáveis que perfazem
o perfil dos entrevistados que serviram de base para a pesquisa são:
Sexo: variantes masculino e feminino
Idade: variantes menos de 20 anos e mais de 20 anos.
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Os dados foram computados e submetidos à análise quantitativa do programa
Gold Varb 2001, seguidas de análise qualitativa, a partir dos resultados obtidos.
4.1 Resultados
O fenômeno da abreviação foi analisado sob as perspectivas acima, partindo de
variáveis sociais e analisando suas respectivas influências no fenômeno. A primeira é o
Sexo:
Sexo
Abre- Norma OcorFatores
viação Padrão rências
Masc.
49%
50%
110
Fem.
36%
63%
68
Aplicação
0,49
0,37
Tabela 01: Sexo.
No que tange à abreviação nas conversas em chats da Web, as mulheres são mais
conservadoras que os homens. Elas abreviaram apenas 36% dos termos passíveis de
abreviaturas por nós compilados (68 ocorrências) enquanto que eles abreviaram 49%
(das 110 ocorrências). Do total das abreviações coletadas, 58% foram feitas pelos
homens e 42% pelas mulheres. Exemplo:
Homem, Menos de 20 anos:
(12:17:32) _koyote_ (reservadamente) fala para nanda: oi !!! vc gostaria de tc ?
Mulher, Menos de 20 anos:
(12:18:21) nanda reservadamente fala para _koyote_: oi, claro q sim
Outra grande discussão sobre as abreviações na Web refere-se à idade dos
usuários.
Na nossa pesquisa, obtivemos:
Idade
Abre- Norma Ocor- ApliFatores
viação Padrão rências cação
Menos de 20 52%
48%
75
0,52
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anos
Mais de 20
anos
38%
61%
103
0,39
Tabela 02: Idade.
Assim, 58% de todas as abreviações coletadas foram feitas por jovens de até 20
anos. Já os de mais de 20 anos realizaram 42% das abreviações. Os jovens abreviam
mais da metade dos termos, 52% dos 75 termos, ou seja, 39 vezes. Já os mais velhos
escreveram 103 termos que poderiam ser abreviados, mas apenas 38% o foram
realmente.
Mulher, Mais de 20 anos:
Flor38 20:08:12
reservadamente fala
com du
é, uma escola municipal de educação infantil de 04 a 06
anos
Mulher, Menos de 20 anos:
(07:36:07) Luana Spencer (reservadamente) fala para rodiskreyson: Nda nen da pra
sai di casa com esta chuva
Ainda assim, podemos constatar relacionando os dados da pesquisa que, apesar
de as abreviações serem um importante fenômeno do internetês, as críticas de que essas
abreviações chegam a prejudicar o entendimento do texto não procedem. Embora as
críticas a respeito, o total de abreviações não chega a metade das palavras. Do total,
44% dos termos foram abreviados e 56% escritos conforme dita a norma padrão da
língua.
5. Considerações Finais
A partir das reflexões feitas e dos resultados obtidos na análise, percebemos que
o internetês é uma realidade que precisa e merece estudos e pesquisas. Enquanto para
muitas pessoas trata-se de um retrocesso na linguagem, encontramos nos teóricos da
Sociolinguística fundamento adequado para afirmar que o internetês é, acima de tudo,
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uma importante forma de expressão e de comunicação entre as pessoas e que, apesar de
fugir à norma padrão, não deve, de forma alguma, ser encarado como ofensa à mesma.
Trata-se, antes de mais nada, de um dialeto que representa a identidade de um
grupo, pessoas que se comunicam virtualmente, que buscam sintetizar o mais possível a
linguagem, tornando-a objetiva o bastante para ser rápido na conversa, mantendo, no
entanto, a inteligibilidade da mesa.
Ao contrário do que muitos apregoam, acreditamos que a linguagem da Internet
requer uma gama de conhecimentos muito grande, relacionada à escrita, oralidade e
linguagem visual, reunindo diferentes semioses em cada conversa – o que não ocorre
isolando-se a conversa oral ou escrita.
As abreviações, recorrentes na conversa, não prejudicam a comunicação, como
foi comprovado em diversas pesquisas a respeito.
Com a pesquisa pudemos traçar um perfil dos usuários que mais abreviam: São
os homens com menos de 20 anos. As mulheres seguem mais a norma padrão.
Esses dados apontam a necessidade da continuidade de pesquisas voltadas à
análise do Internetês, estudando ainda os efeitos das linguagens visuais e aprofundando
na oralidade presente nas conversas.
Esclarecimentos a respeito ajudam a entender melhor o que se passa na rede e,
principalmente, o que pode ocorrer fora dela, adiantando seus possíveis efeitos e
trabalhando na solução de eventuais problemas, assim como no melhor aproveitamento
de seus benefícios.
6. Referências
CASTILHO, Ataliba de. Variação Lingüística, Norma Culta e Ensino da Língua
Materna. In: Subsídios à Proposta Curricular de Língua Portuguesa para o 1º e 2º
graus. São Paulo: SE/CENP/Unicamp, 1978.
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COSTA, Sérgio Roberto. Dicionário de Gêneros Textuais. Belo Horizonte: Autêntica
Editora, 2008.
COUTINHO, Clara Pereira; JUNIOR, João Batista Bottentuit. Blog e Wiki: Os Futuros
Professores e as Ferramentas da Web 2.0. In: IX Simpósio Internacional de
Informática Educativa - SIIE 2007. Porto, 2007. Disponível em
<http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/7358?locale=pt>. Acesso em: 09 set.
2009.
DESCICLOPEDIA. Internetês, <www.desciclopedia.com.br>, acessado em 02 fev.
2010.
LEMOS, André. Introdução. In: AMARAL, Adriana; RECUERO, Raquel;
MONTARDO, Sandra P. (orgs.). Blogs.com: estudos sobre blogs e Comunicação.
São Paulo: Momento Editorial, 2009.
LEVY, Pierre. A Revolução contemporânea em matéria de comunicação. In: Revista
Famecos, nº 9. Porto Alegre, 1998.
MONTEIRO, José Lemos. Para compreender Labov. Petrópolis: Vozes, 2002.
MARCONATO, Sílvia. A Revolução do Internetês. In: Revista Língua Portuguesa,
maio/2009.
TEIXEIRA, Jerônimo. Uma Revolução sem gramática. In: Revista Veja, 20 maio
2009.
WIKIPEDIA, a enciclopédia livre. Internetês, <www.wikipedia.com.br>, acessado em
02 fev. 2010.
7. Bibliografia
SILVA, Rosangela Villa da. Aspectos da pronúncia do <S> em Corumbá-MS: uma
abordagem sociolingüística. Campo Grande: Editora UFMS, 2004.
TERRA, Bate-Papo. www.terra.com.br, acessado em 30 set. 2009.
UOL, Bate-Papo. www.uol.com.br, acessado em 27 set. 2009.
Recebido Para Publicação em 18 de junho de 2011.
Aprovado Para Publicação em 25 de julho de 2011.
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