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Município de Penamacor Câmara Municipal Entidades Parceiras Conselho Local de Acção Social de Penamacor Câmara Municipal de Penamacor Centro Distrital de Segurança Social de Castelo Branco- Serviço Local de Penamacor Centro de Saúde de Penamacor Coordenação Concelhia do Ensino Recorrente e Educação Extra-Escolar de Penamacor Lar Residencial D. Bárbara Tavares da Silva Junta de Freguesia de Pedrógão de São Pedro Junta de Freguesia de Penamacor Junta de Freguesia de Aranhas Junta de Freguesia de Meimoa Agrupamento 163- Escoteiros de Penamacor Associação Desportiva, Cultural e Recreativa de Benquerença Rede Europeia Anti-Pobreza/Portugal Unidade de Prevenção de Castelo Branco Associação de Desenvolvimento Integrado da Beira Baixa Núcleo Executivo Câmara Municipal de Penamacor Centro Distrital de Segurança Social de Castelo Branco- Serviço Local de Penamacor Centro de Saúde de Penamacor Coordenação Concelhia do Ensino Recorrente e Educação Extra-Escolar de Penamacor Lar Residencial D. Bárbara Tavares da Silva Junta de Freguesia de Pedrógão de São Pedro Agrupamento 163- Escoteiros de Penamacor Técnica Coordenadora do Projecto: Filipa Manteigas Nota Introdutória O presente Diagnóstico Social surge no âmbito do Programa Rede Social que tem como principais objectivos o combate da pobreza e da exclusão social e a promoção do desenvolvimento. É através do Diagnóstico Social do concelho que compreendemos melhor a realidade social, identificando os problemas prioritários, as necessidades do território em estudo, bem como as causas que lhe estão subjacentes. Para a sua concepção foi necessário concertar o esforço de várias entidades, desenvolvendo um trabalho em parceria que, de forma articulada, permitiu detectar os principais problemas e condicionalismos actuais, mas também identificar os recursos e potencialidades do município. Desse trabalho em equipa, planeado e participado por entidades públicas e particulares resultou este instrumento transversal que abrange várias áreas como a saúde, a educação, a acção social, a cultura, o ambiente, a economia, entre outras, e que constitui um processo dinâmico, susceptível de actualização ou aprofundamento, mas que nos permite compreender melhor a realidade social, reflectir sobre as problemáticas identificadas e encontrar estratégias de desenvolvimento. O Diagnóstico Social do concelho de Penamacor é já uma realidade mas o trabalho não termina aqui! A elaboração do Plano de Desenvolvimento Social e do Plano de Acção são as etapas seguintes deste programa que visam a resolução dos problemas detectados. Estamos conscientes de que conhecemos agora melhor as necessidades sociais do nosso município e consequentemente estamos em condições de melhorar a nossa acção. Dr.ª. Ilídia Cruchinho Presidente do CLASP e Vereadora com o pelouro da Acção Social Índice 1-Introdução--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 1 2-Metodologia ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 4 3- Áreas temáticas I- Enquadramento geográfico e demográfico ---------------------------------------------------------------- 6 II- Habitação -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------24 III- Equipamentos e infra-estruturas colectivas -----------------------------------------------------------41 IV- Saúde ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------58 V- Acção Social---------------------------------------------------------------------------------------------------------------76 VI- Educação e Formação Profissional-------------------------------------------------------------------------89 VII-Economia e Emprego -------------------------------------------------------------------------------------------- 100 VIII-Justiça e Segurança --------------------------------------------------------------------------------------------- 115 IX- Transportes e Acessibilidades------------------------------------------------------------------------------ 125 X- Desporto, Recreio e Associativismo ---------------------------------------------------------------------- 132 XI-História, Património e Cultura ------------------------------------------------------------------------------- 140 XII-Turismo------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 166 XII-Ambiente ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 175 4-Análise do inquérito à População Residente no concelho de Penamacor---------- 183 5-Conclusão ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 211 6-Referências Bibliográficas -------------------------------------------------------------------------------------- 214 Índice de Quadros, Mapas, Gráficos e Figuras Área temática I Mapa 1: Beira Interior Sul --------------------------------------------------------------------------------------------------------6 Mapa 1.1: Distrito de Castelo Branco -----------------------------------------------------------------------------------------7 Mapa 1.2: Freguesias do concelho de Penamacor ------------------------------------------------------------------------7 Quadro 1: População Residente no concelho, por freguesia, 2001 ----------------------------------------------------8 Quadro 1.1: Área e Densidade Populacional do concelho, por freguesia, 1950-2001 ---------------------------8 Quadro 1.2: Área, População Residente e Densidade Populacional da Beira Interior Sul, 1991-2001 ------- 9 Quadro 1.3: População Residente e Crescimento Populacional do concelho, 1991-2001-----------------------9 Quadro 1.4: Evolução da População Residente no concelho por dimensão dos lugares, 1981-2001 ------ 11 Quadro 1.5: Variação do número e dimensão média das famílias no concelho por freguesia, 1981-2001.11 Mapa 1.5: Dimensão média das famílias residentes, 2001------------------------------------------------------------- 12 Mapa 1.6: Taxa de crescimento anual média, 1993-2003 -------------------------------------------------------------- 13 Gráfico 1: Imigrantes residentes no distrito de Castelo Branco, por origem de proveniência, 2005 -------- 15 Gráfico 1.1: Autorizações de residência concedidas no distrito de Castelo Branco, 2005 -------------------- 15 Quadro 1.6: População Residente no concelho, escalão etário e sexo, 2001------------------------------------- 18 Quadro 1.6.1: População Residente no concelho, por freguesia, por escalão etário e sexo, 2001---------- 18 Quadro 1.7: Variação da estrutura etária da Beira interior Sul e do concelho de Penamacor, 1981-2001. 19 Quadro 1.8: Índices de evolução da estrutura etária do concelho, por freguesias, 2001----------------------- 19 Quadro 1.9: Famílias clássicas residentes no concelho segundo a sua dimensão, 2001 --------------------- 21 Quadro 1.10: Famílias clássicas residentes, segundo o tipo de famílias, 2001 ---------------------------------- 22 Área temática II Quadro 1: Alojamentos familiares ocupados como residência habitual, por freguesia, 2001 ----------------- 25 Quadro 1.1: Evolução dos alojamentos por freguesia, 2001----------------------------------------------------------- 26 Quadro 1.2: Alojamentos clássicos, segundo o número de divisões, 2001 --------------------------------------- 27 Quadro 1.3: Alojamentos familiares clássicos, segundo a forma de ocupação, 2001--------------------------- 27 Quadro 1.4: Formas de ocupação dos alojamentos clássicos, por freguesia, 2001 ----------------------------- 27 Quadro 1.5: Índice de lotação dos alojamentos, 2001------------------------------------------------------------------- 28 Quadro 1.6: Edifícios de habitação familiar clássica e alojamentos familiares clássicos, 2001-2004 ------- 29 Quadro 1.7: Edifícios existentes, segundo o número de pisos por freguesia, 2001 ----------------------------- 30 Quadro 2: Alojamentos familiares não clássicos, 2001------------------------------------------------------------------ 30 Quadro 3: Famílias clássicas e núcleos familiares, alojamentos clássicos, colectivos e outros edifícios, por freguesia, 2001 -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 31 Quadro 4: Alojamentos familiares, segundo as instalações de electricidade e sanitárias, 2001 ------------- 32 Quadro 4.1: Alojamentos familiares, segundo as infra-estruturas de água canalizada, 2001 ----------------- 32 Quadro 4.2: Alojamentos familiares, segundo os equipamentos de aquecimento, 2001 ----------------------- 33 Quadro 4.3: Alojamentos familiares, segundo as infra-estruturas básicas, por freguesia, 2001 ------------- 34 Quadro 5: Fogos concluídos em construções novas para habitação, segundo a tipologia e entidade promotora, na Beira Interior Sul, 2004 --------------------------------------------------------------------------------------- 35 Quadro 5.1: Indicadores de construção e habitação na Beira Interior Sul, 2004 -------------------------------- 35 Gráfico 1: Licenças para construção emitidas pela Câmara Municipal de Penamacor, entre 1995 e 2005. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 36 Mapa 1.2: Licenças emitidas para habitação, 2003 --------------------------------------------------------------------- 37 Gráfico 1.1: Épocas de construção do parque habitacional do concelho de Penamacor ---------------------- 38 Quadro 1.15: Carências habitacionais, por freguesia, 2001 ----------------------------------------------------------- 39 Área temática III Quadro 1: Infra-estruturas de saúde por freguesia, 2006 -------------------------------------------------------------- 42 Quadro 1.2: Estabelecimentos e níveis de ensino ministrado, por freguesia, 2006 ----------------------------- 43 Quadro 2: Instituições de apoio de idosos por valência e freguesia, 2006 ---------------------------------------- 46 Quadro 2.1: Instituições de apoio a crianças e jovens, por valência e freguesia, 2006 ------------------------ 48 Quadro 3: Instalações desportivas, por tipologia 1, 2 e 3, condições gerais e freguesia, 2006 -------------- 50 Quadro 3.1: Instalações desportivas por tipologia 5, condições gerais e freguesia, 2006 -------------------- 51 Quadro 3.2: Área desportiva útil por habitante, por freguesia, 2006 ------------------------------------------------ 52 Quadro 3.1: Equipamentos culturais e recreativos do concelho, por tipologia, 2006 ------------------- 53 Área temática IV Quadro 1: Recursos humanos do Centro de Saúde de Penamacor, 2006 ---------------------------------------- 59 Quadro 1.2: Número de inscrições no Centro de Saúde, por sexo e escalão etário em 31/12/200 -------- 60 Quadro 1.3: Número de inscrições no Centro de Saúde, por sexo e escalão etário em 31/12/2005-------- 61 Quadro 1.4: Número de consultas efectuadas no Centro de Saúde, 2001-2005 --------------------------------- 62 Gráfico 1: Consultas efectuadas no Centro de Saúde, 2001-2005 -------------------------------------------------- 62 Quadro 2: Consultas efectuadas no Centro de Saúde, por principais causas, 2001-2005 -------------------- 63 Quadro 2.1: Consulta efectuadas no Centro de Saúde, por destino do doente, 2001-2005 ------------------ 64 Quadro 2.2: Consultas de saúde infantil efectuadas no Centro de Saúde, 2001-2005 ------------------------ 64 Gráfico 1.2: Consultas de saúde infantil efectuadas no Centro de Saúde, 2005 -------------------------------- 65 Quadro 2.4: Consultas de saúde juvenil efectuadas no Centro de Saúde, 2002-2005 ------------------------- 65 Quadro 2.5: Consultas do adulto (1ªs consultas do ano) efectuadas no Centro de Saúde, 2002-2005 --- 66 Quadro 2.6: Consultas do adulto (consultas seguintes) efectuadas no Centro de Saúde, 2002-2005 ----- 66 Quadro 2.7: Consultas de planeamento familiar efectuadas no Centro de Saúde, 2002-2005 -------------- 67 Quadro 2.8: Consultas de saúde materna efectuadas no Centro de Saúde, 2002-2005 ----------------------- 67 Quadro 2.8.1: Consultas de saúde materna efectuadas no Centro de saúde, 2002-2005 -------------------- 67 Quadro 2.9: Número de óbitos, por principais causas de morte, 2003-2005 ------------------------------------- 68 Gráfico 1.3: Número de óbitos, por principais causas de morte, 2005 --------------------------------------------- 69 Quadro 3: Principais indicadores de saúde do concelho, 2005 ------------------------------------------------------ 70 Quadro 4: Número de indivíduos em situação de dependência de drogas, por freguesia, 2005 ------------- 74 Área temática V Quadro 1: Equipamentos sociais de apoio a idosos no concelho, 2006 ------------------------------------------ 81 Gráfico 1: Indicadores diversos do concelho, 2005 ---------------------------------------------------------------------- 86 Quadro 3.1: Prestações pagas pela Segurança Social, na Beira Interior Sul, 2004 ---------------------------- 86 Área temática VI Quadro 1.1: Número de alunos do Pré-Escolar com “Necessidades Educativas Especiais”, 2005/2006 -- 91 Quadro 2: 1º ciclo do Ensino Básico, por freguesia, 2005/2006 ------------------------------------------------------ 91 Quadro 2.1: Número de alunos do 1º ciclo do Ensino Básico com “Necessidades Educativas Especiais”, 2005/2006 -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 92 Quadro 3: Número de alunos matriculados na Escola Ribeiro Sanches, 2005/2006 ---------------------------- 92 Quadro 3.1: Grupo de docência do Agrupamento de Escolas Ribeiro Sanches, 2005/2006 ----------------- 93 Quadro 3.2: Número de alunos do 2º e 3º ciclo com “Necessidades Educativas Especiais”, 2005/2006 -- 93 Quadro 4: Cursos de Ensino Profissional no concelho, 2005/2006 ------------------------------------------------- 94 Quadro 5: Cursos do 1º ciclo do Ensino Recorrente no concelho, 2005/2006 ----------------------------------- 96 Quadro 5.1: Cursos de Educação Extra-Escolar no concelho, 2005/2006 ----------------------------------------- 97 Gráfico 1: Estrutura de ensino no concelho de Penamacor, 2001---------------------------------------------------- 98 Quadro 6: Número de analfabetos e taxa de analfabetismo no concelho, 2001---------------------------------- 98 Área temática VI Quadro 1: Peso dos sectores de actividade no concelho, por freguesia, 2001 -------------------------------- 101 Gráfico 1: Principais culturas produzidas no concelho, 1999 ------------------------------------------------------- 102 Gráfico 1.1: Efectivo animal no concelho, 1999 ------------------------------------------------------------------------ 103 Quadro 3: Produção de azeite na Beira Interior Sul, 2004 ----------------------------------------------------------- 104 Mapa 1: Zona Industrial de Penamacor ---------------------------------------------------------------------------------- 105 Quadro 4: Empresas em funcionamento na zona industrial de Penamacor, 2006 ----------------------------- 105 Quadro 4.1: Tipo de actividades e respectivas unidades funcionais existentes por freguesia, 2006 ----- 106 Quadro 5: População residente no concelho, por subsecção da CAE, 2001 ------------------------------------ 108 Quadro 6: Evolução de alguns indicadores relacionados com o emprego no concelho, 1991-2001 ------ 109 Quadro 6.1: População residente no concelho, por condição perante a actividade económica, sexo e grupo etário, 2001 --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 109 Quadro 6.2: População residente no concelho, por condição perante a actividade económica, 2001---- 110 Quadro 6.3: Evolução da taxa de actividade no concelho, 1991- 2001 ------------------------------------------ 110 Quadro 7: População residente no concelho, por condição perante a actividade económica, 2005 ----- 110 Quadro 7.1: População residente inscrita no centro de emprego, segundo a escolaridade, 2005 -------- 111 Quadro 7.2: População residente inscrita no centro de emprego, segundo o sexo e as habilitações literárias, 2005 ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 111 Gráfico 2: População masculina residente no concelho, inscrita no centro de emprego, 2006 ------------ 111 Gráfico 2.1: População feminina residente inscrita no centro de emprego, 2006 ------------------------------ 112 Quadro 7.3: População residente inscrita no centro de emprego, segundo o sexo e o tempo de inscrição, 2005 -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 112 Área temática VIII Quadro 1: Dados relativos à Justiça no concelho de Penamacor, 2005 ----------------------------------------- 116 Quadro 1.1: Crimes registados pelas autoridades policiais, segundo as categorias de crimes, 2004 --- 116 Quadro 2: Dados relativos à Segurança no concelho de Penamacor, 2005 ------------------------------------ 117 Quadro 3: Sinistralidade rodoviária no concelho de Penamacor, 2005 ------------------------------------------ 118 Gráfico1: Sinistrados nos acidentes rodoviários ocorridos no concelho, 2005 --------------------------------- 119 Quadro 4: Quadro de pessoal dos Bombeiros Voluntários de Penamacor, 2005 ----------------------------- 120 Quadro 5: Incêndios ocorridos no concelho, 2001-2005 ------------------------------------------------------------- 121 Quadro 5.1: Serviços efectuados pelos Bombeiros Voluntários de Penamacor, por tipo de ocorrência, 2005 -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 122 Área temática IX Quadro 1: Principais ligações do concelho à rede exterior ---------------------------------------------------------- 127 Quadro 1.1: Distâncias da sede de concelho aos principais centros urbanos ---------------------------------- 127 Quadro 2: Número de táxis existente no concelho, por freguesia, 2006 ----------------------------------------- 130 Área temática X Quadro 1: Equipamentos desportivos existentes no concelho, por freguesia, 2006 -------------------------- 133 Quadro 1.1: Área desportiva útil por habitante, por freguesia, 2006 ---------------------------------------------- 134 Quadro 2: Associações existentes no concelho, por freguesia, 2006 -------------------------------------------- 138 Área temática XI Figura 1: Igreja de Santiago ------------------------------------------------------------------------------------------------Figura 2: Portal da Igreja da Misericórdia -------------------------------------------------------------------------------Figura 3: Convento de Santo António ------------------------------------------------------------------------------------Figura 4: Castelo de Penamacor ------------------------------------------------------------------------------------------Figura 5: Porta da Torre de Menagem -----------------------------------------------------------------------------------Figura 6: Pelourinho ----------------------------------------------------------------------------------------------------------Figura 7: Ponte medieval da Meimoa ------------------------------------------------------------------------------------Figura 8: Pelourinho da Bemposta ----------------------------------------------------------------------------------------Figura 9: Alameda dos Balcões, Vale da Sr.ª da Póvoa ------------------------------------------------------------Figura 10: Capela Mortuária de Águas -----------------------------------------------------------------------------------Figura 10.1: Igreja Matriz -----------------------------------------------------------------------------------------------------Figura 10.2: Igreja matriz -----------------------------------------------------------------------------------------------------Figura 10.3: Capela de N. Sr.ª. do Bom Sucesso. ---------------------------------------------------------------------Figura 10.4: Pelourinho ------------------------------------------------------------------------------------------------------Figura 10.5: Igreja matriz -----------------------------------------------------------------------------------------------------Figura 10.6: Igreja matriz -----------------------------------------------------------------------------------------------------Figura 10.7: Igreja matriz -----------------------------------------------------------------------------------------------------Figura 10.8: Capela de Santo António ------------------------------------------------------------------------------------Figura 10.9: Domus Municipalis -------------------------------------------------------------------------------------------Figura 10.10: Capela de N. Sr.ª. de Fátima -----------------------------------------------------------------------------Figura 10.11: Santuário da Sr.ª. da Póvo -------------------------------------------------------------------------------Quadro 1: Número de visitantes do Museu municipal de Penamacor, 2001-2005 ----------------------------Quadro 1.1: Dados relativos à Biblioteca Municipal de Penamacor, 2003-2005-------------------------------Quadro 2: Utilizadores do Espaço Internet, por meses, 2004-2005------------------------------------------------ 142 142 143 143 143 144 144 144 145 147 148 149 150 151 152 153 154 155 156 157 158 161 162 163 Área temática XII Figuras 1 a 6: Parque de Campismo do Freixial ----------------------------------------------------------------------Figuras 13 e 14: Zona de Lazer da Meimoa ----------------------------------------------------------------------------Figuras 7 a 12: Praia fluvial da Benquerença --------------------------------------------------------------------------Figuras 15 a 17: Piscinas municipais cobertas ------------------------------------------------------------------------Figura 18: Piscinas municipais descobertas ----------------------------------------------------------------------------Figura 19 e 20: Termas da Fonte Santa, freguesia de Águas -----------------------------------------------------Figuras 21 a 23: Ribeira da Bázagueda ---------------------------------------------------------------------------------Figura 24: Barragem da Meimoa ------------------------------------------------------------------------------------------Figura 25: Planta do Hotel de Penamacor ------------------------------------------------------------------------------Área temática XIII 168 168 169 169 169 170 170 170 170 Gráfico 1: Espécies florestais mais frequentes na Beira Interior Sul -----------------------------------------------176 Quadro 1: Água distribuída por freguesia, 2005 e Quadro 1.1: Água consumido por freguesia, 2005 --- 179 Diagnóstico Social do Município de Penamacor 1-Introdução: O Programa Rede Social resulta da Resolução de Conselho de Ministros (RCM) nº197/97, de 18 de Novembro e assume-se como uma medida de Política Social Activa que visa promover uma consciencialização colectiva das problemáticas sociais existentes e incentivar a criação/dinamização de redes de apoio social de carácter local. Este é um programa co-financiado pelo Estado Português, através do Ministério da Segurança Social e do Trabalho e pelo Fundo Social Europeu e insere-se no âmbito dos Programas POEFDS (Programas Operacionais de Emprego, Formação e Desenvolvimento Social, no eixo 5: Promoção do Desenvolvimento Local, na medida 5.1: Apoio ao Desenvolvimento Social e Comunitário e 5.1.1: Rede Social para o Desenvolvimento, na acção-tipo 5.1.1.1: Dinamização e Consolidação das Parcerias Locais). Segundo esta Resolução de Conselho de Ministros a Rede Social é um fórum de congregação de esforços, baseados na adesão livre por parte das autarquias e das entidades públicas e privadas sem fins lucrativos, que tem como objectivo central a erradicação ou atenuação de problemáticas como a pobreza e a exclusão social, mediante o fomento do desenvolvimento social local. Pretende-se que em cada comunidade se criem novas formas de conjugação de esforços, se avance na definição de prioridades e se planeie de forma integrada e integradora o esforço colectivo, através da constituição de um novo tipo de parceria entre entidades públicas e privadas com intervenção no mesmo território, contribuindo para a activação de meios e agentes de resposta, optimizando e rentabilizando os recursos e meios de acção locais. Os objectivos estratégicos deste Programa assentam essencialmente nos seguintes pontos: Induzir o diagnóstico e o planeamento participados; Promover a articulação/coordenação das intervenções ao nível do concelho e das freguesias; Procurar respostas/soluções para os problemas das famílias e indivíduos em situação de pobreza e exclusão social; Formar e qualificar agentes que estejam envolvidos nos processos de desenvolvimento local, no âmbito da Rede Social; Introdução 1 Diagnóstico Social do Município de Penamacor Promover uma cobertura adequada do concelho em termos de serviços e equipamentos; Potenciar e divulgar o conhecimento sobre as realidades que caracterizam o concelho. Perante os objectivos anteriormente enunciados, o processo de implementação do Programa Rede Social deve seguir as seguintes etapas: Constituição da parceria mediante a formalização do CLAS (Conselho Local de Acção Social) e/ou CSF (Comissões Sociais de Freguesia); Elaboração do Regulamento Interno; Realização do Pré-Diagnóstico e Diagnóstico Social; Realização do Plano de Desenvolvimento Social; Realização do Plano de Acção; Criação de um Sistema de Informação; Desenvolvimento de um modelo de articulação/coordenação que facilite a intervenção conjunta das diversas entidades parceiras. Depois da candidatura ter sido aprovada realizaram-se as acções de sensibilização para a constituição do CLASP (Conselho Local de Acção Social de Penamacor) e após a constituição do mesmo foi elaborado e aprovado o Regulamento Interno, tendo-se dado inicio às acções previstas pelo cronograma da respectiva candidatura ao Programa. A elaboração do presente documento é uma dessas acções: o Diagnóstico Social do concelho de Penamacor é um instrumento que permitirá uma compreensão mais coerente da realidade social concelhia, de onde se destaca a identificação das necessidades e a detecção de problemas considerados prioritários e respectivas causas, bem como dos recursos e maisvalias locais, que constituem oportunidades de desenvolvimento local. Por ser um instrumento que resulta da participação e colaboração dos diversos parceiros envolvidos, é facilitador da interacção e da comunicação entre todos e é parte integrante do futuro processo de intervenção. Introdução 2 Diagnóstico Social do Município de Penamacor Este documento é o produto de um trabalho realizado em parceria que tem como principais objectivos: 1) Possibilitar um conhecimento mais aprofundado baseado em dados concretos sobre as várias áreas que compõem o concelho (saúde, educação, emprego, economia, ambiente, justiça, etc.); 2) Constituir uma base para a planificação e ser um instrumento de apoio estratégico na tomada de decisões das entidades intervenientes na área social; 3) Permitir a circulação da informação recolhida pelas entidades interessadas; 4) Contribuir para a consolidação/dinamização do CLAS. Este documento engloba num só momento a fase de Pré-Diagnóstico e Diagnóstico e é estruturado mediante a análise da aplicação de um Inquérito à População Residente, a exposição e análise detalhada de um conjunto de áreas temáticas de interesse no contexto concelhio e a apresentação das problemáticas sociais de maior incidência e dimensão no concelho de Penamacor. Este documento constitui-se como um instrumento de trabalho fundamental a nível local, nomeadamente na ajuda e facilitação de tomadas de decisão em áreas diversas, destacandose a social e este será actualizado e melhorado sempre que se justificar. Introdução 3 Diagnóstico Social do Município de Penamacor 2-Metodologia: O conhecimento das dinâmicas que pautam o concelho exige a implementação de técnicas metodológicas que permitam aferir com rigor a verdadeira dimensão das mesmas. A elaboração do presente documento teve como base metodológica de investigação/acção as seguintes técnicas de recolha qualitativa e quantitativa: Aplicação de um inquérito à População Residente no concelho de Penamacor; Recolha documental diversa; Realização de um fórum temático; Auscultação dos parceiros e entidades diversas sobre as áreas temáticas consideradas. Todas as técnicas utilizadas tiveram como base de análise um conjunto de áreas temáticas de relevo e interesse no concelho. As áreas temáticas analisadas no Diagnóstico Social do concelho de Penamacor são as seguintes: Enquadramento Geográfico e Demográfico; Habitação; Equipamentos e Infra-estruturas Colectivas; Saúde; Acção Social; Educação e Formação Profissional; Economia e Emprego; Justiça e Segurança; Transportes e Acessibilidades; Desporto, Recreio e Associativismo; História, Cultura e Património; Turismo; Ambiente. Metodologia 4 Diagnóstico Social do Município de Penamacor A aplicação do inquérito no concelho teve como principal objectivo recolher as opiniões, sensibilidades da população residente sobre as áreas temáticas consideradas e serviu essencialmente para comprovar as lacunas e necessidades mais evidentes no contexto concelhio. A recolha documental diversa incidiu fundamentalmente sobre estatísticas existentes, designadamente as estatísticas elaboradas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), sobre as informações do Plano Director Municipal e sobre dados recolhidos junto dos diversos parceiros na sua área de intervenção. A realização do fórum subordinado ao tema “Penamacor: Reflectir para Agir” reuniu parceiros do Projecto e outras entidades do concelho com o objectivo de reflectir sobre as principais problemáticas sociais do concelho e sobre a dimensão das mesmas. Foram usadas grelhas de análise onde os intervenientes identificaram, analisaram e priorizaram as problemáticas referidas. A auscultação dos parceiros e de outras entidades foi um processo contínuo e teve lugar nas reuniões de CLASP e Núcleo Executivo. Foram recolhidas informações diversas nestas reuniões que foram igualmente tidas em conta na análise das informações reproduzidas ao longo deste documento. Metodologia 5 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor 3-Áreas temáticas I- Enquadramento geográfico e demográfico: O concelho de Penamacor situa-se na Região Centro do país e integra, juntamente com os concelhos de Castelo Branco, Vila Velha de Ródão e Idanha-a-Nova, a Beira Interior Sul (Nut III- nomenclatura de unidade territorial). A Região Centro engloba 78 concelhos, ocupa uma área total de 23.668 km2 e é limitada, a sul, pela Bacia Hidrográfica do Rio Tejo e a norte pela Bacia Hidrográfica do Rio Douro. Conjuntamente com os concelhos de Vila Velha de Ródão, Castelo Branco, Oleiros, Vila de Rei, Sertã, Proença-a-Nova, Covilhã, Fundão, Belmonte e Idanha-a-Nova o concelho de Penamacor pertence ao distrito de Castelo Branco. A sul o concelho é limitado pelo concelho de Idanha-a-Nova, a norte pelo concelho do Sabugal e a oeste pelo concelho do Fundão. A este o concelho de Penamacor faz fronteira com Espanha (Valverde del Fresno). Mapa 1: Beira Interior Sul. Área temática I: Enquadramento geográfico e demográfico 6 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Mapa 1.1: Distrito de Castelo Branco. Mapa 1.2: Freguesias do concelho de Penamacor. O concelho de Penamacor é composto por doze freguesias (Águas, Aldeia do Bispo, Aldeia de João Pires, Aranhas, Bemposta, Benquerença, Pedrógão de São Pedro, Salvador, Vale da Senhora da Póvoa e a respectiva sede de concelho, Penamacor). Área temática I: Enquadramento geográfico e demográfico 7 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Das doze freguesias apenas a Benquerença possui um lugar anexado a si, as Quintas do Anascer. O concelho de Penamacor tem uma densidade populacional de 12 habitantes/km2 e ocupa uma área total de 555.5 km2. Segundo o último Recenseamento da População (Recenseamento Geral da População, INE:2001), o concelho de Penamacor conta com 6658 habitantes, o que se traduz em 8.5% da população total da Beira Interior Sul e que se distribuem pelas doze freguesias da seguinte forma: Quadro 1: População Residente no concelho, por freguesia, 2001. População Freguesia % 2001 Águas 330 5 Aldeia do Bispo 748 11,2 Aldeia de João Pires Aranhas Bemposta Benquerença Meimão Meimoa Pedrógão S. Pedro Penamacor Salvador Vale Sr.ª. Póvoa Totais 221 440 184 695 347 456 580 1735 589 333 6658 3,3 6,6 2,8 10,4 5,2 6,8 8,7 26,1 8,8 5 100 Fonte: Recenseamento Geral da População, INE: 2001. Quadro 1.1: Área e Densidade Populacional do concelho, por freguesia, 1950-2001. Freguesias Águas Aldeia do Bispo Aldeia de João Pires Aranhas Bemposta Benquerença Meimão Meimoa Pedrógão S. Pedro Penamacor Salvador Vale Sr.ª da Póvoa Concelho Densidade Populacional (Hab/Km2) Área Total (Km2) 1950 1960 1970 1981 1991 2001 15,20 6,50 11,10 5,50 10,00 28,70 33,20 20,60 21,80 373,30 10,20 19,40 555,50 71,9 361,6 78,6 267,8 73,8 69,2 29,0 62,2 66,4 11,0 144,3 56,4 34,0 62,3 309,8 68,0 231,8 54,3 63,8 26,9 54,0 66,4 9,4 132,8 50,3 30,0 50,0 211,2 62,0 169,1 33,0 50,4 26,3 35,7 52,3 6,1 108,7 31,2 22,1 37,9 146,4 41,9 123,3 27,1 32,8 16,5 33,0 36,6 6,2 86,6 22,1 17,1 30,0 139,5 32,1 109,3 22,6 29,1 13,6 25,9 33,3 5,3 65,3 20,0 14,6 21,7 114,9 19,9 80,0 18,4 24,2 10,4 22,2 26,6 4,6 57,7 17,2 12,0 Fonte: Recenseamento Geral da População, INE: 2001. Área temática I: Enquadramento geográfico e demográfico 8 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Quadro 1.2: Área, População Residente e Densidade Populacional da Beira Interior Sul, 1991-2001. Densidade Populacional População Residente Área Total (Hab/Km2) Concelhos (Km2) 1991 2001 1991 2001 Castelo Branco 1440 54310 55708 37,7 38,7 Idanha-a-Nova 1413 13630 11659 9,6 8,2 Penamacor 555 8115 6658 14,6 12,0 Vila Velha de Ródão 330 4960 4098 15,0 12,4 Beira Interior Sul 3738 81015 78123 21,7 20,9 Fonte: Recenseamento Geral da População, INE: 2001. Quadro 1.3: População Residente e Crescimento Populacional do concelho, 1991-2001. Crescimento Populacional População Residente Freguesias (%) 1981 1991 2001 1981/1991 1991/2001 Águas 576 456 330 -20,8 -27,6 Aldeia do Bispo 953 908 748 -4,7 -17,6 Aldeia de João Pires 466 357 221 -23,4 -38,1 Aranhas Bemposta Benquerença Meimão Meimoa Pedrógão S. Pedro Penamacor Salvador Vale Sr.ª da Póvoa Concelho 678 271 942 548 679 798 2300 884 429 9524 601 226 836 451 533 726 1966 667 388 8115 440 184 695 347 456 580 1735 589 333 6658 -11,4 -16,6 -11,3 -17,7 -21,5 -9,0 -14,5 -24,5 -9,6 -14,8 -26,8 -18,6 -16,9 -23,1 -14,4 -20,1 -11,7 -11,7 -14,2 -18,0 Fonte: Recenseamento Geral da População, INE: 2001. Mapa 1.4: Densidade Populacional, 2003. Fonte: Marktest, 2005. Área temática I: Enquadramento geográfico e demográfico 9 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Mediante a análise do quadro 1 pode constatar-se que há uma diferença, em termos populacionais, de três freguesias das doze que compõem o concelho. Destaca-se a freguesia de Aldeia do Bispo com 748 habitantes (11,2% da população total do concelho), Benquerença com 695 habitantes (10,4%) e a sede de concelho, Penamacor, com 1735 habitantes, o que se traduz em 26,1% da população total do concelho. A sede de concelho é a maior freguesia, quer em termos populacionais, quer em termos de área geográfica. É na sede de concelho que se concentram os serviços e os equipamentos de maior relevo que servem a população da própria vila e das restantes freguesias do concelho. O segundo quadro apresentado (quadro 1.1) traduz a evolução da densidade populacional das freguesias do concelho e pode constatar-se um decréscimo progressivo da população por todas as freguesias, embora com intensidades diferentes. As freguesias onde se verificou um decréscimo mais acentuado da população são precisamente as freguesias de Águas, Aldeia de João Pires, Aranhas, Meimão e Meimoa, o que se traduz num declínio de cerca de 30% no total do concelho. Mesmo assim, é possível verificar que nas freguesias de Meimoa, Salvador e Penamacor a perda de população não se registou com valores tão elevados quanto nas restantes freguesias. Nos anos que medeiam 1981 de 1991 a variação percentual do decréscimo de população é negativa (-14%), sendo que essa tendência se acentua nos dez anos que separam 1991 de 2001 (-18%). A quebra populacional verificada no concelho em estudo confirma-se igualmente nos restantes concelhos que constituem a Beira Interior Sul, com a excepção de Castelo Branco, que inverte essa tendência e apresenta valores positivos de crescimento populacional. Esta realidade poderá explicar-se pelo facto do desenvolvimento associado à cidade ter constituído, ao longo dos últimos tempos, factor de atracção para as populações. A estrutura do povoamento do concelho caracteriza-se basicamente pela concentração da população em freguesias de pequena dimensão dispersas pelo território concelhio. Desde 1981 o número de freguesias manteve-se, continua a existir um único lugar com menos de 100 habitantes (as Quintas do Anascer), os lugares com 200 a 499 habitantes foram aumentando de três em 1981 para seis em 2001 e regista-se a diminuição do número de lugares com 500 a 999 habitantes (oito em 1981, seis em 1991 e quatro em 2001). Por último, o único lugar com mais de 1000 habitantes manteve-se (a freguesia de Penamacor), mas assistiu também a uma perda de população relativamente acentuada (14%). Área temática I: Enquadramento geográfico e demográfico 10 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Quadro 1.4: Evolução da População Residente no concelho por dimensão dos lugares, 1981-2001. 1981 1991 2001 Escala de Dimensão Nº Lugares Menos de 100 habitantes De 100 a 199 habitantes De 200 a 499 habitantes De 500 a 999 habitantes De 1000 a 1999 habitantes População Residual Concelho População Residente % Nº Lugares População Residente % 1 72 0,8 1 94 1,1 1 134 1,4 0 0 0 3 1128 11,8 5 1808 22,3 8 5635 59,2 6 4081 50,3 1 1985 20,8 1 1794 22,1 0 570 6 0 338 4,2 14 9524 100 13 8115 100 Fonte: Recenseamento Geral da População, INE: 2001. Nº Lugares População Residente % 1 1 6 4 1 0 13 61 175 2032 2489 1546 355 6658 0,9 2,6 30,5 37,4 23,2 5,3 99,9 O declínio demográfico presenciado ao longo das últimas décadas no concelho de Penamacor e nos restantes concelhos pertencentes à Beira Interior Sul arrasta consigo um conjunto de consequências a nível demográfico e populacional de entre as quais se destaca a diminuição do número de famílias residentes no concelho. Ou seja, a perda de população que tem afectado o concelho de Penamacor traduz-se também na redução do número de famílias residentes e consequentemente no número de indivíduos por família, como se pode verificar no quadro que a seguir se apresenta: Quadro 1.5: Variação do número e dimensão média das famílias no concelho, por freguesia, 1981-2001. Freguesias Águas Aldeia do Bispo Aldeia de J. Pires Aranhas Bemposta Benquerença Meimão Meimoa Pedrógão Penamacor Salvador Vale Sr.ª da Póvoa Concelho Número de Famílias Taxa de Variação (%) 1981 1991 2001 1981/1991 1991/2001 232 197 147 -15,1 -25,4 385 384 343 -0,3 -10,7 205 169 112 -17,6 -33,7 283 266 209 -6,0 -21,4 124 110 91 -11,3 -17,3 392 350 315 -10,7 -10,0 208 182 159 -12,5 -12,6 235 215 193 -8,5 -10,2 331 318 263 -3,9 -17,3 790 724 642 -8,4 -11,3 340 300 282 -11,8 -6,0 177 196 180 -10,7 -8,2 3702 3411 2936 -7,9 -13,9 Fonte: Recenseamento Geral da População, INE: 2001. Área temática I: Enquadramento geográfico e demográfico Pessoas por Família 1981 2,5 2,5 2,3 2,4 2,2 2,4 2,6 2,9 2,4 2,9 2,6 2,4 2,6 1991 2,3 2,4 2,1 2,3 2,1 2,4 2,5 2,5 2,3 2,7 2,2 2,0 2,4 2001 2,2 2,2 2,0 2,1 2,0 2,2 2,2 2,4 2,2 2,7 2,1 1,9 2,3 11 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Mapa 1.5: Dimensão média das famílias residentes, 2001. Fonte: Marktest, 2005. O número de famílias que residem no concelho de Penamacor diminuiu bastante nas últimas décadas (cerca de 8% de 1981 a 1991 e 14% de 1991 a 2001), o que se traduz numa perda de 291 famílias de 1981 a 1991 e 475 famílias de 1991 a 2001. Como consequência directa da redução do número de famílias no concelho assiste-se a uma diminuição da dimensão média das famílias (número médio de pessoas em cada família residente), sendo que em 1981 a dimensão média de famílias é de 2.6, diminuindo para 2.4 em 1991 e para 2.3 em 2001. Essa redução verifica-se em todo o concelho, embora a mesma se paute por valores distintos nas freguesias, sendo a freguesia do Vale da Senhora da Póvoa a mais afectada. A freguesia onde essa redução possui valores menos significativos é Penamacor, que é simultaneamente a maior freguesia do concelho. As características estruturais das populações são influenciadas em larga medida pela natalidade e mortalidade. As taxas que traduzem esses fenómenos condicionam e caracterizam as dinâmicas populacionais de um concelho, região ou país. Assim pretende-se dar conta, na presente área temática, da evolução do crescimento natural e migratório a que o concelho tem assistido nos últimos anos, para que a dinâmicas demográficas do concelho sejam entendidas claramente e explicadas de acordo com as tendências que têm produzido. Como introdução aos movimentos de crescimento populacional: o crescimento natural (diferença entre os nascimentos e os óbitos) e o crescimento migratório (diferença entre o Área temática I: Enquadramento geográfico e demográfico 12 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor número de entradas e o números de saídas) apresentam-se os gráficos seguintes que evidenciam a taxa de crescimento anual média das várias regiões de Portugal, de 1993 a 2003, bem como a taxa de crescimento efectivo e migratório. Mapa 1.6: Taxa de crescimento anual média, 1993-2003. Fonte: Marktest, 2005. Mapa 1.7:Taxa de crescimento efectivo, 1993-2003. Mapa 1.8: Taxa de crescimento migratório, 1993-2003. Fonte: Marktest, 2005. Área temática I: Enquadramento geográfico e demográfico Fonte: Marktest, 2005. 13 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Tal como se referiu anteriormente, as taxas de crescimento natural e migratório influenciam estrutura populacional dos concelhos, regiões e países. E embora o aumento do número de residentes em Portugal seja notório, esse crescimento não teve a mesma intensidade em todo o território nacional. Assiste-se a um crescimento populacional nas zonas litorais que concentram maior número e diversidade de serviços e actividades económicas e que consequentemente são pólos de atracção e verifica-se, por outro lado, um decréscimo populacional de várias regiões, de entre as quais se salienta o Interior. O mapa 1.7 elucida a baixa taxa de crescimento efectivo do concelho de Penamacor (a azul escuro, ou seja – 221.11‰ em 2003), que faz de Penamacor um dos dez concelhos com as taxas mais baixas de crescimento efectivo no país. A taxa de crescimento efectivo do concelho de Penamacor foi, nos anos que medeiam 1991 a 2001, de (- 18.4%). No que diz respeito à taxa de crescimento natural, esta apresenta igualmente uma percentagem negativa (-11.9%), de 1991 a 2001. E o mesmo acontece se analisarmos a taxa de crescimento migratório que seguem a mesma tendência negativa (-6.5%). Certo é que o aumento dos residentes em Portugal se fica a dever não ao aumento da natalidade, mas essencialmente à imigração de carácter permanente e sabemos que as populações que entram no país manifestam tendência em se instalar em regiões de maior desenvolvimento económico, como são as grandes metrópoles de Lisboa e Porto, no Litoral e ainda no Algarve. Assim, antes de se avançar para a análise das taxas relativas ao comportamento natural que traçam o perfil da população concelhia é importante conhecer os dados relativos à imigração permanente que tem aumentado, como se disse, ao longo dos últimos anos. Na impossibilidade de tratar dados referentes ao concelho de Penamacor, apresentam-se os dados do Distrito de Castelo Branco que elucidam claramente as dinâmicas que o fenómeno da imigração tem introduzido. Dos emigrantes a residir no distrito de Castelo Branco, 726 permanecem com vistos, 992 possuem autorizações de residência e 1736 detém autorização de permanência. Os imigrantes residentes provêm fundamentalmente de países da União Europeia e da América (nomeadamente da América do Sul). Área temática I: Enquadramento geográfico e demográfico 14 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Gráfico 1: Imigrantes residentes no distrito de Castelo Branco, por origem de proveniência, 2005. Origem de proveniências dos emigrantes 342 312 350 300 250 Origem de proveniência União Europeia 178 200 Outros países da Europa África 150 91 69 100 América Ásia e oceânia 50 0 1 Número de imigrantes Fonte: Serviço de Estrangeiros e Fronteiras- Delegação Regional de Castelo Branco, 2005. Gráfico 1.1: Autorizações de residência concedidas no distrito de Castelo Branco, 2005. Autorizações de residência concedidas, por origem de proveniência dos imigrantes, 2005. 71 282 72 Ucrânia 101 Brasil Roménia Rússia 213 Bulgária Outros 1030 Fonte: Serviço de Estrangeiros e Fronteiras- Delegação Regional de Castelo Branco, 2005. Em relação aos vistos emitidos por países de destinos dos emigrantes, registam-se no distrito 148 vistos emitidos a imigrantes do Brasil; 146 vistos emitidos a Cabo-Verdianos; 76 vistos emitidos a indivíduos provenientes de outros países dos PALOP´S (Países de língua oficial portuguesa); 188 vistos emitidos a Ucranianos e 171 vistos emitidos a indivíduos provenientes de outros países. Área temática I: Enquadramento geográfico e demográfico 15 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Mapa 1.9: Taxa de natalidade, 1993-2003. Fonte: Marktest, 2005. Mapa 1.9.1: Taxa de mortalidade, 1993-2003. Fonte: Marktest, 2005. Ao analisar a taxa de natalidade expressa no mapa 1.5 pode constatar-se que Penamacor apresenta uma taxa muito baixa (rosa claro, ou seja, 4 a 8‰), ocupando uma posição desfavorável no panorama nacional e integrando o conjunto dos dez concelhos com as taxas de natalidade mais baixas. Esta taxa situou-se nos 9.7 ‰ em 1981, em 6.6 ‰ em 1991 e em 4.7‰ no ano de 2000. É de realçar que o conjunto que classifica os concelhos com as taxas de natalidade mais baixas a nível nacional engloba também os concelhos de Idanha-a-Nova, Oleiros, Vila Velha de Ródão e ainda um concelho limítrofe de Penamacor, ou seja, o Sabugal. Todavia, o país assistiu a uma diminuição das taxas de mortalidade que se fica a dever fundamentalmente aos progressos registados a nível da medicina, embora no âmbito nacional as taxas ainda demonstrem valores relativamente elevados. As taxas de mortalidade mais elevadas são registadas em alguns dos concelhos do distrito de Castelo Branco, como por exemplo, Vila de Rei, Idanha-a-Nova e Vila Velha de Ródão. Embora Penamacor não integre o conjunto dos dez concelhos com maiores taxas de mortalidade não significa que as mesmas taxas não sejam elevadas. Em 1981 a taxa de mortalidade do concelho de Penamacor foi de 17.3‰, em 1991 foi de 16.3 ‰ e no ano de 2000 a taxa situou-se nos 20.0 ‰). Área temática I: Enquadramento geográfico e demográfico 16 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Em relação à taxa de mortalidade infantil, indicador através do qual se podem avaliar as condições de vida das populações, estas sofreram uma diminuição bastante acentuada, na medida em que a sua redução ronda os 50% em território nacional. A taxa referida não apresenta valores muito elevados em nenhuma região do país e o Interior pauta-se, neste âmbito, por taxas francamente baixas (menos de 1.0‰). A mudança dos hábitos de vida dos portugueses reflecte-se, por um lado, na diminuição da taxa de nupcialidade e por outro lado, no aumento das taxas de divórcio. A tradição do casamento católico em Portugal ainda tem uma influência destacável, embora o número de casamentos civis tenha mostrado uma tendência em aumentar, ao longo das últimas décadas. Não obstante, no concelho estas taxas não apresentam valores muito elevados. No caso da primeira taxa, esta situou-se em menos de 4‰ em 2003 e no caso da taxa de divórcio a mesma traduz um valor igualmente baixo, menos de 0.5‰. Da população total residente em 2001, apenas existe registo de 53 indivíduos divorciados (23 do sexo feminino e 30 do sexo masculino) e 37 separados (17 do sexo feminino e 20 do sexo masculino), o que demonstra que as taxas de divórcio no concelho são muito reduzidas. A análise da estrutura etária de um concelho ou região permite o conhecimento de uma série de tendências e características que marcam esse mesmo território e o comportamento relativo à fecundidade, as taxas de natalidade e os movimentos migratórios são disso um exemplo elucidativo. O crescimento natural (saldo fisiológico, crescimento migratório) reflectem-se inevitavelmente na estrutura da população, dando origem a pirâmides etárias estreitas no topo e largas na base. É o denominado fenómeno do duplo envelhecimento: aumento da proporção de idosos e diminuição da proporção de jovens. Esta tem sido uma realidade que afecta não só o concelho de Penamacor, mas também a grande maioria dos concelhos do interior. Área temática I: Enquadramento geográfico e demográfico 17 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor E para dar conta da estrutura etária da população do concelho de Penamacor apresentam-se os seguintes quadro. Quadro 1.6: População Residente no concelho, escalão etário e sexo, 2001. Grupo etário Total Homens Mulheres 0 aos 4 anos 170 92 78 5 aos 9 anos 201 91 110 10 aos 14 anos 271 147 124 15 aos 19 anos 305 158 147 20 aos 24 anos 290 151 139 25 aos 29 anos 283 168 115 30 aos 34 anos 297 155 142 35 aos 39 anos 333 188 145 40 aos 44 anos 312 170 142 45 aos 49 anos 310 166 144 50 aos 54 anos 292 149 143 55 aos 59 anos 362 148 214 60 aos 64 anos 538 232 306 65 aos 69 anos 756 327 429 70 aos 74 anos 628 296 332 75 aos 79 anos 593 273 320 80 aos 84 anos 356 162 194 85 aos 89 anos 242 101 141 90 ou mais anos 119 41 78 Totais 6658 3215 3443 Fonte: Recenseamento Geral da População, INE: 2001. Quadro 1.6.1: População Residente no concelho, por freguesia, por escalão etário e sexo, 2001. Aldeia do Bispo Aldeia J. Pires Grupos Etários T Águas H M T H M T H M T H M T H M T H M 0-14 anos 28 15 13 69 31 38 10 6 4 31 15 16 11 4 7 52 29 23 15-29 anos 33 23 10 100 48 52 22 14 8 63 30 33 20 8 12 91 56 35 30-49 anos 64 36 28 148 85 63 28 15 13 52 27 25 20 11 9 135 70 65 Freguesias Aranhas Bemposta Benquerença 50-64 anos 54 24 30 121 51 70 42 18 24 74 35 39 25 11 14 111 47 64 > 65 anos 151 67 84 310 135 175 119 54 65 220 95 125 108 48 60 306 137 169 Totais 330 165 165 748 350 398 221 107 114 440 202 238 184 82 102 695 339 356 Freguesias Meimão Meimoa Pedrógão Penamacor H M Salvador Vale Sr.ª Póvoa Grupos Etários T H M T H M T H M T 0-14 anos 19 11 8 49 22 27 51 26 25 237 15-29 anos 47 26 21 54 32 22 80 40 40 281 142 139 65 45 20 22 13 9 30-49 anos 68 39 29 96 53 43 108 59 49 397 206 191 94 57 37 42 21 21 127 110 T H M T H M 56 29 27 29 15 14 50-64 anos 71 34 37 82 36 46 128 53 75 309 138 171 104 48 56 71 34 37 > de 65 anos 142 68 74 175 80 95 213 99 114 511 216 295 270 131 139 169 70 99 Totais 347 178 169 456 223 233 580 277 303 1735 829 906 589 310 279 333 153 180 Fonte: Recenseamento Geral da População, INE: 2001. Área temática I: Enquadramento geográfico e demográfico 18 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Quadro 1.7: Variação da estrutura etária da Beira interior Sul e do concelho de Penamacor, 1981-2001. 1981 1991 2001 Zona Geográfica 0-14 15-64 > 65 0-14 15-64 > 65 0-14 15-64 > 65 Beira Interior Sul 18,5 61,0 20,5 15,0 60,9 24,0 12,0 60,4 27,5 Penamacor 17,6 57,5 24,9 12,7 55,7 31,6 9,6 49,8 40,5 Fonte: Recenseamento Geral da População, INE: 2001. Aldeia de João Pires, Bemposta e Meimão são as freguesias que apresentam menor número de jovens. As freguesias Vale da Senhora da Póvoa, Aranhas, Bemposta e Aldeia de João Pires são as que apresentam uma maior percentagem de população idosa, com mais de 65 anos. Penamacor é a freguesia do concelho com a menor proporção de idosos e o maior número de jovens. Há que ter em conta que é, como já foi dito, a maior freguesia do concelho. Assiste-se assim, ao longo das últimas duas décadas, a uma diminuição significativa do peso da população jovem no concelho e a um aumento da população idosa. O perfil da estrutura etária do concelho traduz fielmente o fenómeno do envelhecimento populacional e produz efeitos directos nos índices de dependência de idosos (número de indivíduos com 65 anos e mais por cada 100 indivíduos que se encontram em idade activa), no índice de dependência de jovens (diferença entre os indivíduos dos 0 aos 14 anos de idade por cada 100 indivíduos em idade activa) e na dinâmica da população activa. O índice de envelhecimento de uma população é calculado a partir do número de idosos (com 65 anos e mais) por cada 100 jovens que possuam idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos de idade. Quadro 1.8: Índices de evolução da estrutura etária do concelho, por freguesias, 2001. Freguesias Dependência Dependência Dependência Índice de de Jovens de Idosos Total Envelhecimento Águas 18,5 100,0 118,5 539,3 Aldeia do Bispo 18,6 83,5 102,2 447,8 Aldeia de João Pires 10,9 129,3 140,2 1190,0 Aranhas 16,4 116,4 132,8 709,7 Bemposta 16,9 166,2 183,1 981,8 Benquerença 15,5 91,4 106,8 590,4 Meimão 10,2 75,4 85,6 742,1 Meimoa 21,2 76,2 97,4 359,2 Pedrógão S. Pedro 16,2 67,9 84,1 419,6 Penamacor 24,0 51,9 76,0 216,0 Salvador 21,4 103,4 124,8 483,9 Vale Sr.ª da Póvoa 21,6 126,9 148,5 586.2 Concelho 19,3 81,3 100,7 420,2 Fonte: Resultados provisórios do XIV Recenseamento Geral da População, INE: 2001. Área temática I: Enquadramento geográfico e demográfico 19 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Quadro 1.10: Peso dos jovens, 2003. Mapa 1.10.1: Peso dos idosos, 2003. Fonte: Marktest, 2005 Fonte: Marktest, 2005. O concelho de Penamacor insere-se no conjunto dos dez concelhos do país com menor peso de jovens na população total e também no conjunto dos concelhos que possui menor proporção de jovens na população total, realidade que tem como principal causa o decréscimo da natalidade. Outros concelhos do distrito de Castelo Branco como Vila Velha de Ródão, Vila de Rei e Sertã seguem a mesma tendência. O índice de dependência de jovens no concelho foi de 30.6, 22.7, 19.3 em 1981, 1991 e 2001, respectivamente. As freguesias com os valores mais elevados deste índice são Meimoa, Penamacor, Vale da Senhora da Póvoa e Salvador. O índice de dependência de idosos foi em 1981 (43.3), em 1991 (56.8) e em 2001 (81.1). As freguesias onde este índice possui valores mais elevados são Aldeia de João Pires, Aranhas, Bemposta e Vale da Senhora da Póvoa. Em relação ao índice de envelhecimento este apresenta valores muito elevados e mantém uma tendência crescente ao longo das décadas 1981, 1991 e 2001 (141.6, 249.6 e 419.6, respectivamente) e Aldeia de João Pires, Aranhas, Meimão e Bemposta são as freguesias do concelho onde o índice referido detém maior expressão. Em oposição, as freguesias de Penamacor e Aldeia do Bispo possuem os valores mais baixos, não significando, todavia, que o índice em causa não tenha também uma dimensão elevada. Há assim, um aumento do número de idosos a cargo da população activa (cada 100 indivíduos), uma diminuição dos jovens em dependência dos efectivos em idade activa e Área temática I: Enquadramento geográfico e demográfico 20 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor também um aumento muito expressivo do índice de envelhecimento, que fica a dever-se principalmente ao aumento da longevidade e da melhoria geral das condições de vida das população e ao aperfeiçoamento dos cuidados de saúde prestados às populações. Em suma, há uma evolução crescente no índice de envelhecimento e uma evolução decrescente nos valores correspondentes ao índice de dependência dos jovens. Gráfico 1.10.2: Peso dos activos, 2003. Fonte: Marktest, 2003. Para terminar a área temática relativa ao enquadramento demográfico da população concelhia é relevante fazer-se referência à composição e estrutura das famílias residentes. Os quadros seguintes sintetizam diversas informações relacionadas com o tipo de famílias existentes no concelho. Quadro 1.9: Famílias clássicas residentes no concelho segundo a sua dimensão, 2001. Famílias Clássicas segundo a Dimensão (Pessoas) Total Com 1 Com 2 Com 3 Com 4 Com 5 Com 6 Com 7 Com 8 Com 9 Com 10 ou + 2933 812 1214 472 326 82 20 5 0 2 0 Fonte: Recenseamentos Gerais da População e Habitação, 1981, 1991 e 2001, INE: 2001. Área temática I: Enquadramento geográfico e demográfico 21 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Quadro 1.10: Famílias clássicas residentes, segundo o tipo de famílias, 2001. Com 1 Núcleo Sem Núcleos 857 Casal "de direito" sem Filhos Casal "de direito" com Filhos Casal "de facto" sem Filhos Casal "de facto" com Filhos Pai com Filhos Mãe com Filhos Avós com Netos Avô com Netos 1094 746 18 29 25 129 7 - Avó Com netos 2 Com 2 Núcleos 26 Fonte: Recenseamentos Gerais da População e Habitação, 1981, 1991 e 2001, INE: 2001. As famílias clássicas residentes não são numerosas. A sua dimensão média é baixa e o predomínio das famílias clássicas com dois elementos é evidente. Assim que se evolui na escala apresentada pelos quadros anteriores, diminui substancialmente o número de famílias. Ou seja, assim que o número de elementos que constituem uma família vai aumentando, há um decréscimo directo da proporção de famílias residentes. É possível observar igualmente que os núcleos “casal de direito com filhos” e “casal de direito sem filhos” são os mais comuns no concelho. O primeiro tipo de núcleo familiar expresso no quadro 1.10 diz respeito aos casais idosos. Numa primeira análise poder-se-á deduzir que são casais sem filhos, mas a questão não reside nesse argumento. Os casais idosos não possuem filhos dependentes, na medida em que, por diversos motivos, não são parte do seu agregado familiar. Daí se justifica o elevado número de núcleos desse tipo. Quanto ao segundo tipo de núcleo familiar ele é, efectivamente, o mais comum na população concelhia: 746 casais de direito possuem filhos, neste caso, dependentes. Área temática I: Enquadramento geográfico e demográfico 22 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Síntese de Conteúdos e Problemáticas: Ô Decréscimo populacional; Ô Baixa densidade populacional; Ô Tendência para a desertificação/despovoamento das freguesias menos povoadas; Ô Alterações na estrutura demográfica; Ô Elevado índice de envelhecimento populacional; Ô Diminuição da proporção dos jovens na população total; Ô Saldo natural negativo; Ô Aumento da esperança média de vida; Ô Taxas de natalidade e mortalidade muito baixas; Ô Baixos índices de mortalidade infantil; Ô Diminuição do número de famílias; Ô Redução da dimensão média das famílias residentes; Ô População em idade activa insuficiente para assegurar as necessidades da população dependente (quer dos jovens, quer dos idosos); Ô Reduzida contribuição da imigração decorrida a partir da década de 90 na estrutura demográfica do concelho. Área temática I: Enquadramento geográfico e demográfico 23 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor II- Habitação: O conjunto de características e indicadores que marcam o perfil estrutural do concelho de Penamacor inclui também as questões relacionadas com a habitação. O estudo desta área temática permitirá aferir, de uma forma global, as condições de vida da população residente e tem como objectivo central a análise do parque habitacional do concelho e dos vários aspectos que lhe estão coadunados. O índice de lotação, o número, distribuição e forma de ocupação dos alojamentos e o tipo de infra-estruturas existentes, são alguns dos indicadores essenciais na análise das condições de vida e de habitabilidade que acompanham o perfil do concelho em análise neste documento. E, para que se detectem as carências existentes neste domínio é, em primeiro lugar, peremptório clarificar os aspectos que o caracterizam. Esta caracterização começará por apresentar algumas definições básicas 1 para que a análise dos dados recolhidos seja uma tarefa mais simples. Assim, tome-se em consideração que: Uma família clássica é um conjunto de pessoas que residem no mesmo alojamento e que possuem relações de parentesco (de direito ou de facto) entre si, podendo ocupar todo o alojamento ou só parte do mesmo. Considera-se também como família clássica qualquer pessoa independente que ocupe uma parte ou a totalidade de uma unidade de alojamento. Entende-se por núcleo familiar o conjunto de pessoas dentro de uma família, entre as quais existe um dos seguintes tipos de relação: casal com ou sem filhos, pai ou mãe com filhos não casado, avó ou avó com netos, não casado. Um edifício consiste numa construção independente, coberta, limitada por paredes exteriores ou paredes-meias que vão das fundações à cobertura, destinada a servir como habitação (com um ou mais alojamentos/fogos) ou outro tipo de finalidades. 1 As definições são da autoria do Instituto Nacional de Estatística e foram retiradas do site www.ine.pt. Área temática II: Habitação 24 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Alojamento familiar clássico ou fogo é um local distinto e independente, constituído por uma divisão ou divisões e seus anexos, num edifício de carácter permanente (…) que considerando a maneira como foi construído (…) se destina a servir de habitação (…). Alojamento colectivo é um local que, pela forma como foi construído, reconstruído, ampliado ou transformado, se destina a alojar mais do que uma família e que no momento de referência está ocupado por uma ou mais pessoas, independentemente de serem residentes ou apenas presentes não residentes. Alojamentos colectivos são, por exemplo, os hotéis, pensões e similares e as convivências. Entende-se por família institucional um conjunto de pessoas residentes num alojamento colectivo que, independentemente da relação de parentesco entre si, observam uma disciplina comum, são beneficiários dos objectivos de uma instituição e são governados por uma entidade interior ou exterior ao grupo. Um alojamento familiar não clássico é todo o local que, no momento de referência está ocupado por pessoas e que não satisfaz inteiramente as condições de alojamento clássico. Nesta categoria inserem-se: barracas, alojamentos móveis, casas rudimentares de madeira, alojamentos improvisados em construções não destinadas à habitação e outros locais que não são destinados à habitação (grutas, vãos de escada, pontes, etc.). Quadro 1: Alojamentos familiares ocupados como residência habitual, por freguesia, 2001. Freguesias Alojamentos familiares ocupados como residência habitual Águas Aldeia do Bispo Aldeia de João Pires Aranhas Bemposta Benquerença Meimão Meimoa Pedrógão S. Pedro Penamacor Salvador Vale Sr.ª. da Póvoa Concelho 147 343 112 209 91 315 159 193 263 638 282 180 2932 Fonte: Recenseamentos Gerais da População e Habitação, 1981, 1991 e 2001, INE: 2001. Área temática II: Habitação 25 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Mapa 1: Alojamentos familiares, 2001. Fonte: Marketest, 2005. Mapa 1.1: Densidade habitacional, 2001. Fonte: Marketest, 2005. Quadro 1.1: Evolução dos alojamentos por freguesia, 2001. Taxa de Alojamentos Taxa de variação Freguesias variação 81/91 (%) 1981 1991 2001 91/01 (%) Águas 402 386 381 -4,0 -1,3 Aldeia do Bispo 634 701 671 10,6 -4,3 Aldeia de J. Pires 333 335 301 0,6 -10,1 Aranhas 456 465 447 2,0 -3,9 Bemposta 194 210 191 8,2 -9,0 Benquerença 652 707 692 8,4 -2,1 Meimão 353 385 347 9,1 -9,9 Meimoa 409 405 368 -1,0 -9,1 Pedrógão de S. Pedro 545 595 493 9,2 -17,1 Penamacor 1344 1195 1136 Salvador 473 554 504 Vale da Sr.ª. da Póvoa 279 352 350 Concelho 6074 6290 5881 -11,1 17,1 26,2 3,6 -4,9 -9,0 -0,6 -6,5 Fonte: Recenseamentos Gerais da População e Habitação, 1981, 1991 e 2001, INE: 2001. Tal como se pode constatar nos quadros e mapas apresentados anteriormente, o parque habitacional do concelho de Penamacor tem vindo a sofrer uma diminuição significativa. De 6074 alojamentos existentes no ano de 1981 diminui-se, em 2001, para um total de 5881 alojamentos. Há um crescimento, de 1981 a 1991 de 216 fogos, mas na década seguinte há uma diminuição de 409 alojamentos no total concelhio. As freguesias mais afectadas por esse decréscimo são Aldeia de João Pires, Bemposta, Salvador e Pedrógão de São Pedro. Área temática II: Habitação 26 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Quadro 1.2: Alojamentos clássicos, segundo o número de divisões, 2001. Alojamentos Clássicos, segundo o número de divisões Total 2927 Com 1 32 Com 2 183 Com 3 444 Com 4 722 Com 5 703 Com 6 438 Com 7 232 Com 8 94 Com 9 46 Com 10 ou mais 33 Total de Divisões 13907 Fonte: Recenseamento Geral da População e Habitação (Resultados Definitivos), INE: 2001. Quadro 1.3: Alojamentos familiares clássicos, segundo a forma de ocupação, 2001. Total Geral Alojamentos Clássicos, segundo a Forma de Ocupação Ocupados Vagos Famílias Clássicas Pessoas Uso Residência Sazonal ou Para Para Para Total Habitual Secundário Total Venda Aluguer Demolição Outros 5876 5281 2927 2354 595 91 35 27 442 2928 6534 Fonte: Recenseamento Geral da População e habitação (Resultados Definitivos), INE: 2001. Quadro 1.4: Formas de ocupação dos alojamentos clássicos, por freguesia, 2001. Residência Uso secundário Vagos habitual (%) ou sazonal (%) (%) Freguesias 1991 2001 1991 2001 1991 2001 Águas 50,9 38,4 29,9 41,3 19,2 20,3 Aldeia do Bispo 54,4 51,1 30,7 35,9 15,0 13,0 Aldeia de João Pires 50,4 37,2 32,5 51,2 17,0 11,6 Aranhas 57,2 46,8 22,8 49,9 20,0 3,4 Bemposta 52,6 47,6 32,5 47,6 14,8 4,7 Benquerença 49,4 45,5 38,0 46,2 12,6 8,2 Meimão 47,0 45,8 50,9 48,7 2,1 5,5 Meimoa 52,7 52,4 29,7 45,9 17,6 1,6 Pedrógão S. Pedro 53,4 53,3 27,9 38,1 18,7 8,5 Penamacor 59,8 56,0 22,5 24,3 17,7 19,7 Salvador 54,2 55,9 19,7 41,2 26,2 3,0 Vale Sr.ª. da Póvoa 55,7 51,4 33,5 45,7 10,8 2,9 Concelho 54,0 49,8 29,6 40,1 16,4 10,1 Fonte: XIV Recenseamento Geral da População e IV da Habitação, INE: 2001. Em relação ao número de divisões por cada alojamento (quadro 1.2), a maioria centra-se em alojamentos com quatro divisões (que corresponderá à cozinha, quartos de dormir, sala de estar/jantar e casa-de-banho). O peso dos alojamentos de cinco divisões também é significativo e corresponde, por sua vez, às divisões acima mencionadas, duplicando o número de quartos de dormir. A partir de sete divisões os alojamentos começam a ser inversamente proporcionais (quanto mais divisões, menor é o número de alojamentos existentes no concelho). Área temática II: Habitação 27 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor No que diz respeito à forma de ocupação dos alojamentos (expressa no quadro 1.3 e 1.4), podem observar-se as diferenças que existem entre alojamentos ocupados e vagos e ainda as diferenças que marcam os alojamentos ocupados como residência habitual e os usados como residência secundária ou sazonal. Em primeiro lugar, existem no concelho, segundo os últimos dados relativos aos Censos, um total de 2927 alojamentos que servem de residência habitual. E, dos 5281 alojamentos existentes no concelho, 2354 são usados como segunda residência ou residência secundária/sazonal. Este valor pode explicar-se através do facto de muitos indivíduos possuírem mais de uma habitação e/ou essas habitações serem usadas como residências de férias. Sabe-se que há uma percentagem relevante da população concelhia que possui habitações noutros locais e que acumulam outra habitação no concelho de origem, ou seja, em Penamacor. A grande maioria dessas habitações foi construída antes dos seus residentes terem saído do concelho para outros locais. Penamacor, Aldeia do Bispo, Salvador, Pedrógão de São Pedro, Meimoa e Vale da Senhora da Póvoa são as freguesias do concelho onde a percentagem de uso dos alojamentos como residência habitual é superior à registada na média do concelho. A percentagem de uso dos alojamentos como residência secundária ou sazonal é mais expressiva em Penamacor e Aldeia do Bispo. O número de alojamentos vagos é mais saliente nas freguesias de Aldeia do Bispo, Águas e Penamacor (cerca de 20%). Quanto ao tipo de contrato relativos aos alojamentos arrendados, existe uma pequena percentagem (apenas 191 dos 5281 alojamentos estão em regime de arrendamento) e a maioria destes é arrendado através de contratos renováveis, sem prazos estabelecidos. Geralmente este tipo de alojamento é arrendado por uma família, que nele habita grande parte ou toda a sua vida. Apenas existem quatro subarrendamentos (arrendamento de parte do edifício/alojamento). O índice de lotação dos alojamentos pode revelar, de um modo geral, as condições de vida da população residente no concelho de Penamacor. O quadro seguinte sintetiza as informações relativas à lotação dos alojamentos concelhios. Total 2927 Quadro 1.5: Índice de lotação dos alojamentos, 2001. Índice de lotação Alojamentos Sub lotados Alojamentos Sobrelotados Nº de Divisões Excedentes Nº de Divisões em Falta Normal 3 3 2 1 1 2 divisões Divisões divisões divisão divisão divisões ou + ou + 689 666 809 544 168 40 11 Fonte: Recenseamento Geral da População e Habitação (Resultados Definitivos), INE: 2001. Área temática II: Habitação 28 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Há no concelho alojamentos sub lotados, o que significa que há excedente de divisões para os habitantes que nelas residem. O peso mais relevante recai na categoria correspondente a uma divisão. Dos 2927 alojamentos usados como residência habitual, apenas 544 possuem uma lotação normal, isto é, as divisões são proporcionais ao número de indivíduos que reside nesse mesmo alojamento. No que concerne aos alojamentos que estão sobrelotados, há que ter em conta que o seu peso é ainda notável (168 alojamentos estão em falta em uma divisão, em 40 alojamentos faltam duas divisões e em apenas 11 faltam três divisões). Estes 168 distribuem-se por todas as freguesias do concelho, sendo que Penamacor, Salvador e Aldeia do Bispo são as freguesias que apresentam maiores valores de sobrelotação dos alojamentos. Assim, conclui-se que no concelho há uma média de cinco divisões por cada alojamento existente, há uma média de apenas uma família clássica por habitação e há uma média de duas pessoas por cada alojamento. Isto evidencia, novamente, a estrutura demográfica da população concelhia: não há famílias muito numerosas e existem muitos idosos a viver apenas com o cônjuge ou sozinhos. Quadro 1.6: Edifícios de habitação familiar clássica e alojamentos familiares clássicos, 2001-2004. Edifícios de habitação familiar Alojamentos familiares clássicos clássica Zona geográfica 2001 2002 2003 2004 2001 2002 2003 2004 Beira Interior Sul 43.912 44.308 44.716 45.081 56.184 56.965 57.766 58.329 Castelo Branco 23.592 23.829 24.081 24.239 35.421 36.036 36.657 37.055 Idanha-a-Nova 11.207 11.287 11.388 11.495 11.441 11.532 11.650 11.760 Penamacor 5.762 5.781 5.817 5.834 5.883 5.902 5.938 5.974 Vila Velha de 3.351 3.407 3.430 3.513 3.439 3.495 3.521 3.540 Ródão Fonte: Recenseamento Geral da População e Habitação (Resultados Definitivos), INE: 2001. Os edifícios usados como habitação familiar clássica no concelho aumentam de 2001 a 2002. Deste último ano a 2003 há um aumento de 36 alojamentos e em 2004 houve novamente um crescimento (de 5817 para 5834 edifícios). Os alojamentos familiares clássicos aumentam gradualmente de 2001 a 2004. De 5883 para 5974, há um aumento de 91 alojamentos no espaço de quatro anos. Área temática II: Habitação 29 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Não há no concelho, efectivamente, muitos edifícios que possuam diversos alojamentos. O grande predomínio dos edifícios concentra-se nos edifícios principalmente residenciais com um alojamento. E é importante ter em mente que, regra geral, a cada edifício corresponde um alojamento, exceptuando o caso dos prédios, moradias, etc. A grande maioria dos edifícios que constituem o parque habitacional do concelho é composto por dois e um pisos e a única excepção é a freguesia de Penamacor, onde existe maior número de edifícios com quatro ou mais pisos. Quadro 1.7: Edifícios existentes, segundo o número de pisos por freguesia, 2001. com 1 com 2 com 3 com 4 com 5 ou + Total Freguesias piso pisos pisos pisos pisos edifícios Águas 281 83 16 0 0 380 Aldeia do Bispo 186 425 52 3 0 666 52 233 16 0 0 301 Aldeia de João Pires Aranhas 96 345 4 0 0 445 Bemposta 23 158 10 0 0 191 Benquerença 286 384 21 0 0 691 Meimão 101 236 10 0 0 347 Meimoa 70 250 44 2 0 366 Pedrógão S. Pedro 74 377 37 0 1 489 Penamacor 153 535 292 48 3 1031 Salvador 247 228 23 0 0 498 Vale Sr.ª. da Póvoa Concelho 106 241 3 0 0 350 1675 3495 528 53 4 5755 Fonte: XIV Recenseamento Geral da População e IV da Habitação, INE: 2001. Há ainda a referir uma outra tipologia de alojamentos, os não clássicos, que englobam as barracas, as casas de madeira, móveis, improvisados, etc., ou seja, as categorias resumidas no quadro seguinte: Quadro 2: Alojamentos familiares não clássicos, 2001. Alojamentos Familiares Alojamentos Famílias Pessoas Total Geral Alojamentos não clássicos Clássicos Total Alojamentos Famílias clássicas Pessoas residentes Pessoas presentes Casas Barracas rudimentares de madeira 0 2 5885 5876 5 2933 2928 5 0 6534 6534 9 6433 6307 9 Móveis Improvisados Outros 1 1 1 2 1 1 1 0 3 3 1 2 0 3 3 1 2 Fonte: Recenseamento Geral da População e Habitação (Resultados Definitivos), INE: 2001. Área temática II: Habitação 30 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor O peso dos alojamentos não clássicos no concelho é pouco expressiva, embora ainda existam e é certo que o cenário ideal seria a não existência de nenhuma das categorias de alojamentos não clássicos no concelho. Não existe registo de barracas no concelho, no entanto há ainda cinco famílias que vivem em condições precárias, sob o ponto de vista da habitabilidade. Destas cinco famílias, três são residentes em Penamacor, uma na freguesia de Águas e outra na freguesia de Salvador. Antes de prosseguir com a análise das infra-estruturas existentes nos alojamentos do concelho, será útil neste âmbito clarificar que existe, segundo os últimos Censos realizados pelo INE, um alojamento colectivo de apoio social que alberga 115 pessoas e há também um hotel que presta serviços a uma população flutuante. Assim, em forma de finalização das tipologias de alojamentos que se encontram no território concelhio, reúnem-se os dados seguintes, especificando as informações mais detalhadamente, a nível de cada freguesia. Quadro 3: Famílias clássicas e núcleos familiares, alojamentos clássicos, colectivos e outros edifícios, por freguesia, 2001. Famílias Alojamentos Freguesias Núcleos (Outros) Colectivos Edifícios Clássicas Clássicos familiares Águas 639 115 380 1 0 380 Aldeia do Bispo 147 238 671 0 0 666 Aldeia de João Pires 343 74 301 0 0 301 Aranhas 112 140 447 0 0 445 Bemposta 209 62 191 0 0 191 Benquerença 91 272 692 0 0 691 Meimão 315 111 347 0 0 347 Meimoa Pedrógão de S. Pedro Penamacor 159 149 368 0 0 366 193 203 493 0 0 489 263 491 1133 3 4 1031 282 192 503 1 0 498 180 100 350 0 0 350 2933 2147 5876 5 4 5755 Salvador Vale da Sr.ª. da Póvoa Concelho Fonte: Recenseamento Geral da População e Habitação (Resultados Definitivos), INE: 2001. Área temática II: Habitação 31 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Tal como se referiu no início da análise da área temática relacionada com a habitação, as condições de habitabilidade que uma população detém podem revelar muitos dos aspectos da sua qualidade de vida. Para que seja possível conhecer mais pormenorizadamente as referidas condições, será feita uma análise em termos das infra-estruturas básicas existentes nos alojamentos e edifícios do concelho. Quadro 4: Alojamentos familiares, segundo as instalações de electricidade e sanitárias, 2001. Instalações de Instalações Sanitárias (Retrete/Esgotos) Electricidade Com Retrete no Alojamento Concelho de Penamacor Retrete Sem Dispositivo de Fora do Descarga Com Sem Sem Alojamento Ligado Ligado a Electricidade Electricidade Ligado Ligados a Retrete mas no à Rede Sistema à Rede Sistema Outros Outros Edifício Pública Particular Pública Particular Casos Casos de de de de Esgotos Esgotos Esgotos Esgotos Alojamentos 2894 38 2367 274 8 50 11 16 54 152 Famílias 2895 38 2367 274 8 50 11 16 55 152 clássicas Pessoas 6480 63 5325 641 17 82 26 35 170 2 residentes C/ Dispositivo de Descarga Fonte: Recenseamento Geral da População e Habitação (Resultados Definitivos), INE: 2001. Quadro 4.1: Alojamentos familiares, segundo as infra-estruturas de água canalizada, 2001. Concelho de Penamacor Alojamentos Famílias clássicas Pessoas residentes Com Canalizada no Alojamento Proveniente da rede pública Com água Sem água canalizada no Instalação de banho canalizada alojamento ou edifício ou duche fora do alojamento Proveniente Proveniente Com Sem Proveniente mas no de do poço ou Outra instalação instalação de rede edifício forma de banho de banho fontanário furo particular ou bica Particular ou duche ou duche 2732 120 5 42 25 8 2617 315 2733 120 5 42 25 8 2618 315 6107 300 8 66 46 16 6023 520 Fonte: Recenseamento Geral da População e Habitação (Resultados Definitivos), INE: 2001. Área temática II: Habitação 32 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Quadro 4.2: Alojamentos familiares, segundo os equipamentos de aquecimento, 2001. Sistema de aquecimento disponível Aquecimento não central Concelho Aparelhos de Com Aparelhos Sem fixos (na Penamacor aquecimento móveis aquecimento Lareira parede, central (eléctricos, fogões, a gás, etc.) etc.) Alojamentos Famílias clássicas Pessoas residentes 50 2578 25 240 39 50 2579 25 240 39 137 5705 67 567 67 Fonte: Recenseamento Geral da População e Habitação (Resultados Definitivos), INE: 2001. Começando a análise das condições de habitabilidade em que vivem os munícipes pelas infra-estruturas relativas às instalações de electricidade, pode concluir-se que apenas 38 alojamentos não possuem electricidade, o que corresponde, por sua vez, a 38 famílias clássicas e a 63 residentes. Em relação às instalações sanitárias, sabe-se que 152 famílias clássicas e 152 alojamentos não possuem este tipo de infra-estruturas, mas apenas seis residentes habitam sem essas condições. Poderá, numa primeira impressão, parecer um dado contraditório. Mas esta situação explica-se pelo facto dos alojamentos sem instalações sanitárias não serem habitados. Ainda neste aspecto é notável o peso das instalações sanitárias com ligação à rede pública de esgotos, contrapondo-se às instalações do mesmo género que estão ligadas a sistema de esgotos de natureza particular. Existem também 54 alojamentos em que a retrete se situa numa zona fora do alojamento, mas na maioria dos casos esse espaço anexo é próximo do próprio alojamento. Há água canalizada proveniente da rede pública em 2732 alojamentos do concelho e 120 alojamentos recebem água de sistema/rede particular. Apenas 5 alojamentos possuem água canalizada fora do alojamento, embora a mesma exista no edifício de residência. Existem também e ainda 75 alojamentos sem água canalizada, embora o abastecimento seja feito através de um fontanário ou bica em 42 dos alojamentos, através de poço ou furo particular em 25 dos alojamentos e através de outra forma em 8 alojamentos concelhios. Em relação às casas de banho, com instalações de banho ou duche, há ainda no concelho 315 alojamentos e 315 famílias clássicas sem estas instalações, o que corresponde a 520 residentes. O sistema de aquecimento mais frequente nos alojamentos do concelho é a lareira. Embora exista registo de aparelhos de aquecimento como os fogões, aquecedores eléctricos, etc., estes são usados em menor proporção. Há ainda registo de 50 alojamentos com sistema de Área temática II: Habitação 33 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor aquecimento central do qual usufruem 137 habitantes e 39 alojamentos sem qualquer tipo de aquecimento, o que corresponde a 67 habitantes residentes. Quadro 4.3: Alojamentos familiares, segundo as infra-estruturas básicas, por freguesia, 2001. Alojamentos Com Sem Com Sem Com Sem familiares abastecimento abastecimento Electricidade Electricidade Esgotos Esgotos ocupados como de água de água Freguesias (%) (%) (%) (%) residência habitual (%) (%) Águas Aldeia do Bispo Aldeia de João Pires Aranhas Bemposta Benquerença Meimão Meimoa Pedrógão S. Pedro Penamacor Salvador Vale Sr.ª. da Póvoa Concelho 147 343 98,6 98,5 1,4 1,5 98,0 96,2 2,0 3,8 96,6 96,2 3,4 3,8 112 100,0 0,0 100,0 0,0 98,2 1,8 209 91 315 159 193 263 638 282 180 2932 99,0 100,0 99,7 95,0 99,0 99,6 99,4 97,2 97,2 98,7 1,0 0,0 0,3 5,0 1,0 0,4 0,6 2,8 2,8 1,3 98,1 100,0 99,0 91,2 98,4 97,3 98,4 95,4 97,2 97,4 1,9 0,0 1,0 8,8 1,6 2,7 1,6 4,6 2,8 2,6 96,2 95,6 90,5 87,4 96,4 94,7 97,8 91,8 93,3 94,8 3,8 4,4 9,5 12,6 3,6 5,3 2,2 8,2 6,7 5,2 Fonte: XIV Recenseamento Geral da População e IV da Habitação, INE: 2001. A cobertura de electricidade no concelho é muito próxima dos 100%. Apenas na freguesia de Meimão a cobertura é feita a 95.0%. Em 2001, Aldeia de João Pires tinha uma cobertura total em termos de electricidade. O mesmo acontece com o abastecimento de água, em que a cobertura é, em todas as freguesias, superior a 95%. Em Aldeia de João Pires e Bemposta o abastecimento de água cobre integralmente toda a freguesia. Estas são simultaneamente as freguesias mais pequenas do concelho. O Meimão e o Salvador são as duas freguesias do concelho onde a percentagem de não cobertura de água é mais expressiva, no contexto concelhio (com 8.8% e 4.6%, respectivamente). Para terminar a análise das infra-estruturas básicas existentes nos alojamentos do concelho, resta observar a cobertura de esgotos. Neste aspecto, não há nenhuma freguesia coberta a 100%, embora todas elas possuam cobertura superior a 87%. As freguesias mais favorecidas a este nível são: Águas, Penamacor e Aldeia de João Pires. A freguesia com menor cobertura de sistema de esgotos é o Meimão, seguida da freguesia de Benquerença, Salvador e Vale da Senhora da Póvoa. A evolução das condições básicas de habitabilidade tem sido francamente positiva ao longo das últimas três décadas. Área temática II: Habitação 34 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor É importante ter em conta que estes são dados relativos ao ano de 2002. Cremos que, actualmente, os valores apresentados sejam inferiores, ou seja, que a melhoria das condições básicas de saneamento, electricidade e água tenha progredido favoravelmente até ao presente momento. Quadro 5: Fogos concluídos em construções novas para habitação, segundo a tipologia e entidade promotora, na Beira Interior Sul, 2004. Entidade promotora Tipologia Total Pessoa Empresa Outras T4 ou Zona geográfica T0 ou T1 T2 T3 singular privada entidades mais Beira Interior Sul Castelo Branco Idanha-a-Nova Penamacor Vila Velha de Ródão 406 354 34 8 10 202 154 30 8 10 204 200 4 0 0 0 0 0 0 0 26 14 8 2 2 62 56 3 3 0 197 176 15 3 3 121 108 8 0 5 Fonte: Estatísticas da Habitação e Construção, INE: 2004. Quadro 5.1: Indicadores de construção e habitação na Beira Interior Sul, 2004. Licenciamento de construções novas para habitação familiar Superfície Pavimentos Fogos Divisões habitável por por por das edifício pavimento fogo divisões Zona geográfica N.º Beira Interior Sul Castelo Branco Idanha-aNova Penamacor Vila Velha de Ródão Reconstruções Reconstruções Conclusão de construções licenciadas concluídas novas para habitação familiar por 100 por 100 construções Superfície construções Pavimentos Fogos Divisões novas novas habitável por por por licenciadas concluídas das edifício pavimento fogo 2002-2004 2002-2004 divisões m2 N.º N.º m2 N.º 2,7 0,9 5,3 17,2 32,2 2,5 1,0 5,3 17,5 41,5 3,0 1,0 5,1 17,4 27,1 2,8 1,1 5,3 18,0 27,5 1,7 0,6 6,5 15,3 65,7 1,8 0,6 5,8 13,7 91,8 2,0 0,5 5,5 17,0 8,1 1,8 0,5 5,0 15,7 69,8 1,7 0,6 5,8 15,7 26,0 1,8 0,6 5,7 17,6 27,6 Fonte: Estatísticas da Habitação e Construção, INE: 2004. Comparando com os valores da Beira Interior Sul, Penamacor apresenta valores pouco significativos em termos de licenciamento de novos fogos em construções para habitação familiar e a sua iniciativa é maioritariamente de natureza particular, sendo os apartamentos de três assoalhadas os que são construídos em maior percentagem, o que é, por sua vez, comum a todos os concelhos da Beira Interior Sul. Em relação aos indicadores de construção e habitação, a média de pavimentos por edifício situa-se entre 1.7 e 3.0 nos concelhos referidos. A média de divisões por fogo é, em Penamacor, 5.5. O concelho de Idanha-a-Nova é, de entre os restantes, o que apresenta uma média superior (6.5). Área temática II: Habitação 35 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor A conclusão de construções novas para habitação familiar é relativamente baixa em todos os concelhos, embora o concelho de Castelo Branco de destaque com 2.5 pavimentos por edifício. O número de divisões por fogo é, no concelho de Penamacor, inferior à média observada na Beira Interior Sul. A superfície habitável das divisões centra-se entre os 13.7 e os 18.0, sendo o concelho de Idanha-a-Nova o que apresenta a média mais baixa. No que reporta às reconstruções concluídas por cada 100 construções novas concluídas entre 2002 e 2004, Penamacor apresenta um valor destacável, sendo que apenas o concelho de Idanha-a-Nova possui um valor superior. Isto está intrinsecamente relacionado com a tendência a que temos assistido no concelho de recuperação de antigas casas para residência habitual e/ou secundária por parte de indivíduos que regressam ao concelho, depois de terem vivido grande parte da sua vida noutros locais. O caso mais comum é o de indivíduos reformados que voltam “à terra” para construir ou reconstruir casa, geralmente obtida por herança. Gráfico 1: Licenças para construção emitidas pela Câmara Municipal de Penamacor, entre 1995 e 2005. Licenças para obras emitidas pela Câmara Municipal, entre 1995 e 2005. 170 150 130 110 79 90 70 50 51 32 41 42 34 19 30 46 44 27 16 10 -10 1 Á guas A ldeia do B ispo A ldeia de J.P ires A ranhas B empo sta B enquerença M eimão M eimo a P edro gão S. P edro P enamaco r Salvado r Vale Srª. da P ó vo a Fonte: Câmara Municipal e Projecto Rede Social, 2006. As licenças emitidas pelo município aumentam gradualmente entre 1995 e 1998, sofrendo até 2005 um ligeiro decréscimo, o que se verifica em todas as freguesias do concelho. Área temática II: Habitação 36 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Aldeia do Bispo, Benquerença e Penamacor são as freguesias com maior número de licenças emitidas e o Meimão e a Bemposta são as freguesias com menor número de licenças concedidas pela autarquia. Quadro 6: Licenças concedidas pelas câmaras municipais para construção por concelho, segundo o tipo de obra, 2004. Ampliações, Total Construções novas Alterações e Reconstruções Edifícios Edifícios Edifícios Fogos Zona para Para Para Para geográfica Total habitação Total habitação habitação Total habitação familiar familiar familiar familiar Castelo Branco Idanha-a-Nova Penamacor Vila Velha de Ródão 401 193 61 265 132 56 246 69 26 184 43 22 536 46 22 101 102 35 81 89 34 62 32 28 14 14 26 18 Fonte: Estatísticas da Habitação e Construção, INE: 2004. Mapa 1.2: Licenças emitidas para habitação, 2003. Fonte: Marketest, 2005. Área temática II: Habitação 37 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor O último quadro e gráfico clarificam o número de licenças emitidas pela Câmaras Municipais de cada concelho da Beira Interior Sul para construção e um dos aspectos a salientar é o facto de Penamacor apresentar valores menos expressivos que os restantes concelhos, embora o município de Vila Velha de Ródão possua valores inferiores ao registados em Penamacor. Verificam-se apenas mais duas licenças emitidas para reconstruções, ampliações e alterações do que licenças emitidas para construções novas, em Penamacor. Foram emitidas, em 2004, um total de 26 licenças para construção de edifícios, das quais 22 se destinam à construção de alojamentos para habitação familiar. Das 35 licenças emitidas pela autarquia para remodelações, alterações ou ampliações, 34 destinam-se a habitações familiares. Gráfico 1.1: Épocas de construção do parque habitacional do concelho de Penamacor. Época de construção do parque habitacional do concelho de Penamacor 20% 20% 16% 13% 15% 10% 13% 18% 13% 7% 5% 0% 1 Percentagem de construções antes de 1919 de 1919 a 1945 de 1946 a 1960 de 1971 a 1980 de 1981 a 1990 de 1991 a 2001 de 1961 a 1970 Fonte: XIV Recenseamento Geral da População e IV da Habitação, INE: 2001. A evolução do parque habitacional do concelho regista, ao longo do tempo, ritmos diferenciados: na década de 80 assiste-se a uma evolução crescente, verificada na maioria das freguesias e a tendência em decrescer é notável, no entanto, a partir da década de 90. De certo modo, a diminuição do parque habitacional acompanha a decréscimo populacional e o esvaziamento das freguesias. A evolução das construções no concelho é diferenciada se analisarmos cada freguesia por si só. Assim, antes de 1919 o maior número de construções é registado nas freguesias de Aldeia de João Pires e Meimão. De 1919 a 1945 são as freguesias de Aldeia de João Pires e Área temática II: Habitação 38 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Aranhas que se destacam. No período entre 1946 a 1960 o maior número de construções regista-se na Bemposta e em Penamacor. De 1961 a 1970 o Salvador e a Benquerença edificam o maior número de construções de edifícios. De 1971 a 1980 o destaque é evidenciado em Aldeia do Bispo e Meimoa e de 1981 a 1990 o maior número de construções é registado em Meimoa e no Vale da Senhora da Póvoa. Por último, na década 1991 a 2001 a Benquerença e a Meimoa são as freguesias que se destacam das outras em termos de construções habitacionais. A média de construção de edifícios por ano no concelho de Penamacor é de 118 edifícios, enquanto que na Beira Interior Sul a mesma média sobe aos 176 edifícios por ano. Pode concluir-se, desta forma, que o ritmo de evolução do parque habitacional se processa a um nível inferior quando comparado com os concelhos da Beira Interior Sul. Para finalizar retratam-se as carências habitacionais que pautam o concelho de Penamacor, segundo o Plano Director Municipal. Quadro 1.15: Carências habitacionais, por freguesia, 2001. Carências habitacionais Freguesias Nº % 8 Águas 5,3 Aldeia do Bispo 20 5,8 Aldeia de João Pires 18 16,1 Aranhas 14 6,7 4,2 Bemposta 4 Benquerença 15 4,8 Meimão 18 11,1 Meimoa 8 3,9 Pedrógão S. Pedro 19 7,2 Penamacor 35 5,5 Salvador 18 6,4 Vale Sr.ª. da Póvoa 14 7,6 Concelho 189 4,8 Fonte: Plural, 2003. Aldeia de João Pires, Meimão e Vale da Sr.ª. da Póvoa são as freguesias onde as carências em termos habitacionais são as mais elevadas. Só as freguesias de Benquerença, Bemposta e Meimoa apresentam valores inferiores à média concelhia, que se centra, tal como se pode constatar, nos 4.8%. Aproximadamente 5% (que correspondem a 189 alojamentos) do parque habitacional do concelho apresenta indicadores que traduzem a insuficiência e/ou deficiências habitacionais. Área temática II: Habitação 39 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Síntese de Conteúdos e Problemáticas Ô Desagregação e baixa densidade do tecido urbano no concelho; Ô Progressiva diminuição do número de alojamentos que compõem o parque habitacional do concelho, resultado directo do envelhecimento populacional e do abandono das habitações, Ô A maioria dos alojamentos são usados como residência habitual e são ocupados pelo proprietário; Ô Percentagem expressiva de alojamentos usados como residência secundária ou sazonal; Ô Cerca de 20% dos alojamentos do concelho estão vagos; Ô Necessidade de mais habitações a preços sociais; Ô Peso pouco expressivo dos alojamentos em regime de arrendamento; Ô Há mais alojamentos sub lotados no concelho do que alojamentos em situação de sobrelotação; Ô Há uma média de 5 divisões por cada alojamento e por cada alojamento vive normalmente uma família clássica, composta por uma média de dois residentes; Ô Predomínio dos edifícios principalmente residenciais com 1 ou 2 pisos; Ô Apenas 5 alojamentos familiares são alojamentos não clássicos; Ô Cobertura de infra-estruturas básicas (água, electricidade, rede de esgotos) francamente positiva (próxima dos 100%); Ô Baixo índice de licenciamento para construção e este é destinado às construções para habitação familiar; Ô Carências habitacionais situadas na ordem dos 5%; Ô A década de 80 foi a mais expressiva em termos de construção habitacional; Ô Degradação dos centros históricos dos aglomerados urbanos; Ô Recuperação/Construção deficiente do parque edificado. Área temática II: Habitação 40 Diagnóstico Social do Município de Penamacor III- Equipamentos e infra-estruturas colectivas: Os equipamentos e infra-estruturas colectivas existentes no concelho de Penamacor possuem um papel preponderante na definição do perfil social que caracteriza o concelho e revelam um conjunto de aspectos relacionados com as dinâmicas da sua população residente. Contudo, a análise deste tipo de equipamentos e infraestruturas tem que partir da avaliação das condições que oferecem à comunidade, da forma como se encontram distribuídos pelo território e da sua respectiva rentabilização, na medida em que estes desempenham um papel de dupla funcionalidade: garantem, a diferentes níveis, a satisfação das necessidades básicas da população e proporcionam, por outro lado, momentos e actividades de entretenimento e lazer. Assim, os equipamentos e infra-estruturas colectivas de natureza colectiva desempenham um papel determinante na medida em que funcionam como um elemento de promoção do bem-estar geral e da qualidade de vida dos munícipes. No entanto, os equipamentos que o concelho dispõe são direccionados para diferentes áreas, desempenhando consequentemente diversos papéis, quer ao nível social, quer mesmo ao nível económico. Para que a presente área temática seja tratada com a maior clareza e rigor possível, estes equipamentos e infra-estruturas colectivas serão abordadas mediante a sua área e função para que direccionam a sua intervenção. Os equipamentos e infra-estruturas colectivos existentes no concelho serão abordados através das seguintes áreas: A) Equipamentos e infra-estruturas de saúde; B) Equipamentos e infra-estruturas escolares; C) Equipamentos de apoio social; D) Equipamentos e infra-estruturas de desporto e lazer; E) Equipamentos e infra-estruturas de cultura e entretenimento. Área temática III: Equipamentos e infra-estruturas colectivas 41 Diagnóstico Social do Município de Penamacor Enquanto que os primeiros três tipos de equipamentos se direccionam para a satisfação das necessidades básicas da população (acesso à educação, acesso à prestação de cuidados de saúde, às prestações de cariz social, etc), os últimos dois tipos de equipamentos e infraestruturas acima referidos direccionam a sua acção para as actividades culturais, desportivas, de lazer e de entretenimento, não menos importantes que as anteriores. A) Os equipamentos e infra-estruturas de saúde existentes no concelho resumem-se ao centro de saúde de Penamacor, situado na vila de Penamacor, às extensões de saúde ou postos médicos localizados em todas as freguesias e às farmácias. Estes equipamentos podem considerar-se globalmente razoáveis face às necessidades evidenciadas pela população concelhia. Quer o centro de saúde, quer as extensões localizadas nas freguesias têm como objectivo a prestação de cuidados médicos primários e proporcionam a humanização dos serviços de saúde para a população residente, especialmente para a mais envelhecida. Os postos médicos reúnem o conjunto de serviços elementares, evitando deslocações à sede de concelho e garantindo o igual acesso a todos os munícipes. Quadro 1: Infra-estruturas de saúde por freguesia, 2006. Capacidade Tipo Estado de (utentes por de equipamento conservação dia) Freguesia Águas Extensão de saúde Razoável Aldeia do Bispo Extensão de saúde Em construção Número médio de utentes por dia 8 12 Aldeia de João Pires Extensão de saúde Bom 8 11 Aranhas Extensão de saúde Bom 8 9 8 13 Bemposta Extensão de saúde Razoável Benquerença Extensão de saúde Em construção Meimão Extensão de saúde Razoável 8 12 Meimoa Extensão de saúde Razoável 8 8 Pedrógão São Pedro Penamacor Extensão de saúde Centro de saúde Bom 8 15 Razoável 32 27 Salvador Extensão de saúde Bom 8 11 Vale da Sr.ª. Póvoa Extensão de saúde Bom 8 21 Fonte: Dados actualizados com base no Plano Director Municipal, 2006. O processo de reconstrução e remodelação da extensão de saúde na freguesia de Benquerença e Aldeia do Bispo encontra-se actualmente em fase de finalização, prevendose a sua abertura dentro de alguns meses. Área temática III: Equipamentos e infra-estruturas colectivas 42 Diagnóstico Social do Município de Penamacor A população de Aldeia do Bispo, enquanto decorrem as obras da sua extensão de saúde, desloca-se à extensão de saúde mais próxima (Aldeia de João Pires) a fim de receber tratamentos e consultas do seu médico de família. O actual posto médico de Benquerença situa-se no edifício da Junta de Freguesia, como acontece na grande maioria das freguesias do concelho. Embora os Bombeiros Voluntários de Penamacor possuam uma intervenção relevante na área da saúde, a análise dos mesmos será efectuada posteriormente, na área temática relativa à Segurança. B) Os equipamentos escolares no concelho são constituídos pelo conjunto de jardins de infância, escolas do 1º ciclo do ensino básico e pela escola (sede) situada em Penamacor, que reúne do 2º e 3º ciclo do ensino básico e o ensino secundário. O quadro seguinte clarifica por freguesias, os níveis de ensino ministrados, o número de salas, o número de alunos e ainda o estado de conservação das respectivas instalações. Quadro 1.2: Estabelecimentos e níveis de ensino ministrado, por freguesia, 2006. Freguesia Águas Aldeia do Bispo Aranhas Benquerença Meimão Meimoa Pedrógão S. Pedro Penamacor Salvador Estabelecimento de Ensino/ Nível de Ensino Nº salas ocupadas Jardim de infância 1 Estado de conservação Razoável EB1 de Águas 1 Razoável Jardim de infância 2 Bom EB1 de Aldeia do Bispo 2 Bom EB1 de Aranhas 1 Bom Jardim de infância 1 Bom EB1 de Benquerença 1 Bom Jardim de infância de Meimão 1 Razoável EB1 de Meimão 1 Razoável Jardim de infância 1 Razoável EB1 de Meimoa 1 Bom Razoável Jardim de infância 1 EB1 de Pedrógão S. Pedro 1 Bom Jardim de infância (rede oficial) 1 Razoável Jardim de infância (SCMP) 1 Bom EB1 de Penamacor 4 Razoável EB 2/3 Ribeiro Sanches 32 Bom Jardim de infância 1 Razoável EB1 de Salvador 2 Razoável 1 Razoável 1 Razoável Vale Sr.ª. da Póvoa Jardim de infância EB1 de Vale da Sr.ª. Póvoa Fonte: Câmara Municipal de Penamacor e Agrupamento de Escolas Ribeiro Sanches, 2006. Área temática III: Equipamentos e infra-estruturas colectivas 43 Diagnóstico Social do Município de Penamacor Tal como foi referido na primeira área temática deste Diagnóstico, o concelho de Penamacor apresenta baixas taxas de natalidade e um envelhecimento populacional que se tem vindo a acentuar ao longo das últimas décadas. Estas alterações na estrutura demográfica provocam alterações diversas e são, entre outros motivos, responsáveis pelas mudanças ocorridas ao nível da lotação dos equipamentos escolares. O ensino pré-primário é ministrado em dez jardins de infância no concelho, nove dos quais pertencem à rede oficial e apenas um ( o jardim de infância N. Sr.ª das Dores) é gerido por uma Instituição Particular de Solidariedade Social, a Santa Casa da Misericórdia de Penamacor. As freguesias de Aldeia de João Pires, Aranhas, Bemposta não possuem jardim de infância, sendo servidas por outras freguesias, geralmente as freguesias que estão mais próximas. O estado de conservação das instalações dos jardins de infância é, de uma forma global, razoável, embora alguns necessitem de pequenas intervenções. Já no que diz respeito ao conjunto de escolas no 1º ciclo do ensino básico, estas distribuemse por dez das doze freguesias do concelho. Apenas as crianças da freguesia de Aldeia de João Pires e Bemposta não possuem escola primária na sua freguesia de residência. As escolas do 1º ciclo do ensino básico possuem, no ano lectivo que decorre, um total de 181 crianças com idades compreendidas entre os seis e os nove anos de idade. Globalmente, as instalações das escolas do 1º ciclo podem considerar-se satisfatórias. Embora a maioria os edifícios não possuam instalações novas, muitas foram alvo de remodelações e melhoramentos, nos últimos três anos. O número de salas de aulas existentes é suficiente para as crianças que frequentam a escola e todas as salas possuem menos de 20 alunos, o número aconselhado por lei. Ao abrigo do Programa “Internet na Escola”, uma parceria formada entre o Ministério da Ciência e Tecnologia, as Autarquias e a Fundação para a Computação Nacional, todas as escolas do 1º ciclo do ensino básico do concelho foram equipadas com material informático (computadores com acesso à Internet e impressoras) para que as crianças pudessem beneficiar de uma aprendizagem mais completa, direccionada para a área das novas tecnologias. Todas as escolas possuem este tipo de equipamentos, que têm vindo a ser aumentados (conforme o número de alunos) através de projectos diversos. Por exemplo, a escola EB1 de Penamacor conta actualmente com quatro computadores com acesso directo à Internet. Área temática III: Equipamentos e infra-estruturas colectivas 44 Diagnóstico Social do Município de Penamacor Do Agrupamento de Escolas Ribeiro Sanches, que reúne os jardins de infância, o 1º, 2º, 3º ciclos e o ensino secundário do concelho é também parte integrante a Escola Básica 2/3 e Secundário Ribeiro Sanches que no presente ano lectivo possui um total de 340 alunos: no 2º ciclo conta com 86 alunos, no 3º ciclo com 138 e no secundário 116 alunos. Esta escola foi inaugurada no ano lectivo 1999/2000 e as suas instalações e equipamentos consideram-se muito satisfatórios. C) Os equipamentos de apoio social no concelho estão direccionados para dois tipos distintos de população alvo: os idosos (1) e as crianças e jovens (2). No caso da população mais envelhecida os serviços direccionam-se essencialmente à prestação de cuidados de higiene, saúde, alimentação, realização de tarefas domésticas e promoção de actividades de lazer por parte dos lares e das valências de centro de dia e apoio domiciliário No caso das crianças e jovens os serviços são vocacionados para o seu acompanhamento e desenvolvimento sócio-afectivo e para a sua preparação escolar e encaminhamento na vida activa. Estes serviços são prestados no concelho, pelas creches, atl’s e por um Instituto Social que acolhe crianças e jovens com carências e dificuldades diversas, nomeadamente a nível familiar e económico. 1) Num concelho onde o envelhecimento demográfico tem sido uma realidade que apresenta tendências crescentes é natural que surjam preocupações de diversas naturezas, nomeadamente ao nível dos equipamentos e infra-estruturas disponíveis. Grande parte da população idosa não possui filhos ou familiares que se possam ocupar do seu acompanhamento integral, pelo que o recurso aos lares e centros de dia constitui uma alternativa viável e usual. O concelho conta, em termos dos equipamentos em análise, com um lar residencial e com doze centros de dia. Dos doze centros de dia do concelho, dois são da propriedade da Santa Casa da Misericórdia de Penamacor (o centro de dia da Santa Casa da Misericórdia de Penamacor e o centro de dia Dr. Júlio Moutinho, no Salvador) e cinco são valências do lar residencial D. Bárbara Tavares Silva e os restantes possuem estatutos independentes. Área temática III: Equipamentos e infra-estruturas colectivas 45 Diagnóstico Social do Município de Penamacor Quadro 2: Instituições de apoio de idosos por valência e freguesia, 2006. Lar Centro Nome da Apoio Freguesia de de Instituição Domiciliário idosos Dia Águas Centro de Dia de São Marcos X X Aldeia do Bispo Centro de Dia de São Bartolomeu X X Aldeia de Centro Social Paroquial de Aldeia João X X João Pires Pires Aranhas Liga dos Amigos das Aranhas X X Bemposta Centro de Dia de Nossa Sr.ª da Silva X X Centro Paroquial de Nossa Sr.ª da Benquerença X X Quebrada Meimão Centro de Dia José Cordeiro X X Meimoa Centro de Dia de São Domingos X X Pedrógão S. Centro de Dia de Pedrógão de S. Pedro X X Pedro Lar D. Bárbara Tavares da Silva X X Lar D. Bárbara Tavares da Silva Penamacor X (Quinta de N. Sr.ª do Incenso) Santa Casa da Misericórdia de X X Penamacor Salvador Centro de Dia Dr. Júlio Moutinho (SCMP) X X Vale da Sr.ª. da Centro de Dia do Vale da Sr.ª da Póvoa X X Póvoa Fonte: Centro Distrital de Segurança Social de Castelo Branco- Serviço Local de Penamacor, 2006. O concelho é coberto a 100% em termos de equipamentos e serviços de apoio à 3ª idade, existindo em todas as freguesias um centro de dia com as valências de centro de dia e apoio domiciliário. Como já foi enumerado várias vezes, o progressivo envelhecimento populacional do concelho tem motivado um esforço crescente por parte de várias entidades, no sentido de alargar e melhorar os serviços direccionados para esta população. Embora a capacidade do lar residencial D. Bárbara Tavares da Silva esteja completa e este possua uma lista de espera muito extensa, o mesmo não se verifica nos centros de dia distribuídos pelas freguesias. Antes de terminar é importante clarificar que os equipamentos direccionados para o apoio social do concelho serão tratados com maior pormenor na área temática relativa à acção social (área temática V). 2) Os equipamentos e serviços existentes no concelho ao nível do apoio prestado às crianças e jovens resumem-se a uma creche, um ATL e um Instituto Social que alberga crianças e jovens. Tal como a população idosa, as crianças e jovens são uma população Área temática III: Equipamentos e infra-estruturas colectivas 46 Diagnóstico Social do Município de Penamacor específica, na medida em que depende do apoio de terceiros, o que implica que os equipamentos e a prestação de serviços de apoio assumam uma importância de destaque. A Santa Casa da Misericórdia de Penamacor, além das valências de centro de dia, apoio domiciliário, centro de convívio 2 e jardim de infância, possui também a única vertente de apoio à infância (Creche N. Sr.ª. das Dores) no concelho. Esta Instituição conta também com um espaço de realização de Actividades de Tempos Livres (ATL), que tem dois objectivos centrais: o primeiro consiste na realização de actividades recreativas e lúdicas que promovam o desenvolvimento social da criança e o segundo centra-se no acompanhamento do percurso escolar, onde as crianças são ajudadas pelos auxiliares na realização dos trabalhos escolares, motivando dessa forma o seu interesse e estimulando a sua capacidade intelectual. Actualmente, a creche tem 25 crianças com idades compreendidas entre os três meses e os dois anos de idade, conta com quatro salas nas suas instalações e tem capacidade para albergar 20 crianças. O ATL possui 33 crianças, número que excede a capacidade do serviço (o ATL tem lotação para 30 crianças), sendo formado por uma sala de estudo, uma sala de actividades diversas e ainda um refeitório (que serve também a valência de centro de dia desta Instituição). Ambas as valências excedem a sua capacidade, o que poderá introduzir a questão da necessidade de aumento deste tipo de equipamentos, infra-estruturas e serviços. As instalações destas duas valências encontram-se em bom estado de conservação, são bastante satisfatórias e respondem às necessidades evidenciadas neste domínio. O Instituto Social Cristão Pina Ferraz, em Penamacor, direcciona os seus serviços para o acompanhamento e desenvolvimento social e afectivo das crianças e jovens, para a sua preparação escolar e para o seu encaminhamento na vida activa e tem a seu cargo 25 crianças/jovens. O edifício onde funciona esta Instituição conta já com anos de construção, mas encontra-se em bom estado de conservação e as suas condições são globalmente satisfatórias. O quadro que a seguir se apresenta resume os apoios existentes no concelho vocacionados para as crianças e jovens. 2 Esta Instituição possui a valência de centro de convívio, embora segundo os dados apurados, a frequência dos idosos a esta valência, tem tido no último ano, uma adesão muito diminuta. Área temática III: Equipamentos e infra-estruturas colectivas 47 Diagnóstico Social do Município de Penamacor Como se pode constatar, todos os serviços existentes se concentram na sede de concelho, Penamacor: Quadro 2.1: Instituições de apoio a crianças e jovens, por valência e freguesia, 2006. Valências Freguesia Instituição Lar com Creche ATL Internato Santa casa da Misericórdia de Penamacor X X Penamacor Instituto Social Cristão Pina Ferraz X Fonte: Centro Distrital de Segurança Social de Castelo Branco- Serviço Local de Penamacor, 2006. D) Os equipamentos de desporto e lazer no concelho proporcionam à população residente um conjunto de benefícios diversos: para além de permitirem a realização de actividades diversificadas, indispensáveis à manutenção de um estado de saúde equilibrado e qualidade de vida, servem também como espaços de entretenimento que proporcionam o convívio e motivam os relacionamentos interpessoais. Para além da sua função desportiva, estes espaços e actividades neles desenvolvidos, possuem simultaneamente uma função social. Não obstante, a análise dos espaços e infra-estruturas de desporto/lazer tem que centrar-se também nas condições que possuem (em termos de espaço físico) e na optimização que as actividades desenvolvidas nos mesmos apresentam e ainda na sua distribuição, em termos geográficos. A tipologia dos equipamentos em análise engloba duas áreas complementares: desporto e lazer, na medida em que o seu estudo é mais completo e adequado se for feito conjuntamente. Ambas se fundem e estão, de uma maneira geral, relacionadas entre si. A área recomendada 3 em termos de equipamentos de base situa-se nos 95% para ar livre (em terrenos de jogos e de atletismo), 2 a 2.5% para salas de desporto e 1.5% para superfícies de plano de água (piscinas cobertas e ar livre). As instalações em análise dividem-se em seis tipologias: 1) Grandes jogos: instalações desportivas descobertas para a prática de futebol, hóqueem-campo e râguebi; 3 Recomendações do Conselho da Europa e do Conselho Internacional para a Educação Física e o Desporto (UNESCO) in Plano Director Municipal de Penamacor (2003), página 182. Área temática III: Equipamentos e infra-estruturas colectivas 48 Diagnóstico Social do Município de Penamacor 2) Pequenos jogos: instalações desportivas descobertas para a prática de andebol, badminton, boxe, esgrima, ténis, ginástica, voleibol, lutas amadoras, etc; 3) Salas de desporto: instalações desportivas cobertas para a prática de andebol, badminton, boxe, esgrima, ténis, ginástica, voleibol, lutas amadoras, etc; 4) Pistas de atletismo: instalações desportivas descobertas para a prática de atletismo; 5) Piscinas: instalações desportivas rectangulares ou com outro tipo de configuração que se destinam à prática de natação, podendo ser cobertas ou descobertas; 6) Especiais: outro tipo de instalações não englobadas nas tipologias anteriores. Exemplos: parque de campismo, circuito de manutenção, carreira de tiro, kartódromo, hipódromo, etc. O concelho possui instalações desportivas em cada tipologia descrita e o quadro seguinte reproduz os vários aspectos a considerar em relação às instalações em análise em cada freguesia do concelho. Antes de proceder à análise das condições gerais das instalações desportivas existentes, é preciso referir que alguns campos do quadro apresentam cores, que têm como objectivo fazer distinções dos restantes campos. Assim, os campos coloridos a amarelo claro são o conjunto de instalações que fazem parte do Complexo Desportivo da Meimoa. Os campos a azul referem-se às instalações que constituem o Complexo Desportivo de Pedrógão de São Pedro. As células do quadro em análise coloridas a rosa claro dizem respeito ao Complexo Desportivo de Penamacor, situado próximo da mata municipal. Os campos em tom de cinzento referem-se ao conjunto de instalações desportivas existentes no Complexo Desportivo da Escola EB 2/3 Ribeiro Sanches, em Penamacor. E por último, o campo a laranja diz respeito ao Polidesportivo junto à escola primária, em Penamacor. Veja-se, em pormenor, o seguinte quadro: Área temática III: Equipamentos e infra-estruturas colectivas 49 Diagnóstico Social do Município de Penamacor Quadro 3: Instalações desportivas, por tipologia 1, 2 e 3, condições gerais e freguesia, 2006. Freguesia Tipologia Área Piso Estado Actividades de Iluminação Balneários Desportivas Conservação Águas PJ: Polidesportivo 701,10 m2 Betão Razoável Não Sim Aldeia do Bispo PJ: Polidesportivo 820 m2 Betão Poroso Razoável Sim Sim GJ: Campo de futebol 4050 m2 Terra batida Mau Não Não Futebol/Ténis Andebol Futebol Andebol Futebol Futebol Ténis Aldeia de João Pires PJ: Polidesportivo 642,14 m2 Betão Razoável Não Sim Aranhas PJ: Polidesportivo 720 m2 Betão Razoável Sim Sim Bemposta PJ: Polidesportivo 491,59 m2 Betão Poroso Bom Sim Não Benquerença PJ: Polidesportivo 684 m2 Betão Razoável Sim Sim GJ: Campo de futebol 5225 m2 Terra batida Mau Não Sim PJ: Polidesportivo 581,4 m2 Betão Bom Sim Não GJ: Campo de futebol 5500 m2 Terra batida Mau Não Sim Futebol Betão Mau Sim Sim Futebol Terra batida Mau Sim Sim Betão Poroso Razoável Sim Não Futebol Futebol Ténis Meimão Polidesportivo Meimoa Campo futebol 11 PJ: Polidesportivo Pedrógão S. Pedro Polidesportivo Campo futebol 11 7014 m2 578 m2 5998 m2 Pavilhão Pavilhão Penamacor Ginásio 2027,06 m2 Polidesportivo Salvador Vale da Sr.ª. da Póvoa Futebol Basquetebol Futebol/Ténis Voleibol Andebol Betão Bom Sim Sim Futebol Terra batida Bom Sim Sim Sintético Bom Sim Sim Azulejo Razoável Sim Sim Sintético Bom Sim Sim Sintético Bom Sim Sim Betão Poroso Bom Não Sim Futebol Basquetebol Futebol Voleibol Andebol Desportos de combate Basquetebol Voleibol Várias actividades Futebol Basquetebol Atletismo Futebol Basquetebol 900 m2 Sala de desporto Futebol Futebol Ténis Futebol Andebol Polidesportivo 356,45 m2 Sintético Mau Não Não Campo de ténis 521,52 m2 Betão Poroso Bom Sim Sim Ténis Estádio municipal 8085 m2 Terra batida Bom Sim Sim PJ: Polidesportivo 820 m2 Betão Poroso Razoável Não Não Futebol Futebol Ténis Andebol 740 m2 Betão Bom Não Não PJ: Polidesportivo Futebol Fonte: Câmara Municipal de Penamacor, 2006. Tal como se pode constatar através do quadro 3 o concelho possui, em termos de instalações para a realização de grandes jogos, pequenos jogos e salas de desporto, uma cobertura bastante razoável, existindo pelos menos uma infra-estrutura de desporto em cada freguesia do concelho. Área temática III: Equipamentos e infra-estruturas colectivas 50 Diagnóstico Social do Município de Penamacor Mediante a classificação do estado geral de conservação das instalações conclui-se que 6 estão em “mau” estado, 8 apresentam instalações em “razoável” estado de conservação e 11 possuem instalações em “bom estado”. Das 25 instalações resumidas no quadro anterior, 9 não possuem iluminação e as restantes 16 contam com esta condição. Em termos de equipamento balneário, 18 têm balneário nas instalações ou na zona envolvente e as restantes 7 não possuem este tipo de infra-estrutura. Em relação à propriedade e gestão das instalações enumeradas, de uma forma geral, todas pertencem às Juntas de Freguesia das respectivas freguesias e no caso das instalações da vila de Penamacor, todas pertencem à Câmara Municipal de Penamacor, com excepção para o complexo desportivo da Escola EB 2/3 Ribeiro Sanches cuja propriedade é do Ministério da Educação e a gestão está a cargo da escola referida. As outras excepções verificadas são na freguesia da Benquerença (o campo de futebol é propriedade e da responsabilidade da Associação Desportiva da Benquerença) e na freguesia do Pedrógão, cujo campo de futebol é propriedade da Junta de Freguesia, mas a gestão é da responsabilidade da Associação Desportiva, Cultural e Recreativa de Pedrógão de São Pedro. As actividades que podem ser praticadas nestas infra-estruturas podem ser variadas, desde o futebol, ao andebol, ao voleibol, ao ténis, etc. De seguida enumeram-se as instalações desportivas relativas à tipologia 5 (piscinas): Quadro 3.1: Instalações desportivas por tipologia 5, condições gerais e freguesia, 2006. Estado Freguesia Tipologia Área Piso De Iluminação Balneários conservação Pastilha de Piscinas municipais Bom Sim Sim 513 m2 cerâmica descobertas Penamacor Piscinas municipais Pastilha de Bom Sim Sim cobertas 160 m2 cerâmica (aquecidas) Piscinas do Pastilha de Bom Sim Sim Aranhas parque de 280 m2 cerâmica campismo do freixial Fonte: Câmara Municipal de Penamacor, 2006. Existem no concelho três piscinas de natureza diferenciada: uma piscina coberta, uma piscina descoberta e uma piscina inserida no espaço do parque de campismo. Todas as instalações encontram-se em “bom” estado de conservação, sendo que as piscinas cobertas abriram ao público muito recentemente (Maio de 2005). Área temática III: Equipamentos e infra-estruturas colectivas 51 Diagnóstico Social do Município de Penamacor Para além de se destinarem ao lazer da população nelas são também praticadas actividades aquáticas diversas (hidroginástica, natação, etc). Todas as instalações referidas são propriedade da Câmara Municipal, sendo a sua respectiva gestão e manutenção da responsabilidade da mesma entidade. Na tipologia 6 (instalações especiais) o município conta com um Parque de Desportos Motorizados (o recinto do parque tem 6.6 hectares e a pista de circuito possui 1.618 m2, onde são praticados desportos de moto 4, autocross e kartcross), com um circuito de manutenção na área geográfica da freguesia de Penamacor e ainda com uma carreira de tiro, onde habitualmente são realizados exercícios e actividades diversas por parte da Força Aérea Portuguesa. Quadro 3.2: Área desportiva útil por habitante, por freguesia, 2006. Área Desportiva Nº de Área desportiva Nº Habitantes Freguesia útil/habitante (m2) instalações útil (m2) (2001) Águas 1 701 330 2,12 Aldeia do Bispo 2 4874 748 6,52 Aldeia de João Pires 1 642 221 2,91 Aranhas 1 720 440 1,64 Bemposta 1 492 184 2,67 Benquerença 2 5909 695 8,50 Meimão 2 6081 347 17,53 Meimoa 3 7592 456 16,65 Pedrógão S. Pedro 2 5998 580 10,34 Penamacor 13 12843 1735 7,40 Salvador 1 820 589 1,39 Vale Sr.ª. da Póvoa Concelho de Penamacor Média nacional Índice europeu de referência 1 740 333 2,22 30 47412 6658 7,12 2,37 4,00 Fonte: Câmara Municipal de Penamacor, 2006. A freguesia de Penamacor é a que apresenta o maior número de instalações desportivas e é onde simultaneamente se regista a maior diversidade das tipologias de equipamentos de desporto classificadas anteriormente. As freguesias de Penamacor, Meimoa e Meimão apresentam os valores mais elevados em termos de área útil desportiva, contrapondo com as freguesias de Aldeia de João Pires e Bemposta que apresentam os valores mais baixos e são também as freguesias com menor número de residentes no concelho de Penamacor. Área temática III: Equipamentos e infra-estruturas colectivas 52 Diagnóstico Social do Município de Penamacor As últimas freguesias citadas conjuntamente com o Salvador, Aranhas e Vale da Senhora da Póvoa apresentam, apresentam valores de área útil desportiva por habitante inferiores ao índice europeu, usado como referência. Em contrapartida, as freguesias de Pedrógão de São Pedro, Meimoa e Meimão são as freguesias com maior área útil desportiva por habitante, valores que se situam muito acima do índice de referência que se situa nos 4.00 m2. Antes de terminar esta área temática, convém mencionar que, embora não esteja inserido em nenhuma das tipologias anteriores, há um registo de 14 parques infantis no concelho (um em cada freguesia e três em Penamacor), que em algumas freguesias se situam na zona envolvente às escolas do 1º ciclo. A questão poderá colocar-se ainda sobre o ponto de vista da rentabilização destes espaços. Muitos destes espaços desportivos são fracamente usufruídos pela população, o que acontece com maior incidência nas freguesias menos povoadas. A tipologia dos grandes jogos (campos de futebol), exceptuando o caso de Penamacor, é a que apresenta menor rentabilização nas freguesias, o que se pode comprovar pelo mau estado dos respectivos pavimentos (ver quadro 3). Em termos de condições, pode concluir-se que globalmente estes equipamentos estão bem dotados, sendo que a maioria deles possuem balneários e iluminação. Não obstante, algumas freguesias, como é o caso de Penamacor, Pedrógão, Aldeia do Bispo, Benquerença, possuem associações que promovem e desenvolvem actividades desportivas diversas e que se realizam nestes espaços, promovendo a optimização destes recursos. E) Os equipamentos e infra-estruturas de cultura e entretenimento existentes no concelho de Penamacor encontram-se sintetizados que a seguir se apresenta: Quadro 3.1: Equipamentos culturais e recreativos do concelho, por tipologia, 2006. Tipologia dos Número de equipamentos equipamentos Biblioteca 1 Museu 2+1 Centro de cultura e animação comunitária 1 Sala de espectáculos 1 Salão de festas 1 Rádio local 1 Posto de turismo 1 Espaço Internet 1 Associações (culturais, recreativas e desportivas) 27 Fonte: Câmara Municipal de Penamacor, 2006. Área temática III: Equipamentos e infra-estruturas colectivas 53 Diagnóstico Social do Município de Penamacor O número e tipo de instalações de cultura, as actividades que promovem e a frequência nos espaços onde funcionam revelam, de alguma forma, as dinâmicas populacionais de um espaço territorial, ou melhor, de um concelho. Penamacor, no domínio dos equipamentos culturais e/ou recreativos conta com os espaços resumidos no quadro anterior que têm, por sua vez, funções diferenciadas. A área da cultura abrange o domínio do entretenimento, daí que sejam consideradas e analisadas conjuntamente. Não só os equipamentos e infra-estruturas se interligam, como as actividades realizadas nos espaços em análise possuem uma vertente cultural, e são consideradas como actividades vocacionadas para o entretenimento da comunidade. A Biblioteca Municipal abriu recentemente ao público (Julho de 2005) em instalações remodeladas e dotadas de equipamentos diversos, de entre os quais se salienta o equipamento informático. A mesma conta com salas diversas: salas de leituras, salas de exposições, sala multimédia, sala infantil, etc. A biblioteca municipal realiza várias iniciativas, de entre as quais se destaca a “hora do conto”, destinada a crianças. Ainda dentro do espaço envolvente da Biblioteca Municipal funciona o Espaço Internet, um local onde estão disponíveis vários computadores, para utilizações diversas, mas especialmente para o acesso livre e gratuito de Internet. Existem dois museus, no concelho, um na freguesia de Meimoa (Museu Dr. Mário Bento) e outro na vila de Penamacor (Museu Municipal). Existe também um outro espaço da mesma natureza: O Núcleo Museológico de Aldeia de João Pires. Este espaço possui três salas distintas: uma sala de arte sacra (com imagens, paramentos, etc.), uma sala etnográfica (com trajes, objectos diversos) e uma outra sala onde se podem encontrar várias peças de arqueologia. O Centro de Cultura e Animação Comunitária funciona como um espaço para a realização de pequenos colóquios , exposições e actividades de animação diversa. No entanto e perante a necessidade um espaço adequado à realização de eventos como colóquios, seminários, exposições, reuniões e espectáculos, a Autarquia está a ultimar as remodelações num edifício já existente para o efeito (o Centro de Congressos Ribeiro Sanches). Área temática III: Equipamentos e infra-estruturas colectivas 54 Diagnóstico Social do Município de Penamacor Os salões de exposições e festas destinam-se essencialmente à realização de actividades culturais diversas servindo simultaneamente como espaço de entretenimento através de realização de concertos musicais, exposições, bailes, etc. Existem apenas estes espaços na vila de Penamacor e são dotados de equipamentos satisfatórios que permitem realizar as actividades referidas. A rádio local (Rádio Voz da Raia- 87.7 FM) é também um equipamento de natureza cultural, o único do género no concelho. Para além de fazer a cobertura dos acontecimentos e notícias no território concelhio, realiza ainda programas temáticos em todas as freguesias e em locais específicos, como são os locais de património histórico assinalados, no concelho, com o objectivo de fomentar e revitalizar os aspectos culturais e divulgar os mesmos. A rádio local funciona nas instalações da Santa Casa da Misericórdia, em Penamacor, desde 1998. O posto de turismo, recentemente aberto ao público em novas instalações (Março de 2006) na zona histórica da vila, a comummente denominada “zona do castelo” ou “cimo de vila”, funciona como um espaço de informação aos turistas e visitantes que através do visionamento de DVD’s sobre o concelho, mapas, folhetos, manuais e/ou visitas guiadas por um operador turístico, podem conhecer e descobrir o concelho. Este espaço dispõe ainda de um conjunto de produtos típicos (queijo, azeite, mel, etc) e artesanato para venda. Funcionou durante alguns anos um Posto de Informação Jovem, um espaço aberto a toda a população e que dispunha de informações úteis para a população mais jovem. Perante o seu encerramento, não há no concelho numa espaço do mesmo género que tenha a capacidade de prestar o tipo de serviço mencionado. Foi recentemente criada uma rede de leitura pública que tem como objectivo central a criação de uma pequena biblioteca em cada freguesia (por norma no edifício da Junta de Freguesia ou na sede de uma associação) onde são realizadas sessões de leitura, dinamizadas por grupos específicos, para a população do concelho. A ideia subjacente a esta iniciativa é motivar e criar hábitos de leitura, quer na população mais jovem, quer mesmo na população mais idosa. As associações existentes no concelho são essencialmente vocacionadas para a cultura, o desporto, recreio e associativismo, embora algumas destas associações se pautem por uma fraca promoção de iniciativas nas freguesias. A maioria das associações existente está devidamente legalizada, funcionando com estatutos próprios.As instalações onde se situa a sede deste tipo de associações tem finalidades diversas (realização de festas, bailes, concertos, etc). Área temática III: Equipamentos e infra-estruturas colectivas 55 Diagnóstico Social do Município de Penamacor Síntese de Conteúdos e Problemáticas Ô Os equipamentos colectivos no concelho têm uma importância destacável e assumem funções diferenciadas, mediante a sua área de intervenção; Ô Existem equipamentos de saúde em todas as freguesias e o seu estado de conservação é razoável; Ô Os equipamentos escolares são proporcionais ao número de alunos do concelho, há equipamento informático em todas as infra-estruturas escolares e o estado de conservação é satisfatório; Ô A redução do número de alunos (consequência directa da diminuição das taxas de natalidade do concelho) levou ao encerramento do jardim de infância de Aranhas; Ô Os equipamentos de apoio social direccionados para as crianças são reduzidos (apenas uma creche e um espaço de ATL cuja lotação se situa acima do recomendado); Ô Necessidade de criação/alargamento de espaços para a Ocupação de Tempos Livres das crianças/jovens no concelho; Ô Inexistência de um espaço vocacionado para o atendimento/ esclarecimento aos jovens; Ô Os equipamentos direccionados para a terceira idade distribuem-se equitativamente pelas freguesias (em termos de centros de dia); Ô A capacidade de resposta em termos de Lares é insuficiente face ao progressivo envelhecimento populacional (o único lar existente está lotado e possui uma lista de espera muito longa); Ô Os equipamentos desportivos são diversificados, apresentam uma distribuição equitativa no concelho, e o seu estado de conservação é globalmente razoável, embora alguns destes espaços estejam sub-aproveitados; Ô Embora se verifique no concelho uma preocupação em proporcionar actividades desportivas diversificadas, há uma reduzida motivação/adesão às mesmas por parte da população residente. Ô Face à inexistência de um espaço para a realização de conferências, colóquios, espectáculos, a Autarquia está a efectuar a remodelação de um espaço já existente para o efeito; Área temática III: Equipamentos e infra-estruturas colectivas 56 Diagnóstico Social do Município de Penamacor Ô Embora não exista um défice de equipamentos culturais, verifica-se no concelho, uma fraca adesão/participação das populações às actividades realizadas neste âmbito; Ô Criação recente de uma rede de leitura pública (em cada freguesia). Área temática III: Equipamentos e infra-estruturas colectivas 57 Diagnóstico Social do Município de Penamacor IV- Saúde: O acesso aos cuidados de saúde tem sido amplamente discutido nas sociedades modernas e a questão central reside essencialmente na promoção de medidas que humanizem os serviços e que garantam o igual acesso a todos os cidadãos, independentemente da sua condição social ou física, idade, raça, etnia, etc. E, diagnosticar a situação de saúde de um concelho, região ou país é também avaliar as condições em que vivem os seus habitantes. A quarta área temática deste Diagnóstico procura clarificar o conjunto de aspectos que caracterizam a saúde no concelho. Esta análise será elaborada mediante a caracterização das infra-estruturas, equipamentos e serviços de saúde prestados à comunidade, recursos humanos existentes na área e ainda questões relacionadas com as problemáticas mais salientes no contexto. Em termos de equipamentos públicos, o sistema de saúde no concelho é constituído pelo Centro de Saúde de Penamacor e por onze extensões de saúde nas freguesias. Apenas a vila de Penamacor não possui uma extensão de saúde, na medida em que os seus utentes são acompanhados directamente no centro de saúde. O centro de saúde tem um serviço de atendimento permanente (o SAP 24 horas) e presta cuidados de saúde directos à população do concelho, na sede e nas 11 extensões de saúde afectas. Os cuidados de saúde prestados são, nomeadamente: • cuidados de enfermagem em ambulatório; • cuidados de enfermagem em serviço de urgência; • consultas de saúde do adulto; • consultas de saúde infantil; • consultas de saúde materna e planeamento familiar; • consultas de profilaxia de cancro do colo do útero e da mama; • vacinação; • consultas de psiquiatria (de 15 em 15 dias); Área temática IV: Saúde 58 Diagnóstico Social do Município de Penamacor • educação para a saúde nas escolas e comunidade; • consultas de enfermagem a grupos de risco (hipertensos e diabéticos); • saúde pública. O alargamento do serviço do Centro de Saúde às vinte e quatro horas diárias, ou seja, a criação do Serviço de Atendimento Permanente (24 horas) resulta de um protocolo celebrado entre a Câmara Municipal de Penamacor e o Lar residencial D. Bárbara Tavares da Silva. Além desses serviços o Centro de Saúde desenvolve e colabora em projectos de saúde diversos, de entre os quais se destaca o Projecto de Saúde Escolar, o RENEP’S (Rede de Escolas Nacionais Promotoras de Saúde) e o NLI (Núcleo Local de Inserção através do qual os beneficiários de Rendimento Social de Inserção são encaminhados para o centro de saúde para projectos de inserção nesta área). Administrativamente, o Centro de Saúde de Penamacor insere-se na Sub-Região de Saúde de Castelo Branco. Quadro 1: Recursos humanos do Centro de Saúde de Penamacor, 2006. Técnicos Número Médicos 7 Enfermeiros 10 4 Administrativos 10 Auxiliares de acção médica 6 Técnico de Higiene e Saúde Ambiental 1 Motorista 1 Total 35 Fonte: Centro de Saúde de Penamacor, 2006. Dos médicos ao serviço no Centro de Saúde de Penamacor, cinco residem no concelho de Penamacor e dois em concelhos limítrofes. 4 Um enfermeiro-chefe; um enfermeiro especialista, um enfermeiro nível um e sete enfermeiros graduados. Área temática IV: Saúde 59 Diagnóstico Social do Município de Penamacor As extensões de saúde nas freguesias asseguram um serviço mais próximo da população, na medida em que são realizadas consultas diversas com o respectivo médico de família e são também assegurados os tratamentos diários pelo pessoal de enfermagem. O quadro seguinte sintetiza os horários semanais dos atendimentos nas extensões de saúde no concelho: Quadro 1.1: Horário médico das extensões de saúde, por freguesia, 2006. Freguesias/ Horário semanal 2ª feira 3ª feira 4ª feira 5ª feira 6ª feira 9-13 horas 9-13 horas Águas 9-13 horas Aldeia do Bispo Aldeia de João Pires 14-18 horas Aranhas 9-13 horas 14-18 horas 9-13 horas 9-13 horas 9-13 horas Meimão 9-13 horas Meimoa 9-13 horas Salvador Vale Sr.ª. da Póvoa 9-13horas 9-13 horas 14-18 horas 14-18 horas 9-13-horas 9-13 horas 9-13 horas 14-18 horas Pedrógão S. Pedro Penamacor 9-13 horas 14-18 horas Bemposta Benquerença 9-13 horas 9-13 horas 9-13 horas 14-18 horas 9-13 horas 9-13 horas 9-13 horas 9-13 horas Fonte: Centro de Saúde de Penamacor, 2006. Quadro 1.2: Número de inscrições no Centro de Saúde, por sexo e escalão etário em 31/12/2004. Grupo Etário Masculino Feminino Total % < 1 ano 2 1 3 0,04 1-9 anos 181 145 326 4,51 10-19 anos 282 271 553 7,66 20-29 anos 373 326 699 9,68 30-39 anos 386 353 739 10,23 40-49 anos 425 359 784 10,86 50-59 anos 343 336 679 9,40 60-69 anos 445 589 1034 14,32 > = 70 anos 1063 1341 2404 33.29 Totais 3500 3721 7221 100,00 Fonte: Centro de Saúde de Penamacor, 2006. Área temática IV: Saúde 60 Diagnóstico Social do Município de Penamacor Quadro 1.3: Número de inscrições no Centro de Saúde, por sexo e escalão etário em 31/12/2005. Grupo Etário Masculino Feminino Total % < 1 ano 12 7 19 0.26 1-9 anos 195 151 346 4.79 10-19 anos 280 260 540 7.48 20-29 anos 364 329 693 9.60 30-39 anos 397 361 758 10.50 40-49 anos 431 365 796 11.02 50-59 anos 353 336 689 9.54 60-69 anos 432 566 998 13.81 > = 70 anos 1043 1341 2384 33.00 Totais 3716 3716 7223 100.00 Fonte: Centro de Saúde de Penamacor, 2006. O Centro de Saúde regista no final de 2005 um total 7223 de inscritos. Como clarifica o quadro 1, há 7 médicos em serviço no concelho, o que se traduz numa média de 1031.8 utentes por cada médico. Em 2001, sabe-se que a população residente do concelho era de 6658 habitantes e assim é fácil constatar que o número de utentes inscritos no Centro de Saúde é superior ao número de habitantes. A população do concelho, como se analisou no capítulo relativo à área temática I: “Enquadramento geográfico e demográfico”, tem diminuído, logo, os valores apresentados poderão desencadear, numa primeira análise, alguma controvérsia. O motivo subjacente é simples e centra-se no facto de existirem indivíduos inscritos no Centro de Saúde, que não são residentes no concelho, por diversos motivos. Geralmente, a população que saiu e sai do concelho mantêm a sua inscrição no Centro de Saúde, acumulando-a com uma outra inscrição no centro de saúde da sua área de residência. Comparando os dois períodos pode concluir-se que o ritmo de evolução não foi constante. As diminuições e aumentos assinalados não são relevantes, embora seja importante destacar que o maior aumento registado se situou nas primeiras camadas etárias, ou seja, nas crianças com menos de um ano de idade e com idades compreendidas entre um ano e nove anos. Este é um valor que não coincide com a baixa tendencial que as taxas de natalidade possuem no concelho. O número de inscrições do sexo masculino aumentou, de 2004 a 2005, o que se reflecte no aumento da respectiva percentagem (de 48.47% em 2004 para 48.55% em 2005). O mesmo acontece com as inscrições do sexo feminino que se pautam, no período, por um ligeiro aumento (51.53% em 2004 para 54.45 em 2005%). Todavia, Ambas são evoluções pouco significativas, não alterando os valores globalmente. Área temática IV: Saúde 61 Diagnóstico Social do Município de Penamacor Para concluir, há ainda a realçar o peso superior das inscrições do sexo feminino, em detrimento das registadas no sexo masculino. Esta superioridade fica a dever-se fundamentalmente ao facto das mulheres necessitarem de um maior acompanhamento médico em situações específicas (na gravidez e após a mesma). Apesar do decréscimo populacional a que o concelho tem assistido nos últimos anos, essa realidade não influencia de modo relevante o número de inscrições no Centro de Saúde de Penamacor. As consultas mais frequentemente efectuadas pelo centro de saúde são as consultas de saúde infantil, saúde juvenil e saúde materna. As informações relativas à frequência das consultas mencionadas são apresentadas em detalhe nos quadros que a seguir se apresentam. Quadro 1.4: Número de consultas efectuadas no Centro de Saúde, 2001-2005 5. Horário 2001 2002 2003 2004 2005 8-12 horas 3411 3442 3289 3301 2948 12-16 horas 2752 2498 2460 2488 2176 16-20 horas 2549 2547 2428 2421 2184 20-24 horas 1357 1264 1257 1323 1198 Totais 10069 9752 9434 9533 8506 Fonte: Centro de Saúde de Penamacor, 2006. Gráfico 1: Consultas efectuadas no Centro de Saúde, 2001-2005. Consultas efectuadas no centro de saúde, 2001-2005. 10069 10250 10000 9750 9752 9434 9533 9500 2001 9250 N úm e ro de c o ns ult a s 2002 9000 8506 8750 2003 2004 8500 2005 8250 8000 7750 7500 1 s A no Fonte: Centro de Saúde de Penamacor, 2006. 5 No quadro não são contabilizadas as consultas feiras pelo Serviço de Atendimento Permanente, em funcionamento desde o ano de 2004. Área temática IV: Saúde 62 Diagnóstico Social do Município de Penamacor O número de consultas efectuadas no Centro de Saúde têm vindo a diminuir desde 2002. Embora a diminuição não seja muito elevada, regista-se uma quebra de ano para ano e estes valores são o sinónimo dos vários aspectos demográficos que têm marcado o concelho. Por um lado, a diminuição do número de habitantes provoca inevitavelmente a diminuição das consultas efectuadas. Por outro lado, o acesso aos cidadãos de saúde tem-se generalizado e há, ainda que com pouca frequência, uma tendência crescente no recurso a médicos e serviços particulares. Embora no concelho este último motivo não seja saliente, como revelam os resultados do inquérito à população residente, poderá ter a sua influência no número de consultas realizadas pelo Centro de Saúde. Quando se analisam as principais causas/motivos da realização de consultas pelo Centro de Saúde, as doenças sobressaem, em larga escala, no conjunto das várias causas mais frequentes. Mesmo assim, não se podem negligenciar os outros motivos que, embora com pesos inferiores, possuem também a sua importância. Os acidentes de trabalho, de viação e escolares são também causas usualmente registadas para a realização de consultas e prestação de cuidados diversos. Quanto às consultas efectuadas por destino dos utentes/doentes os cuidados prestados em ambulatório no centro de saúde e os cuidados hospitalares são os mais frequentes, embora o primeiro destino seja registado em maior número. Quadro 2: Consultas efectuadas no Centro de Saúde, por principais causas, 2001-2005. Consultas efectuadas por principais causas Causas 2001 2002 2003 2004 2005 Doença 9688 9438 9192 9253 8265 59 48 30 36 32 Acidente de Trabalho 71 59 77 66 50 Acidente Escolar 11 8 9 10 8 Acidente de Viação Agressão 23 15 24 23 18 Outra causa 217 184 102 145 133 10069 9752 9434 9533 8506 Totais Fonte: Centro de Saúde de Penamacor, 2006. Área temática IV: Saúde 63 Diagnóstico Social do Município de Penamacor Quadro 2.1: Consulta efectuadas no Centro de Saúde, por destino do doente, 2001-2005. Número de consultas Destino do Utente 2001 2002 2003 2004 2005 Ambulatório no centro de saúde ou domiciliário 9231 8874 8431 8496 7594 Internamento no centro de saúde Cuidados hospitalares 1 0 0 0 0 830 870 988 1027 906 Falecidos Totais 7 8 15 10 6 10069 9752 9434 9533 8506 Fonte: Centro de Saúde de Penamacor, 2006. Gráfico 1.1: Consultas efectuadas no Centro de Saúde, por principais causas, 2005. Consultas efectuadas, por principais causas, 2005. 8265 133 50 32 18 8 1 2005 Do ença A cidente de Viação A cidente de Trabalho A cidente Esco lar A gressão Outra causa Fonte: Centro de Saúde de Penamacor, 2006. Quadro 2.2: Consultas de saúde infantil efectuadas no Centro de Saúde, 2001-2005. Tipo de consulta/ 2002 2003 2004 2005 Anos 1ª Consulta de vida (dos 3 aos 12 meses) 3 0 26 28 31 Vigilância (dos 12 aos 23 meses) 203 149 178 139 Doença (dos 12 aos 23 meses) 10 15 10 16 Total Consultas (dos 2 aos 13 anos) 487 468 533 463 Fonte: Centro de saúde de Penamacor, 2006. Área temática IV: Saúde 64 Diagnóstico Social do Município de Penamacor Gráfico 1.2: Consultas de saúde infantil efectuadas no Centro de Saúde, 2005. Consultas de saúde infantil, 2002. 31 139 16 463 1ª Cons. Vida Vigilância Doença Total Consultas Fonte: Centro de saúde de Penamacor, 2006. As consultas infantis apresentam valores muito semelhantes ao logo do período considerado, registando-se mesmo um ligeiro decréscimo das mesmas. Estes valores traduzem as baixas taxas de natalidade que o concelho tem apresentado nas últimas décadas. Quadro 2.4: Consultas de saúde juvenil efectuadas no Centro de Saúde, 2002-2005. Total Consultas Vigilância Doença Tipo de de Consultas/Anos 1º ano seguintes 1º ano seguintes Saúde Juvenil 2002 99 105 8 5 217 2003 38 50 42 77 207 2004 29 30 100 99 258 2005 186 126 69 82 463 Fonte: Centro de saúde de Penamacor, 2006. As consultas de saúde juvenil compreendem os jovens entre os 14 e 18 anos e estas têm aumentado, sendo esse aumento bastante notório (de 217 consultas realizadas em 2002 aumenta-se para 463 consultas, no último ano). Este aumento do número de consultas de jovens pode explicar-se mediante o incremento de convocatórias dirigidas aos jovens, em idades específicas. Ou seja, os jovens passam a ter estas consultas através de convocatória prévia, dirigida pelo Centro de Saúde. Nos anos em Área temática IV: Saúde 65 Diagnóstico Social do Município de Penamacor que os valores são menos elevados a adopção desta medida dos profissionais de saúde ainda não tinha sido levada a cabo. Não obstante, esse aumento é registado no total geral das consultas efectuadas aos jovens. Em relação às consultas de vigilância e doença, estas apresentam uma evolução pouco constante, marcada por aumentos e diminuições que não são, no entanto, muito expressivos. As consultas do adulto são destinadas aos residentes com mais de 19 anos (inclusive). Uma vez que não existe um tipo de consultas específicas para a faixa etária mais idosa, com mais de 65 anos de idade, esta faixa etária é incluída nas consultas destinadas a adultos. As consultas destinadas à população do concelho dividem-se entre as primeiras consultas do ano (a primeira consulta realizada no inicio de cada ano civil) e as consultas seguintes (consultas realizadas durante o mesmo ano civil, mediante convocatória do Centro de Saúde). O mesmo acontece nas consultas destinadas à população adulta: Quadro 2.5: Consultas do adulto (1ªs consultas do ano) efectuadas no Centro de Saúde, 2002-2005. 1º Consultas do ano 19-44 anos 45-64 anos mais de 65 Tipo de Consultas/Anos Totais H M H M H M 2002 2003 2004 2005 258 219 270 236 402 314 398 370 390 290 372 365 638 427 593 544 996 662 998 957 1339 867 1351 1301 4023 2779 3982 3773 Fonte: Centro de saúde de Penamacor, 2006. Quadro 2.6: Consultas do adulto (consultas seguintes) efectuadas no Centro de Saúde, 2002-2005. Consultas seguintes 19-44 anos 45-64 anos mais de 65 Tipo de Consultas/Anos Totais H M H M H M 2002 2003 2004 2005 355 395 384 302 621 705 685 645 1120 1071 1141 1016 2148 2154 2202 1671 3951 4222 4195 3619 6191 6306 6471 5455 14386 14853 15078 12708 Fonte: Centro de saúde de Penamacor, 2006. Área temática IV: Saúde 66 Diagnóstico Social do Município de Penamacor Quadro 2.7: Consultas de planeamento familiar efectuadas no Centro de Saúde, 2002-2005. Planeamento familiar Tipo de consultas/ Anos 1º ano Seguintes Total 2002 181 72 253 2003 169 40 209 2004 225 87 312 2005 109 24 133 Fonte: Centro de saúde de Penamacor, 2006. Quadro 2.8: Consultas de saúde materna efectuadas no Centro de Saúde, 2002-2005. Saúde materna Tipo de consultas/ Anos 1º timestre 2º timestre 3º timestre Total 2002 22 6 1 29 2003 22 4 1 27 2004 33 1 3 37 12 0 0 12 2005 Fonte: Centro de saúde de Penamacor, 2006. Quadro 2.8.1: Consultas de saúde materna efectuadas no Centro de saúde, 2002-2005. Saúde Materna/ Anos Grávidas: 2002 2003 2004 2005 Consultas seguintes 139 95 178 88 Total consultas grávidas 168 122 215 100 Revisão do puerpério 16 6 9 7 Fonte: Centro de saúde de Penamacor, 2006. As consultas de saúde materna destinam-se a fazer o acompanhamento da evolução da gravidez da utente e após o parto ó recém-nascido é também acompanhado pelos profissionais do Centro de Saúde. As consultas de planeamento familiar tem como principal objectivo esclarecer a mulher sobre os métodos contraceptivos, sobre o seu ciclo reprodutor e sobre outros aspectos relacionados com a gestão e o planeamento da vida familiar. Para além desta função, as consultas de planeamento familiar são responsáveis pela vigilância e acompanhamento da saúde da mulher, em diferentes fases do seu ciclo de vida, sendo realizado o rastreio do cancro da mama e do colo do útero. Área temática IV: Saúde 67 Diagnóstico Social do Município de Penamacor Neste âmbito, assiste-se a uma diminuição progressiva que fica a dever-se pelo facto das mulheres recorrerem, cada vez com maior frequência, a médicos especialistas (ginecologistas, obstetras) particulares. Em relação às consultas de saúde materna (durante a gravidez e pós-parto) é evidente a sua diminuição. Há uma diminuição de 17 consultas de 2002 a 2005. Em relação ao total de consultas de revisão do puerpério nota-se também uma quebra, o que vai de encontro aos baixos índices de natalidade no concelho. Quadro 2.9: Número de óbitos, por principais causas de morte, 2003-2005. Número de óbitos Causas de morte 2003 2004 2005 Doenças cardíacas 15 19 12 Acidente vascular cerebral 15 29 18 Neoplasias 8 11 10 Doenças do aparelho respiratório 5 16 12 Doenças do aparelho gastro-intestinal 0 4 2 Doenças do aparelho circulatório 7 1 1 Insuficiência cardio-respiratória 10 0 6 Arteriosclerose 2 7 3 Insuficiência renal 1 1 2 Cirrose hepática 0 2 0 Choque séptico 0 1 0 Falência multiorgânica 0 1 5 Traumatismo craneo-encefálico 0 2 1 Hemorragia tronco-cerebral 0 1 0 Doença de Parkinson 0 1 0 Suícidio 0 1 0 Esquizofrenia 0 1 0 Carbonização 0 0 1 HIV 0 0 1 Alzheimer 0 0 2 Coreia de Huntington 0 0 1 Sépsis 0 0 2 Causas desconhecidas 67 8 14 Total 130 106 93 Fonte: Centro de saúde de Penamacor, 2006. Área temática IV: Saúde 68 Diagnóstico Social do Município de Penamacor Gráfico 1.3: Número de óbitos, por principais causas de morte, 2005 6. Número de óbitos, por principais causas de morte, 2005. 14 Causas desco nhecidas 12 Do enças do aparelho respirató rio 10 Neo plasias A cidente vascular cerebral 18 12 Do enças cardíacas 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 P rinc ipa is c a us a s de m o rt e Fonte: Centro de saúde de Penamacor, 2006. As principais causas de morte no concelho, à semelhança do que se constata a nível do país, são as doenças cardíacas, os denominados AVC’S (acidentes vasculares cerebrais), as neoplasias (tumores malignos) e as doenças do aparelho respiratório. Em termos globais, o número de óbitos diminui de 2003 a 2005. O aumento da esperança média de vida, conjugada com a melhoria das condições de vida da população e a generalização dos cuidados de saúde poderão explicar essa diminuição registada ao nível da mortalidade. Mas, a análise da situação de saúde do concelho não ficaria completa sem uma breve alusão aos indicadores de saúde que caracterizam as várias dimensões da área temática em análise. Assim, apresentam-se, de seguida, os principais indicadores de saúde do concelho: 6 No gráfico só foram consideradas as causas de morte com maior valor. A tabela 2.9 sintetiza todos os dados relativos ao número de óbitos por causas de morte no concelho, de 2003 a 2005. Área temática IV: Saúde 69 Diagnóstico Social do Município de Penamacor Quadro 3: Principais indicadores de saúde do concelho, 2005. Médicos por mil habitantes 0,8 Médicos por concelho de residência 5 Médicos não especialistas por concelho de residência 1 Médicos especialistas por concelho de residência 4 Médicos de cirurgia geral por concelho de residência 1 Médicos de medicina geral e familiar 3 Centros de saúde sem internamento 1 Extensões do centro de saúde 11 Pessoal ao serviço no centro de saúde 35 Pessoal médico ao serviço no centro de saúde 7 Pessoal de enfermagem ao serviço no centro de saúde 10 Farmácias por 10 000 habitantes 3,1 Farmácias 2 Fonte: Dados actualizados com base nos Censos, INE: 2001 Os indicadores anteriores elucidam as principais características do sistema de saúde vigente no concelho de Penamacor. Há cinco médicos por concelho de residência, sendo que quatro são especialistas (quatro em clínica geral e um em cirurgia geral) e apenas um médico não tem uma especialidade. Não há médicos em muitas especialidades no concelho, como por exemplo: ginecologia, obstetrícia, estomatologia, pediatria, entre outras. O concelho de Penamacor não tem equipamento hospitalar. O encaminhamento dos utentes é feito para o Hospital da Covilhã (Hospital Pêro da Covilhã) e para o Hospital Distrital de Castelo Branco (Hospital Amato Lusitano). Embora o Centro de Saúde de Penamacor tenha aberto recentemente o Serviço de Atendimento Permanente (SAP), não possui um serviço de internamento, o que implica necessariamente a deslocação dos doentes, em casos mais graves, para os hospitais referidos. Em relação às farmácias o concelho conta com duas farmácias e três extensões das mesmas. As duas farmácias situam-se na sede de concelho, fazem horário completo e o horário complementar (nocturno e no fim-de-semana) é feito entre ambas alternadamente. Aldeia do Bispo conta com uma farmácia, aberta todos os dias (9h-12h, 14h-19h) e um sábado por mês (o segundo sábado de cada mês que coincide com o dia de mercado na freguesia). A freguesia da Meimoa e da Benquerença contam também com farmácias (cuja abertura coincide com os dias em que o médico presta serviços nas extensões de saúde). O objectivo é que os utentes possam comprar os produtos farmacêuticos receitados eventualmente pelo Área temática IV: Saúde 70 Diagnóstico Social do Município de Penamacor médico, nos dias em que são efectuadas as consultas. Sabe-se que é obrigatório, por lei, que por cada 4000 habitantes exista uma farmácia e a área de erradicação deverá corresponder a 250 metros. Mapa 1: População residente por centro de saúde, 2002. Fonte: Marktest, 2005. Mapa 1.1: Médicos por mil habitantes, 2004. Fonte: Marktest, 2005. No primeiro mapa, o concelho de Penamacor aparece na primeira categoria (a azul mais claro, que traduz um centro de saúde por cada 10 mil habitantes) e no segundo mapa o concelho de Penamacor engloba o conjunto de concelhos representados na segunda tonalidade de azul (de 0.5 a 1.0), o que corresponde a uma média de 0.8 médicos por cada mil habitantes. Avaliando globalmente os equipamentos, os serviços prestados e os recursos humanos existentes na área da saúde, pode concluir-se que o concelho de Penamacor está razoavelmente servido. As infra-estruturas existentes encontram-se em bom estado de conservação e são dotadas dos equipamentos indispensáveis à prestação de cuidados médicos gerais. Área temática IV: Saúde 71 Diagnóstico Social do Município de Penamacor O alargamento do horário do Centro de Saúde às vinte e quatro horas diárias melhorou consideravelmente a cobertura e apoio prestados pelos profissionais de saúde à população residente, tal com o revela o inquérito realizado à população residente. A única questão que ressalta, neste âmbito, é o horário de funcionamento das extensões de saúde. Face ao progressivo envelhecimento populacional no concelho, é natural que a população mais idosa necessite de um maior apoio em termos de cuidados de saúde, sendo que os horários das extensões de saúde se revelam, em algumas freguesias, insuficientes face às necessidades desta população. O facto de não existir nenhum hospital no concelho é também apontado, pelos munícipes, como desfavorável. Acrescendo a essa lacuna, existe também o problema dos hospitais mais próximos distarem de Penamacor, uma média de 50 km. Em termos das principais problemáticas na área da saúde, estas não são muito expressivas no concelho, embora a sua importância não possa ser menosprezada. Não foram registadas, no último ano, casos de gravidezes em idade precoce e existem três indivíduos portadores do vírus HIV. O número de deficientes no concelho não foi possível apurar. Embora haja um registo dos mesmos feito pelo Instituto Nacional de Estatística, consideramos que é necessário actualizá-lo para que exista uma percepção real e fiel da dimensão que o mesmo assume. A sua recolha e análise será feita em momento oportuno. Contudo, os dados existentes sobre a problemática não serão esquecidos ou menosprezados. A problemática da toxicodependência não é muito expressiva no concelho e embora o número de casos detectados e acompanhados pelo CAT não englobe todos os indivíduos em dependência de estupefacientes, porque nem todos os consumidores (dependentes ou não) recorrem a este tipo de serviço de apoio, sabe-se que, por observação no terreno e por conversas tidas com os vários parceiros do Projecto Rede Social e com entidades de diversas freguesias, o número de indivíduos nesta situação não é preocupante. Há ainda que ter em conta que o número de consumidores é difícil de apurar, por não existir um registo deste tipo de problemática específica. No entanto, revela-se importante, neste contexto, fazer uma breve referência às entidades que intervêm directamente na problemática mencionada. O Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT) é um instituto público, dotado de personalidade jurídica, autonomia em termos administrativos e património próprio que actua sob a tutela do Ministro da Saúde, exercendo a sua actividade em todo o território nacional, mediante as suas cinco delegações regionais. Área temática IV: Saúde 72 Diagnóstico Social do Município de Penamacor Estas delegações coordenam, por sua vez, um conjunto de unidades especializadas: Unidades de Prevenção (UP), Centros de Atendimento a Toxicodependentes (CAT’S), as Unidades de Desabituação (UD’S) e as Comunidades Terapeutas (UT’S). Estas unidades intervêm localmente e às mesmas compete uma série de acções que se direccionam para âmbitos diversos, de entre os quais se destaca a prevenção, a dissuasão, o tratamento, a reinserção social do toxicodependente, etc. No distrito de Castelo Branco existem três unidades especializadas: dois CAT’S (na Covilhã e em Castelo Branco) e uma UP (em Castelo Branco). Funciona também no distrito uma Comissão de Dissuasão da Droga e Toxicodependência (CDT’S). A Unidade de Prevenção de Castelo Branco tem como objectivo desenvolver acções, programas e projectos no âmbito da prevenção primária das toxicodependências, promovendo e incentivando o trabalho em parceria com outras entidades e instituições, nomeadamente através da promoção de uma política de concertação e actuação articulada. A prevenção primária consiste fundamentalmente na promoção e concretização de iniciativas que contribuam para o desenvolvimento integral do indivíduo, bem como a sua qualidade de vida global, fomentando simultaneamente o auto-controlo e a resistência perante as eventuais ofertas de estupefacientes. Os CAT’S são também unidades especializadas que prestam serviços compreensivos e globais na área em destaque, nomeadamente ao toxicodependente que procura tratamento e à respectiva família. Nestas unidades existem equipas multidisciplinares que procuram fazer uma abordagem bio-psico-social da problemática, direccionando a sua acção para a reinserção do indivíduo na sociedade. As CDT’S foram criadas no sentido de concretizar o novo regime jurídico aplicável ao consumo de estupefacientes e substâncias psico-trópicas, assim como a protecção sanitária e social dos indivíduos consumidores. No concelho de Penamacor esteve em execução o Projecto “Viver Livre- Educação para a Prevenção”, na Escola EB 2+3/S Ribeiro Sanches. Quanto aos dados relativos ao concelho de Penamacor, são registados 2.98% de indivíduos no CAT de Castelo Branco, o que corresponde exactamente a 28 indivíduos e das freguesias do concelho apenas três não possuem indivíduos em tratamento na unidade referida, a saber: Pedrógão de São Pedro, Vale da Sr.ª. da Póvoa e Salvador. O escalão etário dos utentes em tratamento no CAT compreende-se entre os 25 e os 29 anos (33.33%) e os 30-34 anos de idade (66.67%) e o seu estado civil é solteiro (100%). A situação perante o trabalho distribui-se equitativamente pelas três categorias consideradas: Área temática IV: Saúde 73 Diagnóstico Social do Município de Penamacor desempregado (33.33%), empregado (33.33%) e situação de emprego desconhecida (33.33%). Dos 468 indivíduos indiciados pela CDT no distrito de Castelo Branco, apenas 3 são residentes no concelho. Em termos de habilitações literárias dos indiciados 66,67% possui o segundo ciclo e 33.33% tem habilitações literárias desconhecidas. Para finalizar, o carácter de consumo é toxicodependente em 66.67% dos indiciados e não toxicodependente nos restantes 33.33% dos indiciados pela CDT residentes no concelho de Penamacor. O quadro que abaixo se reproduz indica os dados anteriormente descritos: Quadro 4: Número de indivíduos em situação de dependência de drogas, por freguesia, 2005. Percentagem Percentagem de Percentagem Percentagem População de utentes em de de residentes Freguesias Residente utentes tratamento no CAT indiciados indiciados na CDT Águas 330 3,57 0,02 0,00 0,00 Aldeia do Bispo 748 14,29 0,06 0,00 0,00 Aldeia de J. Pires 221 3,57 0,02 0,00 0,00 Aranhas 440 10,71 0,05 0,00 0,00 Bemposta 184 10,71 0,05 0,00 0,00 Benquerença 695 3,57 0,02 33,33 0,02 Meimão 347 3,57 0,02 0,00 0,00 Meimoa 456 7,14 0,03 0,00 0,00 Pedrógão S. Pedro 580 0,00 0,00 0,00 0,00 Penamacor 1735 42,86 0,18 66,67 0,03 Salvador 589 0,00 0,00 0,00 0,00 Vale da Sr.ª da Póvoa 333 0,00 0,00 0,00 0,00 Totais 6658 100,00 0,45 100,00 0,05 Fonte: Unidade de Prevenção de Castelo Branco, Instituto da Droga e Toxicodependência, 2005. Área temática IV: Saúde 74 Diagnóstico Social do Município de Penamacor Síntese de Conteúdos e Problemáticas Ô O concelho conta com um Centro de Saúde, com horário permanente e sete médicos; Ô Há onze extensões de saúde (em todas as freguesias, com excepção de Penamacor que possui o Centro de Saúde); Ô Há cinco farmácias no concelho (duas permanentes, uma que apenas encerra aos sábados e domingos e duas que possuem horários compatíveis com o dia de atendimento médico na freguesia); Ô Infra-estruturas e equipamentos de saúde razoáveis; Ô Os horários das extensões de saúde nem sempre são suficientes para a realização dos atendimentos a 100% e tal factor afecta principalmente a população mais idosa e dependente; Ô A população mais envelhecida possui um peso predominante no número de inscrições no centro de saúde; Ô Número de inscrições superiores ao número de habitantes no concelho (quando o residente abandona o concelho não procede à anulação da sua inscrição no Centro de Saúde); Ô Diminuição global do número de consultas efectuadas no Centro de Saúde (saúde infantil, saúde materna, planeamento familiar e saúde do adulto). As consultas juvenis são a única excepção; Ô Os hospitais mais próximos situam-se a uma média de 50 km da sede de concelho, o que se pode revelar desvantajoso para a população residente; Ô Falta de serviços de saúde complementares no concelho (fisioterapia, serviços especializados no apoio a indivíduos portadores de deficiência ou com problemas relacionados com as adições, nomeadamente estupefacientes e álcool, etc.); Ô Ausência de uma rede de apoio ao doente alcoólico (nomeadamente a inexistência de um serviço especifico e de um apoio que envolva a família, os amigos, etc); Ô Ausência de infra-estruturas, equipamentos e recursos humanos na área da deficiência; Ô Neoplasias diversas, acidentes vasculares cerebrais, doenças do aparelho respiratório e doenças cardíacas são as principais causas de morte no concelho. Área temática IV: Saúde 75 Diagnóstico Social do Município de Penamacor V- Acção Social: O conjunto de mudanças ocorridas ao longo das últimas décadas, a nível demográfico, económico, político e social têm provocado um impacto profundo na sociedade portuguesa. As mudanças tais como o progressivo envelhecimento populacional, a diminuição da população activa, a redução das taxas de natalidade, o aumento do desemprego de longa duração e do trabalho precário têm desencadeado diversas problemáticas de natureza social e têm também acentuado as questões relacionadas com a manutenção dos benefícios sociais, cuja responsabilidade recai sobre o Estado Providência, implementado após a 2ª Guerra Mundial. Cabe ao Estado a definição de estratégias e políticas interventivas na área social que consigam minorar os efeitos trazidos pelo conjunto das alterações mencionadas, nomeadamente através do sistema de pensões, das prestações e apoios em termos de cuidados de saúde e solidariedade social que garantam, dessa forma, a manutenção dos benefícios sociais. Contudo, a intervenção do Estado tem sido confrontada com uma série de debilidades (nomeadamente económicas) que implicam hoje a reformulação das suas políticas e exigem a criação de parcerias efectivas entre os diversos parceiros sociais (Estado, Instituições Particulares de Solidariedade Social, Autarquias, Empresas, Organizações Não Governamentais, entre outros) no sentido de reforçar a actuação no âmbito da Acção Social e colmatar as crescentes insuficiências e debilidades sentidas nesta área. Neste sentido, as Autarquias têm assumido um papel de destaque na Acção Social, resultado directo da evolução dos fenómenos sociais e da incapacidade de uma intervenção adequada e eficaz por parte do Governo. Assim, os objectivos da Acção Social assentam fundamentalmente na prevenção e reparação de situações de carência e desigualdade ao nível social e económico, de dependência, de disfunção, exclusão ou vulnerabilidade sociais, na integração comunitária Área temática V: Acção Social 76 Diagnóstico Social do Município de Penamacor das pessoas e no desenvolvimento das suas respectivas capacidades e também na protecção dos grupos mais vulneráveis, principalmente as crianças, jovens, pessoas portadoras de deficiência, idosos, bem como a outras pessoas em situação de carência económica e/ou social ou vítimas de marginalização e exclusão social. Esta área temática será analisada tendo em conta vários aspectos de entre os quais se destacam os equipamentos de apoio social existentes (a), a Acção Social Autárquica (b) e o Rendimento Social de Inserção (c). a) Equipamentos de apoio social: Os equipamentos de apoio social existentes no concelho poderão dividir-se mediante a população que servem: as crianças/jovens e os idosos. Em termos de equipamentos de apoio a crianças o concelho conta com os seguintes equipamentos: Uma creche; Dez jardins de infância; Um ATL; Um Instituto de apoio a crianças e jovens. Segundo o Despacho Normativo 99/89 de 27 de Outubro, são objectivos das creches: a) Proporcionar o atendimento individualizado da criança num clima de segurança afectiva b) e física Colaborar responsabilidades que contribua estreitamente em todo com o a para o família processo seu numa desenvolvimento partilha evolutivo de de global; cuidados cada e criança; c) Colaborar no despiste precoce de qualquer tipo de inadaptação ou deficiência, encaminhando adequadamente as situações detectadas. Impossibilidades diversas poderão levar a que os pais não possam, muitas vezes, cuidar das crianças durante todo o dia e nem sempre existem familiares que se possam disponibilizar para essa tarefa. Assim, as creches revelam-se uma mais-valia na medida em que prestam cuidados diversificados essenciais ao desenvolvimento e bem-estar da criança. Área temática V: Acção Social 77 Diagnóstico Social do Município de Penamacor No concelho existe apenas uma creche (creche N. Sr.ª. da Conceição) que serve, no presente ano, um total de 25 crianças com idades compreendidas entre os três meses e os dois anos de idade. Esta creche é uma valência da Santa Casa da Misericórdia de Penamacor, como foi anteriormente referido na área temática relativa aos Equipamentos e Infra-estruturas Colectivas. O concelho conta com dez jardins de infância, sendo que nove pertencem à rede oficial e apenas um (o jardim de infância N. Sr.ª. das Dores) é gerido por uma Instituição Particular de Solidariedade Social, a Santa Casa da Misericórdia de Penamacor. As freguesias de Aldeia de João Pires, Aranhas, Bemposta não têm jardim de infância em funcionamento e as crianças destas freguesias deslocam-se para outras instalações, geralmente as que se situam mais próximas. O único espaço de Actividades de Tempos Livres existente no concelho é, à semelhança da creche N. Sr.ª. da Conceição, uma valência da Santa Casa da Misericórdia de Penamacor. Este espaço pretende proporcionar às crianças entre os 6 e os 12 anos a oportunidade de se desenvolverem de forma harmoniosa, procurando também dar resposta às suas necessidades e visa ainda assegurar aos pais a alternativa de poderem deixar os seus filhos entregues a alguém que com eles colabore na sua educação. Salientam-se alguns objectivos do funcionamento deste espaço: • Desenvolver actividades sócio-educativas e sócio-culturais direccionadas para a integração social das crianças e a promoção do sucesso a nível escolar; • Possibilitar a interacção de diferentes valores e perspectivas, para a criança aprender a tomar consciência de si e do outro, motivando a interiorização de regras, conceitos e valores de respeito pelo meio ambiente; • Facilitar a igualdade de oportunidades numa perspectiva de educação multicultural (culturas diferentes); • Proporcionar vivências de valores democráticos, tais como a participação e a justiça, a responsabilização, a cooperação e o empenhamento pelo bem-estar colectivo; • Levar a criança a reconhecer laços de pertença social e cultural como parte do desenvolvimento da identidade (usos e costumes da sua região, da sua família), etc. Área temática V: Acção Social 78 Diagnóstico Social do Município de Penamacor O Instituto Social Cristão Pina Ferraz dirige as suas actividades para crianças e jovens até aos 16/17 anos, não só do concelho de Penamacor como também de concelhos limítrofes e tem a seu cargo 25 crianças e jovens. A valência desta Instituição é de lar com internato e os serviços prestados a esta população vão desde a alimentação, aos cuidados de saúde, ao acompanhamento escolar, à realização de actividades lúdicas e recreativas para a promoção do desenvolvimento físico, intelectual e social. A Instituição procura também fazer uma preparação para a vida futura (familiar, escolar, profissional) das crianças e jovens, tendo como base a prevenção de comportamentos desviantes (alcoolismo, toxicodependência, entre outros). As crianças e jovens ao encargo da instituição provêm, normalmente, de contextos familiares desestruturados, evidenciando carências diversas, sobretudo ao nível afectivo e financeiro. A Instituição serve assim como que uma plataforma de educação e formação para a vida adulta e todas as mudanças que isso acarreta. Como se tem vindo a referir, o concelho de Penamacor, à semelhança dos concelhos da Beira Interior Sul, tem-se confrontado com um processo de duplo envelhecimento da sua população (envelhecimento na base e no topo) que fica a dever-se essencialmente a uma diminuição progressiva do peso das camadas etárias mais jovens e ao aumento do peso das camadas etárias de idade mais avançada. Este fenómeno assume uma dimensão preocupante na medida em que acarreta um conjunto de repercussões ao nível das camadas etárias em idade activa, ao nível da dinâmica do mercado de trabalho e levanta questões sociais diversas que se centram essencialmente na necessidade de criação de equipamentos e infra-estruturas de apoio, na manutenção do sistema de pensões nacional, no sistema de saúde, etc. A criação, alargamento ou manutenção de equipamentos e infra-estruturas de apoio à terceira idade tem sido uma das preocupações mais salientes no município. Em termos de equipamentos de apoio à terceira idade, o concelho conta um centro de dia em todas as freguesias, com as valências de centro de dia e apoio domiciliário. Dos doze centros de dia do concelho, dois são propriedade da Santa Casa da Misericórdia de Penamacor (o centro de dia da Santa Casa da Misericórdia de Penamacor e o centro de dia Dr. Júlio Moutinho, no Salvador), cinco são valências do Lar Residencial D. Bárbara Tavares Silva e os restantes possuem estatuto independente, embora não sejam de natureza particular. Área temática V: Acção Social 79 Diagnóstico Social do Município de Penamacor Existe apenas um Lar Residencial, a funcionar na sede de concelho, em duas instalações distintas: as instalações do Lar Residencial e as instalações sita na Quinta da Sr.ª. do Incenso. O recurso ao internamento em lar acontece quando o idoso apresenta maior índice de dependência, geralmente após alguma complicação do seu estado de saúde. O internamento em lar é também frequente nos casos em que a família não consegue assegurar o seu acompanhamento. Estas redes são fundamentais no que respeita ao apoio/suporte, mas no concelho pode verificar-se alguma debilidade em termos destas redes. O acompanhamento, nestes casos, é feito a todos os níveis: higiene pessoal, alimentação, prestação de cuidados médicos essenciais, tratamento do vestuário, promoção de actividades que visem interacção com outros idosos, entre outros. As valências de centro de dia e apoio domiciliário asseguram igualmente um conjunto de serviços indispensáveis ao idoso, tais como: a alimentação, o auxílio na higiene pessoal diária, a realização de tarefas domésticas, o tratamento do vestuário, etc. Todos os centros de dia promovem também actividades de lazer (excursões, passeios, encontros), motivando desta forma o relacionamento pessoal dos idosos instituídos. Geralmente os idosos beneficiários deste tipo de serviços não possuem um nível de dependência tão elevado como o verificado nos idosos em valência de lar. Muitos destes idosos não possuem a sua mobilidade afectada, dando-lhes uma maior autonomia a diversos níveis. Penamacor é a freguesia do concelho que possui o maior número de Instituições, que detêm por sua vez um leque de valências mais diversificado. Este conjunto de equipamentos e serviços tem prestado, ao longo dos anos, um apoio notável à população com maiores índices de dependência e assumem, na grande maioria dos casos, um papel compensador da falta de uma rede familiar de suporte. Área temática V: Acção Social 80 Diagnóstico Social do Município de Penamacor Quadro 1: Equipamentos sociais de apoio a idosos no concelho, 2006. Freguesia Equipamentos Sociais de Apoio a Idosos Águas Aldeia do Bispo Aldeia de João Pires Aranhas Bemposta Benquerença Meimão Meimoa Pedrógão S. Pedro Centro de Dia de São Marcos Centro de Dia de São Bartolomeu Centro Social Paroquial Liga dos Amigos das Aranhas Centro de Dia de Nossa Sr.ª da Silva Centro Paroquial de Nossa Sr.ª da Quebrada Centro de Dia José Cordeiro Centro de Dia de São Domingos Centro de Dia de Pedrógão de S. Pedro Lar D. Bárbara Tavares da Silva Lar D. Bárbara Tavares da Silva (Quinta da Sr.ª do Incenso) Santa Casa da Misericórdia de Penamacor Centro de Dia Dr. Júlio Moutinho Penamacor Salvador Vale da Sr.ª. Póvoa Centro de Dia do Vale da Sr.ª da Póvoa Nº Utentes por Valência Centro de Dia 11 10 Apoio Domiciliário 23 24 14 10 4 24 3 4 Nº Funcionários Lar X X 9 7 13 37 9 40 14 18 X X X X X X 5 8 3 10 5 5 20 X 36 16 X 90 11 52 X 9 10 X 42 22 24 X X 20 19 6 5 16 X 6 Fonte: Centro Distrital de Segurança Social de Castelo Branco e Projecto Rede Social, 2006. Quadro 1.1: Equipamentos de apoio social por freguesia, no concelho, 2006. Instituição Centro de Dia de S. Marcos (Águas) Centro de Dia de São Bartolomeu (Aldeia do Bispo) Centro Social Paroquial (Aldeia de João Pires) Nº de Utentes por Valência Centro de Dia- 11 Apoio Domiciliário23 Centro de Dia- 10 Apoio Domiciliário24 Centro de Dia- 14 Apoio Domiciliário13 Área temática V: Acção Social Escalão Etário/Sexo dos Utentes 11 utentes- 3 M e 8 H: 2 H dos 50-59 anos, 2 H dos 60-64 anos; 1 H dos 70-74 anos; 1 H dos 75-79 anos; 1 H e 1 M dos 80-84 anos; 1 H e 2 M com + de 85 anos. 23 utentes- 12 M e 11 H: 1H e 2M dos 70-74 anos; 4 H e 2 M dos 75-79 anos; 3 H e 5 M dos 80-84 anos; 3H e 3M com + de 85 anos. Situações de Dependência/ Deficiência 5 utentes com deficiência mental X 10 utentes- 10 H: 1 dos 35-39 anos; 2 dos 50-59 anos; 1 dos 60-64 anos; 1 dos 65-69 anos; 2 dos 70-74 anos; 1 dos 75-79 anos e 2 com + de 85 anos. 3 utentes com deficiência: - 1 def. motora; -2 def. mental. 24 utentes- 14 M e 10 H: 1 M dos 50-59 anos; 1 M dos 65-69 anos; 2 H e 4M dos 70-74 anos; 2 H e 1 M dos 75-79 anos; 5 M e 5H dos 80-84 anos; 1 H e 2 M com + de 85 anos. 8 utentes com deficiência: - 3 def. mental; - 5 def. motora. 14 utentes- 7 H e 7M: 1 H dos 35-39 anos; 1 M dos 50-59 anos; 1 H dos 60-64 anos; 1 M dos 65-69 anos; 1 M dos 70-74 anos; 3 H e 2M dos 80-84 anos; 2 H e 2 M com + de 85 anos. 13 utentes- 7 M e 6 H: 1 M dos 65-69 anos; 1 M e 1H dos 70-74 anos; 2 H dos 75-79 anos; 2 H e 2 M dos 80-74 anos, 1 H e 3 M com + de 85 anos. 1 utente com multideficiência X 81 Diagnóstico Social do Município de Penamacor Liga dos Amigos de Aranhas (Aranhas) Centro de Dia- 10 Centro Social Paroquial de N. Sr.ª. da Quebrada (Benquerença) Centro de Dia José Cordeiro (Meimão) 3 utentes com deficiência motora 4 utentes- 3 M e 1 H: 1 H dos 70-74 anos; 1 M dos 75-79 anos; 1 M dos 80-84 anos; 1 M com + de 85 anos. 1 utente com deficiência visual 9 utentes- 6 M e 3 H: 1 M dos 70-74 anos, 1 M dos 75-79 anos; 1 M e 2 H dos 80-84 anos; 2 H e 2 M com + de 85 anos. X Centro de Dia- 24 24 utentes: 15 M e 9 H: 1 H e 5 M dos 70-74 anos; 3 H e 3 M dos 75-79 anos; 4 H e 4 M dos 80-84 anos; 1 H e 3 M com + de 85 anos. 5 utentes com deficiência: - 2 def. motora; - 1 def. auditiva; - 2 multideficiência Apoio Domiciliário40 40 utentes- 26 M e 14 H: 10M dos 60-64 anos; 1 H e 3 M dos 65-69 anos; 3 H e 5 M dos 70-74 anos; 5 H e 4 M dos 75-79 anos; 3 H e 6 M dos 80-84 anos; 2 H e 7 M com + de 85 anos. Centro de Dia- 3 3 utentes- 1 M e 2 H: 1 H dos 70-74 anos; 1 H e 1 M dos 75-79 anos 1 utente com deficiência mental Apoio Domiciliário14 14 utentes- 6 M e 8 H: 1 H e 2 M dos 75-79 anos; 4 h e 1 M dos 80-84 anos, 3 H e 3 M com + de 85 anos X Centro de Dia- 4 Apoio domiciliário9 Centro de dia4 Centro de Dia de São Domingos (Meimoa) Centro de dia de Pedrógão de São Pedro (Pedrógão de São Pedro) Apoio Domiciliário18 Centro de Dia- 20 Apoio Domiciliário36 Lar Residencial D. Barbara Tavares da Silva (Quinta da Sr.ª. Do Incenso Penamacor) X 37 utentes- 18 M e 19 H: 2 M dos 70-74 anos; 4 H e 5 M dos 75-79 anos; 8 H e 4 M dos 80-84 anos, 7H e 7 M com + de 85 anos. Apoio Domiciliário37 Centro de Dia N. Sr.ª da Silva (Bemposta) 10 utentes- 5 M e 5 H: 1 H dos 50-59 anos; 1 M dos 70-74 anos; 2 H e 1 M dos 75-79 anos; 1 H e 2 M dos 80-84 anos; 1 H e 1 M com + de 85 anos 4 utentes- 2 H e 2 M: 1 H e 1 M dos 70-74 anos; 1 H e 1 M dos 75-79 anos 18 utentes- 10 M e 8 H: 1 H dos 65-69 anos; 3 H e 1 M dos 70-74 anos; 3 M e 3 H dos 75-79 anos; 1 H dos 80-84 anos; 2 H e 4 M com + de 85 anos 20 utentes- 14 M e 6 H: 1 M dos 21-24 anos; 2 M dos 65-69 anos; 01 H dos 70-74 anos; 1 H e 2 M dos 7579 anos; 1 H e 3 M dos 80-84 anos; 3 H e 6 M com + de 85 anos. 36 utentes- 24 M e 12 H: 1 M dos 35-49 anos; 20 H dos 50-59 anos; 10 M dos 65-69 anos; 3 H e 3 M dos 75-79 anos; 2 H dos 80-84 anos; 4 H e 8 M com + de 65 anos. 1 utente com deficiência mental X X X X Lar de Idosos 24 utentes- 12 M e 12 H: 1 H dos 35-39 anos; 20H dos 50-59 anos; 1 M dos 65-69 anos; 3 H e 3 M dos 75-79 anos; 2 H dos 80-84 anos; 4 H e 8 M com + de 85 anos. 20 utentes com deficiência: - 6 def. motora; - 1 def. visual; -6 def. mental; -7 multideficiência Lar de Idosos 90 utentes- 58 M e 32 H: 1 M dos 35-39 anos; 2 H e 3 M dos 50-59 anos; 10M e 2 H dos 60-64 anos; 10 H e 3 M dos 65-69 anos; 3 H e 4 M dos 70-74 anos; 6 H e 6 M dos 75-79 anos; 9 H e 74 M dos 80-84 anos; 10 H e 25 M com + de 85 anos. 78 utentes com Deficiência: - 28 def. motora; - 5 def. auditiva; - 14 def. mental; - 31 multideficiência 16 utentes- 8 M e 8 H: 1 M dos 25-34 anos; 2 H dos 50-59 anos; 10 H dos 60-64 anos; 1 H dos 65-69 anos; 2 M dos 75-79 anos; 1 H e 3 M dos 80-84 anos; 2 H e 3 M com + de 65 anos. X Lar Residencial D. Barbara Tavares da Silva (Penamacor) Apoio Domiciliário16 Área temática V: Acção Social 82 Diagnóstico Social do Município de Penamacor Santa Casa da Misericórdia de Penamacor (Penamacor) Centro de Dia- 9 9 utentes- 6 M e 3 H: 10 M dos 70-74 anos; 3 M dos 75-79 anos; 1 H e 1 M dos 80-84 anos; 2 H e 1 M com + de 85 anos. Apoio Domiciliário42 42 utentes- 23 M e 19 H: 3 H e 1 M dos 50-59 anos; 3 H e 1 M dos 65-69 anos; 2 H e 1 M dos 70-74 anos; 5 M dos 80-84 anos; 7 H e 8 M com + de 85 anos Creche 12 crianças- 3 M e 4 f até 1 ano, 4 M e 1 f até aos 2 anos. Jardim-deinfância 22 crianças- 1 F até aos 2 anos, 3 M e 2 F até aos 3 anos; 4 M e 7 F até aos 7 anos; 4 m e 1 F até aos 5 anos. ATL Centro de Dia Dr. Júlio Moutinho (Salvador) Centro de Dia do Vale da Sr.ª da Póvoa (vale da Sr.ª. Da Póvoa) Centro de Dia- 10 Apoio Domiciliário22 Centro de Dia- 5 Apoio Domiciliário16 X X X X 33 crianças- 4 M e 5 F até aos 6 anos; 5 M e 4 F até aos 7 anos; 3 M e 3 F até aos 8 anos; 4 M e 5 F até aos 9 anos X 10 utentes- 3 M e 7 H: 2 H dos 50-59 anos; 5 H dos 80-84 anos; 3 M com + de 85 anos X 22 utentes- 10 M e 12 H: 10H e 2 M dos 75-79 anos; 1 H e 5 M dos 80-84 anos; 10 H e 3 M com + de 85 anos. 5 utentes- 3 M e 2 H: 1 M dos 75-79 anos; 1 M dos 8084 anos; 2 H e 1 M com + de 85 anos. X 2 utentes com deficiência: - 1 def. motora; - 1 def. mental 16 utentes- 10 M e 6 H: 1 M dos 65-69 anos; 1 M e 1 H dos 70-74 anos; 3 H e 2 M dos 75-79 anos; 2 H e 4 M dos 80-84 anos; 2 M com + de 85 anos X Fonte: Centro Distrital de Segurança Social de Castelo Branco e Projecto Rede Social, 2006. b) A Acção Social Autárquica baseia-se essencialmente na atribuição de apoios a indivíduos/famílias com fracos rendimentos, nomeadamente: 1) Apoio escolar (para além da acção escolar autárquica que conta apenas com dois pedidos recentes ao nível do 1º ciclo, o município presta também apoio ao nível da alimentação, subsidiando integralmente as refeições das crianças do primeiro ciclo deslocadas da sua freguesia de residência e os filhos de famílias carenciadas e ainda apoio parcial à alimentação das crianças cujos pais não têm condições de assegurar o almoço. O município assegura ainda, através das suas viaturas, os transporte das crianças que não podem beneficiar dos circuitos regulares de transportes escolares, por residirem em locais distantes das escolas. Ainda a este nível, a autarquia costuma assegurar transporte para a realização de passeios, excussões, visitas de estudos, etc., que são realizados em âmbito escolar; 2) No uso da competência para prestação de apoios a estratos sociais desfavorecidos, prevista na alínea a) do nº6 do artigo 64º da lei 169/99 de 18 de Setembro, com a Área temática V: Acção Social 83 Diagnóstico Social do Município de Penamacor redacção da lei nº5-A/2002 de 11 de Janeiro, a Câmara Municipal de Penamacor atem em vigor o “Regulamento dos apoios à habitação dos agregados familiares carenciados no município de Penamacor”, que visa essencialmente a melhoria das condições habitacionais dos agregados referidos. Segundo o 4º artigo deste regulamento, os apoios a conceder às famílias destinam-se a obras de recuperação, ampliação, conservação, remodelação, beneficiação ou conclusão das habitações usadas como residência habitual. No momento, existem seis candidaturas a este apoio aprovadas pela comissão de selecção; 3) No âmbito das competências na área da saúde, o município de Penamacor aprovou e tem em vigor o “Regulamento para o apoio, no âmbito da saúde, a estratos sociais desfavorecidos no município de Penamacor”, que visa uma actuação direccionada para a área da saúde, através da promoção de melhores condições à população em situação de precariedade sócio-económica, prestando apoio em termos de assistência medicamentosa, mediante a comparticipação dos medicamentos não cobertos pelo sistema de segurança social. Existem apenas dois registos deste pedido desde que o regulamento se encontra em vigor. c) O Decreto-lei n.º 19-A de 1996, cria o Rendimento Mínimo Garantido, instituindo uma prestação do regime não contributivo da Segurança Social e um programa de inserção social. A Lei n.º 13/2003, de 21 de Maio revoga o Rendimento Mínimo Garantido, previsto na Lei citada anteriormente e cria o Rendimento Social de Inserção, que se traduz numa prestação incluída no subsistema de solidariedade e num programa de inserção, de modo a conferir às pessoas e aos seus agregados familiares apoios adaptados à sua situação pessoal, que contribuam para a satisfação das suas necessidades essenciais e que favoreçam a progressiva inserção a nível laboral, social e comunitária. Esta prestação é de natureza pecuniária e possui um carácter transitório, sendo variável o respectivo montante. O programa de inserção do rendimento social de inserção é constituído por um conjunto de acções destinadas à gradual integração social dos titulares desta medida, bem como dos membros do seu agregado familiar. Área temática V: Acção Social 84 Diagnóstico Social do Município de Penamacor A autarquia tem colaborado neste processo através dos técnicos que têm assento nos órgãos instituídos, aos quais cabe levar a cabo o acompanhamento desta medida, nomeadamente no Núcleo Local de Inserção, participando no acompanhamento dos processos do RSI e na avaliação de processos de inserção. O Núcleo citado é composto por um representante da Educação, um representante do Centro de Saúde, um representante da Câmara Municipal, um representante do Centro de Emprego e um representante da Segurança Social. A evolução do número de acordos citados, expressa no quadro abaixo reproduzido, não apresenta alterações significativas, embora desde 2003 se possa verificar uma ligeira diminuição. Embora face ao número total de famílias residentes no concelho, este valor não seja expressivo, a dimensão e as situações que a ele estão coadunados não são menosprezáveis. A implementação desta medida tem contribuído para a redução dos casos de exclusão social e marginalização social e tem também favorecido a integração e a dignificação da condição humana. Quadro 2: Número de acordos de inserção (RSI), 2003-2005. Número de Acordos de Inserção assinados 7 Anos Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Agos. Set. Out. Nov. Dez 2003 64 61 59 60 64 63 59 53 53 51 50 50 2004 46 43 41 41 41 55 38 38 38 38 47 45 2005 45 45 44 47 46 44 43 43 42 44 44 42 Fonte: Centro Distrital de Segurança Social de Castelo Branco, 2006. Quadro 3: Indicadores de protecção social no concelho, 2004. Valor médio do subsídio de desemprego Valor médio anual das pensões Invalidez Total 2.621 2.977 Velhice 2.858 Sobrevivência € 1.685 Total H Número médio de dias de subsídio de desemprego M Total H M dias 2.103 2.558 1.943 191 208 185 Valor médio do subsídio de doença Valor Número médio médio de das dias de prestaçõe subsídio s de doença familiares € dias € 391 25 427 517 21 412 Fonte: Ministério da Segurança Social e do Trabalho, Instituto de Informática e Estatística da Solidariedade, 2004. 7 Tenha-se em conta que os valores são relativos ao número de acordos existentes em cada mês, o que significa que são valores transitórios. Área temática V: Acção Social 85 Diagnóstico Social do Município de Penamacor Gráfico 1: Indicadores diversos do concelho, 2005. 144 Pensionistas por invalidez 1290 Pensionistas por velhice 2009 Beneficiários activos 275 Contribuintes activos Nº crianças adoptadas 0 22 Nº crianças em risco 0 300 600 900 1200 1500 1800 2100 2400 Fonte: Centro Distrital de Segurança Social de Castelo Branco, 2005. Quadro 3.1: Prestações pagas pela Segurança Social, na Beira Interior Sul, 2004. Total Invalidez Velhice Sobrevivência Zona geográfica Total Pensionistas em 31.12.04 Total Pensionistas em 31.12.04 Total Pensionistas em 31.12.04 Beira Interior Sul 82 083 80 508 7 010 6 950 62 530 61 302 Castelo Branco 50 429 49 463 4 892 4 847 37 759 37 012 12 543 7 778 Idanha-a-Nova 15 744 15 440 909 903 12 335 12 092 2 500 2 445 Penamacor Vila Velha de Ródão 9 164 8 999 658 649 7 279 7 153 1 227 1 197 6 746 6 606 551 551 5 157 5 045 1 038 1 010 Total Pensionistas em 31.12.04 12 256 7 604 Fonte: Ministério da Segurança Social e do Trabalho, Instituto de Informática e Estatística da Solidariedade, 2004. Área temática V: Acção Social 86 Diagnóstico Social do Município de Penamacor Mapa 1: Percentagem de pensionistas, 2003. Fonte: Marktest, 2005. Os gráfico 1, mapa 1 e quadros 3 e 3.1 revelam indicadores diversos ao nível da área temática em tratamento. De uma forma geral, pode concluir-se que a larga percentagem dos encargos tidos no concelho se direccionam para a população mais envelhecida. Em termos das prestações pagas pela Segurança Social poderá verificar-se que o grosso recai nos encargos com as pensões de velhice, sendo que as pensões por invalidez ou pensões de sobrevivência apresentam valores muito inferiores, o que acontece também nos outros concelhos da Beira Interior Sul. O último mapa coloca o concelho de Penamacor no conjunto dos dez concelhos com maior número de pensionistas (57.2%) face a população total residente, o que traduz claramente o envelhecimento populacional a que o concelho tem assistido. Para terminar, convém referir que não foi possível fazer um apuramento de todas as famílias em situação de carência no concelho. Trata-se de um dado difícil de aferir e os Acordos de Rendimento social de Inserção, embora sejam um contributo evidente, nem sempre traduzem a dimensão da problemática. Área temática V: Acção Social 87 Diagnóstico Social do Município de Penamacor Síntese de Conteúdos e Problemáticas Ô Existe apenas uma creche no concelho, cuja lotação está completa; Ô Falta de alternativas (como amas, por exemplo) onde as crianças possam ficar durante o horário laboral dos pais; Ô Encerraram em três freguesias as infra-estruturas relativas ao ensino pré-escolar; Ô Necessidade de criação/alargamento de espaços de ocupação de tempos livres para crianças/jovens, dada à lotação do único espaço existente e à inexistência deste tipo de serviço nas freguesias; Ô Número significativo de crianças em risco face à população jovem residente e não há, no concelho, uma estrutura de apoio/encaminhamento deste tipo de situações; Ô Cobertura favorável do concelho em termos de Centros de Dia (com valências de centro de dia e apoio domiciliário); Ô Pouca capacidade de resposta dos equipamentos de terceira idade com valência de internamento (lar); Ô O único lar existente no concelho está lotado e tem uma lista de espera extensa; Ô Inexistência de um espaço de convívio com actividades diversas para a população mais idosa; Ô Debilidade das redes de apoio/suporte familiar aos idosos, o que suscita casos de solidão e/ou baixa auto-estima desta população; Ô Falta de técnicos na área da gerentologia e na área de animação sócio-cultural (para idosos e crianças); Ô Necessidade de apoio nocturno aos idosos em todas as freguesias; Ô Número expressivo de famílias em carência, beneficiárias do rendimento social de inserção; Ô Inexistência de um espaço de informação/encaminhamento dos indivíduos em situação de carência; Ô Percentagem muito elevada de pensionistas sobre a população total residente, com baixos rendimentos e elevadas despesas de saúde; Ô Número de crianças em risco não menosprezável e ausência de uma estrutura de acompanhamento destes casos. Área temática V: Acção Social 88 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor VI- Educação e Formação Profissional: A promoção de medidas que garantam a igualdade de oportunidades no acesso à educação e ao sucesso escolar tem vindo a ser amplamente discutidas no nosso país ao longo dos últimos anos e a questão central tem recaído na organização e estruturação do sistema de ensino e na promoção dos direitos do cidadão. E, mais do que avaliar os equipamentos e infra-estruturas existentes ao nível do ensino, torna-se premente, na presente área temática, elaborar uma análise do sistema educativo concelhio, bem como o conjunto de aspectos que lhe estão coadunados. Esta análise será elaborada mediante os dados relativos às freguesias do concelho, por níveis de ensino: a) Pré-escolar; b) Ensino Básico (1º ciclo); c) Ensino Básico (2º e 3º ciclo) e Secundário; d) Ensino Profissional e Educação/Formação; e) Ensino Recorrente. a) Ensino Pré-escolar: O ensino pré-escolar tem como objectivo promover o desenvolvimento ao nível pessoal, intelectual e social da criança, permitindo a sua interacção com grupos sociais diversificados, embora a sua frequência não seja obrigatória. Área temática VI: Educação e Formação Profissional 89 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Apesar do envelhecimento populacional e da redução expressiva do número de crianças no concelho, assiste-se a uma evolução positiva no sentido em que o número de crianças a frequentar o ensino pré-escolar tem aumentado, ainda que esse aumento seja pouco expressivo. É comum que as crianças até à idade de seis anos fiquem a cargo de familiares (pais e avós), menosprezando-se, dessa forma, a mais valia que o relacionamento inter-pessoal com outras crianças pode trazer para o desenvolvimento educacional e social da criança. No entanto, tem-se assistido a uma crescente valorização das mais-valias que este tipo de ensino tem na formação da criança, a comprovar pelo aumento do número de crianças no pré-escolar e também na creche. 8 No município de Penamacor, o ensino pré-escolar é ministrado em nove jardins de infância públicos e um infantário de natureza particular, sendo este uma valência da Santa Casa da Misericórdia de Penamacor. À excepção deste último, todos os jardins de infância no concelho são da rede pública e integram o Agrupamento de Escolas Ribeiro Sanches. No presente ano lectivo os jardins de infância a funcionar no município servem um total de 97 crianças, mais 12 que no ano lectivo 2004/2005. Todavia, esse aumento é pouco expressivo e a sub lotação dos espaços onde funciona o ensino pré-escolar tem vindo a aumentar. Quadro 1: Ensino Pré-escolar, por freguesia, 2005/2006. Idades Ensino pré-escolar Nº de alunos 3 anos 4 anos 5 anos Jardim de infância de Águas Jardim de infância de Aldeia do Bispo Jardim de infância de Benquerença Jardim de infância de Meimão Jardim de infância de Meimoa Jardim de infância de Pedrógão Jardim de infância N. Sr. das Dores (Penamacor) Jardim de infância (rede oficial) Penamacor Jardim de infância de Salvador Jardim de infância de Vale da Sr.ª. da Póvoa Total Nº de salas Nº de alunos por sala 3 4 4 1 3 1 3 7 4 0 0 3 3 7 4 0 3 1 9 18 12 1 6 5 1 1 1 1 1 1 9 18 12 1 6 5 6 11 5 22 1 22 4 3 0 29 4 0 2 34 7 2 2 34 15 5 4 97 1 1 1 15 5 4 Fonte: Câmara Municipal de Penamacor e Agrupamento de Escolas Ribeiro Sanches, 2006. 8 Segundo o Plano Director Municipal, 2003. Área temática VI: Educação e Formação Profissional 90 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Quadro 1.1: Número de alunos do Pré-Escolar com “Necessidades Educativas Especiais”, 2005/2006. Jardim de infância Número de alunos Aldeia do Bispo Meimoa Penamacor Total 2 1 1 4 Fonte: Agrupamento de Escolas Ribeiro Sanches, 2006. b) Ensino Básico: Segundo a Lei de Bases actualmente em vigor, o Ensino Básico divide-se em três níveis (1º, 2º e 3º ciclo) e é obrigatório para as crianças e jovens com idades compreendidas entre os seis e quinze anos. Ao nível do 1º ciclo, as escolas existentes no concelho distribuem-se por dez das doze freguesias, sendo que apenas as crianças da freguesia de Aldeia de João Pires e Bemposta não possuem escola primária em funcionamento na sua freguesia de residência. Estas são, como já foi referido, as freguesias do concelho com menor população residente. Estas escolas possuem, no ano lectivo que decorre, um total de 179 crianças, mais 5 que no ano lectivo 2004/2005 e todas elas fazem também parte do Agrupamento de Escolas Ribeiro Sanches. Quadro 2: 1º ciclo do Ensino Básico, por freguesia, 2005/2006. Nº de Número de alunos Nº de 1º Ciclo do Ensino Básico alunos salas Masculino Feminino Total por sala 1 4 5 1 5 EB1 de Águas EB1 de Aldeia do Bispo 11 13 24 2 12 EB1 de Aranhas 4 4 8 1 8 EB1 de Benquerença 8 8 16 1 16 EB1 de Meimão 4 1 5 1 5 EB1 de Meimoa 6 4 10 1 10 EB1 de Pedrógão S. Pedro 8 8 16 1 16 EB1 de Penamacor 44 32 76 4 19 EB1 de Salvador 8 4 12 2 6 EB1 de Vale Sr.ª. da Póvoa 5 2 7 1 4 99 80 179 15 10,1 Totais Fonte: Câmara Municipal de Penamacor e Agrupamento de Escolas Ribeiro Sanches, 2006. Área temática VI: Educação e Formação Profissional 91 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Quadro 2.1: Número de alunos do 1º ciclo do Ensino Básico com “Necessidades Educativas Especiais”, 2005/2006. 1º Ciclo do Ensino Básico Número de alunos Aldeia do Bispo Benquerença Meimão Pedrógão S. Pedro Penamacor Salvador Total 4 5 1 5 16 2 33 Fonte: Agrupamento de Escolas Ribeiro Sanches, 2006. c) Ensino Básico (2º e 3º ciclo) e Ensino Secundário: Ao nível do 2º e 3º ciclo e ensino secundário, a única escola existente no concelho situa-se em Penamacor. A Escola EB 2/3-S Ribeiro Sanches, que conjuntamente com os nove jardins de infância e as dez escolas do 1º ciclo do Ensino Básico, formam o Agrupamento de Escolas do concelho. No presente ano lectivo esta escola possui um total de 340 alunos: no 2º ciclo conta com 86 alunos, no 3º ciclo com 138 e no secundário com 116 alunos. Quadro 3: Número de alunos matriculados na Escola Ribeiro Sanches, 2005/2006. Nº de alunos Ano Totais por sexo 5º ano 34 Feminino 17 6º ano 7º ano 8º ano 9º ano 10º ano 11º ano 12º ano 52 57 43 38 37 47 32 24 34 26 21 20 25 15 Masculino 17 28 23 17 17 17 22 17 Total por ciclo 2º ciclo 86 3º ciclo 138 Secundário 116 Fonte: Agrupamento de Escolas Ribeiro Sanches, 2006. Área temática VI: Educação e Formação Profissional 92 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Quadro 3.1: Grupo de docência do Agrupamento de Escolas Ribeiro Sanches, 2005/2006. Nível de Ensino Grupo de docência Jardim infância 10 1º ciclo 19 2º ciclo 16 3º ciclo e secundário 36 4 Outro tipo 85 Total Fonte: Agrupamento de Escolas Ribeiro Sanches, 2006. Quadro 3.2: Número de alunos do 2º e 3º ciclo com “Necessidades Educativas Especiais”, 2005/2006. Sexo Freguesia Aldeia do Bispo Aldeia de J. Pires Bemposta Benquerença Meimão Meimoa Pedrógão S. Pedro Penamacor Salvador Ano Nº alunos 5º ano M 0 F 1 6º ano 0 1 8º ano 0 1 7º ano 1 2 3 1 8º ano 0 1 8º ano 0 1 9º ano 1 0 8º ano 0 1 5º ano 1 0 7º ano 1 1 9º ano 1 0 11º ano 1 0 6º ano 1 0 8º ano 1 0 9º ano 0 1 5º ano 2 0 6º ano 3 1 7º ano 2 0 9º ano 2 0 6º ano 1 0 7º ano 0 1 8º ano 1 0 Total 3 2 1 5 3 10 3 31 Fonte: Agrupamento de Escolas Ribeiro Sanches, 2006. Dos 340 alunos que frequentam a Escola Ribeiro Sanches, 31 demonstram “Necessidades Educativas Especiais”, o que perfaz um total de 9% da população estudantil da escola. Área temática VI: Educação e Formação Profissional 93 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Contudo, o quadro anterior não inclui os alunos a frequentar os cursos profissionais, que são geralmente alunos que apresentam percursos escolares irregulares, nomeadamente com casos de abandono escolar. Mesmo assim, não deixa de ser um valor elevado, tendo em conta a população total considerada neste âmbito. Em termos de insucesso/abandono escolar registam-se, no anterior ano lectivo, um total de 11 alunos, cuja média de idades é de 12.4, variando entre os 7 e 17 anos de idade. Dois alunos são do sexo feminino e nove do sexo masculino, sendo que 7 têm nacionalidade portuguesa e 2 nacionalidade francesa. Dos alunos absentistas, 2 são de etnia cigana. Estes valores correspondem a três escolas do concelho: cinco casos na Escola EB Ribeiro Sanches, quatro na Escola do 1º ciclo do Ensino Básico do Vale da senhora da Póvoa e dois casos na Escola Básica do 1º ciclo de Meimão. d) Ensino Profissional e Educação/Formação: O município de Penamacor conta apenas no momento com quatro cursos, todos a decorrer na sede de concelho. Os cursos ministrados na Escola Ribeiro Sanches são denominados EFA (Educação e Formação de Adultos) de Operadores de Informática e Acompanhantes de Crianças e são frequentados por um total de 36 alunos. Também em Penamacor, nas instalações do antigo Externato N. Sr.ª do Incenso, estão a decorrer dois cursos de Aprendizagem/Ensino Profissional de Contabilidade e Técnicos de Obra, que contam com 10 e 14 alunos, respectivamente. Estes cursos são uma ministrados pelo Centro de Formação Profissional de Castelo Branco em parceria com a Autarquia. Quadro 4: Cursos de Ensino Profissional no concelho, 2005/2006. Curso Operadores de Informática Auxiliares de acompanhamento de crianças Contabilidade Técnicos de Obra Nº de Alunos Feminino Masculino 21 15 10 14 0 14 4 7 21 1 6 7 Fonte: Câmara Municipal de Penamacor e Agrupamento de Escolas Ribeiro Sanches, 2006. Área temática VI: Educação e Formação Profissional 94 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Tem-se verificado no concelho dificuldade em fixar população jovem, o que poderia esbater o peso da população idosa no contexto populacional concelhio. Este factor prende-se essencialmente com a falta de alternativas adequadas para a população mais jovem, nomeadamente em termos de formação profissional e de emprego. As áreas e os cursos de formação existentes no concelho são pouco diversificados, o que leva a que os jovens que não pretendem completar o 12º ano pela via de ensino regular, tenham que procurar alternativas noutros concelhos. O baixo tecido empresarial e a falta de iniciativa em criar o próprio emprego são também responsáveis pela “fuga” dos mais jovens para outros locais onde possam assegurar a sua formação e realização profissional. Verifica-se também uma lacuna no acompanhamento em termos de orientação profissional/vocacional dos alunos: não há no concelho nenhuma estrutura que promova iniciativas em termos de informação sobre áreas educativas, cursos existentes, saídas profissionais, etc. Essa lacuna não se verifica apenas no âmbito da orientação vocacional, como se regista também ao nível do acompanhamento psicológico dos jovens estudantes. Tal como foi clarificado na área temática relativa aos equipamentos colectivos, onde se analisou os equipamentos escolares do concelho, importa referir que se conclui que os equipamentos e infra-estruturas existentes no concelho consideram-se globalmente satisfatórias, sendo que os alunos beneficiam de equipamentos diversos que contribuem para o sucesso do seu percurso escolar (computadores, espaços desportivos, manuais, etc.). e) Ensino Recorrente: O Ensino Recorrente e a Educação Extra-Escolar constituem uma alternativa viável para os indivíduos que não tiveram oportunidade de estudar ou de concluir o seu percurso escolar em tempo adequado e assume como objectivo prioritário fomentar o desenvolvimento social e pessoal do indivíduo, contribuindo assim para o estímulo da sua autonomia. O combate ao analfabetismo, a valorização da identidade cultural do indivíduo, a melhoria e aperfeiçoamento dos seus conhecimentos, potencialidades e auto-estima e a motivação para a participação em actividades comunitárias são também objectivos desta modalidade de ensino. Quer o 1º ciclo do Ensino Recorrente, quer os cursos de Educação Extra-Escolar são frequentados, na sua grande maioria por mulheres, com idades acima dos 50 anos e Área temática VI: Educação e Formação Profissional 95 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor decorrem em horário pós-laboral. Neste nível de ensino, há no presente ano lectivo, um total de cinco professores a leccionar (quatro são docentes destacados e um colocado). Este tipo de ensino tem tido uma dinâmica muito importante no contexto concelhio, na medida em que tem assumido ao longo dos últimos anos uma dupla função: a educativa e a social. Ou seja, permitem à população adquirir conhecimentos e competências relativas ao 1º ciclo do ensino básico e promovem também a inserção em actividades de âmbito comunitário que valorizam os aspectos pessoais, sociais e culturais. Como se disse, a população concelhia é bastante envelhecida e embora a frequência deste tipo de cursos seja, na maioria dos casos, uma opção pessoal e voluntária, a verdade é que tem contribuído favoravelmente para a diminuição da taxa de analfabetismo no concelho. Não obstante, há ainda alguma dificuldade em motivar e sensibilizar a população para a importância que este tipo de cursos detém. Neste contexto, o reconhecimento, validação e certificação de conhecimentos e competências adquiridas ao longo da vida (RVCC) assume uma importância destacável e é uma mais-valia, na medida em que possibilitaria à população que não teve a oportunidade de estudar e à que teve de abandonar, pelos mais diversos motivos, o seu percurso escolar condições de adquirir equivalências a graus de ensino diferenciados. Mediante um protocolo celebrado entre este Centro de Formação de Professores da Raia (com sede em Idanha-a-Nova) e a Autarquia, existe a possibilidade de concretizar o processo de certificação e avaliação dos conhecimentos, vivências, formações, actividade profissional, etc., embora não exista nenhum centro especifico para o mesmo (CRVCC). Quadro 5: Cursos do 1º ciclo do Ensino Recorrente no concelho, 2005/2006. Localidades Nº cursos Nº de formandos Águas Aldeia do Bispo Aranhas Bemposta Benquerença Meimoa Penamacor Salvador 1 1 1 1 1 1 1 1 15 19 13 13 13 13 11 22 Fonte: Coordenação Concelhia do Ensino Recorrente e Educação Extra-Escolar de Penamacor, 2006. Área temática VI: Educação e Formação Profissional 96 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Quadro 5.1: Cursos de Educação Extra-Escolar no concelho, 2005/2006. Localidades Cursos/Actividade Duração Aldeia do Bispo Bordados à mão 40 horas Aranhas Bordados à mão 40 horas Meimoa Bainhas abertas 40 horas Meimão Bordados à mão 40 horas Penamacor Relicário 40 horas Salvador Artes Decorativas 40 horas Fonte: Coordenação Concelhia do Ensino Recorrente e Educação Extra-Escolar de Penamacor, 2006. Para terminar a análise dos níveis de ensino, é importante mencionar que foi recentemente criado no município o Conselho Municipal de Educação. Este conselho foi criado através do decreto-lei nº 7/2003 de 15 de Janeiro e consiste num órgão de coordenação e consulta que tem por objectivo promover, analisar e acompanhar a nível municipal, a coordenação da política educativa. Os seus principais objectivos são: • Zelar pela orientação das actividades dos estabelecimentos de ensino e das associações que são parte integrante dos mesmos, tendo em vista o desenvolvimento global e equilibrado das crianças/jovens, • Promover e incentivar o respeito pelos princípios constitucionais e pelos princípios estipulados na Lei de Bases do Sistema Educativo; • Perspectivar uma cooperação com a comunidade local com vista ao sucesso das medidas a implementar; • Garantir a igualdade de oportunidades para todas as crianças e jovens de medidas de apoio aos vários níveis; • Proceder à evolução criteriosa e regular as condições de funcionamento dos diferentes serviços e instituições, propondo as acções consideradas adequadas à promoção de maiores padrões de eficiência e eficácia. Devido à criação recente deste órgão, é demasiado cedo para se poder fazer um balanço da sua intervenção. Área temática VI: Educação e Formação Profissional 97 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Gráfico 1: Estrutura de ensino no concelho de Penamacor, 2001. Estrutura de ensino no concelho de Penamacor, 2001. 7,5% 0,4% 3,8% 7,1% 30,4% 10,6% 40,2% nenhum nível de ensino 1º ciclo 2º ciclo 3º ciclo ensino secundário ensino médio ensino superio r Fonte: Recenseamento Geral da População e Habitação, INE: 2001. Quadro 6: Número de analfabetos e taxa de analfabetismo no concelho, 2001. Analfabetos com 10 ou mais anos HM 1808 M 1119 H 689 Taxa de Analfabetismo Em 1991 32.7 Em 2001 28.8 Fonte: Recenseamento Geral da População e Habitação, INE: 2001. O gráfico anterior demonstra os níveis de ensino no concelho, através do qual se pode verificar que mais de 30% da população residente não possui qualquer nível de instrução, ou seja, não andou na escola. A maior percentagem do gráfico (40.2%) é relativa à população que possui apenas o 1º ciclo do ensino básico. Em relação à população que completou o 2º,3º ciclo e secundário é também ela pouco expressiva (10.6%, 7.1% e 7.5% respectivamente). Já ao nível do ensino médio e superior as percentagens mantêm a mesma tendência (apenas 0.4% da população concluiu o ensino médio e 3.8% possui grau equivalente a licenciatura). A taxa de analfabetismo diminui 3.9% no espaço de uma década e cremos que esta diminuição está relacionada directamente com a frequência do ensino recorrente. Área temática VI: Educação e Formação Profissional 98 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Síntese de Conteúdos e Problemáticas Ô Inexistência de uma Escola Profissional no concelho; Ô Inexistência de uma Escola de Ensino Superior no concelho; Ô Insuficientes ofertas formativas oferecidas pela única escola de ensino secundário no concelho (em termos das áreas existentes neste nível de ensino); Ô Insuficiente oferta de cursos profissionais; Ô Falta de uma estrutura de acompanhamento/orientação da população jovem (quer em termos de orientação vocacional, quer mesmo em apoio psicossocial); Ô Falta de incentivos para a fixação da população jovem; Ô Ausência de um centro de reconhecimento, validação e certificação de competências, embora o processo seja possível no concelho; Ô Número expressivo de alunos com “Necessidades Educativas Especiais” em todos os níveis de ensino; Ô Abandono escolar/insucesso escolar reduzido, mas não menosprezável; Ô Contributo notório do Ensino Recorrente na diminuição das taxas de analfabetismo; Ô Necessidade de motivar e incentivar a população mais idosa a frequentar o Ensino Recorrente; Ô Cerca de 30% da população concelhia é analfabeta; Ô Quase metade da população concelhia (mais de 40%) apenas possui o 1º ciclo do ensino básico; Ô Apenas cerca de 4% da população concelhia tem grau de licenciatura e grande parte destes licenciados não exerce a sua profissão no concelho. Área temática VI: Educação e Formação Profissional 99 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor VII-Economia e Emprego: O concelho de Penamacor é um concelho do interior, tipicamente rural, com todos os entraves que essa realidade acarreta para o seu desenvolvimento, nomeadamente ao nível da modernização dos seus sectores de actividade, da atracção dos investimentos, sejam estes de natureza pública e/ou privada, da criação de oportunidades de emprego que proporcionem a fixação de jovens qualificados, etc. Tradicionalmente agrícola, o concelho tem vindo a evidenciar um conjunto de alterações significativas de entre as quais se salienta a diminuição do peso da actividade agrícola, como principal forma de ocupação da população residente e o aumento do peso de sectores secundário e terciário, nomeadamente ao nível dos sectores de “saúde e acção social”; “comércio por grosso e a retalho”; “industrias transformadoras” e “construção”. E, como a estrutura económica e empresarial mantém uma estreita ligação com as dinâmicas que pautam o mercado de trabalho concelhio, estas alterações reflectem-se na ocupação da população activa, ou seja, dos activos. Embora a evolução da estrutura económica do concelho se tenha vindo a processar a um ritmo lento ao longo dos anos, essa evolução não deixa, no entanto, de ser bastante positiva e favorável para as dinâmicas económico-empresariais que caracterizam o concelho de Penamacor. Área temática VII: Economia e Emprego 100 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Quadro 1: Peso dos sectores de actividade no concelho, por freguesia, 2001. Freguesias Águas Aldeia do Bispo Aldeia de João Pires Aranhas Bemposta Benquerença Meimão Meimoa Pedrógão S. Pedro Penamacor Salvador Vale da Sr.ª. Da Póvoa Concelho Sectores de Actividade Primário 1991 2001 21,4 9,3 26,3 23,6 13,2 25,5 56,1 26,0 44,3 17,9 32,2 18,1 58,3 14,1 42,0 20,5 29,6 15,0 21,1 9,6 54,6 32,5 9,1 38,6 31,1 17,2 Secundário 1991 2001 26,2 46,7 33,0 31,1 28,3 21,3 14,9 27,1 23,0 42,9 35,1 37,3 18,8 43,6 30,0 36,6 46,8 34,8 12,8 20,5 12,1 32,5 57,6 19,3 24,0 29,3 Terciário 1991 2001 52,4 44,0 40,7 45,3 58,5 53,2 28,9 46,9 32,8 39,3 32,7 44,6 22,9 42,3 28,0 42,9 23,7 50,3 66,1 69,9 33,3 35,1 33,3 42,1 44,8 53,4 Fonte: XII e XIV Recenseamentos Gerais da População, INE: 2001. A actividade agrícola sempre teve no concelho uma importância que não deve ser menosprezada. Embora as actividades agrícolas e de produção animal tenham reduzido o seu peso ao longo das últimas décadas, a população mantém uma ligação muito próxima com a “terra”, o “campo” e é comum, nomeadamente a população mais envelhecida, possuir o seu “pedaço” de terreno onde cultivam alguns produtos para consumo próprio e se ocupam da criação de algumas espécies animais, geralmente aves, suínos, bovinos, caprinos e caprinos. Mais do que por necessidade, este apego à terra acontece por tradição, por gosto, por modo de estar. Ou seja, a actividade agrícola no concelho assume um carácter de subsistência, sendo que a população que dela se ocupa é maioritariamente envelhecida, de baixas qualificações escolares e profissionais, existindo poucas explorações agrícolas a funcionar numa dinâmica empresarial, propriamente dita. No espaço de vinte anos regista-se uma diminuição acentuada da população afecta ao sector primário (de 53.8% em 1981 para 17.2% em 2001). Neste âmbito, o concelho possui uma cooperativa agrícola (a Meimoacôop), que se destaca pela sua produção de queijos. Esta é a única cooperativa que existe no concelho. Área temática VII: Economia e Emprego 101 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Aldeia de João Pires Aranhas Bemposta Benquerença Meimão Meimoa Pedrógão Penamacor Salvador Vale Sr.ª. Póvoa Área Total (km2) Superfície Agrícola Utilizada (SAU) - ha Superfície Agrícola Utilizada(SAU) -Por conta Própria- ha Superfície Agrícola Utilizada (SAU) – Arrendamento- ha Superfície Agrícola Não Utilizada- ha População Agrícola (indivíduos) Aldeia do Bispo Ocupação da área agrícola Águas Quadro 1.1 Ocupação da área agrícola por freguesia, 2001. 13 6,2 10,8 7,8 12,7 27,9 40,1 30,7 21,3 364,5 8,8 19,9 6432 394 464 565 340 1356 395 620 2224 5457 1592 280 494 342 215 484 301 1304 363 406 1467 4601 573 278 119 41 229 0 16 52 6 76 597 778 0 0 258 67 241 96 3,3 177 89 96 35 352 120 112 263 256 156 217 178 573 272 358 363 584 239 196 Fonte: XII e XIV Recenseamentos Gerais da População, INE: 2001. Gráfico 1: Principais culturas produzidas no concelho, 1999. Principais culturas produzidas no concelho, 1999. 994 Vinha 1494 Olival 46 Frutos secos 67 Citrinos 194 Frutos frescos 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 Número de explorações Fonte: Recenseamento Geral da Agricultura, INE: 1999. Área temática VII: Economia e Emprego 102 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Quadro 2: Principais culturas temporárias produzidas no concelho, 1999. Total Cultura principal Principais culturas temporárias Exploração Área Exploração Área Culturas temporárias 1056 5236 998 4475 Cereais para grão 587 2160 531 2027 Leguminosas secas 226 60 198 52 Prados temporários 61 197 49 104 Culturas forrageiras 742 2771 671 2254 Batata 265 42 220 29 Culturas hortícolas 41 10 36 9 Flores e plantas ornamentais 1 0 1 0 Fonte: Recenseamento Geral da Agricultura, INE: 1999. Em relação às culturas temporárias devem destacar-se os cereais para grão (milho, aveia, trigo e centeio) e as culturas forrageiras, cuja produção apresenta os valores mais elevados. A batata e as leguminosas secas são também culturas temporárias usuais no concelho, embora a produção das mesmas seja menos expressiva. As culturas permanentes mais produzidas são o olival e a vinha, quer pela produção,quer pela dimensão da área onde são plantadas. Os frutos frescos e os citrinos são também produzidos no território concelhio, embora com uma expressão mais reduzida que as anteriores. A produção animal no concelho tem também alguma importância, nomeadamente a nível dos caprinos e ovinos, embora essa produção não se destine à comercialização, ou seja, a produção animal concelhia destina-se, em larga escala, ao consumo doméstico. Gráfico 1.1: Efectivo animal no concelho, 1999. Efectivo animal no concelho, 1999. 3% 2% 6% 7% 7% 4% 20% 51% Bovinos Suínos Ovínos Caprinos Equídeos Coelhos Aves Abelhas Fonte: Recenseamento Geral da Agricultura, INE: 1999. Área temática VII: Economia e Emprego 103 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Ao nível do sector secundário são as indústrias transformadoras (alimentar, metalúrgica, madeira e cortiça) que empregam a maior percentagem de activos, ainda que as empresas existentes a este nível sejam de reduzida dimensão. É registado um crescimento de aproximadamente 5%, ao nível do número de empregos neste sector, de 1991 a 2001. Dentro das indústrias alimentares é de salientar uma produtora de mel, uma exploração pecuária, duas queijarias 9 e seis lagares de azeite. A produção de azeite no concelho tem assumido um peso relevante no contexto económico, na medida em que os produtos olivícolas têm sido progressivamente comercializados no mercado local, nacional e mesmo estrangeiro. O azeite produzido no concelho insere-se nos “Azeite da Beira Baixa” cuja área geográfica está circunscrita aos concelhos de Sabugal, Covilhã, Belmonte, Fundão, Penamacor, Idanha-a-Nova, Castelo Branco, Vila Velha de Ródão, Proença-a-Nova, Oleiros, Sertã, Vila de Rei e Mação. Há actualmente 6 lagares em laboração (dois em Penamacor, dois na freguesia de Vale da Sr.ª. da Póvoa e dois na freguesia do Salvador) e uma embaladora de azeitona de mesa. Zona geográfica Quadro 3: Produção de azeite na Beira Interior Sul, 2004. Azeite Azeite obtido obtido Por grau de acidez Lagares Azeitona por em oleificada quintal Total laboração Até 0,8 0,9 a 2,0 >2,0 de azeitona Nº. Toneladas Hl/100kg Hl Beira Interior Sul Castelo Branco Idanha-a-Nova Penamacor Vila Velha de Ródão 53 33 3 6 12 12 613 7 883 507 2 611 1 613 0,12 0,13 0,12 0,13 0,11 15 686 9 934 628 3 269 1 854 8 011 5 218 292 1 304 1 197 7 004 4 241 326 1 784 653 670 474 10 182 4 Fonte: Estatísticas Agrícolas, INE: 2004. A construção é também um sector de algum dinamismo no contexto económico que caracteriza o tecido empresarial concelhio. Embora se tenha assistido a uma redução do número de empregos criados nesta área, de 1991 a 2001, o sector tem apresentado uma evolução favorável e assume um peso importante no conjunto das actividades económicas desenvolvidas no território concelhio. Este sector caracteriza-se, no entanto, por empresas de reduzida dimensão. 9 Embora exista registo de que existem vários particulares que vendem este produto. Área temática VII: Economia e Emprego 104 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor A zona industrial situa-se a cerca de três quilómetros da vila de Penamacor, tem cerca de 50 hectares e reúne a grande maioria das actividades secundárias que existem no território concelhio. Este foi um espaço privilegiado pela Câmara Municipal e visa essencialmente o apoio e incentivo ao dinamismo empresarial no concelho. Recentemente foram adquiridos vários hectares para ampliação da mesma. Mapa 1: Zona Industrial de Penamacor. Fonte: Câmara Municipal de Penamacor, 2006. Quadro 4: Empresas em funcionamento na zona industrial de Penamacor, 2006. Ramos de actividade Transformação, conserva e embalagem de azeitonas Extracção de cortiça Construção civil Oficina Alfaias agrícolas Gás Fábrica de sacos Queijaria Frutas Bar-restaurante Alumínios Mármores Serralharia Restauro de mobiliário Maquinaria pesada Electricista auto Fábrica de paletes e serração de madeiras Nº de unidades 2 1 1 5 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Fonte: Câmara Municipal de Penamacor, 2006. Área temática VII: Economia e Emprego 105 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Aldeia do Bispo Aldeia de João Pires Aranhas Bemposta Benquerença Meimão Meimoa Pedrógão Penamacor Salvador Vale da Sr.ª. da Póvoa Mercearia/Taberna Minimercado/Mercearia Supermercado Comércio misto Talho Padaria Café/Pastelaria Restaurante Barbeiro Cabeleireiro/a Florista Papelaria Venda de jornais/ revistas Drogaria Comércio de produtos para agricultura Comércio de cortiça Materiais de Construção Electrodomésticos Material eléctrico Oficina de automóveis/motos Venda e montagem de pneus Electricista Lagar de azeite Serralharia Carpintaria/Marcenaria Fabrico de mármores Fábrica de confecções Fábrica de cortiça Fábrica de plástico Queijaria Ferreiro Canalizador Estofador Fotógrafo Móveis e decoração Ourivesaria Oculista Pronto-a-vestir Bar/Discoteca Escola de condução Cooperativa Águas Tipo de actividade Quadro 4.1: Tipo de actividades e respectivas unidades funcionais existentes por freguesia, 2006. 0 3 0 1 0 1 2 2 1 0 0 0 0 5 0 1 0 1 6 0 0 1 0 0 1 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 5 0 0 1 1 7 2 1 0 1 0 1 1 1 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 3 0 0 1 0 3 2 0 1 0 0 1 2 0 0 0 0 0 3 0 0 1 0 2 5 2 3 3 1 12 2 4 1 1 0 1 3 0 1 0 0 3 0 0 1 0 0 0 0 0 2 0 0 2 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 4 0 0 0 1 0 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 2 2 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 3 3 6 0 1 1 0 0 0 0 0 2 2 0 0 0 0 0 0 2 1 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 2 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 1 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 2 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 2 1 2 1 1 1 2 2 3 2 1 1 1 3 2 1 6 4 1 0 0 0 2 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Área temática VII: Economia e Emprego 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 106 Tipo de actividade Águas Aldeia do Bispo Aldeia de João Pires Aranhas Bemposta Benquerença Meimão Meimoa Pedrógão Penamacor Salvador Vale da Sr.ª. da Póvoa Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Agência funerária Pensão Residencial Farmácia Médico Dentista Banco Advogados Seguros Construtor civil Gabinete de contabilidade Táxi Posto telefónico Estação de correios Posto de correio Bomba gasolina 0 2 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 2 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 0 0 0 0 1 1 0 1 0 0 0 0 2 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 1 0 1 0 0 2 0 1 0 0 0 0 1 2 0 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 6 0 1 0 0 1 0 2 2 0 2 2 2 3 1 6 4 3 4 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 0 O sector terciário ocupa hoje mais de metade da população activa do concelho e a evolução global deste sector tem sido positiva, nomeadamente ao longo dos últimos anos. Este crescimento fica a dever-se essencialmente ao aumento dos empregos na área da saúde, da acção social, das actividades comerciais e do alojamento e restauração. Em relação às áreas da saúde e acção social, o grosso dos empregos centra-se na administração Pública e nas Instituições Particulares de Solidariedade Social, respectivamente. A maioria das actividades comerciais é desenvolvida em estabelecimentos de reduzida dimensão, à semelhança do que acontece com a grande maioria das empresas em actividade no território concelhio. No que diz respeito às actividades bancárias, transportes e comunicações, alugueres e serviços prestados às empresas e às actividades imobiliárias embora assumam um papel importante na dinâmica económica do concelho, empregam uma percentagem pouco expressiva da população residente (cerca de 20%). Área temática VII: Economia e Emprego 107 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Para finalizar as questões relacionadas com a economia local, apresenta-se o seguinte quadro que traduz o número de população empregada por tipo de actividade, bem como a respectiva percentagem que lhe está associada. Este quadro serve, assim, de introdução à temática a desenvolver de seguida, ou seja, o emprego. Quadro 5: População residente no concelho, por subsecção da CAE, 2001. 2001 Actividades Nº % Agricultura, produção animal, caça e 313 17 silvicultura 327 18 Construção Comércio por grosso e retalho, reparação de 227 13 automóveis, motos e bens não pessoais 181 10 Saúde e Acção social Administração Pública, defesa e 223 12 Segurança Social Obrigatória 100 6 Educação Alojamento, Restaurantes e Similares 93 5 Famílias com empregadas domésticas 46 3 Indústria Alimentar, Bebidas e Tabaco 43 Indústria Têxtil 59 Indústrias da Madeira, Cortiça e Obras 29 Outras indústrias 75 Transportes, Armazéns e Comunicações Actividades Imobiliárias, Alugueres e serviços prestados a empresas 38 2 24 1 Outros Total 11 39 2 1817 100 Fonte: Recenseamentos Gerais da População, 1991 e 2001: INE. Quando abordamos a temática do emprego ressalta-nos, em primeiro plano, a questão do desemprego. Assim, a análise da presente área terá como direcção esta dupla questão: emprego-desemprego. Ao longo dos últimos anos Portugal tem assistido a uma crise económica, abordada frequentemente pela comunicação social, que tem provocado alterações e mudanças muito expressivas no sector do emprego e consequentemente na vida dos cidadãos. Os números avançados pelos Centros de Emprego dão-nos conta da dimensão que esta problemática assume nos nossos dias: no final de 2005, 447,3 milhares de cidadãos encontravam-se desempregados e os Centros de Emprego, no início deste ano, registaram um total de 491.184 indivíduos sem emprego. Se por um lado, estes valores nos dão a dimensão da gravidade neste âmbito, por outro lado revelam também a desadequação e/ou Área temática VII: Economia e Emprego 108 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor insuficiência de implementação de medidas que consigam responder ao aumento do desemprego. Estas tendências reflectem-se, embora numa escala de dimensão mais reduzida, nas dinâmicas que caracterizam o concelho de Penamacor. Quadro 6: Evolução de alguns indicadores relacionados com o emprego no concelho, 1991-2001. 1991 8115 2101 176 28,1 7,7 11,7 População Total População com emprego População sem emprego População Activa (%) Taxa de Desemprego Taxa de Desemprego Feminina (%) 2001 6658 1817 157 29,6 8,0 11,5 Fonte: Recenseamentos Gerais da População, 1991 e 2001: INE. Em termos de empregabilidade, o município conta com duas entidades que se destacam como maiores empregadores: a Câmara Municipal (que emprega um total de 126 indivíduos, 113 efectivos e 13 contratados) e o Lar Residencial D. Bárbara Tavares da Silva (que conta com 106 funcionários distribuídos pelas valências de lar e centro de dia). No quadro anterior é possível registar-se uma diminuição da população empregada e também da população sem actividade económica, ou seja, sem emprego, de 1991 a 2001. Esta tendência relaciona-se directamente com o decréscimo populacional que o concelho tem presenciado ao longo das últimas décadas. Quadro 6.1: População residente no concelho, por condição perante a actividade económica, sexo e grupo etário, 2001. População Residente no concelho de Penamacor Total HM H Menos de 15 anos M HM 6658 3215 3443 642 H 330 M HM H 1783 1088 HM H M Mais de 60 anos HM H M 312 2862 1485 1377 3154 1400 1754 População com Actividade Económica 15 a 60 anos 15 a 60 anos Mais de 60 anos População sem Actividade Económica 15 a 60 anos M HM H M HM H M 695 191 120 71 1079 397 682 Mais de 60 anos HM H M 2963 1280 1683 Fonte: Recenseamento Geral da População e Habitação (Resultados Definitivos), INE: 2001. Área temática VII: Economia e Emprego 109 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Quadro 6.2: População residente no concelho, por condição perante a actividade económica, 2001. 1991 População Não Activa Nº. 568 936 3094 80 396 5074 Estudante Doméstica Reformado Incapacitada para o trabalho Outros Total 2001 % 11,2 18,4 61,0 1,6 7,8 100,0 Nº. 310 527 2795 204 206 4042 % 7,7 13,0 69,1 5,0 5,1 100,0 Fonte: Recenseamentos Gerais da População, 1991 e 2001: INE. Quadro 6.3: Evolução da taxa de actividade no concelho, 1991- 2001. Em 1991 HM 28.1 H 37.8 Em 2001 M 18.9 HM 29.6 H 37.6 M 22.2 Fonte: Recenseamentos Gerais da População, 1991 e 2001: INE. Quadro 7: População residente no concelho, por condição perante a actividade económica, 2005. Meses Tempo de Inscrição Escalões Etários M F menos de 1 ano mais de 1 ano Menos de 26 anos 69 68 68 64 64 56 55 55 45 43 102 109 116 116 104 107 100 108 105 105 119 127 133 127 111 112 102 105 94 95 52 50 51 53 57 51 53 58 56 53 32 34 28 31 33 28 24 27 18 20 Novembro 10 46 109 95 60 20 40 58 Fonte: Centro de Emprego da Covilhã, 2006. Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro 10 Sexo 26 a 35 a 55 anos 34 anos 54 anos e mais 43 52 44 42 55 46 45 64 47 41 60 48 36 57 42 34 61 40 36 58 37 41 59 36 39 57 36 37 57 34 37 Totais 171 177 184 180 168 163 155 163 150 148 155 Os dados referem-se ao período compreendido entre Janeiro e Novembro de 2005. Área temática VII: Economia e Emprego 110 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Quadro 7.1: População residente inscrita no centro de emprego, segundo a escolaridade, 2005. Meses Nenhuma 1º Ciclo 2º Ciclo 3º Ciclo Secundário Superior Janeiro 24 60 38 24 21 4 Fevereiro 27 63 37 24 23 3 Março 28 67 39 21 24 5 Abril 27 65 39 24 23 2 Maio 23 56 38 26 23 2 Junho 21 52 42 23 22 3 3 Julho 20 48 42 24 18 Agosto 18 51 42 25 20 7 Setembro 18 51 37 18 18 8 10 Outubro 16 50 34 21 17 Novembro 16 59 35 24 13 8 Totais 238 622 423 254 222 55 Fonte: Centro de Emprego da Covilhã, 2006. Quadro 7.2: População residente inscrita no centro de emprego, segundo o sexo e as habilitações literárias, 2005. Habilitações Sexo Sem 4ª habilitações Classe H 4 M 23 6º Ano 9º Ano 11º Ano 12º Ano 23 15 9 2 4 0 0 73 42 35 8 10 1 7 Bacharelato Licenciatura Fonte: Centro de Emprego da Covilhã, 2006. Gráfico 2: População masculina residente no concelho, inscrita no centro de emprego, 2006. População masculina residente inscrita no centro de emprego, 2006. 4 6 10 6 13 < 25 18 25-30 30/45 45/55 55/60 > 60 Fonte: Centro de Emprego da Covilhã, 2006. Área temática VII: Economia e Emprego 111 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Gráfico 2.1: População feminina residente inscrita no centro de emprego, 2006. População feminina residente inscrita no centro de emprego por escalão etário, 2006. 15 21 24 32 38 69 < 25 25-30 30/45 45/55 55/60 > 60 Fonte: Centro de Emprego da Covilhã, 2006. Quadro 7.3: População residente inscrita no centro de emprego, segundo o sexo e o tempo de inscrição, 2005. Situação de emprego Sexo <1 ano >1 ano 1º emprego Novo emprego H 33 24 7 50 M 122 74 39 160 Fonte: Centro de Emprego da Covilhã, 2006. Dos quadros e gráficos apresentados nas páginas anteriores podem retirar-se as seguintes conclusões: 1) A grande maioria da população com actividade económica é do sexo masculino; 2) A maior percentagem de população sem actividade económica é feminina; 3) A população não activa sofre uma diminuição em todas as categorias apresentadas, o que se alia ao decréscimo populacional evidenciado no concelho; 4) A variação das taxas de actividade é pouco expressiva, sendo que se regista um ligeiro aumento; 5) Enquanto que a taxa de actividade masculina se mantém quase inalterável, a taxa de actividade feminina regista um aumento, embora não seja muito expressivo (3.3%); Área temática VII: Economia e Emprego 112 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor 6) O maior peso das inscrições do Centro de Emprego recai sobre o período de menos de um ano e sobre as camadas etárias intermédias (26-34 e 35-54 anos); 7) Em termos globais, de Janeiro a Novembro de 2005 regista-se uma diminuição de apenas 16 inscrições no Centro de Emprego da área de residência; 8) A maior percentagem de desempregados possui o 2º e 3º ciclo e à medida que aumentam as habilitações literárias diminui o número de inscritos; 9) O desemprego no concelho é maioritariamente feminino. Área temática VII: Economia e Emprego 113 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Síntese de Conteúdos e Problemáticas Ô Declínio das actividades agrícolas, com tendência crescente do abandono das terras, embora estas continuem a assumir um valor cultural importante no concelho; Ô Agricultura de subsistência sem dinâmicas empresariais notórias, à excepção dos produtos olivícolas e vinícolas; Ô Actividades agrícolas desenvolvidas por uma população com baixa escolaridade e qualificação profissional e com pouca apetência para o associativismo/cooperativismo; Ô Das culturas temporárias mais expressivas no concelho destaca-se a produção de cereais para grão e culturas forrageiras; Ô A produção animal destina-se maioritariamente ao consumo próprio e destaca-se a criação de ovinos, caprinos, bovinos e aves; Ô Aumento do peso do sector secundário, nomeadamente ao nível das industrias transformadoras e da construção civil; Ô Aumento do peso do sector terciário (aumento dos empregos na área da saúde, da acção social e das actividades comerciais); Ô Fraco tecido empresarial (as empresas existentes no concelho são de reduzida dimensão, empregando uma percentagem de activos pouco significativa); Ô Falta de uma estratégia adequada de promoção dos produtos típicos e inserção dos mesmos em circuitos de mercados mais alargados; Ô A população inscrita no Centro de Emprego é maioritariamente feminina; Ô A maior percentagem de desempregados possui o 2º e 3º ciclo e à medida que aumentam as habilitações literárias diminui o número de inscritos; Ô A maioria da população desempregada está inscrita no Centro de Emprego há menos de um ano; Ô Falta de iniciativa empresarial e espírito empreendedor por parte da população; Ô Falta de iniciativa de criação do próprio emprego; Ô Sub-aproveitamento das potencialidades turísticas do concelho para criação de oportunidades de emprego. Área temática VII: Economia e Emprego 114 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor VIII-Justiça e Segurança: Esta área temática tratará conjuntamente as questões relacionadas com a Justiça e a Segurança no concelho. Embora se tratem de áreas diferentes, possuem pontos de ligação que se pretendem analisar em paralelo: ambas as áreas estão estritamente ligadas aos direitos básicos dos cidadãos. A Justiça diz respeito à igualdade de todos os cidadãos. É um dos princípios básicos que visa manter ordem social através da preservação dos direitos dos indivíduos. A segurança é considerada, a nível constitucional, como um direito fundamental intimamente relacionado com o direito à liberdade, ou seja, é principalmente uma questão de cidadania. Um dos fins da segurança é, precisamente, a promoção da coesão social. A prevenção das situações de risco existentes nas sociedades modernas é um dos meios para evitar ou minimizar as problemáticas resultantes da exclusão social. A Segurança é, no entanto, uma área complexa e diversificada que engloba vários domínios: a segurança pública, a sinistralidade rodoviária, a protecção civil, a criminalidade, etc. que serão focadas neste capítulo. Área temática VIII: Justiça e Segurança 115 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor As questões de Justiça no concelho são asseguradas por um Magistrado Judicial, por um Magistrado do Ministério Público e por quatro oficiais de Justiça numa única instituição: o Tribunal Judicial da Comarca de Penamacor. Quadro 1: Dados relativos à Justiça no concelho de Penamacor, 2005. Áreas processuais 1991 2001 Processos cíveis entrados durante o ano 128 150 Processos cíveis findos durante o ano 129 119 Processos penais entrados durante o ano 288 189 Processos penais findos durante o ano 288 155 Processos tutelares entrados durante o ano 6 4 Processos tutelares findos durante o ano 5 5 Totais 844 622 Fonte: Tribunal Judicial da Comarca de Penamacor, 2006. 2005 205 174 305 236 12 10 942 Tal como se pode constatar no quadro anterior regista-se um aumento de entradas, durante o ano, em termos de processos cíveis, penais e tutelares, de 1991 a 2005. Em termos globais, todos os processos referidos anteriormente, quer os entrados quer os findos sofrem uma diminuição de 1991 a 2001 e deste último ano a 2005 verifica-se um aumento relativamente acentuado. O concelho de Penamacor, embora numa dimensão muito reduzida, traduz o actual estado da Justiça no nosso país: morosidade na resolução dos processos e congestionamento dos processos nos tribunais. Quadro 1.1: Crimes registados pelas autoridades policiais, segundo as categorias de crimes, 2004. Zona Geográfica Total Contra as pessoas Contra o património Contra a vida em sociedade Contra o Estado Portugal 416 420 91 364 232 610 45 222 5 563 Centro 76 836 2 841 18 402 35 341 11 482 1 169 755 1 011 695 57 Beira Interior Sul Fonte: Gabinete de Política Legislativa e Planeamento, Estatísticas da Justiça, 2004. A criminalidade no concelho não assume uma dimensão preocupante. Este fenómeno está normalmente relacionado com problemáticas sociais diversas, de entre as quais se destacam as adições, as quais possuem igualmente uma dimensão reduzida no contexto concelhio, como já foi mencionado. Esta questão tem assim estreita ligação com a segurança, na medida em que envolve dimensões que dizem respeito directamente à protecção dos cidadãos em geral e dos grupos Área temática VIII: Justiça e Segurança 116 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor socialmente mais vulneráveis como são os idosos, os indivíduos portadores de deficiência e as crianças. Em relação às estatísticas de Justiça disponíveis, resumidamente apresentadas no quadro anterior, poderá concluir-se que na Beira Interior Sul o maior número de crimes registados são cometidos contra o património, à semelhança do que acontece a nível nacional. No que diz respeito à Segurança Pública, a única força de segurança existente no concelho é o destacamento da Guarda Nacional Republicana de Penamacor, responsável pela manutenção da ordem pública, que conta actualmente com 24 efectivos. Quadro 2: Dados relativos à Segurança no concelho de Penamacor, 2005. Segurança Pública 1991 2001 2005 Nº aquartelamentos 2 1 1 Horário de funcionamento 24 H 24 H 24 H Área de cobertura geográfica 627km2 627km2 627km2 Nº efectivos 27 25 24 Idade média dos efectivos 43 43 42 Média de habilitações literárias do efectivo 4º Classe 6º Ano 9º Ano Formas de solicitação ao serviço Habituais Habituais Habituais Nº de queixas apresentadas, por tipo: Contra as pessoas 15 24 37 Contra o património 11 56 66 Contra a vida em sociedade 0 12 43 Outros crimes 3 9 15 Quantidade de ocorrências, por tipo Acidentes de viação 0 56 49 Solicitações do tribunal 0 601 1447 Outras solicitações 0 203 415 Fonte: Guarda Nacional Republicana (Posto de Penamacor), 2006. Mediante a análise do quadro anterior conclui-se que: Há diminuição no número de aquartelamentos (de dois em 1981 passa a 1 em 2001); Regista-se uma diminuição do número e da idade média dos efectivos; Há um aumento da média das habilitações literárias dos efectivos, embora pouco expressiva; O número de queixas apresentadas aumenta de 1991 a 2001 e de 2001 a 2005 em todo o tipo de queixas (contra pessoas, contra o património e contra a vida em sociedade); Área temática VIII: Justiça e Segurança 117 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor O número de ocorrências ao nível de solicitações do Tribunal sofre um aumento relevante; O número de ocorrências derivadas de acidentes de viação sofre um ligeiro decréscimo (de 2001 a 2005). O Programa Escola Segura, em vigor no município, é uma iniciativa conjunta do Ministério da Administração Interna e do Ministério da Educação que tem como objectivo prioritário garantir as condições de segurança da população escolar e promover comportamentos de segurança também ao nível escolar. Esta intervenção é feita mediante a vigilância dos recintos escolares e das zonas envolventes, o policiamento dos percursos de acesso às escolas e a realização de acções de sensibilização e esclarecimento aos alunos para as questões relativas à Segurança. Este é um programa assegurado por agentes do destacamento da Guarda Nacional Republicana de Penamacor e tem uma viatura destinada ao referido patrulhamento, adquirida e suportada pela Autarquia. A questão da sinistralidade rodoviária tem sido alvo de discussão pública, devido à dimensão que assume no nosso país. Embora sejam tomadas medidas neste âmbito, tais como campanhas de sensibilização e prevenção, sinalização dos troços rodoviários considerados perigosos, alterações no código da estrada, a verdade é que o balanço e os números avançados pela comunicação social e pelas entidades competentes são, ano após ano, bastante negativos. Quadro 3: Sinistralidade rodoviária no concelho de Penamacor, 2005. Local do acidente Consequências Período do dia Tipo de acidente Ano 2005 Dentro da Localidade Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. 1 3 0 1 2 2 4 0 4 0 1 Fora da Localidade Manhã 3 3 1 4 1 1 4 1 4 2 3 Tarde Noite 4 4 0 2 2 2 4 1 6 1 3 0 0 1 2 0 0 1 0 0 1 0 0 2 0 1 1 1 3 0 2 0 1 Colisão Despiste 3 5 1 3 2 2 6 1 5 0 4 1 1 0 2 1 1 2 0 3 2 0 Atropelamento Danos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 6 0 3 2 2 5 1 4 0 3 Feridos Feridos Mortos Ligeiros Graves 2 0 1 1 1 1 2 0 4 2 1 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Dez. 4 2 2 2 2 3 1 2 4 2 0 0 Totais 22 29 13 31 7 35 14 2 32 17 2 0 Fonte: Governo Civil de Castelo Branco, 2005. Área temática VIII: Justiça e Segurança 118 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Gráfico1: Sinistrados nos acidentes rodoviários ocorridos no concelho, 2005. Sinistrados nos acidentes rodoviários ocorridos no concelho, 2005. 25 25 20 15 10 3 0 5 0 1 T ipo de s inis t ra do s Ferido s ligeiro s Ferido s graves M o rto s Fonte: Governo Civil de Castelo Branco, 2005. A sinistralidade no concelho não é muito expressiva embora seja importante mencionar os seus efeitos. O quadro e mapa anterior resumem o tipo de ocorrência ao nível de acidentes rodoviários ocorridos ao longo do ano de 2005. No ano passado ocorreram 51 acidentes, 22 dentro das localidades e 29 fora das localidades. A tarde é o período do dia onde se regista o maior número de ocorrências e o tipo de acidente mais comum é a colisão (35), seguido do despiste (14) e do atropelamento (2). Dos acidentes referidos, resultaram 25 feridos ligeiros, 3 feridos graves e não houve registo de mortes. Embora exista registo de ocorrências em termos de sinistralidade pode dizer-se que tal realidade não possui uma dimensão preocupante, na medida em que os danos provocados (quer em termos de viaturas, quer em termos de sinistrados) não foram alarmantes, não havendo, como se mencionou, registo de mortes nas estradas concelhias. Porém, isto não significa que a segurança rodoviária no concelho não seja uma área que necessite de intervenções e medidas pontuais, designadamente ao nível da sinalização de determinados troços da rede viária. Área temática VIII: Justiça e Segurança 119 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Penamacor presta, à mais de setenta anos, um serviço notável à população concelhia e possui uma área de actuação ampla e bastante diversificada: combate a incêndios, atendimento pré-hospitalar, resgates, protecção civil, etc. Esta associação encontra-se sobre a tutela da Coordenação Distrital de Bombeiros e Protecção Civil de Castelo Branco que está, por sua vez, na dependência do Ministério da Administração Interna. O Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil tem por objectivo coordenar a protecção e socorro de pessoas e bens e a orientação das actividades de protecção civil, designadamente: • Prevenir a ocorrência de riscos colectivos resultantes de acidentes graves, catástrofes ou calamidades e atenuar as consequências inerentes a essas situações; • Proteger, socorrer e assistir pessoas e bens que se encontrem em situação de perigo; • Orientar, coordenar e fiscalizar as actividades exercidas pelos corpos de bombeiros. Quadro 4: Quadro de pessoal dos Bombeiros Voluntários de Penamacor, 2005. Percentagem Quadro de Pessoal Pessoal (%) Comando 2 1,12 Comandante 0 0 2º Comandante 1 0,56 Adjunto de Comando 1 0,56 Pessoal Activo 74 41,56 Chefe 1 0,56 Subchefe 7 3,93 Bombeiro 1ª classe 6 3,37 Bombeiro 2ª classe 19 10,67 Bombeiro 3ª classe 41 23,03 Pessoal Ajudante 98 55,06 Aspirante 79 44,38 Cadete 4 2,25 Auxiliar 15 8,43 Fonte: Bombeiros Voluntários de Penamacor, 2005. Área temática VIII: Justiça e Segurança 120 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Quadro 5: Incêndios ocorridos no concelho, 2001-2005. Ano Ocorrências Corpos Bombeiros Bombeiros Viaturas Duração Área ardida Bombeiros feridos Bombeiros mortos 11 2001 2002 2003 2004 2005 70 54 43 54 65 92 96 82 103 162 926 876 714 976 1413 259 241 195 255 358 208h:55m 285h:02m 191h:18m 194h:03m 230h:55m 217,069km2 412,451km2 0 0 0 0 0 0 0 1 2 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Civis mortos Feridos ligeiros Feridos graves 49,205km2 269,161km2 295,136km2 Fonte: Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil, Centro Distrital de Operações de Socorro de Castelo Branco, 2005. Os incêndios têm devastado largas áreas florestais por todo o país. Embora sejam registados incêndios no concelho pelas autoridades competentes, essa realidade não tem sido assumido uma dimensão catastrófica como acontece em vários concelhos do distrito de Castelo Branco. Nos últimos anos, a área florestal ardida tem sofrido variações, centrando-se , no último ano, em aproximadamente 300 km2. O número de bombeiros, corpos de bombeiros e viaturas usadas nos incêndios tem vindo a aumentar desde 2001, embora o número de ocorrências registado tenha diminuído. Estas operações envolvem riscos enormes e das mesmas resultaram algumas baixas: em 2004 dois bombeiros faleceram e em 2005 um civil também faleceu. A actuação dos Bombeiros Voluntários no concelho não se restringe apenas ao combate aos incêndios florestais e urbanos que ocorrem no município e nas zonas envolventes. Tal como traduz o quadro seguinte, os serviços prestados pelos Bombeiros são diversificados. O maior número de intervenções regista-se nas ocorrências de incêndios, com destaque para os incêndios em área florestal, em apoios no âmbito da saúde (nomeadamente transporte e socorro de doentes), abastecimento de água nas freguesias, actuação em acidentes de viação, acções de prevenção, etc. 11 Tenha-se em conta que o combate a incêndios no concelho é, muitas vezes, auxiliado por corporações de Bombeiros de outros concelhos. As baixas registadas não se refere ao concelho de Penamacor. Área temática VIII: Justiça e Segurança 121 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Quadro 5.1: Serviços efectuados pelos Bombeiros Voluntários de Penamacor, por tipo de ocorrência, 2005. Ano: 2005 Corpos de Viaturas Área Duração da Totais Bombeiros Bombeiros Usadas Ardida Ocorrência Tipo de ocorrências Incêndios 88 187 224,413 416 / 261h:02m Rural 65 162 1,413 358 295,136km2 23h:55m Urbano 13 13 139 34 / 15h:04m Industrial 2 4 22 7 / 8h:30m Transportes 1 1 17 4 / 1h:28m Outros 7 7 45 13 / 5h:45m Acidentes 41 42 156 63 / 46h:76m Rodoviário 22 23 110 42 / 27h:35m Trabalho 19 19 46 21 / 19h:41m Outras situações 109 110 325 125 / 195h:51m Fuga de gás 1 1 4 1 / 39m Salvamento animal 4 4 14 4 / 6h:35m Queda árvore 6 6 24 8 / 5h:25m Abertura porta 11 11 44 15 / 13h:32m Abastecimento de água 38 39 88 42 / 78h:02m Outros 49 49 151 55 / 92h:18m Saúde 425 425 852 427 / 342h:12m Prevenção 104 105 487 146 / 464h:45m Espectáculo 12 12 99 31 / 71,18 Desporto 17 18 91 32 / 143,26 Patrulhamento 74 74 289 81 / 240,43 Outras 1 1 8 2 / 9,58 Gerais (Deslocação) 60 60 227 77 / 267h:48m Queimadas rurais 18 20 108 29 / 20h:58m Falso alarme 15 26 178 43 / 17h:22m Incêndios 14 25 176 42 / 16h:23m Saúde 1 1 2 1 / 59m Reforços 167 / 896 189 / 1972h:05m Fora inspecção 3 / 30 6 / 16h:26m Fora da zona 13 / 57 15 / 86h:49m Dentro da zona 151 / 809 168 / 1869h:30m Fonte: Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil, Centro Distrital de Operações de Socorro de Castelo Branco, 2005. Embora os incêndios no território concelhio não assumam proporções alarmantes, a Autarquia criou, através de um protocolo com a APIF (Agência para a Prevenção de Incêndios Florestais), o Gabinete Técnico Florestal (em Dezembro de 2004). Este gabinete que tem como principal objectivo a elaboração do “Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios” que consiste num documento de caracterização e descrição dos recursos florestais existentes no concelho e na criação de medidas preventivas necessárias para a defesa da floresta, mediante o planeamento e coordenação das intervenções das diversas entidades. Área temática VIII: Justiça e Segurança 122 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor A juntar a esse objectivo, o Gabinete Técnico Florestal elabora ainda cartografia digital sobre o risco de incêndio, o uso e ocupação do solo, pontos de água e pontos de vigia, etc. O município conta também com a Comissão Municipal de Defesa da Floresta que tem como principal atribuição a avaliação e decisão sobre assuntos diversos relacionados com a temática ambiental e a prevenção dos fogos florestais. Esta Comissão é constituída por representantes das seguintes entidades: Câmara Municipal; Assembleia Municipal; Guarda Nacional Republicana; Direcção Geral dos Recursos Florestais; Instituto de Conservação da Natureza; Bombeiros Voluntários; OPAFLOR. Realizam-se ainda, em período de Verão, Planos Ocupacionais para a limpeza de florestas, cujo objectivo central consiste em “limpar” as zonas florestais e os respectivos caminhos de acesso, de forma a minorar o risco de incêndio. O “Voluntariado Jovem para as Florestas” é outra iniciativa neste âmbito, cuja principal actividade se centra na vigilância (em pontos de vigia) de possíveis ocorrências de incêndios. Área temática VIII: Justiça e Segurança 123 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Síntese de Conteúdos e Problemáticas Ô Aumento dos processos (cíveis, penais e tutelares) entrados durante o ano; Ô Criminalidade sem registo expressivo, sendo que os crimes contra o património são os mais expressivos; Ô Falta de meios humanos, logísticos e financeiros na área da segurança (o contingente da Guarda Nacional Republicana no concelho é insuficiente para colmatar as necessidades da população e para patrulhar eficazmente todo o território geográfico do concelho); Ô O maior número de ocorrências registado pela Guarda Nacional Republicana é relativo a solicitações do Tribunal; Ô Contributo notório do Projecto “Escola Segura”; Ô Pouca informação/esclarecimento/sensibilização da população concelhia para as questões da segurança, nomeadamente a mais idosa; Ô Falta de sensibilidade de alguns proprietários de cafés/bares situados na zona centro da vila de Penamacor para as questões relacionadas com o ruído e distúrbios causados nas zonas envolventes aos respectivos estabelecimentos; Ô O concelho de Penamacor é um território seguro e não se verifica um sentimento de insegurança/medo por parte da população residente; Ô O uso de estupefacientes é controlado pelas autoridades, sendo que normalmente os indivíduos envolvidos são conhecidos pelo contingente policial; Ô Os dados relativos à sinistralidade rodoviária no concelho não são alarmantes, sendo que o grosso dos acidentes de viação resulta de colisões e ocorrem fora das localidades, não havendo registo de mortes no último ano; Ô Os Bombeiros Voluntários de Penamacor intervêm em várias áreas sendo de destacar a sua intervenção em incêndios, prestações de apoio na área da saúde, abastecimento de água nas freguesias, acidentes de viação e acções de prevenção; Ô A criação/reforço de parcerias entre a Guarda nacional Republicana e os Bombeiros Voluntários de Penamacor seria uma mais-valia nas questões relacionadas com a segurança concelhia; Ô Existência de uma estratégia municipal de defesa da floresta contra os incêndios. Área temática VIII: Justiça e Segurança 124 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor IX- Transportes e Acessibilidades: O traçado viário que serve o concelho de Penamacor assume um papel preponderante na ligação do concelho aos diversos pólos de desenvolvimento nacionais e regionais. É através deste conjunto de vias que se equaciona a inserção do concelho numa estratégia estruturante de articulação entre o Litoral e o Interior. Este possui simultaneamente uma importância significativa na criação e estabelecimento de relações entre as várias freguesias do município de Penamacor. Em termos gerais, as acessibilidades do concelho são condicionadas por diversos factores, de entre os quais se poderá destacar a localização geográfica do concelho, a insuficiência de ligações ao exterior, o traçado desfavorável de algumas vias, entre outros. O conjunto das acessibilidades deste concelho será analisado através do plano nacional, regional e local, ou seja, municipal. A nível nacional, a distância que separa o concelho dos principais centros urbanos nacionais e a debilidade de algumas vias são as características que se apresentam mais desfavoráveis. O percurso entre Penamacor e Lisboa é assegurado maioritariamente por Itinerários Principais (IP’S), usando-se complementarmente a Estada Nacional 233. A A23 assume um destaque a evidenciar na referida ligação possibilitando, por um lado, uma maior comodidade na deslocação e, por outro lado, uma redução notória no tempo de deslocação. A ligação à cidade do Porto é feita através da EN346, EN345, pelos IP’S 2 e 5 e também pelo IP1/A1. Área temática IX: Transportes e Acessibilidades 125 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Para o Litoral Centro existe uma ligação directa através da EN230/EN17, que demonstra ser, no entanto, uma ligação pouco favorável. Uma boa alternativa poderá ser o IC8 (com direcção a Pombal). A EN233 assume uma grande importância na medida que tem a capacidade de estabelecer importantes ligações ao exterior: a nível internacional (Vilar Formoso); a nível nacional (região norte e região sul); a nível regional (Castelo Branco e Guarda) e a nível local (Sabugal e Idanha-a-Nova) A nível regional, as principais ligações são feitas pela EN346, criando ligações à Covilhã e ao Fundão. Esta via oferece também a possibilidade de ligação à Guarda, através da sua articulação entre a EN345 e o IP2/A23 (por Caria). Através do troço Capinha/IP2, a EN346 pode vir a revelar-se uma mais-valia nas ligações ao Norte, oferecendo um melhor acesso ao IP2/A23. A ER332, no sentido sul a partir de Penamacor, tem igualmente um papel de destaque, na medida em que estabelece as ligações secundárias com o concelho de Idanha-a-Nova, através da articulação com as EN’S 240 e 355, à fronteira, em Segura. Esta via tem, assim, um papel muito importante nas deslocações/mobilidades intraconcelhias e a partir desta são asseguradas ligações a freguesias da zona sul do Concelho, nomeadamente Aldeia do Bispo, Aldeia de João Pires, Aranhas e Salvador. O conjunto de vias que formam a Rede Municipal é formado maioritariamente por estradas e caminhos municipais que merecem destaque visto serem estas que possibilitam a maior parte das deslocações intra-concelhias. A EM562, que atravessa parte da Serra da Malcata (a Norte) liga a freguesia do Meimão à EN233 e cria também uma ligação secundária ao concelho do Sabugal. As EM’S 564 e 566 servem algumas freguesias da zona sul do concelho. A EM570 (a partir da freguesia da Meimoa) cria boas ligações a Poente e a Norte, melhorando os acessos à Guarda e a Belmonte. Esta atravessa ainda a freguesia de Benquerença e possibilita ainda uma ligação secundária a Caria, Covilhã e Fundão. A tal via está associada a inauguração do troço Caria/Guarda (IP5) da auto-estrada da Beira Interior (IP2/A23). A EM577, a partir da antiga EN233, na zona sul do concelho, faz a ligação ao concelho de Idanha-a-Nova, através da freguesia de Proença-a-Nova. A ligação de Penamacor à fronteira Espanhola (pelo rio Torto, a Nascente) é feita por uma estrada municipal antiga e de traçado sinuoso (a EN569). No entanto, esta estrada está, no momento em obras, passando a ter em breve um novo traçado (alargamento da via, sinalética, etc.). Área temática IX: Transportes e Acessibilidades 126 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor As principais vias, ligações e distâncias entre os principais centros urbanos estão resumidas nos quadros que abaixo se apresentam. Quadro 1: Principais ligações do concelho à rede exterior. Vias Principais Ligações Nacional/Internacional Regional Local Castelo Branco Portalegre Pinhal Interior Sul Litoral Centro Idanha-a-Nova Guarda Sabugal Beira Interior Norte Belmonte Guarda Fundão Cova da Beira Belmonte Fronteira de Segura Fronteira de Monfortinho / Idanha-a-Nova EM570 / Guarda Belmonte EM557 / / Idanha-a-Nova Fronteira Rio Torto / / EN233 (Sul) Lisboa Região Sul Coimbra EN233 (Norte) Porto Região Norte Fronteira de Vilar Formoso EN346 Porto Região Norte Litoral Centro Pinhal Interior Norte ER332 ER346 Fonte: Plano Director Municipal de Penamacor (1º Revisão), 2003. Quadro 1.1: Distâncias da sede de concelho aos principais centros urbanos. Distâncias Pólos Cidades/Locais Vias usadas (km) Lisboa 265 EN233-IP2-IP6-IP1/A1 Pólos Porto 260 EN346-EN345-IP2-IP5-IP1/A1 Nacionais Coimbra 185 EN346-EN230-EN17 Castelo Branco 48 EN233 Guarda 65 EN346-EN345-IP2 Pólos Regionais Portalegre 148 EN233-IP2/A23-IP2 Viseu 145 EN346-EN345-IP2/A23-IP5 Idanha-a-Nova 30 EN233-EM557 Sabugal 33 EN233 Pólos Belmonte 41 EN346-EN345 Locais Fundão 33 EN346-3453343 Covilhã 42 EN346-EN18 Vilar Formoso 80 EN233-En233-3 e EN332 Monfortinho 45 ER332-EN239 (IC31) Fronteiras Segura 55 ER332-EN332-ER355 Rio Torto 15 ER346 Fonte: Plano Director Municipal de Penamacor (1º Revisão), 2003. Área temática IX: Transportes e Acessibilidades 127 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Rede de transportes públicos 12 do concelho de Penamacor: Localidades A A 15:50 15:51 15:57 16:05 16:08 16:10 16:12 Fundão (estação) Fundão (estação) Valverde Fatela Vale do Ferro (cruzt) Fatela Vale do Ferro (cruzt) 7:25 7:24 7:18 7:10 7:07 7:05 7:03 16:20 16:45 Ponte da Meimoa Penamacor 6:55 6:30 A 7:40 7:45 7:55 8:00 8:10 Localidades Medelim Bemposta Pedrógão Águas (cruzt) Penamacor A 13:35 13:30 13:20 13:15 13:05 A: Excepto Sábados, Domingos e Feriados. A B B C Localidades C B A 12.00 13.05 15.15 18.25 06.30 08.20 08.40 12.13 13.18 17.28 18.38 06.17 08.07 08.27 12.18 13.23 17.35 18.43 06.12 08.02 08.22 12.23 12.30 13.28 13.35 17.38 17.45 18.48 18.55 Penamacor Aldeia do Bispo Aldeia de João Pires Aranhas Salvador 06.07 06.00 07.57 07.50 08.17 08.10 A: Nos períodos não escolares às segundas, quartas e sextas-feiras, excepto Feriados; B: Nos períodos escolares, excepto Domingos e Feriados; D: Excepto Sábados, Domingos e Feriados. A B B B Localidades A B B B 07.30 07.30 - 14.30 Meimão 14.02 14.25 18.03 - 07.53 07.53 - - Vale da Sr.ª. da Póvoa - 14.02 17.40 - 08.03 08.03 - 14.47 Meimoa - 13.52 - - - - - - Benquerença - 13.44 - - - 13.36 - 17.46 - - 07.45 - Quintas do Anascer 08.11 - 07.53 - Benquerença - 13.28 - 17.38 08.18 08.18 08.18 08.01 08.16 15.03 Meimoa Penamacor 13.45 13.30 13.20 13.05 17.30 17.15 17.30 17.15 A: Nos períodos não escolares, dias de mercado ou feira em Penamacor; B: Nos períodos escolares, excepto Sábados, Domingos e Feriados. 12 Todos os dados foram cedidos pela Rodoviária da Beira Interior, 2006. Área temática IX: Transportes e Acessibilidades 128 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor A B C D E F B G H A / / / / / / / / / 17:00 / / / / 11:35 / / / / 17:15 / / / / 11:50 / 14:32 / / 17:31 / / / / 11:57 / 14:38 / / 17:37 / / / / 12:00 / 14:41 / / 17:40 / / / / 12:09 13:00 / / / / / 12:17 13:08 / Locali dades Castelo Branco Castelo Branco Escalos Baixo Escalos Cima Lousa Ponte 14:45 16:45 17:49 S. Gens S. Miguel 14:53 16:53 17:57 d'Acha Sta 15:03 17:03 18:07 Margarida F B B A I J B D E A H 7:45 / / 13:15 / / / / 15:55 / / 7:45 / / 13:14 / / / / 15:52 / / 7:29 / / 12:58 / / / / 15:46 / / 7:23 / / 12:52 / / / / 15:40 / / 7:20 / / 12:49 / / / / 15:37 / / 7:11 8:04 8:55 12:40 / / / / 15:28 / / 7:03 7:55 8:45 12:31 / / / / 15:19 / / / / / / / 12:27 13:18 / 6:53 7:45 / 12:21 / / / / 15:09 / 7:45 / / / 12:33 13:24 / / / 18:16 Bemposta 6:44 / / / 12:11 / 13:36 / / 17:41 / 7:49 / / / 12:39 13:30 / / / 18:21 Pedrogão 6:39 / / 12:04 / / 13:31 / 15:02 17:36 / 7:55 / / / 12:45 13:36 / / / 18:27 6:33 / / 12:00 / / 13:25 / 14:46 17:30 / 8:08 / / / 12:54 13:45 / / / 18:33 6:27 / / 11:54 / / 13:19 / 14:50 17:24 / 8:17 / / / 13:08 14:05 / / / 18:42 Águas Aldeia do Bispo Penamacor 6:20 / / 11:45 / / 13:10 / 14:43 17:15 / 8:33 / / / 14:11 / / / 18:58 6:03 / / 11:23 / / / / 14:28 16:53 / 8:39 / / / 13:08 14:17 / / / 19:04 5:57 / / 11:17 / / / / 14:22 16:47 / 8:45 / / / 13:18 14:27 / / / 19:10 5:41 / / 11:11 / / / / 14:16 16:41 / 8:55 / / / 13:22 14:31 / / / 19:20 5:37 / / 11:01 / / / / 14:06 16:31 / 8:59 / / / 13:25 14:34 / / / 19:24 / / / 10:57 / / / / 14:02 16:27 / 13:59 16:24 9:02 8:00 9:17 8:20 / / / / / / / / / / Meimoa Vale Srª. Póvoa Terreiro Bruxas Santo Estevão / / / 10:54 / / / / / / / / / / Malcata / / / / / 13:44 / 13:44 / / / / Sabugal / / / 10:40 / / / 13:30 13:45 16:10 9:16 8:20 9:31 8:34 13:39 14:48 ABCDEFGHIJK- Meimoa Benquerença Excepto Sábados, Domingos e Feriados. Nos períodos escolares, excepto Sábados, Domingos e Feriados. Nos períodos não escolares, às 2ª e 6ª excepto Feriados. Nos dias de mercado ou feira no Sabugal. Aos Domingos. Excepto Sábados e Feriados. Nos períodos escolares, às 4ª, excepto Feriados. Nos períodos escolares, às 2ª, 3ª, 5ª e 6º, excepto Feriados. Às 2ª, 4ª e 6ª, excepto feriados. Nos períodos escolares, às 2ª, 4ª e 6ª, excepto Feriados. Nos períodos não escolares, às 2ª, 4ª e 6ª, excepto Feriados. Área temática IX: Transportes e Acessibilidades 129 / / / 17:40 / Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Quadro 2: Número de táxis existente no concelho, por freguesia, 2006. Freguesias Águas Aldeia do Bispo Aldeia de João Pires Aranhas Bemposta Benquerença Meimão Meimoa Pedrógão S. Pedro Penamacor Salvador Vale da Sr.ª. da Póvoa Totais Nº de Táxis 1 2 1 1 1 2 1 1 1 4 2 1 18 Fonte: Câmara Municipal de Penamacor, 2006. Embora o traçado viário que serve o concelho seja globalmente satisfatório, destacam-se algumas falhas existentes ao nível de falta de passeios de circulação de peões, a falta de sinalética (sinais luminosos, nomeadamente). Faltam também placas de sinalização dos principais serviços ou locais de interesse (extensão de saúde, igreja, centro de dia, restaurante, etc.) dentro das freguesias. Existem também barreiras arquitectónicas em vários edifícios e equipamentos, que dificultam ou impossibilitam o acesso/deslocação de indivíduos cuja mobilidade seja reduzida. Salienta-se favoravelmente a não existência dessas barreiras arquitectónicas em infraestruturas como o Centro de Saúde, o lar Residencial D. Bárbara Tavares da Silva (peremptório para a mobilidade dos idosos e para o desempenho adequado de funções dos funcionários) e a Escola Ribeiro Sanches (que possui equipamento específico para estudantes portadores de deficiência motora). Área temática IX: Transportes e Acessibilidades 130 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Síntese de Conteúdos e Problemáticas Ô A Rede viária do concelho encontra-se em estado de conservação razoável; Ô As redes viárias de ligação aos concelhos limítrofes e a outros concelhos em número e estado de conservação aceitável; Ô Embora a distância do concelho seja ainda expressiva em termos dos principais pólos de desenvolvimento nacional, em termos dos concelhos limítrofes essas distâncias são menores e as acessibilidades razoáveis; Ô A criação da A23 assume para o concelho uma importância a salientar, nomeadamente na redução significativa do tempo das deslocações; Ô Rede de transportes públicos insuficiente, designadamente na ligação do concelho aos concelhos limítrofes (Fundão e Covilhã); Ô Reduzido número de transportes públicos em período não escolar; Ô Inexistência de transpores adequados e adaptados para o transporte de indivíduos portadores de deficiência ou com mobilidade reduzida; Ô Existência de barreiras arquitectónicas em vários edifícios públicos, designadamente nos serviços, quer na sede de concelho, quer nas freguesias; Ô Ausência de sinalização (luminosa e outra) na sede de concelho e nas freguesias; Ô Número de táxis razoável para a população residente; Ô Inexistência de um transporte alternativo para a população das freguesias. Área temática IX: Transportes e Acessibilidades 131 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor X- Desporto, Recreio e Associativismo: As questões introduzidas pelo conceito de desenvolvimento local pressupõem a valorização dos recursos endógenos de um determinado território e colocam em linha de conta os aspectos relacionados com a satisfação das necessidades da população. Mas a satisfação dessas necessidades não passa só pela criação ou melhoramento das infra-estruturas básicas, pelo acesso à saúde ou à educação. Passa essencialmente por um conjunto de necessidades que se prendem com a promoção da integração social, com o desenvolvimento do sentido de comunidade e consequentemente com a melhoria da auto-estima da população. As questões em análise nesta área temática estão intimamente relacionadas com a promoção e satisfação dessas necessidades. As práticas desportivas e o associativismo assumem um papel determinante na caracterização das dinâmicas aliadas à população residente no concelho de Penamacor. Tal como já se disse, os equipamentos e actividades desportivas no concelho têm a capacidade de proporcionar à população um conjunto de benefícios diversos. Por um lado, permitem a realização de actividades diversificadas, indispensáveis à manutenção de um estado de saúde equilibrado e qualidade de vida e servem, por outro lado, como espaços de entretenimento que incentivam o convívio e motivam os relacionamentos interpessoais. O associativismo é, por si só, uma manifestação de cidadania. O tipo de actividades desenvolvidas neste âmbito direcciona-se para a satisfação de interesses e fins comuns da população e permitem a intervenção das comunidades em áreas específicas, motivando igualmente os relacionamentos e interacções entre as mesmas. Dessa forma, o associativismo está intimamente ligado às vivências de natureza colectiva, através da troca de experiências, contribuindo para o enriquecimento de conhecimentos. As associações assumem-se, cada vez mais, como espaços de enriquecimento cívico, intelectual e cultural. Em ambas as áreas referidas vários são os apoios que a Autarquia tem vindo a fornecer: quer ao nível do melhoramento e construção de equipamentos e infra-estruturas desportivas, Área temática X: Desporto, Recreio e Associativismo 132 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Quer ao nível do desenvolvimento de actividades e iniciativas diversas e ainda através do fornecimento de apoios às associações para que possam realizar as actividades que planeiam. Como já tinha sido analisado na área temática relativa aos equipamentos e infra-estruturas colectivas, o concelho encontra-se razoavelmente servido em termos de espaços desportivos, sendo que todas as freguesias possuem pelo menos um espaço do género, com condições mínimas e essenciais para a prática desportiva. Quadro 1: Equipamentos desportivos existentes no concelho, por freguesia, 2006. Freguesia Tipologia Águas Aldeia do Bispo Aldeia de João Pires Aranhas Bemposta Benquerença Meimão Meimoa Pedrógão S. Pedro Área Actividades Desportivas PJ: Polidesportivo PJ: Polidesportivo GJ: Campo de futebol PJ: Polidesportivo PJ: Polidesportivo PJ: Polidesportivo PJ: Polidesportivo GJ: Campo de futebol 701,10 m2 820 m2 4050 m2 642,14 m2 720 m2 491,59 m2 684 m2 5225 m2 PJ: Polidesportivo 581,4 m2 GJ: Campo de futebol Polidesportivo Campo futebol 11 PJ: Polidesportivo 5500 m2 Futebol/Ténis/Andebol Futebol/Andebol Futebol Futebol/Ténis Futebol Futebol/Ténis Futebol/Andebol Futebol Basquetebol/Futebol/Ténis Voleibol/Andebol Futebol Futebol Futebol Futebol/Ténis Polidesportivo Campo futebol 11 Pavilhão 7014 m2 578 m2 5998 m2 900 m2 Sala de desporto Desportos de combate Pavilhão Penamacor Ginásio Basquetebol/Voleibol 2027,06 m2 Polidesportivo Polidesportivo Campo de ténis Estádio municipal Salvador PJ: Polidesportivo Vale da Sr.ª. da Póvoa PJ: Polidesportivo Futebol Futebol Basquetebol/Futebol Voleibol/Andebol 356,45 m2 521,52 m2 8085 m2 820 m2 740 m2 Várias actividades Futebol/Basquetebol Atletismo Futebol/Basquetebol Ténis Futebol Futebol/Ténis/Andebol Futebol Fonte: Câmara Municipal de Penamacor, 2006. Área temática X: Desporto, Recreio e Associativismo 133 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Quadro 1.1: Área desportiva útil por habitante, por freguesia, 2006. Freguesia Nº de instalações Área desportiva útil (m2) Área Desportiva útil/habitante (m2) Águas Aldeia do Bispo 1 701 2,12 2 4874 6,52 Aldeia de João Pires 1 642 2,91 Aranhas 1 720 1,64 Bemposta 1 492 2,67 Benquerença 2 5909 8,50 Meimão 2 6081 17,53 Meimoa 3 7592 16,65 Pedrógão S. Pedro 2 5998 10,34 Penamacor 13 12843 7,40 Salvador 1 820 1,39 Vale Sr.ª. da Póvoa 1 740 2,22 Concelho 30 47412 7,12 Fonte: Câmara Municipal de Penamacor, 2006. O Projecto “Penamacor em Movimento” é uma iniciativa da Autarquia e tem como objectivo a sensibilização da população para a adopção de um estilo de vida mais activo, mediante a prática de actividade física. O aumento do tempo disponível de grande parte da população e a necessidade de ocupação do mesmo, a melhoria geral das condições de vida e a adopção de novos estilos de vida baseados na preocupação pelo bem-estar físico constituem os motivos impulsionadores deste projecto. Assim, o projecto “Penamacor em Movimento” Procura dar resposta às necessidades da população do concelho (e não só) conjugando a vertente lazer e saúde, contribuindo eficazmente para o equilíbrio fisiológico, psicológico e sócio-cultural do indivíduo. Pretende-se que as actividades direccionadas para o lazer sejam fontes de entretenimento que permitam ao individuo desenvolver diversas formas de contacto social. As actividades vocacionadas para a saúde pretendem, por sua vez, promover dinâmicas de desporto que sejam capazes de induzir transformações nas pessoas que as praticam, potenciando a saúde das mesmas através do seu bem-estar físico e mental. Área temática X: Desporto, Recreio e Associativismo 134 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor De entre os objectivos estabelecidos para a concretização do projecto em análise, destacamse os que a seguir se sintetizam: • Proporcionar à população novas vivências; • Promover a ocupação dos tempos livres; • Contribuir para o bem-estar individual (físico, mental e social); • Proporcionar o desenvolvimento das capacidades e potencialidades dos indivíduos; • Promover o relacionamento inter-pessoal e gerar dinâmicas de grupo; • Alertar o indivíduo, através das actividades desportivas, para a importância de realizar os movimentos com intencionalidade para que seja capaz de resolver os seus problemas; • Incentivar a consciencialização do movimento, conhecendo o indivíduo as suas motivações, necessidades e limites de actuação de si próprio; • Fomentar compreensão de dinâmicas funcionais através das relações que o indivíduo estabelece entre si e o contexto e os fenómenos e o contexto. Tendo em conta os objectivos acima referidos, o projecto visa ainda aproveitar e gerir os recursos existentes na região, criar parcerias entre várias entidades, rentabilizar os investimentos feitos na área do desporto, os recursos humanos e materiais disponíveis no mesmo âmbito e proporcionar uma estrutura onde estejam reunidas um conjunto de actividades de que a população possa beneficiar. Exemplo de actividades desenvolvidas no âmbito do projecto “Penamacor em Movimento” Área temática X: Desporto, Recreio e Associativismo 135 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor A importância do associativismo no concelho é inegável e possui essencialmente duas formas: o associativismo de base cultural e de base desportiva/recreativa, sendo que o número de associações dessa natureza tem vindo a crescer ao longo dos anos. É de realçar que existem, no concelho, várias associações que não estão juridicamente instituídas e que desenvolvem actividades pontuais nas freguesias onde possuem a sua sede e que têm, evidentemente a sua importância para a comunidade local. Na perspectiva cultural e recreativa é de salientar a revitalização dos Ranchos Folclóricos nas freguesias, que recuperam através da música, tradições, usos e costumes típicos, os modos de vida do passado, etc. O concelho tem, no momento, quatro Ranchos Folclóricos: Rancho Folclórico de Aranhas; Rancho Folclórico de Penamacor; Rancho Folclórico de Pedrógão de São Pedro; Rancho Folclórico de Vale da Sr.ª da Póvoa. Para além das actuações em festas e romarias, no país e no estrangeiro, estes grupos possuem um programa de actividades diversas que realizam nas respectivas freguesias. Na mesma perspectiva, o “Grupo de Cantares da Ribeira da Meimoa” e as “As Maias” são também grupos que vocacionam as suas actividades para a música e para a recriação e revitalização de usos e costumes típicos do concelho. A Banda Filarmónica de Aldeia de João Pires é uma instituição com mais de noventa anos e conta com músicos de todas as idades, realizando actuações em vários pontos do país e do estrangeiro e promovendo encontros com outras filarmónicas do distrito. Recentemente criado, o “Grupo Coral de S. Bartolomeu de Aldeia do Bispo”, tem como actividade central a participação em eucaristias e celebrações diversas (casamentos, baptizados, etc). O Clube Fernão Lopes é também uma associação que já conta com vários anos e tem realizado ao longo do tempo actividades muito variadas, desde torneios de taekwondo e hapkido, torneio de sueca, matraquilhos, festas de Natal para as crianças da freguesia, organização de cursos de artes decorativas, etc. Área temática X: Desporto, Recreio e Associativismo 136 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Na perspectiva desportiva, o concelho possui uma oferta bastante diversificada em termos de equipamentos para a prática de actividades desportivas e associações direccionadas para o mesmo âmbito. Embora seja a freguesia de Penamacor que acumula a maior diversidade e quantidade de espaços e de associações desportivas, a este nível não se coloca a questão da equidade territorial. Assim, o concelho de Penamacor conta com algumas associações vocacionadas essencialmente para a promoção e realização de actividades desportivas de futebol, como a ADEP (Associação Desportiva Penamacorense) que conta com uma equipa de seniores, uma equipa de juniores, uma equipa de escolas de futebol de sete (crianças com idades compreendidas entre os oito e dez anos) e uma equipa da pré-escola, as denominadas “escolinhas” (onde se englobam as crianças com idades entre os cinco e os oito anos). Esta associação promove diversas actividades, de entre as quais se destaca o torneio de 24 horas de futebol de salão. Há também uma componente associativa de importante expressão no concelho que se relaciona com a cinegética. Conhecidas as apetências cinegéticas do concelho, a criação de reservas de caça associativa e também turística assume um papel importante no concelho. Neste contexto, as associações cinegéticas, para além de gerirem as reservas citadas, desenvolvem também um conjunto de actividades lúdico-desportivas, de entre as quais de destacam os torneios (nomeadamente de “Tiro aos Pratos” e os passeios recreativos). Embora não se verifique em todas as associações a funcionar no concelho, algumas dispõem de um espaço aberto à população residente, geralmente um café/bar na sede da mesma, que serve de centro de convívio. Não há, no entanto, um edifício que tenha a capacidade de servir como sede de todas as associações (as desportivas, culturais e recreativas). Área temática X: Desporto, Recreio e Associativismo 137 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Quadro 2: Associações existentes no concelho, por freguesia, 2006. Freguesias Associação Vocação Águas Associação de Caça e Pesca de Águas Cinegética Grupo Coral de S. Bartolomeu Musical Clube Fernão Lopes Desportiva, Cultural e Recreativa Clube de Caça e Tiro de Aldeia de João Pires Cinegética União de Aldeia de João Pires Recreativa e Musical Associação da Comissão de Festas de Aranhas Recreativo Rancho Folclórico de Aranhas Cultural Associação “Domus Egitanae” Clube dos Amigos da Serra da Malcata Cultural Cultural e Recreativa Associação Desportiva, Cultural e Recreativa de Benquerença Desportiva, Cultural e Recreativa Associação Cultural e Desportiva dos Amigos da Meimoa Desportiva, Cultural e Recreativa Aldeia do Bispo Aldeia de João Pires Aranhas Bemposta Benquerença Meimoa Grupo de Cantares da Ribeira da Meimoa Associação Cultural e Desportiva dos Amigos de Pedrógão de S. Pedro Pedrógão de S. Pedro Cultural e Desportiva Futebol Rancho Folclórico de Pedrógão S. Pedro Cultural Participação em encontros e eventos diversos Associação de Caça e Pesca de Pedrógão de S. Pedro Caça e Pesca Actividades de Caça e Pesca Rancho Folclórico de Penamacor Cultural Associação de Caçadores do Concelho de Penamacor Clube de Caça e Pesca de Penamacor Menagem (Associação Cultural e de Desenvolvimento de Penamacor) ADEP-(Associação Desportiva de Penamacor) Penamacor Cinegética Caça e Pesca Cultural Desportiva Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Penamacor Solidariedade Social Clube de Ténis de Penamacor Desportiva Agrupamento 163- Escoteiros de Penamacor Recreativa Actuação em encontros e eventos diversos Actividades de cinegética e convívios anuais Actividades de Cinegética, torneios diversos, passeios recreativos Exposições, Ateliers, Jogos Tradicionais Futebol, desportos motorizados Transporte de Doentes e Sinistrados, intervenção em fogos florestais Ténis de mesa, ténis de campo, Taekwondo, Hapkido Actividades recreativas diversas Torneios de futebol, organização de deslocações ao estádio do Benfica para ver jogos dessa equipa Desportiva, Cultural e Actividades desportivas de TT Associação Terra Lince Recreativa (motorizados, BTT, canoagem, vela,) Grupo de Cantares "As Maias" Cultural Actuação em diversos eventos Liga dos Amigos Desportiva, Cultural e Rancho sénior e juvenil, torneios do Vale da Sr.ª. Da Póvoa Recreativa diversos, sala de convívio Fonte: Câmara Municipal de Penamacor e Projecto Rede Social, 2006. Casa do Benfica de Penamacor Salvador Vale da Sr.ª. da Póvoa Musical e Cultural Actividades desenvolvidas Actividades de cinegética, torneios e convívios Participação em eucaristias, casamentos, baptizados Torneios de futebol, taekwondo, hapkido, atletismo, torneios diversos, realização de festas e actividades culturais diversas Actividades de Cinegética e Tiro ao prato Escola de Música, Banda Filarmónica, actividades lúdicas diversas Realização das festas tradicionais, actividades diversas como o “Bodo”, Festival Internacional de Folclore Actuação em encontros e eventos diversos Actividades culturais diversas Festival de Rock (Verão) Teatro, Semana Cultural, Quadro Vivo do Linho, actividades de caça e pesca Actividades recreativas (encontros, marchas pedestres) e desportivas diversas Participação em encontros e eventos diversos Área temática X: Desporto, Recreio e Associativismo Desportiva 138 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Síntese de conteúdos e Problemáticas Ô Pouca valorização dos aspectos culturais na década de 90, o que levou á inactividade de muitas associações do concelho e dificultou a sua revitalização; Ô O desporto tem sido uma área que regista no concelho resultados positivos, no que respeita à diversidade das actividades desenvolvidas, embora a adesão da população às mesmas ainda não seja a desejável; Ô Os Ranchos Folclóricos e Grupos de Cantares (reactivados a partir de 2002) têm a capacidade de preservar a diversidade cultural do concelho, valorizar a identidade local e projectar a imagem do mesmo para outros locais (nacionais ou estrangeiros); Ô A participação das associações desportivas, nomeadamente a ADEP, a Casa do Benfica e a Associação Cultural e Desportiva de Pedrógão de São Pedro em torneios regionais é também um factor favorável na projecção da imagem do concelho; Ô As dinâmicas que as associações, nomeadamente culturais e recreativas, desenvolvem nos contextos locais (das freguesias) são um factor de coesão social importante; Ô Há pouca apetência para as associações do concelho realizarem actividades em parceria; Ô Pouca divulgação das actividades desenvolvidas pelas associações; Ô Estas associações são dotadas de poucos meios logísticos e financeiros que as impedem de melhorar a qualidade e diversidade das actividades que promovem; Ô Verifica-se alguma falta de sensibilidade da população para aderir e participar nas actividades promovidas pelas associações do concelho; Ô Inexistência de um edifício que sirva de sede às associações que ainda não possuem um espaço próprio para o planeamento e realização das suas actividades. Área temática X: Desporto, Recreio e Associativismo 139 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor XI-História, Património e Cultura: História, Cultura e Património são domínios que mantém uma estreita ligação pelas dimensões que englobam. Não é correcto falar de património sem antes ter em conta a história do concelho e sem abordar os aspectos culturais que o definem e simultaneamente caracterizam. A data de fundação da vila de Penamacor e a origem do seu nome provêm do tempo dos Romanos, embora não existam dados precisos. As povoações fronteiriças, como é o caso do concelho de Penamacor, debatiam-se constantemente com o perigo de assaltos, roubos e invasões. E na tentativa de consolidar o território, D. Sancho I concede foral a Penamacor em 1189, na cidade de Coimbra, tendo sido na mesma cidade que D. Afonso II o confirmou em 1217. Mas, face ao crescimento populacional registado nesses anos, em 1300 D. Dinis foi obrigado a reforçar a muralha construída em torno da vila por D. Gualdim Pais, mestre dos Templários, em 1189. Mais tarde, em 1510, na cidade de Santarém, D. Manuel deu novo foral a Penamacor. Durante as invasões francesas, todas as povoações de Penamacor foram vítimas de atrocidades e pilhagens por parte de invasores oriundos de outras terras distantes, tendo a guarnição militar da vila intervido em algumas das batalhas travadas. O concelho de Penamacor é quase tão antigo quanto Portugal. Foi D. Sancho I que tirou dos mouros este território, nos finais do séc. XII e lhe deu foral, cujas disposições, em matéria de privilégios, se voltavam para o incentivo do povoamento e a defesa dos territórios conquistados até ao momento. Área temática XI: História, Cultura e Património 140 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor A investida levada a cabo por D. Sancho I inseria-se no movimento da reconquista peninsular dos Cristãos, onde os reinos que se iam constituindo se alargavam em direcção ao sul, na tentativa de cada um alargar os seus domínios e fazer prevalecer os seus direitos. Desta forma, ao nível político e militar, Penamacor viria a deter uma importante posição nas relações com os reinos vizinhos, primeiro com Leão e mais tarde com Castela e Espanha. Relativamente ao seu topónimo, as lendas que prevalecem até aos nossos dias referem-se à existência de um salteador de nome “Macor” que vivia numa caverna situada num monte “Penha” que mais tarde deu origem ao termo “Pena”. O local referido ficou conhecido como “Penha de Macor” ou “Pena Macor”. Existem ainda outros registos que nos dão conta das lutas travadas entre as povoações de Penamacor e os salteadores e das quais resultaram muitas vítimas de cujas feridas jorrava “sangue de cor negra” (de má cor) tendo, por essa razão, a vila adoptado o nome de “Penha de má cor”. É provável, no entanto, que devido ao prefixo “Pen” (elevação), o nome Penamacor seja de origem céltica. A história de Penamacor está, de alguma forma, associada ao vulto António Nunes Ribeiro Sanches. Na segunda metade do Século XVIII a Europa culta conhecia de uma forma reverente o grande médico e pensador português que António Nunes Ribeiro Sanches, que embora afastado da sua pátria, nunca a renegou. Nascido em Penamacor em 7 de Março de 1699, frequenta a Universidade de Coimbra de 1716 a 1719. No entanto, acaba por licenciar-se em Medicina em 1724 na Universidade de Salamanca e exerce durante dois anos. Sai do país e fixa-se na Holanda onde conhece Boerhaave e este recomenda-o à corte imperial da Rússia. Contratado em 1731, adquire tal prestígio dentro e fora daquele país que em 1739 é escolhido para médico da corte e eleito membro da Academia de Ciências de S. Petersburgo, recebendo no mesmo ano igual distinção da Academia de Ciências de Paris. De entre as suas obras destaca-se o Método para aprender e estudar a Medicina (1763) e as Cartas sobre a Educação da Mocidade (1760). Área temática XI: História, Cultura e Património 141 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor À semelhança da história, o património edificado é o retrato de um concelho, dos antepassados e das suas vivências e é ainda e sobretudo um retrato dos valores, crenças e identidades que definem um povo. O património arquitectónico do concelho está fortemente relacionado com a edificação de igrejas, em torno do desenvolvimento da sede de concelho, sendo a primeira igreja construída a de Santa Maria, que já não existe actualmente. A fortificação da vila de Penamacor originou também a construção de outras igrejas, de entre as quais se salienta a igreja de São Pedro, a mais antiga de todas. Nesta igreja a veneração era feita às imagens de Santa Maria do Castelo ou Nossa Senhora da Penha, proveniente da igreja de Santa Maria. A igreja de São Tiago e a igreja da Misericórdia são também exemplos deste traçado arquitectónico que compõe o concelho. Figura 1: Igreja de Santiago. A igreja de Santiago situa-se no arrabalde e é actualmente a igreja Matriz da vila, papel que desde cedo assumiu com a expansão para além dos muros do antigo núcleo medieval. Ostenta na fachada ocidental os traços clássicos da sua época de construção, o séc. XVI. É composta de três naves e tem cabeceira abobadada. Figura 2: Portal da Igreja da Misericórdia. As Misericórdias foram instituídas em Portugal pela rainha D. Leonor, a partir de 1498, no reinado de D. Manuel I. A pequena igreja de Penamacor data certamente do tempo desse rei, em cuja época a vila regista um assinalável surto de crescimento urbano, atestado pelos numerosos apontamentos arquitectónicos disseminados pelo arrabalde, de feições caracteristicamente manuelinas. Área temática XI: História, Cultura e Património 142 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Figura 3: Convento de Santo António. O Convento de Santo António é uma obra que mereceu a colaboração, esforço e empenho do povo de Penamacor, tendo sido começado a edificar em 1571. O conjunto da construção é composto de igreja e claustro de traça renascentista. A talha que cobre altares e reveste o tecto em forma de abóbada opõe-se à simplicidade estrutural do corpo da igreja. O pequeno claustro conjuga harmonia e proporção. No arcaz da sacristia, existem algumas pinturas que representam episódios da vida de Santo António. Após a reconquista, procedeu-se de seguida à fortificação de um lugar, situado no alto da penha granítica, onde se viria a desenvolver a vila de Penamacor, mais tarde posto avançado na luta contra os mouros, defendido por um dos maiores e mais sólidos castelos da Beira, acrescentado e adaptado diversas vezes às novas exigências que a evolução Figura 4: Castelo de Penamacor. das técnicas e mecanismos da guerra exigiam. Hoje, do grande castelo medieval sobra apenas a poderosa Torre de Menagem que terá sofrido obras de reconstrução ou ampliação em vários tempos e que faz parte do centro histórico da Vila de Penamacor, no comummente chamado de “cimo de Vila”. A principal porta de entrada no burgo é a que hoje se situa sob a Dómus Municipalis, conhecida por Porta da Vila. Figura 5: Porta da Torre de Menagem. Área temática XI: História, Cultura e Património 143 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor O conjunto monumental constituído pela antiga Casa da Câmara, o trecho de muralha ainda existente e a Torre do Relógio, deixam entrever como seria a estrutura de defesa da velha vila medieval. O pelourinho está situado no exterior da muralha, isolado à frente da antiga casa da câmara. A coluna não possui base e possui um fuste cilíndrico. O capitel apresenta as armas nacionais, a oeste, e as armas municipais, a este, com data de 1565. Figura 6: Pelourinho. À semelhança do pelourinho da Bemposta e da Ponte medieval da Meimoa, o pelourinho de Penamacor faz parte do conjunto de imóveis de interesse público classificados, segundo a tipologia usada pelo Plano Director Municipal. O pelourinho da Bemposta representa a arquitectura seiscentista e encontra-se isolado num espaço limitado por construções rústicas, pela antiga casa da câmara e por uma igreja de origem medieval A ponte medieval da Meimoa é romana e foi construída entre os séculos XIV e XVI. O tabuleiro da ponte é suportado por nove arcos e permite a ligação entre as margens da ribeira. Figura 7: Ponte medieval da Meimoa. Figura 8: Pelourinho da Bemposta. Área temática XI: História, Cultura e Património 144 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Em termos de imóveis com classificação em estudo, destacam-se os seguintes: • Fortaleza e Castelo de Penamacor (construído por D. Sancho em 1199 é representativo de uma arquitectura medieval e manuelina e possui baluartes seiscentistas. O Castelo engloba a Torre do relógio, a antiga Casa da Câmara e a Torre de Menagem. A Torre do Relógio foi construída por D. Dinis, por volta de 1300); • Igreja e Claustro do Convento de Santo António (representa uma arquitectura religiosa e maneirista, sendo fundada em 1571 pelo alferes-mor de Penamacor, na altura, Gaspar Elvas de Campos para a Ordem dos Frades Capuchos de São Francisco. O Convento é franciscano capucho, possuindo linhas maneiristas e elementos decorativos de origem barroca. O interior da igreja tem retábulos de talha dourada, o tecto possui caixotões e a sacristia é adornada por painéis de Santo António); • Casa do Comendador da Meimoa (esta casa é quinhentista e é representativa de uma arquitectura popular e manuelina, possui dois pisos e conjuga muros em cantaria com alvenaria em xisto. Esta casa foi alvo de intervenções diversas na segunda metade do século XX); • Casa do Teatro de Pedrógão de São Pedro (esta casa possui uma grande importância cultural, sendo adornada por frescos nas paredes dos seus interiores. Foi mandada construir pela família Marrocos, uma família abastada da época); • Conjunto da localidade do Vale da Senhora da Póvoa (é um conjunto de casas iguais, renascentistas, construídas ao longo de um arruamento que termina na igreja matriz desta freguesia. Os edifícios são compostos por dois pisos, sendo o acesso ao segundo piso assegurado por um balcão exterior alpendrado, lajeado de granito). Figura 9: Alameda dos Balcões, Vale da Sr.ª da Póvoa. Área temática XI: História, Cultura e Património 145 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Segundo o Plano Director Municipal em vigor existe um conjunto bastante significativo de imóveis de interesse público no concelho, para além dos que foram apresentados anteriormente. Dos vários edifícios existentes, enumeram-se os seguintes: Arquitectura civil privada • Casa da família Megre (Águas); • Casa do Pereiro (Aldeia de João Pires); • Lagar de azeite da família Franco Frazão (Aldeia de João Pires); • Casa da família Lopes Dias (Benquerença); • Solar da família Marrocos (Pedrógão de São Pedro); • Solar da família Franco Falcão (Pedrógão de São Pedro); • Casa Galhardo (Penamacor); • Casa Jacinto Cândido (Penamacor); • Casa Osório (Penamacor); • Casa Pina Ferraz (Penamacor); • Casa Solarenga (Vale da Sr.ª. da Póvoa). Arquitectura civil pública • Cruzeiro de três cruzes (Águas); • Domus municipalis (Bemposta); • Escola primária Dr. Augusto Falcão (Pedrógão de são Pedro); • Casa do Teatro (Penamacor); • Ermitério da quinta do Major (Penamacor); • Hospital da Misericórdia (Penamacor); • Instituto Pina Ferraz (Penamacor); • Edifício do Centro de Saúde (Penamacor). É importante esclarecer que não se pretende fazer uma descrição exaustiva de todos os edifícios e lugares de interesse no concelho. Pretende-se antes fazer uma breve alusão ao conjunto de imóveis de interesse público no concelho, na medida em que conjuntamente com a sua história traduzem muitos aspectos do património arquitectónico e também cultural do concelho. Área temática XI: História, Cultura e Património 146 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Águas Figura 10: Capela Mortuária de Águas A origem do nome desta freguesia vem da proximidade das termas que possuem o mesmo nome. Esta povoação esteve, durante muito tempo, anexada à freguesia de S. Tiago de Penamacor e ainda hoje a Junta de Freguesia tem em seu poder foros no limite da povoação, dos quais a nova freguesia se quis apossar. Do património cultural, salienta-se a igreja matriz, a igreja velha, o calvário, a capela do Espírito Santo, a casa do Governador, a quinta da casa Megre, a ponte romana, a calçada romana, o chafariz, a via sacra e o crucifixo. Na quinta de Nossa Senhora de Memento, na casa Megre, a gruta aí construída em devoção à Nossa Senhora do Memento é uma notável recriação de uma gruta natural. No sítio da serra há uma rocha a que o povo chama barroco de D. Gualdim. Está certamente este nome ligado ao Mestre dos Templários, D. Gualdim Pais. Actividades: Agricultura, olivicultura, pecuária, hotelaria, oficinas-auto, lagar de azeite, termas e pequeno comércio. Festas e Romarias: S. Marcos (25 de Abril); N. Sra. do Rosário (Outubro); N. Sra. da Conceição (8 de Dezembro). Património Igreja matriz, Igreja N. Senhora de Fátima, Calvário Capela do Espírito Santo, Pontão romano, Chafariz, Fontes de mergulho. Área temática XI: História, Cultura e Património 147 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Aldeia do Bispo Figura 10.1: Igreja Matriz Aldeia do Bispo situa-se num vale, nas margens da ribeira da Raivosa, afluente da ribeira das Taliscas, no cruzamento dos caminhos para as freguesias de Águas, Bemposta, Aranhas, Aldeia de João Pires e Penamacor e dista cerca de 7 km da sede do concelho. Não se conhece exactamente a data de fundação ou a origem do seu nome. Sobre a origem do nome, há diversas opiniões. Segundo alguns autores, a palavra aldeia deriva do verbo grego aldemain, cujo significado é aumentar, acrescentar, e, segundo outros, tem origem árabe, devido à existência do prefixo al. Há uma outra tese que defende que um Bispo de Idanha-a-Velha, ao passar pelo local onde se ergue hoje a aldeia, ali faleceu repentinamente, ficando assim a freguesia conhecida por “sítio do bispo”. Foi encontrada uma inscrição, gravada numa pedra, 16 zx, que se julga ser 1628. Essa inscrição diz-nos o seguinte: “ESTA MANDOU FAZER D. JORGE N'ERA CRISTO 17 DE SETEMBRO 1628 ANOS”. Na rua do Outeiro, onde dizem ter existido uma praça, foi encontrada uma casa com a data de 1696, gravada na torça da porta. Actividades: Agricultura; olivicultura; vinicultura; serração; panificação; construção civil e pequeno Comércio. Mercado: Mensal, no segundo sábado de cada mês. Festas e Romarias: São Bartolomeu, dia 24 de Agosto. Património: Igreja Matriz; Capela do Divino Espírito Santo; Padrão dos Descobrimentos, Portada da Rua do Outeiro, Cruzeiro; Nicho. Área temática XI: História, Cultura e Património 148 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Aldeia de João Pires Figura 10.2: Igreja matriz Aldeia de João Pires fica a cerca de 10 Km da sede de concelho, a vila de Penamacor. Diz a lenda que um homem chamado João Pires tinha propriedades neste local mas vivia, segundo uns, no Alentejo, segundo outros, em Monsanto. João Pires tinha um feitor que tomava conta e recebia as rendas, limitando-se a cumprir o que o patrão ordenava. Quando as colheitas eram fracas, os rendeiros pediam dispensa de quita ao feitor de João Pires. Este porém, nunca teve qualquer tipo de complacência pelos seus arrendatários. Num mau ano agrícola em que, tendo os rendeiros que pagar quita (maquia), exigiram que esta fosse paga ao próprio João Pires. Num ano sucedeu, porém, desejarem os rendeiros pagar as rendas directamente a João Pires. Este veio, para isso, até às suas quintas. Os arrendatários pagaram-lhe o aluguer das propriedades, assassinando-o. O local do crime deu-se no sítio, onde hoje se encontra uma cruz, entre esta aldeia e a do Bispo. Actividades: Agricultura; olivicultura; silvicultura; criação de gado e pequeno comércio. Feiras: Anual, dia 8 de Setembro. Festas e Romarias: Divino Espírito Santo (Domingo de Pentecostes); Santa Maria Madalena (22 de Julho); N. Sra. da Graça (8 de Setembro); S. Miguel (29 de Setembro). Tradições: Festas em honra do Divino Espírito Santo, Festas em honra de Santa Maria Madalena, Festas em honra de Nossa Sr.ª da Graça, Festas em honra de S. Miguel. Património: Igreja Matriz, Capela de S. Miguel, Capela do Espírito Santo, Fonte Romana, Calvário. Área temática XI: História, Cultura e Património 149 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Aranhas Figura 10.3: Capela de N. Sr.ª. do Bom Sucesso. Está situada no cruzamento dos caminhos para a Aldeia do Bispo e Aldeia de João Pires e da estrada de Penamacor a Salvador, distando cerca de 10 km da sede de concelho. Nossa Senhora da Penha é orago desta freguesia. A igreja paroquial é duma só nave e está situada dentro da povoação. Dizem ter proliferado uma espécie de aracnídeos na freguesia, a qual deu origem ao nome da terra. Há também quem defenda que o facto de esta freguesia possuir um elevado número de teares, a que antigamente se chamavam aranhas, tenha dado origem ao nome. Esta aldeia ocupa um lugar de destaque no século XVIII, com a instituição da paróquia de Santa Maria de Aranhas e a de um julgado de pequenas dimensões, o julgado de Aranhas. Este julgado rapidamente foi absorvido pelo de Penamacor. Actividades: Agricultura, olivicultura, pecuária e pequeno comércio. Feiras: Mercado mensal (primeiro Sábado de cada mês). Festas e Romarias: Nossa Senhora da Penha. Património: Igreja Matriz, Capela do Espírito Santo, Capela Nossa Sr.ª do Bom Sucesso, Fonte velha, Castelo da Atalaia, Lagares de Azeite. Área temática XI: História, Cultura e Património 150 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Bemposta Figura 10.4: Pelourinho. Esta freguesia é a mais pequena do concelho de Penamacor e fica a cerca de 12 Km da sede de concelho. A aldeia de Bemposta foi fundada pelos Mouros e há quem diga que, devido ao facto do Pelourinho ter na ponta superior da coluna um escudo e um globo, encimado por um chapéu, ter sido do tempo de D. Afonso Henriques. A Bemposta, nos tempos antigos, foi cercada por muralhas, das quais já quase não existem vestígios. Do Castelo, somente algumas pedras da Torre de Menagem, aguentaram o peso dos tempos. Em 1510 recebeu foral do rei D. Manuel I. Teve o nome de Bemposta do Campo. Esta pequena freguesia do concelho de Penamacor, que foi sede de concelho, é pela sua história a freguesia mais importante do município de Penamacor. A freguesia da Bemposta, de que é orago Nossa Senhora da Silva, constituía curado anual que apresentava a câmara da Bemposta e pertencia ao distrito eclesiástico de Penamacor e «bispado de Castelo Branco» (Avelino de Almeida). Actividades: Agricultura; olivicultura; conservas de azeitona e pequeno comércio. Festas e Romarias: Nossa Senhora da Silva (15 de Agosto); S. Sebastião (Setembro). Tradições: Festas em honra de Nossa Sr.ª da Silva, festas em honra de S. Sebastião. Área temática XI: História, Cultura e Património 151 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Benquerença Figura 10.5: Igreja matriz A freguesia da Benquerença está situada no extremo oeste e fica a cerca de 17 Km de Penamacor. Situa-se entre as serras de Santa Marta e da Opa e na margem esquerda da ribeira da Meimoa. Teve a sua origem entre 1321 e 1607 e resultou da união de diversos povoados e quintas, de entre os quais se destaca o povoado de Santa Maria da Quebrada, o povoado do Forte Guilherme, o povoado do Simão e o povoado da Boa Rapariga. Só existe, no entanto, registo do povoado de Santa Maria da Quebrada. A junção de todos estes povoados formou o que é hoje a freguesia da Benquerença. Dizem que a origem do seu nome, se deve ao facto dos seus habitantes se darem muito bem, que deriva do advérbio "Bem". Em termos eclesiásticos, a paróquia de Benquerença poderá ter sido instituída no século XIII para o século XIV pela Sé Egitanense. Tem um interessante património cultural: a Igreja Matriz, a Capela de Nossa Senhora da Quebrada, o Cruzeiro, o Nicho de Santa Marta, Fontes de Mergulho, zona arqueológica e Moinhos. Actividades: Agricultura; olivicultura; silvicultura; pecuária; serração; serralharia civil, fabrico de materiais de construção e pequeno comércio. Mercado: Mensal, na segunda quinta-feira de cada mês. Festas e Romarias: N. Sra. das Neves (5 de Agosto); N. Sra. Quebrada (quinta-feira de Ascensão); Sagrado Coração de Jesus (Julho); Burricada (Julho); Festa dos Antónios (13 de Junho). Património: Igreja Matriz, Capela de Nossa Senhora da Quebrada, Cruzeiro, Nicho de Santa Marta, Fontes de Mergulho, Moinhos. Área temática XI: História, Cultura e Património 152 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Meimão Figura 10.6: Igreja matriz. Da data da fundação desta freguesia, situada a cerca de 30 Km a norte de Penamacor, pouco ou nada se sabe. A primeira referência escrita que se conhece data de 1264. Segundo Frei de Sousa, o nome Meimão e Meimoa, são de origem árabe e derivam de “Mamona”, nome próprio de mulher, cujo significado é, estar segura, firme, constante, conservada, etc. Pinho Leal diz que a mais provável origem destes nomes (Meimão e Meimoa), é a palavra Mâmoa (monumento funerário), que também se pronunciava “Mamôa”. Os romanos chamavam-lhes Mama, pela semelhança que têm com o peito da mulher. Actualmente, esta freguesia tem cerca de 458 habitantes, que vivem da agricultura, olivicultura e exploração florestal. Do seu património cultural consta a Igreja Matriz, a Capela do Divino Espírito Santo, o Cruzeiro, as Alminhas, a Fonte do Gingeiral, e vestígios Neolíticos e Romanos. Actividades: Agricultura; olivicultura; exploração florestal e pequeno comércio. Mercados: Mensal, no terceiro Sábado de cada mês. Festas e Romarias: Santo António (2º fim-de-semana de Agosto); Festa das Maias (1 de Maio). Património: Igreja Matriz, Capela do Divino Espírito Santo, Cruzeiro, Fonte do Gingeiral. Área temática XI: História, Cultura e Património 153 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Meimoa Figura 10.7: Igreja matriz. A freguesia da Meimoa fica a cerca de 12 Km a norte de Penamacor. Da sua fundação sabe-se muito pouco. Dada a sua antiguidade, presume-se que terá sido muito importante no tempo dos romanos devido à existência da ponte Romana/ Filipina, erguida sobre a ribeira da Meimoa. Para a origem do seu nome é apontada a mesma que a do Meimão. Segundo Frei de Sousa, o nome Meimão e Meimoa, são de origem árabe e derivam de Mamona, nome próprio de mulher, cujo significado é, estar segura, firme, constante, conservada, etc. Pinho Leal diz que a mais provável origem destes nomes (Meimão e Meimoa), é a palavra Mâmoa (monumento funerário), que também se pronunciava “Mamôa”. Os romanos chamavam-lhes Mama, pela semelhança que têm com o peito da mulher. Actividades: Agricultura; olivicultura; apicultura; criação de gado; construção civil e pequeno comércio. Feiras e Mercados: Mensal (quarto Sábado do mês); Feira de S. Domingos (anual, segunda sexta-feira de Agosto). Festas e Romarias: S. Domingos (segundo fim-de-semana de Agosto); N. Sra. de Fátima (em Maio). Património: Ponte Romana, Museu Etnográfico e Arqueológico Casa do comendador, Nicho do Senhor dos Aflitos, Fonte de S. Domingos, Fonte das Quelhas, Fonte da Ladeira, Lagares de Azeite, Cruzeiro, Capela de S. Domingos. Área temática XI: História, Cultura e Património 154 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Pedrógão de São Pedro Figura 10.8: Capela de Santo António. Esta freguesia fica situada na parte sul do concelho, na margem direita da ribeira das Taliscas, afluente do rio Ponsul, a cerca de 10 km de Penamacor. Supõe-se que a toponímia, tal como o Pedrógão Grande e o Pedrógão Pequeno, tem origem no nome do seu fundador, Petrónius. Para que não fosse confundido com outras aldeias do mesmo nome, passou a denominar-se Pedrógão de São Pedro. Não se conhece a época da sua fundação, nem a origem da sua denominação. Todavia, pensa-se que deriva da antiga freguesia de São Pedro, a qual integrava, conjuntamente com as freguesias de Santiago e Santa Maria, o quadro de divisão administrativa da vila de Penamacor. Julga-se assim que a história desta freguesia deriva da história de São Pedro e esta última vai buscar as suas raízes mais profundas à própria história de Penamacor. Actividades: Agricultura; olivicultura; vinicultura; criação de gado; lagar de azeite e pequeno comércio. Mercados: Mensal, na segunda terça-feira de cada mês. Festas e Romarias: N. Sra. das Dores (2º Domingo de Agosto); Festas Populares em honra de São Sebastião (1primeiro fim-de-semana de Agosto); Santo António (Domingo mais próximo do 13 de Junho) Tradições: Festas Populares em honra de: S. Sebastião (no primeiro fim-de-semana de Agosto); Nossa Sr.ª das Dores (no segundo Domingo de Agosto); Santo António (Domingo mais próximo do dia 13 de Junho), São João (Sábado mais próximo do dia 24 de Junho). Património: Capela de Nossa Sr.ª da Graça, Capela do Espírito Santo, Capela de S. António, Capela de Nossa Sr.ª das Dores, Igreja Matriz, Fontes de mergulho, Solar de Marrocos. Área temática XI: História, Cultura e Património 155 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Penamacor Figura 10.9: Domus Municipalis. A Vila de Penamacor é sede de concelho e de freguesia, pertence ao distrito de Castelo Branco, diocese da Guarda. O concelho de Penamacor situa-se na Beira Baixa e é constituído por 12 freguesias. A norte faz limite com o concelho do Sabugal, a sul com o de Idanha-a-Nova, a oeste com o do Fundão e a leste faz fronteira com a Espanha. Não se sabe ao certo qual foi a época e o fundador da “notável vila de Penamacor”. Só a partir do reinado de D. Sancho I é que a história de Penamacor se define com alguma clareza. Dizem alguns ter sido esta vila pátria do rei Wamba, o famoso rei dos Godos que governou a península desde 672 até 682. D. Sancho I, conquistou Penamacor aos Mouros e reconstruiu-a. Deu-lhe foral em 1189 e entregou-a aos Templários na figura do mestre D. Gualdim Pais, que a fortificou. Actividades: Agricultura; olivicultura; exploração de cortiça; criação de gado; conserva de azeitonas; lacticínios; construção civil; hotelaria; comércio e serviços. Feiras e Mercado: Mercado Quinzenal (primeira e terceira quarta-feira de cada mês); Feiras Anuais (10 de Maio, 28 de Agosto, 21 de 21 de Setembro, 15 de Outubro, 30 de Novembro). Festas e Romarias: Santo António (13 de Junho); S. João (24 de Junho); N. Sra. do Incenso (segunda-feira de Páscoa) Património: Igreja Matriz - S. Tiago, Torre do Relógio, Convento de S. António, Igreja de S. Pedro, Capela do Santo Cristo, Capela de Nossa Sr.ª da Conceição, Igreja de Nossa Sr.ª do Incenso, Pelourinho, Domus Municipalis, Torre de Menagem, Igreja da Misericórdia, Poço del Rei, Capela N. Sr.ª. do Bom Sucesso. Área temática XI: História, Cultura e Património 156 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Salvador Figura 10.10: Capela de N. Sr.ª. de Fátima. Esta freguesia do concelho de Penamacor, cujo orago é Nossa Senhora da Oliveira, fica situada nas encosta da serra de Penha Garcia (concelho de Idanha-a-Nova). Segundo algumas fontes, Salvador esteve inicialmente situado no sítio da Quinta do Marquês da Graciosa. Outras fontes apontam o sítio dos Covões, onde apareceram vestígios de casas, moedas, objectos de uso doméstico e sepulturas cavadas na rocha. Devido à forma como estão distribuídas as casas, leva a crer que só mais tarde é que começaram a construir a actual povoação. Esta freguesia ainda esteve integrada no concelho de Monsanto, extinto por decreto de 28 de Setembro de 1843 e 16 de Fevereiro de 1848, passando, nesta última data, a pertencer ao concelho de Penamacor. Actividades: Agricultura; olivicultura; pecuária; exploração florestal; lagares de azeite e pequeno Comércio. Feiras e Mercados: Mercado Mensal (último fim-de-semana de cada mês); Feira da Páscoa (Sábado Santo); Feira anual (primeiro Sábado de Setembro). Festas e Romarias: N. Sra. de Fátima (13 de Maio); Santa Sofia (primeiro fim-de-semana de Setembro). Património: Igreja Matriz, Capela de Santa Sofia, Capela de Nossa Sr.ª de Fátima, Fontes de Mergulho, Chafariz de duas bicas. Área temática XI: História, Cultura e Património 157 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Vale da Senhora da Póvoa Figura 10.11: Santuário da Sr.ª da Póvoa. A freguesia do Vale da Senhora da Póvoa, até ao reinado de D. Fernando, pertenceu à freguesia de Vale do Lobo, do concelho da Covilhã. Este rei integrou-a no concelho de Penamacor e D. João I confirmou este mandato em 1454. Nesta freguesia existe uma ermida em honra da Senhora da Póvoa, construída no sopé da Serra da Opa e pensa-se que o nome da freguesia deriva da devoção à Santa referida. A lenda diz que andavam uns pastorinhos a apascentar as ovelhas e Nossa Senhora terá feito a sua aparição. A notícia do milagre fez-se imediatamente saber em Vale de Lobo. O povo trouxe a Santa em procissão para a igreja, mas esta logo para o silvado voltou. Ao deparar com a estranheza do fenómeno o povo decidiu edificar uma pequena capela a qual mais tarde foi substituída pela actual, sendo muito parecida com capela de Nossa Senhora do Incenso, embora com menores dimensões. Actividades: Agricultura; olivicultura; lagares de azeite; criação de gado e pequeno comércio. Feiras: Anual (16 de Agosto). Festas e Romarias: S. Tiago (segundo Domingo de Agosto); N. Sra. da Póvoa (segunda-feira de Pentecostes). Património: Igreja Matriz, Santuário de Nossa Senhora da Póvoa, Cruzeiro, Fontes. Área temática XI: História, Cultura e Património 158 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor A gastronomia do concelho é diversificada e segue a orientação dos produtos mais comuns do concelho. A gastronomia do concelho, que apresenta algumas semelhanças com a gastronomia beirã, reúne um conjunto de sabores únicos, misturados com os modos de fazer deixados pelos antepassados. Os pratos típicos do concelho são pratos relacionados com carnes de porco, borrego e cabrito. Os enchidos são também bastante conhecidos, sendo confeccionados por altura da matança do porco, um ritual que se prolonga ao longo dos tempos, em todas as freguesias concelhias. Os doces e bolos típicos são muito apreciados, por turistas e visitantes, principalmente o arroz doce, as filhós, o pão-de-ló e os borrachões. Caldo Verde e Chanfana Cabrito assado e Cozido à Portuguesa Morcela, Farinheira e Chouriço Arroz doce, Filhós e Pão-de-ló Área temática XI: História, Cultura e Património 159 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Falar da cultura de um povo ou concelho não é somente falar dos seus usos, costumes, tradições ou gastronomia. Considera-se relevante, nesta medida, dar conta da cultura de forma mais abrangente. E dessa forma não seria correcto terminar esta área temática sem voltar a fazer referência aos equipamentos e actividades culturais existentes no concelho de Penamacor, analisados na área temática III: Equipamentos e infra-estruturas colectivas. Como já foi referido, o concelho possui um conjunto de infra-estruturas e equipamentos no âmbito cultural que oferecem um leque de serviços e actividades à população local, turistas e visitantes. Museu Municipal O Museu Municipal de Penamacor foi criado pela Câmara Municipal no ano de 1949, no antigo edifício da Domus Municipalis. A principal preocupação tida com a criação deste museu prendeu-se com a necessidade em assegurar a salvaguarda do património concelhio. O museu mudou, anos mais tarde, para as instalações do ex-quartel onde hoje se encontra em funcionamento. O Museu Municipal conta com um conjunto de peças valiosas, nomeadamente ao nível arqueológico e também de arte sacra. Outros objectos podem ser apreciados, de entre os quais se salientam as antigas colecções de moedas. O quadro seguinte traduz o número de visitas feitas a este museu durante os últimos cinco anos e pode concluir-se que: O número de visitantes nacionais tem vindo a sofrer oscilações, embora apresente um valor bastante significativo no último ano, sendo que o número de visitantes masculinos é superior aos femininos; As escolas nacionais têm visitado em número crescente o museu municipal, passando a mais do dobro de visitantes de 2001 a 2005; Os visitantes provenientes do estrangeiro têm diminuído desde 2001, não se verificando grandes diferenças em termos de sexo; Em relação ao número total de visitantes este tem-se pautado por um crescimento bastante significativo no período considerado. Área temática XI: História, Cultura e Património 160 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Quadro 1: Número de visitantes do Museu municipal de Penamacor, 2001-2005. Visitantes em grupo Nacionais Escolas Nacionais Estrangeiros Visitantes nacionais Homens Mulheres Visitantes estrangeiros Homens Mulheres Visitantes Total geral 2001 2002 2003 2004 2005 484 34 341 1289 23 198 889 96 51 727 107 309 1147 100 138 2001 2002 2003 2004 2005 1407 1375 1733 1513 2006 1886 2591 2513 2318 2014 2001 2002 2003 2004 2005 134 147 195 191 110 91 184 176 126 116 2001 3992 2002 5142 2003 5127 2004 6607 2005 5959 Fonte: Museu Municipal de Penamacor, 2006. Biblioteca Municipal A Biblioteca Municipal funcionou durante muitos anos no edifício do ex-quartel, próximo das instalações do Museu municipal e abriu recentemente ao público em novas instalações: O Solar dos Condes de Proença-a-Velha. A Biblioteca Municipal realiza actividades diversas para toda a população: a hora do conto (mais vocacionadas para as crianças); sessões de leitura, rodagem de filmes, etc. Área temática XI: História, Cultura e Património 161 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Quadro 1.1: Dados relativos à Biblioteca Municipal de Penamacor, 2003-2005. Biblioteca Municipal de Penamacor Documentos existentes Documentos adquiridos por ano Documentos consultados Documentos emprestados Número de utilizadores inscritos na Biblioteca Número de utilizadores para consulta Número de utilizadores para empréstimo Número de actividades desenvolvidas 2003 5.000 1.000 1062 1251 386 256 417 / 2004 13 8.000 2000 14 2005 12.500 3000 15 259 956 407 / / / 2.446 542 262 2.200 270 10 Fonte: Biblioteca Municipal de Penamacor, 2006. Como se pode constatar o número de documentos existentes tem aumentado desde 2003. O número de documentos consultados é expressivo no último ano (tendo em conta a população residente). Os restantes itens mencionados no quadro evidenciam naturalmente o período de interregno das actividades desenvolvidas pela Biblioteca no período que esteve encerrada. É preciso também ter em conta que os dados relativos a 2005, nestes itens, traduzem o registo feito já nas novas instalações, não contando com dados anteriores. Espaço Internet O Espaço Internet foi criado com o objectivo de colocar á disposição de todos os indivíduos um conjunto de serviços baseados nas novas tecnologias e Internet. Para além de permitir livre acesso à navegação na Internet, este espaço possui também uma componente pedagógica, na medida em que possibilita a realização de trabalhos diversos de apoio ao percurso escolar. Este espaço visa também uma acção de sensibilização para que a população se adapte a este tipo de tecnologias e se sinta familiarizado com as mesmas. 13 Os dados são relativos ao período Janeiro Julho. Em Agosto, a Biblioteca encerrou ao público para mudar de instalações. 14 Os valores não contêm o número de doações feitas à Biblioteca Municipal. 15 Os valores não contêm o número de doações feitas à Biblioteca Municipal. Área temática XI: História, Cultura e Património 162 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Este local foi criado ao abrigo do Programas POSI (o actual POS_C: Programa Operacional para a sociedade do conhecimento), embora o projecto referido seja da responsabilidade da Autarquia. Este espaço possui instalações adaptadas para deficientes e possui equipamento informático específico para portadores de deficiência visual. Quadro 2: Utilizadores do Espaço Internet, por meses, 2004-2005. Nº de utilizadores Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro 2004 472 432 409 444 388 330 747 490 416 399 495 2005 436 489 432 543 485 380 340 311 546 481 575 374 409 Total 5396 5427 Houve apenas três meses onde se verificou uma diminuição de visitantes deste espaço, comparando 2004 com 2005. Em termos do número total de utilizadores poderá constatar-se que aumentou, embora esse aumento seja pouco expressivo. Mesmo assim, não deixa de ser um número elevado, especialmente se for tida em consideração a população residente no concelho. Os indivíduos que frequentam em maior número este espaço possuem idades compreendidas entre os 15 e os 25 anos e os 40 e 55 anos de idade. Fonte: Espaço Internet, 2006. Museu Dr. Mário Bento Inaugurado em Maio de 2003, o Museu Dr. Mário Bento situa-se num antigo lagar, na freguesia de Meimoa. Neste local podem encontrar-se uma vasta colecção de peças etnográficas e arqueológicas, recolhidas pelo seu fundador ao longo da vida. Do lagar foram conservados os seus espaços funcionais e equipamentos mecânicos. A exposição patente tem por base a triologia mediterrânica “Pão, Vinho e Azeite”, e este museu reserva ainda também um espaço dedicado à arqueologia. Área temática XI: História, Cultura e Património 163 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Este espaço prima pela originalidade da sua arquitectura e pelo precioso valor histórico e cultural das peças e objectos que reúne, na medida em que as mesmas são as fiéis guardiãs da história e vivências dos antepassados. Para terminar a análise da presente área temática é importante ainda referir alguns aspectos que se enquadram na mesma. O primeiro consiste na criação da Escola de Música de Penamacor, um pólo da Academia de Musica e dança do Fundão. Esta escola conta actualmente com 40 alunos e poderá ser encarada como um factor cultural, na medida em que proporciona aos jovens e crianças a possibilidade de aprender uma nova arte. O método SUZUKI é uma outra iniciativa de natureza cultural, embora possua também uma componente pedagógica. Este método é pioneiro em Portugal e consiste essencialmente em ensinar crianças desde os quatro anos de idade a tocar violino. No entanto, a inovação do método direcciona-se para uma nova aprendizagem: em primeiro lugar as crianças aprendem a manusear o instrumento e a tocar e só depois lhes são ensinadas as notas musicais, os timbres, etc. Ainda dentro da temática pode referenciar-se a criação do Arquivo Municipal. Este espaço procede à recolha de documentação, limpeza e tratamento de documentos antigos, valiosos e de interesse histórico a nível municipal. Este arquivo reúne também documentação administrativo e funciona no antigo Externato N. Sr.ª. do Incenso, estando projectada a construção de um espaço próprio para o tipo de trabalhos desenvolvidos no âmbito citado. Em suma, nos últimos anos tem-se presenciado, no campo cultural, a um esforço da Autarquia em promover actividades diversificadas de cariz cultural que envolvam a população e proporcionem a todos os munícipes vivências diferentes. Esta dinâmica tem sido conseguida através da realização de concertos musicais, exposições, ateliers e espectáculos diversos onde têm lugar a música, a dança, a tauromaquia, os desfiles etnográficos, o teatro, etc. A agenda “Penamacor Cultural” lançada em 2003 mostra, através da programação trimestral de actividades, a dinâmica implementada no concelho e o esforço desenvolvido pela Autarquia em atrair novos públicos e motivar a população para assistir e participar nos eventos e actividades. Área temática XI: História, Cultura e Património 164 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Síntese de Conteúdos e Problemáticas Ô Número bastante expressivo de edifícios considerados como património arquitectónico classificado; Ô Diversidade arquitectónica das construções edificadas no concelho, embora algumas se encontrem em estado de degradação avançado; Ô O património arquitectónico e parte das tradições, em termos de festas, mantêm uma estreita ligação com os aspectos religiosos; Ô Inexistência de um circuito planeado que permita uma visita aos pontos de interesse no concelho, sob este ponto de vista; Ô Falta de um roteiro turístico actualizado que inclua estes locais como referências; Ô Necessidade de continuar a manter os monumentos bem preservados; Ô Necessidade de construção do Arquivo Municipal: Ô A valorização dos aspectos culturais (como a cultura tradicional) tem sido notável nos últimos anos. Área temática XI: História, Cultura e Património 165 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor XII-Turismo: As transformações económicas, sociais e políticas que ocorreram no seio das sociedades ao longo do século XX foram sendo acompanhadas por uma crescente e progressiva consciencialização de que o “saber” e o “conhecimento” era uma necessidade premente para o equilíbrio da vida humana. E esse conhecimento poderia ser alcançado através da realização de viagens lúdicas de carácter turístico. O sector do Turismo tem vindo a conhecer importantes mudanças e evoluções e é considerado um dos mais relevantes domínios que influenciam directamente a actividade económica de um país ou região, nomeadamente ao nível da criação de emprego, do aproveitamento e exploração do património histórico e cultural, da manutenção do equilíbrio ambiental, do desenvolvimento/criação de diversas infra-estruturas e equipamentos, etc. Não obstante, o rumo das mudanças constantes e diversas a que as sociedades modernas assistem vão originando novas práticas sociais e lúdicas que impõem, por sua vez, o desenvolvimento de novos modelos de turismo que assentam numa oferta mais diversificada ao nível do leque de produtos turísticos oferecidos, onde o meio natural, cultural e social é posto em primeiro plano. A transformação dos padrões de gostos e interesses, o aumento das preocupações com o equilíbrio físico e saúde, a sofisticação do consumo e a lógica de férias repartidas faz com os meios rurais sejam crescentemente valorizados como locais de referência. O turismo apresenta-se hoje como um dos elementos potenciadores de desenvolvimento local, na medida em que poderá criar um conjunto de condições determinantes para a dinamização das zonas tipicamente rurais. Área temática XII: Turismo 166 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Esta aposta tem que assentar naturalmente em modelos e estratégias adequadas às características endógenas que pautam uma região, concelho, ou seja, a sustentabilidade destes espaços tem que ter em conta os aspectos económicos, sociais, culturais e ambientais. Em termos turísticos, o concelho de Penamacor apresenta um conjunto diversificado de potencialidades: Conjunto diversificado de recursos naturais (flora e fauna); Reserva Natural da Serra da Malcata; Termas da Fonte Santa na Freguesia de Águas; Barragem da Ribeira da Meimoa e Ribeira da Bazágueda (que permitem a realização de actividades de lazer, de desporto, pesca, etc.); Património arquitectónico; Aproveitamento hidro-agrícola da Cova da Beira; Proximidade ao Parque Natural da Serra da Estrela; Proximidade à Reserva Natural do Tejo internacional; Proximidade às Termas de Monfortinho; Proximidade à rota das “Aldeias Históricas”; Proximidade a Espanha, o que facilita o acesso de turistas e visitantes desse país; Infra-estruturas de lazer (parque de campismo do freixial, piscinas municipais, zona de lazer da Meimoa, praia fluvial da Benquerença, etc.); Produtos típicos de qualidade reconhecida (o caso do mel, azeite e queijos); Artesanato local (bordados, rendas, alfaias agrícolas, etc.); Cultura tradicional (usos, costumes, tradições, danças e cantares); Existência de um Posto de Turismo; Reservas de caça turística e associativa; Unidades de alojamento no contexto do turismo de natureza (Cento de Acolhimento de Penamacor a Casa-Retiro da Ventosa); Centro de Interpretação Ambiental; Diversidade de festas, maioritariamente de carácter religioso que se realizam durante o Verão e outro tipo de eventos, como a Feira das Actividades Económicas de Penamacor (FACEP), entre outras. Área temática XII: Turismo 167 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor As potencialidades turísticas do concelho de Penamacor podem dividir-se em três eixos: o património histórico, a ruralidade e a natureza. O primeiro eixo traduz-se na existência de inúmeros edifícios de carácter militar, religioso e de arquitectura medieval e judaica, entre outros, que resultaram da importância que o concelho teve na estratégia de defesa do país. O segundo eixo assenta na diversidade e riqueza cultural das freguesias do concelho, onde se inscrevem as tradições, o folclore a gastronomia, etc. O terceiro eixo direcciona-se para uma natureza bem preservada onde figura uma área protegida, duas bacias hidrográficas, duas barragens, potencial cinegético, etc. A Reserva Natural da Serra da Malcata, com paisagens naturais de muita beleza, com cursos de água cristalina e despoluída, albufeiras, uma flora e fauna rica e diversificada assume, neste contexto ,uma potencialidade inegável e importantíssima. De seguida apresentam-se algum dos locais de vocação turística existentes no concelho. Figuras 1 a 6: Parque de Campismo do Freixial. Figuras 13 e 14: Zona de Lazer da Meimoa. Área temática XII: Turismo 168 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Figuras 7 a 12: Praia fluvial da Benquerença. Figuras 15 a 17: Piscinas municipais cobertas. Figura 18: Piscinas municipais descobertas. Área temática XII: Turismo 169 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Figura 19 e 20: Termas da Fonte Santa, freguesia de Águas. Figuras 21 a 23: Ribeira da Bázagueda. Figura 24: Barragem da Meimoa. Figura 25: Planta do Hotel de Penamacor. Área temática XII: Turismo 170 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor As potencialidades turísticas do concelho podem constituir uma mais-valia na dinamização do tecido económico do concelho, na medida em que este sector poderá potenciar um conjunto de mudanças favoráveis ao território concelhio, que se traduzirão nomeadamente na criação de actividades complementares, na criação de postos de trabalho, que por sua vez contribuirá para a fixação de população jovem, na valorização dos produtos típicos, na promoção e divulgação da imagem do concelho, etc. Embora tenham vindo a ser reunidos esforços no sentido de promover a imagem do concelho, através da sua vocação turística, o concelho carece de uma estratégia adequada ao aproveitamento dessas potencialidades, que deve assentar na rentabilização dos espaços existentes e na criação de equipamentos e infra-estruturas de apoio. Uma das lacunas do concelho é a falta de equipamentos hoteleiros. A capacidade dos mesmos no concelho é muito reduzida e esse tem sido um obstáculo para a promoção turística das potencialidades que o concelho encerra em si. Nesse sentido, a Autarquia equacionou a construção de uma unidade hoteleira na sede de concelho, Penamacor. A instalação desta unidade hoteleira visa satisfazer as carências existentes ao nível do deficit de camas de que o concelho dispõe para albergar visitantes e turistas e ainda para dar resposta ao número de praticantes da actividade cinegética que, por falta de alternativas, recorrem habitualmente a Espanha. Assim, essa estratégia deverá ter em conta os seguintes elementos: • A requalificação das Termas da Fonte Santa, na freguesia de Águas, é também uma das medidas equacionadas para o desenvolvimento e aproveitamento das potencialidades que o concelho detém. A qualidade sulfurosa da água que serve os furos do balneário termal é a sua imagem de marca, com efeitos medicinais registados. • As aldeias da Bemposta e Aldeia de João Pires, bem como o “cimo de vila” na sede concelhia poderão integrar a rede de Aldeias Históricas em função da boa preservação da sua arquitectura tradicional, colocando Penamacor numa posição geográfica privilegiada, como ponto intermédio de passagem entre Monsanto, Penha-Garcia e Idanha-a-Nova, para a serra da Malcata, Fundão, Covilhã, Belmonte e Serra da Estrela. Neste contexto, a proximidade a Espanha constitui também um factor de grande relevo; Área temática XII: Turismo 171 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor • A aposta na gastronomia tradicional e na recuperação do artesanato local, criando condições para a sua produção, exposição promoção e venda são outros exemplos a incluir na estratégica turística do concelho. • Como se disse, essa estratégia deveria também incluir a requalificação de estruturas de alojamento e a requalificação das existentes, podendo ser necessário o investimento público para ajudar a dinamizar o sector: o aumento e diversificação da oferta turística passaria também pela instalação de um parque de campismo na zona norte do Concelho, recuperação/requalificação do Parque de Campismo do Freixial, o desenvolvimento da prática de turismo de aventura e de natureza, bem como do turismo de aldeia, incentivando à criação de estruturas de acolhimento nas freguesias. Para terminar a penúltima área temática deste Diagnóstico dá-se conta do número de turistas e visitantes que estiveram no concelho. Por impossibilidade de apresentar dados relativos ao último ano, apresentam-se os dados recolhidos ao longo do ano de 2004. Quadro 1: Número de visitas ao Posto de Turismo de Penamacor, 2004. Nº Visitantes Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Total 2004 43 43 45 54 46 84 164 292 117 82 81 52 1103 Fonte: Posto de turismo de Penamacor, 2005. Área temática XII: Turismo 172 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Quadro 1.1: Número de visitas ao Posto de Turismo de Penamacor, por nacionalidade, 2004. Ano Nº visitantes por nacionalidade 2004 Portugueses 684 Espanhóis 249 Ingleses 134 Franceses 36 Total 1103 Fonte: Posto de turismo de Penamacor, 2005. Quadro 1.2: Número de visitas ao Posto de Turismo de Penamacor, por sexo, 2004. Sexo 2004 Masculino 610 Feminino 493 Total 1103 Fonte: Posto de turismo de Penamacor, 2005. Da análise dos quadros anteriores conclui-se que: Os meses de Verão são os mais propícios a visitas por parte dos turistas, nomeadamente os meses de Julho e Agosto; Os turistas que visitam o concelho são maioritariamente portugueses e espanhóis; O número de turistas do sexo masculino é superior ao número de turistas femininos. Área temática XII: Turismo 173 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Síntese de Conteúdos e Problemáticas Ô Boa localização geográfica; Ô Boas acessibilidades ao concelho; Ô Ambiente despoluído; Ô Diversidade ambiental diversa (de paisagens naturais, fauna e flora); Ô Zonas de interesse e potencial turístico (Reserva Natural da Serra da Malcata, ribeiras, zonas de lazer, praia fluvial, parque de campismo, etc); Ô Património arquitectónico diverso; Ô Apetências cinegéticas (reservas de caça associativa e turística); Ô Projectos de valorização turística em curso (remodelações no Balneário Termal das Águas, construção de uma unidade hoteleira, animação turística da barragem da Meimoa); Ô Falta de uma estratégia adequada de valorização e promoção das potencialidades turísticas do concelho (marketing promocional); Ô Fraca valorização dos produtos típicos; Ô Pouca oferta de alojamentos para dormidas, embora esteja em curso o projecto para a construção de um Hotel; Ô Fraca apetência para a criação de micro e pequenas empresas na área dos alojamentos, alimentação e animação ambiental; Ô Inexistência de cursos de formação profissional na área do turismo, ambiente, hotelaria, restauração, etc; Ô Poucos Recursos Humanos qualificados na área do turismo, restauração e hotelaria; Ô Pouca divulgação e promoção da imagem do concelho para o exterior. Área temática XII: Turismo 174 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor XII-Ambiente: O concelho de Penamacor situa-se na zona de transição entre o clima mediterrânico e o clima continental com influências atlânticas, o que se traduz no seu coberto natural e numa paisagem de transição entre a oliveira e o castanheiro e entre os montados de sobro e azinho e também o carvalhal. Os solos predominantes são de baixa capacidade (85%), o que faz do uso florestal o maior tipo de ocupação do mesmo. Com uma altitude média de 700 m, a Serra da Malcata é a serra que mais se destaca na paisagem concelhia. O concelho é atravessado pela Ribeira da Bazágueda, no sentido Norte/Sul, pela Ribeira da Meimoa e pela Ribeira da Ceife, no sentido Este/Oeste. A Ribeira da Bazágueda nasce a nascente, na Serra da Malcata, a uma altitude de 1065 m e atravessa as freguesias de Penamacor, Aranhas e Salvador. Esta ribeira é bastante caudalosa no Inverno e seca durante o Verão. A Ribeira da Meimoa nasce também na Serra da Malcata (a poente), a uma altitude de cerca de 1072 m e passa junto às povoações da Meimoa e Benquerença. Esta barragem corre todo corre todo o ano devido à regularização operada pela Barragem da Meimoa. A Ribeira da Ceife nasce nas vertentes Sul da Malcata a baixa altitude (cerca de 500m), próximo da Carreira de Tiro. Esta é uma ribeira que apresenta, durante todo o ano, um caudal muito reduzido. A área florestal ocupa mais de 10 000 hectares e tem registado uma tendência crescente ao longo das últimas décadas. As espécies dominantes são o pinheiro bravo, a azinheira, o Área temática XII: Turismo 175 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor sobreiro, o eucalipto e o carvalho. A norte, o território concelhio constitui a zona de transição entre as influências climáticas mediterrânea e continental/atlântica. Esta transição traduz-se no encontro entre as formações vegetais representativas dos dois climas como os Bosques de Azinheira e o Carvalhal Negral. Gráfico 1: Espécies florestais mais frequentes na Beira Interior Sul. Espécies florestais mais frequentes na Beira Interior Sul. 40% 31% 31% 30% 18% 20% 16% 10% 2% 1% 1% 0% 1 pinheiro-bravo azinheira eucalipto sobreiro carvalhos outras folhosas outras resinosas Fonte: Plano Director Municipal, 2003. A classificação do clima do concelho caracteriza-se essencialmente pelos factores que a seguir se apresentam: • Temperatura média do ar: entre 12,5 e 15° C; • Amplitudes térmicas: acentuada amplitude térmica entre 0% e 40%; • Humidade: entre 65% e 70% (Norte) e 60% (Sul); • Precipitação Anual: entre 700 e 800 mm; • Na generalidade, a direcção dos ventos é predominante do quadrante Norte/Sul ao longo do ano; • O clima concelhio é temperado, moderadamente chuvoso e seco. Área temática XIII: Ambiente 176 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Relativamente à fauna selvagem, existe no concelho um conjunto diverso de espécies animais de entre as quais se destaca: o javali e o veado, embora neste último a população seja diminuta. Quanto aos mamíferos de porte inferior aos anteriores existem várias espécies, tais como a lebre, o coelho, o sacarrabos, o texugo, o ginete, a doninha, a raposa, etc. Na classe das aves encontra-se essencialmente espécies como a rola-turca, várias espécies de tordos e pombos, o melro, a pega-rabuda, o corvo, o gaio, a galinhola, a narceja, a tarambola, o estorninho, várias espécies de patos, os abibes, a galinha-de-água, a perdiz, a codorniz, o galeirão e a gralha, além das espécies descritas existem muitas outras espécies de aves de menor porte. “Um dos principais objectivos do desenvolvimento sustentável consiste na melhoria da qualidade de vida das populações e das condições ambientais, o que resulta, em grande medida, do grau de dotação dos aglomerados urbanos em infra-estruturas básicas, nomeadamente, de abastecimento de água, de recolha e tratamento de águas residuais, de recolha e tratamento de resíduos sólidos, eléctricas, de comunicação e gasistas”.(Plano Director Municipal, 2003, pág. 210). Há mais de uma década que se tem vindo a introduzir melhorias neste contexto, nomeadamente a implementação do abastecimento de água a partir da Barragem da Meimoa e a construção de adutoras que fazem a ligação entre esta barragem e a freguesia de Penamacor e Pedrógão de São Pedro. O abastecimento de água no concelho de Penamacor é suportado pela barragem da Meimoa (Sistema da Meimoa), à excepção da freguesia de Vale da Sr.ª. da Póvoa que recebe água da Barragem do Sabugal. Captada na barragem a água é elevada para a ETA da Meimoa a fim de ser devidamente tratada e é distribuída para os reservatórios de cabeça Calva, Meimão, Pedrógão de São Pedro e Penamacor. Existe também Sistemas Individuais (de captações próprias): o sistema MeimoaBenquerença, o sistema Vale da Sr.ª. da Póvoa e o sistema das Quintas do Anascer. Em termos de tratamento de águas residuais, todos os aglomerados urbanos possuem uma rede de drenagem deste tipo de águas: Meimão; Vale da Sr.ª. da Póvoa; Benquerença; Penamacor e Parque industrial; Águas; Aldeia de João Pires; Aranhas; Salvador. Área temática XIII: Ambiente 177 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Em cada uma destas Estações de Tratamento os efluentes são sujeitos a tratamento diferente consoante a população que abrangem. A recolha de resíduos sólidos urbanos fica a cargo da Autarquia (mediante dois circuitos de recolha) e o seu respectivo tratamento e reposição são responsabilidade da Associação de Municípios da Cova da Beira. Depois da recolha indiferenciada dos resíduos, estes são transportados para uma Estação de Transferência (em Penamacor) onde ficam temporariamente até serem levados para o Centro de Tratamento de Resíduos Sólidos urbanos da Cova da Beira (no Fundão). Ainda neste âmbito, estão distribuídos pelas freguesias vários contentores, vidrões e papelões. A poluição ambiental não constitui uma problemática no contexto concelhio. As principais fontes de poluição ambiental poderão resumir-se aos despejos de produtos indiscriminados em determinadas áreas embora, a maioria deste seja devidamente recolhido, tratado e encaminhado para locais especializados, como foi referido. A existência de vacarias e explorações de suinicultura têm um peso expressivo no concelho, mas são de carácter familiar e não constituem riscos ambientais. O mesmo acontece com as actividades industriais (lagares de azeite, queijarias, etc.) que pela sua dimensão também não põem em risco o meio ambiente concelhio. O uso de pesticidas e adubos nas actividades agrícolas pode ser prejudicial para o equilíbrio dos ecossistemas, mas não possui uma dimensão que possa ser considerada como alarmante. Figura 1: Barragem da Meimoa O Projecto de aproveitamento hidroagrícola tem como objectivo beneficiar, através do regadio, cerca de 14.400 ha, o abastecimento de água aos concelhos de Sabugal, Pinhel, Almeida, Penamacor e Fundão, a regularização fluvial, a defesa contra cheias dos cursos de água e a produção de energia eléctrica, aproveitando a transferência de água das cabeceiras do Rio Côa (Bacia Hidrográfica do Douro) para a ribeira da Meimoa (Bacia Hidrográfica do Tejo). A área de regadio engloba os Blocos da Meimoa, de Belmonte e Caria, da Covilhã e Fundão e do Sabugal. A área a beneficiar com a rega abrange a bacia hidrográfica do curso superior do rio Zêzere e seus afluentes da margem esquerda, dos quais se destacam a ribeira da Meimoa. Área temática XIII: Ambiente 178 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Quadro 1: Água distribuída por freguesia, 2005. Freguesia Volume em m3 Águas 26,726 Al. Bispo 51,328 Al. J. Pires 31,547 Aranhas 42,694 Bemposta 28,265 Benquerença 72,796 Meimão 97,864 Meimoa 67,718 Pedrógão S. Pedro 33,650 Penamacor 279,858 Zona Industrial PNC 15,017 Salvador 51,539 Vale Sr.ª. Póvoa 1,759 Totais 800,761 Fonte: Empresa Águas do Zêzere e Côa, 2005. Quadro 1.1: Água consumido por freguesia, 2005. Freguesia Volume em m3 Águas 19,143 Al. Bispo 34,432 Al. J. Pires 14,208 Aranhas 22,893 Bemposta 8,877 Benquerença 35,947 Meimão 13,604 Meimoa 18,856 Pedrógão S. Pedro 28,082 Penamacor 127,692 Salvador 22,670 Vale Sr.ª. Póvoa 12,088 Totais 358,492 Fonte: Empresa Águas do Zêzere e Côa, 2005. A Reserva Natural da Serra da Malcata (R.N.S.M.) foi criada pelo Decreto-lei 294181, de 16 de Outubro. Como este Decreto-lei foi reforçado por um novo decreto regulamentar, esta foi constituída com a finalidade de conservar os habitats naturais, apoiar as actividades tradicionais que se verificam na serra e desenvolver acções ligadas à educação ambiental. A Reserva Natural da Serra da Malcata situa-se entre as vilas de Penamacor e Sabugal, estende-se para leste até à fronteira espanhola e apresenta-se como um maciço com várias linhas principais de cumes, orientados na direcção NE-SW. Com uma área de cerca de dois mil hectares, a RNSM abrange as freguesias dos concelhos de Penamacor e do Sabugal. É nesta reserva que nasce o rio Côa, a ribeira da Meimoa e a ribeira da Bazágueda. A Serra da Malcata é um conjunto de cimos arredondados, de vertentes íngremes e linhas de água encaixadas no fundo de barrancos apertados e pedregosos. As variações em altitude, a forma e orientação do relevo, bem como a exposição das encostas contribuem para acentuar a existência de uma diversidade de situações micro-climáticas que se reflectem no coberto vegetal de cada local. Área temática XIII: Ambiente 179 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Como se disse, a Reserva Natural da Serra da Malcata apresenta uma grande diversidade em termos de flora e fauna e serão seguidamente apresentados alguns exemplos da diversidade mencionada. Lince ibérico- “Lynx pardinus” Ouriço-cacheiro- “Erinaceus Europaeus” Coelho bravo- “Oryctolagus cuniculus” Lebre- “Lepus capensis” Javali- “Sus scrofa” Melro-preto- “Turdos merula” Andorinha-das chaminés“Hirundo rústica” Pombo-torcaz- “Columba palumbus” Área temática XIII: Ambiente 180 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Achigã Carpa Oliveira Freixo Sobreiro Carvalho Área temática XIII: Ambiente Pinheiro-bravo 181 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Síntese de Conteúdos e Problemáticas Ô Diversidade ambiental (em termos de recursos paisagísticos, cursos de água, fauna e flora); Ô Crescente abandono dos espaços rurais; Ô Falta de sensibilidade para as questões ambientais; Ô A Reserva Natural da Serra da Malcata constitui uma referência turística no concelho, mas o seu aproveitamento, dinamização e divulgação tem sido pouco expressivo; Ô Falta de fiscalização municipal para as ilegalidades cometidas em termos de construções, vedações, etc.; Ô A poluição ambiental no concelho é reduzida, sendo que as principais fontes de poluição resultam do despejo de resíduos indiscriminados, das actividades das vacarias, suiniculturas, lagares de azeite, queijarias, mas não assumem contornos preocupantes. Área temática XIII: Ambiente 182 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor 4-Análise do inquérito à População Residente no concelho de Penamacor: A aplicação do Inquérito à População Residente no concelho de Penamacor teve como principal objectivo a recolha de opiniões e sensibilidades diversas da população perante as várias áreas temáticas em estudo no presente Diagnóstico Social. Em cada área considerada foram colocadas questões diversas, tendo-se dado especial ênfase às questões directa ou indirectamente relacionadas com a área da Acção Social. Convém referir que na elaboração do diagnóstico foram introduzidas algumas alterações na análise das áreas temáticas. Optou-se por juntar algumas áreas e reajustar os seus conteúdos. Na aplicação do inquérito essas alterações ainda não tinham sido introduzidas. Todavia, tal reajuste não teve implicações na análise levada a cabo. Segundo o último Censo realizado no nosso país (INE- Recenseamento Geral da População, 2001), a população residente no concelho de Penamacor era de 6658 habitantes. Foi seleccionada uma amostra desta população de 5%, tendo-se aplicado 340 inquérito pelas doze freguesias que compõem o concelho em análise. Em cada freguesia foi ponderado o número de habitantes, o sexo e a idade dos mesmos. A aplicação do inquérito por freguesia foi realizado mediante o seguinte quadro (1.1): Quadro 1.1 Freguesias População Águas Aldeia do Bispo Aldeia de João Pires Aranhas Bemposta Benquerença Meimão Meimoa Pedrógão S. Pedro Penamacor Salvador Vale Sr.ª. da Póvoa Total 330 748 221 440 184 695 247 456 580 1735 589 333 Sexo M 165 350 107 202 82 339 178 223 277 829 310 153 F 165 398 114 238 102 356 169 233 303 906 279 180 Inquéritos aplicados 16 38 13 24 10 35 18 23 29 87 30 17 Sexo M 8 18 6 11 4 17 10 11 14 42 16 18 Inquérito à população residente no concelho de Penamacor F 8 20 7 13 6 18 8 12 15 45 13 9 15-24 anos M 2 4 1 1 1 4 3 2 3 10 4 2 F 2 4 2 2 2 5 2 3 3 11 2 2 25-44 anos M 2 4 1 4 1 4 2 3 4 10 4 2 F 2 5 1 4 1 4 2 3 4 11 4 2 45-64 anos M 2 4 1 4 1 4 2 3 4 10 4 2 F 2 5 1 4 1 4 2 3 4 11 4 2 Mais de 65 anos M F 2 2 6 6 3 3 2 3 1 2 5 5 3 2 3 3 3 4 11 12 4 3 2 3 183 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Na área temática relativa ao enquadramento geográfico e demográfico da população apurou-se a idade dos inquiridos, o sexo, o estado civil, nível de escolaridade, situação perante o emprego e a composição do seu agregado familiar. Os quadros 1.2 e 1.3 resumem a média das idades dos inquiridos por freguesia a média dos seus respectivos agregados familiares. Quadro 1.2 Grupos etários/ Freguesias Águas Aldeia do Bispo Aldeia de João Pires Aranhas Bemposta Benquerença Meimão Meimoa Pedrógão S. Pedro Penamacor Salvador Vale Sr.ª. da Póvoa 15-24 anos 25-44 anos 45-64 anos Mais 65 anos 20,2 18,5 17,3 18,3 19,0 19,2 19,8 22,0 18,1 20,6 16,8 15,5 28,5 32,2 31,0 32,6 35,0 32,1 29,0 38,0 32,0 33,8 35,3 37,5 57,2 51,4 60,0 54,1 60,0 54,1 54,0 49,3 48,1 51,3 52,0 58,7 70,7 76,4 74,8 75,4 73,0 77,8 81,4 78,1 69,1 68,5 73,8 75,0 Quadro 1.3 Agregado familiar/ Grupos etários 15-24 anos Águas Aldeia do Bispo Aldeia de João Pires Aranhas Bemposta Benquerença Meimão Meimoa Pedrógão S. Pedro Penamacor Salvador Vale Sr.ª. Póvoa 3,5 3,2 3,6 3,6 3,6 3,6 3,8 4,0 3,6 3,8 4,1 2,7 25-44 45-64 anos anos 3,7 3,7 2,5 3,2 4,0 3,0 3,2 3,1 3,1 3,0 3,3 4,5 2.2 2.6 2.5 3.1 5.0 2.6 2.0 2.6 2.5 2.8 2.6 1.7 Mais 65 anos 1,2 1,8 2,3 1,8 1,6 1,9 1,2 1,5 1,7 2,4 1,7 2,6 Em relação às habilitações escolares dos inquiridos, na amostra representativa da população do concelho, constatou-se que 35 inquiridos não possuem habilitações escolares (não frequentaram a escola, não sabem ler nem escrever), 12 inquiridos sabem ler e/ou escrever mas não frequentaram a escola, 79 possuem a 4ª classe, 45 o 6º ano, 40 inquiridos Inquérito à população residente no concelho de Penamacor 184 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor completaram o 12º ano e apenas 20 afirmam ter licenciatura/bacharelato e 104 detêm outro nível de escolaridade. O peso das respostas nesta última questão prende-se com o facto destes inquiridos não possuírem habilitações escolares completas e de muitos possuírem o 9º ano (opção não incluída no quadro relativo a esta questão). As freguesias de Aldeia de João Pires, Salvador e Aranhas são as que apresentam maior número de indivíduos em situação de iliteracia. A sede de concelho, Penamacor, apresenta os valores mais elevados em termos do número de indivíduos que possuem grau de licenciatura e bacharelato. Em relação à situação dos indivíduos perante o emprego, ou seja, a sua actividade no momento da realização do inquérito, conclui-se que 171 afirmam ter uma actividade profissional, e assim, na amostra da população 50.3% dos inquiridos são activos. Dos 340 inquiridos, 18 encontram-se desempregados e este número distribui-se pelas freguesias, não havendo uma freguesia em particular que tenha um valor mais expressivo. Ainda nesta área temática da demografia foi colocada a questão: “Costuma votar?”. Mediante a análise da questão referida conclui-se que 258 dos 340 inquiridos afirmam votar e os restantes admitem que não costumam ter o hábito de exercer esse direito. É necessário perceber que destes últimos, grande parte afirma não votar por não possuir a idade, estabelecida na lei, para o fazer. É assim natural que o peso desse valor recaia sobre a faixa etária mais jovem (dos 15 aos 24 anos). As freguesias de Aldeia do Bispo, Penamacor e Benquerença são as maior número de respostas negativas, mas são, simultaneamente, as freguesias com maior densidade populacional e consequentemente onde a aplicação do inquérito foi realizada em número superior (ver Quadro 1.1). Os temas relativos à habitação são tratados no grupo II e foram colocadas aos inquiridos algumas perguntas relativas à habitação onde o próprio inquirido reside. Da amostra, 217 inquiridos responderam que a habitação onde residem é sua propriedade, 84 inquiridos afirmaram que a sua habitação é propriedade de familiares e apenas 39 disseram que a habitação onde residem é arrendada. Quanto ao estado de conservação da habitação de residência, 20 inquiridos consideram-na “Boa”, 121 consideram que a mesma é “Razoável” e 19 julgam que o estado de conservação da sua habitação é “Mau”. Nesta última questão só foram registadas respostas negativas em quatro freguesias: Águas, Aldeia do Bispo, Meimão, Penamacor e Vale da Senhora da Póvoa. Inquérito à população residente no concelho de Penamacor 185 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Em relação à existência de infra-estruturas básicas nas habitações de residência dos inquiridos, 336 responderam que possuem água canalizada, luz eléctrica e rede de esgotos. Os restantes 4 inquiridos não responderam a esta questão. A pergunta 2.4 deste grupo (Habitação) pretendia recolher opiniões sobre as freguesias onde os inquiridos residem em termos de abastecimento de água, rede eléctrica, rede de esgotos e sobre o serviço de recolha dos lixos produzidos pela população. Em relação ao primeiro aspecto focado (abastecimento de água), 215 inquiridos manifestaram-se satisfeitos, tendo atribuído classificação de “Bom”, 92 habitantes consideram-no “Razoável” e 10 julgam-no “Mau”, ou seja, insatisfatório e apenas 2 inquiridos o consideram “ Muito mau”. De todas as freguesias auscultadas é a freguesia da Meimoa que revelam o maior número de respostas desfavoráveis em relação ao abastecimento. Quanto à rede eléctrica, 233 inquiridos consideram-na “Boa”, 89 acham que é “Razoável”, 10 pensam ser “Muito boa” e 11 inquiridos consideram-na “Má”. A mesma tendência de respostas recai na questão relativa à rede de esgotos (233 julgam-na “Boa” e apenas 10 a consideram insatisfatória). Por último, a opinião em relação à recolha de lixos nas freguesias é também globalmente favorável, sendo que 198 inquiridos julgam que este serviço é “Bom”, 115 consideram-na “Razoável” e 20 inquiridos atribuíram-lhe classificação de “Mau”. As freguesias mais descontentes com este serviço são Aldeia do Bispo e Bemposta. Na área temática III (Saúde) foram colocadas perguntas relativas aos serviços de saúde (centro de saúde, extensões de saúde, hospitais, farmácias, recursos humanos nos serviços mencionados, etc.). Os inquiridos foram também questionados sobre a frequência com que habitualmente recorrem aos serviços mencionados. Assim, em relação ao centro de saúde de Penamacor (o único existente no concelho), 148 inquiridos consideram os serviços prestados de “Bons”, 147 julgam serem “Razoáveis”, 22 consideram o serviço insatisfatório (“Mau”) e apenas 2 inquiridos lhe atribuem classificação de “Muito mau”, um na freguesia da Meimoa e outro na freguesia de Pedrógão de São Pedro. Registou-se também que 3.5% dos inquiridos optaram pela hipótese de resposta “Não sabe/Não responde”. Em relação ao posto médico (em cada freguesia do concelho há uma extensão do centro de saúde de Penamacor), com excepção da Vila de Penamacor. Dos 32.6% de respostas na categoria “Não sabe/Não responde”, 25.6% são registadas em Penamacor. Inquérito à população residente no concelho de Penamacor 186 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Em relação aos serviços prestados pelas farmácias do concelho 16, a opinião é favorável (16 inquiridos responderam “Muito Bom”, 252 responderam “Bom” e 53 responderam “Razoável”). Das freguesias que se mostraram satisfeitas com os serviços prestados pelos bombeiros voluntários, Aldeia do Bispo, Benquerença, Salvador e Penamacor são as que apresentam valores mais elevados de respostas positivas. No total do concelho, 206 habitantes consideram os serviços prestados pelos bombeiros de “Bons” e apenas 2 inquiridos o julgam de “Muito mau”. Quanto aos recursos humanos nos serviços relacionados com a saúde (enfermeiros, médicos, auxiliares, bombeiros, etc.) 54.1% dos inquiridos considera-os razoáveis e 38% julga serem “Bons”. As duas últimas alíneas (3.1.6 e 3.1.7) do quadro 3.1 do inquérito referem-se aos hospitais (Hospital Amato Lusitano e Hospital Pêro da Covilhã), nas cidades de Castelo Branco e Covilhã, respectivamente devido ao facto do encaminhamento dos doentes ser feito para estes dois hospitais. Em relação ao hospital da Covilhã, dos 340 inquiridos, 30 consideram os seus serviços “Muito bons”, 121 julga-os “Bom” e apenas 3 inquiridos consideram os serviços deste hospital “Maus”. O hospital de Castelo Branco é classificado de “Bom” por 84 inquiridos, de “Razoável” por 138 inquiridos e 34 dos 340 inquiridos considera os serviços prestados por este hospital de “Maus”. Em ambas as alíneas a percentagem de não respostas é bastante significativa, sendo que em relação ao hospital de Castelo Branco esta assenta em 17.6% e em relação ao hospital da Covilhã esta assenta em 45.6%. Há que referir que a grande maioria dos doentes do concelho é encaminhado para o hospital Amato Lusitano, em Castelo Branco. A questão 3.2 desta área temática diz respeito ao Serviço de Atendimento Permanente do centro de saúde de Penamacor (SAP-24 horas), que se encontra a funcionar desde o ano de 2004. A questão pretendia perceber se a população do concelho reconhecia a utilidade do serviço em causa. É uma questão aberta e a maioria das respostas foi “Sim”. As razões e motivos invocados prendem-se com o facto dos hospitais serem distantes geograficamente (distam ambos da sede de concelho cerca de 50 km). 16 O concelho tem duas farmácias abertas permanentemente em Penamacor e três extensões: Aldeia do Bispo, Benquerença e Meimoa. Inquérito à população residente no concelho de Penamacor 187 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor O facto do centro de saúde assegurar serviços de urgência permanentemente tranquiliza as populações, que se sentem mais seguras em caso de acidente, doença ou outro tipo de incidente. Registaram-se ainda algumas respostas negativas (pouco expressivas) e os motivos prendem-se com o facto deste serviço resolver apenas situações menos graves e ser um serviço muito dispendioso, em termos de gastos necessários para a manutenção do mesmo. Dos 340 inquiridos, 117 admitem já ter recorrido a este serviço durante o período nocturno (menos de cinco vezes desde o início do seu funcionamento) e 190 admite nunca ter recorrido ao serviço mencionado. Dos inquiridos que admitem já ter usufruído dos serviços prestados em regime nocturno, 59 possui mais de 45 anos. Ao hospital de Castelo Branco, 59.4% dos inquiridos afirma recorrer com “Pouca frequência” e há mesmo uma percentagem de 24.7 que admite nunca ter necessitado de recorrer aos serviços prestados por este hospital. Ainda assim, 12.6% afirma ir ao hospital com “Alguma frequência”. Destes 12.6%, 8.5% possuem mais de 45 anos de idade. As freguesias que admitem recorrer com maior frequência a este serviço são o Meimão e Aldeia do Bispo. Já no que diz respeito ao centro de saúde de Penamacor, 301 inquiridos afirma recorrer aos seus serviços (227 inquiridos com “Pouca frequência” e 74 com “Alguma frequência”). A maior percentagem de respostas concentra-se na freguesia de Penamacor por dois motivos: em primeiro lugar porque a sede de concelho não tem posto médico e todas as consultas e atendimentos são realizados no centro de saúde. Em segundo lugar, é esta a freguesia onde foram aplicados maior número de inquéritos (Ver Quadro 1.1). A terceira alínea do quadro 3.3, 172 habitantes admite recorrer ao posto médico local (65 com “Alguma frequência” e 107 com “Pouca frequência”). É importante realçar que dos 172 inquiridos que afirmou recorrer ao posto médico local, 97 possuem mais de 45 anos. Constatou-se ainda que 18.5% da população inquirida admitiu nunca ter recorrido à extensão de saúde da sua freguesia. Em relação à frequência da população do concelho em termos de médicos particulares, conclui-se que apenas 7 inquiridos o fazem com ”Muita frequência”. Dos restantes inquiridos, 10.9% afirmam recorrer com “Alguma frequência”, 45.9% com “Pouca frequência” e ainda 38.2% admite nunca ter recorrido a médicos e/ou serviços particulares. Para terminar e em relação ao hospital Pêro da Covilhã, apenas 18 inquiridos responderam que admitem recorrer com “Muita frequência” aos seus serviços, 112 recorrem com “Pouca frequência” e 186 assume nunca ter necessitado de recorrer a este hospital. Inquérito à população residente no concelho de Penamacor 188 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Uma vez mais aqui se encontra a tendência expressa pelas alíneas 3.16 e 3.17 da questão nº3.1, focada anteriormente. Na área IV em estudo, “Equipamentos e infra-estruturas sociais” foi questionado à população a sua opinião face a determinados serviços existentes no concelho, sendo a resposta enquadrada numa escala de valores, como acontece na grande maioria das questões que este inquérito engloba. Em primeiro lugar, perguntou-se que opinião ou sensibilidade o inquirido em relação aos serviços prestados pelo lar 17 e centros de dia existentes no concelho. 13.8% da população inquirida respondeu “Muito bom”, 42.9% atribui classificação de “Bom”, 23.5% considerou os serviços citados de “Razoáveis”, 11.5% considerou os serviços insatisfatórios e 7% da população inquirida escolheu a hipótese de”Não sabe/não responde”. Já no que diz à capacidade de resposta e aos serviços prestados a crianças asseguradas pelas creches e infantários, dos 340 inquiridos 157 responderam “Bom”, 104 responderam “Razoável” e apenas 18 responderam “Mau”. Houve ainda um registo de 53 indivíduos que não sabe e/ou não respondem. Dos 53 inquiridos que situou a sua resposta na opção anterior, 22 têm mais de 65 anos. Na análise da análise 4.1.3, respeitante às escolas do concelho, 130 inquiridos consideramnas “Boas”, 143 “Razoáveis”, 20 julgam ser insatisfatórias e 39 inquiridos não respondeu a esta questão. Mais uma vez se verifica que o peso das respostas na categoria de inquiridos com mais de 65 anos é aqui expressivo. Uma possível explicação para essa tendência prende-se com o facto desta camada etária não ter filhos a frequentar esse tipo de serviços (os prestados pelas creches/infantários) e dessa forma ter uma percepção menos nítida dos mesmos. A probabilidade de conhecimento desses serviços aumenta com o decréscimo da idade: quanto mais novos são os inquiridos mais probabilidades existem de terem filhos e conhecer a realidade que esta questão coloca. Na alínea 4.1.4 colocou-se uma pergunta direccionada aos espaços de lazer (jardins, piscinas, parques de campismo, etc.) que o concelho dispõe e 53% dos habitantes inquiridos pelas doze freguesias julga serem “Razoáveis”, 27% pensa serem “Bons” e apenas 47 indivíduos lhe atribuem classificação de “Mau”. 17 O concelho de Penamacor possui centros de dia em todas as freguesias, mas conta apenas com um lar de idosos. Inquérito à população residente no concelho de Penamacor 189 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Em relação à opinião sobre a cooperativa (de notar que, no momento, o concelho apenas possui uma cooperativa, a funcionar na freguesia da Meimoa) as respostas dos inquiridos recaem sobre a opção “Bom” (42.6%) e “Razoável” (36.5%). Na área temática que se debruça sobre as questões relacionadas com a educação, o emprego e a formação profissional, a primeira questão é a seguinte: “ Tem filhos ou irmãos a estudar no concelho?”. Esta questão pretende descortinar se a opinião dos inquiridos era dada com conhecimento de causa. Dos inquiridos, 127 afirmaram que sim, que têm familiares no concelho e os restantes responderam que não. Quando questionados sobre o ensino ministrado nas escolas do concelho, os resultados foram os seguintes: 1) Escola EB 2+3 Ribeiro Sanches 18: 18 inquiridos consideram o ensino “Bom”, 103 consideram o ensino “Razoável” e 62 consideram o ensino insatisfatório (43 pensam ser “Mau” e 19 “Muito mau”); 2) Escolas primárias: 64 atribuem classificação de “Bom”, 117 consideram que o ensino ministrado é “Razoável” e apenas 6 inquiridos o consideram “Muito mau”. Houve, como também foi explicado na questão anterior, uma concentração significativa de não-respostas (não sabe e/ou não responde). Esta concentração situa-se igualmente na faixa etária dos inquiridos com mais de 65 anos de idade. A importância da formação profissional foi francamente valorizada pela amostra da população questionada. Dos 340 inquiridos, apenas 18 afirmaram não reconhecer importância na realização e promoção de cursos de formação profissional no concelho. As áreas que os cursos de formação profissional deveriam abordar, na opinião dos inquiridos, estão detalhadamente expostas no quadro que a seguir se apresenta: 18 Há apenas um estabelecimento de ensino que compreende o 2º e 3º ciclo de escolaridade. Inquérito à população residente no concelho de Penamacor 190 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Totais 8 18 6 14 9 16 9 15 20 37 15 6 173 Outro 7 12 10 12 5 16 6 8 5 29 14 6 130 Turismo e lazer 9 14 8 19 8 25 8 9 10 31 22 5 168 Protecção do Ambiente 8 15 12 17 6 21 12 14 13 43 14 5 180 Informática 10 19 10 19 9 23 6 8 9 51 13 8 185 Produção Agrícola Animal 11 26 10 19 6 19 8 12 13 64 14 9 211 Artesanato Serviços de apoio a crianças e jovens 9 17 8 15 9 21 9 11 18 54 14 0 185 Agricultura Serviços de apoio a idosos Águas Aldeia do Bispo Aldeia João Pires Aranhas Bemposta Benquerença Meimão Meimoa Pedrógão Penamacor Salvador Vale Sr.ª. Póvoa Total Hotelaria e Restauração Cursos/ Freguesias Quadro 1.3 10 19 10 12 6 14 8 12 10 44 7 5 157 9 21 6 16 9 17 9 14 13 54 12 7 187 2 5 4 1 0 1 4 0 3 4 1 3 28 83 166 84 144 67 173 79 103 114 411 126 54 1604 Às questões relacionadas com a Acção Social, tratadas na área temática VI, foi dada especial atenção uma vez que se pretendia perceber que sensibilidades e opiniões os inquiridos possuíam face a determinados aspectos de natureza social que pautam o concelho. Na primeira questão foi solicitado aos munícipes que respondessem à questão “Quais pensa serem os inquiridos mais carenciados na sua freguesia de residência?”. Para tal, foi apresentado um quadro que reunia 14 opções de resposta e concentrava vários grupos sociais seleccionados. Depois de analisados os resultados, estes apresentam sintetizados no quadro abaixo: Inquérito à população residente no concelho de Penamacor 191 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Aranhas Bemposta Benquerença Meimão Meimoa Pedrógão Penamacor Salvador Vale Sr.ª. Póvoa Indivíduos em situação de dependência de drogas e/ou álcool Aldeia de João Pires Crianças e jovens em situação de abandono escolar Idosos isolados e dependentes Indivíduos portadores de deficiência Aldeia Bispo Grupos Sociais/ Nº de respostas Águas Quadro 1.4 2 2 5 2 2 4 1 0 2 27 11 0 5 2 21 6 4 4 19 19 7 3 20 8 11 0 5 1 10 1 58 37 12 4 9 3 1 10 4 24 10 29 6 5 11 27 22 4 Mulheres sujeitas a maus-tratos Adultos analfabetos Famílias desestruturadas Indivíduos que vivem sem condições de habitabilidade Indivíduos/famílias beneficiárias de RSI Desempregados de longa duração Indivíduos com baixa qualificação profissional 0 0 0 2 4 5 4 4 3 15 9 7 7 10 4 6 4 9 0 3 2 0 0 1 1 4 9 12 21 21 2 2 5 2 2 2 0 14 8 18 9 34 6 0 9 26 22 3 0 0 2 4 3 4 5 14 3 10 6 25 0 2 1 0 1 8 8 13 3 16 3 1 0 4 5 6 5 3 1 0 1 13 1 0 Jovens à procura do 1º emprego 0 3 9 9 5 25 1 0 3 24 28 2 Imigrantes Outros 0 6 1 0 0 0 1 0 1 0 1 0 0 0 0 3 1 4 9 1 2 0 0 1 Quadro 1.4.1 Grupos Sociais/ Nº de respostas Crianças e jovens em situação de abandono escolar Idosos isolados e dependentes Indivíduos portadores de deficiência Indivíduos em situação de dependência de drogas e/ou álcool Mulheres sujeitas a maus-tratos Adultos analfabetos Famílias desestruturadas Indivíduos que vivem sem condições de habitabilidade Indivíduos/famílias beneficiárias de RSI Desempregados de longa duração Indivíduos com baixa qualificação profissional Jovens á procura do 1º emprego Imigrantes Outros Inquérito à população residente no concelho de Penamacor Totais % Posição 58 181 88 153 51 63 68 149 35 97 39 109 16 15 17,0 53,2 25,9 45,0 15,0 18,5 20,0 43,8 10,3 28,5 11,5 32,1 4,7 4,4 9º 1º 6º 2º 10º 8º 7º 3º 12º 5º 11º 4º 13º 14º 192 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Desta forma, pode-se concluir que a amostra representativa do concelho de Penamacor considera que os idosos isolados e dependentes, os indivíduos que se encontram dependentes de drogas e/ou álcool, os indivíduos e/ou famílias que residem em habitações que não reúnem o mínimo de infra-estruturas básicas (água, luz, saneamento, etc.) e os jovens que estão à procura do 1º emprego são os grupos sociais mais desfavorecidos e que se encontram em situação de maior vulnerabilidade. Há que ter em atenção que os totais das percentagens não perfazem a soma de 100% porque cada inquirido teve a possibilidade de escolher mais que uma opção. Em relação à segunda questão da área temática em análise no momento, era solicitado aos inquiridos que revelassem que motivos estariam subjacentes, em suas percepções, às diversas situações de carência social. Os motivos apresentados foram sintetizados no quadro que acompanha esta questão e os resultados obtidos apresentam-se a seguir: Aranhas Bemposta Benquerença Meimão Meimoa Pedrógão Salvador Vale Sr.ª. Póvoa 13 20 6 19 5 10 7 8 16 67 11 8 11 15 10 23 8 30 4 6 12 59 24 3 3 17 8 23 9 29 8 2 19 41 23 4 1 1 1 2 0 8 0 7 4 10 2 5 4 2 8 12 8 9 9 7 0 14 21 8 16 5 13 0 9 9 9 9 7 6 1 22 34 4 18 20 23 0 5 1 6 2 2 2 0 8 0 9 1 0 1 0 8 4 6 1 3 5 1 33 9 22 16 13 12 2 6 29 0 13 10 23 0 0 0 5 2 1 3 3 Inquérito à população residente no concelho de Penamacor Penamacor Al. J. Pires Ter uma doença Viver numa família com problemas Ter problemas com drogas/álcool Ser desempregado Não ter apoio do estado Ter um ordenado baixo Viver numa zona pobre Não ter estudado Não saber a quem pedir ajuda Outro motivo Águas Motivos/Razões Al. Bispo Quadro 1.5 193 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Quadro 1.5.1 Motivos Ter uma doença Viver numa família com problemas Ter problemas com drogas/álcool Ser desempregado Não ter apoio do estado Ter um ordenado baixo Viver numa zona pobre Não ter estudado Não saber a quem pedir ajuda Outro motivo Totais % Posição 0 57,9 119 177 218 258 291 324 354 390 55,9 60,3 54,7 35,6 36,5 25,9 26,8 22,1 31,5 2,6 2º 1º 3º 5º 4º 7º 6º 8º 5º 9º Assim, mediante a análise dos quadros anteriores podemos concluir que os motivos mais invocados como causas passíveis de desencadear situações de pobreza, carência, exclusão social são, em primeiro lugar, o facto de se viver no seio de uma família desestruturada, com problemas. A ideia transmitida pela maioria dos inquiridos foi que crescer e/ou viver num ambiente familiar problemático aumenta a vulnerabilidade e acentua a permeabilidade a determinado tipo de situações de carência, pobreza, exclusão, etc. Em segundo lugar, “Ter uma doença” foi apontada como a segunda causa de maior probabilidade de surgimento de problemas em termos sociais. Aqui, a razão invocada era maioritariamente acompanhada de uma referência ao facto deste motivo implicar incapacidade perante o trabalho e assim diminuição das fontes de rendimento que possibilitam a sobrevivência e a garantia do bem-estar dos indivíduos. Depois, os problemas relacionados com drogas e álcool foram também apontados pelos inquiridos em percentagem relevante (54.7%). Neste ponto é importante referir que o consumo de álcool foi referido com maior frequência em detrimento do consumo de estupefacientes. Por último, o facto dos indivíduos não receberem do governo apoios suficientes para colmatar as situações de carência foi também apontado pela amostra da população inquirida em número relevante (121). Aqui denota-se a tendência de “culpabilização do Estado pelos males sociais”, muito comum no discurso dos inquiridos. Quanto à última questão deste grupo, foi pedido aos inquiridos que indicassem que agentes julgavam ter maior responsabilidade na intervenção e combate a situações de pobreza e carência. Das oito opções apresentadas os inquiridos poderiam seleccionar várias. Veja-se o quadro-síntese dos resultados obtidos nesta questão: Inquérito à população residente no concelho de Penamacor 194 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Al. Bispo Al. João Pires Aranhas Bemposta Benquerença Meimão Meimoa Pedrógão Penamacor Salvador Câmaras Municipais Segurança Social Lares/Centros de Dia Santas Casas da Misericórdia Juntas de Freguesia Estado/Governo População em geral Outro Águas Entidades Responsáveis Vale Sr.ª. Póvoa Quadro 1.6 9 9 3 4 13 25 3 3 11 11 1 1 24 21 0 2 8 5 1 1 28 21 0 4 6 13 3 1 9 13 3 1 11 21 2 2 42 56 9 13 24 18 5 2 9 13 5 2 6 13 3 0 9 21 3 0 9 11 1 0 13 23 6 1 3 9 0 0 14 29 17 0 5 7 2 0 5 7 2 0 8 16 5 0 18 74 16 0 8 5 0 0 8 5 0 0 Quadro 1.6.1 Entidades Responsáveis Câmaras Municipais Segurança Social Lares/Centros de Dia Santas Casas da Misericórdia Juntas de Freguesia Estado/Governo População em geral Outro Totais % Ordem 194 226 35 36 106 220 55 1 57,0 66,5 9,4 10,3 32,3 65,9 15,9 0,3 3º 1º 7º 6º 4º 2º 5º 8º É possível, então, constatar que o agente/entidade escolhido em maior número pelos inquiridos foi a Segurança Social, uma vez que a esta instituição é a atribuída responsabilidade na resolução das questões de ordem social. Em segundo lugar surge o Governo, com 66.5% de respostas. Este aspecto pode relacionarse, para um melhor entendimento, com o aspecto referido na questão anterior (6.2- grupo VI), onde a falta de apoios estatais é apontado como um dos motivos para a prevalência de questões de pobreza, carência e exclusão social. Os órgãos de administração pública local (Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia) surgem em 3º lugar (57.0%) e 4º lugar (32.2%) de respostas, respectivamente. Face à ausência de respostas sociais ou à insuficiência das mesmas as populações tendem a atribuir responsabilidades aos órgãos de decisão que lhes são mais próximos cuja capacidade de intervenção consideram de extrema importância e relevo. Inquérito à população residente no concelho de Penamacor 195 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor A questão 6.5.1 encerra a área temática relativa à Acção Social. Esta mesma questão tinha como finalidade aferir, se na respectiva freguesia de residência dos inquiridos, existiriam muitos indivíduos/famílias em situação de carência. Pretendia-se, assim, perceber se este problema tinha visibilidade para os inquiridos. Dos 340 inquiridos, 137 responderam afirmativamente, contra os 201 inquiridos que afirmaram que “Não”. Denota-se aqui uma contradição. Se por um lado, todos os grupos sociais mais desfavorecidos foram seleccionados pelos inquiridos na questão anterior como grupos socialmente mais expostos a situações de carência, quando questionados sobre a existência de casos concretos nas freguesias, a percentagem de respostas negativas pesa consideravelmente sobre as respostas afirmativas. Não obstante, pôde observar-se quando da aplicação do inquérito junto da população concelhia que, para os inquiridos, o número de indivíduos em situações problemáticas não é expressivo. Ou seja, embora essa problemática fosse apontada pelos inquiridos, estes não consideram que a mesma tenha uma dimensão preocupante no contexto social, em cada freguesia. É certo que a questão colocada aos inquiridos envolve conceitos (pobreza, carência) com dimensões subjectivas e são alvo de diferentes interpretações e motivações. Por último, pode ainda constatar-se que houve uma forte tendência por parte dos inquiridos em responsabilizar os indivíduos em situação de pobreza/carência pela sua própria condição. A pergunta 7.1 introduz as questões relacionadas com a área da Justiça e da Segurança no concelho de Penamacor. Como única força policial, o concelho conta com uma brigada da Guarda Nacional Republicana. Sobre a questão: “Que opinião tem da forma de actuação da força se segurança publica no concelho?”, os inquiridos responderam “Muito boa” (4 inquiridos), “Boa” (50 inquiridos), “Razoável” (164 inquiridos), “Mau” (91), “Muito mau” (12 inquiridos) e registaram-se ainda 12 respostas na opção “Não sabe/não responde”. O peso das respostas negativas (Mau e Muito mau) e das não-respostas (Não sabe/Não responde) prende-se com motivos que não se direccionam para a actuação da brigada, mas prendem-se com outro motivo apresentado em grande número pelos inquiridos: o contingente é insuficiente para as necessidades do concelho, ou seja, o número de efectivos fica aquém das reais necessidades da população do concelho. Inquérito à população residente no concelho de Penamacor 196 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Questionados sobre se sentem seguros nas respectivas freguesias de residência, os inquiridos responderam maioritariamente “Sim” (270 inquiridos) e 70 admitem que “Não”. Há que realçar que as respostas negativas se concentram no escalão etário com mais de 65 anos de idade. A questão 7.3 questiona a população sobre o sistema de justiça existente no concelho. A maioria das respostas recai sobre a hipótese “Razoável” com 36.8% das respostas. Há também um elevado número de respostas “Não sabe/Não responde” (46.6%) devido ao facto desta percentagem de inquiridos afirmar que nunca recorreu ao sistema de justiça e portanto não possui uma opinião sobre a questão colocada. Na área temática VIII (Economia e Tecido Empresarial) foi perguntado aos inquiridos em que áreas ou sectores económicos julgavam ser prioritário investir, apostar para fomentar o desenvolvimento económico do concelho. As respostas são sintetizadas seguidamente: • Criação de indústrias (78.2%); • Turismo (62.6%); • Comércio (45.3%); • Agricultura (41.5%); • Agro-pecuária (30.6%); • Exploração de florestas (25.9%); • Outros sectores/áreas económicas (2.4%). Na última questão foram recolhidas sugestões como por exemplo, cursos técnicoprofissionais de electricista, informática, cabeleireiro, etc. O grupo IX (Transportes e Acessibilidades) reporta-se a questões que dizem respeito à rede de transportes públicos no concelho e à rede viária que serve o mesmo. A primeira questão do grupo anteriormente referido questionava os inquiridos sobre três aspectos: os transportes efectuados entre a freguesia do inquirido e a sede de concelho, os transportes existentes entre a freguesia do inquirido e as restantes freguesias do concelho e ainda sobre os transportes entre a respectiva freguesia de residência e a cidade de Castelo Branco, capital de distrito. No que concerne ao primeiro ponto, 30 inquiridos consideraram a rede de transportes públicos “Boa” e 122 inquiridos atribuíram-lhe classificação de “Razoável”. Inquérito à população residente no concelho de Penamacor 197 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Há ainda uma percentagem significativa de respostas negativas (“Maus - 95 inquiridos e “Muito maus”- 12 inquiridos). Estas respostas distribuem-se de forma idêntica pelas doze freguesias inquiridas, exceptuando o caso da vila de Penamacor. No segundo aspecto pode constatar-se de 101 respostas na opção “razoável” e houve um acréscimo significativo de respostas negativas (125 inquiridos consideram os transportes existentes entre a sua freguesia de residência e as restantes freguesias do concelho como “Maus” e 21 inquiridos julgam ser “Muito maus”. Quanto ao último aspecto citado, este traduz a opinião dos inquiridos sobre os transportes efectuados entre a freguesia de residência e a cidade de Castelo Branco e obteve-se um total de 138 respostas positivas (“Muito bom”- 1 inquirido, “Bom”- 20 inquiridos e “Razoável”117 inquiridos) e 154 respostas negativas (“Mau”- 135 e “Muito mau”- 19 inquiridos). No que diz respeito à questão que avalia a opinião dos inquiridos sobre a rede viária que cobre o concelho de Penamacor (estradas, caminhos, respectivos acessos, etc) esta divide-se também em dois aspectos: o primeiro refere-se às estradas e caminhos existentes na freguesia do munícipe inquirido e o segundo aspecto é relativo às estradas que ligam as restantes freguesias do concelho entre si. Na primeira alínea obteve-se um total de 182 respostas na opção “Bom”, com especial destaque para as freguesias de Aranhas, Salvador, Benquerença e Aldeia do Bispo. Em duas das freguesias citadas existiram melhoramentos na rede viária. Obteve-se ainda uma percentagem de 36.2 respostas na opção “Razoável”. Das respostas negativas 26 situam-se na opção “Mau” (de onde se destaca a freguesia de Bemposta e a vila de Penamacor) e apenas um inquirido respondeu que as estradas existentes na sua freguesia eram “Muito más”. Em relação ao segundo aspecto (alínea 10.2.2), 42.4% dos inquiridos afirmou-se que a rede viária existente no concelho é “Boa”, 45% considera-a a “Razoável” e apenas 6.2% da população a considera-a insatisfatória. O grupo X do inquérito aplicado no concelho resume as questões relacionadas com o Desporto, Recreio e Associativismo. A primeira pergunta colocava directamente a seguinte questão: “Acha que as actividades culturais realizadas no concelho são suficientes?”. Dos 340 inquiridos, 70.3% responderam afirmativamente e 29.7% responderam que “Não”. A questão seguinte solicitava que, no caso da resposta anterior ser negativa que os inquiridos indicassem que tipos de actividades gostariam de ver desenvolvidas no concelho. Inquérito à população residente no concelho de Penamacor 198 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Como são questões abertas, optou-se por apresentar algumas das respostas recolhidas pelas freguesias, de entre as quais se seleccionaram as seguintes: • Criação de um torneio de futebol entre as freguesias (Águas); • Festivais de música com intercâmbio de jovens de diferentes nacionalidades (Aldeia do Bispo); • Actividades desportivas específicas para idosos (Aldeia de João Pires); • Debates entre as freguesias para discutir problemas do concelho de Penamacor (Aranhas); • Excursões para a população do concelho de Penamacor (Bemposta); • Actividades culturais que envolvessem a participação dos mais idosos (Benquerença); • Convívios entre as freguesias (Meimão); • Encontros de idosos (Meimoa); • Exposições com produtos típicos do concelho (Pedrógão de São Pedro); • Criação de um espaço de Ocupação de Tempos Livres (Penamacor); • Concertos de música (Salvador); • Feiras de gado (Vale da Senhora da Póvoa). A questão 10.2 apresenta um quadro onde se resumem diversos espaços existentes no concelho e é solicitado aos inquiridos que manifestem a sua opinião sobre a forma como o concelho se encontra servido relativamente aos espaços indicados. Os espaços foram seleccionados dentro de áreas diversas e o principal objectivo da questão é perceber se os habitantes do concelho julgam que os espaços apresentados são suficientes para as necessidades da população concelhia. Depois de analisados detalhadamente os inquéritos, apresentam-se os resultados obtidos organizados no quadro que a seguir se expõe: Inquérito à população residente no concelho de Penamacor 199 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Espaços diversos Muito bem Servido Espaços de desporto Piscinas Bibliotecas Teatro/Cinema Museus Centros/Salas de Exposição Bares/Discoteca Jardins Parques infantis 9 20 51 0 1 0 6 2 0 Quadro 1.7 RazoavelBem mente Servido Servido 153 156 119 2 50 6 35 79 96 135 93 102 7 165 93 88 176 158 Mal Servido Muito mal Servido NS/ NR 24 44 42 65 91 119 129 75 54 1 5 3 249 7 76 70 8 7 18 17 23 14 26 42 10 0 25 A penúltima questão da área temática (XI- Meio ambiente) questiona aos inquiridos a sua opinião sobre o ambiente (ar, poluição, etc.) quer na respectiva freguesia quer no restante concelho. Na primeira alínea desta questão (11.1.1) 95.9% dos inquiridos responderam favoravelmente (12.6% dos inquiridos responderam “Muito bom”, 52.1% dos inquiridos responderam “Razoável”). Apenas 2.9% dos inquiridos afirmaram considerar o ambiente de “Mau” (2.6% respondeu “Mau” e 0.3% respondeu “Muito mau”). Quanto ao ambiente no concelho em estudo as respostas incidiram maioritariamente nas primeiras opções da escala de respostas (“Muito bom”- 33 inquiridos; “Bom”- 114 inquiridos, “Razoável”- 126 inquiridos). Na última área temática, a primeira questão colocada abordava os aspectos relacionados com o turismo no concelho. Perguntou-se aos inquiridos se reconheciam no concelho características que constituíssem oportunidades de desenvolvimento do sector do turismo. Dos 340 inquiridos, 80% respondeu afirmativamente e os restantes 68 inquiridos (20% da amostra seleccionada) afirmou que pensam não existir no concelho potencialidades viáveis a nível turístico. A questão seguinte (12.1.2) solicitava aos inquiridos que indicassem quais as características referidas na questão anterior. Como se trata de uma questão aberta, apresentam-se de seguida algumas das respostas obtidas da amostra da população inquirida e a respectiva freguesia de onde se recolheu a opinião. Inquérito à população residente no concelho de Penamacor 200 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor É importante referir que em alguns inquiridos se referiram às características da sua própria freguesia, ou seja, do seu próprio território. Vejamos: • Termas da Fonte Santa (Águas); • Património histórico e arquitectónico (Aldeia do Bispo); • Descobertas arqueológicas (Aldeia de João Pires); • Bom ambiente e paisagens naturais (Aranhas); • Centro hípico (Bemposta); • Aldeias antigas (Benquerença); • Reserva Natural da Serra da Malcata (Meimão); • Barragem da Meimoa (Meimoa); • Zonas cinegéticas (Pedrógão de São Pedro); • Zonas históricas, como por exemplo, o cimo de vila (Penamacor); • Artesanato (Salvador); • Santuário da Senhora da Póvoa (Vale da Senhora da Póvoa). Na questão 12.2 era pedido aos inquiridos que apresentassem sugestões sobre o que gostariam que fosse criado no concelho que pudesse fomentar o sector do turismo. Tal como a questão anterior, esta pergunta é aberta e foram registadas sugestões variadíssimas, de entre as quais se seleccionaram as que a seguir se enumeram: • Criação de um hotel/pousada; • Criação de restaurantes com gastronomia do concelho; • Criação de percursos pedestres na Reserva Natural da Serra da Malcata; • Criação de actividades de desporto de natureza na Barragem da Meimoa; • Exposições variadas; • Criação de unidades de turismo rural; • Criação de unidades de turismo de habitação; • Visitas guiadas por pontos de interesse do concelho; • Criação de museus (pólos) em cada freguesia onde estivessem representados peças típicas de cada freguesia. Inquérito à população residente no concelho de Penamacor 201 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Há que reter que a grande maioria das respostas se direccionou para a criação de um hotel, residência ou mesmo uma pousada. Como a capacidade hoteleira do concelho é diminuta e insuficiente, a população tem conhecimento dessa debilidade e apontou-a na questão em análise. A questão 12.3 pretendia perceber quais os hábitos de ocupação de tempos livres por parte da população. Na sua análise foi evidente que estes diferem conforme o sexo e a classe etária a que o indivíduo pertence. Assim, os tempos livres mais comuns na faixa etária que compreende as idades entre os 15 e os 24 anos de idade são ler, ouvir música, jogar computador, ver televisão e estar com os amigos. Na faixa etária dos 25 aos 44 anos as respostas relativas à ocupação de tempos livres apontaram no sentido de passear, ver televisão e ler. Quanto à faixa etária compreendida entre os 45 e os 64 anos de idade as ocupações, em termos de tempos livres, mais habituais são: estar com a família e amigos, ver televisão, caçar e pescar (no caso do sexo masculino) e tratar da produção de produtos hortícolas para consumo doméstico. Nesta faixa etária que compreende indivíduos com mais de 65 anos de idade (no que diz respeito aos inquiridos do sexo feminino) a ocupação centra-se em actividades como ver televisão, tratar das lides domésticas, fazer trabalhos manuais, como por exemplo bordados, rendas e outros e também tratar de alguns produtos hortícolas e criação de animais para consumo familiar (esta última actividade não é exclusivamente apontada pelos inquiridos do sexo feminino, sendo também focada pelos indivíduos inquiridos do sexo masculino). Ainda relativamente aos inquiridos do sexo masculino, estes afirmam ocupar o seu tempo com amigos e vizinhos a conversar e no café. Na página seguinte apresenta-se o Inquérito à População Residente no concelho de Penamacor, para melhor interpretação dos resultados obtidos e analisados ao longo deste capítulo. Inquérito à população residente no concelho de Penamacor 202 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor REDE SOCIAL INQUÉRITO À POPULAÇÃO RESIDENTE (CONCELHO DE PENAMACOR) A Câmara Municipal de Penamacor encontra-se a desenvolver um projecto denominado Rede Social que tem como objectivo central fazer um Diagnóstico descritivo do concelho ao nível dos problemas de pobreza e exclusão social. É nesse sentido que gostaria de lhe colocar algumas questões. O presente inquérito é anónimo. Agradeço a sua disponibilidade e colaboração! Gabinete da Rede Social: Inquérito nº______________ Entrevistador___________________________________________________________ Realizado em ______/_______/_______ Freguesia:________________________________________________________________ Local:___________________________________________________________________ Grupo Etário:_______________ Sexo:______________________ I- INFORMAÇÕES GERAIS (ENQUADRAMENTO DEMOGRÁFICO): 1.1.1- Idade do Inquirido:_____________________ 1.1.2- Sexo:________________________________ 1.1.3- Estado civil:__________________________ 1.2- Nível de escolaridade: 1.2.1- Não sabe ler nem escrever 1.2.2- Sabe ler e escrever, mas não foi à escola 1.2.3- 4ª classe 1.2.4- 6º ano 1.2.5- 12º ano 1.2.6- Ensino Superior 1.2.7- Outro. Qual? 1.3- Qual é, presentemente a sua situação/ocupação? 1.3.1-Estudante 1.3.2- Desempregado. Há quanto tempo? 1.3.3- À procura do 1º emprego 1.3.4- Reformado 1.3.5- Empregado 1.3.6- Outro. Qual? Inquérito à população residente no concelho de Penamacor 203 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor 1.4- É imigrante? De que país? 1.5- Costuma votar? 1.6- Quantas pessoas habitam consigo? 1.7- Integra alguma minoria étnica? II- HABITAÇÃO: 2.1- (Em relação ao inquirido): 2.1.1- A habitação onde vive é: 2.2.1- Qual o estado de conservação da sua habitação? 2.3.1- A sua habitação é servida por: 2.1.2- Sua propriedade 2.2.2- Bom 2.1.3Arrendada 2.2.3- Razoável 2.1.4- De familiares 2.2.4- Mau 2.3.2- Rede de esgotos 2.3.3Electricidade 2.3.4- Água 2.4- Em relação à freguesia onde reside dê-nos a sua opinião sobre os seguintes serviços: Serviços Muito Bom Bom Razoável Ma u Muito Ma u NS/NR 2.4.1-Abastecimento de água 2.4.2- Rede eléctrica 2.4.3- Rede de esgotos 2.4.4- Recolha de lixos III- SAÚDE: 3.1- Dê-nos a sua opinião sobre os serviços prestados e o atendimento das seguintes instituições relacionadas com a saúde: Serviços de Saúde Muito Bom Bom Razoável Mau Muito Mau NS/NR 3.1.1-Centro de Saúde de Penamacor 3.1.2-Posto médico da sua freguesia 3.1.3-Farmácia 3.1.4- Bombeiros 3.1.5- Recursos humanos nos serviços de saúde 3.1.6- Hospital da Covilhã 3.1.7- Hospital de Castelo Branco Inquérito à população residente no concelho de Penamacor 204 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor 3.2- Acha que serviço de atendimento permanente (SAP 24 horas) do Centro de Saúde de Penamacor é útil para o concelho? Porquê? ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 3.2.1- Durante o ano passado quantas vezes recorreu ao SAP 24 horas? 3.2.1.1- Mais de 20 vezes_____ 3.2.1.2- De 10 a 20 vezes_____ 3.2.1.3- Menos de 10 vezes____ 3.2.1.4- Menos de 5 vezes____ 3.2.1.5- Nunca____ 3.2.1.6- NS/NR____ 3.3- Com que frequência costuma recorrer aos seguintes serviços? (Para o entrevistador: considera-se MF- 3 vezes por mês; AF- 1 vez por mês; PF- 1 vez de 2 em 2 meses). Serviços de Saúde 3.3.1- Hospital C. Branco 3.3.2- Ao Centro de Saúde Penamacor 3.3.3- Ao posto médico local 3.3.4- A médicos e serviços particulares 3.3.5- SAP 24 horas 3.3.6- Hospital Covilhã Muita frequência Alguma frequência Pouca frequência Nunca NS/NR IV- EQUIPAMENTOS E INFRA-ESTRUTURAS SOCIAIS: 4.1- Diga-nos que opinião possui sobre os seguintes serviços mencionados e a sua respectiva capacidade de respostas às necessidades da população do concelho de Penamacor: Serviços 4.1.1-Lares/ Centros de Dia 4.1.2-Creches/ Infantários 4.1.3- Escolas 4.1.4- Espaços de lazer (jardins, piscinas) 4.1.5- Cooperativas 4.1.6- Equipamentos desportivos (ginásios, campos de futebol, etc.) Muito Boa Inquérito à população residente no concelho de Penamacor Boa Razoável Má Muito Má NS/NR 205 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor V- EDUCAÇÃO, EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL: 5.1- Tem filhos ou irmãos a estudar no concelho? 5.1.1- Sim______ Não_______ 5.2- Que opinião possui do ensino ministrado nas escolas do concelho de Penamacor? Escolas/Ensino 5.2.1-Escola EB 2+3 Ribeiro Sanches 5.2.2-Escolas primárias Muito Bom Bom Razoável Mau Muito Mau NS/NR 5.3- Em sua opinião porque motivos os estabelecimentos de ensino do concelho de Penamacor não produzem resultados positivos/favoráveis? (Aplicar a questão no caso da anterior reunir respostas negativas- mau, muito mau. Caso contrário passar à questão 5.4). 5.3.1- Poucas áreas/ agrupamentos 5.3.2- Falta de equipamentos escolares 5.2.3- Qualidade das infra-estruturas escolares 5.3.4- Poucas actividades desenvolvidas 5.3.5- O facto dos professores não serem do concelho 5.3.6- Falta de auxiliares educativos 5.4- Acha que é importante existirem no concelho de Penamacor cursos de formação profissional? 5.4.1- Sim______ Não________ 5.4.2- Em que áreas? 5.4.2.1- Hotelaria e Restauração 5.4.2.2- Serviços de apoio a idosos 5.4.2.3- Serviços de apoio a crianças e jovens 5.4.2.4- Agricultura 5.4.2.5- Artesanato 5.4.2.6- Produção Agrícola Animal 5.4.2.7- Informática 5.4.2.8- Protecção do ambiente 5.4.2.9- Turismo e Lazer 5.4.2.10- Outro. Qual? Inquérito à população residente no concelho de Penamacor 206 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor VI- ACÇÃO SOCIAL: 6.1- Quais pensa serem os indivíduos mais carenciados na sua freguesia? 6.1.1- Crianças e jovens em situação de abandono escolar 6.1.2- Idosos isolados e dependentes 6.1.3- Indivíduos portadores de deficiência 6.1.4- Indivíduos em situação de dependência de drogas e/ou álcool 6.1.5- Mulheres sujeitas a maus tratos 6.1.6- Adultos analfabetos 6.1.7- Famílias desestruturadas 6.1.8- Indivíduos que vivem em habitações que não reúnem as condições nimas de de habitabilidade 6.1.9- Indivíduos e/ou famílias beneficiárias do Rendimento Social de Inserção 6.1.10- Desempregados de longa duração 6.1.11- Indivíduos com baixos níveis de qualificação profissional 6.1.12- Jovens à procura do 1º emprego 6.1.13- Imigrantes 6.1.14- Outro. Qual/Quais? 6.2- Quais são, em sua opinião os principais motivos que poderão levar uma pessoa a ser carenciada? 6.2.1- Ter uma doença 6.2.2- Viver numa famílias com problemas 6.2.3- Ter problemas de álcool ou drogas 6.2.4- Ser desempregado 6.2.5- Não ter apoio do estado (Governo) 6.2.6- Ter um ordenado baixo 6.2.7- Viver numa zona pobre 6.2.8- Não ter estudado 6.2.9- Não saber a quem pedir ajuda 6.2.10- Outra. Quais? 6.3- Quais dos seguintes agentes mencionados julga terem uma maior responsabilidade na intervenção e combate das situações de pobreza e carência? 6.3.1- As Câmaras Municipais________ 6.3.2- A Segurança Social_______ 6.3.3- Os Lares/Centros de Dia________ 6.3.4- As Santas Casas da Misericórdia______ 6.3.5- As juntas de freguesia______ 6.3.6- Estado (Governo) _______ 6.3.7- A população em geral______ 6.3.8-Outros.Qual/Quais? _________________________________________________________ Inquérito à população residente no concelho de Penamacor 207 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor 6.5- Acha que na sua freguesia existem muitas pessoas em situação de carência? 6.5.1- Sim________ Não_________ VII- JUSTIÇA E SEGURANÇA: 7.1- Que opinião tem da forma de actuação da força de segurança policial (GNR) existente no seu concelho? Muito Boa Boa Razoável Má Muito Má NS/NR 7.2- Sente-se seguro na sua freguesia? 7.2.1- Sim__________ Não___________ 7.3- Que opinião tem do sistema de Justiça existente no concelho de Penamacor? Muito Bom Bom Razoável Mau Muito Mau NS/NR VIII- ECONOMIA : 8.1- Em que áreas/sectores económicos pensa que o concelho de Penamacor deveria apostar? 8.1.1- No turismo________ 8.1.2- No comércio_______ 8.1.3- Na agricultura_______ 8.1.4- Na agro-pecuária______ 8.1.5- Na criação de indústrias diversas_______ 8.1.6- Na exploração das florestas_______ 8.1.7-Outro.Qual/Quais?____________________________________________________________ IX- TRANSPORTES E ACESSIBILIDADES: 9.1- Qual é a sua opinião acerca da qualidade dos transportes existentes no concelho de Penamacor e os seus respectivos horários? Transportes: Muito Bons São Bons 9.1.1- Transportes entre a sua freguesia e Penamacor; 19.1.2- Transportes entre as freguesias; 9.1.3- Transportes entre a sua freguesia e Castelo Branco. Inquérito à população residente no concelho de Penamacor São Razoáveis São Maus São Muito Maus NS/NR 208 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor 10.2- Como classifica o estado das estradas: Estradas 10.2.1- Dentro da sua freguesia; 10.2.2- Entre a sua freguesia e as restantes freguesias do concelho. Muito Boas Boas Razoáveis Más Muito más NS/NR X- DESPORTO, RECREIO E ASSOCIATIVISMO: 10.1- Acha que as actividades culturais realizadas no concelho são suficientes? 10.1.1- Sim_______ Não________ 10.1.2- Se respondeu “Não” indique algumas actividades que gostaria que se realizassem no seu concelho. ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 10.2- Acha que o concelho de Penamacor está bem servido ao nível dos seguintes espaços de lazer, recreio e desporto? Espaços Diversos 10.2.1-Espaços de desporto 10.2.2- Piscinas 10.2.3- Bibliotecas 10.2.4Teatros/Cinemas 10.2.5- Museus 10.2.6- Centros/Salas de exposição 10.2.7Bares/Discotecas 10.2.8- Jardins 10.2.9-Parques infantis Muito bem Servido Bem Servido Razoávelmente Servido Inquérito à população residente no concelho de Penamacor Mal Servido Muito Mal Servido NS/NR 209 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor XI- MEIO AMBIENTE: 11.1- Como considera o ambiente na sua área de residência e no concelho de Penamacor? 11.1.1- Na sua freguesia: Muito Bom Bom Razoável Mau Muito mau NS/NR Razoável Mau Muito mau NS/NR 11.1.2- No concelho de Penamacor: Muito Bom Bom XII- TURISMO, CULTURA E PATRIMÓNIO: 12.1- Acha que o concelho de Penamacor e a sua freguesia possuem características que podem ser aproveitadas para desenvolver o sector do Turismo? 12.1.1- Sim_________ Não___________ 12.1.2- Se respondeu sim, que características são essas? ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 12.2- O que gostaria de ver criado no seu concelho que pudesse ajudar a desenvolver o turismo? ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 12.3- Como costuma ocupar os seus tempos livres? ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 12.4- Acha que o património arquitectónico existente no concelho (monumentos tais como igrejas, capelas, fontes, etc.) está bem preservado? 12.4.1- Sim______ Não_________ 12.4.2- Já os visitou? 12.4.3- Sim, todos______ 12.4.4- Sim, alguns_____ 12.4.5- Não______ 12.4.6- NS/NR______ Inquérito à população residente no concelho de Penamacor 210 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor 5-Conclusão: A elaboração do Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor assume uma importância saliente na medida em que permitiu descortinar um conjunto de informações e problemáticas inerentes às dinâmicas que pautam este município. Este documento constitui uma reflexão abrangente da realidade do concelho e é fundamental para a definição das estratégias e linhas de orientação para o Plano de Desenvolvimento Social e para o Plano de Acção. Contudo, este Diagnóstico é um instrumento de trabalho que é influenciado profundamente pelas dinâmicas e alterações a que o concelho está sujeito. Deste modo, revela-se importante actualizá-lo e aperfeiçoá-lo sempre que se justificar. Mas mais do que caracterizar e descrever o território concelhio, é importante detectar as situações e problemáticas mais salientes e desfavoráveis para que possam ser alvo de intervenção adequada e eficaz. Da aplicação das técnicas metodológicas para a elaboração do presente documento, retirouse um conjunto de conclusões que se agruparam em Potencialidades e Fragilidades, para que se possa traçar um retrato fiel do concelho. Vejamos: O Concelho de Penamacor encerra em si um conjunto de potencialidades que se constituem como mais valias determinantes para o seu desenvolvimento, de entre as quais destacamos: Boa cobertura em termos de infra-estruturas básicas (saneamento, água e electricidade); Boa cobertura em termos de equipamentos infra-estruturas colectivas (na área da educação, da saúde, do desporto e do lazer), sendo que o estado de conservação do mesmos é globalmente razoável; Equipamentos escolares proporcionais ao número de alunos no concelho e estão dotados de equipamento informático; Cobertura total do concelho em termos de Centros de Dia (com valências de centro de dia e apoio domiciliário); Programas municipais de apoio a carenciados; Serviço de saúde permanente (SAP 24 Horas); Conclusão 211 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Programas de prevenção na área da saúde (saúde oral, saúde escolar, vacinação, rastreios, etc.); Diminuição da taxa de analfabetismo; Aumento do emprego na área da saúde, acção social e actividades comerciais; Aumento do peso do sector secundário; Território seguro, com baixos índices de criminalidade; O consumo de substâncias ilícitas é controlado pelas autoridades competentes; Sinistralidade rodoviária pouco expressiva; Existência de um estratégia municipal de defesa da floresta contra os incêndios; Boa localização geográfica; Rede viária em bom estado de conservação; Dinâmica/valorização cultural francamente positiva; Património arquitectónico diversificado; Reserva Natural da Serra da Malcata; Ambiente despoluído (boa qualidade do ar, água, etc.); Desenvolvimento de projectos de valorização turística (unidade hoteleira, por exemplo); Diversas potencialidades turísticas. No entanto, o território concelhio debate-se com um conjunto de fragilidades cuja dimensão não pode ser descurada: Decréscimo populacional, acompanhado de um progressivo envelhecimento da população residente; Aumento das habitações usadas como residência secundária (ou sazonal), Degradação e baixa densidade do parque habitacional concelhio; Oferta insuficiente de habitações a preços sociais; Distância significativa aos Hospitais mais próximos (Castelo Branco e Covilhã); Falta de serviços especializados na área da saúde, nomeadamente em termos de fisioterapia, acompanhamento de indivíduos com problemas do consumo de álcool, drogas e também para indivíduos portadores de deficiência; Conclusão 212 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Resposta insuficiente de repostas sociais direccionadas para a terceira idade (em termos de lar e para crianças/jovens (creches e ATL`S); Debilidade das redes familiares de apoio/suporte ao idoso; Falta de recursos humanos em diversas áreas (gerentologia, animação sóciocultural, turismo, hotelaria, restauração, etc.); Inexistência de um espaço de informação, acompanhamento e esclarecimento aos jovens; Pouca oferta em termos de cursos profissionais; Pouca fixação de jovens; Elevada taxa de analfabetismo; Número expressivo de alunos com Necessidades Educativas Especiais; Declínio da actividades agrícolas; Agricultura de subsistência sem dinâmicas empresarias notórias; Desemprego maioritariamente feminino; Insuficiente inserção dos produtos típicos em circuitos de comercialização mais alargados e fraca valorização/promoção dos mesmos; Insuficiente rede de transportes públicos; Barreiras arquitectónicas em edifícios públicos no concelho e ausência de transportes alternativos para a população de mobilidade reduzida; Fraco tecido empresarial; Fraca iniciativa empresarial; Sub-aproveitamento das potencialidades turísticas do concelho e falta de uma estratégia de marketing promocional eficiente; Falta de meios humanos e logísticos da Guarda Nacional Republicana (destacamento de Penamacor) para actuar eficazmente em todo o território concelhio; Falta de sensibilidade da população para as questões ambientais; Fraca adesão da população residente para a as actividades desenvolvidas (no âmbito da cultura, do desporto); Fraca apetência das associações do concelho realizarem actividades em pareceria. Conclusão 213 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor 6-Referências Bibliográficas: Comissão de Coordenação da Região Centro, Procentro: Programa Operacional da Região Centro 1994-1999. Coimbra: edição da Comissão de Coordenação da Região Centro (s/d); Grupo de Trabalho sobre o Distrito de Castelo Branco (2003), Beira Baixa, que futuro? Reflexão Estratégica com enfoque territorial. Castelo Branco: edição do Governo Civil de Castelo Branco; Instituto Nacional de Estatística (2003), Portugal Social 1991-2001. Lisboa: Edição do Instituto Nacional de Estatística; Instituto Nacional de Estatística (2002), XIV Recenseamento Geral da população, IV Recenseamento Geral da Habitação; Instituto Nacional de Estatística (2002), Anuário Estatístico da Região Centro; Instituto da Segurança Social, IP., Área de Cooperação e Rede Social (2005) Tipificação das situações de Exclusão Social em Portugal Continental; Lopes, António Simões (1980 a), Desenvolvimento Regional: Problemática, Teoria e Modelos, volume 1. Coimbra: edição da Fundação Calouste Gulbenkian; Lopes, António Simões (1995 b), Desenvolvimento Regional. Lisboa: edição da Fundação Calouste Gulbenkian; Morin, Edgar (1998), Sociologia- a Sociologia do Microsocial ao Macroplanetário. Mem Martins: edições Europa-América; Observatório do Emprego e Formação Profissional (2000), Percursos Profissionais de Exclusão Social. Lisboa (s/d); Plural (2003), 1ª Revisão do Plano Director Municipal de Penamacor; Referências Bibliográficas 214 Diagnóstico Social do Concelho de Penamacor Quivy, Raymond e Campenhoudt, Luc Van (1995), Manual de Investigação em Ciências Sociais. Lisboa: edições Gradiva; Rodrigues, Doniziete (1999), Diálogos Raianos: Ensaios sobre a Beira Interior. Lisboa: edição Colibri; Ruivo, Fernando (2000), Poder Local e Exclusão Social. Coimbra: edições Quarteto; Silva, Augusto Santos e Pinto, José Madureira (1986), Metodologia das Ciências Sociais. Porto: edições Afrontamento; www.cm-penamacor.pt; www.dgeep.mtss.gov.pt; www.gnr.pt; www.inw.pt; www.seg-social.pt; www.snbpc.pt. Referências Bibliográficas 215