25 de abril ontem e hoje

Transcrição

25 de abril ontem e hoje
DESTAQUES
UMA VISITA DE
SONHO
Alunos do Ensino Recorrente
Página 5
VISITA DE ESTUDO
AO FUTUROSCOPE
Poitiers - França
externatobenedita.net
Página 5
25 DE ABRIL ONTEM E HOJE
ESCOLA E DEMOCRACIA
A ADOLESCÊNCIA,
O APETITE E A FALTA
DELE
Página 7
ARTISTAS DA NOSSA
TERRA
Sofia Guerra
Página 10
ENTREVISTA A
SANDRA FONSECA
Rádio Benedita FM
Página 11
O velho abutre é sábio e alisa as suas penas
A podridão lhe agrada e seus discursos
Têm o dom de tornar as almas mais pequenas.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Talvez a maioria dos estudantes, hoje em dia,
e, quem sabe, os jovens “deputados” aqui presentes, não consigam identificar facilmente o «velho abutre» a que Sophia se refere e talvez não
consigam conceber um discurso capaz de tornar
a alma mais pequena. Mas os poetas encontram
sempre maneira de expressar o que sentem e de
iludir censuras. Se hoje vivemos num país onde
existe liberdade de expressão, nem sempre foi
assim. Para nós isso ocorreu num passado remoto, mas historicamente foi ontem e, para muitos
adultos aqui presentes, essa realidade ainda está
próxima.
Salvo algumas excepções, entre os jovens e
adolescentes não há tema mais aborrecido que a
política. É, pois, preciso fazer-lhes ver que o 25
de Abril não se resume a um belo dia sem aulas,
mas que é muito mais do que isso. É o Dia da Liberdade, não por uma qualquer arbitrariedade de
calendário, mas porque comemora o aniversário
da libertação do povo português de um regime autoritário e repressivo. Quão diferentes seriam as
nossas vidas, se tal não tivesse acontecido! Os jovens de hoje nasceram em plena democracia: não
conhecem e não concebem outro regime. Mas a
verdade é que, não há muito tempo, os adolescentes (como nós!) integravam com carácter de obrigatoriedade a Mocidade Portuguesa, organização
que visava formar os jovens nos ideais do Estado
Novo. Os livros, revistas e jornais eram censurados, para que não fossem difundidas ideias subversivas. Muitos jovens foram presos, torturados
e até mortos, por crime de oposição ao regime ou
simplesmente por terem ideias diferentes.
(Continua na página 18)
JOVENS ESCRITORES
DO ECB
Prémios concurso de escrita
Página 13
A SEMANA DAS
CIÊNCIAS
Páginas 15 e 16
CYBERBULLYING
Prevenir
Página 17
Discurso escrito por Marta Santos do 11ºA, e proferido por
Helder Correia, do 12ºE, na Assemblea Municipal de Alcobaça,
TOQUE DE SAÍDA
nas comemorações do 25 de Abril.
Trianual - Maio de 2008
Ano 3 - Número 8 - 1,00 €
Director
Alfredo Lopes
GAMBUZINOS NA CULTURGEST
O ECB, através do seu Grupo
de Teatro Os Gambuzinos, candidatou-se ao Projecto PANOS,
palcos novos palavras novas,
um projecto da Culturgest. Todos os anos há peças novas escritas de propósito para serem
representadas por grupos escolares ou de teatro juvenil. Nes-
ta terceira edição dos PANOS,
os Gambuzinos apresentaram
a peça Fim de Linha, de Letizia
Russo. O espectáculo foi seleccionado para estar presente na
final, realizada nos dias 16 e 18
de Maio, no edifício da Culturgest, em Lisboa.
Chefe de Redacção
Soledade Santos
Externato Cooperativo da Benedita
Rua do Externato Cooperativo
Apartado 197 2476-901 Benedita
[email protected]
TOQUE DE SAÍDA
ANO 3 - Nº 8
EDITORIAL
Com este oitavo número, o Toque de
Saída cumpre três anos de existência, ao
longo dos quais, mantendo-se fiel ao projecto sob cujos desígnios nasceu, se foi
adaptando para responder aos desafios da
sua permanência no tempo. Algumas rubricas que integraram os primeiros números
desapareceram ou alteraram-se, enquanto
outras surgiram. Muitas destas mudanças
decorreram da diversidade das matérias
que nos é proposta para publicação, bem
como do aumento do número de colaboradores do jornal, sobretudo alunos, facto
pelo qual nos congratulamos.
Duas mudanças de natureza diferente
ocorreram que tem sentido referir aqui:
desde o seu início, o Toque de Saída mantém uma versão digital na página web do
Externato. Com o número anterior, alterámos o modo como essa versão digital é
disponibilizada aos nossos leitores: as três
edições anuais do jornal são agora integralmente publicadas online no ano lectivo
seguinte àquele em que foram produzidas.
Também se deu início a um sistema de assinaturas e, neste momento, o Toque de
Saída conta com cerca de duzentos assinantes.
TOP 10
1º- Felizmente Há Luar
Luís de Sttau Monteiro
2º - As Pupilas do Senhor Reitor
Júlio Dinis
3º - A Ponte Sobre a Vida
Mário Braga
4º Veronika Decide Morrer
Paulo Coelho
5º - Uma Promessa Para Toda a Vida
Nicholas Sparks
6º - Porque é Que os Homens Mentem e as
Mulheres Choram
Alan Pease e Barbara Pease
7º - Tudo o Que Ele Sempre Quis
Anita Shreve
8º - A Conspiração
Dan Brown
SUMÁRIO
Escola viva
Gambuzinos na Culturgest
1
Top 10
2
Os Gambuzinos em duas peças
3
VI Feira do Livro
3
Uma visita de sonho
5
Visita ao Futuroscope
5
Dia do Francês no ECB
6
Jovens cientistas do ECB
6
Promoção e educação para a saúde
7
V Festtestro
8
Educar é acreditar na vida
8
Gestão da qualidade no ECB
12
Olhar Circundante
25 de Abril ontem e hoje
1
A adolescência, o apetite e a falta dele
10
Festival Nacional do Secundário
10
Tripeiros por quatro dias
10
9º - As Intermitências da Morte
José Saramago
Entrevista a Sandra Fonseca
11
Parlamento dos jovens
11
10º - Contos Exemplares
Sophia de Mello Breyner Andresen
O prémio é nosso
11
Arte e Cultura
Os livros mais requisitados na Biblioteca do
ECB nos meses de Março a Maio de 2008
Admirável Mundo Novo
3
Serralves e Rauschenberg
4
60 Anos Hot Club de Portugal
No século XVII, o filósofo e matemático
francês Blaise Pascal escrevia: «Quando
se consegue estar sentado numa cadeira,
em silêncio, sozinho num quarto, teve-se
uma grande educação». São poucos os
que hoje têm a disciplina do silêncio e da
quietude. Os tempos são outros, dizemos.
De facto.
Na escola a tempo inteiro, como na sociedade da rapidez e da flexibilidade, o
ruído e a agitação imperam. Somos constantemente flagelados por informação redundante, por um excesso de estímulos
sonoros e visuais, pelos omnipresentes
ecrãs de televisão. Na escola e fora dela,
preencheram-se todos os espaços sociais
e invadiu-se grosseiramente o espaço privado com a palavra vazia, com o burburinho inconsequente, com a manipulação
violenta de objectos, com os gestos sacudidos e estrepitosos, com o uso intrusivo
do telemóvel. O ruído esconde-nos de nóspróprios, impede-nos de pensar e camufla
a vacuidade da vida que tem o consumo
como meta. Por isso temos medo do silêncio e o despedaçamos vertiginosamente.
Mas tal modo de estar tem um preço —
adultos e crianças apresentam hoje mais
dificuldades de concentração. Por isso, e
se quiserem ser lugar de aprendizagem e
de educação para a civilidade, as escolas
terão de contrariar a tendência dominante, alimentada por empresas de telecomunicações e campanhas de publicidade e
de propaganda, e encontrar uma forma de
amortecer o ruído e de criar os hábitos da
serenidade que propiciam a concentração,
o pensamento e a aprendizagem.
Professora Soledade Santos
2
7
Artistas da nossa terra
QUADRO DE MÉRITO
Feita a análise das classificações e do comportamento dos alunos durante o 2.º Período, passaram a figurar no Quadro de Mérito da nossa escola
onze alunos do 7º Ano, treze do 8º, nove do 9º,
dezoito do 10º, vinte e um do 11º, quarenta e oito
do 12º e três do Ensino Nocturno. Por ser uma
lista bastante longa, não a publicamos, mas pode
ser consultada no website do ECB, em http://www.
externatobenedita.net/, e no expositor do átrio de
entrada do Externato.
Parabéns a todos os alunos que têm trabalhado
para alcançar esta meta que a todos nós enche de
orgulho!
Director do Jornal: Alfredo Lopes
Redacção:
Deolinda Castelhano
Luísa Couto
Soledade Santos (Chefe de redacção)
Teresa Agostinho
Marketing e vendas:
Maria José Jorge
Composição gráfica:
Nuno Rosa
Paulo Valentim
Samuel Branco
Equipa de Reportagem:
Acácio Castelhano
Clara Peralta
Fátima Feliciano
Graça Silva
José Cavadas
Laura Boavida
Maria de Lurdes Goulão
Miguel Fonseca
Sérgio Teixeira
Valter Boita
Vera Silva
Impressão: Relgráfica, Lda
Tiragem: 500 exemplares
Preço avulso: 1,00 €
4
Philadelphia
14
Módulo Padrão
20
Museu Nacional de Arqueologia
20
Ciência, Tecnologia e Ambiente
Duas palestras
12
Biodiversidade, medicina e plantas
15
Unidos pela terra
15
Ciência divertida
15
Arthur C. Clarke
15
Viajar pelo mundo sem sair do lugar
16
Geografia interactiva
16
Poluição atmosférica e Big Bang
16
Água potável
16
Cyberbullying
17
O primeiro computador em Portugal
17
E-Portefólios
17
O oitavo da reciclagem
19
Microsoft e a Adobe
19
4
O Lugar da Memória
Recriar o Mundo
Jovens escritores do ECB
13
A escola é fixe
20
Mente Sã em Corpo São
Noite estapafúrdia VI
9
Notícias da Educação Física
9
XI Torneio de Xadrez - Rotary Clube
Algas - Vegetal de eleição
9
18
Passatempos e Curiosidades
Enigmas
Quiche Lorraine
19
6
ESCOLA VIVA
ANO 3 - Nº 8
TOQUE DE SAÍDA
ADMIRÁVEL
MUNDO NOVO
de Aldous Huxley
Muitas questões têm sido levantadas
acerca deste livro, inclusive a de que
poderá ser presságio de um futuro
próximo. Quem sabe?
Neste livro, publicado em 1932 com
o título original Brave New World, é
descrita uma hipotética sociedade futura de tipo totalitário – o Estado Mundial
– segundo os «ensinamentos» de Henry
Ford, o criador do Modelo T e um dos
primeiros industriais a utilizar a produção em série nas suas fábricas.
No romance, a produção em série é
aplicada aos seres humanos, que são
produzidos em laboratório, conforme as
necessidades da sociedade. É por isso
que «mãe» e «pai» são considerados
termos obscenos. Os seres humanos estão organizados em castas: alfas, betas,
gamas, deltas e epsilões. Os alfas são
os mais inteligentes e desempenham
cargos de topo; os epsilões são os menos inteligentes e o trabalho que têm
de realizar é o mais simples. Por vezes,
para obter operários para uma fábrica inteira, utiliza-se um único óvulo para criar
vários seres humanos, todos iguais – os
grupos Bokanovsky.
Conforme a casta a que pertencem,
os embriões são condicionados biologicamente, e as crianças psicologicamente. O livro inicia-se com a visita de
alguns estudantes ao Centro de Condicionamento de Londres, e é descrita a
forma como as crianças Delta são condicionadas para não gostarem de livros
nem de flores. Existe também condicionamento durante o sono – hipnopedia.
O condicionamento tem como objectivo
principal levar as pessoas a gostarem do
que são obrigadas a fazer.
Os cidadãos deste «mundo novo» tomam uma droga, a soma, que lhes permite fugir da realidade sempre que o desejem. Assim, as pessoas nunca sentem
angústia. O lema é: «Com um centicubo, curados dez sentimentos». Bernard
Marx é a única personagem «civilizada»
que sente alguma coisa parecida com o
amor e que se interroga sobre a civilização em que vive, porque é diferente dos
outros seres da sua casta (apesar de ser
um Alfa-Mais, Bernard é baixo e feio).
Por outro lado, sente-se atraído por uma
mulher, Lenina, de forma diferente da
dos outros homens que apenas desejam
ter relações sexuais com ela, enquanto
Bernard preferiria ter passeios e janta-
ARTE E CULTURA
res na sua companhia. Consegue, por
fim, levá-la de férias a uma reserva de
selvagens (um local onde vivem pessoas
nos moldes do passado). Aí, conhecem
John, filho de uma mulher da civilização
que também tinha ido de férias à reserva
e que lá se havia perdido. Tinha engravidado sem querer e vira-se obrigada a
ter a criança, bem como a viver na reserva, algo que nunca lhe agradara e a que
nunca se conseguira adaptar.
Bernard leva John para a civilização e
apresenta-o quase como uma aberração
ou um animal de circo: todos o querem
conhecer, e é à custa disso que Bernard
granjeia finalmente a fama que sempre quis e consegue todas as mulheres
que deseja. Contudo, a civilização não
agrada a John. E Linda, sua mãe, que
também havia voltado, morre. A morte era tida como algo vulgar: de facto,
as pessoas morriam em hospitais para
moribundos, vendo televisão e ouvindo
rádio, em divisões inundadas de perfume. As crianças eram levadas a esses
hospitais para serem condicionadas em
relação à morte, a fim de que achassem
que era uma coisa normal. Mas quando
John vê Linda a morrer, fica desnorteado. Bernard e um amigo são chamados e
acaba por haver uma cena de pancadaria, apenas acalmada pela polícia. Bernard e o amigo são enviados para uma
ilha, e o Selvagem, como era chamado,
escolhe o exílio. Contudo, não consegue
ver-se livre das multidões que perturbam
a sua vida austera. O desfecho comprova
aquilo que John sempre pensara acerca
da civilização: após ter sido incomodado
mais uma vez pelas multidões e pelos
jornalistas, acaba por se ver enredado
numa orgia. Ao acordar, pela manhã, recorda-se de tudo e percebe que não consegue viver assim. «Comi a civilização»,
terá dito em certa altura a Bernard. Suicida-se, e assim termina a história.
Muitas questões têm sido levantadas
acerca deste livro, inclusive a de que poderá ser presságio de um futuro próximo. Quem sabe?
Marta Santos, 11ºA
www.improvisacoesemdomenor.blogspot.com/
VI FEIRA DO LIVRO
De 8 a 11 de Maio decorreu a VI Feira do Livro do
ECB, inaugurada pelo Presidente da Câmara, Dr. Gonçalves Sapinho. Contámos ainda com a presença da
representante do Sector Cultural da Embaixada da República de Angola, Dr.ª Aldina de Macedo, e do representante do Sector Comercial, Dr. Paulo Costa.
Para além das 44 editoras, estiveram patentes várias
exposições, e o INSE lançou os Cadernos do ECB, de
autores vários, com coordenação de Inês Silva. Jorge
Pereira de Sampaio e Luís Peres Pereira lançaram o seu
livro, 100 Anos de Louça de Alcobaça, apresentado pelo
Presidente da Câmara. Tivemos o prazer de contar com
a maioria dos empresários do concelho ligados à indústria da Louça.
Durante a Feira, foi constante a presença de autores para sessões de autógrafos. Assim, tivemos entre
nós Amélia Pinto Pais, que apresentou o seu último livro, Fernando, Menino da Sua Mãe; Paulo Tavares que,
numa tertúlia cheia de entusiasmo, falou sobre o seu
livro de poemas, Pêndulo; Vanda Marques que contou
às crianças a história da sua última obra, O Milagre de
Isabel e Dinis; a jovem autora Catarina Norte que apresentou o seu livro, O Mundo Sem Solidão; Susana Gaspar de Almeida e António Silva e Sousa, ambos autores
de livros editados pelo INSE; e também João Norte e
Ana Zanatti.
As noites foram preenchidas com uma programação
diversificada que abarcou teatro, Danças Barrocas, Conversa com Carlos Paredes e Zeca Afonso, Os Três Tenores Portugueses, acompanhados pela West European
Orchestra, e o Coral e Orquestra Típica de Rio Maior.
O ECB e o INSE estão de parabéns, assim como toda
a organização, Professores, Alunos e Funcionários, não
esquecendo os Encarregados de Educação que, pela
primeira vez, participaram nesta actividade da nossa
Escola
Professora Maria José Jorge
OS GAMBUZINOS
DUAS PEÇAS
ESPECTACULARES
Petra Von Kant chora amargamente lágrimas de
desolação, de solidão, de sentimentos que nos inundam ao longo da nossa vida. Sendo uma mulher fria
e segura de si própria e da sua carreira, jamais esperaria que o seu primeiro, brutal e verdadeiro amor
fosse por outra mulher, e por uma que a levasse ao
total desespero. Esta é, resumidamente, a história de
As Lágrimas Amargas de Petra Von Kant.
“Fim de Linha,” título algo incomum para uma peça
incomum, onde crianças lutam pelo poder e mostram
intenções e desejos que se pensaria serem próprios
apenas dos adultos. Mata-se. Morre-se. Facilmente se percebe que nesta peça predomina um humor
negro de uma inocência não tão inocente quanto se
pensava.
As relações humanas são levadas ao limite nas
duas peças, e em ambas assistimos à procura, no
meio do desespero, de alguma felicidade.
Estas são mais duas espectaculares realizações
do grupo de teatro da nossa escola, Os Gambuzinos.
De novo, e a duplicar, se mostra o grande talento
deste grupo, não só ao nível das excelentes interpretações dos actores, mas também da encenação,
cenários e adereços.
Para estes artistas só há algo a fazer: aplaudir!
Alexandre Coelho, 11ºB
3
TOQUE DE SAÍDA
ANO 3 - Nº 8
BENEDITA – FINAIS DA 2ª GUERRA MUNDIAL
OS LACTÁRIOS
Embora Portugal não tivesse participado na 2ª Guerra Mundial (1939-1945), as
difíceis condições de vida dos portugueses, nos anos que se seguiram, eram idênticas às dos povos europeus que participaram na guerra. A situação em Portugal
tornou-se de tal modo penosa, que o Estado Novo resolveu disponibilizar verbas
para a assistência infantil. Assim, através
das Juntas de Província, foram criados
diversos centros de protecção à infância,
nomeadamente os “lactários”, locais onde
se fornecia, gratuitamente, leite às crianças pobres.
A Benedita era nesse tempo uma zona
rural muito pobre, que vivia essencialmente de uma agricultura pouco desenvolvida
e que sofria, como o resto do país, o ra-
SERRALVES E RAUSCHENBERG
No dia 22 de Fevereiro de 2008,
as turmas D e E do 12º ano passaram a tarde na Fundação/Museu de
Serralves, apreciando as obras de
Robert Rauschenberg.
A Fundação de Serralves é uma
instituição cultural de âmbito europeu ao serviço da comunidade nacional. Os seus objectivos prendemse com a sensibilização do público
para a arte contemporânea e para o
ambiente, através do Museu de Arte
Contemporânea como centro pluridisciplinar, do Parque como património natural vocacionado para a educação e animação ambientais, e do
Auditório como centro de reflexão e
debate sobre a sociedade contemporânea.
A visita guiada à Fundação/Museu de Serralves iniciou-se com a
exposição de Robert Rauschenberg.
O primeiro impacto foi altamente negativo, à primeira vista as obras pareciam pouco interessantes, tendo
alguns alunos utilizado literalmente
a expressão “lixo” para definir o que
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viam. No entanto, este impacto inicial foi ultrapassado, após as explicações dos guias. Assim, descobrimos que a obra de Rauschenberg é
uma contínua celebração da materialidade do mundo e da acção transformadora do artista. E, à medida que
decorria a viagem pelas diferentes
obras, agrupadas em 5 temas – Cartões, Venezianos, Antigos Egípcios
e Pirâmides, Geadas e Veleiros – os
alunos não só despertavam para a
genialidade do artista, como também
compreendiam a importância das
viagens (o título da exposição é “Em
Viagem 70-76”) e a denúncia da sociedade consumista nos trabalhos de
Rauschenberg. Para além disso, o
artista pretendia com as suas obras
chamar a atenção para problemas
do mundo, atrocidades locais e, nalguns casos raros, celebrar feitos da
Humanidade, facto que entusiasmou
ainda mais os alunos.
Após a visita à exposição de Rauschenberg, iniciou-se a descoberta
do Parque de Serralves. Aí o entusiasmo foi crescente, desde o início
até ao fim. O design paisagístico e a
grande variedade de espécies encontradas no Parque provocaram grande
admiração pelos jardins. Ainda para
mais, a beleza exterior da Fundação
era estupenda; desde alamedas com
enorme magnificência, até ao espaço
íntimo do lago, tudo estava pensado
ao pormenor de modo a encontrar
uma perfeita harmonia.
E assim terminou a visita a Serralves, e tal foi o impacto positivo da
mesma, que os alunos se dirigiram
à loja de recordações da Fundação,
onde compraram diversos artigos.
cionamento dos bens essenciais. Na fotografia, gentilmente cedida pela Sr.ª D.ª
Mariazinha de Almeida, que se encontra
na varanda de sua casa, podemos ver algumas mães que, nos inícios dos anos 50,
regularmente se dirigiam a este lactário,
com os filhos ao colo, para receber o leite
que as ajudaria a alimentar as suas crianças até ao mês seguinte.
Muitos beneditenses, certamente, ainda hoje recordarão esses tempos difíceis
de má memória.
Professora Maria José Jorge
60 ANOS
HOT CLUB DE PORTUGAL
Não podia deixar passar este nº 8 do “Toque de Saída” sem fazer uma referência muito especial aos 60 anos
de Hot Clube de Portugal.
Sabiam que o Hot Clube é o mais antigo clube de jazz
de Portugal e que desenvolve a sua actividade ininterruptamente desde 1948? Foi a 19 de Março desse ano
que Luís Vilas-Boas assinou a ficha de sócio nº1 do Hot
Clube de Portugal o qual, desde o início dos anos 80, tem
também a funcionar uma escola de música onde fez a sua
aprendizagem a maioria dos jovens músicos portugueses
de Jazz.
O clube, localizado no nº 39 da Praça da Alegria, em
Lisboa, é obrigatório para quem gosta de Jazz, tendo
sempre programação de qualidade. Pela pequena cave
da Praça da Alegria, ou pela sua Escola de Música, passaram e continuam a passar nomes importantes do Jazz.
Com programação de concertos quase diária, o Hot
Clube é reconhecido tanto em Portugal como no estrangeiro e, apesar de algumas dificuldades que ciclicamente
tem atravessado, continua a apostar na sua função de
divulgação cultural na cidade de Lisboa.
Professor José Cavadas
Marina Rosário, 12ºE
ARTE E CULTURA
ANO 3 - Nº 8
TOQUE DE SAÍDA
UMA VISITA DE SONHO
Pela primeira vez na história do ECB, um
grupo de alunos do Ensino Recorrente efectuou uma visita de estudo fora do país, a Huelva, Espanha, onde visitou a mina, o museu e o
bairro inglês de Rio Tinto.
A viagem iniciou-se por volta das 5.30h,
com a concentração dos alunos junto ao Externato, de onde partimos em direcção a Espanha. Chegámos ao museu mineiro cerca
das 10.20 e aí fomos recebidos pelo guia, o
Sr. Júlio. Chegados à mina de Peña de Hierro, a 10 km da povoação de Rio Tinto, o guia
levou-nos a visitar a mina a céu aberto que
fora explorada primeiramente pelos romanos,
há 2000 anos, e depois pelos ingleses. Esta
é uma das mais belas paisagens naturais de
toda a zona mineira de Rio Tinto. Deste lugar
pode desfrutar-se de uma inigualável vista,
entrar numa galeria da mina e saber onde a
Cab e a NASA realizam as suas investigações
para o projecto “Marte”. Ao visitar a perfuração mineira, pudemos ver a cor da água, roxa
escura. Esta cor deve-se ao facto de o solo
ter muito minério e este, em contacto com a
água, oxidar, deixando-a roxa escura. Daí o
nome Rio Tinto.
Ficámos a apreciar a paisagem até cerca
das 12.30, sendo depois levados pelo guia até
ao ferro-carril turístico que parte de um antigo
apeadeiro situado nas imediações do núcleo
urbano de Rio Tinto em direcção a Nerva e realiza vários trajectos, um de 10 km e outro de
23 km. Estes correm paralelos ao rio por uma
linha-férrea construída em finais do séc. XIX,
por uma companhia inglesa, “Rio Tinto Company Limited”, com o intuito de transportar o
mineral e de o exportar para a Inglaterra. Este
atractivo turístico é constituído por vagonas
antigas, proporcionando aos turistas grandes
surpresas, como a observação da bela cor
roxa escura do Rio Tinto serpenteando entre
cerrados bosques de pinheiros a cercar as primeiras estações construídas na zona.
Por volta das 16h, dirigimo-nos de novo
ao museu, tendo sido recebidos por um outro guia, de nome Raul, que nos conduziu na
visita ao museu situado num antigo hospital
inglês. Aqui se pode admirar uma vasta colecção de peças arqueológicas que permitem datar o início das actividades mineiras da Idade
do Cobre. Entre as numerosas peças destacam-se as locomotoras dos princípios do séc.
XX, sobretudo o popular vagão ”Del Maharajá”, autêntica obra de arte em madeira e couro
trabalhados, construída em Birmingham para
uma viagem à Índia da Rainha Vitoria.
De seguida, fomos visitar o bairro inglês
em Huelva, antigo bairro de finais do séc. XIX,
construído para acolher os numerosos técnicos e directores ingleses chegados a Rio Tinto para dirigirem as minas. Este bairro, onde
não era permitida a entrada de pessoas que
não fossem inglesas, surpreende os visitantes
pela arquitectura de estilo vitoriano. Possui
um presbitério, um clube social e um cemitério
onde as lápides estão em inglês. Visitámos a
casa nº 21 da Bela Vista que é uma secção
etnográfica do museu mineiro de Rio Tinto,
casa de estilo vitoriano totalmente restaurada
e equipada, onde é possível fazer uma viagem
no tempo ao observar quadros com memórias
de África e da Índia. Aqui acabámos a visita a
Espanha e seguimos em direcção a Faro onde
dormimos na pousada da juventude.
No sábado de manhã, aproveitámos ainda
para uma breve visita à ilha de Faro e em seguida partimos rumo à Benedita.
Foi um passeio bem planeado e bem organizado que agradou a todos os alunos, e durante o qual pudemos perceber como era duro
o trabalho da mina, pois os trabalhadores, prisioneiros vindos do Norte de África – cerca de
450, trabalhando em turnos e alimentados a
pão e água – tinham uma duração de vida de
dois meses a um ano, conforme o trabalho que
executavam. Existe ainda na zona uma planta
de cor rosada chamada Eriça, que foi trazida
propositadamente para ali, pois alimenta-se
de enxofre e a sua função era a absorção do
mesmo, de modo a prevenir a intoxicação dos
trabalhadores. Desta mina foram retirados cerca de 450 milhões de toneladas de minério.
Fátima Santos e Samuel Pereira, 11º Ano do Ensino
Recorrente por Módulos
ALUNOS DO ECB EM FRANÇA
VISITA DE ESTUDO AO FUTUROSCOPE
Na sequência do interesse manifestado
pelos alunos do 9º ano durante o ano lectivo
anterior, e no âmbito de conteúdos programáticos da disciplina, as professoras de Francês
propuseram-se organizar uma visita de estudo
ao Futuroscope, em Poitiers. E assim fizeram.
No dia 18 de Março, pelas 22h, cinquenta e
oito alunos dos 9º e 11º anos, acompanhados
por cinco professoras, partiam de autocarro
para terras gaulesas.
O grupo chegou ansiosamente a Poitiers no
dia seguinte, após “infindáveis” horas de viagem. Seguiu-se o jantar e a acomodação no
ESCOLA VIVA
hotel. Para os alunos que nunca haviam estado no estrangeiro tudo isto
era novo: o país, a necessidade de se
expressarem noutra língua, a comida,
etc. Todos manifestavam grande curiosidade pelo que se iria passar nos dois
dias seguintes, os da permanência no
parque do Futuroscope.
Primeiro dia no Futuroscope: fomos acompanhados por um guia português, para felicidade dos alunos. O
guia permaneceu connosco durante
todo o dia, seleccionando os pavilhões e as
actividades de maior interesse e dando-nos
indicações acerca da programação do dia seguinte. Após um merecido jantar, e numa noite
bastante fria, o grupo assistiu ao espectáculo
nocturno “La Forêt des Rêves”, uma mistura
mágica de som, luz e cor num palco de água.
Imperdível!
No dia seguinte fomos brindados com chuva durante a manhã, mas nem por isso houve
desânimo. Repetimos algumas experiências,
vivenciámos outras e, como não podia deixar
de ser, seguiram-se as tão esperadas compras
– os souvenirs para os familiares dos alunos
que contribuíram para lhes proporcionar esta
viagem.
Retemperadas as energias, foi a nostalgia
do regresso, a constatação de que a aventura terminara; agora só as muitas recordações
guardadas nos sacos, na retina e na memória das máquinas fotográficas. O regresso, no
dia 21 à noite, foi “o repouso do guerreiro”, o
sono há muito adiado pela expectativa, e agora possível.
Foi uma experiência de muita coragem por
parte das professoras que se propuseram
acompanhar este grupo, permitindo a muitos
alunos realizar um sonho que parecia impossível. O sentido de responsabilidade e o espírito de cooperação que os alunos manifestaram durante a viagem deixa uma porta aberta
para que no ECB se continue a sonhar…
As Professoras de Francês
5
TOQUE DE SAÍDA
ANO 3 - Nº 8
DIA DO FRANCÊS NO EXTERNATO
O CCGS DE AZUL, BRANCO E VERMELHO
Como já vem sendo costume, as professoras de Francês do Externato organizaram
uma jornada em que a língua e
cultura francesas são o tema.
Esta iniciativa destina-se a festejar com todos os alunos desta
disciplina mais um ano de trabalho, pretendendo-se que seleccionem aspectos da língua,
cultura e civilização francesas,
os interpretem e apresentem à
escola através de um desfile.
Os concorrentes, individuais
ou em grupo, são avaliados por
um júri e os três melhores classificados recebem um prémio.
Esta actividade, que envolveu cerca de 150 alunos, decorreu na cave do CCGS, na
manhã do dia 18 de Abril. Os
premiados deste ano foram os
alunos do 7º E com Tour de
France; os do 7º C, que interpretaram Ratatouille; e o 7º A,
que apresentou os gulosos Les
Crêpes, classificados respectivamente em primeiro, segundo
e terceiro lugar.
Aos alunos do Ensino Secundário foi solicitada a elaboração de um texto para o
Concurso Literário, tendo sido
seleccionada a melhor produ-
ção de cada nível de ensino.
Os vencedores deste concurso
foram os alunos: Miguel Lopes
do 10º C, Juliana Belo do 10º
A e Diogo Feliciano do 11º C,
que receberam um prémio oferecido pela Porto Editora.
E, como não podia deixar
de ser, a gastronomia francesa
também esteve presente com
a já habitual confecção e venda de crêpes e de outras especialidades, a cargo da turma
do 9º H e da sua professora
de Francês. Todos os alunos
receberam um certificado de
participação e uma pequena
lembrança.
Aproveitou-se o momento
para projectar um vídeo sobre
a visita de estudo ao Futuroscope, e o Sr. Director do ECB
entregou diplomas aos alunos
participantes, os quais demonstraram um comportamento exemplar na referida actividade.
As professoras de Francês
JOVENS CIENTISTAS DO ECB
NA MOSTRA DE CIÊNCIA EM LISBOA
Dois projectos de alunos do Externato foram seleccionados para
o 16º Concurso “Jovens Cientistas
e Investigadores” e estão patentes
na Mostra de Ciência que decorre
entre 22 a 24 de Maio no Museu
da Electricidade, em Lisboa.
Segundo informações da professora Paula Castelhano, o trabalho “O que p’rá aqui vai de
sex(o)… ualidade!” foi realizado
pelos quinze alunos de Biologia
do 12º B, mas, para efeitos de
concurso, foram eleitos três representantes que tiveram um papel
crucial na produção final do trabalho: a Ana Maximiano, a Joana Cavadas e o Luís Crisóstomo.
Quanto ao 10º A, concorreu com o
projecto “À procura do Invisível…
na Cantina!”, da responsabilidade
da Laura Gonçalves, da Mariana
Rodrigues e da Mónica Fialho. A
estes alunos e aos seus professores apresentamos felicitações
e desejamos sucesso na próxima
fase desta competição.
O Concurso “Jovens Cientistas
e Investigadores” é organizado
pela Fundação da Juventude e o
6
júri presidido pela Ciência Viva Agência Nacional para a Cultura
Científica e Tecnológica. De âmbito nacional, o Concurso pretende
“promover os ideais da cooperação e do intercâmbio entre jovens
cientistas e investigadores, e estimular o aparecimento de jovens
talentos nas áreas da Ciência, da
Tecnologia, da Investigação e da
Inovação”, como pode ler-se na
página da Fundação: http://www.
fjuventude.pt/jcientistas2008/
QUICHE
LORRAINE
A quiche lorraine é uma receita tradicional da Lorena, região do nordeste da França, e foi um dos muitos pratos confeccionados no Externato, no
Dia do Francês. É uma tarte salgada,
normalmente servida como prato principal, mas, entre nós, o seu uso é comum como entrada ou em “cockails”.
Ingredientes:
1 massa folhada de compra
200 g de bacon cortado
1 cebola média
4 ovos
1 pacote de natas
Pimenta q.b.
Noz-moscada q.b.
Preparação:
Retire a massa do frio cerca de 5
minutos antes de começar a fazer a
quiche. De seguida ligue o forno a
cerca de 180º. Estenda a massa numa
tarteira e espalhe os pedacinhos de
bacon por cima. Numa frigideira leve a
alourar num bocadinho de azeite a cebola cortada em rodelas. Bata, numa
tigela, os ovos com as natas e tempere com um pouco de noz moscada e
pimenta. Deite a cebola refogada por
cima do bacon e, por último, verta os
ovos com as natas. Leve ao forno cerca de 25 minutos.
Professora Isabel Neto
INQUÉRITO DE SATISFAÇÃO A ALUNOS
Foram recolhidas 989 respostas ao Inquérito de Satisfação de
Alunos, perfazendo 75% dos alunos matriculados. Gostaríamos
de partilhar alguns resultados provisórios, pois o tratamento não
está concluído.
Apraz-nos registar que nos itens “Tenho confiança na escola” e
“Recomendo esta escola aos meus amigos” a classificação média
apurada foi, respectivamente, de 3,9 e 4,2, isto é, Bom ou Muito
Adequado. As percepções menos positivas obtêm uma classificação média de 3 (Adequado) e dizem respeito à segurança, ao
funcionamento da Associação de Estudantes e ao funcionamento
de alguns serviços de apoio (Reprografia, Papelaria, Cantina). As
percepções mais positivas, com classificação média de 4 (Muito
Adequado) dizem respeito ao horário, atendimento e qualidade
de serviços de apoio (Bar, Sala de Alunos, Biblioteca). Nota-se a
percepção de que a higiene e conservação das instalações é um
esforço de todos, em que os alunos se sentem comprometidos,
ainda que haja margem para melhorar.
Agradece-se a colaboração de alunos e directores de turma
neste esforço de recolha de opiniões, indispensável à melhoria da
qualidade do serviço prestado pela escola.
Ana Luísa Quitério, Equipa Melhoria 1
ESCOLA VIVA
ANO 3 - Nº 8
TOQUE DE SAÍDA
A ADOLESCÊNCIA, O APETITE E A FALTA DELE
Uma grande preocupação que actualmente
paira sobre as mentes dos pais prende-se com
a possibilidade de os filhos virem a sofrer de
anorexia nervosa, doença grave de que tanto
se ouve falar.
Assim que notam uma perda de peso, é
compreensível que fiquem assustados; no entanto, entrar em pânico e obrigar, por todos os
meios possíveis, a/o jovem a ingerir alimentos
não é solução e vai decerto complicar a relação entre os pais e o adolescente. Em caso
de dúvida, há que levá-lo a uma consulta de
aconselhamento e avaliação nutricional, antes de entrar em pânico. Isto porque existem
várias situações ao longo do crescimento que
podem provocar perca de peso, voluntária ou
involuntária, e ser confundidas com anorexia.
Quando nos deparamos com um adolescente que está a perder peso, é necessário
termos em conta que uma das características
que define a adolescência é uma outra forma
de olhar para o corpo, diferente daquela que
se utilizava na infância. Os adolescentes centram-se no seu corpo – um corpo que muda
quase de dia para dia e, como tal, origina inseguranças e desconforto, um sentimento de
não se sentir bem naquela pele! Daí ser frequente tantos adolescentes iniciarem dietas
nesta fase da sua vida: querem ser bonitos,
ter o corpo definido, sentirem-se confortáveis
dentro das roupas que gostam de vestir e,
acima de tudo, atraírem o olhar do outro. Isto
é um comportamento positivo e necessário à
aceitação de si próprio e à integração no grupo de pares. Por outro lado, é usual que, em
situações de angústia, stress ou perda, os jovens – tal como os adultos – percam o apetite
e, por consequência, percam peso!
Portanto, nem todos os casos de perca de
peso na adolescência significam uma anorexia
nervosa! É importante que os pais e os técnicos tenham a serenidade necessária para uma
correcta avaliação de cada situação e para intervirem de modo adequado.
Nestas situações é fundamental que os
pais estejam atentos ao crescimento dos filhos e que percebam as suas tristezas. Deixálos expressar o que sentem é importantíssimo
para o sentimento de segurança e confiança
na família. Desta forma, poderão aperceberse mais facilmente se a perda de peso resulta
do desejo de se tornarem mais agradáveis ao
olhar – ao seu e ao dos outros – ou se o filho
ou filha passaram recentemente por uma importante perda, como por exemplo uma zanga
com um grande amigo, namorado, a morte de
alguém próximo, etc. Em muitas situações, o
simples facto de o adolescente poder contar
aos pais o que se passa e ouvir a sua opinião
e conselhos é, por si só, o tratamento para o
problema.
Margarida Ferreira, Psicóloga do ECB
PROMOÇÃO E EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE
A Educação para a Saúde
tem-se revelado uma estratégia
imprescindível na prevenção da
doença e do mal-estar, actuando
sobre os factores de risco. Neste
sentido, a Educação Sexual, enquanto contributo para a formação
pessoal e social dos indivíduos e
para a promoção da saúde sexual
e reprodutiva, vem ganhando protagonismo crescente nos sectores
da Educação e da Saúde.
De acordo com a nova legislação relativa à Educação para
a Saúde, esta deve integrar os
projectos educativos das escolas,
numa clara aliança entre Educação e Saúde. De facto, a escola
tem um papel privilegiado no processo educativo, possibilitando
às gerações mais jovens a apropriação de saberes, valores e
competências para a vida. Neste
sentido, o Externato Cooperativo
da Benedita tem assumido a sua
função educativa de olhos postos no progresso e na evolução
da sociedade, incluindo a formação da identidade global dos seus
alunos, promovida pelo Projecto
Crescer para a Vida.
Partindo da noção clara de que
ESCOLA VIVA
a dimensão humana é eminentemente relacional e íntima, e de
que a sexualidade tem uma vertente emocional e é um elemento
essencial na formação da identidade, da auto-estima e do bemestar físico e emocional dos indivíduos, a escola criou, este ano,
um espaço de promoção e educação para a saúde, denominado
Espaço de Atendimento a Jovens
na Escola (Espaço AJE). Trata-se
de um espaço de apoio, aconselhamento, informação e formação
destinado a todos os alunos da
escola e centrado em temas relacionados com a Educação Sexual, Educação para a Sexualidade
e Promoção da Saúde. Mantém
o blogue: www.blogdoespacoaje.
blogspot.com
O Espaço AJE dinamizou actividades como a Semana da Saúde (7 a 22 de Abril), em que se
realizaram sessões sobre Estilos
de Vida Saudáveis, para as turmas do 7º ano, numa metodologia activa e centrada no lúdico,
aliando conhecimento e aprendizagem. Ao longo do ano lectivo,
foram também comemoradas datas especiais: o Dia Mundial de
Luta Contra a Sida – “Não te deixes APANHAR pela SIDA” – assumindo os alunos um papel activo
de educadores dos seus pares; o
Dia do Não Fumador – “Mais Vida
sem Tabaco”; o Dia dos Namorados – “Emoções Alternativas…
Descobre os sabores” – tendo-se
procurado sensibilizar os alunos
para a importância dos afectos.
Algumas turmas puderam ainda contar com workshops: “Como
(sobre)viver em equipa”, no âmbito do projecto “Viver a Escola”;
“Salta Barreiras”, no Dia Internacional da Tolerância; e “Espanta
Fumos”, em comemoração do Dia
do Não Fumador. O Espaço AJE
promoveu também a realização
de sessões sobre sexualidade
– “Sexualidade & Contracepção”
e “Será isto um bicho de 7 cabeças?” – e implementou o Projecto “Sexualidade Saudável. Tu
alinhas?”, destinado a uma turma do 9º ano, projecto esse que
envolveu os pais e encarregados
de educação, abrindo-se assim o
“Espaço p’ra Pais”.
De modo a envolver os alunos
nas actividades, foi criado um
grupo de voluntários na escola,
denominado “Agarra-te à Vida”,
grupo que participa na elaboração
de materiais e na dinamização de
algumas actividades. Este grupo
participou no Atelier “Educa-te a
par(es)” que abordou a importância da Educação pelos Pares, no
sentido de aprender para ensinar.
Estas e outras actividades decorreram no âmbito do Estágio
Curricular do Mestrado em Ciências da Educação na área de Educação Social – Crianças, Jovens
e Famílias – da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra,
da estagiária Cristiana Pereira de
Carvalho.
Segundo Machado Caetano, a
“Educação Sexual é um conceito global que inclui a identidade
sexual, o corpo, as expressões
da sexualidade, os afectos, a reprodução e a promoção da saúde
sexual e reprodutiva”. Parafraseando este autor, a verdadeira
Educação Sexual é a Educação
da Capacidade de Amar.
Cristiana Carvalho
Educóloga-Estagiária
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TOQUE DE SAÍDA
ANO 3 - Nº 8
BENEDITA – UM GRANDE PALCO
V FESTTEATRO
O auditório do Centro Cultural
Gonçalves Sapinho foi, mais uma
vez, palco do Festival de Teatro Escolar – Festteatro, que decorreu entre
os dias 18 e 20 de Abril. Este evento
conta com a presença de escolas de
várias regiões do país e com o grupo
de teatro da casa, Os Gambuzinos,
que já nos habituou a grandes peças
e exibiu o seu mais recente trabalho,
Fim de linha.
A manhã de sexta-feira foi reservada aos alunos do Externato e, ao início da tarde, o CEERIA de Alcobaça
levou à cena a sua peça. Foram, no
total, oito peças de teatro que proporcionaram à plateia bons momentos,
com destaque para a peça Apanhados na rede, pelo Instituto Superior
Técnico de Lisboa que, perante uma
plateia quase repleta e completamente rendida, arrebatou o riso e o aplauso dos presentes.
É de assinalar a crescente qualidade das peças apresentadas e a
igualmente crescente adesão do público, com especial destaque para os
jovens que não perdem a oportunidade de assistir a mais um momento de
cultura e boa disposição. É igualmente de assinalar o entusiasmo das escolas que nos acompanham desde o
primeiro festival e que se habituaram
a marcar nas suas agendas uma passagem pela Benedita.
O grupo organizador do Festteatro
Apanhados na rede, pelo IST
EDUCAR É ACREDITAR NA VIDA!
À EQUIPA DO SORRISO AMIGO
HOMENAGEM CARINHOSA
Educar é acreditar na VIDA! Esta asserção pertence ao quotidiano de todo o adulto – pai, professor ou educador. Compete a
esse adulto, com sapiência e sensibilidade,
actuar de modo equilibrado e indolor sobre a
criança ou jovem com dificuldades em aprender, crescer, viver.
A intervenção ou reeducação de um jovem
com Dificuldades Específicas de Aprendizagem é um processo de muita responsabilidade, pois há que ensinar a superar os obstáculos. Neste sentido, considero a determinação
tão importante quanto a capacidade intelectual.
Vejamos as características mais comuns
de um disléxico: dificuldade em processar informação oral (identificar, articular, distinguir
e usar sons da língua); na leitura e na escrita, tem por hábito trocar letras (perceber vs
preceber), omitir letras (bolsa vs bosa), dificuldade em converter letras em sons/palavras (lixu, eisterior, xaveiro) e em apreender
e usar palavras novas. Psicologicamente, o
disléxico regista atrasos do desenvolvimento
perceptivo-visual, da coordenação dinâmica
e do esquema corporal. Estas disfunções ou
perturbações fazem dele um aluno naturalmente mais lento. Na origem do problema,
factores neurológicos e cognitivos. Neurologicamente, os disléxicos típicos têm problemas de lateralidade. Cognitivamente, apresentam défices perceptivos, de memória e de
processamento da linguagem.
As características principais do disléxico são a capacidade intelectual normal, as
dificuldades específicas na leitura e escrita
e a ausência de deficiência. Quanto às habilidades básicas, revela intuição elevada,
predominância da imagem em detrimento
da palavra, imaginação, visão prática aliada
8
à curiosidade natural e consciência do meio
envolvente. A sua dinâmica pessoal evidencia atenção instável devido ao esforço intelectual que tem de despender para superar
as dificuldades; desinteresse pelo estudo
devido à marginalização familiar e escolar; e
inadaptação provocada pelo desajuste emocional (insegurança, teimosia…). Na sua dinâmica escolar, o disléxico manifesta ansiedade, angústia e insucesso(s) frequente(s).
Assim, o perfil de aprendizagem do disléxico exige à escola medidas que não passem
pelo facilitismo, mas pela compreensão e
implementação de ensino diferenciado, motivação e uma avaliação justa. O professor,
com o apoio da família, deve transformar a
informação em conhecimento e em experiência, pois só se aprende a fazer, fazendo.
A intervenção tem de ser frequente, criativa,
sistemática, gradual e planificada de forma a
ensinar o indivíduo a pensar, a ser crítico e a
promover a auto-estima que será a alavanca
para construir confiança e acreditar na vida.
É com base nestas crenças e com o apoio
do corpo docente que o Gabinete Dificuldades Específicas de Aprendizagem – Leitura/
Escrita do ECB trabalha. Centra a sua actuação na minimização das dificuldades destes alunos e, uma a duas vezes por semana, cada disléxico realiza exercícios que lhe
permitem desenvolver as áreas instrumentais
(psicomotricidade, linguagem, leitura, escrita, percepções).
A máxima do Gabinete DEA-LE é: A dislexia é um distúrbio que sem apoio se agudiza
e que com auxílio adequado se minimiza.
Trabalhar em prol do Outro é aliciante e
gratificante. De facto, quando observo os
elementos que fazem parte da Associação
Sorriso Amigo, surgem-me algumas palavras que acredito caracterizarem esta Equipa. São elas: profissionalismo, dedicação,
partilha, dinamismo, paciência, tolerância,
solidariedade, espírito de grupo, entreajuda
e confiança num futuro mais justo.
Trabalhando em grupo ou até mesmo individualmente, cada elemento apresenta grande responsabilidade no trabalho que desenvolve. Na Equipa partilham-se experiências,
sendo o dever de sigilo escrupulosamente
cumprido. Respeita-se o Outro enquanto ser
humano único e insubstituível, que deve ser
amado enquanto tal, não se fazendo discriminações de raça, sexo, idade ou nacionalidade.
Admiro cada elemento da Equipa pela sua
persistência e pelo seu bom-senso. É um
trabalho inesgotável, que dá muitas vezes a
sensação de “nada” ter sido feito. Mas sem
a sua ajuda e perseverança, a tristeza e o
sofrimento e a miséria de todos aqueles que
são apoiados seriam muito maiores, sobretudo os de muitos dos nossos alunos que a
Equipa tem ajudado de forma empenhada.
Penso que são um exemplo a seguir em
outras escolas. Envolvem os alunos e toda
a restante comunidade em actividades que
devem ser de todos e não só de alguns. Valores como a solidariedade, a tolerância, a
partilha e o respeito pelo Outro são transmitidos e, sobretudo, sentidos...
Bem-hajam!
Professora Paula Cristina Ferreira,
Coordenadora do Gabinete DEA-LE
Professora Ana Paula Barosa,
Coordenadora do Projecto Sorriso Amigo
ESCOLA VIVA
ANO 3 - Nº 8
TOQUE DE SAÍDA
VI NOITE ESTAPAFÚRDIA
No passado dia 15 de Março, realizou-se
no pavilhão gimnodesportivo do Externato Cooperativo da Benedita um espectáculo intitulado “Noite Estapafúrdia VI”. Como o nome indica, foi a 6ª edição deste sarau organizado pelo
grupo de Educação Física, com o objectivo de
divulgar a toda a comunidade as actividades
desenvolvidas pelo Clube Estapafúrdio.
Houve apresentações de várias modalidades, como Ginástica de Solo e Aparelhos,
Acrobática, Trampolins, Aeróbica, Danças de
Salão e Rappel. Além disso, foram entregues
os Prémios Estapafúrdios (Óscares da esco-
la), atribuídos a várias categorias, como o aluno mais popular, o super-professor, o superfuncionário (votados somente pelos alunos da
escola), entre outros, atribuídos pelo Grupo
de Educação Física.
Nesta “Noite Estapafúrdia VI”, houve novidades, como a renovação do logótipo, criado
pela aluna Flávia Grilo e a actuação da Orquestra Estapafúrdia, composta por alunos,
ex-alunos e Encarregados de Educação da
escola, tendo como maestrina a aluna Neuza
Rebelo.
Outra grande novidade e surpresa foi a
apresentação do espectáculo pelo aluno Paulo
Batista, que utilizou o seu humor para caracterizar alguns apresentadores portugueses, bem
como personagens do nosso quotidiano, e que
está de parabéns pelo seu desempenho.
Compareceram cerca de 1800 pessoas e
participaram 170 alunos que trabalharam vários meses para que tudo corresse na perfeição – ensaios duros e muito tempo dispendido,
para que fosse um espectáculo em grande, e
assim foi.
Penso que o esforço de todos aqueles que
contribuíram para esta noite (alunos, professores e funcionários) foi recompensado com
o sucesso que ela obteve, e para todos com
certeza passou depressa demais, depois de
tanto trabalho, mas o espectáculo é assim:
pequenos momentos gratificantes compensam
muitos momentos de trabalho. Foi, sem dúvida, uma noite diferente, fortalecendo a ligação
da escola com toda a comunidade.
NOTÍCIAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Benedita em Movimento
Realizou-se no dia 4 de Maio
mais uma edição da “Benedita
em Movimento”, uma iniciativa
da Junta de Freguesia da Benedita no âmbito das comemorações da elevação a vila. Esta
iniciativa teve a colaboração
do Externato Cooperativo da
Benedita, com o intuito de promover o convívio através do
Desporto e despertar a população para as questões da saúde
e do bem-estar.
Pelo terceiro ano consecutivo, os alunos do 12º ano do
Curso Tecnológico de Desporto
(12º I) foram responsáveis pela
organização deste evento com
o apoio das professoras de Organização e Desenvolvimento
Desportivo (Dr.ª Ângela Gens)
e de Práticas Desportivas Recreativas (Dr.ª Rita Pedrosa)
Durante o dia houve inúmeras actividades que se realizaram na principal avenida da Benedita, que esteve fechada ao
MENTE SÃ EM CORPO SÃO
trânsito, possibilitando assim
à população usufruir daquele espaço para as mais variadas actividades: rappel, slide,
paintball, spinning, rastreios
preventivos (colesterol, tensão
arterial, índice de massa corporal), actividades aquáticas,
equitação, entre outras. Estas
actividades decorreram entre
as 09:00h e as 17:00h, regis-
tivo da Benedita. A competição
decorreu num clima de desportivismo e entusiasmo, tanto por
parte dos alunos participantes
como também pelos que assistiram e apoiaram de forma entusiástica.
No dia 14 de Maio realizouse a fase regional e, no dia 7
de Junho, irá realizar-se a fase
nacional da competição.
Semana Cultural
tando-se enorme adesão em
clima de amizade e de grande desportivismo. Parabéns à
Junta da Freguesia da Benedita e aos alunos do 12º ano do
curso Tecnológico de Desporto
do Externato Cooperativo da
Benedita.
O grupo de Educação Física organiza um passeio de
bicicleta inserido nas actividades da semana cultural. Esta
actividade já se realizou o ano
transacto, tendo-se registado
uma boa participação por parte
dos alunos. O grupo de Educação Física considera a iniciativa proveitosa pois os alunos
podem desfrutar da natureza e
de actividades que durante o
ano lectivo não é possível realizar.
Bruna Cruz, 11º F
XI TORNEIO XADREZ
ROTARY CLUBE DA
BENEDITA
Realizou-se no dia 25 de Abril de
2008 o XI Torneio Rotary Clube da
Benedita, com a presença de 37 jogadores representando 13 clubes.
Carlos Carneiro, da Academia Xadrez
Mem Martins, foi o vencedor. No final
do torneio, houve um beberete para
os jogadores, acompanhantes e rotários. Um excelente convívio!
Da Academia Xadrez da Benedita,
destacaram-se, por escalões: Sub 08,
Pedro Jacinto, em 3º lugar; Sub 10,
Francisco Cavadas, em 2º, e António
Lopes, em 3º; Sub 14, Rui Lopes, em
2º, e Bernardo Vinagre, em 3º; Sub
16, Mariana Silva, em 1º, Anatoliy Ladyka, em 2º, e Tiago Ezequiel, em 3º;
Sub 18: Licínio Cruz, em 1º lugar.
Os melhores jogadores de Academia Xadrez da Benedita foram Mariana Silva, com 5 pontos, José Cavadas, com 4 pontos e Rui Lopes, com
3 pontos.
Professor José Cavadas
O grupo de Educação Física
Compal Air 3X3
A competição de Basquetebol Compal Air continua a ter
grande adesão por parte dos
alunos da nossa escola. No dia
9 de Abril realizou-se a fase de
escolas no Externato Coopera-
9
TOQUE DE SAÍDA
ANO 3 - Nº 8
ARTISTAS DA NOSSA TERRA
Sofia Ferreira Guerra nasceu na Quinta de
Vale de Ventos, propriedade dos condes de
Rio Maior e, adolescente, veio viver para o
lugar da Pedra Redonda, onde ainda reside.
Muito precocemente, mostra sinais de talento
para a pintura e assim se foi descobrindo uma
artista nata. Ainda na Quinta de Vale de Ventos, começa a pintar espontaneamente nas
paredes e inicia-se no desenho a carvão.
A criação estética é entendida pela pintora
como uma graça que Deus lhe deu e que ela
soube, à medida das condições de que foi dispondo, aproveitar da melhor maneira, pois fez
sempre o que realmente lhe dava prazer. As
suas primeiras lições foram de desenho a carvão
e depois rapidamente
passou a outras técnicas,
nomeadamente pintura a
óleo. O Professor Luciano dos Santos, então docente na Escola Superior
de Belas Artes, ensinoulhe, em Alcobaça, muito
do que sabe, técnica e
academicamente. À medida que ia produzindo,
ia vendendo, pois havia, e continua a haver,
muitos interessados. Foi
divulgando os seus trabalhos em exposições,
dentro e fora da região.
A maior exposição das suas obras teve lugar
no salão do Hóquei Clube de Turquel.
Aprendeu também a arte da música, porque, como afirma: «Quem sabe pintar, sabe
tocar»; e ainda: «Os verdadeiros pintores são
todos músicos».
No seu entender, a Bíblia é uma fonte de
inspiração inesgotável, pelo que os seus primeiros trabalhos representavam episódios de
inspiração sacra, tendo sido vendidos para Inglaterra. A propósito da inspiração na Bíblia,
Sofia Guerra considera que os pintores têm
de «pintar a verdade». As naturezas mortas
são outra temática permanente na sua obra.
O seu trabalho mais conhecido talvez seja um
quadro pintado a óleo intitulado “A Última Ceia
de Cristo”, que tem percorrido o país de lésa-lés.
Sofia Guerra, detentora de um portentoso
dom natural, confessou à redacção do Toque
de Saída que «a pintura é uma doença e um
mistério», e que merece ser cultivada na tranquilidade e quietude que o isolamento do campo proporciona.
Professores Clara Peralta e Valter Boita
“TRIPEIROS”
POR QUATRO DIAS
5ª EDIÇÃO EM GOUVEIA
FESTIVAL NACIONAL DO SECUNDÁRIO
Espírito de amizade, partilha, convivência e, sobretudo, muita diversão! Foi a base da 5ª
Edição do Festival Nacional do Secundário em Gouveia, durante o qual estudantes de todo
o país puderam conviver durante cinco dias, no parque da Senhora dos Verdes, dotado de
óptimas condições.
Um grupo de alunos da nossa escola participou nessa que foi a maior concentração de
jovens do Ensino Secundário no país.
Com o apoio de uma equipa excepcional, disposta a dar qualquer tipo de auxílio e,
sobretudo, garantindo que aqueles seriam cinco dias inesquecíveis, pudemos participar
em inúmeras actividades desportivas durante o dia e, à noite, a festa continuava: fomos
presenteados com a presença do dj Diego Miranda e do grupo Tara Perdida.
Um mês depois… irrompem as saudades, até das intermináveis filas sentimos falta. Foi
uma experiência excepcional e, visto que o festival acontecerá nos próximos anos, aconselhamos vivamente que participem!
Carla Serralheiro, 11º D
No passado dia 3 de Abril, deslocámo-nos à
cidade do Porto, juntamente com os professores Deolinda Castelhano, Margarida Vinagre e
Alexandre Lourenço, para participar no 9º Fórum do Ensino Particular e Cooperativo - Dinâmica Privada, Serviço Público de Qualidade
que decorreu entre os dias 4 e 6 desse mês.
Este fórum tem por objectivo promover o intercâmbio pedagógico e mostrar o empenho e
o contributo do Ensino Particular e Cooperativo
no esforço nacional para a melhoria do Sistema Educativo Português. A nossa participação
no fórum permitiu-nos tomar conhecimento dos
projectos desenvolvidos noutras instituições de
ensino, do mesmo modo que nos deu o privilégio de divulgar a nossa escola.
Durante esses quatro dias, também pudemos conhecer um pouco melhor a cidade do
Porto, aproveitando o tempo livre para visitar
as Caves do Vinho do Porto Ferreira e a Igreja
da Ordem de São Francisco.
Para além de tudo isto, tivemos ainda a
oportunidade de presenciar a festa dos adeptos portistas que, no dia 5 de Abril, foram campeões nacionais de futebol. Foi uma experiência nova, mais uma a juntar às outras que já
referimos!
David Susano. Laura Gonçalves e Mónica Fialho, 10ºA,
João Pestana, 10ºD
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OLHAR CIRCUNDANTE
ANO 3 - Nº 8
TOQUE DE SAÍDA
RÁDIO BENEDITA FM – Uma rádio cada vez mais local
“A NOSSA RÁDIO NÃO PASSA SÓ MÚSICA E É PRECISO
OUVI-LA PARA A CONHECER.”
Sandra Narciso Fonseca, uma das vozes mais conhecidas da Rádio Benedita FM, filha de Afonso Fonseca, nasceu em Alcobaça a 16
de Abril de 1983 e vive na Benedita. Frequentou um estágio profissional de 2 anos em Jornalismo, nas instalações da Rádio onde
trabalha. Tem uma voz marcante que se ouve diariamente na frequência 88.1 FM.
Conte-nos um pouco da história da Rádio.
Em 1985 começou a funcionar com o nome de Rádio
Clube da Benedita. O meu pai esteve ligado à Rádio
desde o seu início. Começámos no escritório de uma
casa particular, e as condições não eram muitas… Tivemos de ultrapassar sérias dificuldades. Passou a ser
Rádio Voz da Benedita em 1986 e, dez anos mais tarde, mudou para o nome actual. Começou como cooperativa e depois passou a ser uma sociedade por quotas.
A 1 de Janeiro de 2000, tivemos a primeira emissão
contínua e nunca mais parámos, foi o momento oportuno, uma vez que tínhamos já as condições necessárias
para o fazer. Actualmente somos doze sócios, sendo
os gerentes o Sr. Pedro Mateus Guerra e eu própria.
Temos cerca de dez cooperantes que também dão um
contributo muito importante.
Como é que descobriu o gosto pela rádio?
Tudo começou por brincadeira quando tinha catorze
anos e tive de substituir um cooperante. Como gostei
da experiência, convidaram-me para colaborar durante as tardes livres da escola. Após a conclusão dos
estudos, fiz um estágio profissional em jornalismo nas
instalações da Rádio Benedita FM. Há já 11 anos que
contribuo na rádio e, honestamente, não me vejo a fazer mais nada.
A vossa área de cobertura é muito extensa?
Somos ouvidos em toda a região Centro-Oeste e grande parte do Ribatejo. As rádios locais não têm verbas
para fazer estudos sobre o número exacto de ouvintes
assíduos, mas sabemos que, globalmente, as rádios
locais são mais ouvidas que as nacionais. Temos, em
média, cerca de 20.000 ligações mensais a nível mundial. Estou a falar de ligações online. Sobrevivemos
com muito poucos apoios, um deles por parte do Governo, que incentivou as emissões online, as quais
nos permitem divulgar a nossa Rádio. Lamentamos
que mais nenhum apoio nos tenha chegado por parte
do Governo ou de outras entidades estatais. Às vezes
sentimo-nos um pouco marginalizados.
Temos muitas participações dos Estados Unidos da
América. Há, só por curiosidade, um café num estado de Massachussets que ouve diariamente a nossa
Rádio. Ligam-nos assiduamente, participando sobretudo nas músicas pedidas e nos concursos. Apresentam
sugestões, falam connosco, mostram o quanto somos
importantes além-fonteiras. Refiro-me em especial à
América do Norte, Brasil, Suíça e Luxemburgo. É muito
gratificante, de facto. E as emissões online serão seguramente o futuro.
Quais são os vossos projectos a curto prazo?
Há um evento que estamos a preparar ainda para este
ano e que consiste numa grande gala, talvez para o
Verão. Não posso dar muitas informações porque ainda estamos numa fase muito inicial. Serão distribuídos
troféus a várias entidades da terra, que destacaremos.
Não há objectivos lucrativos, apenas unir a comunidade da Benedita à nossa Rádio. Esse é, efectivamente,
o nosso grande objectivo. É uma forma de promoção
através de um evento cultural. Queremos, no futuro,
ser mais participativos. Sentimos necessidade de nos
divulgarmos mais junto das pessoas e dizer-lhes que a
nossa Rádio não passa só música e que é preciso ouvila para a conhecer. Na verdade, queremos tornar-nos
numa rádio menos nacional e cada vez mais local.
Outro projecto é aumentar o nível de abrangência e
expandirmo-nos para Norte. Estamos a pensar adquirir
um novo retransmissor, mas isso tem custos elevados
e ainda não sabemos exactamente quando acontecerá.
Como vivemos única e exclusivamente da publicidade,
temos de gerir bem as despesas. Às vezes sentimos
limitações nem sempre fáceis de resolver.
Quais são os programas mais ouvidos?
Tem alguma noção?
Depende da hora, mas temos uma boa participação de
pessoas a solicitar músicas para dedicarem, ou só pelo
prazer de as ouvir. As entrevistas, os passatempos,
bem como os noticiários, são talvez os mais ouvidos.
Sentimos bastante procura, mas, como já referi, temos
de investir mais junto da população. Gostaria de aproveitar o momento para pedir aos jovens que ouçam a
ALUNAS DO ECB NA FASE DISTRITAL DO
PARLAMENTO DOS JOVENS
No âmbito da actividade “Parlamento dos
Jovens”, participaram na sessão distrital em
Leiria, no dia 26 de Fevereiro deste ano, quatro alunas eleitas na assembleia de escola. A
experiência foi fantástica. Participaram treze
escolas secundárias do distrito e debateramse questões subordinadas ao tema União
Europeia: participação, desafios e oportunidades.
As alunas Susana Coito, Ana Silva, Vanessa Fialho e Carolina Luís foram “deputadas”
por um dia. No período da manhã decorreram
OLHAR CIRCUNDANTE
as apresentações formais das medidas propostas por cada escola. De tarde, depois de
um almoço num restaurante típico, foi o momento de debater os projectos apresentados
por cada escola. No fim do dia, as nossas
“deputadas” regressaram com um honroso
quinto lugar e vontade de repetir a experiência.
Mais uma vez, o ECB está de parabéns
pela sua prestação em actividades fora da
escola.
nossa Rádio. Há já algum tempo que sentimos a preocupação de mudar a imagem da rádio. Por isso, temos
um programa semanal dedicado à juventude, que se
chama “Total Heavy Rock”, aos sábados, do meio-dia
às 14h. Nas madrugadas de sexta para sábado, temos
uma hora de música house muito apreciada pela camada mais jovem. Consultem o nosso sítio www.beneditafm.pt e vejam quem somos e o que fazemos. E,
sempre que possível, sintonizem os vossos rádios na
frequência 88.1 FM.
O Toque de Saída agradece a simpatia com
que foi recebido pela Sandra, desejando à
Rádio Benedita FM muito sucesso e que
continue a prestar um serviço de qualidade
a toda a gente, especialmente à comunidade beneditense.
Entrevista por Clara Peralta e Valter Boita
O PRÉMIO É NOSSO!
Decorreu no dia 3 de Maio, em Alfeizerão, o Festival Vicarial da Canção Cristã.
Estiveram em concurso 10 músicas, algumas da autoria de alunos do ECB. A nossa escola esteve muito bem representada. O grupo vencedor, com todo o mérito,
é constituído por elementos dos Jovens
Sem Fronteiras, com uma bela canção,
“Filantropia Original”.
Vanessa Fialho, 10º D
Susana Coito, 10º D
11
TOQUE DE SAÍDA
ANO 3 - Nº 8
A GESTÃO DA QUALIDADE NO ECB
DUAS PALESTRAS
MALÁRIA E
DESENVOLVIMENTO
EMBRIONÁRIO
....pretendemos, acima
de tudo, “criar a paixão e o compromisso”
com a qualidade numa
perspectiva de melhoria contínua...
No início do ano lectivo de 2006/2007,
deu-se início ao processo de auto-avaliação,
baseada na CAF (Common Assessment Framework), um modelo de auto-avaliação desenvolvido no âmbito da União Europeia que
tem por base o modelo da EFQM. Para além
de permitir o desenvolvimento de uma cultura
de gestão estratégica e de serviço orientado
para o cliente (aluno), permite também o desenvolvimento de práticas de benchmarking,
proporcionando assim a tão importante comparação entre instituições.
A auto-avaliação tem carácter obrigatório,
definido na Lei nº 31/2002 de 20 de Dezembro,
designada por “Lei do Sistema de Avaliação
da Educação e do Ensino Não Superior”. A
lei não estabelece normas relativamente aos
procedimentos de avaliação, mas formula a
exigência de que estes se devem submeter “a
padrões de qualidade devidamente certificados” (artº7). Apesar de não ser um organismo
público, o ECB tem todo o interesse em aplicar mecanismos de auto-avaliação idênticos
aos utilizados pelas restantes escolas que
apresentam a mesma oferta formativa (ensino público entre os 7º e 12º anos). A autoavaliação é ainda um excelente instrumento
de “marketing” da escola, pois a divulgação
dos resultados junto da comunidade contribui
para o seu reconhecimento público.
Em 2007/2008, após a aplicação de questionários a todos aqueles que intervêm na Escola (pessoal docente e não docente, alunos
e encarregados de educação) e respectivo
apuramento de resultados, da competência
exclusiva dos consultores externos que asseguraram e acompanharam todo o processo, iniciou-se o processo de implementação
das acções de melhoria. Complementarmente, foi decidida a candidatura à Certificação
da Qualidade “Commited to Excellence” da
EFQM, concretizada em Outubro de 2007.
Nesta candidatura apresentou-se a estratégia
sustentada em termos de melhoria contínua
da qualidade e assumiu-se o compromisso da
implementação das acções de melhoria definidas em consequência do processo de autoavaliação.
Com esta candidatura, para além da obtenção da certificação, queremos transmitir a
12
toda a comunidade em que nos inserimos mais
um sinal do nosso empenho e investimento
constantes no sentido de tudo fazermos para
que os nossos alunos disponham de cada vez
melhores condições para a sua formação integral, de modo a que sejam capazes de se
integrar como cidadãos de corpo inteiro numa
sociedade cada vez mais exigente.
Foram assim definidas 10 acções de melhoria que têm vindo a ser desenvolvidas conforme o calendário estabelecido e cuja conclusão está prevista para o final do mês de Maio
de 2008. No final deste percurso, espera-se
atingir a certificação que funcionará como reconhecimento público do trabalho realizado.
A implementação do projecto da auto-avaliação/certificação da qualidade no ECB consistiu também numa oportunidade de maior
aproximação dos colaboradores à Direcção e
vice-versa, levando a uma partilha das diferentes percepções e conhecimentos.
Independentemente da obtenção do reconhecimento público, através da certificação
da qualidade, consideramos que já foram alcançados os objectivos definidos no início do
projecto, nomeadamente aqueles que se referem à identificação dos pontos fortes e fracos
da Escola. Foram, sem dúvida, momentos de
reflexão e de análise crítico-construtiva que
nos permitem afirmar que hoje estamos melhor preparados para enfrentar os desafios e
o clima de mudança acelerada em que vivemos. A construção de uma Escola de Excelência é a meta para a qual continuaremos a
trabalhar.
Aos nossos colaboradores (pessoal docente e não docente) e alunos pretendemos, acima de tudo, “criar a paixão e o compromisso”
com a qualidade numa perspectiva de melhoria contínua e na convicção de que estamos a
contribuir para que se sintam cada vez mais
realizados numa comunidade em que os valores da cidadania são vividos e partilhados por
todos de uma forma responsável, construtiva
e virada para o futuro.
Na sequência do estágio “Ciência Viva
nas Férias”, realizado por uma das alunas do 12º C no Instituto de Higiene e
Medicina Tropical, em Lisboa, e no âmbito da “Semana das Ciências”, realizouse no dia 11 de Março, na nossa escola,
uma palestra acerca da Malária, doença
que afecta milhares de pessoas, nomeadamente crianças, nos países de clima
tropical.
Esta palestra foi proferida pela Dra.
Dinora Lopes, do IHMT, e incidiu principalmente sobre o ciclo do parasita e o
controlo da doença, temas relacionados
com o programa da disciplina de Biologia
e Geologia. A Dra. Dinora Lopes disponibilizou-se ainda para futuras acções de
intercâmbio, de modo a divulgar a actividade do Instituto e oferecer aos alunos
da nossa escola a oportunidade de contactarem com o trabalho de investigação
científica.
Também integrada na “Semana das
Ciências”, decorreu no dia 13 de Março uma outra palestra sobre “Desenvolvimento Embrionário” a que assistiram
não só os alunos do curso de Ciências e
Tecnologias, como também os alunos de
Ciências Sociais e Humanas, por ser um
tema de interesse geral, abrindo assim a
“Semana das Ciências” a um público mais
vasto. Recorrendo a materiais fora do vulgar – como tampas de caixas tupperware – o Dr. João Paulo Malta desenvolveu
o tema, evitando a terminologia técnica,
pelo que foi facilmente compreendido por
todos os que assistiram. Para além da
estratégia inovadora, a facilidade de comunicação do Dr. João Malta foi determinante para o interesse e dinâmica desta
palestra.
Marta Pimenta e Inês Pereira, 12º C
Professor Domingos Martinho
Coordenador do Projecto CAF
ESCOLA VIVA
ANO 3 - Nº 8
TOQUE DE SAÍDA
JOVENS ESCRITORES DO ECB
Os textos que aqui publicamos foram premiados no Concurso de Escrita organizado no Dia do Português: aos alunos do Ensino Secundário que
quiseram participar nesta actividade, foi proposto que escrevessem sobre
um tema dado, respeitando limites de palavras e tipologias textuais. É com
satisfação que divulgamos os quatro textos premiados:
O DOM DA PALAVRA - 1º PRÉMIO
São 8 horas. Na calmia característica da
minha terra, os primeiros carros vagueantes começam a quebrar o terno silêncio da
madrugada. Entre cereais e copos de leite,
entre armários e cabides, entre saltos e correrias, vou-me preparando para mais um intenso dia de trabalho.
Apesar de não parecer, sou um dos mais
prestigiados advogados do país. Apesar de
não o demonstrar, sinto que da minha voz
dependem milhares de inocentes e sinto-me
vivo apesar de raramente dar provas disso.
Saio de casa. Do meu jardim já se podem avistar os primeiros raios de sol por entre as árvores da montanha ainda com as
suas pequenas folhas cobertas de orvalho.
O céu está limpo, as borboletas são visíveis
por todos aqueles que olham em seu redor.
Apesar de já me encontrar atrasado, dou por
mim parado poucos passos à frente da minha modesta porta a pensar o quão maravilhosa é a vida de um campestre! Penso em
todos aqueles que nunca poderão desfrutar
de tal imagem, sinto pena… Apesar de nunca
ter dito uma palavra, os meus pensamentos
falam por mim e no agora inquieto silêncio
de uma cidade a despertar, grito bem alto a
todo o mundo que estou feliz.
Dirijo-me ao meu carro. Circulo pelo trânsito com uma calma não habitual; hoje é um
dia importante.
Chego ao tribunal. A senhora Maria já
não contém as lágrimas desde que viu o senhor Martins. As gravações do crime não lhe
saem da cabeça, a forma como a sua filha
foi agarrada, despida e violada nunca mais
deixaria de estar presente nos pensamentos
desta mãe desolada. A polícia era muita, a
tensão era enorme e sobre mim caía a obrigação de ajudar a fazer justiça.
Passo as barreiras policiais. Como é ritual dirijo-me a todos os juízes para me apresentar como admirador das suas profissões.
Chego à sala onde todos eles se encontram
RECRIAR O MUNDO
«Só sei que nada sei»
Caminho em busca da resposta
Que tanto me tem afrontado,
No entanto o que me conforta
É nunca a ter encontrado…
Na estrada da inteligência
Caminho como um soldado,
Mas com toda a negligência
Me sinto cada vez mais transtornado.
reunidos, a luz que imana dos focos do
candeeiro cega-me momentaneamente.
Em pleno universo profundo
Tudo me desperta mais a atenção do que
Divago como um vagabundo,
a real causa da minha vinda. As garrafas
Pois neste vazio infinito
de água vazias sobre a mesa, as flores
Não se sente mais que o meu simples
murchas no canto mais distante, o olhar
grito.
desconfiado de todos os presentes, o sol
já bem alto no céu descoberto daquele
Grito de desespero
dia primaveril… Tudo me pareceu ser
Por nada saber
mais importante do que os juízes; aperPor nada gostar
cebi-me então de que tinha aprendido a
Por nada compreender.
valorizar a visão.
Tentei falar. Quando pela primeira vez naNeste planeta interactivo
quele dia senti necessidade de dizer algo,
Não há tempo a perder
não fui capaz. Permaneci ali, imóvel! Um
Pois todo o tempo do mundo
silêncio profundo invadira todo o meu ser,
Não chega para tudo apreender.
tornara-me fraco e vulnerável a todos os outros.
Apesar de não o querer
Corri. Saí daquele sítio tentando verbaA intrínseca resposta encontrei
lizar todas as sensações vividas, tentando
E surpreendentemente me apercebi
dizer a todos o quão feliz eu me encontrava,
Que só sei que nada sei.
mas não! Não fui capaz de dizer uma única
frase. Todas aquelas sensações vividas anNuno Filipe Pena, 11º B (3º prémio)
teriormente resumiram-se apenas a momentos felizes. Qual a importância de sermos felizes se não o podemos demonstrar?
De que me serve ter consciência do
que me rodeia se estou incapacitado de comunicar?
Apercebi-me. Perdi o dom da paVazio.
lavra! Aquele dom que me deu a miUm vazio que ocupa toda a minha mente.
nha profissão, que ajudou a minha
Não sou a mais ou a menos, não estou doente,
família a crescer, havia desapareciNão fui demais porque era gente.
do.
Sou eu, mas sou diferente.
Desliguei-me do mundo. Voltei
Um vazio.
para casa e refugiei-me de tudo no
Agradável.
conforto da minha cama.
Como canto procriador de pensamentos emergenAdormeci. Caí num sono profuntes.
do e quando voltei a acordar abri a
Sou escravo de mim, por mim mesmo controlado,
boca, enchi todo o peito de ar e solSou o vermelho do céu por mim mesmo adorado,
tei um grito que me libertou de tal
Sou o meu próprio santo não santificado.
forma que não conseguiria explicar,
Amo-me, mas serei amado?
mesmo se o quisesse.
Notei: Tudo o que tinha vivido
Um vazio.
não havia passado de um sonho, um
O vazio que enche toda a minha mente.
profundo e longo sonho! Assim que
Contento-me porque sou eu,
voltei a tocar com os meus pés no
Porque me cobre o véu que comigo nasceu.
frio chão do quarto, apercebi-me do
E assim fico contente.
verdadeiro dom que andava a desperdiçar, o dom da palavra!
No meu céu quase poisei.
“Para seres grande, sê inteiro”
Telmo Coito, 12ºC
Pois orbitava no mais alto espaço das vezes que
tentei.
Alexandre Coelho, 11º B (Prémio Qualidade Literária)
13
TOQUE DE SAÍDA
ANO 3 - Nº 8
O DOM DA PALAVRA - 2º PRÉMIO
Todos os dias espero por aquele momento.
A altura em que deixo de ser eu para passar
a ser o reflexo daquilo que realmente sou. A
altura em que nos unimos, eu e tu, para eternizarmos histórias, memórias, momentos.
Embora saiba que és muito importante,
tanto ou mais que o sol que ilumina os seres,
nunca me questionei sobre quem te inventou.
Sei que existes e isso faz-me viver apenas.
Admiro, cada vez mais, as pessoas que têm
o dom de te usar; umas que o desenvolvem a
cada dia, outras com as quais surgiste, inata.
Admiro também as pessoas que não podem
usar-te pelos sons ou fonemas, mas que te
idolatram em pensamento. Admiro ainda aqueles que por te “amarem” tanto, te usam como
meio de comunicar com os outros que não te
ouvem. Admiro-os a todos porque, no fundo,
todos te sentem.
Diz o povo, tantas vezes sábio, que uma
palavra vale mais que multiplicares-te por mil.
Será verdade? Não poderá o ser humano, num
momento irreflectido, ter-se enganado? Claro
que sim, quando bem utilizada, sentida, fazendo parte de um corpo, tantas vezes amorfo,
consegues transmitir muito mais do que transmitem os gestos ou até as imagens.
Quando questionada quanto ao teu significado… não sei responder. Vejo apenas um
conjunto de letras que, juntas, transformam o
Mundo em algo tantas vezes poético, quase
sempre mais unido. Unido? Sim, alguém disse
um dia que tens a fantástica capacidade de
mover montanhas, de destruir barreiras. De
facto, basta usar-te em frases curtas para que
a empatia se solte ou até para que uma nova
amizade cresça.
Sei que te usam também para argumentar
a favor ou contra determinado assunto. Mas
será o ser humano tão egoísta ao ponto de te
usar apenas para o interesse pessoal? Talvez
não, porque sei também que existem outras
pessoas que te usam para reconfortar alguém,
para parabenizar, para desculpar, ou até mesmo para agradecer. É por tudo isto que também sei que o teu valor é constantemente reconhecido. Quantas vezes tu não acompanhas
aquela gotinha que teima em cair pelo canto
do olho ou aquele sorriso que cobre toda a
cara. Tu és insubstituível!
No entanto, tu também és aquela que faz
despoletar em mim medos e anseios pela dúvida quanto à tua utilização. Apesar disto, todos os dias espero por aquele momento. A altura em que deixo de ser eu para passar a ser
o reflexo daquilo que realmente sou. A altura
em que eu e tu, palavra, nos unimos para eternizar histórias, memórias, momentos.
Filipa Isabel Serrazina, 10º C
PHILADELPHIA
À primeira vista, parece apenas mais um
filme, datado de 1993, mas, na verdade, tratase de um grito à realidade, de uma denúncia
dos preconceitos e das mentiras em que vivemos e das desculpas que utilizamos para
discriminar alguém.
Philadelphia conta a história de Andrew,
um jovem e promissor advogado que é despedido da firma em que trabalha, a pretexto
de não ter competência para o lugar. Mas Andrew sabe que o seu despedimento se deve
ao facto de ter contraído SIDA e, determinado
a defender a sua dignidade e a sua reputação
profissional, contrata Joe Miller, um advogado
especializado em casos de ofensas pessoais.
É sem dúvida um filme de eleição, com um
enredo bem construído, boa qualidade de imagem, boa interpretação e, apesar de ter sido
realizado há já alguns anos, permanece actual, pois a sua mensagem adequa-se aos nossos dias e à nossa realidade.
São vários os problemas actuais que surgem representados no filme, nomeadamente a
discriminação face à homossexualidade e aos
portadores do vírus da SIDA, mostrando como
a sociedade os encara e reage perante eles.
Discutindo se Andrew foi despedido devido à
sua incompetência profissional ou por discriminação pela sua homossexualidade e devido
ao facto de ser seropositivo, o filme apresenta
uma excelente argumentação, chegando-se à
conclusão de que Andrew Beckett fora, efectivamente, despedido por preconceito.
Sabemos que este preconceito subsiste
e que as suas vítimas se sentem inferiorizadas e marginalizadas. Assim, o filme confronta-nos com os nossos preconceitos e com a
forma injusta como tratamos algumas pessoas para quem a vida não foi tão generosa,
fazendo-nos repensar os nossos valores e o
modo como encaramos certas situações. Um
14
Tom Hanks e Denzel Washington numa cena do filme Philadephia
exemplo disto é representado no filme pelo
advogado de Andrew Beckett, Joe Miller, que
foi forçado a encarar os seus medos e preconceitos durante o caso, apercebendo-se de
que Andrew é uma pessoa normal, não menos
digna que ele próprio, e que como tal deve ser
valorizada. A amizade entre os dois vai crescendo à medida que a sua causa triunfa, e a
coragem de ambos ultrapassa o preconceito e
a corrupção dos seus poderosos adversários.
Andrew era na realidade um homem com bom
coração, uma grande fibra moral e com uma
força de viver invejável. É a personagem mais
comovente e de maior destaque no filme, pois
a sua coragem e determinação são fonte de
inspiração para todos nós.
A morte de Andrew Beckett, logo após a
sua vitória no processo, deixa o espectador
a reflectir mais profundamente sobre o caso,
provocando-lhe um grande impacto emocio-
nal e tornando assim mais eficiente a sensibilização efectuada pelo filme. Podemos dizer
que Philadelphia representa um apelo à nossa
consciência e aos nossos valores como ser
social e humano que somos, membros de uma
sociedade em que a injustiça e discriminação
se revelam problemas cada vez mais preocupantes.
São 120 minutos cheios de coragem e determinação, um excelente filme, com protagonistas fantásticos – Tom Hanks e Denzel Washington – e uma banda sonora excelente, da
responsabilidade de Bruce Springsteen, numa
das direcções de referência de Jonathan Demme. A ver ou rever na próxima oportunidade.
Joana Martins, João Santos,
João Constantino, Lúcia Maçãs,
11º C
ARTE E CULTURA
ANO 3 - Nº 8
TOQUE DE SAÍDA
BIODIVERSIDADE, MEDICINA E PLANTAS
No dia 10 de Março, os alunos
do 12º B organizaram duas palestras integradas na Semana das
Ciências, uma sobre Biodiversidade e outra sobre a Medicina e
as Plantas. Ambas as palestras
foram proferidas pelo Doutor Jorge Paiva, licenciado em Ciências
Biológicas e doutorado em Biologia, que já publicou mais de cinco
centenas de trabalhos e proferiu
mais de um milhar de comunicações e conferências.
O orador contemplou os presentes com duas palestras muito dinâmicas e agradáveis. Na
palestra sobre Biodiversidade,
compareceram principalmente os
alunos e professores convidados.
O Doutor Jorge Paiva abordou
a diversidade da natureza viva,
desde a variedade genética dentro das populações e espécies, à
diversidade relativa entre organismos de diferentes ecossistemas.
O Doutor Paiva apresentou ainda
imagens das suas viagens pelos
diferentes continentes, demonstrando que a Biodiversidade deve
ser preservada pelo Homem, uma
vez que é realmente importante
para a sobrevivência de todos.
A outra palestra, sobre a Medicina e as Plantas, foi aberta à comunidade local. O orador alertounos para a infinidade de plantas
com valores medicinais proporcionadas pela mãe-natureza. Explicou-nos que as plantas que exercem sobre o Homem uma acção
farmacológica são denominadas
plantas medicinais. Estas plantas
ajudam-nos a ultrapassar alguns
problemas de saúde mas, se forem consumidas em quantidades
excessivas, como têm propriedades tóxicas, podem levar-nos à
morte. Ficámos ainda a saber que
as plantas aromáticas são assim
denominadas porque armazenam
UNIDOS PELA TERRA
No dia 22 de Abril de 2008, os alunos do
12º B do Externato, em conjunto com os alunos do 2º Ano da Escola do 1º Ciclo da Benedita, realizaram uma saída de campo, organizada pela Câmara Municipal de Alcobaça, à
Praia Paredes de Vitória para comemorar o
Dia Mundial da Terra.
Com o objectivo de conhecer a biodiver-
sidade regional, as ameaças à fauna e flora
locais e de promover a conservação da natureza e da biodiversidade, os alunos e professores participaram numa actividade que consistia na remoção dos Chorões – Carpobrotus
edulis sp – espécie invasora oriunda de África do Sul, que põe em causa a sobrevivência
de espécies autóctones. Esta actividade foi
precedida por uma aula de campo sobre as
espécies exóticas. Por fim, realizou-se um
lanche em que tomaram parte os alunos, os
professores e as biólogas da CMA.
Estas actividades são extremamente importantes, uma vez que promovem a interacção entre os seres humanos e a natureza.
Cláudia Santos, Mara Barbosa, Rafaela Santos,
Mariana Pereira, Carolina Luís, 12ºB
Laboratório Aberto
CIÊNCIA DIVERTIDA
No dia 11 de Março, o 10º
A realizou uma actividade intitulada “Laboratório Aberto”,
integrada na “Semana das Ciências”, e coordenada pelas
professoras Paula Castelhano, de Biologia e Geologia, e
Margarida Alves, de Física e
Química.
O projecto consistiu na
apresentação de experiências divertidas e de fácil compreensão, com bases científicas verdadeiras, a alunos do
Ensino Básico das escolas da
Benedita – Jardim-de-infância, 1º Ciclo e EB 2 Frei An-
tónio Brandão – e teve como
objectivos a motivação para
a aprendizagem das Ciências
e a promoção da educação
cívica para a cidadania.
Por parte dos alunos do
10ºA e das professoras que
coordenaram esta actividade,
a opinião é consensual: foi
um dia muito cansativo, mas
compensador. Os alunos que
participaram no “Laboratório
Aberto” mostraram-se interessados, principalmente os
mais novos, o que também
motivou a turma responsável.
Na opinião destes nossos
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE
colegas mais novos, “foi bué
fixe!!!” e “bué interessante”,
comentários que a todos deixaram felizes, professores e
alunos do 10ºA.
Mariana Rodrigues, 10º A
óleos essenciais em células secretoras. O Doutor Paiva alertounos também para os efeitos que
as plantas podem ter sobre as
pessoas – abortivos, diuréticos ou
alucinogénios – sendo necessária
cautela quando tomamos infusões
de plantas.
As duas palestras agradaram
aos presentes e foi sugerida a realização de novas palestras pelo
Doutor Jorge Paiva, pois o público
sentiu a importância de ter mais
conhecimentos sobre o mundo
que nos rodeia e que, em grande
parte, ainda nos é desconhecido.
Ana Luís, Élia do Carmo,
Elsa Belo, Regina Santos
12º B
ARTHUR C. CLARKE
ASTRÓNOMO E ESCRITOR
Nascido em Somerset, Inglaterra, em
1917, tornou-se conhecido pela colaboração no argumento do
filme de Stanley Kubrick, 2001 – Odisseia no
Espaço, e pela realização da série televisiva
O Mundo Misterioso de
Arthur C. Clarke. Foi o
primeiro cientista a sugerir satélites de comunicações em órbitas
geostacionárias e a defender que a exploração espacial poderá originar um novo Renascimento.
A sua obra de ficção e de autor de cinema e televisão fica marcada pela divulgação científica (devido ao rigor que a caracteriza) e pela facilidade de comunicação
que lhe permitiu chegar aos mais diversos
públicos. Outro aspecto relevante da sua
obra é a defesa dos valores humanos.
Faleceu no Sri Lanka, onde residia, no
dia 18 de Março, sem ter visto satisfeitos os
três desejos que formulara em Dezembro
do ano passado, aquando do seu nonagésimo aniversário: que o mundo adoptasse
fontes de energia limpas; que a paz fosse
estabelecida no Sri Lanka e que fossem
apresentadas evidências da existência de
seres extraterrestres.
A mensagem de despedida de Sir Arthur
C. Clarke pode ser consultada em http://
br.youtube.com/watch?v=3qLdeEjdbWE.
Emocionante!
Professor Sérgio Teixeira
15
TOQUE DE SAÍDA
ANO 3 - Nº 8
A GEOGRAFIA NA SEMANA DAS CIÊNCIAS
VIAJAR PELO MUNDO SEM SAIR DO LUGAR
Durante a Semana das Ciências, que mais uma vez assinalámos no Externato, a Geografia
deu o seu contributo na dinamização de diversas actividades.
Recorrendo às Tecnologias da
Informação e Comunicação, os
professores de Geografia envolveram os alunos em diversos jogos
didácticos, de acordo com os conteúdos programáticos do 3º Ciclo.
Aprender brincando pode bem ser
a expressão que resume o impacto que os jogos tiveram. De facto,
os jogos são uma das actividades
de que os alunos mais gostam
porque mobilizam uma linguagem
que lhes é acessível, levando-os
para um meio onde se “sentem
em casa”. Esta Geografia Interactiva, como decidimos chamar-lhe,
procura mostrar novas formas de
aprender e de ensinar e é um dos
caminhos que também devemos
percorrer na sala de aula.
Outra das actividades foi a exploração do Google Earth, programa informático que permite, através de imagens de satélite, ver as
terras onde habitam os alunos, as
suas casas e a sua escola, ter os
olhos “do tamanho do mundo”. É
interessante registar o interesse
com que os alunos procuram os
GEOGRAFIA INTERACTIVA
No passado dia 13 de Março, decorreu na nossa escola
uma actividade, integrada na
Semana das Ciências, intitulada Geografia Interactiva. Os
alunos que nela participaram,
sobretudo os alunos do 3.º Ciclo, puderam lidar com a Geo-
grafia de uma forma diferente
e apelativa.
Utilizando o computador,
“viajámos” pelas capitais da
Europa, conhecemos e descobrimos as características
dos países do Mundo. Apenas
com um clic, os nossos conhecimentos geográficos foram
postos à prova. Além disso,
também nos foi dada oportunidade de ver diferentes perspectivas do nosso planeta
através de apresentações de
PowerPoint e da utilização do
Google Earth.
Podemos afirmar que esta
EM FOCO NA SEMANA DAS CIÊNCIAS
espaços com os quais se identiO repto está lançado e lá nos
ficam.
encontraremos todos novamente,
Mas também cantaram, tam- dia 5 de Junho, na Marcha do Ambém viram e debateram documen- biente.
tários e filmes sob temáticas abordadas em aula. Foi também para
Professor Ricardo Miguel
os alunos que simbolizámos as
zonas climáticas nos
degraus de acesso ao
piso superior do ECB,
e também para eles
criámos os materiais,
porque gostamos de
UM BEM ESSENCIAL À VIDA!
mostrar que a Geografia pode e deve ser
No dia 14 de Abril, no âmbito da Seensinada e aprendida
mana das Ciências, uma representante
com prazer.
da empresa Águas do Oeste proferiu
uma palestra para alguns alunos da nossa escola, incidindo, entre outros aspectos, sobre o funcionamento da empresa e sobre a utilização da água de uma
iniciativa foi positiva, pois
forma sustentável. A empresa Águas do
permitiu enriquecer a cultura
Oeste é uma concessionária do Sistema
geográfica de todos os partiMunicipal de abastecimento de água e
cipantes. Sendo assim, é nossaneamento da região Oeste, que sersa opinião que se continuem a
ve os municípios de Alcobaça, Alenquer,
realizar actividades deste tipo,
Arruda dos Vinhos, Azambuja e Cadaval,
pois é do agrado dos alunos,
entre outros.
independentemente do ano
Um dos aspectos tratados durante a
que frequentem. É também
palestra foi o ciclo urbano da água. Deuma forma de os professores
pois de ser captada na Natureza, a água
poderem complementar os copassa pela ETA, Estação de Tratamento
nhecimentos que nos transmide Águas e, após ter sido tratada, está
tem nas aulas.
pronta para se beber ou utilizar noutros
fins, sejam eles domésticos, industriais
Catarina Gomes e Cristina Tomás, 9ºH
ou agrícolas. Depois de utilizada, e antes
de ser devolvida à Natureza, a água passa pela ETAR, Estação de Tratamento de
Águas Residuais, de forma a ser sujeita
a um processo de tratamento adequado.
Também nos foi explicado que, com
pequenos gestos, se pode contribuir
para um mundo melhor. Por exemplo, fechando a torneira enquanto escovamos
os dentes e reduzindo o tempo de banho,
são de gases poluentes para
podem ser poupadas quantidades consia atmosfera, como Londres,
deráveis de água. São pequenos gestos
México ou Los Angeles. Por
do quotidiano que podem mudar o munúltimo, assistimos a um debado!
te sobre a Teoria do Big Bang,
Outro aspecto referido na palestra foi
que contrapunha a posição
a distribuição da água no planeta. Mais
científica,
defendida
pelo
de 50% da água da Terra é salina; da
cientista Stephen Hawking, à
restante, muita é utilizada na indústria e
posição religiosa, advogada
na agricultura. O que resta de água doce
por Deus.
é a que utilizamos para uso doméstico,
Em 90 minutos, os alunos
mas infelizmente alguma dela já está poaprenderam, rindo, o que os
luída.
professores lhes tentam lecEm suma, esta palestra, não só nos
cionar em várias aulas. No
fez perceber o importante papel da emfim, saímos com a certeza de
presa Águas do Oeste, como nos alertou
que o objectivo da actividade
para o problema da escassez de água
e as expectativas do público
potável no nosso planeta.
tinham sido alcançados.
ÁGUA POTÁVEL
POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA E TEORIA DO BIG BANG
No dia 12 de Março, os alunos do 10º B assistiram, no
anfiteatro 19, a uma apresentação de trabalhos elaborados
pela turma do 11º B, e integrados na Semana das Ciências.
Os temas eram bem actuais.
Acerca da “Poluição Atmosférica”, fomos elucidados sobre
os agentes causadores, as
consequências a curto, médio
e longo-prazo, a intervenção
do homem e as medidas preventivas. Explicaram-nos tam-
16
bém, sinteticamente,
a Teoria do Big Bang,
aclarando as nossas
ideias acerca da formação do Universo e
da Terra.
Assistimos assim
a três representações
teatrais. A primeira, muito
original, explicou de maneira simples, com fantoches, o
problema da poluição atmosférica numa cidade industrializada, abordando temas como
o smog. O segundo trabalho
era também sobre este assunto, porém num contexto mais
moderno, sob a forma de jornal televisivo, apresentando
as principais cidades afectadas e responsáveis pela emis-
Arlete Sineiro e Flávio Santos , 10º B
Beatriz Inácio, 8ºG
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE
ANO 3 - Nº 8
TOQUE DE SAÍDA
CYBERBULLYING
Actualmente, as crianças e jovens passam grande parte do seu
tempo em contacto com as novas
tecnologias, recorrem ao telemóvel para comunicar com os amigos, usam a Internet para enviar
mensagens, colocam fotos, músicas e vídeos nos mais variados sítios da Rede. Muitos destes jovens
consideram como amigos pessoas
que nunca conheceram para além
da realidade virtual, e fenómenos
da vida real, como é o caso do
bullying, instauraram-se também
em redes de comunicação.
O bullying é um comportamento
violento, de intimidação e maustratos, em que vítimas e agresso-
res são jovens. O bullying na Internet, conhecido por cyberbullying,
ocorre quando os jovens usam
a Internet, os telemóveis ou outros dispositivos de comunicação
para enviar mensagens de texto,
de imagem, vídeo ou som, com o
intuito de magoar, embaraçar ou
denegrir outro jovem. Estima-se
que em Portugal este problema já
afecte uma percentagem considerável de adolescentes.
A vítima de cyberbullying deve
participar o facto à operadora de
telecomunicações ou fornecedor
de serviços de Internet, e alertar o responsável pelo site onde
a agressão foi publicada. Em úl-
História de Bits
SABE QUANDO SURGIU O
PRIMEIRO COMPUTADOR
EM PORTUGAL?
Sendo da área e
pesquisando na web,
encontrei uma data
que, no mínimo, me
surpreendeu. Sabendo que o primeiro
computador do mundo foi o ENIAC, que
surgiu no ano de 1946, não imaginava que os
computadores em Portugal existissem há tanto
tempo. Neste país, estas modernidades não aparecem de repente, e ainda para mais na altura do
Estado Novo.
Os informáticos só existem oficialmente em
Portugal a partir de 1974, apesar de um dos primeiros, senão o primeiro, computador electrónico e digital ter sido instalado em 1958 no LNEC.
Dava pelo nome de IBM 604 e foi lançado em
Maio de 1955 pela Industrial Business Machines,
mais conhecida por IBM. Funcionava a transístores e tinha 1350 válvulas electrónicas.
Outra máquina importante foi o NCR Elliott 803
e outras fontes referem que este foi de facto o
primeiro computador electrónico em Portugal – o
IBM 604 era mais do tipo calculadora. Em 1961,
o Banco Pinto de Magalhães, no Porto, instala
um computador Elliot 803 para executar a segunda posição das contas correntes e o controlo das
responsabilidades por letras de todos os seus
balcões
À pergunta, e antes da pesquisa, teria respondido, com alguma convicção: 30 anos.
Professor Paulo Valentim
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE
tima instância, deve contactar as
autoridades policiais. Não sendo
aprazível, é também fundamental armazenar as mensagens de
cyberbullying, uma vez que estas
poderão servir como prova, em
casos de maior gravidade.
Mas, como na maioria das situações na nossa vida, a prevenção
é o melhor remédio. Para evitar os
efeitos nocivos do cyberbullying, é
indispensável haver comunicação
entre os jovens e os pais e professores. Entender as alterações
nos seus comportamentos evita o isolamento e possibilita-lhes
a ajuda necessária. Em casa, os
pais devem ter em consideração
a importância de os computadores com acesso à Internet estarem
colocados num espaço comum da
habitação, o que lhes permitirá observar o comportamento dos filhos
e estar atentos a situações abusivas. Devem também adoptar-se
alguns cuidados que previnem o
cyberbullying, por exemplo: os
programas de mensagens instantâneas (MSN – Messenger, YCQ,
etc.) permitem o bloqueio de contactos indesejáveis; certos sítios,
como o hi5, myspace e bebo permitem que os jovens mantenham
os seus perfis privados e, desta
forma, apenas os seus amigos os
visualizem; as operadoras de telemóveis também disponibilizam
serviços de bloqueio na recepção
de certas mensagens e imagens.
Uma importante forma de combater este fenómeno nefasto será
contribuirmos todos para uma boa
educação, não só no dia-a-dia,
mas também online, sendo este o
método mais seguro contra o cyberbullying.
Professor Alexandre Lourenço
E-PORTEFÓLIOS
O portefólio electrónico, introduzido no
passado ano lectivo através da disciplina
de Área de Projecto do 8º Ano, será no futuro alargado aos restantes anos do Ensino Básico e, mais tarde, ao Ensino Secundário.
Que vem a ser então um portefólio?
Segundo C. Silvério, consiste num conjunto de trabalhos que o aluno recolheu,
seleccionou, organizou e sobre os quais
reflectiu, com o apoio dos professores,
procurando demonstrar os conhecimentos
que adquiriu e as competências que desenvolveu, evidenciando deste modo a sua
evolução ao longo do tempo. Um portefólio
pode conter trabalhos de pesquisa, avaliações sumativas, auto-avaliações, fichas de
leitura, relatórios, comentários de colegas,
de professores e de encarregados de educação. O portefólio privilegia o processo
de aprendizagem, espelhando o percurso
do aluno, permitindo identificar as suas
dificuldades e os seus pontos fortes, bem
como os seus interesses pessoais, ajudando assim os professores na definição de
estratégias diferenciadas.
As tecnologias disponibilizadas pela internet (e-portefólio) adicionaram vantagens
à construção de portefólios: maior capacidade de relacionação e de organização dos
conteúdos; utilização de novos suportes de
informação (vídeo, áudio, imagem, animação); maior facilidade na colaboração dos
intervenientes, bem como na publicação
dos materiais e no seu acesso.
Neste âmbito, o Centro de Competências em TIC da Escola Superior Educação
de Santarém desenvolveu um módulo, a
integrar no Moodle, para a gestão dos eportefólios dos alunos do Ensino Básico
(RePe - Repositório de e-Portefólios Educativos). A escolha do Moodle resulta do
facto de quase todas as escolas utilizarem
esta plataforma, o que permite a exportação e a importação dos portefólios.
O centro dividiu o módulo em 7 itens:
I – Identificação institucional do aluno;
II – A minha página pessoal – identificação informal do aluno;
III – Este ano gostaria de… – reflexão
do aluno acerca de si-mesmo e da escola;
IV – O meu diário de aprendizagem –
reflexão sobre as aprendizagens;
V – Os meus trabalhos – gestão dos trabalhos desenvolvidos pelos alunos;
VI – Já consegui… – reflexão final do
aluno sobre o trabalho realizado durante o
ano lectivo;
VII – Agenda
Para mais informações, consultar o sítio: http://moodle.crie.min-edu.pt/course/view.php?id=395
Professor Samuel Branco
17
TOQUE DE SAÍDA
ANO 3 - Nº 8
UM VEGETAL DE ELEIÇÃO
AS ALGAS
No mundo ocidental não está
muito vulgarizada a utilização das
algas como alimento. No entanto, muitos cientistas consideram
que as algas podem ser a solução
para as carências alimentares de
que sofre uma grande parte da
humanidade. Não nos podemos
esquecer de que três quartos do
nosso planeta estão cobertos de
água; para além disso, algumas
algas desenvolvem-se muito bem
na cultura controlada.
As algas são os vegetais mais
autónomos que existem. Não precisam de rega, nem de adubos ou
pesticidas para crescer e reproduzir-se. Constituem, pelo menos em
teoria, uma reserva quase ilimitada de alimentos para os peixes e
outras criaturas aquáticas, assim
como para os seres humanos que
se decidam a consumi-las.
Vantagens
Evitam o bócio quando se ingere pouco iodo com os alimentos,
como acontece em certas zonas
montanhosas do interior. Um punhado de algas secas acrescentadas a qualquer guisado satisfaz
sobejamente as necessidades de
iodo de toda a família.
Constituem uma boa fonte de
cálcio, magnésio e ferro.
As gomas ou mucilagens das
algas retêm até dez vezes o seu
peso em água; assim, incham no
estômago e produzem sensação
de saciedade, o que as torna muito úteis nas curas de emagrecimento. Além disso, retêm sucos
gástricos e actuam como um antiácido natural no estômago.
São laxantes: as gomas mucilaginosas das algas tornam as
fezes mais volumosas e moles,
facilitando uma evacuação suave
e fisiológica.
Pelo seu conteúdo em iodo, as
algas facilitam a produção de hormonas da glândula tiróide. Estas
hormonas aceleram a combustão
dos hidratos de carbono e das
gorduras. Por isso recomendamse as algas em todos os progra-
mas de emagrecimento.
Um dos efeitos das gomas ou
mucilagens das algas é o de impedir a absorção do colesterol no
intestino. Portanto, o consumo
habitual de algas reduz o nível de
colesterol no sangue
Inconvenientes
O seu sabor lembra o do peixe,
e não é bem aceite por algumas
pessoas.
Têm elevado conteúdo em sódio, pelo que os hipertensos devem comê-las com moderação.
São desaconselhadas em caso
de hipertiroidismo pela elevada
quantidade de iodo que contêm.
Professor Miguel Fonseca
25 DE ABRIL ONTEM E HOJE
ESCOLA E DEMOCRACIA
(Continuação da página 1)
Os portugueses não se podiam organizar
em partidos políticos, a actividade sindical
era proibida e todas as associações cívicas
de inspiração democrática eram suspeitas de
conspirar contra o governo e a Pátria. Os artistas reprimiam a sua criatividade e o cidadão
comum pensava duas vezes antes de emitir a
sua opinião sobre o que quer que fosse. Até
que ponto seríamos capazes, nós, hoje, de viver assim? O país que temos está longe de
ser perfeito, mas um longo caminho já foi percorrido. Dos escombros de um Portugal colonialista, antiliberal e autoritário, consolidámos
as bases de uma nação democrática e livre.
Os jovens de hoje estudam História de Portugal na escola, mas isso não quer dizer que a
conheçam e a amem. O adolescente de quinze anos chega enfastiado à aula e, qualquer
que seja o tema proposto, responde invariavelmente: “É uma seca”. As questões políticas
são assuntos entediantes que merecem desprezo ou apatia. A classe política é olhada com
desconfiança e, muitas vezes, com desdém.
Mas talvez não devêssemos ser tão precipitados: afinal, conhecer o passado é a melhor
forma de aprender a construir o futuro. Estar
atento ao que acontece no país e no mundo é
a única forma de compreender os fenómenos
sociais e as decisões políticas. Só assim podemos intervir e tomar posição. Neste sentido,
os professores (e não só os de História) têm
um papel preponderante na formação dos alunos. Mas é também necessário que desperte
e se desenvolva em cada um de nós a consci-
18
ência de que somos futuros
cidadãos e devemos, individualmente, investir na nossa
formação. Mais de dois mil
anos nos separam de Aristóteles e da democracia grega, mas continuamos a ser o
animal político, aquele para
quem viver em sociedade é
a única forma de assumir a
sua humanidade. Não nos
limitamos a viver; a nossa
vivência é uma convivência,
isto é, vivemos com os outros
numa polis que já não é só a
cidade, mas a nação e também o mundo. Ora a política
diz respeito à intervenção cívica no espaço humano, lugar de coabitação e
de vivência colectiva. Todos nós, jovens, devemos estar conscientes disso. Num Estado
democrático, a actividade política não deve
ser apanágio de um grupo de iluminados, participar é um imperativo que se impõe a todos.
Não nos podemos alhear da realidade e ficar
à espera que outros decidam por nós. Não devemos restringir a nossa participação à mesa
do café ou às tertúlias com amigos. Devemos
estar atentos, informados, desenvolver um espírito crítico, debater ideias e ser capazes de
apontar soluções. Em suma, é necessário que
os jovens de hoje – os homens de amanhã
– estejam convenientemente preparados para
o exercício da cidadania.
Por tudo isto, apelo aos jovens aqui presentes
e a todos os que demonstram gosto pela política e pela intervenção cívica que lutem por
um país melhor, mais justo e solidário. Que
sejamos uma geração persistente, empenhada e capaz de mudanças. Que sejamos uma
geração de ideias e trabalho, que não se demite e que luta pelo bem comum, capaz de
consolidar esta jovem democracia e que honre
o espírito da Revolução que hoje comemoramos. Em liberdade, e sem abutres, (mais uma
vez Sophia) ou «poderemos Abril ter perdido/
O dia inicial inteiro e limpo/ Que habitou nosso
tempo mais concreto».
Marta Santos, 11º A
http://www.improvisacoesemdomenor.blogspot.com/
OLHAR CIRCUNDANTE
ANO 3 - Nº 8
TOQUE DE SAÍDA
ENIGMAS
1. Os cubos
Quantos cubos são necessários para formar a torre que se encontra na figura?
2. O alvo
No seguinte alvo obtém-se uma certa pontuação se ao disparar uma flecha esta cai na
zona B, e outra pontuação se cai na zona A.
O António lançou 3 flechas ao alvo; 1 caiu na
zona B, e 2 na zona A, e obteve 17 pontos. O
David também lançou 3 flechas; 2 caíram na
zona B, e 1 na zona A, e obteve 22 pontos.
Quantos pontos são atribuídos a uma flecha
que cai na zona A?
3. Calendário
Um determinado ano tem 53 domingos.
Será possível que nesse ano o dia 8 de Março seja a uma 6ª feira?
4. A aposta
O Ricardo e a Paula estão sentados nas
suas motas, parados numa estação de serviço da auto-estrada Porto-Lisboa, a descansar um pouco antes de prosseguirem viagem.
Entretanto observam que os carros que circulam na auto-estrada podem ser agrupados
O OITAVO DA
RECICLAGEM
em três categorias:
•Rápidos - que circulam a velocidade constante de 120 Km/h;
•Médios - que circulam a velocidade constante de 90 Km/h;
•Lentos - que circulam a velocidade constante de 60 Km/h;
Observam também que o tempo que decorre entre a passagem de dois carros da
mesma categoria é de 10 segundos. Então
o Ricardo diz à Paula que, uma vez que ela
viaja sempre a 90 Km/h, o número de carros que ela ultrapassar será igual ao número
de carros que a ultrapassarem. A Paula responde “Estás enganado” e propõe a seguinte
aposta: “Dou-te 100 euros por cada carro que
me ultrapassar antes da próxima estação de
serviço e tu dás-me 100 euros por cada carro
que eu ultrapassar”.
A próxima estação de serviço dista 90 Km.
Algum deles terá lucro com a aposta? Se sim,
quanto?
5. O Concorde
A bordo de um Concorde vão 201 pessoas
de 5 nacionalidades diferentes. Sabe-se que
em cada grupo de 6 pessoas, pelo menos 2
têm a mesma idade.
Mostra que, no avião, há, pelo menos, 5
pessoas do mesmo país, da mesma idade e
do mesmo sexo.
Durante o mês de Abril, alguns alunos do
12º B realizaram palestras para seis turmas
do 8º ano, no âmbito do programa Eco-Escolas, com o intuito de promover hábitos de
separação de lixo e de tratamento de resíduos, assim como para dar informações sobre
a importância desta prática.
O projecto Eco-Escolas é um programa
internacional que pretende sensibilizar a
população e os alunos para as questões do
ambiente e para tentar travar a destruição
do nosso Planeta Azul.
Durante as palestras houve uma boa interacção entre os intervenientes e grande
curiosidade por parte dos alunos, que tentaram perceber e desenvolver competências
que lhes permitam sensibilizar os pais e a
comunidade: reciclar é preciso, quase tanto
como respirar, e é destes pequenos gestos
que a consciencialização deve ser feita. O
respeito por todos e pelo mundo é cada vez
mais necessário.
Ana Ferreira, Bebiana Santos, Joana Cavadas e
Vânia Silva, 12ºB
As soluções do nº7 encontram-se na página web::
htt://www.externatobenedita.net
Microsoft e Adobe
SUDOKU
NOVOS LANÇAMENTOS
É um puzzle lógico, num quadrado
de nove linhas por nove colunas, organizado em regiões de 3x3.
Use algarismos de 1 a 9, de modo a
que cada algarismo apareça uma única
vez em cada linha, coluna, ou região de
3x3.
Não é necessária qualquer operação
aritmética.
Aqui ficam três exemplares, de graus
de dificuldade diversificados.
Divirta-se!
5
1
2
7
8
9
2
7
7
4
6
7
8
6
1
2
9
9
2
1
6
4
8
3
6
7
4
5
9
8
5
1
5
8
3
6
4
1
7
8
8
4
5
9
3
7
3
7
8
6
1
9
2
4
5
9
6
2
4
5
6
9
2
PASSATEMPOS E CURIOSIDADES
7
3
2
8
Fácil
3
3
1
Médio
2
3
4
8
3
1
1
4
8
Difícil
8
1
1
3
8
2
1
8
9
5
4
5
2
6
A Microsoft anunciou no dia 14 de Março que vai lançar
em 2010 o novo Sistema Operativo denominado “Windows
7”.
O “Vista” tinha sido lançado a 30 de Novembro de 2006
para fabricantes de computadores, e a 30 de Janeiro de
2007 para utilizadores finais. Mas o Vista ainda deixa muito a desejar e, só passado um ano após o seu lançamento,
foi disponibilizado o Service Pack 1 que permite resolver
incompatibilidades com a maioria do software e hardware.
Outro destaque foi o facto de a Microsoft ter sido obrigada
a adiar o lançamento do SP 3 para o XP devido a um erro
encontrado à última hora.
Outra grande empresa mundial, a Adobe, lançou o
Adobe Media Player que permite visualizar vídeos online
e off-line. Este programa tem vários recursos, como um
Catálogo, que descobre novos programas de TV online;
o recurso Vídeos Pessoais, que permite transmitir e fazer download dos vídeos favoritos para o computador; a
secção dos Favoritos, que permite fazer downloads automáticos de episódios dos nossos programas favoritos; por
último, a secção de Novos Episódios permite gerir os episódios de séries televisivas. Este software ainda só está
disponível em Inglês dos Estados Unidos e é gratuito.
Nelson Pestana, 10ºG
19
TOQUE DE SAÍDA
ANO 3 - Nº 8
MÓDULO PADRÃO
Trabalhos sobre módulo
padrão, realizados pelos
alunos do 8º ano, turmas
B, C e F, no âmbito das
disciplina de Educação Visual, usando a técnica da
colagem de papel de lustro
colorido em papel cavalinho.
Mosteiro dos Jerónimos
JÁ FOI AO MUSEU NACIONAL DE ARQUEOLOGIA?
Pode visitar o site deste museu em
www.mnarqueologia-ipmuseus.pt
Vale a pena! Em 2002, foi considerado o melhor do mundo. Recebeu o prémio
“Web d´Art d´Or” num festival de audiovisual e multimédia para profissionais que
trabalham em instituições culturais e museológicas. É excelente pela qualidade e
riqueza da informação que nos oferece,
em concreto a respeitante às visitas virtuais. Podem visitar-se exposições que
estão a decorrer, algumas já passadas, e
outras inteiramente virtuais. No caso da
exposição virtual Mosaicos Romanos, podem encontrar-se exemplos retirados de
locais arqueológicos de todo o país, com
destaque para os mosaicos de Póvoa de
Cós, Alcobaça; São Sebastião do Freixo,
Batalha; e Martim Gil, Leiria. Todas as
peças do acervo podem ser pesquisadas
atendendo às características específicas
de inventário.
No site há ainda lugar para a “peça do
mês”. Todos os meses uma peça é eleita
e, sobre a mesma, encontramos uma grande variedade de informação.
Com certeza que depois desta visita
vai querer ver com os seus próprios olhos
tudo o que o museu tem para lhe oferecer,
apesar de a visita virtual ser deveras rica e
completa. Aqui fica portanto a informação:
o MNA fica sedeado no edifício do Mosteiro dos Jerónimos, na Praça do Império,
em Lisboa, e pode ser visitado de terça a
domingo, entre as 10h e as 18h. Pela Internet, pode visitá-lo em qualquer dia e a
qualquer hora.
COLABORARAM NESTE NÚMERO
Além dos membros permanentes da equipa do jornal: a
Associação de Estudantes; as turmas B, C e F do 8º Ano;
os alunos Alexandre Coelho, Ana Ferreira, Ana Luís, Arlete
Sineiro, Beatriz Inácio, Beatriz Silva, Bebiana Santos, Bruna
Cruz, Carla Serralheiro, Carolina Luís, Catarina Gomes, Cláudia Santos, Cristina Tomás, David Susano, Élia do Carmo,
Elisa Belo, Fátima Santos, Filipa Isabel Serrazina, Flávio Santos, Inês Pereira, Joana Cavadas, Joana Martins, João Constantino, João Pestana, João Santos, Laura Gonçalves, Lúcia
Maçãs, Mara Barbosa, Mariana Pereira, Mariana Rodrigues,
Marina Rosário, Marta Pimenta, Marta Santos, Mónica Fialho,
Nelson Pestana, Nuno Filipe Pena, Rafaela Santos, Regina
Santos, Samuel Pereira, Susana Coito, Telmo Coito, Vanessa
Fialho e Vânia Silva; as professoras de Francês; o grupo organizador do Festteatro; os professores Alexandre Lourenço,
Ana Luísa Quitério, Ana Paula Barosa, Domingos Martinho,
Isabel Neto, Paula Cristina Ferreira e Ricardo Miguel. E ainda
a psicóloga Margarida Ferreira e a educóloga estagiária Cristiana Carvalho.
20
Professora Lurdes Goulão
A ESCOLA É FIXE
Beatriz Silva, 10ºF
ARTE E CULTURA

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