tiro defensivo - Jur de Paula | Advogados
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M-19-PM POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO MANUAL POLICIAL MILITAR MANUAL DE TIRO DEFENSIVO Setor Gráfico do CSM/M Int Impresso em 1999 1ª Edição Tiragem: 2.000 exemplares Publicado Bol G PM 034/99 POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO COMANDO GERAL São Paulo, 21 de janeiro de 1999. DESPACHO Nº DSist-2/322/99 1. O Comandante Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo, usando das atribuições que lhe conferem os artigos 16 e 43 das I-1-PM, aprova, manda pôr em execução e autoriza a impressão do MANUAL DE TIRO DEFENSIVO DA POLÍCIA MILITAR (M-19-PM), 1ª edição. 2. Autorizo que o presente MANUAL seja publicado em apêndice ao Boletim Geral. CARLOS ALBERTO DE CAMARGO Cel PM Comandante Geral -2- DISTRIBUIÇÃO 1. Órgãos de Direção a. Geral Cmt G ....................................................................................................... 03 SCmt PM .................................................................................................. 03 Sch do EM/PM ......................................................................................... 03 Seções do EM/PM (cada) ........................................................................ 03 Gab Cmt G ............................................................................................... 03 Corregedoria da PM ................................................................................. 03 b. Setorial Diretorias (cada) ........................................................................................ 05 DEI ............................................................................................................. 10 2. Órgãos de Apoio a. OPM de Apoio ao Ensino e Instrução (cada) ........................................ 10 b. Demais OPM (cada) .............................................................................. 05 3. Órgãos Especiais de Apoio a. AG .......................................................................................................... 03 b. C Com Soc. ........................................................................................... 03 c. C Mus .................................................................................................... 03 4. Órgãos de Execução a. Grandes Comandos (CPM, CPI e CCB) (cada) .................................... 05 b. CPA/M e CPA/I (cada) .......................................................................... 05 c. CPTran, CPFem, CPRv e CPFM ........................................................... 05 d. UOp (cada) ............................................................................................ 03 5. Órgãos Especiais de Execução a. OPM (cada) ........................................................................................... 05 6. Casa Militar ............................................................................................ 03 7. Consultoria Jurídica ................................................................................ 02 Reserva: a. no EM/PM 1ª Seção ................................................................................................... 05 na DSist .................................................................................................... 05 Para venda no CSM/M Int .................................................................... 1.000 (*) Obs.: os exemplares serão distribuídos às Unidades pelo CSM/M Int., e controlados por meio de recibo conforme o prescrito no artigo 57 das I-1-PM (Instruções para as Publicações da Polícia Militar). -3- PREÂMBULO A experiência mostra que, quase na totalidade das vezes, procedimentos e não tiros, é que preservam vidas e solucionam problemas. Na instrução de tiro da nossa Corporação, o importante não é a quantidade de tiros, mas, a sua qualidade; que, uma instrução de tiro não é o simples disparar contra alvos descobertos, mas, enfrentar situações semelhantes à realidade, condicionando o Policial Militar a atuar, no caso de um confronto armado com os infratores, com a razão, dentro da Lei, da ordem e da realidade brasileira. Nessa instrução, ele aprende a verbalizar, raciocinar, decidir corretamente, administrar seu nível de tensão, proteger-se, usar seu armamento com consciência, conhecer seus limites de atuação, preservando, assim, a sua vida, a vida de terceiros, e a boa imagem da Corporação, (e evitando responder a pesados processos na justiça). Temos orgulho que tudo isso, e muito mais, surgiu dentro de nossa própria Corporação, com o “Método Giraldi” de TIRO DEFENSIVO, que não encontra paralelo no mundo, e que, por isso mesmo, é elogiado por Polícias de outros países, e está sendo implantado por outros segmentos que dele tomam conhecimento. Simples, prático, barato, exeqüível e maleável, tornou-se uma verdadeira filosofia revolucionária na instrução de tiro. Ao Cel PM Nilson Giraldi, que se baseou em mais de 50 (cinqüenta) anos de experiência policial, pesquisas, levantamentos, sacrifícios e muita imaginação, os nossos agradecimentos pela cessão do seu método, para a confecção deste manual. CARLOS ALBERTO DE CAMARGO Cel PM Comandante Geral -4- MENSAGEM DO AUTOR O Serviço Policial Militar é extremamente complexo, e, dentro dessa complexidade, a necessidade de um disparo atinge proporções inimagináveis para o pleno raciocínio humano naquele instante, quando o Policial Militar ocupa, obrigatoriamente, e momentaneamente, a função de quase um deus, senhor da vida e da morte. Sob violenta tensão, emoção, e, muitas vezes medo, ele terá alguns segundos (se tiver) para decidir se efetua o disparo; a Justiça terá vários anos para concluir se o disparo foi necessário e correto. O grande desafio: Como preparar o Policial Militar para esse instante? Este trabalho tem a resposta! Dedicamos este trabalho a todos os Policiais Militares do Brasil, incansáveis e abnegados profissionais de segurança pública; heróis anônimos, protetores e escudos da sociedade, que, muitas vezes, pagam com a própria vida, essa árdua, difícil e complexa missão, tida como a mais estressante e perigosa do mundo. Prezado Policial Militar. Nos últimos anos, centenas de companheiros nossos morreram em serviço, vítimas dos "agressores da sociedade"; outras centenas foram feridos, gravemente, indo terminar seus dias numa cadeira de rodas, ou amparados por um par de muletas; e, tantos outros foram, ou estão sendo processados, pelo uso inadequado de suas armas. Este trabalho visa, entre outras coisas, instruí-lo para que não seja o próximo. Leve-o a sério. -5- ÍNDICE PREÂMBULO ............................................................................................ 04 MENSAGEM DO AUTOR .......................................................................... 05 CAPÍTULO I - Apresentação e Objetivos .................................................... 12 CAPÍTULO II - Introdução .......................................................................... 14 1.0 - Direcionamento - Fases da Instrução ............................................... 14 2.0 - Instrução em dois níveis ................................................................... 14 3.0 - Instrução Básica ................................................................................ 14 4.0 - Instrução Especializada .................................................................... 15 5.0 - Teste Geral de Avaliação Anual do Tiro Defensivo da Corporação .. 16 CAPÍTULO III - Primeira fase ..................................................................... 17 1.0 - “Conhecimentos Gerais e Específicos” .............................................. 17 CAPÍTULO IV - Segunda fase ................................................................... 18 1.0 - “Curso Básico de Tiro” ....................................................................... 18 2.0 - Arma .................................................................................................. 18 3.0 - Munição ............................................................................................. 19 4.0 - Equipamento ...................................................................................... 19 5.0 - Alvo .................................................................................................... 19 6.0 - Empunhadura..................................................................................... 19 7.0 - Ação no gatilho .................................................................................. 19 8.0 - Número de tiros por posição .............................................................. 19 9.0 - Distância.......................................................... ................................... 20 10.0 - Postos de tiro............................................... .................................... 20 11.0 - Distribuição e seqüência das posições de tiro ................................. 20 12.0 - Tática ............................................................................................... 20 13.0 - Tempo .............................................................................................. 20 14.0 - Posição de partida para todas as séries. ......................................... 21 15.0 - Encerramento da série ..................................................................... 21 16.0 - Início e término do tempo (quando for o caso) ................................. 21 17.0 - Defeito de arma ou munição ............................................................ 21 18.0 - Protetor de ouvidos e de olhos......................................................... 21 19.0 - Testes de Verificação - Competições............................................... 21 20.0 - Súmula ............................................................................................. 22 -6- 21.0 - Instrução Suplementar ..................................................................... 22 22.0 - Manual maleável .............................................................................. 23 CAPÍTULO V - Terceira Fase .................................................................... 24 1.0 - Pista Policial de Instrução (PPI) ........................................................ 24 2.0 - Finalidade .......................................................................................... 24 3.0 - A responsabilidade do Instrutor ......................................................... 25 4.0 - “PPI” destinada à instrução comum ................................................... 25 5.0 - Simulações ........................................................................................ 25 6.0 - Fundamentos ..................................................................................... 25 7.0 - Armamento utilizado .......................................................................... 25 8.0 - Materiais e acessórios ....................................................................... 25 9.0 - Munição ............................................................................................. 25 10.0 - Recarga ........................................................................................... 26 11.0 - Protetor de ouvidos e de olhos......................................................... 26 12.0 - Alvos ................................................................................................ 26 13.0 - “Quadros” e problemas .................................................................... 27 14.0 - Individual e coletiva .......................................................................... 27 15.0 - O condicionamento .......................................................................... 27 16.0 - Segurança pessoal e física .............................................................. 27 17.0 - Áreas de segurança ......................................................................... 27 18.0 - Postos de tiro - variações - finalidades ............................................ 27 19.0 - Exemplo de um posto de tiro ........................................................... 27 20.0 - Finalidade desse posto de tiro e dos seus alvos .............................. 28 21.0 - Súmula ............................................................................................. 29 22.0 - Esclarecimento das dúvidas ............................................................ 29 CAPÍTULO VI - Quarta fase ....................................................................... 30 1.0 - Pista Policial de Aplicação (PPA) ...................................................... 30 2.0 - Principais características de uma “PPA”. ........................................... 30 3.0 - Finalidade da “PPA” ........................................................................... 30 4.0 - Tiro Defensivo .................................................................................... 31 5.0 - Didática .............................................................................................. 31 6.0 - Realidade ........................................................................................... 31 7.0 - Fundamentos ..................................................................................... 31 8.0 - Executantes ....................................................................................... 31 9.0 - Idealização e montagem .................................................................... 31 10.0 - Verbalização .................................................................................... 32 11.0 - Segurança ........................................................................................ 32 -7- 12.0 - Distância dos deslocamentos........................................................... 32 13.0 - Tempo máximo ................................................................................ 32 14.0 - Velocidade dos deslocamentos........................................................ 32 15.0 - Velocidade dos disparos .................................................................. 32 16.0 - Quantidade e qualidade dos tiros..................................................... 33 17.0 - “PPA” sem disparos ......................................................................... 33 18.0 - Trajeto da “PPA” ............................................................................. 33 19.0 - Obstáculos ....................................................................................... 33 20.0 - Exigências principais da “PPA” ....................................................... 33 21.0 - Uniforme - armamento - munição - equipamentos ........................... 34 22.0 - Arma ................................................................................................ 34 23.0 - Substituição de arma ....................................................................... 35 24.0 - Protetores para olhos e ouvidos....................................................... 35 25.0 - Tapa olhos - íris mecânica - etc. ...................................................... 35 26.0 - Empunhadura - ação no gatilho - posições de tiro - apoios ............. 35 27.0 - Sistema de recarga .......................................................................... 35 28.0 - Alvos ................................................................................................ 35 29.0 - Zonas de acerto no “alvo agressor” ................................................. 36 30.0 - Identificação da “zona primária” no alvo agressor............................ 37 31.0 - Valorização das zonas de acerto ..................................................... 37 32.0 - Valor dos procedimentos ................................................................. 38 33.0 - Valor das penalidades ...................................................................... 38 34.0 - Desclassificação .............................................................................. 38 35.0 - Alvos não atiráveis (“amigos e neutros”) .......................................... 39 36.0 - Quantidade de disparos contra um mesmo alvo .............................. 39 37.0 - Total de tiros numa só “PPA” .......................................................... 39 38.0 - Pontuação final de uma “PPA” ........................................................ 39 39.0 - Sistema de pontuação de uma “PPA” onde não exista necessidade de tiros ......................................................................... 39 40.0 - Do reconhecimento da “PPA” por parte do Policial Militar ............... 39 41.0 - Postos de tiro (locais de atuação). ................................................... 41 42.0 - Visão da área de atuação do Policial Militar de dentro do posto de tiro ................................................................................ 41 43.0 - Locais de recarga dentro da “PPA” ................................................. 41 44.0 - Exigências para o Policial Militar dar início à execução da “PPA”.... 41 45.0 - Início e término do tempo ................................................................. 41 46.0 - Cronômetros .................................................................................... 42 47.0 - Ordem de entrada dos Policiais Militares na “PPA” ......................... 42 48.0 - Vozes de comando .......................................................................... 42 -8- 49.0 - Execução da “PPA” ......................................................................... 42 50.0 - Orientação do Instrutor, após a passagem do Policial Militar pela “PPA”. ................................................................................................. 44 51.0 - Fiscalização da arma, munição, equipamento, uniforme ................. 45 52.0 - Defeito de arma, munição, equipamento. ........................................ 45 53.0 - Acompanhamento do levantamento dos alvos ................................ 45 54.0 - Súmula ............................................................................................. 45 55.0 - Pequenas competições .................................................................... 45 56.0 - Áreas de segurança ......................................................................... 45 57.0 - Considerações gerais ...................................................................... 46 58.0 - Alguns complementos práticos sobre a “PPA” ................................ 46 59.0 - Táticas do Instrutor .......................................................................... 49 60.0 - Manual maleável .............................................................................. 51 CAPÍTULO VII - Quinta fase ...................................................................... 52 1.0 - Instrução Especializada .................................................................... 52 2.0 - Características ................................................................................... 52 3.0 - Pista Policial Especial (PPE) .............................................................. 52 4.0 - Fundamento básico............................................................................ 52 5.0 - Realidade - proteção à vida - obediência à lei ................................... 53 6.0 - Alvos .................................................................................................. 53 7.0 - Armamento - munição - equipamentos - viaturas - etc....................... 53 8.0 - Armas não letais - munições não letais.............................................. 53 9.0 - Coletes - protetores - capacetes - viseiras - escudos - etc.. .............. 53 10.0 - Destaques especiais ........................................................................ 53 11.0 - Instrutores ........................................................................................ 54 12.0 - Padronização - Manuais Internos..................................................... 54 CAPÍTULO VIII - Teste Geral de Avaliação Anual do Tiro Defensivo da Corporação ........................................................................................... 55 1.0 - Participação - Regulamento - Arma ................................................... 55 2.0 - Supervisão - Coordenação ................................................................ 55 3.0 - Apoio Logístico................................................................................... 55 4.0 - Preparativos - Execução .................................................................... 55 5.0 - Participação ....................................................................................... 55 6.0 - Constituição das Equipes Representativas ........................................ 55 7.0 - Teste preliminar ................................................................................. 56 8.0 - Armamento - Munição - Equipamento................................................ 56 9.0 - Uniforme ............................................................................................ 56 -9- 10.0 - Categorias ........................................................................................ 56 11.0 - Premiação ........................................................................................ 56 12.0 - Chefe de Equipe .............................................................................. 57 13.0 - Preparativo - Inscrição ..................................................................... 57 14.0 - Local da Inscrição - dados ............................................................... 57 15.0 - Diretores .......................................................................................... 57 16.0 - Júri ................................................................................................... 57 17.0 - Recursos .......................................................................................... 57 18.0 - Local e data...................................................................................... 57 19.0 - Regras Gerais que serão observados nas duas modalidades ......... 57 20.0 - Regulamento das modalidades ........................................................ 58 21.0 - Duvidas ............................................................................................. 59 ANEXO A - Alguns conceitos sobre Tiro Defensivo ................................... 60 ANEXO B - Barricada de Treinamento ...................................................... 63 ANEXO C - Alvo Padrão do Curso Básico (PM L-74) ................................ 65 ANEXO D - Súmula para o Curso Básico .................................................. 67 ANEXO E - Aparelho de Pontaria .............................................................. 69 ANEXO F - Alguns Modelos de Alvos para “PPI/PPA” ............................... 70 ANEXO G - Modelo de Súmula para "PPI/PPA" ........................................ 71 ANEXO H - Algumas das qualidades exigidas de um Instrutor (Monitor) de Tiro Defensivo .......................................................................................... 74 ANEXO I - Oração do Policial Militar .......................................................... 76 ÍNDICE ALFABETICO ............................................................................... 77 -10- CAPÍTULO I Apresentação e Objetivos O Serviço Policial é extremamente complexo, e, dentro dessa complexidade, a necessidade de um disparo atinge proporções inimagináveis para o pleno raciocínio humano naquele instante, quando o Policial Militar ocupa, obrigatoriamente, e momentaneamente, a função de quase um deus, senhor da vida e da morte. Sob violenta tensão, emoção, e, muitas vezes medo, ele terá alguns segundos (se tiver) para decidir se efetua o disparo; a Justiça terá vários anos para concluir se o disparo foi necessário e correto. O grande desafio: - Como preparar o Policial Militar para esse instante? Quando ele saca sua arma para enfrentar uma situação angustiante, como essa, não há tempo para colocar em prática tudo aquilo que existe em “grandes enciclopédias de tiro”, e que lhe foi passado, minuciosamente, e detalhadamente, através de meses e anos seguidos. Nessa hora, o que vale, são princípios simples, de fácil lembrança e execução, para os quais o Policial Militar deve ter sido condicionado através de uma instrução dirigida, lógica, prática, simples, objetiva, e imitativa da realidade, com pouca teoria e muita prática. Um treinamento fora dessa realidade, é desastre futuro na certa. Esse treinamento, que deverá ser, na sua quase totalidade, prático, deverá condicionar o Policial Militar a agir com a razão; estar ligado à proteção de sua vida e de terceiros; à preservação da integridade da Corporação; a obediência à Lei, à Ordem, e à Política Policial Brasileira. Parte ainda do princípio de que a Sociedade e a Justiça não aceitam o uso inadequado da arma, por parte o Policial Militar; para elas, ele tem que estar sempre preparado para o seu perfeito uso. Leva em consideração que “não basta saber atirar; é preciso saber quando atirar, e onde acertar”. Que, muitas vezes, o “não atirar”, é mais importante que o “atirar”, e que, na quase totalidade das vezes, são “procedimentos”, e não “tiros”, que preservam vidas e solucionam problemas. Para atingir esses objetivos, nos treinamentos, ele tem que aprender a “Raciocinar” com rapidez; a “Decidir Corretamente”; e a efetuar “Tiro de Qualidade” (caso seja necessário). Procedimentos simples, como: Atuar protegido; não se expor; evitar a valentia perigosa; cano da arma na direção do perigo; dedo fora do gatilho quando dos deslocamentos; disparar só quando tiver certeza; evitar o excesso culposo; sempre que possível, verbalizar; saber analisar as possíveis conseqüências de um disparo (acertando ou não o alvo); etc.; sem dúvida, irão prepará-lo e condicioná-lo a atuar corretamente, caso se envolva num confronto armado verdadeiro. Para a confecção deste manual foram analisadas centenas de mortes de Policiais Militares em serviço; milhares de feridos, muitos, que se tornaram deficientes físicos; -11- centenas de Policiais Militares processados por disparos efetuados fora de oportunidade; outras centenas de ocorrências de confrontos armados com os “agressores da sociedade”, muitas vezes, com finais trágicos; etc.; o por quê disso, e o que deveria ter sido feito para evitar tamanha desgraça. Essas vítimas; dados científicos, físicos, psicológicos e psiquiátricos; de campo; de análise profunda da realidade brasileira; de todos os conhecimentos que já possuíamos; das limitações naturais do Policial Militar, auxiliaram, em muito, no conteúdo e no direcionamento deste Manual, que é básico para a instrução comum do Tiro Defensivo de toda a Corporação. Apresenta-se, em muitos aspectos, de forma maleável e adaptável a várias circunstâncias e necessidades, dando ampla margem de criatividade a Instrutores, Monitores e Alunos, mantendo-se, no entanto, rígido, em outros aspectos, principalmente no que se refere a proteção à vida do Policial Militar e de terceiros; à preservação da integridade da Corporação; a obediência à Lei, à Ordem e à Política Policial Brasileira; calcado única e exclusivamente na realidade brasileira. A repetição de alguns conceitos, no decorrer deste manual, é proposital; faz parte do método de ensino repetitivo. -12- CAPÍTULO II Introdução 1.0 - DIRECIONAMENTO - FASES DA INSTRUÇÃO 1.1 - TIRO DEFENSIVO A instrução de tiro da PMESP é totalmente direcionada para o TIRO DEFENSIVO (legítima defesa, própria ou de outros), cujos principais objetivos são: - A proteção à vida do Policial Militar e de terceiros; a preservação da integridade da Corporação; a obediência à Lei; à Ordem; e à Política Policial Brasileira. É calcada única e exclusivamente na realidade brasileira. 2.0 - INSTRUÇÃO EM DOIS NÍVEIS Essa instrução de tiro é realizada em dois níveis: 2.1 - NÍVEL I - INSTRUÇÃO BÁSICA Nela, é realizada toda a instrução básica de tiro, comum a toda à tropa. Todos os Policiais Militares, indistintamente, passam por ela, utilizando armamento, munição e material comum da Corporação. Prepara o Policial Militar para o serviço armado comum da Corporação. 2.2 - NÍVEL II - INSTRUÇÃO ESPECIALIZADA Nela, é realizada toda a instrução especializada de tiro, destinada às tropas especiais, com utilização de armamento, munição e materiais também especiais. Prepara o Policial Militar para execução de serviços armados especiais. O Policial Militar só participa da Instrução Especializada, após dominar, completamente, o exigido na Instrução Básica. 3.0 - INSTRUÇÃO BÁSICA A Instrução Básica é dividida em 4 fases: 3.1 - PRIMEIRA FASE - “CONHECIMENTOS GERAIS E ESPECÍFICOS” Parte teórica. Nela, o Policial Militar aprende tudo sobre armamento, munição, materiais, equipamentos, balística, noções de Medicina Legal, regulamentos, legislação interna e externa, noções de Direito Penal específico, e o que mais for necessário, para a sua perfeita atuação armada em defesa da sociedade, antes de iniciar a parte prática propriamente dita. 3.2 - SEGUNDA FASE - “CURSO BÁSICO DE TIRO” Parte prática, feita no “Curso Básico de Tiro”. Nela, utilizando a “Barricada de Treinamento”, (quando for o caso), o Policial Militar aprende a atuar e disparar, parado, nas seis posições básicas de tiro: - Em pé, livre; em pé, embarricado, pela esquerda da barricada; em pé, embarricado, pela direita da barricada; ajoelhado; sentado; e deitado. -13- Após, ainda parado, aprende a atuar e disparar em posições híbridas, tais como: Agachado; torcido; reverso; embarricado na vertical em outras posições; embarricado na horizontal em várias posições; embarricado na vertical e na horizontal ao mesmo tempo; etc. O alvo utilizado é o retangular, específico para o Curso Básico (PM L-74). O local de acerto no alvo, e sua valorização, irá variar de acordo com os objetivos da instrução. 3.3 - TERCEIRA FASE - “PISTA POLICIAL DE INSTRUÇÃO” (PPI) Parte prática, feita na “Pista Policial de Instrução” (PPI). São pistas montadas em locais abertos ou fechados, com todas as possíveis situações e problemas que o Policial Militar poderá encontrar quando de um confronto armado com os “agressores da sociedade”. Poderá, inclusive, ser sonorizada. Nela, ele será orientado, pelo Instrutor, de como proceder diante dessas situações e problemas. Aprenderá também a se proteger, a “verbalizar”, a atuar e a disparar em movimento, inclusive à noite. Atuará sozinho ou com outros companheiros, em conjunto. É o aprendizado com base na realidade. Os alvos utilizados são de figuras humanas, representando “alvos amigos”, “alvos neutros” e “alvos agressores”. As zonas de acerto nos “alvos agressores” mudarão de local, de tamanho, de formato e de valorização, de um alvo para outro, de acordo com os objetivos da instrução. 3.4 - QUARTA FASE - “PISTA POLICIAL DE APLICAÇÃO” (PPA) Parte prática, feita na “Pista Policial de Aplicação” (PPA). Montadas dentro dos mesmos princípios da “PPI”. A diferença está em que, nela, o Policial Militar não será orientado, pelo Instrutor, de como proceder diante das situações e problemas que se lhe apresentarem. Toda a pista, situações e problemas, serão surpresas absolutas para ele. Atuará, e tentará solucionar esses problemas, de acordo com os conhecimentos anteriormente adquiridos. O ritmo de sua atuação será o mesmo de um confronto armado verdadeiro. Os alvos utilizados e suas características, são os mesmos da “PPI”. 4.0 - INSTRUÇÃO ESPECIALIZADA 4.1 - A Instrução Especializada será dividida de acordo com os seus objetivos e finalidades, desde a parte teórica; manejo de armas; munição; materiais; técnicas e táticas especiais; gerenciamento de crises; etc.; até a montagem e atuação do Policial Militar na Pista Policial Especial (PPE). 4.2 - Sua preparação, execução e constante aperfeiçoamento, estará sob a responsabilidade das Unidades especializadas (e dos setores especializados de outras Unidades), as quais desenvolverão manuais próprios para a sua instrução, obedecendo, sempre, todos os princípios do TIRO DEFENSIVO previstos no item 01 deste capítulo. 4.3 - Além das armas, munições e materiais comuns da Corporação, utilizará também os especializados, próprios para o cumprimento de suas finalidades. -14- 4.4 - Em princípios, os Policiais Militares atuarão sempre em conjunto. 4.5 - Utilizará todos os tipos de alvos necessários à uma instrução que se aproxime, o máximo possível, de suas finalidades e realidade. 5.0 - TESTE GERAL DE AVALIAÇÃO ANUAL DO TIRO DEFENSIVO DA CORPORAÇÃO Anualmente, com participação de equipes representativas de todas as Unidades possuidoras de Gabinete de Instrução (GI), será feito o “Teste Geral de Avaliação do Tiro Defensivo da Corporação”, utilizando o “Curso Básico” e a “Pista Policial de Aplicação” (PPA), de acordo com os respectivos regulamentos (Capítulos IV e VI), e com emprego de revólveres, munição e equipamentos da Corporação. Testes idênticos, com utilização de outros tipos de armas, são facultativos. 6.0 - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (NR) 6.1 - Em qualquer dos níveis de instrução, bem como no Teste Geral de Avaliação de Tiro Defensivo da Corporação, é obrigatório o uso de protetor de ouvidos, de protetor de olhos e de colete de proteção balística. (NR) 6.2 - O policial militar durante a sua permanência em postos de tiros ou pistas policiais não poderá, em hipótese alguma, retirar os equipamentos de proteção individual. (NR) -15- CAPÍTULO III Primeira Fase 1.0 - CONHECIMENTOS GERAIS E ESPECÍFICOS 1.1 - Parte teórica. Nela, o Policial Militar aprenderá tudo sobre armamento, munição, materiais, equipamentos, balística, regulamentos, legislação interna e externa, e o que mais for necessário, para a sua perfeita atuação armada em defesa da sociedade, antes de iniciar a parte prática propriamente dita. 1.2 - Será colocado em contato com os diversos tipos de armamento, munição e materiais comuns da Corporação, e terá noções sobre os especializados. 1.3 - Aprenderá todos os conceitos sobre: - Arma, equipamentos, acessórios, munição, etc. 1.4 - Carregadores; carregadores rápidos; municiadores; etc, Funcionamento, destinação. 1.5 - Divisão e classificação geral do armamento, da munição e dos equipamentos. Destinação. 1.6 - Conservação e manutenção do armamento, da munição e do equipamento. 1.7 - Princípios gerais de segurança, e, regras gerais de segurança. 1.8 - Acidentes e incidentes de tiro. Causas e conseqüências. 1.9 - Normas de utilização e segurança dos estandes de tiro. 1.10 - Nomenclatura, divisão, transporte, cuidados, montagem e desmontagem (quando for o caso), principais características, etc., do armamento comum da Corporação (Revólver, Pistola, Carabina 38, Espingarda calibre “12”, Submetralhadora de mão, etc.). Noções sobre o especializado. 1.11 - Armas não letais: Divisão, funcionamento; destinação. 1.12 - Coletes à prova de balas, escudos, capacetes, viseiras, etc. Características; forma de uso; destinação. 1.13 - Projéteis: - Nomenclatura, divisão, transporte, cuidados, calibres, fator (potência), formato dos projéteis e suas conseqüências. Destinação. 1.14 - Espoletas. Pólvora. Principais características e constituição dos cartuchos do armamento comum da Corporação e sua destinação. Noções sobre os especializados, inclusive os de borracha, de plástico, etc., e sua destinação. 1.15 - Do R-105. Partes específicas de interesse da Corporação. 1.16 - DAL/2 e suas finalidades. 1.17 - CSM/AM e suas finalidades. 1.18 - Do Sistema Nacional de Armas (SINARM). 1.19 - Armas permitidas e armas proibidas. 1.20 - Do “RIT” (Registro Individual de Tiro). -16- 1.21 - Empunhadura, visada, focalização e ação no gatilho. -17- CAPÍTULO IV Segunda Fase 1.0 - CURSO BÁSICO DE TIRO 1.1 - Finalidade Ensinar o Policial Militar a atirar, parado, nas seis posições básicas de tiro: 1.1.1 - Em pé, livre. 1.1.2 - Em pé, embarricado na vertical, pela esquerda da barricada. 1.1.3 - Em pé, embarricado na vertical, pela direita da barricada. 1.1.3 - Ajoelhado. 1.1.3 - Sentado. 1.1.3 - Deitado. OBSERVAÇÕES: 1) A partir dessas posições, o Instrutor deverá ensinar posições híbridas de tiro, tais como: agachado; torcido; reverso; embarricado na vertical em outras posições; embarricado na horizontal em várias posições; embarricado na horizontal e na vertical ao mesmo tempo; etc. 2) Em hipótese alguma as posições “básicas” e “híbridas” serão rígidas, mas, maleáveis, e dentro da melhor adaptabilidade de cada Policial Militar. 3) No tiro embarricado, o corpo do Policial Militar deverá estar do lado contrário em que atira, protegido pela barricada. 4) Quando atirar pela esquerda da barricada vertical, o Policial Militar poderá fazêlo com a mão esquerda (não é obrigado) ou com a mão direita. Atirar com a mão fraca é questão de treinamento; vale a pena o Instrutor incentivar essa prática. 5) Testes práticos de “laboratório” demonstraram que o “Tiro Intuitivo Rápido”, tem um melhor aproveitamento, quando executado com empunhadura dupla, ação dupla do gatilho, e semi - visada à altura dos olhos. No entanto, deverá ser treinado em todas as posições possíveis. 6) BARRICADA DE TREINAMENTO: - Suporte de madeira (ou outro material) fixado ou não no solo, na vertical, com um mínimo de 1,80 metros de altura. Quando o Policial Militar atira pela sua esquerda, é como se o suporte se prolongasse para a direita, como um muro, uma parede, etc., protegendo o Policial Militar embarricado. Quando atira pela direita, ele se estenderia para a esquerda. Esse suporte terá, em diferentes alturas (ou em alturas variáveis), travessas fixas ou removíveis, para o Policial Militar treinar, embarricado, na horizontal, e nas mais diferentes posições (e alturas). Combinações de “embarricado na vertical”, com “embarricado na horizontal”, deverão existir nesses treinamentos. O suporte vertical e suas travessas não são para apoio das mãos ou da arma, mas, limites de atuação (Vide -18- Anexo B, pág. 63). 2.0 - ARMA Todas as armas comuns da Corporação, adaptando-se cada uma de acordo com as suas características e finalidades. Observação: A instrução com revólver precederá a instrução com as outras armas. 3.0 - MUNIÇÃO A utilizada no Serviço Policial. 4.0 - EQUIPAMENTO O utilizado no Serviço Policial. 5.0 - ALVO 5.1 - Será utilizado o alvo padrão (PM L-74) do Curso Básico (Vide Anexo C, pag. 65), feito de papel, papelão, plástico, etc., com 5 “zonas” de acerto (uma central, e 4 periféricas), cujos nomes técnicos são: - “Zona central”; “zona alta à direita”; “zona alta à esquerda”; “zona baixa à direita”; e “zona baixa à esquerda” (sempre de quem olha). De acordo com as necessidades, poderão ser subdivididas. Essas “zonas” (e “sub-zonas”) possuem letras, que serão valorizadas pelo Instrutor, de acordo com os objetivos da instrução. 5.2 - O objetivo da instrução definirá qual a “zona” a ser atingida. 5.3 - O valor (de zero a 10) das áreas de pontuação do alvo será estabelecido pelo Instrutor, de acordo com os objetivos da instrução. 5.4 - O impacto fora da “zona” previamente determinada terá valor “zero”. Impactos a mais, dentro da “zona” previamente determinada, serão anulados os melhores. Impacto que, dentro da “zona determinada”, tangenciar área de pontuação superior, será nela considerado. 5.5 - As “zonas” periféricas poderão também representar alvos com cobertura; no caso, a própria “zona central” seria a cobertura. Servirão ainda, para adestrar o Policial Militar a acertar na periferia do alvo; a executar “tiros finos”, etc. 5.6 - Quando a instrução for com a espingarda calibre “12”, os alvos poderão ser metálicos. 5.7 - Na fase especial da instrução, e de acordo com os objetivos e excepcionalidade, outros tipos de alvos poderão ser utilizados. 6.0 - EMPUNHADURA Simples (uma só mão) e Dupla (duas mãos), com maior intensidade para a Dupla. 7.0 - AÇÃO NO GATILHO -19- Simples (primeiro puxa o cão, depois aciona o gatilho) e dupla (aciona o gatilho direto), com maior intensidade para a dupla. 8.0 - NÚMERO DE TIROS POR POSIÇÃO A critério do Instrutor, e, de acordo com a disponibilidade de munição, e as necessidades do Policial Militar. Antes do tiro real propriamente dito, o Instrutor deverá ensinar as posições básicas ao Policial Militar (e suas variações híbridas), fazendo com que o mesmo as tome, empunhando a arma descarregada, e efetuando disparos “em seco”. Posteriormente, determinará que carregue a arma (Revólver) com um cartucho, efetuando “um tiro real e o restante em seco”, aleatoriamente (fecha o tambor, sem saber onde o cartucho ficou, vai acionando o gatilho, até que o tiro saia); depois, com dois cartuchos (também aleatoriamente), etc.. Além de ser um magnífico aprendizado, com economia de munição, é um ótimo sistema para verificação das “gatilhadas”, pois, não sabendo quando o tiro sairá, serão facilmente percebidas quando a percussão for em seco. Além disso, os tiros dados “em seco” provocarão a mesma tensão no Policial Militar, quanto os verdadeiros. Para os “tiros em seco”, poderão ser utilizados cartuchos vazios. O Instrutor fará as adaptações necessárias, quando a instrução for com outro tipo de arma. 9.0 - DISTÂNCIA De 01 à 20 metros (Básica: - de 05 à 12 metros). Excepcionalmente, maior, principalmente para arma longa. Será estabelecida pelo Instrutor, de acordo com o grau de desenvolvimento dos Policiais Militares participantes, dos objetivos da instrução, e do armamento utilizado. 10.0 - POSTOS DE TIRO Um Policial Militar à frente de cada alvo. Excepcionalmente, poderá existir mais de um alvo à frente de cada Policial Militar; dependerá do Instrutor e dos seus objetivos; poderão, inclusive, estar em diferentes distâncias. Quando da execução prática, os Policiais Militares que sobrarem, deverão ficar anotando os erros e os acertos cometidos pelos que estão atirando (é um excelente método de aprendizado, com base na observação). 11.0 - DISTRIBUIÇÃO E SEQÜÊNCIA DAS POSIÇÕES DE TIRO A critério do Instrutor. Inicialmente, fará posição por posição, separadamente; depois, posições seguidas. Após o Policial Militar dominar todas as posições básicas, passará para as híbridas. Em seguida, combinará posições embarricadas (verticais com horizontais), para, finalmente, determinar a seqüência que deseja, e a “zona” de acerto no alvo, mesmo que seja um só tiro por posição. -20- 12.0 - TÁTICA Com utilização da “barricada de treinamento” será ensinado ao Policial Militar a tática de aproximação e atuação nas “esquinas”; “janelas”; “cantos”; “portas”; “seteiras”; etc.. 13.0 - TEMPO Inicialmente, durante o aprendizado, o Policial Militar não terá tempo determinado para efetuar os disparos (mesmo os em seco); quando dominar as posições corretamente, terá um “tempo base” de 40 (quarenta) segundos para cada seis disparos (incluindo as recargas, quando for o caso), tempo esse, que poderá ser alterado (para mais ou para menos) a critério do Instrutor e dos objetivos da instrução, até chegar ao “intuitivo rápido”. 14.0 - POSIÇÃO DE PARTIDA PARA TODAS AS SÉRIES Em pé, livre; arma carregada no coldre, se for Revólver ou Pistola; braços soltos ao longo do corpo; todo o material e munição a ser utilizado na série, no corpo do Policial Militar. O Instrutor poderá estabelecer outras posições para a partida, de acordo com os objetivos da instrução e a arma utilizada. 15.0 - ENCERRAMENTO DA SÉRIE Ao terminar a série de tiros, o Policial Militar descarrega a arma, colocando-a no coldre (revólver ou pistola). Para as outras armas, a critério do Instrutor. 16.0 - INÍCIO E TÉRMINO DO TEMPO (QUANDO FOR O CASO) Serão controlados através de sinal sonoro. 17.0 - DEFEITO DE ARMA OU MUNIÇÃO O Instrutor deverá, dentro de suas possibilidades, verificar os motivos. Acrescentará tais fatos ao seu Relatório de Instrução. A arma defeituosa deverá ser retirada, imediatamente, do serviço, e encaminhada ao órgão competente, para conserto, de acordo com as normas existentes para a Corporação. A munição defeituosa deverá ser encaminhada ao local de origem, para análise. 18.0 - TESTES DE VERIFICAÇÃO - COMPETIÇÕES Na fase adiantada da instrução, o Instrutor deverá realizar constantes “testes de verificação” e, se possível, pequenas e saudáveis competições entre os Policiais Militares, premiando os melhores, nem que for de modo bem simples (sempre premiando, para estimular e motivar). Exemplos de um “teste de verificação” ou de uma “competição” (com Revólver): -21- 18.1 - 6 tiros direto; um em cada posição básica de tiro; em 40 segundos (ou no tempo que o Instrutor determinar); na “zona central” do alvo ou na “zona baixa à direita”; etc.). 18.2 - 6 tiros direto; um em cada posição básica de tiro; em 40 segundos (ou no tempo que o Instrutor determinar); sendo os dois primeiros tiros na “zona central” do alvo, e, os outros 4, um em cada uma das outras “zonas”. 18.3 - podendo ser aumentado o número de tiros; utilizadas posições híbridas; alterados locais de acertos; etc. 18.3 - A valorização das “áreas de acerto” será estabelecida pelo Instrutor. Observações: 1) Quando dos “testes de verificação” ou das “competições”, se possível, deverá ser deixado a critério do Policial Militar, a escolha da “empunhadura” e da “ação no gatilho”. Com o tempo, descobrirá a que melhor se adapta a ele, dentro das circunstâncias, das características e dos seus objetivos. 2) A quantidade de tiros e o tempo, serão estabelecidos pelo Instrutor. Havendo possibilidades, seis tiros por posição seria o ideal. 3) O tempo base de 40 (quarenta) segundos para cada seis tiros (incluindo a recarga, quando for o caso) serve apenas de parâmetro para o Instrutor; podendo ser alterado. 19.0 - SÚMULA Sempre que houver necessidade, deverão ser anotados, em súmula, os resultados dos tiros efetuados pelos Policiais Militares em instrução; testes de verificação; etc. (Vide Anexo D, pág. 67). 20.0 - INSTRUÇÃO SUPLEMENTAR 20.1 - Após o Policial Militar dominar todas as posições e princípios do “Curso Básico”, poderá ser submetido à “Instrução Suplementar”, que é extremamente motivadora, prática, que ensina, aperfeiçoa e o condiciona a atirar com grande agilidade e precisão; e consta do seguinte: 20.1.1 - Alvos: - Metálicos, de diferentes formatos, tamanhos e cores. Alvo padrão: Redondo; 20 a 30 cm. de diâmetro, na cor branca, com uma base embaixo, para mantêlo em pé. 20.1.2 - Suportes de sustentação: - Pequenas barras de ferro redondo, fixadas no solo, e com uma base em cima, onde serão colocados os alvos metálicos. 20.1.3 - Altura dos alvos: - Colocados sobre o suporte de sustentação, o centro dos alvos metálicos deverá estar entre 1,30 a 1,40 m de altura, em relação ao piso onde se encontra o Policial Militar (ou a critério do Instrutor). 20.1.4 - Quantidade de alvos: - A critério do Instrutor. -22- 20.1.5 - Distância dos alvos: - Em torno de 8 metros, para armas curtas. Maior, para armas longas. As distâncias irão variar de acordo com os objetivos da instrução. 20.1.6 - Disposição: - Os alvos poderão estar um ao lado do outro, mantendo o mesmo intervalo; ou com intervalos diferenciados. Poderão estar na mesma distância, ou em distâncias diferenciadas. 20.1.7 - Alvos misturados: - Alvos de diferentes formatos, tamanhos e cores, poderão estar misturados. 20.1.8 - Posições de tiro: - As determinadas pelo Instrutor. 20.1.9 - Execução: - São várias as formas de execução. Exemplo: - Considerando 6 alvos, as principais seriam: 20.1.9.1 - Na posição determinada, o Policial Militar saca a arma, e tenta derrubar todos os alvos, no menor tempo possível, independente do número de tiros a serem efetuados. 20.1.9.2 - Idem, sem preocupação com o tempo, ou, com um tempo máximo determinado pelo Instrutor. 20.1.9.3 - Na posição determinada, o Policial Militar saca a arma, e tenta derrubar todos os alvos, no menor tempo possível, efetuando apenas 6 tiros (ou um número de tiros pré determinado pelo Instrutor). 20.1.9.4 - Idem, sem preocupação com o tempo, ou, com um tempo máximo determinado pelo Instrutor. Observação: - Cada alvo derrubado vale 100 pontos; cada alvo sem derrubar, são 5 segundos a mais no tempo gasto. Para saber a pontuação do Policial Militar, soma-se os pontos dos alvos derrubados e divide-se pelo tempo total em segundos (tempo gasto para efetuar todos os disparos, mais o relativo a cada alvo que ficou sem derrubar). O Instrutor poderá determinar outras valorizações. 20.1.10 - Competição: - Pequenas e saudáveis competições, dentro da “Instrução Suplementar” deverão ser realizadas; são importantíssimas. Elas motivam, ensinam e aperfeiçoam. Abaixo, um exemplo de competição com revólver (o Instrutor poderá estabelecer outras): 20.1.10.1 - Dois conjuntos de alvos idênticos; um ao lado do outro; com 5 alvos cada. Entre os 2 conjuntos, um alvo menor. À frente de cada conjunto, um Policial Militar. Ao sinal sonoro, os dois Policiais Militares sacam sua arma, e, na posição determinada pelo Instrutor, tentam derrubar o conjunto de alvos sob sua responsabilidade, e, depois, o alvo pequeno que está entre os 2 conjuntos, antes do seu oponente. Vence quem o fizer primeiro. A distância será determinada pelo Instrutor. 20.1.10.2 - Para a “Instrução Suplementar”, além dos princípios gerais de segurança, outros deverão ser observados. Por exemplo: (1) O estande de tiro tem que oferecer condições para a sua execução. Após bater no alvo metálico, o projétil amassa (às vezes se desintegra em pequenos pedaços), -23- podendo “voar” para as imediações (não só para os lados, como para a frente, para a retaguarda, etc.. Esse “vôo” representará perigo se bater nos olhos). (2) Uso obrigatório de óculos protetores, não só por parte de quem está atirando, mas também, por parte dos assistentes que estejam pelas proximidades. (3) Inexistência de pessoas alheias à instrução, num raio de 25 metros, a partir dos alvos. 21.0 - MANUAL MALEÁVEL Este Manual não esgota nem finaliza o assunto. Serve de parâmetro; por isso, em muitos de seus aspectos, se apresenta de forma maleável quando colocado em prática. No entanto, jamais poderá fugir de suas finalidades (item 1.1, do Capítulo II, pag. 14), e da lógica do Tiro Policial, que será, sempre, defensivo, pela sua própria natureza. -24- CAPÍTULO V Terceira Fase 1.0 - PISTA POLICIAL DE INSTRUÇÃO (PPI) 1.1 - São pistas montadas em locais abertos ou fechados, com todas as possíveis situações e problemas que o Policial Militar poderá encontrar quando de um confronto armado com os “agressores da sociedade”. Poderá, inclusive, ser sonorizada. Nela, ele será orientado, pelo Instrutor, de como proceder diante dessas situações e problemas. Aprenderá também a se proteger, a “verbalizar”, a atuar e a disparar em movimento, inclusive à noite. Atuará sozinho ou com outros companheiros, em conjunto. Aprenderá que a primeira palavra da verbalização é: “- Aqui é a Polícia Militar!” 1.2 - Na falta de materiais específicos, poderão ser montadas com meios de fortuna (papelão, plástico, madeirite, tambores, tubos, pneus, encerados, etc.), mais o aproveitamento do que já existir no terreno. Poderão existir pistas em que o Policial Militar não terá necessidade de efetuar disparos, mas, apenas executar procedimentos. Nelas aprenderá a atuar nas situações mais diversificadas possíveis. 1.3 - Essas pistas tem todos os tipos de alvos; fixos e móveis, e em situações diferenciadas. Esses alvos estão divididos em três grupos: - “Alvos Amigos” (representando outros policiais e colaboradores); “Alvos Neutros” (representando pessoas que se envolveram na ocorrência, voluntária ou involuntariamente); “Alvos Agressores” (representando todos os tipos de agressores da sociedade). Todos com formas humanas. 1.4 - Os “alvos agressores”, quando atiráveis (nem sempre o são), terão zonas de acerto que mudam de tamanho, de formato, de local e de valorização de um alvo para outro, de acordo com os objetivos e finalidades da instrução. 1.5 - É o aprendizado com base na realidade. 2.0 - FINALIDADE 2.1 - Nela, o Policial Militar aprenderá a atuar parado e em movimento, em todas as situações possíveis de serem por ele encontradas, quando de sua atuação armada em defesa da sociedade. 2.2 - Tomará contato com as técnicas e as táticas de progressão, paralisação ou regressão no terreno. 2.3 - Aprenderá a atuar e proteger-se em áreas de alto risco, e durante os confrontos armados com os “agressores da sociedade”. 2.4 - Aprenderá a utilizar coletes e outros meios de proteção. 2.5 - Será minuciosamente orientado de como atuar quando desses confrontos, -25- principalmente no que se refere à proteção de sua vida e de terceiros; seus limites de atuação de acordo com a Lei; a preservação da integridade da Corporação; destaques especiais para todos os procedimentos que solucionam problemas; assim como, a obediência à Lei, à Ordem, e à Política Policial Brasileira, tudo, calcado única e exclusivamente na realidade brasileira. 3.0 - A RESPONSABILIDADE DO INSTRUTOR O Instrutor deverá ser paciencioso, insistente e repetitivo quando desses ensinamentos. Deverá incentivar e colocar os Policiais Militares à vontade para perguntas, indagações e repetições de atuações que julgar não corretas. Tudo fará para que atinjam à perfeição. Dessa orientação segura, “desastres” futuros, por parte do Policial Militar, quando de sua atuação armada verdadeira, serão evitados. 4.0 - “PPI” - DESTINADA À INSTRUÇÃO COMUM 4.1 - A montagem de uma “PPI” deverá obedecer princípios simples e lógicos, já que ela é destinada à instrução comum, e ao serviço armado comum de toda a tropa. 4.2 - O Policial Militar deverá ser orientado no sentido de que, ao encontrar situações que fogem à sua competência, ou à sua capacidade de atuação, chame, imediatamente, reforço ou a tropa especializada. 5.0 - SIMULAÇÕES Antes dos disparos reais, será submetido a arma descarregada, realizando procedimentos e ação verdadeira, sempre, sob a segura e firme repetir essas simulações exaustivamente, até completamente. simulações específicas, usando sua manobras como se estivesse numa orientação do Instrutor, que deverá que o Policial Militar as domine 6.0 - FUNDAMENTOS A “PPI” deverá ensinar o Policial Militar a “RACIOCINAR” (estudar a situação); “DECIDIR CORRETAMENTE”; e efetuar “TIRO DE QUALIDADE” (caso tenha que ser disparado), tudo, de acordo com os princípios do TIRO DEFENSIVO. Observação: “Tiro de qualidade” é aquele que atinge totalmente seus objetivos, sem extrapolar a Lei. 7.0 - ARMAMENTO UTILIZADO De acordo com objetivos da instrução. 8.0 - MATERIAIS E ACESSÓRIOS Todos os utilizados no serviço armado comum da Corporação, inclusive coletes, etc. -26- 9.0 - MUNIÇÃO A utilizada no Serviço Policial. Não é interessante utilizar outro tipo de munição. Exceção: - Quando a instrução for no interior de edifícios, e não houver possibilidade de usar munição verdadeira. 10.0 - RECARGA Aprenderá a recarregar sua arma com rapidez, em proteção, e sem perder o contato visual com os alvos. 11.0 - ALVOS 11.1 - Nesta fase da instrução, os alvos deverão representar figuras humanas diferenciadas, nas mais diversas posições e situações, podendo ser de papel, papelão, plástico, bonecos, etc., todos, sem pontos artificiais de referência, como disco branco no centro; linhas divisórias fortes; etc.. Deverão possuir olhos, boca, etc.; não tendo, é porque estão de costas. São os mesmos alvos da “PPA” (Vide alguns modelos no Anexo F, pag. 70, todos oriundos do alvo "PM L-4") Outros tipos de alvos poderão ser utilizados (bonecos, etc.). A criatividade fica por conta do Instrutor e de seus Alunos. Se a instrução for com espingarda calibre “12”, deverá ser usado alvo próprio para esse calibre, normalmente, o metálico. 11.2 - Os alvos estarão divididos em 3 grandes grupos: 11.2.1 - “Alvos Amigos”: - Estarão representando pessoas que se envolveram, voluntariamente, na ação policial, para agir em apoio ao Policial Militar e à Lei. Ex.: Outros Policiais; colaboradores; informantes; etc.. Nunca serão “alvos atiráveis”. 11.2.2 - “Alvos Neutros”: - Estarão representando pessoas que se envolveram na ação policial, voluntária ou involuntariamente, mantendo-se, normalmente, em atitude neutra. Ex.: - Jornalista; cinegrafista; fotógrafos; curiosos; vítimas; etc.. Também, nunca serão “alvos atiráveis”. 11.2.3 - “Alvos Agressores”: - Estarão representando, sempre, os agressores da sociedade. Serão os alvos passíveis de tiro (naturalmente, dentro do princípio do TIRO DEFENSIVO). 11.3 - O Policial Militar deverá aprender como diferenciar um alvo do outro; principais características a serem observadas em cada um; e, principalmente, quando é o caso de efetuar disparos e onde acertá-los. 11.4 - Esses alvos, inicialmente, estarão totalmente expostos e fáceis de serem identificados; posteriormente, deverão estar de tal forma caracterizados, que causem dúvidas no Policial Militar, devendo, inclusive, estar com cobertura (artificial ou natural). 11.5 - As distâncias dos “alvos agressores” irão variar de 1 (um) a 20 (vinte) metros, em relação ao Posto de Tiro, de acordo com os objetivos da “PPI”. Essa distância -27- poderá ser aumentada quando da utilização de armas longas. Os alvos “amigos” e “neutros”, à distâncias semelhantes, ou até maiores. 11.6 - As zonas de acerto poderão mudar de local, de tamanho, de formato, e de valorização, de um alvo para outro, de acordo com os objetivos da instrução. 11.7 - A valorização das zonas de acerto será dada pelo Instrutor, e variará de “zero” a 10 pontos. 12.0 - “QUADROS” E PROBLEMAS O Instrutor montará “quadros” representativos de situações reais, com seus respectivos problemas, ensinando o Policial Militar a analisá-los e solucioná-los o mais rapidamente possível. 13.0 - INDIVIDUAL E COLETIVA Os ensinamentos deverão atingir atuações individuais e coletivas na “PPI”. Quando coletivas, deverão prever, inclusive, o desembarque e a utilização da viatura como proteção e meio de atuação. 14.0 - O CONDICIONAMENTO O ensinamento da “técnica”, da “tática” e da “psicologia aplicada”, na “PPI”, assim como de outros fundamentos, deverão deixar o Policial Militar condicionado para atuar na “Pista Policial de Aplicação” (PPA) que será a fase seguinte de sua instrução de tiro. 15.0 - SEGURANÇA PESSOAL E FÍSICA Todos os princípios de segurança pessoal e física serão destacados, repetidos, analisados, discutidos e intensamente lembrados em todos os instantes possíveis. Esses princípios de segurança deverão acompanhar o Policial Militar pelo resto de sua vida. 16.0 - ÁREAS DE SEGURANÇA Quando da instrução com tiro real, deverá ser designado uma área de segurança para manejo de arma (onde não se maneja munição); e, uma área de segurança para manejo de munição (onde não se maneja arma). 17.0 - POSTOS DE TIRO - VARIAÇÕES - FINALIDADES Os Postos de Tiro deverão ser variados e com as mais diferentes finalidades. Não devem ser repetitivos. 18.0 - EXEMPLO DE UM POSTO DE TIRO 19.1 - Um Posto de Tiro, limitado à frente por uma placa de madeirite, (etc.), como -28- se fosse uma parede de tijolos, com uma ou mais janelas (seteiras) à altura do peito do Policial Militar (ou noutro local). 18.2 - Distribuídos à frente e nas laterais do Posto de Tiro, alguns alvos (“amigos”, “neutros”, “agressores”), de tal forma, que obrigue o Policial Militar a atuar pela esquerda da proteção, pelo centro (janelas), e pela sua direita, em várias posições. 18.3 - À frente da placa de proteção, representando uma parede de tijolos, poderão ser colocados obstáculos, com a finalidade de impedir que o Policial Militar, quando estiver atuando por um dos três locais previstos (esquerda, centro e direita), não consiga ver os alvos destinados aos outros locais. 18.3 - Do lado esquerdo, um “alvo de seqüestrador com refém”, isolado, a mais ou menos 20 metros; um “alvo neutro” a uns 6 metros; outro a uns 8 metros; um “alvo agressor” armado com revólver, destacado dos demais (fora da direção dos demais) a uns 8 metros; etc.. Tudo, preparado de tal forma, que obrigue o Policial Militar a atuar e a atirar (se for o caso) pela esquerda da sua proteção. 18.4 - À frente do Posto de Tiro, um “alvo agressor”, de frente, com revólver, a uns 8 metros; e, bem na sua direção (uns 5 metros, após), aparecendo um pouco, um “alvo neutro” (ou “amigo”); mais um “alvo neutro”; um outro “alvo agressor” com revólver, em condições de ser atirado; a uns 8 metros, um “alvo agressor” desarmado, com as mãos para cima, rendendo-se; etc.. Tudo, preparado de tal forma, que obrigue o Policial Militar a atuar e atirar (se for o caso) pelas janelas da sua proteção. 18.5 - Do lado direito do Posto de Tiro, um “alvo agressor” com faca (isolado), a uns 8 metros; outro “alvo agressor” com revólver; um “alvo amigo”; um “alvo neutro”; um “alvo suspeito” em que as mãos não aparecem; etc.. Tudo, preparado de tal forma, que obrigue o Policial Militar a atuar e atirar (se for o caso) pela direita da sua proteção. Observação.: Os “alvos agressores” armados estão “atirando” contra o Policial Militar. 18.6 - O Ponto de saída do Policial Militar estará distante uns 8 metros desse Posto de Tiro. 19.0 - FINALIDADE DESSE POSTO DE TIRO E DOS SEUS ALVOS 19.1. - Do ponto de partida até o Posto de Tiro: 19.1.1 - Ensinar o PM a deslocar-se com a arma na mão. 19.1.2 - Cano voltado para a direção do perigo e do modo correto. 19.1.3 - Dedo fora do gatilho. 19.1.4 - Equipamentos firmes e corretos. 19.1.5 - Fazer o deslocamento com a rapidez e a segurança necessária. 19.1.6 - Colocar-se no Posto de Tiro em segurança. 19.1.7 - Atuar do Posto de Tiro corretamente. 19.1.8 - Recarregar protegido e mantendo contato visual com os alvos. -29- 19.1.9 - Verbalizar corretamente. 19.1.10 - Distinguir quais os alvos atiráveis e os não atiráveis. 19.1.11 - E outros procedimentos. 19.2 - Com relação aos alvos da esquerda: 19.2.1 - Ensinar o Policial Militar a atuar e a atirar (se necessário) pela esquerda da sua proteção, mantendo-se protegido. A arma não deverá ultrapassar o limite dessa proteção (para a frente). 19.2.2 - O “alvo de seqüestrador” não será atirável, deverá ser chamado grupo de gerenciamento de crises. O “alvo agressor” com revólver, será atirável. Etc. 19.3 - Com relação aos alvos do centro (pelas janelas): 19.3.1 - Ensinar o Policial Militar a atuar e a atirar (se for o caso) através de janelas (seteiras); não poderá colocar a cara direto nelas, nem adentrá-las com a arma. 19.3.2 - O “alvo agressor” com revólver, na direção do qual há um “alvo neutro”, não é atirável (sempre existirá o perigo de atingir o “alvo neutro” lá no fundo). O “alvo agressor” armado com revólver, é atirável. Para o “alvo agressor” que está se rendendo, haverá a verbalização: “- Aqui é a Polícia Militar; deite no chão; mão na nuca!”. E outras frases. 19.4 - Com relação aos alvos da direita: 19.4.1 - Ensinar o Policial Militar a atuar e a atirar (se for o caso) pela direita da sua proteção, mantendo-se protegido. A arma não deverá ultrapassar o limite dessa proteção (para a frente). 19.4.2 - O “alvo agressor” armado com faca não é atirável; está a mais ou menos 8 metros, isolado; portanto, não representa perigo iminente. O Policial Militar tentará resolver o problema verbalizando: “- Aqui é a Polícia Militar; pare; jogue essa faca fora; mãos na cabeça!”. Para o “alvo suspeito” onde as mãos não aparecem, também haverá a verbalização : “- Aqui é a Polícia Militar; mostre as mãos!”. E outras frases. 19.5 - Todo o conjunto deverá despertar no Policial Militar o senso do Tiro Defensivo, com uso do “Raciocínio”, da “Decisão Correta”, e do “Tiro de Qualidade” (se for necessário), tudo, acompanhado de segurança absoluta, para si e para outros. Observação: “Tiro de Qualidade” é aquele que atinge plenamente seus objetivos, sem extrapolar a Lei. 20.0 - SÚMULA Quando necessário, será adotada a da “Pista Policial de Aplicação”, naquilo que couber. (Vide Anexo). 21.0 - ESCLARECIMENTO DAS DÚVIDAS O esclarecimento de qualquer dúvida deste regulamento de “PPI”, deverá ser buscado no regulamento de “Pista Policial de Aplicação” (PPA), que será colocado em -30- prática, em seguida. -31- CAPÍTULO VI Quarta Fase 1.0 - PISTA POLICIAL DE APLICAÇÃO (PPA) Uma mesma pista poderá ser “Pista Policial de Instrução” (PPI) ou “Pista Policial de Aplicação” (PPA). Será “PPI” quando o Policial Militar souber o que existe na pista, e for orientado pelo Instrutor, de como proceder, diante dos problemas nela existentes. Será “PPA”, quando o Policial Militar não souber o que existe na pista, e não for orientado pelo Instrutor, de como proceder, diante desses problemas. 2.0 - PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DE UMA “PPA” 2.1 - Toda a pista, situações e problemas, serão surpresas absolutas para o Policial Militar. Atuará, e tentará solucionar esses problemas, de acordo com os conhecimentos anteriormente adquiridos. 2.2 - Representará, sempre, um confronto armado com os “agressores da sociedade”, em área de alto risco, com possibilidades de mortes de ambos os lados, onde o Policial Militar tem que estar preparado para enfrentar os mais diversos tipos de situações. 2.3 - O ritmo de sua atuação será o mesmo de um confronto armado verdadeiro. 2.4 - É a execução técnica, tática e psicológica do TIRO DEFENSIVO, e a confirmação do treinamento orientado, dentro da aplicação. Imitação da vida real. O Policial Militar será corrigido, em seguida, naquilo que for necessário. 2.5 - Nela, são exigidos do Policial Militar: - “Raciocínio”; “Decisão Correta”; e “Tiro de Qualidade”, caso tenha que ser efetuado (Tiro de qualidade é aquele que atinge plenamente seus objetivos, sem extrapolar a Lei. Um tiro com qualidade, jamais levará seu autor a ser condenado por ele nos Tribunais, nem colocará sua Corporação em dificuldades). 2.6 - Condiciona o Policial Militar a atuar dentro da “Lei e da Ordem”, e a agir com a “Razão”, num confronto armado verdadeiro. 2.7 - Prepara o Policial Militar para atuar em estado de “stress”, e manter o equilíbrio físico e mental, nos momentos angustiantes em que a morte possa se fazer presente. 2.8 - São sempre executadas com tiros reais. Exceção: - Quando a instrução for no interior de edifícios, e não houver possibilidade de usar munição verdadeira. 2.9 - Prepara-o para atuar de acordo com as circunstâncias, no caso de um confronto armado com os “agressores da sociedade”. Cada situação é uma situação, exigindo soluções e atuações diferenciadas. 2.10 - É a fase intermediária entre a instrução, e o confronto armado verdadeiro, que poderá nunca ocorrer, mas, para o qual o Policial Militar terá que estar sempre -32- preparado. 3.0 - FINALIDADE DA “PPA” Preparar e condicionar o Policial Militar para a atuação armada comum, e os confrontos armados verdadeiros; à instrução e requalificação da tropa; à verificação e aperfeiçoamento do grau de adestramento do Policial Militar; se ele tem condições técnicas, táticas e psicológicas para atuar armado no Serviço Policial, protegendo sua vida, a de terceiros, preservando a integridade de sua Corporação, solucionando problemas e agindo dentro da Lei e da Ordem; para dá-lo como pronto para o serviço com o uso de armas; para obtenção do seu “porte de armas”; para “Testes de Verificação” e “TAT” da tropa pronta e concluintes de Cursos, no que se refira a TIRO DEFENSIVO; para competições entre Policiais Militares; etc. 4.0 - TIRO DEFENSIVO A “PPA” deverá estar voltada, sempre, para o Tiro Defensivo (legítima defesa, própria ou de outros), com fiel observância da Legislação Brasileira sobre o assunto. Calcada única e exclusivamente na realidade brasileira. 5.0 - DIDÁTICA Terá que ser didática, procurando aumentar e aperfeiçoar os conhecimentos do Policial Militar para um melhor desempenho de sua profissão. Deverá criar nele, reflexos positivos, que irão auxiliá-lo no serviço policial armado sob sua responsabilidade. 6.0 - REALIDADE Deverá estar, o mais próximo possível, da realidade brasileira e da lógica do Serviço Policial. Poderão ser montadas Pistas para passagens individuais (um Policial Militar de cada vez), ou coletivas (dois ou mais Policiais Militares em conjunto - ao mesmo tempo). Quando coletivas, deverão prever, inclusive, o desembarque e a utilização da viatura como proteção e meio de atuação. Poderão ser sonorizadas (ao vivo ou através de gravações). Deverão provocar “stress” (tensão) no Policial Militar. 7.0 - FUNDAMENTOS Seus fundamentos são: - “RACIOCÍNIO” (que é o estudo da situação); “DECISÃO CORRETA”; e “QUALIDADE DO TIRO” (se tiver que ser efetuado). Todas as “PPA” deverão visar o aperfeiçoamento desses fundamentos no Policial Militar. 8.0 - EXECUTANTES A “PPA” deverá ter condições de ser executada por qualquer Policial Militar pronto para o serviço, e também, por Alunos das diversas Escolas, que já passaram pelo -33- ensino básico de tiro e pela “PPI”. O grau de dificuldades será de acordo com o estágio de desenvolvimento dos Policiais Militares participantes, da importância da instrução e de suas finalidades principais. 9.0 - IDEALIZAÇÃO E MONTAGEM A “PPA” deverá ser idealizada e montada por Policial Militar que tenha intimidade com ações policiais, de preferência, por aquele que já tenha tido confronto armado com os “agressores da sociedade”. 10.0 - VERBALIZAÇÃO Sempre que possível, deverá prever “verbalizações”. O início da verbalização é: - “Aqui é a Polícia Militar!”. 11.0 - SEGURANÇA Todos os princípios de segurança deverão ser observados quando de sua idealização e montagem, e de sua execução pelo Policial Militar; principalmente, a continuidade do trajeto dos projéteis após passarem pelos alvos, e o perigo que possam representar. 12.0 - DISTÂNCIA DOS DESLOCAMENTOS A “PPA” pode ter deslocamento curto, médio e longo, não devendo ultrapassar, no entanto, a capacidade física dos Policiais Militares participantes. Observação: - Por curto, entende-se um deslocamento de até 20 metros. Por médio, daí até 50 metros. E, por longo, entre 50 e 100 metros. Excepcionalmente, poderão existir “PPA” com deslocamentos maiores. 13.0 - TEMPO MÁXIMO A “PPA” deverá possuir um tempo máximo para ser executada. Esse tempo é calculado por quem a idealiza e monta, tendo como base a distância a ser percorrida; dificuldades dos deslocamentos; velocidade possível nos deslocamentos; dificuldades na localização e identificação dos alvos; quantidade de tiros a ser efetuado; dificuldades para execução dos tiros, principalmente dos “tiros finos”; velocidade necessária para os disparos; quantidade de recargas; e todos os demais tipos de problemas a serem enfrentados pelo Policial Militar, num ritmo semelhante a um confronto armado verdadeiro. Um menor tempo gasto na sua execução, não dará mais pontos ao Policial Militar. 14.0 - VELOCIDADE DOS DESLOCAMENTOS A velocidade dos deslocamentos e da atuação do Policial Militar, na “PPA”, fica a -34- seu critério. As dificuldades gerais da “PPA” e suas características, é que irão auxiliá-lo a determinar essa velocidade, tudo, aliado ao tempo máximo que ele tem para executá-la. Ele terá que se adaptar às circunstâncias, e saber dosá-las. O Policial Militar precisa ganhar reflexos para deslocar-se e atirar em todas as situações e velocidades. 15.0 - VELOCIDADE DOS DISPAROS A “PPA” deverá ser montada de tal forma, que exija disparos comedidos e seguros, no mesmo estilo de uma ação policial autêntica (numa ação policial autêntica, o Policial Militar não sai correndo desesperadamente, e atirando em tudo que vê; ele tem que selecionar os alvos e agir com critérios). No entanto, algumas situações poderão ser criadas, exigindo do Policial Militar disparos rápidos ou super rápidos, inclusive o “intuitivo rápido”. 16.0 - QUANTIDADE E QUALIDADE DOS TIROS 16.1 - O Policial Militar nunca saberá quantos tiros irá efetuar numa “PPA”. Poderão ser quatro, seis, oito, dez, etc. Na “PPA” não é a quantidade de tiros que é importante, mas, sim, a sua qualidade. Podem ser idealizadas e montadas “PPA” em que o Policial Militar não necessite efetuar nenhum tiro, ou, apenas um ou dois. Naturalmente, que esses fatos não serão do seu conhecimento antes de executá-la. 17.0 - “PPA” SEM DISPAROS Deverá ser idealizada e montada com várias “armadilhas”, necessidade de “verbalizações”, e muitos problemas, procurando fazer com que o Policial Militar cometa penalidades caso não raciocine e decida corretamente sobre eles. Como já foi dito, a inexistência da necessidade de disparos não deve ser do seu conhecimento. Observação: - Esse tipo de “PPA” requer muita criatividade e conhecimento de ações policiais, para ser idealizada e montada, sendo magnífica nos seus objetivos. Obriga, realmente, o Policial Militar a raciocinar e decidir. Na vida real, o número de Policiais Militares que já participaram de ações policiais armadas em que não houve necessidade de disparos é enorme. O Policial Militar precisa estar preparado para ações policiais “com” disparos e “sem” disparos. O uso da verbalização poderá ser muito útil nessas oportunidades. 18.0 - TRAJETO NA “PPA” Se não houver determinação em contrário, o Policial Militar faz, entre os Postos de Tiro, o trajeto que melhor lhe convier. Havendo determinação, terá que cumpri-la, sob pena de desclassificação, ou recebimento de penalidades. -35- 19.0 - OBSTÁCULOS A “PPA” poderá possuir obstáculos do tipo túnel, ponte, escada, tablado, barranco, paliçada, etc. 20.0 - EXIGÊNCIAS PRINCIPAIS DA “PPA” Uma “PPA” deve ser idealizada e montada de tal forma, que exija do Policial Militar “RACIOCÍNIO” (estudo da situação); “DECISÃO CORRETA”; e “QUALIDADE DO TIRO” (se necessário). Vide no item 2.5, na pág. 30. Assim, por exemplo, durante a sua execução, como se estivesse num confronto armado verdadeiro, deverá obrigá-lo a raciocinar e tomar decisões corretas, tais como: “- Vou por aqui, ou por ali?” “- Aquele alvo é “amigo”, “neutro”, ou “agressor”?” “- Estou sendo ameaçado?” “- Atiro daqui, ou procuro um melhor ângulo?” “- Tenho certeza de que devo atirar?” “- Aquele alvo de seqüestrador está segurando o refém e apontando uma arma para a sua cabeça; que faço?” “- Tenho que progredir no terreno; onde será meu próximo ponto de parada?” “- Qual a melhor posição para o tiro?” “- Estou me expondo demais?” “- É caso de parar na minha progressão?” “- É caso de uma retirada estratégica?” “- O “alvo agressor” está de costas e fugindo; que faço?” “- O “alvo agressor” está a uns 6 ou 7 metros, armado com faca, e vem para cima de mim; que faço?” “- O “alvo agressor” está no meio da multidão; armado; atiro? Chamo reforço?” “- Aquele “alvo agressor” está armado com revólver; atiro nele?” “- Aquele alvo estranho está armado, ou é alguém da imprensa com uma máquina fotográfica na mão? Ou é um celular?” “- Caramba, há um alvo neutro bem atrás do “alvo agressor”; atiro no “alvo agressor” daqui mesmo, ou procuro uma posição melhor?” “- Não estou vendo as mãos daquele alvo suspeito; verbalizo?” “- Aquele “alvo amigo” está ferido, e, o “alvo agressor” está fugindo; que faço?” “- Aquele alvo está armado, mas, não me parece ser um “alvo agressor”; como ter certeza?” “- O “alvo agressor” está dentro de um edifício suspeito; entro ou chamo reforço?” “- O “alvo agressor” está com os dois braços levantados, se rendendo, mas, ainda mantém numa das mãos a arma; que faço?” “- Aquele “alvo agressor” está com colete à prova de balas; que faço?” -36- E outras decisões. As respostas corretas deverão estar previstas por quem idealizou e montou a “PPA”, e, naturalmente, já foram abordadas, muitas vezes, na Pista Policial de Instrução (PPI), e, em salas de aula. 21.0 - UNIFORME - ARMAMENTO - MUNIÇÃO - EQUIPAMENTOS Os mesmos utilizados pelo Policial Militar em seus serviços normais. Se possível, o armamento deverá ser o mesmo utilizado por ele no serviço. A potência da munição será a da original de fábrica. 22.0 - ARMA Sempre, original de fábrica. O Policial Militar que se destacar na “PPA”, será por seus próprios méritos, e não, por atuar com uma arma super preparada, superior à de seus colegas. Será a de serviço, e da carga da Corporação. Armas curtas e longas, inclusive a espingarda calibre “12”, sub metralhadora, etc. 23.0 - SUBSTITUIÇÃO DE ARMA De acordo com autorização do Instrutor. 24.0 - TAPA OLHOS - ÍRIS MECÂNICA - ETC. Proibidos. São complementos que o Policial Militar não utiliza em seu serviço. 25.0 - EMPUNHADURA - AÇÃO NO GATILHO - POSIÇÕES DE TIRO - APOIOS Livres; o que melhor convier ao Policial Militar. Exemplo: - Se o Policial Militar achar que fará um “tiro de qualidade” apoiando parte do corpo (ou todo ele, ou a própria arma), em suporte existente no Posto de Tiro, deverá fazê-lo. 26.0 - SISTEMA DE RECARGA Livre (manual, jet, etc.), se possível, o mesmo sistema utilizado pelo Policial Militar quando de serviço. A utilização de carregadores rápidos deve ser incentivada. 27.0 - ALVOS Os mesmos utilizados na “PPI” (Vide Anexo F, pág. 69). 28.1 - Serão de figuras humanas, diferenciadas, de papel, papelão, plástico, etc., sem pontos de referência, como disco branco no centro, etc. (“agressor” não tem esses pontos), nas mais diversas posições e situações. Deverão possuir olhos, boca, etc.; não tendo, é porque estão de costa (vide Anexo F, pág. 69). Outros tipos de alvos poderão ser utilizados (bonecos, alvos metálicos para o calibre “12”, etc.). Serão constituídos, em princípio, de “ALVOS AMIGOS”, “ALVOS NEUTROS”, e “ALVOS AGRESSORES”. -37- 27.1.1 - “ALVOS AMIGOS”: - Estarão representando pessoas que se envolveram, voluntariamente, na ação policial, para agir em apoio ao Policial Militar e à Lei. Ex.: Outros Policiais; colaboradores; informantes; etc.. Nunca serão “alvos atiráveis”. 27.1.2 - “ALVOS NEUTROS”: - Estarão representando pessoas que se envolveram na ação policial, voluntária ou involuntariamente, mantendo-se, normalmente, em atitude neutra. Ex.: - Jornalista; cinegrafista; fotógrafo; curiosos; reféns; vítimas; etc.. Também, nunca serão “alvos atiráveis”. 27.1.3 - “ALVOS AGRESSORES”: - Estarão representando, sempre, os agressores da sociedade. Serão os alvos passíveis de tiros (naturalmente, dentro dos princípios do Tiro Defensivo). 27.2 - Quem idealizar e montar a “PPA” terá a liberdade de criar todos os tipos de alvos que julgar mais convenientes para o que pretende. Poderá aproveitar os já existentes (como se encontram), ou alterá-los, através de cortes e remontagens. Poderá desenhar alvos novos, pintá-los, etc. O poder de criatividade, com base na observação da realidade, será muito útil. 27.3 - As distâncias dos “alvos agressores” irão variar de 1 (um) a 20 (vinte) metros, em relação ao Posto de Tiro, de acordo com os objetivos da “PPA”. Essa distância poderá ser aumentada quando da utilização de armas longas. Os alvos “amigos” e “neutros”, à distâncias semelhantes, ou até maiores. 27.4 - O “alvo agressor” deverá estar armado. Se o alvo já existente não estiver assim caracterizado, é só recortar o modelo de uma “arma’ em outro papel, e colá-la (ou pintá-la) no lugar certo. Excepcionalmente, o “alvo agressor” poderá estar desarmado, mas, deverá possuir características próprias que o caracterize como tal. Etc. 27.5 - O “alvo neutro” estará desarmado. O “alvo amigo” poderá estar armado, caso em que deverá possuir certas características para a sua identificação. Ex.: - Um “alvo amigo” representando um outro Policial, participando da mesma ação policial. Basta acrescentar um detalhe qualquer, próprio dos policiais. Esse tipo de alvo é muito importante, pois ensina o Policial Militar a identificar seus companheiros, e evitar o famoso “fogo amigo” (companheiro matando companheiro). 27.6 - Os alvos podem ser fixos ou móveis (giratórios, pendulares, corrediços, etc.). 27.7 - “Alvos agressores”, “alvos amigos”, e “alvos neutros”, que surgem, repentinamente: - À frente do Policial Militar, quando dos seus deslocamentos (ou mesmo estando em seu posto de tiro); em janelas; portas; esquinas; etc.; deverão existir. Se o Policial Militar estiver fora do seu posto de tiro, e não houver outra saída, atuará de onde estiver. Havendo, primeiro se abrigará. Se efetuar disparos de um posto de tiro improvisado e exposto, e necessitar recarregar a arma, deverá fazê-lo agachado, do mesmo local de onde atuou sobre os “alvos repentinos”, ou das imediações, caso a segurança seja melhor, e até em movimento, caso seja a melhor opção (Vide item 41 e 43). Quem idealizar e montar a “PPA”, terá a liberdade de utilizar o mecanismo que -38- julgar mais conveniente para o surgimento inesperado dos alvos. 27.8 - O alvo poderá estar totalmente exposto, ou apenas uma parte dele, inclusive, só a cabeça, ou parte dela, etc. (válido para todos os tipos de alvos: - “amigos”, “neutros”, “agressores”). 27.9 - Quanto mais alvos “amigos”, “neutros” e “agressores” na “PPA”, para confundir o Policial Militar, e obrigá-lo a raciocinar, melhor. 27.10 - Quando houver dificuldades para se conseguir alvos com as finalidades que se deseja, ou o alvo não “conseguir demonstrar” o que está representado, sobre o mesmo será escrito” - “Agressor de costa fugindo”; “agressor rendendo-se”; “guarda municipal”; etc. 28.0 - ZONAS DE ACERTO NO “ALVO AGRESSOR” 28.1 - O “alvo agressor” deverá possuir zonas de acerto, identificadas com letras, e com linhas divisórias quase imperceptíveis. A valorização dessas zonas será dada pelo Instrutor, de acordo com a sua importância (de “zero” a 10 pontos). Observação: - É comum, nos alvos existentes no comércio, a existência de linhas divisórias fortes. Facilitarão o treinamento, mas, prejudicarão os reflexos numa ação policial verdadeira. Temos que partir do pressuposto de que “agressor verdadeiro” não tem essas linhas; “agressor verdadeiro” tem silhueta, estampa, vulto, etc., nunca linhas divisórias (ou pontos de referência, como disco branco no peito, etc.). No “alvo agressor” existente, e com essas linhas divisórias fortes, basta passar um pincel atômico da mesma cor sobre elas, e o problema estará resolvido. 28.2 - Haverá uma (ou mais) “zona primária” de acerto, objetivo principal do disparo, a qual terá valorização máxima. Poderão existir tantas “zonas secundárias” quantas forem necessárias; seus valores serão menores, e de acordo com suas importâncias. 28.3 - As zonas de acerto poderão mudar de local, de tamanho, de formato, e de valorização, de um alvo para outro, de acordo com os objetivos da “PPA”. 28.4 - Cada alvo é “um alvo”; cada situação é “uma situação”. Cada alvo e cada situação poderá, inclusive, mudar, repentinamente, dentro de um mesmo “quadro”, através de movimentações e modificações, alterando, totalmente, sua representação anterior. Etc. A criatividade e as finalidades da “PPA”, deverão estar intimamente relacionadas com a realidade das ações policiais armadas. Observação: - Encontrar “alvos agressores” não significa obrigatoriedade do Policial Militar atirar contra os mesmos; atuará sobre eles de acordo com o que aprendeu em sala de aula, e na “PPI”. Terá que raciocinar e decidir como proceder. 28.5 - Os “alvos amigos” e os “alvos neutros” não terão “zonas de acerto”; uma vez atingidos (em qualquer ponto), o Policial Militar sofrerá as penalidades previstas por quem idealizou e montou a “PPA”. 29.0 - IDENTIFICAÇÃO DA “ZONA PRIMÁRIA” NO “ALVO AGRESSOR” -39- Não haverá nenhuma característica especial para essa identificação; caberá ao Policial Militar, no instante do disparo, “raciocinar e decidir” onde deve ser essa zona, a fim de obter um “tiro de qualidade” (exatamente como ocorre na vida real). No alvo ela poderá estar assinalada, de leve. 30.0 - VALORIZAÇÃO DAS ZONAS DE ACERTO 30.1 - “Zona Primária”: - 10 pontos. 30.2 - “Zonas Secundárias”: - Seus valores serão determinados por quem idealizar e montar a “PPA”, com base na maior ou menor dificuldade de acerto, e de sua importância. Variarão de “zero” a 8 pontos. 30.3 - Para estar na melhor “zona de pontuação”, o impacto deverá, no mínimo, tangenciar a linha divisória superior, sem deixar qualquer espaço. 30.4 - Impacto maior que o calibre que lhe deu origem (rasgado) será aproveitado. O que importa é acertar, e não como o projétil penetrou no alvo. Por acaso, na vida real, se um projétil penetrar no “agressor da sociedade” de lado, rasgando, será anulado ou não terá conseqüências? 30.5 - As “zonas de acerto” estarão identificadas por letras já impressas no alvo. 31.0 - VALOR DOS PROCEDIMENTOS Cada procedimento correto valerá 10 pontos positivos; incorreto, não terá qualquer valor. OBSERVAÇÕES: a. Os procedimentos serão estabelecidos por quem idealizar e montar a “PPA”. b. Exemplos de procedimentos: 1) Proteger-se corretamente para atuar sobre os alvos. 2) Cano da arma sempre voltado para a direção correta (do perigo). 3) Dedo fora do gatilho quando dos deslocamentos. 4) Verbalizar corretamente. 5) Recarregar protegido, com rapidez e sem perder o contato visual com os alvos. 6) Deslocamentos corretos e seguros. 7) Localizar e atuar corretamente sobre um alvo pré determinado. 8) Atuar corretamente sobre um “quadro” de seqüestro. 9) Atuar corretamente sobre o “alvo agressor” armado com faca. 10) Atuar corretamente através da janela. 11) Atuar corretamente na virada de uma “esquina”. 12) Entrar e atuar corretamente pela porta do edifício suspeito. 13) Atuar corretamente em relação ao “alvo agressor” que está se rendendo. 14) E outros procedimentos. -40- 32.0 - VALOR DAS PENALIDADES 10 pontos negativos para cada uma. OBSERVAÇÕES: a. As penalidades serão estabelecidas por quem idealizar e montar a “PPA”. b. Exemplos de penalidades: 1) Acerto em alvo não atirável (cada acerto, uma penalidade). 2) Derrubar a arma. 3) Levar tombo (cair). 4) Disparo acidental, sem maiores conseqüências; se houver conseqüências, desclassificação. 5) Deslocar-se com a arma descarregada. 6) Não completar a “PPA” por falta de munição. 7) E outras penalidades. 33.0 - DESCLASSIFICAÇÃO Será desclassificado da “PPA” que estiver executando, o Policial Militar que: 33.1 - Atentar contra as normas de segurança. 33.2 - Não cumprir o trajeto determinado (se estiver determinado). 33.3 - Não obedecer a numeração dos Postos de Tiro (se existir). 33.4 - Tocar no alvo antes do seu levantamento. 33.5 - Tomar atitudes “anti disciplinares”. 33.6 - Sacar a arma fora do local para isso determinado. Fora da “PPA”, e do local destinado ao manejo da arma, a mesma deverá permanecer no coldre, carregada, ou acondicionada em local próprio (maleta, etc.), neste caso, descarregada. O Policial Militar não deve andar com a arma descarregada quando no coldre, a não ser que exista determinação em contrário, por se tratar de Policial Militar sem experiência. 33.7 - Outros motivos determinados por quem idealizar e montar a “PPA”. 34.0 - ALVOS NÃO ATIRÁVEIS (“AMIGOS E NEUTROS”) Se possível, não deverão estar claramente identificados; deverão causar dúvidas no Policial Militar. Ex.: - Um alvo duvidoso com um celular nas mãos. O Policial Militar vai ter que observar com cuidado, e raciocinar: - “— Será um celular, ou é uma arma?” -41- 35.0 - QUANTIDADE DE DISPAROS CONTRA UM MESMO ALVO Será determinado por quem idealizar e montar a “PPA” (em média, 2). Tiros a mais ou a menos do que foi determinado, serão considerados penalidades (acerte ou erre). Poderão ser idealizadas e montadas “PPA” em que o número de tiros contra os “alvos agressores” fique por conta do Policial Militar. Ele deverá ser alertado desse fato. Se usar tiros a mais ou a menos do necessário, será penalizado. 36.0 - TOTAL DE TIROS NUMA SÓ “PPA” De zero a 18. Excepcionalmente, esse número poderá ser aumentado; nesse caso, o Policial Militar será alertado para levar mais munição, mas, nunca, saberá quantos disparos irá efetuar. 37.0 - PONTUAÇÃO FINAL DE UMA “PPA” Será a diferença entre a soma dos pontos positivos (dos alvos e dos procedimentos) e dos pontos negativos (penalidades). Um tempo menor do que o previsto para executála, não acrescentará pontos; servirá apenas para um possível desempate, caso se trate de uma competição. 38.0 - SISTEMA DE PONTUAÇÃO DE UMA “PPA” ONDE NÃO EXISTA NECESSIDADE DE TIROS A Pista deverá ter o máximo de procedimentos possíveis, e penalidades previamente estabelecidas. Cada procedimento correto valerá 10 pontos; incorreto, nada. Cada penalidade 10 pontos negativos. A pontuação final do Policial Militar será a diferença entre o total dos pontos dos procedimentos corretos e das penalidades. O Policial Militar jamais deverá tomar conhecimento de que não haverá tiros. 39.0 - DO RECONHECIMENTO DA “PPA” POR PARTE DO POLICIAL MILITAR Serão observados os seguintes princípios: 39.1 - Não haverá qualquer reconhecimento. 39.2 - O Policial Militar somente terá contato direto com ela, na hora de executá-la. 39.3 - Sempre surpresa. 39.4 - Se possível, o Policial Militar não deverá vê-la (mesmo que de longe, e parcialmente) antes de sua participação. Após tê-la executado, e, também se for possível, não deverá manter contato com quem ainda não o fez. Tudo deverá ser feito para que o Policial Militar não tenha acesso aos problemas, dificuldades, tipos de alvos, e outras características da “PPA”, antes de executá-la. 39.5 - Sobre a “PPA” propriamente dita, terá informações vagas do que irá encontrar, e de como proceder. Ex.: - “Você, a partir de agora, vai participar de um confronto armado com os “agressores da sociedade”. Eles estão por aí. A área é de altíssimo risco, com -42- possibilidades de mortes de ambos os lados. Atue como se estivesse numa ação verdadeira, colocando em prática tudo o que aprendeu. Você vai se deslocar daqui até aquele ponto. O itinerário é seu. A escolha dos locais de atuação (Postos de Tiro) é sua. Efetue 2 disparos em cada “alvo agressor” atirável. Há um alvo de assaltante de banco, com gravata, e uma pasta na mão, condenado a 10 anos de reclusão: - Atue contra ele. Há um assaltante, desarmado e sem um braço, condenado a 20 anos de reclusão, disfarçado:- Atue contra ele. Você tem “x” minutos para executar a “PPA”. O início do tempo será com sinal sonoro. Quando você achar que terminou de executar a “PPA”, coloque a arma no coldre, e levante um dos braços, permanecendo no mesmo local, aguardando orientações. Se, antes disso, ouvir um segundo sinal sonoro, pare imediatamente; será o sinal de que o tempo máximo para executar a “PPA” se esgotou, ou você foi desclassificado; coloque a arma no coldre, e aguarde orientações. Observe todos os princípios de segurança; etc.”. Observação: - Tudo isso poderá ser dito a todos os Policiais Militares de uma só vez (poderá, inclusive, ser feito por escrito, antecipadamente). 39.6 - Quem idealizar e montar a “PPA”, deverá fazê-lo de tal forma, que, a qualquer instante, os alvos possam ser mudados de lugar ou alterados, sem qualquer prejuízo ou vantagem para os atiradores futuros. Essas mudanças e alterações são muito importantes. Poderá, inclusive, retirar a “arma” de alvos que estejam “armados”, ou “armar” alvos que estejam “desarmados”. Isso é muito simples, bastando fixar essas “armas” (naturalmente, recortadas em papel), com fita crepe, etc. Observação: - Essas mudanças e alterações poderão ser feitas após a passagem de um grupo de atiradores. Ex.: - Passaram 15 Policiais Militares. O Instrutor deixa-os isolados, num canto, sem contato com os que ainda não passaram. Libera-os, em seguida, no mesmo instante em que muda algumas posições de alvos, e altera outros, para o grupo seguinte (sem divulgar essa atitude). 39.7 - O Policial Militar deverá conhecer o Regulamento de “PPA” em todos os seus detalhes. 40.0 - POSTOS DE TIRO (LOCAIS DE ATUAÇÃO) 40.1 - Serão em número ilimitado dentro de uma mesma “PPA”, inclusive, poderá ser apenas um. 401.2 - Poderão ou não ser previamente designados, marcados e até numerados. 401.3 - Quando não forem previamente designados ou marcados, o Policial Militar ficará livre para atuar de onde melhor lhe convier, caso em que lhe será dado o itinerário aproximado para percorrer e atuar. Ex.: - “-Daqui você vai se deslocar até aquela árvore. Os alvos encontram-se à frente e à direita desse deslocamento. Atue sobre eles, de onde e do modo que achar mais conveniente.”. -43- 41.0 - VISÃO DA ÁREA DE ATUAÇÃO DO POLICIAL MILITAR DE DENTRO DO POSTO DE TIRO 41.1 - O Policial Militar deverá atuar sobre todos os alvos vistos de dentro do Posto de Tiro. 41.2 - O Policial Militar não deverá sair de sua proteção, se expondo, para observação ou atuação. Caso se exponha, perderá pontos; agindo corretamente, ganhará pontos. 42.0 - LOCAIS DE RECARGA DENTRO DA “PPA” O Policial Militar somente recarregará sua arma dentro do Posto de Tiro, podendo fazê-lo na posição que melhor lhe convier, desde que, em segurança. Somente sairá dos limites do Posto de Tiro, se tiver com a arma carregada. Excepcionalmente, poderá recarregar a arma no trajeto entre os Postos de Tiro (agachado ou em movimento - o que for melhor e mais seguro para ele), por ter sido obrigado a atirar contra alvos que surgiram repentinamente à sua frente, durante esse trajeto (portanto, nesse caso, o Policial Militar teve que atuar de um Posto de Tiro não previsto por ele, um Posto de Tiro extra, possivelmente, sem cobertura. Por isso, foi obrigado a recarregar agachado, como forma de proteção, ou em movimento; mas, se houver lugar seguro nas proximidades, fará a recarga dentro dele (Vide no item 28.9; na pag. 36). O Policial Militar precisa acostumar-se a controlar a munição existente em sua arma). Quando da recarga, deverá manter contato visual com os alvos. 43.0 - EXIGÊNCIAS PARA O POLICIAL MILITAR DAR INÍCIO À EXECUÇÃO DA “PPA” O Policial Militar dará início à execução da “PPA” com a arma carregada no coldre (Pistolas, travadas); um mínimo de 12 cartuchos de reserva, ou de acordo com determinação do Instrutor; uniformizado e equipado dentro dos padrões de sua Unidade. Adaptações especiais deverão ser feitas quando a arma for longa; submetralhadoras; calibre “12”; e outras armas. 44.0 - INÍCIO E TÉRMINO DO TEMPO O início e o término do tempo serão controlados através de sinal sonoro. Caso o Policial Militar não tenha concluído a “PPA” quando do sinal sonoro de encerramento do tempo, suspenderá, imediatamente, a sua participação, colocando a arma no coldre. Neste caso, os disparos faltantes (que deixaram de ser efetuados), e os procedimentos valendo pontos (que também deixaram de ser tomados, em virtude do término do tempo) serão transformados em penalidades. O Instrutor poderá fazer outras adaptações, como, por exemplo, deixar que o Policial Militar termine a pista, a fim de continuar testando sua capacidade, aplicando-lhe, após, as penalidades que julgar convenientes, em virtude do -44- excesso de tempo. 45.0 - CRONÔMETROS Serão utilizados 2 (dois); um, como titular, e o outro, como reserva. O cronômetro reserva somente será consultado, se houver problemas com o titular. 46.0 - ORDEM DE ENTRADA DOS POLICIAIS MILITARES NA “PPA” De acordo com determinação do Instrutor. 47.0 - VOZES DE COMANDO Estando o Policial Militar no local de partida, as vozes de comando são as seguintes: 47.1 - “Pista quente!” 47.2 - “Auxiliares, atentos!” 47.3 - “Policial Militar pronto?” (se o Policial Militar estiver pronto, permanece em silêncio; não estando, responde, em voz alta: - “Não pronto!”. Isso lhe dará mais 15 segundos para se aprontar. Não haverá um segundo “não pronto”, pois, transcorridos os 15 segundos, virá a voz de comando seguinte). 47.4 - “À espera!” 47.5 - Sinal sonoro dando início ao tempo (será emitido de 3 a 5 segundos após o “à espera”). 47.6 - Sinal sonoro dando fim ao tempo (ou a desclassificação do Policial Militar). 47.7 - “- Pista fria, efetuar o levantamento.” 47.8 - “- Policial Militar, acompanhar o levantamento!” (quando isso for permitido). Observação: - A frase “pista quente”, significa que a “PPA” está perigosa; ninguém deve mais adentrá-la. “Pista fria”, significa que não há mais perigo; podendo ser adentrada. 48.0 - EXECUÇÃO DA “PPA” 48.1 - O Policial Militar apresenta-se para executar a “PPA” com a arma carregada no coldre, e toda a munição reserva já no seu corpo. A critério do Instrutor, poderá apresentar-se com a arma descarregada. 48.2 - Deverá conhecer, integralmente, o Regulamento da “PPA”. 48.3 - Sobre a “PPA” que irá executar, somente será alertado sobre alguns detalhes específicos dela (caso ainda não tenha sido). Vide item 40.5,na pag. 40. 48.4 - PARTIDA: Na posição determinada por quem idealizou e montou a “PPA”, já ou não no primeiro Posto de Tiro; arma carregada no coldre (pistolas travadas); munição reserva, e outros materiais necessários, no corpo do Policial Militar. Armas longas, etc., adaptadas à situação. Ex.: - Carabina.38: - carregada; culatra fechada; coronha entre o -45- braço e o corpo; cano a 45 graus em relação ao solo; etc. 48.5 - Ao sinal sonoro (início do tempo) sacará a arma e se instalará no Posto de Tiro número 1 (um), atuando sobre todos os alvos vistos desse posto. Em seguida, se desloca para o Posto de Tiro número 2 (dois); depois para o 3 (três); etc.. Naturalmente, se forem numerados e previamente designados. Não sendo, atuará de onde julgar mais conveniente. 48.6 - Em princípio, os deslocamentos serão feitos com a arma na mão, sempre, com especial atenção para a segurança. 48.7 Nos deslocamentos com a arma na mão, o dedo deverá estar fora do gatilho, e o cano da arma deverá estar voltado para a direção que o momento exige (do perigo). 48.8 - A arma deverá ser colocada no coldre, quando houver necessidade de ultrapassar obstáculos em que ambas as mãos tenham que ser utilizadas para tal fim, sem possibilidades de continuar segurando-a; sendo uma só mão, não há necessidade, ou, fica a critério do Policial Militar. Armas longas, etc., adaptadas à situação. 48.9 - Quantidade de recargas: Não há limite. Não há necessidade de gastar todos os cartuchos para fazer a recarga. 48.10 - A rapidez dos deslocamentos e dos disparos, serão dosados pelo próprio Policial Militar, diante das características da “PPA”, e do tempo máximo que dispõe para executá-la. 48.11 - Encontrando tabuletas indicativas de trajeto ou obstáculos por onde a passagem seja obrigatória, deverá cumpri-las, sob pena de desclassificação dessa “PPA”, ou penalidades. Não encontrando, seguirá o trajeto que melhor lhe convier. 48.12 - Se o Posto de Tiro estiver balizado, terá que atuar sobre os alvos, do interior desse balizamento. 48.13 - Quando no deslocamento entre os Postos de Tiro surgirem, repentinamente, alvos à sua frente (lateral, etc.), e não tendo tempo para se proteger, de onde estiver, terá que atuar sobre os mesmos. Esses alvos repentinos poderão ser “amigos, neutros, ou agressores”, e servirão para testar a capacidade de reação intuitiva rápida e correta do Policial Militar. 48.14 - Se por qualquer motivo o Policial Militar não tiver condições de continuar executando a “PPA”, deverá parar onde se encontra, colocar a arma no coldre, e levantar uma das mãos. O responsável travará o cronômetro imediatamente. Se ficar comprovado que o motivo que provocou a paralisação foi da responsabilidade dos dirigentes ou da organização da “PPA” (Ex.: - Falta do número do Posto de Tiro, quando isso estiver previsto; presença de pessoas dentro da “PPA”, estando, portanto, correndo risco de vida; etc.; ou de intempéries: Ex.: - alvos derrubados por ventos fortes; queda de raio no local; etc.); o Policial Militar terá direito de completar a “PPA”, dentro do tempo faltante. Se a paralisação foi motivada por falha de arma, munição, equipamento, -46- acidente, etc., o Instrutor analisará o problema, e autorizará ou não o Policial Militar a completar a “PPA” dentro do tempo faltante; poderá, inclusive, autorizar a substituição da arma, da munição, etc.. 48.15 - Se não lhe for permitido terminar a pista, ficará com os pontos obtidos até a sua paralisação, e mais as penalidades previstas (Vide no item 45.0, pag. 41). 48.16 - Terminando de executar a “PPA” antes do sinal sonoro relativo ao término do tempo, o Policial Militar coloca a arma no coldre, levanta um dos braços, e permanece no local, à espera do sinal sonoro do término do tempo, e outras orientações. Armas longas, etc., adaptadas à situação. Ex.: - Carabina.38: - culatra aberta; coronha apoiada no solo; arma em pé, segura pelo Policial Militar; etc. 48.17 - Se, antes de terminá-la, houver sinal sonoro de término do tempo (ou relativo à sua desclassificação), pára, imediatamente, colocando a arma no coldre, permanecendo no local à espera de orientação. Armas longas, etc., adaptadas à situação. Ex.: - Carabina.38: - culatra aberta; coronha apoiada no solo; arma em pé, segura pelo Policial Militar; etc. 48.18 - Enquanto estiver executando a “PPA”, o Policial Militar não poderá receber auxílio de terceiros. Se a passagem for coletiva (item 6.0, pag. 31), somente dos que estiverem com ele na pista. 48.19 - O Policial Militar acompanhará o levantamento dos seus pontos nos alvos (se for autorizado - há casos especiais em que ele não acompanha; será previsto por quem idealizar e montar a “PPA”) e assinará a súmula, após o que, deixará o local, ou cumprirá às determinações do Instrutor. Vide a “OBSERVAÇÃO” item 40.6, pág. 40. 48.20 - Se a situação permitir, após executar a “PPA”, o Policial Militar, ficará anotando os erros e os acertos dos que irão passar em seguida. É excelente método de aprendizado com base na observação. 49.0 - ORIENTAÇÃO DO INSTRUTOR, APÓS A PASSAGEM DO POLICIAL MILITAR PELA “PPA”. 49.1 - Se possível, após a passagem do Policial Militar pela “PPA”, o Instrutor deverá, imediatamente, destacar seus erros e acertos. Com relação aos erros, deverá orientá-lo, minuciosamente, de como deveria ter sido sua maneira correta de proceder. Ficará ainda à sua disposição para outros esclarecimentos. 49.2 - Não sendo possível, após a passagem de todos os Policiais Militares pela “PPA”, fará uma explanação geral a eles, destacando seus principais erros e acertos. Em seguida, ficará à disposição dos mesmos, para outros esclarecimentos, e estimulando a discussão sobre o assunto. 50.0 - FISCALIZAÇÃO DA ARMA, MUNIÇÃO, EQUIPAMENTO, UNIFORME A ser feita pelo Instrutor, que determinará a correção, caso esteja irregular. Poderá -47- ser feita antes, durante e após a passagem do Policial Militar pela “PPA”. 51.0 - DEFEITO DE ARMA, MUNIÇÃO, EQUIPAMENTO O Instrutor analisará o problema, e tomará as decisões que julgar mais convenientes. Partirá, sempre, do princípio de que o Policial Militar não poderá ser prejudicado por falhas que não sejam de sua responsabilidade. 52.0 - ACOMPANHAMENTO DO LEVANTAMENTO DOS ALVOS Quando for permitido, o Policial Militar deverá acompanhar o levantamento dos seus alvos, permanecendo, no entanto, a 2 (dois) metros de distância dos mesmos. Não deverá tocá-los antes do levantamento, sob pena de desclassificação. Reclamará, de imediato, se não concordar com o levantamento. O Levantador fará revisão no mesmo instante. (Vide item 49.19). 53.0 - SÚMULA Após o seu preenchimento, deverá ser assinada pelo Policial Militar e pelo Instrutor. Se houver rasura, tal fato (assim como outros) será esclarecido no local destinado a “observações”, com rubrica do Instrutor e do Policial Militar. Se as circunstâncias e as características da “PPA” permitirem, será entregue, de imediato, uma cópia ao Policial Militar. Não permitindo, só a receberá quando isso for possível. MOTIVO: - Dificultar que o Policial Militar “passe” detalhes da “PPA” para os companheiros que ainda não a executaram. Após o levantamento, todos os espaços em branco da súmula deverão ser anulados. O Instrutor e o Policial Militar somente a assinarão, após essa providência. (Vide modelo de súmula e como preenchê-la. (Vide Anexo G, pag. 71). 54.0 - PEQUENAS COMPETIÇÕES O Instrutor, sempre que puder, deverá usar a “PPA” para pequenas e saudáveis competições entre os Policiais Militares sob seu comando, premiando, mesmo que for de modo simples, os vencedores. A repetição constante de uma instrução de tiro, com o tempo, poderá desmotivar o Policial Militar. No momento em que competições simples e saudáveis forem realizadas dentro dessa instrução, a motivação voltará. Além disso, elas ensinam e mostram a capacidade do Policial Militar, provocando, entre eles, e também com o Instrutor, discussões sobre os erros, os acertos, e a busca constante da perfeição. 55.0 - ÁREAS DE SEGURANÇA Quando da instrução com tiro real, deverá ser designado uma área de segurança para manejo de arma (onde não se maneja munição); e, uma área de segurança para manejo de munição (onde não se maneja arma). -48- 56.0 - CONSIDERAÇÕES GERAIS 56.1 - A única forma de sabermos se um Policial Militar terá condições técnicas, táticas e equilíbrio físico e emocional, para atuar num confronto armado verdadeiro, será apreciarmos sua conduta nas “PPA”. 56.2 - Um treinamento sem responsabilidades, dificilmente exporá as fraquezas técnicas, táticas e emocionais do Policial Militar; só as “PPA” darão essa certeza, corrigindo-as. 56.3 - A “PPA” é o melhor tipo de instrução de tiro que existe para o Policial Militar pronto para o serviço (e também para os alunos das diversas Escolas, que já passaram pelo ensino básico de tiro e pela “PPI”). Com certeza, é a única forma segura de prepará-lo para ações policiais armadas quando no desempenho do seu serviço. 56.4 - A maioria dos erros cometidos por um Policial Militar no serviço, dá para ser corrigida; um tiro desastroso, jamais! Só a “PPA” tem condições de prepará-lo para que isso não ocorra. 56.5 - A “PPA” tem a grande vantagem de exigir poucos disparos para a sua execução (e, até nenhum), portanto, com grande economia de munição, e, mesmo assim, atingirá, plenamente, seus objetivos. 56.6 - A “PPA” deve ter a sua execução incentivada em todos os escalões, e em todas as situações. Somente através da intensidade de sua execução o Policial Militar ficará condicionado a atuar corretamente quando dos confrontos armados com os “agressores da sociedade”. 56.7 - São simples de ser idealizadas e montadas (basta relacioná-las com a vida prática). Nas instruções de tiro, bastam alguns alvos; um pequeno espaço de estande de tiro; algumas dificuldades; alguns problemas que exijam “raciocínio” e “decisão correta”, alguns “tiros de qualidade”; um ou dois Postos de Tiro, e pronto! Está montada uma “PPA”. 56.8 - Uma ou duas passagens por uma “PPA” valerão mais que dezenas de aulas teóricas. Ela é atrativa; o Policial Militar gosta dela. 56.9 - Deverá ser lógica e sem complicações absurdas. 56.10 - Para o Policial Militar, a “PPA” não se encerra com o término de sua execução; ao contrário, dará margem para muitos comentários, análises e discussões com os companheiros e instrutores de tiro, onde com certeza, os “erros e os acertos” serão destacados e muito comentados. 57.0 - ALGUNS COMPLEMENTOS PRÁTICOS SOBRE A “PPA” 57.1 - Abaixo, alguns complementos práticos sobre a “PPA”. Outros deverão ser estabelecidos pelo Instrutor: 57.1.1 - O Policial Militar tem que atuar sempre protegido (abrigado). 57.1.2 - Nunca atuar em campo aberto. -49- 57.1.3 - Jamais se expor. 57.1.4 - Cano da arma sempre na direção do perigo. 57.1.5 - Nos deslocamentos, dedo fora do gatilho. 57.1.6 - Ao sair do seu posto de tiro (previamente designado ou não), o Policial Militar tem que ter certeza de onde será seu próximo ponto de parada, e se ele tem condições de abrigá-lo (protegê-lo). 57.1.7 - De um posto para o outro (previamente designado ou não), caso tenha que cruzar campo aberto, o Policial Militar deverá fazê-lo com rapidez, mantendo o cano da arma para a direção do perigo. 57.1.8 - Havendo tempo, as primeiras partes de todos os alvos a serem observadas pelo Policial Militar, serão as mãos. Estando armado, verifica, rapidamente, se é “amigo, agressor, ou neutro”; aí, atua de acordo com as necessidades. Nem sempre isso é possível ou necessário. Ex.: - Um ataque repentino do “alvo agressor” ao Policial Militar ou a terceiros; revelando, de imediato, quem é o agressor. 57.1.9 - Na falta de sonorização, demonstrando que o “alvo agressor” está atirando contra o Policial Militar, deve ser esclarecido que, uma vez armado, e em posição normal, ele estará atirando contra o Policial Militar, ou contra terceiros. Com as mãos para cima ou na nuca, estará se rendendo. 57.1.10 - Encontrando “alvo suspeito”, onde as mãos não aparecem, tem que haver verbalização:“Aqui é a Polícia Militar; mostre as mãos!” (mantendo-se o Policial Militar em absoluta segurança e protegido, cano da arma na direção do “alvo suspeito”). 57.1.11 - O Policial Militar não deve esquecer de olhar, constantemente, para todos os lados, inclusive, para a retaguarda, para o alto, sob os carros e no seu interior, etc.. Pode haver “alvo agressor” de tocaia. 57.1.12 - Em caso de dúvida, não atire. Mantenha-se protegido, cano da arma na direção do perigo, e verbalize (se for possível), até que a dúvida desapareça. O início da verbalização é: “Aqui é a Polícia Militar”. 57.1.13 - Se o Policial Militar quiser verbalizar com os “alvos neutros”, pode. Ex.: “Passou por aqui um “agressor” armado, branco, mais ou menos 30 anos, calça jeans, camiseta amarela, tênis preto? 57.1.14 - Lembre-se: - “Tiro é como futebol, só se aprende praticando e observando”. 57.1.15 - “PPA” executada em conjunto, por dois ou mais Policiais Militares é muito importante. Também executada à noite e em interior de edifícios. 57.1.16 - A maior parte das Pistas não deve ter Postos de Tiro pré determinados, mas, deixado a critério do Policial Militar a escolha dos locais (Postos) de onde deseja atuar, desde que protegido, e sem se expor. 57.1.17 - Alvos de todos os tipos, que surjam, repentinamente, acionados por cordinha, barbante, arame, etc., devem existir, a fim de testar a capacidade intuitiva -50- rápida do Policial Militar. 57.1.18 - Devem ser preparadas “armadilhas” lógicas, a fim de testar a capacidade intuitiva do Policial Militar. 57.1.19 - Enquanto o Policial Militar atua na pista, o Instrutor deverá acompanhá-lo de perto, à sua retaguarda, sem que o Policial Militar o veja. No caso de uma necessidade (acidente, ferimento, etc., do Policial Militar) o Instrutor intervirá, imediatamente. 57.1.20 - A sonorização (gravada ou natural) de uma pista, caracterizando tiros do “alvo agressor” contra o Policial Militar ou terceiros (ou outro tipo de barulho), é muito simples e útil; sempre que isso for possível, deverá ocorrer. Qualquer som que imite tiros é útil. Outros tipos de sons poderão ser usados. 57.1.21 - Fica esclarecido, que o ideal é o Policial Militar sair do seu Posto de Tiro, em direção a outro, sempre com a arma totalmente carregada. 57.1.22 - Após a passagem do Policial Militar pela pista, e se for possível, ele deverá acompanhar os próximos, anotando seus erros e acertos. Continuará aprendendo através da observação. 57.1.23 - Se possível, alguns alvos deverão estar com cobertura natural (mato, parede caixas, latas, etc.); isso estimulará a observação do Policial Militar. Cobertura artificial no próprio alvo também é importante. 57.1.24 - Os alvos têm que ter olhos, boca, etc., caracterizando estarem de frente; não tendo, estarão de costas. 57.1.25 - “Alvos agressores” deverão existir, mas, de tal forma, que não cabe ao Policial Militar atuar sobre eles; terá que chamar apoio ou Unidade especializada (Ex.: “Alvo agressor” no interior de prédio suspeito; alvo de seqüestrador com refém; etc.). 57.1.26 - Evitar a valentia perigosa; ela poderá transformar o Policial Militar num herói, ou num defunto. 57.1.27 - Na quase totalidade das vezes, o que preserva vidas e solucionam problemas são procedimentos corretos, e não tiros; por isso valorizar e incentivar essa prática. 57.1.28 - O normal são dois disparos em cada “alvo agressor” atirável; poderá ser só um, ou mais de dois, se a situação assim o exigir, tudo, a critério do Instrutor. 57.1.29 - Sempre que houver necessidade, verbalizar. O início de qualquer verbalização é:- “-Aqui é a Polícia Militar!” 57.1.30 - Procurar atirar com dupla empunhadura, e ação dupla do gatilho. 57.1.31 - Posição de Tiro:- Totalmente livre; aquela que o Policial Militar julgar mais conveniente para a sua segurança e a obtenção de um tiro de qualidade. 57.1.32 - Não atirar em “alvo agressor” desarmado; de costas; rendendo-se; em situações especiais, como no meio da multidão; etc.. 57.1.33 - Não atirar em “alvo agressor” armado com arma branca; com objeto -51- contundente; etc., caso não esteja oferecendo perigo iminente. Verbalizar com ele: “Aqui é a Polícia Militar; jogue essa faca fora!”; etc. 57.1.34 - Jamais sair da proteção com a arma descarregada. 57.1.35 - Mesmo quando estiver recarregando a arma, continuar protegido, e não perder o contato visual com os alvos. Não se preocupar com os cartuchos deflagrados que forem ficando pelo chão; serão pegos depois. 57.1.36 - Encontrando uma “força agressora” maior pela frente, paralisar a ação (ou recuar), chamando reforço. 57.1.37 - Ao atuar através de janelas, seteiras, cantos de paredes, muro, etc., jamais ultrapassar a arma além da linha de segurança; poderá ser arrancada por algum “agressor” escondido. 57.1.38 - Jamais dobrar esquinas; olhar por janelas; por portas; adentrar ambientes perigosos; etc., de “peito aberto”. Usar a “olhada” rápida ou o "fatiamento" (tomada de ângulo), com o cano da arma na direção do perigo. 57.1.39 - Ao olhar o interior de carro suspeito, encontrado na pista, fazê-lo por trás, olhando de cima para baixo; examinando-o também por baixo; algum “alvo agressor” poderá estar ali escondido; sempre com o cano da arma na mesma direção onde possa estar o perigo. 57.1.40 - Havendo possibilidades, antes de reagir a um ataque, proteja-se; não havendo, reaja com a maior rapidez possível. 57.1.41 - Encontrar “alvo agressor” não significa ter que atirar contra o mesmo, dependerá das circunstâncias do momento, que serão analisadas pelo Policial Militar. 57.1.42 - Na verbalização, a “ordem” dada ao alvo será considerada cumprida, desde que lógica, efetuada corretamente, no momento certo, e o alvo não se “altere” após essa ordem. 57.1.43 - Na atuação noturna, apenas “pisque” a lanterna, mantendo seu foco na direção do cano da arma (ou vice versa). Normalmente, a lanterna estará junto da arma (ao seu lado). Após essa “piscada”, saia imediatamente do local onde se encontra, procurando fazer o menor barulho possível. Mantenha sua silhueta contra as partes escuras do ambiente. 57.1.44 - Não esquecer que, os procedimentos, e os problemas a serem solucionados pelo Policial Militar na pista, valem pontos. 57.1.45 - A súmula com todas as pontuações não será passada para o “RIT”, mas, anexada a ele. 57.1.46 - Mesmo dentro da instrução, pequenas e saudáveis competições deverão ser estimuladas e recompensadas. Elas motivam, ensinam, e mostram a capacidade do Policial Militar, aperfeiçoando-o. 57.1.47 - Desconfie, desconfie sempre. 57.1.48 - E outros procedimentos. -52- 58.0 - TÁTICAS DO INSTRUTOR 58.1 - A “PPA” exige Instrutor esperto, criativo, de boa vontade; que tenha experiência e visão da complexidade do Serviço Policial; que realmente se interesse pela proteção armada da sociedade; pela proteção da vida do Policial Militar e de inocentes; pela preservação da integridade da Corporação; e que procura evitar pesados processos contra seus integrantes, em virtude de ações armadas erradas contra os “agressores da sociedade”. Deverá estar ciente de que seus ensinamentos terão conseqüências positivas ou negativas para o resto da vida do Policial Militar que instruiu. 58.2 - Ao montar a “PPA”, deverá prever alterações rápidas dos alvos, sem que os Policiais Militares percebam, como a sua mudança total; ou pequenas alterações nele, como a retirada ou colocação de “arma”; substituição de “inscrições”; de “detalhes”; etc.; que acabam modificando completamente a sua configuração. 58.3 - O Instrutor determinará que o Policial Militar saia com 18 cartuchos, dando a impressão que serão disparados muitos tiros, quando, na realidade, serão efetuados apenas alguns. 58.4 - Deverá colocar alvos com alguns detalhes, determinando que o Policial Militar os localize na “PPA” e atue contra eles. Exemplos: 58.4.1 - “- Na “PPA” há um “alvo agressor” representando um assaltante condenado e perigosíssimo; está desarmado, de gravata e com uma pasta na mão. Atue contra ele.” 58.4.2 - “- Na “PPA” há um “alvo agressor” armado; está disfarçado; não possui um dos braços. Está pronto para matá-lo. Atue contra ele.” 58.4.3 - “- Está vendo este alvo? Há um igualzinho na “PPA”; está desarmado, mas é procurado pela Justiça. Atue contra ele.” 58.4.4 - “- Há um Policial Militar falso na “PPA”; atue contra ele.” 58.5 - Poderá prever “Postos de Tiro” onde não exista nenhum tipo de alvo. 58.6 - Colocará “alvos agressores” em posição de “tocaia”, quase escondidos, prontos para atirar contra o Policial Militar, a fim de despertar seu sentido de observação e intuição. 58.7 - Colocará “alvo neutro” bem na direção e após o “alvo agressor”, aparecendo só uma parte dele, a fim de verificar se o Policial Militar está atento a esse detalhe (caso não esteja, poderá provocar a morte de inocentes). 58.6 - Colocará “alvos agressores” com faca, objetos contundentes, etc., em várias situações e posições, obrigando o Policial Militar a raciocinar e atuar das mais diferentes formas. 58.7 - Colocará “alvo agressor” de costas, o qual, mediante o acionamento de uma cordinha, etc., ficará, repentinamente, de frente, “atirando” contra o Policial Militar. 58.8 - Alvo suspeito, cujas mãos estão com cobertura e não aparecem; de repente, após a verbalização de: “- Aqui é a Polícia Militar; mostre as mãos!”, a cobertura cai -53- (mediante qualquer artifício) e as mãos aparecem, podendo estar com uma arma, com um celular, etc.. Mostrará a capacidade intuitiva rápida do Policial Militar e sua capacidade de reação. 58.9 - “Alvo agressor” rendendo-se, com as duas mãos para cima, mas, conservando ainda a arma na mão. Após a verbalização de: “Aqui é a Polícia Militar; jogue a arma, mãos na nuca!”, o Instrutor preparará várias alternativas: 58.9.1 - O “alvo agressor” cumpre a ordem. 58.9.2 - O “alvo agressor”, mediante qualquer artifício, baixa as mãos, “atirando” contra o Policial Militar. 58.9.3 - O “alvo agressor” vira de costas como se estivesse fugindo. O Policial Militar atuará de acordo com cada uma dessas circunstâncias. 58.10 - A capacidade criativa do Instrutor transformará a instrução ou em algo monótono e sem interesse, ou em algo dinâmico, ao gosto e vibração dos Policiais Militares, por verem nela algo útil para a proteção de sua vida e de terceiros; à preservação da integridade de sua Corporação; assim como, por prepará-los para atuar dentro da Lei, da Ordem, e da Política Policial Brasileira, evitando, com isso, que venham a responder por processos nos Tribunais; podendo evitar ainda, que, por procedimentos errados, acabem o resto de seus dias em uma cadeira de rodas. 70.0 - MANUAL MALEÁVEL Este Manual não esgota, nem finaliza o assunto; ele serve de parâmetro; por isso, se apresenta de forma maleável em muitos dos seus aspectos, quando da sua aplicação. Querer “engessá-lo”, seria o mesmo que obrigar os " agressores" a agirem sempre da mesma forma (“Vocês não mudam aí, que nós também não mudaremos aqui”), ou que os confrontos armados com os “agressores da sociedade” fossem, sempre, bem parecidos uns com os outros. Poderá adaptar-se às circunstâncias infinitas com que se apresentam os problemas policiais brasileiros, mas, sempre subordinado à Legislação Brasileira sobre o assunto. Deverá, em todas as suas circunstâncias, buscar e aprimorar no Policial Militar, os seus princípios fundamentais: - “Raciocínio”, “Decisão Correta”, e “Qualidade do Tiro” (caso tenha que ser dado), obedecendo, sempre, os princípios do “TIRO DEFENSIVO” (tiro em defesa própria ou de outros - legítima defesa). Proteção à vida do Policial Militar e de terceiros; preservação da imagem da Corporação; atuação dentro da Lei, da Ordem e da Política Policial Brasileira, e calcada única e exclusivamente na realidade brasileira. -54- CAPÍTULO VII Quinta Fase 1.0 - INSTRUÇÃO ESPECIALIZADA 1.1 - Finalidade: Preparar tropas especiais, para atuações especiais, em ocorrências também especiais, que fogem da rotina do serviço comum da Corporação. 2.0 - CARACTERÍSTICAS 2.1 - A instrução especializada será dividida de acordo com os seus objetivos e finalidades, desde a parte teórica; manejo de armas; munição; materiais; técnicas e táticas especiais; gerenciamento de crises; etc.; até a montagem e atuação do Policial Militar na “Pista Policial Especial” (PPE). 2.2 - Sua preparação, execução e constante aperfeiçoamento, estará sob a responsabilidade das Unidades especializadas (e dos setores especializados de outras Unidades), as quais desenvolverão manuais próprios para a sua instrução, obedecendo, sempre, todos os princípios do TIRO DEFENSIVO deste Manual, e do determinado neste capítulo. 2.3 - Além das armas, munições e materiais comuns da Corporação, utilizará também os especializados, próprios para o cumprimento de suas missões. 2.4 - Os Policiais Militares atuarão sempre em conjunto. 3.0 - PISTA POLICIAL ESPECIAL (PPE) 3.1 - Sempre que possível, a instrução de tiro especializada deverá se desenvolver na “PISTA POLICIAL ESPECIAL” (PPE), com os Policiais Militares sendo submetidos à situações similares aquelas que poderão encontrar quando de uma atuação verdadeira. 3.2 - A “Pista Policial Especial” (PPE) segue os mesmos princípios da “Pista Policial de Instrução” (PPI) e “Pista Policial de Aplicação” (PPA), adaptada às suas circunstâncias, necessidades e finalidades. 3.3 - A atuação do Policial Militar na “PPE”, normalmente, será coletiva. 3.4 - Sua montagem deverá prever os mesmos “quadros” (com seus problemas) que, possivelmente, serão encontrados pelos Policiais Militares, quando de sua atuação verdadeira. 4.0 - FUNDAMENTO BÁSICO 4.1 - Em princípio, o fundamento básico de toda a instrução especializada, deverá estar voltado para a FORÇA DE DISSUASÃO E DE CONVENCIMENTO (oral e físico), através de demonstrações de superioridade de força e de negociações. 4.2 - Sempre que possível, o confronto armado, com conseqüências imprevisíveis, -55- deverá ser evitado. 5.0 - REALIDADE - PROTEÇÃO À VIDA - OBEDIÊNCIA À LEI A instrução deverá prever atuações as mais próximas possíveis da realidade. Destaque especial para a proteção à vida do Policial Militar e de terceiros, quando dessas atuações; assim como, a preservação da integridade da Corporação; o respeito à Lei; à Ordem, e à Política Policial Brasileira. 6.0 - ALVOS Poderão ser utilizados todos os tipos de alvos necessários à uma instrução que se aproxime o máximo possível de suas finalidades e realidade. 7.0 - ARMAMENTO - MUNIÇÃO - EQUIPAMENTOS - VIATURAS - ETC. 7.1 - Os mesmos utilizados quando das atuações reais, e de acordo com as finalidades da instrução. No interior de edifícios poderá ser utilizada munição alternativa. 7.2 - Instrução minuciosa sobre a sua aplicação técnica, tática e psicológica. 8.0 - ARMAS NÃO LETAIS - MUNIÇÕES NÃO LETAIS 8.1 - Especial atenção deverá ser dada à instrução com armas e munições não letais. 8.2 - Características, funcionamento e finalidades das armas não letais. 8.3 - Características, funcionamento e finalidades das munições não letais (projéteis de borracha, de plástico, munições químicas, etc.). 8.4 - Aplicação técnica, tática e psicológica das armas e munições não letais. 9.0 - COLETES - PROTETORES - CAPACETES - VISEIRAS - ESCUDOS - ETC. O Policial Militar deverá aprender, minuciosamente, como usar e atuar com coletes, protetores, capacetes, viseiras, escudos, e o que mais for necessário à sua proteção. 10.0 - DESTAQUES ESPECIAIS A instrução para atuações onde a vida do Policial Militar será colocada em alto risco, ou que lhe exija destreza, equilíbrio físico e mental além da normalidade, deverá ser intensamente ministrada e repetida, até que se alcance a perfeição. Assim, por exemplo, destaque especial deverá ser dado para as seguintes situações particulares: 10.1 - Atuação noturna, em ambientes internos e externos, sem luz. 10.2 - Entrada em edificações suspeitas e perigosas (por portas trancadas e abertas; janelas nas mesmas condições; pelo telhado; etc.), tanto de dia, como à noite. 10.3 - Entrada com coberturas. 10.4 - Atuação no interior de edificações suspeitas e perigosas (corredores, -56- escadas, alçapões, porões, elevadores, forros, e outros ambientes), inclusive à noite, com luz e sem luz. 10.5 - Tomadas de elevadores. 10.6 - Técnicas de retenção e imobilização de oponentes armados (CQB). 10.7 - Aproximação, busca e varreduras em veículos comuns, coletivos, caminhões, etc. 10.8 - Atuação em seqüestro, confinamentos, cerco, etc.. 10.9 - Gerenciamento de crises nos seus mais diferentes aspectos. 10.10 - Atuação tática com emprego de submetralhadora, e outras armas especiais. 10.11 - Perseguição, atuação e cerco contra viaturas suspeitas. 10.12 - Abordagem e captura imediata utilizando viatura policial. 10.13 - Abordagem de suspeitos armados e perigosos. 10.14 Transposição de muros e outros obstáculos. 10.15 Enfrentamento com “agressores da sociedade” extremamente violentos, munidos com armas de grande poder de destruição. 11.0 - INSTRUTORES 11.1 - A Instrução especializada exige Instrutores altamente especializados, atualizados e extraordinariamente competentes; com domínio absoluto das técnicas, das táticas e da psicologia aplicada às atuações que fogem, completamente, à normalidade do serviço comum da Corporação. 11.2 - Deverão estar em constante busca do aperfeiçoamento. Precisam pesquisar, com intensidade, o surgimento e a aplicação de novos armamentos, munições, materiais, etc., assim como, de novas técnicas e táticas de atuação em situações especiais. 11.3 - Providenciarão constantes relatórios aos seus superiores, propondo medidas e providências para a melhoria da instrução especializada. 12.0 - PADRONIZAÇÃO - MANUAIS INTERNOS 12.1 - Com base nos tópicos principais deste capítulo sobre “INSTRUÇÃO ESPECIALIZADA”; em sua obediência, e, sem se afastar de suas diretrizes, as Unidades especializadas (e os setores especializados de outras Unidades) padronizarão essa instrução, através de manuais internos, e de medidas urgentes para adaptações às novas circunstâncias que surgem no decorrer do dia a dia. 12.2 - Para a constante melhoria dessa padronização, após a execução de qualquer atuação verdadeira, além do relatório sobre o fato, Comissão nomeada pelo Comandante da Unidade, deverá analisá-la, destacando os acertos e os erros cometidos, e o que deveria ter sido feito para um melhor desempenho. Após, discussão do assunto, entre todos os oficiais e praças da Unidade. -57- CAPÍTULO VIII Teste Geral de Avaliação Anual do Tiro Defensivo da Corporação 1.0 - PARTICIPAÇÃO - REGULAMENTO - ARMA Anualmente, com participação de equipes representativas de todas as OPM possuidoras de Gabinete de Instrução (GI), será feito o "Teste Geral de Avaliação do Tiro Defensivo da Corporação", utilizando as modalidades de tiro "Curso Básico", e "Pista Policial de Aplicação", de acordo com os respectivos regulamentos (Capítulo IV e VI), e com emprego de revólveres, munição e equipamentos da Corporação. (Teste idênticos, com outros tipos de armas, são facultativos). 2.0 - SUPERVISÃO - COORDENAÇÃO Diretoria de Ensino e Instrução. 3.0 - APOIO LOGÍSTICO. APMBB. 4.0 - PREPARATIVOS - EXECUÇÃO Sob a responsabilidade de Comissão previamente designada pela DEI/PM. 5.0 - PARTICIPAÇÃO Obrigatória para todas as OPM possuidoras de GI (Gabinete de Instrução). 6.0 - CONSTITUIÇÃO DAS EQUIPES REPRESENTATIVAS As OPM (GI) formarão uma Equipe para cada modalidade de tiro ("Curso Básico" e "PPA"), com a seguinte constituição: 6.1 - Dois Oficiais (obrigatório). 6.2 - Dois Sub Ten ou Sgt (obrigatório). 6.3 - Dois Cb ou Sd (obrigatório). 6.4 - Mais um Oficial Superior (facultativo). 6.5 - Mais uma Policial Feminino (facultativo). Observação: 1) As Equipes poderão mesclar policiais militares masculinos e femininos, incluindo os (as) pertencentes à Equipe de Tiro da Corporação. 2) Um mesmo atirador (a) poderá participar de uma, ou das duas modalidades de tiro. 3) Uma vez inscrito, o atirador (a) poderá ser substituído (a) até 30 minutos antes -58- do início do seu teste. 4) Não serão aceitas inscrições avulsas. Exceção - Integrantes da Equipe de Tiro da Corporação, e casos especiais autorizados pela DEI/PM. 5) Os integrantes da Equipe de tiro da Corporação poderão integrar a equipe de sua OPM. 7.0 - TESTE PRELIMINAR Para definição e formação das Equipes, as OPM deverão realizar, de um a dois meses antes do prazo de inscrição, "TESTE PRELIMINAR", entre as suas Unidades subordinadas (incluindo a sede), obedecendo os mesmos princípios do "Teste Geral", aproveitando, em seguida, os Policiais Militares melhores pontuados para integrar as respectivas equipes. 8.0 - ARMAMENTO - MUNIÇÃO - EQUIPAMENTO Sob responsabilidade de cada OPM participante. 9.0 - UNIFORME O de serviço de cada OPM. 10.0 - CATEGORIAS Para efeito de premiação individual, em cada modalidade ("Curso Básico" e "PPA") serão observadas as seguintes categorias: 10.1 - Categoria "Oficiais Superiores e Intermediários" 10.2 - Categoria "Oficiais Subalternos" 10.3 - Categoria "Sub Ten e 1º Sgt" 10.4 - Categoria "2º e 3º Sgt" 10.5 - Categoria "Cabos" 10.6 - Categoria "Soldados" 10.7 - Categoria "Policiais Femininas" (Oficiais e Praças, juntos). 10.8 - Categoria "Especial" (Integrantes da Equipe de Tiro da Corporação e outros PM especiais. Oficiais e Praças, masculinos e femininos, juntos). 11.0 - PREMIAÇÃO 11.1 - Individual - Por categoria, dentro de cada modalidade, até o 3º lugar. 11.2 - Equipe - Por modalidade, premiação até o 3º lugar. Obs.: A pontuação da Equipe, por modalidade, será a soma dos pontos obtidos pelos seus cinco melhores Policiais Militares pontuados. O Policial Militar avulso não conta pontos para sua OPM. 11.3 - Equipe, Geral - Premiação até o 3º lugar. -59- Obs.: A pontuação final, geral, de cada OPM, será a soma dos pontos obtidos pelas suas Equipes, em cada modalidade. 11.4 - Especial 11.4.1 - Haverá premiação especial para o melhor Policial Militar do "Teste Geral de Avaliação", em cada categoria. Obs.: Para se chegar a essa conclusão, serão somados os pontos dos Policiais Militares que participaram das duas modalidades. 11.4.2 - Haverá também premiação especial para os Oficiais que prepararam as equipes das três OPM melhores classificadas. 12. 0 - CHEFE DE EQUIPE Obrigatoriamente, haverá um Chefe de Equipe, por modalidade, podendo ou não ser um dos seus integrantes. O chefe de Equipe de maior Posto, será o Chefe Geral de todos os Policiais Militares da OPM. 13.0 - PREPARATIVO - INSCRIÇÃO Caberá ao GI de cada OPM o preparativo, a inscrição e demais procedimentos para a participação dos seus Policiais Militares no "Teste Geral de Avaliação". 14.0 - LOCAL DA INSCRIÇÃO - DADOS Os Policiais Militares serão inscritos diretamente na DEI/PM. Obs.: Na inscrição deverão constar - Nome, Posto ou Graduação, RE, OPM, modalidade (s) em que irá participar. 15.0 - DIRETORES Haverá um Diretor Geral do "Teste Geral de Avaliação", um Diretor Técnico; e um Diretor para cada modalidade de tiro a ser avaliada. 16.0 - JÚRI Será constituído de três integrantes, nomeados pelo Diretor Geral do "Teste Geral de Avaliação", tendo como finalidade o julgamento dos recursos e esclarecimento dos pontos obscuros dos regulamentos. Decidirá por maioria simples de votos. De suas decisões não caberão outros recursos. 17.0 - RECURSOS Deverão ser feitas, por escrito, pelo Policial Militar que se julgar prejudicado, ou pelo Chefe da Equipe da modalidade, diretamente ao Diretor Geral do “Teste”, até 30 minutos após a divulgação ou do fato que lhe deu origem. O Diretor Geral do "Teste Geral de Avaliação" encaminhará o recurso, imediatamente, ao Júri, para apreciação e solução. -60- 18.0 - LOCAL E DATA A realização do "Teste Geral de Avaliação" será no estande de tiro do "Barro Branco", durante a última "Semana Cheia" do mês de maio. A DEI/PM fará, antecipadamente, a distribuição dos dias e horários de participação de cada "GI". 19.0 - REGRAS GERAIS QUE SERÃO OBSERVADAS NAS DUAS MODALIDADES 19.1 - Arma - Revólver .38 da Corporação (6 ou 7 tiros); original de fabrica; cano de 4 polegadas. 19.2 - Uniforme e equipamentos - O do serviço de cada OPM. 19.3 - Munição - .38 ogival SPL 19.4 - Sistema de recarga - livre 19.5 - Penalidades - 10 (dez) pontos negativos para cada uma 19.6 - Desclassificação - será desclassificado o Policial Militar que atentar contra a disciplina e as normas de segurança 19.7 - Defeito de arma ou munição - Correrão por conta e risco do Policial Militar. Sem auxílio de terceiros, tentará solucionar o problema dentro do tempo previsto para a realização dos disparos. 20.0 - REGULAMENTO DAS MODALIDADES Serão os mesmos utilizados na instrução da tropa, com as seguintes alterações; 20.1 - CURSO BÁSICO - ARMAS CURTAS - (Revólver) 20.1.1 - Alvo - O do "Curso Básico” (PM L-74), com a seguinte valorização Letra "A" - 10 pontos Letra "B" - 08 pontos Letra "C" - 06 pontos Letra "D" - 04 pontos Letra "E" - 10 pontos Letra "F" - 07 pontos 20.1.2 - DISTÂNCIA - 15 (quinze) metros (excepcionalmente, a DEI/PM poderá determinar outra distância) 20.1.3 - EXECUÇÃO: 20.1.4 - 1ª série - 12 (doze) tiros na "zona central"; dois em cada posição básica de tiro; em 80 segundos. 20.1.5 - 2ª série - 12 (doze) tiros, sendo 3 (três) na "zona alta à esquerda"; 3 (três) na zona alta à direita; 3 (três) na "zona baixa à esquerda"; 3 (três) "zona baixa à direita" (em qualquer ordem); posição de tiro livre; em 80 segundos. 20.1.6 - Desempate - Ficará à frente o Policial Militar com maior pontuação na 2ª série. Se o empate persistir, ficará à frente o Policial Militar com maior número de 10, de -61- 08, de 07, etc. Obs.: No tiro embarricado, nem as mãos, nem a arma, poderão se apoiar na barricada. A arma não poderá ultrapassar o limite da barricada (na direção do alvo). 20.1.7 - EMPUNHADURA - AÇÃO NO GATILHO: Dupla 20.2 - "PISTA POLICIAL DE APLICAÇÃO" (PPA) 20.2.1 - Alvos - "Amigos", "neutros" e "agressores". 20.2.2 - Entre 8 e 18 tiros (o Policial Militar entra na Pista sem saber quantos tiros irá efetuar). 20.2.3 - O Policial Militar receberá pontos resultantes de seus impactos nos alvos, assim como, dos seus procedimentos na Pista. Receberá pontos negativos pelas penalidades cometidas. 20.2.4 - Toda a equipe passará na "PPA" em seqüência, iniciando pelo oficial mais antigo, até o praça mais moderno. 20.2.5 - Desempate: Ficará à frente o Policial Militar que tiver executado toda a Pista no menor tempo. 20.2.6 - Empunhadura: Ação no Gatilho - Livres 20.2.7 - Tempo para executar a Pista, e outros esclarecimentos, serão fornecidos na hora. Obs.: A pista será a imitação de um confronto armado com os "agressores da sociedade", totalmente surpresa para o Policial Militar participante. 20.3 - Quaisquer outras alterações relativas aos respectivos regulamentos, serão comunicados, antecipadamente, às OPM participantes. 21.0 - DÚVIDAS Serão esclarecidas pela DEI/PM. -62- ANEXO A Alguns Conceitos sobre Tiro Defensivo 1.0 - “Não basta saber atirar; é preciso saber quando atirar, e onde acertar”. 2.0 - "A arma está para o Policial Militar, como o bisturi está para o Cirurgião. São ferramentas de trabalho a serem utilizadas em casos extremos, para evitar mal maior; e nada justifica seu uso incorreto”. 3.0 - "Quanto mais bem preparado o Policial Militar estiver para usar sua arma, menos necessidade sentirá em fazê-lo. Mal preparado, verá nela a solução para todos os problemas". 4.0 - “O Policial Militar nunca atira para matar, mas, para tentar paralisar uma ação violenta, já em curso, contra a vida de alguém (inclusive a própria). Uma possível perda de vida é uma fatalidade não desejável”. 5.0 - “O aprendizado do Tiro Defensivo, no início, parecerá difícil, árduo, quase impossível de ser alcançado; da mesma forma que um dia, a posição ereta e o caminhar, foram, para nós, obstáculos quase impossíveis de serem vencidos; depois... É questão de tempo, esforço, dedicação, “alguns tombos”, muita perseverança, e a mão amiga do Instrutor (Monitor). Aprenda-o corretamente; dele, dependerá sua vida e a vida de terceiros” 6.0 - “Quase tudo dá para ser corrigido, mas, um projétil, fora de oportunidade, depois que sai do cano... (o estrago, sem retorno, está feito)”. 7.0 - "Instrutor de TIRO DEFENSIVO bom, é aquele que sabe ensinar a matéria; ótimo, é aquele que, além disso, faz o aluno gostar dela". 8.0 - "Instrutor (Monitor) de TIRO DEFENSIVO: Função de maior responsabilidade dentro do ensino da Corporação. Dos seus ensinamentos corretos, mortes futuras poderão ser evitadas. Dos seus ensinamentos incorretos, vidas inocentes poderão ser sacrificadas". 9.0 - "Numa instrução, não é a quantidade de tiros que é importante, mas, a qualidade com que são efetuados”. -63- 10.0 - "Tiro é como futebol: Só se aprende praticando" 11.0 - "O homem é conseqüência de suas experiências. Por isso, o Policial Militar tem que treinar dentro de situações imitativas da realidade ("PPA"), a fim de ganhar experiência para um enfrentamento verdadeiro. Sem essa experiência anterior, ele não saberá como se portar diante desse enfrentamento, e, certamente, entrará em desespero”. 12.0 - "Na maioria das vezes, são procedimentos, e não tiros, que preservam vidas e solucionam problemas". 13.0 - "Uma instrução de Tiro Defensivo sem “stress” não tem validade; e, para aumentar ainda mais esse “stress”, basta transformá-la numa pequena competição." 14.0 - "A combinação do "CURSO BÁSICO", com a "PISTA POLICIAL DE INSTRUÇÃO", é a maneira mais rápida, perfeita e barata de preparar o Policial Militar para atuar no serviço armado. Elas se completam. Passando em seguida, o Policial Militar na "PISTA POLICIAL DE APLICAÇÃO", teremos uma amostra perfeita de como ele se comportará no caso de um confronto armado com os "agressores da sociedade". 15.0 - “A melhor posição de tiro para o Policial Militar é aquela que lhe dá proteção, facilita sua atuação dentro dos limites da Lei, da Razão e o auxilia na preservação da vida e na solução de problemas”. 16.0 - "Na maioria das vezes, num confronto armado, o maior inimigo do Policial Militar não é o "agressor da sociedade", mas, o "stress" que se apodera dele, impedindoo de atuar corretamente. Somente a Pista Policial de Aplicação o condiciona a administrar esse stress”. 17.0 - “PPI / PPA são imitações da realidade; não as confundir com os absurdos do cinema”. 18.0 - “Somente passando o Policial Militar por uma “Pista Policial de Aplicação” é que se saberá se ele tem condições de atuar armado no Serviço Policial. Não há outra forma”. 19.0 - “Durante um confronto armado, os maiores “amigos” do Policial Militar são: postes; rodas e motores de carros; troncos de árvores; cantos de muros e paredes; guias de sarjetas; saliências do terreno; e outros obstáculos que possam proteger sua -64- integridade física.” 20.0 - “A competição, dentro do TIRO DEFENSIVO, prepara e condiciona o Policial Militar para as suas atividades. Exalta e dá prêmios às suas qualidades; corrige seus defeitos. Desenvolve e aprimora novas técnicas, táticas e procedimentos. Inventa e aperfeiçoa materiais e seu uso. Testa novos métodos e sistemas. Comprova o grau de adestramento dos seus praticantes. Tem que ser incentivada em todos os níveis”. 21.0 - "A simplicidade é a rainha da perfeição; não complique além do necessário". 22.0 - "Selecione e prepare o homem que vem do meio civil, e o coloque no Serviço Florestal:- Estará sujeito a constantes aplausos e elogios. Esse mesmo homem, colocado no Serviço Rodoviário:- Estará sujeito a constantes aplausos e elogios. Colocado no Serviço de Bombeiros: - Estará sujeito a constantes aplausos e elogios. Colocado nos Serviços Emergências de Atendimento à vida: - Estará sujeito a constantes aplausos e elogios. Colocado no Serviço Policial: - Estará sujeito a constantes críticas e interpelações. Afinal: - É o homem que não é bem selecionado e preparado, ou é o Serviço Policial que é extremamente complexo, quase impossível de ser exercido em toda a sua plenitude?" 23.0 - “Num confronto armado a precipitação, na quase totalidade das vezes, é fatal para o policial militar. Somente a “Pista Policial Militar de Aplicação” o condiciona a evitála”. -65- Anexo B Barricada de Treinamento Fig. B-1 BARRICADA DE TREINAMENTO: - Suporte de madeira (ou outro material) fixado ou não no solo, na vertical, com um mínimo de 1,80 metros de altura. Quando o Policial Militar atira pela sua esquerda, é como se o suporte se prolongasse para a direita, como -66- um muro, uma parede, etc., protegendo o Policial Militar embarricado. Quando atira pela direita, ele se estenderia para a esquerda. Esse suporte terá, em diferentes alturas (ou em alturas variáveis), travessas fixas ou removíveis, para o Policial Militar treinar, embarricado, na horizontal, e nas mais diferentes posições (e alturas). Combinações de “embarricado na vertical”, com “embarricado na horizontal”, deverão existir nesses treinamentos. O suporte vertical e suas travessas não são para apoio das mãos ou da arma, mas, limites de atuação. -67- Anexo C Alvo Padrão do Curso Básico (PM L-74) Fig. C-1 -68- ALVO PADRÃO (PM-L-74): - Feito de papel, papelão, plástico, etc., com 5 “zonas” de acerto (uma central, e 4 periféricas), cujos nomes técnicos são: - “Zona central”; “zona alta à direita”; “zona alta à esquerda”; “zona baixa à direita; e “zona baixa à esquerda” (sempre de quem olha). De acordo com as necessidades, poderão ser subdivididas. Essas “zonas” (e “sub-zonas”) possuem letras, que serão valorizadas pelo Instrutor de acordo com os objetivos da instrução. -69- ANEXO D Súmula para o Curso Básico 1.0 - Sempre que houver necessidade, deverão ser anotados, em súmula, os resultados dos tiros efetuados pelos Policiais Militares em instrução; testes de verificação; etc. 2.0 - Abaixo, modelo de súmula, que poderá ser alterado pelo Instrutor, de acordo com as necessidades. TIRO DEFENSIVO CURSO BÁSICO SÚMULA NOME ____________________________________________________________ POSTO/GRADUAÇÃO ______________________________________________ UNIDADE__________________________________________________________ ARMA E N.º ________________________________________________________ LOCAL ____________________________________________________________ DATA ____________________________________________________________ EVENTO __________________________________________________________________________________________________________________________________ PONTOS SÉRIES 1 1 a 2 a 3 a 4 a 5 a 6 a 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 NOS ALVOS 13 14 15 16 17 18 19 20 21 TOTAIS SÚMULA PARA ATÉ 24 TIROS POR SÉRIE 22 23 24 TOTAIS PARCIAIS MÁXIMO POSSÍVEL GERAIS OBSERVAÇÕES ___________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________ AS. PM ___________________________________________________________ AS. E NOME DO INSTRUTOR ______________________________________________________ ANEXAR AO “RIT” Fig. D-1 3.0 - Preenchimento: 1 LOCAL: - Anotar o local onde foi realizada a instrução; teste de verificação; etc. Exemplos: - Estande de tiro do “Barro Branco”. Estande de tiro do CFSd. Etc. 2 EVENTO: - A que se destinou a instrução de tiro, etc. Exemplos: - Instrução prática do Curso de Formação de Soldados. Teste de verificação do Curso de Formação -70- de Sargentos. Instrução da tropa pronta - “EAP” “TAT” semestral da tropa pronta. Etc. 3 SÉRIES: - Estão previstas até 6 séries de tiro, dentro de uma mesma instrução, não importando quantos tiros serão efetuados em cada série (de 1 a 24). Exemplos: - Na primeira série o Policial Militar deu 12 tiros; anota os resultados dos 12. Depois, na segunda série, deu mais 6 tiros; anota os resultados dos 6. Etc. 4 PONTOS NOS ALVOS: - Cada “casa” é destinada à anotação do valor dos pontos obtidos no alvo por cada impacto (de acordo com a prévia valorização das “áreas de acerto” do alvo, por parte do Instrutor). 5 TOTAIS PARCIAIS: - São os totais dos pontos obtidos pelo Policial Militar em cada série. É só somar. 6 MÁXIMO POSSÍVEL: - Máximo de pontos que daria para ser obtido pelo Policial Militar em cada série. Exemplos: - Se o valor máximo de cada impacto for 10 pontos, e foram efetuados 12 tiros, isso significa que o “máximo possível” seria 120 pontos. 7 TOTAIS GERAIS: - É só somar as colunas. Se o Policial Militar atingir 50% ou mais do “máximo possível”, estará “apto”. 8 OBSERVAÇÕES: - Todas as observações necessárias serão aqui transcritas. Exemplos: - “Na primeira série, foram efetuados 12 disparos, sendo 2 em cada posição básica de tiro; todos na “zona central”; no tempo total de 80 segundos”. “Na Segunda série, foram efetuados 6 disparos; sendo 2 na “zona central”, e mais um em cada “zona periférica”; posição livre de tiro; no tempo total de 40 segundos”. Etc. -71- ANEXO E Aparelho de Pontaria VISADA 1. 2. MASSA 3. ALÇA 4. MASSA X ALÇA 5. 6. TIRO ALTO (ERRADO) 7. MASSA X ALÇA X ALVO (CORRETO) Claridade entre as laterais da massa e da alça igual TIRO BAIXO (ERRADO) 8. TIRO À ESQUERDA (ERRADO) TIRO À DIREITA (ERRADO) FOCALIZAÇÃO 9. 10. MASSA X ALÇA X ALVO NÍTIDOS Situação impossível para os olhos humanos ALVO NÍTIDO MASSA BORRADA ALÇA BORRADA (ERRADO) -72- 11. 12. MASSA NÍTIDA - ALÇA NÍTIDA (difícil de conseguir) ALVO BORRADO (CORRETO) MASSA NÍTIDA ALÇA QUASE NÍTIDA ALVO BORRADO (PERFEITO) Fig. E-1 -73- ANEXO F Alguns Modelos de Alvos para “PPI/PPA” 1.0 - Abaixo, alguns modelos de alvos para “PPI / PPA”, adaptados do alvo “PM L-4” original. 1.1 - Outros, também adaptados; já prontos; desenhados; etc.; deverão ser utilizados. ALVO “PM L-4” Original Caracterização Caracterização Caracterização Caracterização Caracterização Caracterização Caracterização -74- Caracterização Caracterização Caracterização Fig. F-1 Caracterização -75- ANEXO G Modelo de Súmula para "PPI/PPA" (Pode ser alterado e adaptado) -76- PISTA POLICIAL DE APLICAÇÃO (PPA) SÚMULA GERAL FINALIDADE _________________________________ ________DATA ______/______/______ LOCAL _______________________________ NOME _________________________________________________________________________ POSTO/GRADUAÇÃO __________________ PISTA N.º _____________________________ UNIDADE _____________________________________________ARMA E N.º _____________ PONTUAÇÃO MÁXIMA POSSÍVEL _____________________ TEMPO MÁXIMO________ TEMPO GASTO_______________________ 1 2 3 4 5 6 7 8 A. PONTOS NOS ALVOS 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 TOTAL A B. PROCEDIMENTOS VALENDO PONTOS (OUTROS PODERÃO SER ESTABELECIDOS) (10 pontos positivos para cada procedimento correto) SIM NÃO 1. Proteger-se corretamente para atuar sobre os alvos.................................................................................................................. 2. Cano da arma voltado para a direção correta (do perigo)......................................................................................................... 3. Dedo fora do gatilho, quando dos deslocamentos.................................................................................................................... 4. Verbalizar corretamente............................................................................................................................................................ 5. Recarregar protegido, com rapidez e sem perder o contato visual com os alvos..................................................................... 6. Deslocamentos corretos e seguros............................................................................................................................................ 7. Atuar corretamente sobre um “quadro” de seqüestro (se houver)............................................................................................ 8. Atuar corretamente sobre o “alvo agressor” armado com faca (se houver)............................................................................. 9. Efetuar disparos seguros e comedidos...................................................................................................................................... 10. Atuar corretamente sobre o “alvo agressor” que está se rendendo (se houver)........................................................................ 11. Demonstrar equilíbrio físico e mental ..................................................................................................................................... 12. Escolher o Posto de Tiro certo para atuar................................. ............................................................................................... 13. Localizar e atuar corretamente sobre um alvo pré determinado (se houver) ........................................................................... 14. Atuar corretamente através da janela (se houver) .................................................................................................................... 15. Atuar corretamente na “virada de uma esquina” (se houver)................................................................................................... 16. Atuar corretamente na entrada por uma porta de edifício suspeito (se houver)....................................................................... 17. Etc............................................................................................................................................................................................. TOTAL DOS PONTOS DOS PROCEDIMENTOS CORRETOS............................................................... B C. PENALIDADES (OUTRAS PODERÃO SER ESTABELECIDAS) (Menos 10 pontos para cada uma) 1. Acerto em alvo não atirável (cada acerto uma penalidade)....................................................................................................... 2. Cada 10% a mais do tempo máximo previsto (fração não vale): uma penalidade.................................................................... 3. Derrubar a arma ........................................................................................................................................................................ 4. Levar tombo (cair)..................................................................................................................................................................... 5. Disparo acidental, sem maiores conseqüências; se houver conseqüências, reprovação total................................................... 6. Não completar a pista por falta de munição.............................................................................................................................. 7. Deslocar-se com a arma descarregada....................................................................................................................................... 8. Etc ............................................................................................................................................................................................. TOTAL DOS PONTOS DAS PENALIDADES................................................................................................ PONTUAÇÃO GERAL FINAL C ( A mais B menos C ) OBSERVAÇÕES__________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________________________ As. do PM _________________________________________________ As. e nome do Instrutor _______________________________________ Anexar ao “RIT” Fig. G-1 -77- COMO PREENCHER A SÚMULA DE “PPI / PPA” FINALIDADE: - Escrever a finalidade da “PPI / PPA”. Ex.: - “TAT”; “EAP”; “Para obtenção do porte de arma”; “Instrução da Tropa”; “Campeonato da OPM”; “Teste de Verificação”; etc.. PISTA N.º: Uma súmula para cada Pista. Se for uma só Pista, coloca o n.º 1. Se houver mais de uma Pista, na segunda, coloca o n.º 2; na terceira o n.º 3; etc.. PONTUAÇÃO MÁXIMA POSSÍVEL: - Se para a Pista estiverem previstos 10 tiros, isto significa que, acertando todos na zona de pontuação máxima, o PM terá 100 pontos nos alvos (10 x 10). Se estiverem previstos 10 procedimentos, e o PM fizer todos com perfeição, terá mais 100 pontos nos procedimentos (10 x 10). Portanto, a pontuação máxima possível será 200 pontos (100 pontos dos impactos perfeitos nos alvos; mais 100 pontos dos procedimentos corretos). Sem penalidades. TEMPO MÁXIMO: - É o tempo máximo dado ao PM para executar a Pista. É calculado por quem montar a Pista. Um tempo menor gasto pelo PM não lhe dará qualquer bonificação. TEMPO GASTO: - Tempo gasto pelo PM para executar a Pista. PONTOS NOS ALVOS: - Súmula para até 18 tiros (1 a 18). Não é obrigado fazer Pista para 18 tiros; pode ser para 2 tiros, 3, 4, 5, etc., ou até nenhum. Sob cada número representativo do tiro, colocar o valor do seu impacto no alvo. Quando for “zero”, anotar “O”. OBS.: - Caso se monte uma Pista para mais de 18 tiros, é só aumentar o número de “quadrinhos”. TOTAL: - É a soma dos pontos obtidos nos alvos. PROCEDIMENTOS VALENDO PONTOS: - Para cada procedimento correto, 10 pontos positivos (para cada procedimento incorreto, deixa de ganhar esses 10 pontos). A coluna do “SIM”, significa que o procedimento foi correto; do “NÃO”, que foi incorreto. Outros procedimentos poderão ser estabelecidos, como, por exemplo: a) “Alvo agressor”, armado, de costas, fugindo. b) “Alvo agressor”, com os dois braços levantados, rendendo-se, mas, conservando ainda, numa das mãos, a arma. c) “Alvo agressor”, desarmado, com os dois braços levantados, rendendo-se. d) Alvo de PM falso. e) “Alvo agressor”, armado, no meio da multidão. f) Alvo suspeito, onde não aparece a mão. g) “Alvo agressor” com colete à prova de bala. h) Vários tipos de “alvos amigos”. i) Vários tipos de “alvos neutros”. j) Alvos móveis. -78- l) Alvos que surgem, repentinamente, atacando o Policial Militar. m) E outros procedimentos. PENALIDADES: - para cada penalidade cometida, 10 pontos a menos. PONTUAÇÃO GERAL FINAL: - É o resultado da seguinte operação: - “Total dos pontos nos alvos”; mais o “total dos pontos dos procedimentos corretos”; menos o “total dos pontos das penalidades”. -79- ANEXO H Tiro Defensivo ALGUMAS DAS QUALIDADES EXIGIDAS DE UM INSTRUTOR (MONITOR) DE TIRO DEFENSIVO Gostar da matéria. Capacidade para fazer o aluno também gostar dela. Saber que vidas futuras dependerão dos seus ensinamentos corretos. Ser paciencioso, comedido e educado com os alunos. Cada aluno é um aluno, com deficiências e dificuldades diferenciadas. “Encaixar” sempre termos positivos em relação à pessoa do aluno, a fim de incentivá-lo a aprender e gostar do tiro. Jamais desfazer do aluno que tem dificuldades para executar o aprendizado. Ter sempre uma mão amiga estendida aos mais necessitados. Estar sempre disposto a ouvir todas as perguntas, por mais ridículas que possam parecer. Ensinar com simplicidade. Ser incansável nesse ensinamento. Possuir o conhecimento necessário para aquilo que o aluno precisa aprender. Não expor os alunos ao ridículo. Estimular a criatividade do aluno. Não saturar o aluno com a parte teórica; apenas o necessário. Concentrar-se na parte prática; tiro é como futebol:- só se aprende executando. Não ficar preocupado em mostrar “seus profundos conhecimentos” sobre tiro. Dirigir seus ensinamentos para que o aluno utilize a razão, quando numa atuação armada verdadeira. Ter sempre em mente, que não basta ensinar o aluno a “atirar”; é necessário também ensiná-lo “quando” atirar, e “onde” acertar. Saber convencer o aluno, que o término do curso não é o ponto final do aprendizado, mas, apenas o início. Ele terá que dar continuidade a esse aprendizado por toda a vida. Mostrar ao aluno, constantemente, as conseqüências danosas de um disparo efetuado fora de oportunidade. Saber ensinar não só a parte técnica, mas também a tática e a psicológica do tiro, e que a segurança precede a todas. Convencer o aluno que o importante não é a “quantidade” de tiros, mas, a sua “qualidade”. Saber ensinar o aluno a proteger a sua vida e a de terceiros; a preservar a integridade da Corporação; a obediência à Lei, à Ordem, e à Política Policial Brasileira. -80- Que o “não atirar”, é, muitas vezes, mais importante que “o atirar”. Que, na quase totalidade das vezes, são procedimentos, e não tiros, que preservam vidas e solucionam problemas. Que a arma é sua ferramenta de trabalho, a qual só deverá ser usada em casos extremos, quando não existir outra alternativa. Preparar o aluno para atuar dentro da Lei e da Ordem, mostrando-lhe os limites dessa atuação. Analisar sempre as ocorrências policiais com confrontos armados, e comentá-las com os alunos. E outras qualidades próprias para a função. -81- ANEXO I “ORAÇÃO DO POLICIAL MILITAR” (Para ser rezada antes de sair para o Serviço) Autor: Cel PMESP Nilson Giraldi “SENHOR: Saio de casa para o Serviço; fazei com que volte são e salvo. Enquanto protejo outras famílias, por favor, proteja a minha. Não deixe que uma bala traiçoeira me atinja, nem que eu seja instrumento para injustiças. Faça com que minha presença irradie segurança e bem estar, jamais medo ou desconfiança. Nos momentos difíceis, e, diante da morte, não deixe que eu caia em desespero. Sou humano, mortal, às vezes fraco, mas, me faça parecer sobre humano, imortal, forte, a fim de inspirar confiança, esperança e força aos desamparados. Nos momentos dos meus erros, fique do meu lado, pois, todos os demais, por mais pecadores que sejam, estarão contra. Dai-me força e sabedoria para auxiliar os desesperados, e fé para não desistir diante de uma vida que se acaba. Auxiliai-me a ser criança para as crianças; pai para os desprotegidos; e adulto para os necessitados. Que o vigor de minhas ações seja sempre em proteção à paz, à vida, aos mais fracos, aos oprimidos e aos humilhados. Que eu me apiede dos viciados, dos drogados e dos marginalizados. Que eu saiba ver a beleza do coração, não da face, da cor, da raça, da religião ou da condição social. Que os menos esclarecidos compreendam minhas limitações e a complexidade do meu serviço. SENHOR - ABENÇOAI E PROTEJEI OS POLICIAIS MILITARES. AMÉM.” (De volta para o lar) “Obrigado SENHOR pelo retorno ao seio de minha família.” -82- ÍNDICE ALFABÉTICO ASSUNTO ......................................................................................................... PÁG. Algumas das qualidades exigidas de um Instrutor (Monitor) de Tiro Defensivo ................................................................................ 74 Alguns complementos práticos sobre a "PPA" ............................................ 46 Alvos não atiráveis ...................................................................................... 39 Alvo padrão do curso básico ....................................................................... 65 Alvos para "PPI/PPA" .................................................................................. 70 Aparelho de Pontaria - Visada - focalização ............................................... 69 Apresentação - Objetivos ............................................................................ 12 A responsabilidade do Instrutor ................................................................... 25 Barricada de Treinamento ........................................................................... 63 Conhecimentos Gerais e Específicos .......................................................... 17 Curso Básico de Tiro ................................................................................... 18 Do reconhecimento da "PPA" por parte do Policial Militar .......................... 39 Execução da "PPA" ..................................................................................... 42 Exigências principais da "PPA" ................................................................... 33 Finalidade da Instrução Especializada ........................................................ 52 Finalidade da "PPA" .................................................................................... 30 Finalidade da "PPI" ..................................................................................... 24 Finalidade do Curso Básico de Tiro ............................................................ 18 Introdução - Direcionamento - Fases da Instrução...................................... 14 Instrução Especializada .............................................................................. 52 Oração do Policial Militar ............................................................................. 76 Pista Policial de Aplicação (PPA) ................................................................ 30 Pista Policial de Instrução (PPI) .................................................................. 24 Pista Policial Especial (PPE) ....................................................................... 52 Pequenas competições ............................................................................... 45 "PPA" sem disparos .................................................................................... 33 "PPA" - TIRO DEFENSIVO ......................................................................... 31 "PPI" - Destinada à instrução comum ......................................................... 25 Principais características de uma "PPA" ..................................................... 30 Realidade .................................................................................................... 31 Súmula para "PPI/PPA"............................................................................... 71 Súmula para o Curso Básico ....................................................................... 67 Táticas do Instrutor...................................................................................... 49 Teste Geral de Avaliação Anual do Tiro Defensivo da Corporação ............ 55 -83- TIRO DEFENSIVO ...................................................................................... 14 Valor dos procedimentos ............................................................................. 38 Valorização das zonas de acerto ................................................................ 37 Zonas de acerto no "alvo agressor" ............................................................ 36 -84- ELABORAÇÃO POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO MANUAL DE TIRO DEFENSIVO Autor: Cel PM Nilson Giraldi “Não basta saber atirar; é preciso saber quando atirar e onde acertar”. (Símbolo do Tiro Defensivo) Heráldica: O "triângulo do tiro" representa a atuação armada da Polícia Militar para a proteção, a segurança e a paz da sociedade (pomba em vôo). -85-