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visando VISANDO Ó R G Ã O I N F O R M AT I VO D O I N S T I T U TO B E N J A M I N C O N S TA N T IBC / GAB / CCMI ANO XI NÚMERO 30 JUNHO DE 2005 NASCE UMA ESTRELA SUPERESPECIAL Dedicação, carinho e amor ajudaram no surgimento da 1ª atriz cega do Brasil, aluna do Instituto Benjamin Constant O Departamento de Elenco da Rede Globo de Televisão tem uma contratada muito especial: Eduarda Emerick, de 9 anos, aluna da 2ª série do Instituto Benjamin Constant-IBC. A nova estrela do folhetim América, muito emocionada, recebeu o convite da autora da novela, Glória Perez, e do ex-diretor Jaime Monjardim. Duda, como é chamada carinhosamente por todos no IBC, participa do núcleo dos deficientes visuais mostrando que é possível ter uma vida normal apesar das limitações e provará no desenrolar da trama, que uma pessoa portadora de necessidades especiais bem preparada é tão boa ou melhor do que qualquer outra. Eduarda Emerick esteve nos programas Vídeo Show, Altas Horas, Jornal Nacional, A Casa é Sua, etc. Gravou para o canal GNT- Portugal uma matéria para a revista eletrônica Braços Abertos, exibida exclusivamente na terra de Camões. Outro programa campeão de audiência a registrar imagens com a pequena foi o Fantástico, veiculado no dia 10 de abril de 2005. A nova atriz mirim, além de freqüentar assiduamente as aulas da escola de cegos mais antiga da América Latina, estuda in- glês, balé, teatro e piano. Superativa, a criança teve tempo para orientar Bruna Marquezine na interpretação de Maria Flor e quem assistiu Eduarda Emerick, atuando nos capítulos da novela das oito, viu que a menina tem um grande futuro. Vale a pena conferir e ficar bem atento aos próximos episódios, para ver Duda emocionando a todos no papel da amiguinha de Maria Flor. Eduarda Emerick está superfeliz com a estréia na TV Globo União Latino-Americana de Cegos reverencia Instituto Benjamin Constant As principais instituições de cegos do mundo reuniram-se no Rio de Janeiro em reconhecimento ao trabalho do IBC M ais uma vez o Instituto Benjamin Constant-IBC fez jus a uma grande homenagem referente ao sesquicentenário. A pioneira escola de cegos do país recebeu a Comenda Enrique Elissalde, conferida pela União Latino-Americana de Cegos-Ulac, que é uma das mais importantes entidades de cegos do mundo e atualmente congrega mais de 19 países de toda a América Latina. A solenidade aconteceu no dia 14 de abril, no Teatro Benjamin Constant, à Av. Pasteur nº 350, no bairro da Urca, Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro. O evento reuniu mais de 200 pessoas do meio educacional, parlamentares e personalidades da sociedade carioca, ocasião em que o cubano José Monteagudo, atual presidente da Ulac, entregou a honraria à diretora-geral do IBC, Érica Des- landes Magno Oliveira. A cerimô- os presentes em homenagem à nia contou com a chefe-de-gabi- memória do advogado e grande nete do IBC, Maria da Glória de educador Edison Ribeiro Lemos, Souza Almeida, com os principais falecido recentemente. diretores da Ulac, Júlio Barba, CéO presidente da Ulac, José sar Canizales e Marco Bertoglio; a Monteagudo, falou da suma importância do União Mundial trabalho produde Cegos fezzido pelo Instise representar pela vice-pretuto Benjamin Constant: “O sidente Gloria IBC está para Peniza e por América LatiAdilson Ventuna assim como ra; a Fundação o Instituto de Once para a Cegos de PaAmérica Latiris está para a na (Foal) marEuropa. O IBC cou presença foi a 1ª escola através de Ana a educar cegos Pelaez e Ferutilizando o sisnando Iglesias. tema Braille e Vale ressaltar afirmo que é o minuto de silêncio reali- Erica Deslandes e José Monteagudo no ato da en- quase impossízado por todos trega da Comenda outorgada ao IBC pela ULAC vel enumerar as benfeitorias realizadas ao longo desses 150 anos, sempre proporcionando ensinamentos que elevam a capacidade intelectual e social do portador da deficiência visual”. A necessidade de integrar os deficientes visuais e o desenvolvimento das atividades coordenadas pela ULAC fizeram parte da fala de Monteagudo. Ao receber a Comenda Enrique Elissalde a diretora-geral do IBC, Érica Deslandes, visivelmente emocionada, retribuiu: “Nosso objetivo é o mesmo: o trabalho em prol da pessoa cega. Sinto-me bastante feliz com mais esta homenagem à instituição e agradeço em nome de todos que me auxiliam nesta luta”, e concluiu “É muito importante ter o nosso serviço reverenciado por estas duas relevantes instituições, ULAC e FOAL. São 150 anos de trabalho e de reconhecimento, o que nos dá muito orgulho”. visando Editorial Desde 1891, o Instituto Benjamin Constant-IBC agrega-se à comunidade d a U r c a . P i o n e i r i s m o, t ra d i ç ã o, competência, importância, fincam suas bases nos pilares do idealismo e do trabalho. Sua trajetória gloriosa de 150 anos de existência, torna-o responsável pela manutenção de um compromisso firmado em 17 de setembro de 1854, data de sua fundação. Sua obrigação é promover a ascensão intelectual, social e humana das pessoas cegas e de baixa visão. A excelência do seu atendimento educacional, bem como da produção e disseminação do conhecimento em diferentes áreas concernentes à deficiência visual, transformou-o em um Centro de Referência, fato reconhecido em todo o Brasil, como também além de nossas fronteiras. Sua longevidade e volume de realizações, conferemlhe crédito e respeitabilidade. Uma obra que nasce sob a égide do vigor do sonho de um jovem cego, que é encampada pelo Imperador Dom Pedro II e proeminentes figuras do Império, não pode amesquinhar-se, pondose no meio de disputas menores, de questiúnculas políticas que nada somam VISANDO Órgão Informativo do Instituto Benjamin Constant Redator - Editor responsável Jornalista Valente Neto MTb-RJ 16892 ABI 1037 Estagiárias de jornalismo Raquel Fernandes Renata Ferretti Helena Abdalla Fotografia Renata Ferretti Secretários da redação Jorge Fiore Leonardo Milagres Editado pela Coordenadoria de Comunicação & Marketing Institucional - CCMI Redação & Administração Avenida Pasteur nº 350, andar térreo, sala 2 Urca - Rio de Janeiro - RJ Cep 22290-240, Tel. 21 2543-1119 ramal 126 [email protected] [email protected] www.ibc.gov.br Diagramação Eletrônica 2Passos Design & Gráfica Telefax 21 2252-3343 Impressão e Fotolito Gráfica MEC Editora Ltda. Tel. 21 2577-5221 Muitas solicitações foram feitas para que os quebra-molas fossem adotados, fato que jamais se concretizou. Tais mecanismos servem como sinais de alerta. Entretanto, muitos acidentes ocorreram, inclusive, no último dia 14 de abril, um de nossos alunos, acompanhado de sua mãe, foram atropelados com o sinal fechado, conforme atesta o boletim de ocorrência registrado na 10ª DP, no bairro de Botafogo. Nunca dissemos que houve “mortes em profusão” ou grandes tragédias. Nossa obrigação é zelar pela integridade física e psicológica daqueles que freqüentam este Instituto. Trabalhamos com o conceito da prevenção e não da recuperação; com a idéia da segurança e não do cerceamento da liberdade de locomoção. O direito de “ir e vir” é inquestionável e constitucional. Lutamos por ele e dele não transigimos. O Instituto Benjamin Constant tem diariamente um fluxo elevado de pessoas: crianças, jovens, idosos, que ali estudam, se reabilitam e trabalham. Ainda atendemos a um grande número de pacientes que vêm consultar-se no nosso Serviço de Oftalmologia. Esses indivíduos merecem um tratamento digno e respeitoso. Lamentavelmente, vimos uma atitude contrária espelhar-se na edição de abril do Jornal da Aciurca. para o bem estar e crescimento de nossa comunidade. O Instituto Benjamin Constant coloca-se acima de entidades de bairro, categorias profissionais ou algo semelhante. Somos uma Instituição Educacional, portanto, um espaço onde viceja a transformação do indivíduo e se fomenta sua cidadania. Não trabalhamos observando preceitos piegas ou assistencialistas. Trabalhamos sim, seguindo a linha da construção de um homem produtivo, capaz de superar seus limites e de enfrentar as barreiras que lhe são impostas pela sociedade. Espanta-nos, que uma Associação que se intitula representante de uma fatia considerável dos moradores da Urca, trate assuntos tão sérios com tamanho desrespeito e ironia. Durante décadas, a travessia da Av. Pasteur, defronte o Instituto Benjamin Constant, trouxe enormes preocupações e dificuldades às pessoas cegas. Desta forma, buscaram-se soluções, tentaram-se mecanismos, que inibissem o excesso de velocidade que intranqüilizava as várias administrações desta Instituição. Pintou-se uma faixa na pista, colocou-se um sinal sonoro, instalou-se uma cabine da Polícia Militar; por algum tempo, houve a utilização de guardas da PM para fiscalizar o tráfego. Túnel do Tempo “Solto em meus devaneios, recordava-me o tempo de aluno vivido nesta instituição. Outrora, tínhamos o hábito sadio de eleger d e fo r m a s i n g e l a e fra t e r n a l o pai e a mãe do ano entre os funcionários desta casa. Fizemos disso um costume, já que passávamos mais tempo com os servidores do que com os nossos próprios familiares, em função do regime de internato vigente naquela época. Com lembrancinhas simbólicas nos emocionávamos ao presentear com um cartão, um buquê, uma canetinha, etc., o funcionário que foi para nós, pirralhos e fedelhos, o mais carismático, afetuoso e amigo, fazendo com que a saudade de nossos pais fosse minimizada através de abraços, afagos, conselhos e preocupações com nossos futuros. Hoje não é diferente, a dedicação é a mesma: inspetores, professores e voluntários dividem com os alunos o carinho e conselhos destinados a seus filhos legítimos. As lombadas eletrônicas não foram solicitadas por nós. A CET-Rio colocou-as em todos os pontos da cidade. Todavia, aplaudimos essa iniciativa. A revolta causada pela implantação do redutor de velocidade (pardal), pauta-se no péssimo hábito do homem em crer-se absoluto, em imaginar-se incólume diante da lei, das normas sociais e dos direitos alheios. Infelizmente, certos procedimentos só podem ser coibidos através de uma penalização pecuniária. A defesa dos interesses da pessoa deficiente visual é o foco de nossa atuação. Não abriremos mão, sob nenhuma hipótese ou alegação, dos princípios que norteiam esta instituição de ensino federal. A seriedade conquistada nesse século e meio de serviços prestados à causa da pessoa deficiente visual no Brasil, impõe-nos o veemente repúdio a toda e qualquer manifestação que macule a imagem desta instituição, que é modelo da educação especial em toda a América Latina. Maria da Glória de Souza Almeida Diretora-Geral Substituta, Chefe-degabinete, professora, ex-aluna e pessoa cega. Manifesto e registro a minha sugestão para que a partir de 2005, voltemos a eleger as pessoas merecedoras do título de pai e mãe do ano. Esta homenagem é muito importante porque além do cunho pedagógico, eleva a estima e o respeito na relação entre os c o l a b o ra d o r e s d o I n s t i t u t o Benjamin Constant. Na certeza da positiva apreciação da diretoria atual do IBC, a g ra d e ç o à t r i b u n a l i v r e d o Jornal Visando e despeço-me na esperança de que tudo volte a ser como antes.” também cada minuto da vida. Tenho certeza absoluta de que se cada um fizer um p o u q u i n h o, a s d i fe r e n ç a s da sociedade - sejam elas Davi C. Costa sociais, físicas, ideológicas ou Ex-aluno e ex-administrador da religiosas - sumirão”. Clínica Fisioterapêutica do IBC Luciano Huck (Em mãos, 04/04/2005) Apresentador de TV Barra/RJ (via e-mail, 15/04) Feliz Caldeirão “Grande experiência. Grande reflexão. Mais incrível que o jogo de Futebol de cinco em que enfrentamos o time de craques do Instituto Benjamin ConstantIBC, foram os dias que se seguiram à gravação produzida pela equipe do programa Caldeirão do Huck. Refletir que as pessoas precisam apenas de oportunidade e respeito. Fiquei encantado com aqueles jovens atletas de ouro sorrindo, empolgados, curtindo cada minuto daquele jogo e curtindo Vida Nova “Em 1999, perdi a visão que me restava. Procurei o Instituto Benjamin ConstantIBC e conheci o oftalmologista Helder Costa, que me direcionou para o curso de Orientação e Mobilidade (OM) aplicado pela professora Elcy Andrade. No começo resisti à idéia de usar bengala e me sentia muito triste, sem visão me sentia perdido, não ia mais às festas e recusava- me a sair de casa. Com as aulas a confiança retornou e o c o n t a t o c o m o u t ra s pessoas que encontravamse na mesma condição fez com que eu aprendesse a ser feliz com a limitação imposta pelo destino. Os ensinamentos de OM fizeram com que a auto-estima se e l e va s s e e p e r m i t i u a o s poucos a volta da minha independência. Hoje, aos 71 anos, levo uma vida normal. Sou atleta federado pelo IBC, sou um dos componentes do coral e do grupo de reabilitandos da 3ª idade. Voltei a ser alegre graças ao apoio que obtive no Instituto Benjamin Constant”. Nilton Soares da Costa Administrador aposentado Botafogo/RJ (em mãos, 27/04) O VISANDO está aberto à sugestões, entretanto recusará temas indesejados. Devido às limitações de espaço, selecionaremos as cartas e as mensagens assinadas, com endereço completo deverão chegar a este veículo por via postal, e-mail ou fax: Av. Pasteur nº 350, 3º andar - sala 300B, Urca - Rio de Janeiro RJ, Cep: 22290-240 [email protected] Fax: 21 2543-2305. 2 visando Surdocegos brasileiros atraem professores ingleses Ainda sob as comemorações do sesquicentenário da escola pioneira na América Latina no ensino do aluno deficiente visual, o Instituto Benjamin Constant-IBC recebeu no dia 8 de abril, do Reino Unido, 15 visitantes interessados em conhecer o Programa de Atendimento e Apoio ao Surdocego-PAS realizado há 12 anos pelo IBC. A visita da comissão e da intérprete Laura Anccilotto ao Instituto foi promovida pelo Grupo Brasil, organização composta por uma rede estrutural de apoio ao surdocego e ao múltiplo deficiente sensorial, sediado em São Paulo. Ciceroneados pela professora Margarida Aguiar Monteiro, responsável pelo trabalho, os ingleses viram de perto o benefício prestado aos estudantes. Os profissionais estiveram na horta cultivada pelos alunos e depois apreciaram os trabalhos de cerâmica feitos pelos artesãos; registraram imagens e receberam cadernos produzidos com papel reciclado. A principal curiosidade demonstrada pelos estrangeiros foi a origem do dinheiro destinado à manutenção Comissão Inglesa presenciou o trabalho do IBC realizado com surdocegos dos projetos, a faixa etária dos estudantes, quantos são atendidos e se conseguem uma vida independente. “Recebemos apenas verbas do Governo Federal; temos 10 alunos e colocamos em prática programas variados nas área da comunicação, estimulação auditiva e visual, ensino do sistema Braille, orientação e mobilidade, atividades da vida diá- ria, ocupação profissional, artesanato, reuniões de orientação e apoio, recreação e lazer, educação física e entrevistas de orientação a pais e familiares”, respondeu a professora Margarida Aguiar. Após tomar contato direto com o PAS, a comissão inglesa reuniuse com a direção geral do IBC para obter mais detalhes sobre os proble- mas que afligem os portadores de deficiências no país. Durante o encontro souberam das dificuldades do ingresso no mercado de trabalho e da necessidade de formar professores capacitados para atuar junto aos surdocegos. O ponto culminante do encontro aconteceu durante o depoimento, na linguagem de sinais dos surdos, do aluno Carlos Jorge Rodrigues, de 45 anos: “Sou surdo de nascença e comecei a perder a visão com 10 anos. Estudei Braille, informática e massoterapia; aprendi a nadar no Instituto Benjamin Constant e com muita auto-estima fui o primeiro surdocego a participar de um campeonato nacional de mergulho. Por tudo isso, sugiro à comissão que tragam surdocegos da Inglaterra para conhecer o inestimável trabalho feito pela professora Margarida Aguiar”, enfatizou emocionado. De acordo com Aleson Walker, porta-voz do grupo, todos gostaram do que presenciaram: a eficácia do projeto, a limpeza, o bucólico jardim e a bela produção dos livros ecológicos. Aluno cego é mais uma vítima de abusos dos motoristas infratores Jovem atropela mãe e filho na Avenida Pasteur, em frente ao Instituto Benjamin Constant tas em frente a sede da mais antiga escola de cegos da América Latina, no bairro da Urca, Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro. No dia 14 de abril, por volta das 12h30, o aluno da 4ª série do IBC, Allan Robson Fonseca de Oliveira, 14 anos, e sua mãe O pardal da CET-Rio, em frente ao IBC, não consegue frear a Maria Inês Fonseca imprudência dos motoristas e as reclamações dos incautos (foto), foram atropeO Instituto Benjamin Cons- lados pela motorista Ara Pecego Pitant – IBC, órgão vinculado ao Mi- nheiro, 19. A jovem avançou o sinal nistério de Educação-MEC, há 150 fechado causando sérios ferimentos anos cuida do bem estar dos alunos, nas vítimas: arranhões, hematomas reabilitandos e servidores. A Compa- e escoriações generalizadas. O estunhia de Engenharia de Trânsito do dante levou cinco pontos na cabeça Rio de Janeiro-CET-Rio, aliando-se a e a acompanhante sofreu fratura que esse objetivo e fortalecendo ainda causou a imobilização de uma das mais a dedicação em prol do defi- pernas. Ara Pecego, proprietária do ciente visual, instalou um limitador veículo placa LCC-1580, socorreu de velocidade (pardal) de 40 km por mãe e filho levando-os para o Hospihora devido as freqüentes infrações tal Rocha Maia, em Botafogo. Depois e abusos provocados pelos motoris- as duas pessoas acidentadas foram 3 transferidas para o Hospital Miguel Couto, no Leblon, para realização de exames neurológicos de Allan Fonseca. A grande proporção do desastre provocou a quebra do vidro parabrisa e amassou bastante a parte frontal do automóvel. Surpreendentemente, em pleno desespero do triste fato, ainda no hospital, Maria Inês foi pressionada pelos pais da infratora e por mais três advogados para que não registrasse queixa na delegacia. Inclusive um dos causídicos afirmou que de nada adiantaria levar o caso adiante porque eles conseguiriam provar o contrário. Em determinado momento surgiu uma proposta de suborno disfarçada de auxílio: “Eu dou dinheiro para os curativos e remédios, mas em compensação não registrem o acontecido”, falou Ara Pecego tentando convencer as vítimas. O registro de ocorrência relatado por Maria Inês Fonseca ao inspetor Antônio Carlos Silva Ribeiro está na 10º Delegacia Policial em Botafogo, sob o nº 010-01746/2005. De acordo com os autos do processo, a infratora Ara Pecego Pinheiro responderá por lesão corporal culposa provocada por atropelamento (art. 303 da Lei 9503/97). A instituição proporcionou toda atenção e assistência social aos acidentados. A professora Helena Ferreira, diretora do Departamento de Educação-DED, encarregou a chefe da Divisão de Orientação e Acompanhamento-DOA, Diva Rodrigues Quintiliano, a prestar todo o auxílio necessário, visando a melhora de Allan Robson e Maria Inês Fonseca. A diretora-geral do Instituto Benjamin Constant-IBC, Érica Deslandes Magno Oliveira, encaminhou um ofício a CET-RIO evidenciando que o pardal propiciou um enorme benefício à comunidade e disse ainda que o nefasto acontecimento reforça a necessidade urgente da instalação de uma câmera próxima ao semáforo, localizado em frente ao nº 350 da Av. Pasteur, objetivando inibir os excessos de velocidades e as transgressões das normas de trânsito. visando Cão-guia, o melhor amigo do deficiente visual Ele é mais do que um animal de estimação, é um fiel escudeiro. Possui temperamento dócil, extrema paciência e determinação; ama profundamente o seu dono, sente prazer no serviço que realiza e faz a vez dos “olhos do cego”. É o cãoguia, treinado para acompanhar o deficiente visual 24 horas por dia. A primeira tentativa sistemática de treinar cães para guiar pessoas invisuais aconteceu em 1780, no hospital Les Quinze-Vingts, em Paris. No começo do século passado, a milionária americana Dorothy Eustis, que preparava cães para instituições militares, decidiu abrir escolas de cães-guia em Vevey, na Suíça e nos Estados Unidos. Chamou-os de “L’Oeil qui Voit” (O ouvido que ouve) e “The Seeing Eye” (Os olhos que vêem). O sucesso da instituição foi tão grande que, em 1934, fundou a The Guide Dog Foundation for the Blind, famosa no mundo inteiro por seu pioneirismo. A escola Helen Keller, que funcionou em Santa Catarina, na cidade de Florianópolis, foi a primeira no Brasil e chegou a treinar 14 cães. Há três anos, o Instituto de Integração Social e de Promoção da Cidadania-Integra, localizado no Distrito Federal e reconhecido internacionalmente, realiza o Projeto Cão-Guia de Cego, que além de treinar cachorros para facilitar a mobilidade e segurança das pessoas que não enxergam, visa também permitir o acesso ao estudo e qualificação profissional. As instituições oferecem o cão gratuitamente aos deficientes, entretanto, é necessário que o solicitante tenha boas condições físicas, mentais e econômicas para manter e cuidar adequadamente do novo amigo. O Retriever do Labrador e o Golden Retriever são as raças caninas mais utilizadas para o serviço de guia por demonstrarem bom caráter e capacidade de adaptação às variadas situações. São fiéis, inteligentes, de natureza amigável e sem qualquer traço de agressividade. Ainda que seja um grande amigo do homem, nem todas as pessoas cegas se acostumam com o auxílio do cão-guia. As necessidades dos candidatos são cuidadosamen- te analisadas para que a escolha do fiel companheiro seja adequada, pois a adaptação entre o cego e o cachorro é fundamental. Para quem não se habitua ao uso de bengalas, o cão-guia proporciona muitas vantagens: ajuda o deficiente a ultrapassar obstáculos acima da cintura, atravessar ruas movimentadas, desviar de barreiras indesejáveis, etc. No Brasil, de acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, existe quase um milhão e meio de pessoas deficientes visuais, número insuficiente para 30 cães-guia, concentrados nas regiões Sul e Sudeste. A Lei Estadual n°3295, de dezesseis de novembro de 1999, regulamenta o acesso de cães-guia no Rio de Janeiro e garante trânsito livre a quaisquer estabelecimentos e transportes públicos tanto para o deficiente visual e seu animal quanto para os treinadores. Infelizmen- te, as leis não são cumpridas e os cegos continuam impedidos de freqüentarem os locais com seus amigos cães. Como obter gratuitamente um cão-guia no Brasil ou nos Estados Unidos Instituto de Integração Social e de Promoção da Cidadania-Integra tel. 61 345-5585/442-7908 www.caoguia.integra.org.df [email protected] Guide Dog Foundation For The Blind, Inc. 371 East Jericho Turnpike Smithtown, Long Island, New York 11787-2976 Phone: 00211 631-930-9000 Toll-free: 00211 800-548-4337 Fax: 00211 631-930-9009 www.guidedog.org [email protected] IBC participa de programa do MEC que leva ensinamentos técnicos aos deficientes Tecnep capacita professores para a educação especial em todo o território brasileiro Com o objetivo de melhorar o ensino técnico para estudantes portadores de necessidades especiais, o Ministério de Educação-MEC deO Professor Francisco de Souza, representante do IBC, participa mensalmente das reuniões do Tecnep senvolve o Programa de Tecnologia e Educação para Pessoas com Necessidades Especiais (Tecnep), que visa capacitar professores da Rede Federal Tecnológica para melhor atender aos estudantes portadores de deficiências. O Tecnep é composto pelo Instituto Benjamin Constant-IBC, Instituto Nacional de Educação de Surdos - INES e pela Secretaria de Educação Especial do MEC (SEESP). O conselho é formado por quatro profissionais: José Francisco de Souza, chefe da Divisão de Reabilitação, Preparação para o Trabalho e Encaminhamento Profissional-DRT do IBC; San- 4 dra Alonso, do INES; a professora Conceição Viegas, ex-funcionária da SEESP e a consultora Luzimar Camões. Em 2004, o grupo viajou pelo Brasil realizando cursos de especialização para educadores e quatro capitais foram escolhidas para sediar as palestras: Belém, Natal, Belo Horizonte e Florianópolis. Na oportunidade, os especialistas discutiram temas sobre as formas de instrução para deficientes visuais, auditivos e mentais, além dos ensinamentos em altas habilidades. Esses profissionais também são responsáveis pela produção e envio das apostilas adaptadas, bem como a orientação correta do uso do material. José Francisco, do Instituto Benjamin Constant-IBC, diz que o projeto está caminhando bem: “Várias escolas da Rede Federal já possuem cursos especializados para deficientes, inclusive os Centros Federais de Educação Tecnológica de Cuiabá, no estado de Mato-Grosso, e o de Teresina, no Piauí, oferecem cursos de idiomas para cegos e aulas de informática, respectivamente”, disse o professor. Em abril, os conselheiros reuniram-se em Brasília para discutir as próximas diretrizes do Tecnep. Durante o encontro, o foco principal foi a compatibilização do material instrucional com os softwares adaptados para as áreas da educação especial. Para o segundo semestre de 2005 está prevista a inclusão do programa de educação à distância, que será disponibilizado em dois módulos através da Secretaria de Educação à Distância do Ministério da Educação. visando Vi t r i n e Alegria de viver, o sonho de uma mulher guerreira tar e ensinar, a saudosa e inesquecível professora Marina de Jesus Santos teve fundamental importância no crescimento profissional da jovem nordestina. Aos 41 anos, Juracy ingressou no IBC através de concurso para o cargo de copeira. Quando chegou no Instituto Benjamin Constant, sentiu que mais um horizonte abria-se em sua vida. “Eu só encontrava deficientes visuais pedindo esmolas ou vendendo vassouras. Aqui, tive outra visão: pessoas cegas lecionando e trabalhando plenamente, inclusive algumas ensinaram-me muito melhor que os mestres videntes. A fortaleza da pilastra neoclássica reflete o caráter de um ser humano exemplar A professora Maria Salete Semitela Alvarenga, por Determinação. Garra. Sonho. Este é o perfil do retirante nor- exemplo, dava aulas de matemátidestino que busca nas grandes ca e eu aprendia tudo, com a maior metrópoles uma condição melhor facilidade. Para mim um cego bem de viver. Juracy Maria de Carva- preparado é uma pessoa normal e lho, aos 19 anos, deixou para trás super capaz”. No início, a nova servidora suas raízes e realizou um sonho de criança: conhecer o Rio de Janeiro. pública oferecia cafezinho na sala A oportunidade surgiu quando uma dos professores do IBC, mais tarfamília descendente de nobres fran- de tornou-se chefe das Divisões de ceses visitou o município de Buriti Pessoal (DP) e de Serviços Gerais dos Lopes, no estado do Piauí. Eles (DSG) e, atualmente, faz parte da queriam uma pessoa para trabalhar como empregada doméstica e Ju“Manter a alegria racy prontamente se ofereceu. Ao chegar na Cidade Maravilhosa pen- apesar das dificuldades sou estar no céu. “É o lugar mais é o segredo de uma lindo do mundo. Quando o avião aterrizou no aeroporto Santos Duexistência cheia de mont, vislumbrei o espelho d’água da Baía de Guanabara e fiquei enrecompensas cantada. Guardo essa imagem até e superações” hoje”. No Rio de Janeiro, Juracy Maria construiu sua vida. Casou, teve um Comissão Permanente de Licitafilho e trabalhou por muitos anos ção-CPL. Profissional dedicada e como empregada doméstica, lava- competente conseguiu galgar vádeira e faxineira, mas nunca aban- rios níveis favorecida pelas provas donou os estudos. Completou o de ascensão funcional que existiam ensino médio visando pertencer ao na época. “As pessoas sempre me serviço público, meta que sempre respeitaram. Hoje, elas são granobjetivou. Sempre disposta a orien- des admiradoras da minha garra e 5 perseverança”, diz Lindinha, como trabalhadores mirins, para ela é é chamada carinhosamente pelos preferível fazer alguma coisa de companheiros de trabalho. útil a ficar nas ruas usando droAs agruras que Juracy passou gas ou roubando. não param por aí. Ela é vitoriosa, Para a juventude, Juracy dá conseguiu superar dois cânceres: um recado: “Nunca desistam de um de mama e outro de colo de um sonho, da vontade de crescer útero. As suas economias são apli- na vida. Todo mundo é capaz, encadas em turismo. Em suas viagens, tretanto é preciso ter disposição Lindinha já conheceu a Europa e as e persistência na execução de Terras Santas: Jerusalém, Israel, Santiago de Compostela, Vaticano, “As pessoas sempre Fátima, Lourdes e brevemente vime respeitaram. sitará o Pantanal matogrossense. “Meu maior entretenimento é viaHoje, elas são jar para qualquer lugar”, declarou. admiradoras da Costumava ir a Buriti dos Lopes, cidade onde nasceu, quando seus minha garra e pais e irmãos ainda estavam vivos. “Hoje, tenho apenas noras e sobriperseverança”, nhos, nosso contato é feito através de cartas. Meu orgulho é Osvaldo, qualquer ato. Aqui, no IBC teo filho que formei em advogado e mos vários exemplos dignos a seartista plástico”. guir. Os deficientes visuais presBacharel em Direito pela Uni- tam concursos e são aprovados, versidade Santa Úrsula-USU, Juracy apesar das limitações impostas Maria de Carvalho dedica-se exclu- pela cegueira. A pessoa tem de sivamente ao IBC, por isso prefe- conservar-se firme, constante e riu não prestar serviços advocatí- se não estudar nada conseguirá”, cios externos. Juracy nunca parou concluiu. de sonhar e pretende ainda cursar O que mais impressiona nesmestrado e doutorado para tornar- ta brilhante história de vida é que se professora de Direito. Juracy Maria de Carvalho não reAos 64 anos, com uma história clama de nada, pelo contrário, é surpreendente de força de vontade muito feliz. Seus sonhos foram e alegria de viver, Juracy transpôs alcançados e seu gênio privilegiavários obstáculos e não acha que do surpreende a todos. Manter a sua vida foi difícil, isto representa alegria apesar das dificuldades é a força dos nordestinos que geo segredo de uma ralmente começam a trabalhar na existência cheia roça ajudando a família. de recompenAos 7 anos, cuidava de outras sas e superacrianças: “Eu gostava daquela tações. refa, sentia-me importante porque auxiliava em casas de famílias ricas e como eu não tinha brinquedos me divertia com a meninada. Quando necessitava eu dava banho e trocava as roupas sujas dos pequenos. Era melhor do que ir para a lida”. Em virtude da própria experiência Ju- Profissionalismo e concentração fazem parte do cotidiano de Juracy na Comissão Permanente de Licitação do IBC racy não condena os visando Palestra vira aula magna e prende atenção de platéia lotada Preconceito no Parque Eduarda Emerick, aluna da 2ª série do Instituto Benjamin Constant-IBC, foi vítima de discriminação no parque de diversões do Nova América Outlet Shopping, em Del Castilho. O lamentável episódio mereceu registro no jornal O Globo do dia 8 de maio, na coluna Gente Boa. A mãe da estudante solicitou em vão a presença de uma autoridade para o cumprimento da lei. O gerente Marilson Bezerra e suas auxiliares alegaram grosseiramente, que por causa da cegueira, Eduarda Emerick não entraria no parquinho, porque não saberia brincar. A jovem ficou muito triste e retirou-se do local bastante constrangida, dizendo: “infelizmente ainda existe muito preconceito nesse mundo”. ção Especial; Removendo Barreiras para a Aprendizagem; Uma Promessa de Futuro: Aprendizagem para Todos e Por Toda a Vida; Educação Inclusiva: Com os Pingos nos “is”. Atualmente a professora desenvolve um projeto de pesquisa sobre os principais distúrbios dos alunos em sala de aula no CIEP Margareth Mee, localizaRosita Edler, durante três horas despertou interesse do no bairro Recreio dos coletivo em mais de 200 pessoas Bandeirantes, bairro da O Departamento TécnicoZona Oeste, na cidade do Especializado-DTE do Instituto Rio de Janeiro. Benjamin Constant-IBC, atraDurante três horas, a platéia vés da Divisão de Capacitação de assistiu com grande atenção à exiRecursos Humanos-DCRH, promo- bição dos slides que mostravam veu a palestra O Papel dos Edu- as obras do pintor espanhol surcadores na Proposta de Educação realista Salvador Dali. Através das Inclusiva, realizada pela professora imagens, Rosita fazia comparações Rosita Edler, atual representante visando o melhor entendimento do brasileira da Rede Internacional de tema central da palestra; como por Investigadores e Participantes so- exemplo uma mulher dormindo na bre Integração Educativa. praia segurando um livro (foto), coO evento acontecido no dia berta pelas ondas do mar: alusão 7 de abril, no Teatro Benjamin aos sonhos dos educadores de uniConstant, objetivou esclarecer as versalizar e democratizar o acesso polêmicas sobre a política de edu- às escolas. “A função do professor cação inclusiva e reuniu mais de não é ensinar, mas fazer o aluno 200 educadores do Rio de Janeiro, aprender. Educar é um ato político, Araruama e Saquarema. Na oca- é dar autonomia, emancipar, fazer sião estiveram presentes a Direto- com que as pessoas realizem suas ra-Geral do IBC, Érica Deslandes escolhas”, disse a educadora. Magno Oliveira, a chefe-de-gabiPor fim, a doutora em Educanete Maria da Glória de Souza Al- ção falou sobre alguns equívocos meida e membros da comunidade que sempre acontecem, como por do Instituto. exemplo, o fato das pessoas penRosita Edler, entre outras for- sarem que a Educação Inclusiva é mações, é Mestre em Psicologia e feita apenas para os deficientes. Doutora em Educação. Em 1993, “Para uma escola especial ser intornou-se a 1ª Secretária de Educa- clusiva, é preciso que os professoção Especial do Ministério da Edu- res estimulem os alunos na cultura cação-MEC. Reconhecida no meio do pensar e entendam como eles Educacional, a escritora produziu aprendem para removerem as barcinco livros: A Nova LDB e a Edu- reiras da aprendizagem e particicação Especial; Temas em Educa- pação”, esclareceu Rosita Edler. Nova Córnea Quarenta pessoas cegas enxergaram novamente após tratamentos com células-tronco - de pessoas falecidas -, cultivadas em laboratório até formar uma camada; o processo oftalmológico consiste em passá-la para a frente do olho e fixá-la com uma membrana finíssima retirada da placenta, que possui hormônios de crescimento. Os cientistas estimam que em três semanas a camada desapareça deixando as células-tronco interagir e curar o tecido da córnea. Para se ter um resultado positivo é necessário que o paciente submeta-se a um tratamento que varia de 12 a 18 meses. Esses cuidados aplicam-se às pessoas que tenham problemas de córnea e de acordo com estatísticas, funcionam em 70% dos casos. Olho Quadrado Acredite se quiser!!! A Escola de Engenharia e Desenho Industrial da Universidade Brunel, em Londres, expõe atualmente um protótipo de um tênis com uma palmilha registradora da quantidade de exercícios de uma criança e a partir daí calcula quanto tempo de televisão ela terá de assistir. A nova invenção é chamada de Olho Quadrado e visa ajudar a meni- 6 nada a incluir exercícios em sua rotina diária desde cedo. Criado pela universitária Gillian Swan, o calçado recomenda que a garotada fique apenas duas horas diante da telinha e espera que as meninas dêem pelo menos 12 mil passos por dia, e os meninos, 15 mil. “O Olho Quadrado objetiva detectar estilos de vida sedentários e estimular mudanças de comportamento em toda a família. O invento é um excelente exemplo de como criar um conceito e um projeto perfeitamente cabível no futuro”, disse Paul Turnock, diretor geral da escola em que Gillian Swan é acadêmica. Milagre?!?! Como por encanto uma surpreendente e inexplicável recuperação aconteceu recentemente com Donald Herbert. O bombeiro nova-iorquino, de 44 anos, recuperou a fala, a visão e a alegria de viver após dez anos em coma, totalmente alheio ao mundo. O profissional aparentemente sofrera um dano cerebral em 1995 quando apagava um incêndio e o teto desabou sobre sua cabeça. Seu cérebro teria ficado seis minutos sem oxigenação, deixando-o cego, mudo e desmemoriado. A melhora aconteceu subitamente e, atônitos, os médicos disseram que uma reabilitação desse tipo é raríssima. Dosvox na TV A atuação da nova atriz e estudante do IBC, Eduarda Emerick, na novela América da Rede Globo de Televisão, já está surtindo efeito. Os técnicos de informática da emissora disponibilizam, desde o dia 20 de maio, o Dosvox, programa gratuito desenvolvido pelo Núcleo de Computação Eletrônica-NCE da Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ e Instituto Benjamin Constant-IBC. Agora, os deficientes visuais podem navegar na trama global (www. globo.com/america). Basta o internauta cego acessar e baixar o programa para falar com o diretor e saber informações sobre o folhetim: história, resumos de capítulos e bastidores. visando CCMI do Instituto Benjamin Constant Professora Mayá, baluarte da educação promove noite beneficente especial, há 50 anos dedica-se ao IBC A Coordenadoria de Comunicação e Marketing Institucional-CCMI do Instituto Benjamin ConstantIBC, dirigida pelo jornalista Valente Neto e auxiliado pelas universitárias Renata Ferretti e Raquel Fernandes, em parceria com a InterWeb viabilizou uma ação beneficente em prol dos estudantes do IBC. A empresa de tecnologia de informática lançará o Help! (www.liguehelp.com. br), um serviço pioneiro de suporte técnico que promete revolucionar o mercado. A noite beneficente acontecerá no dia 21 de junho do ano 2005, a partir das 19h, no Espaço Gastronômico Vida Light, na sede do Senac de Copacabana, à rua Pompeu Loureiro nº 45. O evento, articulado pe- los especialistas em comunicação, Solange Ramos da Rio Press - Assessoria de Imprensa e por Valente Neto do IBC, pretende arrecadar várias doações e mais de mil brinquedos educativos para a criação da primeira brinquedoteca da escola de cegos pioneira no Brasil. Luiz Rajão, diretor-presidente da InterWeb, parceiro da Microsoft, Water Proof e Ponto Frio, receberá a presença de empresários e artistas do teatro, cinema e televisão. Eduarda Emerick, 9 anos, aluna da 2ª série do IBC e primeira atriz cega do Brasil, receberá uma placa de bronze que homenageará os 150 anos do educandário especializado no ensino de deficiente visuais, fundado por D. Pedro II. Obras beneficiam alunos, atletas e oftalmologia do IBC Promovidas pelo Ministério da Educação-MEC e financiadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social-BNDES, pela Petrobrás e com verbas da União, as obras que se realizam no Instituto Benjamin Constant-IBC, beneficiarão o Departamento de Educação-DED; a Divisão de Pesquisa e Atendimento Médico, Odontológico e Nutricional-DPMO; a Divisão de Reabilitação, Preparação para o Trabalho e Encaminhamento Profissional-DRT e a Coordenação de Educação Física. O Programa Petrobrás Social aliou-se ao IBC através do Projeto Integração do Deficiente Visual que objetiva promover eventos, palestras e cursos de qualificação profissional, cultura, lazer, etc. A verba de 163 mil reais da maior empresa petrolífera da América Latina servirá para restaurar completamente o miniauditório (sala 251). O espaço receberá nova pintura, piso especial, tratamento acústico, sistema de refrigeração, instalação elétrica e equipamentos de áudio e vídeo de última geração. Os 980 mil reais repassados pelo BNDES servirão para a compra de instrumentos para diagnósticos das doenças que afetam a retina e provocam a catarata, enquanto que verbas do Governo Federal reconstruirão totalmente o centro cirúrgico e aumentarão em 40% o número de operações de cegueiras causadas pela diabete. Os participantes do atendimento do Programa de Reabilitação de Arte Cerâmica também estão sendo beneficiados pelas obras de reformas no IBC. As aulas iniciadas em setembro de 2003, pela artista plástica Clara Fonseca, foram um grande sucesso; em função do aumento de artesãos e interesse geral na produção de esculturas, a professora recebeu um verdadeiro ateliê para estimular ainda mais a criatividade da pessoa cega. A diretora do Departamento de Estudos e Pesquisas Médicas e de Reabilitação-DMR, Márcia Nabais, firmou convênios para comprar materiais e um forno profissional para queimar e esmaltar o barro e melhorar ainda mais a qualidade das obras de arte. Os atletas do Instituto Benjamin Constant foram beneficiados com a construção de uma arquibancada, reposição de um alambrado em torno da piscina e um abrigo para proteger alunos e professores, que brevemente será erguido. A grande novidade é a edificação de um ginásio dotado de quadra poliesportiva (goalball, futebol de 5, vôlei, basquete, handebol, futsal, etc.). O novo local de prática esportiva, edificado pela MAPA Construção Ltda., com 48 metros de comprimento por 22 de largura, será totalmente adaptado às necessidades de pessoas especiais e terá marcações oficiais, vestiário completo, acomodações para cem pessoas, banheiros, um muro para escalada, cantina e jardins. Visando aproveitar todos os espaços, o complexo desportivo abrigará também uma oficina de marcenaria. 7 A homenagem à professora Mayá Devi de Oliveira referente aos 50 anos de dedicação ao Instituto Benjamin Constant-IBC proporcionou momentos de muita emoção ao som do piano de Severino Campelo. O evento realizado no Teatro Benjamin Constant, no dia 7 de junho, contou com a presença da diretora-geral substituta, Maria da Glória de Souza Almeida, do presidente da Associação de Docentes (ADIBC), Hercen Rodrigues Torres Hildebrandt, professores, estudantes, servidores técnico-administrativos e muitos ex-alunos da estimada mestra. “Há 50 anos, Mayá começou no IBC como professora. Aposentou-se, mas aqui permaneceu”, disse o professor Hercen na abertura da cerimônia. A diretora-geral em exercício, Glória Almeida, muito emocionada, falou da qualidade do caráter que personifica Mayá Devi. “Ela é competência, cultura, pessoa ímpar. Se existisse um hino para expressar sua grandeza seria Se todos fossem iguais a você, de autoria do inesquecível poeta Vinícius de Moraes. Muitos alunos decidiram cursar faculdade de História por sua influência. Ela enfeitou a minha adolescência com seus versos, sensibilidade e emoção”. A ex-aluna de Mayá frisou ainda que a antiga magistrada não se despediu e jamais o fará, porque é parte integrante do IBC. Maria da Glória ressaltou que hoje, humildemente, o Instituto Benjamin Constant está aos seus pés. Durante a cerimônia, além das professoras Lúcia Zenun e Ana Cristina Hildebrandt, a aluna da 6ª série Gláucia Nogueira de França e o professor Vitor Alberto Marques, leram quatro poemas da poetiza Mayá Devi de Oliveira: Vamos, Esfera Desconhecida, Medos e Cena de 107. A homenageada em seu discurso disse que vivia um dos momentos mais importantes da sua existência e que não esperava uma reve- rência pelo seu trabalho. “A nossa vida tem dias históricos e hoje, é um que jamais esquecerei. Faço tudo com amor, não espero nada em troca. Fico feliz com as pessoas que convivem comigo e reconhecem meu trabalho. Esse momento não é uma homenagem informal, é uma homenagem de carinho, por ser feita com sinceridade e de coração”. As lágrimas não vieram, entretanto a emoção era explícita em sua face e nas palavras. “Esse carinho me dará mais força para eu prosseguir nessa casa, aumentar o meu amor por essa escola, que é uma família de ouro. Vocês estão contribuindo para eu perceber onde estou falhando e me renovar. Esse é um dia revigorador!”, finalizou sensibilizada, a professora. A história de Mayá Devi de Oliveira, no Instituto Benjamin Constant, começou nas salas de aula do educandário, no tempo de aluna, e depois se transformou na querida professora de História do ensino fundamental. Em 1997, ao completar 42 anos de serviços ininterruptos aposentou-se, mas continuou um trabalho voluntário no IBC. Atualmente, a eterna professora Mayá, é responsável pela recepção de visitantes à instituição, tarefa que desempenha incansavelmente com dedicação e carinho. Mayá Oliveira, entre Hercen Hildebrandt e Glória Almeida, é homenageada por meio século de serviços prestados ao IBC. visando Estande do IBC e um enorme galpão escuro causaram muita curiosidade em exposição no Rio Centro cia e Tecnologia-MCT, o Departamento TécnicoEspecializado-DTE do Instituto Benjamin Constant-IBC, através da Divisão de Pesquisa e Produção de Material Especializado–DPME montou um estande para expôr a produção de materiais didáticos adaptados à aprendizagem de pessoas cegas. Crianças e adultos conheceram livros em Braille, mapas, calendários e outros acessórios utilizados pelos alunos do IBC. “A maioria das pessoas desconhecia o sistema Braille e tinha O Diálogo no Escuro causou sensações incríveis provocando no curiosidade em saber visitante reações inesperadas como o cego estuda”, A Expo Interativa – Ciência disse Denise Pereira, do DPME. Com certeza o estande do para Todos realizada recentemente no Centro de Convenções IBC e a exposição Diálogo no EsRio Centro, na Barra da Tijuca, curo foram os mais procurados. A propiciou a centenas de pesso- instalação superinteressante, criaas a oportunidade de conhecer o da há 15 anos na Alemanha por dia-a-dia dos deficientes visuais. Andreas Heinecke, visa proporcioA convite do Ministério da Ciên- nar às pessoas que enxergam uma jornada fascinante por ambientes diversos, mas totalmente escuros. Cegos passam a ser os guias dos que estão no ambiente para o qual não se prepararam. Com a imersão no escuro total percepções, preconceitos e hábitos tradicionais são questionados. Fora a visão, outros sentidos são explorados e o visitante é levado a redescobrir em novos moldes, a audição, o tato e o olfato, enquanto realiza atividades do cotidiano, como por exemplo, freqüentar um bar, sentar no banco da praça e andar entre vegetações. Um dos guias do passeio foi o atleta paraolímpico Rodrigo Machado, 25 anos, estudante do Instituto Benjamin ConstantIBC. “Foi uma experiência inusitada, pois dentro daquela enorme caixa preta eu enxergava e os visitantes não. Eles andavam desengonçados, receosos, com passos curtos e não conheciam o local. Rapidamente eu consegui reconhecer todo o espaço. Certamente, quem entrou no Diálogo no Escuro aprendeu uma lição de vida e alguns não conseguiram controlar a emoção e até chegaram às lágrimas”, disse o atleta campeão. Diálogo no Escuro já percorreu 60 cidades, em 13 países diferentes, totalizando mais de 700 mil visitantes. Em Hamburgo, na Alemanha, a atividade vinculou-se a um programa de integração de portadores de deficiência visual ao mercado de trabalho. Recentemente a exposição foi inaugurada no Heureka, Museu de Ciência da Finlândia, na cidade de Helsinki. Quem não teve a oportunidade de vivenciar essa incrível experiência, é só aguardar alguns dias, pois a Casa da Ciência da UFRJ está se programando para montar a exposição no Rio de Janeiro. Regina Lázaro, Anna Brandão, Ana Oliveira e Denise Pereira fizeram do estande do IBC uma atração à parte Virgínia Vendramini mostrou seus tapetes no CCBB Ex-aluna do IBC, destacou-se na exposição Arte, Diversidade e Inclusão Sociocultural Virgínia Vendramini, ex-professora do Instituto Benjamin Constant-IBC, artista multimídia, incursiona pela tapeçaria, pintura, cerâmica e poesia. Ela foi um dos destaques da mostra Arte, Diversidade e Inclusão Sociocultural realizada no Centro Cultural Banco do Brasil-CCBB, no mês de maio. A exposição reuniu deficientes de todo o país: artistas plásticos, dançarinos, músicos, atores e escultores. Virgínia expôs quatro tapetes com temas abstratos e geométricos. “Gosto mais dos abstratos, porque cada vez que se olha, percebe-se algo diferente. Não gosto de tapetes de flores, não gosto do figurativo. O abstrato permite viajar tanto na confecção quanto na visualização”, afirmou. Muito elo- giada durante a exposição, a tapeceira causou admiração pelo fato de superar as limitações físicas e por apresentar um belíssimo trabalho. “Não há nada mais bonito que isso. Ela harmoniza tudo muito bem”, disse encantada a professora mato-grossense Flora Tomé, em visita à exposição. Cega desde os 16 anos, Virgínia Vendramini nasceu em 1945, na cidade paulista de Presidente Prudente, e encontrou na arte de tecer novas formas de expressão. Rejeitando a idéia de apenas fazer tricô e buscando a originalidade, a ex-aluna do IBC começou a produção de tapetes quando ainda lecionava no Instituto. A conclusão de um trabalho demora aproximadamente dois meses e requer de 10 a 12 horas ininterruptas por dia. “As artes possibilitam uma forma de criação e de expressão infinitas”, afirmou. Com todas as cores dos novelos de lã identificados em Braille, Virgínia faz o mesmo com as tintas que utiliza para a composição de quadros. Fatos inusitados também acontecem A artista plástica confeccionou o Arco-íris, um de seus trabalhos mais vendidos nesse ofício; por ter nascido com um resquício de visão, Vendramini tem boas noções de cores: “Certa vez, fui obrigada a livrar-me de um tapete porque o vendedor da loja em que eu comprava lã forneceu a cor errada”, disse. Um dos seus trabalhos mais solicitados é o Arco-íris e devido a imensa procura de seus compradores, já confeccionou três peças. O tapete é espesso, utiliza 12 quilos de lã e tornou-se uma referência do tempo em que enxergava. “Aos nove anos via o reflexo do sol no vidro da janela do meu quarto, a imagem formava um arco-íris e eu passava horas olhando pra ele”, lembrou sentindo saudades da infância.