Leo Hoff – erisipela, celulite e pe DM2
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Leo Hoff – erisipela, celulite e pe DM2
SEMINÁRIO: INFECÇÕES DE TECIDOS MOLES Leonardo Santos Hoff R2 Medicina Interna HCPA Unidade Álvaro Alvim, Porto Alegre, Março de 2014 Seminário: Infecções de Tecidos Moles. Unidade Álvaro Alvim, Março de 2014. Classificação: •Erisipela •Celulite •Linfangite •Fasciíte necrosante •Infecção de ferida Fitzpatrick's Color Atlas and Synopsis of Clinical Dermatology, 7th ed. Seminário: Infecções de Tecidos Moles. Unidade Álvaro Alvim, Março de 2014. Fitzpatrick's Color Atlas and Synopsis of Clinical Dermatology, 7th ed. Seminário: Infecções de Tecidos Moles. Unidade Álvaro Alvim, Março de 2014. Erisipela: celulite cutânea superficial com marcante acometimendo linfático. Microbiologia: Streptococcus do grupo A (GAS). Raramente: S. aureus Epidemiologia: crianças e idosos. 70-80% extremidades, demais na face. Fatores de risco: soluções de continuidade (úlcera, trauma, eczema), linfedema, estase venosa, obesidade, paraparesia, DM2, etilismo, sindrome nefrótica Mandell: Principles and Practice of Infectious Diseases, 7ed, 2010. Seminário: Infecções de Tecidos Moles. Unidade Álvaro Alvim, Março de 2014. Quadro clínico: lesão eritematosa, endurecida (peau d’orange), com bordas elevadas e bem delimitadas da pele normal, dolorosa. Pode: febre, leucocitose. Mandell: Principles and Practice of Infectious Diseases, 7th ed, 2010. Fitzpatrick's Color Atlas and Synopsis of Clinical Dermatology, 7th ed. Seminário: Infecções de Tecidos Moles. Unidade Álvaro Alvim, Março de 2014. Tratamento: -Penicilina. -Se suspeita de celulite: oxacilina Prognóstico: recorrência de 30% em 3 anos. Mandell: Principles and Practice of Infectious Diseases, 7ed, 2010. Seminário: Infecções de Tecidos Moles. Unidade Álvaro Alvim, Março de 2014. Celulite: infecção da derme e do subcutâneo. Microbiologia: GAS e S. aureus. * 7,9% das HMCs positivas. 19% GAS, 38% outros Streptococco B hemolítico, 14% S. aureus e 28% gram negativos. Gunderson CG, Martinello RA. A systematic review of bacteremias in cellulitis and erysipelas. Journal of Infection, 2012 Forma purulenta: S. aureus. A maioria dos S. aureus da comunidade nos EUA são MRSA. Epidemiologia: mesmos FR da erisipela. Mandell: Principles and Practice of Infectious Diseases, 7ed, 2010. Seminário: Infecções de Tecidos Moles. Unidade Álvaro Alvim, Março de 2014. Fatores de risco para MRSA -Infecção prévia por MRSA -Uso prolongado de ATB -Hospitalização ou cirurgia há <1 ano -Institucionalização -Esporte de contato -Homens homossexuais -Drogadição EV Gunderson CG. Cellulitis: definition, etiology and clinical features. The American Journal of Medicine, 2011 Seminário: Infecções de Tecidos Moles. Unidade Álvaro Alvim, Março de 2014. Quadro clínico: eritema, edema, dor, bordos indefinidos, pode ter áreas não contíguas Fitzpatrick's Color Atlas and Synopsis of Clinical Dermatology, 7th ed. Seminário: Infecções de Tecidos Moles. Unidade Álvaro Alvim, Março de 2014. Diagnóstico diferencial Fasciíte necrosante: qualquer camada. Tríade de dor forte, edema e febre. Dor desproporcional, toxemia, bolhas hemorrágicas ou azuladas, gás ou crepitantes, progressão rápida. Fitzpatrick's Color Atlas and Synopsis of Clinical Dermatology, 7th ed. Seminário: Infecções de Tecidos Moles. Unidade Álvaro Alvim, Março de 2014. Diagnóstico diferencial Linfangite: lesão periférica com eritema linear em direção a linfonodos regionais. Fitzpatrick's Color Atlas and Synopsis of Clinical Dermatology, 7th ed. Seminário: Infecções de Tecidos Moles. Unidade Álvaro Alvim, Março de 2014. Métodos diagnósticos •Normalmente apenas HMC (em pacientes internados) – Positivas em 2-4% •Se purulenta: desbridamento e cultura. – Cultura por aspiração ou biópsia. Swab direto tem muita contaminação. •Se imunossupressão ou falha de ATB empírico: – Aspiração com agulha 22 gauge (média 24%, mas 0-40%) – Biópsia por punch Mandell: Principles and Practice of Infectious Diseases, 7ed, 2010 Gunderson CG. Cellulitis: definition, etiology and clinical features. The American Journal of Medicine, 2011 Seminário: Infecções de Tecidos Moles. Unidade Álvaro Alvim, Março de 2014. Tratamento •Ambulatorial, não purulento: Strepto e MSSA. Cefalexina e clindamicina. Se erisipela: amoxicilina ou penicilina (100% sensibilidade GAS), eritromicina (mas há aumento da resistência) •Ambulatorial, celulite purulenta: cobrir MRSA. Bactrim ou doxiciclina (pode associar com amoxicilina para cobrir bem Strepto), clindamicina. •Hospitalizados: cobrir MRSA. Vancomicina. Mas se não purulento: considerar tratamento de MSSA (oxacilina, clinda) e escalonar se não tiver resposta. •Celulite gangrenosa: (ampi-sulbactam ou pipe-tazo) + clinda + cipro ## 5-10 dias ## Uptodate, 2014 Gunderson CG. Cellulitis: definition, etiology and clinical features. The American Journal of Medicine, 2011 . Seminário: Infecções de Tecidos Moles. Unidade Álvaro Alvim, Março de 2014. Infecção de ferida: pé diabético. Microbiologia: - Infecções superficiais: CGP - Infecções profundas e crônicas: CGP + enterococo, Enterobacteriacea, pseudomonas (feridas úmidas), anaeróbios - Necrose e gangrena: bacterioides e clostridium UpToDate Fitzpatrick's Color Atlas and Synopsis of Clinical Dermatology, 7th ed. Seminário: Infecções de Tecidos Moles. Unidade Álvaro Alvim, Março de 2014. guideline IDSA 2012 Seminário: Infecções de Tecidos Moles. Unidade Álvaro Alvim, Março de 2014. Tratamento •Infecção leve: cefalexina, levofloxacina (pega mal S. aureus), clavulin (cobre anaeróbios), clinda Se suspeita de MRSA: doxiciclina ou bactrim (contudo atividade incerta vs Streptococcus – daí associar com amoxa) Para cobrir MRSA, strepto, anaeróbios e gram neg: bactrim + clavulin, ou clinda + cipro/ levo •Infecção moderada a grave: ampi-sulbactam (se baixa suspeita de pseudomonas), ou cefepime + metronidazol Se suspeita de MRSA: acrescentar vancomicina Se suspeita de pseudomonas: pipe-tazo Se suspeita de MRSA, Enterobacteriacea, pseudômonas e anaeróbios: vanco + cefepime/ pipe-tazo/ carbapenêmico ## 7- 14 dias ## guideline IDSA 2012, UpToDate Resumo Ambulatorial, NÃO purulento Strepto e MSSA Celulite Ambulatorial, purulento • • Cefalexina ou clindamicina. Se erisipela: amoxicilina ou penicilina (100% sensibilidade GAS), eritromicina (mas há aumento da resistência) • Bactrim ou doxiciclina (pode associar com amoxicilina para cobrir bem Strepto), clindamicina. • • Vancomicina. Mas se não purulento: considerar tratamento de MSSA (oxacilina, clinda) e escalonar se não tiver resposta. Strepto e MRSA Hospitalar Strepto e MRSA • Leve • • Pé Diabético • Moderado ou Grave • • • cefalexina, levofloxacina (pega mal S. aureus), clavulin (cobre anaeróbios), clinda Se suspeita de MRSA: doxiciclina ou bactrim (contudo atividade incerta vs Streptococcus – daí associar com amoxa) Para cobrir MRSA, strepto, anaeróbios e gram neg: bactrim + clavulin, ou clinda + cipro/ levo ampi-sulbactam (se baixa suspeita de pseudomonas), ou cefepime + metronidazol Se suspeita de MRSA: acrescentar vancomicina Se suspeita de pseudomonas: pipe-tazo Se suspeita de MRSA, Enterobacteriacea, pseudomonas e anaeróbios: vanco + pipe-tazo/ carbapenêmico Referências: 1.Wolff K, Johnson RA, Saavedra AP. Fitzpatrick's Color Atlas and Synopsis of Clinical Dermatology. 7th ed. McGraw-Hill; 2013. Section 25, Bacterial Colonizations and Infections of Skin and Soft Tissues. Disponível em http://accessmedicine.mhmedical.com/content.aspx?bookid=682§ionid=45130158 2.Mandell GL, Bennet JE, Dolin R. Mandell, Douglas, and Bennett's Principles and Practice of Infectious Diseases. 7th ed. Elsevier; 2010. Chapter 90, Cellulitis, Necrotizing Fasciitis, and Subcutaneous Tissue Infections, p. 1289-1312. 3.Gunderson CG, Martinello RA. A systematic review of bacteremias in cellulitis and erysipelas. Journal of Infection. 2012; 64, 148-155. 4.Gunderson CG. Cellulitis: definition, etiology and clinical features. The American Journal of Medicine. 2011; 124, 1113-1122. 5.Baddour LM. Cellulitis and erysipelas. In: UpToDate, Post TW (Ed), UpToDate, Waltham, MA. Acessado on-line em 24/03/2014. 6.Lipsky BA et al: 2012 Infectious Diseases Society of America Clinical Practice Guideline for the Diagnosis and Treatment of Diabetic Foot Infections. Clinical Infectious Diseases 2012;54(12):132–173 SEMINÁRIO: INFECÇÕES DE TECIDOS MOLES Leonardo Santos Hoff R2 Medicina Interna HCPA Unidade Álvaro Alvim, Porto Alegre, Março de 2014