Observações sobre as Eleições de 1998 ao Governo de São
Transcrição
Observações sobre as Eleições de 1998 ao Governo de São
HGPE E INTENÇÃO DE VOTO – OBSERVAÇÕES SOBRE AS ELEIÇÕES DE 1998 AO GOVERNO DE SÃO PAULO E A PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Luiz Claudio Lourenço Doutorando IUPERJ Pesquisador do DOXA Paper apresentado no XI Congresso dos Sociólogos do Estado de São Paulo (01 a 04/out/2001) PUC - SP Resumo Este pequeno paper pretende fornecer alguns elementos que possam contribuir para o debate de uma problemática que nos parece fundamental dentro dos estudos sobre Comunicação Política: Qual é a importância do Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral - HGPE - numa campanha eleitoral? O que muda na campanha com a veiculação do HGPE e como ocorre essa mudança? Quais os seus efeitos sobre o desempenho dos candidatos nas pesquisas de intenção de voto? Nosso intuito foi o de reunir evidências empíricas que reforcem algumas hipóteses sobre a importância da campanha eleitoral na mídia para a decisão do voto. Agregamos boa parte dos dados a partir do estudo de caso das eleições majoritárias de 1998 (Governo de S. Paulo e Presidência da República). A importância da mídia nas campanhas eleitorais As campanhas eleitorais, e o papel que os meios de comunicação desempenham nelas são dois temas que estão ganhando espaço, nos últimos anos, dentro da ciência política. A força das campanhas passou a ser comprovada por diversos estudos1 que mostram o papel importante que elas desempenham dentro do processo eleitoral. Dentro dos países democráticos os meios de comunicação, especialmente a televisão, se destacam na condução das campanhas eleitorais. Hoje a mídia ocupa um lugar de suma importância entre a esfera política e a esfera pública. A maioria dos cidadãos se informa sobre política através da mídia, sobretudo através da televisão. Para citar um exemplo, entre os europeus 99% dos cidadãos consideram a grande mídia (televisão, jornais, revistas e o rádio) como importante fonte de informação política levada em conta na decisão do voto ( ver tabela 1). Assim, não é exagerado afirmar que a mídia constitui o principal elo informativo e comunicativo entre a esfera política e a sociedade civil. 1 HOLBROOK 1995, IYENGAR and SIMON 2000, MANCINI and SWANSON 1996 Tabela 1- Fontes de Informação Política Consideradas Para a Decisão Eleitoral (Entre os Europeus) Fonte de Informação Televisão Jornais e Revistas Discussões Pessoais Rádio Pesquisas Eleitorais Outras Fontes Nenhum deles % 53 30 21 16 5 4 21 Fonte: ICPSR/Euro-barômetro 31 A, in Tendências: Encarte de Dados de Opinião Pública, agosto de 1995, ano III, n.5, p. 11. contidos in JORGE, W. L. “Eleição Presidencial de 1994 e os Meios de Comunicação de Massa – Uma Análise da Propaganda Eleitoral Gratuita de Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva na Televisão” – Dissertação de Mestrado – IUPERJ - 1995 Vivemos num mundo em que prevalece a “democracia de público”2 e onde o locus das campanhas eleitorais e do discurso político se situa cada vez mais nas telas que nos palanques. Todo discurso político hoje está cada vez mais atrelado a um padrão estabelecido pela grande mídia. Essa transformação no locus da política está sendo caracterizada como um processo de modernização das campanhas eleitorais nas sociedades democráticas. A modernização das campanhas não se restringi a poucos países, constitui um fenômeno mundial3 que passou a abranger todos países com processos eleitorais democráticos. O uso crescente da mídia dentro das campanhas e dos experts em publicidade para o desenvolvimento dessas campanhas é um dos traços mais marcantes dentro desse processo de modernização. A adaptação da retórica política ao meio televisivo constitui uma realidade cada vez mais efetiva e irreversível. Além disso, o tempo e o dinheiro envolvidos numa campanha dentro da mídia eletrônica também é um sintoma da importância atribuída à propaganda eleitoral pelos coordenadores de campanhas no mundo todo. Nos EUA, por exemplo, segundo RICHERS 2000: “Candidatos gastaram mais de $80 milhões com tempos de televisão e rádio na campanha presidencial de 1988, $120 milhões em 1992 quando havia três candidatos, e $200 milhões em 1996 quando havia três candidatos novamente. Nas corridas eleitorais 2 3 MANIN 1995 MANCINI and SWANSON 1996 cerca de 50 a 75 por cento do dinheiro é gasto em comerciais de rádio e televisão”. Para se ter uma idéia, em 1998, a campanha eleitoral de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) gastou apenas em seu Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral – HGPE – R$18 milhões de reais, além de contar, na produção das imagens, com um programa de computador usado em Hollywood, pelo diretor Steven Spielberg4. A despeito da importância atribuída pelos coordenadores de campanha e do embasamento dado pela literatura internacional existente sobre o assunto, os estudos realizados de uma perspectiva mais empírica, sobre campanha eleitoral na mídia, no Brasil, ainda são relativamente poucos5. Acreditamos ser necessário agregar uma maior série de dados para entendermos melhor o efeito da propaganda eleitoral televisiva dentro da campanha eleitoral, aqui no Brasil. O caso brasileiro se distingue bastante de outros países, principalmente dos E.U.A onde a tradição nos estudos empíricos sobre mídia e política é mais forte e vem de várias décadas. O Brasil apresenta peculiaridades institucionais importantes como Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral – HGPE e o voto obrigatório. Essas duas peculiaridades garantem um papel maior a ser desempenhado pelas campanhas. Os estudos sobre o HGPE e a propaganda eleitoral no Brasil, hoje, recebem, grosso modo, 4 principais tipos de abordagem6: 1-) Legalista Institucional, estudando as implicações das leis que regem a propaganda eleitoral no Brasil (Jorge 1997, Lima 1996, 1994a, Caldeira 1995); 2-) Análise de Conteúdo, buscando elementos que expliquem o desenvolvimento das candidaturas através da análise do discurso na propaganda eleitoral (Lima 1994b, Porto 1996, Carvalho 1994); 3-) Estratégico, analisando as estratégias retóricas e persuasivas utilizadas por cada candidato na propaganda eleitoral ( Figueiredo et al. 1998, Jorge 1995, Lourenço 2000, Silva 2000); 4-) Recepção, medindo qualitativamente o impacto da propaganda eleitoral sobre a audiência (Aldé 1998, Veiga 1998a, 1998b). Um dos trabalhos mais completos e que merece aqui ser destacado é a tese de Albuquerque 4 Folha de S. Paulo 4 de outubro de 1998 Os estudos sobre o HGPE começaram a entrar efetivamente na agenda de pesquisa após o fim da Lei Falcão (1986) e a eleição presidencial de 1989. Nos E.U.A, por exemplo, o estudo da propaganda eleitoral tem mais 40 anos. 6 Para além dos estudos citados aqui existem outros, contudo nosso intenção aqui é apenas exemplificar um pouco as abordagens acadêmicas do HGPE. 5 (1996) que mescla as abordagens institucional, estratégica e de análise de conteúdo num esforço de entender o papel desempenhado pelo HGPE. Contudo, a falta de estudos sobre propaganda eleitoral em campanhas majoritárias sucessivas, dentro de uma série histórica, usando métodos análogos, que se prestem a comparação, prejudica sobremaneira o entendimento de como se dá a relação entre a campanha, a propaganda eleitoral na mídia eletrônica, especialmente a televisiva, e a performance dos candidatos nas intenções de voto e nas urnas. Ainda não foram realizados estudos que relacionassem intenção de voto, surgimento e exibição das campanhas no HGPE. Partindo desta perspectiva é que propomos nossa contribuição. Nossa proposta tenta verificar minimamente a importância do HGPE e seu impacte nas intenções de voto. A seguir, vamos apresentar alguns dados, com os quais pretendemos explorar e fortalecer algumas hipóteses, já estudadas na literatura internacional, sobre o impacto e o efeito da propaganda eleitoral televisiva, no caso o Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral - HGPE, dentro de uma campanha eleitoral. Trabalharemos com maior detalhe os dados referentes a duas das eleições majoritárias ocorridas em 1998: a presidencial e ao Governo de São Paulo. Não nos propomos a dar respostas definitivas, mas agregar elementos que possam contribuir para o debate sobre a importância do HGPE dentro das campanhas no Brasil e na decisão do voto. Nosso intuito aqui é tentar achar pistas e suprir com maiores subsídios o debate sobre o HGPE. Acreditamos que só através de estudos com maior base empírica esse debate floresça e de frutos. Audiência da Propaganda Eleitoral O primeiro dado que convêm destacar diz respeito a audiência que o HGPE obtém nos períodos eleitorais. Queremos aqui tentar desfazer alguns equívocos a cerca do que se pensa sobre a audiência e a importância atribuídas pelo eleitorado ao HGPE. De modo geral, se dissemina a idéia de que o HGPE televisivo não tenha público, ledo engano. Historicamente há uma audiência extraordinária da propaganda eleitoral na televisão (ver tabela 2). A média de residências que fizeram parte da audiência do HGPE, de 1986 a 1994, em São Paulo e no Rio de Janeiro, é muito significativa. Podemos afirmar que o HGPE nesse período foi um verdadeiro campeão de audiência na televisão. Essa audiência expressiva ocorreu nos pleitos majoritários em todos os níveis, tanto municipais, quanto estaduais e federais. Observamos, pelos números abaixo, que a audiência tende a ser maior, tanto no Rio como em São Paulo, durante o segundo turno das eleições. Esse fato nos parece natural vez que o campo de opções dadas ao eleitor diminui para apenas dois candidatos. O aumento da audiência do HGPE pode ser explicada, assim, pela busca de informação por parte do eleitor que no primeiro turno não optou por nenhum dos dois candidatos presentes no segundo turno e está escolhendo entre uma das duas alternativas dadas. Tabela 2- Média de Audiência do Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral (1986 – 1994) Ano Grande São Paulo (%) Grande Rio de Janeiro (%) 1986 56 48 1988 59 50 58 72 46 61 50 62 47 57 54 59 47 51 45 58 43 46 1989 1o Turno 2o Turno 1990 1o Turno 2o Turno 1992 1o Turno 2o Turno 1994 o 1 Turno 2o Turno Fonte: IBOPE - Relatório Audiência Domiciliar de Programas ( 1986 a 1994 ); IBOPE – Relatório DataIbope (1994) – contidos in JORGE, W. L. “Eleição Presidencial de 1994 e os Meios de Comunicação de Massa – Uma Análise da Propaganda Eleitoral Gratuita de Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva na Televisão” – Dissertação de Mestrado – IUPERJ - 1995 Uma outra idéia, muito difundida pelo censo comum, é que a grande maioria do público seria contrária a exibição do HGPE, outro equívoco. No ano de 1994, o Datafolha realizou uma pesquisa para medir a opinião do público a cerca da exibição obrigatória da propaganda eleitoral. A maior parte dos entrevistados, cerca de 57%, emitiu opinião a favor da exibição do HGPE. Ao todo foram cerca de 14 491 entrevistados em 378 municípios de todos os estados7. Já em outra pesquisa feita, em 1998, antes do início da propaganda eleitoral gratuita, cerca de 57% dos eleitores afirmavam ter pretensão de assisti-lo8. 14% dos entrevistados afirmaram que iriam assistir com assiduidade todo o período de HGPE. 30% disseram que assistiriam os programas “de vez em quando”. E 13% dos entrevistados assistiram o HGPE pelo menos algumas poucas vezes. Além da expectativa de audiência, a importância dada ao HGPE, pelo eleitor, também foi medida dentro desta mesma pesquisa. Cerca de 60% dos entrevistados, que ainda estavam indecisos com relação a seu voto a presidente, acreditavam na importância do HGPE televisivo na decisão do voto (Ver tabela 3). Entre aqueles que já haviam escolhido seus candidatos o percentual de eleitores que acreditavam na importância do HGPE ficou em torno de 56%, tanto para a eleição presidencial como na do governo do Estado. Podemos observar também que entre os eleitores indecisos é menor, em cerca de 9 pontos percentuais, o número daqueles que não atribuem nenhuma importância ao HGPE. Tabela 3 - Importância do HGPE para a Decisão do Voto (1998) Tem Importância - Muita - Um pouco Nenhuma Não sabe HGPE para Presidente (Eleitores em Geral) HGPE - Presidente (Eleitor Indeciso) HGPE para Governador (Eleitores em Geral) 56 33 23 41 2 60 34 26 31 10 56 33 23 41 2 Fonte: Folha de S. Paulo de 18 de agosto de 1998 Nas eleições de 1998, os programas eleitorais dentro do HGPE tiveram uma média de audiência, registrada pelo IBOPE, de cerca de 40 pontos9. Essa também é, em média, a audiência do Jornal Nacional, um dos campeões de audiência da Rede Globo em todos os tempos. Claro que podemos questionar a atenção que as pessoas prestaram aos programas, 7 Folha de S. Paulo, 19 de agosto de 1994 citada por JORGE, W. L. “Eleição Presidencial de 1994 e os Meios de Comunicação de Massa – Uma Análise da Propaganda Eleitoral Gratuita de Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva na Televisão” – Dissertação de Mestrado – IUPERJ - 1995 8 Pesquisa publicada pela Folha de São Paulo 18 de agosto de 1998 9 cada ponto corresponde a cerca de 40 000 casas se estavam apenas deixando a televisão ligada enquanto cuidavam de outros afazeres, entre outras coisas. Contudo, é muito difícil controlar todas essas variáveis10. A audiência do HGPE é, sem sombra de dúvida, um tema que mereceria ser estudado mais a fundo por pesquisadores da Comunicação Política. Mas com os dados acima acreditamos que já se fortaleça um pouco mais a idéia de que a propaganda eleitoral televisiva tem sim um público e que este público reconhece o HGPE como sendo importante dentro da campanha, especialmente entre os eleitores indecisos. Acreditamos que os principais efeitos da exibição do HGPE incidam justamente sobre esta faixa do eleitorado. A audiência expressiva e a percepção de importância dada pelo público são dois fatores que não podem ser postos de lado dentro da discussão sobre o impacto políticoeleitoral da propaganda eleitoral televisiva. Ativação, Reforço e Cristalização - Alguns Efeitos do HGPE O Horário Eleitoral apesar de ser sempre considerado algo importante dentro das campanhas até hoje não apresenta um estudo sistemático que avalie o seu impacto sobre o processo decisório do eleitor. Sabe-se muito pouco sobre as relações existentes entre propaganda eleitoral e intenção de votos. Olhando mais detalhadamente a campanha de 1998 podemos supor que o HGPE teve pelo menos dois efeitos principais durante a campanha: a-) efeito de ativação do eleitorado; b-) efeito de reforço e cristalização das preferências do eleitorado. A seguir examinaremos mais esses dois efeitos. Efeito de Ativação O efeito de ativação de um processo decisório é observado sempre que o indivíduo se depara com uma gama de alternativas e uma decisão a tomar. A ativação do eleitorado significa uma intensificação do processo decisório do voto, numa eleição. O eleitorado ativado presta maior atenção às opções dadas, no caso os candidatos em campanha. A ativação do eleitorado foi enunciada pela primeira vez nos E.U.A, em 1948, por Lazarsfeld, Berelson e McPhee11. Naquela ocasião esse processo foi descrito da seguinte 10 O próprio IBOPE esclarece que a audiência do HGPE costuma ser alta no início baixando até um ponto e forma: “quanto maior é a exposição da campanha na grande mídia, mais interesse desperta nos eleitores e mais vigorosos são os seus sentimentos com relação ao seu candidato”. Partindo desta perspectiva podemos supor que quanto maior for a veiculação de uma campanha na mídia maior será o interesse do eleitor sobre esta campanha. No Brasil, o HGPE pode ser entendido como um dos principais espaço de exposição de um candidato na mídia o que faz dele uma peça estratégica para qualquer campanha. Acreditamos que o início do HGPE, sendo um dos principais meios de contato entre o candidato e seu eleitorado, chama a atenção, acelera e incentiva o processo de escolha do eleitorado dentro de uma campanha eleitoral. Este efeito, segundo nossa avaliação, tende a ser maior e mais notado entre os eleitores indecisos. Basta lembrar que 60% dos indecisos, em 1998, afirmaram que o HGPE tinha alguma influência na sua decisão de voto (ver tabela 3). O início do HGPE, em 1998, como mostram os dados (tabela 4 e 5), teve um impacto significativo sobre as intenções de voto. Podemos notar as conseqüências da veiculação do HGPE na evolução da intenção de voto espontânea para governador de São Paulo, em 1998 (1o turno). Não há uma mudança de posições entre os candidatos, o que reforça a clássica tese12 de que a mídia não tem um forte efeito de conversão sobre as preferências do eleitor. Contudo, entre os eleitores que ainda não tinham candidatos, os indecisos, o início da propaganda gratuita parece ter tido uma influência expressiva. O HGPE começou no dia 18 de agosto e com apenas 10 dias de exibição o número de indecisos diminuiu cerca de 10 pontos percentuais, passando de 52% para 42%. Este número é muito significativo vez que marca uma acentuada intensificação do processo de escolha do eleitor dentro da campanha eleitoral. O início do HGPE representou sobre o índice de indecisos, nas intenções de voto espontânea, o maior ponto de inflexão dentro do período que vai do final de maio até a véspera das eleições. voltando a crescer com a proximidade do seu final. 11 Lazarfeld 1979 12 Lazarsfeld na Berelson 1960 O efeito de ativação através do HGPE também pode ser notado fortemente na campanha presidencial de 1998. Pela tabela 5, é interessante observar que a diminuição de 8 pontos percentuais sobre o número de indecisos, com o início do HGPE, veio acompanhada do fortalecimento as intenções de voto de Fernando Henrique (PSDB). O candidato do PSDB ganhou 7 pontos percentuais nas intenções de voto expontâneas entre 14 e 28 de agosto. Tabela 4 – Evolução da Intenção de Voto Espontânea – Governo do Estado de S. Paulo 1998 – 1o Turno Maluf (PPB) Covas (PSDB) Rossi (PDT) Marta (PT) Quércia (PMDB) Outros Branco/Nulo/Nenhum Indecisos 27 e 8 e 8 e 9/jul 12/ago a Início do 27 e 14/set HGPE 28/ago 28/maio 9/jun 14/ago 12 12 9 10 16 18 9 7 7 9 9 12 4 9 10 13 H 15 13 2 4 4 4 G 7 8 3 1 2 2 P 3 2 2 2 2 1 E 2 2 10 10 9 9 7 7 57 57 55 52 42 39 24 e 25/set 02/out 22 13 13 9 3 1 6 33 25 15 14 11 3 0 5 25 Fonte: Instituto DataFolha, pesquisas publicadas in Folha de S. Paulo de 1o e 3 de outubro de 1998 Tabela 5 - Evolução da Intenção de Voto Espontânea Eleição Presidencial de 1998 27 e 8e 28/maio 9/jun Fernando Henrique (PSDB) 17 17 Lula (PT) 13 15 Ciro Gomes (PPS) 2 2 Outros 4 3 Branco/Nulo/Nenhum 9 9 Indecisos 53 53 8 e 12/ago a Início do 9/jul 14/ago HGPE 24 24 15 14 H 2 2 G 3 4 P 7 7 E 48 48 1e 2/set 31 16 3 3 6 40 17 e 24 e 18/set 25/set 35 35 17 17 5 5 4 3 5 5 35 34 2/out Fonte: Instituto DataFolha, pesquisas publicadas in Folha de S. Paulo de 27 de setembro e 4 de outubro de 1998 Pela tabela 4 e 5 ainda fica claro que o início do HGPE significou o ponto mais importante para a diminuição do eleitor indeciso. Contudo, é possível notar que, no período observado, há um outro ponto de mudança que deve ser considerado: o início oficial das campanhas. Tanto para a sucessão presidencial, quanto na eleição para o governo de São Paulo os índices que vinham tendo um comportamento praticamente estável sofreram algumas alterações com início oficial da campanha, em julho. Contudo, essas alterações 38 21 6 3 4 28 não demonstraram a mesma expressividade das ocorridas com o início do HGPE. Isso mostra que com o início oficial das campanhas há um pequeno efeito de ativação, porém este impacto é mais acentuado e efetivo através do início do HGPE. Esse dado reforça a idéia de que é através da veiculação da propaganda televisiva que se marca o início efetivo da campanha e consequentemente a ativação do eleitor. O efeito de ativação exercido sobre os eleitores indecisos através do início do HGPE, ao que parece, não foi a única alteração ocorrida com a veiculação da propaganda eleitoral na mídia eletrônica. Houve também uma aparente mudança nos índices de avaliação do governo federal. A eleição, de 1998, trouxe como novidade a possibilidade da reeleição, tanto de presidente da república, quanto de governadores de estado. Com início da propaganda no HGPE o presidente e candidato a reeleição Fernando Henrique Cardoso (PSDB) valorizou sobremaneira uma estratégia situacionista. Essa estratégia enfatizava suas realizações durante o mandato presidencial, além de reiterar o quadro de uma economia estável decorrente do plano Real13. A perspectiva de reeleição aliada a estratégia de campanha televisiva de Fernando Henrique fez com que o efeito inicial do HGPE incidisse, não só nas intenções de voto, mas também na avaliação do eleitorado sobre a atuação presidencial ( ver tabela 6 ). Tabela 6 - Evolução da Avaliação do Governo Fernando Henrique Cardoso óimo/bom regular ruim/péssimo não sabe 12/ago a 14/ago Início do HGPE 40 H 39 G 18 P 3 E 1 e 2/set 17 e 18/set 24 e 25/set 46 35 16 2 41 38 18 2 42 37 18 3 Fonte: Folha de S. Paulo 4 de out. de 1998 Com o início do HGPE houve um aumento de uma avaliação positiva, ótimo e bom, do exercício do mandato de Fernando Henrique (mais 6 pontos percentuais, entre 14 de agosto e 2 de setembro). Isso ocorreu paralelamente ao aumento das intenção de voto expontânea no candidato tucano (mais 7 pontos percentuais). Contudo, com o decorrer do tempo e da campanha, esse índice de avaliação do governo, voltou aos patamares anteriores a exibição do HGPE. É importante lembrar que, nesse período de melhora na avaliação do governo, nenhum fato político e/ou noticioso, a não ser a veiculação do HGPE, foi encontrado como fator concorrente para explicar os números encontrados acima14. Outro dado interessante, observado nas duas eleições aqui em questão, é que os candidatos que detinham maior tempo dentro do HGPE conseguiram um acréscimo mais expressivo com início da propaganda eleitoral. Fernando Henrique (PSDB) teve o maior tempo dentro do HGPE para presidente (11 min. 21 seg.) e também teve o maior crescimento nas intenções de voto passados os 10 primeiros dias de exibição da propaganda eleitoral (cerca de 7 pontos percentuais). Na eleição ao governo de São Paulo foi Paulo Maluf (PPB) quem teve o maior tempo de programa (5 min. 38 seg.) e também obteve o maior índice de crescimento de intenções de voto (cerca de 6 pontos percentuais) com o início da propaganda eleitoral. Esses dados nos dão a idéia de que o início do HGPE, de alguma forma, incidiu não só diminuindo o número de indecisos, mas se relacionou também ao aumento das intenções de voto para as candidaturas que detinham maior tempo para a sua propaganda eleitoral. Em suma podemos dizer, pelos números observados, que o início do HGPE (nas eleições estudadas) teve os seguintes impactes sobre o eleitorado: 1-) Uma intensificação acentuada do processo decisório, a ativação do eleitorado, expresso na diminuição do número de indecisos e aumento nas intenções de voto das principais candidaturas; 2-) Um aumento inicial mais significativo nas intenções de voto para aqueles candidatos que detinham maior tempo de exposição no HGPE, em ambas as eleições; 3-) Uma melhora na avaliação do governo federal. 13 14 Silva, P.S. 2000 Ver Lourenço, L. C. 2000 e Silva, P.S. 2000 Efeito de Reforço e Cristalização Há vários anos estudos realizados nos E.U.A15 afirmam que o real poder da mídia, sobre o processo decisão do voto, não está em transformar ou mudar profundamente a escolha partidária ou as opiniões político-eleitorais de seu público, mas reside principalmente em reforçar e cristalizar as preferências prévias do eleitorado. Assim, quanto mais uma campanha é veiculada pela mídia, mais ela tende a fortalecer o seu eleitorado, agregando-o de forma crescente. A campanha na mídia então cristaliza as preferências preexistentes do eleitorado. Segundo McCombs (1979): “Reforçar e cristalizar significa consolidar atitudes e opiniões já existentes. O conteúdo dos mass media facilita a evidencia no sentido de dar apoio social para respaldar uma postura já assumida pelo eleitor16” Para observar o efeito de reforço e cristalização, partindo do pressuposto acima exposto, vamos tomar mais uma vez o HGPE como o principal meio (mídia) de exposição das campanhas. Comparando o efeito de ativação com o efeito de reforço e cristalização podemos afirmar que o primeiro ocorre com início do HGPE (impacto dos primeiros dias de exibição), enquanto que o segundo ocorre com o decorrer do HGPE (impacto de todo o período de exibição) . A exemplo do efeito de ativação, a primeira e mais notável evidência do efeito de reforço e cristalização é a diminuição do número de indecisos. Se com o surgimento do HGPE há uma ativação do eleitorado e em conseqüência disso a diminuição significativa no número de indecisos, com o decorrer da sua exibição esta diminuição dos eleitores indecisos tende a aumentar de forma gradual e progressiva. Observando a tabela 4 e 5, é possível notar que há quanto mais se aproxima a data das eleições mais diminuem o número de indecisos, além de diminuir também, mas não com a mesma intensidade, o número de intenções em branco e votos nulos. Conforme o andamento da campanha no HGPE, tanto ao Governo de São Paulo quanto a Presidência, o 15 Atkin, C. and Heald, G., 1976; Lazarsfeld and Berelson, 1960; Berelson and Steiner, 1964; McCombs, 1979, há outras obras citadas ainda por McCombs; 16 McCombs 1979 (364p) número de indecisos tendeu a cair progressivamente até as vésperas da eleição ( 2 de outubro, data da última pesquisa de menção espontânea). Para termos uma idéia melhor do que significou o HGPE sobre o número de indecisos calculamos comparativamente a diminuição do eleitorado sem candidato em dois períodos distintos: um sem a veiculação do HGPE, que foi do fim de 27 de maio até 14 de agosto, e outro no período no qual foi exibido o HGPE, de 14 de agosto a 2 de outubro, (ver tabela 7). Este cálculo foi feito tendo por base as pesquisas de menção espontânea. O resultado encontrado foi que nos meses anteriores a exibição da propaganda eleitoral o número de indecisos diminui cerca de 5 pontos percentuais, tanto na eleição a presidencial quanto para o Governo de São Paulo. Já no período em que o HGPE foi ao ar a diminuição, no caso paulista, foi de cerca de 27 pontos percentuais, ou seja, o número de indecisos caiu mais do que pela metade desde o início do HGPE. Para a eleição presidencial também houve uma intensa redução no número de indecisos, cerca de 20 pontos percentuais. Tabela 7 – Diminuição do No. de indecisos ( Presidente e Gov. de S. Paulo –1o Turno, 1998) no período anterior a exibição do HGPE e no período em que o HGPE foi exibido (%) 27/maio a 14/ago s/ HGPE 14/ago a 2/out c/ HGPE -5 -5 -27 -20 Eleitores Indecisos ( Gov. de S. Paulo) Eleitores Indecisos ( Presidente) Fonte: DataFolha Pesquisas de Intenção de Voto Espontânea Se por um lado o número de indecisos diminui, em contrapartida, as candidaturas tendem a consolidar e agrupar mais suas intenções de voto. O período em que o HGPE vai ao ar representa a fase mais importante da campanha, pois é nela que a maior parte do eleitorado tende a fazer sua escolha eleitoral. O HGPE motiva as escolhas do eleitor, agrega e cristaliza suas preferências. Essa cristalização da preferência do eleitorado pode ser relacionada, não só ao período em que o HGPE foi ao ar, mas também, e mais especificamente, ao tempo que cada candidato teve dentro do HGPE para sua propaganda. É justamente através do tempo destinado a cada candidato que conseguimos observar, mais claramente, a relação existente entre o HGPE e o fortalecimento das candidaturas nas intenções de voto. Nas eleições de 1998, durante o período em que o HGPE foi ao ar, notamos que quanto maior foi tempo os candidatos tiveram para sua propaganda eleitoral maior foi também o seu nível de cristalização de suas candidaturas nas intenções de voto expontânea. Este dado, reforça a idéia do efeito de cristalização do eleitorado através do HGPE. Na tabela 8, vemos que, dos 4 principais candidatos ao governo paulista, aqueles que tiveram maior tempo no HGPE, conseguiram também maior crescimento nas pesquisas de intenções de voto expontânea, no decorrer da campanha no HGPE. Além disso, o candidato que teve menor tempo, no caso Francisco Rossi (PDT), também teve o menor crescimento nas pesquisas de intenção de voto espontânea, apenas 1 ponto percentual, durante o período em que o HGPE foi ao ar. Tabela 8 – Tempo dos candidatos no HGPE (Presidente e Gov. de S. Paulo – 1o Turno, 1998) e variação positiva nas intenções de voto espontânea entre 27/maio e 14/ago e 14/ago e 2/out (%) Tempo de HGPE Pontos ganhos s/ HGPE Governo de S. Paulo 27/maio a 14/ago 5min. 38seg. +2 3min. 10seg. 0 2min. 21seg. +2 1min. 56seg. +9 Presidente da Rep. Fernando Henrique (PSDB) 11min. 48seg. +7 Lula (PT) 5min. 1seg. +1 Ciro Gomes (PPS) 1min. 12seg. 0 Maluf (PPB) Covas (PSDB) Marta (PT) Rossi (PDT) Pontos ganhos c/ HGPE 14/ago a 2/out Pontos ganhos durante toda a campanha 27/maio a 2/out + 15 +6 +7 +1 +17 +6 +9 +10 +11 +3 +3 +18 +4 +3 Fonte:DataFolha Pesquisas de Intenção de Voto Espontânea (21/maio a 2/out) Também é possível observar que o crescimento nas intenções de voto, em de todas as principais candidaturas dos dois pleitos, tanto ao governo estadual quando ao federal, tendem a ser reforçadas com a exibição do HGPE. A única exceção aqui é o candidato ao governo paulista Francisco Rossi, que apresentou um crescimento maior no período préHGPE (cerca de + 9 pontos ). Portanto, é plausível afirmar a hipótese que o período em que o HGPE vai ao ar e o tempo de propaganda, em alguma medida, se relacionam com o aumento nas intenções de voto. No caso da campanha presidencial o único candidato que teve um crescimento mais expressivo durante o período em que ainda não ia ao ar o HGPE (cerca de + 7 pontos percentuais) foi o então presidente Fernando Henrique. Isso talvez se deva ao fato da sua exposição na mídia como figura pública ocupando o cargo de presidente. Nesse período diversas obras foram entregues pelo governo federal. Mesmo depois de afastado do cargo (a partir de julho) e representado por seu vice Marco Maciel (PFL), o nome de Fernando Henrique acabava por ser lembrado ou associado nos eventos promovidos pelo governo federal. Nos parece impossível falar de governo federal dentro de um período eleitoral e esquecer a existência das eleições e do atual governo como sendo um candidato. Essa talvez seja uma vantagem estratégica inerente a candidatos que tentam a reeleição. No tocante a relação, Tempo de HGPE – Intenção de Voto, vale aqui fazer algumas ressalvas. Essa duas variáveis não funcionam isoladamente ou sem outras variáveis corroboradoras e/ou intervenientes como, por exemplo: técnicas de marketing, retórica adotada, temas explorados, imagem do candidato, rejeição do eleitorado, apelo ao eleitor, propaganda negativa, recursos empreendidos, campanha de rua, só para citar algumas. Basta observar o caso do ex-governador Orestes Quércia (PMDB), apesar de contar com cerca de 3 minutos e 31 segundos, dentro do HGPE, não conseguiu um crescimento significativo nas intenções de voto. Durante o período de exibição de sua propaganda eleitoral, Quércia cresceu apenas 1 ponto percentual nas intenções de voto. Considerações Finais Com os resultados acima, o que podemos observar mais claramente é que os efeitos associados ao HGPE podem apresentar dois níveis. Esses dois níveis de efeitos, por sua vez, incidem mais fortemente sobre a parcela de eleitores indecisos. O primeiro, efeito de ativação, surge com o início do Horário Eleitoral. Há então uma aceleração do processo de escolha do eleitor à determinadas candidaturas. Em uma palavra, o HGPE marca o real início das campanhas eleitorais17. Isso faz com que o eleitor fique mais atento as eleições e que comece a buscar alternativas para o seu voto. O segundo nível, o efeito de reforço e cristalização, se mostra ao longo do período em que HGPE vai ao ar. Com a veiculação da 17 Vale lembrar que as campanhas iniciaram oficialmente no início de Julho. propaganda eleitoral as principais candidaturas tendem a reforçar e agrupar seu eleitorado. Aqui vemos claramente que com a intensificação das campanhas na mídia houve também uma intensificação gradativa do eleitorado das principais candidaturas. Alguns poderiam perguntar se o voto obrigatório não seria uma ferramenta institucional que garantiria automaticamente o reforço e a cristalização do voto das candidaturas independentemente do HGPE. A resposta lógica é não. A obrigatoriedade não aponta a direção do voto. Se há a necessidade de uma escolha, isso de maneira alguma quer dizer que se exija do eleitor que essa escolha seja feita à uma determinada direção e não em outra. Assim, a obrigatoriedade do voto pode até colocar a demanda de uma escolha para o eleitor, mas não o influencia sobre qual escolha o eleitor deva fazer. Importante lembrar que podemos considerar votar em branco e votar nulo também como escolhas possíveis dentro das regras do processo eleitoral. Assim, a propaganda eleitoral não só ativa e reforça o processo decisório, mas sobretudo mostra quais são as opções devem ser tomadas e tenta influenciar a escolha do eleitor. Pelos números observados, o impacte na direção do voto é maior nas campanhas com maior tempo de HGPE. O tempo dentro dos programas eleitorais pode ser assim uma variável importante para explicação do crescimento de algumas candidaturas. Em ambas as eleições o crescimento das intenções de voto foi mais significativo em candidaturas que apresentavam maior espaço temporal dentro do HGPE. Isso ocorreu tanto no início como no decorrer da propaganda eleitoral. Ficam claros, pelos dados acima expostos, os indícios para a existência dos dois níveis de efeitos da propaganda eleitoral mostrados no texto. Contudo, temos que ainda agrupar uma maior série de dados e eleições para que esses resultados sejam além de pistas, mais provas do impacte do HGPE. Lembro mais uma vez que esse pequeno texto não é um ponto de chegada, mas de partida. Bibliografia ALBUQUERQUE, A. de. (1996) “A batalha da presidência: o horário de propaganda eleitoral na campanha de 1989”. Rio de Janeiro, Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, (tese de doutoramento). FIGUEIREDO , M. et alii. (1998), Estratégias de Persuasão em Eleições Majoritárias: Uma Proposta Metodológica para o Estudo da Propaganda Eleitoral. Série Estudos, n° 100. HOLBROOK, T. (1995), Do Campaigns Matter? Thousand Oaks, Sage IYENGAR and SIMON (2000), New Perspectives and Evidence on Political Communication and Campaign Effects Annu. Rev. Psychol. 2000. 51:149-169. KLAPPER, J.T. (1949) The Effects of Mass Media. 14:2:341-3 '50 N.Y., Bureau of Applied Social Research, JORGE, W. L. “Eleição Presidencial de 1994 e os Meios de Comunicação de Massa – Uma Análise da Propaganda Eleitoral Gratuita de Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva na Televisão” – Dissertação de Mestrado – IUPERJ - 1995 Jorge 1997 LAZARSFELD, P. F. (1979) “La Campaña Electoral há Terminado”, in Miguel Moragas (org.) Sociologia da Comunicação de Masas. Bracelona. Ed. Gustavo Gill. LAZARSFELD, P. F. and BERELSON, B. (1960) The Effetcts of Mass Communication. New Yorrk, The Free Press LIMA, V. A. de. (1996), “A Pesquisa sobre a Mídia Eletrônica: Velhas e Novas Questões”. Comunicação e Política, vol. III, n° 2, maio-agosto, pp. 198-204. _____, V. A. de. (1994 a) “Propaganda política no rádio e na televisão”. In: MATOS, Heloíza (org.) Mídia, eleições e democracia. São Paulo, Scritta, p.191-205. LOURENÇO, L. C. (2000) “O Jogo Eleitoral na Televisão: Estratégias Persuasivas Usadas no HGPE de 1998 ao Governo de São Paulo”, Universidade Federal de S. Carlos, (dissertação de mestrado) MANCINI and SWANSON, D. (1996) Politics, Media and Modern Democracy : Na International Study of Innovations in Electoral Campaigning and their Consequences. Westport, London: Praeger. MANIN, B. (1995), "Metamorfoses do Governo Representativo". Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol. 29, ano 10, outubro, pp. 5-34. MCCOMBS, M. (1979). “La Comunicación de Mass en las Campañas Políticas: información, gratificación y persuasión”. in Miquel de Moragas (org.) Sociologia de Comunicação de Masas. Barcelona, Ed. Gustavo Gill PORTO, Mauro. (1994) “As eleições municipais em São Paulo”. In: MATOS, Heloíza (org.) Mídia, eleições e democracia. São Paulo, Scritta, p.133-157. RICHERS, M (2000) “Low Blows and High Rethoric: Political Ads on Television” IN Humanities, July/August 1999 (http://www.neh.gov/publications/humanities/199907/low_blows.html)