Apostila - Gran Cursos Online
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SESIPE-DF AGENTE DE ATIVIDADES PENITENCIÁRIAS Traduzindo o Edital Noções de Direito Constitucional Noções de Direito Administrativo Noções de Direito Penal Noções de Direito Processual Penal Noções de Direito Humanos Língua Portuguesa Ética no Serviço Público Noções de Informática Raciocínio Lógico 01/2015 – Editora Gran Cursos GS1: 789 860 535 0 384 GG EDUCACIONAL EIRELI SIA TRECHO 3 LOTE 990, 3º ANDAR, EDIFÍCIO ITAÚ – BRASÍLIA-DF CEP: 71.200-032 TEL: (61) 3209-9500 [email protected] AUTORES: Ivan Lucas / Wilson Garcia J.W. Granjeiro / Rodrigo Cardoso Rodrigo Larizzatti / Maiko Lemes Deusdedy Solano Wellington Antunes Bruno Pilastre / Márcio Wesley Rebeca Guimarães Henrique Sodré Roberto Vasconcelos PRESIDÊNCIA: Gabriel Granjeiro DIRETORIA EXECUTIVA: Rodrigo Teles Calado CONSELHO EDITORIAL: Bruno Pilastre e João Dino DIRETORIA COMERCIAL: Ana Camila Oliveira SUPERVISÃO DE PRODUÇÃO: Marilene Otaviano DIAGRAMAÇÃO: Oziel Candido da Rosa e Washington Nunes Chaves REVISÃO: Juliana Garcês, Luciana Silva e Sabrina Soares CAPA: Pedro Wgilson TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – De acordo com a Lei n. 9.610, de 19.02.1998, nenhuma parte deste livro pode ser fotocopiada, gravada, reproduzida ou armazenada em um sistema de recuperação de informações ou transmitida sob qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico ou mecânico sem o prévio consentimento do detentor dos direitos autorais e do editor. TRADUZINDO O EDITAL SESIPE-DF SUBSECRETARIA DO SISTEMA PENITENCIÁRIO DO DF • Edital n. 01 – SEAP-SSP/FUNDAÇÃO UNIVERSA Publicado em 15 de dezembro de 2014 • • DAS VAGAS • • Serão 1.100 vagas, sendo 200 para provimento imediato e 900 para cadastro reserva. Nível Superior. • Os candidatos nomeados estarão sujeitos ao Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis do Distrito Federal, instituído pela Lei Complementar n. 840, de 23 dezembro de 2011, e às normas internas do órgão de lotação. As provas e etapas referentes ao concurso público serão aplicadas na cidade de Brasília/DF. 2V FDQGLGDWRV QRPHDGRV ¿FDUmR VXMHLWRV j carga-horária de 40 horas semanais. As vagas serão para as unidades prisionais do DF. Do total de vagas destinadas para o cargo e das que vierem a ser criadas durante o prazo de validade do concurso público, 20% (vinte por cento) serão providas na forma do art. 8º da Lei n. 4.949/2012, 40 no total (incidência sobre as vagas imediatas). • – – – – – DO CARGO • AGENTE DE ATIVIDADES PENITENCIÁRIAS (CÓDIGO 101) EXIGÊNCIA: diploma, devidamente registrado, de conclusão de curso de nível superior em qualquer área de formação, em nível de graduação, fornecido por instituição de ensino superior reconhecida pelo Ministério da Educação. REMUNERAÇÃO INICIAL: R$ 4.745,00*. *O valor passará a ser de R$ 5.445 a partir de 1º de setembro de 2015, de acordo com a Lei n. 5.182, de 20 de setembro de 2013, que reestrutura a tabela de vencimentos da carreira. Além disso, os servidores contam com diversas vantagens como JUDWL¿FDo}HVDGLFLRQDOGHLQVDOXEULGDGHHWF REQUISITOS PARA POSSE • 4 Ter nacionalidade brasileira ou portuguesa e, em caso de nacionalidade portuguesa, estar amparado pelo estatuto de igualdade entre brasileiros e portugueses; • • • • Ter idade mínima de 18 (dezoito) anos completos, na data da posse; Estar em dia com as obrigações eleitorais e em pleno gozo dos direitos políticos; $SUHVHQWDUFHUWL¿FDGRGHUHVHUYLVWDRXGHGLVSHQVD de incorporação, em caso de candidato do sexo masculino; Ter aptidão física e mental para o exercício das atribuições correspondentes ao cargo; Apresentar declaração de bens que constituem o seu patrimônio; Apresentar declaração de que não acumula cargo, emprego ou função pública, ou proventos de inatividade; ressalvadas as possibilidades de acumulação lícita previstas no inciso XVI do art. 37, da Constituição Federal, a saber: a) a de dois cargos de professor; b) a de um cargo de professor com outro técniFRRXFLHQWt¿FR c) a de dois cargos ou empregos privativos de SUR¿VVLRQDLVGHVD~GHFRPSUR¿VV}HVUHJXlamentadas. Apresentar declaração de não estar cumprindo sanção por inidoneidade, aplicada por qualquer órgão público ou entidade da esfera federal, estaGXDOGLVWULWDORXPXQLFLSDOHRXWUDVTXHVH¿]HUHP necessárias; Possuir o requisito exigido para o exercício do cargo; $SUHVHQWDU RXWURV GRFXPHQWRV TXH VH ¿]HUHP necessários, à época da posse. DAS INSCRIÇÕES • • TAXA: R$ 77,00. PRAZO DE PAGAMENTO: até 25 de fevereiro de 2015. A inscrição será efetuada exclusivamente via internet, no endereço eletrônico <www.universa.org.br>, no período entre 8 horas do dia 19 de dezembro de 2014 e 23h59 do dia 24 de IHYHUHLURGHREVHUYDGRRKRUiULRR¿FLDOGH%UDVtOLD') FASES DO CONCURSO PÚBLICO • Os inscritos serão submetidos a duas etapas de avaliação, a primeira composta por prova objetiva, teste de aptidão física, avaliação psicológica, sindicância de vida pregressa e investigação social. A segunda etapa consistirá de curso de formação. • • A prova objetiva terá a duração de 4 (quatro) horas e será aplicada na data provável de 19 de abril de 2015. A Prova Escrita Objetiva, de caráter eliminatório HFODVVL¿FDWyULRVHUiFRPSRVWDGHLWHQV2MXOgamento de cada item será CERTO ou ERRADO. IMPORTANTE Será utilizado o método tradicional do CESPE, em que uma questão errada anula uma certa. O chute pode não ser uma boa alternativa. • CONSULTA – LOCAIS E HORÁRIOS DA PROVA Os locais, a data e o horário de aplicação da prova serão divulgados, no endereço eletrônico <http://www.universa.org.br!HQR'LiULR2¿FLDOGR'LVWULWR)HGHUDOQDGDWD provável de 6 de abril de 2015. DOS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO E DE CLASSIFICAÇÃO • GABARITOS OFICIAIS PRELIMINARES DA PROVA OBJETIVA 2 JDEDULWR R¿FLDO SUHOLPLQDU GD SURYD REMHWLYD VHUi divulgado, no endereço eletrônico <http://www.universa. org.br>, no 1º (primeiro) dia útil seguinte ao da aplicação da prova objetiva, ou seja, 20 de abril de 2015. RECURSOS CONTRA GABARITOS OFICIAIS PRELIMINARES DA PROVA OBJETIVA O candidato que desejar interpor recurso contra o gabaULWRR¿FLDOSUHOLPLQDUGDSURYDREMHWLYDRUHVXOWDGRSUHOLPLQDU da prova objetiva, o resultado preliminar do teste de aptidão física, o resultado preliminar da avaliação psicológica, o resultado preliminar da avaliação de vida pregressa e investigação VRFLDOHRJDEDULWRR¿FLDOSUHOLPLQDUGDSURYDGHYHUL¿FDomRGH aprendizagem do curso de formação disporá de até 10 (dez) dias úteis para fazê-lo, a contar do dia subsequente ao da divulgação, conforme o modelo correspondente de formulário que será disponibilizado no momento de divulgação. IMPORTANTE Não será aceito recurso, via postal, fax, internet, correio eletrônico e/ou fora do prazo. • • Os recursos poderão ser entregues pessoalmente ou por procurador, mediante procuração do interesVDGRFRP¿UPDUHFRQKHFLGDHPFDUWyULRQRKRUiULR das 10 (dez) horas às 17 (dezessete) horas, ininterruptamente, na Central de Atendimento ao Candidato da Fundação Universa, localizada no SGAN 609, Módulo A, Asa Norte, Brasília/DF. 3DUDLQWHUSRUUHFXUVRFRQWUDRJDEDULWRR¿FLDOSUHOLPLQDUGDSURYDREMHWLYDHRXFRQWUDRJDEDULWRR¿FLDO SUHOLPLQDUGDSURYDGHYHUL¿FDomRGHDSUHQGL]DJHP do curso de formação, o candidato deverá entregar RUHFXUVRFRPDVVHJXLQWHVHVSHFL¿FDo}HV a) capa única constando: código do cargo, nome do cargo, nome do candidato, inscrição, CPF e assinatura; b) folhas separadas para itens diferentes; c) indicação do número do item, da resposta marcada pelo candidato e da resposta divulgada pela Fundação Universa em cada folha; d) argumentação lógica e consistente para cada item; e) VHPLGHQWL¿FDomRGRFDQGLGDWRQRFRUSRGR recurso; f) recurso digitado em formulário próprio, de acordo com o modelo a ser disponibilizado. O candidato deverá ser claro, consistente e objetivo em seu pleito. Recursos inconsistentes ou intempestivos em formulário diferente do exigido e/ou IRUD GDV HVSHFL¿FDo}HV HVWDEHOHFLGDV QHVWH HGLWDO e em outros editais serão indeferidos. • • • A nota na prova objetiva será composta da seguinte forma: a) Conhecimentos básicos: o valor de cada LWHP VHUi LJXDO D » Q SRQWR FDVR a resposta do candidato esteja em concorGkQFLDFRPRJDEDULWRR¿FLDOGH¿QLWLYR» (50 - n) ponto negativo, caso a resposta do candidato esteja em discordância com o gaEDULWRR¿FLDOGH¿QLWLYR]HURFDVRQmR haja marcação ou haja marcação dupla (C e E), em que (n) representa o número de itens anulados; b) &RQKHFLPHQWRV HVSHFt¿FRV o valor de FDGDLWHPVHUiLJXDOD»QSRQWR caso a resposta do candidato esteja em conFRUGkQFLD FRP R JDEDULWR R¿FLDO GH¿QLWLYR »QSRQWRQHJDWLYRFDVRDUHVSRVta do candidato esteja em discordância com RJDEDULWRR¿FLDOGH¿QLWLYR]HURFDVR não haja marcação ou haja marcação dupla (C e E), em que (n) representa o número de itens anulados. A nota em cada área de conhecimento da prova objetiva será igual à soma das notas obtidas em todos os itens que a compõem. $SRQWXDomR¿QDOGHFDGDFDQGLGDWRQDSURYDREMHtiva será obtida pela soma das notas obtidas em cada área de conhecimento. Será reprovado na prova objetiva e eliminado do concurso público o candidato que: a) obtiver pontuação inferior a 10,00 (dez) pontos em conhecimentos básicos; b) obtiver pontuação inferior a 40,00 (quarenta) SRQWRVHPFRQKHFLPHQWRVHVSHFt¿FRV c) obtiver pontuação inferior a 60,00 (sessenta) pontos na prova objetiva. DISPOSIÇÕES FINAIS • O prazo de validade do concurso público será de 1 (um) ano, contado a partir da data de publicação da KRPRORJDomRGRUHVXOWDGR¿QDOSRGHQGRVHUSURUrogado, uma única vez, por igual período. 5 ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO APLICAÇÃO DA PROVA OBJETIVA AUTORES BRUNO PILASTRE Mestre em Linguística pela Universidade de Brasília. Professor de Redação Discursiva e Interpretação de Textos. Autor dos livros Guia Prático de Língua Portuguesa e Guia de Redação Discursiva para Concursos pela editora Gran Cursos. DEUSDEDY SOLANO É Servidora Pública da Polícia Civil do DF, exercendo a função de Escrivã, formada em Direito pela UNIDF desde 1997 e pós graduada em Processo Penal pela Universidade Gama Filho, professora em diversos cursos preparatórios para concursos há mais de 15 anos. Autora do livro Direito Processual Penal - Exercícios Gabaritados pela editora Gran Cursos. HENRIQUE SODRÉ Servidor efetivo do Governo do Distrito Federal desde 2005. Atualmente, é Gerente de Tecnologias de Transportes da Secretaria de Estado de Transportes do Distrito Federal. Atuou como Diretor de Tecnologia da Informação no período de 2012 a 2013. Graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e pós-graduando em Gestão Pública. Ministra aulas de informática para concursos desde 2003. Leciona nos principais cursos preparatórios do Distrito Federal. Autor do livro Noções de Informática pela editora Gran Cursos. IVAN LUCAS Pós-graduando em Direito de Estado pela Universidade Católica de Brasília, Ivan Lucas leciona Lei 8.112/90, Direito Administrativo e Direito do Trabalho. Ex-servidor do Superior Tribunal de Justiça, o professor atualmente é analista do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região. Possui grande experiência na preparação de candidatos a concursos públicos. É autor, pela Editora Gran Cursos, das obras: Direito do Trabalho para concursos – Teoria e Exercícios; Lei n. 8.112/90 comentada – 850 exercícios com gabarito comentado; Lei n. 8.666/1993 – Teoria e Exercícios com gabarito comentado; Atos Administrativos – Teoria e Exercícios com gabarito comentado; 1.500 Exercícios de Direito Administrativo; 1.000 Exercícios de Direito Constitucional; Legislação Administrativa Compilada, dentre outras. 6 J. W. GRANJEIRO Reconhecido por suas obras, cursos e palestras sobre temas relativos à Administração Pública, é professor de Direito Administrativo e Administração Pública. Possui experiência de mais de 26 anos de regência, sendo mais de 23 anos preparando candidatos para concursos públicos e 17 de Serviço Público Federal, no qual desempenhou atribuições em cargos técnicos, de assessoramento e direção superior. Ex-professor da ENAP, ISC/TCU, FEDF e FGV/DF. Autor de 21 livros, entre eles: Direito Administrativo SimSOL¿FDGR$GPLQLVWUDomR 3~EOLFD ,GHLDV SDUD XP *RYHUQR Empreendedor e Lei nº 8.112/1990 Comentada. Recebeu diversos títulos, medalhas e honrarias. Destacam-se os seguintes: Colar José Bonifácio de Andrada, patriarca da Independência do Brasil (SP/2005), Professor Nota 10 (Comunidade/2005), Comendador (ABACH/2003), Colar Libertadores da América (ABACH/2003), Gente que )D] 7ULEXQD 3UR¿VVLRQDO GH 6XFHVVR &RUUHLR %UDziliense/2003), Medalha do Mérito D. João VI (Iberg/Ibem/ Fenai-Fibra/Aidf/Abi-DF/2006), Cidadão Honorário de Brasília (Câmara Legislativa do DF/2007), Empresário do Coração 2006, 2007, 2008, 2010, 2011 e 2012, Master in Business Leadership 2006, 2007 e 2009 conferido pela World Confederation of Business. MÁRCIO WESLEY Leciona no Brasil para concursos e vestibulares há mais de quinze anos. É instrutor da ESAF (Escola Superior de Administração Fazendária, do Ministério da Fazenda). Ministra cursos e palestras de Língua Portuguesa e RedaomR2¿FLDOSDUDIRUPDomRHDSHUIHLoRDPHQWRGHVHUYLGRUHV federais, no Tesouro Nacional, no Tribunal de Contas do DF e na Controladoria-Geral da União. Compõe o corpo docente do Instituto dos Magistrados do Distrito Federal. e DXWRU GH YiULDV REUDV 5HGDomR 2¿FLDO HP Interpretação de Textos, em 1999 e Curso de Redação, em 2002. Escreveu também: Redação para todos os cargos do Senado Federal (2008), Gramática e Texto em questões da FGV para o Senado Federal (2008). Atua como consultor de Língua Portuguesa da FOLHA DIRIGIDA. Compõe o conselho editorial da Editora Justilex, especializada na área jurídica. Publica artigos de redação jurídica na revista JUSTILEX. É membro do quadro de gran- MAIKO LEMES Graduado em Sistema de Informação, desenvolve esquemas para facilitar a compreensão no estudo de leis e decretos, que são utilizados por professores em suas aulas. O autor possui vasta experiência em material de concurso, produzindo também materiais das Legislações EspeFt¿FDV H 5HJLPHQWRV ,QWHUQRV GH GLYHUVRV yUJmRV 'LUHLWR do Trabalho, Direito Constitucional, Direito Eleitoral, entre outros. Autor do livro Lei n. 8.112/1990 Esquematizada pela editora Gran Cursos. REBECCA GUIMARÃES Graduada em Sociologia e Antropologia pela UniversiGDGHGH%UDVtOLDHFRPPHVWUDGRHP)LORVR¿D6RFLDOWDPEpP pela Universidade de Brasília. Suas aulas estão relacionadas aos principais temas ligados ao Código de Ética do Servidor Público e às atualidades, tendo como principal foco concursos públicos e vestibulares. Rebecca Guimarães é sinônimo de aulas interessantes e bem elaboradas. É autora da obra OS E.U.A e a alienação fundamentalista religiosa pela Editora UnB. sido novamente aprovado em certame para a função de Investigador de Polícia, que exerceu até 1996. Aprovado em 1997 para o cargo de Agente de Polícia Federal, optou pela carreira jurídica de Delegado de Polícia Civil do Distrito Federal, ingressando nos quadros da PCDF em 1999, onde permanece até hoje. Atuou na advocacia, nas áreas Criminal, Administrativa e Constitucional. Autor do livro Compêndio de Direito Penal pela editora Gran Cursos. ROBERTO VASCONCELOS: Engenheiro Civil formado pela Universidade Federal de Goiás, pós-graduado em Matemática Financeira e Estatística. Leciona exclusivamente para concursos há 18 anos, ministrando: Matemática, Raciocínio Lógico e Estatística. $XWRUGRVOLYURV0DWHPiWLFD'H¿QLWLYDSDUD&RQFXUVRV H5DFLRFtQLR/yJLFR'H¿QLWLYRSDUD&RQFXUVRVSHODHGLWRUD GranCursos. WELLINGTON ANTUNES Professor de Direito Constitucional, Direitos Humanos e Licitações, Contratos e Convênios. Servidor Efetivo do MPU. Aprovado para Consultor Legislativo da Câmara dos Deputados/2014 (aguardando nomeação). Graduado em Administração Pública. Pós Graduado em Direito Administrativo no IDP (Especialista). Bacharelando em Direito. Instrutor interno do MPU (atuante na área de Licitações e Contratos, entre outras funções - pregoeiro, elaboração de Editais, Projetos Básicos e Termos de Referência, instrução de processos de dispensa e de inexigibilidade)” RODRIGO CARDOSO WILSON GARCIA Servidor do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região, o professor Rodrigo Cardoso é graduado em Direito pela Universidade Católica de Brasília e especialista em Direito Administrativo e Direito Constitucional. Professor de Direito Administrativo, Lei 8.112/90 e palestrante, possui grande experiência na preparação de candidatos a concursos públicos. e FRDXWRU GR OLYUR 'LUHLWR $GPLQLVWUDWLYR 6LPSOL¿FDGR com o professor J. W. Granjeiro. RODRIGO LARIZZATTI Graduado Bacharel em Direito e Ciências Sociais pela Universidade Paulista/SP em 1996, pós-graduado MBA/ Metodologia do Ensino Superior pela Universidade Católica de Brasília – UCB em 2001 e MBA/Gestão de Polícia Judiciária pelas Faculdades Fortium em 2008, RODRIGO LARIZZATTI é Delegado de Polícia Civil do Distrito Federal, professor de cursos preparatórios com larga experiência e ex-professor universitário, lecionando as disciplinas de Direito Penal, Legislação Penal Extravagante e Direito Processual Penal. Ingressou na Polícia Civil do Estado de São Paulo no ano de 1991, no cargo de Agente Policial, tendo em 1992 Bacharel em Direito pela UCDB, Pós-Graduado em Direito Público pela UCDB, Curso da Escola Superior do Ministério Públicos/MS. Ministra aulas de Direito Administrativo, LODF e Código de Defesa do Consumidor, das Leis 8.112/90, 8.429/92, 8.666/93, 9.784/99, 8.987/95, LC 840/11-DF, e outras legislações. Professor em diversos cursos preparatórios para concursos e preparatório para a OAB. Diretor do site: sites.google.com/site/professorwilsongarcia; Grupo do facebook: Alunos do Prof. Wilson Garcia. Autor das obras: Série – A Prova – LODF pela Editora Gran Cursos, Direito Civil e Processual Civil. Volume 13, da Apostila Digital: “Resumão do Wilsão” - Direito Administrativo, do Artigo “Prescrição e Decadência no Direito Civil” Revista Síntese, Autor dos livros digitais, pela Editora Saraiva, Principais Pontos – Volume I – Lei 8.429/92 – Improbidade Administrativa – 2º edição; Principais Pontos – Volume II – LODF –2º edição; Principais Pontos – Volume IV – LC 840 em Exercícios; 7 ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO des cursos do Brasil. É professor universitário em diversas instituições do país, ministra cursos de extensão, inclusive quanto a técnicas de redação de normas jurídicas. Atua junto a órgãos públicos onde ministra a técnica legislativa. É palestrante, escritor e conferencista. Juntamente com o Dr. Gil Dutra, coordena a TVCONCURSOS, pela qual atende a mais de 200 mil estudantes no Brasil e no exterior. Escreve para diversos jornais e revistas do Brasil. NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL SUM ÁRIO CONSTITUIÇÃO. CONCEITO, CLASSIFICAÇÕES, PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS .........................................10 DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS. DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS, DIREITOS SOCIAIS, NACIONALIDADE, DIREITOS POLÍTICOS, PARTIDOS POLÍTICOS ...............................19 ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA. UNIÃO, ESTADOS, DISTRITO FEDERAL, MUNICÍPIOS E TERRITÓRIOS ..............................................................................................................................................59 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. DISPOSIÇÕES GERAIS, SERVIDORES PÚBLICOS ............................................67 PODER LEGISLATIVO. CONGRESSO NACIONAL, CÂMARA DOS DEPUTADOS, SENADO FEDERAL, DEPUTADOS E SENADORES .........................................................................................................................89 PODER EXECUTIVO. ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA E DOS MINISTROS DE ESTADO ....108 PODER JUDICIÁRIO. DISPOSIÇÕES GERAIS. ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO. COMPETÊNCIAS. CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ). COMPOSIÇÃO E COMPETÊNCIAS ........................................113 FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA. MINISTÉRIO PÚBLICO, ADVOCACIA E DEFENSORIA PÚBLICA ..........135 DA SEGURANÇA PÚBLICA ..........................................................................................................................144 LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E SUAS ALTERAÇÕES ..................................................................152 DIREITO CONSTITUCIONAL CONSTITUIÇÃO Conceito de direito constitucional IVAN LUCAS O Direito Constitucional é um ramo do Direito Público Interno, que tem como função precípua organizar o funcionamento do Estado, no que tange à distribuição das esferas de competência do poder político, bem como no tocante aos direitos fundamentais dos indivíduos para com o Estado, ou como membros da comunidade política. Conceito de Constituição Nas palavras do ilustre doutrinador Alexandre de Moraes, Constituição latu sensu, é o ato de constituir, de HVWDEHOHFHUGH¿UPDURXDLQGDRPRGRSHORTXDOVHFRQVtitui uma coisa, um ser vivo, um grupo de pessoas; organização, formação. Juridicamente, porém, Constituição deve ser entendida como a lei fundamental e suprema de um Estado, que contém normas referentes à estruturação do Estado, à formação dos poderes públicos, forma de governo e aquisição do poder de governar, distribuição de competências, direitos, garantias e deveres dos cidadãos. Além disso é a Constituição que individualiza os órgãos competentes para a edição de normas jurídicas, legislativas ou administrativas. CONSTITUIÇÃO EM SENTIDO SOCIOLÓGICO, POLÍTICO E JURÍDICO Sentido sociológico A concepção sociológica da constituição é fruto da visão de Ferdinand Lassalle. Segundo ele, a Constituição é a soma dos fatores reais de poder em vigor em uma determinada sociedade. Assim, a Constituição seria resultado da realidade social de um país e não propriamente uma norma. Para Lassalle, se a Constituição escrita não corresponder à realidade dos fatos (a Constituição Real), ela será uma mera folha de papel. Sentido lógico-jurídico: nesse sentido, a Constituição VLJQL¿FD D QRUPD IXQGDPHQWDO KLSRWpWLFD FXMD IXQomR p servir de fundamento da validade da Constituição em sentido jurídico-positivo. Sentido jurídico-positivo: a Constituição é a norma positiva suprema, conjunto de normas que regula a criação de outras normas, sem qualquer consideração de cunho socioOyJLFRSROtWLFRRX¿ORVy¿FR6HXIXQGDPHQWRpDQRUPDIXQdamental hipotética. CLASSIFICAÇÕES DAS CONSTITUIÇÕES Quanto ao conteúdo: a) Constituição formal: são constitucionais todas as normas que integram o texto escrito da Constituição, elaboradas pelo Constituinte, independentemente do seu conteúdo. Assim, todas as normas que constam no texto constitucional são constitucionais. b) Constituição material: levam em consideração as regras materialmente constitucionais, ou seja, o conjunto de regras de matéria de natureza constitucional. Assim, são normas constitucionais apenas aquelas que informam conteúdos essenciais à organização e ao funcionamento do Estado e que estabelecem os direitos fundamentais. Quanto à forma: a) Escrita: são aquelas que apresentam-se por regras formalizadas por um órgão constituinte em um texto escrito. b) Não escrita: é a constituição cuja as normas não constam de um documento único e solene. Tais normas baseiam-se , principalmente, nos costumes, na jurisprudência e em convenções e em textos constitucionais esparsos. Ex. Constituição inglesa. Quanto à extensão: Sentido político Tal concepção foi criada por Carl Schmitt. Para ele, a Constituição é uma decisão política fundamental. Assim a validade de uma Constituição não é ditada pela justiça das normas, mas sim da vontade política que lhe dá existência (poder constituinte). Sentido jurídico Quem desenvolveu essa tese foi o austríaco Hans Kelsen, segundo a qual a constituição apresenta-se como pura norma jurídica, a norma fundamental de um Estado. Tal concepção avalia a constituição sob o aspecto estritamente formal, consistindo em um sistema de normas jurídicas. Kelsen criou dois sentidos para a palavra Constituição: 10 a) Sintética: é aquela cujo conteúdo é conciso/sucinto, versando sobre matérias estritamente constitucionais, deixando os demais assuntos a cargo da legislação infraconstitucional. Temos como exemplo a Constituição dos Estados Unidos da América, que possui apenas sete artigos originais e vinte e sete emendas. b) Analítica: é aquela cujo conteúdo é extenso/prolixo, versando sobre matérias estritamente constitucionais (organização do Estado e princípios), bem como sobre assuntos fora do direito constitucional SURSULDPHQWHGLWRFXMRVSUHFHLWRVGHYHULDPVHUGH¿nidos na legislação infraconstitucional. Temos como exemplo a CF/1988 com mais de trezentos artigos entre as disposições permanentes e transitórias. a) Dogmática: é a que consagra certos dogmas da ciência política e do Direito dominantes no momento. É um texto único, consolidado e sempre escrito. As constituições dogmáticas podem ser: ortodoxa (quando segue uma só linha de raciocínio, tem um único pensamento) ou eclética (formada pela síntese de diversas ideologias, que se consolidam no texto constitucional). b) Histórica: será sempre não escrita e resulta da lenta formação histórica, do lento evoluir das tradições, dos fatos sociopolíticos, que se cristalizam como normas fundamentais da organização de determinado Estado. Quanto a sua origem ou processo de positivação: a) Promulgada: são aquelas que decorrem de um processo democrático, da participação popular, seja diretamente (por meio do plebiscito, referendo), seja indiretamente, por meio de seus representantes que integrarão a Assembleia Constituinte e elaborarão a Constituição. b) Outorgada: aquela em que o processo de positivação decorre de ato de força, é imposta, decorre do sistema autoritário. É elaborada sem a participação do povo. c) Constituição cesarista: é elaborada unilateralmente por um detentor de poder, mas depende da UDWL¿FDomR SRSXODU SRU PHLR GR UHIHUHQGR$VVLP ela não é nem promulgada, nem tão pouco outorgada. d) Pactuada: é aquela em que os poderosos pactuavam um texto constitucional. Nela o poder constituinte está dividido entre dois titulares. Quanto à estabilidade ou mutabilidade: a) Imutável: constituições onde se veda qualquer alteração do seu texto. Tais constituições não existem atualmente. b) Rígida: somente é possível a sua alteração por meio GHXPSURFHGLPHQWROHJLVODWLYRPDLVGL¿FXOWRVRGR que o procedimento comum. No Brasil, a alteração da Constituição faz-se por meio da Emenda ConsWLWXFLRQDOSURFHVVREHPPDLVGL¿FXOWRVRTXHRSURcedimento ordinário. c) Flexível: R SURFHGLPHQWR GH PRGL¿FDomR QmR WHP qualquer diferença do procedimento comum de lei ordinária. d) Semirrígida: alguns dispositivos exigem procedimento mais difícil para serem alterados e outros não. e) Super-rígida: para Alexandre de Moraes a CF/88 GHYH VHU FODVVL¿FDGD FRPR VXSHUUtJLGD SRLV HP alguns pontos não pode ser alterada (cláusulas pétreas previstas no parágrafo 4o do art. 60 da CF/1988). 4XDQWRj¿QDOLGDGH a) Garantia: trata-se da concepção clássica de Constituição, com texto reduzido e que tem a função principal de limitar os poderes estatais, garantindo, assim, a liberdade. b) Balanço:D¿QDOLGDGHGD&RQVWLWXLomRpGLVFLSOLQDU a realidade do Estado em um determinado período, ¿QGR R TXDO p HODERUDGR XP QRYR WH[WR 5HWUDWD portanto, o poder vigente no Estado. c) Dirigente: p DTXHOD TXH GH¿QH ¿QV SURJUDPDV planos e diretrizes para atuação futura do Estado. Ela não apenas organiza o poder como também preordena a atuação governamental por meio de programas vinculantes. Sua principal característica é a presença, em seu texto, de normas programáticas, geralmente de cunho social. Quanto à relação entre as normas constitucionais e a realidade política: a) normativa: a dinâmica do poder se submete efetivamente à regulamentação normativa. Nesta modalidade, a constituição é obedecida na íntegra, pois estão em plena consonância com a realidade social. b) nominalista: estão entre as normativas e as semânticas. Apesar de terem a intenção de regular a vida política do Estado, não conseguiram efetivamente cumprir esse papel, sendo mais prospectivas, ou seja, voltadas para a realização futura de suas metas. c) semântica: são mero disfarce de um Estado autoULWiULRSRVVXLQGRR¿PGHEHQH¿FLDURVGHWHQWRUHV de poder de fato, que dispõem de formas de coagir os governados. * Características da Constituição brasileira atual: escrita, analítica, dogmática, promulgada, rígida, dirigente e nominalista. QUESTÃO DE CONCURSO (CESPE/ BANCO DA AMAZÔNIA/ TÉCNICO CIENTÍFICO/ DIREITO/ 2012) Consoante a concepção sociológica, a constituição de um país consiste na soma dos fatores reais do poder que o regem, sendo, portanto, real e efetiva. Resposta: CERTO. 11 NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL Quanto ao modo de elaboração: PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS IVAN LUCAS Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I – a soberania; II – a cidadania; III – a dignidade da pessoa humana; IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V – o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. O art. 1º da Constituição coloca, em seu caput, as principais características do Estado brasileiro: forma de Estado: Federação; forma de Governo: República; Sistema de Governo: Presidencialista; característica do Estado brasileiro: Estado democrático de direito; e os entes que compõe a Federação: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Forma de Estado: – Estado Federal – Estado Unitário A forma de Estado que se adota no Brasil é a federação, ou seja, existem em um mesmo território unidades que são dotadas de autonomia política e que possuem competências próprias. O art. 1º da Constituição, em seu caput, aponta que a República Federativa do Brasil é formada SHOD XQLmR LQGLVVRO~YHO TXH VLJQL¿FD TXH QmR SRGH KDYHU separação ou secessão, dos Estados, Municípios e Distrito Federal. Ressalte-se que no art. 18, a Carta Maior estabelece, de forma complementar, que “a organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição”. Cabe observar que a forma federativa de Estado, no Brasil, é cláusula pétrea, não podendo ser objeto de deliberação propostas de emendas constitucionais tendentes a aboli-la. A Federação brasileira constitui-se de um poder central (União), poderes regionais (estados), e locais (municípios), além de possuir um ente híbrido (DF), que acumula os podeUHVUHJLRQDLVHORFDLV3RULVVRD¿UPDVHTXHR%UDVLOSRVVXL o federalismo tríade (ou de 3º grau), qual seja: • União: entidade de 1º Grau; • Estados: entidades de 2º Grau; • Municípios:HQWLGDGHVGH*UDXHSRU¿PR'LVtrito Federal, que é considerado entidade de grau misto ou sui generis (2º e 3º grau). Importante mencionar também que Existe a forma de Estado Unitário, onde o poder político é centralizado, havendo apenas uma esfera de poder. Ex.: Portugal. 12 Estado Unitário: somente um poder político central exerce sua competência por todo o território nacional e sobre toda a população, e, ainda, controla todas as coletividades regionais e locais. Nesta forma de Estado é que ocorre a centralização política. %UDVLOĺ)HGHUDomR Forma de Governo: • República • Monarquia A forma de governo representa o modo como os goverQDQWHV VmR HVFROKLGRV +RMH SUHYDOHFH D FODVVL¿FDomR GH Maquiavel, onde os Estados ou são principados (monarquias) ou repúblicas. Temos, portanto, a Monarquia e a República. A monarquia é caracterizada pelos princípios da hereditariedade e vitaliciedade. O Chefe de Estado, que no caso será o rei ou monarca, é escolhido pelo princípio da hereditariedade e irá deter o poder de forma vitalícia. Já a República é caracterizada pela alternância entre os poderes, pela eletividade e temporariedade dos mandatos. Por eletividade podemos entender que a escolha dos governantes se dará por meio de eleição, em que quaisquer cidadãos que preencham os requisitos legais poderão concorrer a um mandato, e tais mandatos terão prazos predeterminados. A palavra República vem do latim, res publicae, HVLJQL¿FDFRLVDS~EOLFDRXVHMDRJRYHUQDQWHGHYHEXVFDU o bem público, e não os interesses próprios. O Brasil adota a República como forma de governo e tal forma de governo não é cláusula pétrea. Obs.: Consequências decorrentes da forma republicana de governo: obrigação de prestação de contas por parte dos administradores; alternância entre os poderes; igualdade de todos perante a lei. %UDVLOĺ5HS~EOLFD Sistema de Governo: • Presidencialista • Parlamentarista O sistema de governo representa a maneira com que os poderes estão relacionados, como eles se interagem. 1RVLVWHPDSUHVLGHQFLDOLVWDRVSRGHUHVGHFKH¿DGH(VWDGR UHSUHVHQWDomRLQWHUQDFLRQDOGR(VWDGRHFKH¿DGH*RYHUQR (gerenciar e administrar assuntos internos) se concentram no Presidente da República, ou seja, em uma mesma pessoa. Nesse caso, o Chefe do Executivo pode governar de forma diferente das concepções adotadas pelos membros do legislativo, o que implica em um equilíbrio maior entre os poderes, não existindo dependência entre eles, como no caso do parlamentarismo. -iQRVLVWHPDSDUODPHQWDULVWDDVIXQo}HVGHFKH¿DGH (VWDGR H FKH¿D GH *RYHUQR VmR GH SHVVRDV GLVWLQWDV DR 5HLRX3UHVLGHQWHpDWULEXtGDjFKH¿DGH(VWDGRHDo PriPHLUR0LQLVWURDFKH¿DGH*RYHUQR1RSDUODPHQWDULVPRR Obs.: A República pode ser tanto presidencialista quanto parlamentarista; a Monarquia também pode adotar um dos dois sistemas de governo. %UDVLOĺ3UHVLGHQFLDOLVWD Característica do Estado Brasileiro: Estado Democrático de Direito O “Estado Democrático de Direito” traz a ideia de império da lei e do Direito, ou seja, todos, indivíduos e poderes, HVWmRVXMHLWRVDHVVHLPSpULR2SRGHUGR(VWDGR¿FDOLPLtado a estas leis e ao Direito, ou seja, ninguém está acima da lei, das normas jurídicas e da Constituição. Regime Político O regime político traduz a forma com que o poder é exercido. Têm-se duas formas, a ditadura, em que não temos a participação do povo; ou democracia, em que o poder é exercido pelo povo. Esta, por sua vez, divide-se em Democracia Direta, Democracia Indireta e Democracia Semidireta. O povo participa diretamente do processo de tomada de decisões. O povo elege seus representanDemocracia Indireta (ou Repretes, os quais tomarão decisões sentativa) em seu nome. É uma mistura da democracia direta e indireta, na qual além dos representantes eleitos pelo povo, temos também a partiDemocracia Semidireta cipação do povo nas decisões políticas do Estado, por meio dos institutos da democracia direta (plebiscito, referendo e iniciativa popular). Democracia Direta O art. 1º da Constituição permite concluir que o Brasil adota a democracia semidireta, ou participativa, ou seja, no Brasil o povo exerce o poder por meio de seus representantes eleitos ou diretamente. Vale destacar que no parágrafo único do art. 1º da Constituição temos que “todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”, o povo tem, portanto, a titularidade do poder. %UDVLOĺ'HPRFUDFLD6HPLGLUHWD REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL Forma de Estado: Federado Forma de Governo: Republicano Sistema de Governo: Presidencialismo Descentralização política Eletividade, temporariedade de mandato e responsabilização do governante Presidente da República: Chefe de Estado e Chefe de Governo Fundamentos da República Federativa do Brasil: Soberania 6LJQL¿FDTXHRSRGHUGR(VWDGREUDVLOHLURQmRpVXSHrado por nenhuma outra forma de poder, e no âmbito internacional, o Estado brasileiro encontra-se em igualdade com os demais Estados. Cidadania Essa expressão foi utilizada de forma abrangente. Não expressa apenas os direitos políticos ativos e passivos do indivíduo, votando, sendo votado, e interferindo na vida política do Estado. Temos cidadania como forma de integração do indivíduo na vida estatal, fazendo valer seus direitos e cobrando-os de seus representantes. Dignidade da pessoa humana A razão de ser do Estado brasileiro consagra-se na pessoa humana. Conforme nos ensina Alexandre de Moraes, “esse fundamento afasta a ideia de predomínio das concepções transpessoalistas de Estado e Nação, em detrimento da liberdade individual”. Reconhece-se que o ser humano detém um mínimo de direitos que são invioláveis. Diversos direitos decorrem deste fundamento, como direito à vida, à imagem, à intimidade etc. Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa Esse inciso compatibiliza a livre iniciativa com a valorização do trabalho humano. O trabalho é entendido como um instrumento da dignidade humana e a livre iniciativa caracteriza o direito de propriedade, a existência do mercado e o regime capitalista. Esse capitalismo, porém, não se refere a sua forma mais liberal, mas sim na forma socialdemocrata. Pluralismo político Esse fundamento não se resume apenas ao pluripartidarismo, ele visa reconhecer e garantir que as diversas formas de pensamento, grupos que representem interesses e ideologias políticas sejam tidas como legítimas para democracia, à exceção das que contrariem a Carta Magna. Jurisprudência: “O Estado de Direito viabiliza a preservação das práticas democráticas e, especialmente, o direito de defesa. Direito a, salvo circunstâncias excepcionais, não sermos presos senão após a efetiva comprovação da prática de um crime. Por isso, usu- 13 NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL Primeiro-Ministro depende do apoio parlamentar para estabilidade de seu governo, causando certa supremacia do Parlamento. Importante destacar que no presidencialismo a funções GHFKH¿DGH(VWDGRH&KH¿DGH*RYHUQRVHUHIHUHPDXPD mesma pessoa, enquanto que no parlamentarismo trata-se de pessoas distintas. IVAN LUCAS fruímos a tranquilidade que advém da segurança de sabermos que, se um irmão, amigo ou parente próximo vier a ser acusado de ter cometido algo ilícito, não será arrebatado de nós e submetido a ferros sem antes se valer de todos os meios de defesa em qualquer circunstância à disposição de todos. [...] O que caracteriza a sociedade moderna, permitindo o aparecimento do Estado moderno, é, por um lado, a divisão do trabalho; por outro, a monopolização da tributação e da violência física. Em nenhuma sociedade na qual a desordem tenha sido superada, admite-se que todos cumpram as mesmas funções. O combate à criminalidade é missão típica e privativa da administração (não do Judiciário), através da polícia, como se lê nos incisos do art. 144 da Constituição, e do Ministério Público, a quem compete, privativamente, promover a ação penal pública (art. 129, I).” (HC 95.009, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 06.11.2008, Plenário, DJE de 19.12.2008) “Inexistente atribuição de competência exclusiva à União, não ofende a CB norma constitucional estadual que dispõe sobre aplicação, interpretação e integração de textos normativos estaduais, em conformidade com a Lei de Introdução ao Código Civil. Não há falar-se em quebra do pacto federativo e do princípio da interdependência e harmonia entre os Poderes em razão da aplicação de princípios jurídicos ditos ‘federais’ na interpretação de textos normativos estaduais. Princípios são normas jurídicas de um determinado direito, no caso, do direito brasileiro. Não há princípios jurídicos aplicáveis no território de um, mas não de outro ente federativo, sendo GHVFDELGDDFODVVL¿FDomRGRVSULQFtSLRVHPµIHGHUDLV¶HµHVWDGXDLV¶´ (ADI 246, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 16.12.2004, Plenário, DJ de 29.04.2005) “Se é certo que a nova Carta Política contempla um elenco menos abrangente de princípios constitucionais sensíveis, a denotar, com isso, a expansão de poderes jurídicos na esfera das coletividades DXW{QRPDVORFDLVRPHVPRQmRVHSRGHD¿UPDUTXDQWRDRVSULQFtpios federais extensíveis e aos princípios constitucionais estabelecidos, os quais, embora disseminados pelo texto constitucional, posto TXHQmRpWySLFDDVXDORFDOL]DomRFRQ¿JXUDPDFHUYRH[SUHVVLYR GHOLPLWDo}HVGHVVDDXWRQRPLDORFDOFXMDLGHQWL¿FDomR±DWpPHVPR pelos efeitos restritivos que deles decorrem – impõe-se realizar. A questão da necessária observância, ou não, pelos Estados-membros, das normas e princípios inerentes ao processo legislativo, provoca a discussão sobre o alcance do poder jurídico da União Federal de impor, ou não, às demais pessoas estatais que integram a estrutura da Federação, o respeito incondicional a padrões heterônomos por ela própria instituídos como fatores de compulsória DSOLFDomR>@'DUHVROXomRGHVVDTXHVWmRFHQWUDOHPHUJLUiDGH¿nição do modelo de Federação a ser efetivamente observado nas práticas institucionais.” (ADI 216-MC, Rel. p/ o ac. Min. Celso de Mello, julgamento em 23.05.1990, Plenário, DJ de 07.05.1993) “As ‘terras indígenas’ versadas pela CF de 1988 fazem parte de um território estatal-brasileiro sobre o qual incide, com exclusividade, o Direito nacional. E como tudo o mais que faz parte do domínio de qualquer das pessoas federadas brasileiras, são terras que se submetem unicamente ao primeiro dos princípios regentes das relações internacionais da República Federativa do Brasil: a soberania ou ‘independência nacional’ (inciso I do art. 1º da CF). [...] Há compatibilidade entre o usufruto de terras indígenas e faixa de fronteira. Longe de se pôr como um ponto de fragilidade estrutural das faixas de fronteira, a permanente alocação indígena nesses estratégicos espaços em muito facilita e até obriga que as instituições de Estado (Forças Armadas e Polícia Federal, principalmente) se façam também presentes com seus postos de vigilância, equipamentos, batalhões, companhias e agentes. Sem precisar de licença de quem quer que seja para fazê-lo. Mecanismos, esses, a serem aproveitados como oportunidade ímpar para conscientizar ainda mais os nossos indígenas, instruí-los (a partir dos conscriWRV DOHUWiORV FRQWUD D LQÀXrQFLD HYHQWXDOPHQWH PDOVm GH FHUWDV organizações não governamentais estrangeiras, mobilizá-los em 14 defesa da soberania nacional e reforçar neles o inato sentimento de brasilidade. Missão favorecida pelo fato de serem os nossos índios as primeiras pessoas a revelar devoção pelo nosso país (eles, os índios, que em toda nossa história contribuíram decisivamente para a defesa e integridade do território nacional) e até hoje dar mostras de conhecerem o seu interior e as suas bordas mais que ninguém.” (Pet 3.388, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 19.03.2009, Plenário, DJE de 1º.07.2010) ³$SHVTXLVDFLHQWt¿FDFRPFpOXODVWURQFRHPEULRQiULDVDXWRUL]DGD pela Lei 11.105/2005, objetiva o enfrentamento e cura de patologias e traumatismos que severamente limitam, atormentam, infelicitam, desesperam e não raras vezes degradam a vida de expressivo conWLQJHQWH SRSXODFLRQDO LOXVWUDWLYDPHQWH DWUR¿DV HVSLQKDLV SURJUHVVLYDVGLVWUR¿DVPXVFXODUHVDHVFOHURVHP~OWLSODHDODWHUDODPLRWUy¿FDDVQHXURSDWLDVHDVGRHQoDVGRQHXU{QLRPRWRU$HVFROKD IHLWD SHOD /HL GH %LRVVHJXUDQoD QmR VLJQL¿FRX XP GHVSUH]R RX GHVDSUHoRSHORHPEULmRLQYLWURSRUpPXPDPDLV¿UPHGLVSRVLomR para encurtar caminhos que possam levar à superação do infortúnio alheio. Isto, no âmbito de um ordenamento constitucional que desde R VHX SUHkPEXOR TXDOL¿FD µD OLEHUGDGH D VHJXUDQoD R EHPHVWDU o desenvolvimento, a igualdade e a justiça’ como valores suprePRVGHXPDVRFLHGDGHPDLVTXHWXGRµIUDWHUQD¶2TXHMiVLJQL¿FD incorporar o advento do constitucionalismo fraternal às relações humanas, a traduzir verdadeira comunhão de vida ou vida social em clima de transbordante solidariedade em benefício da saúde e contra eventuais tramas do acaso e até dos golpes da própria natureza. Contexto de solidária, compassiva ou fraternal legalidade que, longe de traduzir desprezo ou desrespeito aos congelados embri}HVLQYLWURVLJQL¿FDDSUHoRHUHYHUrQFLDDFULDWXUDVKXPDQDVTXH sofrem e se desesperam. Inexistência de ofensas ao direito à vida e da dignidade da pessoa humana, pois a pesquisa com célulasWURQFRHPEULRQiULDVLQYLiYHLVELRORJLFDPHQWHRXSDUDRV¿QVDTXH VH GHVWLQDP VLJQL¿FD D FHOHEUDomR VROLGiULD GD YLGD H DOHQWR DRV que se acham à margem do exercício concreto e inalienável dos direitos à felicidade e do viver com dignidade (Min. Celso de Mello). [...] A Lei de Biossegurança caracteriza-se como regração legal a VDOYR GD PiFXOD GR DoRGDPHQWR GD LQVX¿FLrQFLD SURWHWLYD RX GR YtFLR GD DUELWUDULHGDGH HP PDWpULD WmR UHOLJLRVD ¿ORVy¿FD H HWLFDmente sensível como a da biotecnologia na área da medicina e da genética humana. Trata-se de um conjunto normativo que parte do pressuposto da intrínseca dignidade de toda forma de vida humana, ou que tenha potencialidade para tanto. A Lei de Biossegurança não conceitua as categorias mentais ou entidades biomédicas a que se refere, mas nem por isso impede a facilitada exegese dos seus textos, pois é de se presumir que recepcionou tais categorias e as TXHOKHVmRFRUUHODWDVFRPRVLJQL¿FDGRTXHHODVSRUWDPQRkPELWR das ciências médicas e biológicas.” (ADI 3.510, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 29.05.2008, Plenário, DJE de 28.05.2010) “Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, SRU SDUWH GR SUHVR RX GH WHUFHLURV MXVWL¿FDGD D H[FHSFLRQDOLGDGH por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.” (Súmula Vinculante 11) “A cláusula da reserva do possível – que não pode ser invocada, pelo Poder Público, com o propósito de fraudar, de frustrar e de LQYLDELOL]DU D LPSOHPHQWDomR GH SROtWLFDV S~EOLFDV GH¿QLGDV QD própria Constituição – encontra insuperável limitação na garantia constitucional do mínimo existencial, que representa, no contexto de nosso ordenamento positivo, emanação direta do postulado da essencial dignidade da pessoa humana. [...] A noção de ‘mínimo existencial’, que resulta, por implicitude, de determinados preceitos constitucionais (CF, art. 1º, III, e art. 3º, III), compreende um complexo de prerrogativas cuja concretização revela-se capaz de garantir condições adequadas de existência digna, em ordem a ³5HFRQKHFLPHQWR H TXDOL¿FDomR GD XQLmR KRPRDIHWLYD FRPR HQWLdade familiar. O STF – apoiando-se em valiosa hermenêutica construtiva e invocando princípios essenciais (como os da dignidade da pessoa humana, da liberdade, da autodeterminação, da igualdade, do pluralismo, da intimidade, da não discriminação e da busca da felicidade) – reconhece assistir, a qualquer pessoa, o direito fundamental à orientação sexual, havendo proclamado, por isso mesmo, a plena legitimidade ético-jurídica da união homoafetiva como entidade familiar, atribuindo-lhe, em consequência, verdadeiro estatuto de cidadania, em ordem a permitir que se extraiam, em favor de parceiros homossexuais, relevantes consequências no plano do Direito, notadamente no campo previdenciário, e, também, na esfera das relações sociais e familiares. A extensão, às uniões homoafetivas, do mesmo regime jurídico aplicável à união estável HQWUHSHVVRDVGHJrQHURGLVWLQWRMXVWL¿FDVHHOHJLWLPDVHSHODGLUHWD incidência, entre outros, dos princípios constitucionais da igualdade, da liberdade, da dignidade, da segurança jurídica e do postulado constitucional implícito que consagra o direito à busca da felicidade, RV TXDLV FRQ¿JXUDP QXPD HVWULWD GLPHQVmR TXH SULYLOHJLD R VHQtido de inclusão decorrente da própria CR (art. 1º, III, e art. 3º, IV), IXQGDPHQWRVDXW{QRPRVHVX¿FLHQWHVDSWRVDFRQIHULUVXSRUWHOHJLWLPDGRUjTXDOL¿FDomRGDVFRQMXJDOLGDGHVHQWUHSHVVRDVGRPHVPR sexo como espécie do gênero entidade familiar. [...] O postulado da dignidade da pessoa humana, que representa – considerada a FHQWUDOLGDGHGHVVHSULQFtSLRHVVHQFLDO&)DUW,,,±VLJQL¿FDWLYR vetor interpretativo, verdadeiro valor-fonte que conforma e inspira todo o ordenamento constitucional vigente em nosso País, traduz, de modo expressivo, um dos fundamentos em que se assenta, entre nós, a ordem republicana e democrática consagrada pelo sistema de Direito Constitucional positivo. [...] O princípio constitucional da busca da felicidade, que decorre, por implicitude, do núcleo de que se irradia o postulado da dignidade da pessoa humana, assume SDSHOGHH[WUHPRUHOHYRQRSURFHVVRGHD¿UPDomRJR]RHH[SDQVmR GRV GLUHLWRV IXQGDPHQWDLV TXDOL¿FDQGRVH HP IXQomR GH VXD própria teleologia, como fator de neutralização de práticas ou de omissões lesivas cuja ocorrência possa comprometer, afetar ou, até mesmo, esterilizar direitos e franquias individuais. Assiste, por isso mesmo, a todos, sem qualquer exclusão, o direito à busca da felicidade, verdadeiro postulado constitucional implícito, que se quaOL¿FD FRPR H[SUHVVmR GH XPD LGHLDIRUoD TXH GHULYD GR SULQFtSLR da essencial dignidade da pessoa humana.” (RE 477.554-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 16.08.2011, Segunda Turma, DJE de 26.08.2011). No mesmo sentido: (ADI 4.277 e ADPF 132, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 05.05.2011, Plenário, DJE de 14.10.2011) “O direito ao nome insere-se no conceito de dignidade da pessoa humana, princípio alçado a fundamento da República Federativa do Brasil (CF, art. 1º, III).” (RE 248.869, voto do Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 07.08.2003, Plenário, DJ de 12.03.2004) ³e FHUWR TXH D RUGHP HFRQ{PLFD QD &RQVWLWXLomR GH GH¿QH opção por um sistema no qual joga um papel primordial à livre iniciativa. Essa circunstância não legitima, no entanto, a assertiva de que o Estado só intervirá na economia em situações excepcionais. Mais do que simples instrumento de governo, a nossa Constituição HQXQFLDGLUHWUL]HVSURJUDPDVH¿QVDVHUHPUHDOL]DGRVSHOR(VWDGR e pela sociedade. Postula um plano de ação global normativo para o Estado e para a sociedade, informado pelos preceitos veiculados pelos seus arts. 1º, 3º e 170. A livre iniciativa é expressão de liberdade titulada não apenas pela empresa, mas também pelo trabalho. Por isso, a Constituição, ao contemplá-la, cogita também da ‘iniciativa do Estado’; não a privilegia, portanto, como bem pertinente apenas à empresa. Se de um lado a Constituição assegura a livre iniciativa, de outro determina ao Estado a adoção de todas as providências tendentes a garantir o efetivo exercício do direito à educação, à cultura e ao desporto (arts. 23, V, 205, 208, 215 e 217, §3º, da Constituição). Na composição entre esses princípios e regras há de ser preservado o interesse da coletividade, interesse público primário. O direito ao acesso à cultura, ao esporte e ao lazer são meios de complementar a formação dos estudantes.” (ADI 1.950, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 03.11.2005, Plenário, DJ de 02.06.2006.) No mesmo sentido: (ADI 3.512, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 15-2-2006, Plenário, DJ de 23.06.2006) QUESTÕES DE CONCURSO (CESPE/ STJ/ Técnico Judiciário/ Telecomunicações e Eletricidade/ Conhecimentos Básicos/ 2012) O povo exerce o poder por meio de representantes eleitos ou de forma direta, como nos casos de plebiscito e referendo. Resposta: CERTO (FCC/ 2012/ TRT 6ª Região (PE)/ Analista Judiciário/ Execução de Mandados/ 2012) O voto é uma das principais armas da Democracia, pois permite ao povo escolher os responsáveis pela condução das decisões políticas de um Estado. Quem faz mau uso do voto deixa de zelar pela boa condução da política e põe em risco seus próprios direitos e deveres, o que afeta a essência do Estado Democrático de Direito. Entre os fundamentos da República Federativa do Brasil, expressamente previstos na Constituição, aquele que mais adequadamente se relaciona à ideia acima exposta é a: soberania. a. prevalência dos direitos humanos. b. cidadania. c. independência nacional. d. dignidade da pessoa humana. Resposta: c Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Inicialmente, o pensador Aristóteles vislumbrava uma divisão das funções estatais onde haveria uma Assembleia, TXH ¿FDULD UHVSRQViYHO SRU HODERUDU DV OHLV XP &RUSR GH Magistrados e um Corpo Judicial. No Século XVII, John Locke esboçou a separação dos SRGHUHVDRSURSRUDFODVVL¿FDomRHQWUHIXQo}HVOHJLVODWLYD executiva, judicial e confederativa. Porém, caberia a Montesquieu consagrar esta teoria. 15 NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL assegurar, à pessoa, acesso efetivo ao direito geral de liberdade e, também, a prestações positivas originárias do Estado, viabilizadoras da plena fruição de direitos sociais básicos, tais como o direito à educação, o direito à proteção integral da criança e do adolescente, o direito à saúde, o direito à assistência social, o direito à moradia, o direito à alimentação e o direito à segurança. Declaração Universal dos Direitos da Pessoa Humana, de 1948 (Artigo XXV).” (ARE 639.337-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 23.08.2011, Segunda Turma, DJE de 15.09.2011) IVAN LUCAS A partir de Montesquieu, com adaptações, tivemos a consolidação do conceito da Teoria da Separação de Poderes do modo como conhecemos hoje. Assim, a separação dos poderes consiste em discriminar as três funções estatais, quais sejam: a função Legislativa, a Executiva e a Judiciária. Tais funções devem ser atribuídas a três órgãos autônomos e independentes entre si. Tais poderes visam precipuamente evitar o arbítrio e garantir os direitos fundamentais do homem. 0RQWHVTXLHX D¿UPDYD WDPEpP TXH GHYHULD KDYHU XP equilíbrio entre os Poderes. Nessa esteira, contribuiu o ilustre autor com o denominado sistema de freios e conWUDSHVRV 0RQWHVTXLHX D¿UPDYD TXH ³SUHFLVDVH FRPELQDU os Poderes, regrá-los, temperá-los, fazê-los agir; dar a um Poder, por assim dizer, um lastro, para pô-lo em condições de resistir a um outro”. 16 NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO SUM ÁRIO NOÇÕES DE ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA .......................................................................................216 ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA, CENTRALIZADA E DESCENTRALIZADA.......................................217 ATO ADMINISTRATIVO: CONCEITO, REQUISITOS, ATRIBUTOS, CLASSIFICAÇÃO E ESPÉCIES .................231 AGENTES PÚBLICOS. ESPÉCIES E CLASSIFICAÇÃO. CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO PÚBLICOS ..............248 PODERES ADMINISTRATIVOS. HIERÁRQUICO, DISCIPLINAR, REGULAMENTAR E DE POLÍCIA. USO E ABUSO DO PODER. ................................................................................................................................250 LEI N. 8.666/1993 E ALTERAÇÕES. .............................................................................................................299 CONTROLE E RESPONSABILIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO. CONTROLES ADMINISTRATIVO, JUDICIAL E LEGISLATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. LEI N. 8.429/1992 E ALTERAÇÕES. ..258 LEI COMPLEMENTAR N. 840 DE 23 DE DEZEMBRO DE 2011 E SUAS ALTERAÇÕES - (DISPÕE SOBRE O REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DO DISTRITO FEDERAL, DAS AUTARQUIAS E DAS FUNDAÇÕES PÚBLICAS DISTRITAIS)................................................................................................332 EXERCÍCIOS 1. Pelo menos cinquenta por cento dos cargos em comissão devem ser providos por servidor público de carreira, nos casos e condições previstos em lei. 2. $V IXQo}HV GH FRQ¿DQoD SULYDWLYDV GH VHUYLGRU HIHtivo, destinam-se exclusivamente às atribuições de GLUHomRFKH¿DHDVVHVVRUDPHQWR 3. Os requisitos para investidura em cargo público devem ser comprovados por ocasião da nomeação. 4. São formas de provimento de cargo público a nomeação, promoção, reversão, aproveitamento, reintegração, recondução. J.W. GRANJEIRO / RODRIGO CARDOSO 5. O edital de concurso público tem de reservar vinte e cinco por cento das vagas para serem preenchidas SRUSHVVRDFRPGH¿FLrQFLD 6. O concurso público tem validade de até um ano, a qual pode ser prorrogada uma única vez, por igual período. 7. O candidato aprovado no número de vagas previstas no edital do concurso tem direito à nomeação no cargo para o qual concorreu. 8. A posse ocorre com a assinatura do respectivo termo, do qual devem constar as atribuições, os direitos e os deveres inerentes ao cargo ocupado. 9. A posse deve ocorrer no prazo de trinta dias, contados da publicação do ato de nomeação. 10. É de quinze dias úteis o prazo para o servidor entrar em exercício, contado da posse. 11. Na hipótese de acumulação lícita de cargos, o estágio probatório é cumprido em relação aos dois cargos conjuntamente. 12. O servidor pode desistir do estágio probatório e ser reconduzido ao cargo de provimento efetivo anteriormente ocupado no qual já possuía estabilidade, mesmo que responda a processo disciplinar. 13. 14. Durante o estágio probatório, são avaliadas a aptiGmR D FDSDFLGDGH H D H¿FLrQFLD GR VHUYLGRU SDUD R desempenho do cargo, com a observância dos fatores: assiduidade, pontualidade, disciplina, capacidade de iniciativa, produtividade e responsabilidade. O servidor reprovado no estágio probatório deve, conforme o caso, ser exonerado ou reintegrado ao cargo de origem. 18 15. Readaptação é o retorno à atividade de servidor apoVHQWDGR SRU LQYDOLGH] TXDQGR SRU MXQWD PpGLFD R¿FLDO¿FDUFRPSURYDGDDVXDUHDELOLWDomR 16. A reintegração é a reinvestidura do servidor no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com o restabelecimento dos direitos que deixou de auferir no período em que esteve demitido. 17. 9HUL¿FDGDDTXDOTXHUWHPSRDDFXPXODomRLOHJDOGH cargos, empregos, funções públicas ou proventos de DSRVHQWDGRULD R VHUYLGRU GHYH VHU QRWL¿FDGR SDUD apresentar opção no prazo improrrogável de quinze GLDVFRQWDGRVGDGDWDGDFLrQFLDGDQRWL¿FDomR 18. A servidora gestante que ocupe cargo em comissão sem vínculo com o serviço público não pode, sem jusWDFDXVDVHUH[RQHUDGDGHRItFLRGHVGHDFRQ¿UPDção da gravidez até seis meses após o parto, salvo mediante indenização paga na forma do regulamento. 19. A promoção é a movimentação de servidor do último padrão de uma classe para o primeiro padrão da classe imediatamente superior, sendo concedida em razão de merecimento ou antiguidade. 20. O servidor pode ausentar-se do serviço, mediante coPXQLFDomRSUpYLDjFKH¿DLPHGLDWDSRUXPGLDSDUD doar sangue e, por dois dias, para realizar, uma vez por ano, exames médicos preventivos ou periódicos voltados ao controle de câncer de próstata, de mama ou do colo de útero. 21. O servidor que opera direta e permanentemente com raios X ou substâncias radioativas tem de gozar trinta dias consecutivos de férias, por semestre de atiYLGDGHSUR¿VVLRQDOSURLELGDHPTXDOTXHUKLSyWHVHD acumulação. 22. Pode ser concedida licença ao servidor por motivo de doença em pessoa da família, mediante comprovaomRSRUMXQWDPpGLFDR¿FLDOVHQGRTXHQHQKXPSHríodo de licença pode ser superior a trinta dias, e o somatório dos períodos não pode ultrapassar cento e oitenta dias por ano. 23. Ao servidor convocado para o serviço militar é concedida licença, e quando concluído o serviço militar, o servidor tem até trinta dias com remuneração para reassumir o exercício do cargo. 24. Após cada quinquênio ininterrupto de exercício, o servidor efetivo faz jus a três meses de licença-prêmio por assiduidade, sem prejuízo da remuneração ou subsídio do cargo efetivo. 25. 3HORQDVFLPHQWRRXDGRomRGH¿OKRVRVHUYLGRUWHP direito a licença paternidade de cinco dias consecutivos. Pode ser concedido afastamento remunerado ao servidor estável para participar de competição desportiva nacional para a qual tenha sido previamente selecionado. 41. Para a produção de provas, a comissão processante pode, de ofício ou a requerimento do servidor acusado, solicitar por intermédio da autoridade competente a realização de buscas e apreensões. 27. Cabe pedido de reconsideração à autoridade imediatamente superior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão. 42. O servidor indiciado que se encontrar em lugar incerto e não sabido deve ser intimado por edital para apresentar defesa no prazo de quinze dias. 28. O prazo para interposição de pedido de reconsideração ou de recurso é de trinta dias, contados da publicação ou da ciência pelo interessado da decisão impugnada. 43. O prazo para apresentar defesa escrita é de dez dias, mesmo que haja dois ou mais servidores indiciados. 44. A autoridade competente para aplicar a sanção disciplinar mais grave é também competente para aplicar sanção disciplinar mais branda ou isentar o servidor de responsabilidade. 45. O processo disciplinar pode ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando forem aduzidos fatos novos ou circunstâncias não apreciadas no proFHVVR RULJLQiULR VXVFHWtYHLV GH MXVWL¿FDU D LQRFrQFLD do servidor punido ou a inadequação da sanção disciplinar aplicada. 46. O servidor ocupante de cargo em comissão pode ser nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo em comissão, hipótese em que deve acumular as atribuições e remuneração de ambos os cargos durante o período da interinidade. 47. É vedada a nomeação, para cargo em comissão ou a GHVLJQDomRSDUDIXQomRGHFRQ¿DQoDGRF{QMXJHGH companheiro ou de parente, por consanguinidade até RWHUFHLURJUDXRXSRUD¿QLGDGHGH&RQVHOKHLUR$XGLtor ou Procurador do Ministério Público, no Tribunal de Contas. 29. O direito de a administração pública anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para o servidor decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo em caso de comprovada má-fé. 30. O servidor responde penal, civil e administrativamente pelo exercício irregular de suas atribuições. Podendo cumular-se somente as sanções civis e administrativas. 31. A responsabilidade administrativa do servidor é afastada no caso de absolvição penal que negue a existência do fato ou sua autoria, com decisão transitada em julgado. 32. A punibilidade ao servidor somente será extinta pela prescrição. 33. A ação disciplinar prescreve em cinco anos, quanto à demissão, destituição de cargo em comissão ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade, dois anos quanto à suspensão e um ano quanto à advertência. 34. A infração disciplinar cometida por servidor é apurada mediante sindicância ou processo disciplinar. 48. Deve ser tornado nulo o ato de nomeação se a posse não ocorrer no prazo previsto neste artigo. 35. O prazo para conclusão da sindicância é de até trinta dias, não sendo prorrogável. 49. 36. O prazo para a conclusão do processo disciplinar é de até sessenta dias, prorrogável por igual período. É vedado à administração pública conceder licença não remunerada ou autorizar afastamento sem remuneração ao servidor em estágio probatório. 37. 50. Os atos do processo disciplinar dependem de forma determinada, não sendo válidos os que forem realizaGRVGHRXWURPRGRPHVPRTXHSUHHQFKDPVXD¿QDOLdade essencial. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo GHSURYLPHQWRHIHWLYR¿FDVXMHLWRDRHVWiJLRSUREDWyULR pelo prazo de três anos. 51. O servidor ocupante de cargo de provimento efetivo regularmente aprovado no estágio probatório adquire estabilidade somente no cargo em que se deu o estágio probatório ao completar três anos de efetivo exercício. 52. Após tomar ciência da reversão, será de quinze dias úteis o prazo para o servidor retornar ao exercício do cargo. 53. A recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado. Em tal caso, o servidor tem de retornar ao exercício do cargo até o dia seguinte ao da ciência do ato de recondução. 38. 39. 40. &RPRPHGLGDFDXWHODUHD¿PGHTXHRVHUYLGRUQmR YHQKD D LQÀXLU QD DSXUDomR GD LQIUDomR GLVFLSOLQDU D autoridade instauradora do processo disciplinar pode determinar o seu afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até sessenta dias, prorrogável por igual período, sem prejuízo da remuneração. Não pode participar de comissão processante o servidor que responda a sindicância ou processo disciplinar. O processo disciplinar desenvolve-se nas fases de instauração, instrução, defesa e julgamento. 19 NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 26. 54. Remoção é o deslocamento do cargo, ocupado ou vago, para outro órgão, autarquia ou fundação do mesmo Poder. 55. 2RFXSDQWHGHFDUJRRXIXQomRGHGLUHomRRXFKH¿D tem direito a substituto. O substituto faz jus aos vencimentos ou subsídio pelo exercício do cargo de direomRRXFKH¿DSDJRVQDSURSRUomRGRVGLDVGHHIHWLYD substituição. 56. São formas de vacância do cargo público a exoneração, demissão, destituição de cargo em comissão e readaptação. 57. J.W. GRANJEIRO / RODRIGO CARDOSO 66. O servidor que permanecer em atividade após ter completado as exigências para aposentadoria voluntária faz jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária. 67. As reposições e indenizações ao erário devem ser comunicadas ao servidor para pagamento no prazo de até trinta dias, podendo, a seu pedido, ser descontadas da remuneração ou subsídio. 68. 2VHUYLGRUTXHQmRWLYHUIDOWDLQMXVWL¿FDGDQRDQRDQterior faz jus ao abono de ponto de cinco dias. Sendo que o gozo do abono de ponto pode ser em dias intercalados. A exoneração de ofício dá-se, exclusivamente, quando o servidor tendo tomado posse, não entrar em exercício no prazo estabelecido. 69. O prazo de prescrição será contado da data da publicação do ato impugnado ou da data da ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado. 58. Salvo disposição legal em contrário, o servidor efetivo ¿FD VXMHLWR DR UHJLPH GH WUDEDOKR GH WULQWD KRUDV VHmanais. 70. 59. O servidor ocupante de cargo em comissão ou no H[HUFtFLRGHIXQomRGHFRQ¿DQoDWHPUHJLPHGHWUDEDlho de quarenta horas semanais, com integral dedicação ao serviço. Quanto ao direito de petição, o recurso é dirigido à autoridade imediatamente superior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais autoridades. 60. Sem prejuízo da remuneração ou subsídio, o servidor pode ausentar-se do serviço, mediante comunicação SUpYLDjFKH¿DLPHGLDWDSRURLWRGLDVFRQVHFXWLYRVLQcluído o dia da ocorrência, em razão de falecimento do cônjuge, companheiro, parceiro homoafetivo, pai, PmHSDGUDVWRPDGUDVWD¿OKRLUPmRHQWHDGRRXPHnor sob guarda ou tutela. 61. O subsídio ou o vencimento básico inicial da carreira não pode ser inferior ao salário-mínimo. Sendo que o valor do subsídio ou do vencimento básico deve ser FRPSOHPHQWDGR VHPSUH TXH ¿FDU DEDL[R GR VDOiULR-mínimo. 62. Além do vencimento básico, somente serão pagas ao servidor, como vantagens, as parcelas remuneratórias UHIHUHQWHVjVJUDWL¿FDo}HVDGLFLRQDLVHLQGHQL]Do}HV 63. Será concedido ao servidor, adicional por tempo de serviço que será devido à razão de um por cento sobre o vencimento básico do cargo de provimento efetivo por ano de efetivo serviço. 64. O servidor que realiza despesas com a utilização de meio próprio de locomoção para a execução de serviços externos, por força das atribuições próprias do cargo, faz jus ao auxílio-transporte. 65. É permitido ao servidor converter um terço das férias em abono pecuniário, dependendo de autorização do Governador, do Presidente da Câmara Legislativa ou do Presidente do Tribunal de Contas. 20 GABARITO 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. C C E E E E C C C E E E C E E C E E C E E C E C E C E C C 30. 31. 32. 33. 34. 35. 36. 37. 38. 39. 40. 41. 42. 43. 44. 45. 46. 47. 48. 49. 50. 51. 52. 53. 54. 55. 56. 57. 58. 59. E C C C C E C E C C E C C E C C E C E C C E C C E C E E C C 60. 61. 62. 63. 64. 65. 66. 67. 68. 69. 70. C C E C E C C E C E C NOÇÕES DE DIREITO PENAL SUM ÁRIO APLICAÇÃO DA LEI PENAL. PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE E DA ANTERIORIDADE. A LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO. TEMPO E LUGAR DO CRIME. LEI PENAL EXCEPCIONAL, ESPECIAL E TEMPORÁRIA. TERRITORIALIDADE E EXTRATERRITORIALIDADE DA LEI PENAL. PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO. EFICÁCIA DA SENTENÇA ESTRANGEIRA. CONTAGEM DE PRAZO. FRAÇÕES NÃO COMPUTÁVEIS DA PENA. INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL. ANALOGIA. IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL. CONFLITO APARENTE DE NORMAS PENAIS .....................................................................................2 CRIMES CONTRA A PESSOA ...........................................................................................................................9 CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO ...............................................................................................................22 CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .........................................................................................33 DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS AO DIREITO PENAL...........................................................51 LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE: ABUSO DE AUTORIDADE (LEI N. 4.898/1965); LEI DE DROGAS (LEI N. 11.343/2006); CRIMES HEDIONDOS (LEI N. 8.072/1990); CRIMES DE TORTURA (LEI N. 9.455/1997); ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI N. 10.826/2003) E REGULAMENTAÇÕES ...............54 APLICAÇÃO DA LEI PENAL Da mesma forma: Impossível aplicar-se a norma do art. 2º caput do CP – abolitio criminis – se a descriminante é uma medida provisória não transformada em lei pelo Congresso Nacional, pois o Poder Executivo não tem a prerrogativa de concretizar disposições penais, o que é atribuição privativa do Poder Legislativo (TACRSP – RJDTACRIM 9/164). INTRODUÇÃO Quando ocorre um fato delituoso é imprescindível que o intérprete da lei saiba qual norma ele deve aplicar ao caso concreto, se fazendo necessário o estudo dessa aplicação quanto ao tempo da prática do fato, quanto ao lugar onde houve tal fato e quanto às pessoas envolvidas no caso. A LEI PENAL NO TEMPO 'HJUDQGHLPSRUWkQFLDDRDSOLFDGRUGDOHLpDGH¿QLomR da norma a ser imposta ao caso em relação ao tempo da prática da infração. Via de regra, a lei rege os fatos praticados durante a sua vigência (tempus regit actum), não podendo alcançar os fatos ocorridos anteriormente ao início da vigência, nem ser aplicada aos fatos ocorridos depois de sua revogação. Já foi visto no capítulo anterior que há um princípio constitucional que se refere diretamente à aplicação da lei no tempo: o princípio da irretroatividade in pejus ou da retroativiGDGHEHQp¿FD$VVLPVHQGRVHXPDOHLHQWUDUHPYLJRUDSyV a prática de uma infração e dispuser de forma mais favorável ao acusado, ela será aplicada mesmo após a ocorrência de tal delito, ou seja, seus efeitos têm a característica GHYROWDUQRWHPSRSDUDEHQH¿FLDURDXWRUGRIDWR3RUODGR inverso, entrando em vigor uma lei nova, mais severa, continuará sendo aplicada a lei anterior para os fatos praticados antes da vigência da nova lei mesmo após sua revogação, é a chamada ultratividade da lei penal – mesmo revogada, a lei DQWLJDPDLVEHQp¿FDFRQWLQXDVHQGRDSOLFDGDDRVIDWRVRFRUridos em sua vigência, pois caso contrário estaria retroagindo a nova norma, mais severa. eLPSRUWDQWHVDOLHQWDUTXHHPKDYHQGRFRQÀLWRGHDSOLcação de leis no tempo, sempre será aplicada a lei mais favorável ao autor do fato. Novatio legis incriminadora É a lei nova que torna típico um fato anteriormente não incriminado, de maneira que uma conduta antes lícita passa a ser considerada ilícita pela nova norma. Não resta qualquer dúvida de que esta nova lei será aplicada apenas aos fatos ocorridos durante a sua vigência, não havendo nenhuma IRUPDGHUHWURDWLYLGDGHMiTXHDRLQYpVGHEHQH¿FLDURDXWRU do fato ora incriminado, coloca-o em posição absolutamente desfavorável. RODRIGO LARIZZATTI Abolitio Criminis É a lei nova que não mais considera criminosa uma conduta que anteriormente era considerada como um ilícito penal. É a abolição do crime, ocorrendo a extinção do delito. Todavia é necessário frisar que apenas uma lei formal, e em sentido estrito poderá trazer esse efeito, eis que o entendimento do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que “a reiterada tolerância das autoridades não descriminaliza a conduta nem subtrai a justa causa para a ação penal” (STF – RT 736/542). Nesse diapasão encontramos outros julgados, destacando dentre eles o que profere que “o ‘princípio da legalidade’ não admite o direito consuetudinário, não podendo pois, os costumes revogarem a lei penal, a qual somente por outra lei poderá ser revogada” (TAMG – RJTAMG 21/414). 22 Como há um fundamento constitucional que dispõe GDUHWURDWLYLGDGHGHOHLPDLVEHQp¿FDDRDFXVDGRWRUQDVH óbvio que a lei nova que extingue o crime será aplicada a todos os casos ocorridos antes de sua vigência, tendo assim a característica da retroatividade. Alcança inclusive os fatos Mi MXOJDGRV H FRP VHQWHQoD FRQGHQDWyULD GH¿QLWLYD TXH Mi estão na fase de execução da sentença, impondo a pronta liberação do autor do fato ora descriminado e a retomada da condição de primariedade, eis que a sentença condenatória acabou desconstituída para todos os efeitos penais. É o que se deduz da leitura do art. 2º do Código Penal Brasileiro 1. Assim sendo, a abolitio criminis faz desaparecer todos os efeitos penais da condenação, como o estado de reincidência, de antecedentes criminais etc., restando, porém, os de natureza civil (reparação do dano), bem como os de natureza administrativa (sanção disciplinar). Novatio legis in pejus É a nova lei mais severa do que a anterior, seja porque DXPHQWD D SHQD FDEtYHO j HVSpFLH VHMD SRUTXH PRGL¿FD R regime de início do cumprimento da pena para um mais rude HWF$QRYDOHLQmRPRGL¿FDRWLSRSHQDOPDVDSHQDVOKHGi características distintas, prejudiciais ao acusado. Também chamada lex gravior, a norma expoente desta classe é a Lei de Crimes Hediondos – Lei n. 8.072/90, que agravou consideravelmente a condição de quem venha a cometer os ilícitos nela previstos, se comparada aos dispositivos anteriores. Dessa forma, não há a retroatividade, não podendo ser aplicada aos autores dos crimes praticados antes de sua vigência. Novatio legis in mellius É a nova lei mais branda, favorável ao acusado. Conhecida como lex mitior. Assim como a abolitio criminis, a novatio legis in mellius também retroage alcançando os fatos praticados antes de sua vigência, conforme disposição taxativa do parágrafo único do art. 2º do CPB 2. Conforme a interpretação jurisprudencial nacional: $OHLQRYDEHQp¿FDSRGHVHUDSOLFDGD tanto imediatamente, por ser desdobramento dos direitos e garantias fundamentais (CF, art. 5º, §1º), como 1 CPB – Art. 2º Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. 2 CPB – Art. 2º (...) Parágrafo Único. A lei, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. retroativamente, a ponto de alcançar fatos anteriores, desde que se mostre favorável ao agente (CF, art. 5º, LV) (STF – JSTF 227/381). acusado, mas sem combiná-las, evitando-se a criação de uma terceira lei. É também a posição adotada por Claus Roxin (NUCCI, 2008, p. 63). Dessa forma, mesmo aos condenados que estiverem na fase da execução da sentença será aplicada a lei nova mais favorável. A aplicação caberá ao magistrado que presidir o processo e ao juízo da Vara de Execuções Criminais – VEC se já houver o trânsito em julgado da sentença condenatória, conforme dispõem o art. 66, inciso I da Lei de Execução Penal e a Súmula n. 611 do STF 3. Caberá, ainda, ao Tribunal que estiver julgando eventual recurso. O entendimento jurisprudencial majoritário também é no sentido da impossibilidade da combinação: Tema de especial interesse é aquele que versa sobre a combinação de leis que se sucedem no tempo, de forma a EHQH¿FLDURDJHQWHFRPWRGDDDPSOLWXGHQRUPDWLYDeSRVVtvel que uma nova lei traga ao sujeito uma circunstância favorável e, ao mesmo tempo, outra de maior rigor, em aspectos diversos. Há corrente doutrinária que defenda esta possibilidade, à qual pertence Julio Fabbrini Mirabete. Segundo o autor: A ideia se assenta no fato de que ao combinar leis, estaria se criando uma terceira norma (lex tertia), inexistente no mundo jurídico, o que violaria frontalmente o princípio da legalidade penal, que exige a edição de lei formal. Por isso, esta combinação é tida como inconstitucional. Assim, o intérprete do Direito deverá analisar o caso concreto para decidir qual norma será aplicada, optando por apenas uma delas, na sua integralidade, a que seja mais EHQp¿FD6REUHDFRPSHWrQFLDSDUDDDQiOLVHGDVQRUPDVHP FRQÀLWRHQVLQD*XLOKHUPHGH6RX]D1XFFL Deve-se, nesse caso, segundo se tem entendido, prevalecer aquela TXHD¿QDOIDYRUHoDPDLVRDJHQWH A melhor solução, porém, é a de que pode haver combinação de duas leis, aplicando-se ao caso concreto os GLVSRVLWLYRV PDLV EHQp¿FRV 0,5$BETE, 2001, p. 112). Na impossibilidade de combinar leis, cremos ser da competência do juiz a escolha de qual norma é a mais favorável, pois cabe ao Estado e não ao particular aplicar a lei ao caso concreto. Se o réu não concordar, pode recorrer da decisão (NUCCI, 2008, p. 63). No mesmo sentido, ensina Rogério Greco: Entendemos que a combinação de leis levada a efeito pelo julgador, ao contrário de criar um terceiro gênero, atende aos princípios constitucionais da ultra-atividade e retroatividade EHQp¿FDV 6H D OHL DQWHULRU Mi UHYRgada, possui pontos que, de qualquer PRGR EHQH¿FLDP R DJHQWH GHYHUi ser ultra-ativa; se na lei posterior que revogou o diploma anterior também H[LVWHP DVSHFWRV TXH R EHQH¿FLDP por respeito aos imperativos constitucionais, devem ser aplicados (GRECO, 2006, p. 123). Dentre os doutrinadores que defendem a possibilidade de combinação de leis, além dos já referidos, temos Damásio Evangelista de Jesus, Celso Delmanto e Flávio Augusto Monteiro de Barros. De outro lado encontram-se Nelson Hungria, Heleno Cláudio Fragoso, Paulo José da Costa Junior e Guilherme de Souza Nucci, que preleciona: A fórmula mais exata leva o juiz a fazer uma aplicação mental das duas OHLVTXHFRQÀLWDP±DQRYDHDDQWLJD ±YHUL¿FDQGRQRFDVRFRQFUHWRTXDO terá o resultado mais favorável ao 3 LEP – Art. 66. Compete ao juiz da execução: I – aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer modo favorecer o condenado. STF – Súmula n. 611 – Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna. Leis temporárias e excepcionais As leis temporárias são aquelas que possuem vigência SUHGHWHUPLQDGD ¿QGDQGR HP GDWD SUHYLDPHQWH ¿[DGD SHOR OHJLVODGRUFRPRDOHLHOHLWRUDOHRVFULPHVTXHWLSL¿FD3RUVXD vez, as leis excepcionais são as que vigem durante situações de emergência, circunstâncias especiais que obrigam o legislador a editar normas incriminadoras, como no caso de guerra declarada. Ambas as espécies possuem autorrevogação, ou seja, ¿QGRRSUD]RGHYLJrQFLDGDOHLWHPSRUiULDRXFHVVDGDDFLUcunstância que determinou a criação da lei excepcional elas GHL[DPGHSURGX]LUHIHLWRVSHUGHQGRVXDH¿FiFLD3RUpPVmR aplicadas aos fatos ocorridos durante sua vigência mesmo depois da autorrevogação, sendo assim ultrativas, conforme preceitua o art. 3º do CPB 4. No caso, não há que se falar em extinção do crime, eis que “mesmo que revogada (...) ainda que temporária, guarda H¿FiFLDDSOLFDQGRVHDRVIDWRVSUDWLFDGRVGXUDQWHVXDYLJrQcia, conforme o art. 3º do CP” (TACRSP – RT 666/316 e TJSP – RJTJESP 106/461). Tempo do crime Para que o intérprete da lei saiba que norma aplicar ao caso concreto ele precisa determinar o exato momento em que ocorreu o fato delituoso, o exato momento da prática da infração. Assim, é de grande importância a análise do tempo do crime, e para isso existem três teorias, que seguem: 4 CPB – Art. 3º A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. 23 NOÇÕES DE DIREITO PENAL Combinação de leis Os princípios da ultra e da retroatividade da lex mitior não autorizam a combinação de duas normas que VHFRQÀLWDPQRWHPSRSDUDVHH[WUDLU XPD WHUFHLUD TXH PDLV EHQH¿FLH R réu (STF – JSTF 174/260 e RTJ 142/564). a. Teoria da atividade: segundo a qual se considera praticado o crime no momento da conduta. b. Teoria do resultado: leva-se em conta o momento em que se deu o resultado naturalístico decorrente da prática criminosa. c. Teoria mista: considera-se praticado o crime tanto no momento da conduta, quanto no momento do resultado. O CPB adotou, para a determinação do tempo do crime, a teoria da atividade, segundo se percebe com a leitura de seu art. 4º 5. Crimes permanentes e continuados Nos chamados crimes permanentes, em que a ação criminosa se protrai no tempo de forma ininterrupta, como na extorsão mediante sequestro, que se consuma ininterruptamente no decorrer da privação da liberdade da vítima, a lei aplicada ao caso concreto será a que estiver em vigor no momento da cessação da permanência, ainda que mais rigorosa se comparada com a norma que vigia quando do início do interregno criminoso. Assim, se sobrevier lei nova, mais severa, esta será aplicada, pois se considera que o autor do delito ainda está praticando o crime, agora durante a vigência da lei nova, mais severa. Sob o mesmo diapasão, aplicar-se-á a última lei em vigor nos crimes continuados, aquela que esteja produzindo os seus efeitos quando da conclusão da empreitada criminosa. Conforme o entendimento jurisprudencial: Tratando-se de crime continuado, onde as condutas foram praticadas sob o império de duas leis, mesmo sendo mais grave a posterior, aplica-se a nova disciplina penal a toda série delitiva, tendo em vista que o delinquente já estava advertido da maior gravidade da sanção e persistiu na prática da conduta delituosa (STF – RT 755/556). Corroborando a tese, o Supremo Tribunal Federal editou a Súmula n. 711 para tratar do tema 6. Leis processuais As leis que regulam o Direito Processual Penal não seguem os mesmos princípios. Neste caso, a partir da vigência da lei nova, essa passa a regular os atos processuais, permanecendo válidos os já praticados. E continua: O princípio da exigência de anterioridade da lei em relação ao crime e à pena não se estende às normas de processo e de execução, em relação às quais vigora a regra da anterioridade da lei frente ao ato processual, não ao fato criminoso (STJ – RSTJ 73/53). Importante salientar que existem exceções para as leis SURFHVVXDLVTXHSRVVXHPXPDFDUJDSHQDOOHLTXH¿[DSHQD HOHLTXHPRGL¿FDDH[WLQomRGHSXQLELOLGDGH6mRDVGHQRminadas normas mistas. A LEI PENAL NO ESPAÇO O Código Penal Brasileiro é uma lei nacional, ou seja, de aplicação em todo o território brasileiro, sem distinção. Assim, uma vez praticada uma infração em território nacional, será aplicada a lei brasileira sem qualquer objeção. Portanto, a problemática da aplicação da lei penal no espaço está na possibilidade de uma conduta criminosa vir a atingir os interesses de dois ou mais países, como ocorre quando a ação se dá no território brasileiro e o resultado no território de outro país, ou vice-versa. Existem princípios que resolvem o problema, sendo eles: a. Territorialidade – aplica-se a lei nacional quando o fato é praticado no território do país. b. Extraterritorialidade – aplica-se a lei nacional em casos de crimes cometidos no estrangeiro. - Nacionalidade – há a aplicação da lei do país da nacionalidade do agente. - Defesa Real ou Proteção – a aplicação da lei observa a nacionalidade do bem jurídico atingido pela prática criminosa. - Justiça universal – aplica-se a lei do lugar onde for detido o agente, não interessando onde houve a efetiva prática da infração penal. Esse princípio é observado para certas infrações que todos os países têm interesse em reprimir (trá¿FRLOtFLWRGHHQWRUSHFHQWHV - Representação – há a aplicação da lei do país quando outro não o faz. É um princípio que se refere unicamente aos delitos cometidos a bordo de aeronaves e embarcações, de natureza privada ou mercante, que estão em território de outro país e ali não ocorre a aplicação da lei. Territorialidade RODRIGO LARIZZATTI De acordo com a jurisprudência dominante: Tratando-se de norma de caráter processual, como é a relativa à competência, sua aplicação não SRGH DEUDQJHU IDWR GH¿QLWLYDPHQWH julgado antes de seu advento. Não há falar, na hipótese, em retroatividade de lei mais benigna (STF – RT 548/411). 5 CPB – Art. 4º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. 6 STF – Súmula n. 711 – A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. 24 O art. 5º do CPB 7 dispõe que a todo e qualquer crime que tenha sido praticado dentro do território brasileiro será aplicada a lei brasileira, não importando outras circunstâncias de fato ou de direito. Essa regra decorre do princípio da soberania. Todavia, não se pode esquecer as exceções, como acontece com os diplomatas, detentores de imunidade penal. Para tal aplicação, faz-se necessária a determinação dos elementos que constituem o território brasileiro. Assim, em sentido material, o território é composto por: 7 CPB – Art. 5º Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. • • públicas ou a serviço do governo: onde quer que se encontrem são consideradas extensão do território nacional, assim, se uma infração for praticada em seu interior, ao seu autor será aplicada a lei brasileira. Quanto à tripulação dessas embarcações ou aeronaves, quando fora de bordo, existem duas situações diferentes, se estão fora por motivos particulares aplicar-se-á a lei do lugar onde se encontram e se estão fora em serviço comandado lhes será aplicada a lei brasileira; de propriedade privada e mercantes: quando em alto-mar ou sobrevoando-o será aplicada a um crime cometido em seu interior a lei da bandeira. Se estas embarcações ou aeronaves estiverem em território de outro país não há que se falar em lei da bandeira, pois se ocorrer um ilícito será aplicada a lei do lugar onde se encontrem. O CPB adotou a teoria da ubiquidade, conforme se conclui da leitura de seu art. 6º 8. Ao falar “...deveria produzir-se o resultado”, o Estatuto Penal se refere diretamente ao crime WHQWDGR HPTXH QmR Ki D PRGL¿FDomR H[WHUQD QDWXUDOtVWLFD com a prática da conduta criminosa (resultado). Dessa feita, se houve a ação ou omissão, ou ainda o resultado de uma infração dentro do território brasileiro, será aplicada, ao seu autor, a lei penal brasileira. É importante lembrar que no tocante ao Direito ProcesVXDO 3HQDO SDUD D GH¿QLomR GD FRPSHWrQFLD MXULVGLFLRQDO R OXJDUGRFULPHpGH¿QLGRHPUHJUDSHODWHRULDGRUHVXOWDGR conforme se vê a partir da leitura do art. 70 do Código de Processo Penal 91HVWHDVSHFWRSURFXUDVHGH¿QLUDFRPSHWrQcia para a aplicação da lei, para o curso do processo, e não qual norma será aplicada ao caso concreto. Extraterritorialidade Segundo a regra geral só se aplica a lei de um país para os crimes praticados dentro de seu território, seguindo o princípio da territorialidade. Porém, existem casos em que mesmo a uma infração praticada fora do território de um determinado país, a ela será aplicada a lei deste, segundo dispõe o art. 7º do CPB 10. Trata-se do princípio da extraterritorialidade, que pode ser condicionada ou incondicionada. a. Extraterritorialidade incondicionada: é obrigatória a aplicação da lei nacional ao crime praticado fora do território brasileiro. O agente é punido segundo as leis brasileiras, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro, se lá julgado. É o que se conclui da leitura do §1º do art.7º do CPB 11. Porém, a pena cumprida em outro país pelo mesmo crime atenua a aplicada no Brasil, se diversas, ou é computada, se idênticas, conforme prega o art. 8º do CPB 12. 8 CPB – Art. 6º Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. 9 CPP – Art 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. 10 CPB – Art. 7º Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I – os crimes: a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; II – os crimes: a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; b) praticados por brasileiro; c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. 11 CPB – Art. 7º (...) §1º Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. 12 CPB – Art. 8º A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. Lugar do crime Para que seja observada a regra da territorialidade quando da aplicação da lei penal é imprescindível que o intérSUHWHGH¿QDHPTXHORFDOH[DWRRFRUUHXDSUiWLFDGHOLWXRVD Assim como o tempo do crime, o lugar do crime também é de fundamental importância para que seja corretamente aplicada a lei penal e da mesma forma existem três teorias: a. Teoria da atividade: segundo a qual se considera praticado o crime no local onde se deu a conduta criminosa. b. Teoria do resultado: considera-se praticado o crime onde houve a consumação, a ocorrência do resultado. c. Teoria mista ou da ubiquidade: leva-se em conta tanto o local da prática delituosa como o da ocorrência do resultado do crime. 25 NOÇÕES DE DIREITO PENAL a. Solo e subsolo: delimitados pelas fronteiras de divisão geopolítico-internacional. b. Águas interiores: rios, lagos, baías e golfos situados dentro do território físico de um país. Quando possuem ocupação soberana de dois ou mais países simultaneamente resolve-se a questão territorial pela linha mediana (considerada pelas margens) ou pela linha do talvegue (maior profundidade), sendo que o Brasil, nos tratados e convenções assinados com os países limítrofes adotou como regra a linha mediana. Quando a ocupação é sucessiva, resolve-se a questão pela solução de continuidade da fronteira terrestre. c. Mar territorial e plataforma continental: é uma faixa que se estende ao longo da costa, incluindo-se o leito e o subsolo, que mede 12 milhas marítimas, contando-se da baixa-mar. d. Espaço aéreo: delimitado pela coluna atmosférica ao país subjacente, sendo linhas imaginárias que se situam perpendicularmente aos limites do território físico delimitado, não havendo altura máxima. Além do sentido material, há outra determinação de território que deve ser levada em consideração para a aplicação da lei penal, o território por extensão, assim consideradas as embarcações ou aeronaves: b. Extraterritorialidade condicionada: pune-se com a lei brasileira alguns crimes praticados fora do território nacional se cumpridos os requisitos exigidos, as condições dispostas no ordenamento legal, mais precisamente nos §§2º e 3º do art. 7º do CPB 13. É importante salientar que em caso de extraterritorialidade condicionada, é necessária a concorrência de todas as condições previstas no estatuto para que a lei penal brasileira possa ser aplicada ao caso concreto. A LEI PENAL EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS No que diz respeito à aplicabilidade da lei penal, é de grande importância a análise das características do autor da infração cometida, pois existem algumas circunstâncias que o isentam da persecução penal. É bom ressaltar que tais situações privilegiadas não são inerentes à pessoa do autor do fato, mas sim ao cargo que eventualmente ocupe. Ao prever essas imunidades o Estado visa proteger não a pessoa, mas sim a função pública exercida por ela. Imunidades Diplomáticas Quando se fala em imunidade, logo se pensa nos diplomatas e chefes de missões estrangeiras. Em ambos os casos, as pessoas ocupantes desses cargos representam seus respectivos países, estando fora da jurisdição criminal dos países em que exercem suas funções. Essa imunidade concedida aos chefes de Estado e representantes de governo estrangeiro refere-se a todo e qualquer delito e se estende a todos os agentes diplomáticos, aos componentes de sua família, aos funcionários das organizações internacionais quando em serviço e a todos RVFRPSRQHQWHVR¿FLDLVGDFRPLWLYDGHXPFKHIHGH(VWDGR estrangeiro. É bom salientar que os empregados particulares dos agentes diplomáticos não são amparados pela imunidade, mas apenas os empregados R¿FLDLV da missão. As sedes diplomáticas já não são mais consideradas como extensão do território que representam, mas são invioláveis como garantia aos representantes internacionais no desempenho de suas funções. Os delitos eventualmente ali praticados só serão alcançados pela lei brasileira se cometidos por pessoas que não gozem de imunidade, como os HPSUHJDGRV SDUWLFXODUHV H RXWURV HPSUHJDGRV QmR R¿FLDLV (uma secretária brasileira que trabalhe na embaixada norte-americana). Imunidades Parlamentares RODRIGO LARIZZATTI Aos parlamentares também é concedida uma imunidade quando no exercício de suas funções. Como ensina 13 CPB – Art. 7º (...) §2º Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: a) entrar o agente no território nacional; b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. §3º A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: a) não foi pedida ou foi negada a extradição; b) houve requisição do Ministro da Justiça. 26 o constitucionalista Carlos Maximiliano, a imunidade parlamentar é uma “prerrogativa que assegura aos membros do Congresso a mais ampla liberdade da palavra, no exercício de suas funções, e os protege contra abusos e violações por parte dos outros Poderes constitucionais” (MAXIMILIANO, 1954, p. 44-45). Ainda segundo o professor Luiz Vicente Cernicchiaro, “busca-se preservar a independência do Poder Legislativo, ensejando aos seus representantes ampla liberdade para emitir opiniões, palavras e proferir votos” (CERNICCHIARO, 1995, p. 203). $ LPXQLGDGH SDUODPHQWDU VH FODVVL¿FD HP GXDV HVSpcies, a material e a formal. Imunidade material Esse tipo de imunidade garante ao parlamentar total isenção à aplicabilidade da lei e se estende a todos os crimes de opinião, os chamados crimes da palavra, conforme dispõe o art. 53, caput, da Constituição Federal 14. Não é necessário que o parlamentar esteja no exercício típico de suas funções legislativas ou que o crime verse sobre matéria parlamentar para estar sob o amparo da imunidade. Esta o acompanha durante todo o mandato representativo. É, assim, irrenunciável. A imunidade não é extensiva a eventuais corréus do ilícito que não gozem da prerrogativa, respondendo eles pelos prejuízos causados pela ação criminosa. É de se ressaltar que com o término ou com a perda do mandato eletivo o parlamentar não poderá ser processado pelo crime de opinião praticado durante o período de imunidade, motivo pelo qual alguns doutrinadores a denominam imunidade absoluta. Imunidade formal Também chamada de imunidade relativa, esta isenção tem correlação direta com os crimes comuns praticados por parlamentares, que não estarão totalmente afastados da responsabilidade penal pelo ilícito. Diz respeito apenas à prisão, ao processo e às prerrogativas de foro, que possuem um procedimento diferenciado, o que se conclui da leitura dos §§1º a 5º do art. 53 da Constituição Federal 15. 14 CF – Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. 15 CF – Art. 53. (...) §1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. §2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. §3º Recebida a denúncia contra Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. §4º O pedido de sustação será apreciado pela casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. §5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato. Imunidades de Deputados Estaduais e Vereadores As imunidades acima relacionadas dizem respeito aos deputados Federais e aos Senadores da República. Isso não quer dizer que Deputados Estaduais e Vereadores não possuam qualquer prerrogativa de isenção da aplicação da lei, mas apenas que estão disciplinadas de forma diferente. Quanto aos Deputados Estaduais, as imunidades são válidas somente em relação às autoridades judiciárias estaduais e locais. Dessa forma, não podem ser avocadas para a Justiça Federal. É o que dispõe a Súmula n. 03 do Supremo Tribunal Federal 16. No que diz respeito aos Vereadores, a imunidade é ainda mais branda, sendo aplicável apenas aos crimes de opinião e votos praticados durante o estrito exercício do mandato eletivo e somente na circunscrição do Município. Assim, os parlamentares municipais não gozam da isenomRHPD¿UPDo}HVH[DUDGDVFRPRFLGDGmRVD¿UPDo}HVGH interesse pessoal, além de não possuírem a imunidade relativa, ou formal. É importante frisar que a imunidade é incomunicável a eventuais colaboradores na prática do crime, segundo a Súmula n. 245 do STF 17. Imunidade do advogado 2 DGYRJDGR WHP LPXQLGDGH SUR¿VVLRQDO QmR FRQVtituindo injúria, difamação ou desacato puníveis qualquer manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das sanções disciplinares perante a Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, pelos excessos que cometer. Entretanto, no tocante ao crime de GHVDFDWRRGLVSRVLWLYRWHYHVXDH¿FiFLDVXVSHQVDSHOR67) de maneira que ao desrespeitar funcionário público no exercício de sua função, ou em razão dela, o advogado estará sujeito às respectivas sanções penais. Outras prerrogativas Além das pessoas já citadas, existem outras que possuem prerrogativas de foro especial por prerrogativa de 16 STF – Súmula n. 3 – A imunidade concedida a deputados estaduais é restrita a justiça do estado. 17 STF – Súmula n. 245 – A imunidade parlamentar não se estende ao corréu sem essa prerrogativa. função, como o Presidente da República, que é processado e julgado pelo Supremo Tribunal Federal nos crimes comuns e pelo Senado Federal, após prévia licença da Câmara Federal, nos crimes de responsabilidade. O Supremo Tribunal Federal tem, ainda, a competência para julgar por crimes comuns: a. o Vice-Presidente da República; e b. o Procurador-Geral da República. E julgar, por crimes comuns e de responsabilidade: a. os Ministros de Estado (exceto em crimes conexos com o Presidente ou com o Vice-Presidente, quando serão julgados pelo Senado Federal); b. os membros dos tribunais superiores; c. membros do Tribunal de Contas da União; e d. os chefes de missões diplomáticas de caráter permanente. CONFLITO APARENTE DE NORMAS 2FRUUH R FRQÀLWR DSDUHQWH GH QRUPDV TXDQGR D XP mesmo fato, podem ser aplicadas diferentes normas da mesma ou de diversas leis penais. Assim, são seus pressupostos: a. unidade de fato; b. pluralidade de normas que reconhecem o mesmo fato delituoso. No Direito Penal existe um brocardo, o non bis in idem, que impossibilita a aplicação de mais de um preceito a um PHVPR IDWR RX VHMD TXDQGR RFRUUH XP FRQÀLWR DSDUHQWH de normas, cabe ao aplicador da lei decidir pela disposição mais adequada ao acontecimento criminoso. Para isso, dispõe ele de alguns princípios que o orientam nessa tarefa. a. Princípio da especialidade: segundo o qual a lei geral é derrogada pela especial, que acrescenta àquela uma ou mais características peculiares. $HVSHFLDOLGDGHQmRVHYHUL¿FDWmRVRPHQWHTXDQdo se comparam duas normas distintas, mas poderá ocorrer dentro de um mesmo diploma legal. Exemplo disso é o crime de infanticídio, especial se comparado ao crime de homicídio, estando ambos WLSL¿FDGRV QR &yGLJR 3HQDO %UDVLOHLUR $ SHFXOLDULGDGH GR SULPHLUR p D LQÀXrQFLD GR HVWDGR SXHUperal, elementar do tipo legal que o diferencia do simples matar alguém, em situação genérica. b. Princípio da subsidiariedade: p YHUL¿FDGR SULQcipalmente nos crimes complexos, em que ocorre violação a mais de um direito legalmente tutelado. 1RFDVRpYHUL¿FDGDXPDOHVmRVXEVLGLiULDjTXHOD realmente almejada pelo sujeito, estando ela expressamente descrita no tipo legal do crime. Assim, haverá a anulação da norma subsidiária pela principal, aplicando-se aquela somente quando inexistir no fato delituoso um ou mais elementos da norma principal. No crime de roubo, sempre cometido por meio da violência, física ou moral, esta violação (agressão) é subsidiária à subtração patrimonial, aplicando-se ao caso concreto somente a ¿JXUDPDLVJUDYHSULQFLSDOURXER c. Princípio da consunção ou absorção: ocorrerá a absorção de uma norma quando o ilícito praticado for considerado forma, meio de execução de ou- 27 NOÇÕES DE DIREITO PENAL Nunca poderá haver a prisão e a consequente autuaomRHPÀDJUDQWHVHRSDUODPHQWDUWLYHUSUDWLFDGRXPFULPH D¿DQoiYHO Quanto ao processo criminal do parlamentar, este poderá ter seu andamento sustado pelo voto da maioria dos membros da Casa respectiva. Durante o período de susWDomR ¿FDUi VXVSHQVR R SUD]R SUHVFULFLRQDO GHYHQGR HOH ser retomado ao término do mandato, diferentemente dos crimes de opinião. Assim, o parlamentar poderá ser processado e eventualmente condenado pelo crime comum praticado durante o período em que possuía a imunidade relativa. Quanto à prerrogativa de foro, Deputados Federais e Senadores da República serão sempre julgados pelo Supremo Tribunal Federal pela prática de crimes comuns durante o mandato eletivo. tro crime, geralmente mais grave, tendo com este íntima relação de dependência. É o caso de uma violação de domicílio para a prática de furto. Para haver a subtração dos bens o sujeito necessitou invadir a residência, tendo essa ofensa restado absorvida pelo crime patrimonial. A principal distinção entre os princípios da absorção e da subsidiariedade está no fato de que neste a violação menor está literalmente descrita no tipo legal do crime, sendo portanto necessária ao cometimento do ilícito – não há roubo sem violência ou grave ameaça, enquanto que na consunção a transgressão é apenas um meio para a prática do ilícito maior. d. Princípio da alternatividade: se refere aos denominados crimes plurinucleares, também chamados de ação múltipla, de conduta alternativa ou de conteúdo variado, onde o agente só será punido por uma das modalidades inscritas no tipo penal, embora possa praticar duas ou mais condutas num PHVPRFRQWH[WRIiWLFR&DVRXPWUD¿FDQWHLPSRUWH guarde e venda uma partida de droga, terá praticado três verbos do tipo legal do crime, mas incorrerá em apenas um ilícito. RODRIGO LARIZZATTI 28 NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL SUM ÁRIO APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL NO TEMPO, NO ESPAÇO E EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS. DISPOSIÇÕES PRELIMINARES DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL..................................................................................476 INQUÉRITO POLICIAL .................................................................................................................................478 AÇÃO PENAL...............................................................................................................................................484 PRISÃO E LIBERDADE PROVISÓRIA. LEI N. 7.960/1989 (PRISÃO TEMPORÁRIA) DA PRISÃO EM FLAGRANTE. DA PRISÃO PREVENTIVA. DA LIBERDADE PROVISÓRIA COM OU SEM FIANÇA ................490 PROCESSO E JULGAMENTO DOS CRIMES DE RESPONSABILIDADE DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS ....503 O HABEAS CORPUS E SEU PROCESSO .......................................................................................................504 LEI DE EXECUÇÃO PENAL (LEI N. 7.210/1984). ..........................................................................................509 DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS AO DIREITO PROCESSUAL PENAL ..................................470 DIREITO PROCESSUAL PENAL – NOÇÕES, CONCEITOS E PRINCÍPIOS INTRODUÇÃO DIREITO DEUSDEDY SOLANO Direito é a ciência humana que estuda os costumes VRFLDLVTXDOpDWHQGrQFLDGDVRFLHGDGHFRPR¿PGHHODborar normas de conduta para uma possível vida em sociedade. O direito é, em sua essência, a forma objetiva de garantir a liberdade de todos os seres humanos, em razão da liberdade de um indivíduo ir até onde começa a liberdade do outro. Por meio do poder que emana da própria sociedade, exercido através do Estado, temos a elaboração de regras de convivência. Assim, podemos conceituar o Direito como o conjunto de normas jurídicas que regulam e organizam a vida em sociedade, normas estas que são cobradas mediante aplicação de uma sanção ao infrator das regras, podendo a sanção ser penal, administrativa e/ou civil. DIVISÃO DO DIREITO O Direito, assim como todas as outras ciências humanas, é único em sua essência, porém didaticamente dividido em ramos e sub-ramos, para uma melhor compreensão. Podemos dizer que o Direito, primeiramente, se divide em público e privado. O Direito público estabelece as normas jurídicas cogentes aplicadas à coletividade, ou seja, imperam normas públicas, sociais, indisponíveis individualmente para o particular, como, por exemplo: a vítima de um crime de roubo (art. 157 do CP) não pode, nem mesmo como vítima direta e única do crime, dispor sobre a apuração e punição do autor, visto ser uma norma coletiva, indisponível para o particular, estando o Estado em dois vértices da pirâmide jurídica, como órgão julgador (estado-juiz) e como órgão de acusação (Ministério Público). O autor da ação de punição do criminoso é o Estado, por meio do Ministério Público, em razão de o Direito Penal ser um dos ramos do Direito público que estabelece as infrações penais e suas respectivas sanções. O Direito privado, porém, tem uma postura diversa, pois é disponível para os indivíduos, porque imperam normas de direito privado, como, por exemplo, o pagamento de uma dívida: o credor pode deixar de cobrar a dívida se assim decidir e dispor, pois o Estado, mesmo tomando conhecimento informal da dívida, não acionará o devedor até que o credor se manifeste, ele (o credor) é quem decidirá sobre a oportunidade e conveniência de recorrer à Justiça para ter o seu crédito quitado. Temos como exemplos de ramos do Direito público: o Direito Constitucional, Direito Administrativo, Direito Penal, Direito Processual Penal, Direito Processual Civil, Direito Tributário, entre outros. E como exemplos de ramos do Direito privado: Direito Civil e Comercial, hoje também conhecido como Empresarial. Para alguns doutrinadores, o Direito do Trabalho também é ramo do Direito privado, para outra parte da doutrina o Direito do Trabalho e o Direito Previdenciário pertenceriam a um outro ramo do Direito conhecido como ramo social que é um misto entre o Direito privado e o público. 30 DIREITO PROCESSUAL PENAL DISPOSIÇÕES A Constituição brasileira estabelece que não há crime VHPOHLDQWHULRUTXHRGH¿QDQHPSHQDVHPSUpYLDFRPXQLcação legal (art. 5º, XXIX). Essa norma de matriz constitucional também prevista no art. 1º do Código Penal estabelece dois princípios que visam preservar a segurança jurídica: a) legalidade e b) anterioridade, que serão estudados no Direito Penal. Assim, quando um indivíduo ofende um bem jurídico tutelado pela lei penal, pratica uma infração penal, ou seja, um crime ou uma contravenção penal e surge para o Estado o direito de puni-lo (jus puniendi). Para que seja apurada a responsabilidade penal do indivíduo, com a consequente aplicação de sanção, é mister que o Estado faça a persecução penal em um processo válido, pois ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal (art. 5º, LIV, da CF) – princípio constitucional do devido processo legal ou due processo of law. CONCEITO O Direito Processual Penal é o direito instrumental, utilizado pelo Estado para apuração de uma infração penal com o objetivo de aplicar o direito material (Direito Penal) ao caso concreto, é um conjunto de regras jurídicas que trazem as normas e ritos processuais, ou seja, o caminho a ser percorrido pelo Estado Juiz, do cometimento do crime até a sua sanção (punição), haja vista ninguém poder ser processado e julgado sem o devido processo legal, que visa apurar a responsabilidade de cada infrator dentro do contexto fático de um crime ou uma contravenção penal. Somente o Estado tem o jus puniendi (direito de punir). Só o Estado pode processar e julgar o réu. E, embora haja algumas atitudes do uso da força admitidas em lei, como por exemplo a pessoa que viola um bem jurídico de terceira pessoa dentro do estado de necessidade ou da legítima defesa, por não haver tempo hábil para acionar a preVHQoD HVWDWDO D ¿P GH SURWHJHU XP GLUHLWR GR DJHQWH TXH está sendo ameaçado, por exemplo: João reage com um tiro e mata José que iniciou a agressão à faca contra o primeiro. Vale lembrar que legítima defesa ou estado de necessidade não são punições do ofendido contra o autor da infração, são apenas proteções do direito da vítima ou de terceiros, podendo haver o sacrifício do direito do autor, o que não se caracteriza juridicamente como uma punição, apenas uma defesa ou proteção ao bem jurídico que se encontra em perigo, pois o dever-poder de punir é exclusivo do próprio Estado. Para Guilherme de Souza Nucci 1, o conceito seria: “O Direito Processual Penal é o corpo de normas jurídicas cuja ¿QDOLGDGHpUHJXODURPRGRRVPHLRVHRVyUJmRVHQFDUUHgados de punir do Estado, realizando-se por intermédio do Poder Judiciário, constitucionalmente incumbido de aplicar a lei ao caso concreto”. 1 NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo Penal e Execução Penal. 3. ed. RT, p. 79. NOÇÕES É certo que o Código de Processo Penal brasileiro é anterior à Constituição brasileira (Decreto-Lei n. 3.689/1941). Foi ele elaborado sob os auspícios de um regime ditatorial. Com o advento da Constituição de 1988, de viés democrático, aproveitamos as normas do CPP, mas não em sua LQWHJUDOLGDGHRTXHH[LJHXPD¿OWUDJHPFRQVWLWXFLRQDOSRU conta da não recepção de alguns de seus dispositivos. Daí o motivo de investigarmos os princípios constitucionais do processo penal, já que a Constituição é norma hierarquicamente superior a ele, que tem equivalência de lei ordinária. Alguns dos princípios constitucionais abaixo delineados aplicam-se não só no âmbito processual penal, mas em outros processos judiciais e administrativos, a depender do caso. PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL O art. 5º, LIV, da Constituição estabelece que “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”. Esse dispositivo constitucional traduz o princípio do devido processo legal ou do the rule of Law. De origem inglesa (Magna Carta de 1215), esse princípio pode ser enxergado sob quatro dimensões 2. Mas a que nos interessa, no âmbito do Direito brasileiro, é a primeira: o devido processo legal é a exigência de um processo justo legalmente regulado quando alguém for privado de seus bens e de sua liberdade. Assim, este princípio deve encartar a ideia de Estado de Direito (devido processo legal objetivo) e inclusive no que concerne ao seu acrescimento democrático, que agrega noções de justiça, igualdade jurídica e respeito aos direitos fundamentais 3. Sob o enfoque subjetivo, o devido processo legal exige um juízo de razoabilidade ou proporcionalidade do Poder legiferante, obrigando que se produzam leis de acordo com os valores alçados à categoria de constitucionais ou supraconstitucionais, tais como justiça, dignidade da pessoa humana. Assim, quando um indivíduo ofende um bem jurídico tutelado pela lei penal, pratica uma infração penal, ou seja, um crime ou uma contravenção penal e surge para o Estado o direito de puni-lo (jus puniendi). Para que seja apurada a responsabilidade penal do indivíduo, com a consequente aplicação de sanção, é mister que o Estado faça a persecução penal em um processo válido, previsto em lei e que assegure a justiça, razoabilidade e proporcionalidade. 2 3 GOMES CANOTILHO, J. J. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. 3. ed. Coimbra: Almedina, p. 89. LIMA, Maria Rosynete Oliveira. Devido Processo Legal. Porto Alegre: SAFE, 1999, p. 174. PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO, DA AMPLA DEFESA E DA PLENITUDE DE DEFESA Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. Essa é a norma constitucional que traduz os princípios do contraditório e da ampla defesa (art. 5º, LV, CF). a) Princípio do contraditório O “contraditório é um dos princípios mais caros ao processo penal, constituindo verdadeiro requisito de validade do processo, na medida em que a sua não observância é passível de nulidade absoluta, quando em prejuízao do acusado” 4. O princípio do contraditório atribui, quanto ao réu o GLUHLWRGHVHUFLHQWL¿FDGRGRSURFHVVRFRQKHFHUDDFXVDomR e as provas contra ele produzidas, podendo contraditá-las, em igualdade à parte acusatória, o que exige uma ciência bilateral das partes e uma paridade de armas para se assegurar uma efetiva igualdade processual entre defesa e acusação. Portanto, é pelo princípio do contraditório que uma das partes tem o direito de impugnar as provas e alegações produzidas pela outra, principalmente o réu. b) Princípio da ampla defesa Um consectário do princípio do contraditório é o princípio da ampla defesa que é destinado ao réu. Diante do excelente aparato do Estado que possui todos os meios à sua disposição para a produção de provas e elaboração de uma acusação contra o indivíduo, percebeVHTXHHVWHpDSDUWHKLSRVVX¿FLHQWHGRSURFHVVR$VVLP o princípio da ampla defesa contém norma que assegura ao réu o direito de se valer de todos os meios de prova, em regra, ressalvadas as ilícitas, para contraditar a acusação, bem como da assistência de uma defesa técnica por advogado. Por isso que o Supremo Tribunal Federal (STF) tem declarado a nulidade de processos penais por conta da violação à ampla defesa, como se infere dos seguintes arestos: Desde o recebimento da denúncia, é nulo o processo em que, dos atos processuais, não foi intimado o patrono constituído pelo réu, mas defensor público que o juízo lhe nomeou. 5 O pedido da defesa para juntada de documentos, cuja leitura pretendia realizar em plenário, não poderia ter sido indeferido, pois foi protocolizado exatos três dias antes da data do julgamento. Artigo 475 do Código de Processo Penal. Impossibilidade de interpretação extensiva para prejudicar o réu. 2. O prejuízo causado pelo indeferimento ofende o próprio interesse público, pois conduziu à prolação de um veredicto sem que todas as provas existentes fossem submetidas ao conhecimento dos jurados. Garantias do contraditório e da ampla defesa viola- 4 PACCELLI DE OLIVEIRA, Eugênio. Curso de Processo Penal. 6. ed. Del Rey, p. 28. 5 STF, HC 86260 / CE – Relator Min. CEZAR PELUSO, DJe 112. 31 NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DE NATUREZA PROCESSUAL DEUSDEDY SOLANO das. 3. Tratando-se de nulidade absoluta, não há de se falar em preclusão pelo mero fato de a irregularidade não ter sido arguida logo após o pregão, como determina o art. 571 do Código de Processo Penal. 4. Ordem concedida, para que novo julgamento seja realizado pelo Tribunal Popular, garantida a leitura dos documentos cuja juntada foi indeferida pelo ato impugnado. Impossibilidade de reformatio in pejus. 6 eGHDQXODUVHRSURFHVVRTXDQGRRUpX¿FRXLQGHfeso, já que seu defensor, nas oportunidades legais que lhe foram asseguradas, não foi apenas omisso, mas admitiu a procedência da acusação. Recurso habeas corpus conhecido e provido para que o réu seja submetido a nosso julgamento. 7 c) Princípio da plenitude de defesa Estabelece o inciso XXXVIII do art. 5º da CF que “é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida”. O tribunal do júri é constitucionalmente competente para julgar os crimes dolosos contra a vida (homicídio, infanticídio, aborto, instigação, induzimento e auxílio ao suicídio), sendo-lhe assegurada a plenitude de defesa. Logo, no “tribunal do júri, busca-se garantir ao réu não somente uma defesa ampla, mas plena, completa, o mais próxima possível do perfeito” 8. Assim, o princípio da plenitude de defesa exige uma defesa perfeita, absoluta. Ao passo que ampla defesa exige uma defesa rica, vasta. PRINCÍPIO DO ESTADO DE INOCÊNCIA “Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. Essa é a norma insculpida no art. 5º, LVII, da CF, que estatui o princípio do estado de inocência ou da não culpabilidade que também tem assento no art. 8º, segundo item do Pacto de São José da Costa Rica ± VXEVFULWR UHIHUHQGDGR H UDWL¿FDGR pelo Brasil, in verbis: “2. Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se presuma sua inocência, enquanto não for legalmente comprovada sua culpa”. O princípio do estado de inocência resulta em duas consequências: a) uma relacionada à restrição da liberdade; e b) outra relativa à produção de provas no processo: a) Tendo em vista que a culpa não se presume, a restrição à liberdade do acusado somente se admite, RUGLQDULDPHQWH DSyV VXD FRQGHQDomR GH¿QLWLYD (transitada em julgado), ressalvadas as privações de liberdade de natureza cautelar, decretada por ordem judicial fundamentada, nas hipóteses e na forma que a lei determinar. b) cabe à acusação o ônus da prova da responsabilidade do réu e não ao réu a prova de sua inocência. Portanto, acaso o juiz não tenha certeza da responsabilidade penal do réu deve absolvê-lo, pois na dúvida deve-se julgar favorável ao réu (princípio do favor rei). PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL A tarefa de aplicar a lei penal, em um processo, ao indivíduo que a viola, é típica função jurisdicional. A jurisdição “é uma das funções do Estado, mediante a qual este se subsWLWXLDRVWLWXODUHVGRVLQWHUHVVHVHPFRQÀLWRSDUDLPSDUFLDOPHQWHEXVFDUDSDFL¿FDomRGRFRQÀLWRTXHRVHQYROYHFRP justiça [...] mediante a atuação da vontade do direito objetivo que o caso apresentado em concreto para ser solucionado” 9. Em regra, a prestação da jurisdição é tarefa atribuída ao Judiciário, isto é, a jurisdição é tarefa típica do Poder Judiciário. Os órgãos do Judiciário estão previstos na Constituição DUWFF,TXHHPDOJXQVFDVRV¿[DDFDGDXPGHOHV XPDFRPSHWrQFLDHVSHFt¿FDRXDWULEXLHVWDWDUHIDjOHLLQIUDconstitucional. O princípio do juiz natural está previsto, sob duas vertentes, na Constituição brasileira, no art. 5º, incisos XXXVII e LIII, que estabelecem, respectivamente: “XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção; LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente”. Dessa forma, é direito de toda pessoa ser processada e julgada apenas por juízos ou tribunais previstos na Constituição e com competência para o processamento e julgamento do caso, vedada a criação de um juízo ou tribunal circunstancial, de exceção ou ad hoc. PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL É controvertida no meio doutrinário e na jurisprudência pátrios a existência do denominado princípio do promotor natural. Há quem entenda que esse princípio tem existência no direito brasileiro e é decorrente, também, do art. 5º, LIII, quando determina que ninguém pode ser processado senão pela autoridade competente. Com efeito, o art. 129, I, da CF estabelece, entre outras funções institucionais do Ministério Público, a promoção, privativa, da ação penal pública. Logo, como o Ministério Público é titular da ação penal, cabe a ele processar criminalmente, mediante a oferta de denúncia, o indivíduo que viole a lei penal, nos casos de ação penal pública. E a Constituição teria garantido que ninguém poderá ser processado senão pela autoridade competente. Assim, “este princípio veda a designação arbitrária, SHOD&KH¿DGD,QVWLWXLomRGHSURPRWRUSDUDSDWURFLQDUFDVR HVSHFt¿FRYDOHGL]HURSURPRWRUQDWXUDOKiGHVHUVHPSUH aquele previamente estatuído em lei”. 10 Adotam esse princípio: Afrânio Silva Jardim, Hugo Nigri Mazzilli, Marcelo Novelino, Paulo Rangel, Eugênio Paccelli. Entretanto, cumpre-nos alertar que o STF é vacilante sobre o tema, pois aceitou o princípio do promotor natural até 2003 e depois negou sua existência entre esse ano e o ano de 2011. Ora acata a sua existência, ora a rechaça. Foi acatada pelo Plenário da Suprema Corte nos autos do HC 67759-2/RJ de 2003 e nos autos do HC 87.388/DF de 2006. Foi rechaçada no RE 387974/DF 2003, 2ª Turma. 6 STF, HC 92958 / SP – Relator: Min. JOAQUIM BARBOSA, DJe 78. 7 STF, RHC 54906 / SP – Relator(a): Min. CORDEIRO GUERRA, DJ 31.12.1970. 9 GRINOVER, Ada Pellegrini. Teoria Geral do Processo. 24. ed. São Paulo: Malheiros, p. 147. 8 NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo Penal e Execução Penal. 3. ed. RT, p. 79. 10 TÁVORA, Nestor et alii. Curso de Direito Processual Penal. Bahia: Jus Podivm, p. 56. 32 §3º Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível, esta será inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompanhar o incidente. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008) §4º (Vetado) (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008) Em regra, os julgamentos e atos do processo penal são S~EOLFRVSDUDTXHVHSRVVD¿VFDOL]DUDDWXDomRGR-XGLFLirio, como se infere do art. 93, IX, da CF: Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação. A publicidade é uma garantia para a sociedade para transparecer a independência, imparcialidade e responsabilidade do judiciário ao julgar as lides, pois os processos são acessíveis a qualquer pessoa, dentro do que chamamos de publicidade geral. Ressalva é feita aos casos que interesse público ou intimidade não admitirem a publicidade geral (segredo de justiça), no máximo haverá a publicidade restrita (entre as partes). PRINCÍPIO DA INADMISSIBILIDADE DAS PROVAS ILÍCITAS (ART. 5º, LVI DA CF E ART. 157 DO CPP) Conceito de provas ilícitas A Constituição brasileira, no art. 5º, LVI, estatui que “são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos”. Eis o princípio que veda a utilização de provas ilícitas no processo. Convém investigar o conceito de provas ilícitas. A doutrina brasileira, tradicionalmente, considera que as provas colhidas com afronta à lei podem ser do gênero ilegais, cujas espécies são: a) ilícitas e b) ilegítimas. a. as provas ilícitas seriam aquelas colhidas com afronta à uma lei material; b. as provas ilegítimas seriam aquelas colhidas com afronta à uma lei processual. No entanto, uma recente reforma ao Código de Processo Penal produziu efeitos sobre esse conceito da douWULQD$/HLQPRGL¿FRXRDUWGR&33SDUD regulamentar o art. 5º, LVI, da CF. Eis o que dispõe o art. 157 do CPP: Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. (Redação dada pela Lei n. 11.690, de 2008) §1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008) §2º Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008) Pelo caput do art. 157 do CPP supracitado, a prova ilícita é aquela obtida em violação às normas constitucionais e legais. Assim, quando o legislador fala que a prova ilícita é aquela que afronta a lei e não distingue se a lei é procesVXDOHPDWHULDODVGXDVKLSyWHVHVVHFRQ¿JXUDPFRPRLOtFLtas (nesse sentido, note-se a doutrina de Andrey Borges de Mendonça, em sua excelente obra Nova Reforma do Código de Processo Penal. Ed. Método, p. 171). Prova ilícita por derivação Há provas que se originam de outras. Tratam-se das provas derivadas. Assim, se uma prova é derivada de uma prova ilícita, também se contamina com a sua ilicitude. É a chamada Teoria americana dos frutos da árvore envenenada, de inspiração da parábola bíblica de que: “Não existe árvore boa que dê frutos ruins, nem árvore ruim que dê frutos bons” (Lucas, 6:43). O art. 157 do CPP, como vimos, em seu parágrafo primeiro, em regra, veda a utilização das provas ilícitas por derivação, in verbis: “São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas”. Entretanto, esse mesmo dispositivo estatui que: “Salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras”. Logo, infere-se que a legislação processual penal adotou a teoria dos fruits of de poisonous tree, mas com limitações ou reservas. Há duas limitações previstas no parágrafo primeiro do art. 157. Também tem origem na jurisprudência americana, que adota as seguintes teses: a. Limitação da fonte independente: considerando TXHDLOLFLWXGHGDSURYD¿FDDIDVWDGDVHGHPRQVtrada a inexistência de nexo causal com a prova ilícita. b. Limitação da descoberta inevitável: considera-se lícita a prova que seria produzida de qualquer forma, independentemente da prova ilícita originária. Desentranhamento As provas ilícitas carreadas aos autos devem ser deles retirada, isto é, desentranhadas, conforme determina o caput do art. 157 do CPP. Preclusa a decisão de desentranhamento, o parágrafo terceiro do art. 157 permite a destruição da prova, facultado às partes do processo acompanhar o incidente de inutilização. (VVDPHGLGDWHPSRU¿PHYLWDUTXHRXWURVMXt]HVHMXOgadores futuramente tenham conhecimento dessa prova ilícita e percam a sua imparcialidade, bem como “visa evitar LQÀXrQFLDV QmR H[SOtFLWDV DR PDJLVWUDGR QD GHFLVmR GD causa (os chamados ‘motivos ocultos da sentença’)” 11. 11 Mendonça, op. cit. p. 179. 33 NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE PRINCÍPIO DA RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO DEUSDEDY SOLANO É certo que a Constituição previu o princípio da inafastabilidade da jurisdição ou da proteção judiciária ao vedar que a lei afaste do judiciário o conhecimento de lesão ou ameaça de lesão a direito (art. 5º, XXXV, da CF). Entretanto, um processo judicial pode vir a se estender, causando em alguns casos o strepitus fori (escândalo legal) e diversos inconvenientes para as partes. Atento a isso, o Congresso Nacional aprovou a EC n. 45/2004, que, entre outras inovações, acrescentou ao art. 5º da CF o inciso LXXVIII, que traz em seu conteúdo o princípio da celeridade ou da razoável duração do curso do processo, nos seguintes termos: “A todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação”. Dessa forma, para evitar a morosidade e procrastinaomRGRSURFHVVRHGHVXDVFRQVHTXrQFLDVPDOp¿FDVSDUDD liberdade, a propriedade, a honra e a imagem das pessoas, é assegurada a razoável duração do curso do processo. Esse princípio já estava previsto no Pacto de São José da Costa Rica, art. 7º, item 5: Toda pessoa presa, detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, à presença de um juiz ou outra autoridade autorizada por lei a exercer funções judiciais e tem o direito de ser julgada em prazo razoável ou de ser posta em liberdade, sem prejuízo de que prossiga o processo. Sua liberdade pode ser condicionada a garantias que assegurem o seu comparecimento em juízo. Dependendo dos motivos, é possível que a prisão cautelar seja atacada por habeas corpus, quando houver excesso de prazo ou violação a esse princípio constitucional, o que reclama uma urgente revisão parcial na jurisprudência dos Tribunais Superiores, entre eles a do STJ, que tem súmulas sobre o tema: 6~PXODGR67-3URQXQFLDGRRUpX¿FDVXSHUDda a alegação do constrangimento ilegal da prisão por excesso de prazo na instrução. Súmula 52 do STJ: Encerrada a instrução criminal, ¿FD VXSHUDGD D DOHJDomR GH FRQVWUDQJLPHQWR SRU excesso de prazo. Súmula 64 do STJ: Não constitui constrangimento ilegal o excesso de prazo na instrução, provocado pela defesa. Antes do advento da Lei n. 11.464/2007 era vedada a concessão de liberdade provisória aos crimes hediondos, mas, mesmo assim, o STF, antes da reforma na lei dos crimes hediondos, tinha o entendimento de que: “A proibição de liberdade provisória nos processos por crimes hediondos não veda o relaxamento da prisão processual por excesso de prazo” (súmula 697 do STF). OUTROS PRINCÍPIOS PROCESSUAIS PENAIS a) Proibição de juízo de exceção (art. 5º, XXXVII, da CF): “Não haverá juízo ou tribunal de exceção.” 34 b) Igualdade ou isonomia (art. 5º, caput, da CF): “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança, e à propriedade.” c) Duplo grau de Jurisdição: A todos é assegurada a reavaliação de uma sentença judicial. Este princípio está previsto implicitamente na estrutura do poder judiciário. d) Intranscedência (art. 5º, XLV, da CF): “A pena não passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, no termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido.” NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS SUM ÁRIO DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS (ADOTADA E PROCLAMADA PELA RESOLUÇÃO 217-A (III) – DA ASSEMBLEIA GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS, EM 10 DE DEZEMBRO DE 1948)........................................................................................................................................................... 530 OS DIREITOS HUMANOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 (ARTIGOS 5º AO 15). ........................536 REGRAS MÍNIMAS PARA O TRATAMENTO DE PESSOAS PRESAS DA ONU. ..............................................558 PROGRAMA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS (PNDH-3), DECRETO N. 7.037/2009 E ALTERAÇÕES. ....541 PORTARIA INTERMINISTERIAL N. 4.226/2010, DO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E DA SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA (ESTABELECE DIRETRIZES SOBRE O USO DA FORÇA PELOS AGENTES DE SEGURANÇA PÚBLICA) .................................................................................569 EXERCÍCIOS 1. WELLINGTON ANTUNES (SEJUS-DF/ ESPECIALISTA EM ASSISTÊNCIA SOCIAL/ CIÊNCIAS CONTÁBEIS) Acerca da Declaração Universal dos Direitos Humanos, assinale a alternativa correta. a. A Declaração é documento fortemente inspirado pela doutrina religiosa da Igreja Católica e baseia-se na crença em um deus único e no amor ao próximo. b. A Declaração pressupõe as diferenças culturais entre os povos, mas adota determinados princípios e regras com caráter absoluto e pretensão de universalidade, como a proscrição da escravidão e da tortura e a igualdade de todos perante a lei. c. $¿PGHJDUDQWLURGLUHLWRjLPDJHPHDSULYDFLGDde dos cidadãos, a Declaração estabelece que, no caso de alguém ser processado criminalmente, deverá ser julgado pelo órgão competente em processo sigiloso; o sigilo somente deverá ser levantado na hipótese de condenação transitada em julgado. d. Pelo fato de reconhecer o direito à liberdade de locomoção e a relevância do intercâmbio cultural entre os povos, a Declaração propugna a possibilidade de livre entrada e saída dos indivíduos em qualquer país, em tempo de paz. e. Devido à inspiração de natureza socialista vigente na época de sua aprovação, a Declaração não menciona de forma expressa o direito à propriedade privada 8. Os chamados direitos de solidariedade correspondem, no plano dos direitos fundamentais, aos direitos de seJXQGD JHUDomR TXH VH LGHQWL¿FDP FRP DV OLEHUGDGHV concretas, acentuando o princípio da igualdade. 9. A individualidade é uma das características dos direitos humanos fundamentais, e, nesse sentido, eles são dirigidos a cada ser humano isoladamente considerado, o TXH VH MXVWL¿FD HP UD]mR GDV GLIHUHQoDV GH QDFLRQDOLGDGHVH[RUDoDFUHGRRXFRQYLFomRSROtWLFR¿ORVy¿FD 10. Os direitos fundamentais são os direitos humanos reconhecidos como tais pelas autoridades às quais se atribui o poder político de editar normas, tanto no interior dos Estados quanto no plano internacional; são, assim, os direitos humanos positivados nas Constituições, nas leis, nos tratados internacionais. 11. &RPR¿PGD3ULPHLUD*XHUUD0XQGLDODHVWUXWXUDGR direito internacional dos direitos humanos começou a se consolidar. A essa época, os direitos humanos tornaram-se uma legítima preocupação internacional e, então, foram criados mecanismos institucionais e de instrumentos que levaram tais direitos a ocupar um espaço central na agenda das organizações internacionais. 12. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, não detentora de qualquer força jurídica, segundo a doutrina GRPLQDQWHDOpPGH¿[DUXPHOHQFRGHGLUHLWRVHOLEHUdades fundamentais a serem garantidos pelos Estados-partes, determina as sanções aplicáveis no caso de seu descumprimento. 2. (DPE-ES/ DEFENSOR PÚBLICO) A universalidade e a indivisibilidade são características próprias da concepção contemporânea dos direitos humanos. 3. (DPE-ES/ DEFENSOR PÚBLICO) A concepção contemporânea dos direitos humanos surgiu com o término da Primeira Grande Guerra Mundial. 13. 4. (DPE-ES/ DEFENSOR PÚBLICO) A mudança de nacionalidade é direito assegurado pela Declaração Universal de Direitos Humanos. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, datada de 1948, foi o marco da internacionalização da proteção aos direitos humanos. 14. A proteção internacional dos direitos humanos está desvinculada do processo de universalização dos direitos humanos. 15. (OAB/ EXAME DE ORDEM UNIFICADO – V/ PRIMEIRA FASE) A respeito da internacionalização dos direitos humanos e dos direitos humanos no Brasil, assinale a alternativa correta. a. -iDQWHVGR¿PGD,,*XHUUD0XQGLDORFRUUHXDLQWHUnacionalização dos direitos humanos, com a limitaomRGRVSRGHUHVGR(VWDGRD¿PGHJDUDQWLURUHVpeito integral aos direitos fundamentais da pessoa humana. b. A limitação do poder, quando previsto na Constituição, garante por si só o respeito aos direitos humanos. c. A criação de normas de proteção internacional no âmbito dos direitos humanos possibilita a responsabilização do Estado quando as normas nacionais forem omissas. d. A internacionalização dos direitos humanos impõe que o Estado, e não o indivíduo, seja sujeito de direitos internacional. 5. (PM-AL/ SOLDADO COMBATENTE DA POLÍCIA MILITAR) De acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, os direitos humanos são indivisíveis, em razão de se sucederem de geração em geração, em processo permanente e contínuo de evolução econômica e progresso moral da sociedade humana. 6. (PM-AL/ SOLDADO COMBATENTE DA POLÍCIA MILITAR) A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi elaborada durante a Primeira Grande Guerra Mundial, para promover a consolidação dos direitos humanos, dos povos e das nações. 7. (PM-AL/ SOLDADO COMBATENTE DA POLÍCIA MILITAR) A principal função dos direitos humanos é garantir o respeito à dignidade humana, tutelando homens e mulheres contra os excessos do Estado e estabelecendo prerrogativas e direitos que lhes assegurem, ao menos, o mínimo de condições de vida. (PM-AL/ OFICIAL COMBATENTE DA POLÍCIA MILITAR) Com relação ao conceito, à evolução e à abrangência dos direitos humanos, julgue os itens. 36 (DPE-RR/ DEFENSOR PÚBLICO) No que concerne à proteção internacional dos direitos humanos, julgue os itens. (DPE-SE/ DEFENSOR PÚBLICO) De acordo com precedentes do STF, os programas nacionais de direitos humanos, dada a sua natureza jurídica, têm a mesma força normativa dos tratados internacionais sobre direitos humanos, aprovados pelo Congresso Nacional. 17. (DPE-RO/ DEFENSOR PÚBLICO) O Programa Nacional de Direitos Humanos a. LGHQWL¿FDGHVGHDVXDSULPHLUDHGLomRRVyUJmRV estatais diretamente responsáveis pela realização das diretrizes ou ações nele previstas. b. é atualizado respeitando-se a periodicidade estabelecida na CF. c. não foi positivado quando de sua primeira edição, já que havia sido produzido exclusivamente por iniciativa da sociedade civil organizada. d. LQFRUSRURX Do}HV HVSHFL¿FDPHQWH UHODFLRQDGDV j DP apenas a partir de sua segunda edição. e. encontra-se em sua terceira edição, que incorporou proposições oriundas da 11ª Conferência Nacional dos Direitos Humanos e de outras tantas conferências temáticas nacionais. 18. 19. (PC-CE/ INSPETOR DE POLÍCIA CIVIL/ ADAPTADA) Acerca da teoria geral dos direitos humanos e da dignidade da pessoa humana, julgue os itens a seguir. A dignidade da pessoa humana é um fundamento da República Federativa do Brasil e é fundamento reconhecido na Declaração Universal de Direitos Humanos. (DPE-MA/ DEFENSOR PÚBLICO) Considerando que a Política Nacional de Direitos Humanos é responsável SHORGHVHQYROYLPHQWRGHSROtWLFDVS~EOLFDVSDUDDD¿Umação dos direitos humanos na sociedade brasileira, assinale a opção correta acerca dos programas nacionais de direitos humanos (PNDHs). a. A implementação do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos visa fortalecer os direitos humanos como instrumento transversal das políticas públicas e revisar a legislação sobre abuso de auWRULGDGHHGHVDFDWRjDXWRULGDGHFRQIRUPHGH¿QLdo no PNDH-1. b. O PNDH-3 apresenta propostas para o aperfeiçoamento do poder público no desenvolvimento de políticas públicas de prevenção ao crime e à violência, reforçando a noção de acesso universal à justiça como direito fundamental. c. O Plano Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção do Trabalhador AdoOHVFHQWHWHPSRU¿QDOLGDGHFRRUGHQDUDVGLYHUVDV formas de intervenção estabelecidas no PNDH-2, de forma a assegurar a eliminação do trabalho infantil. d. O PNDH-2 prevê ações em prol do direito à memória e à verdade, que incluem a promoção da apuração e do esclarecimento público das violações de direitos humanos praticadas no contexto da repressão política ocorrida no Brasil, com o propósito de promover a reconciliação nacional. e. O PNDH-1 foi lançado em 1996 com o objetivo de HVWDEHOHFHU Do}HV HVSHFt¿FDV SDUD JDUDQWLU R GLreito a educação, saúde, previdência e assistência social, trabalho, moradia, meio ambiente saudável, alimentação, cultura e lazer, assim como de estabelecer propostas voltadas para a educação e sensibilização de toda a sociedade brasileira, visando à construção e consolidação de uma cultura de respeito aos direitos humanos. 20. (DPE-MA/ DEFENSOR PÚBLICO) Considerando a teoria geral dos direitos humanos, assinale a opção correta. A característica da indivisibilidade dos direitos humanos decorre da constatação de que a condição de pessoa é o único requisito para a sua titularidade de direitos e das necessidades humanas universais. (MPE-AM/ PROMOTOR DE JUSTIÇA) Ao tratar da tutela dos direitos humanos, o art. 5º da CF aborda uma série de questões de natureza internacional. Nesse sentido, julgue os itens que se seguem. 21. O Brasil reconhece a jurisdição de todos os tribunais penais internacionais que atuem contra a prática de crimes contra a humanidade. 22. A partir da Emenda Constitucional n. 45/2004, que introduziu os incisos 3º e 4º ao art. 5º da CF, os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos passaram a ter força de emenda constitucional, desde que tais atos internacionais sejam aprovados em ambas as Casas congressuais, em turno simples de votação, e por maioria simples de votos de seus respectivos membros. 23. O referido artigo reconhece hierarquia constitucional D WUDWDGRV GH GLUHLWRV KXPDQRV ¿UPDGRV SHOR %UDVLO estando estes, portanto, acima das normas infraconstitucionais, como os demais tratados. 24. 2 UHIHULGR DUWLJR FXLGD HVSHFL¿FDPHQWH GR WHPD GH concessão de asilo a perseguidos por crimes políticos ou de opinião, conforme o fazem as democracias modernas. 25. (DPU/ DEFENSOR PÚBLICO) Os direitos humanos de primeira geração referem-se às reivindicações de condições dignas de trabalho e originam-se das lutas sociais desencadeadas com a Revolução Industrial. 26. (DPU/ DEFENSOR PÚBLICO) Os direitos humanos de segunda geração ainda não foram incorporados à legislação nacional, permanecendo, pois, como normas programáticas do direito internacional humanitário. 27. (DPU/ DEFENSOR PÚBLICO) Devido a comando expresso da CF, o Brasil rege-se, em suas relações internacionais, entre outros, pelo princípio da prevalência dos direitos humanos. 37 NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS 16. 28. (MPE-RO/ PROMOTOR DE JUSTIÇA) Os tratados de direitos humanos, ainda que aprovados apenas no SeQDGR)HGHUDOHPGRLVWXUQRVHSRUPDLRULDTXDOL¿FDGD equiparam-se às emendas constitucionais. 29. (MPE-RO/ PROMOTOR DE JUSTIÇA) A concessão de asilo político é prevista no acervo garantista do art. 5º da CF, que também proíbe a extradição e o banimento de quaisquer brasileiros, sem exceções, do território nacional. 30. (DPE-PI/ DEFENSOR PÚBLICO) A proteção dos direitos humanos no Brasil conta com legislação que instituiu o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH). A respeito do PNDH, assinale a opção correta. a. Nesse programa, não é feita alusão à proteção internacional dos direitos humanos. b. O acompanhamento da implementação do PNDH deve ser feito pelo MP Federal. c. Os direitos econômicos não são promovidos pelo PNDH. d. Os direitos culturais não são promovidos pelo PNDH. e. Os direitos sociais são promovidos pelo PNDH. WELLINGTON ANTUNES 31. (DPE-PI/ DEFENSOR PÚBLICO) A respeito da incorporação dos tratados internacionais de proteção dos direitos humanos ao direito brasileiro, assinale a opção correta. a. Antes da EC n. 45, não havia, na doutrina brasileira, menção ao fato de que os tratados internacionais sobre direitos humanos deveriam ter o status de norma constitucional. b. Após a EC n. 45, todos os tratados internacionais passaram a possuir status de norma constitucional. c. Após a EC n. 45, foi dado nova abordagem aos tratados internacionais sobre direitos humanos. d. Os tratados internacionais sobre direitos humanos não necessitam de aprovação pelo Congresso Nacional. e. O STF sempre considerou o tratado internacional sobre direitos humanos como norma constitucional superveniente. 32. (DPE-PI/ DEFENSOR PÚBLICO) Os direitos fundamentais surgem todos de uma vez, não se originam de processo histórico paulatino. 33. (DPE-PI/ DEFENSOR PÚBLICO) As gerações de direitos humanos mais recentes substituem as gerações de direitos fundamentais mais antigas. 34. (DPE-PI/ DEFENSOR PÚBLICO) A proteção dos direitos fundamentais é objeto também do direito internacional. 35. (MPE-RO/ PROMOTOR DE JUSTIÇA) Após as consequências devastadoras da Segunda Guerra Mundial, os países resolveram criar uma organização mul- 38 ti e supranacional para regular as relações entre os povos. Nesse marco, surgiu, em 1945, a Carta das Nações, cujos fundamentos visavam, essencialmente, à manutenção da paz internacional, que incluía a proteção da integridade territorial dos Estados frente à agressão e à intervenção externa; ao fomento entre as nações de relações de amizade, levando em conta os princípios de igualdade, soberania e livre determinação dos povos; e à realização de cooperação internacional para solução de problemas internacionais de caráter econômico, social, cultural e humanitário, incluindo o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais, sem fazer distinção por motivos de raça, sexo, idioma ou religião. A Carta das Nações deu origem à ONU, que, posteriormente, criou uma carta de direitos – a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) – adotada e proclamada pela Resolução 217-A (III) da Assembleia Geral das Nações Unidas, em 10 de dezembro de 1948. Acerca dos direitos fundamentais previstos no documento mencionado no texto acima, assinale a opção incorreta. a. A DUDH surgiu para atender ao clamor de toda a humanidade e buscou realçar alguns princípios básicos fundamentais para a compreensão da dignidade humana, entre eles, a liberdade e a igualdade. b. A DUDH protege o genoma humano como unidade fundamental de todos os membros da espécie humana e também reconhece como inerentes sua dignidade e sua diversidade. Em um sentido simbólico, a DUDH reconhece o genoma como a herança da humanidade. c. $'8'+D¿UPDTXHRGHVUHVSHLWRDRVGLUHLWRVKXmanos é causa da barbárie. d. A DUDH assegura o direito de resistência. 36. (DPE-PI/ DEFENSOR PÚBLICO) Os direitos fundamentais possuem determinadas características que foram objeto de detalhado estudo da doutrina nacional e internacional. A respeito dessas características, assinale a opção correta. a. O princípio da universalidade impede que determinados valores sejam protegidos em documentos internacionais dirigidos a todos os países. b. A irrenunciabilidade dos direitos fundamentais não destaca o fato de que estes se vinculam ao gênero humano. c. É característica marcante o fato de os direitos fundamentais serem absolutos, no sentido de que eles devem sempre prevalecer, independentemente da existência de outros direitos, segundo a máxima do “tudo ou nada”. d. A imprescritibilidade dos direitos fundamentais vincula-se à sua proteção contra o decurso do tempo. e. A inviolabilidade evita o desrespeito dos direitos fundamentais por autoridades públicas, entretanto permite o desrespeito por particulares. (DPE-PB/ DEFENSOR PÚBLICO) Sobre os PrograPDV1DFLRQDLVGH'LUHLWRV+XPDQRVpFRUUHWRD¿UPDU a. a) Os Programas Nacionais de Direitos Humanos possuem força vinculante para as ações dos órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e Ministério Público, bem como às ações estratégicas da Defensoria Pública de concretização das políticas públicas de promoção dos direitos humanos. b. b) O II Programa Nacional de Direitos Humanos 31'+ ODQoRX Do}HV HVSHFt¿FDV UHIHUHQWHV DR combate à impunidade e à violência policial, tendo obtido avanços, como a adoção de leis sobre o reconhecimento do próprio Estado da responsabilidade das mortes de pessoas desaparecidas em razão de participação política, transferência da justiça militar para a justiça comum dos crimes dolosos contra a vida praticados por policiais militares e a WLSL¿FDomRGRFULPHGHWRUWXUD c. Os Programas Nacionais de Direitos Humanos contam com a articulação do governo federal com a sociedade civil para a elaboração da redação comum, reconhecendo-se, porém, o caráter governamental desses Programas, já que a sociedade civil colabora, mas não decide. d. O III Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3) causou ampla repercussão na mídia e em grupos de interesses contrários a determinadas ideias defendidas, gerando alterações no texto original, como, por exemplo, a posterior inclusão da PHGLDomRQRVFRQÀLWRVDJUiULRVFRPRPHGLGDSUHliminar à avaliação da concessão de medidas liminares. e. No Brasil, a competência administrativa de realizar políticas públicas de implementação de direitos humanos é exclusiva da União, já que as obrigações de reparar os danos e prevenir condenações interQDFLRQDLVFRQ¿UPDPRLQWHUHVVHGHVWHHQWHIHGHUDtivo para agir e estabelecer as ações estratégicas no plano interno. b. Cada estabelecimento prisional terá uma biblioteca para o uso de todas as categorias de presos, devidamente provida com livros de recreio e de instrução, e os presos serão estimulados a utilizá-la. c. Serão absolutamente proibidos, como punições por faltas disciplinares, os castigos corporais, a detenção em cela escura, e todas as penas cruéis, desumanas ou degradantes, a menos que um médico possa declarar que o preso tenha condições de suportá-la. d. O preso que não trabalhar ao ar livre deverá ter, pelo menos, quatro horas por dia para fazer exercícios físicos apropriados ao ar livre, sem prejuízo do horário de banhos de sol. e. Será exigido que todos os presos mantenham-se OLPSRVSDUDHVWH¿PWRGRVRVSUHVRVGHYHUmRDGquirir e trazer consigo seus próprios artigos de higiene necessários à sua saúde e limpeza. 41. (DPE-BA/ DEFENSOR PÚBLICO) Os programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades, tais como garantia de oportunidade de emprego para DWRUHV ¿JXUDQWHV H WpFQLFRV QHJURV QD SURGXomR GH ¿OPHVVmRDo}HVD¿UPDWLYDVSDUDJDUDQWLURGLUHLWRj igualdade. 42. (DPE-GO/ DEFENSOR PÚBLICO) Um dos documentos mais importante das Nações Unidas é a Declaração Universal dos Direitos Humanos, assinada em 1948, que, em seu preâmbulo, enumera considerações e, em seguida, declara pontualmente direitos humanos universais por meio de vários artigos. No preâmbulo, considera-se que: a. ninguém será mantido em escravatura ou em servidão; a escravatura e o trato dos escravos, sob todas as formas, são proibidos. b. ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes. c. todos são iguais perante a lei e, sem distinção, têm direito a igual proteção da lei. d. todos têm direito à proteção igual contra qualquer discriminação que viole a declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação. e. todas as nações devem ser encorajadas ao desenvolvimento de relações amistosas entre si. 43. (PC-SP/ DELEGADO DE POLÍCIA) Segundo o que dispõe a Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU, toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países. No entanto, esse direito não pode ser invocado, entre outros, em caso de perseguição a. de militante político que tenha se evadido clandestinamente de seu país de origem. b. de pessoa que claramente tenha se rebelado contra o regime de governo de seu país. c. por razões de ordem política. d. por motivos religiosos. e. legitimamente motivada por crimes de direito comum. (MTE/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO) Acerca do Programa Nacional de Direitos Humanos III (PNDH-3), julgue os itens que se seguem. 38. É prevista como objetivo estratégico do PNDH-3 a garantia do trabalho decente, adequadamente remunerado, exercido em condições de equidade e segurança. 39. A diretriz referente à garantia dos direitos humanos de forma universal, indivisível e interdependente, de modo a assegurar a cidadania plena, consta no eixo orientador denominado Desenvolvimento e Direitos Humanos do PNDH-3. 40. (PC-SP/ DELEGADO DE POLÍCIA) Assinale a alternativa que está expressamente de acordo com as Regras Mínimas das Nações Unidas para o Tratamento dos Presos. a. Os presos doentes que necessitem de tratamento especializado deverão ter toda a assistência médica, psicológica, psiquiátrica ou odontológica adequada dentro do próprio estabelecimento prisional, TXHGHYHUiDGHTXDUVXDVLQVWDODo}HVSDUDHVVH¿P 39 NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS 37. GABARITO WELLINGTON ANTUNES 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. 31. 32. 33. 34. 35. 36. 37. 38. 39. 40. 41. 42. 43. b C C C E E C E E E E E E E c E e C b E E E E C E E C E E e c E E C b d d C E b C e e 40 LÍNGUA PORTUGUESA SUM ÁRIO COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS DE GÊNEROS VARIADOS ..............................................578 RECONHECIMENTO DE TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS ...............................................................................584 DOMÍNIO DA ORTOGRAFIA OFICIAL. EMPREGO DAS LETRAS. EMPREGO DA ACENTUAÇÃO GRÁFICA... 613 DOMÍNIO DOS MECANISMOS DE COESÃO TEXTUAL. EMPREGO DE ELEMENTOS DE REFERENCIAÇÃO, SUBSTITUIÇÃO E REPETIÇÃO, DE CONECTORES E OUTROS ELEMENTOS DE SEQUENCIAÇÃO TEXTUAL. EMPREGO/CORRELAÇÃO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS ......................................................606 DOMÍNIO DA ESTRUTURA MORFOSSINTÁTICA DO PERÍODO. RELAÇÕES DE COORDENAÇÃO ENTRE ORAÇÕES E ENTRE TERMOS DA ORAÇÃO. RELAÇÕES DE SUBORDINAÇÃO ENTRE ORAÇÕES E ENTRE TERMOS DA ORAÇÃO. EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO. CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL. EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE. COLOCAÇÃO DOS PRONOMES ÁTONOS. .....629 REESCRITURA DE FRASES E PARÁGRAFOS DO TEXTO. SUBSTITUIÇÃO DE PALAVRAS OU DE TRECHOS DE TEXTO. RETEXTUALIZAÇÃO DE DIFERENTES GÊNEROS E NÍVEIS DE FORMALIDADE .......578 CORRESPONDÊNCIA OFICIAL (CONFORME MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA) ....663 COMPREENSÃO (OU INTELECÇÃO) E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS Iniciamos nossos trabalhos com o artigo de Fábio Ulhoa Coelho, publicado no jornal Folha de São Paulo no dia 1º de janeiro de 2013: Objetividade, concisão e comedimento. No artigo, o autor observa que há em nossa Justiça excesso de argumentos desimportantes, de linguagem redundante e com adjetivos demais e de mesuras desmedidas. A leitura do texto se faz importante pelo fato de ressaltar a importância da linguagem em nossa sociedade. BRUNO PILASTRE Não poderia ter sido mais feliz a receita para o aperfeiçoamento da Justiça brasileira formulada pelo ministro Joaquim Barbosa, em seu objetivo, conciso e comedido discurso de posse na presidência do Supremo Tribunal Federal. Para o novo presidente da Corte Suprema, precisamos GHXPD-XVWLoD³VHP¿UXODVVHPÀRUHLRVHVHPUDSDSpV´ )LUXODV VmR DUJXPHQWRV DUWL¿FLDOPHQWH FRPSOH[RV usados como expediente diversionista, para impedir ou retardar a apreciação da essência das questões em julgamento (o mérito da causa). Apegos a detalhes formais sem LPSRUWkQFLDpXPH[HPSORGH¿UXOD Floreios são exageros no uso da linguagem, oral ou escrita. Expediente empregado em geral no disfarce da falta de conteúdo do discurso, preenche-o de redundâncias, hipérboles e adjetivações. E rapapés são mesuras desmedidas que mal escondem um servilismo anacrônico. Todos devemos nos tratar com respeito e cordialidade, dentro e fora dos ambientes judiciários, mas sempre com o virtuoso comedimento. )LUXODV ÀRUHLRV H UDSDSpV VmR SHUQLFLRVRV SRUTXH redundam em inevitável desperdício de tempo, energia e recursos. Combater esses vícios de linguagem, por isso, tem todo o sentido no contexto do aprimoramento da Justiça. 2 RSRVWR GD ¿UXOD p D REMHWLYLGDGH R FRQWUiULR GRV ÀRUHLRVpDFRQFLVmRDQHJDomRGRVUDSDSpVpRFRPHGLmento. A salutar receita do ministro Barbosa recomenda discursos objetivos, concisos e comedidos. São discursos que, aliás, costumam primar pela elegância. eXPDUHFRPHQGDomRGLULJLGDDWRGRVRVSUR¿VVLRQDLV jurídicos: magistrados, promotores e advogados. Precisam todos escrever e falar menos, para dizerem mais. Arrazoados jurídicos e decisões longas são relativamente recentes. Nas primeiras décadas do século passado, elas ainda eram escritas à mão. Isso por si só já estabelecia um limite (por assim dizer, físico) aos arroubos. Os pareceres de Clóvis Beviláqua, o autor do anteprojeto do Código Civil de 1916, tinham cerca de cinco ou seis laudas. Depois, veio a máquina de escrever. Embora tenha tornado a confecção de textos menos cansativa, ela também impunha limites físicos à extensão. No tempo do manuscrito HGDGDWLORJUD¿DRWDPDQKRGRWH[WRHUDVHPSUHSURSRUFLRnal ao tempo gasto na produção do papel. O computador rompeu decididamente este limite. Com o “recorta e cola” dos programas informatizados de redação, produzem-se textos de extraordinárias dimensões em alguns poucos segundos. 42 2V SUR¿VVLRQDLV GR GLUHLWR QmR WrP FRQVHJXLGR UHVLVtir à tentação de fabricar alentados escritos abusando dos recursos da informática. Clientes incautos ainda são impresVLRQiYHLVH¿FDPRUJXOKRVRVFRPDUREXVWH]GDVSHoDVGH seu advogado. Claro, há questões de grande complexidade, que H[LJHPGRVSUR¿VVLRQDLVGRGLUHLWRPDLRUHVGLJUHVV}HVHIXQdamentações, gerando inevitavelmente textos mais extensos. Tamanho exagerado nem sempre, assim, é sinônimo GH¿UXODÀRUHLRRXUDSDSp0DVpXPERPLQGLFDWLYRGHVWHV vícios, porque os casos realmente difíceis correspondem à PLQRULDHVmRIDFLOPHQWHUHFRQKHFLGRVSHORVSUR¿VVLRQDLVGD iUHD1mRVHMXVWL¿FDJUDQGHJDVWRGHSDSHOHWLQWDQDVLJQL¿FDWLYDPDLRULDGRVSURFHVVRVHPFXUVR Pois bem. Se a receita do ministro Barbosa melhora a -XVWLoDHQWmRDTXHVWmRSDVVDDVHUDLGHQWL¿FDomRGHPHGLdas de incentivo ao discurso objetivo, conciso e comedido. A renovação da linguagem jurídica necessita de vigorosos estímulos. Alegar que estimular maior objetividade fere o direito GHDFHVVRDR-XGLFLiULRRXjDPSODGHIHVDp¿UXOD/DPHQWDU que a concisão importa perda de certo tempero literário das SHoDV SURFHVVXDLV p ÀRUHLR 2EMXUJDU TXH R FRPHGLPHQWR agride a tradição é rapapé. Se a exortação do ministro Barbosa desencadear, como se espera, a renovação da linguagem jurídica, a sua posse na presidência do Supremo Tribunal Federal se tornará ainda mais histórica. Após a leitura do texto de Fábio Ulhoa Coelho, vejamos o que Evanildo Bechara nos diz sobre como analisar um texto: Os dez mandamentos para a análise de textos I – Ler duas vezes o texto. A primeira para tomar contato com o assunto; a segunda para observar como o texto está articulado; desenvolvido. II – Observar que um parágrafo em relação ao outro pode indicar uma continuação ou uma conclusão ou, ainda, uma falsa oposição. III – Sublinhar, em cada parágrafo, a ideia mais importante (tópico frasal). IV – Ler com muito cuidado os enunciados das questões para entender direito a intenção do que foi pedido. V – Sublinhar palavras como: erro, incorreto, correto etc., para não se confundir no momento de responder à questão. VI – Escrever, ao lado de cada parágrafo, ou de cada estrofe, a ideia mais importante contida neles. VII – Não levar em consideração o que o autor quis dizer, mas sim o que ele disse; escreveu. VIII – Se o enunciado mencionar tema ou ideia principal, deve-se examinar com atenção a introdução e/ou a conclusão. IX – Se o enunciado mencionar argumentação, deve preocupar-se com o desenvolvimento. X – Tomar cuidado com os vocábulos relatores (os que remetem a outros vocábulos do texto: pronomes relativos, pronomes pessoais, pronomes demonstrativos etc.). Compreensão ou intelecção de texto Consiste em analisar o que realmente está escrito, ou seja, coletar dados do texto. O enunciado normalmente assim se apresenta: As considerações do autor se voltam para... Segundo o texto, está correta... De acordo com o texto, está incorreta... Tendo em vista o texto, é incorreto... O autor sugere ainda... De acordo com o texto, é certo... 2DXWRUD¿UPDTXH Interpretação de Texto Consiste em saber o que se infere (conclui) do que está escrito. O enunciado normalmente é encontrado da seguinte maneira: O texto possibilita o entendimento de que... Com apoio no texto, infere-se que... O texto encaminha o leitor para... Pretende o texto mostrar que o leitor... O texto possibilita deduzir-se que... Três erros capitais na análise de textos Para o gramático, há três erros capitais na análise de textos: extrapolação, redução e contradição. • Extrapolação É o fato de se fugir do texto. Ocorre quando se interpreta o que não está escrito. Muitas vezes são fatos reais, mas que não estão expressos no texto. Deve-se ater somente ao que está relatado. • Redução É o fato de se valorizar uma parte do contexto, deixando de lado a sua totalidade. Deixa-se de considerar o texto como um todo para se ater apenas à parte dele. • Contradição É o fato de se entender justamente o contrário do que está escrito. É bom que se tome cuidado com algumas palavras, como: “pode”; “deve”; “não”; verbo “ser” etc. Bechara, Evanildo. Gramática escolar da língua portuguesa. Rio de Janeiro, 2006. (Com adaptações) A propósito da noção de erro, SAVIOLI & FIORIN (2001), na obra “Manual do candidato: português”, publicada pela Fundação Alexandre de Gusmão, apresentam a seguinte análise: Nos textos em que é de rigor a utilização da norma culta, o uso das construções abaixo seria inaceitável: a) Por isso, em nome de todos os comediantes e humoristas, gostaria de lançar este pequeno protesto, pois, sendo o prefeito uma autoridade governamenWDO¿FDPXLWRGLItFLOSDUDQyVSREUHVPRUWDLVigualar-se jYHUYHR¿FLDO-{6RDUHVVeja, 24.05.1995, p. 95). (Uso de forma de 3ª pessoa do singular em lugar da de 1ª pessoa do plural). b) Qual é a personagem que mais lhe DWUDLQR¿OPH" (O Estado de S. Paulo, 29.05.1995, D10). (Uso do pronome oblíquo dativo – que indica objeto indireto – em lugar do pronome oblíquo acusativo – que manifesta objeto direto). c) Nem os seguranças de Mário Covas acreditam na falta de cerimônia do patrão. Que foi surpreendido em pleno fuça a fuça no gabinete do Bandeirantes com dois vendedores de plano de saúde – que ele próprio tinha autorizado a entrada (Folha de S. Paulo, 10.04.1995, 5-2). (Uso inadequado do pronome relativo: o correto seria cuja entrada ele próprio tinha autorizado). d) Sobre a minha renovação de contrato com o São Paulo, posso adiantar que já tivemos uma conversa no sábado, onde já evoluiu bastante (Goleiro Zetti, Programa Bate-bola, TV Gazeta, 31.01.1993). (Uso do onde no lugar de que). e) Há momentos na vida que você não pode errar (Propaganda da Agroceres. Falta da preposição em diante do relativo com função de adjunto adverbial de tempo). f) Espero que o pessoal UHÀHWH VREUH R VLJQL¿FDGR desta Copa do Mundo (Rivelino, Programa Apito Final, 08.07.1990, TV Bandeirantes). (Uso do indicativo pelo subjuntivo). g) Dá licença que eu tenho que me lavá a louça da janta. Se o Zé descobre que dormi na cama dele, me mata eu e me mata você (Falas da novela A próxima vítima. Veja. 12.04.1995, p. 8). Os “erros” a seguir prejudicam a comunicação, pois o OHLWRU¿FDVHPVDEHURTXHTXLVGL]HUTXHPHVFUHYHXDIUDVH Vejamos alguns exemplos: a) Já houve o tempo da moreninha, da loirinha e agora chegou a vez da ruivinha. A cor do cabelo, no entanto, faz pouca diferença, pois a fórmula para conquistar jovens platéias com um interesse maior em sexo do que em música. O segredo do sucesso na música pop é um rostinho – e um corpinho – feminino bonito e bem sensual (Folha de S. Paulo, 17.09.1989, apud Unicamp 1989). (Observe que, no segundo parágrafo, a oração iniciada por pois não tem predicado: não se sabe de que fórmula falava o enunciador). b) Embora as enchentes, todos os anos, continuem a destruir cidades inteiras em algumas regiões do Nordeste, provocando prejuízos que chegam a milhões de dólares. (Nesse período não há oração principal: a primeira oração iniciada por embora é subordinada adverbial concessiva; a segunda é uma subordinada adverbial temporal reduzida de gerúndio). 43 LÍNGUA PORTUGUESA Proponho, como exercício, aplicar os “Dez mandamentos” à leitura do texto de Ulhoa. 9HMDPRVDJRUDFRPR%HFKDUDGH¿QHcompreensão e interpretação de texto: Além dos casos de agramaticalidade, constituem também erros as violações de relações discursivas, ou seja, de relações entre partes e segmentos do texto: por exemplo, o uso de conectores argumentativos inadequados, a criação de enunciados ambíguos etc. Nesse caso, pode-se dizer que temos verdadeiras agramaticalidades discursivas. Vejamos alguns exemplos: a) PC Farias responde a mais de 30 inquéritos de corrupção na Polícia Federal (Jornal Nacional, 30.11.1993). (Nesse caso, há uma ambiguidade: pode-se entender que PC Farias responde na Polícia Federal a 30 inquéritos de corrupção ou responde a 30 inquéritos por ter corrompido agentes da Polícia Federal). b) Os estudantes que pretendem ingressar na Unicamp, no próximo vestibular, concordam com o decreto do governo. Estão reclamando, apenas, que a Universidade de Campinas está exigindo a leitura de um livro que entrará no exame inexistente no Brasil: $ FRQ¿VVmR GH /~FLR, de Mário de SáCarneiro. (Isto é Senhor, 14.09.1989, apud Unicamp 1989). (Pela posição em que foi colocado, o adjetivo inexistente parece estar referindo-se a exame). c) O presidente americano [...] produziu um espetácuORFLQHPDWRJUi¿FRHPQRYHPEURSDVVDGRQD$UiELD Saudita, onde comeu peru fantasiado de marine no mesmo bandejão em que era servido aos soldados americanos (Veja, 09.01.1991, apud Unicamp 1992). (Tem-se a impressão de que fantasiado se refere a peru e de que o presidente era servido aos soldados). d) Há meses não chove em Brasília. Portanto, o governo não pensa em racionamento de água. (Nesse caso, é completamente despropositado o uso do conector conclusivo portanto; o que se deveria era usar o adversativo mas). Até o momento, vimos que três fenômenos de natureza diferente são considerados erros: a) desvio da norma adequada a uma dada situação de comunicação; b) agramaticalidade da estrutura da frase ou do período; c) violação de relações discursivas. BRUNO PILASTRE Há, no entanto, outros fenômenos distintos que também são erros linguísticos. a) (UURV GH RUWRJUD¿D$ RUWRJUD¿D p R FRQMXQWR GH FRQYHQo}HV TXH UHJHP D JUD¿D GDV SDODYUDV (Vsas convenções, no caso dos países de língua portuguesa, resultam de acordos entre os diferenWHVSDtVHV$VQRUPDVGHRUWRJUD¿DVmRFRHUFLWLYDV para todos os falantes. Gosta de fama de bad boy (garoto mal) e faz tudo o que pode para mantê-la (Folha de S. Paulo, 11.06.1995, 4-5). (O adjetivo é grafado com u (mau) e o advérbio com I (mal)). 44 Escrevi crônica pedindo aos leitores que sugerissem formas do ex-deputado se matar e recebi cerca de 1300 cartas com as propostas mais ilárias (O Estado de S. Paulo, 22.05.1995, D2). (Aqui temos dois problemas: hilária escreve-se com h; a forma correWDGRDGMHWLYRTXHVLJQL¿FD³TXHID]ULU´philariante). b) Erro por imposição de uma tradição do ensino. Nesse caso, entram aqueles fatos linguísticos que pertenciam à norma culta da língua, mas que se alteraram e que a escola considera ainda como fatos reais do português. O atraso no pagamento implicará em multa. (Há hoje uma oscilação na regência do verbo implicar: é usado tanto como transitivo direto, quanto como transitivo indireto com a preposição em; a única regência considerada correta pela tradição gramatical é sem a preposição). Custei a perceber o problema. (O verbo custar, no sentido de “ser custoso”, é ensinado como unipessoal; só se considera correto custou-me perceber o problema). Não tenho nenhuma dó de criminosos. (O substantivo dó é ensinado como masculino). Leia esta crônica de Raul Drewnick, publicada em O Estado de S. Paulo, de 25.04.1995, em que um desses erros por imposição da tradição de ensino é analisado com muita graça. A noite estava quase tão gostosa quanto o chope e o salaminho. Na mesa do bar, os seis amigos, todos catedráticos em mulher e futebol, conversavam disso mesmo, porque não houve, não há e nunca haverá assunto melhor para o brasileiro do que mulher e futebol. Sharon Stone foi comparada com Letícia Spiller. Romário com Túlio. Angélica com Xuxa, Viola com Edmundo e, depois de muito bate-boca, se chegou àquela conclusão de sempre: nenhuma. Duas horas mais tarde, já sob o efeito das rodadas de chopinho que de dez em dez minutos o garçom renovava, eles mudaram um pouco o debate. Começaram a comparar Sharon Stone com Romário, Letícia Spiller com Túlio, Angélica com Viola e Xuxa com Edmundo. Discutiram, exalWDUDPVH TXDVH VH GHVHQWHQGHUDP H QR ¿P FKHJDUDP DR mesmo resultado do debate anterior: nenhum. Não houve vencedores. E vencidos, se houve, foram os chopinhos e os salaminhos, dizimados assim que se atreviam a aparecer. (VWDYDPIHOL]HV(IHOL]HV¿FDUDPDWpTXHXPGHOHVRPDLV fofoqueiro dos seis, começou a contar a história de uma garota, vizinha dele, famosa pelas curvas do corpo e pela generosidade do coração. – Vocês precisam conhecer a Adriana. É um estouro, um petardo, uma bomba atômica! Se ela sai de casa e vai até a esquina, a rua toda treme. Se ela vai um pouco mais longe, explode todo o quarteirão. ±1RVVDHODpWXGRLVVRPHVPR"(QWmRDJHQWHSUHcisa conhecer. – Ela não é tudo isso. É tudo isso e mais um pouco. Tudo isso e mais bastante. E ela topa qualquer parada. Já namorou com o bairro inteiro. ±2TXHIRLTXHYRFrGLVVH" – Eu disse que a menina é um avião e namora com todo mundo. 2TXHpTXHYRFrHVWiHVWUDQKDQGR" – Eu estou estranhando que você, um sujeito com instrução, diga uma asneira como essa. ±4XHDVQHLUD" – Que a menina namora com todo mundo. – Mas é verdade. A Adriana é uma devoradora de homens. Dos 8 aos 80 não escapa um. – Não estou censurando o comportamento dela. Estou é indignado com o seu desconhecimento gramatical. ±&RPRPHXGHVFRQKHFLPHQWRJUDPDWLFDO"9RFrSRGH PHH[SOLFDULVVR" – Você disse que ela namora com. ±'LVVH(GDt" – Daí que isso é uma barbaridade. O verbo namorar é transitivo direto. Quem namora, namora alguém, não namora com alguém. Enquanto o acusado de crime contra a gramática assumiu um triste ar de réu para merecer a clemência dos amigos, um deles, quase tão empertigado, quanto o gramático de plantão, protestou: – Espere aí, Aristarco. Você está massacrando o Cordeiro à toa. O dicionário do Aurélio diz que namorar com é perfeitamente válido. – Ah, Praxedes, eu não esperava que você me viesse com essa. Você sabe muito bem que o Aurélio não é uma boa fonte. O Aurélio admite tudo: nóis vai, nóis fumo... – Você está querendo dizer, Aristarco, que você tem PDLVDXWRULGDGHGRTXHR$XUpOLR" – Não. O que eu estou querendo dizer é que em nenhum outro dicionário você vai achar esse absurdo de namorar com. No início do debate, o Cordeiro, que sem querer tinha provocado a confusão, ainda tentou acompanhar os argumentos dos dois gramáticos, cada vez mais nervosos. Depois ele acabou dormindo, como os outros. Acordou dali a dez minutos, com a voz trovejante de seu defensor, o Praxedes. [...] Antes que o Aristarco, já rubro de cólera, apresentasse sua contraargumentação, o Cordeiro resolveu mostrar-se grato ao seu advogado: – É isso aí, Praxedes, você está certo. Deixe de ser chato, Aristarco. 9RFr TXHU VDEHU GH XPD FRLVD" 1DPRUDU p WmR ERP mas tão bom, que até namorar contra é gostoso. c) Hipercorreção. É o uso de uma forma vista como correta no lugar de uma outra considerada indevidamente errada. Vejamos alguns exemplos: Não haverão UHFXUVRV VX¿FLHQWHV SDUD R WpUPLQR das obras. (O verbo haver, no sentido de “existir”, é impessoal. Portanto, a construção correta seria 1mRKDYHUiUHFXUVRVVX¿FLHQWHVSDUDRWpUPLQRGDV obras. No entanto, imagina-se que o sujeito seja UHFXUVRVVX¿FLHQWHVe que o verbo deva concordar com ele). O galfo escapou-lhe das mãos (como em certas camadas sociais troca-se o l por r, em palavras como calça, maldade, calcanhar, pensa-se que a forma correta de garfo seja galfo). d) Falsa análise do enunciado. É aquele erro cometido por uma análise inadequada da frase, quando se atribui a uma palavra ou expressão uma função sintática que ela não exerce, quando se estabelecem relações sintáticas inexistentes, quando se realizam analogias improcedentes dentro do período. Vejamos alguns exemplos: Vai chover multas na volta do feriado (Folha da Tarde, 31.12.1992,1). (Nesse caso, atribui-se à palavra, que é o sujeito, a função de objeto direto e, por conseguinte, não se realiza a concordância. A frase correta seria Vão chover multas na volta do feriado). Pode-se argumentar, é certo, que eram previsíveis os percalços que enfrentariam qualquer programa de estabilização [...] necessário no Brasil (Folha de S. Paulo, 07.10.1990, apud Unicamp 1991). (Atribui-se ao pronome relativo que, que retoma o substantivo percalços, a função de sujeito e não de objeto direto e faz-se a concordância do verbo com o antecedente percalços e não com o verdadeiro sujeito qualquer programa de estabilização). Quando ele resolver apresentar-se, oferecer explicações convincentes e obter o apoio da opinião pública, talvez seja inocentado (usa-se obter no lugar de obtiver, porque os verbos que aparecem antes no futuro do subjuntivo, por serem regulares, DSUHVHQWDPXPDIRUPDLJXDOjGRLQ¿QLWLYRRYHUER irregular obter contagia-se da regularidade dos anteriores, sobretudo porque todos terminam em-er). 6RXFODUDHGH¿QLWLYDPHQWHSHODDGPLVVLELOLGDGHGR impeachment – correndo o risco até do auto-suicídio político (Dep. Antônio Morimoto (PTB-RO) Folha de S. Paulo, 24.09.1992, 1-4). (Analisa-se suicídio FRPRXPWHUPRQmRUHÀH[LYRHSRULVVRDFUHVFHQta-se a ele auto, TXHVLJQL¿FD³VLPHVPR´ Muitas vezes, também a hipercorreção resulta de uma falsa análise do enunciado. A diferença, no entanto, é que ela acaba resultando, para quem a pratica, numa regra de uso: por exemplo, certas pessoas nunca usam impessoalmente o verbo fazer indicando tempo passado (dizem sempre fazem muitos dias e não faz muitos dias). e) Falsas analogias. São aquelas formas criadas por analogia com as regularidades da língua ou pelo estabelecimento de correspondências, que de fato não existem, entre certas formas da língua. Diferentemente do caso anterior, não se trata aqui de relações indevidas estabelecidas entre termos no interior de um período, mas da falsa pressuposição de simetrias entre formas da língua. 45 LÍNGUA PORTUGUESA Nesse ponto, o mais empertigado dos seis amigos arregalou os olhos e perguntou, com expressão de espanto: [Os astecas] não só conheciam o banho de vapor, tão prezado na Europa, como mantiam o hábito de banhar-se diariamente (Superinteressante, out. 1992, apud Unicamp 1993). (Usa-se mantiam no lugar de mantinham, porque se faz a seguinte analogia: se comer faz a 3ª pessoa do pretérito imperfeito do indicativo comiam, vender faz vendiam, prender faz prendiam, então manter faz mantiam). O governo interviu muito na economia nestes últimos anos (usa-se interviu por interveio, porque se faz a seguinte analogia: se partir tem, para a 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo, a forma partir tem; partiu, dormir tem dormiu, cair tem caiu, então intervir tem interviu). O novelo deslisou pelo chão (usa-se deslisar por deslizar, porque se associa falsamente esse verbo ao adjetivo liso; notese que existe, em português o verbo deslisar, PXLWRSRXFRXVDGRTXHVLJQL¿FD “alisar” e que não se confunde com o verbo deslizar, que quer dizer “escorregar brandamente”). f) Impropriedades lexicais. É o uso de uma palavra FRP XP VLJQL¿FDGR TXH HOD QmR WHP PDV TXH VH atribui a ela indevidamente, em geral por uma semelhança fônica muito acentuada com o termo que seria adequado. Estações de metrô de mármore, com lustres de cristal, contrastam com a miséria da população. A OX[~ULDde Moscou tem seu contraponto no silêncio GRPRVWHLUR'RQVNRLFULDGRQR¿QDOGRVpFXORe um conjunto arquitetônico elegante e modesto (O Estado de S. Paulo, 30/5/1995, G10). (Luxúria, em português, não VLJQL¿FD³OX[R´PDV³VHQVXDOLGDGH´ Os erros ou inadequações de linguagem não têm todos o mesmo efeito: alguns prejudicam a compreensão do texto; outros comprometem o enunciador. BRUNO PILASTRE As Forças Armadas brasileiras já estão treinando 3 mil soldados para atuar no Haiti depois da retirada das tropas americanas. A Organização das Nações Unidas (ONU) solicitou o envio de tropas ao Brasil e a mais quatro países, disse ontem o presidente da Guatemala, Ramiro de León (O Estado de S. Paulo, 24.09.1994, apud Unicamp 1995). Nesse caso, a má colocação da expressão ao Brasil e a mais quatro países prejudica a compreensão do enunciado, pois dá a entender que a ONU solicitou o envio de tropas ao Brasil e a mais quatro países, quando na verdade ela solicitou ao Brasil e a mais quatro países que enviassem tropas ao Haiti. No caso abaixo, os erros linguísticos comprometem o enunciador, pois criam dele a imagem de alguém sem qualquer intimidade com a língua e, portanto, de alguém bastante rústico. 46 O dom da oratória O pronunciamento do presidente Collor anteontem em cadeia nacional de rádio e TV despertou no ex-deputado José Costa (PMDB) recordações que coleciona para incluir em um livro de memórias e casos políticos de Alagoas. Há alguns anos – bem antes de alguém pensar em modernizar os portos – o deputado federal Ozeas Cardoso, amigo de Arnon de Mello, pai do presidente Collor, ajudou, por uma circunstância qualquer da vida, a categoria dos estivadores. Eram os tempos de guerra da velha UDN, partido do deputado. Sensibilizados, os trabalhadores resolveram promover uma festa para agradecer a mãozinha. O estivador escolhido para falar na ocasião atendia pelo sugestivo apelido de “Quebra Poste”. Homem simples, começou se desculpando por não saber falar direito a língua pátria. Com essa limitação, mas fazendo questão de expressar toda a gratidão da categoria, “Quebra Poste” resumiu a mensagem em poucas palavras: – Seu nome, deputado, já diz tudo: tem o “o” de “onesto” e o “c” de “cincero”. (Folha de S. Paulo, 23.06.1992) ASSUNTO, TEMA, TESE, TÍTULO, PONTO DE VISTA, ARGUMENTAÇÃO Quando vamos escrever uma redação precisamos saber qual o assunto que desejamos abordar. Os assuntos VmR SUDWLFDPHQWH LQ¿QGiYHLV IDPtOLD VH[R DPRU GLQKHLUR estudo, violência, guerra, desemprego, política, senado, corUXSomRLJUHMDIpDWHtVPRHQ¿P O tema e o título são, com muita frequência, empregados como sinônimos. Contudo, apesar de serem partes de um mesmo tipo de composição, são elementos bem diferentes. O tema é o assunto, já delimitado, a ser abordado; a ideia que será por você defendida e que deverá aparecer logo no primeiro parágrafo. Já o título é uma expressão, ou até uma só palavra, centrada no início do trabalho; ele é uma vaga referência ao assunto (tema). Tese: assim como todo assunto pode ser limitado a um WHPDHVSHFt¿FRRWHPDSRUVXDYH]WDPEpPSRGHHGHYH ser restringido a uma tese ou proposição. Ponto de vista: é associada à ótica. Pode ser na ótica de uma criança, de um adulto, de uma mulher; de uma pessoa letrada, de um explorado ou do explorador. A argumentação é um recurso que tem como propósito convencer alguém, para que esse tenha a opinião ou o comportamento alterado. ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO SUM ÁRIO ÉTICA E MORAL ...........................................................................................................................................684 ÉTICA, PRINCÍPIOS E VALORES ...................................................................................................................684 ÉTICA E DEMOCRACIA: EXERCÍCIO DA CIDADANIA .................................................................................684 ÉTICA E FUNÇÃO PÚBLICA .........................................................................................................................684 ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO CONSIDERAÇÕES GERAIS REBECA GUIMARÃES $ pWLFD p GLVFLSOLQD WUDGLFLRQDO GD ¿ORVR¿D WDPEpP FRQKHFLGDSRU¿ORVR¿DPRUDOTXHHVWDEHOHFHSULQFtSLRVGH como o ser humano deve agir. 2XWUDVGH¿QLo}HV • eXPSDGUmRDSOLFiYHODXPJUXSREHPGH¿QLGR o qual nos permite avaliar agentes e suas ações. • 3HQVDPHQWR UHÀH[LYR VREUH RV YDORUHV H DV normas que regem as condutas humanas. • Conjunto de princípios e normas que um grupo HVWDEHOHFH SDUD R VHX H[HUFtFLR SUR¿VVLRQDO como, por exemplo, os Códigos de Ética dos advogados, médicos, psicólogos, etc. Ética e Moral A palavra ética tem origem grega ethosTXHVLJQL¿FDR modo de ser, o caráter. A moral, por sua vez, vem do latim mos,VLJQL¿FDQGRFRVWXPH$PRUDOHDpWLFDQmRQDVFHPFRP o homem, mas sim são adquiridas por ele com o hábito. Pode-se concluir então que, ética e moral tem origem nas relações coletivas dos seres humanos nas sociedades onde nascem e vivem. É justamente na vida social e comunitária que o homem se reconhece e se realiza como um ser moral e ético. Apesar de serem muitas vezes usadas como sinônimos, alguns estudiosos fazem uma distinção entre essas duas palavras: Moral, como sendo um conjunto de normas, princípios, preceitos, costumes e valores que norteiam o comportamento do indivíduo no seu grupo social, e ética FRPRDOJR¿ORVy¿FRHFLHQWt¿FRTXHWHPFRPRREMHWRRFRPportamento moral, tentando perceber, fazer compreender, demonstrar e criticar a moral de uma sociedade. A ética e a moral dizem respeito ao modo de agir perante o outro. No Brasil, a ideia de moral ganha força na própria Constituição que traz, ao longo de seu texto, alguns elementos TXHLGHQWL¿FDPTXHVW}HVpWLFDVHPRUDLVFRPRSRUH[HPSOR em seu art. 5º, onde estabelece o repúdio ao racismo, ou até mesmo em seu art. 1º, em que estabelece como fundamento da República Federativa do Brasil a dignidade da pessoa humana, segundo o qual todo ser humano, sem distinção, merece tratamento digno correspondente a um valor moral. A moralidade humana deve ser enfocada no contexto histórico-social. As decisões, escolhas, ações e comportamentos fazem surgir os problemas morais do cotidiano, pois necessitam de um julgamento de valor do que é justo ou injusto, bom ou mau, certo ou errado, pela moral da época. Valores e Princípios 8PYDORUpJHQHULFDPHQWHWXGRDTXLORTXHD¿UPDPRV merecer ser desejado. Dá um caráter positivo a algo que o possui. Os valores são eleitos pela própria sociedade, sendo necessários ao convívio entre seus membros e limitando a discricionariedade que cada indivíduo tem de determinar o que é moral. Assim, é diminuída a margem para que cada um determine o que é, e o que não é moral, o que acabaria por acarretar na total relativização das regras (cada um tem as suas e faz o que bem entender). Trata-se de um consenso 48 mínimo, de um conjunto central de valores, indispensável à sociedade democrática, orientando nossas escolhas e decisões. Uma ação é certa ou errada em função de suas consequências ou resultados provocados, avaliados segundo um determinado padrão de valor. A resposta à questão “o TXH HX GHYR ID]HU"´ p GH¿QLGD HP IXQomR GR FiOFXOR GDV consequências. É necessário destacar que a ética não estabelece PDQGDPHQWRV XPD YH] TXH QmR H[LVWHP UHJUDV GH¿QLWLvamente estabelecidas ou absolutas, mas sim um “eterno SHQVDU UHÀHWLU FRQVWUXLU´ 2 SHQVDPHQWR pWLFR VH GHVHQvolve em princípios, haja vista o caráter abstrato dos valores em questão. As pessoas não nascem boas ou ruins. É a sociedade TXHHGXFDPRUDOPHQWHVHXVPHPEURVDWUDYpVGHLQÀXrQFLD da família, da escola, dos meios de comunicação e do convívio com outras pessoas. Ética e democracia: exercício da cidadania A democracia é um regime político e também um modo de sociabilidade, tendo como pressupostos a justiça, a igualdade e a equidade, regulando as relações sociais e permiWLQGRDH[SUHVVmRGDVGLIHUHQoDVHFRQÀLWRVORJRSHUWHQFH ao núcleo moral central da sociedade. Com a democracia, deve-se levar em conta a liberdade, DWROHUkQFLDRGLIHUHQWHHDVDEHGRULDGHFRQYLYHUFRPDVGL¿culdades. Essa valorização da liberdade, ao contrário do que se possa pensar, não colide com a presença de um conjunto central de valores, mas sim garante a possibilidade da liberdade humana, estabelecendo limites para que todos possam fazer uso da mesma, de forma a mantê-la. A cidadania, por sua vez, vai além da conquista de igualdade de direitos e deveres a todos os seres humanos, relacionando-se com uma vida digna para todos os cidadãos. A ideia de cidadania está adstrita a um conjunto de direitos e deveres que permite aos cidadãos participar da vida política e da vida pública, como por exemplo, a possibilidade de votar e ser votado, participar ativamente na elaboração das leis e exercer funções públicas. Entretanto, para que o modelo de democracia seja justo e almeje a liberdade individual e coletiva, é necessário que a igualdade e a equidade sejam complementares, ou seja, que a equidade venha a estabelecer um princípio da diferença dentro da igualdade. Se pensarmos em democracia, sem levar em consideração as desigualdades existentes, acabamos por destruir a liberdade. Portanto, uma lei somente poderá ser considerada justa quando, além de reconhecer que todos são considerados iguais perante ela, considerar as possíveis diferenças relacionadas a seu cumprimento ou sua violação. Ética e Função Pública Os agentes públicos, em sua atuação, agem em nome do Estado. Todos os desvios de sua conduta ética, direta RXLQGLUHWDPHQWHDEDODPDFRQ¿DQoDTXHWRGDDVRFLHGDGH deposita na Administração Pública, sendo fator de desmoralização do serviço público e acarretando a insatisfação de todos os que pagam seus tributos. A imagem e a reputação do administrador deve ser preservada e sua conduta deve sempre estar de acordo com os padrões éticos. As autoridades de nível superior hierárquico como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado. deverão ser exemplo para toda a Administração Pública, SDUDTXHDVVLPDVRFLHGDGHSRVVDFRQ¿DUQDLQWHJULGDGHH legalidade do processo decisório governamental. 2VHUYLoRS~EOLFRHQYROYHDFRQ¿DQoDGRS~EOLFRVHQGR assim, seu padrão ético, em grande parte, de sua própria natureza. No intuito de desenvolver o pensamento ético entre os seus servidores, a Administração, nos últimos anos, instituiu vários Códigos de Ética de observância obrigatória por todos os seus agentes, no sentido de criar uma consciência ética comum em todo o serviço público. $GLJQLGDGHRGHFRURR]HORDH¿FiFLDHDFRQVFLrQFLD dos princípios morais devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, uma vez que LUiUHÀHWLURH[HUFtFLRGDYRFDomRGRSUySULRSRGHUHVWDWDO Os atos, comportamentos e atitudes do servidor público devem ser conduzidos a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos. O servidor público jamais poderá desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto. O agente público deve ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, e sempre buscando melhor e a mais vantajosa opção para o bem comum. 6. Não apenas a preocupação acerca do legal e do ilegal, do justo e do injusto, do conveniente e do inconveniente deve nortear as decisões do servidor público, mas, principalmente, a preocupação com o honesto e o desonesto, de acordo com os parâmetros constitucionais. 7. Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado e da administração pública, a serem preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui regra que deve ser seguida, sob pena de comprometimento ético contra o bem comum. 8. $IXQomRS~EOLFDGHYHVHUWLGDFRPRH[HUFtFLRSUR¿VVLRQDOHSRUWDQWRRVIDWRVHDWRVYHUL¿FDGRVQDFRQGXWD do dia a dia do servidor, em sua vida privada, não poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional. 9. Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder público, deverá ser criada uma comissão de ética, que pode instaurar procediPHQWRGRTXDODRVHX¿PSRGHUHVXOWDUSHQDGHFHQsura ou suspensão. 10. Considera-se a função pública como integrada à vida particular do servidor, devido ao seu caráter de exercício SUR¿VVLRQDO 11. A conivência com o erro no serviço público é possível em situações em que o espírito de solidariedade entre os colegas deva prevalecer. 12. A participação do servidor público em estudos que visem à melhoria dos serviços prestados tem como objeWLYRSULRULWiULRRVHXDSHUIHLoRDPHQWRSUR¿VVLRQDO 13. É condição indispensável para o exercício da função pública o respeito à hierarquia, em qualquer circunstância. 14. É vedado ao servidor público sugerir qualquer tipo de prêmio para o cumprimento da sua missão. 15. O trabalho do servidor público segue princípios éticos, DVVLPDH¿FiFLDQDSUHVWDomRGRVVHUYLoRVVHULDDPDterialização desses princípios. 16. Embora contrário aos interesses da gestão pública, o servidor não poderá usar de falsidade na relação com o usuário. 17. O servidor público, no exercício de suas funções, deve decidir sobre o que é oportuno e o que é inoportuno, mas, em relação ao que é honesto ou não, deve ser consoante à cultura do ambiente em que atua. EXERCÍCIOS ÉTICA Julgue os itens a seguir, acerca do Código de Ética 3UR¿VVLRQDOGR6HUYLGRU3~EOLFR&LYLOGR3RGHU([HFXtivo Federal. 1. 2. 3. 4. 5. É dever do servidor público ter respeito à hierarquia, razão pela qual ele não deve representar contra seus superiores mesmo em situação em que estes comprometam a estrutura em que se funda o poder estatal. É dever do servidor tratar cuidadosamente os usuários dos serviços, aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com o público. A Administração Pública Federal indireta não está obriJDGDDFULDUFRPLVVmRGHpWLFDSUR¿VVLRQDOGRVHUYLGRU por outro lado, todos os órgãos e entidades da administração pública federal direta estão obrigados a criar tal comissão. As penas aplicáveis ao servidor público por comissão de ética são as mesmas que qualquer comissão de processo administrativo disciplinar pode sugerir, ou seja, advertência, suspensão e demissão. 3DUD¿QVGHDSXUDomRGRFRPSURPHWLPHQWRpWLFRHQWHQde-se por servidor público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, DLQGD TXH VHP UHWULEXLomR ¿QDQFHLUD GHVGH TXH OLJDGR direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, 49 ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO Ética no Setor Público 18. A conduta do servidor público, ao equilibrar a legaliGDGHHD¿QDOLGDGHGRDWRDGPLQLVWUDWLYRFRQVROLGDD moralidade na Administração Pública. 19. REBECA GUIMARÃES 20. 32. Causar danos por descuido a bens do patrimônio público não constitui uma ofensa ao Estado, mas aos que construíram esses bens. Márcio, servidor público, na certeza de que sua ausênFLDSURYRFDGDQRVDRWUDEDOKRHUHÀHWHQHJDWLYDPHQte em todo o sistema do órgão, é assíduo, pontual e produtivo. Nessa situação, Márcio apresenta conduta ética adequada ao serviço público. 33. José, chefe de uma repartição, utilizando-se das suas prerrogativas e com o objetivo de tornar pública todas as benfeitorias, obras e serviços realizados por ele no órgão, lançou uma campanha publicitária para promover-se, nessa circunstância José agiu de acordo com a ética no serviço público. Francisco, no exercício de cargo público, presenciou fraude praticada por seu chefe imediato no ambiente organizacional. Nessa situação, por ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos, Francisco agiu corretamente ao delatar seu chefe aos superiores. 34. Adriana, competente nos aspectos técnicos e comportamentais, frequentemente utiliza as prerrogativas de seu cargo público em razão de interesses pessoais. Nessa situação, Adriana faz uso dos direitos do funcionalismo público e age eticamente. 35. Lucas é servidor público do setor de atendimento do poder judiciário. Ele tem muitos afazeres e, por isso, deixa os clientes à espera de atendimento enquanto resolve os problemas internos do setor. Nessa situação, o comportamento dele caracteriza conduta contrária à ética no serviço público. 21. É assegurado o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo. 22. O servidor deve atender com presteza o público em geral, prestando todas as informações requeridas. 23. $GLJQLGDGHRGHFRURR]HORDH¿FiFLDHDFRQVFLrQcia dos princípios morais são primados maiores que devem nortear o servidor público, somente no exercíFLRGRFDUJRRXIXQomRS~EOLFDQRkPELWRSUR¿VVLRQDO 24. A moralidade da Administração Pública deve ser pautada na distinção entre o bem e o mal. 36. 25. O servidor que não tem uma conduta moral na sua YLGD SDUWLFXODU SRUpP p XP H[FHOHQWH SUR¿VVLRQDO dentro do serviço cumpre com a ética no serviço público, já que o essencial é exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo, sempre com vistas a DWHQGHUR¿PS~EOLFR Uma das formas de se avaliar se é ético um comportaPHQWRSUR¿VVLRQDOpYHUL¿FDUFRPRRVHUYLGRUFRQWULEXL para que a população tenha uma visão positiva a respeito da organização. 37. O servidor público deve abster-se de exercer sua funomRSRGHURXDXWRULGDGHFRP¿QDOLGDGHHVWUDQKDDR interesse público, mesmo não cometendo qualquer violação expressa à lei. 38. A cortesia no atendimento de qualquer usuário do serviço público é fundamental para o desenvolvimento SUR¿VVLRQDOGRVHUYLoRGHQWURGDLQVWLWXLomR 39. O servidor público pode retirar da repartição documento pertencente ao patrimônio público, sem prévia autorização da autoridade competente, se exercer cargo GHFRQ¿DQoDRXIXQomRjTXDOHVVHGRFXPHQWRHVWHMD relacionado. 40. O respeito à hierarquia e a disciplina não impede que o servidor público represente contra ato que caracterize omissão ou abuso de poder, ainda que esse ato tenha emanado de superior hierárquico. 26. A publicidade de todo e qualquer ato administrativo FRQVWLWXL UHTXLVLWR GH H¿FiFLD H PRUDOLGDGH VHQGR que sua omissão enseja comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem negar. 27. O servidor público que permite a formação de longas ¿ODVQDUHSDUWLomRHVWiDWHQWDQGRFRQWUDDPRUDOHD ética no serviço público. 28. É dever fundamental do servidor público participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a realização do bem comum. 29. É dever do servidor público abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com ¿QDOLGDGHHVWUDQKDDRLQWHUHVVHS~EOLFRPHVPRTXH observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei. 30. Não constitui ato imoral ao serviço público o servidor que embriaga-se habitualmente fora do serviço. 31. Tadeu, funcionário de um órgão de atendimento ao público, exerce suas atribuições com agilidade e correção e procura prioritariamente atender aqueles usuários mais necessitados, conforme a sua avaliação. Nessa situação Tadeu apresenta comportamento antiético, pois privilegia uns em detrimento de outros. 50 GABARITO 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. E C E E C C C E E C 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. E E E C C C E C E E 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. C E C E E E C C C E 31. 32. 33. 34. 35. 36. 37. 38. 39. 40. C C C E C C C C E C NOÇÕES DE INFORMÁTICA SUM ÁRIO NOÇÕES DE SISTEMA OPERACIONAL (AMBIENTES LINUX E WINDOWS). ......................................47/15/21 EDIÇÃO DE TEXTOS, PLANILHAS E APRESENTAÇÕES (AMBIENTES MICROSOFT OFFICE E BROFFICE). ..........................................................................................................................................................49/78 REDES DE COMPUTADORES. CONCEITOS BÁSICOS, FERRAMENTAS, APLICATIVOS E PROCEDIMENTOS DE INTERNET E INTRANET. PROGRAMAS DE NAVEGAÇÃO (MICROSOFT INTERNET EXPLORER, MOZILLA FIREFOX, GOOGLE CHROME E SIMILARES). ................................................................ 2/43/32/35 PROGRAMAS DE CORREIO ELETRÔNICO (OUTLOOK EXPRESS, MOZILLA THUNDERBIRD E SIMILARES). SÍTIOS DE BUSCA E PESQUISA NA INTERNET. GRUPOS DE DISCUSSÃO. REDES SOCIAIS. COMPUTAÇÃO NA NUVEM (CLOUD COMPUTING). ...................................................................9/97/11/96 CONCEITOS DE ORGANIZAÇÃO E DE GERENCIAMENTO DE INFORMAÇÕES, ARQUIVOS, PASTAS E PROGRAMAS. ..........................................................................................................................................20/31 SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO. PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA. NOÇÕES DE VÍRUS, WORMS E PRAGAS VIRTUAIS. APLICATIVOS PARA SEGURANÇA (ANTIVÍRUS, FIREWALL, ANTI-SPYWARE ETC.). PROCEDIMENTOS DE BACKUP. ARMAZENAMENTO DE DADOS NA NUVEM (CLOUD STORAGE). ...............................................................................................................................................11/96 BARRA DE FERRAMENTAS PADRÃO 1. 4. HENRIQUE SODRÉ Desfazer: reverte o último comando ou a última entrada digitada. Para selecionar o comando que o usuário deseja reverter, basta clicar na seta ao lado do ícone Desfazer. 15. Restaurar: o comando Restaurar reverte a ação do comando Desfazer. 16. *Ui¿FRFULDXPJUi¿FRQRGRFXPHQWRDWXDO 17. Tabela: insere uma tabela no documento. O usuário também pode clicar na seta, arrastar o mouse para selecionar o número de linhas e colunas a serem incluídas na tabela e, em seguida, clicar na última célula. 18. Hiperlink: abre uma caixa de diálogo que permite que o usuário crie e edite hiperlinks. 19. Exibir grade: permite exibir/ocultar a grade, alinhar automaticamente objetos às grades verticais e horizontais e trazer a grade para frente ou para trás dos objetos no slide. 20. Navegador: mostra ou oculta o Navegador. O usuário pode usá-lo para acessar rapidamente diferentes partes do documento e para inserir elementos do documento atual ou de outros documentos abertos, bem como para organizar documentos mestre. Para editar um item do Navegador, basta clicar com o botão direito do mouse no item e, em seguida, escolher um comando do menu de contexto. 21. Zoom: reduz ou amplia a exibição de tela do BrOI¿FHRUJ 22. $MXGDGR%U2I¿FHRUJabre a página principal da $MXGDGR%U2I¿FHRUJGR:ULWHU2XVXiULRSRGHSHUFRUrer as páginas da Ajuda e procurar por termos do índice ou por outro texto. Novo:FULDXPQRYRGRFXPHQWRGR%U2I¿FHRUJ 2. 3. 14. Abrir: abre ou importa um arquivo. Salvar: se o arquivo ainda não foi salvo, abre a janela Salvar como. Se o arquivo já existe, salva o arquivo ativo com o mesmo nome, local e formato do arquivo atual. Documento como e-mail: envia o documento atual como um anexo de e-mail com o programa padrão de e-mail. 5. Editar arquivo: permite que o usuário edite um documento somente leitura ou uma tabela de banco de dados. 6. Exportar diretamente como PDF: exporta o documento atual diretamente como PDF. Não é mostrada QHQKXPDFDL[DGHGLiORJRGHFRQ¿JXUDo}HV 7. Imprimir arquivo diretamente: imprime o docuPHQWR DWLYR FRP DV FRQ¿JXUDo}HV GH LPSUHVVmR padrão. 8. 9HUL¿FDomR RUWRJUi¿FD YHUL¿FD D RUWRJUD¿D manualmente. 9. $XWR9HUL¿FDomR RUWRJUi¿FD YHUL¿FD DXWRPDWLFDPHQWHDRUWRJUD¿DjPHGLGDTXHRXVXiULRGLJLWDH então sublinha os erros. 10. Recortar: remove o que estiver selecionado do documento ativo e o coloca na Área de transferência. 11. Copiar: copia a seleção para a área de transferência. 12. Colar: Insere o conteúdo da área de transferência na posição do cursor e substitui o texto ou os objetos selecionados. 13. Pincel de estilo: copia a formatação do objeto ou do texto selecionado e aplica-a a outro objeto ou a outra seleção de texto. 52 BARRA DE FERRAMENTAS FORMATAÇÃO 1. Nome da fonte: permite que o usuário selecione um nome de fonte na lista ou digite um nome de fonte diretamente. 2. Tamanho da fonte: permite que o usuário escolha entre diferentes tamanhos de fonte na lista ou que digite um tamanho manualmente. 3. 4. 5. Negrito: aplica o formato negrito ao texto selecioQDGR6HRFXUVRUHVWLYHUVREUHXPDSDODYUDHOD¿FDUi toda em negrito. Se a seleção ou a palavra já estiver em negrito, a formatação será removida. Itálico: aplica o formato itálico ao texto selecioQDGR6HRFXUVRUHVWLYHUVREUHXPDSDODYUDHOD¿FDUi toda em itálico. Se a seleção ou palavra já estiver em itálico, a formatação será removida. Sublinhado: sublinha o texto selecionado ou remove o sublinhado do texto selecionado. 18. Caractere: muda a fonte e a formatação de fonte dos caracteres selecionados. 19. Parágrafo:PRGL¿FDRIRUPDWRGRSDUiJUDIRDWXDO por exemplo, alinhamento e recuo. 20. Marcadores e numeração: adiciona marcadores ou numeração ao parágrafo atual e permite que o usuário edite o formato da numeração ou dos marcadores. 21. Cor da fonte: altera a cor do texto. 6. Sombra: aplica formatação de sombra. 7. Alinhar à esquerda: alinha o parágrafo selecionado em relação à margem esquerda da página. 8. Centralizar horizontalmente: centraliza na página os parágrafos selecionados. 9. Alinhar à direita: alinha os parágrafos selecionados em relação à margem direita da página. 10. -XVWL¿FDGR alinha os parágrafos selecionados em relação às margens esquerda e direita da página. 11. Ativar/Desativar marcadores: atribui pontos de marcação aos parágrafos selecionados ou os remove dos parágrafos com marcadores. 12. Promover: move o parágrafo selecionado para um nível acima na hierarquia de numeração ou de marcadores. 13. Rebaixar: move o parágrafo selecionado um nível para baixo em uma numeração ou em uma hierarquia de marcadores. 14. Mover para cima: posiciona o parágrafo selecionado antes do parágrafo que está acima dele. 15. Mover para baixo: posiciona o parágrafo selecionado depois do parágrafo que está abaixo dele. 16. Aumentar fonte: aumenta o tamanho da fonte. 17. Reduzir fonte: diminui o tamanho da fonte. Computação na Nuvem, em inglês, Cloud Computing, é uma ideia que existe já há algum tempo, mas atualmente está se popularizando cada vez mais. Nuvem foi o termo abstrato criado para ocultar a complexidade de uma infra estrutura de comunicação como, por exemplo, a Internet. Para que os usuários possam utilizar os serviços localizados na nuvem computacional, é necessário apenas possuir um sistema operacional, um navegador e acesso a Internet. Os recursos e processamentos serão realizados na nuvem. Portanto, o computador do usuário não precisará de grande poder de processamento tendo implicação direta no custo para a aquisição de máquinas por parte do usuário. A computação em nuvem permite que um usuário acesse dados e aplicações de qualquer computador conectado a Internet. Esse armazenamento de dados na nuvem, em inglês, é chamado de cloud storage. Para acessar dados ou aplicações, o usuário não terá que realizar instalação, FRQ¿JXUDomR DWXDOL]DomR GH VRIWZDUHV SURFHGLPHQWRV GH backup, controles de segurança e manutenção, o que facilita a vida do usuário. As ferramentas já estarão disponíveis e atualizadas por meio da nuvem. Porém, o usuário precisará de uma boa velocidade de conexão a Internet. Ou seja, se não houver conexão com a Internet, o serviço não estará disponível, pois as informações não estão armazenadas localmente, isto é, no computador do usuário. Como exemplos de aplicação da nuvem computacional, podemos citar os seguintes serviços gratuitos: • Google Docs: é um conjunto de ferramentas para edição de textos, planilhas eletrônicas e apresentação de slides. Por meio do endereço docs.google. com, o usuário poderá efetuar o login de qualquer máquina conectada a Internet e ter acesso a ferramentas semelhantes ao Word, Excel e Powerpoint. • Skydrive: funciona como um pen drive virtual, ou seja, ao invés do usuário carregar um pen drive o tempo todo correndo inclusive o risco de perdê-lo, o skydrive é um serviço gratuito da Microsoft que permite ao usuário cadastrado a disponibilidade de 25GB de espaço para armazenamento de arquivos na nuvem computacional. Ou seja, de qualquer computador conectado a Internet, o usuário poderá ter acesso a suas músicas, fotos, entre outras coisas. Além disso, é possível escolher que pastas compartilhar ou não. • Icloud: é um serviço criado pela Apple que permite que o usuário acesse os seus aplicativos, fotos mais 53 NOÇÕES DE INFORMÁTICA CLOUD COMPUTING E CLOUD STORAGE • recentes e o que mais desejar, a partir de qualquer dispositivo que estiver usando Iphone, Ipad, Ipod Touch, Mac ou PC. E ainda mantém e-mails, contatos e calendários sempre atualizados e em todos os seus dispositivos. Sem necessidade de sincronização manual ativada pelo usuário, pois a sincronização funciona automaticamente. Após cadastro, o usuário terá disponível até 5GB gratuitos de armazenamento na nuvem computacional. Caso queira, poderá contratar um espaço maior. Picnik: ferramenta on line para edição de imagens disponível por meio do endereço www.picnik.com. É possível corrigir fotos ou adicionar efeitos. Tudo sem precisar instalar programas no computador, pois as ferramentas estão disponíveis por meio da nuvem computacional. Há serviços baseados na computação em nuvem que, para serem utilizados, precisam ser pagos. O Software como Serviço, em inglês, Software as a Service (SaaS), é uma forma de trabalho em que o software é oferecido como um serviço. Portanto, o usuário poderá contratar o que for utilizar ou pelo tempo que for utilizar o serviço. Ou seja os serviços serão pagos baseado no uso. Um exemplo de aplicação paga, criada pela Microsoft, que utiliza o conceito de cloud computing é o Azure. HENRIQUE SODRÉ 2. (Nova mensagem): um clique simples no botão permite abrir uma janela para compor uma mensagem. 3. (Catálogo): permite criar um novo contato ou uma nova lista. A opção novo contato permite cadastrar dados do contato como nome e e-mail, endereço e telefone. A opção nova lista permite ao usuário enviar uma mensagem de correio eletrônico a um grupo de pessoas. 4. (Responder): abre uma janela que permite enviar uma mensagem de correio eletrônico ao remetente. Na janela que se abre, o campo Para estará preenchido com o e-mail do remetente e o conteúdo da mensagem será igual à recebida podendo ainda acrescentar conteúdo à mensagem. 5. (Responder a todos): abre uma janela que permite enviar uma mensagem de correio eletrônico ao remetente e a todos os destinatários da mensagem recebida. Na janela que se abre, o campo para estará preenchido com o e-mail do remetente e de todos os destinatários da mensagem recebida e seu conteúdo será igual à recebida podendo ainda acrescentar conteúdo à mensagem. 6. (Encaminhar): abre uma janela com o conteúdo igual ao da mensagem recebida que permite enviá-la para um destinatário escolhido pelo usuário podendo ainda acrescentar conteúdo à mensagem. A opção é muito utilizada para direcionar a mensagem recebida a um terceiro. 7. (Marcadores): destaca a mensagem com uma cor SDUDIDFLOLWDUDFODVVL¿FDomRGDPHQVDJHPFRPR,PSRUtante, Trabalho, Particular, Pendente, Adiar ou alguma RXWUDFODVVL¿FDomRTXHRXVXiULRSRGHUiFULDU 8. (Excluir): exclui a mensagem enviando-a para a lixeira. 9. (Spam): marca a mensagem como Spam, o que facilitará a posterior exclusão dessas mensagens marcadas como Spam. 10. (Imprimir): permite imprimir a mensagem que está sendo visualizada. 11. (Voltar): exibe a mensagem que foi vista anteriormente. 12. (Avançar): ao utilizar a opção Voltar, o botão $YDQoDU¿FDDWLYRSHUPLWLQGRDRXVXiULRYLVLWDUDPHQsagem que estava sendo visualizada antes do botão Voltar ser clicado. MOZILLA THUNDERBIRD O Mozilla Thunderbird é um gerenciador de contas de e-mail. Pode ser utilizado para receber ou enviar mensagens GHFRUUHLRHOHWU{QLFRDSyVVHUGHYLGDPHQWHFRQ¿JXUDGR Barra de Ferramentas 1. (Receber): com um clique simples no botão, o Thunderbird receberá as mensagens que estão no servidor de e-mail e armazenará na pasta Caixa de Entrada. Clicando-se no drop down, é possível espeFL¿FDUGHTXDOVHUYLGRUGHHPDLODVPHQVDJHQVVHUmR recebidas. 54 Caixas do Outlook 1. : exibe as mensagens recebidas do servidor de e-mail. Se aparecer um número do lado da caixa, este número indica quantas mensagens estão marcadas como não lidas. 2. : exibe as mensagens que ainda não foram enviadas. 3. : exibe as mensagens que foram salvas pelo usuário para posterior envio. : exibe as mensagens que já foram envia- 4. das. 5. : armazena as mensagens excluídas. Janela Edição Cabeçalhos 1. De: permite escolher por meio de qual servidor de e-mail será enviado a mensagem. 2. Para: utilizado para inserir o(s) endereço(s) de destino do correio eletrônico. Os endereços devem ser separados por (,) ou (;) e um espaço. 3. Cc (Com cópia): utilizado para inserir o(s) endereço(s) de quem também irá receber o correio eletrônico, mas como uma cópia. 4. Cco (Com cópia oculta): utilizado para inserir o(s) endereço(s) de quem também irá receber o correio eletrônico, mas como uma cópia. Os destinatários dos campos Para, Cc e Cco conseguem visualizar apenas os endereços de e-mail que estão localizados nos campos Para e Cc. 5. Assunto: insere o tema da mensagem, ou seja, uma ideia do que se trata a mensagem. O que for escrito no cabeçalho Assunto aparecerá na barra de títulos da janela Edição. Julgue os itens a seguir, a respeito dos sistemas operacionais Windows e Linux. É a Janela utilizada para compor uma nova mensagem. Barra de Ferramentas 1. (Enviar agora): envia a mensagem que foi editada para a Caixa de saída. 2. (Contatos): abre uma janela à esquerda onde o usuário poderá distribuir os contatos nos campos Para ou Cc. 3. 2UWRJUD¿DYHUL¿FDDRUWRJUD¿DGDPHQVDJHP que está sendo editada. Por padrão, o Thunderbird sublinha as palavras que estão com a escrita errada. 4. (Anexar): permite anexar um arquivo à mensagem que está sendo editada para que o arquivo seja enviado junto com a mensagem. Os nomes dos arquivos anexados são exibidos em uma janela à direita. 5. (Segurança): permite ao usuário assinar digitalmente uma mensagem ou criptografá-la. Para que o Thunderbird consiga enviar uma mensagem assinada GLJLWDOPHQWH RX FULSWRJUDIDGD XP FHUWL¿FDGR SHVVRDO deve ser instalado. 6. (Salvar): permite salvar a mensagem como arquivo de texto, rascunho ou modelo. 7. (Prioridade): permite ao XVXiULRFRQ¿JXUDUVHDPHQVDJHPpGHDOWtVVLPDDOWD normal, baixa ou baixíssima prioridade. A prioridade interfere na ordem com que as mensagens sairão da Caixa de Saída, ou seja, na ordem com que as mensagens serão enviadas. 1. (CESPE/FUB/NÍVEL SUPERIOR) Para se iniciar uma SHVTXLVD GH DUTXLYRV QR :LQGRZV p VX¿FLHQWH . pressionar simultaneamente as teclas $FHUFDGR0LFURVRIW2I¿FHMXOJXHRVLWHQVVXEsequentes. No que diz respeito aos conceitos e ferramentas de redes de computadores e ao programa de navegação Google Chrome, julgue os itens que se seguem. 2. (CESPE/FUB/NÍVEL SUPERIOR) Tanto o Ping quanto o Traceroute são ferramentas utilizadas na sondagem de uma rede de computadores. Julgue os itens seguintes, no que se refere ao programa de correio eletrônico Mozilla Thunderbird e ao conceito de organização e gerenciamento de arquivos. 3. (CESPE/FUB/NÍVEL SUPERIOR) O Mozilla Thunderbird permite que o usuário exclua automaticamente mensagens indesejadas por meio da utilização de ¿OWURV DLQGD TXH QmR IRUQHoD D RSomR GH EORTXHDU HPDLOVGHXPGRPtQLRHVSHFt¿FR Acerca dos procedimentos de segurança e de becape, julgue os itens subsecutivos. 4. (CESPE/FUB/NÍVEL SUPERIOR) A realização de becape dos dados de um computador de uso pessoal garante que o usuário recuperará seus dados caso ocorra algum dano em seu computador. 55 NOÇÕES DE INFORMÁTICA EXERCÍCIOS 5. (CESPE/FUB/NÍVEL SUPERIOR) A implantação de procedimentos de segurança nas empresas consiste em um processo simples, não sendo necessário, porWDQWRTXHVXDHVWUXWXUDUHÀLWDDHVWUXWXUDRUJDQL]DFLRnal da empresa. &RPUHIHUrQFLDjVLWXDomRPRVWUDGDQD¿JXUDDFLPD que reproduz parte de uma janela do Outlook Express, julgue os próximos itens. 9. (CESPE/MPU/ANALISTA DO MPU) Ao se clicar a , será apresentada a lista pasta de todos os emails que foram enviados a partir do Outlook Express. 10. (CESPE/MPU/ANALISTA DO MPU) Se o usuário em questão possuísse inscrição em Grupos de discussão ou Redes sociais, a opção todos — seria habilitada. 11. — Responder a (CESPE/MPU/ANALISTA DO MPU) O número (310) mostrado ao lado da opção indica o número de amigos que o usuário em questão possui. Julgue os itens subsequentes, relativos a conceitos de segurança da informação. 1D VLWXDomR PRVWUDGD QD ¿JXUD DFLPD TXH UHSURGX] parte de uma janela do sistema operacional Windows, HENRIQUE SODRÉ 6. 12. (CESPE/MPU/ANALISTA DO MPU) Procedimentos de becape são essenciais para a recuperação dos dados no caso de ocorrência de problemas técnicos no computador. 13. (CESPE/MPU/ANALISTA DO MPU) Phishing é a técnica de criar páginas falsas, idênticas às oficiais, para capturar informações de usuários dessas páginas. 14. (CESPE/MPU/ANALISTA DO MPU) O armazenamento em nuvem, ou em disco virtual, possibilita o armazenamento e o compartilhamento de arquivos e pastas de modo seguro, ou seja, sem que o usuário corra o risco de perder dados. (CESPE/MPU/ANALISTA DO MPU) ao clicar a opção , o usuário terá acesso ao banco de dados do sistema operacional Windows que apresenta as pastas e subpastas com os arquivos de programas desse sistema operacional. 7. (CESPE/MPU/ANALISTA DO MPU) a opção permite localizar arquivos ou pastas no computador local, dados na Internet ou, ainda, pessoas no Active Directory. 8. (CESPE/MPU/ANALISTA DO MPU) a opção possibilita que o usuário acesse informações a respeito dos discos disponíveis localmente e na rede, bem como das opções de computação em nuvem. $ ¿JXUD DFLPD TXH LOXVWUD XPD MDQHOD GR :LQGRZV mostra o conteúdo da pasta denominada Docs. Com UHIHUrQFLDjVLWXDomRPRVWUDGDQHVVD¿JXUDDR:LQGRZV 7 e a conceitos de informática, julgue o item abaixo. 15. &(63(3&')$*(17(3DUDVHYHUL¿FDUSRUPHLR de um programa antivírus instalado no computador, se os três arquivos da pasta Docs contêm algum tipo GHYtUXVRXDPHDoDGLJLWDOpVX¿FLHQWHFOLFDURERWmR , localizado próximo ao canto superior direito da janela. 56 e, em seguida, teclar ; clicar a célula D2 com o botão direito do mouse e, na lista de opções que surge em decorrência dessa ação, clicar a opção Copiar; clicar a célula D3; pressionar e manter pressionada a tecla e, em seguida, acionar a tecla . 16. 17. (CESPE/PCDF/AGENTE) A ferramenta pode ser usada para realçar o texto selecionado, à semelhança do que se pode fazer com um marca-texto em um texto manuscrito ou impresso sobre papel. (CESPE/PCDF/AGENTE) Ao se selecionar o trecho Distrito Federal e clicar no botão , esse trecho será excluído. O mesmo efeito ocorreria se, após a seleção desse trecho, fosse pressionada a tecla &RQVLGHUDQGRD¿JXUDDFLPDTXHLOXVWUDSDUWHGHXPD janela do PowerPoint 2010 com uma apresentação em processo de edição, julgue o item abaixo. 19. . $¿JXUDDFLPDPRVWUDXPDMDQHODGR([FHOFRP uma planilha em processo de edição. Essa planilha hipotética contém os preços unitários de cadeiras e mesas, assim como a quantidade de itens a serem adquiridos de cada um desses móveis. Com relação a essa planilha e ao Excel 2010, julgue o item seguinte. 18. (CESPE/PCDF/AGENTE) Para se inserir na célula D2 o preço total das duas mesas e na célula D3, o preço WRWDOGDVRLWRFDGHLUDVpVX¿FLHQWHUHDOL]DUDVHJXLQWH sequência de ações: clicar a célula D2; digitar =B2*C2 (CESPE/PCDF/AGENTE) A ferramenta correspondenpode ser usada em uma sequência de te ao botão ações para se ajustar o espaçamento entre caracteres de um texto da apresentação que for selecionado. Com relação ao navegador Google Chrome e à situDomR DSUHVHQWDGD QD ¿JXUD DFLPD TXH PRVWUD XPD janela desse software, julgue o seguinte item. 20. (CESPE/PCDF/AGENTE) Ao se clicar o botão , será exibida uma lista de opções, entre as quais uma que permitirá imprimir a página em exibição. 57 NOÇÕES DE INFORMÁTICA &RPUHODomRDR:RUGHj¿JXUDDFLPDTXHPRVWUD uma janela desse software com trecho de um texto em processo de edição, julgue os itens subsequentes. O uso de recursos de tecnologias da informação e das comunicações encontra-se difundido e disseminado em toda sociedade. Nesse contexto, ações de investigação criminal necessitam estar adaptaGDV SDUD LGHQWL¿FDU H SURFHVVDU HYLGrQFLDV GLJLWDLV de modo a produzir provas materiais. Para tanto, H[LVWHPGLYHUVRVWLSRVGHH[DPHVWpFQLFRFLHQWt¿FRV utilizados em investigações. Acerca desses exames, julgue os itens a seguir. (CESPE/PCDF/AGENTE) Computadores infectados com vírus não podem ser examinados em uma investigação, pois o programa malicioso instalado compromete a integridade do sistema operacional. 22. (CESPE/PCDF/AGENTE) Navegadores da Web poGHPVHUFRQ¿JXUDGRVSDUDQmRUHJLVWUDURVUHJLVWURV (logs) de navegação ou para excluí-los automaticaPHQWH(VVHWLSRGHDomRGL¿FXOWDRH[DPHGHLQIRUmações acerca de sítios web visitados a partir de determinado sistema. 23. (CESPE/PCDF/AGENTE) Exames em mensagens HOHWU{QLFDV WDLV FRPR HPDLOV SHUPLWHP LGHQWL¿FDU o responsável pelo envio das mensagens, uma vez que as mensagens utilizadas nesse tipo de comuniFDomRVHPSUHFRQWrPXPHQGHUHoRTXHLGHQWL¿FDR remetente da mensagem. HENRIQUE SODRÉ 21. Diversos protocolos são utilizados em uma comunicação pela Internet, mas apenas alguns deles contribuem para a segurança da comunicação. A esse respeito, julgue os itens seguintes. 24. 25. 26. (CESPE/PCDF/AGENTE) Os protocolos TLS (Transport Layer Security) e SSL (Secure Sockets Layer) SRVVXHP SURSULHGDGHV FULSWRJUi¿FDV TXH SHUPLWHP DVVHJXUDUDFRQ¿GHQFLDOLGDGHHDLQWHJULGDGHGDFRmunicação. (CESPE/PCDF/AGENTE) O protocolo DNS é usado para traduzir um nome em um endereço IP e vice-versa, ao passo que o FTP é um protocolo de transferência de arquivos que possui como requisito o protocolo de transporte UDP. Malware é qualquer tipo de software que pode causar algum impacto negativo sobre a informação, podendo afetar sua disponibilidade, integridade e FRQ¿GHQFLDOLGDGH2XWURVVRIWZDUHVVmRSURGX]LGRV para oferecer proteção contra os ataques provenientes dos malwares. Com relação a esse tema, julgue os próximos itens. (CESPE/PCDF/AGENTE) Firewalls são dispositivos de segurança que podem evitar a contaminação e a propagação de vírus. Por outro lado, antivírus são ferramentas de segurança capazes de detectar e evitar ataques provenientes de uma comunicação em rede. 58 GABARITO 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. C C C E E E C E C E E C C C E C E C C C E C E C E E RACIOCÍNIO LÓGICO SUM ÁRIO ESTRUTURAS LÓGICAS. LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO: ANALOGIAS, INFERÊNCIAS, DEDUÇÕES E CONCLUSÕES. LÓGICA SENTENCIAL (OU PROPOSICIONAL). PROPOSIÇÕES SIMPLES E COMPOSTAS. TABELAS-VERDADE. EQUIVALÊNCIAS. LEIS DE DE MORGAN. DIAGRAMAS LÓGICOS. LÓGICA DE PRIMEIRA ORDEM .................................................................................................................................807 PRINCÍPIOS DE CONTAGEM E PROBABILIDADE .................................................................................792/781 OPERAÇÕES COM CONJUNTOS ................................................................................................................819 RACIOCÍNIO LÓGICO ENVOLVENDO PROBLEMAS ARITMÉTICOS, GEOMÉTRICOS E MATRICIAIS ........830 ANÁLISE COMBINATÓRIA b) Quantos caminhos existem para ir de “X” até “W” na ¿JXUDDEDL[R" Os problemas de análise combinatória são problemas de contagem. Eles estão divididos em 2 grupos: Y X W Z a) Arranjo: quando a ordem dos elementos dentro do agrupamento é importante. Exemplo: em uma placa de um automóvel, a ordem dos caracteres é importante. J K D 3728 J D K 2837 b) Combinação: quando a ordem dos elementos dentro do agrupamento não é importante. Exemplo: se quisermos contar o número de diagonais que podem ser construídas no interior de um círculo a partir de 9 pontos marcados sobre a circunferência, a diagonal AF é igual a diagonal FA. 7[Z " XW = XY e YZ e ZW Txw = 3 . 5 . 4 Txw = 60 2. Princípio Aditivo Enquanto o princípio multiplicativo está associado ao emprego do conectivo “e”, o princípio aditivo está associado ao uso do conectivo “ou” para ligar eventos. T A ou B = n + m A Exemplos: B I H C AF G = FA a) Quantos caminhos existem para ir de “X” até “W” na ¿JXUDDEDL[R" D F Y E PRINCÍPIOS DE CONTAGEM X 1. Princípio Multiplicativo W Se um evento A pode ocorrer de “n” modos e outro evento B pode ocorrer de “m” modos, então os dois, um seguido do outro, podem ocorrer de “n.m” modos distintos. Z TA e B = n.m Exemplos: ROBERTO VASCONCELOS a) Quantos caminhos existem para ir de “X” até “Z” na ¿JXUDDEDL[R" X Y 7[] " XZ = XY e YZ Txz = 4 . 5 Txz = 20 caminhos diferentes 60 Z XW = (XY e YW) ou (XZ e ZW) Txw = 2 . 5 + 4 . 3 Txw = 10+12 Txw = 22 b) Uma moça tem em seu guarda-roupa 4 saias, 6 calças e 8 blusas. Usando 2 peças adequadamente, de quantos modos distintos ela pode se aprontar, considerando TXHHODQmRSRVVDXVDUFDOoDHVDLDVLPXOWDQHDPHQWH" Vestir = Saia e Blusa ou Calça e Blusa Tv = (4 . 8) + (6 . 8) Tv = 32 + 48 Tv = 80 FATORIAL NÚMERO BINOMIAL Dado um número natural “n” (n t 2), o seu fatorial é dado por: n! = n . (n-1) . (n-2) ........ . 1 Dados dois números naturais “n” e “k” (n t k) temos que: §n· ¨ ¸ ©k ¹ n! k! n k ! Onde “n” é o numerador e “k” é o denominador do número binomial. Exemplos: a) 5! = 5 . 4 . 3 . 2 . 1 Exemplos: 5! = 120 § 10 · 10! 10! 10×9× 8! = = = 45 ¸= 8!(10 8)! 8!2! 8! 2×1 ©8¹ b) 4! = 4 . 3 . 2 . 1 a) ¨ 4! = 24 § 12 · ¸ ©2¹ c) 3! = 3 . 2 . 1 12! 2!(12 2)! b) ¨ 3! = 6 12 11 10! 2.1.10! 12! 2!10! 66 §8· 8! 8! 8! = = =1 c) ¨ ¸ = 8!(8 8)! 8!0! 8 8! 1 © ¹ d) 2! = 2 . 1 2! = 2 §8· 8! 8! 8× 7! = = =8 d) ¨ ¸ = 7!(8 7)! 7!1! 7 7! 1 © ¹ Obs.: 1ª) O fatorial de um número é igual ao produto do número pelo fatorial do seu antecessor. n! = n . ( n – 1)! Exemplos: Obs.: das letras “c” e “d” concluímos que: §n· ¨ ¸ =1 e ©n¹ § n · ¨ ¸ =n © n -1¹ ARRANJO SIMPLES OU COM REPETIÇÃO a) 10! = 10 . 9! b) 32! = 32 . 31! Obs.: c) 50! = 50 . 49! Uma consequência importante: “Observe que no desenvolvimento de um fatorial podemos interromper em qualquer ponto, indicando o fatorial onde paramos”. os problemas de arranjo simples ou com repetição de elementos podem ser resolvidos, simplesmente, aplicando-se o princípio multiplicativo e/ou o princípio aditivo. Exercícios Resolvidos R.1. Quantos números de 3 algarismos distintos podePRVREWHUDSDUWLUGRVQ~PHURV" 12! = 12 . 11! ou 12! = 12 . 11 . 10! ou 12! = 12 . 11 . 10 . 9! 12! = 12 . 11 . 10 . 9 . 8! RACIOCÍNIO LÓGICO Solução: U = {1;2;3;4;5} Uma aplicação prática dessa consequência é a resolução de algumas expressões que envolvem fatorial como por exemplo: Resolver a expressão: 20! 2! 18! 2ª) 1! = 1 20 2! 18! 20 19 18 ! 2 1 18! e 0! = 1 241 124 C e ? é arranjo. D e U 190 5 4 3 T = 5 . 4 .3 = 60 61 R.2. Quantos números de 3 algarismos podem ser forPDGRVDSDUWLUGRVQ~PHURVH" COMBINAÇÃO SIMPLES Considere um conjunto U com “n” elementos, os quais servirão de base para formarmos agrupamentos com “k” elementos cada. Solução: U = {1; 2; 3; 4 e 5} C e O total de agrupamentos de natureza ou combinação simples que podemos obter é dado por: D U e §n· ¨ ¸ ©k ¹ Cn;k 5 5 5 T = 5 . 5 . 5 = 125 §n· ©k ¹ Onde ¨ ¸ é o número binomial. R.3. Quantos números pares de 3 algarismos distintos SRGHPRVIRUPDUDSDUWLUGRVQ~PHURVH" Exemplos: Solução: §8· 8! U = {1; 2; 3; 4 e 5} §12 · C e D e 2 = 220 R.5. De quantas maneiras podemos formar uma comissão composta por 5 pessoas escolhidas a partir de um grupo RQGHHVWmRSUHVHQWHVSHVVRDV" Outra maneira: e 12×11×10× 9! Exercícios Resolvidos 2 T = 4 . 3 . 2 = 24 e 12! b) C12;3 = ¨¨ 3 ¸¸ = 3!9! = 3× 2×1× 9! © ¹ 2;4 3 4 8×7× 6× 5! a) C8;5 = ¨¨ 5 ¸¸ = 5!3! = 5! 3× 2×1 = 56 © ¹ 4 ou Solução: U = {P1, P2, P3, P4, P5, P6, P7} 3 4 1 4 3 1 = P5 P4 P3 P2 P1 P1 P2 P3 P4 P5 T=4.3.1+ 4.3.1 T = 12 + 12 = 24 §7· 7! 7 6 5! C = = = = 21 7;5 ¨¨© 5 ¸¸¹ 5!2! 5! 2 1 ROBERTO VASCONCELOS R.4. Quantos números divisíveis por 5, formados por 3 algarismos distintos, podemos obter no sistema de numeraomRGHFLPDO" U = {0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8 e 9} Como não pode se iniciar o número com “0”, deve-se fazer pelo princípio da adição. ? é combinação R.6. Em uma sala de professores há 5 professores de matemática e 4 de português. De quantas maneiras podemos formar uma comissão constituída de 4 professores, VHQGRGHFDGDPDWpULD" Solução: e e 8 9 T=9.8+8.8 T = 136 62 0 1 ou 5 8 8 1 U1 = {M1, M2, M3, M4, M5} e U2 = {P1, P2, P3, P4} M M C 5;2 e P P C 4;2 T T T A R.7. Quantas diagonais podemos traçar no interior de um círculo, ligando dois pontos quaisquer entre os 10 que HVWmRVREUHDVXDFLUFXQIHUrQFLD" F B E C D T = C6;2 - 6 § 6! · ¸-6 © 2!4! ¹ T =¨ § 6×5× 4! · ¸-6 © 2× 4! ¹ Resolução: T =¨ T =15 - 6 A T =9 B I H C G AF = FA ? é combinação Obs.: D F T= E 10! 10×9× 8! = 2!8! 2×1× 8! T = 45 R.8. Quantas diagonais podemos traçar, no interior de um decágono regular, ligando dois pontos quaisquer de seus YpUWLFHV" Consideramos o número total de diagonais no interior do círculo com 6 pontos na circuferência e subtraímos 6 diagonais (que viraram lados do hexágono). R.10. Em uma sala há 5 homens e 4 mulheres. De quantas maneiras podemos formar uma comissão com 3 pessoas de modo que pelo menos uma delas seja PXOKHU" Solução: MMM ° MMH C9;3 = °® °MHH °HHH ¯ Solução: J A B I C H D G F E T = C10;2 -10 10! T= -10 2!8! 10.9.8! T= -10 2.1.8! T = 45 -10 T = 35 Obs.: consideramos o número total de diagonais no interior do círculo com 10 pontos na circuferência e subtraímos 10 diagonais (que viraram lados do decágano). R.9. Quantas diagonais podemos traçar no interior de XPKH[iJRQRUHJXODUOLJDQGRYpUWLFHVTXDLVTXHU" Obs.: OK OK OK X (3 mulheres) (2 mulheres e 1 homem) (1 mulher e 2 homens) (nenhuma mulher) C9;3 nos dá o total geral de comissões e C5;3 nos dá o número de comissões formadas por 3 homens (nenhuma mulher). Logo C9;3 – C5;3 nos dará o número de comissões que apresenta pelo menos uma mulher. §9· §5· T = C9;3 - C5;3 = ¨¨ ¸¸ - ¨¨ ¸¸ ©3¹ ©3¹ 9! 5! T= 3!6! 3!2! 9×8×7× 6! 5× 4× 3! T= 3× 2×1× 6! 3! 2×1 T = 84 -10 RACIOCÍNIO LÓGICO T Solução: §5· § 4· ¨ ¸¨ ¸ © 2¹ © 2¹ 5! 4! 2!3! 2! 2! 10 6 60 T = 74 COMBINAÇÃO COM REPETIÇÃO Considere um conjunto U com “n” elementos, os quais servirão de base para formarmos agrupamentos com “k” elementos cada. 63 O total de agrupamentos de natureza de combinação com repetição que podemos obter é dado por: CRn;k S1 S2 S1 S3 = S2 S3 S1 S1 ?Combinação com repetição. § n +k -1· = ¨¨ ¸¸ © k ¹ T CR3,4 T § 3 4 1· ¨ ¸ 4 ¹ © T 15 §6· ¨ ¸ © 4¹ 6! 4!2! 6 5 4! 4! 2 1 Exemplos: § 5 + 2 -1· § 6 · 6! 6 5 4! =15 = ¸¸ = ¨¨ ¸¸ = © 2 ¹ © 2 ¹ 2!4! 2 1 4! R a) C5;2 = ¨¨ § 3 + 5 -1· § 7 · 7! 7 6 5! = 21 = ¸¸ = ¨¨ ¸¸ = 5! 2 © 5 ¹ © 5 ¹ 5!2! R b) C3;5 = ¨¨ R.11. De quantas maneiras uma pessoa pode escolher 3 refrigerantes em uma distribuidora de bebidas que dispõe GHWLSRVGLIHUHQWHVGHUHIULJHUDQWHV" R.13. Uma lanchonete dispõe de 6 tipos de salgados e 6 tipos de refrigerantes. Uma pessoa vai comprar nessa lanchonete 3 salgados e 2 refrigerantes. De quantas maneiras GLVWLQWDVHODSRGHHIHWXDUDVXDFRPSUD" Solução: U1 = { S1, S2, ... , S6} U2 = { R1, R2, ..., R5} SSS p CR e 6;3 RR p CR 5;2 R T = CR 6;3 C5;2 U1 = {R1, R2, R3, ... , R10} § 6 + 3 -1· § 5 + 2 -1· ¸¸ ¨¨ ¸¸ © 3 ¹ © 2 ¹ T = ¨¨ Combinação R1, R2, R10 = R10, R2, R1 p §8· §6· T = ¨¨ ¸¸ ¨¨ ¸¸ ©3¹ © 2¹ R1, R1, R2 = R1, R2, R1 T= n Combinação com repetição 8! 6! 3!5! 2!4! T= 8 7 6 5! 6 5 4! 3 2 1 5! 2 1 4! T = 56 15 R T = C10;3 §10 + 3 -1· §12 · 12! 12 1110 9! = ¸¸ = ¨¨ ¸¸ = 3 2 9! 3 © ¹ © 3 ¹ 3!9! T = ¨¨ T = 220 Simples Arranjo Com repetição Problema Princípios Fundamentais de Contagem ROBERTO VASCONCELOS Simples §n· Cn;k = ¨ ¸ ©k ¹ Com repetição Cn;k = ¨ Combinação R § n + k - 1· ¸ © k ¹ R.12. Uma lanchonete dispõe de 3 tipos de salgados. Uma pessoa deve comprar nessa lanchonete 4 salgados. De TXDQWDVIRUPDVGLIHUHQWHVHODSRGHUiHIHWXDUVXDFRPSUD" Solução: U = { S1; S2; S3} 64 T = 840