Editorial - Alma Alentejana

Transcrição

Editorial - Alma Alentejana
N.º 29
JAN/MAR
2010
Editorial
E
is-nos chegados ao mês de Março. Mês de, estatutariamente, prestar contas aos Associados
da Alma Alentejana – Associação para o Desenvolvimento, Cooperação e Solidariedade Social.
Prestação de contas pelo que fizemos, de meados de Julho a Dezembro, bem como pelo
que os que nos antecederam realizaram, durante a primeira metade do ano que passou.
Não foi tarefa fácil, tanto mais que apanhar
o barco a meio da viagem e arcar logo com
a implementação, realização e desmontagem da XI Feira da Alma Alentejana, sem falar no tudo que houve pelo meio, é obra.
Ao mesmo tempo fomos confrontados com
a necessidade de publicação da Revista Cultural editada anualmente, tarefa plenamente conseguida e com a qualidade que
tem sido apanágio das anteriores edições.
Seja como for esforçámo-nos por cumprir o
Plano de Actividades e Orçamento que herdámos e conseguimos realizá-lo integralmente.
Tem sido um trabalho de equipa, mais experientes uns, outros nem tanto, sem líderes, antes
cada um assumindo as suas responsabilidades,
para formar um todo que prontamente desse
resposta aos desafios que fossem surgindo.
E assim temos evoluído e aprendendo a levar por
diante esta grande nau que é a Alma Alentejana.
É verdade que temos contado com o trabalho
e a dedicação dos que no dia a dia aqui trabalham, sempre imbuídos no lema de fazer mais
e melhor no sentido de aperfeiçoar o serviço
prestado à comunidade e aos nossos utentes.
Aproveitando algumas ideias e sugestões
da última Assembleia Geral - minimizar custos - temos desenvolvido esforços para encontrar forma de conseguir este desígnio.
Neste sentido consultámos já 4 empresas
especializadas no fornecimento de refeições para análise dos preços praticados por
cada uma delas. Já temos as respectivas
propostas, falta agora apurar os custos correntes da instituição com a prestação deste serviço, para aquilatarmos se vale ou não
a pena alterar o que tem vindo a ser feito.
No plano social, concretizámos no final do 2º
2
alma alentejana
quadrimestre de 2009, a alteração do acordo
de cooperação com a Segurança Social para
o Serviço de Apoio Domiciliário, vindo a assinar um novo protocolo, que passou de 10
para 20 utentes a serem comparticipados.
Paralelamente, aumentámos em 2 o número de funcionários afectos a esta valência.
Quanto a actividades de carácter cultural, realizámos uma vez mais os Jogos Florais da
Alma Alentejana, desta vez a nona edição.
Evento de excelente nível, tendo como
patrono José Manuel Maia, Presidente da Assembleia Municipal de Almada.
Na décima edição, a realizar este ano, na
qual já estamos a trabalhar, pretendemos
que venha a ser patrono um “homem da
casa”, Simas Abrantes, sócio fundador da
nossa associação e seu primeiro Presidente.
No que diz respeito aos grupos que se constituíram no seio da associação, Cantadeiras,
Cavaquinhos e Sevilhanas, temos feito um
acompanhamento sério e interessado das
suas actividades, bem como da recentemente criada “Escola de Música”, para os quais
pretendemos um enquadramento institucional maior, tendo já elaborado propostas que
estão a ser apreciadas pelos interessados.
Olhando para o futuro próximo, datas de grande significado se aproximam, 25 de Abril, 1º de
Maio, e tudo o que por acréscimo a Revolução
dos Cravos nos proporcionou, em particular a
Reforma Agrária e tudo o que ela significou para
o Alentejo e suas gentes. Próxima está também
a data de comemoração de mais um Aniversário da Alma Alentejana que iremos assinalar
condignamente, bastante participado, esperamos, à imagem da história da nossa Associação.
António Oliveira
Presidente da Alma Alentejana
FichaTécnica
ÍNDICE
EDITORIAL..................................................... 1
ACTUALIDADE
O outro D do 25 de Abril ............................ 3
Quem somos nós? ...................................... 4
X JOGOS FLORAIS ...................................... 10
NOTÍCIAS DA ALMA
Escola de Viola Campaniça ........................11
Casa do Alentejo ...................................... 12
Relatório Actividades e Contas 2009 ........ 13
14º Aniversário da Alma Alentejana ........ 13
Fim de Semana Alentejano na Charneca
de Caparica ................................................ 13
Prof. Carrageta lança livro “ Como ter um
coração saudável” ...................................... 13
CULTURA
As Cantadeiras da Alma Alentejana ......... 14
O Tratado do Cante .................................. 18
CONTACTOS
SEDE: Av. Prof. Ruy Luis Gomes, 13 r/c - Laranjeiro
Telef/Fax: 212 551 296 - [email protected]
C. D. LARANJEIRO: Praceta Luis de Sá, 8 B - Laranjeiro
Telef/Fax: 212 540 053 - [email protected]
C. D. PRAGAL: Travessa Moinhos Ed. Polivalente - Pragal
Telef/Fax: 212 740 688 - [email protected]
C. C. COVA PIEDADE: Largo 5 Outubro, 18 - C. Piedade
Telef/Fax: 212 730 264
C. C. Trafaria: Av. Liberdade, 9 - Trafaria
Telef/Fax: 212 950 449
w w w. a l m a a l e n t e j a n a . p t
Edição: Alma Alentejana, Associação para o Desenvolvimento, Cooperação e Solidariedade Social
Coordenação: José Rabaça e José Moutela | Director Editorial: António Oliveira
Colaborador Técnico: Hélio Heitor | Produção Gráfica: Tipografia Lobão, Lda.
A Alma Alentejana não se responsabiliza pelas opiniões expressas pelos seus colaboradores
boletim informativo
José Moutela
O outro D do 25 de Abril...
E
stamos a um
mês de comemorar o 25 de
Abril – já lá vão
36 anos! – e
sempre ouvimos falar dos 3
D’s (descolonizar, democratizar e desenvolver). Hoje e, no
âmbito da actividade social da
Alma Alentejana, queremos
falar do outro
D – Dignidade. Não vamos discorrer sobre tudo o que o
25 de Abril trouxe, mas sim fixar-nos num aspecto que muito nos toca e que é duma importância extraordinária para a nossa população mais idosa – Envelhecer com Dignidade.
Esta reflexão surgiu-nos aquando duma visita a Veiros, Estremoz, em pleno Agosto, com
uma temperatura de 43º, entrámos no Lar da
Santa Casa da Misericórdia e deparámos com
cerca de 50 pessoas de idade bastante avançada, usufruindo das condições, impensáveis
antes de Abril, onde não faltava o espaço, o
ar condicionado - em contraste com a “calmaria” do exterior - , o apoio das empregadas, a refeição adequada, a tempo e horas,
a higiene das instalações e pessoal e tudo
o que hoje os Lares e Centros de Dia podem
oferecer nesta componente da sociedade.
Os Centros de Dia e de Convívio, os Lares, Centro de Noite e os Serviços de Apoio Domiciliá-
3
Actualidade
rio, não nasceram por acaso, foram fruto das
necessidades da população e obra, na grande
maioria dos casos do Movimento Associativo
Popular. A criação de Associações de Reformados e Idosos, mobilizaram pessoas e consciências, muito voluntariado e uma classe de
dirigentes associativos que criaram estruturas,
buscaram apoios e formaram, uma cadeia solidária para realizar o que caberia ao Estado
assegurar – o apoio efectivo aos seus idosos.
A Alma Alentejana integra-se neste grupo de cidadãos. Estamos, assim, gratos ao espírito que Abril nos deu. É esta
a nossa maneira de comemorar Abril.
Sempre!
4
alma alentejana
Actualidade
Quem somos nós?
H
á dias, em conversa com uma velha amiga,
esta perguntava-me onde trabalhava e o que
fazia. Depois de lhe explicar aquilo que faço,
disse-lhe o nome da Instituição que me paga
o salário e para meu espanto, fui confrontado
com a sua surpresa, pois a Maria João, pensava que a Alma Alentejana, era apenas uma
instituição que se dedicava à organização de
eventos culturais e de vendas de produtos gastronómicos do Alentejo! De facto, é verdade,
a Alma Alentejana, também se dedica a estas
iniciativas. Porém tem uma componente social, que é a matriz de todo o seu desenvolvimento. Interessa pois, explicar de uma forma
resumida que intervenção social fazemos,
mas acima de tudo dizer quem são os nossos
utentes. Por outras palavras, quem somos nós.
Assim sendo, dever-se-à informar o leitor daquilo que são Centros de Convívio, Centros de Dia
e Serviços de Apoio Domiciliário. Deste modo,
por Centro de Convívio entendem-se os espaços de convívio onde se compartilham saberes
e experiências vividas, e que são pólos catalizadores de diversas actividades lúdicas e culturais. O Centro de Dia é uma Resposta Social,
que se desenvolve a partir de um equipamento
e que consiste na prestação de vários serviços
(Refeições, Animação Cultural, Higiene Pessoal,
Apoio Social, Apoio Psicológico e Transporte)
que visam a manutenção dos seus utentes, na
sua esmagadora maioria idosos, no seu meio
sócio-familiar. Por último, mas não menos importante o Serviço de Apoio Domiciliário, que
se trata da Resposta Social, que visa a prestação
de serviços (Fornecimento de Refeições, Higiene Pessoal, Higiene Habitacional e Diligências)
aos indivíduos, que por diferentes motivos
Paulo Mota e Patricia Alves
se encontram em situação de dependência.
Depois de realizada esta breve explicação vamos de seguida explicar-vos quem são os nossos utentes, nas diversas Respostas Sociais.
Dos nossos dois Centros de Convívio (Trafaria e
Cova da Piedade), iremos de seguida mostrarvos quadros onde poderemos observar como
se dividem etáriamente os nossos utentes,
onde em ambos os casos a média de idades
ronda os 75 anos. Poderemos, também informar os nossos leitores, que se tratam de indivíduos bastante autónomos e onde se destacam
particularmente, os grupos das Cantadeiras e
Cavaquinhos, na Cova da Piedade e o não menos dinâmico, grupo de artes visuais na Trafaria.
Centro de Convívio da Trafaria por género e
por faixas etárias
Faixas etárias
Homens Mulheres Total
50 a 59 anos
0
3
3
60 a 64 anos
2
2
4
65 a 74 anos
0
4
4
70 a 74 anos
0
1
1
75 a 79 anos
2
5
7
80 a 84 anos
1
4
5
Mais de 85 anos
2
5
7
Total
7
24
31
boletim informativo
5
Centro de Convívio da Cova da Piedade por
género e por faixas etárias
Faixas etárias
Homens Mulheres Total
50 a 59 anos
0
1
1
60 a 64 anos
1
3
4
65 a 74 anos
0
2
2
70 a 74 anos
5
3
8
75 a 79 anos
2
4
6
80 a 84 anos
5
2
7
Mais de 85 anos
1
2
3
Total
14
17
31
Quanto ao Serviço de Apoio Domiciliário, neste momento prestamos apoio a 29
utentes, maioritariamente do sexo feminino (16), e a sua média de idades ronda
os 78 anos. Em termos de estrutura etária, esta compõe-se da seguinte maneira:
Serviço de Apoio Domiciliário por género e
por faixas etárias
Faixas etárias
Homens Mulheres Total
20 -29 anos
1
0
1
50 - 59 anos
0
1
1
60 - 64 anos
2
0
2
65 - 69 anos
1
0
1
70 - 74 anos
2
2
4
75 - 79 anos
0
1
1
80 - 84 anos
2
3
5
Mais de 85 anos
5
9
14
Total
13
16
29
No que diz respeito à situação familiar dos
utentes, a grande maioria (96,6%) têm família prestadora ou cuidadora, o que denota um
grande peso das estruturas informais de en-
treajuda, mais tipicas dos meios não urbanos.
Em relação à origem de referência deste tipo
de utentes, a esmagadora maioria 79,3%, é
encaminhada por familiares/amigos/vizinhos,
o que vem confirmar aquilo que foi dito no parágrafo anterior. Todavia, devemos fazer aqui
uma chamada de atenção, para o trabalho de
articulação com as restantes Instituições da
comunidade, que nos sinalizam casos de extrema necessidade, mas que, infelizmente, nem
sempre somos capazes de dar resposta. Seria
pois necessário, que as estruturas competentes que regem as Instituições Particulares de
Solidariedade Social alargassem os seus apoios
a estas organizações, para que se possa chegar
a um cada vez maior número de solicitações.
Observemos então o quadro seguinte:
Origem de
referência
Números
Relativos
%
Próprio
4
13,8%
Familiares/
Amigos/Vizinhos
23
79,3%
Instituições
2
6,9%
Total
29
100%
6
alma alentejana
Relativamente ao ano de inicio de frequência dos utentes desta Resposta Social, consultemos o quadro a seguir apresentado:
Ano
Nº Relativos
Percentagem
2005
4
13,8%
2006
5
17,2%
2007
2
6,9%
2008
4
13,8%
2009*
11
37,9%
2010
3
10,3%
Total
29
100%
*ano de alargamento desta Resposta Social
etária dos nossos utentes, como poderemos
constatar nos quadros a seguir apresentados,
transformações essas que têm um denominador comum e de que muito se tem falado, ou
seja, a crise económica que a todos nós tem
afectado.
Centro de Dia do Laranjeiro por género e
por faixas etárias
Faixas etárias
No que aos serviços prestados diz respeito, decidimos apenas apresentar dados referentes a
cada um dos serviços prestados. Deste modo,
dos nossos actuais 29 utentes, 16 recebem o
fornecimento de refeições, 18 beneficiam de
higiene pessoal e apenas 2 usufruem de higiene habitacional.
No que aos Centros de Dia, diz respeito devemos ter em consideração que ultimamente
temos registado algumas transformações, relativamente ao tradicional quadro que habitualmente existe nesta Resposta Social. Aqui
temos observado uma mudança na estrutura
Homens Mulheres Total
20 -29 anos
1
2
3
30 -39 anos
1
0
1
40 -49 anos
1
0
1
50 - 59 anos
3
1
4
60 - 64 anos
3
2
5
65 - 69 anos
0
1
1
70 - 74 anos
3
0
3
75 - 79 anos
1
6
7
80 - 84 anos
5
6
11
Mais de 85 anos
6
1
7
Total
24
19
43
boletim informativo
7
Centro de Dia do Pragal por género e por
faixas etárias
Faixas etárias
Homens Mulheres Total
40 -49 anos
1
0
1
50 - 59 anos
1
1
2
60 - 64 anos
0
2
2
65 - 69 anos
1
1
2
70 - 74 anos
1
2
3
75 - 79 anos
0
6
6
80 - 84 anos
2
4
6
Mais de 85 anos
2
2
4
Total
8
18
26
Podemos então, concluir que cada vez mais somos procurados por população com idade inferiore a 65 anos, que devido às transformações
sócio-económicas da última década, necessitam
dos serviços prestados pela Alma Alentejana.
Assim sendo, no Centro de Dia do Laranjeiro,
temos uma média de idades dos nossos utentes, que ronda os 70 anos. Enquanto no Centro
de Dia do Pragal, esta média aproxima-se dos
75 anos.
Verificamos, também que no total destes dois
Centros de Dia, existem mais utentes do sexo
feminino, o que se deve sobretudo ao aumen-
to da esperança média de vida. Porém, é curioso observar que no grupo dos chamdos “grandes idosos”, ou seja, os maiores de 80 anos, há
uma diferença ligeira de mais homens do que
senhoras.
Um dado também importante para esta nossa análise diz respeito à situação familiar dos
nossos utentes e que no Laranjeiro, divide-se
do seguinte modo: 44,2% são utentes isolados
e os restantes 55,8% têm família prestadora.
Contudo, esta realidade no Centro de Dia do
Pragal não é tão equilibrada, pois a esmagadora maioria (96,2%) têm familiares prestadores
de cuidados.
Quanto à origem de referência dos utentes do
Centros de Dia do Laranjeiro e Pragal, constatamos repectivamente o seguinte:
Origem de
referência
Números
Relativos
%
Próprio
15
34,9%
Familiares/
Amigos/Vizinhos
15
34,9%
Instituições
13
30,2%
Total
43
100%
Números
Relativos
%
Próprio
5
19,2%
Familiares/
Amigos/Vizinhos
19
73,1%
Instituições
2
7,7%
Total
26
100%
Origem de
referência
Da análise destes dois quadros, verificamos que
no Laranjeiro, existe um trabalho de articulação
mais enraizado com as Instituições da comunidade envolvente. Contrariamente esta situação
não se verifica no Pragal. Contudo, em ambos os
8
alma alentejana
Centros de Dia, há um elevado número de utentes são encaminhados para a Insituição através
das redes de solidariedade mais próximas, isto
é, pela família, pelos amigos e pelos vizinhos.
Em relação aos serviços prestados, convém salientar o seguinte. Todos os utentes que beneficiam desta Resposta Social tomam as refeições na Instituição.
Cerca de 20,9%, que correspondem a 9 utentes
do Centro de Dia do Laranjeiro, realizam a sua Higiene Pessoal nas nossas instalações. No Centro
de Dia do Pragal, 19,20% dos utentes efectuam
a sua Higiene Pessoal naquele equipamento.
17 dos utentes do Centro de Dia do Laranjeiro (39,5%) são transportados de casa
para a instituição e vice-versa, nos nossos transportes próprios. No Centro de
Dia do Pragal 73,10%, que correspondem
a 19 utentes beneficiam deste serviço.
Devemos fazer aqui uma chamada de atenção
para os nossos motoristas, que são uma peça
fundamental na nossa engrenagem.
Quanto ao serviço de Diligências este divide-se
do seguinte modo:
Anos de inicio de frequência do Centro de Dia
do Laranjeiro
Ano
Nº Relativos
Percentagem
2001
3
7%
2002
3
7%
2003
1
2,3%
2004
3
7%
2005
2
4,7%
2006
1
2,3%
2007
2
4,7%
2008
4
9,3%
2009
16
37,2%
2010
8
18,6%
Total
43
100%
Anos de inicio de frequência do Centro de Dia
do Pragal
Ano
Nº Relativos
Percentagem
2005
3
11,5%
Equipamento
N.º Relativos
%
2006
6
23,1%
Centro de Dia
do Laranjeiro
4
9,3%
2007
6
23,1%
2008
4
15,4%
2009
5
19,2%
2010
2
7,7%
Total
26
100%
Centro de Dia
do Pragal
7
26,9%
Este tipo de serviço prestado aos utentes basea-se sobretudo, no agendamento de consultas médicas ou no acompanhamento aos serviços de saúde.
Devemos ainda salientar o ano de inicio de
frequência dos utentes nos dois Centros de
Dia. Devemos informar que o Centro de Dia do
Pragal iniciou a sua actividade em 2005, isto é,
4 anos depois do Centro de Dia do Laranjeiro.
Observemos então o quadro seguinte:
Em termos gerais, após a análise realizada
existem algumas ilações a referenciar nomeadamente no que respeita aos seguintes itens:
esperança média de vida, rede social de apoio
e serviços prestados.
No seu conjunto e no que se refere aos indicadores demográficos actuais, existe uma complementaridade em relação às respostas obti-
boletim informativo
das, isto é, na actualidade a esperança média
de vida para os elementos do sexo feminino é
de 81, 7 e do sexo Masculino de 75,5 , sendo
as nossas Respostas Sociais maioritariamente
constituídas por elementos do sexo feminino.
Contudo é curioso referir a discrepância que
existe no Centro de Dia do Laranjeiro em relação às restantes Respostas Sociais, já que neste
os indivíduos com 80 + anos são maioritariamente do sexo masculino.
Apontando ainda uma visão de conjunto, em
termos de idades médias, excepto na Resposta
Social Serviço de Apoio Domiciliário, as idades
situam-se entre os 70 (Centro de Dia do Laranjeiro) e os 75 (Centro de Convívio e Centro
de Dia do Pragal). A idade média dos utentes
que beneficiam do Serviço de Apoio Domiciliário situa-se nos 78 anos, idade relativamente
superior, cuja explicação advém do facto de
estarmos perante uma população cujas necessidades apresentam um cariz diferenciado
da dos utentes de Centro de Dia e Centro de
Convívio, nomeadamente necessidades locomotoras e de higiene (por exemplo indivíduos
acamados e em cadeira de rodas).
A rede social de apoio informal apresenta-se
como sendo primordial para a manutenção de
valores tradicionais da instituição familiar em
todas as Respostas Sociais, o que acaba por se
complementar com o contexto em que estas se
inserem, de manifestada ruralidade. Contudo
há que referir a importância da rede formal de
apoio, frequentemente constituída por outras
instituições de cariz social. Em termos de valores encontrados podemos associar este tipo
de apoio a centros mais urbanizados, onde
normalmente o nível de articulação e de enraizamento é mais significativo, o que se deduz
através dos nossos dados, já que em termos
de comparação o Centro de Dia do Laranjeiro
apresenta maiores números de casos encaminhados por outras Instituições, nomeadamen-
9
te de indivíduos isolados e com a idade compreendida no que se designa de idade activa,
isto é, entre os 24 e os 64 anos de idade, não
deixando de ser compatível com uma rede informal de apoio significativa (por exemplo 96,6
% dos utentes do Serviço de Apoio Domiciliário
têm família prestadora).
Os serviços prestados pela Instituição e onde
a capacidade de resposta desta se demonstra
elevado são na alimentação, higiene pessoal e transporte, apresentando para ambos os
Centro de Dia valores semelhantes, sendo a
alimentação a necessidade básica de maior influência na dinâmica Institucional, já que todos
os utentes beneficiam deste serviço. Ao nível
do Serviço de Apoio Domiciliário esta situação
difere, dado tratar-se de um serviço personalizado que vai de acordo com as necessidades
específicas dos nossos utentes (16 beneficiam
de alimentação e 18 de Higiene pessoal), sendo no seu conjunto necessidades básicas essenciais dos utentes a alimentação e a higiene
pessoal.
Para finalizar, gostariamos de deixar um alerta para o futuro e que passa pela readaptação
da nossa Instituição, às reais necessidades daqueles que nos procuram. Por outras palavras,
teremos que futuramente criar as condições
para podermos alargar a nossa oferta quer em
Centro de Dia, quer em Serviço de Apoio Domiciliário. Isto é, podermos em ambos os casos
trabalhar 365 dias por ano e durante mais horas por dia. Porém, será necessário um maior
apoio das entidades que nos tutelam, de forma a podermos atingir os nossos objectivos,
que são sem sombra de dúvida, chegar a mais
pessoas e com maior qualidade. Mas quanto a
este assunto, iremos desenvolve-lo numa próxima ocasião.
10
alma alentejana
X Jogos Florais da Alma Alentejana
O
s X Jogos Florais da Alma Alentejana, irão
ter, como é hábito, a sua Cerimónia de Entrega de Prémios em Outubro, e estão abertos à
participação de sócios e não sócios da nossa
associação.
Estes Jogos compreendem três categorias de
obras originais:
a) Quadra – A República
b) Poesia – Tema livre
c) Conto – 100 anos da implantação da República
Este ano é nossa intenção criar um Prémio
destinado à juventude e também, em parceria
com a Escola Básica nº1 do Laranjeiro e com
a colaboração da Junta de Freguesia do Laranjeiro (a discutir ainda com os parceiros), os I
Jogos Juvenis da Alma Alentejana nas modalidades de Desenho e Poesia, subordinados aos
temas 100 Anos da República e os Avós, respectivamente.
Com a edição dos Jogos Florais a “Alma” criou,
em simultâneo, a figura do Patrono dos Jogos.
Esta iniciativa pretende homenagear personalidades alentejanas importantes na vida cultural portuguesa.
Em 2010 pretendemos, que o Patrono seja o
Dr. Simas Abrantes, um dos fundadores da nossa Associação, homem que muito contribuiu
para o desenvolvimento e grandeza deste projecto que é a Alma Alentejana. Com a sua inteligência, dedicação e amor ao Alentejo, muitos
de nós fomos contagiados e motivados para
um sonho que a realidade mostra ter sido concretizado. A sua postura como Homem e Cidadão dum País ávido de gente assim, levou-nos
à conclusão que este é o ano de homenagear
gente da casa. Gente nossa. Com toda a justiça
e num momento certo, já que
a
actual
situação do
Dr. Simas
Abrantes
em termos
de
saúde não é
a melhor.
Este nosso
gesto consubstancia
um desejo
muito forte
de na sua debilidade física sinta o apoio solidário e moral dos amigos e dos alentejanos, em
especial.
Os X Jogos Florais têm, por todos os motivos e
acrescidos da justa homenagem e reconhecimento ao nosso Patrono, a obrigação de serem
um grande êxito.
O Regulamento está à disposição nas instalações da Alma Alentejana, no nosso site em
www.almaalentejana.pt e poderá ser pedido
por telefone 212 540 053 ou pelo e-mail [email protected].
Os trabalhos deverão dar entrada na sede da
Alma Alentejana (Avenida Prof. Ruy Luís Gomes, 13 – R/C Laranjeiro 2810-274 ALMADA
até ao final do dia 8 de Outubro de 2010. Os prémios, que constarão de diplomas e livros de autores portugueses, serão entregues
em 24 de Outubro de 2010, em cerimónia que
terá lugar em local a designar. Haverá este ano,
pela sexta vez, um “PRÉMIO ABSOLUTO” constituído por uma peça de cristal/ou vidro de alta
qualidade, com gravação indicativa do prémio.
boletim informativo
11
Notícias da Alma
Escola de Viola Campaniça
E
m 2009, a Alma Alentejana. abriu um espaço para aprendizagem da Viola Campaniça, sob
a direcção de Ricardo Fonseca, nas instalações
do Centro de Dia do Pragal.
Breve conversa com o professor:
AA - “Como começou esta ideia?”
RF - “Tudo começou com uma conversa informal com os senhores Vítor Silva e João Rodrigues após um concerto em que eu toquei viola
campaniça. Nessa conversa foi-me lançado o
desafio de dar a conhecer melhor este cordofone português a todos os interessados. Mais
tarde o Sr. Vítor Silva, considerou que a Alma
Alentejana era uma associação privilegiada
para o ensino da Viola Campaniça. Foi ele que
realizou os contactos com todos os alunos interessados e com a direcção da Alma Alentejana que se prontificou a apoiar e acarinhar esta
iniciativa”.
AA - “Que balanço faz destes meses de aulas?”
RF - “Tem sido uma experiência muito satisfató-
ria com uma boa participação e uma evolução
permanente por parte dos alunos. Como é normal toda a gente tem ritmos de aprendizagem
diferentes e os tocadores não estão todos ao
mesmo nível, mas essa situação é ultrapassada com objectivos distintos. Toda a aprendizagem pressupõe uma progressão pedagógica ou
seja, têm que existir etapas acessíveis a todos
e que vão evoluindo em grau de dificuldade. A
criação deste método de estudo para a Viola
Campaniça a partir do zero tem sido a parte
mais difícil deste processo.”
AA - “Quando poderemos ver/ouvir resultados?”
RF- “Esperamos estar preparados para fazer a
apresentação oficial num pequeno concerto
em Julho na XII Feira do Alentejo. Mas na realidade até lá ainda temos muito trabalho pela
frente.”
Estão abertas as inscrições, na sede da Alma
Alentejana para quem quiser aprender a tocar
Viola Campaniça. Informações também serão
fornecidas através do telefone 212 540 053 ou
pelo e-mail [email protected]
12
Biografia do Professor Ricardo Fonseca
Ricardo Jorge Soares da Fonseca nasceu em
22/10/74, Em Lisboa
Foi professor de Educação Física durante 11
anos. Em 2007 pediu uma licença sem vencimento de longa duração para estudar e divulgar os cordofones portugueses.
Teve aulas e assistiu a workshops musicais de
professores de géneros tão díspares como a
Música Clássica, o Fado, o Jazz ou o Rock.
Gravou Viola Campaniça no álbum “de sol a
sul” do Francisco Naia.
Adquiriu os conhecimentos relativos à Viola
Campaniça através da observação directa dos
tocadores alentejanos em concertos e encontros, e ouvindo gravações de recolhas efectuadas por musicólogos como Michael Giacometti,
José Sardinha ou Ernesto Veiga de Oliveira.
Está neste momento a finalizar um trabalho
instrumental em parceria com o também músico e professor Helder Charneira dedicado a
todos os cordofones portugueses onde a Viola
Campaniça é tocada em várias musicas e que
deve resultar num álbum até ao final de 2010.
alma alentejana
Casa do Alentejo
Fundada em
1923 com a
designação
de “Grémio
Alentejano” passou
em 1939 a
chamar-se
“Casa
do
A l e n t e j o ”.
Instalada
no magnífico
Palácio
Alverca, que em
tempos foi
o 1º Casino
de Lisboa –
Magestic Club, funcionando na deslumbrante
Sala
dos
Espelhos.
Em 1932 passou a funcionar como sede da
Casa do Alentejo. Situada em pleno coração de
Lisboa, na Rua das Portas de Santo Antão, com
uma série de actividades onde entre outras,
todos os sábados à tarde actuam grupos do
nosso Alentejo e também da zona da grande
Lisboa. Mantém aberta uma loja de produtos
alentejanos (enchidos, queijos e muito artesanato). Um espectacular restaurante com pratos típicos do Alentejo é um dos seus ex-libris.
A Casa do Alentejo mantém uma estreita
colaboração com associações e autarquias
da área metropolitana de Lisboa e Alentejo,
entre as quais a Alma Alentejana se inclui,
no que diz respeito às actividades culturais
de raiz alentejana. É uma parceria a cultivar.
Um dia destes apareça por lá. Vai gostar.
boletim informativo
Relatório de Actividades
e Contas de 2009
Vai realizar-se no próximo dia 26 de Março a Assembleia Geral para aprovação do
Relatório e Contas do ano de 2009, para a
qual a Direcção apela à presença dos sócios.
O “Relatório está à disposição dos sócios
na sede e Centros de Dia e de Convívio.
Não faltem, participando com a vossa opinião e crítica, para um Alma Alentejana maior.
14º Aniversário da
Alma Alentejana
Sábado, 18 de Abril , 13:00H
No próximo dia 13 DE Abril comemora-se o 14º
Aniversário da Alma Alentejana. 14 anos de entrega a um lema de que muito nos orgulhamos
– deselvolvimento, cooperação e solidariedade social. Tendo sempre presente a ideia base
que presidiu à criação da nossa associação,
unir os alentejanos da Margem Sul, manter a
ligação ao alentejo nos aspectos afectivos e
culturais, promover a divulgação do Alentejo na nossa área de residência, desenvolvemos também a cooperação e a solidariedade
social no campo do apoio à terceira idade.
A Direcção vai comemorar o aniversário com
um grande almoço de convívio a realizar no dia
18 de Abril (domingo) em local a designar. Para
que se possa planear com tempo e para que o
almoço seja de facto um grande encontro da
comunidade alentejana e amigos devem inscrever-se pelo telefone/fax 212 540 053, ou e-mail
[email protected], até ao dia 11 de Abril.
13
Fim de Semana Alentejano
na Charneca de Caparica
Nos primeiros dias de Abril, irá ter lugar o
já tradicional FIM DE SEMANA ALENTEJANO, nas instalações da Junta de Freguesia
da Charneca da Caparica. Vamos ter artesanato, enchidos e queijos, mel e outras especialidades alentejanas. Não vai faltar animação musical e cultural.Aos sócios dizemos:
Apareçam e tragam os amigos também!
Prof. Manuel Carrageta
lança livro “Como ter um
coração saudável”
A Alma Alentejana, em
parceria com a Junta
de Freguesia do Laranjeiro, vai realizar no
mês de Maio – mês do
coração no Auditório da Junta um Colóquio sobre saúde com a presença do Prof.
Manuel Carrageta, Presidente da Fundação
Portuguesa de Cardiologia, que fará também
a aprentação do seu livro “Como ter um coração saudável”. No final haverá um momento musical com a participação do prof. Carita.
Breve Nota biográfica:
Presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia
e do Instituto de Cardiologia Preventiva de Almada,
é também director do Serviço de Cardiologia do Hospital Garcia de Orta e preside ao Departamento de
Formação e Investigação daquela unidade. Especializado em Cardiologia, Medicina Interna e Farmacologia Clínica, já apresentou mais de 300 comunicações
escritas e publicou mais de 150 trabalhos científicos.
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Cultura
As Cantadeiras da
Alma Alentejana
O
nosso
em popa a
Grupo continua de vento
espalhar a cultura alentejana através de actuações, sempre aplaudidas, por toda a Margem Sul e não só.
Damos aqui notícia das últimas apresentações:
Em Dezembro 2009: (Cantes natalícios) Casa
do Alentejo - Lisboa, Infantário «O Palhacinho» - Vale Milhaços , Mercado Amigo da Terra
– Almada, Igreja de Vale Figueira - Sobreda ,
Centro Comercial M. Bica – Almada , Lar Imaculada Conceição – Vale Figueira, Lar S. Tiago
– Almada, Festa Natal da Alma Alentejana –
Pragal , Escola de Tecnologias Navais no Alfeite
– Laranjeiro, Universidade de Lisboa – Festa de
Natal dos sem Abrigo , Mercado do Laranjeiro
– Laranjeiro, Paróquia da Ameixoeira – Odivelas, 5º Aniversário das Cantadeiras – Laranjeiro.
Janeiro 2010: (Janeiras): ARPILF (Almada), Junta de Freguesia do Feijó – Feijó, Junta de Freguesia da Cova da Piedade, Junta de Freguesia
do Laranjeiro, Casa do Alentejo (com os Amigos
do Alentejo) e Solar dos Zagalos – Sobreda .
Fevereiro
2010:
CASCUZ
(Sesimbra).
Março 2010: Junta de Freguesia do Laranjeiro
alma alentejana
Luis Moisão
Actuações Previstas para 2010:
13 Março (15h) – Vale de Vargo (Festa do Azeite) – com Cavaquinhos e Sevilhanas da Alma
Alentejana
14 Março (21h) – SFUAP (Cova da Piedade) –
Celebrações dos Amigos da Cidade de Almada
20 Março (15h) – Campo Maior (Aniversário do
Grupo Cantares Alentejanos)
6 Abril (15h) – Borba
25 Abril – Celebrações do 25 Abril (Manhã: Almada e Tarde: Casa do Alentejo em Lisboa)
16 Maio: Alcáçovas (15h) – Aniversário do Coral feminino «Paz e Unidade»
5 a 10 Junho: Casa do Alentejo - Lisboa (Semana de apoio ao Aniversário da Casa do Alentejo)
Planos das Cantadeiras para o Ano 2010:
As Cantadeiras da Alma Alentejana têm dois
Convites para participarem nos Festivais Internacionais de Cantes em Praga e Itália, que estamos a estudar mas que por envolverem grande
dispêndio financeiro vai ser difícil concretizar.
Vamos envidar esforços, pois seria muito gratificante, quer para o Grupo, quer para a Associação e até para o Concelho de Almada ver
e sentir o reconhecimento do trabalho desenvolvido com muita paixão, alegria e de grande
qualidade.
Gravação do 2º CD « O Alentejo não tem fim»
(O Alentejo a 3 Tons):
Há cerca de 2 anos as Cantadeiras gravaram o
seu 1º CD: «O Cante da Alma» (O Alentejo a
2 Tons). Após um trabalho de prospecção de
solicitação de apoio à gravação de um segundo
CD por parte das Autarquias locais e do Alentejo, efectuado pela Direcção da Alma Alentejana, está prevista a gravação deste 2º CD para
boletim informativo
15
tadeira), Cristo Profeta, O Bom Pastor – Poema
(de Luís) «O Grande Amigo» - Ermelinda (Cantadeira) e Ai que Noite tão Serena.
Cante nas Escolas:
o próximo dia 17 Abril, constando o mesmo
de Cante, Poesia e Cântico (daí os referidos 3
Tons), contando mais uma vez com a valiosíssima colaboração da Poetisa Rosa Dias, que já
elaborou os novos Poemas para o mesmo, de
acordo com os temas abordados no Cante e
Cântico.
O conteúdo previsto para este novo CD é constituído por alguns inéditos num novo reportório como segue:
Modas novas (12): O Alentejo não tem fim
(Poema do Jornalista e Poeta Euclides Cavaco;
Música de Luis), Terra Mãe do Bom Coração
(Poema e Música de Manuel Martins dos «Diversos do Alentejo» de Pinhal de Frades, Ceifeiros de Alba (Poema de Garcia de Lorca; Música de Borralho dos «Amigos do Alentejo»),
Rumo ao Sul (Poema e Música de Borralho dos
«Amigos do Alentejo), Venham ver o Alentejo,
Alentejo como eu te adoro (Poema de Rosa
Dias), A Primavera de Outono, Ó Alqueva, Sou
um pequeno Agricultor, Chegaste ao Alentejo,
Alentejo dos Trigais (Poema e Música de Luís),
Quando o Melro assobia
Nota: Os Poemas para as Modas (quatro) serão
intercalados entre as mesmas
Cânticos ( 5 ): Somos da Terra do Pão (versão
religiosa), Ó Virgem Maria – Poema (de Luís)
«De Todo Esqueci, Senhora» - Ermelinda (Can-
Continuam em curso o estudo e planeamento
da introdução do Cante Alentejano nas Escolas de Almada, em colaboração com a Câmara
de Almada, após um Plano previa e oportunamente apresentado a esta pelas Cantadeiras
da Alma Alentejana, através da Direcção desta
Associação.
De Outubro 2009 até agora, a Câmara de Almada tem efectuado contactos com as várias
Escolas do 1º Ciclo de Almada na apresentação
do referido Plano, estando prevista mais uma
Reunião com estes órgãos para o dia 9 de Março. Sobre este assunto falaremos em detalhe
mais à frente, na próxima informação sobre
as Cantadeiras da Alma Alentejana. Poderão
entretanto acompanhar mais de perto a acção
das Cantadeiras através do Blog: http://oalentejoa4tons.blogspot.com/
Teatro “ O Grito” - A Casa de Bernarda
Alba
O grupo de Teatro «O Grito» apresentou recentemente no Seixal e em Almada a peça «A
Casa de Bernarda Alba» do escritor Federico
Garcia de Lorca.
Nesta peça, que sugerimos não deixem de ver
nos próximos dias 1, 2 e 3 de Abril no Teatro da
Cerca em Almada, a Associação Alma Alentejana foi solicitada para dar a sua colaboração. É o
facto que no decurso da acção da peça, a certa
altura os Ceifeiros regressam do seu trabalho
no campo, entoando as suas modas, enquanto as moças (no caso as cinco irmãs e filhas de
Bernarda Alba) os aguardam sempre com inevitável «ansiedade». Garcia de Lorca escreveu
16
alma alentejana
então duas quadras muito bonitas e expressivas para a peça que são:
Já vieram os ceifeiros
para cortar as espigas;
batei, batei, corações,
nos olhos das raparigas.
Abram portas e janelas
as que não vêem o céu.
O ceifeiro pede rosas
para enfeitar o chapéu
Entendeu a encenadora desta peça –Anabela
Neves - que em vez das mesmas serem declamadas, seria mais interessante que fossem
cantadas. Foi assim que apareceu um grupo
de «Ceifeiros» que a pedido do Grito, a Alma
Alentejana entra nesta peça a cantar estas
duas quadras, com música de José Borralho,
após a respectiva gravação em estúdio.
Grupo de Ceifeiros: Joaquim Avó, Adelino Pinto
e Luís Moisão (Alma Alentejana); Francisco Sargento, José Borralho e Daniel Marina ( Amigos
do Alentejo).
Entretanto, aproveitando estas mesmas
quadras, as Cantadeiras da Alma Alentejana
elaboraram uma Moda (Ceifeiros de Alba) que
irá constar no seu próximo CD, reforçada com
um expressivo e encantador Poema de Rosa
Dias:
Ceifeiros de Alba
Os ceifeiros de Alba, mãos feridas de dor
Emanavam da alma
Numa doce calma, cantigas de amor
Chapéus que cobriam, seus rostos suados
E as moças sorriam, aos seus bens - amados.
E assim perdidas, em seus amores primeiros
Diziam-se rendidas, a estes trigueiros.
Um belo ceifeiro, de amor se perdeu nesse
tempo passado
E viveu prisioneiro, dum amor primeiro que
lhe foi negado.
Tão bela moçoila, qual rubra papoila
Já na mocidade
Fruta apetecida, para sempre perdida, será
sempre saudade.
boletim informativo
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Actuação do Grupo de Cavaquinhos da Alma Alentejana na Casa do Alentejo
Actuação da Grupo de Sevilhanas no Clube do Sargento da Armada
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18
Cultura
Tratado do Cante
A
motivação para o cante é a que me vem
de raiz: porque sou alentejana; porque gosto; porque já na terra cantava; quando vínhamos do trabalho, fazíamos paradinhas,
em círculo, para cantar as modas e porque também ajuda a passar os problemas.
Mavilde Nobre
A Paixão do Cante
Com a força gregária que a sua poderosa terra lhes incute, os alentejanos levam do berço a arte de cantar.
Não fosse a necessidade, nunca o alentejano sairia do seu torrão natal. A ausência
dele, a lonjura do afastamento, arrasta estados depressivos, fruto de enormes interrogações sobre o sentido da vida dele distante.
Este estado saudoso, no entanto, é mitigado
pelo cante. Em grupo, as vozes unem-se num
cante melancólico que eleva o seu querido
Alentejo ao mundo, afastando assim a solidão.
A existência de Grupos na zona da Grande
Lisboa que conhecemos através do trabalho
de investigação e recolha, feito em 1996/97
e que se encontra reproduzido no livro Corais
Alentejanos, de José Francisco Pereira, editado em 1997, é o nosso cartão de apresentação para um trabalho mais aprofundado que
estamos a desenvolver tendo em vista um
Tratado sobre o Cante Alentejano. A nossa
curiosidade leva-nos à procura de respostas
cujas dúvidas se levantaram: Como se comportam os grupos nas terras de acolhimento?
Qual a sua aceitação pela comunidade? Que
gente é esta que ainda canta o seu Alentejo?
Do nosso querer bem e de acordo com a nos-
alma alentejana
Mer e Al-Zéi
sa sensibilidade prometemos um Tratado que
fale das pessoas que cantam e das suas motivações. Queremos dar um trabalho que evidencie os Cantadores e as Modas com nomes e
tudo o que seja marca de tão Grande Alentejo.
Estamos organizando material que temos recolhido mas também nos vamos actualizando
com o que de novo se vai fazendo. Para dar
mais força ao resultado do nosso querer estamos a entrevistar os elementos dos grupos,
um trabalho árduo mas compensador pela
força das respostas sentidas de alguns dos elementos. Os nossos interlocutores vão dando
respostas, a princípio na expectativa, mas depois vai ganhando forma a paixão do Cante e a
empatia vai assumindo a sua posição de dádiva
e entrega à causa. Esta coisa do cante traz sempre uma grande entrega para quem o sente e
vive e deixa sempre grandes responsabilidades
àqueles que o querem tornar seu, do seu Alentejo, das suas vivências, do seu mal-andar, dos
seus amores e desamores. É muito coração.
Que maravilhoso é ouvir homens e mulheres
que na planície alentejana cantaram antes, durante e depois do árduo trabalho, junto com
gente mais nova, já nascida longe do Alentejo!
Que pó mágico habita os seus genes para, com tanto entusiasmo, perpetuarem a memória do seu povo?!
É verdade que um Povo que canta não morre.
Neste sentido, é de louvar o excelente trabalho
que se vem fazendo nos concelhos de Almodôvar, Castro Verde e Vidigueira, onde o ensino
do Cante Alentejano foi incluído nos currículos escolares. Que esta experiência perdure e
se alastre aos outros concelhos alentejanos.
boletim informativo
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Gabinete de Apoio Psicológico
Aconselhamento e Apoio Psicológico à Comunidade: Seniores, Adultos, Pais e
Famílias, Adolescentes e Crianças.
Avaliação Psicológica: Despiste de Perturbações na área da Saúde Mental e/ou por
indicação de professores e educadores ou de interesse pessoal, a qualquer faixa
etária.
Psicóloga: Dr.ª Bárbara Sebastião
Marcações/Informações
Centro de Dia do Laranjeiro - Praceta Luís de Sá, nº8 B, Laranjeiro (da parte da manhã)
Ou pelo Telefone: 966 882 489 (a qualquer hora do dia)
Gabinete de Psicologia: Rua Professor Ruy Luís Gomes, Nº 13 r/c – Laranjeiro
Preçário
Sócios da Alma Alentejana – 1ª Consulta: 20 euros /2ª e seguintes: 15 euros
Não Sócios: 1ª Consulta: 30 euros /2ª e seguintes: 25 euros
Avaliação Psicológica: 4 Sessões Sem Relatório 70€ / 4 Sessões Com Relatório 80€
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alma alentejana