CANAIS DE MARKETING

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CANAIS DE MARKETING
OS JOGOS TEATRAIS NO ENSINO FUNDAMENTAL: A VIVÊNCIA ARTÍSTICA E
A CONSTRUÇÃO DE PAPEIS SOCIAIS
GAMES IN THEATRICAL BASIC EDUCATION: A ARTISTIC EXPERIENCE AND
THE CONSTRUCTION OF SOCIAL ROLES
Judite Cristiane Santana – [email protected]
Graduanda em Pedagogia – PARFOR/UNISALESIANO Lins
Profª. Ma. Ana Paula Menoti Dyonisio – PARFOR/UNISALESIANO –
[email protected]
Profª Esp. Érica Cristiane dos Santos Campaner – PARFOR/UNISALESIANO –
[email protected]
RESUMO
O presente artigo é resultado da pesquisa realizada no Trabalho de
Conclusão de Curso (TCC). Tem como objetivo investigar qual a contribuição dos
jogos teatrais na escola, como instrumento pedagógico para o desenvolvimento
pleno do educando. O teatro desempenha um papel ativo por parte do aluno,
gerando interesse, levando-o a participar das interações sociais colaborativas entre
os demais alunos e junto ao professor. Os jogos teatrais são uma fonte
enriquecedora de conhecimento, informação e divertimento. Por meio de sua
utilização a criança desenvolve aspectos cognitivos, intelectuais, emocionais e
sociais. O trabalho com jogos teatrais permite ao educando aprimorar seu caráter,
sua personalidade, sua criatividade, imaginação e futuramente tornar-se um sujeito
crítico, apto a exercer sua cidadania de forma consciente e transformadora.
Palavras-chave: Jogos Teatrais. Aluno. Papeis Sociais
ABSTRACT
This article is the result of research conducted in CBT (completion of course
work). Aims to investigate the contribution of theater games in school as a
pedagogical tool for the full development of the learner. The theater plays an active
role on the part of the student, generating interest, leading him to participate in
collaborative social interactions with other students and the teacher. Theater games
are a rich source of knowledge, information and fun. Through its use the child
develops cognitive, intellectual, emotional and social aspects. Working with theater
games allows the learner enhance your character, your personality, your creativity,
imagination and eventually become a critical subject, able to exercise their
citizenship conscious and transformative way.
Keywords: Theater Games. Student. Social Stationery
INTRODUÇÃO
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 5, n.10, jan/jun de 2014
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A pesquisa deste tema se justifica pela importância que os jogos teatrais têm
no desenvolvimento físico, mental e social da criança. A arte, de forma geral, está
presente na vida do ser humano. Ela faz parte do cotidiano, mesmo que no dia a dia
as pessoas não percebam.
No teatro, o aluno interage consigo mesmo e com os outros, dirige, constrói e
vive experiências. Nele o processo de aprendizagem ocorre de forma lúdica e
concreta. Os jogos teatrais são importantes para que as crianças desenvolvam a
capacidade de observação, atenção e comparação.
A relevância não deve ser dada somente as produções que chegam ao palco,
esses jogos também são importantes para que as crianças, por exemplo, aprendam
a linguagem e a utilizem para a compreensão do outro e de si mesmo. Como diz
Maria Paula Zurawski apud Ferreira (2013, p. 84), “o teatro é uma arte em que a
ferramenta de trabalho é o próprio ser humano e que só funciona por meio de uma
interação generosa entre ele e os outros”.
Na escola a presença da expressão artística através dos jogos teatrais
contribui para o aprendizado e socialização do aluno, também fortalece as relações
de cooperação, diálogo, respeito mútuo, aceitação das diferenças e conquista da
autonomia.
Os objetivos deste estudo são: analisar historicamente o papel do teatro
infantil; apresentar o teatro como forma de emancipação humana e investigar qual a
contribuição dos jogos teatrais na escola, como instrumento pedagógico para o
desenvolvimento pleno do educando.
Para atingir o objetivo pretendido, foi aplicado questionários com professores
que atuam no Ensino fundamental (Ciclo I). Por este meio foi possível compreender
de qual forma os jogos teatrais e o teatro estão presentes no cotidiano escolar.
1
BREVE HISTÓRICO DO TEATRO NO BRASIL A PARTIR DOS JESUÍTAS
A procedência do teatro brasileiro teve início no século XVI, em 1564, logo
após seu descobrimento, quando o Brasil passou a ser colônia de Portugal e os
sacerdotes da então companhia de Jesus – os Jesuítas, vieram para catequizar os
índios, trazendo suas influências culturais, como a literatura e o teatro.
Os índios são povos que prezam a natureza e naturalmente estão ligados à
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música e à dança, sendo assim, os Jesuítas utilizaram de elementos da cultura
indígena e perceberam no teatro, o método mais eficaz como instrumento
pedagógico para civilizá-los, em princípio para a educação religiosa.
Segundo Barão em Foco (2014), neste século se destacou a repercussão do
teatro espanhol em nosso país, com destaque para Manuel Botelho de Oliveira
(1636-1711). Ele foi o primeiro poeta brasileiro a ter suas obras publicadas, tendo
escrito duas comédias em espanhol (Hay amigo para amigo e Amor, Engaños y
Celos).
No início do Romantismo por volta de 1838 no século XIX, o teatro brasileiro
criou forças, impulsionado por alguns grandes escritores como Martins Pena, que foi
um dos pioneiros com suas comédias de costumes, entre outros.
Em 1880, os escravos brasileiros libertados na Nigéria, fundaram a primeira
companhia dramática brasileira, a Brazilian Dramatic Company.
Foi em 1900, que o teatro realmente marcou sua história e hasteou sua
bandeira pela liberdade de expressão mesmo com as duras crises políticas do
Brasil.
A ditadura que impunha o silêncio abarcou o período de 1937 a 1945 e
também atingiu o teatro. Surgem as primeiras companhias estáveis do país, com
nomes como: Procópio Ferreira, Jaime Costa, Dulcina de Moraes, Odilon Azevedo,
Eva Tudor, entre outros.
O italiano Franco Zampari em 1948, funda o Teatro Brasileiro de
Comédia (TBC), uma companhia que produzia teatro da burguesia para a burguesia,
importando métodos e repertório, com tendências para o culturalismo estético.
Em 1957 surge o Teatro de Arena de São Paulo, considerado a entrada de
muitos artistas para o teatro profissional, e que nos anos seguintes tornaram-se
verdadeiras personalidades do mundo artístico.
Em 1964, com o Golpe Militar, surgem às dificuldades para os diretores e
atores de teatro e a censura fez com que muitos artistas abandonassem os palcos e
se exilassem em outros países. As gerações futuras tiveram que se reestruturar para
manterem vivas as raízes já estabelecidas dando uma nova direção ao estilo de
teatro que estava surgindo.
Segundo Nazareth (2014), a procedência do teatro infantil brasileiro teve seu
início à época dos padres jesuítas que começaram a usar o teatro como ferramenta
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de catequização. No decorrer dos anos, o teatro infantil foi sendo incluído às práticas
escolares, continuamente com caráter educativo, formativo e moralista e continua
até os dias de hoje.
Logo no início, as peças infantis apresentadas nos teatros brasileiros, eram
textos europeus que traziam os costumes e a moral daquele continente e poucos
autores nacionais escreviam, com exceção de alguns como Coelho Neto.
A partir de 1970, o teatro infantil passa por vários momentos:
a)
em primeiro lugar, esta expressão é popularizada;
b)
as pessoas descobrem o teatro infantil;
c)
começa a se desenvolver de forma diversificada;
d)
há teatros amadores e profissionais;
e)
há teatros em clubes, em espaços clássicos e alternativos.
Conforme Nazareth (2014), na década de 80 aconteceu uma mudança
visando apenas lucratividade e não a qualidade e a mídia pouco valorizam as
produções para as crianças.
O panorama se modifica na década de 90, quando a Coca-Cola entra no
mercado com a criação do Prêmio Coca-Cola de Teatro Infantil e passa a patrocinar
10 a 15 peças por ano. Esta iniciativa incentiva novos diretores, autores e atores
crescendo a qualidade das peças e aumentando os espectadores. Este patrocínio
durou cerca de 10 anos. Infelizmente, com a saída da Coca-Cola, os oportunistas da
década de 80 voltam aos palcos e nos últimos anos, a qualidade vem baixando,
assim como o número de espectadores.
De acordo com Nazareth (2014), muitas vezes, a escola acaba tratando a
arte, o teatro, como mais um recurso didático, mas não se deve generalizar. Porém,
muitas escolas tem a intenção de transformar tudo em conteúdo programático,
interagindo com as matérias que estão sendo desenvolvidas, visto que, sempre se
encontram algumas atividades teatrais no Dia do Índio ou no Dia da Independência
do Brasil.
Ao trabalhar com o teatro, a escola quer saber qual é a mensagem
transmitida e a escola, muitas vezes, não consegue entender que a arte se basta por
si mesma.
Basta por si só a criança ter acesso a um bom espetáculo, não é preciso mais
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nada. Caso a escola, ao fim da apresentação de uma peça, principia em “verbalizar
o que foi encenado e a cobrar de seus estudantes o que eles entenderam ou
aproveitaram do espetáculo, o teatro perde sua importância e a arte fica
comprometida”. (NAZARETH, 2014, p. 1)
É muito importante que o teatro seja visto como uma disciplina e não apenas
como uma oficina ou atividades desenvolvida pela escola, mas, que amplie a
possibilidade de melhorar os conhecimentos.
De acordo com Brasil (1998), uma melhoria enorme para o desenvolvimento
das expressões artísticas nas escolas ocorreu devido à atual legislação educacional
brasileira.
A Lei de Diretrizes e Bases (LDB), Lei 9394/96 e os PCN de arte, afirmam que
o ensino de artes torna-se obrigatório na educação básica, conforme: § 2º O ensino
da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da
educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos
alunos. (BRASIL, 1996, p.10)
O PCN de arte agrupa os eixos norteadores que são: a produção, apreciação
e contextualização, associados à expressividade e à construção do conhecimento.
É neste contexto que se chega ao final dos anos 90 se pensando no terceiro
milênio. As principais características são identificar a arte e incluir na estrutura
curricular como área, com conteúdos próprios ligados à cultura artística e não
apenas a uma atividade separada.
2
OS JOGOS TEATRAIS COMO FORMA DE EMANCIPAÇÃO HUMANA
De acordo com Santos; Farias (2014), o desenvolvimento de projetos
educacionais não deve ser colocado de forma vertical, isto é, de cima para baixo,
mas sim, de forma horizontal levando-se em conta todos os participantes no
processo pedagógico escolar, priorizando a aprendizagem dos educandos, bem
como a formação de indivíduos, transformando situações de injustiça, intolerância e
de exclusão em situações de justiça, tolerância e inclusão.
Conforme Hauer (2005), o teatro está presente nos ambientes educacionais
de duas maneiras:
a)
como instrumento pedagógico e recursos didáticos, em especial
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aquelas ligadas às áreas de humanidades e línguas;
b)
como conteúdo extracurricular, no qual o ensino do teatro é voltado para
a interpretação da realidade de si mesmo, bem como quando a escola
patrocina
atividade
extracurricular,
como
um
estímulo
ao
desenvolvimento cultural do aluno.
A inclusão de todos na busca do conhecimento insere propostas de ambos
os lados, onde se deve acontecer entendimentos entre educandos e educadores,
buscando uma transformação que leve a se ter algo de melhor qualidade. Para
tanto, os jogos teatrais vêm ao encontro a esses propósitos, auxiliando nessa
transformação e, com uma transmissão de conhecimento da própria escola e sendo
trabalhado em sala de aula, estimulando debates sobre conhecimento.
Percebe-se que os jogos teatrais ajudam no enfoque de temas que acabam
ficando ausente do ensino, como o conhecimento, a possibilidade de transformar
situações entre dominantes e dominados, pontos sobre exclusão social ou ainda
questões da ética na sociedade.
Os jogos empregam atividades que são oriundas de problemas, cujas
soluções induzem o grupo à reflexão e ao diálogo. Esses jogos agem de improviso
quanto à rapidez de uma solução, tornando seus resultados inesperados e
contribuindo na formação dos indivíduos, porque nosso universo está sempre em
constante mutação.
Este conceito deve ser levado do ambiente escolar para o ambiente familiar e
social porque auxilia nas resoluções de problemas de uma forma justa, diminuindo
as injustiças e fortalecendo a inclusão dos indivíduos em uma sociedade mais ética.
Conforme
Santos;
Farias
(2014),
os jogos
teatrais
podem
contribuir
no
desenvolvimento de pessoas críticas e abertas à conversa, visto que os jogos
propõem um problema e cuja solução deve ser descoberta pelo grupo e não
sozinho.
Este tipo de técnica admite maior envolvimento do grupo, da criatividade, do
improviso e da percepção que são sinais vitais de aprendizagem. Deste modo, o
educando fica como o centro da aprendizagem.
O emprego de jogos dramáticos em ambiente escolar parece admitir o melhor
desempenho do aluno no processo de construção do saber escolar, visto que, o
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teatro é tido como uma atividade coletiva, que permite um maior conhecer, porque
estimula o processo de interação social.
Existe uma forte contribuição do teatro no processo de avaliação do
aprendizado, por meio de seus recursos, que permitem maiores mediações
diferenciadas, entre aluno e texto, permitindo uma maior aprendizagem.
É interessante diferenciar o teatro do jogo dramático, visto serem dois
conceitos distintos, onde muitas vezes se confundem quando estamos tratando de
teatro para crianças e teatro feito por crianças.
Camarotti (2002), argumenta:
a)
teatro: é uma apresentação pública, um espetáculo onde a criança em
cena representa algum personagem;
b)
jogo dramático: é uma encenação da realidade da criança e não é
levada ao público, onde ela libera as suas emoções, interpretando a si
mesma.
“O jogo dramático é um exercício da criança, que não é teatro, mas garantese como um importante exercício para a educação”. (CAMAROTTI, 2002, p. 32)
O teatro utilizado na área educacional tem a função de mobilizar capacidades
criadoras e aprimorar a relação vital do indivíduo com o mundo.
Quanto aos jogos dramáticos, esses libertam a criatividade, tornando a
pessoa mais humana, visto o aluno ser capaz de empregar e agregar o
conhecimento adquirido, em todas as disciplinas e, sobretudo, na vida.
É dentro deste foco que os jogos teatrais usados na escola estarão
aumentando processos de aprendizagens e contribuindo para a formação de
pessoas independentes, mediados pelo pensamento dramático e pelas experiências
de grupo. Tudo que se cria coletivamente na atividade do jogo teatral se torna de
suma valia para a criança.
O professor quando se volta para o lúdico, sua prática pedagógica vem a
mudar e consequentemente a sua didática em sala de aula. Usando o teatro como
meio de trabalho, diferenciam-se os seus atos ajudando no despertar do interesse
do aluno para o novo.
De tal modo docente e toda a equipe gestora escolar, ao utilizarem de tais
ferramentas pedagógicas para o desenvolvimento intelectual dos seus alunos,
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empregando o jogo teatral na educação infantil, especialmente o educador, este
estará cooperando para o desenvolvimento pessoal e o crescimento cultural da
criança.
Utilizando-se do comando da comunicação e da maneira interativa da
linguagem teatral, neste ponto de vista, estará encaminhando o aluno, para o campo
do ensino/aprendizagem, instituindo categorias de ensino para a construção de um
novo conhecimento, adentrando as com as propriedades do lúdico de maneira
prazerosa, fortalecendo uma maior capacidade de iniciação com uma ação mais
dinâmica, com motivação, um maior grau de improviso, bem como ampliando a sua
concentração,
organização
e
liderança,
onde
seu
controle
pessoal
será
desenvolvido.
3
CAMINHOS DA PESQUISA
A pesquisa foi realizada por meio do preenchimento de questionários
elaborados pela pesquisadora, para professores que atuam do 1º ao 5º ano do
Ensino Fundamental, ciclo I, da Rede Municipal de Ensino da cidade de Lins.
Aplicou-se o total de quinze questionários junto aos professores, sendo treze
do sexo feminino e dois do sexo masculino, com idades entre 26 e 57 anos e com
experiência docente mínima de 8 meses e máxima de 22 anos. A pesquisa foi
realizada em uma escola municipal, de ensino fundamental, ciclo I.
A análise qualitativa dos dados se deu por interpretação dos dados
explicitados pelos pesquisados, fez-se um agrupamento das respostas semelhantes
e de mesmo princípio de reflexão.
A primeira pergunta objetivou saber com que frequência os educadores
desenvolviam jogos teatrais com seus alunos. A maioria dos professores relataram
que não desenvolviam ou raramente desenvolviam jogos teatrais com seus alunos.
Vale salientar que os jogos dramáticos libertam a criatividade, tornando a pessoa
mais humana, visto o aluno ser capaz de empregar e agregar o conhecimento
adquirido, em todas as disciplinas e, sobretudo, na vida.
Na segunda questão, o objetivo foi saber se os professores costumavam
realizar peças teatrais com seus alunos para apresentar em datas especiais e, qual
a importância do teatro na educação. Ficou claro, por meio do questionário, que a
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maioria dos professores não costumavam realizar peças teatrais com seus alunos,
nem mesmo em datas especiais, ou seja, datas comemorativas ou momento cívico.
Quando questionados sobre a importância do teatro na educação, os professores
responderam de forma positiva atribuindo a esta arte um grande valor.
Na questão de nº 3, o objetivo foi verificar se os alunos gostavam de teatro
e por quê. Os professores foram unânimes na resposta afirmativa. Eles acreditavam
que seus alunos gostavam de assistir e fazer teatro, porém, apesar de terem essa
informação, poucos desenvolveram jogos teatrais ou realizaram peças teatrais com
seus alunos.
Quanto ao porquê dos alunos gostarem de teatro, as respostas
remetiam ao interesse e entusiasmo demonstrado pelos alunos durante as
apresentações que faziam ou assistiam.
Os professores sabem que o teatro é uma arte que proporciona prazer,
desperta o interesse e possibilita às crianças vivenciar diferentes papeis sociais. Isso
deveria ser o ponto de partida para que o professor, em sua prática pedagógica,
utilizasse os jogos teatrais e o teatro como ferramenta para a aprendizagem e para o
desenvolvimento humano do aluno.
Na quarta questão, o objetivo foi verificar, segundo os professores, quais
áreas são desenvolvidas no trabalho com jogos teatrais. As respostas foram
diversas, entre elas estão Arte, Português/Linguagem, Matemática/Raciocínio
Lógico, Educação Física/Coordenação Motora, Ciências/Geografia/História, entre
outras.
Na quinta e última questão o objetivo foi saber se os professores
entrevistados acreditavam que a sua formação acadêmica foi suficiente para que
desenvolvessem um bom trabalho na área de arte, mas especificamente em relação
ao teatro, com seus alunos. A maioria dos professores, 67 %, consideravam que não
tiveram uma formação acadêmica suficiente para desenvolverem com seus alunos
um bom trabalho na área de arte, especificamente em relação ao teatro. O professor
do curso de graduação precisa formar um educador que saiba utilizar a linguagem
de forma poética, critica e sensível. Alguém que seja um mediador da cultura, que
além da formação pedagógica tenha uma formação humana e cultural.
Desta forma a arte passa a ser vista, também, como uma forma de luta
contra o preconceito, contra a discriminação; como forma de vivenciar e analisar as
diferentes culturas.
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CONCLUSÃO
A escola é tida como um reflexo da sociedade e vice versa, também é muito
importante porque todas as ações da sociedade refletem na escola. Esta relação
complexa leva a educação, seus educadores e estarem ligados diretamente com a
sociedade que está inserida.
Todo conhecimento quando compartilhado agrega maiores possibilidades de
sucesso, porque engloba maneiras distintas de se pensar o mesmo problema e as
alternativas se tornam múltiplas porque agregam diferentes formas de pensar sobre
o mesmo tema. Com isso solucionar o problema se torna muito mais rápido e com
perspectivas de sucesso no seu final.
Os jogos teatrais quando inseridos neste ambiente de estudo e de
conhecimento, constroem novos papeis sociais, porque a convivência artística
desperta sempre para novas ideias, com a abertura de novos caminhos e de novas
alternativas de soluções. Motivar seria a ferramenta mais adequada para se obter
resultados de uma equipe, onde cada qual contribui com um pouco de seu
conhecimento sem ser o retentor do mesmo, contribuindo para solucionar o que está
sendo proposto.
Todo educador deve ter como foco despertar o conhecimento no educando
para que ele venha buscar novos aprendizados com interação com os meios sociais,
culturais e tecnológicos, exercendo sua plena cidadania como agente de
transformação da nossa sociedade. E para alcançar esses objetivos o trabalho com
jogos teatrais é essencial.
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