Mensagens de Boas Novas

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Mensagens de Boas Novas
REVISTAANUAL
Editora
RESTAURAÇÃO
Volume 4
Junho 2007 a Maio 2008
A Editora Restauração é uma entidade sem fins lucrativos
criada com o propósito de bem utilizar os recursos de comunicação
disponíveis para publicar todo tipo de material que seja útil à
restauração e edificação da Igreja de Jesus Cristo.
O sustento espiritual e material desta entidade depende
exclusivamente das orações e doações feitas pelos santos que
forem tocados pelo Senhor para contribuírem com este ministério.
O material publicado pela Editora Restauração é isento de
reserva de direitos autorais estando, portanto, desde já liberado
para a reedição e reprodução por qualquer pessoa que deseje
participar deste trabalho.
Agradecemos a Deus por nos confiar este importante ministério,
que certamente contribuirá com a preparação da Noiva para a
vinda do Rei e Senhor Jesus Cristo.
O Editor.
www.editorarestauracao.com.br
M
"O qual (Jesus Cristo) convém que o céu contenha até aos tempos
da restauração de tudo, dos quais Deus falou pela boca de todos os
seus santos profetas, desde o princípio." (Atos 3:21).
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N
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s
as de
Atos 3:21
Boletins
“Mensageiro
das Boas Novas”
Números 145 a 156
PUBLICAÇÕES DA EDITORA RESTAURAÇÃO
O QUE É O EVANGELHO?
Evangelho quer dizer "boas-novas". As boas-novas a respeito
de Jesus Cristo, o Filho de Deus, são-nos apresentadas por quatro
autores: Mateus, Marcos, Lucas e João, embora exista só um Evangelho,
a bela história da salvação por Jesus Cristo, nosso Senhor. A palavra
"Evangelho" nunca é usada no Novo Testamento para referir-se a um
livro. Significa sempre "boas-novas". Quando falamos do Evangelho de
Lucas, devemos compreender que se trata, das boas-novas de Jesus
Cristo conforme foram registradas por Lucas. Entretanto, desde os
tempos antigos o termo "evangelho" tem sido usado com referência a
cada uma das quatro narrativas da vida de Cristo.
Originalmente essas boas-novas eram transmitidas pela
palavra falada. Os homens iam de lugar em lugar contando a velha
história. Depois de algum tempo fez-se necessário um registro escrito.
Mais de uma pessoa tentou fazê-lo, mas sem êxito. Veja o que Lucas diz:
“Visto que muitos têm empreendido fazer uma narração coordenada dos
fatos que entre nós se realizaram, segundo no-los transmitiram os que
desde o princípio foram testemunhas oculares e ministros da palavra,
também a mim, depois de haver investido tudo cuidadosamente desde o
começo, pareceu-me bem, ó excelentíssimo Teófilo, escrever-te uma
narração em ordem para que conheças plenamente a verdade das coisas
em que foste instruído” (Lucas 1:1-4).
Há somente um Evangelho, apresentado de quatro maneiras.
Quatro retratos de Cristo são focalizados. Eles apresentam uma
Personalidade, mais do que a história conjunta de uma vida.
(Extraído do livro “Estudo Panorâmico da Bíblia” de Henrietta C. Mears)
Revista Quadrimestral - “O VENCEDOR”
Revista anual - “MENSAGENS DE BOAS NOVAS”
Boletim Mensal - “O MENSAGEIRO DAS BOAS NOVAS”
Livretos - “RESTAURANDO A EXPRESSÃO DA UNIDADE DA IGREJA”
Volume I - “A CEIA DO SENHOR” - Partes 1 a 5
Livretos- “RESTAURANDO A EXPRESSÃO DA UNIDADE DA IGREJA”
Volume II - “O BATISMO” - Partes 1 a 3
Livreto - “A SALVAÇÃO DA ALMA” - Watchman Nee
Livreto - “A VERDADE ACERCA DO NATAL”
Livreto - “NÃO DEIXE A CONGREGAÇÃO” - J.Preston Eby
Livreto - “A QUE DEVEMOS SER LEAIS” - Willian MacDonald
Livreto - A VONTADE DE DEUS PARA A MULHER CRISTÔ
Livreto - “DIVÓRCIO E RECASAMENTO” - Shawn Abgail
Livreto - “HÁ UM COMBATE A SER COMBATIDO” - J.C.Metcalfe
Livreto - “A IDENTIDADE DO TESTEMUNHO DA IGREJA” - Gino
Iafranceso V.
Livreto - “FORA DO ARRAIAL” - Hamilton Smith
Livreto - “UMA NOVA VISÃO DA IGREJA COMO FAMÍLIA” - Frank Viola
Livro - “SINAIS DE UMA IGREJA VIVA” - John Stott
Livro - “CRISTO A SOMA DE TODAS AS COISAS ESPIRITUAIS” Whatchman Nee
Livro - “A ORDEM DE DEUS” - Bruce Anstey
Livro - “PEGADAS” - Stephen Kaung
Livro - “A CRUZ” - Stephen Kaung
Livro - “EU EDIFICAREI MINHA IGREJA” - Stephen Kaung
Livro - “MEDITAÇÕES SOBRE O REINO” - Stephen Kaung
Livro - “O REINO DE DEUS” - Stephen Kaung
Livro - “RECONSIDERANDO O ODRE” - Frank A. Viola
Livro - “CRISTIANISMO PAGÃO” - Frank Vola
Livro - “QUEM É A SUA COBERTURA” - Frank Viola
Livro - “CHAMADOS PARA A SANTIDADE” - Ruth Paxson
Livro - “RIOS DE ÁGUAS VIVAS” - Ruth Paxson
Pregações em CD e VCD - “PREGAÇÃO DO EVANGELHO DO REINO”
Todas as publicações se encontram disponíveis na página da
internet www.editorarestauracao.com.br ou poderão ser solicitadas
pelo endereço da Editora.
Jesus
relacionamento com seu pai,
ela deve estar errada em todos os seus
outros relacionamentos. Eis por que o
filho pródigo começou a viver
dissolutamente. Quando o Espírito Santo
ilumina uma pessoa, Ele não somente lhe
mostrará que ela está numa posição
perdida, mas também que sua conduta
anterior estava errada. O Espírito Santo
não ignora os pecados passados. Ele
atenta para todos os pecados. No entanto,
Ele chama a atenção de alguém quanto a
todos os seus pecados somente após lhe
ter mostrado sua posição caída. O
Espírito Santo primeiro mostra a você
quão perigosa é a posição em que você
está, aí, e só então Ele lhe mostra quantos
pecados você tem. A luz do Espírito Santo
ilumina e expõe todas as áreas
nas quais você transgrediu em relação
aos outros. Ela expõe toda injustiça e
todos os pecados ocultos em nossas
palavras e pensamentos.
O castigo de Deus é para o
Seu curar. A repreensão do Espírito Santo
é para o Seu confortar. Deus não se apraz
em castigar e punir Seus filhos sem
motivo.Aúnica razão pela qual Deus pune
é para que o homem possa obter paz. A
razão de o Espírito Santo brilhar sobre o
homem e mostrar-lhe seus defeitos e suas
desobediências é para que o homem
aceite toda a obra do Senhor Jesus Cristo
na cruz. Sem a iluminação do Espírito
Santo, não somos capazes de ver nem
mesmo nossos pecados.
Livro Indicado Para a Leitura do Mês
É do conhecimento dos leitores cristãos em todo o
mundo que o irmão Watchman Nee foi especialmente
encarregado pelo Senhor de ajudar os cristãos quanto à
verdade da plena salvação de Deus. Na primavera de
1937, o irmão Nee deu uma série de vinte e seis
mensagens sobre as verdades básicas do evangelho de
Deus para a igreja em Xangai, China. As questões
abordadas são amplas, variando desde a condição
pecaminosa do homem antes de ser salvo ao seu destino
na era vindoura. Na primeira parte do livro, o irmão Nee
apresenta as particularidades da salvação de Deus, isto
é, os pecados do homem; o amor, a graça e a
misericórdia de Deus; a natureza da graça; a função da
lei e a justiça de Deus; a obra de Cristo e do Espírito
Santo na salvação de Deus; e a fé como o caminho da
salvação. Na segunda parte, o irmão Nee trata
detalhadamente das questões de segurança eterna da
salvação e a maneira de Deus lidar com os pecados dos
cristãos nesta era e na vindoura. Para ambas as
questões, o irmão Nee apresenta respostas convincentes
a partir da Bíblia e de como os cristãos atualmente
entendem esses assuntos.
Este livro poderá ser encontrado em sua íntegra no site:
www.estudobiblico.com.br, ou poderá ser adquirido através da Editora
Árvore da Vida pelo site: www.arvoredavida.org.br
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!
O mensageiro das
BOAS NOVAS
Junho 2007
Ano IX n° 145
“Recebereis o poder do Espírito Santo”
EDITORIAL
João Alfredo
Os crentes e as igrejas de hoje
sofrem de um mal que é muito visível para
todo aquele que compreende que a
promessa feita pelo Senhor em Atos capítulo
1 verso 8 já se cumpriu em Pentecostes de
forma cabal. Sem a compreensão e
aceitação como verdade absoluta do
cumprimento desta promessa: “Recebereis
o poder do Espírito Santo”, há fraqueza e
falta de testemunho de Cristo.
O Senhor cumpriu a Sua promessa
de enviar o poder do Espírito Santo sobre
todo crente e sobre a igreja com uma
finalidade muito clara, ser testemunha. Nos
dias em que vivemos parece que esta
finalidade foi esquecida pelos crentes e o
resultado é o que se vê por todo lado,
fraqueza e por conseqüência falta do
testemunho de Cristo.
O testemunho do Senhor na vida do
crente precisa ser trazido em dois aspectos
fundamentais. O primeiro é o pessoal. Uma
vida de santidade e pureza pessoal é
fundamental para que a Pessoa do nosso
Senhor Jesus possa ser conhecida através
do crente. Nenhum valor tem para o Senhor
a vida de aparência. Pertencer a uma igreja
ou a um grupo, freqüentar reuniões, todas
estas são coisas ótimas e importantes na
vida do crente, mas elas não substituem o
testemunho pessoal de santidade e pureza.
Falar e pregar para as pessoas é muito bom,
mas sem o testemunho da vida de Cristo
tudo é vão. Nada pode substituir o
testemunho visível que o crente
deve dar ao mundo da obra do Espírito
Santo, que é o de revelar Cristo no crente. O
poder do Espírito Santo foi dado pelo Senhor
com a finalidade de transformar o crente na
imagem do Filho de Deus, Jesus Cristo.
O segundo aspecto do testemunho
do crente, que em minha opinião é o mais
difícil, é o coletivo. A igreja do Senhor
recebeu a promessa do poder do Espírito
Santo com esta finalidade, testemunhar da
Pessoa de Cristo. O corpo de Cristo deve
expressar apenas a Ele mesmo. Tudo o que
a igreja deve fazer e se preocupar neste
mundo é dar testemunho de Cristo. Quando
a igreja se reúne, todos os olhares
espirituais se voltam para ela. Eles buscam
ver o testemunho de Cristo na vida coletiva
dos crentes, isto é, na vida da igreja. O
propósito de Deus em deixar a igreja de
Cristo por mais tempo aqui na terra é para
que mais e mais seres humanos e espirituais
sejam salvos pela multiforme sabedoria
Dele dada através da igreja (Ef 3:10).
Portanto a compreensão e aceitação
de que o poder do Espírito Santo já foi dado
abundantemente ao crente e à igreja é
fundamental para que o mundo conheça a
Cristo como aquele que cumpre tudo em
todos. Permitir que o Espírito Santo assuma
o controle total tanto da vida pessoal do
crente como da vida coletiva da igreja é a
grande necessidade nestes últimos dias
desta era.Amém.
!
ENTRISTECER O ESPÍRITO SANTO
Billy Graham
Chegamos agora a dois pecados
contra o Espírito Santo que podem ser
cometidos por cristãos: entristecer o
Espírito Santo, e apagar o Espírito.
Quase tudo o que nós fazemos
de errado pode ser incluído em um
destes dois termos. Vejamos primeiro o
que é entristecer o Espírito. Paulo
adverte os seus leitores, em Efésios
4:30: "Não entristeçais o Espírito de
Deus, no qual fostes selados para o dia
da redenção." É importante e consolador
ouvir Paulo dizer que nós fomos
"selados para o dia da redenção". Isto
deixa claro que nós somos e não
deixamos de ser cristãos. Ele não esta
falando de julgamento, no sentido de
que o que estamos fazendo aqui esta
nos separando do amor de Deus e nos
fará ir para o inferno. Está, isto sim,
falando de coisas que não combinam
com a natureza do Espírito Santo e por
isso O ferem em Seu ser e entristecem
Seu coração. Com o que nós fazemos
podemos fazer o Espírito sofrer.
"Tristeza" é uma palavra do
"amor". O Espírito Santo nos ama tanto
quanto Cristo: "Rogo-vos, pois irmãos,
por nosso Senhor Jesus Cristo e
também pelo amor do Espírito, que luteis
juntamente comigo nas orações a Deus
a meu favor" (Rom. 15:30). Podemos
magoar ou irar alguém que não nos tem
afeição, mas entristecer podemos só
quem nos ama.
Uma vez eu ouvi um pai dizendo
a seu filho: "Se você não se comportar,
eu não vou mais amar você". Isto foi uma
frase infeliz. Ele tinha o direito de exigir
bom comportamento do filho, mas não
tinha o direito de dizer que não o amaria
mais. Um pai tem de amar seu
filho sempre, quer ele se comporte bem
ou mal. Quando o filho ë mau, então o
amor do pai por ele está misturado com
sofrimento, tristeza e até angústia.
Como um cristão pode
entristecer o Espírito Santo? Em Efésios
4:20-32 Paulo diz que tudo que não
combina com Cristo, em ações, palavras
e pensamento, entristece o Espírito da
graça. Ruth Paxson diz em um de seus
livros que nós podemos saber o que
entristece o Espírito analisando nossa
conduta á luz das palavras que a
Escritura usa para caracterizar o
Espírito. O Espírito Santo é o Espírito da:
1) Verdade (João 14:17); assim,
tudo que é falso, enganoso e hipócrita O
entristece.
2) Fé (Cor. 4:13); por Isso
dúvidas, desconfiança, ansiedades e
preocupações O entristecem.
3) Graça (Heb. 1029); assim,
tudo em nós que é duro, amargo,
malicioso, Indelicado e Indisposto para
perdoar e amar O entristece.
4) Santidade (Rom. 1:4); por
isso tudo que é impuro, sujo ou
degradante O entristece.
O que acontece quando nós
entristecemos o Espírito Santo?
Normalmente Ele gosta de nos revelar o
que é de Cristo. Ele também nos
proporciona alegria, paz e um coração
satisfeito. Mas quando nós O
entristecemos. Seu ministério fica
interrompido.
Eu venho de uma região nos
Estados Unidos onde predomina a
indústria têxtil. Há alguns anos eu visitei
uma fábrica muito grande, onde
parábola de Lucas 15, deve
observar o que o filho pródigo disse ao pai.
Ele não disse que tinha desperdiçado toda
a fortuna de seu pai com prostitutas. A
primeira coisa que percebeu quando caiu
em si, foi que na casa de seu pai havia
abundância de pão. Por que, então, ele
estava vivendo em meio aos porcos numa
terra longínqua e não conseguia sequer
matar sua fome com as alfarrobas que
eram para os porcos? Quando o Espírito
Santo ilumina uma pessoa, ela percebe
que tem um problema com Deus, que
deixou a casa de seu Pai e que está longe
Dele. Meu amigo, quando uma pessoa no
mundo chega ao fim de si mesma em sua
condição pecaminosa, ela pode, como
Judas, tornar-se ciente de seus pecados.
Mas sem a luz do Espírito Santo, ela não
sentirá que deixou a casa do Pai e que
está numa terra distante. Não estou
dizendo que os pecados não sejam
sérios. Pecados são pecados. Mas a
Bíblia nos mostra que o principal pecado
do homem reside no fato de ele estar
perdido. Ele está posicionado numa base
inadequada, mesmo que não esteja em
uma condição inadequada. Naturalmente,
todos os que estão numa condição
inadequada devem estar numa base
inadequada. Quando o Espírito Santo nos
ilumina, primeiro Ele nos mostra que
estamos numa base inadequada. Então
Ele nos mostra nossa condição
inadequada. Isso é o iluminar do Espírito
Santo.
Assim, embora haja o amor do
Pai e a obra do Senhor, ainda há a
necessidade de o Espírito Santo preparar
o coração do homem. Ele ainda tem de
trabalhar no coração do homem a fim de
que o homem receba tudo o que o Senhor
Jesus fez. Pode-se dizer que o Senhor
Jesus é nosso Salvador
objetivo vindo de Deus, e que o Espírito
Santo é nosso Salvador subjetivo vindo de
Deus. O Senhor Jesus é o Salvador que
cumpriu a redenção por nós
exteriormente e o Espírito Santo é o
Salvador que cumpriu a salvação por nós
interiormente. Todos nós aqui fomos
iluminados pelo Espírito Santo. Todos
sabemos que somos a ovelha perdida,
que todos nos desviamos para os nossos
próprios caminhos (Is 53:6). Todos nós,
como ovelhas, nos perdemos. Nosso
problema não é doença ou defeito físico,
mas é tomar um caminho errado. O
caminho que a pessoa toma é muito
importante. Em João 16:8-9, o Senhor
Jesus nos disse que quando o Espírito
Santo vier, Ele “convencerá o mundo do
pecado, da justiça e do juízo”. Que
significa ser convencido do pecado?
Fomos convencidos do pecado “porque
eles não crêem em Mim”. Desenvolvemos
um problema com Ele e entramos em
conflito com Ele. Fomos convencidos do
pecado porque não vimos Seu sangue e
Sua autoridade, porque não satisfizemos
às Suas exigências, e porque agora
temos um problema com Ele. O maior
pecado do homem é recusar-se a crer no
Senhor Jesus. O Espírito Santo vem
mostrar-nos que desenvolvemos um
problema com o Senhor Jesus e com
Deus. Nossa posição está errada.
Mas deixe-me fazer-lhe uma
pergunta. É possível que uma pessoa
numa terra distante possa ser um bom
filho? É possível que ela possa ser
econômica e próspera? É possível que
possa ser um trabalhador diligente? É
possível que seja prudente em fazer
amigos? Sabemos que isso é impossível.
Se uma pessoa se desviou para uma terra
A OBRA DO ESPÍRITO SANTO
Watchman Nee
O evangelho é inadequado se
ele menciona apenas a obra do Pai e do
Filho sem mencionar a obra do Espírito
Santo. Deve haver menção do Espírito
Santo também. A obra do evangelho tem
três aspectos. Lucas 15 nos mostra três
parábolas. Por um lado, vemos o Pai
amoroso esperando para receber os
pecadores. Por outro, vemos o bom
Pastor vindo ao mundo para buscar a
ovelha perdida. Vê-se o Pai em casa
esperando pelo pecador arrependido e
salvo, e vê-se também o Filho vindo ao
mundo para salvar pecadores. Mas após
a obra do Senhor completar-se e antes de
o pecador chegar em casa, há uma outra
parábola, que é a da mulher que, paciente
e cuidadosamente, procura, com a
candeia acesa, a dracma perdida.
Primeiro, vê-se o Senhor
Jesus vindo à terra para buscar os
pecadores. Segundo, vê-se a mulher
acendendo a candeia para iluminar, varrer
e procurar a dracma perdida. Assim, o
Espírito Santo está trabalhando
juntamente com o Pai e o Filho para achar
o pecador para o cumprimento da obra do
evangelho. O Filho veio para morrer pelo
pecador; o Pai recebe o pecador em casa;
e o Espírito Santo trabalha para iluminar o
coração do homem e mostrar ao homem
sua verdadeira posição.
Se uma pessoa não tem a luz
do Espírito Santo, é possível que ela seja
como Judas, que viu seu pecado, estava
sofrendo e não tinha paz interiormente,
mas não via sua própria posição diante de
Deus. Sem a luz, ele não poderia ver sua
situação de perdição. O sentimento do
homem em relação ao pecado perdura
somente até ele perceber que agiu errado.
Ele não percebe que diante de
Deus é um perdido. Estamos dispostos a
admitir que somos pecadores. Mas sem o
iluminar do Espírito Santo não
admitiremos que, como resultado do
pecado, diante de Deus nos tornamos
pessoas perdidas. Aos olhos de Deus,
somos pessoas perdidas.
Existe a possibilidade de uma
imitação por parte da carne na questão da
consciência do pecado. A carne pode
substituir a atuação do Espírito Santo.
Muitas lágrimas em reuniões de
reavivamento nada são senão o resultado
da carne do homem. Elas não são
produzidas pela obra do Espírito Santo no
homem. Uma coisa é o homem saber que
pecou. Outra coisa, é saber que seu
relacionamento com Deus está errado. O
Espírito Santo paciente e
cuidadosamente ilumina o homem e
mostra-lhe que ele está perdido. O que o
Espírito Santo faz é mostrar ao homem
que sua posição está errada. Então, o
primeiro sentimento de alguém que
experimentou a obra do Espírito Santo de
Deus não é algo relacionado com o
pecado, mas o sentimento de que ele está
longe de casa. Seu relacionamento com
Deus está cortado. Ele desenvolveu um
problema com Deus. Ele é um homem
perdido.
Nosso problema diante de
Deus não é meramente quanto temos
destruído a nós mesmos com comida,
bebida, fornicação ou jogos. O problema é
estar afastado numa terra distante.
Quando o Espírito Santo ilumina o
homem, a primeira coisa que Ele faz é
mostrar ao homem que ele está numa
terra distante. Quando alguém lê a última
centenas de teares estavam
tecendo tecidos com finíssimos fios de
linho. O gerente da fábrica me explicou:
"Estas máquinas são tão delicadas que
se um só fio dos trinta mil que estão
passando pelas máquinas neste
momento se rompesse, todas elas
parariam no mesmo Instante". Para
provar, ele foi a uma máquina e cortou
um fio. Imediatamente todas as
máquinas pararam até que o fio fosse
recolocado; depois continuaram
automaticamente.
Este milagre mecânico é uma
analogia rude "do que é espiritual".
Quando eu peco, desobedeço ou me
desvio do caminho claro da vontade e do
temor de Deus, então o ministério do
Espírito em minha vida está prejudicado.
Sua atuação é interrompida, mas Ele
continua presente. Ele não é afastado,
somente Sua atuação é prejudicada.
Assim que o fio partido é restaurado.
Seu ministério pleno recomeça e Ele
ilumina de novo o meu coração, satisfaz
as necessidades do meu coração e faz
eficaz em mim o ministério de Cristo.
Mas isto tudo tem um lado
glorioso: entristecer o Espírito Santo
não Implica em perde-Lo. Eu continuo
selado por Ele; Ele não deixa de morar
em mim. Nenhum crente pode
entristecê-Lo a ponto de Ele o deixar
totalmente. Os hinos de Wllliam Cowper,
sócio de John Newton, me têm
abençoado muito, mas estas linhas têmme perturbado:
Retorna, santa Pombal vem,
Ó Tu que dás a paz!
Odeio o que Te dá pesar
E abandonar-me faz.
Eu tenho a incômoda impressão
de que estas palavras querem dizer
foi somente interrompido. Elas
Implicam em que eu O perdi. Se foi isto
que Cowper quis dizer, creio que ele
estava errado.
Deus pode fazer com que não
sintamos mais a presença do Espírito
Santo. Podemos ver isto no Salmo 51,
onde Davi diz: "Não retires de mim o teu
Santo Espírito" (v. 11). Mas não se
esqueça que o Espírito Santo selou
todos os crentes para o dia da redenção,
isto e, a redenção dos nossos corpos
(Ef. 1:13, 4:30, Rom. 8:23). Você e eu
podemos escorregar, mas isto é bem
diferente de cair da graça ou perder o
Espírito Santo totalmente.
Se o Espírito se retirasse de um
crente selado por Ele, não estaria
negando todo o plano da salvação? Mas
quando nós O entristecemos. Ele retira
de nós a alegria e o poder até que
renunciemos e confessemos o pecado.
Mesmo parecendo contentes
externamente, no interior nos sentimos
infelizes, porque não estamos em
comunhão com o Espírito. Não que o
Espírito nos tenha abandonado, mas
porque Ele nos faz sentir assim até que
voltemos a Cristo humildes, contritos,
prontos para confessar. O Salmo 32
muitos acham que ele foi escrito por Davi
depois de pecar com Bate-Seba é um
ótimo exemplo disto: "Enquanto não
confessei os meus pecados, eu chorava
o dia todo, até cansar. De dia e de noite
me castigaste, ó Deus, e as minhas
forças se acabaram como sereno que
seca no calor do verão. Então eu te
confessei os meus pecados, e não
escondi a minha maldade. Resolvi
confessar tudo a ti, e tu perdoaste as
minhas faltas. . . . Todos vocês que são
corretos alegrem-se e fiquem contentes
Jesus
pelo que Deus tem feito! Cantem
de alegria todos vocês que são honestos
de coração!" (Sal. 32:3-5,11, BLH).
Eu estou convencido que, uma
vez balizados no corpo de Cristo, tendo
o Espírito Santo em nós, nunca mais
seremos abandonados por Ele.
Estamos selados para sempre. Ele é a
garantia, o penhor do que virá. Sei que
muitos dos meus Irmãos na fé têm outro
ponto de vista, mas até onde posso ver
hoje, tenho certeza que o Espírito Santo
nos sustém.
Por um lado o Espírito Santo que
mora em nós nos guarda para Deus. Isto
Ele faz através do sangue de Cristo, em
que nós confiamos e sabemos que
fomos redimidos. Por outro lado Ele nos
concede alegria contínua por sabermos
que somos de Deus; esta alegria só
cessa quando alguma obra da carne
entristece Aquele que nos selou. "Ele
anseia por nós com ciúme" (Tiago 4:5).
Eu duvido que neste lado da
eternidade alguma vez cheguemos a
saber que grande força poderíamos ter
utilizado: o poder do Espírito Santo, do
qual tomamos pequenas amostras,
através da oração.
Quando nós nos entregarmos a
Cristo, o Senhor, totalmente, cada
momento de cada dia, não será possível
descrever o poder (capaz de fazer
milagres) e o testemunho do Espírito
Santo que estarão em nós. O segredo de
pureza, paz e poder está neste momento
de entrega. E eu acho que também inclui
o que George Cutting costumava
chamar de segurança, certeza e
contentamento. Engloba também a idéia
de realização externa e satisfação
interna.
Sim, quando nós pecamos o
Espírito Santo, Espírito de amor, é
entristecido, porque Ele nos ama.
!
Livro Indicado Para a Leitura do Mês
É consenso entre os cristãos que a ação genuína do poder do
Espírito Santo é uma das maiores necessidades da igreja atual.
Neste livro o Dr. Billy Graham aborda as perguntas fundamentais
sobre a terceira pessoa da Trindade:
Quem é o Espírito Santo?
Como atua o seu poder na vida do crente?
Como receber o batismo do Espírito?
Como experimentar a plenitude do Espírito?
Quais são e como funcionam os dons do Espírito Santo?
Que é a blasfêmia contra o Espírito?
Será que o fruto do Espírito manifesta-se em sua vida?
Além de responder a essas perguntas o Dr. Billy Graham mostra que
o Espírito Santo não deve ser apenas estudado e compreendido
racionalmente, mas sim experimentado em plenitude em nossa vida
espiritual. Ele é o Consolador prometido por Jesus! Nele devemos
andar e dele devemos depender para poder usufruir a vida
abençoada que Deus deseja para nós.
Este boletim é distribuido gratuitamente.
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O mensageiro das
BOAS NOVAS
Maio 2008
Ano IX n° 156
“A luz do evangelho de Cristo,
que é a imagem de Deus.”
EDITORIAL
João Alfredo
Nestes dias um sentimento
que tem tocado meu espírito, é que a
igreja dos nossos dias perdeu sua
expressão como Reino dos Céus. Em
primeiro lugar porque os cristãos
perderam a visão da centralidade na
Pessoa de Cristo e em segundo lugar
porque a luz do evangelho está
encoberta para a grande maioria da
cristandade, pela falta de conhecimento.
Sinto que é de extrema
urgência que o evangelho de Deus, que é
a revelação de Jesus Cristo, seja
ensinado para que os cristãos cheguem
ao conhecimento espiritual e a
maturidade cristã. Muito se tem feito no
sentido de evangelizar pregando o
evangelho para a salvação àqueles que
estão nas trevas. Mas o ensinamento
propriamente dito do evangelho da glória
de Cristo, tem sido muito negligenciado.
É preciso que os perdidos cheguem à
salvação, mas também é necessário,
tanto quanto a salvação, o
amadurecimento dos que foram salvos. É
neste sentido que o ensinamento do
evangelho tem sido posto de lado.
Se realmente esperamos a
vinda de nosso Senhor Jesus para reinar
sobre a terra, antes é preciso que
estejamos cheios do conhecimento do
evangelho da glória de Cristo. Se os
cristãos não estiverem
maduros e preparados para reinarem
com Cristo, como então Ele poderá
estabelecer Seu reino? Somente o
aprofundamento na obra de Cristo, que é
o Seu evangelho, poderá preparar o
cristão para ser um vencedor. Na
verdade um vencedor não é um super
cristão, mas um cristão normal. São
estes cristãos normais que o Senhor
usará para reinar com Ele sobre a terra.
Ser um cristão normal é ser cheio da luz
do evangelho de Cristo. Quando um
cristão chega ao conhecimento pleno do
evangelho de Cristo, ele também chega
ao conhecimento dos princípios do
caráter e da obra de Deus. Esse
conhecimento será o grande prérequisito para reinar com Cristo.
Vamos nos ocupar nestes
últimos dias desta era com o
aprofundamento no conhecimento do
evangelho de Cristo, para que sejamos
conformados à imagem do Filho de Deus.
Gostaria de incentivar os irmãos a lerem
mais a Bíblia e a usarem os escritos de
outros irmãos que receberam muito do
Senhor. Quando lemos os livros estamos
na comunhão do corpo de Cristo, sendo
instruídos, auxiliados, exortados e
consolados por aqueles irmãos que se
preocuparam em deixar escrito o que
Jesus
toma a tua foice e ceifa".
Quem é este sentado sobre a nuvem
com a coroa? É o nosso Senhor, e ele vai
ceifar o seu povo(1 Ts 4:16,17).
Preste atenção no texto: "os
vivos, os que ficarmos". Em outras
palavras, há alguns vivos que não
ficaram. Eles já se foram. Portanto, aqui
vemos que os mortos em Cristo serão
ressuscitados e os vivos que ficaram
serão transformados, e todos serão
arrebatados para encontrar o Senhor
nos ares. Quando isso acontece, então
temos a trombeta, a ceifa. Então,
quando toda a igreja reunir-se na
presença do Senhor, haverá o
julgamento do tribunal de Cristo. O
julgamento terá inicio pela casa de
Deus. Isto está incluído na parúsia.
Parúsia e as Sete Taças
O que acontecerá na Terra? A
cólera de Deus será derramada através
das sete taças. É chegado o
dia do Senhor, e isto também está
incluído na parúsia.
O Final da Parúaia
Quando estas coisas
chegarem ao fim, então o Senhor Jesus
virá com o seu exercito, os chamados,
eleitos e reis. Ele descerá em grande
glória e então ocorrerá a última batalha,
a batalha do Armagedom. Satanás será
preso, acorrentado e lançado dentro do
abismo, enquanto o falso profeta e o
anticristo serão lançados dentro do lago
de fogo. Irmãos, este é o fim da parúsia.
Portanto, podemos ver que a parúsia ou
presença do Senhor inclui um período
de tempo e cobre uma serie de eventos.
O que dizer a respeito do sinal
da sua vinda, ou o sinal da presença do
Senhor? Notamos que há um sinal do
inicio e um sinal do fim da parúsia.
Livro Indicado Para a Leitura do Mês
A vinda do Senhor Jesus é para nós um motivo
de grande expectativa e alegria, a nossa bendita
esperança, o tema de nossos hinos e cânticos.
Nestes dias do fim é imprescindível conhecer o
que dizem as Escrituras sobre os eventos
relacionados a vinda do Senhor, a fim de estar
preparados para ela.
Neste livro sobre os capítulos 24 e 25 do
evangelho de Mateus, Stephen Kaung analisa a
profecia de Jesus Cristo sobre o seu iminente
retomo. Ao comenta-la, o autor ressalta a
importância da preparação do povo de Deus
para os eventos ligados a vinda do Senhor.
Estando conscientes destas realidades e
preparados para elas, o dia de Cristo não trará
surpresas para os filhos de Deus, mas será um
momento de grande alegria no tão esperado
encontro com o Senhor.
Este boletim é distribuido gratuitamente.
Toda correspondência e doação para custear a sua publicação deve ser enviada para:
Editora Restauração - "O mensageiro das Boas Novas”
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O mensageiro das
BOAS NOVAS
Julho 2007
Ano IX n° 146
“Certamente venho sem demora
Vem Senhor Jesus”
EDITORIAL
João Alfredo
São muitos os motivos pelos quais
a cristandade se encontra nesta
anormalidade que vemos em nossos dias.
Um destes muitos motivos é a falta do espírito
de arrebatamento que faz com que a
verdadeira igreja do Senhor seja uma
comunidade escatológica, vivendo o
presente com os olhos no futuro. Assim deve
caminhar a igreja de Jesus na terra, sempre a
espera de Seu Rei que vira para tomá-la para
Si. Este espírito de arrebatamento deve
nortear a vida de todos aqueles que
nasceram do alto e conseqüentemente foram
colocados no corpo de Cristo. Os olhos e o
coração da noiva que ama o Noivo devem
estar sempre vigiando a espera de Sua vinda.
Certa vez nosso Senhor Jesus
contou uma parábola, que ficou registrada
em Mateus capitulo 13, sobre dez virgens que
esperavam pelo noivo. Todas estavam
providas de suas lâmpadas, isto é, todas
tinham o Espírito Santo. Mas apenas cinco
eram prudentes e tinham uma provisão de
azeite para suas lâmpadas, isto é, estavam
cheias do Espírito Santo. A conclusão desta
parábola sabemos muito bem, apenas as
cinco prudentes foram tomadas pelo noivo.
Parece que o Senhor estava dizendo que se
na igreja como todo (as dez virgens) o Noivo
pudesse encontrar a metade que fosse
prudente, seria muito bom. Mas a
anormalidade da cristandade reside no fato
de que esta proporção está desequilibrada,
pois a grande maioria dos crentes de hoje
nem se quer se referem à vinda do Senhor.
Este assunto parece ser de remota
importância para a cristandade de
hoje. Preparar-se para a vinda do Noivo
parece não ter muita importância para os
“crentes” modernos. Esta tem sido a causa de
muitos desvios e enganos introduzidos pelos
assim chamados “pastores”, ou seja lá como
são nomeados, de nossos dias.
O motivo de tal afastamento da
vigilância na qual a cristandade deveria estar
empenhada é devido aos atrativos que o
mundo moderno oferece aos crentes.
Infelizmente estes atrativos mundanos
invadiram a “igreja” de nossos dias. A
prosperidade, a cura, a benção e tantas
outras coisas são mais importantes para a
cristandade de hoje, do que a vinda do Rei. É
tão bom participar das atividades e dos
afazeres da “igreja” que até o pensar em ser
levado deste mundo é rejeitado pelos crentes
modernos. Mesmo a comunhão entre os
irmãos é tão prazerosa que não vale muito a
pena pensar em deixá-la. Em fim, todas estas
coisas têm prendido os crentes modernos a
esta terra. Eles têm se tornado uma árvore
gigantesca com raízes profundas neste
mundo, onde as aves (pessoas) de todos os
tipos podem se aninhar. E por terem raízes
profundas na terra não poderão ser tomados
pelo Noivo.
Nossa oração é para que mais e
mais irmãos sinceros sejam despertados
para a necessidade de se ter um espírito de
arrebatamento. Para que a espera pelo Noivo
seja, nestes dias, a prioridade da noiva que é
a verdadeira Igreja do Senhor.Amém.
!
AGUARDANDO A VINDA DO SENHOR
Christian Chen
Qual o nosso interesse em tudo
isso? Nosso desejo é conhecer a Palavra
de Deus; queremos receber a mensagem
do Senhor. O Senhor está às portas. Não
importa o que os jornais publicam.
Estude a sua Bíblia. O Senhor está às
portas. Você está pronto? Ou você está
vagando por aí? Ou você está
brincando? Oh, se você sabe que a
Palavra de Deus é tão segura, comece a
ficar sério com o Senhor. O apóstolo João
disse: “Bem-aventurados aqueles que
lêem e aqueles que ouvem as palavras
da profecia”. Mas ele acrescentou algo
mais: “e aqueles que guardam” - que
obedecem “as coisas nela escritas...”
Por que estudamos profecia? O nosso
único propósito é obedecer a palavra
profética. Tudo o que está acontecendo
aponta para um fato: o Senhor está às
portas. No próximo capítulo trarei boas
novas. Veremos por que estamos aqui.
Graças a Deus, 2520 anos nos
relembram os 2520 dias de grande
sofrimento. Todavia, o desejo do Espírito
Santo é que estejamos aguardando por
um outro dia. Veremos que dia é esse a
partir da Palavra de Deus. Às vezes,
quando estudamos as profecias, ficamos
um pouco confusos, não sabemos mais o
que estamos esperando. Algumas
pessoas ficam tão empolgadas com o
666 que, na realidade, ficam esperando o
aparecimento do anticristo. Estamos
aguardando o Senhor, estamos
esperando pelo Noivo.
Será que a noiva está pronta?
Será que já estamos suficiente maduros?
O nosso Noivo é tão jovem, cheio de
glória. Será que Ele terá uma igreja
gloriosa? Será que cresceremos até a
maturidade? Estamos
aguardando um dia maravilhoso. Se
estamos vivendo em contagem
regressiva, nós oramos: 'Oh, que esse
dia chegue logo'!
Alguém já sugeriu que talvez o
Senhor volte no ano 2000. Eu não
discordo, mas fico me perguntando se
precisaremos esperar tanto tempo
assim. Aqueles que amam ao Senhor,
anelam por Sua vinda, desejam estar
com Ele hoje. Será que precisamos
esperar tanto tempo assim? Você está
disposto a ir se o Senhor voltar esta
noite? Ou você pensa: 'Eu ainda tenho o
meu negócio, ainda tenho o meu futuro'.
Se você ama ao Senhor, você dirá: 'O ano
2000 está longe demais'. Este mundo
não conhece Aquele a quem estamos
aguardando. Esse é o nosso segredo.
Oh, que possamos todos compartilhar
esse segredo. Sabemos por que
estamos aqui. Que o Senhor seja
misericordioso conosco. Possa o Seu
amor nos encher, possa o Seu amor nos
constranger para que estejamos
aguardando a Sua volta.
Senhor, torna realidade esta
exortação. Torna essas palavras nossa
carne e sangue. Que possamos
realmente estar ansiando, desejando,
aguardando aquele grito da meia-noite.
Não permite. Senhor, que caiamos no
sono da displicência. Pedimos e
imploramos que o Teu Espírito nos
mantenha acordados, com os olhos
abertos para aguardar e desejar a volta
do nosso amado Noivo. Sela, Senhor,
essa decisão, esse espírito de
arrebatamento em nós. Oramos em
nome do Senhor Jesus, amém.
!
encontra-se no deserto. O
Senhor disse: "Não saiais". Outros irão
dizer que Ele está escondido em lugares
secretos, de forma misteriosa. Não
acredite nisso, porque o Senhor disse
que, em sua vinda, Ele virá como o
relâmpago. Quando o relâmpago surge,
céu é visto desde o leste até o oeste. Em
outras palavras, todo mundo o vê. É algo
público e aberto. Todo mundo vê o
Senhor. Este e o modo pelo qual Ele virá.
Neste ponto, irmãos, parece
que estas duas metáforas são
contraditórias. Por um lado, Ele virá
como ladrão: oculto, em secreto,
invisível, de modo repentino. Por outro
lado, Ele virá como o relâmpago; de
forma pública, aberta e visível, de forma
que todos saberão. Será que há
contradição aqui? Não. Tudo é explicado
pela palavra "vinda" ou "parúsia", que
significam sua presença. Desse modo,
sua vinda começa "como um ladrão" e
termina "como um relâmpago".
O Início da Parúsia
Um dia o Senhor virá como
ladrão, sem qualquer anúncio ou aviso.
Ele repentinamente virá e furtivamente
levará aqueles que lhe são mais
preciosos. Um dia, de forma repentina,
você vai notar que, ao redor do mundo
inteiro, muitos serão tomados, e isto
será o início da parúsia.
Depois que estes forem
levados até o trono, haverá guerra no
céu. No capítulo 12 de Apocalipse está
escrito que, quando o filho varão é
gerado, será arrebatado até o trono e,
então, haverá guerra no céu. Satanás
será lançado dos ares para a terra.
Hoje em dia, o quartelgeneral de Satanás encontra-se nos
ares. Gênesis 1 nos descreve
como Deus restaurou a Terra de seu
estado arruinado e que, no segundo dia,
Ele restaurou o firmamento. No entanto,
após ter restaurado o firmamento, Deus
não diz que isso "era bom", porque os
ares tornaram-se o quartel-general do
inimigo. Ele é o poder maligno do ar, o
qual governa sobre a Terra assim como
o ar a envolve por completo. Mas ele
será lançado do ar para a Terra, porque o
ar precisa ficar limpo para que o Senhor
desça do trono para os ares. Esta é uma
parte da parúsia, a qual é invisível ao
homem.
Parúaia e Grande Tribulação
Quando o Senhor vem para o
ar junto com aqueles que já haviam sido
tomados, o que acontecerá sobre a
Te r r a ? Q u a n d o S a t a n á s e s t á
literalmente sobre esta Terra junto com
as duas bestas, o anticristo e o falso
profeta (a tríade do mal), o que se pode
esperar senão a Grande Tubulação, a
angústia de Jacó Será uma grande
provação para aqueles que ainda
estiverem sobre a Terra. Será uma
grande provação para o povo judeu que
crê num único Deus, porque a besta
erguerá a sua imagem e todos terão que
adorá-la como deus, e ela não permitirá
que nenhum outro seja adorado. A
Grande Tribulação estará acontecendo
sobre a Terra, e isto é parte da parúsia.
Parúsia e o Julgamento do Tribunal
de Cristo
No capitulo 14 de Apocalipse,
após a Grande Tribulação, encontramos
alguém sentado sobre a nuvem tendo na
cabeça uma coroa de ouro. Ele tem nas
mãos uma foice. Então vem uma voz do
trono dizendo; "Aseara está pronta;
O VERDADEIRO AMOR
O REI ESTÁ VOLTANDO
Christian Chen
Stephen Kaung
Ele Vem Como Um Ladrão
(Mt24:42-44)
Neste trecho o Senhor Jesus
nos diz que não sabemos a hora da sua
vinda. Ninguém sabe quando Ele virá.
Não sabemos a hora, nem a época, nem
o tempo. Somente o Pai conhece tais
coisas.
A curiosidade é algo que
facilmente toma conta de nós. Por isso
encontramos entre os cristãos, através
de vinte séculos, uma curiosidade em
descobrir exatamente o tempo e a hora
da vinda do Senhor. Tentamos calcular e
descobrir exatamente em que ano, mês,
dia e até mesmo em que hora Ele virá.
Através da história da igreja vemos
pessoas fazendo essas especulações e
pessoas sendo enganadas por elas. Isto
continua acontecendo em nossos dias e
mesmo em grupos de irmãos fiéis ao
Senhor muitos têm sido enganados. No
entanto, o Senhor já nos disse que não
saberemos o tempo exato da sua vinda.
Ele não nos permite sabê-lo e a razão
pela qual Ele não nos deixa saber é para
que estejamos sempre vigilantes e
preparados, sempre prontos. Se o
Senhor nos dissesse que viria no ano
2000, então ainda teríamos algum
tempo para viver nossas próprias vidas e
fazer as coisas que quiséssemos e,
quando 1999 chegasse, então
acordaríamos. Mas o Senhor conhece a
nossa natureza e esta é a razão pela
qual Ele não diz quando virá. E se Ele
não nos diz, não tente descobrir porque
você não terá meio de achar a resposta.
Se você sabe quando o
ladrão vem, então você o espera
preparado. Será que o ladrão
tocará uma trombeta e dirá:"Estou
chegando?" Hoje, quando pensamos na
vinda do Senhor, não a associamos com
a trombeta. Ao soar da trombeta, então o
Senhor virá. No entanto, Ele diz que virá
como um ladrão. Estranhamente, o
ladrão parece sempre saber quando
você não está pronto. Parece que ele
tem um instinto para perceber isso.
Quando você está preparado e pronto,
ele não vem; mas naquele instante em
que você não está vigiando, ele vem e
vai embora. Ele vem quieto, em secreto,
inesperadamente e, de repente, você
descobre que Ele já veio. Ele roubou o
que havia de melhor e já se foi. O ladrão
é como uma pessoa invisível. E é desta
maneira que o Senhor virá; invisível,
como um ladrão.
Ele Vem Como o Relâmpago
(Mt 24:21-27)
Estranhamente, o Senhor
disse que sua vinda é como o
relâmpago. Estritamente falando, este
trecho da Palavra refere-se aos eleitos,
ou seja, ao povo judeu escolhido, porque
a Grande Tribulação é chegada e esta
tribulação para os judeus é a "angústia
de Jacó". Nos últimos dias haverá esta
"angústia de Jacó" como está
profetizado em Jeremias. Eles passarão
por grande angústia e evidentemente
esperarão que o Messias venha então
libertá-los. Por causa dessa expectativa
dentre o povo judeu,haverá falsos
profetas, falsos Cristos que surgirão
realizando falsos milagres para enganar,
se possível, os próprios eleitos. Haverá
profetas dizendo que Cristo já veio e
A primeira vez que a Bíblia
menciona a palavra “amor”, refere-se ao
amor que Abraão teve para Isaque. O Pai
nos ama. Lá na cruz Ele entregou Seu
único Filho. Como sabemos que Abraão
ama? O seu amor ë manifestado quando
ele entregou seu filho no altar. Essa é a
definição de amor. A segunda vez que a
palavra “amor” é usada na Bíblia diz:
“Isaque amou Rebeca”. Essa é uma
história de amor. Possa o Senhor ser
misericordioso conosco. Hoje ainda
estamos no camelo, ainda estamos
passando pelo deserto, ainda fazemos
as nossas tarefas diárias. Mas, sejamos
como Rebeca. Vamos dizer ao nosso
Senhor: “Eu irei”. Nunca O vimos. É pelo
testemunho do Espírito Santo que
desejamos segui-LO. A obra do Espírito
Santo é glorificá-Lo, é testificar sobre o
nosso Senhor. Ele nos diz que o nosso
Pai deu tudo para Ele. Quando a
igreja ouve o testemunho, ela parte em
Sua direção. Esse caminho é celestial.
Estamos aguardando aquele grito da
meia-noite.
Lembre-se que “eis” é uma das
palavras favoritas de Mateus. Dentre as
62 vezes em que Mateus menciona “Eis”,
há uma que é a mais sublime, a mais
maravilhosa: “Eis o noivo”. Que o Senhor
fale ao nosso coração.
Senhor, diante desta história de
amor, a nossa oração é que o Senhor nos
conceda o espírito de Rebeca, aquele
espírito disposto a dizer: “Eu irei”, e que
esse espírito de arrebatamento
permaneça conosco até aquele glorioso
dia do nosso encontro contigo nos ares.
Oramos em nome do Senhor Jesus,
amém.
!
O TRIBUNAL DE CRISTO
Delcio Meireles
Os que foram levados na
primeira fase do arrebatamento, voltam
com o Senhor Jesus. Nessa ocasião
todos os cristãos serão reunidos
perante o Tribunal de Cristo: "Porque é
necessário que todos nós sejamos
manifestos diante do Tribunal de Cristo,
para que cada um receba o que fez por
meio do corpo, segundo o que praticou, o
bem ou o mal" (2Co 5.10), "Pois todos
havemos de comparecer ante o Tribunal
de Cristo...assim pois, cada um de nós
dará conta de si mesmo a Deus" (Rm
l4.l0, 12). OApóstolo Pedro escreveu: "Já
é tempo que comece o julgamento pela
Casa de Deus" (l Pd 4.17"). Hebreus diz
que a Casa de Deus somos nós (Hb 3.6).
Aprimeira etapa do julgamento da Igreja
como a Casa de Deus será no
Arrebatamento dos Vencedores. Aquele
que não for levado, certamente estará
comprometido com algo que desagrada
ao Senhor. Depois virá a segunda etapa
que é o Tribunal de Cristo. Paulo disse
que teremos que dar conta do que
fizemos por meio do corpo, isso indica o
período em que aqui vivemos, e que
seremos julgados pelo bem ou o mal que
praticamos. Alguns acham que o
galardão só é positivo, mas não é isso o
que a Bíblia ensina: "Sabendo que do
Senhor recebereis a recompensa da
herança; a Cristo o Senhor servis. Pois
quem fez injustiça, recebera a paga da
injustiça que fez; e nisso não há acepção
de pessoas" (Col 3.25). Este julgamento
Jesus
dos salvos cobrirá duas
esferas: a da conduta e a do serviço. A
Parábola dos Talentos nos fala sobre o
serviço ao Senhor e a Parábola do
Credor Incompassivo trata com a
questão da conduta, especificamente
do perdão (Mt 25.14.30, 18.15-35).
No Tribunal de Cristo será
decidido quem entrará no Reino para
governar com Cristo durante os mil anos.
Nesse dia nossas obras serão provadas
pelo fogo, se edificamos com ouro, prata
e pedras preciosas, aquilo que
edificamos permanecerá e receberemos
o galardão. Se edificamos com madeira,
feno e palha, tudo será queimado e
sofreremos a perda (l Co 3. l O-15). Hoje
podemos achar que crer no Senhor
Jesus é suficiente, e, portanto, não
precisamos preocupar com a nossa
conduta e com nosso serviço a Ele e aos
irmãos. Mas naquele dia será grande a
nossa surpresa! Hoje podemos dedicar
nosso tempo àquelas coisas
que nos interessam e buscar o que
achamos ser melhor para nós, mas
naquele dia haverá pranto e ranger de
dentes e todas as lágrimas derramadas
não serão suficientes para expressar
quão grande foi nossa perda!
Ó querido irmão e irmã em
Cristo Jesus, se você se sente uma
pessoa infeliz e sem realização, é porque
o Senhor Jesus não tem o primeiro lugar
em sua vida. Se você se sente assim,
dobre seus joelhos e abra seu coração ao
Senhor. Diga a Ele que você deseja
buscar o Seu reino e a Sua justiça em
primeiro lugar e que Ele seja "a porção da
sua herança e do seu cálice" (SI 165)
Você pode não ter coisas neste mundo,
mas a alegria verdadeira só pode ser
encontrada em Deus. "Ó provai e vede
que o Senhor é bom; bem-aventurado o
homem que nEle se refugia" (Sl 34.8).
Livro Indicado Para a Leitura do Mês
Grandes Profecias da Bíblia Vol 1 abre a Série Profecias da
Bíblia. Tendo como pano de fundo as palavras do Senhor sobre "a
figueira" e "todas as árvores" e com base sólida nas Escrituras,
o autor expõe com grande clareza o cumprimento maravilhoso da
palavra profética ao longo da história, passando pelo
renascimento da nação de Israel e pelo recente avivamento do
poder babilónico. Este volume inclui: l) A profecia de Balaão; 2) O
sonho de Nabucodonosor; 3) As duas Babilónias; 4) A reconstrução
da cidade da Babilónia e 5) O sonho de Daniel.
Grandes Profecias da Bíblia Vol 2 é o segundo livro da Série
Profecias da Bíblia. Estão incluídas neste volume: l) A Obediência
á Profecia; 2) O Senhor Está às Portas; 3) O Dia de Cristo; 4) A Obra
de Deus.
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O mensageiro das
BOAS NOVAS
Abril 2008
Ano IX n° 155
“Certamente cedo venho, Amém.
Ora vem, Senhor Jesus.”
EDITORIAL
João Alfredo
Tenho observado que há uma
inquietação geral sobre a terra nos dias de
hoje. Parece que as pessoas de um modo
geral estão esperando que algo aconteça
para que todo esta situação caótica em
que se encontra a terra seja resolvida.
Este é o sentimento geral, mas somente
os cristãos sabem diante mão o que terá e
irá acontecer para que tudo volte ao seu
devido lugar na terra. Essa é, ou pelo
menos deveria ser, a expectativa de todo
cristão, a vinda do Rei Jesus.
Infelizmente não é bem isso
que vemos entre a cristandade de nossos
dias. A grande maioria está envolvida na
tentativa de melhorar as coisas por aqui ou
na preparação de um futuro melhor para
as próximas gerações. Eles nem se quer
param para pensar que a esperança de
um cristão verdadeiro tem que estar
colocada no reino que será estabelecido
na vinda do Rei Jesus. Somente quando o
reino do Filho de Deus for definitivamente
estabelecido na terra é que ela será
novamente restaurada para cumprir o
propósito de Deus para ela. Antes deste
acontecimento tudo ficará cada vez pior e
caminhando a passos largos para o
abismo da deterioração completa da raça
humana. Somente a vinda do Rei Jesus
para governar e pôr em ordem todas as
coisas sobre a terra é que o homem
poderá cumprir o propósito para o qual foi
criado por Deus.
Todo cristão assim que recebe
o Senhor Jesus como Salvador e Senhor
absoluto da sua vida, deve aprender
imediatamente que o seu Senhor um dia
voltará para o tomar para Si. Sem essa
esperança a vida cristã não tem o menor
sentido. Todos os dias a noiva que ama
seu noivo está espreitando pela janela
para ver se ele está vindo. Assim deve
viver a igreja, sempre esperando a vinda
do Noivo Amado. Quando o cristão vê de
fato a igreja do Senhor Jesus, ele vive
nesta expectativa diariamente, 'quando
virá o Noivo?'
Durante a ausência do Noivo a
noiva está preparando todas as coisas. É
assim que o cristão deve viver, sempre se
preparando e preparando seus irmãos
para a vinda do Noivo. Esta preparação
não está relacionada com coisas terrenas,
como 'templos', 'associações',
'denominações', 'instituições' e outros
tantos sistemas que a cristandade tem
preparado nestes dias. Isto tudo deverá
seguramente ser usado pelo próprio
anticristo para a formação do império
religioso que ele irá estabelecer sobre a
terra.
Que o Espírito Santo possa
despertar todo cristão para esperar e
preparar todas as coisas para a vinda
eminente do Rei Jesus.Amém.
!
Jesus
encontrar o Senhor, Ele diz: “Tudo o
que você tem que fazer é seguir as pegadas
do rebanho porque ali você pode Me
encontrar”. É por isso que descobrimos ser
o livro de Atos muito precioso porque ele
não é apenas história. Por exemplo,
quando lemos os quatro evangelhos, não
apenas vemos a história do Senhor sobre a
terra, temos também que ver Suas
pegadas. Através de Suas pegadas
podemos conhece-Lo. É o mesmo com o
livro de Atos. Ele não está apenas nos
mostrando a história do primeiro século da
igreja, mas está nos mostrando as pegadas
do rebanho. Assim quando algumas vezes
nos sentimos um pouco confusos e não
sabemos para onde ir, ali no livro de Atos
podemos encontrar as pegadas do
rebanho. Através destas pegadas podemos
encontrar nosso Senhor.
Em Mateus 16, o Senhor disse: “Eu
edificarei minha igreja sobre está rocha, e
as portas do inferno não prevalecerão
contra ela”. Em Mateus 20, o
Senhor disse: “Onde houver dois ou três
reunidos em Meu nome, eu estarei no meio
deles”. Onde houver dois ou três reunidos
no nome do Senhor isto quer dizer, eles se
colocam debaixo do nome do Senhor, sob a
liderança do Senhor, e estão também
seguindo as pegadas do Pastor quando
eles estão seguindo o Senhor, Ele diz: “Eu
estou no meio deles”.
Em 1 Coríntios 14 é dito que quando
a igreja se reúne e os incrédulos chegam, a
condição interior deles será exposta e se
prostrarão e dirão: “Deus de fato está entre
vós”. Esta é a igreja. As pegadas do
rebanho são as pegadas do Senhor.
Através das pegadas do rebanho podemos
encontrar o Senhor que amamos.
!
Livro Indicado Para a Leitura do Mês
Nos verões de 1998, 1999 e 2000 o irmão
Stephen Kaung foi convidado para a reunião de um
pequeno grupo de cristãos em Alhambra, Califórnia
nos Estados Unidos. Estes cristãos tinham algumas
perguntas prementes: “Como nós como uma
comunhão podemos caminhar de uma forma
agradável ao Senhor? Como podemos expressar Seu
testemunho? Para onde devemos ser conduzidos? O
que devemos seguir? Há um caminho?” A reposta do
irmão Kuang resultou em uma série de mensagens:
As Pegadas do Rebanho, As Pegadas do Cordeiro e
Seguindo as Pegadas do Cordeiro. Estas mensagens
provaram ser profundamente úteis aos irmãos e
irmãs em Alhambra. Possa o Senhor usar estas
mensagens para encorajar os leitores que tenham
estas mesmas perguntas.
(A tradução do livro “Pegadas” pode ser baixada em
formato PDF no site da Editora Restauração
www.editorarestauracao.com.br)
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O mensageiro das
BOAS NOVAS
Agosto 2007
Ano IX n° 147
“Ainda que era Filho
aprendeu a obediencia”
EDITORIAL
João Alfredo
Desde a queda do homem no
Éden, Deus vem trabalhando com ele para
fazê-lo voltar para o Seu propósito inicial.
Como a queda foi em função de uma
transgressão a uma ordem de Deus, o
trabalho que Ele está operando hoje na vida
do homem está totalmente relacionado com a
obediência pela disciplina e submissão.
Nosso Senhor Jesus, conforme a
Escritura, aprendeu a obediência. Mas em
que sentido Deus precisa aprender a
obediência se Ele não tem a quem obedecer
e nem precisa obedecer? O Senhor Jesus
aprendeu a obediência como Filho do
Homem. Para que Ele se tornasse
completamente apto para realizar a obra de
redenção do homem, teve que ser em tudo
igual ao homem, a menos do pecado. Ele
como homem foi obediente em tudo para que
ao dar ao homem Sua vida e natureza na
ressurreição, o homem também fosse
obediente em tudo como Ele foi. Esta é a
parte da obra de Cristo que é mais atacada
pelo inimigo. E Satanás, como o autor da
insubmissão e rebeldia contra Deus, não
quer que o homem voluntariamente decida
obedecer a Deus, pela provisão da vida de
Cristo que todo aquele que é nascido do alto
recebeu pela graça e misericórdia de Deus.
Mas como para aprender a
obediência requer disciplina, o processo é
pelo sofrimento. O homem, desde o
nascimento, possui uma natureza de
insubmissão e desobediência. Essa é a
herança que todo homem nascido de outro
homem recebe em seu nascimento natural. E
não há como se livrar dela até a
morte física. O homem nasce e morre
insubmisso e por isso um pecador
irremediável. No processo de salvação, Deus
em Sua sabedoria, coloca dentro do homem
depois que ele decide receber a Jesus, uma
nova natureza, a natureza de Cristo Jesus.
Essa nova natureza é obediente e quando o
homem permanece nela, pode ser obediente.
Somente quando o homem age na
dependência da vida de Cristo que já foi
colocada nele pela graça de Deus, é que ele
pode ser obediente e aprender a obediência
através da disciplina e submissão.
Alguém poderia perguntar, mas
aprender a ser obediente a quem? À Palavra
de Deus, à Bíblia, ao Espírito de Deus que foi
colocado dentro de todo crente. Quando
olhamos para a vida do Mestre, quando
estudamos Sua vida aqui na terra, quando
aprendemos com Ele pelo Seu Espírito que
Ele mesmo nos deu, muito certamente
manifestaremos a Sua obediência,
obedecendo ao Pai em tudo, mesmo até a
morte e morte de cruz. Não se trata de
obedecer a homens, claro que isso é
necessário para que nossa obediência seja
visível, mas o mais importante é obedecer a
Deus. Obedecer a Deus é obedecer a Sua
Palavra escrita e revelada pelo Espírito em
nosso coração.
Que o Espírito de Deus que já
habita em cada crente possa ensina-lo a
obediência do Filho do Homem, Jesus Cristo.
Amém.
!
A DISCIPLINA DA SUBMISSÃO
Richard J. Foster
De todas as Disciplinas Espirituais,
nenhuma tem sofrido mais abuso do que a
Disciplina da submissão. De certo modo, a
espécie humana tem uma habilidade
extraordinária para tomar o melhor ensino e
transformá-lo nos piores fins. Nada pode
escravizar tanto as pessoas como a religião,
e nada na religião tem feito mais para
manipular e destruir as pessoas do que um
ensino deficiente sobre a submissão.
Portanto, devemos entrar nesta Disciplina
com grande cuidado e discernimento a fim de
garantir que somos ministros da vida e não da
morte.
Toda Disciplina tem sua liberdade
correspondente. Se me preparei na arte da
retórica, estou livre para proferir um
comovente discurso quando a ocasião o
exigir. Demóstenes ficou livre para ser orador
somente porque suportou a disciplina de falar
mais alto do que o rugido do oceano, com
pedrinhas na boca. O propósito das
Disciplinas é a liberdade. Nosso objetivo é a
liberdade, não a Disciplina. No momento em
que fazemos da Disciplina nosso foco central,
tornamo-la em lei e perdemos a
correspondente liberdade.
As Disciplinas não têm, em si
mesmas, nenhum valor. Elas só têm valor
como meio de colocar-nos diante de Deus de
sorte que ele possa dar-nos a libertação que
buscamos. A libertação é o alvo; as
Disciplinas são meramente os meios. Elas
não são a resposta; apenas nos conduzem à
Resposta. Devemos entender com clareza
esta limitação das Disciplinas se quisermos
evitar a escravidão. Não só devemos
entendê-la, mas precisamos sublinha-la para
nós mesmos repetidas vezes, tão grave é
nossa tentação de concentrar-nos nas
Disciplinas. Concentremo-nos sempre em
Cristo e consideremos as Disciplinas
Espirituais como um meio de aproximar-nos
mais do coração do Mestre.
Liberdade na Submissão
Eu disse que toda Disciplina tem
sua liberdade correspondente. Que liberdade
corresponde à submissão? É a liberdade de
render a terrível carga de sempre necessitar
de fazer as coisas ao nosso próprio modo. A
obsessão de exigir que as coisas marchem
de acordo com a nossa vontade é uma das
maiores escravidões da sociedade humana
hodierna. As pessoas passam semanas,
meses, até mesmo anos em perpetua agonia
porque alguma coisinha não lhes saiu como
desejavam. Elas queixam-se e se revoltam.
Ficam furiosas e agem como se sua própria
vida dependesse disso. Podem ate adquirir
úlceras por causa da situação.
Na Disciplina da submissão
ficamos livres para deixar de lado a questão,
para esquecê-la. Francamente, a maioria das
coisas na vida não são tão importantes como
pensamos. Nossa vida não se acaba se isto
ou aquilo não acontece.
Se você observa essas coisas, há
de ver, por exemplo que todas as lutas e
divisões na igreja ocorrem porque as
pessoas não têm a liberdade de submeter-se
umas as outras. Insistimos que está em jogo
um problema crítico; estamos lutando por um
princípio sagrado. Talvez seja verdade.
Geralmente não o é. Com freqüência não
somos capazes de ceder simplesmente
porque isso significaria não conseguir as
coisas do nosso jeito. Só na submissão é que
nos capacitamos a levar esse espírito a um
lugar onde ele não mais nos controle. Só a
submissão pode livrar-nos suficientemente
para capacitar-nos a distinguir os problemas
autênticos e a obstinada vontade-própria.
Se ao menos pudéssemos ver que
a maioria das coisas na vida não são
problemas importantes, então poderíamos
dar-lhes pouca importância. Descobrimos
que não são grande coisa. Por isso dizemos
com freqüência: "Bem, não me importo",
quando o que realmente queremos dizer (e o
que transmitimos aos outros) é que nos
agonia nelas então têm este clamor
ao Senhor.
E nosso Senhor responde à mulher:
“Se não o sabes, ó tu, a mais formosa entre
as mulheres, vai seguindo as pisadas
[pegadas] das ovelhas, e apascenta os teus
cabritos junto às tendas dos pastores”.
Irmãos e irmãs, aqui vemos que aos
olhos do Senhor esta mulher é a mais
formosa. A formosura, a beleza, está nos
olhos do observador. Aos olhos do Senhor,
quem é bela? É aquela que tem um coração
que deseja o Senhor. Não é aquela que tem
grandes obras; é aquela que tem um amor
pelo Senhor. Aos olhos do Senhor, estas
pessoas são as mais formosas. Mas o
Senhor disse a elas: “Se vocês não sabem
onde estou, como podem Me encontrar?
Apenas sigam as pegadas do rebanho”.
UM REBANHO
Aqui vocês têm que ver que na
língua original esta palavra rebanho é
singular. Há somente um rebanho do
Senhor. Porque nosso Senhor é um bom
Pastor. Ele caminha na frente do rebanho.
Seu próprio rebanho segue as pegadas do
Pastor. Por isso, quando vemos que a
mulher não pode ver o Senhor, Ele diz:
“Apenas siga as pegadas do rebanho e
então você poderá Me encontrar”. O
Senhor é o bom Pastor. Ele nunca deixa
Sua própria ovelha. Assim onde quer que
Seu rebanho esteja, Ele está. Ali você pode
encontra-Lo.
Há um só Pastor; há um só rebanho.
Isto é o que vemos em João 10 porque o
Senhor nos diz: “Tenho outras ovelhas em
outro aprisco”. Bem, naturalmente
conhecemos os acontecimentos daquele
tempo. Os judeus eram um aprisco; não
eram um rebanho. Mas o Senhor disse:
“Além das ovelhas deste aprisco ..”.
Sabemos que quando o Senhor
veio a esta terra, disse: “Eu fui enviado para
a casa de Israel”. Naquele aprisco Ele veio
para chamar Suas próprias ovelhas
porque Suas ovelhas conhecem Sua voz.
Mas o Senhor disse: “Além das ovelhas
deste aprisco, também tenho outras
ovelhas em outro aprisco”. E este é o reino
dos gentis. Ele disse: “Eu vou busca-las.
Não apenas vou tirar as ovelhas do aprisco
dos judeus; também vou tirar Minhas
ovelhas do aprisco dos gentis. Porque
Minhas ovelhas ouvem a Minha voz, vou
conduzi-las para um rebanho e sob um
Pastor”.
O Senhor é este bom Pastor.
Embora na terra tenha chamado muitos
pastores, estritamente falando há apenas
um Pastor, e Ele tem somente um rebanho.
Sobre esta terra Ele tem somente um
rebanho todos aqueles que foram salvos
pela graça, que ouviram a Sua voz. Ele
disse: “Minhas ovelhas conhecem a minha
voz. Meu Pai Me conhece; eu conheço Meu
Pai. Eu conheço Meu rebanho e Meu
rebanho Me conhece”. E todas estas
ovelhas estão em um rebanho sob o
domínio do Pastor.
Deste modo o Senhor disse a esta
mulher: “Se agora você não pode Me ver
por causa destas circunstâncias
complicadas, tudo o que você tem que fazer
é seguir as pegadas do rebanho. Ali você
Me encontrará”. Verdadeiramente, o que a
mulher está desejando não é o rebanho. O
que ela está desejando é aquele Pastor.
Porque ela deseja o Pastor, ela também
ama o rebanho do Pastor. Agora, nas
pegadas do rebanho que segue o Senhor,
ela pode encontrar o Senhor que seu
coração deseja.
Sabemos que os quatro evangelhos
nos mostram as pegadas do Senhor. Nos
evangelhos vemos as pegadas que o
Senhor deixou sobre a terra. Então o que é
o livro de Atos? Creio que os estudantes da
Bíblia deveriam todos reconhecer que se os
evangelhos são as pegadas do Senhor,
então no livro de Atos estão as pegadas do
PEGADAS
Stephen Kaung
Em Cântico dos Cânticos vemos
uma mulher que experimentou a docilidade
da salvação do Senhor (Cânticos 1:7-8).
Por esta razão há um desejo nela pelo
Senhor, conhecer mais o Senhor. Ela
espera ter uma comunhão mais íntima com
o Senhor. Por ter ela tal desejo pelo Senhor,
nosso Senhor a trouxe para a recamara
mais interior para que pudesse
experimentar um pouco da preciosidade do
Senhor. O Senhor atraiu seu coração, então
ela se levantou e quis seguir o Senhor. Mas
como estava tão desejosa pelo Senhor,
seus irmãos não entenderam sua condição.
Eles pensaram que ela estava muito
extremada, por isso a sobrecarregaram de
uma porção de trabalhos, para que não
tivesse tempo de sossego suficiente para
ter comunhão com o Senhor. Por esta razão
ela se sentiu muito aflita interiormente.
Então ela clamou diante do Senhor: “Dizeme, ó tu, a quem ama a minha alma: Onde
apascentas o teu rebanho, onde o fazes
deitar pelo meio-dia; pois, por que razão
seria eu como a que anda errante pelos
rebanhos de teus companheiros?”
Você vê no coração desta mulher
que ela realmente ama seu Senhor, mas
parece que naquele momento não estava
apta para vê-Lo. Parece que estava entre
os rebanhos dos companheiros do Senhor
como se tivesse um véu sobre sua face. Em
nossa tradução chinesa é realmente duro
ver o significado delicado aqui, mas se você
lê a tradução em inglês ela diz: “Por que
estou entre os rebanhos de teus
companheiros?” Aqui, companheiros está
no plural; aqui rebanhos está no plural,
também. Então existem algumas pessoas
que são chamadas de companheiros do
Senhor e elas provavelmente foram
chamadas pelo Senhor para serem
pastores. Mas aqui vemos estes assim
chamados companheiros do
Senhor. Quando o Senhor colocou Seu
próprio rebanho em suas mãos,
inconscientemente estes companheiros
dividiram este rebanho para se tornarem
rebanhos deles mesmos. Originalmente, o
Senhor tem somente um rebanho. Todos os
companheiros do Senhor supostamente
deveriam apascenta o rebanho do Senhor.
Eles supostamente deveriam estar sob o
sumo Pastor e manter o rebanho junto, mas
inconscientemente, estes muitos
companheiros do Senhor tomaram o
rebanho do Senhor que foi confiado em
suas mãos como suas propriedades. Em
outras palavras, estes companheiros
consideraram a obra como a coisa
principal. Por causa disso, usaram a obra
para substituir o Senhor. Esta mulher que
desejava o Senhor sentiu estar ela mesma
no meio destes companheiros, mas a obra
não pode substituir seu Senhor. Por isso,
sentiu ser uma pessoa com um véu sobre
sua face. Isto é, ela não estava apta para
ver o Senhor. Em algumas destas
traduções esta palavra véu também fala
daquelas pessoas que perambularam. Ela
estava indo de um lugar para outro não
tendo lar, sem saber para onde estava indo.
Hoje, entre os filhos de Deus, penso
que temos a mesma condição. Vemos que
existem pessoas que realmente desejam o
Senhor. Em seu coração as atividades
exteriores não podem substituir o Senhor.
Elas não podem aceitar que a obra seja um
substituto de seu Senhor. Não há descanso
em seu coração e é como se elas
perambulassem de um lugar para outro não
tendo lar. Sentem serem elas mesmas o
rebanho, as ovelhas do Senhor, mas onde o
Senhor está apascentando Seu rebanho?
Elas sabem que precisam descansar, mas
não sabem onde o Senhor faz Suas ovelhas
importamos um bocado. É
precisamente aqui que a Disciplina do
silêncio se ajusta tão bem a todas as demais
Disciplinas. Em geral, o melhor modo de lidar
com a maioria das questões da submissão é
ficar calado. Há necessidade de um espírito
de graça todo-abrangente que ultrapasse
qualquer tipo de linguagem ou ação. Quando
assim procedemos, libertamos os outros e a
nós também.
O ensino bíblico sobre a submissão
concentra-se, antes de tudo, no espírito com
que vemos as outras pessoas. A Escritura
não tenta expor uma série de
relacionamentos hierárquicos, mas
comunicar-nos uma atitude interior de mútua
subordinação. Pedro, por exemplo, apelou
para os escravos de seu tempo a que
vivessem em submissão a seus senhores (l
Pedro 2:18). O conselho parece
desnecessário até percebermos que é
perfeitamente possível obedecer a um
senhor sem viver num espírito de submissão
a ele. Exteriormente podemos fazer o que as
pessoas pedem e internamente estar em
rebeldia contra elas. A preocupação por um
espírito de apreço a outras pessoas permeia
todo o Novo Testamento. O antigo pacto
estipulava que não devemos matar Jesus,
porem, acentuou que o verdadeiro problema
era o espírito interior de homicídio com o qual
consideramos as pessoas. O mesmo se
verifica com o problema da submissão; o
verdadeiro problema é o espírito de
consideração e deferência que temos
quando estamos com outras pessoas.
Na submissão estamos, afinal,
livres para valorizar outras pessoas. Seus
sonhos e planos tomam-se importantes para
nós. Entramos numa nova, maravilhosa e
gloriosa liberdadea liberdade de abrir mão de
nossos próprios direitos para o bem do
próximo. Pela primeira vez podemos amar as
pessoas incondicionalmente. Abrimos mão
do direito que temos de que elas retribuam
nosso amor. Já não sentimos que temos de
ser tratados de determinado modo. Podemos
regozijar-nos com os sucessos
delas. Sentimos verdadeiro pesar por seus
fracassos. Pouco importa que nossos planos
se frustrem, se os delas têm êxito.
Descobrimos que é multo melhor servir ao
próximo do que fazer como bem
entendemos.
Você conhece o livramento que há
em abrir mão de seus direitos? Significa que
você está livre da ira fervente e da amargura
que sente quando a atitude de alguém não é a
que você esperava. Significa que, afinal, você
pode quebrar a perversa lei de comércio:
"Você coça minhas costas, eu coço as suas;
você faz sangrar meu nariz, eu faço sangrar o
seu." Significa liberdade de obedecer à
ordem de Jesus: "Amai os vossos inimigos e
orai pelos que vos perseguem" (Mateus
5:44). Significa que, pela primeira vez,
entendemos como é possível render o direito
de retaliar: "A qualquer que te ferir na face
direita, volta-lhe também a outra" (Mateus
5:39).
Subordinação Renovada Conforme
Ensinada por Jesus
O mais radical ensino social de
Jesus foi a inversão total que ele fez da noção
contemporânea de grandeza. A liderança
está em tornar-se servo de todos. O poder se
descobre na submissão. O símbolo supremo
desta radical condição de servo é a cruz.
"[Jesus] a si mesmo se humilhou, tomandose obediente até à morte, e morte de cruz"
(Filipenses 2:8). Mas observe isto: Cristo não
somente morreu uma morte de cruz, ele viveu
uma vida de cruz. O caminho da cruz, o
caminho do servo sofredor, foi essencial ao
Seu ministério. Jesus viveu a vida de cruz em
submissão ao próximo. Ele foi o servo de
todos. Ele rejeitou de plano os títulos culturais
de posição e poder quando disse: "Vós,
porem, não queirais ser chamados Rabi...
Nem vos chameis mestres" (Mateus 23:8-10,
Ed. Rev. Cor.). Jesus rompeu os costumes de
seu tempo quando sobreviveu à vida de cruz
tomando a serio as mulheres e dispondo-se a
encontrar-se com as crianças. Ele viveu a
O mensageiro das
Jesus
vida de cruz quando tomou uma
toalha e lavou os pés dos discípulos. Este
Jesus que poderia facilmente ter pedido uma
legião de anjos para ajude-lo, preferiu
escolher a morte de cruz do Calvário. A vida
de Jesus foi a vida de cruz de submissão e
serviço. A morte de Jesus foi a morte de cruz
da conquista pelo sofrimento.
E impossível exagerar o caráter
renovador da vida e ensino de Jesus neste
ponto. Este caráter renovador acabou com
todas as reivindicações para posição
privilegiada e status. Pôs em vigor toda uma
nova ordem de liderança. A vida de cruz de
Jesus solapou todas as ordens sociais
baseadas no poder e no auto-interesse.
Conforme observei anteriormente,
Jesus chamou seus seguidores para viverem
a vida de cruz. "Se alguém quer vir apôs mim,
a si mesmo se negue, tome a sua cruz e sigame" (Marcos 8:34). Ele disse claramente a
seus discípulos: "Se alguém quer ser o
primeiro, será o último e servo de todos"
(Marcos 9:35). Quando Jesus imortalizou o
princípio da vida de cruz lavando os pés dos
discípulos, ele acrescentou: "Porque eu vos
dei o exemplo, para que, como eu vos fiz,
façais vós também" (João 13:15).
A vida de cruz é a vida de
submissão voluntária. A vida de cruz é a vida
de servo livremente aceita.
!
O cristão é o mais livre de todos os senhores, e não está
sujeito a ninguém; o cristão é o mais submisso de todos
os servos, e está sujeito a todo o mundo.
Martinho Lutero
Livro Indicado Para a Leitura do Mês
Elton Trucblood amimou certa vez que "os maiores
problemas do nosso tempo não são de natureza
tecnológica, política ou econômica, mas sim de natureza
moral e espiritual. Se não conseguirmos encontrar
respostas satisfatórias para esses problemas,
provavelmente seremos aniquilados por eles." Consciente
da urgente necessidade dessas respostas para a Igreja de
nossos dias, Richard Foster debruçou-se sobre o tema e
produziu um dos mais profundos c ricos livros sobre a
vida interior. Celebração da Disciplina foi escrito para
quem deseja alcançar um nível profundo de
relacionamento com Deus. Se você está insatisfeito diante
da superficialidade com que os assuntos relacionados à
vida com Deus são tratados hoje, este livro foi escrito para
você. Ele o ajudara a tornar-se espiritualmente profundo, e
a aproximar-se mais e mais de Deus.
Este boletim é distribuido gratuitamente.
Toda correspondência e doação para custear a sua publicação deve ser enviada para:
Editora Restauração - "O mensageiro das Boas Novas”
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BOAS NOVAS
Março 2008
Ano IX n° 154
“Haverá um so Pastor e um só rebanho”
EDITORIAL
João Alfredo
A vida cristã autêntica é uma
caminhada diária na presença do Senhor
Jesus Cristo. Por isso seguir o Mestre é
imprescindível para que a vida cristã seja
autêntica e útil diante de Deus. Somente a
presença do próprio Senhor Jesus na vida
diária pode transformar uma pessoa à Sua
imagem e semelhança.
Ser cristão, pelos padrões do
evangelho de nosso Senhor Jesus, é: “vivo
não mais eu mas Cristo vive em mim”. Para
que isso seja uma realidade na vida do
cristão, é fundamental que ele saiba a quem,
em que direção e com que companhia ele
está seguindo. É preciso sempre se fazer
algumas perguntas durante a caminhada
cristã para não cair no erro de se seguir na
direção errada. A quem se está seguindo?
Para onde se está sendo conduzido? Com
quem se está caminhando? Há uma única
Pessoa que se deve seguir na vida cristã. Há
uma única direção para onde se deve seguir
para que a vida cristã seja autêntica e útil. Há
somente um rebanho com o qual se deve
caminhar, porque este segue o único Pastor.
Nos dias em que vivemos a igreja
do Senhor se encontra em grande
dificuldade. Por um lado, aqueles que foram
chamados pelo próprio Senhor Jesus para
cuidarem do Seu rebanho, usurparam dele e
o transformaram em seus próprios rebanhos.
Por outro as ovelhas estão enfraquecidas
por falta de alimento saudável. A falta do
exercício por parte das ovelhas em obter o
alimento saudável também tem
enfraquecido o rebanho. Os
“companheiros” do Senhor aos quais Ele
confiou o rebanho, estão muito mais
ocupados em fazer com que o rebanho siga
as suas doutrinas, as suas regras do que
siga ao Mestre e Seus ensinamentos. As
assim chamadas “igrejas” de nossos dias se
transformaram em rebanhos particulares
daqueles que se alimentam dela e dominam
sobre ela. Sem se preocuparem em apenas
apontar para o único Pastor alguns se fazem
pastores do rebanho, o qual na verdade nem
ao menos pertence a eles. Na verdade o
rebanho ainda é do Senhor, mas os
profissionais da fé se colocam em posição de
destaque para que o rebanho se reúna em
torno deles e assim não sejam destituídos de
seu cargo profissional.
Graças a Deus que ainda
existem aqueles que por amarem muito o
Senhor buscam saber onde está Seu
rebanho, o único rebanho do único Pastor,
para que possam segui-lo. Os que estão
nesta condição são mal compreendidos,
execrados, desprezados pelos demais, mas
são recebidos e cuidados pelo próprio
Mestre. Estes são os que não se
conformaram aos rebanhos dos
companheiros do Senhor e querem seguir
com o único rebanho do único Pastor.
Que o Espírito Santo possa guiar
cada cristão a esta grande verdade dita pelo
próprio Senhor Jesus: “Haverá um só
rebanho e um só Pastor” (João 10:16).
Amém.
Jesus
um lugar definido de adoração. Nós
até o chamamos de lugar de adoração. Se você
quer adorar, você precisa ir àquele lugar. Mas na
conversa de nosso Senhor Jesus com a mulher
samaritana, ela disse: “Vós judeus vão a
Jerusalém para adorar e nós adoramos no monte
Gerazim. Onde devemos adorar?”
Nosso Senhor disse: “A hora vem, e
agora é, em que as pessoas que adoram a Deus
não adorarão em um lugar especial ou em uma
hora especial, mas os verdadeiros adoradores
adorarão a Ele em espírito e em verdade”.
De acordo com o Velho Testamento,
primeiro, não há apenas um lugar definido para a
adoração, mas, segundo, há uma lista de regulamentos. Os dez mandamentos, todos os estatutos
e as ordenanças. Você adora através deles e você
serve a Deus. Por isso hoje, em qualquer organização cristã você tem um credo, e todas as coisas
serão reguladas por esse credo.
Em terceiro lugar, no Velho
Testamento quando eles adoravam tinham uma
certa forma de adoração, um ritual, uma cerimônia
que era fixada e elaborada, e através delas eles
adoravam. E hoje, encontramos a mesma coisa
na cristandade.
Finalmente, no judaísmo havia um
sacerdócio, uma tribo especial, uma
família especialmente treinada para executar os
trabalhos espirituais, e todos os outros eram apenas leigos, pessoas leigas. Isso também é conduzido pela cristandade.
Onde podemos encontrar o padrão
para a igreja? Algumas pessoas dizem que podemos encontra-lo no Novo Testamento.As pessoas
lêem o livro de Atos e acham que quando a igreja
foi formada, começaram a ter anciãos.
Certamente, você precisa de diáconos e precisa
da congregação. Por isso abordam a edificação
da igreja de um ponto de vista técnico. Mas depois
de você ter todas estas coisas, você encontra a
igreja de Deus? Não.
Onde você pode encontrar o padrão
para a igreja? Graças a Deus, Ele nos deu um
padrão perfeito. E este padrão perfeito não é técnico, não é mecânico, não é organizacional; este
padrão é uma Pessoa viva. Em outras palavras, é
o próprio Cristo. É o Cristo vivo. Ele se torna o
padrão da igreja viva. Por isso a igreja é espiritual;
é celestial; é viva. Quanto mais conhecemos a
Cristo, mais a igreja cresce e a igreja é edificada.
Somente Ele é o padrão.
Livro Indicado Para a Leitura do Mês
As mensagens transcritas neste
livreto foram apresentadas por
Stephen Kaung durante a Western
Christian Conference, em julho de
2004. Uma mínima edição foi feita
para torna-las clara.
(A tradução do livro “Eu Edificarei a
Minha Igreja” pode ser baixada em
formato PDF no site da Editora
Restauração
www.editorarestauracao.com.br)
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!
O mensageiro das
BOAS NOVAS
Setembro 2007
Ano IX n° 148
“Permanecei em Mim...
Sem Mim nada podeis fazer”
EDITORIAL
João Alfredo
O pecado de Adão poderia ser
resumido em uma única palavra:
independência. O que atraiu o primeiro
homem para pecar foi a independência de
Deus. Desde então o homem sempre
tentou e vem tentando fazer todas as
coisas sem depender de Deus. Na
verdade a raiz mais profunda do pecado
reside no fato de que o homem herdou do
primeiro homem Adão esta tendência de
andar por suas próprias determinações e
ser completamente independente de
Deus.
Quando nosso Senhor Jesus
esteve entre os homens aqui na terra usou
de muitas figuras para revelar aos homens
o seu pecado que é a independência de
Deus. Entre estas figuras está a da videira.
Em João capítulo 15 está registrado este
ensinamento sobre a videira. Ao lermos e
meditarmos nesta Escritura percebemos
quão claramente o Senhor esta falando do
pecado do homem ao dizer as palavras
“sem mim”. É assim que o homem natural
caminha, sem Ele. E sem Ele “nada” se
pode fazer.
Esta palavra dada pelo nosso
Senhor Jesus é realmente muito dura, pois
tê-Lo para que possamos fazer alguma
coisa significa uma posição de total
dependência Dele. Nós como homem que
somos temos impregnado em nossa
natureza caída esta tendência de
fazermos tudo por nós mesmos. A
videira é um exemplo de dependência na
produção do seu fruto. Os ramos em si não
servem para nada se não produzem fruto e
aqueles ramos que produzem fruto são
cuidados para que dêem mais fruto.
Todo cristão que realmente quiser
agradar ao Pai completamente precisa
depender totalmente Dele. Deus somente
aceita aquilo que vem Dele mesmo.
Somente o fruto da vida de Cristo em cada
cristão é que tem verdadeiro valor para
Deus. E este fruto a Bíblia nos diz que é o
fruto do Espírito. A obra produzida pela
independência de Deus, a Bíblia nos diz
que é a obra da carne e elas são inimizade
contra Deus.
Mas em Sua infinita sabedoria,
nosso Senhor Jesus nos ensinou como
definitivamente resolver este problema de
independência e acabar com o “sem mim”.
Ele disse: “Permanecei em mim”. Este é o
segredo para que o cristão produza o fruto
do Espírito e não a obra da carne.
Permanecer Nele é depender Dele em
tudo. Isto agrada o coração de Deus e isto
é o que faz do cristão um verdadeiro filho
maduro.
Amados irmãos busquemos, pelo
Espírito que já habita em cada um de nós,
permanecer Nele para que possamos
fazer aquilo que agrada ao Pai.Amém.
!
PERMANECEI EM CRISTO, E NÃO NO EU
Andrew Murray
... em mim, isto é, na minha
carne, não habita bem nenhum ...
Ter vida em Si mesmo é
prerrogativa exclusiva de Deus e do
Filho, a quem o Pai também concedeu tal
prerrogativa. A mais alta honra para uma
criatura é buscar a vida, não em si
mesma, mas em Deus. Viver em si e para
si é a tolice e a culpa do homem pecador,
mas viver em Cristo e para Deus é a
bênção de todo o que crê. Negar,
aborrecer, abandonar e perder a sua
própria vida é o segredo da vida de fé. "Já
não sou eu quem vive, mas Cristo vive
em mim..." (Gl 2:20a); "...todavia não eu,
mas a graça de Deus comigo" (1 Co
15:10b). Esse é o testemunho de todo
aquele que descobriu o que significa abrir
mão de sua própria vida e, em troca,
receber a bendita vida de Cristo em si
mesmo. Não há outro caminho que leve à
vida verdadeira o permanecer em Cristo
que não seja aquele que nosso Senhor
trilhou antes de nós: o caminho da morte,
isto é, o caminho da cruz.
No início da vida cristã, poucos
vêem esta verdade. Cheios de gozo pelo
perdão recebido, os cristãos sentem-se
constrangidos a viverem por Cristo, e têm
esperança de que Deus os ajude e
capacite a tal. Eles ainda ignoram a
terrível inimizade que há entre a sua
carne e Deus, e a total recusa dela
sujeitar-se à lei de Deus. Eles ainda não
sabem que nada, a não ser a morte a
total rendição para a morte, de tudo
aquilo que é natural , será necessário
para que a vida de Deus seja
poderosamente manifesta neles. As
amargas experiências de falha cedo lhes
A PREPARAÇÃO DE DEUS
Stephen Kaung
ensinarão quão insuficiente é o
pouco que eles conhecem do poder
salvífico de Cristo. Além disso, por meio
de tais experiências, será produzido
neles o profundo anelo de conhecê-lo
melhor. Amorosamente, o Senhor lhes
indica a Sua cruz. Ele lhes disse que
aquela cruz onde eles pela fé creram que
Ele tomou seu lugar e onde eles
encontraram seu direito à vida é o lugar
em que eles poderão experimentar essa
vida de maneira mais plena. Perguntoulhes se, de fato, estavam dispostos a
beber do cálice que Ele mesmo tomou
serem crucificados e morrerem com Ele.
Ensinou-lhes que, de fato, nEle, já
estavam crucificados e mortos. Mesmo
inconscientes disso no dia da conversão,
eles tornaram-se participantes da Sua
morte. Mas agora eles precisam, por
meio de uma decisão, estar dispostos a
morrer com Cristo e, assim, consentir de
maneira mais plena e consciente com
aquilo que receberam, mesmo antes de
compreendê-lo.
Tal solicitação por parte de Cristo
é profundamente solene e deve trazer
temor ao coração daqueles que crêem,
pois eles dificilmente conseguem
compreendê-la. Muitos deles se
acostumaram a viver uma vida em um
plano inferior, uma vida de freqüentes
tropeços, e dificilmente desejam e muito
menos esperam serem libertados.
Santidade, perfeita conformação com o
Senhor Jesus e comunhão ininterrupta
com Seu amor são itens que dificilmente
podem ser encontrados em seu credo. O
pensamento de ser crucificado
juntamente com Ele não pode encontrar
guarida, se não houver um intenso
A palavra que estamos considerando é tomada de Mateus 16:18. Nosso Senhor disse: “Tu és Pedro; sobre esta rocha edificarei
minha igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. Deste modo a palavra é edificar.
Sabemos que nosso Senhor está edificando; Ele
está edificando Sua própria igreja. E quando você
pensa na palavra edificar, encontrará umas poucas idéias principais. Primeiro de tudo, se você quiser edificar algo significativo, então você precisa
ter uma idéia, um propósito, algo que você concebe em seu pensamento. Você quer edificar algo
para um propósito particular. Não é algo que aparece repentinamente e então desaparece rapidamente. Edificar é algo com propósito definido.
Então, com certeza, se você quiser
edificar algo de valor, você não tenta colocar coisas juntas apenas por acaso. Você precisa ter um
padrão, uma cópia do projeto pelo qual construirá
aquela edificação. Depois de ter o padrão, então
você prepara os materiais, reúne a mão de obra, e
decide quanto tempo está querendo gastar para
terminar aquela obra. E com todos os materiais e
mão de obra, então começa a construir. Haverá
um processo para transformar os materiais brutos
em recipientes ou formas acabadas. Finalmente,
depois de terminar a construção, ela não para ali;
você a apresenta a alguém que a ocupará ou a
usará. Assim, essas são as cinco idéias que estamos compartilhando juntos.
O PROPóSITO DE DEUS
Compartilhamos sobre o assunto do
propósito. Antes das eras, antes de Deus criar os
céus e a terra, Deus já tinha concebido uma idéia
em Seu coração. A Bíblia nos diz que Ele propôs
de acordo com o beneplácito da Sua vontade.
Agrada a Ele ter tal idéia, e Sua idéia é proposta
em Cristo Jesus. É proposta em Seu Filho amado.
Deus amou de tal maneira Seu Filho que quis
satisfazer o desejo, o coração do Seu Filho amado. Por isso Ele propôs este propósito. Ele quis edificar algo que faria Seu Filho contente e plenamente satisfeito. E o que é que Ele propôs? A
Bíblia nos diz que é a igreja.
A igreja é concebida no coração de
Deus. Ele estabeleceu esse propósito para Seu
Filho, e a igreja é proposta para ser a noiva, a esposa do Seu Filho amado. Por isso a igreja não é
algo insignificante. A igreja é algo que é de extrema importância para o próprio Deus e para Seu
Filho amado, e deveria ser para cada
um de nós.
O PADRãO DE DEUS
Em seguida, compartilhamos juntos
sobre esse assunto do padrão. Tem a igreja um
padrão? Se a igreja é tão importante e tão gloriosa, pode ser que Deus construiria a igreja sem
nenhum padrão? Mesmo se nós estamos para
construir algo, não faremos as coisas apenas pelo
impulso do momento. Não começaremos apenas
a construir, sem sabermos o que estamos construindo ou como iremos construí-lo. Não o faremos apenas num momento; então pode ser que
noutro momento pensaremos em outra coisa mais
e tentaremos adiciona-la. Nunca faremos isso.
Teremos uma cópia do projeto e todas as coisas
serão arranjadas. Todos os pensamentos, todas
as idéias, tudo o que desejamos ter no edifício
será colocado nas cópias do projeto. Um padrão
está ali, e daí por diante você irá construir de acordo com este padrão.
A igreja tem um padrão?
Mencionamos que para muitas pessoas a igreja
parece não ter um padrão. Elas dizem que é apenas um produto da história. Enquanto o povo de
Deus caminha, eles mudam de acordo com o
tempo e de acordo com a necessidade. Em outras
palavras, não há qualquer padrão. Mas na realidade, você descobre que eles seguem o padrão do
mundo. Em outras palavras, o mundo nos influencia, por isso gradualmente, a igreja é conformada
com o mundo. É por isso que você encontra a igreja se tornando uma organização, e que a organização começa a se desenvolver em uma grande
corporação. Ela até mesmo se desenvolve em
uma nação acima das nações e isso é segundo o
padrão do mundo. Ao invés de permitir que o
mundo imite a igreja, a igreja está imitando e
seguindo a tendência do mundo. Mas sabemos
que a igreja de Deus não é construída de acordo
com os elementos do mundo.
Algumas pessoas pensam que a igreja apenas muda de acordo com a ingenuidade do
homem. O homem cria a igreja, por isso ele pode
formar a igreja de acordo com sua própria inteligência e idéias. Novamente, isso é o que você
encontra na cristandade.
Algumas pessoas pensam que a igreja deve encontrar seu padrão no Velho
Testamento. No judaísmo você tem um lugar defi-
DOIS MISTÉRIOS
Stephen Kaung
O PAI REVELA O FILHO
A maior revelação que você irá
encontrar em toda a Bíblia é a revelação do Pai
de Seu Filho amado. Nosso Senhor Jesus
disse aos Seus discípulos: “Quem os homens
dizem que Eu sou?” Os discípulos responderam que alguns diziam que: “Tu és João o
batista que veio à vida”. (Muito certamente foi
Herodes; sua consciência disse aquilo a ele).
Outros diziam: “Tu és Elias, aquele grande
profeta, o maior dos profetas. Tu és Jeremias,
tu choras muito. Tu és o profeta que Moisés
mencionou em Deuteronômio”. Mas nosso
Senhor não estava satisfeito. Ele disse: “Quem
vocês dizem que Eu sou?” E graças a Deus,
Simão Pedro disse: “Tu és o Cristo, o Filho do
Deus vivo”. E nosso Senhor disse: “Simão, tu
és abençoado porque isso não é algo que a
carne e o sangue pode dizer a você. É o Meu
Pai no céu que o revelou a você”.
A maior revelação em todo o
universo é o Pai revelando o Filho. Sem a
revelação do Pai ninguém pode conhecer o
Filho. Podemos ter um conhecimento mental
ou um conhecimento Bíblico, e ainda assim
não conhecermos realmente o Filho até que o
Pai O revele em nós. É o prazer do Pai revelar
Seu Filho em nós. Esta é a grande revelação. E
esta revelação é tão grande que irá continuar
por toda a eternidade. Não pense que porque
você conhece Jesus como Seu Salvador,
portando você O conhece, O conhece
plenamente. De jeito nenhum! Apenas
começamos a conhece-Lo. Há tanto Nele; Ele
é infinito. O conhecimento do Filho é infinito.
Hoje, estamos começando a conhece-Lo, e na
eternidade continuaremos a conhece-Lo. Esta
é a sensação de ser um cristão. Não há fim
para isso. Conhece-Lo foi a paixão do apostolo
Paulo: “Conhecê-lo, e o poder da sua
ressurreição e a e a participação dos seus
sofrimentos, conformando-me a ele na sua
morte, para ver se de algum modo posso
chegar à ressurreição dentre os mortos” (ver
Fp 3:10-11). É a maior revelação, e com base
nesta maior revelação, o Filho revela a igreja.
O FILHO REVELA A IGREJA
Sem a primeira revelação não
podemos ter a segunda revelação. Sem Cristo,
não há igreja. Vocês não podem ter a igreja
sem Cristo. Vocês não podem fazer a igreja
maior do que Cristo. Sem Cristo, não há igreja.
Vocês precisam conhece-Lo. Quanto mais
vocês O conhecem, mais conhecem a igreja. A
igreja é uma revelação do Filho a nós, uma
grande revelação. Não pensem que podemos
conhecer a igreja por nós mesmos. Alguns
dizem: “Eu fui criado na igreja”. O que você
quer dizer com isso? Outros dizem: “Vou à
igreja todos os domingos”. O que você quer
dizer com isso? Alguns dizem: “Deixei meu
guarda-chuva na igreja”. O que você quer dizer
com igreja? Não sabemos realmente o que é a
igreja até que o Filho se apraza em revela-la a
nós. Assim, não pense que porque fomos
criados na igreja toda nossa vida, conhecemos
a igreja. Isso não é a igreja. A igreja é algo
muita mais glorioso. Ela tem sua origem,
mesmo antes dos tempos, em Deus. Sabemos
disso? Sabemos o quanto a igreja é para
Deus? Quanto a igreja é para Cristo? Ele amou
a igreja e deu a Si mesmo por ela. Temos o
mesmo sentimento quando mencionamos a
palavra igreja?
O Senhor disse: “Eu edificarei minha igreja”. O
único encargo do meu coração é que não
pensemos que realmente conhecemos a
igreja. Ó, que possamos nos humilhar diante
Dele, reconhecendo que porque conhecemos
tão pouco de Cristo, então conhecemos tão
pouco da igreja. Precisamos reconhecer que
sem revelação não seremos capazes de
conhecer o Filho. Da mesma forma, sem
revelação não seremos capazes de conhecer
a igreja. E se pudermos ser conduzidos a este
lugar em que realmente desejamos conhecela, ainda assim dependemos do Espírito de
Deus para revela-la a nós, então estaremos no
caminho de realmente entrar na realidade da
igreja. Que o Senhor possa nos ajudar.
!
desejo de ser liberto do pecado, e
um anelo por ser levado à comunhão
mais íntima possível com seu Salvador.
Em alguns, a única impressão deixada
por esse pensamento é de sofrimento e
vergonha: tais contentam-se com o fato
de ter Jesus suportado a cruz e
conquistado uma coroa que eles
esperam usar. Quão diferente e o ponto
de vista do cristão que realmente procura
permanecer em Cristo. Amargas
experiências já lhe mostraram que, no
que concerne a uma total rendição e
simples confiança, seu maior inimigo
para uma vida de permanência em Cristo
é o eu. Tal vida do eu recusa-se a abrir
mão de sua vontade e, pela sua
operação, impede a obra de Deus. A
menos que a vida do eu, com toda a sua
vontade e toda a sua operação, seja
substituída pela vida de Cristo, com a
Sua vontade e a Sua operação, não será
possível uma vida de permanência nEle.
Surge, então, a solene pergunta dAquele
que morreu na cruz: "Está você pronto
para entregar o eu à morte? Você
mesmo, que vive por ter nascido de
Deus, em mim, já está morto para o
pecado e vivo para Deus. Mas agora no
poder dessa morte está você disposto a
mortificar os seus membros; está
disposto a, de maneira completa, render
a vida do eu para morte de cruz e não
alimenta-la, até que seja totalmente
destruída?" Essa pergunta realmente
sonda nosso coração. Estou preparado
para dizer que o velho eu não mais
pronunciará qualquer palavra, que não
lhe será permitido expressar qualquer
pensamento, por mais natural que seja
nem sequer um sentimento, por mais
gratificante que seja qualquer desejo ou
obra, por mais corretos que
sejam?
Será que é isso o que Ele
realmente demanda? Afinal de contas,
não é a nossa natureza obra das mãos de
Deus? Não podem nossas habilidades
naturais ser santificadas para o Seu
serviço? Elas podem e devem. Mas você
precisa ver que a única maneira pela qual
elas podem ser santificadas é que sejam
removidas de sob o poder do eu e sejam
trazidas para debaixo do poder da vida de
Cristo. Não pense que pode realizar essa
obra, posto que tanto a almeja e por você
ser um de Seus redimidos. Não! O único
caminho ao altar da consagração é por
meio da morte. Assim como você se
rendeu no altar de Deus como sacrifício
vivo (Rm 6:13, 12:1), assim também,
cada uma de suas habilidades naturais
cada talento, cada dom, cada possessão,
que devam realmente ser santos para o
Senhor devem ser separados do poder
do pecado e do eu e depositados sobre o
altar, a fim de serem consumidos pelo
fogo que para sempre queima ali. E na
mortificação e no sacrifício do eu, que os
maravilhosos poderes com que Deus o
capacitou para servir-Lhe podem ser
libertados para uma completa rendição a
Deus, e oferecidos a Ele para serem
aceitos, santificados e usados. Enquanto
estivermos na carne, não seremos
capazes de dizer que o eu está morto.
Contudo, quando se permite à vida de
Cristo tomar plena posse, o eu pode ser
mantido na posição de crucificado, sob
sentença de morte, a ponto de que não
terá qualquer domínio sobre nós, nem
por um momento sequer. O Senhor Jesus
Cristo terá se tomado nosso segundo eu.
!
Watchman Nee
Precisamos saber que o fato de
sermos constrangidos pelo amor não significa
ainda consagração; nem o ter a visão do direito
do Senhor corresponde à verdadeira
consagração. Depois de termos sido
constrangidos pelo amor e visto a prerrogativa
do Senhor, é preciso fazer ainda algo. Esse
passo a mais, torna efetiva a consagração.
Sendo constrangido pelo amor do Senhor e
sabendo que foi comprado, o cristão
calmamente se separa de tudo, para ser
totalmente do Senhor. Essa é a consagração
descrita no Antigo Testamento: receber um
serviço santo, o oficio de servir ao Senhor. "O
Senhor, sendo amado por Ti, que mais posso
fazer além de me separar de todas as coisas
para poder servir-Te? Daqui em diante ninguém
poderá usar minhas mãos, ou pés, ou boca, ou
ouvidos; pois estas minhas mãos são para
fazer as Tuas obras, meus dois pés para andar
em Teu caminho, minha boca para cantar os
Teus louvores, e meus ouvidos para ouvir a Tua
voz". Isso é consagração.
Suponha que você comprasse um
escravo e o levasse para casa. Ao chegar à
porta de sua casa, o homem lhe presta
homenagem ajoelhado dizendo: "Mestre, tu me
compraste. Hoje com prazer, ouço tuas
palavras". Para você, tê-lo comprado é uma
coisa, mas o fato dele se ajoelhar aos seus pés
proclamando o desejo de servi-lo é algo
completamente distinto. Porque você o
comprou, ele reconhece o seu direito; mas
porque você o amou, embora sendo quem é,
ele se proclama inteiramente seu. Somente
isso é consagração. Consagração é mais do
que ver o Seu amor e mais do que saber que
Ele nos comprou: é a ação que segue o amor e
a compra. Dessa forma, aquele que se
consagra está separado de tudo neste mundo,
de todos os seus antigos senhores. De agora
em diante, não fará nada exceto o que o seu
Senhor mandar. Ele se restringe a fazer
somente as coisas daquele único Mestre. É
esse o real significado da consagração.
!
Livro Indicado Para a Leitura do Mês
No prefácio deste livro, o autor argumenta que
se a verdade sobre o permanecer em Cristo e tudo o
que isso significa no dia-a-dia fosse pregado com a
mesma clareza e urgência que a expiação e o perdão
por meio do precioso e bendito sangue do Cordeiro,
muitos aceitariam alegremente o convite para tal
modo de vida. A influência dessa atitude seria
manifesta na experiência dessas pessoas por meio de
pureza, poder, amor, alegria, muitos frutos e toda
sorte de bênção que o Salvador associou com o
permanecer nEle.
O presente livro consiste de meditações sobre
a parábola da Videira e é publicado com o desejo de
ajudar àqueles que ainda não compreenderam
plenamente o significado da ordem: "Permanecei em
mim", bem como àqueles que pensam que se trata de
uma vida que não pode ser alcançada.
Somente permanecendo no Senhor, minuto a
minuto, é que poderemos experimentar o progresso
de uma vida frutífera nEle.
Este boletim é distribuido gratuitamente.
Toda correspondência e doação para custear a sua publicação deve ser enviada para:
Editora Restauração - "O mensageiro das Boas Novas”
Caixa Postal: 1945 - Curitiba - Paraná - Brasil - CEP 80.011-970
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O mensageiro das
Jesus
O VERDADEIRO SIGNIFICADO DA CONSAGRAÇÃO
BOAS NOVAS
Fevereiro 2008
Ano IX n° 153
“Tu és Cristo, o Filho de Deus vivo...
Sobre esta pedra edificarei minha igreja”
EDITORIAL
João Alfredo
A igreja de Cristo, na verdade,
nasce em uma localidade e não é fundada
em uma localidade como muitos pensam.
Ela nasce do Espírito através da revelação
de Cristo e é edificada por Ele mesmo. Em
resumo, a igreja do Senhor Jesus Cristo
vem Dele, é feita por Ele e é para Ele
mesmo. Tudo na igreja é Cristo.
A igreja tem um fundamento que
foi colocado pelos apóstolos de Cristo. Este
fundamento que é a doutrina dos apóstolos
é singular porque é uma Pessoa, a própria
Pessoa de Cristo. A doutrina foi transmitida
pelos apóstolos, mas foi entregue a eles
pelo próprio nosso Senhor Jesus. Não se
trata de que alguns homens se juntaram e
criaram uma lista de doutrinas e então
fundaram um sistema. Na verdade “a
doutrina” é singular e “os apóstolos”, é
plural. Ou seja, o que eles em perfeita
harmonia colocaram como fundamento não
pertencia a eles, mas foi entregue a eles
pelo próprio Senhor Jesus. Eles foram
apenas “dons” que o Senhor deu para o
aperfeiçoamento dos santos, para a obra de
edificação da igreja.
Assim Cristo é o Cabeça da
igreja, e a igreja é Seu corpo. Tudo na igreja
deve refletir a Pessoa de Cristo. Se alguém
olha para o meu corpo e o vê em ação,
mesmo não vendo minha cabeça, sabe que
sou eu. O corpo de Cristo, que é a igreja,
sempre reflete e testemunha Dele mesmo.
Somente agindo assim é que a igreja
cumpre seu papel no mundo. Ela foi
colocada neste mundo para
revelar e testemunhar de Cristo. Se ela
estiver ocupada, como é comum acontecer
em nossos dias, com muitas atividades,
como irá testemunhar de Cristo? Talvez
esse seja um dos maiores problemas da
igreja nestes dias. Há muita atividade, há
muito barulho, mas pouco testemunho do
Senhor Jesus.
A revelação do Filho pelo Pai é a
pedra angular da igreja. Foi exatamente isso
que nosso Senhor Jesus disse aos
discípulos naquela ocasião quando Ele
perguntou a eles quem Ele era. Sobre esta
pedra angular Cristo está hoje edificando
Sua igreja. Não se trata de que alguns
homens inteligentes e preparados estejam
ensinando os aspectos das doutrinas
bíblicas, para que as pessoas possam
alcançar mais conhecimento. Na verdade é
o próprio nosso Senhor Jesus que, através
de Seu Espírito, está edificando a Sua
igreja. São os santos aperfeiçoados que
estão hoje incumbidos de edificar a igreja.
Estes santos aperfeiçoados são na verdade
a totalidade da igreja. Cada membro do
corpo tem diante dele a tarefa de edificar, de
alguma forma, a igreja de Cristo.
Que o Espírito Santo possa
nestes dias trazer aos cristãos está dupla
compreensão, a revelação da Pessoa de
Cristo e a edificação da igreja por Ele
mesmo, para que eles possam se tornar um
verdadeiro testemunho de nosso Senhor
Jesus
OS MISTÉRIOS DO REINO DOS CÉUS (continuação)
Stephen Kaung
Preparar para o Reino
Assim qual é a palavra de nosso
Senhor a nós? Vigiai pois; não vá dormir.
Não seja complacente. Não permita que o
mundo roube seu coração. Buscai primeiro
o reino de Deus e a Sua justiça. Faça
violência a si mesmo para que você possa
apoderar-se dele. Seja pobre de espírito,
pois deles é o reino dos céus. Esteja
preparado para ele. E se você estiver
pronto a qualquer momento, quando Ele
subitamente vier, você estará com Ele.
Você vê quão importante é o
reino dos céus? Se não vivemos no reino
dos céus hoje, quando o reino dos céus for
abertamente, publicamente,
universalmente estabelecido sobre esta
terra, onde você estará? Você será lançado
nas trevas exteriores; quer dizer, você não
terá parte no reino dos céus. Você não mor
reinará com Cristo por mil anos.
Você não poderá entrar no gozo do Senhor.
Você rangerá seu dente com pesar. Pelo
amor por um momento, você sacrifica a
glória de mil anos. Isto não significa que
você não é salvo; você é salvo. Na
eternidade você estará na Jerusalém
celestial, mas você não terá parte no reino
dos céus durante estes mil anos.
Assim, irmãos e irmãs, vamos
meditar sobre ele. Coloque seu coração
nele. Pratique-o. Pondere sobre ele. Não
permita isto apenas se escapar. Ele tem
tudo para fazer por você hoje e amanhã.
Assim possa o Senhor ter misericórdia de
nós, sabemos que Sua graça é suficiente.
Livro Indicado Para a Leitura do Mês
As mensagens transcritas neste livreto foram
entregues como ministério verbal do irmão
Stephen Kaung durante a primavera e verão
de 2005. As quatro primeiras mensagens
foram entregues em Richmond, Virginia
como uma série de meditações sobre o Reino
de Deus. A última mensagem foi entregue
como parte de uma série de ministrações
entregues durante a Western Christian
Conference em Santa Bárbara, Califórnia. Foi
incluída aqui por causa da sua relevância às
meditações anteriores entregues em
Richmond. As mensagens foram transcritas e
publicadas com permissão de uma mínima
edição para torna-las clara. (A tradução deste
livro pode ser baixada em formato PDF no
site da Editora Restauração
www.editorarestauracao.com.br)
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!
O mensageiro das
BOAS NOVAS
Outubro 2007
Ano IX n° 149
“Dou-lhes a vida eterna...
ninguém as arrebatará da minha mão”
EDITORIAL
João Alfredo
A doutrina da salvação é uma dos
ensinamentos mais polêmicos e mais mal
compreendidos pelos crentes desde há muito
tempo. Ela tem causado contenda e divisões no
meio do povo de Deus, justamente por ser mal
compreendido até mesmo pelos que ensinam a
Bíblia na igreja. Uns dizem que é possível
perder-se a salvação e outros dizem que uma
vez salvo, salvo para sempre. Estes são os dois
ensinamentos mais comuns sobre a salvação.
Qual deles é correto? Quando
tentamos reconciliar todos os textos bíblicos
que falam sobre a salvação, descobrimos que
ambos são verdadeiros. Esta é a grande
dificuldade que a maioria dos crentes sinceros
encontram ao tentarem compreender a
salvação. Muitos tendem a tomar um destes
ensinamentos como a única verdade e
conseqüentemente erram ao colocarem de lado
o outro. Então como entender estes dois
ensinamentos?
Há um segredo no estudo da Bíblia que
muitas vezes precisa ser aplicado para uma
melhor compreensão de certas doutrinas.
Quando um mesmo ensinamento bíblico tem
duas explicações diferentes deve-se buscar
reconcilia-los através de outros ensinamentos.
Nosso Senhor Jesus disse aos Seus discípulos:
“Aquele que quiser salvar sua vida perdê-la-á”.
Como entender esta palavra de nosso Senhor?
Se um discípulo pode se salvar então como em
Efésios está escrito: “Pela graça sois salvos”?
Para reconciliar estes dois ensinamentos é
preciso buscar outro ensinamento que o
esclareça. Em Tessalonicenses está escrito que
o homem é composto de espírito, alma e corpo,
então muito provavelmente estas duas
salvações devem se referir a diferentes partes
da composição do homem. A primeira
se refere á salvação da alma e a segunda á
salvação do espírito do homem. Esta é a
compreensão que esclarece o crente sobre a
possibilidade de se perder a salvação. Se por
um lado a salvação do espírito do homem é um
dom da graça de Deus, por outro a salvação da
alma do homem é ao mesmo tempo um dom da
graça através da obra do homem. A primeira é
segura e eterna a segunda precisa ser operada
com temor e tremor diante de Deus, durante o
tempo em que o homem vive na terra.
Na verdade o cristão vive hoje em uma
situação bastante simples de se entender,
quando se olha para a história do povo de Israel.
Quando Deus os tirou do Egito, segundo o Seu
propósito, os colocou em Canaã. Mas na
verdade o povo ficou quarenta anos vagando
pelo deserto, com os pensamentos sempre
voltados para o Egito. Esta é uma figura da vida
do cristão durante sua passagem pela terra.
Seu espírito já foi liberto do Egito e colocado na
Canaã de Deus, Jesus Cristo. Sua alma
vagueia pelo deserto deste mundo e seu corpo
está ainda no Egito. É assim que o cristão vive
neste mundo. A salvação do seu espírito já está
garantida e é irrevogável pela obra que nosso
Senhor consumou no Calvário. Mas a salvação
da sua alma ainda está em andamento, através
da obra e perseverança do cristão nas
provações e tribulações deste mundo.
Que o Espírito Santo possa trazer luz
ao nosso espírito que já foi salvo pela graça,
para que a salvação de nossa alma seja
completada até nossa morte física ou até a
vinda gloriosa de nosso Rei Jesus Cristo.
Amém.
!
COMPREENDENDO O REINO
David W. Dyer
Tenho esperanças de que este
capítulo será de alguma ajuda para os leitores
compreenderem os planos e propósitos de
Deus, de um modo bem mais claro. Sem esta
revelação, é fácil ficar confuso, tentando
entender certas passagens bíblicas. Alguns,
por exemplo, têm erroneamente tentado
aplicar muitos assuntos do Reino à eternidade.
Não considerando o lugar do Reino Milenar no
plano de Deus, eles tentam compreender
muitos versículos mencionados neste capítulo
à luz de nosso destino eterno.
Fazendo assim, tem imaginado uma
teologia muito inconsistente e confusa. Tendo
lido os versículos sobre julgamento e punição,
eles têm sido honestos o suficiente para
admitir que tais versículos se aplicam a
crentes. Mas, não imaginando a verdade sobre
o Reino, são levados a supor que um filho de
Deus pode perder a Vida eterna. Muitos
desses mestres também vêem a grande
necessidade do temor a Deus.
Para eles, o ponto de vista "uma vez
salvos, sempre salvos" parece retirar todo o
temor do Senhor e, portanto, muitas das
nossas motivações para fugir dos prazeres do
mundo e do pecado. Assim, eles citam muitos
desses versículos tentando provar que alguns
dos filhos de Deus se perderão. Entretanto,
muitos dos versos relacionados a "perder a
salvação", que esses mestres usam para
provar seu ponto de vista, são
verdadeiramente passagens sobre o Reino
milenar vindouro.
Conforme dissemos, o temor a Deus e
essencial. É um ingrediente que parece estar
perdido na Igreja de nossos dias. É algo que
precisa desesperadamente ser restaurado no
meio do povo de Deus. Entretanto, para ajudar
os crentes a conhecerem este temor,
precisamos ensinar aquilo que ë verdadeiro.
Qualquer doutrina que não seja a verdade não
tem poder de mudar realmente o coração dos
ouvintes.
Por exemplo: alguns ensinam que os
crentes perdem a salvação, se eles pecarem.
Mas, cristãos pecadores
freqüentemente têm uma experiência
diferente. Suas consciências os incomodam,
algumas vezes intensamente, mas eles não se
sentem "perdidos". Ainda sentem algo da
presença de Deus em seu espírito.
Assim, embora eles possam crer em
suas mentes que estão perdidos, o coração
deles lhes diz algo diferente. Embora saibam
que o que estão fazendo é errado,
freqüentemente se confortam, sentindo que
Deus não os deixou completamente. O ensino
que estão recebendo e sua experiência não
combinam. O verdadeiro temor ao Senhor não
é gerado desse modo. Um outro problema
encontrado no ensino de que a salvação pode
ser perdida pelo pecado é: quantos pecados
são necessários? Quão "ruim" é um pecado ou
quantos pecados temos que cometer para
estarmos realmente perdidos?
Aparentemente, deveria ser um pecado
realmente mau ou uma grande quantidade
deles para habilitar alguém a tão terríveis
resultados. Isto, então, liberta de muita
condenação aqueles que têm poucos ou
nenhum pecado manifesto, mas estão
realmente resistindo ao Senhor em muitas
áreas de suas vidas. Eles são desobedientes/
mas não de um modo óbvio, que os outros
possam notar. Talvez os mais próximos deles
percebam que há algum problema, mas a
maioria dos crentes que os conhece acham
que está tudo bem. Esse tipo de ensino apenas
toca os mais aparentes tipos de pecado, mas
não penetra no coração e demanda completa
submissão ao Rei. Não gera o verdadeiro
temor ao Senhor. Muitas Igrejas que acreditam
na perda da salvação estão cheias de fofocas,
mentiras, luxúria, inveja, murmuração, ódio,
ciúme, orgulho e muitas outras coisas.
Entretanto, ninguém acredita ou ensina que os
membros que praticam tais coisas já perderam
a salvação. Se ensinarem assim, vão acabar
com a congregação.
O ensino da perda da vida eterna
pretende gerar um tipo de respeito por Deus, o
descobre que o cristianismo se
propaga. E no cristianismo você tem
mistura. As pessoas professam ser cristãs,
mas são falsos irmãos. Você não pode
arranca-los. Se você o faz, arrancará tudo.
Você precisa esperar até o tempo da
colheita, que é o fim do mundo. E este não é
o trabalho do homem, é o trabalho dos
anjos. Nosso Senhor enviará Seus anjos
para escolhe-los, queimar o joio e trazer o
trigo para o celeiro. Esta é a segunda
parábola. Você vê o desenvolvimento aqui?
AAparência Exterior do Reino
Então você tem a terceira e a
quarta, e a quinta e a sexta parábola. Estes
dois pares são contrastantes. A terceira e a
quarta nos falam do crescimento anormal
da aparência exterior do reino dos céus
porque a semente de mostarda é a menor
semente, viva. Nosso Senhor disse que se
você tiver fé como uma semente de
mostarda, você pode remover a montanha
porque ela é viva. A mostarda é uma
verdura, e contudo esta semente de
mostarda cresceu até ser uma grande
árvore de tamanho anormal. E por causa
disso, todos os pássaros vieram e se
empoleiraram nela. Na primeira parábola
você se lembra que os pássaros
representam o maligno; assim nesta
parábola é o mesmo. Em outras palavras,
você descobre que a cristandade no
crescimento superou a sua natureza. Ela
teve um crescimento anormal e se tornou
uma grande instituição neste mundo. Todo
tipo de mal encontra nela um ninho. Isto é
exterior.
O interior é a quarta parábola. A
mulher colocou fermento em três medidas
de trigo. Estas medidas de farinha
supostamente seriam uma oferta de
alimento para Deus, mas ela não pode ser
levedada. Mas aqui um fermento é
colocado nela e ela cresce com
ensinamentos corruptos e heresias. Todos
os tipos de ensinamentos
corromperam o evangelho de Jesus Cristo.
Esta é que é a aparência do assim chamado
reino dos céus neste mundo.
Os Escondidos do Reino
Mas graças a Deus, existem a
quinta e a sexta parábola, o tesouro e a
pérola. Estes mostram que mesmo nesta
confusão a coisa real ainda está ali os
escondidos. Eles estão escondidos para o
mundo mas conhecidos para Cristo. E por
isso Ele deu tudo para possuí-los. O
tesouro fala da verdade; a pérola fala da
experiência com Deus. E esta é a realidade
interior. Apesar do crescimento anormal, a
corrupção interior, Deus ainda tem Seus
escondidos.
ARede
Finalmente, há a rede, que é o
final do mundo. Tudo será separado. Esta é
a história do reino dos céus sobre a terra, e
nosso Senhor quer que nós o saibamos.
Mas para o mundo isso ainda é um mistério.
Eles não o sabem.
Os Escondidos do Reino
Finalmente, em Mateus 24-25
nosso Senhor profetizou como o reino dos
céus finalmente será estabelecido sobre
esta terra, quando o reino deste mundo se
tornará o reino do Senhor e de Seu Cristo.
Oh, irmãos e irmãs, não pensem que nosso
Senhor não está trabalhando. Não pensem
que o reino dos céus nunca será
publicamente estabelecido sobre a terra.
Pensem que Ele está no céu à direita do
Pai, Ele não está dormindo; Ele está
trabalhando. A Bíblia nos diz que Ele está
trabalhando. Ele está abrindo os selos. Ele
está trabalhando para estabelecer Seu
reino, para fazer do reino deste mundo o
reino de Deus e do Seu Cristo. Ele está
trabalhando. Podemos estar seguros disto.
Haverá muitas tribulações, muitos conflitos,
porque o inimigo não quer desistir, mas ele
não tem chance. Seu fim está vindo.
OS MISTÉRIOS DO REINO DOS CÉUS
Stephen Kaung
Então em Mateus 13 nosso Senhor Jesus
prossegue. Depois dos fariseus e os
escribas blasfemarem do Espírito Santo em
Mateus 12, quando nosso Senhor se dirigiu
à multidão, Ele não falou mais abertamente,
mas usou parábolas. Parábola significa
“interpretar lado a lado”. É uma cena
familiar para ilustrar algo com um
significado espiritual mais profundo. Isto é
uma parábola. Assim nosso Senhor Jesus
começou a falar em parábolas. E quando
Ele o fez, Seus discípulos vieram a Ele e
disseram: “Porque Tu falas em parábolas e
não em palavras claras?” Nosso Senhor
disse: “Porque os mistérios do reino dos
céus são para vocês entenderem, não para
o mundo”.
No que diz respeito ao mundo, o
reino dos céus é um mistério. É algo
escondido. É um segredo desconhecido a
menos que seja explicado. Mas para nós,
para os discípulos de nosso Senhor Jesus,
Ele explica; Ele abre nosso entendimento
porque se supõem que devamos conhecer
tais mistérios. Agora, você conhece estas
parábolas?
Estas parábolas são muito
importantes porque nos falam do
desenvolvimento histórico do reino dos
céus na terra. Isto está escondido do
mundo e contudo nosso Senhor o abre a
nós que somos Seus para que possamos
entender como ele se desenvolve. Desde a
vinda de nosso Senhor Jesus, o reino dos
céus foi trazido do céu para a terra, e Ele
está gradualmente edificando este reino. E
o processo nos é mostrado em Mateus 13.
AParábola do Semeador
Estas sete (ou oito) parábolas
são contínuas. Elas possuem um caráter
contínuo nelas. A primeira parábola é a
parábola do semeador. O semeador não é
outro senão o nosso Senhor Jesus mesmo.
Ele veio a este mundo para
semear a palavra do reino, que é a
semente. O campo é o coração dos
homens. Quando a palavra do reino dos
céus é semeada nos corações, infelizmente
somente um dentre quatro é um solo
preparado para receber a palavra. Com
paciência começa a dar fruto. Este é o
começo da história do reino dos céus na
terra.
O Trigo e o Joio
A segunda parábola é do trigo e
do joio. Nesta parábola você encontra
progressão. O trigo, a semente que o
semeador semeou, se torna os filhos do
reino dos céus. Em outras palavras, a
palavra do reino dos céus foi recebida e
começa a mudar estas pessoas para se
tornarem filhos do reino dos céus. E eles
são semeados neste mundo, que é o
campo. Os filhos do reino dos céus estão
por todo lugar. E o inimigo veio e semeou no
mesmo campo (o mundo) joio (filhos do
mal), e eles cresceram juntos. Isto foi feito
sem o conhecimento dos servos, mas
certamente o senhor o sabia. Em outras
palavras, nosso Senhor sabia todo o tempo,
mas seu povo não o sabia. Mas quando
eles cresceram, os servos começaram a
compreende-lo, e vieram ao Senhor e
disseram: “Quem fez isto? O que
deveremos fazer com isso? Deveremos
arranca-los a todos?” “Não, deixem-nos em
paz porque se vocês arrancarem o joio
arrancarão o trigo também, porque suas
raízes começaram a se entrelaçar.
Esperem até o tempo da colheita”.
O que é isto? Esta é a aparência
exterior do reino dos céus nesta terra hoje.
É uma figura do cristianismo. É uma figura
da cristandade. Sempre que o evangelho é
pregado, onde quer que a influência do
evangelho vá, seja num hospital, numa
qual irá purificar as vidas de seus
adeptos. Mas, em minha experiência, isso não
acontece. Se honestamente compararmos a
quantidade de pecados encontrados nas
Igrejas que acreditam na segurança eterna,
com as que não acreditam, acho que os
resultados serão os mesmos. Se pudermos
deixar de lado fatores externos, como o uso de
vestidos ou de cabelos compridos, ou práticas
superficiais, os pecados do coração serão
evidenciados em ambos os grupos. Os seres
humanos são os mesmos, em ambientes
diversos.
OS DONS PODEM ENGANAR
Ainda um outro fator que importa nesta
discussão e o aspecto dos dons de Deus.
Quando ministramos aos outros, usando os
dons espirituais que nosso Senhor nos deu,
freqüentemente há um poderoso mover da
unção e de Sua presença. Quando nós
pecamos ou estamos vivendo em pecado essa
unção em nossos dons nem sempre é retirada.
Vamos tomar como exemplo um pregador que
tenha o dom da cura. Quando ele prega, sente
uma poderosa unção em suas palavras, e
muitas pessoas são curadas por meio de seu
ministério. Vamos supor que esse irmão caia
em pecado. Ele começa a ter um
relacionamento sexual com um membro da
Igreja, com quem não é casado. Naturalmente,
sua consciência o condena.
Mas, quando ele se põe a pregar, a
unção está lá. Ele ainda "sente" a presença de
Deus no uso de seu dom ministerial. Talvez,
algumas pessoas ainda sejam curadas. Assim,
ele se consola com esse fato. Ele não se sente
perdido, não sente que Deus o deixou. Talvez,
ele supõe, o seu pecado não tenha sido tão
mau assim, ou esteja sendo "permitido" por
Deus, por causa de sua posição especial, da
circunstância ou da necessidade. Claro que
isto é uma mentira, mas é fácil nos
enganarmos, especialmente quando a
doutrina em que nos apoiamos é imperfeita em
suas bases. Embora alguns insistam que
qualquer um que esteja vivendo em pecado
conhecido não possa experimentar poder em
seu dom, a experiência de muitos crentes,
durante anos, mostra-nos uma
realidade diferente. Incontáveis homens e
mulheres de Deus têm se encontrado em tal
situação. Eles caíram em pecado, mas ainda
sabem que Deus, de alguma forma, não os
abandonou. Seu dom ainda "funciona". Eles
ainda sentem a unção. Então, eles se apegam
às suas experiências e tentam justificar-se em
suas próprias mentes e corações.
O que é necessário nestes casos é o
evangelho do Reino, que estamos estudando.
Ta i s i r m ã o s e i r m ã s n e c e s s i t a m
desesperadamente conhecer a verdade: "De
Deus não se zomba" (Gl 6:7). Eles não podem
continuar servindo ao Senhor e vivendo em
pecado conhecido. Quando Jesus voltar, eles
irão colher exatamente o que estão semeando.
A menos que se arrependam, serão levados a
julgamento por suas rebeldias e punidos pelo
Pai Celestial por causa delas.
Veja bem, qualquer pecado que um
cristão comete, se for perdoado por meio de
confissão e arrependimento, não vai sofrer
punição qualquer no dia do Senhor. Mas, se ele
não acerta as contas com Deus, hoje, então
quando Ele vier, os pecados não tratados vão
trazer resultados desagradáveis.
Este livro não tem o objetivo de tratar o
assunto da "segurança eterna", de uma
maneira intensa e completa. Entretanto, é
minha esperança que muitos leitores irão ter, a
partir deste texto, nova luz para interpretar a
Bíblia, de um modo claro e coesivo. Também
gostaria de recomendar, para uma melhor
compreensão do quadro completo, a leitura de
meu livro “De Glória em Glória”, que examina
detalhadamente o assunto da salvação.
O que faz com que os crentes passem
a temer a Deus é uma boa dose de Sua
verdade, pregada sob a unção do Espírito
Santo. Precisamos muito da revelação dos
Apóstolos do Novo Testamento, referente ao
Reino de Deus e ao vindouro julgamento de
Seu povo. O Evangelho do Reino era algo
muito bem, compreendido pelas Igrejas, nos
dias de Paulo. Faremos bem se o praticarmos
e o pregarmos também.
!
Jesus
SALVAÇÃO PLENA
Salvação é uma palavra bastante
abrangente. Ela abraça a totalidade da obra
salvífíca de Deus, do início ao fim. Na
verdade, a salvação tem três tempos:
passado, presente e futuro. Pessoalmente,
serei sempre grato ao bom homem que me
levou a Cristo ha mais de 40 anos; aquele
homem que ensinou a mim, o jovem
convertido cru e impetuoso, a sempre dizer:
"Fui salvo (no passado) da punição do
pecado por intermédio do Salvador
crucificado. Estou sendo salvo (no presente)
do poder do pecado por intermédio do
Salvador que ainda vive. E serei salvo (no
futuro) da presença do pecado por intermédio
da vinda do Salvador"...
Se, portanto, você me perguntar:
"Você é salvo?", eu lhe poderei dar apenas
uma resposta bíblica correta: "Sim e não".
Sim, porque apenas por meio da graça e da
misericórdia de Deus, mediante a morte de
Jesus Cristo, meu Salvador, ele
perdoou meus pecados, justificou-me e
reconciliou-me consigo mesmo. Não, porque
eu ainda tenho uma natureza decaída, vivo
em um mundo decaído, tenho um corpo
corruptível e anseio que minha salvação
alcance sua completude triunfante.
Que todo o propósito de Deus,
concebido em uma eternidade passada, o
qual, na história, foi trabalhado para seu povo
e em seu povo, e que será completado na
glória por vir, possa ser encapsulado neste
único conceito: Deus quer nos transformar à
imagem de Cristo. Quando pensamos sobre
a predestinação eterna, a conversão inicial, a
santificação contínua, ou a glorificação final,
o mesmo tema sobressai. Em cada estágio,
há uma referência à “imagem” de Jesus
Cristo ou “semelhança” com ele. A plenitude
da salvação é a conformidade com ele.
!
Livro Indicado Para a Leitura do Mês
Este livro não é simplesmente mais uma
investigação sobre as profecias referentes aos
últimos dias. Ao invés disto, e uma discussão a
respeito de um aspecto do evangelho de Jesus
Cristo muito negligenciado: o Evangelho do
Reino. Na igreja atual, inúmeros crentes estão
completamente ignorantes sobre a importância
do Reino Milenar que virá, e sobre o impacto
que este Reino deve ter em suas vidas atuais.
Estes escritos pretendem preencher esta
lacuna. Pode ser que nestes conteúdos, se
encontrem coisas novas e diferentes. Porem,
isto não deve impedir aqueles que têm uma
sede genuína de Deus e de Sua verdade. Este
livro foi escrito na expectativa de que todos que
amam Jesus e estão em busca de conhece-Lo
mais profundamente, possam achar, aqui,
muitos benefícios.
Este boletim é distribuido gratuitamente.
Toda correspondência e doação para custear a sua publicação deve ser enviada para:
Editora Restauração - "O mensageiro das Boas Novas”
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O mensageiro das
BOAS NOVAS
John Stott
Janeiro 2008
Ano IX n° 152
“Buscai primeiro o Reino
e a sua justiça”
EDITORIAL
João Alfredo
Na busca pelo Reino de Deus e sua
justiça, além de termos a revelação dos
mistérios do Reino, precisamos ter a sua
realidade entre nós. Na era em que vivemos a
realidade do Reino deveria ser a Igreja. A Igreja
deveria ser a expressão viva do reinado de
nosso Senhor Jesus sobre aqueles que foram
comprados pelo Seu precioso sangue. Mas
infelizmente não é bem isso que vemos hoje. As
assim chamadas igrejas cristãs de nossos dias
estão muito distantes de expressarem a
realidade do Reino por muitos motivos e um
deles é por não se submeterem ao Senhorio de
Jesus como Rei do Reino.
Há muito que a igreja por causa das
tradições perdeu de vista a submissão restrita à
Palavra de Cristo. Quando buscamos na Bíblia
alguma indicação de que os apóstolos tenham
ensinado ou praticado uma liderança sobre os
irmãos como a que é praticada hoje nas igrejas,
não encontramos nada parecido. Na verdade as
igrejas de hoje são uma associação de pessoas
que seguem uma mesma lista de doutrinas; um
mesmo entendimento sobre certos assuntos;
um mesmo líder e mais uma série de outras
coisas. Este, muito certamente, não é o
ensinamento e a prática de nosso Senhor Jesus
ou de Seus apóstolos. As coisas na igreja de
nossos dias estão tão desviadas daquilo que
deveria ser a expressão do Reino de Deus na
terra que se tornou muito difícil para o mundo ver
o testemunho de Cristo, para que possa vir a crer
e se converter a Ele.
Somente a obediência total aos
estatutos do Reino, os quais foram dados por
nosso Senhor Jesus e que estão registrados em
Mateus capítulos 5, 6 e 7, pode expressar o
Reino dos céus na terra. Estes estatutos foram
dados aos discípulos, ou seja, não
foram dados ao mundo. Somente aqueles que já
possuem em si a natureza do Rei podem
obedece-los. Muito embora a maioria dos
cristãos os conheça, quantos são os que os
obedecem? Quantas são as igrejas em nossos
dias que realmente praticam os estatutos do
Reino para que possam expressar o Reino de
fato? Há muitos líderes que estão pregando e
falando sobre os versículos encontrados nestes
capítulos, mas quantos deles vivem esta
realidade? Este é o problema crucial da igreja, a
falta do testemunho autêntico de Jesus, pela
expressão de Seu Reino na vida de Seu povo.
A primeira cláusula dos estatutos
do Reino é: “Bem aventurados os humildes de
espírito”. Esta deveria ser a tônica no meio do
povo do Reino, a igreja, a humildade de espírito.
Mas infelizmente não é isso que temos visto.
Vemos líderes cheios de conhecimento e que
transmitem incessantemente esse
conhecimento ao povo, sem humildade de
espírito. Este, muito certamente, é o maior
motivo da falta de expressão do Reino por parte
da igreja de hoje, os líderes são cada vez mais
exaltados e fortalecidos e o povo cada vez mais
enfraquecido espiritualmente. Ficando assim o
Senhorio do Rei Jesus ofuscado pelo brilho dos
líderes e escondido pela fraqueza espiritual de
Seu povo.
Meu desejo é que alguns possam
ver esta necessidade de nossos dias, a
expressão do Reino de Deus através da Igreja.
Que o Espírito Santo possa nos guiar nesta
busca pelo Reino e de sua justiça, para que o
testemunho de Jesus possa ser visto pelo
mundo através da Igreja.Amém.
!
Jesus
CRISTO É TANTO O FIM COMO O MEIO
O propósito final de Deus é Cristo, sendo
que Cristo é também o meio de Deus. Tudo é por meio
de Cristo e para Cristo. O que podemos aprender
diante de Deus com respeito ao Seu propósito nos é
mostrado em Efésios e Colossenses. Contudo,
convêm notar que ha uma distinção entre eles. Em
Efésios nos é mostrado que, de acordo com o
propósito eterno de Deus, Ele determinou que na
plenitude dos tempos todas as coisas venham a
convergir em Cristo, tanto as que estão no céu, como
as que estão na terra. Colossenses revela-nos ainda
mais, que Deus não apenas fez com que Cristo
tomasse o primeiro lugar em tudo, mas que Cristo
fosse tudo em todos. Logo, Paulo em Colossenses
mostra-nos Cristo tanto como o meio quanto o fim do
propósito de Deus. O propósito final de Deus é fazer
com que Cristo ocupe o primeiro lugar em todas as
coisas. Para cumprir esse alvo. Deus fará que Cristo
seja tudo. Todas as coisas, tanto as do céu, como as
da terra, convergirão em Cristo, somente quando Ele
estiver habitando em todas elas. Quando Cristo se
tornar tudo em todos, naturalmente, todas as coisas
convergirão nEle. Se Ele habitar em todas as coisas,
o que mais haverá além dEle?
Lembre-se que aos olhos de Deus existe
apenas Cristo, e não "coisas". Ele não vê assuntos ou
"coisas". Ele apenas contempla Cristo. Os
assuntos ou questões sobre as quais normalmente
pensamos são irrelevantes à vista de Deus. Hoje
provavelmente reconhecemos que existem muitas
questões e coisas neste mundo. De acordo com
nosso ponto de vista natural existem muitos assuntos
e problemas aqui e ali; porém, aos olhos de Deus
Cristo é tudo. Será assim quando o propósito eterno
de Deus for integralmente cumprido.
Espero que você compreenda isto: que
Cristo fará convergir em Si todas as coisas. Isso já
começou a ocorrer na Igreja de Cristo hoje; não deve
ser algo que ocorrerá apenas no futuro, nem se
tornará verdade apenas quando o propósito eterno
de Deus for finalmente alcançado.
Deus está presentemente abrindo os
nossos olhos para vermos que, na Igreja, Cristo é
tudo. A Igreja começa a entender e a viver essa
verdade no mundo espiritual. Caso a visão da Igreja
ainda esteja em várias "coisas" e assuntos, isso
apenas vem demonstrar a sua necessidade de ver a
Cristo. Obviamente, as "coisas" e assuntos referidos
aqui não são apenas concernentes ao mundo, mas
se relacionam principalmente aos assuntos
espirituais.
!
Livro Indicado Para a Leitura do Mês
Quantas vezes (e com grande zelo!) temos buscado
santidade, paciência, justiça ou amor? Porém,
quão grande tem sido nossa frustração ao vermos
que, por mais que procuremos alcançar essas
"coisas" espirituais, muitas vezes terminamos em
tremenda falha!
As boas-novas são que no Filho Amado
encontramos não apenas essas coisas, mas todo
nosso suprimento, sendo Ele mesmo a essência de
tudo o que é espiritual. Essa grandiosa verdade
nos é descortinada passo a passo neste livro que é
uma compilação de cinco mensagens preciosas
proferidas por Watchman Nee entre 1939 e 1940.
O autor nos mostra aqui, com incomparável
clareza, que Deus supre todas as necessidades
espirituais de Seus filhos na própria Pessoa de
Cristo. Descobriremos que seja justiça, santidade,
paciência, amor, ou qualquer outra necessidade
espiritual que tivermos, Deus sempre a suprirá
através de Seu Filho amado.
Este boletim é distribuido gratuitamente.
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O mensageiro das
BOAS NOVAS
Watchman Nee
Novembro 2007
Ano IX n° 150
“Aquele que diz estar nele,
também deve andar como ele andou”
EDITORIAL
João Alfredo
Quando um cristão decidir fazer a si
mesmo todos os dias esta pergunta: “Em Seus
Passos o que Faria Jesus?”, muitas coisas
poderão acontecer. Esse foi o encargo do autor
deste livro. Mostrar através de uma ficção, o que
poderia acontecer a uma igreja, a uma cidade e
até mesmo a um país, caso os crentes
decidissem fazer esta perguntam antes de
tomar qualquer decisão, importante ou não.
No dialogo extraído do livro o qual
transcrevo nesta edição, vemos dois
“profissionais” da fé tomando a decisão mais
acertada que jamais tomaram em toda sua
carreira de fé. Deixar tudo para seguir as
pegadas do Cordeiro. Sofrer as conseqüências
de ser acusado, humilhado, excluído e mal
entendido por todos. É sempre isso que
acontece quando alguém, ao receber a
revelação pelo Espírito Santo de seu erro na
caminhada cristã, decide deixar tudo para
seguir as pegadas do Senhor Jesus. Viver
somente pela direção que o Sumo Pastor de
sua alma dá para sua vida. Obedecer
plenamente a Sua Palavra e sair do arraial da
“igreja” organizada, juntamente com Ele,
levando Seu vitupério.
Essa decisão deve ser muito
consciente e responsável, pois este caminho é
no vale da sombra da morte. Neste vale pode se
encontrar todo tipo de provação e tentação para
o desânimo. Mas é neste caminho que o cristão
pode realmente provar do que é ser guiado pelo
Espírito. Quando o cristão deixa as quatro
paredes da proteção da “igreja” organizada, é
que pode então amadurecer, crescer e sofrer
verdadeiramente o resto dos sofrimentos de
Cristo. O arraial da “igreja” organizada tem
criado crentes medrosos, covardes,
fracos e alguns até que dormem, por não
permitirem o exercício da verdadeira vida
espiritual.
Quando olhamos para a vida do Senhor
Jesus durante o tempo de Sua peregrinação na
terra, vemos que Ele mesmo disse: “O Filho do
Homem não tem onde reclinar a cabeça”, ou
seja, até o Senhor não tinha uma “casinha” com
quatro paredes e teto para se proteger das
dificuldades deste mundo. Porque então hoje os
cristãos deveriam se fechar nestas “casinhas”
onde tudo é só festa, alegria, contentamento,
diversões, atividades e tantas outras coisas que
os distanciam tanto de uma vida cristã
autêntica? Se cada crente parasse um pouco
diante do Senhor para meditar sobre isso,
receberia a revelação do que é a verdadeira
Igreja do Senhor. Ela é livre, ela é como o vento
que não se sabe de onde vem e nem para onde
vai e que sopra para onde quer, e não pode ser
comandada por homens. Assim é a Igreja,
assim é o cristão que é nascido do alto.
Minha oração nestes dias, ao ler este
livro, é para que todo cristão seja despertado
para esta verdadeira vida cristã, fora do arraial
da igreja organizada, seja ela denominacional
ou não denominacional. Que eles sejam
encorajados a deixar as tradições
estabelecidas pelos homens e que não vêm da
preciosa Palavra de Deus, e tenham a coragem
e despojamento de viver somente nas pegadas
de Jesus. “Em Seus Passos o que Faria Jesus”,
faça hoje esta pergunta a você mesmo e
comece a viver um novo tempo em sua vida
cristã. Que o Espírito Santo de Deus nos
ilumine, amém.
EM SEUS PASSOA O QUE FARIA JESUS?
Charles M. Sheldon
"Vim para confessar que ainda não
cumpri minha promessa de andar nos passos
de Jesus da maneira que acredito que estou
obrigado a fazer, a fim de que desta forma
possa satisfazer a este propósito e à minha
consciência."
O Rev. Bruce levantou-se e começou
a caminhar em círculo pelo escritório. O bispo
estava comodamente sentado numa boa
cadeira com suas mãos sobrepostas, porem
seus olhos faiscavam, o que, em seu caso,
prenunciava alguma grande solução iminente.
"Eduardo", exclamou o Rev. Bruce,
"nem eu tampouco estou satisfeito com meu
desempenho em relação à promessa que fiz.
Mas tenho pelo menos um roteiro definido.
Para que eu possa seguir os passos de fesus,
terei de resignar o pastorado da Igreja da
Avenida Nazaré."
"Eu sei que isso acabaria
acontecendo" disse convictamente o bispo. "E
estou aqui precisamente para dizer-lhe que
me sinto forçado a fazer o mesmo
abandonarei meu cargo."
O Rev. Bruce, que continuava em pé,
aproximou-se do bispo. Ambos tentavam
reprimir suas emoções.
"Mas, pense bem, isso é necessário
em seu caso?" perguntou Bruce.
"Sim, e vou dizer-lhe quais são as
minhas razões, que provavelmente são as
mesmas que você tem. Sim, estou certo de
que são as mesmas." O bispo fez uma pausa,
e logo depois continuou demonstrando uma
crescente emoção:"Calvino, você está a par
de quantos anos estou cumprindo os deveres
inerentes ao meu cargo, e sabe alguma coisa
das responsabilidades e cuidados que me
cabem. Não posso dizer que minha vida tenha
sido livre de trabalhos, esforços e também de
tristezas e decepções. Mas tenho, sem
dúvida, levado uma vida que, na avaliação dos
pobres desta cidade do pecado, pode ser
considerada muito confortável, e até mesmo
luxuosa. Tenho uma bela casa, comida boa e
farta, boas roupas e vários divertimentos.
Pude viajar pelo menos doze vezes e
tenho desfrutado durante anos as satisfações
proporcionadas pelas artes, letras e música,
além de outras coisas, sempre do melhor.
Nunca soube o que é ficar sem dinheiro ou
seus equivalentes. Ultimamente, porém, não
me tem sido possível responder com a
consciência tranqüila a esta pergunta: 'Que
tenho renunciado ou sofrido por amor de
Cristo?"
"O apóstolo Paulo sabia que o
esperavam grandes sofrimentos em nome do
Senhor Jesus. Maxwell, em Raymond, chegou
à mesma conclusão: seguir os passos de
Jesus significa sofrer. Quanto tenho eu
sofrido? Os pequeninos contratempos e
algumas decepções no exercício de meu
pastorado não são dignos de ser
considerados sofrimentos. Se o meu
ministério for comparado ao ministério de
Paulo ou de qualquer dos mártires cristãos ou
dos primeiros discípulos, vejo-me forçado a
reconhecer que vivo no luxo, na preguiça e no
pecado. Não posso suportar isto por mais
tempo. A maneira como tenho seguido a Jesus
clama contra mim e me condena. A verdade é
que não tenho andado como Ele andou. Pelo
atual sistema da igreja e da vida social não
vejo como escapar dessa condenação, a
menos que dedique muito mais de minha vida
pessoalmente para atender às necessidades
materiais e espirituais da população miserável
da pior parte desta cidade."
O bispo levantou-se e caminhou até à
janela. A rua estava feericamente iluminada,
como se fosse dia, e ele ficou observando as
pessoas que passavam; em seguida,
voltando-se com uma expressão que revelava
o vulcão latente que estava
em seu peito, exclamou:
"Calvino, vivemos numa cidade
terrível! Sua miséria, seu pecado, seu
egoísmo sufocam ë apavoram meu coração. E
tenho por vários anos lutado contra o terror
doentio que me avassala durante anos de que
um dia serei forçado a renunciar ao meu
dizer é que eu havia sido
compassivo. Permita-me reiterar que, cada
vez que você toca a Cristo e não em uma
conduta, você toca a vida. Se você apenas
ficar na esfera da conduta, certamente
morrerá, pois é você quem está agindo.
Te m o s q u e e n t e n d e r q u e
cristianismo é Cristo, e que a vida de um
cristão também é Cristo. Não empilhe uns
milhares de itens e olhe para essa pilha
como se fosse a vida cristã. Se você fosse
capaz de ajuntar todas as humildades da
terra e agrupar dezenas de milhares de
outras boas características, ainda assim
não poderia criar um cristão. Seria apenas
um amontoado de "coisas", em vez de
Cristo.
Há alguns anos, esforçava-me a
todo custo para evitar que outras pessoas
se sentissem embaraçadas ou magoadas.
Não gostava de ter que expor os delitos dos
outros; não deixava as pessoas sairem de
minha casa sentindo-se feridas e relutava
muito para não envergonhar a quem quer
que fosse. No entanto, freqüentemente
sentia morte, morte instantânea, sem
qualquer toque de vida ao tentar ser uma
pessoa boa e gentil para com algum irmão.
A explicação para isso é simples: essa
gentileza era o mero produto de meus
próprios esforços. Não era Cristo e
portanto, eu morria instantaneamente. Era
como se tocasse num corpo morto. Estava
enfraquecido interiormente. Não havia mais
forças em mim, e assim estava acabado
interiormente.
Esse, então, é o ponto essencial de
toda a questão. Na medida em que vivemos
diante de Deus, experimentamos morte
quando apenas buscamos uma virtude. Se
o que temos é meramente uma virtude,
imediatamente tocamos a morte, porque
Cristo não está ali. Se tocássemos a Cristo,
imediatamente entraríamos em contato
com a vida, pois Ele mesmo é a vida.
A cruz de Cristo
Deixe-me dizer que, se o seu tipo de
vida for o das "coisas", não precisará da
cruz; mas se for Cristo, você aprenderá a
tomar a cruz. A cruz não apenas elimina
nosso pecado, mas também inibe a nossa
atividade. Ela refreia nossa ação e checa
nosso pecado. Muitas dificuldades surgem
exatamente quando os filhos de Deus
consideram correto fazer algo bom, e não
percebem que o seu "bom" é meramente
uma "coisa". Na presença de Deus, toda a
questão se resume em Cristo, pois somente
Ele e bom perante o Pai. Cristo é a própria
vida. Se Ele não se mover, como o faríamos
nós? Podemos pronunciar facilmente
muitas palavras de conforto, mas se Ele
não falar, não devemos nos atrever a falar,
pois se o fizermos tocaremos a morte,
ficando enfraquecidos e abalados.
Podemos, sem esforço, ajudar pessoas em
muitos assuntos e conquistar o louvor dos
homens por termos sido compassivos; no
entanto, quando começamos a ajudar
dessa forma, imediatamente nos sentimos
vazios interiormente.
Nesse ponto vemos a cruz.
Qualquer coisa que possamos realizar por
meio de nossas boas obras não requer a
cruz. Somente quando permitimos que o
Senhor viva em nossa vida, sendo tudo em
nós, é que precisaremos da cruz. Se Ele
não se mover, como podemos nos mover?
Oh, quanto precisamos pedir a Deus que
nos livre de nossas boas obras, da mesma
forma como Lhe pedimos que nos livre de
nossos pecados. Freqüentemente é mais
fácil sermos libertos do pecado (porque
este é em si mesmo condenável) do que da
vida natural (uma vez que, para muitos,
essa vida não é condenável nem precisa
ser rejeitada).
!
CRISTO SOMENTE
Watchaman Nee
O que muitos não reconhecem é
que, na esfera espiritual, não há nada além
de Cristo. Não há paciência, nem
humildade, nem luz no mundo espiritual;
essas "coisas" não existem. É Cristo, e Ele
somente.
Em vista disso, precisamos que
Deus opere mais em nossas vidas. Quando
fomos salvos nos foi mostrado que
necessitávamos de Cristo e não de obras.
Fomos salvos por Cristo e não por nossos
esforços. E agora devemos ter a mesma
revelação drástica e cabal, de que
precisamos de Cristo, não de "coisas".
Assim como várias questões foram
eliminadas quando cremos, tantas outras
devem ser totalmente aniquiladas. A única
diferença é que as que foram destruídas no
inicio eram pecados, enquanto que
posteriormente, as "coisas espirituais" é
que devem ser demolidas. No início foi o
nosso orgulho, ou ciúme, vanglória, mau
gênio ou algum outro pecado que foi
destruído e, hoje, a nossa paciência, ou
humildade e santidade própria devem
lambem ser destruídos para que possamos
entender que Cristo é a nossa vida e o
nosso tudo. Quão oposto é este
cristianismo daquele que as pessoas
geralmente imaginam.
Alguns irmãos freqüentemente vêm
conversar comigo e me fazem várias
perguntas. Consideram-se melhores do
que muitos outros. Você pode estar entre
esses, mas meu temor é que permaneça o
mesmo por toda a sua vida, porque o que
você tem em si mesmo são apenas
"coisas". Com respeito a paciência, você é
verdadeiramente paciente; com respeito à
humildade, você pode ser bastante
humilde; você é brilhante em realizar
tarefas e sua conduta é muito boa. Você
ama e tem desejado sempre ajudar e
perdoar. De acordo com o padrão
do homem, onde mais alguém poderia
encontrar um cristão tão bom? Ainda assim,
preciso lhe dizer que o que tem em si
mesmo são apenas "coisas". Você tem que
compreender, diante de Deus, que a
experiência espiritual genuína não está em
"coisas", mas no Senhor Jesus Cristo. Não
é o que tem, nem o que pode fazer, nem
ainda o que pode obter, mas somente o que
Cristo é. A não ser que Ele se torne isso em
sua vida, nada mais é de qualquer valor
espiritual. No mundo espiritual, nada ha
senão Cristo, uma vez que Ele é o tudo de
Deus.
Quem toca Cristo, toca a vida.
A alusão a uma experiência prática
pode ser de ajuda. Permita-me relatar um
pouco de minha experiência pessoal. Há
vários dias, algo aconteceu na casa de um
irmão. Sendo cristão, eu desejava ser
compassivo e achei que deveria visitá-lo.
Assim, poderia ajudá-lo compartilhando
com ele algum sentimento pessoal e,
talvez, livrá-lo de vários problemas no
futuro. Então fui visitá-lo. Entretanto, a
medida que andava ficava mais e mais frio
por dentro, até o ponto em que meu espírito
ficou completamente sufocado.
Imediatamente percebi que, o problema era
que eu mesmo estava querendo agir de
forma piedosa. Estava tentando praticar um
ato de amor para com o irmão e, no entanto,
já havia tocado a morte. O ato era correto,
estava certo, porém não era Cristo, mas eu
quem o fazia. Qual seria a conseqüência se
eu empreendesse essa tarefa? A resposta
é: morte e frieza interior. Posso ter iniciado
uma ação recomendável, mas não fui de
encontro a vida. Sem dúvida era um ato de
compaixão, no entanto, não pude encontrar
o Senhor nesse ato. Tudo o que se poderia
agradável luxo de minha posição
oficial para misturar-me com o paganismo
deste século. A terrível condição das moças
trabalhando nas lojas, fábricas e oficinas; o
egoísmo da sociedade insolente, pretensiosa,
rica e frívola que não se comove nem toma
conhecimento da miséria que grassa entre o
povo desamparado; a terrível maldição dos
antros de bebidas e jogos; os lamentos dos
desempregados; ò ódio que inúmeros homens
têm pelas igrejas por verem nelas apenas um
amontoado de pedras caríssimas e móveis
estofados, considerando o ministro um
parasita que vive no luxo; todo este vasto
tumulto desta vasta massa de indivíduos com
suas idéias falsas ou verdadeiras, essa
exageração dos males da igreja e sua
amargura e vergonha que resultam de muitas
causas complexas, tudo isso, contrastando
com minha vida fácil e confortável, me enche
cada vez mais de terror e de sentimento de
culpa. Tenho ouvido muitas vezes as palavras
do Mestre nos últimos tempos: 'Na verdade,
na verdade vos digo que quantas vezes
deixastes de fazer a um destes mais
pequeninos, a mim o deixastes de fazer.* E
quando foi que eu fui pessoalmente visitar
prisioneiros ou os desesperados ou que
estavam em pecado, ou realizei qualquer ato
de misericórdia que me qualificasse como
alguém que se sacrificou pelo próximo? Bem
ao contrário, tenho apenas praticado os
hábitos convencionais de apoiar, estimular,
agradar os membros de minha congregação
superficialmente, especialmente os bem
situados na sociedade, os ricos, os
aristocratas, os ilustrados. Onde está, pois,
meu sofrimento? Que tenho eu sofrido por
amor de Jesus Cristo? Saiba disto, Calvino:
ultimamente tenho sido tentado a açoitar-me
com uma vara ou um chicote. Se estivesse no
tempo de Martinho Lutero, eu teria vergastado
a mim mesmo, num autoflagelo."
O Reverendo Bruce falou por fim:
"Eduardo, não é preciso dizer-lhe que
os sentimentos que acaba de expressar são
exatamente os meus. Tenho vivido durante
anos uma posição semelhante, de luxo, ,
ostentação, lazeres, nada que lembre
sacrifício ou abnegação. É verdade que não
estive livre de provações, desanimes e alguns
fardos no ministério da igreja. Mas de modo
algum posso admitir que tenha sofrido
especificamente por Jesus. O versículo de
Pedro é um lembrete constante em minha
memória, como que desafiando-me:'Também
Cristo sofreu por vós, deixando-vos exemplo,
para que sigais suas pisadas.' Mas a verdade
é que tenho vivido confortavelmente. Nunca
soube o que é passar necessidade. Tenho
desfrutado meus lazeres em viagens,
geralmente com acompanhantes
maravilhosos. Tenho sido cercado das coisas
boas da vida. O pecado e a miséria desta
grande cidade arremetem como ondas
bravias contra as sólidas paredes da igreja e
desta casa onde vivo, e raramente ouço,
porque estas paredes têm sido impenetráveis.
Cheguei a um ponto de não suportar esta
situação. Não estou condenando a igreja.
Amo-a e não posso esquece-la. Creio em sua
missão histórica e não quero desviá-la de seu
propósito. A pior coisa que me aconteceria em
relação a ela é ser acusado de estar
abandonando aquela fraternidade cristã que
me ajudou a crescer em minha vida espiritual.
Sinto, porém, que é meu dever, por amor de
um alvo superior, resignar meu pastorado na
Igreja da Avenida Nazaré. O alvo superior é
seguir os passos de Jesus da maneira como
me sinto chamado a faze-lo. trata-se de uma
decisão pessoal, de acordo com minha
consciência despertada. Não pretendo julgar
outros ministros nem criticar outros crentes.
Mas sinto, como você, a imperiosa
necessidade de aproximar-me da miséria, do
pecado, da degradação desta cidade,
justamente para lutar pela sua redenção,
como Jesus faria. E a única possibilidade de
alcançar este propósito é cortar meu vínculo
com a Igreja da Avenida Nazaré. Não vejo
outro caminho senão o do sacrifício, da
abnegação e do sofrimento por amor de Cristo
Jesus”.
!
Jesus
ANDANDO PELO CAMINHO DO CRESCIMENTO
Há vários caminhos por onde um
pastor pode conduzir seu rebanho do curral
até o ponto mais alto da colina. O pastor,
conhecendo as condições íngremes e
perigosas dos caminhos que levam ao
ápice e também as fraquezas de seu
rebanho, guia suas ovelhas pelo vale.
Trilhando esse caminho, a ovelha
certamente levará mais tempo para chegar
ao ponto mais alto, entretanto, por serem
caminhos mais longos, o pastor dispõe de
mais tempo para que seu rebanho cresça e
engorde.
Todo bom pastor sabe que os
melhores pastos encontram-se às
margens dos ribeiros nos vales. Ali o
rebanho pode pastar e saciar sua sede
abundante. A fim de não dificultar a
caminhada do rebanho até o pico da
montanha, é necessário que se utilize um
caminho que a contorne
suavemente. Esse caminho, embora esteja
cheio de animais ferozes como lobos, que
podem atacar o rebanho, embora haja
mudança de temperatura, tempestades,
deslizamentos de terra e até mesmo
avalanches, mesmo assim, para o bem do
rebanho, ainda é o melhor caminho para
seu crescimento.
Isso nos mostra que um cristão não
chega à maturidade instantaneamente.
Hoje todos têm pressa. Quem deseja
esperar anos para alcançar o topo da
espiritualidade? Os cristãos costumam
acelerar esta caminhada mas infelizmente
esses métodos vão causar sérios e graves
danos, porque leva muito tempo para
cultivar e desenvolver a vida; em outras
palavras, o crescimento precisa de tempo.
Livro Indicado Para a Leitura do Mês
O que aconteceria se os cristãos de uma
igreja em uma certa cidade se
comprometessem durante um ano inteiro a
não fazer nada sem antes perguntar: Que
faria .Jesus em meu lugar?
E esta a situação apresentada por este livro.
Seguir os passos de Jesus trouxe muita
alegria a inúmeros cristãos, mas também
causou incompreensão, conflito e sofrimento
para alguns. Afinal, tal decisão significava
uma total dedicação de bens materiais,
talentos e carreiras pelo amor a Cristo.
Em Seus Passos Que Faria Jesus? Desafia
os cristãos a seguir os passos de Cristo em
toda e qualquer situação. Este livro
proporciona entretenimento, reflexão e
desafios raramente encontrados na
literatura cristã.
Este boletim é distribuido gratuitamente.
Toda correspondência e doação para custear a sua publicação deve ser enviada para:
Editora Restauração - "O mensageiro das Boas Novas”
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!
O mensageiro das
BOAS NOVAS
Cristian Chen
Dezembro 2007
Ano IX n° 151
“Tornar a congregar em Cristo
todas as coisas”
EDITORIAL
João Alfredo
Durante estes muitos anos de
caminhada cristã, tenho ouvido muitos irmãos
falando durante as reuniões e também fora
delas, sobre muitas necessidades pessoais.
De fato a vida cotidiana nos conduz a muitas
necessidades que muitas vezes nos fazem
esquecer, que para os cristãos, a única fonte
de suprimento de todas as necessidades é a
própria pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo.
Deus o Pai quis que assim fosse desde o
princípio.
No Éden, quando Deus criou o
homem e o colocou ali, fez provisão para todas
as suas necessidades. Todas as árvores eram
para o suprimento do corpo, a árvore do
conhecimento do bem e do mal para suprir a
alma e a árvore da Vida para o suprimento do
espírito. Mas a ordem de Deus é que o homem
deveria comer de todas as árvores, incluindo a
da Vida, menos a do conhecimento do bem e
do mal, pois sem o espírito fortalecido e
suprido com a Vida o homem, caso comesse
da árvore do conhecimento, se tornaria
independente de Deus. Portanto o plano de
Deus era que o homem ao se alimentar da
árvore da Vida tivesse seu espírito vivificado e
fortalecido e então pudesse se alimentar do
conhecimento do bem e do mal. Mas o homem
optou por desobedecer a Deus e se alimentou
da árvore errada. Como conseqüência o
pecado entrou no mundo. A árvore da Vida no
Éden era sem dúvida um tipo de Cristo.
Quando Deus chamou Abrão para
tirar dele um povo para Si, quis dar toda a
provisão necessária para este povo. Por isso
deu aAbrão uma terra. Esta terra era farta, tão
farta que o Senhor Deus disse mais
tarde que era uma terra que manava leite e
mel. Quando Moisés tirou o povo da
escravidão do Egito pela mão poderosa de
Deus eles se recusaram a entrar na terra
prometida, a terra que manava leite e mel.
Como conseqüência o povo vagou pelo
deserto durante quarenta anos. A terra
prometida que foi recusada pelo povo era
também uma figura de Cristo.
São muitas as figuras que Deus usou
durante toda a história do homem, para
mostrar que Sua provisão não são apenas
coisas que podem supri-lo em suas
necessidades. Sua provisão é uma pessoa, a
Pessoa de Cristo.
Muitas vezes quando falamos aos
cristãos sobre esta única provisão de Deus
para o homem, eles parecem ficar surpresos e
até um pouco decepcionados. Parece que a
maioria dos cristãos está sempre esperando
que Deus os supra com suas necessidades
materiais dando a eles o que precisam e
pedem. Os cristãos têm aprendido com o
mundo materialista que a prosperidade física
e material é a prova de que eles são cristãos.
Que triste é esta situação.
Já é tempo de os cristãos assimilarem
de uma vez por todas que a ÚNICA provisão
de Deus é CRISTO. Para Deus não há nada
para ser concedido ao homem fora de Seu
Filho Amado Jesus Cristo. Tudo o que o Pai
quer é dar Seu Filho como o tudo em todos e
para todos. Que o Espírito Santo convença
disto aqueles cristãos que ainda buscam
alguma coisa a mais além de Cristo Jesus.