comunidade vai à escola

Transcrição

comunidade vai à escola
PUBLICAÇÃO FINANCIADA COM RECURSOS DO SALÁRIO-EDUCAÇÃO ADMINISTRADOS PELO FNDE
Nº 20 AGOSTO/SETEMBRO 2000
Fanfarra da Escola
Ennio Voss dirigida por
pai e professor (no alto,
à esquerda e à direita)
EXPERIÊNCIAS
EXPERIÊNCIAS
COMPUTADOR
E TV, JUNTOS
EM TOCANTINS
COMUNIDADE VAI À ESCOLA
APM mostra sua força em São Paulo.
Professoras dão sugestões para melhorar a relação escola-comunidade.
Ministério da Educação
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CARTA DO EDITOR
Presidente da República Federativa do Brasil
Fernando Henrique Cardoso
Ministro da Educação
Paulo Renato Souza
Secretário-Executivo
Luciano Oliva Patrício
Secretário de Educação a Distância
Pedro Paulo Poppovic
PROGRAMA TV ESCOLA
Ministério da Educação
Secretaria de Educação a Distância
Conselho editorial
Avelino Romero Simões Pereira
Carmen Moreira de Castro Neves
Cícero Silva Júnior
Claudia Rosenberg Aratangy
Iara Glória Areias Prado
José Roberto Sadek
Lilian Oswaldo Cruz
Pedro Paulo Poppovic
Rogério de Oliveira Soares
Tania Maia Magalhães Castro
Vera Lucia Atsuko Suguri
Coordenador editorial
Cícero Silva Júnior
Edição
ESTAÇÃO DAS MÍDIAS
[email protected]
Editor
Claudio Pucci
Produtora
Márcia Maykot
Repórter especial
Rosangela Guerra
Colaboradores
Ana Lagôa, Dóris Fleury,
Elizete Antelmi Fabbri,
Rachel Dantas
Fotógrafos
João Paulo, Rosa Gauditano,
Vera Jursys, Washington Alves Ribeiro
Infográficos
Rabiscos
Projeto gráfico
Elifas Andreato
Edição de arte e produção gráfica
Casa Paulistana de Comunicação
Editoração
Maria Aparecida Alves da Silva,
Narjara Salomão Lara Teixeira
Thaís de Bruyn Ferraz
Digitalização de imagens
Paulo Ladeira
Revisão
Fábio Furtado,
Gisele Esteves Prado
Fotolito
Spell
A REVISTA TV ESCOLA É UMA PUBLICAÇÃO BIMESTRAL DA
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA DO MEC
Caixa postal 9659
CEP 70001-970, Brasília, DF
fax
(0_ _61) 410.9178
e-mail
[email protected]
[email protected]
site
www.mec.gov.br/seed/tvescola
TIRAGEM DESTA EDIÇÃO: 300 MIL EXEMPLARES
BOAS NOTÍCIAS
N
ossas repórteres trazem boas notícias para as
Experiências deste bimestre.
Rosangela Guerra visitou em Gurupi, Tocantins,
uma escola de ensino médio que integra, em sua
prática pedagógica, os computadores do ProInfo e
os programas da TV Escola. E consegue multiplicar
as possibilidades de aprendizagem em muitos projetos
interdisciplinares. Melhor: esse resultado é obtido por um
intenso e animado trabalho coletivo, no qual é respeitado o
conhecimento dos alunos.
Dóris Fleury foi a uma escola de São Paulo e encontrou a
comunidade presente e ativa, representada pela APM, que
garante autonomia e boa qualidade de ensino.
Aproveitamos para discutir a relação escola-comunidade numa
conversa que conclui: a comunidade é a melhor parceira.
Ou, como disse o ministro Paulo Renato Souza em recente
seminário: “A diferença básica entre uma escola pública ruim e
uma boa é o nível de envolvimento da comunidade. Atrás de
uma escola pública de boa qualidade há uma APM forte, uma
diretoria engajada e o apoio da comunidade.”
O encontro da escola com a comunidade é, aliás, o principal
objetivo de Escola Aberta, que a TV Escola transmite aos
sábados, domingos e feriados. No próximo 7 de setembro,
Dia da Independência, as escolas receberão, para ver e gravar,
uma programação especial sobre aspectos da formação e
de algumas características do Brasil e seu povo: uma boa
oportunidade para refletir e discutir o País, em grupos de
professores, alunos, pais e outras pessoas da comunidade.
Outra boa notícia: já é de 91% o índice de escolas-alvo da
TV Escola cobertas com o kit de equipamentos. O aumento
de cobertura foi maior no Norte e Nordeste, conforme nova
avaliação da TV Escola, realizada pelo Núcleo de Estudos
de Políticas Públicas - Nepp, da Unicamp. É também no
Norte e Nordeste, mais o Centro-Oeste, onde cresceu
o índice de gravação dos programas – outro bom
motivo para comemorar.
Claudio Pucci
Leia
na revista
TV Escola
de agosto /
setembro
MATEMÁTICA
PCN NA ESCOLA /
MATEMÁTICA
31 de julho e 1o de agosto
Conteúdos e orientação para a
aprendizagem da Matemática no
ensino fundamental.
Experiências
A força da comunidade
Foto: Vera Jursys
DESTAQUES DA
PROGRAMAÇÃO
Nº 20 AGOSTO / SETEMBRO 2000
EDUCAÇÃO FÍSICA
PCN NA ESCOLA /
EDUCAÇÃO FÍSICA
16 de agosto
Série com atividades para Educação Física, baseadas em jogos.
epresentada pela Associação de Pais e Mestres APM, a comunidade faz a
diferença na Escola Ennio Voss,
de São Paulo, SP. Com o trabalho da entidade, que arrecada
recursos e participa de todas as
decisões, a escola ganha autonomia, constrói parcerias, melhora suas condições materiais e a
qualidade do ensino, e favorece
a convivência de alunos de dife-
R
ÍNDIOS NO BRASIL
14 e 15 de agosto
O PROFESSOR
SENTE-SE ISOLADO SEM
A PRESENÇA DOS PAIS
“
Diversidade e riqueza cultural
dos povos indígenas.
EDUCAÇÃO ESPECIAL
DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA
21 de agosto
Portadores de deficiência múltipla e perspectivas de inclusão na
escola.
A comunidade é tema da conversa com Cristina Alvarenga, professora de Cruzilia, MG; Ana Maria
Pontes, da Secretaria de Educação
de Jundiaí, SP; Silvana Augusto, da
Secretaria da Educação do Estado
de São Paulo, e Carmen Moreira de
Castro Neves, diretora de Política
de Educação a Distância da Seed.
EDUCAÇÃO ESPECIAL
SUPERDOTADOS
21 de agosto
Estratégias para trabalhar com
alunos superdotados.
GEOGRAFIA
PAISAGENS
TV ESCOLA: Por que é importante
abrir a escola à comunidade?
Ana: Se a comunidade não compreender a proposta pedagógica
20 e 21 de setembro
Experiências
22 de agosto
NOVOS ALIADOS
• Futebol
• Pierre Verger, mensageiro entre dois
mundos
• Matemática e ladrilhagem
• Dom Quixote
• Irmã Wendy e a história da pintura
• Pintura moderna em destaque
á menos de um ano, eles
não tinham computador
nem TV. Com a chegada
do ProInfo e da TV Escola, os
dois recursos tornaram-se indispensáveis para professores e alunos do Centro de Ensino Médio
Ary Ribeiro Valadão Filho, o Arizinho, de Gurupi, TO.
O trabalho coletivo se intensificou, em inúmeros projetos interdisciplinares, como Os donos
da terra antes de 1500, Leitura
na escola e O lixo e a questão ambiental, com pesquisas em livros,
vídeos e Internet.
O entusiasmo com as novas
tecnologias foi tão grande, que
os professores chegaram a interromper suas férias para receber
capacitação. O laboratório de informática vive cheio de alunos.
“A gente tem motivo para estar feliz”, diz o professor Djalma Geovelli, coordenador do
laboratório de informática do
Arizinho .
LEIA MAIS NA REVISTA TV ESCOLA, PAG. 8
LEIA MAIS NA REVISTA TV ESCOLA, PAG. 18
H
PUBLICAÇÃO FINANCIADA COM RECURSOS DO SALÁRIO-EDUCAÇÃO ADMINISTRADOS PELO FNDE.
8 de agosto e 22 de setembro
A construção da escrita japonesa, com seu significados históricos
e culturais.
FILOSOFIA
O ABECEDÁRIO DE GILLES
DELEUZE
23 de agosto
O filósofo francês Gilles Deleuze reflete sobre conceitos essenciais à construção do conhecimento.
Outras atrações
Foto: Washington Alves
Escola de Gurupi, TO, integra uso de computadores e TV.
E multiplica possibilidades de aprendizagem
KANJI
LEIA MAIS NA REVISTA TV ESCOLA, PAG. 31
Pesquisa
AS PLANTAS
PLURALIDADE CULTURAL
”
da escola, teremos, com certeza,
muita dificuldade de colocá-la em
prática.
TV ESCOLA: A aproximação escolacomunidade limita a autonomia
do professor? Ele pode se sentir
inibido?
Cristina: Ao contrário. Nós nos
sentimos isolados sem a presença dos pais. É como se ficássemos com uma sobrecarga de responsabilidade.
O músico Geraldo Weber e o diretor da APM Gilmar de Oliveira (atrás, à direita) orientam fanfarra da Escola Ennio Voss.
CIÊNCIAS
O ciclo vital de alguns vegetais usados como alimento pelo
homem.
LEIA MAIS NA REVISTA TV ESCOLA, PAG. 26
Conversas da TV Escola
PLURALIDADE CULTURAL
Passeio por várias regiões do
mundo, mostrando a interação homem-meio ambiente.
rentes classes sociais. A Ennio
Voss tem dez conjuntos de vídeo
e TV, além do kit da TV Escola.
Os programas são usados em
projetos interdisciplinares orientados pela coordenadora Lurdes
Ribeiro. Ela constata: “Com os
pais participando, os alunos se
sentem felizes, orgulhosos e
aprendem muito mais.”
LEIA
TV Escola
cresce no Norte
e Nordeste
a grade da
programação
N
GRAVE
ove entre dez escolas têm o
kit de equipamentos da TV
Escola. Foram praticamente
eliminadas as desigualdades regionais de cobertura. As desigualdades de utilização foram reduzidas.
A cobertura aumentou mais no Norte e Nordeste. Foi também nestas
duas regiões onde cresceu o índice de escolas que gravam programas, segundo a mais recente avaliação da TV Escola, realizada, no
último trimestre de 1999, pelo Núcleo de Estudos de Políticas Públicas - Nepp, da Unicamp.
os programas
DICAS
DE ATIVIDADES
nos destaques
da programação
da revista
LEIA MAIS NA REVISTA TV ESCOLA, PAG. 36
E TEM MAIS:
• ESTRÉIA, NO PRÓXIMO BIMESTRE, DE OUTUBRO/NOVEMBRO, A SÉRIE PCN NA ESCOLA / LÍNGUA PORTUGESA
• A SÉRIE MATEMÁTICA INTERATIVA É ATRAÇÃO DA GRADE DA PROGRAMAÇÃO DE OUTUBRO/NOVEMBRO
• PÁGINA DA SEED NA INTERNET AJUDA A ESCOLHER CURSOS SUPERIORES DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA.
• TV ESCOLA DOA SÉRIES DE PROGRAMAS PARA TRANSMISSÃO EM PORTUGAL E ESPANHA.
• MÉDICA CARIOCA EDUCA FAMÍLIAS CARENTES PARA CUIDAR DA SAÚDE DOS FILHOS
Adriano, do Arizinho, mostra o super-herói que desenhou com o Paintbrush.
Ministério da Educação
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Neste
número
Nº20
AGOSTO
SETEMBRO
2000
5
CARTAS
Notícias dos leitores de dez
Estados, com os projetos da
Escola Padre Humberto Piacente,
de Vila Velha, Espírito Santo,
apresentados em Minha
experiência.
18
36
PESQUISA
Nova avaliação mostra
redução das diferenças
regionais de utilização
da TV Escola.
EXPERIÊNCIAS
Em Gurupi, TO, o uso integrado
de TV e computador favorece o
trabalho coletivo e multiplica
possibilidades de aprendizagem.
Em São Paulo, SP, a
comunidade, representada pela
APM, mostra sua força e faz a
diferença, garantindo autonomia
e boa qualidade de ensino.
TEM MAIS
4 0 EA programação
especial da
Escola Aberta para o feriado
de 7 de setembro e as
próximas atrações.
E tem mais.
8
DESTAQUES DA
PROGRAMAÇÃO
Boas dicas para você trabalhar
com programas transmitidos
pela TV Escola neste bimestre,
de agosto/setembro.
31
CONVERSAS DA
TV ESCOLA
Professoras
analisam
dificuldades e
dão muitas
idéias para
melhorar a
relação escolacomunidade.
FOTO DA CAPA: VERA JURSYS
PÁGINA
4 2 ÚLTIMA
Médica do Rio de Janeiro
cria ONG e educa famílias
para cuidar dos filhos
doentes.
Uma biblioteca em fitas
Os professores da Escola Municipal
Egídia Cavalcante Chagas — onde exercia função de coordenadora de vídeo —
habituaram-se a usar diariamente os programas da TV Escola em suas aulas.
Aproveitamos a Semana do Livro
para mostrar a toda a comunidade escolar que os filmes da sala de vídeo, principalmente os gravados da TV Escola,
são também uma biblioteca, em fitas. Foi
uma experiência muito marcante.
No local onde trabalho atualmente,
também estamos implantando o programa. Vocês da equipe da TV Escola estão de parabéns: a programação é riquíssima e a revista de ótima
qualidade.
interesse pela leitura. Resolvi fazer alguma coisa para mudar este quadro desolador. Juntamente com Helaene Silva Campos, escrevi e montei a peça de
teatro O monstro que não gostava de ler.
Convoquei crianças das escolas da
rede pública e particular para participarem e iniciei os ensaios.
No terceiro dia de apresentação da
peça, os livros infantis da biblioteca estavam todos emprestados para as crianças. O trabalho começou a crescer e os
vereadores de Campo Verde votaram
uma lei que criou o Grupo Municipal de
Teatro e Canto Raio de Luz. Montamos
novas peças e hoje contamos com a
participação de 150 componentes, divididos entre coral e teatro.
ria sobre africanos, “Com auto-estima
e alto astral”.
É uma das melhores reportagens
sobre a “negritude brasileira” que já li.
Adoro reportagens assim, que valorizam nossa cultura. No ano passado
até ganhei um concurso de redação
sobre Consciência Negra na escola.
O que mais gostei foi da entrevista
com a professora Maria Izabel do Nascimento. Quero muito me corresponder com ela. Vocês podem me dar o
seu endereço, nem que seja o da escola em que ela trabalha (Colégio Estadual Governador Roberto Santos,
Cabula, Salvador, BA)?
Luanda Naiara Cerqueira Santos
Itaguaí, RJ
Elair Xavier Duarte
Francisca de Sousa Sales Raulino
Colégio Estadual Anchieta
Maranguape, CE
Sou diretora da Escola Estadual de
Ensino Fundamental São Luiz, onde nossa videoteca faz um trabalho muito gratificante com professores, alunos e comunidade. Desde 1998, nossas aulas
são mais motivadas, com a participação
da TV Escola. Os professores assistem
às fitas de vídeo e a partir daí preparam
seus planejamentos ou projetos pedagógicos para as aulas que são interdisciplinares. Fazemos também atividades
com os pais dos alunos, principalmente
em Saúde. A comunidade utiliza os vídeos para pesquisas e motivação de
palestras educacionais.
Clarinda de Araújo Gomes
Escola Estadual São Luiz
Porto Velho, RO
O monstro que faz ler
Trabalhando na Biblioteca Pública
Municipal de Campo Verde, MT, percebi a ausência de crianças e o pouco
Chefe do Departamento de Cultura
Secretaria de Educação, Cultura e
Desporto
Campo Verde, MT
Brava gente brasileira
A edição especial da TV ESCOLA Brava gente brasileira — 500 anos de pluralidade cultural é um desses projetos que
dignificam todos os envolvidos. A leveza da leitura, aliada às curiosidades
dessa edição, dá à TV ESCOLA um destaque qualitativo de seriedade e competência. Meus sinceros parabéns!
Napoleão Oliveira
Coordenador da Central de Tecnologia
Escola Presidente Castello Branco
[email protected]
Paulista, PE
Oi! Eu me chamo Luanda, tenho 14
Anos, sou negra e estudo no 1º ano do
2º grau do Colégio Municipal Senador
Teotônio Vilela. Queria parabenizá-los
pela ótima revista TV ESCOLA especial de
abril, Brava gente brasileira — 500 anos
de pluralidade cultural. Eu adorei. Ela é
maravilhosa — principalmente a maté-
O endereço da professora Maria Izabel do Nascimento é: Colégio Estadual
Governador Roberto Santos, Av. Silveira
Martins s/n — Narandira Cabula, CEP
41150-090 — Salvador, BA.
Proezas ambientais
Lendo a reportagem Lixão não, de
Mônica Tarantino, na edição no 18 da
revista TV ESCOLA, me senti motivado
a narrar a experiência que tive em minha escola.
Sou professor de História, mas no
ano passado tive a oportunidade de trabalhar apenas com Ciências. Percebendo que um dos maiores problemas dos
bairros adjacentes ao colégio era a falta
de consciência ambiental no tocante ao
ERRAMOS
Poema virtual (seção E tem mais, edição
nº 19) contém incorreções, apontadas por
e-mail pelo professor Vanderlei de Souza,
de São Paulo, e pela professora Margarida
Ribeiro, de Portugal, citados na nota:
1. A Escola Esmeralda Becker Freire e Carvalho, de Carapicuíba, SP, conhecida como Esmeralda Becker (e não Esmeralda Freire),
participa do Projeto Correspondência Virtual
- PCV, um intercâmbio cultural, com objetivos educacionais, entre Brasil e Portugal.
Mas não foram os alunos dessa escola que
produziram o poema virtual em parceria
com alunos de uma escola portuguesa, orientados pela professora Margarida, como noticiamos. Isso aconteceu em outra escola de
Carapicuíba, participante do PCV: a Ana Rodrigues de Liso.
2. Os alunos da Escola Esmeralda Becker
envolvidos no PCV foram orientados pelo
professor Valdomiro Rolim e não pelo professor Vanderlei de Souza. Este deu apoio
aos professores que orientaram os alunos,
como multiplicador do Núcleo Regional de
Tecnologia Educacional - NRTE, função da
qual está hoje afastado.
3, O PCV não é resultado do Programa Nacional de Informática na Educação - ProInfo, como é sugerido, mas de trabalho anterior, do qual a nota não dá conta.
COMENTÁRIOS, CRÍTICAS,
DÚVIDAS, SUGESTÕES,
RELA
TOS DE EXPERIÊNCIAS,
RELAT
PROPOST
AS DE
PROPOSTAS
INTERCÂMBIO COM
SEUS COLEGAS
lixo urbano, elaborei um planejamento
para mexer com esta problemática.
Os alunos manifestaram grande interesse no projeto e fomos a campo.
Éramos mais de 400 pessoas envolvidas no diagnóstico do problema, por
meio de entrevistas feitas com moradores apanhados jogando lixo em locais inadequados e conversas com outros moradores, acerca da questão.
Não conseguimos viabilizar a campanha conforme o programado. A Diretoria Regional de Ensino não autorizou a veiculação da campanha educativa nas emissoras de rádio. Mesmo assim, realizamos algumas proezas. Temos hoje uma realidade bem
diferente: garis varrem as ruas todos
os dias; moradores conscientizados
não mais jogam lixo na praça ou nas
esquinas; dias e horários de coleta
são respeitados e o chefe do Gabinete Civil atendeu à nossa sugestão
de indicar o ajardinamento da praça
Misael Marcílio, conhecida como “a
praça do lixo”.
Marcos Alves de Andrade
Colégio Sá Nunes
Vitória da Conquista, BA
Ação na comunidade
Sou professora da rede estadual
de Mato Seco nas disciplinas de História, Ciências e Educação Artística.
A diretora da minha escola me deu a
revista TV ESCOLA em que estava a reportagem Imagem, ação! (março/abril
2000). Inspirados nessa matéria, planejamos uma miniexcursão em torno
do município para ver a realidade do
dia-a-dia da nossa comunidade, observando a fauna e a flora que nos rodeia. O passeio foi registrado com
uma filmadora e uma máquina foto-
gráfica. Exibimos a fita do passeio
para todas as turmas da escola e a
divulgamos na comunidade.
Ivonete Barbosa Santos
Escola Municipal Tertulina Cavalcante Rios
Mato Seco
Água Fria, GO
Minha escola em
Andradas
A contribuição dos vídeos da TV
Escola foi fundamental para o trabalho
Minha escola em Andradas. Exibimos
para toda a comunidade as fitas Minha
escola em Cuba e Minha escola no Equador. As duas foram debatidas e discutiram-se pontos significativos como o
analfabetismo e o sistema de transporte
escolar no Equador, em Cuba e em
MINHA EXPERIÊNCIA
Deixe o mato crescer
Nós, alunos e professores, equipe técnica e pedagógica da Escola
Padre Humberto Piacente, depois de
assistirmos a várias fitas no ano de
1999, resolvemos trabalhar em subprojetos: Deixe o mato crescer, Energia para que te quero e Dengue, tendo como suporte a TV Escola, que foi
o agente estimulador para que desenvolvêssemos um bom trabalho.
Com a exibição dos vídeos da TV
Escola, nos sentimos motivados a desenvolver nosso próprio documentário do subprojeto Deixe o mato crescer, advindo do projeto Tom da mata,
desenvolvido em parceria com a Fundação Roberto Marinho e o Instituto
Antônio Carlos Jobim.
ESCREVA
SUA P
ALA
VRA
PALA
ALAVRA
É IMPOR
TANTE
IMPORT
POR CORREIO
Caixa Postal 9659,
CEP 70001-970, Brasília, DF
POR FAX
(0_ _61) 410.9178
POR E-MAIL
[email protected]
.br
[email protected]
Laudemira Soares dos Santos
Centro de Educação Supletiva
Profa. Adelina de Chantal Del Moro
Andradas, MG
Referência
bibliográfica
Leciono na Escola Municipal José
Francisco Nogueira, que atende alunos
MBÉM SEU
MANDE TA PERIÊNCIA
E EX
RELATO D
LICAÇÃO.
P
PARA UB
O vídeo começou a ser produzido,
registrando os passeios ecológicos
nas regiões da restinga, manguezais
e Mata Atlântica,
Também foi feita a edição do Jornal
da Mata e a filmagem da culminância do
projeto, com a feira cultural onde os alunos apresentaram seus trabalhos. Estes,
inclusive, chegaram a ter repercussão em
outro Estado, na cidade de Faxinal, PR.
O projeto que está sendo trabalhado no ano 2000 é o do Brasil 500 anos
— O futuro está em nossas mãos, no
qual todos estão envolvidos, na escola. Nossas influências visuais foram as
fitas As viagens portuguesas de descobrimento, que nos deram várias idéias
de atividades artísticas e literárias, tanto para as turmas de aceleração como
para o ensino fundamental e médio.
de 1a a 4a série, na cidade de Ouro
Branco, MG. Trabalhamos com projetos — uma experiência que vem dando certo há dois anos.
A revista TV ESCOLA é uma das referências bibliográficas que utilizo muito no meu trabalho. Vários assuntos e
atividades abordados aqui eu adapto
à nossa realidade e aos temas trabalhados em cada sala. A revista TV ESCOLA abre caminhos e nos estimula a
atividades cada vez mais criativas.
Geralda Aparecida Silveira
Escola Municipal José Francisco Nogueira
Ouro Branco, MG
Usando a programação dos vídeos da
TV Escola conseguimos elevar o nível da
qualidade de ensino, evitando assim o grande índice de evasão e reprovação.
Escola Padre Humberto Piacente
Vila Velha, ES
Alunos mostram resultado do
trabalho sobre energia.
PS
José Luiz Muzzolon
Muzzolon, da Escola Municipal
Agripino João Tosin, Colombo, PR
PR; Maria
Eunice S. Radtke
Radtke, da Escola Municipal
Emílio de Menezes, Peabiru, PR
PR; Rúbila M.
Lírio Jacomelli
Jacomelli, da Escola Professor Valdy
Freitas, Cachoeiro de Itapemirim, ES
ES; e
Julieta Verginia da Paz,
Paz da Escola Gironda,
em Cachoeiro de Itapemirim
Itapemirim, escreveram
reclamando que não têm recebido o material
impresso da TV Escola nos últimos meses.
Essas escolas estão cadastradas no banco
de dados da Secretaria de Educação a
Distância — Seed para receber as
publicações da TV Escola.
Sugerimos verificar junto à agência do
Correio local se as publicações não estão
sendo devolvidas indevidamente.
Persistindo o problema, as escolas devem
contatar a Seed para poder receber a Grade
da programação com antecedência, por fax.
A programação da TV Escola pode também
ser consultada no site da TV Escola:
www.mec.gov.br/seed/tvescola
Recebemos também, e agradecemos, cartas
do professor Wilson João Zampieri, reitor da
Universidade Cruzeiro do Sul, em São Paulo,
SP
SP; de Marileide Barbosa dos Santos, aluna
da Escola Municipal de Ensino Infantil,
Fundamental e Médio Felizardo Souza Lima,
em Campo Alegre, AL
AL; Mariza Parente da
Costa Pimentel Duarte, Coordenadora do
Centro de Informações sobre Tecnologia
Educacional - Cite, da Associação Brasileira
de Tecnologia Educacional - ABT; Antonio
Falcão, de Fortaleza, CE
CE; Verônica
Possamai Pinheiro, de Rodeio
Bonito, RS
RS; Vanda Pimentel
Rodrigues, de Petrópolis, RJ
RJ;
Maria Carmem Bastos Santos, de
Belo Horizonte, MG
MG; Maria Helena
Lobo Cerqueira, de Salvador, BA
BA;
Bety Rosa Pereira Arbués
Morrow, de Goiânia, GO
GO; Maria
Celeste Mesquita Moura, de
Teresina, PI
PI; Ana Maria Sá
Martins, de São Luís, MA e
Mônica de Lima Bastos, de
Maricá, RJ
RJ.
DÊ SEU NOME COMPLETO, NOME DA ESCOLA, ENDEREÇO, TELEFONE, SÉRIE E
ÁREA DISCIPLINAR. SE NÃO ESTIVER DANDO AULA OU NÃO FOR PROFESSOR, INDIQUE
FUNÇÃO E LOCAL DE TRABALHO, COM NOMES E ENDEREÇOS COMPLETOS TAMBÉM.
ARQUIVO PESSOAL
Andradas. Após todas essas etapas, foi
proposta uma produção de texto com
o título Minha escola em Andradas. Nada
menos que 80% dos alunos se dispuseram a ler e comentar o texto.
,
SE PREFERIR
LIGUE PARA
Cartas com telefone ou fax podem ter resposta mais rápida,
SIL
O FALA BRA
independente de publicação na revista.
1
0800.61.616
Visite o site da TV Escola na Internet: www.mec.gov.br/seed/tvescola
DESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO
M AT E M Á T I C A
PCN NA ESCOLA /
MATEMÁTICA
Série selecionada, na Grade da
programação , para o ensino
fundamental
Transmissão: 31 de julho e 1º de agosto
Realização: TV Escola. Brasil, 2000
Direção: Eduardo Nunes e Alber to Salvá
Duração: 18 programas de cerca de 12’
Colorido
Áreas conexas: Língua Por tuguesa,
Geografia, História, Ciências Naturais,
Ar te, Educação Física, Pluralidade
Cultural, Ética, Saúde, Meio Ambiente,
Orientação Sexual, Trabalho e Consumo.
Indicada para capacitação de professores
do ensino fundamental.
RESUMO
A
Matemática dos Parâmetros Curriculares Nacionais, os PCN, com
conteúdos e orientação para a prática
pedagógica dos professores do ensino
fundamental.
DICAS
A
companhe a Grade da programação, no cartaz e no encarte desta
edição, para saber os dias, horários e tempos de duração. E programe a gravação.
Algumas sugestões para você aproveitar melhor a série:
1. Grave todos os programas e guarde as fitas na videoteca da escola, num
canto que seja fácil de achar sempre,
com uma etiqueta que facilite a consulta, identificando claramente a série.
Que tal usar o próprio nome da série?
A videoteca tem um espaço com fitas
só para os programas da TV Escola
sobre os PCN? Se não, tente criar. Vai
ajudar muito no trabalho – seu e dos
professores.
8
2. Professor: veja todos os vídeos, um
a um, no tempo e ritmo que for possível.
Veja e reveja, o mais que puder, programas inteiros ou trechos que considerar
mais significativos. Faça anotações. Se
for possível, assista aos programas em
grupo, analisando e debatendo as idéias
apresentadas e refletindo sobre sua prática pedagógica à luz dessas idéias.
3. Converse com seu coordenador
pedagógico.
4. Faça você também, com seus colegas, as atividades propostas aos alunos nos programas.
5. Consulte os livros dos PCN de
Matemática, de 1ª a 4ª e de 5ª a 8ª.
Com os vídeos e os livros, você pode,
mais facilmente, tirar dúvidas e esclarecer questões que possam estar ainda meio nebulosas.
6. Dicas de atividades para trabalhar
com seus alunos? A série tem muitas.
Melhor: as dicas são apresentadas em
situações de aula, quem sabe, iguais,
próximas ou não muito distantes das
que você vive em sua escola.
7. Você concorda com o princípio pedagógico segundo o qual deve-se trabalhar a partir da vida, das experiências, do conhecimento anterior e da capacidade dos alunos de pensar, formular hipóteses, traçar estratégias diferentes para resolver um mesmo problema
e aprender? E que, adotado esse princípio, o conhecimento construído é mais
sólido e significativo? Se concorda, vai
se identificar. Se não, tem muito para
criticar, pensar, repensar.
8. Se você viu outros programas da
TV Escola sobre os PCN já sabe: os vídeos são muito ricos e instigantes. E
têm um astral que, neste caso, condiz
bem com a Matemática com que, afinal, todos querem trabalhar – sem bicho-papão, sem traumas e com prazer
– com muito prazer. E nisto talvez esteja o maior mérito desta série.
9. Seja generoso. Divida (ou multiplique) estes programas com colegas de
outras áreas. Além de sugerir pontos de
transversalidade – com Pluralidade Cultural, Ética, Saúde, Meio Ambiente,
Orientação Sexual, Trabalho e Consumo – eles terão a opor tunidade de
brincar com a Matemática, como você.
Veja também reprise de programas da série
Por onde anda a Matemática?, da Open
University / BBC, que utiliza a Matemática
no cotidiano. Dia 19 de setembro, para o
ensino fundamental; 8 e 22 de agosto e 4
de setembro, para o ensino médio.
EDUCAÇÃO FÍSICA
PCN NA ESCOLA /
EDUCAÇÃO FÍSICA
Série selecionada, na
Grade da programação ,
para o ensino fundamental.
Transmissão: 16 de agosto
Realização: TV Escola. Brasil, 1999
Direção: Ticão
Duração: 6 programas de cerca de 12’
Colorido
Áreas conexas: Matemática, Ar te,
Pluralidade Cultural.
Indicada para capacitação de
professores e atividades com alunos do
1º e 2º ciclos do ensino fundamental.
RESUMO
J
ogos de amarelinha e suas variações,
jogos de bola, jogos de corrida e perseguição, danças urbanas e regionais do
Brasil, danças típicas de outros países e
o futebol como expressão da cultura popular. São estes os conteúdos desta série
de seis programas que podem ser utilizados tanto em reuniões com professores de 1º e 2º ciclos quanto nas aulas de
Educação Física, com os alunos.
“Para que jogar bola na escola? Escola não é para brincar e sim para ler, escrever e contar!” Ainda há gente que diz
isso. Sabe-se, porém, que os jogos, usados como recurso pedagógico, podem resultar em experiências significativas para
o desenvolvimento físico e emocional, e
da construção do pensamento.
Destacamos aqui três dos seis programas da série.
TVE SCOLA
AMARELINHA E VARIAÇÕES
O programa apresenta o jogo de amarelinha e algumas de suas variações,
possibilitando observar as crianças em
aulas de Educação Física, desde a preparação das atividades até seu desenvolvimento e desdobramentos.
DICAS
O
rganize os alunos em grupos, levando-os a desenhar, pintar ou fixar com elástico uma amarelinha no
chão da escola. Eles poderão desenvolver uma maior integração com a classe,
além de aprender a: dialogar, discutir e
respeitar regras; raciocinar mais rapidamente (não só em relação à contagem
de pontos, mas também à previsão de
movimentos, força e trajetória dos corpos etc.); utilizar mais adequadamente
o espaço e o tempo das aulas; ganhar
maior consciência de seus limites e possibilidades físicas e perceber que a escola pode ser um espaço divertido.
Passo a passo:
1. Exibição do programa: Mostre o
vídeo, fazendo paradas para que as
crianças dêem opiniões, façam perguntas e possam trazer novas contribuições
para este tipo de jogo.
2. Tomada de consciência: Realize
um planejamento coletivo com a classe, desde a discussão das competências que o jogo pode desenvolver até a
previsão do número de aulas.
3. Elaboração do cronograma: Faça
um cronograma do mês no quadro negro,
com os horários previstos para as aulas
de jogos de amarelinha, deixando um
espaço para enxerto de atividades extras.
Este cronograma poderá ser
passado pelos alunos para
uma cartolina que seja afixada no mural da sala.
4. Decisão sobre a base
do jogo: Faça um croqui em
papel kraft observando o tamanho e a forma da base a
ser desenhada. Discuta com
o grupo o material que deve
ser utilizado para a sua confecção. Tinta? Giz? Elástico?
Se necessário, organize a eleição de
uma comissão da classe que irá solicitar a aprovação do diretor da escola
para a pintura da amarelinha no local
escolhido pelo grupo, ou marcar um
horário para que ele venha à sala de
aulas conversar sobre o assunto.
5. A escrita do jogo e de suas regras: Nesta etapa, os alunos poderão
fazer cartazes sobre o jogo, após uma
discussão em grupo com você. Os cartazes mostrarão como será desenvolvida cada partida da amarelinha, combinando as regras. Tudo será registrado
para que, se forem criadas variações
do jogo e novas regras, a turma possa
se apropriar de sua produção.
JOGOS COM BOLA
Bolinhas de gude, papel, plástico, borracha, couro, pano, meia ou qualquer outro material dão vida e alegria a qualquer atividade. Elas desafiam os jogadores a diferentes movimentos e ao desenvolvimento de habilidades variadas.
O filme mostra tudo isto e muito
mais, por meio da exibição e comentários dos jogos de queimada, guerra de
bolinhas e “vôlei matemático”.
O QUE DIZEM OS
PARÂMETROS
“Trata-se, portanto, de localizar em
cada uma dessas modalidades (jogo, esporte, dança, ginástica e luta) seus benefícios e possibilidades de utilização
como instrumentos de comunicação, expressão de sentimentos e emoções, de
lazer e de manutenção e melhoria da
saúde. E, a partir deste recorte, formu-
TVE SCOLA
lar as propostas de ensino e aprendizagem (...). A Educação Física deve dar
oportunidade a todos para que desenvolvam suas potencialidades de forma
democrática e não seletiva, visando seu
aprimoramento como seres humanos.”
Parâmetros Curriculares Nacionais,
livro de Educação Física, pág. 29
Jogos de amarelinha.
DICAS
O
trabalho pode começar com a
exibição do programa. Os alunos devem depois sugerir outros jogos que conhecem, para integrar o
planejamento das atividades do mês
ou bimestre.
Você pode, simultaneamente, propor à classe a criação de jogos matemáticos.
1. Divida a turma em grupos de três
ou quatro alunos, propondo que cada
um destes grupos monte um jogo que
utilize bolas e operações matemáticas.
Estes grupos devem:
a) discutir, escolher e dar nome ao
jogo, especificando o tipo e a quantidade de bolas a serem utilizadas
nas par tidas;
b) esclarecer as regras do jogo e o número de participantes;
c) definir o objetivo do jogo e a contagem de pontos;
d) detalhar as relações da atividade
com as operações matemáticas,
deixando claro quais são estas operações e em que momentos do jogo
elas serão usadas;
e) preparar a apresentação de sua proposta para a sala.
Cada grupo deverá registrar todas
as etapas de seu trabalho, durante o
qual você inter ferirá com observações
ocasionais.
O planejamento também pode ser
feito durante as próximas aulas de
Matemática, nas quais objetivo for a
utilização e fixação das operações já
trabalhadas.
9
D ESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO
Planejamento
coletivo
A utilização dos programas da série PCN na escola / Educação Física nas
reuniões de professores contribui para
a refexão, discussão, tomada de consciência e envolvimento no planejamento coletivo das atividades de sala
de aula, visando a participação de todos na construção do projeto pedagógico da escola.
O corpo docente, juntamente com
a coordenação, pode partir da leitura
de alguns trechos dos Parâmetros Curriculares Nacionais que se referem
aos jogos e outros recursos pedagógicos, como provocadores de uma
aprendizagem lúdica e significativa.
Depois dessa leitura – e conseqüente interpretação – a coordenadora deve
exibir os programas (um ou mais, ou
apenas trechos) e aproveitar o pretexto para ampliar a análise e compreensão do projeto de educação da escola.
As professoras podem, então, realizar um planejamento bimestral coletivo de atividades corporais com jogos
e danças.
Em uma próxima reunião, é importante fazer uma avaliação coletiva sobre o que foi desenvolvido em
suas aulas e que resultou em aprendizagem significativa dos alunos, do
que foi feito e não foi positivo, do que
pode ser modificado no planejamento, do que pode ser mantido etc.
A avaliação é parte integrante do
planejamento e, certamente, resulta
em novas indagações, novas reflexões e novas propostas.
2. Provoque os alunos, na aula de
Matemática, para uma discussão geral ou em grupos sobre as relações matemáticas presentes nos jogos. Peça
também que eles descubram a Matemática que permeia a vida deles, o
tempo todo.
JOGOS DE CORRIDA
E PERSEGUIÇÃO
Pega-pega, pique bandeira, bola ao
centro e outras variações são apresentadas de forma didática e lúdica,
10
podendo ser aproveitadas tanto para
desenvolver atividades nas aulas de
Educação Física, como em outros momentos, como os de recreio ou saídas a acampamentos.
DICAS
É
possível utilizar o vídeo para preparar atividades de aulas e recreações dirigidas, e discutir com os alunos as regras e habilidades que se
desenvolvem.
A par tir da exibição e da discussão do vídeo, monte algumas atividades para aulas, recreios, campeonatos, gincanas ou saídas.
Você pode usar corridas com bastão, corridas de sacos, corridas em dupla com marcação do ponto de saída
e chegada, corridas em zigue-zague,
corridas com obstáculos – com marcação de palmas, com apitos, gritos, silenciosas, arrastadas, com calcanhares, nas pontas dos pés, com ovo na
colher, com bolas etc.
Os pega-pegas também poderão ter
variações com duplas de perseguidores, com bate-caras, com correntes
(que prendem gente), com escondeesconde, quente-frio, bobinhos etc.
É impor tante que estas atividades
não levem apenas ao cansaço físico,
sem envolver aprendizagem – inclusive
a respeito do próprio cansaço.
Pode ser uma oportunidade para conversar, em Ciências Naturais e Saúde,
sobre alimentação, anatomia e fisiologia do corpo humano.
COM OS ALUNOS
É impor tante que os alunos par ticipem da definição e avaliação das atividades. Isto permite que eles desenvolvam suas possibilidades de argumentar e tomar decisões – além, é
claro, de se envolverem mais com o
que fazem.
Veja também reprise de programas da série
Iniciação esportiva, dias 16 de agosto e 26,
27 e 28 de setembro.
Leia Jogo e Educação, de Gilles Brougère,
Editora Artes Médicas, 1998
PLURALIDADE CULTURAL
Í NDIOS NO BRASIL
Série selecionada, na Grade da
programação , para o ensino
fundamental
Transmissão: 14 e 15 de agosto
Realização: TV Escola / CTI. Brasil, 2000
Direção: Vincent Carelli
Duração: 10 programas de cerca de 17’
Colorido
Áreas conexas: História, Geografia, Ar te,
Língua Por tuguesa e Ética.
Indicada para capacitação de
professores e atividades com alunos do
ensino fundamental e também do ensino
médio.
RESUMO
Q
uem são, como vivem e o que
pensam os índios do Brasil, representados por nove povos, de diferentes regiões: os kaingangues do Paraná, os maxacalis de Minas Gerais, os
kaiowás do Mato Grosso do Sul, os
krahôs de Tocantins, os pankararus de
Pernambuco, os yanomamis de Roraima, os baniwás do Rio Negro, os kaxinawás e os ashaninkás do Acre.
São dez programas: Quem são
eles?; Nossas línguas; Boa Viagem,
Ibantu!; Quando Deus visita a aldeia;
Uma outra história; Primeiros contatos;
Nossas terras; Filhos da terra; Do outro lado do céu; e Nossos direitos.
A série é apresentada e comentada
pelo líder indígena Ailton Krenak, com
depoimentos de outros líderes, entre
eles, Azilene, uma socióloga kaingangue
que mostra a trajetória histórica dos índios do Sul e de seus professores; o
professor Joaquim Maná, do povo kaxinawá, que conta como se ensina em
sua escola da floresta acreana; e José
Bonifácio, do povo baniwá, presidente
da Foirn, uma federação de mais de
200 organizações indígenas de 23
TVE SCOLA
etnias no Alto Rio Negro – a única região do País onde o índio é maioria.
Ao tratar da diversidade cultural dos
povos indígenas, a série mostra o encontro de um grupo de jovens não-índios, do
Ceará, São Paulo e Rio de Janeiro, com
índios krahôs, do Tocantins, e kaiowás,
do Mato Grosso do Sul.
DICAS
É
uma grande oportunidade de conhecer melhor os índios, sua importância na formação do Brasil e romper preconceitos como o de que “o índio deixou
de ser índio” ou de que índio é um único
povo e não 215 povos ou etnias – as que
sobreviveram a 500 anos de extermínio.
A série pode ser utilizada em trabalhos
de capacitação de professores. Pode também servir de pretexto para atividades
ou projetos de atividades interdisciplinares, especialmente, da 5ª à 8 ª série do
ensino fundamental ou nos três anos do
ensino médio. O assunto permite que se
explorem conteúdos de História, Geografia, Arte, Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, Filosofia e, no ensino fundamental, os temas transversais Pluralidade Cultural, Ética e Meio Ambiente.
Aproveite os programas para estudar a influência dos índios na formação do povo brasileiro. Que marcas
podem ser obser vadas, por exemplo,
na língua e na alimentação?
Complemente essa observação com
pesquisa em textos de jornais, revistas
e livros (muitos lançados recentemente), museus e exposições que estejam
sendo realizadas em sua cidade ou em
cidades próximas. Há muito o que ver
e pesquisar neste ano de comemorações dos 500 anos do Descobrimento.
Tudo o que for realizado deve ser registrado de várias formas, especialmente em textos que, além de uma oportunidade para desenvolver a escrita, podem servir de fonte de pesquisa para
todos os alunos da escola.
Se ainda não o fez, monte uma exposição sobre os índios, com tudo o que
foi pesquisado pelos alunos. Convide os
pais e toda a comunidade para ver.
Leia Índios no Brasil, 3 vol., Cadernos da TV
Escola, Secretaria de Educação a Distância
- Seed, MEC, 1999.
Leia também Brava gente brasileira – 500
anos de pluralidade cultural, edição especial da revista TV ESCOLA, abril de 2000.
Veja também Yanomami, da série Crônicas
da Terra, já transmitido pela TV Escola (consulte o Guia de programas da TV Escola).
A
EDUCAÇÃO ESPECIAL
DEFICIÊNCIA
MÚL
TIPLA
MÚLTIPLA
Série selecionada, na Grade da
programação, para o ensino
fundamental
Transmissão: 21 de agosto
Realização: MEC / Seesp / Unesco.
Brasil, 2000
Direção: Ana Evelin Pereira, Célia Ladeira
Duração: 4 programas de cerca de 13’
Colorido
Áreas conexas: Ciências, Ética, Saúde.
Indicada para capacitação de professores.
A
TVE SCOLA
traumas de parto por falta de atendimento adequado. Há ainda os casos de falta
de acompanhamento pré-natal ou de seqüelas causadas por convulsões.
Experiências desenvolvidas em instituições especializadas mostram que, com o
tratamento adequado, a maioria dos portadores de deficiência múltipla consegue
desenvolver auto-estima e autonomia, estudando inclusive em escolas regulares.
DICAS
RESUMO
Índios no Brasil
Deficiência múltipla
realidade vivida pelos portadores
de necessidades especiais com
deficiência múltipla e soluções para que
eles possam superar suas limitações.
Deficiência múltipla é a existência de
duas ou mais deficiências primárias
numa só pessoa. O problema acontece,
geralmente, com crianças que sofrem
série é boa para ser vista e analisada em reuniões de capacitação
em que se discuta a inclusão do portador de necessidades especiais.
A série tem quatro programas: Deficiências múltiplas, Estimulação precoce,
Pré-escola – A aventura começa e Escolarização em busca da cidadania
A coordenação deve exibir um ou mais
episódios, fazendo paradas para dar espaço a dúvidas e observações. Após a
exibição, os professores podem debater
questões como estas:
1. O que é possível fazer, nas atuais
condições da escola e dos professores,
para incluir um aluno portador de deficiência múltipla em cada turma?
2. O que não é possível fazer nas condições atuais? Como essas condições
podem ser melhoradas?
Colocar as cartas na mesa pode ser
o início de uma tomada de consciência
coletiva do problema, o que pode produzir uma transformação positiva da realidade. Vale a pena tentar.
ENSINO MÉDIO
Os programas podem também ser explorados com alunos do ensino médio,
visando desenvolver um projeto para
crianças carentes da comunidade (com
ou sem dificuldades especiais).
11
D ESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO
Pode-se também desenvolver com
a turma pesquisas sobre temas como
desenvolvimento sustentável, as conseqüências da Eco 92 e a legislação
ambiental.
Os vídeos sugerem idéias que podem ser aproveitadas neste projeto; os
alunos podem ter outras.
O objetivo é ampliar nos adolescentes a consciência da realidade e das
possibilidades de transformação.
Veja também reprise de O lutador, dia 4 de
agosto, selecionado para o ensino médio
(leia dicas para trabalhar com o programa
na seção Destaques da programação, edição nº 19 da revista TV ESCOLA). O lutador
trata da questão da inclusão e ganhou este
ano o Oscar de melhor documentário de
curta duração.
GEOGRAFIA
PAISAGENS
Série selecionada, na Grade da
programação , para o ensino
fundamental
Transmissão: 20 e 21 de setembro
Realização: CNDP. França, 1998
Duração: 24 programas de cerca de 6’30”
Colorido
Áreas conexas: Meio Ambiente, Ética,
Trabalho e Consumo.
Indicada para atividades com alunos de
7ª e 8ª séries do ensino fundamental.
RESUMO
C
idades e regiões do mundo observadas por suas peculiaridades na interação do homem com o meio ambiente.
A urbanização acelerada, aliada a
fatores como a industrialização, o turismo e as migrações populacionais alteram significativamente a vida cotidiana das pessoas e as paisagens de
cada lugar.
Ao mesmo tempo, as inter venções
humanas são condicionadas pelas próprias características físicas do ambiente.
12
Paisagens
DICAS
A
conscientização sobre os problemas ambientais é uma preocupação dos Parâmetros Curriculares Nacionais, os PCN, em especial no terceiro e
quarto ciclos do ensino fundamental.
O trabalho com Paisagens deve partir
dos conteúdos de Geografia, fazendo-se
transversalidade com Meio Ambiente —
área que permite entradas significativas
no tema. Os conteúdos sobre os espaços
global, regional e local podem ser discutidos em suas interações e contradições,
construindo com os alunos posturas de
cuidado no trato com o meio ambiente.
O vídeo pode ser exibido para os alunos
de 7ª e 8ª séries, visando discutir a interferência humana na transformação da paisagem. Uma discussão posterior pode garantir o registro e a incorporação de princípios do grupo na relação com o ambiente.
Para estimular o envolvimento com o tema
e o desenvolvimento de novas posturas,
pode-se lançar indagações como estas:
1. Que valor a sociedade de consumo
dá ao cuidado com o meio ambiente?
2. Quais são os parâmetros de bemestar e desenvolvimento próprios da era
da globalização?
3. Qual é a ética existente nas relações
dos países do Primeiro Mundo com o meio
ambiente dos países de “outros mundos”?
Mais tarde, os alunos podem escrever sobre o meio ambiente onde vivem
(seu bairro, rua, bairro onde fica a escola), observando como ele foi afetado pela
ação do homem e como esta é afetada
pelo ambiente. Seria interessante descobrir, por exemplo, como era o bairro
antes de ser urbanizado.
Veja também O Clima e o mundo em que
vivemos, Eu não troco este lugar por nada!,
Agenda 21 – A utopia concreta e os quatro programas da série Nosso delicado
mundo, já transmitidos pela TV Escola (consulte o Guia de programas e a videoteca
de sua escola).
Leia Ecologia em debate, Coleção Debate na
Escola, São Paulo, Moderna, 1997, org.
Márcia Kupstas
Visite na Internet:
www.caranguejo.com – Páginas para
pesquias, últimas notícias sobre meio
ambiente, links interessantes e chats.
www.greenpeace.org.br – Notícias, pesquisas, tours ecológicos virtuais, denúncias e galeria de fotos.
www.sosmatatlantica.org.br – Atlas da
Mata Atlântica, Legislação Ambiental e
Programa de Voluntariado.
www.ibama.gov.br – Notícias ambientais, explicações sobre a função e as
atividades do órgão, glossário ecológico,
avaliações sobre o desmatamento e informações sobre reciclagem.
CIÊNCIAS
AS PLANT
AS
PLANTAS
Série selecionada, na Grade da
programação , para o ensino
fundamental
Transmissão: 22 de agosto
Realização: CNDP. França, 1998
Direção: François Vieuxgué
Duração: 8 programas de cerca de 5’30”
Colorido
Áreas conexas: Saúde.
Indicada para atividades com alunos de
todo o ensino fundamental.
TVE SCOLA
derá garantir a significativa aprendizagem de hábitos alimentares e de higiene, fundamentais ao desenvolvimento
da boa saúde.
É importante também conversar sobre
a importância dos alimentos adequados
na prevenção de doenças.
Veja também Por que as plantas crescem assim?, O mundo da alimentação e Alimentos para a saúde, já transmitidos pela TV
Escola (consulte o Guia de programas e a
videoteca de sua escola).
As plantas
RESUMO
O
processo do nascimento, vida e
morte – que por sua vez gera mais
vida – por meio do desenvolvimento de
alguns legumes, frutos e cereais.
Todo o processo vital dos vegetais é
mostrado, com imagens de animação,
nos programas: Tomate , O morango,
Abobrinha, Batata, A couve-flor, O milho,
A cebola, Ervilha e As plantas.
DICAS
A
série ajuda a enriquecer as aulas com conteúdos sobre plantas, alimentos e nutrientes. A par tir da
exibição dos programas, pode-se discutir projetos como: o plantio de uma
hor ta na escola; a pesquisa de preços
em feira livre com o objetivo de compor uma cesta básica ideal para a família; a mais equilibrada (e possível)
dieta nutricional, com as frutas e legumes preferidos dos alunos; a preparação coletiva de uma salada de frutas
ou de uma sopa; a coleta de dados e
posterior produção de tabelas sobre os
alimentos mais utilizados pelos alunos
da escola; pesquisa de frutas e legumes típicos de determinadas regiões
do País; discussão da impor tância dos
cereais na dieta alimentar; preparo e
venda de alimentos para angariar fundos para um evento; produção de terrários, herbários etc.
Com o envolvimento dos alunos e o
estímulo à criatividade, o professor po-
TVE SCOLA
EDUCAÇÃO ESPECIAL
SUPERDOT
ADOS
UPERDOTADOS
Série selecionada, na Grade da
programação, para o ensino
fundamental
Transmissão: 21 de agosto
Realização: MEC / Seesp / Unesco.
Brasil, 2000
Direção: Ana Evelin Pereira
Duração: 2 programas de 16’45’’ e 13’02’’
Colorido
Áreas conexas: Ciências, Ética, Saúde.
Indicada para capacitação de professores.
RESUMO
des e perseguir seus próprios interesses; originalidade nas respostas; talento incomum para uma ou mais áreas
de expressão; capacidade de julgamento; grande número de idéias e respostas e gosto por correr riscos.
DICAS
O
s dois programas – Superdotados
e Superdotados no ensino regular
– podem ser utilizados em reuniões de
professores, para se analisar a inclusão
desses alunos.
Muitas vezes, por suas características, eles têm dificuldades de adaptação
na escola. São alunos que podem ficar
ociosos na sala de aula (já que terminam
mais rapidamente suas tarefas), ter dificuldades de relacionamento com seus
colegas e professores (por se isolarem
ou serem isolados, ou por perguntarem
demais e não pararem quietos etc).
Como não se sentem desafiados, eles
muitas vezes se desinteressam pelo processo de aprendizagem.
Enfim, por serem mal interpretados,
podem ser prejudicados e excluídos da
escola – espaço onde deveriam ser ajudados a desenvolver um processo de
aprendizagem significativa.
A sugestão é exibir, inicialmente, o
primeiro episódio. Nesse momento, todos os professores presentes poderão
construir os mesmos referenciais do
conceito e das características de um
aluno superdotado.
Na seqüência, deve-se estimular uma
discussão sobre as atuais experiências
E
xperiências desenvolvidas com
crianças superdotadas, nos centros de ensino especial vinculados à
Secretaria de Educação Especial – Seesp, do MEC.
Considera-se superdotado o aluno
com desenvolvimento acima da média
em áreas como: capacidade intelectual
geral, aptidão acadêmica específica, artes, pensamento criativo ou produtivo,
capacidade de liderança, capacidade
psicomotora.
Os alunos superdotados se destacam por sua grande curiosidade; tendência a começar sozinhos as ativida-
Superdotados
13
D ESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO
desenvolvidas pelos professores com
seus alunos. O objetivo é levar cada um
a iniciar o processo de identificação de
possíveis casos de superdotados em
suas turmas, se possível, com a ajuda
de um especialista.
Feita a identificação, é impor tante
que os professores troquem informações sobre as dificuldades na relação
com esses alunos, e também sobre
possíveis propostas individualizadas a
serem desenvolvidas com eles na sala
de aula.
Superdotados podem, por exemplo,
ser aproveitados na função de monitores ou engajados em algum projeto especial da comunidade.
Mesmo que não haja alunos superdotados em sua escola, a discussão do
tema contribuirá para a construção de
uma postura comum do corpo de professores em relação ao assunto.
O segundo episódio deverá ser exibido ao final da reunião, quando o grupo
de professores poderá conhecer outras
posturas de intervenção, tanto com alunos quanto com seus familiares.
culturais entre japoneses e brasileiros.
Discuta também as
diferenças entre o alfabeto que usamos –
no qual as letras significam sons – e a escrita japonesa, em
que os caracteres se
referem a imagens.
Neste processo, levase a turma a pensar
sobre a língua, por
meio de indagações
como:
Kanji
RESUMO
A
construção da escrita japonesa,
seus significados históricos e
culturais.
A escrita japonesa foi formada a partir da adoção de caracteres chineses, os
kanji, posteriormente combinados com
dois tipos de alfabeto silábico: o hiragana e o katakana.
Kanji significa, literalmente, letra chinesa. Kan = chinês, ji = letra. O kanji é
um ideograma: um sinal gráfico que representa uma idéia por meio da reprodução simplificada de objetos concretos.
DICAS
PLURALIDADE CULTURAL
KANJI
Programa selecionado, na Grade
da programação , para o ensino
fundamental
Transmissão: 8 de agosto, EF; 22 de
setembro, EM
Realização: Asap Production. Alemanha,
1999
Direção: Peter Buchman
Duração: 48’51”
Colorido
Áreas conexas: Geografia, História e
Língua Por tuguesa.
Indicado para atividades com alunos de 7ª
e 8ª séries do ensino fundamental e
também do ensino médio.
14
G
rave e veja também A história da
escrita , transmitido no mesmo
dia. Este programa conta a história da
escrita desde a época dos sumérios e
dos caracteres cuneiformes, criados a
partir de imagens e pictogramas. Trata
também do desenvolvimento da imprensa e da revolução da escrita digital. E
pode ser um bom complemento a Kanji.
Use Kanji como uma provocação
para um trabalho de Língua Por tuguesa com alunos de 7ª e 8ª séries do
ensino fundamental (ou do ensino médio). O objetivo é ampliar a consciência da importância da língua escrita e
de seu significado em diversas culturas, fazendo transversalidade com Pluralidade Cultural.
Exiba o vídeo com algumas paradas
para apontar semelhanças e diferenças
• Qual das duas escritas possibilita
maior expressão das emoções? Qual a
mais racional? Por quê?
• Como seria um dicionário em português no qual as palavras fossem traduzidas por imagens?
IMPOR
TANTE
IMPORT
PLANEJE SUAS GRAVAÇÕES
Leia a Grade da programação e escolha os programas que quer usar.
GRAVE OS PROGRAMAS
E guarde as fitas na videoteca para
posterior utilização. Para catalogar,
você pode usar como referência o
Guia de programas da TV Escola.
USE PARA CAPACITAÇÃO
Todos os programas podem ser usados como recurso de capacitação e
aperfeiçoamento dos professores.
USE COM OS ALUNOS
Nas dicas de atividades com alunos
apresentadas nesta seção, levam-se
em conta objetivos e conteúdos curriculares de cada série do ensino
fundamental (ou médio). A maioria
dos vídeos pode, no entanto, ser
usada em outras séries, com diferentes abordagens.
OS PROGRAMAS SÃO
REPRISADOS NAS FÉRIAS
acompanhe a Grade de férias.
TVE SCOLA
• Como traduzir a linguagem silenciosa dos surdos-mudos em caracteres?
• Como se desenvolve a alfabetização das crianças japonesas, que se defrontam com o desafio de se apropriar
de centenas de caracteres – enquanto, em nossa língua, temos somente
23 letras a serem trabalhadas? Quais
são as diferenças? Será que, por outro lado, não é mais fácil para as crianças do Japão aprenderem a ler e escrever? Pode-se levantar a semelhança dos caracteres japoneses com desenhos estilizados, lembrando que o
desenho é a primeira forma de registro da criança.
• Como será o teclado de uma máquina de escrever ou de um computador japonês?
Exiba depois A história da escrita e
proponha aos alunos pesquisar as diferentes formas da escrita da humanidade ao longo da história, tais como os
registros das cavernas, os hieróglifos
egípcios, o alfabeto grego, a escrita
chinesa etc.
Você pode desenvolver um projeto
focado na utilização da escrita e nas
diferentes formas de texto presentes
no cotidiano: outdoors , legendas de
filmes, bulas de remédios, romances,
poesias, jornais, folhetos de propaganda distribuídos pelas ruas, contas de
luz, água etc. Com todos estes exemplos, pode-se produzir um livro do grupo,
com o tema “as necessidades atuais da
escrita”.
A partir daí, podem ser desenvolvidas
propostas de leitura para conhecimento
e análise da literatura mundial.
Aproveite a ocasião para trabalhar
com contos populares orientais e ocidentais, ou de autores clássicos, levando os
alunos a estabelecerem algumas relações de diferenças e de pontos de conexão entre as culturas.
Realize discussões sobre a importância da alfabetização como ampliadora da
compreensão do mundo. Neste momento, os alunos podem fazer pesquisas e
interpretações de dados estatísticos relacionados aos índices de analfabetismo
adulto nos diversos países do mundo, inclusive no Brasil.
TVE SCOLA
agosto / setembro
SALTO PARA O FUTURO
Série
Dia
Saúde: crescendo de bem com a vida
Arte na escola
Ensino médio
Saúde: prevenir é sempre melhor
Educação ambiental
Debates contemporâneos: violência na escola
Matemática
Debate: escola e sociedade civil
31 jul - 4 ago
7 ago - 11 ago
14 ago - 18 ago
21 ago - 25 ago
28 ago - 1 set
4 set - 8 set
11 set - 22 set
25 set - 29 set
◆ O Salto para o futuro é transmitido ao vivo, de segunda a sexta, das 19h às 20h.
◆ Os programas ao vivo são reprisados no dia seguinte, das 11h às 12h e das 15h às 16h.
◆ Para ter mais informações, consulte, na Internet, a página: www.tvebrasil.com.br/salto
FILOSOFIA
O ABECEDÁRIO DE
GILLES DELEUZE
Série selecionada, na Grade da
programação, para o ensino
fundamental
Transmissão: 23 de agosto
Realização: 10 Francs. França, 1998
Direção: P. H. Boutang
Duração: 10 programas de 8’ a 11’
Colorido
Áreas conexas: Língua Por tuguesa,
Ciências, Geografia, História, Ética.
Indicada para capacitação de professores e
atividades com alunos de 7ª e 8ª séries do
ensino fundamental e também do ensino médio.
RESUMO
R
eflexões do filósofo francês Gilles
Deleuze sobre uma série de questões, analisadas a partir de temas organizados como num dicionário ou “bestiário”: Animal, Beber, Cultura e Desejo ...
São dez programas de uma série original de 49 episódios.
Deleuze produziu uma das mais impor tantes críticas à moral e ética do
mundo do pós-guerra. Ele dá ênfase, em
seus estudos, à língua como grande instrumento do pensamento e explora conceitos que são essenciais à construção
do conhecimento. Daí a importância do
seu abecedário.
DICAS
O
s programas são de Filosofia,
mas podem ser usados com os
alunos da 7ª e 8ª séries do ensino
fundamental. Eles devem ser motivadores de um trabalho interdisciplinar,
que permita explorar conteúdos de
Língua Por tuguesa, Ciências, Geografia, História, Ética e Saúde.
Em Animal, Deleuze destaca que o escritor escreve “no lugar de” e não “para”.
No programa, ele procura falar no lugar
dos animais. A demarcação territorial é
um assunto que fascina o filósofo. Os
bichos marcam seus territórios de vários modos, com secreções glandulares,
movimentos, cores, linhas e posturas.
É possível fazer um paralelo, explorando as causas das guerras. Muitas delas
começam com questões territoriais que
15
D ESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO
ser vem de desculpa para barbáries
como o extermínio de povos inteiros ou
a ampliação da desigualdade social.
É importante estimular o grupo a registrar essas discussões. É o momento
de trabalhar para que os alunos desenvolvam a consciência do escrever “no
lugar de”. Por exemplo:
1. Escrever redações, em pequenos
grupos, assumindo o papel de presos de
campos de concentração na 2a Guerra
Mundial. Pode-se exibir para toda a classe um filme relacionado ao assunto (A lista de Schindler, por exemplo). Ou então,
cada grupo pode escolher um filme diferente, relacionado à 2a Guerra, pesquisando o assunto mais a fundo, registrando
e expondo sua pesquisa para todos.
2. Registrar individualmente, com palavras ou desenhos, as conseqüências
de um conflito armado. Na seqüência,
escrever uma frase acerca da questão.
No que esse conflito melhorou a vida das
pessoas envolvidas?
3. Discutir e escrever um texto coletivo (no quadro negro e no caderno),
no qual o grupo de alunos se imagine
vivendo na rua, embaixo de pontes ou
viadutos. Destacar os sentimentos que
afloram nessa situação e as soluções
que o grupo imagina para recuperar sua
dignidade.
4. Confeccionar formulários de entrevista e desenvolver uma pesquisa
com parentes ou conhecidos dos alunos que já tenham se envolvido em diversos tipos de conflito. Por exemplo,
pessoas que estiveram em campos de
concentração, ou foram soldados na 2a
Guerra, ou ainda ex-presos políticos.
Pode-se em seguida confeccionar e expor tabelas com os dados pesquisados, desenvolver textos em cartazes,
dar aulas do assunto para outras turmas e fazer mesas-redondas com a
par ticipação de grupos da comunidade
escolar – pais, moradores próximos,
funcionários, professores.
BEBIDA
Use o programa Bebida como pretexto para discutir a questão da droga, tão
presente na adolescência. Afinal, quan-
16
to mais esta questão for discutida e verbalizada, melhor sua elaboração.
Vale a pena aproveitar também os
programas em que Deleuze trabalha os
conceitos de Cultura e Desejo. Eles podem ampliar ou confirmar princípios de
vida e posturas éticas fundamentais
em relação à maior possibilidade e ao
maior desafio do ser humano: ser sujeito pensante e cidadão.
ENSINO MÉDIO
O abecedário de Deleuze pode ser utilizado também no ensino médio, em princípio, com as mesmas atividades sugeridas aqui para o ensino fundamental.
Lembre-se que os PCN do ensino médio, relativos à área de Ciências Humanas e suas Tecnologias (em que está a
Filosofia), propõem que se desenvolvam
as habilidades:
• ler textos filosóficos de modo significativo;
• ler, de modo filosófico, textos de diferentes estruturas e registros;
• elaborar por escrito o que foi apropriado de modo reflexivo;
• debater, tomando uma posição, defendendo-a argumentativamente e mudando de posição face a argumentos
mais consistentes;
• ar ticular conhecimentos filosóficos e diferentes conteúdos e modos
discursivos nas ciências naturais e humanas, nas artes e em outras produções culturais;
• contextualizar conhecimentos filosóficos, tanto no plano de sua origem específica, quanto em
outros planos: o pessoal-biográfico; o entorno sócio-político, histórico e cultural; o
horizonte da sociedade científico-tecnológica.
Veja também os outros programas da série O abecedário de
Deleuze, que serão transmitidos pela TV Escola ainda neste
ano e em 2001.
Veja ainda programas da série
Clac / Filosofia, já transmitida
pela TV Escola (consulte o Guia
de programas e a videoteca de
sua escola).
OUTRAS AT
ARTE
I RMÃ WENDY E
A HISTÓRIA DA
PINTURA
Série, 10 programas
Transmissão: 11, 12 e 13 de setembro
Área conexa: História
Wendy Becket, uma freira estudiosa da história da arte, percorre os locais
onde foram criadas grandes obras de
arte da humanidade e explica as circunstâncias em que elas surgiram.
Andando pelas cavernas de Lascaux,
França, no episódio As névoas do tempo,
Irmã Wendy mostra a arte feita há 20 mil
anos pelo homem das cavernas. Em Pompéia, na Itália, ela entra numa casa resgatada das cinzas vulcânicas da grande
erupção de 79 d.C. e mostra, num tom de
confidência, a possível história do casal
retratado numa das paredes da casa.
No episódio Surge o herói, a Itália
de 1300 é percorrida através das obras
de Giotto, em Florença e de Duccio, em
Siena. E a história da arte se mistura à
da humanidade. Os flamengos Van
Eyck, Roger van der Weyden e Bosch
também são apresentados ao público,
assim como a época em que viveram.
Indicado para capacitação de professores e atividades com alunos do ensino fundamental e médio.
Veja também Pintura moderna em
destaque, dias 13 e 14 de setembro.
Irmã Wendy e a história da pintura
TVE SCOLA
TRAÇÕES
culo 16, ao mesmo tempo em que a loucura grandiosa de Dom Quixote vai se
ampliando na luta por um mundo mais
humano e generoso.
DICAS
Dom Quixote
DICAS
Os alunos (ou professores) podem ser
divididos em grupos que escolham pesquisar mais aprofundadamente cada um dos
contextos históricos apresentados nos
programas. Como era a Pompéia onde
houve a erupção do Vesúvio? E a Florença de Giotto?
O resultado da pesquisa deve ser apresentado a toda a turma, juntamente com
ilustrações tiradas de livros, enciclopédias, Internet etc., mostrando outras obras
do mesmo período. Os alunos podem, então, comparar estas obras às que o vídeo
mostra. Quais são as semelhanças e diferenças? Que outros artistas relevantes viveram neste mesmo período?
L I T E R AT U R A
DOM QUIXOTE
Transmissão: 16 de agosto
Áreas conexas: História, Língua Portuguesa, Arte,
Ética
Animação de bonecos de massa conta
a clássica história de Miguel de Cervantes, numa linguagem simples e agradável.
De tanto ler aventuras de cavaleiros
andantes, Dom Quixote, um fidalgo espanhol, enlouquece e sai pelo mundo à
procura de aventuras, acompanhado por
seu escudeiro Sancho Pança. No caminho,
eles encontram uma verdadeira coleção
de tipos da sociedade da Espanha no Sé-
TVE SCOLA
Peça aos alunos para pesquisarem várias imagens de Dom Quixote, já que este
personagem inspirou diversos artistas ao
longo da História (um bom exemplo é a
série desenhada por Cândido Portinari).
Discuta com os alunos a questão da loucura de Dom Quixote. Será que ele é louco
ou apenas excessivamente bom e generoso?
Exponha e discuta com a classe outros
exemplos históricos de pessoas que foram
consideradas loucas, mas cuja biografia e
obra mostram um valor pessoal até maior
que o dos indivíduos considerados normais:
a heroína francesa Joana d´Arc, o pintor holandês Vincent van Gogh...
Depois de estabelecida a dimensão do
personagem, é possível pedir aos alunos
que escrevam uma redação contando as
aventuras de Dom Quixote, se ele fosse
trazido ao mundo moderno. Se ele confundia moinhos de vento com gigantes, o que
acharia de um caminhão ou de um ônibus?
E o que faria um herói que lutava pelos
fracos e oprimidos ao se deparar com a
realidade social de nossos dias?
Indicado para atividades com alunos
do ensino médio.
Veja e grave ainda:
PIERRE VERGER,
MENSAGEIRO ENTRE
DOIS MUNDOS
História do fotógrafo francês Pierre
‘Fatumbi’ Verger, um dos maiores estudiosos da cultura afro-brasileira, em documentário dividido em dois episódios de
45 minutos. Produção: GNT (leia nota na
seção E tem mais).
Narrado pelo cantor e compositor Gilberto Gil, o programa mostra a trajetória
de Verger, que passou metade da sua vida
entre a Bahia e a África.
Gil refez os caminhos de Verger. Foi
ao Benim, onde esteve com reis de várias dinastias; visitou o mesmo terreiro
em que o fotógrafo foi iniciado no Ifá
(uma espécie de jogo de búzios) e colheu depoimentos surpreendentes de
amigos de Verger em Paris e em Salvador. Transmissão: 7 de setembro.
FUTEBOL
Histórias do futebol narradas pelo
escritor Rubem Fonseca, em documentário de três episódios de 90 minutos –
tempo de uma partida. Produção: GNT
(leia nota na seção E tem mais).
O primeiro episódio, transmitido
agora pela TV Escola, é Os meninos
(bons de bola). Mostra a trajetória de
três rapazes que tentam conquistar
prestígio e fama com a bola nos pés.
Transmissão: programação especial de
7 de setembro.
MATEMÁTICA E
LADRILHAGEM
Programa da série Matemática na
TV, que aborda a geometria vinculada
aos espaços de vida do ser humano e a
seus diversos usos em atividades como
a ladrilhagem.
Indicado para atividades com alunos do 3º e 4º ciclos do ensino fundamental. Transmissão: 29 de setembro.
PINTURA MODERNA
EM DESTAQUE
Série de dez programas, com 15 minutos cada, que apresenta a arte e os
criadores de diversos movimentos,
como expressionismo, impressionismo
ou pop art. Objetiva, didática e ágil, a
série complementa os programas da
série Irmã Wendy e a história da pintura (dias 11, 12 e 13 de setembro).
Indicado para capacitação de professores e atividades com alunos do ensino fundamental. Área conexa: História. Transmissão: 13 e 14 de setembro.
Pierre Verger, mensageiro
entre dois mundos
17
APM
faz a diferença
Com o trabalho da Associação de Pais e Mestres,
uma escola paulistana ganha autonomia, desenvolve projetos
interdisciplinares, usa a TV Escola, constrói parcerias e
favorece a convivência entre alunos de diferentes classes sociais.
R e p o r t a g e m : Doris Fleury
F o t o s : Vera Jursys
classe média que já não podiam pagar colégios pará 15 anos, ao chegar pela primeira vez à
ticulares.
Escola Estadual Ennio Voss, na zona Sul
A Ennio Voss se transformou. Hoje a escola se
de São Paulo, a professora de Educação
destaca pelo nível pedagógico, pelas experiências inFísica Cleusa Silva Pulice levou um susto.
terdisciplinares, com a presença da TV Escola (leia
“O prédio era feio, sujo, todo pichado, com
Um novo mundo pela TV), e, princividros quebrados, pintapalmente, pelo trabalho de sua Asdo de cinza-escuro...” Mas os piores
sociação de Pais e Mestres — APM,
problemas estavam dentro do edifíque ajudou a conduzir as mudancio. “As pessoas não se viam como
ças nesse ambiente onde convivem
uma comunidade, não enxergavam
62 professores e 1.932 alunos de
o coletivo”, lembra Cleusa. A Ennio
realidades sociais tão diferentes.
Voss atendia as crianças da Águas
“Aqui a classe média e a favela
Espraiadas — uma favela cercada por
convivem lado a lado”, conta a direresidências de classe média, escritótora Cleusa Pulice, há nove anos na
rios de alto padrão e vizinha de um
direção da Ennio Voss. “Nem semgrande shopping.
pre isso é tranqüilo. No começo do
Muita coisa mudou desde essa
ano, a gente percebe conflitos. Aí, toépoca. A Águas Espraiadas foi derdos os trabalhos passam a ser feitos
rubada, dando lugar à avenida com
em grupo, para aproximar os alunos.
o mesmo nome. Seus moradores
Outra providência: uniforme em todo
foram transferidos para a favela do
mundo. Se algum aluno mais carenParaisópolis, a 20 minutos de ônite não tiver condições de comprar, a
bus dali. Mesmo assim, continuaAPM providencia.”
ram fiéis à escola. Mas o perfil da
O dinheiro arrecadado pela
clientela mudou bastante, com a Alunos com a parabólica da Escola
APM mantém o prédio com aspecchegada de crianças de famílias de Estadual Ennio Voss.
H
26
TVE SCOLA
to impecável; paga funcionários de manutenção; promove bailes e festas nos
fins de semana, oficinas e um grupo de
teatro; compra ventiladores e cortinas;
fornece passes de ônibus e cestas básicas aos alunos carentes; paga linhas telefônicas extras; xerox e nada menos
que dez conjuntos de vídeo e TV, além
do kit da TV Escola.
BAZARES DE PECHINCHA
Mas como se consegue tanta participação dos pais? Segundo a diretora
da escola, o segredo para atraí-los à
APM é a “clareza na comunicação” e o
estímulo para participar. “Desde a primeira reunião do ano, todos têm direi-
TVE SCOLA
Fanfarra dirigida
pelo músico Geraldo Weber
e o diretor da APM
Gilmar de Oliveira
(no fundo, à direita).
to à palavra — inclusive os alunos”,
conta a diretora.
Os pais vão à luta, é claro, para garantir a escola dos seus filhos. Mas outros
motivos também contam. “Já estudei lá, tenho muito carinho pela Ennio Voss”, explica a comerciante Mônica Galasso Viola,
mãe de Murilo, 6 anos, da 1a série. A razão
de Mônica para matricular o filho na escola é surpreendente para muita gente de seu
meio social: “Quero que o Murilo conviva
com crianças diferentes dele, que não podem ir à aula com o último estojinho do
Pokemon.” Além de ajudar na arrecadação de recursos, Mônica já se dispôs a coordenar voluntariamente oficinas de artesanato com sucata para as crianças.
27
APM
faz a diferença
e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério,
o Fundef, também administrado pela
APM, que trabalha com muita transparência. Quem chega à Ennio Voss, logo
se depara com numerosas planilhas de
contas espalhadas pelos corredores e
pátios.
PARCERIAS EM AÇÃO
“A APM tem várias estratégias para arrecadar dinheiro”, explica Cleusa, a diretora. “Desde contribuições em classe
— nas quais, é claro, só paga quem pode
— até a festa junina, na qual já chegamos a arrecadar R$ 6 mil líquidos.” “Também saímos pela vizinhança pedindo
roupas e objetos e depois organizamos
Bazares da Pechincha”, conta a dona-decasa Noélia Santos de Andrade, mãe de
Patrícia, 12 anos, da 6 a série. “O evento
é direcionado às mães carentes, que pagam no máximo R$ 1 por peça.” A cantina e até os outdoors que circundam o
muro da escola são arrendados para fazer caixa.
Toda essa arrecadação é reforçada
por recurso do Fundo de Manutenção
Patrícia, professora
de História, discute
com grupo da 4ª série
trabalho desenvolvido
a partir do programa
Dois mundos
desconhecidos , da
série Brasil 500 anos:
um novo mundo na TV .
“Quem quer participar da fanfarra?” Até
agora, nada menos que 80 alunos aceitaram o convite de Gilmar Aparecido de Oliveira, diretor social da APM. “Muita gente
vai ficar de boca aberta quando ouvir eles
tocando”, promete.
Gilmar tem 6 filhos na Ennio Voss: Andreza Ana, 7 anos (1a série); Alessandra
Maria, 11 anos (6a série); os gêmeos Aline Aparecida Cosme e Liane Aparecida
Damião, 13 anos (7a série); Adriano Murba, 14 anos (8a série) e Anderson José Batista, 15 anos (1a série do ensino médio).
Vendedor desempregado, o pai das crianças se envolveu a fundo nas atividades
da APM: “Enquanto não arranjo emprego, vou pegando responsabilidade aqui”,
conta o paizão.
E que responsabilidade: Gilmar desencavou os velhos instrumentos que a escola possuía e reformou 80% deles. Está
também em negociações para receber a
doação de mais de uma centena de instrumentos novos, por meio de uma parceria da escola.
ERA CABRAL UM ASTRONAUTA?
Depois de assistir ao vídeo Dois
mundos desconhecidos, da série Brasil 500 anos: um novo mundo na TV,
a professora Patrícia Borges Alves pediu aos seus alunos que imaginassem
uma situação de confronto entre dois
mundos diferentes, comparável ao
dos índios brasileiros com os navegadores portugueses, em 1500. Por
exemplo: uma invasão de alienígenas, hoje, em São Paulo. Os alunos da
5 a série botaram a imaginação para
trabalhar:
28
“Assim, do nada, uma nave espacial
de outro planeta invade São Paulo. E
de repente começa a mudar tudo.
Como eu iria me acostumar com
isso? Impossível. Faria de tudo para
mudar essa situação. (...) De repente,
assim do nada, esses seres vão mudar
nossos costumes?”
Tamara T. dos Santos
“Ficamos todos apavorados, eu
principalmente nem sabia o que fazer.
Os ETs poderiam mudar nossos costu-
mes, nosso jeito de viver, nos fazer de
escravos. (...).”
Larissa Batista Messias
“Eles mudam nossa língua, as tradições e acabam com a alimentação.”
(...) No dia seguinte, comemos pela
manhã rosquinhas de rato, asinhas de
barata torrada e tomamos água de esgoto. Depois tomamos banho em uma
cachoeira de água poluída e o sabonete era uma lagartixa viva.”
Beatriz Barbosa e Caroline Paviani
TVE SCOLA
APM
faz a diferença
Essa é outra das marcas registradas da
Ennio Voss: as parcerias com empresas
e outras instituições articuladas pela diretora Cleusa e pela APM. Uma associação com a ONG Aruanda Ambiente, por
exemplo, levou os alunos a cultivarem
mudas de árvores, que depois foram distribuídas para a comunidade do bairro.
Em parceria com a Rede Globo, a escola
participa do Projeto Amigos da Escola,
que já rendeu desde ingressos para o
teatro até um passeio ao Aeroporto de
Cumbica. Alunos do Vértice, um colégio
particular da região, trabalham como monitores da Ennio Voss.
“Planejamos esta parceria como mais
uma forma de estímulo à convivência entre alunos de realidades sociais diferentes”, diz Cleusa. “Desse encontro já surgiram inclusive grandes amizades.”
“
TODOS TÊM
DIREITO À PALAVRA
NA APM, INCLUSIVE
OS ALUNOS
”
UM NOVO
MUNDO PELA TV
Aula de História na 5 a série A. Patrícia Borges Alves, a professora, está exibindo para os alunos o programa da TV
Escola Dois mundos desconhecidos, da
série Brasil 500 anos: um novo mundo
na TV. Os mamulengos usados no vídeo prendem a atenção das crianças.
Logo depois das cenas iniciais, Patrícia
faz uma paradinha no vídeo para contextualizar as informações e explicar
palavras complicadas. “Alguém aqui
sabe o que é um astrolábio?”
“Não tem importância que o programa use palavras difíceis”, diz Patrícia.
“O importante é quebrar a monotonia
da aula tradicional.” Pelo menos duas
vezes por mês a professora dá uma passada na videoteca e anota da Grade da
programação os vídeos que lhe interessam. Depois, leva as fitas para assistir
em casa e cria atividades a partir dos
programas. “No caso de Dois mundos
desconhecidos”, conta Patrícia, “organizamos uma exposição com fotos e ima-
TVE SCOLA
Uniforme é estratégia
adotada pela direção
da escola para
facilitar aproximação
das crianças.
gens pesquisadas; depois, eles escreveram um roteiro do que viram; e, por
último, pedi redações, imaginando uma
situação semelhante a esse encontro dos
índios e portugueses” (veja os resultados em “Um novo mundo pela TV”).
“O vídeo não serve só para ser visto, e sim para construir uma informação”, diz a professora de 4 a série Georgina Malfitano, que recentemente pediu
aos seus alunos que criassem uma história em quadrinhos baseada no programa Big Bang, da série O Cosmos. No
ensino fundamental (a escola também
oferece ensino médio, no período noturno), essas atividades costumam ser
supervisionadas pela coordenadora pedagógica Lurdes Ribeiro.
O maior orgulho de Lurdes são os projetos interdisciplinares. Abrindo uma pasta, ela exibe um trabalho feito com alu-
29
APM
faz a diferença
COMPROMISSO
Aos 49 anos, a diretora Cleusa Silva Pulice está com toda a papelada pronta para se aposentar. Mas não tem coragem de abandonar a
Escola Estadual Ennio Voss. Cleusa é uma entusiasta do ensino público e acredita na sua renovação nos próximos anos. “Têm coisas muito
bonitas acontecendo na escola pública”, diz ela, convicta.
Desde quando você leciona?
Desde 73. Sempre quis ensinar, nunca pensei em fazer outra coisa. Quando era criança, imitava a minha professora, dando aula com uma anteninha de rádio na mão. Cursei Educação Física porque gostava de esportes.
Por que você decidiu ser diretora?
Nas escolas onde ensinei, acabei percebendo que muita coisa não dava
certo por problemas de gestão. Por conta disso, fui fazer Pedagogia e em
três anos já era vice-diretora.
Qual é seu projeto
de escola?
Quero uma escola inteiramente voltada
para o aluno, em um
espaço onde se possa sentir o prazer da
aprendizagem.
A diretora Cleusa:
“Nunca pensei em
fazer outra coisa”.
nos do ensino fundamental, usando como
pretexto o vídeo da TV Escola Aldeia indígena, da série Paisagens brasileiras.
BIBLIOTECAS NA PAREDE
Primeiro, o programa foi assistido por
todas as séries. “Em seguida, elaboramos
um projeto de trabalho em conjunto com
os alunos”, conta a coordenadora. “Na 2ª
série, por exemplo, eles queriam conhecer melhor a floresta, a relação do homem
com a natureza e o problema da preservação. Do nosso lado, nós queríamos garantir e completar a alfabetização, assegurar um texto com coerência, e introduzir o conceito de localização.”
Lurdes vai exibindo as pastas da turma,
mostrando como foram articulados conteúdos de Geografia, Língua Portuguesa, Arte,
Matemática e o tema transversal Meio Ambiente. “Os alunos acharam incrível o tama-
30
nho da Amazônia no globo terrestre; então,
comparamos com o do Estado de São Paulo. Trabalharam com uma seqüência de números para circundar o mapa da região e
depois localizaram a linha do Equador. Em
seguida, escolheram alguns animais e plantas para pesquisar: o bicho-preguiça, o macaco-da-noite, a vitória-régia...”
Alguns alunos têm à sua disposição
enciclopédias e Internet. Outros dispõem
de poucas fontes além dos livros didáticos. Para dar oportunidades iguais a todos, os materiais de pesquisa encontrados
sobre flora e fauna foram expostos na parede, formando uma “biblioteca”.
“Na etapa seguinte, propusemos alguns
caça-palavras relacionados com o assunto. “Esse tipo de listagem ajuda a resgatar
os alunos que ainda não foram alfabetizados”, conta Lurdes. “Outros filmes foram vistos e os alunos descobriram a cerâmica marajoara. Apresentamos então um
desenho quadriculado de uma dessas
peças e pedimos que identificassem o
número de quadradinhos coloridos em
cada tom. Para chegar a esse resultado
eles utilizaram táticas de multiplicação e
até construíram expressões matemáticas.
E, no final, ainda produziram um texto
de avaliação do trabalho.”
Além de ver vídeos, discutir e avaliar
os resultados dos projetos interdisciplinares no HTPC (Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo), Lurdes anda o dia todo
pelo colégio. Quando a atividade pedagógica lhe interessa, entra na sala e assiste a aula, documentando-a por escrito.
Mais tarde, essas experiências são discutidas com os outros professores, para que
eles aproveitem as idéias dos colegas.
INDICADORES DE SUCESSO
A coordenadora pedagógica acha que
a presença da APM é fundamental para o
ensino: “Com os pais participando, os alunos se sentem felizes, orgulhosos e aprendem muito melhor.” E os números confirmam o que ela diz: em 1999, a Ennio
Voss apresentou uma taxa de evasão global quase nula, de 0,01%. A repetência
média, entre ensino fundamental e médio, ficou em 0,75%.
TVE SCOLA
“S
ão várias as
oportunidades
para se abrir a
escola à
comunidade, além
das reuniões
mensais”, diz Ana. “É preciso que
a escola tenha um bom projeto
pelo qual todos se sintam
responsáveis”, diz Cristina. “O
que mais funciona é a existência
de um projeto pedagógico que
represente um consenso de
ambas as partes”, diz Carmen.
“Um primeiro passo é reconhecer
o lugar no qual a escola está
TVE SCOLA
inserida e detectar questões de
interesse da comunidade”, diz
Silvana.
Ana, Cristina, Carmen e Silvana
(leia legendas das fotos nesta
página) estão envolvidas de várias
formas com a questão das relações
escola-comunidade. O trabalho de
Ana e Cristina já foi inclusive
apresentado nas edições nº 10 e nº
7 da revista TV ESCOLA. Por isso as
quatro foram ouvidas sobre o tema,
em separado, por fax e e-mail. O
resultado é esta conversa a
distância, com muitas idéias e
alguns exemplos concretos.
VERA JURSYS
Silvana Augusto
é gerente de
fortalecimento
institucional e
parcerias, na
Fundação para o
Desenvolvimento da
Educação - FDE, ligada
à Secretaria de
Educação do Estado
de São Paulo.
ARQUIVO PESSOAL
Sua presença fortalece a escola,
rompe o isolamento dos professores,
aperfeiçoa a qualidade do ensino, consolida
o projeto pedagógico e dá aos alunos um
exemplo de prática da cidadania.
Mas como se abre a escola à comunidade?
Francisca Cristina
Alvarenga
é professora da Escola
São Sebastião de
Cruzília, Cruzília (MG)
e ex-diretora da
Escola do Sobradinho,
São Thomé das Letras
(MG), onde
desenvolveu intenso
trabalho com a
comunidade.
Ana Maria Pontes
é diretora de
Educação Infantil
e coordenadora
pedagógica da
Secretaria de
Educação de Jundiaí,
interior de São Paulo.
ARQUIVO PESSOAL
Comunidade
é a melhor
parceira
RONALDO GUIMARÃES
CONVERSAS DA TV ESCOLA
Carmen Moreira de
Castro Neves
é diretora de Política
de Educação a
Distância da Secretaria
de Educação a
Distância - Seed,
do MEC.
31
“
ENCONTROS
NA ESCOLA
O projeto Parceiros do futuro, da
Secretaria da Educação do Estado de São
Paulo abre à comunidade, nos fins de
semana, 113 escolas da capital e Grande São Paulo. Uma média de 600 pessoas vão a cada escola para atividades
culturais, esportivas e de lazer. Há até
cursos de capacitação em informática.
A Secretaria tem projetos do gênero em todo o Estado.
Prevenção também se ensina, por
exemplo, atua em aproximadamente 3
mil escolas, discutindo temas relacionados à prevenção das DST/Aids, uso de
drogas e gravidez na adolescência.
O projeto Comunidade presente envolve cerca de 1.100 escolas. Seu objetivo é estabelecer ações para a prevenção da violência, contando com o apoio
da comunidade e estimulando a participação em órgãos representativos
como o Conselho de Escola, o Grêmio
Estudantil e a Associação de Pais e
Mestres - APM.
Escola em parceria estimula a participação de instituições não-governamentais na gestão da escola, buscando
o investimento de empresas em ações
complementares ao projeto pedagógico.
PAIS E FILHOS
ENTREVISTA
A Secretaria de Educação de Jundiaí, interior de São Paulo, tem pelo
menos quatro projetos destinados a
fortalecer as relações das escolas com
suas comunidades.
Em março e setembro, é realizado
o Família vai à escola. Pais trocam de
lugar com os filhos na sala de aula, o
que favorece a discussão da proposta
pedagógica.
No projeto Horta escolar, pais e comunidade se responsabilizam pelas hortas nos finais de semana e nas férias.
NOVOS PROJETOS
Neste ano, a Secretaria de Educação de Jundiaí lançou mais dois projetos: o Comunidade faz arte nas escolas de Jundiaí e Pais discutem educação, que deve começar em agosto, com
debate sobre o tema Eu sei o que meu
filho aprende?
32
A RELAÇÃO DA
ESCOLA COM A
COMUNIDADE
FACILITA MUITO
O PROCESSO
DE ENSINO E
APRENDIZAGEM
Ana Maria Pontes
TV E SCOLA : Por que, afinal, é tão importante para a escola se abrir à comunidade e trabalhar com ela? Isso não ultrapassa os limites de seu papel, já tão
difícil, de formar os alunos?
Carmen: Formar, educar o cidadão
para a vida não é um trabalho simples. Quanto maior for a parceria e a
solidariedade entre escola e comunidade na identificação de valores éticos, na definição de objetivos e estratégias e na consolidação de um
projeto pedagógico, maior será a
possibilidade de oferecer aos alunos
um ambiente onde desenvolvam suas
potencialidades.
A n a : Se os pais e a comunidade não
compreenderem a proposta pedagógica da escola, com certeza teremos
muita dificuldade de colocá-la em prática. Encarando a escola apenas
como transmissora de conhecimentos,
podemos dizer que ela estaria ultrapassando os limites de seu papel, ao
abrir as portas para a comunidade.
Mas, como a vemos como formadora
do conhecimento, do cidadão autônomo e crítico, percebemos o quão importante é esta parceria.
TV E SCOLA : Como se abre a escola à
comunidade, ou se estreita os vínculos
”
com ela? Com que iniciativas ou projetos? O que mais funciona e por quê?
A n a : São várias as oportunidades
para se abrir a escola aos pais e à comunidade, além das reuniões mensais. Em Jundiaí, temos, por exemplo,
o projeto Família vai à escola, o Horta
escolar. Neste ano, estamos desenvolvendo os projetos Comunidade faz
arte nas escolas de Jundiaí e o Pais
discutem educação (veja box).
C r i s t i n a : Para criar vínculos, a escola
tem de admitir e aceitar que a comunidade possa pensar diferente. É preciso também que ela tenha um bom
projeto pedagógico, pelo qual todos
se sintam responsáveis.
Silvana: Um primeiro passo é detectar
questões de interesse da comunidade,
levando-a para discutir os problemas
dentro da escola, e tomando iniciativas
que considerem suas necessidades. Na
Secretaria da Educação do Estado de
São Paulo existem quatro projetos com
esta filosofia: Parceiros do futuro, Prevenção também se ensina, Comunidade
presente e Escola em parceria (veja box).
TV E SCOLA : Quais as principais dificuldades encontradas na aproximação e
envolvimento com a comunidade?
Como superá-las?
TVE SCOLA
C r i s t i n a : Acredito que a escola ainda
encontra muita dificuldade no envolvimento com a comunidade, porque a
família transferiu para ela a responsabilidade de educar. Também penso
que as pessoas estão desgastadas,
sem crenças fortes, sem sonhos.
A n a : A primeira e maior dificuldade é
a nossa tradição de escolas fechadas,
distantes de tudo e de todos. Outra
dificuldade é a de expormos nossas
fraquezas e dificuldades. Só existe um
caminho para superar estes obstáculos: é darmos a todos os trabalhadores em educação subsídios e capacitação para que eles se sintam seguros com uma nova visão da escola.
S i l v a n a : A principal dificuldade de
nossos projetos foi a presença muito
tímida de uma cultura participativa em
nossa sociedade. Isto se refletiu no
auto-isolamento da escola. A comunidade, por outro lado, não percebia
que a escola era um espaço público,
sobre o qual tinha direitos.
C a r m e n : Aqui no Brasil, de um modo
geral, as escolas estão mais vinculadas ao sistema de ensino do que à
comunidade. Esta é chamada a colaborar com a caixa escolar, com consertos e compras, ou para ouvir reclamações sobre seus filhos. Gera-se
uma situação que acaba afastando os
parceiros. Valorizar a comunidade,
construir com ela o projeto pedagógico, ouvi-la na avaliação institucional,
prestar contas do trabalho realizado,
abrir-lhe as portas para ações educativas que atendam às suas necessidades são algumas ações que favorecem o envolvimento coletivo.
TV E SCOLA: Que papel a APM tem representado na relação escola-comunidade? Como esse papel pode ser mais
bem desenvolvido?
S i l v a n a : A APM, de um modo geral,
tem exercido a importante função de
gerir verbas vindas da Secretaria da
Educação. Muitas APMs ampliaram
esta função, fortalecendo a autonomia
da escola com a participação em aspectos pedagógicos.
A n a : A APM, apesar de restringir-se a
um pequeno número de pais, é uma
grande auxiliar para a relação escola-
TVE SCOLA
comunidade, uma vez que pais e escola tomam decisões juntos e dividem
responsabilidades.
C r i s t i n a : A Escola São Sebastião, na
qual trabalho, não possui APM. Mas
acreditamos ter mais força com o Colegiado Escolar, órgão consultivo, deliberativo e normativo que envolve não
só os pais mas também alunos, professores e servidores.
TV E SCOLA : Pais que vão à escola e participam de festas e outros encontros se
interessam mais pelo que acontece na
sala de aula?
Carmen: Festas, rifas, encontros e quermesses são maneiras de atrair os pais.
Digamos que são contatos imediatos de
primeiro grau. Os de terceiro grau ocorrem quando a comunidade participa ativamente do cotidiano da escola. E é
essa integração que provoca mudanças.
S i l v a n a : Muitas vezes, a realização de
festas e outros eventos proporcionam
a aproximação dos pais com a escola,
estabelecendo vínculos afetivos que
podem garantir um maior envolvimento com o cotidiano da sala de aula.
C r i s t i n a : Acreditamos que não. O pai
que se interessa mais pelo que acontece na sala de aula é aquele que tem
a visão de que o ambiente da escola é
o ambiente formador de seu filho.
TV E SCOLA : Que efeito a aproximação
escola-comunidade tem sobre o processo de ensino-aprendizagem? Essa
aproximação não inibe, de algum modo,
o professor, limitando sua autonomia?
C r i s t i n a : Essa aproximação não inibe
os professores, muito pelo contrário.
Nós nos sentimos muito isolados sem
a presença dos pais na escola, e com
uma sobrecarga de responsabilidade.
A n a : A relação escola-comunidade facilita muito o processo de ensinoaprendizagem. Pode acontecer de o
professor, ou qualquer outro trabalhador em educação, sentir-se inibido no
começo, mas, como os resultados positivos logo aparecem, este sentimento é dissipado.
S i l v a n a : A aproximação é uma oportunidade para que os educadores conheçam melhor a comunidade e reflitam mais sobre sua prática.
“
A PRINCIPAL
DIFICULDADE
DOS PROJETOS
É A PRESENÇA
MUITO TÍMIDA
DE UMA
CULTURA
PARTICIPATIVA
EM NOSSA
SOCIEDADE
Silvana Augusto
33
“
A TECNOLOGIA
PODE SER UM
MOTIVO PARA
TRAZER A
COMUNIDADE À
ESCOLA
Carmen Moreira de Castro Neves
TV E SCOLA : Que impacto a aproximação
escola-comunidade pode ter na vida da
comunidade e de toda a sociedade?
Qual a relação desse vínculo com o
exercício da cidadania e o aperfeiçoamento da democracia?
C r i s t i n a : Quando a comunidade entende que a escola não é do diretor,
do professor e sim de todos, ela passa a abraçar sua causa. A aproximação escola-comunidade estreita os
vínculos e transforma a escola em
ambiente formador de cidadãos, aperfeiçoando o processo democrático.
Ana: A aproximação, que não se limita
aos pais, ajuda na resolução dos pequenos problemas do dia-a-dia. Além
disso, permite trabalhar com os alunos
questões de solidariedade, respeito e
ética de uma maneira mais ampla, saindo dos limites da escola, o que favorece
a construção da cidadania e o aperfeiçoamento da democracia.
Silvana: Essa aproximação representa
um enorme ganho para a gestão demo-
NÓS,
PROFESSORES,
NOS SENTIMOS
MUITO ISOLADOS
SEM A
PRESENÇA DOS
PAIS NA ESCOLA
ENTREVISTA
“
34
”
Francisca Cristina Alvarenga
”
crática da educação, para o exercício da
cidadania e, conseqüentemente, para o
aprimoramento da qualidade de ensino.
TV E SCOLA : Os recursos tecnológicos,
como a TV, o computador e a educação
a distância podem favorecer a aproximação? Como?
S i l v a n a : A inserção dos recursos tecnológicos no processo de ensinoaprendizagem reforça a aproximação
da comunidade com a escola, na medida em que estes meios instrumentalizam os alunos e a comunidade para
o enfrentamento de algumas questões
do mundo moderno.
Carmen: Os recursos tecnológicos podem ser um motivo para trazer a comunidade à escola. Muitos só lembram, no
entanto, de pedir recursos aos pais
para a manutenção e compra de equipamentos. É importante explicar o porquê da adoção desses recursos; demonstrar como se enriquece uma aula;
as vantagens, necessidades e encargos
decorrentes da tecnologia que entra no
cotidiano da escola e identificar como a
comunidade pode também ser beneficiada por estes recursos. Assim se estabelece uma parceria na manutenção e
uso pedagógico das tecnologias da informação e das comunicações.
TV E SCOLA : Como a Escola Aberta (programação da TV Escola, aos sábados e
domingos, dirigida à comunidade) pode
ser usada para melhorar a relação escola-comunidade?
TVE SCOLA
S i l v a n a : Mostrando relatos de experiências bem sucedidas de projetos
para a participação da comunidade,
com as estratégias utilizadas e os
resultados obtidos.
C r i s t i n a : Primeiro a escola deverá
conscientizar alunos e pais sobre a
programação do sábado e domingo.
E, posteriormente, utilizar as gravações nos encontros periódicos.
Carmen: A Escola Aberta foi pensada
como uma oportunidade a mais de se
estabelecer ou fortalecer o vínculo da escola com a comunidade. A programação
é feita, por isso, com um enfoque ao
mesmo tempo educativo e de divertimento, que atraia a comunidade. Se a
escola tiver dificuldade de pessoal para
abrir no fim de semana, pode convidar
os pais para assumir a tarefa. Está pro-
vado que, quanto mais a comunidade
participa da vida escolar, menor é a incidência de depredações, roubos e outras
formas de violência contra a escola.
Ana: É preciso que escola e comunidade, juntas, elaborem um projeto para fazer com que a programação tenha um
sentido real e significativo. Só com bons
projetos conseguiremos atingir os nossos objetivos.
SEM RECEITAS
É preciso conhecer melhor as pessoas, suas necessidades e interesses, e estabelecer relações de confiança. É preciso também trabalhar sem receitas prontas e modelos acabados. O ponto de partida no trabalho com a comunidade é a própria comunidade, lembram Carol Rasco e Warlene Gary, que participaram em maio, em
São Paulo, do Seminário para Intensificação da Participação da Família, Sociedade e Setor Privado na Educação.
O encontro complementou as atividades da 5ª Reunião da
Comissão para Implementação da Parceria para Educação BrasilEstados Unidos - Cipe, formada por acordo de intercâmbio e cooperação dos dois países.
Carol Rasco é diretora da America Reads Challenge, programa
do Departamento de Educação do governo Bill Clinton. Warlene
Gary é gerente da Affiliate Capacity Building Urban Initiatives, da
Associação Nacional de Educação - NEA. Carol falou, no seminário,
sobre parcerias para a alfabetização; Warlene, sobre parcerias entre escolas e empresas. Aqui, elas falam à revista TV ESCOLA.
TV ESCOLA: A senhora conduz um programa para melhorar o nível
de aprendizagem das crianças, especialmente de áreas mais pobres, com dificuldades de leitura. Que importância tem a comunidade nesse e em outros programas de educação?
Carol: Ela tem que estar envolvida desde o início. Um programa como
esse não funciona se o governo tirar um pacote da prateleira e disser
“temos aqui os critérios que vocês têm que seguir”. A comunidade deve
decidir sobre o que pensa, sobre suas necessidades e iniciar ela mesma o
processo. Não podemos enviar livros, como uma receita, dizendo “isto é o
que vocês devem fazer para que dê certo.” Jamais dará. A comunidade
deve ser o ponto de partida.
Warlene:
“Devemos nos
manter simples,
claros, relevantes e
calorosos.”
TVE SCOLA
TV ESCOLA: Mas como se obtém o apoio da
comunidade? Ou: como se pode estimulá-la a responder mais rapidamente aos
desafios que ela deve enfrentar junto
com a escola?
Carol: Uma razão importante para a falta de
apoio imediato da comunidade é a falta de
informação. Não é só ir aos lugares. Muitas
Carol: “Devemos
vezes temos que fazer campanhas permanenparar de falar em
modelos.”
tes, ajudando a comunidade no entendimento de questões de seu interesse. Com uma
conscientização a longo prazo, pela televisão, pelos jornais, falando
com as associações representativas das comunidades, você ajuda as
pessoas a pensar melhor e a ver como elas podem se envolver. Deve-se
convidar esses parceiros para discutir.
TV ESCOLA: Há algum modelo a seguir?
Carol: Não, nenhum, nunca.
Warlene: Definitivamente, devemos parar de falar em modelo, não existe modelo. Cada lugar é diferente do outro. Temos que ir a cada comunidade, a cada escola.
TV ESCOLA: Os Estados Unidos têm uma tradição de trabalho comunitário e de parceria da escola com a comunidade. Como essa tradição contribui com o seu trabalho?
Warlene: A tradição foi quebrada. Nós costumávamos ter mais comunidade. As tradições locais se esfacelaram e, no momento, estamos tentando
reativá-las novamente.
TV ESCOLA: O que quebrou essa tradição?
Warlene: Inúmeros fatores, entre eles, o econômico. Há grandes diferenças entre aqueles que têm e os que não têm. O nível de vida da
classe média caiu muito. Temos imigrantes, minorias, pobreza, e os
que têm dinheiro ficam separados dos que não têm. As comunidades
mudaram. No passado você podia viver perto de um juiz, de um médico... Isso mudou.
TV ESCOLA: Qual o melhor jeito de se conversar com a comunidade e criar relacões de confiança com as pessoas?
Warlene: Não é bom usar uma linguagem complicada, como a que usamos
muitas vezes em educação. Nas comunidades onde trabalho, tento me aproximar das pessoas dizendo: “Se existe uma maneira de ajudá-los, digam-me
como posso ajudá-los.” É o contrário de ir até eles e dizer o que penso,
dando resposta para tudo. Este é um grande erro. Devemos nos manter
simples, claros, relevantes e calorosos.
35
PESQUISA
TV Escola cresce no
NORTE E NORDESTE
Esta é uma das conclusões de nova avaliação do Programa, que
mostra também um aumento expressivo no uso da programação
para capacitação dos professores.
N
36
Programa. Os dados obtidos com o questionário foram complementados com estudos de casos em 45 escolas de 15
municípios de 5 Estados: Amazonas, Mato
Grosso do Sul, Pernambuco, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
AVALIAÇÃO PERMANENTE
ILUSTRAÇÕES: RABISCOS
ove entre dez escolas têm o kit
de equipamentos da TV Escola. As desigualdades regionais
de cobertura foram praticamente eliminadas; as diferenças de
utilização foram reduzidas. A cobertura aumentou mais no Norte e Nordeste. Foi
também nestas duas regiões, junto com o
Centro-Oeste, onde cresceu o índice de
escolas que gravam programas, contra um
decréscimo no Sul e Sudeste. O índice de
gravação em todo o País é de 59%. A utilização é, no entanto, maior, considerando-se outras formas de acesso e aproveitamento das transmissões. É, além disso,
expressiva a aprovação ao conteúdo da
programação, com um aumento também
expressivo (59% para 80%) de seu uso
em atividades com professores, consideradas, em princípio, como de capacitação.
Estes são alguns dos principais resultados da mais recente pesquisa sobre a
TV Escola, realizada de outubro a dezembro de 1999, no quarto ano do Programa,
pelo Núcleo de Estudos de Políticas Públicas - Nepp da Unicamp, com o objetivo de medir a cobertura e desempenho
do Programa (ver também infográficos).
É a Avaliação da Implementação do Programa TV Escola, realizada por meio de
questionário aos diretores, aplicado a uma
amostra estratificada de cerca de 5.200 escolas públicas municipais e estaduais de ensino fundamental, estatisticamente representativa do universo de 45.591 escolas-alvo do
Esta é a sétima pesquisa realizada desde a fase piloto do Programa (ver box), de
acordo com plano de acompanhamento e
avaliação permanentes da Secretaria de
Educação a Distância do MEC, que busca
assim aperfeiçoar, corrigir rumos e realizar
intervenções mais efetivas na TV Escola,
orientadas pelo objetivo do Programa de
contribuir com a melhoria da qualidade do
ensino e a valorização do professor.
O aperfeiçoamento é buscado com diversas ações, que levam em conta a realidade das escolas, suas necessidades e
demandas.
Os programas que integram a grade
da programação, por exemplo, passaram
a ser selecionados, desde a fase piloto,
com o objetivo de atender à demanda
expressiva dos professores de usar a TV
Escola em atividades com os alunos, apesar de, por definição, o Programa ter-se
dirigido especialmente à capacitação docente. A primeira pesquisa da Unicamp,
de 1997, confirma: 59% das escolas declararam usar a programação em atividades com professores, 66% disseram fazer
isso em atividades com alunos. Nesta ter-
TVE SCOLA
ceira avaliação, os números praticamente
se igualam: 80% e 78%. E a grade tende,
por isso, a ser equilibrada para atender a
esta demanda.
O material impresso – como a Grade
da programação e a revista TV E SCOLA
–, produzido em escala crescente para
dar maior visibilidade à programação e
apoio direto ao trabalho do professor,
atende à demanda expressa em avaliações sobre o Programa e tem o reconhecimento das escolas: 77% o consideram “bom”.
Outro dado expressivo da nova pesquisa refere-se a outros modos de acesso
e aproveitamento das transmissões, diferentes do previsto: das escolas que têm
kit funcionando, 7% assistem aos programas no momento em que eles são transmitidos, 15% recebem fitas gravadas por
empréstimo e 2% recebem fitas gravadas
das secretarias de Educação.
DIFICULDADES
Quais as principais razões para não gravar os programas? Duas, de cinco, tiveram
aumento porcentual significativo no período 1997-1999: problemas técnicos no
equipamento (20%) e falta de fitas (55%).
A primeira resposta indica a possibilidade
de desgaste dos aparelhos após três ou quatro anos de uso (especialmente, aparelhos
de qualidade inferior) e problemas de manutenção. A segunda resposta mostra claramente que as escolas não conseguiram
adquirir fitas em quantidade suficiente, além
do pacote mínimo de dez, recebido com o
kit, para gravar um número sempre crescente de programas transmitidos.
Nas outras três razões alegadas para
não gravar (não tem ninguém para operar o equipamento, há problemas relacionados a tempo e horário e é difícil operar o equipamento), é expressiva a queda porcentual, numa indicação de que as
escolas estão aos poucos conseguindo
superar estas dificuldades.
Evolução por região
Escolas que receberam o kit em %
Região
1997 1998 1999 Taxa comparativa Taxa comparativa
1998-1999
1997-1999
Nordeste
Norte
Sudeste
Sul
Centro-Oeste
Brasil
68
73
82
84
87
78
84
88
93
95
95
90
88
88
93
94
93
91
+5
0
0
-1
-2
+1
+29
+21
+12
+12
+ 7
+17
45.591 escolas*
urbanas com mais de
cem alunos no ensino
fundamental
91%
95%
99%
das escolas com mais de
cem alunos no ensino
fundamental
reberam o kit
das escolas que
receberam o kit
têm o kit instalado
das escolas que
têm o kit instalado
têm o kit funcionando
59%
Este é o universo da pesquisa,
de acordo com critérios
estabelecidos pelo MEC para
implantação do Programa
TV Escola
* O universo da primeira pesquisa
da Unicamp, realizada em 1997,
foi de 41.979. A nova pesquisa
considera o aumento do número
de escolas urbanas de cem
alunos, de acordo com o Censo
Escolar de 1999.
das escolas que
têm o kit funcionando
gravam programas
15%
das escolas que têm o kit funcionando
2%
das escolas que têm o kit funcionando
7%
das escolas que têm o kit funcionando
13%
das escolas que têm o kit funcionando
recebem fitas gravadas por empréstimo
recebem fitas da Secretaria de Educação
estadual ou municipal
assistem aos programas no
momento em que são
transmitidos, sem gravá-los
não gravam, não assistem sem
gravar, não recebem fitas por
empréstimo, não recebem fitas
das secretarias
Estão em escolas que
gravam programas
529 mil
professores
13 milhões de
alunos
INCORPORAÇÃO
Alguns números indicam uma tendência de aumento na incorporação da TV
Escola à rotina escolar, como o cresci-
TVE SCOLA
37
mento do uso diário dos programas em
atividades com professores (74%, no período 1997-1999); o número de professores que usam os programas (todos, em
14% das escolas; mais da metade, em
19%); a existência de dois aparelhos de
TV e de videocassete (33%); a existência
de videoteca (70% das escolas) e a demanda por melhor capacitação para uso
pedagógico dos programas: 86% das escolas consideram insuficiente e inadequado o treinamento recebido até agora –
cifra sugestiva da intenção de utilizar o
recurso, mais e melhor.
Qual região grava mais
Evolução do número de escolas que
gravam programas em %
Região
1997 1998 1999 Taxa comparativa Taxa comparativa
1998-1999
1997-1999
Norte
Nordeste
Centro-Oeste
Sudeste
Sul
Brasil
48
46
63
73
64
61
58
49
69
74
65
64
57
49
66
64
59
59
A TV Escola já foi avaliada oito vezes em
quatro anos de existência. Estas são as outras
sete pesquisas:
1. Projeto de Apoio à Implementação, ao Acompanhamento e à Avaliação da TV Escola (novembro de 1995 a maio de 1997, divulgação
interna);
2. Pesquisa de Avaliação Qualitativa, da Fundação Cesgranrio (fase piloto: maio e junho
de 1996; pesquisa nacional: de setembro de
1996 a março de 1997, resultados publicados em TV da Escola, volume 1 da Série de
estudos);
3. Pesquisa de Avaliação dos Programas de
Descentralização de Recursos do FNDE / Programas de Apoio Tecnológico / TV Escola, do
Núcleo de Estudos de Políticas Públicas –
Nepp, Unicamp (abril e maio de 1997, resultados publicados pela revista TV ESCOLA, em
edição especial de dezembro de 1997);
4. Pesquisa Comparativa, do Nepp, Unicamp
(abril e maio de 1998, resultados publicados
pela revista TV ESCOLA, em edição especial de
julho de 1998 e na edição nº 12, de agosto /
setembro de 1998);
5. Pesquisa Controle de Qualidade do Censo
Escolar (outubro de 1997 e fevereiro de 1998,
resultados publicados pela revista TV ESCOLA,
em edição especial de julho de 1998 e na
publicação Controle de qualidade do Censo
Escolar, 1997, MEC / Inep);
6. Avaliação da revista TV E SCOLA (setembro /
outubro de 1998, divulgação interna);
7. Avaliação qualitativa da TV Escola (2º semestre de 1999 – divulgação interna).
38
+19
+ 7
+ 5
-12
- 8
- 3
Por que não se grava
Evolução em %
Razão
AS OUTRAS
PESQUISAS
- 2
0
- 4
-14
- 9
- 8
1997 1998 1999 Taxa comparativa Taxa comparativa
1998-1999
1997-1999
Não tem ninguém para operar
o equipamento
O equipamento apresenta
problemas técnicos
Problemas relacionados a
horário/tempo
A escola não tem fitas
É difícil operar o equipamento
55
48
43
-10
-22
28
27
34
+26
+20
37
16
18
35
20
9
30
25
10
-13
+21
+ 9
-19
+55
-43
Para que são usados
os programas
Evolução em %
Atividades
Com professores
Com alunos
1997
1998
1999
Taxa comparativa
1998-1999
Taxa comparativa
1997-1999
59
66
61
68
80
78
31
15
36
18
Quantas vezes são usados os
programas com alunos
Por região, em %
Periodicidade
Diariamente
Pelo menos uma vez por semana
Pelo menos uma vez por mês
A escola tem
videoteca?
em %
Sim
Não
N
NE
CO
SE
S
Brasil
31
33
9
16
35
11
16
41
14
11
32
23
14
34
18
15
34
17
2.757
programas exibidos
no período 1996-1999
70
25
TVE SCOLA
Quantas vezes são usados os
programas com professores
Avaliação do
treinamento
Escolas por região, em %
Escolas em %
Periodicidade
N NE CO SE
Diariamente
24 15
Pelo menos uma vez por semana 35 35
Pelo menos uma vez por mês
11 13
17
33
17
S
6 14
28 31
6 14
Brasil
Receberam e foi suficiente e adequado
12
Receberam, mas foi insuficiente e inadequado 86
12
31
20
O que os diretores acham
da TV Escola
Em %
Quantos professores
usam os programas
O conteúdo dos programas é bom
Os programas são adequados ao currículo
Os programas são eficazes para a capacitação dos professores
O conteúdo do material impresso é bom
Escolas em %
Todos os professores
Mais da metade dos professores
Cerca de metade dos professores
Menos da metade dos professores
Nenhum professor
14
19
15
33
16
77
68
67
77
O que as escolas acham
do material impresso?
Escolas em %
Quantos aparelhos
de TV
Bom
Regular
Ruim
Escolas em %
Um aparelho
Dois aparelhos
Três aparelhos
Mais de três aparelhos
Não possuem
40
33
13
9
5
Que contribuições a TV Escola
tem dado às escolas
Em %
Quantos aparelhos
de videocassete
Escolas em %
Um aparelho
Dois aparelhos
Três aparelhos
Mais de três aparelhos
Não possuem
77
10
1
44
33
11
5
7
Melhora na qualidade do trabalhos desenvolvidos
Melhora na aprendizagem dos alunos
Maior motivação por parte dos alunos
Maior entendimento da matéria dada
Maior motivação por parte dos professores
Melhoria na taxa de aprovação dos alunos
Maior assiduidade dos alunos
Não houve melhoria significativa
69
66
64
63
47
19
15
4
O que os diretores sugerem para
melhorar o desempenho do Programa
Em %
Treinamento para utilização
pedagógica dos programas
Instituição promotora em %
Secretaria Estadual de Educação 48
Secretaria Municipal de Educação 31
MEC
4
Outros
7
TVE SCOLA
Professores assumirem a tarefa de incorporar vídeo
Material impresso ser melhor utilizado
Coordenador pedagógico assumir as tarefas
Secretaria estadual nomear um técnico
Maior divulgação por parte do MEC
Prefeitura nomear um técnico
Central de gravação na Secretaria Estadual
Central de gravação na Prefeitura
Revezamento entre funcionários
Diretor da escola assumir as tarefas
73
40
34
31
21
19
19
18
14
10
39
++++++++++++++++++++++
○
○
○
○
○
○
○
TV ESCOLA
EM PORTUGAL
E ESPANHA
○
Brasil é tema de
Escola Aberta no feriado
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
História do 2º
vestibular de 2000
da UnB, realizado
em junho.
A TV Escola doou os direitos de transmissão das
séries 500 anos: Um novo
mundo na TV e 500 anos:
Brasil-colônia à Fundação
Luso-brasileira para o Desenvolvimento do Mundo
de Língua Portuguesa, com
sede em Lisboa.
Produzidas pela Fundação Joaquim Nabuco e o
MEC, as duas séries serão
transmitidas pela RTP (Rede
de Televisão Portuguesa) e
RPT 1.
Foram doadas também, à
Televisão Iberoamericana,
da Espanha, as séries PCN /
Projetos e PCN / Diários.
○
○
○
○
AGOSTO
Filme
5e6
Policarpo Quaresma
12 e 13
O cangaceiro
19 e 20
Corisco e Dadá
26 e 27
O tronco
○
○
SETEMBRO
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
Dia
Filme
2e3
Anahy de las Misiones
7
O Barão do Rio Branco
Parahyba mulher macho
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
Getúlio
30 e 1/10
○
○
○
23 e 24
○
A Revolução de 30
○
Joana Francesa
16 e 17
○
9 e 10
○
O povo brasileiro: o livro
○
○
○
○
Dia
Indicadores
para cursos de
graduação ou
pós-graduação
○
○
○
○
○
Em agosto e setembro,
a TV Escola transmite,
em Escola Aberta
Aberta,, mais filmes
da série Redescoberta do
cinema nacional, do Ministério
da Cultura.
A programação vai ao ar todos
os sábados, domingos e feriados,
às 16h e 21h (veja dias e filmes
ao lado). É especialmente
dirigida a encontros da escola
com a comunidade.
Os filmes O Barão do Rio
Branco e O povo brasileiro:
o livro complementam as atrações
programadas pela TV Escola para
o feriado de 7 de setembro,
Dia da Independência
(leia nota nesta seção).
○
○
MAIS FILMES PARA A COMUNIDADE
○
○
○
Leia também Outras atrações, pág. 16, Próximas
atrações e Mais filmes para comunidade, nesta seção.
○
○
O
Brasil é tema da programação da TV Escola no feriado de 7
de setembro, Dia da Independência. Aspectos da história e
da cultura do País são mostrados em vídeos e filmes de Escola
Aberta – segmento da programação especialmente dirigido ao
e n c o n t ro d a e s c o l a c o m a c o m u n i d a d e . S ã o m u i t a s a s a t r a ç õ e s ,
transmitidas das 8h às 23h: dois filmes da série Redescoberta do
cinema nacional, dois documentários do GNT e
Texto do caderno
da TV Escola Idade
programas produzidos pela TV Escola, da série de
do Brasil, que
documentários históricos Idade do Brasil e da série
complementa a
Escolhi viver aqui, em que imigrantes de diversas
série, foi objeto de
interpretação em
origens contam por que escolheram o Brasil e como
uma das questões
se fixaram no País.
da prova de
40
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”
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Paulo Renato Souza
Souza,
Ministro da Educação
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A diferença básica entre uma escola pública ruim e uma boa é o
nível de envolvimento da comunidade. Atrás de uma escola
pública de boa qualidade há uma APM forte,
uma diretoria engajada e o apoio da comunidade.
www
.mec.gov
.br/seed
www.mec.gov
.mec.gov.br/seed
○
“
Frase
Para quem for fazer graduação
ou pós-gradução em educação
a distância: veja página da
Secretaria de Educação a
Distância na Internet com a
regulamentação da área. Nesse
endereço, você encontra
também indicadores de
qualidade para escolher o
melhor curso.
TVE SCOLA
++++++++++++++++++++++
ESCOLAS
Próximas
atrações
GANHAM
MANUAL
MAIS LÍNGUA PORTUGUESA
Secretaria de Educação a
Distância - Seed começa a
distribuir
distribuir,, neste bimestre de
agosto / setembro, o Manual
de recepção da TV Escola
Escola..
A publicação informa e orienta
as escolas sobre como garantir
uma boa recepção do sinal da
TV Escola, como cuidar da
manutenção do kit e como
resolver problemas técnicos
que possam surgir na
utilização dos equipamentos,
destinados à recepção,
gravação e utilização dos
programas.
Os professores pediram, a TV Escola atendeu: estréia no próximo
bimestre a série PCN na escola /
Língua Portuguesa, com muitas
idéias e sugestões de atividades
orientadas pelos PCN.
A nova série complementa e
aprofunda a série PCN / Língua
Portuguesa.
M A I S M AT E M Á T I C A
Estréia no próximo bimestre a série Matemática interativa, que explora possibilidades de aprendizagem com auxílio do computador.
HISTÓRIAS DO BRASIL
GUIA DE PROGRAMAS
Quem ainda não tem deve receber
receber,, a partir de agosto, o Guia de
programas da TV Escola 1996-1999
1996-1999,, com quase 3 mil programas
transmitidos no período.
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EDUCAÇÃO PELA
TV NO PALÁCIO
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A televisão é usada como recurso
de ensino também no Palácio
Bandeirantes, sede do governo
paulista.
Cerca de 200 funcionários são
diariamente dispensados do
trabalho uma hora mais cedo
para acompanhar o Telecurso
2000 em telessas coordenadas
por duas professoras,
“Queremos que estas pessoas
sejam treinadas e capacitadas
para que, se algum dia quiserem
sair do Estado, tenham o ensino
médio concluído”, explica Sílvia
Regina Alessio, diretora de
Recursos Humanos do Palácio.
O Telecurso 2000, da Fundação
Roberto Marinho, é transmitido
também pela TV Escola, de 2ª a 6ª
feira, das 6h25 às 6h55.
Leia também Outras atrações, pág. 16, e Brasil é
tema de Escola Aberta no feriado, nesta seção.
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caixa postal 9659
CEP 70001-970
fax
(0_ _61) 410.9178
e-mail
[email protected]
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Estamos escolhendo um
slogan para a TV Escola.
Quer participar? Ainda há
tempo. O prazo para receber
sugestões foi ampliado até
30 de setembro. Mande a
sua, pelo Correio, por fax
ou Internet.
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TV ESCOLA,,
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Vêm aí, pela TV Escola, mais documentários sobre o Brasil, de um
pacote adquirido do GNT – canal
de TV a cabo da Globosat.
Os dois primeiros estão programados para o feriado de 7 de setembro: Futebol e Pierre Verger –
mensageiro entre dois mundos. Estréiam nos próximos meses: O Velho – Luiz Carlos Prestes, Cinco dias
que abalaram o Brasil, Os Nomes do
Rosa, Dossiê Chatô — O rei do Brasil, O Rio de Machado de Assis e Lendas amazônicas.
TVE SCOLA
41
PEDAGOGIA
Botânico. “Foram seis anos funcionando nessas
instalações, mas conseguimos o principal: desenvolver um modelo de trabalho voluntário”, orgulha-se Vera. Hoje, o Renascer dispõe de uma
casa no local, construída pelo Banco Icatu. Também conta com 1.600 associados que contribuem financeiramente, e 400 voluntários que
“põem a mão na massa”. Desde sua fundação,
a entidade já atendeu mais de 2 mil famílias.
social
Médica educa famílias pobres
que têm dificuldades para
cuidar dos filhos doentes.
vitar que as crianças de famílias pobres
que recebiam alta do Hospital da Lagoa,
na Zona Sul do Rio de Janeiro, retornassem dias depois, às vezes em pior estado de saúde. Este era o sonho da médica
carioca Vera Cordeiro. Ela fundou então o
Renascer, uma ONG não-assistencialista, com um
projeto e uma pedagogia que se transformaram
em modelo para outras iniciativas semelhantes.
Sua estratégia é preparar as famílias dos pequenos pacientes para recebê-los de volta, educando-as para sua reinserção profissional e social.
O trabalho começou em 1991, quando Vera,
que trabalhava no Hospital da Lagoa, percebeu
que as crianças que saíam curadas da internação não conseguiam se manter sadias em casa.
As mães não tinham como comprar alimentos,
nem remédios. “Algumas chegavam a implorar
que eu ficasse com a criança. Essas histórias
me causavam um enorme sofrimento. Não é possível ver isso tudo acontecendo e conseguir dormir à noite, sem fazer nada”, relata a médica,
hoje aposentada do serviço público.
Trabalhando com um grupo
de médicos e funcionários do
hospital, ela iniciou uma triagem
dessas famílias, identificando
as que se encontravam em situação mais crítica. O grupo começou a sair do hospital, procurando doações para os que
estavam em pior situação. “A
doença que chega até o hospital é apenas a ponta do iceberg.
Pneumonias, disenterias, infecções, tudo isso tem uma só
causa: a miséria”, lembra Vera.
Para funcionar independentemente do hospital, o grupo
foi ocupar um container e depois as ruínas da cavalariça da
mansão do falecido Henrique
Lage, no Parque Lage, Jardim
FOTO: JOÃO PAULO
E
OFICINAS DE APRENDIZAGEM
Em um primeiro momento, a instituição doa alimentos e remédios às famílias, oferecendo também ajuda psiquiátrica. Em seguida, pais e mães
são orientados para a recuperação profissional. Aos
pais que têm uma profissão, o Renascer doa instrumentos de trabalho e encaminha para oficinas
de aprendizagem, atualizando suas habilidades.
Os irmãos mais velhos dos pacientes têm aulas
de informática. As mães também aprendem ofícios como de manicure ou costureira. Muitas passam a produzir artesanato, vendido em bazares.
Tudo isso, porém, só é possível se as famílias se encaixarem em alguns critérios: renda menor que o salário mínimo, falta de condição própria para melhorar, desestrutura familiar e vontade de superar seus problemas. “As crianças que
estão no hospital ficam tuteladas enquanto a situação se estabiliza”, explica Vera. Depois de
seis meses, é feita uma nova avaliação.
Enquanto recebe ajuda material, a família também é orientada sobre saúde, vida comunitária
e cidadania. Além disso, é capacitada para se
tornar agente multiplicadora. Pais e mães passam a atuar como educadores em suas comunidades. “Quando você ouve o que a pessoa tem
a dizer, muitas vezes descobre que ela tem habilidades, já teve ou pode ter uma profissão, e
resgata a sua auto-estima. A partir daí, o indivíduo pode dar uma arrancada, sair da depressão e ganhar alguma renda”, diz Vera.
Hoje, o projeto tem réplicas em São Paulo e
no Recife — fora oito hospitais do Rio de Janeiro que trabalham no mesmo modelo. O sonho
de Vera é ver a idéia do Renascer multiplicada
em outras cidades.
Quem quiser saber mais sobre o projeto, associar-se ou
multiplicar a metodologia de trabalho da Associação Saúde
Criança Renascer pode ligar para (0_ _21) 286.9988 ou
286-9654, escrever para a Caixa Postal 34018, CEP
22462-970, Rio de Janeiro, RJ, ou pelo e-mail
[email protected]
Nome: Vera Regina Gaensly Cordeiro
Profissão: médica
Local de trabalho: Associação Saúde Criança Renascer
Cidade: Rio de Janeiro, RJ
Atividade preferida: cuidar das famílias de crianças doentes.
COMO USAR A TV ESCOLA
Como cuidar do videocassete
ATUALIZE SUAS INFORMAÇÕES
SOBRE A TV ESCOLA
O que é a TV Escola
• É um programa da Secretaria de Educação a Distância do MEC
para a melhoria da qualidade do ensino público. Com este objetivo,
transmite programação às escolas de ensino fundamental e médio,
dirigida à capacitação e aperfeiçoamento do professor, e também
ao seu trabalho em sala de aula.
• Transmitida a todo o País, a programação é captada por antena
parabólica. Os programas (inclusive os do Salto para o futuro, transmitidos ao vivo) devem ser gravados em fitas de
videocassete para utilização pelo professor.
• Os equipamentos para captação e gravação compõem o
kit tecnológico, adquirido pela escola, por intermédio da
Secretaria de Educação do Estado ou pelo município, com
recursos do salário-educação administrados pelo FNDE/MEC.
Como obter o kit
• As escolas das redes estaduais devem dirigir-se às secretarias de educação, e as escolas das redes municipais à prefeitura, para solicitar sua inclusão no projeto de aquisição
do kit, a ser encaminhado ao FNDE.
• Tem direito ao kit toda escola pública servida por energia
elétrica, com mais de cem alunos no ensino fundamental
(de acordo com o Censo Escolar do ano anterior à solicitação) e que ainda não tenha sido contemplada.
• A Secretaria de Educação Média e Tecnológica – Semtec
está realizando estudos para equipar as escolas de ensino médio.
O que compõe o kit
Antena parabólica
• Vazada, do tipo Focal Point, com 2,85 m de diâmetro, no
mínimo (esta medida pode variar conforme a localização
da escola).
• A antena deve ter LNB (Low Noise Block Down Converter) de 25º Kelvin, no máximo, e ganho de 38,3 ± 0.3 dBi
em 4.0 Ghz.
• Acompanha a antena receptor de satélite manual, com filtro de 18 MHz.
Televisor
• Em cores, bivolt (110V e 220V), com controle remoto, tela
de no mínimo 20 polegadas e suporte de parede para televisor, videocassete e receptor.
Videocassete
• 4 cabeças, bivolt, com controle remoto, sistema NTSC/PALM.
Estabilizador de voltagem
• 2 KVA, no mínimo.
Fitas
• VHS, de 120 minutos.
Como montar o kit
• A instalação dos equipamentos deve ser feita por técnico
autorizado pelo fornecedor. Um mau posicionamento da
antena, por exemplo, pode comprometer a qualidade do
sinal recebido do satélite.
• É necessário verificar se todos os equipamentos têm manuais
de uso e conferir prazos de garantia.
• Desligue o vídeo da tomada sempre que estiver chovendo
muito forte ou em caso de corte de energia. Descargas elétricas
provocadas por raios ou o retorno da energia podem queimar o equipamento.
• Evite avançar (FF) ou voltar (REW) com a imagem na tela.
O excesso de atrito entre a cabeça do videocassete e a fita
causa estragos. Pare (STOP) antes de adiantar ou voltar a fita.
• Evite congelar a imagem (PAUSE) por muito tempo. Isso também produz atrito entre a fita e a cabeça de gravação.
• Chuviscos na imagem podem indicar que o cabeçote de gravação está gasto, sujo, ou o vídeo danificado. Podem indicar também falta de ajuste do vídeo. Neste caso, acione o
botão TRACKING.
Como cuidar das fitas
• Guarde-as na posição vertical, em local protegido de sol,
umidade e poeira, distante de campos magnetizados, como
motores ou transformadores.
• Rever as fitas periodicamente ajuda a evitar fungos.
• Rebobine (volte ao início) a fita toda após usá-la.
Como sintonizar a TV Escola
• Antes de ligar a televisão e o vídeo, verifique se estão na
voltagem certa.
• O receptor do satélite deve ser colocado em polarização
horizontal.
• Alguns receptores têm ajuste com o número do transponder (canal do satélite). Nos modelos com opções de 1 a 24,
deve ser escolhido o nº 3.
• Em outros receptores a sintonia é feita pela freqüência de
recepção direta do satélite, de 3.700 a 4.200 MHz. Devese escolher 3.770 MHz.
• Outra possibilidade de sintonia é a freqüência intermediária em receptores digitais. Deve-se escolher 1.380 MHz.
• No vídeo, é sintonizado o canal 3 ou 4, ou o que estiver
livre na sua cidade.
Problemas de recepção
• Confirmar se os equipamentos estão de acordo com as especificações indicadas por este manual.
• Se houver problemas na recepção, deve-se insistir com o técnico
autorizado para que verifique o posicionamento da antena e
a sintonia correta do receptor e dos outros aparelhos do kit.
• Persistindo a má recepção do sinal, deve-se pedir orientação
ao coordenador da TV Escola na Secretaria de Educação do
Estado, ou ligar para o Programa Fala Brasil: 0800-61.6161.
Como conhecer a programação
• Os programas da TV Escola de cada mês estão em um cartaz
com a Grade da programação, distribuído às escolas – dois
cartazes por bimestre, referentes a dois meses de programação.
• Os cartazes devem ser afixados em local de fácil acesso a
todos os professores e alunos.
• As Grades são reproduzidas em encarte solto na revista
TV ESCOLA e estão também disponíveis no site da TV Escola na Internet: www.mec.gov.br/seed/tvescola.
• A programação de reprise está na Grade de férias, distribuída às escolas em cartaz especial.
Como é organizada a programação
• Os programas da TV Escola são transmitidos em quatro faixas:
Ensino fundamental, Ensino médio e Salto para o futuro, de
segunda a sexta-feira; e Escola aberta, aos sábados.
CONTINUA NA PÁGINA 43
COMO USAR A TV ESCOLA
• A programação dirigida ao ensino fundamental é organizada em áreas temáticas ou programas (Vendo e aprendendo)
sobre determinado tema.
• A programação dirigida ao ensino médio é organizada em
programas que integram mais de uma área temática, favorecendo a interdisciplinaridade (Como fazer?), ou programas com debates e documentários (Ensino legal e Acervo).
• Entre Ensino fundamental e Ensino médio, a TV Escola transmite
Salto para o futuro, com programas ao vivo sobre temas dos
dois níveis de ensino, produzidos especialmente para professores e dirigentes das escolas.
• Escola aberta, com transmissão aos sábados, tem programação especial para a escola e a comunidade.
• A Grade da programação está organizada por dia de transmissão, horário, faixa, área temática e programas; resume
a programação de cada dia e dá os tempos de duração dos
programas.
Quando gravar
• A programação da TV Escola é transmitida de segunda a
sexta-feira. Para facilitar as gravações, é repetida em quatro horários para o ensino fundamental, três para o ensino
médio, três para o Salto para o futuro. Aos sábados, Escola
aberta tem transmissão em quatro horários.
• Para conhecer todos os horários, consulte a Grade da programação.
• Nas férias, é reprisada a programação do semestre anterior:
a cada horário de transmissão corresponde um dia da programação.
• Se você perdeu um programa transmitido durante o ano letivo,
procure-o na Grade de férias.
Como gravar os programas
• No horário escolhido, ligue os equipamentos; sintonize TV
e vídeo.
• Coloque a fita no início e o contador (COUNTER) no zero.
• Aperte REC e PLAY ao mesmo tempo. Esse procedimento
vale para a maioria dos equipamentos.
• Para programar a gravação, consulte o manual de uso do vídeo.
Como organizar o uso das fitas
• Volte a fita ao início e zere o contador.
• Assista desde o começo, anotando em que número do
contador começa cada programa gravado.
• No início de cada programa há uma claquete com dados
para catalogação.
• Faça uma etiqueta e cole na lombada da fita, para sua
identificação.
• Faça fichas por assunto, tema, número da fita ou do modo
mais útil para organizar a videoteca. Evite organizar apenas por data de gravação.
•A classificação adotada pela Grade da programação e pelo
Guia de programas é uma referência possível para a organização da videoteca (ver Como consultar os programas).
Como usar os programas
• Os programas da TV Escola podem ser usados – a critério
do professor, orientador, coordenador ou diretor – como
recurso para capacitação e aperfeiçoamento, como instrumento de apoio às aulas e em atividades de recuperação e aceleração de estudos.
DIRETORA: NÃO FIQUE SEM
A TV ESCOLA. FAÇA SEGURO
DOS EQUIPAMENTOS.
Como consultar os programas
• A TV Escola tem um Guia de programas, já em segunda edição,
que está sendo distribuído às escolas, para facilitar a consulta e o uso dos programas transmitidos e gravados.
• O Guia é também uma referência para as escolas organizarem suas videotecas (ver Como organizar o uso das fitas)
• O novo Guia contém programas transmitidos de 1996 a 1999,
resumidos e organizados em 15 áreas temáticas.
ATENÇÃO: O MEC NÃO DISTRIBUI FITAS
Como aprofundar os temas tratados
• Algumas séries de programas produzidas pela TV Escola são
acompanhadas pelos Cadernos da TV Escola, que complementam e aprofundam os temas tratados nas séries.
Como acompanhar o trabalho
de outros professores
• A revista TV ESCOLA publica reportagens sobre experiências
de professores com a TV Escola, dá sugestões de atividades para o trabalho com os programas e trata de outros assuntos
de interesse do professor.
• A revista acompanha e registra também o trabalho de professores que participam do Programa Nacional de Informática
na Educação – ProInfo, do Programa de Formação de Professores em Exercício – Proformação, ou que estão envolvidos na Reforma do Ensino Médio.
• A Secretaria de Educação a Distância – Seed distribui a revista
TV ESCOLA a todas as escolas participantes do Programa TV
Escola; cada escola recebe de 2 a 12 exemplares, proporcionalmente ao número de alunos.
• É muito importante que a revista circule entre todos os
professores.
• Escolas que não estiverem recebendo a revista devem pedir cadastramento à Seed, por carta, fax ou e-mail (ver
endereços em Como se manifestar e tirar dúvidas)
• A cada dois meses, as escolas recebem, junto com as grades da programação, um cartaz de divulgação que resume a revista do bimestre e deve ser afixado em local bem
visível para todos os professores.
Como ampliar o conhecimento
de alguns assuntos
• Os livros da Série de estudos / Educação a distância completam a linha editorial de apoio dos programas desenvolvidos pela Secretaria de Educação a Distância do MEC, com
textos de estudos na área da educação a distância e novas
tecnologias para a educação.
COMO SE MANIFESTAR E TIRAR DÚVIDAS
Escreva para a TV Escola
Ministério da Educação / Secretaria de Educação a Distância
caixa postal 9659 – CEP 70001-970, Brasília, DF
fax: (0xx61) 410.9178
e-mail: [email protected]
site: www.mec.gov.br/seed/tvescola
Ou ligue para
o
Programa Fala
Brasil:
0800.61.6161
(ligação gratui
ta)

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