penedo muda com a tv escola penedo muda com a tv escola

Transcrição

penedo muda com a tv escola penedo muda com a tv escola
PUBLICAÇÃO FINANCIADA COM RECURSOS DO BIRD E DO SALÁRIO-EDUCAÇÃO, ADMINISTRADOS PELO FNDE. APOIO: PNUD
Nº 19 MAIO/JUNHO 2000
Professora Edna com
alunos ciganos.
PENEDO
MUDA COM A
TV ESCOLA
Cidade
Cidade alagoana
alagoana abre
abre escolas
escolas àà comunidade,
comunidade,
usa
usa Fundef
Fundef ee melhora
melhora seus
seus índices.
índices.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRET
ARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
SECRETARIA
Leia
na revista
TV Escola
de maio /
junho
Programação
TV Escola
transmite o
Telecurso 2000
Nova atração para professores e alunos
na TV Escola: o Telecurso 2000, todos os
dias, das 6h25 às 6h55.
Nº 19 MAIO / JUNHO 2000
Experiências
RECEITA DE SUCESSO
LEIA MAIS NA REVISTA TV ESCOLA, SEÇÃO, PÁG. 40
astando mais de 25% do orçamento municipal e aplicando recursos do Fundef, Penedo, em
Alagoas, recuperou sua rede de ensino,
com bons resultados. De 1996 a 1999, a
repetência caiu de 44% para 17%.
A evasão, de 30% para 5,6%. Os professores agora têm concurso, plano de
carreira, avaliação e cursos de capacitação. Os salários aumentaram. Mais da
metade da rede tem centros de convivência, equipados com a TV Escola e
abertos à comunidade.
A utilização da TV Escola nas aulas se
intensificou. O programa Temas Transversais / Pluralidade Cultural , dos Parâmetros Curriculares Nacionais, motivou,
por exemplo, uma atividade em que
alunos de 7ª série recuperaram a história de Penedo, já chamada de Atenas
do Baixo São Francisco. Verminose, da
série Viva legal, contribuiu para a discussão de uma questão de saúde importante na região.
Mães de alunos passaram a acompanhar e debater a programação de sábado da TV Escola – a Escola Aberta –
por causa dos filhos. Eles chegavam em
casa dizendo: “Mãinha, eu vi na televisão da escola.”
G
Rádio-Escola
MEC apóia
Alfabetização
Solidária
A Secretaria de Educação a Distância do
MEC apóia o programa Alfabetização Solidária, do Comunidade Solidária. Está produzindo, para isso, onze programas de rádio, que atingirão 200 municípios do Norte e Nordeste.
LEIA MAIS NA REVISTA TV ESCOLA, PÁG. 30
E tem mais
Cem anos
de Anísio
No centenário de Anísio Teixeira (19001971), a TV ESCOLA relembra as principais idéias
e o trabalho desse educador, um dos mais
importantes e produtivos da história do País.
LEIA MAIS NA REVISTA TV ESCOLA, PÁG. 38
Entrevista
“ ”
PUBLICAÇÃO FINANCIADA COM RECURSOS DO BIRD E DO SALÁRIO-EDUCAÇÃO, ADMINISTRADOS PELO FNDE. APOIO: PNUD
OS NÚMEROS
MOSTRAM QUE
A SITUAÇÃO
MELHOROU
Maria Helena Guimarães, presidente do
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais – Inep, faz um raio-X da situação do ensino brasileiro a partir de dados coletados pela instituição.
Enisabel prepara bolo de macaxeira (mandioca) com seus alunos de Penedo: “Ajuda na Matemática e na Língua Portuguesa”.
DESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO
PLURALIDADE CULTURAL
ESCOLA / EDUCAÇÃO
21 de junho
9 de maio
Série de programas sobre imigrantes de
diversas origens, que escolheram o Brasil
como sua terra de adoção.
Série sobre os Parâmetros Curriculares Nacionais aplicados ao dia-a-dia dos professores.
FILOSOFIA
LÍNGUA PORTUGUESA
5 e 6 de junho
22, 23 e 24 de maio
A discussão da Filosofia e de sua importância na construção do pensamento humano.
Programa da série Além-mar sobre afinidades e diferenças das culturas que utilizam a língua portuguesa.
ESCOLHI VIVER AQUI
E TEM MAIS:
• JORNALISTA LIDERA VOLUNTÁRIOS CONTRA REPETÊNCIA
E EVASÃO.
LEIA
RITUAL
M. C. ESCHER – CÉU E ÁGUA
29 e 6 de junho
Curta-metragem com imagens do artista
plástico holandês Escher, o “poeta do impossível”.
as dicas de
trabalho nos
Destaques
da programação
da revista
LÍNGUA PORTUGUESA
ORTO E GRAFIA
11 de maio
Série que trabalha com dificuldades ortográficas e modos de superá-las.
OUTRAS ATRAÇÕES
Seis cidades vistas a partir relatos de moradores ou visitantes ilustres.
MEIO AMBIENTE
Doze programas para estudos e atividades a
propósito de 5 de junho, Dia do Meio Ambiente, com destaque para:
• O grande rio
• O homem que plantava árvores
ÉTICA
HISTÓRIA
E MAIS:
17 de maio
25 de maio
Seis episódios mostrando, entre outros aspectos, a violência do dia-a-dia e como é
possível combatê-la.
Três vídeos sobre a diversidade, o contraste
e as numerosas imagens do Brasil.
LITERATURA / GEOGRAFIA
CIDADES SONHADAS, CIDADES REAIS
19 e 20 de junho
DIREITOS HUMANOS
LITERATURA
• BRASILEIROS E PORTUGUESES FAZEM POESIA PELA INTERNET.
GRAVE
os programas
MATEMÁTICA
• BRAVA GENTE BRASILEIRA, ESPECIAL DA REVISTA TV ESCOLA.
• ESCOLAS TÊM AGORA PCN COM ARTE.
CONVÍVIO ESCOLAR
O TEMPO DOS FILÓSOFOS
TV ESCOLA: O ensino brasileiro está melhor?
Maria Helena: Vários indicadores mostram que a situação melhorou. Por exemplo: em 1991, de cada 100 alunos que ingressavam no ensino fundamental, apenas
38 concluíam a 8ª série. Hoje, de cada 100
que ingressam, 65 concluem.
TV ESCOLA: Não dá para andar mais rápido?
Maria Helena: Em educação, tudo é a
médio e longo prazo. Temos 36 milhões
de alunos no ensino fundamental; uma população igual à da Argentina.
LEIA MAIS NA REVISTA TV ESCOLA, PÁG. 32
LEIA MAIS NA REVISTA TV ESCOLA, PÁG. 22
POESIA
12 de junho
Personalidades como o poeta Ferreira
Gullar e o compositor Caetano Veloso falam sobre seu trabalho.
A IDADE DO BRASIL
•
•
•
•
•
EDUCAÇÃO ESPECIAL
O LUTADOR
8 de junho
A luta de Gimp, aluno portador de necessidades especiais, que faz questão de freqüentar escolas comuns. E se forma na
Universidade.
Encontro marcado com a Arte
Programado para morrer
Zoom cósmico
Estressanimal
Aurora na Praça da Paz Celestial
LEIA MAIS NA REVISTA TV ESCOLA, PÁG. 8
MATEMÁTICA
TIK TAK TOK
6 de junho e 26, 27, 28 e 29 de junho
Série de programas que propõem desafios
matemáticos. Uma espécie de fliperama
didático.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CARTA DO EDITOR
Presidente da República Federativa do Brasil
Fernando Henrique Cardoso
Ministro da Educação
Paulo Renato Souza
Secretário-Executivo
Luciano Oliva Patrício
Secretário de Educação a Distância
Pedro Paulo Poppovic
PROGRAMA TV ESCOLA
MUITO MELHOR
Ministério da Educação
Secretaria de Educação a Distância
Conselho editorial
Avelino Romero Simões Pereira
Carmen Moreira de Castro Neves
Cícero Silva Júnior
Claudia Rosenberg Aratangy
Iara Glória Areias Prado
José Roberto Sadek
Lilian Oswaldo Cruz
Pedro Paulo Poppovic
Rogério de Oliveira Soares
Tania Maia Magalhães Castro
Vera Lucia Atsuko Suguri
Coordenador editorial
Cícero Silva Júnior
Edição
ESTAÇÃO DAS MÍDIAS
[email protected]
Editor
Claudio Pucci
Produtora
Márcia Maykot
Repórter especial
Rosangela Guerra
Colaboradores
Ana Lagôa, Doris Fleury,
Elvira de Oliveira, Luci Ayala,
Rachel Dantas, Rita Freire
Fotógrafos
Norberto Avelaneda,
Washington Alves Ribeiro
Projeto gráfico
Elifas Andreato
Edição de arte e produção gráfica
Casa Paulistana de Comunicação
Editoração
Maria Aparecida Alves da Silva,
Narjara Salomão Lara Teixeira,
Thaís de Bruyn Ferraz
Digitalização de imagens
Paulo Ladeira
Revisão
Fábio Furtado
Fotolito
Spell
Impressão
Posigraf
A REVISTA TV ESCOLA É UMA PUBLICAÇÃO BIMESTRAL
DA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA DO MEC,
COM APOIO DO PNUD — PROGRAMA DAS
NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA DO MEC
caixa postal 9659
CEP 70001-970, Brasília, DF
fax: (0_ _61) 410.9178
e-mail
[email protected]
[email protected]
site: www.mec.gov.br/seed/tvescola
TIRAGEM DESTA EDIÇÃO: 300 MIL EXEMPLARES
N
ão há receita única, absoluta, que sirva a todos,
sem considerar a diversidade de males e
paladares. Sem permitir que se mude a dosagem
do remédio conforme a reação do paciente.
Ou que se acrescente sal ou pimenta ao gosto
de cada um. A melhor receita é múltipla, tem
vários modos de preparar. Alguns ingredientes, no entanto,
são básicos, como mostra Uma receita de sucesso,
reportagem de Experiências desta edição.
A cidade alagoana de Penedo, na fronteira com Sergipe,
decidiu reconstruir o ensino em sua rede municipal. Usou
para isso 26% de seu orçamento (1% acima do mínimo
previsto pela Constituição) e recursos do Fundef. Aumentou
o salário dos professores, abriu concurso, criou plano de
carreira, curso de alfabetização para jovens e adultos e
estimulou os leigos a completar sua formação. Nas escolas
que têm kit da TV Escola, abriu centros de convivência,
para professores e alunos, que já conhecem melhor sua
história graças a trabalho com os Parâmetros Curriculares
Nacionais, os PCN. E convidou a comunidade para
participar. Em três anos, os índices de evasão e repetência
despencaram, o número de matrículas aumentou.
A receita está dando certo.
“Longe de onde gostaríamos de estar, mas muito
melhor do que estávamos”, diz o ministro Paulo Renato
Souza ao avaliar a educação no País.
“Alguns indicadores mostram que a situação melhorou”,
confirma, na entrevista, Maria Helena Guimarães,
presidente do Inep, que controla os principais
mecanismos de avaliação do ensino.
Como dizia o educador Anísio Teixeira (1900-1971), um
dos grandes reformadores da educação no Brasil:
“Tudo está a mudar e a se transformar.”
Claudio Pucci
Neste
número
Nº19
MAIO
JUNHO
2000
5
8
CARTAS
A professora Regina Loureiro, de
São João do
Meriti, RJ, conta
como faz
interdisciplinaridade,
trabalhando com
livros e vídeos.
22
EXPERIÊNCIAS
Penedo, Alagoas, dá sua
receita para aumentar o
salário dos professores,
reduzir a repetência e a
evasão, e aumentar o número
de matrículas.
3 8 HISTÓRIAS
DA
EDUCAÇÃO
O trabalho do educador
Anísio Teixeira (1900-1971),
que ajudou a criar uma
escola nova no Brasil.
TEM MAIS
4 0 ERevista
especial dos 500
anos, cadernos, livros,
Telecurso 2000, próximas
atrações da TV Escola.
E tem mais.
DESTAQUES DA
PROGRAMAÇÃO
20 programas e séries, com
muitas dicas para capacitação
de professores e atividades em
sala de aula.
21
30
RÁDIO ESCOLA
Seed apóia Alfabetização
Solidária com projeto
experimental.
ENSINO MÉDIO
Novo recurso da TV Escola
para apoiar os professores:
fichas com comentários e
sugestões de trabalho.
FOTO DA CAPA: WASHINGTON ALVES
3 2 ENTREVISTA
A presidente
do Inep,
Maria Helena
Guimarães,
apresenta
números que
mostram: a
situação do
ensino
melhorou.
4 2 ÚLTIMA
Jornalista
lidera
voluntários
contra a
repetência e
a evasão.
PÁGINA
“Lu, estamos na
revista!”
A revista TV ESCOLA foi sempre esperada aqui no Instituto de Educação
do Paraná. Mas nunca foi tão esperada como no início deste ano, em virtude da possibilidade de conter uma
reportagem sobre o nosso trabalho.
Normalmente as revistas chegam às
minhas mãos ainda fechadas, no plástico, para que eu possa destiná-las,
mas desta vez foi diferente. Quando
voltei das férias, fui recebida pelos colegas com sorrisos, abraços e... lá estava a revista TV ESCOLA, escancarada,
passando de mão em mão. “Lu, estamos na revista!” foi o que eu mais ouvi.
Fiquei real e duplamente feliz. Primeiro porque me sinto orgulhosa de
divulgar um trabalho ao qual me dedico há algum tempo, com afinco. E também porque ver nossa escola retratada na reportagem injetou novo ânimo
e credibilidade às nossas ações. E,
falando francamente, todo mundo leu
a revista inteirinha (até aqueles professores que nunca tinham lido nenhum
exemplar), e sabem o que eu ouvi desta vez? “Olha, essa revista é mesmo
boa, tem assuntos interessantes.”
Assim, cumpre-me dizer aos queridos editores, bem como à gentilíssima repórter Rosangela Guerra, um
“muito obrigado” do fundo do coração.
Não só por divulgarem nosso trabalho,
mas por oferecerem subsídios para
que ele possa ficar cada vez melhor.
Estamos todos desafiados a mostrar outro trabalho de qualidade nesta
revista. Aguardem!
Aproveito a ocasião para solicitar
o envio de mais duas coleções dos Cadernos da TV Escola e da Série de Estudos/Educação à distância, para que eu
possa disponibilizá-los a todas as
coordenações pedagógicas que me
pediram (temos quase 3.000 alunos e
cerca de 200 professores).
Por conta da euforia de ver nossa
escola na revista, os professores se
tornaram mais interessados em outros
materiais da TV Escola.
Muito obrigada.
Luciana de Luca Dalla Valle
Coordenadora da TV Escola e
Salto para o Futuro
Instituto de Educação do Paraná
Professor Erasmo Pilotto
Curitiba, PR
Também esperamos por mais experiências do Instituto de Educação do Paraná, Lu, para que possamos mostrá-las
a seus colegas de todo o País.
Sobre seu pedido: estamos enviando as publicações que ainda não estão
esgotadas.
Eu quero
fazer intercâmbio
Trabalho na pré-escola Soletrando,
com uma sala de Maternal 1. Me formei em Magistério em 1997 e fiz curso adicional em Educação Infantil no
ano passado. Este ano, estou acompanhando Salto para o Futuro e vi a série Parâmetros Curriculares Nacionais.
Obtive conhecimentos sobre a TV
ESCOLA e sobre a revista. Sendo assim,
tenho grande interesse em recebê-la,
para conhecer melhor este material
novo e atual no âmbito da educação.
Proponho-me a fazer intercâmbio
com professores de Educação Infantil,
principalmente de Maternal 1, que possuam idéias de atividades e materiais
novos para fazer trocas nesse sentido.
Priscilla Tisse Zacchi
Pré-Escola Soletrando
Curitiba, PR
Você já foi cadastrada para receber a
revista, Priscilla.
Para quem quiser fazer intercâmbio
com a professora, o endereço é:
Rua Maria da Luz Laynes de Andrade, 24, Cotolengo, CEP 81220-280, Curitiba, PR.
Obrigada, muito
obrigada
Não poderia deixar de escrever
esta carta elogiando e parabenizando
o trabalho da TV Escola, principalmente os programas Salto para o Futuro, a
série Redescoberta do cinema nacional,
os episódios de Meio Ambiente, Direitos Humanos e os clips de Além-mar.
Essa programação tem enriquecido o meu trabalho e complementado
minha formação acadêmica. Valorizo
também a oportunidade que tive de
assistir a palestras, principalmente na
área de História e Educação. Tenho
certeza de que, sendo uma professora do interior de São Paulo, jamais teria a oportunidade de conhecer tantas
personalidades sem a TV Escola.
Tenho hoje o orgulho de conhecer
razoavelmente os Parâmetros Curriculares Nacionais do ensino fundamental e médio, pois já acumulei mais de
120 horas de gravações, numa videoteca respeitável.
Coordenei em minha escola o projeto de Meio Ambiente, por isso comprei uma parabólica. Em casa, ficaria
mais fácil acompanhar a programação
e escolher os programas do meu interesse. Para o sucesso de meu trabalho, apliquei muitos exercícios sugeridos por essa programação e outros.
Obrigada, muito obrigada. Sou professora de História da E. E. Prof. Dorothóveo Gaspar Vianna. Como tive
um bom desempenho em concurso,
vou mudar-me para a E. E. Dr. Francisco Gomes da Silva Prado, que é
bem mais próxima de minha casa.
Antonia Maria Pieve
Escola Dorothóveo Gaspar Vianna
Jacareí, SP
É muito bom saber que a programação da TV Escola teve um efeito tão positivo em seu trabalho e crescimento profissional. Continue conosco. E parabéns
pelo resultado no concurso.
O professor
não vai
desaparecer
Como num conto de ficção, os professores estão num poço sem fundo –
sendo gradualmente diminuídos em tamanho. Esses mestres, ante o pavor
das torvas ficções, se encontram diante
dos meios de comunicação moderna,
sendo focados num painel inequivocamente sacana, que os torna cada vez
menores.
Todas as luzes da ribalta foram usadas para diminuir a figura do professor.
Mas não se desesperem. A figura
quase inócua do mestre não vai desaparecer do cenário. Como previa o
grande educador baiano Anísio Teixeira, seremos transformados em guias
e estimuladores do estudante. Prescindir do professor amanhã? De forma
alguma. A maioria dos dirigentes da
educação ainda pensa como Guimarães Rosa: mestre não é aquele que
sempre ensina, mas aquele que, de
repente, aprende.
Faremos mostra
da TV Escola
Nos dias 30 e 31 de outubro deste
ano, realizaremos a Mostra TV Escola, já agendada com todas as unidades escolares de Senador Canedo.
Benedita Pereira Lemes
Senador
Canedo, GO
Como consigo
os equipamentos?
Em 1996, quando estudava numa
escola estadual, na sede do município
em que moro, ouvi falar pela primeira
vez na TV Escola. Um kit desse material estava sendo enviado à minha comunidade, no interior.
Mas, no fim, só chegou uma parabólica, um receptor e uma televisão. Em pouco tempo a televisão
teve problema. Um funcionário da
Secretaria Municipal de Educação
levou-a para consertar e não devolveu mais.
Hoje, sou diretor da Escola Municipal São Sebastião, na comunidade
à qual me referi. Enfrentamos muitas
dificuldades, por estarmos na zona rural e não termos nenhum curso de capacitação por parte da Secretaria Municipal de Educação.
Lendo uma revista TV ESCOLA —
edição especial de dezembro de 1997
— fiquei sabendo como obter o kit,
mas não confio nos meios que me foram citados. Por esse motivo estou escrevendo diretamente à revista. Tenho
certeza de que serei atendido.
Edvaldo Nepomuceno
Marcos Paulo da Costa
Colégio Rui Barbosa
Rialma, GO
Escola São Sebastião, Vila Copatana,
Jutaí, AM
COMENTÁRIOS, CRÍTICAS,
DÚVIDAS, SUGESTÕES,
RELA
TOS DE EXPERIÊNCIAS,
RELAT
PROPOST
AS DE
PROPOSTAS
INTERCÂMBIO COM
SEUS COLEGAS
Procure a coordenadora estadual de
educação a distância do Estado do Amazonas, professora Cecília Ferreira da Silva, na
Secretaria Estadual de Educação, Av. Perimetral D, 1984, Japim II, CEP 69076-830,
Manaus, AM. Tel. (0_ _ 92) 237. 5734.
O que fizemos
com o Salto
Com o intuito de termos cada vez
mais consistência no caminho a ser trilhado, e na busca incessante pela melhoria na qualidade de ensino, é de suma
importância estarmos sempre bem informados. E a TV Escola, juntamente com
essa maravilhosa revista, nos permite
responder a qualquer dúvida.
Estamos enviando em anexo uma
pequena amostra de trabalhos realizaMINHA EXPERIÊNCIA
Dez anos de
interdisciplinaridade
Sempre que leio a revista TV ESCOLA passo a conhecer novas experiências educacionais e vejo como ainda existem professores que acreditam num mundo melhor.
Sou professora da rede estadual
na Baixada Fluminense. Com o apoio
da direção e de uma equipe formidável de professores e alunos, durante
dez anos temos desenvolvido um trabalho de interdisciplinaridade — mesmo na época em que esta nomenclatura não era conhecida do professorado.
O projeto por nós desenvolvido
tem o nome de “Leu, escreveu, dançou...” Tudo começa após longa pes-
ESCREVA
SUA P
ALA
VRA
PALA
ALAVRA
É IMPOR
TANTE
IMPORT
POR CORREIO
Caixa Postal 9659,
CEP 70001-970, Brasília, DF
POR FAX
(0_ _61) 410.9178
POR E-MAIL
[email protected]
.br
[email protected]
dos nos telepostos das escolas Centro de Ensino Fundamental Luzia Maia
e Escola Celso Mariz. São trabalhos
baseados no Salto para o Futuro.
O sucesso coletivo depende de
cada esforço individual. Parabéns à
família TV Escola.
Arquecelina M. Sá
Superintendente de Teleducação
da 8 o Região de Ensino
Catolé do Rocha, PB
Parabéns, professora, pelos resultados de sua Superintendência.
MBÉM SEU
MANDE TA XPERIÊNCIA
E
RELATO DEUBLICAÇÃO.
PARA P
quisa dos professores, alunos e
coordenação. Um tema é escolhido,
fazemos a seleção de livros e vídeos
existentes na biblioteca de nossa escola, e o assunto é explorado em cada
disciplina por alunos divididos em grupos. Quando o tema já está amplamente dominado pelos alunos, o grupo apresenta seu trabalho em forma
de vídeo, peça, dança, música ou seminário. Os melhores trabalhos são
selecionados para a culminância (um
dia de festa), quando montamos uma
grande discoteca. Temos apresentações de bandas formadas pelos alunos e exposição de trabalhos, onde
verdadeiros artistas plásticos mostram suas primeiras obras.
Para finalizar apresentamos uma
coreografia baseada no tema, com fi-
Cresço a cada edição
da revista
Parabéns! Parabéns! Parabéns! Estou ansiosa para ver as novidades da
próxima edição da revista TV ESCOLA,
pois, cada vez que leio uma nova edição, cresço muito... Tenho até a impressão de que sou professora caloura. Pois
na verdade a revista é o máximo!
Vou enviando fotos que registram
a última peça teatral apresentada aqui
na escola, em novembro de 99. É impossível mandarmos fotos de todos
os acontecimentos, não dispomos de
Com o projeto “Leu, escreveu, dançou...”,
a escola vira um grande cenário.
gurinos confeccionados pelos alunos
e professores.
Toda a escola se transforma num
grande cenário, elaborado e decorado pelos alunos. Há venda de ingressos, com renda revertida para a formatura da 8ª série.
recursos e de materiais adequados, mas
conto com o apoio de vocês, o que já é
uma grande vitória.
Maria do Socorro da Silva Costa
Escola Estadual Profa. Oneide S. Tavares
Marabá, PA
Obrigado pelas fotos, os trabalhos e os
elogios.
ERRAMOS
O programa Confidências do Rio das Mortes,
transmitido no dia 7 de abril, é uma realização da
Grifa Cinematográfica e não do Itaú Cultural,
como publicamos na seção Destaques da
programação da edição março/abril de 2000.
É um trabalho árduo, que leva três
meses; mas os seus frutos podem ser
verificados pelo rendimento que nossos
alunos obtiveram em avaliações da Cesgranrio e pela projeção que o projeto alcançou junto à imprensa. O grupo de
dança formado para esse projeto também evoluiu e hoje apresenta-se em teatros e clubes, tendo inclusive representado o nosso município, com o apoio da
prefeitura de São João de Meriti.
O sonho que tivemos de ver o nosso aluno mais incentivado e com maior
rendimento está amplamente realizado,
e por isso gostaríamos de dividir nossa experiência com outros professores
e alunos do Brasil.
DÊ SEU NOME COMPLETO, NOME DA ESCOLA, ENDEREÇO, TELEFONE, SÉRIE E
ÁREA DISCIPLINAR. SE NÃO ESTIVER DANDO AULA OU NÃO FOR PROFESSOR, INDIQUE
FUNÇÃO E LOCAL DE TRABALHO, COM NOMES E ENDEREÇOS COMPLETOS TAMBÉM.
Regina Loureiro
Escola Estadual Jardim Meriti
São João do Meriti, RJ
,
SE PREFERIR
LIGUE PARA
Cartas com telefone ou fax podem ter resposta mais rápida,
SIL
O FALA BRA
independente de publicação na revista.
1
0800.61.616
Visite o site da TV Escola na Internet: www.mec.gov.br/seed/tvescola
DESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO
DICAS
A
M AT E M Á T I C A
M.C. ESCHER –
CÉU E ÁGUA
Programa selecionado, na Grade
da programação , para o ensino
fundamental e médio
Transmissão: 29 de junho (EF) e 6 de
junho (EM, em Como fazer? )
Realização: National Film Board of
Canada – NFBC, 1998
Direção: Gaile Thomas
Duração: 3’23” Preto e branco
Áreas conexas e tema transversal: Ar te,
Língua Por tuguesa, Meio Ambiente
Áreas de interdisciplinaridade no ensino
médio: Ar te, Geografia
Indicado para atividades com alunos de
5ª a 8ª séries do ensino fundamental e
também do ensino médio, e para
capacitação de professores do ensino
fundamental.
RESUMO
A
nimação de uma composição de
marrecos e peixes do trabalho
Céu e água, do desenhista e gravurista holandês M.C. Escher.
O programa desenvolve duas das
principais características da obra do
autor: a transformação de figuras e a
repetição rítmica de um padrão.
Mauritis Cornelius Escher (18981972) é também conhecido por seus
paradoxos visuais, nos quais, contrariando as leis da Física, faz quedas
d’água caírem num mesmo plano ou
escadas descerem em plena subida. É,
como já se disse dele, um poeta do
impossível.
O pai queria que fosse carpinteiro;
chegou à faculdade de Arquitetura, mas
não concluiu o curso. Não foi bom aluno de Matemática, como Einstein. É,
apesar disso, referência permamente
para estudos matemáticos – especialmente de Geometria.
8
animação pode contribuir para
criar ou desenvolver uma percepção mais aguçada de questões da geometria, como transformações, composição e decomposição de figuras – estas habitualmente exploradas em atividades com ladrilhamentos e tangrans.
Pode ser útil ainda para estimular observações sobre conjuntos.
1. Consulte as orientações didáticas
para o terceiro e quarto ciclos (5ª e 6ª,
7ª e 8ª séries), do livro de Matemática
dos Parâmetros Curriculares Nacionais
– PCN de 5ª a 8ª séries. Leia o item Espaço e forma. “As atividades que envolvem as transformações de uma figura
no plano devem ser privilegiadas nesses
ciclos, porque permitem o desenvolvimento de conceitos geométricos de forma significativa, além de obter um caráter mais dinâmico para este estudo”,
dizem os PCN, que apresentam sugestões para você orientar seu trabalho.
2. Em atividades interdisciplinares de
Arte e Matemática, de 5ª a 8ª séries,
experimente incorporar M.C. Escher – Céu
e água a seus recursos, seguindo estágios planejados de trabalho, como estes:
• O programa – Veja a animação com
seus alunos. Peça que eles comentem
e anotem o que viram, perceberam,
sem se deter em análises.
• Observação do concreto – Proponha que observem o recobrimento de
superfícies (pisos da escola, da calçada, dos ladrilhos da cozinha), verifiquem
as formas utilizadas, a composição de
figuras, e pensem em outras formas e
composições possíveis. Quadrados, retângulos, triângulos, hexágonos? Com
qual padrão? Peça que observem também as formas da natureza, como das
pedras, animais ou dos favos de mel das
abelhas que, por serem hexagonais,
você sabe, ocupam o espaço do modo
mais econômico possível. O que lembra
a animação de Escher? Convém que a
turma rabisque e faça anotações do que
for observado e pensado.
• Observação da arte – Os alunos
devem obser var as formas utilizadas
em vários desenhos: quadros de pintu-
ra, tapeçarias, cerâmicas. A geometria
está presente em toda arte ou artesanato. Mas nem sempre é consciente e
explícita como no trabalho de Escher.
Para tudo o que obser varem, os
alunos devem imaginar formas diferentes das utilizadas. É mais difícil do
que refletir sobre o desenho de uma
calçada, embora este também possa
ser artístico. Mas vale o esforço. Ajuda a compreender como são construídas obras de ar te e o que essa
construção tem a ver com o recobrimento de super fícies. Se puder, convide algum pintor ou desenhista para
uma prosa. Lembre-se de orientar a
turma para registrar o que acontecer
neste estágio também.
• O programa outra vez – Veja de novo
a animação de Escher com o grupo –
A geometria nos desenhos de Escher.
certamente com outros olhos. E peça que
anotem o que observarem.
• Exploração de princípios matemáticos – Orientados por você, os alunos
investigam em grupo, trocando idéias,
a presença de princípios e conceitos matemáticos que possam ser encontrados
em tudo o que foi observado. Sugira que
recorram às suas anotações e escolha
um exemplo para analisar. Essa investigação deve compor um relatório, montado pela turma e comentado por você.
• Criação – Os alunos agora fazem
um texto (uma dissertação, um poema
ou um diálogo imaginário com Escher)
que resuma o que foi observado e aprendido nos estágios anteriores. Cada um
lê seu texto para os colegas. Depois, faz
um desenho, o mais espontâneo possível, para pendurar no mural.
TVE SCOLA
• Extensão – Conheça outros trabalhos de Escher, em livros ou em páginas da Internet, e divida suas descobertas com os alunos.
Em português:
www.geocities.com/SoHo/Coffeehouse/6847/escher.bra.html
www.geocities.com/SoHo/Nook/
2036/escher.htm
www.geocities.com/SoHo/study/
1128
3. No terceiro ciclo, a animação pode
ser um pretexto para abrir uma conversa sobre as relações entre céu e água
e equilíbrio ambiental, fazendo tranversalidade de Meio Ambiente com Arte e
Matemática.
4. Se você já tem micro, use-o. A
transformação é linguagem básica dos
programas de computação gráfica. O computador, além disso, facilita o trabalho
de crianças que tenham alguma limitação motora.
ENSINO MÉDIO
A animação pode ser um bom pretexto, no primeiro ano, para recordar conteúdos do ensino fundamental. Pode também apoiar o trabalho de desenvolvimento da competência, prevista pelos PCN,
de utilizar a Matemática na interpretação
e intervenção no real. Pode ainda ser desencadeador de atividade interdisciplinar
das áreas de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias, e Linguagens, Códigos e suas Tecnologias.
Veja também: Correntes marítimas (da série Tik Tak Tok) e Uma fonte de inspiração (da série Por onde anda a Matemática), transmitidos para o ensino médio
no dia 6 de junho, em Como fazer?,
junto com M.C. Escher – Céu e água e
comentários de professores para atividades interdisciplinares.
Veja ainda, dia 26 maio, no Vendo e
aprendendo, destinado ao ensino fundamental: Conhecer, explorar, partilhar
o espaço (da série PCN / Matemática), e
quatro da série Matemática na TV: Matemática e impressão, Matemática e tecelagem, Matemática e reflexão, Matemática e dobradura. Também para o ensino
fundamental, dia 29: Esferas, Aritmética. Matrioska e Dimensões.
TVE SCOLA
A indicação dos
programas leva em conta
os objetivos dos níveis de
ensino e os conteúdos curriculares
de cada série. Mas a maioria dos
vídeos pode ser utilizada em outras
séries também, no todo ou em
partes, com abordagens diferentes.
Quem decide é o professor,
de acordo com interesse
e criatividade.
MATEMÁTICA
TIK TAK TOK
Série selecionada, na Grade
da programação , para o
ensino fundamental e para o
ensino médio.
Transmissão: 26 a 29 de junho (EF), 6 de
junho (EM, em Como fazer?)
Realização: M5, França, 1997-1998
Direção: Paul Guetal
Duração: 122 programas de 3’30”
Colorido
Áreas conexas e temas transversias no
ensino fundamental: Ciências, Geografia,
História, Ar te, Educação Física, Meio
Ambiente, Saúde, Ética
Outras áreas de interdisciplinaridade no
ensino médio: Física, Biologia, Química,
Geografia, História, Ar te, Língua
Por tuguesa, Informática
Indicado para atividades com alunos de
5ª a 8ª séries do ensino fundamental e
também do 1º e 2º anos do ensino
médio.
RESUMO
D
esenho animado com jogo matemático, envolvendo questões estudadas em quase todas as outras áreas temáticas ou temas tranversais.
Por exemplo: em 30 segundos, uma
pessoa gasta, pedalando, 4 calorias;
em quanto tempo gasta 18.900 (episódio Calorias)?
Ou: a cada 30 segundos, a humanidade pesca, desnecessariamente,
38 toneladas de peixes; em um ano,
pesca 30 milhões de toneladas só
para fazer (desnecessariamente) farinha de ração para animais; em quanto tempo pesca o restante de toneladas desnecessárias (episódio Pesca
desnecessária)?
É um game, uma espécie de fliperama didático. Um reloginho roda, tik,
tak, tok, você tem 30 segundos para
responder; encerrado seu tempo, o
desenho dá a resposta. Entre a for-
mulação das questões e as respostas, um narrador comenta alguns aspectos dos temas abordados. Uma
frase musical marca o andamento da
narrativa. Tudo acontece muito rápido, redobrando a dificuldade de responder às questões.
DICAS
Q
uantas toneladas de peixe a humanidade pescou desnecessariamente, enquanto você leu o resumo
acima? Quantas pescará até o fim destas dicas?
Questões deste tipo podem não
passar, aparentemente, de simples desafios matemáticos, exercícios algébricos e curiosidades – em um game ,
além do mais, não interativo. Mas, ao
brincar com as grandezas numéricas,
a série de desenhos pode ajudar a
compreender melhor outras questões,
como o desmatamento, a agressão ao
meio ambiente, o derretimento das geleiras, o buraco na camada de ozônio,
Animação de Tik tak tok.
9
D ESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO
o cuidado com a saúde ou até a economia, os meios de produção, o trabalho e o consumo. Desde que, claro,
você entre em cena.
1. Veja os desenhos junto com seus
alunos. Eles vão, naturalmente, se interessar pelos desafios.
2. Alguém tem calculadora? Entre na
brincadeira e ajude-os a encontrar a solução para os problemas. Ao mesmo
tempo, sem exagero, pontue alguns detalhes das imagens e informações do
narrador – o traço das figuras, por exemplo, lembra algum outro desenho da TV
ou dos quadrinhos? Como é essa música de fundo? Calorias não queimadas
viram gordura? O que faz a geleira se
mover? Por que tik, tak, tok; não é só
tik, tak?
3. Depois de um, dois, três episódios (mais, vai cansar), no mesmo dia
ou em outro, converse com os alunos sobre o que acharam dos desenhos e que dificuldades encontraram
nas contas. Alguém ainda apanha, por
exemplo, ao fazer regra de três simples, que resolve as questões dos
episódios citados? Ou sofre ao transformar uma quantidade imensa de
segundos em anos, meses, dias, horas e segundos? Outro tem menos habilidade para operar a calculadora?
Não deixe de dar atenção a algum
aluno portador de necessidade especial, se possível, com o apoio dos colegas.
4. Em seguida, talvez em várias aulas, vá puxando o fio da meada de cada
desenho e desdobrando as questões
de outras áreas temáticas.
5. Proponha que a turma (de 5ª a 6ª
séries) invente outros jogos equivalentes ao apresentado, de preferência envolvendo questões do cotidiano.
6. Com os alunos do ensino médio (1º
e 2º anos), use os desenhos para mostrar como é possível fazer interdisciplinaridade brincando; como de um game meio
maluco se pode tirar muita coisa.
7. Proponha, ainda no ensino médio,
que os alunos criem desafios para a
turma do ensino fundamental, como se
fossem seus monitores.
8. Aqui, como em qualquer atividade, faça os alunos falarem e escreverem, para desenvolver, o mais possível, oralidade e escrita. Impor tante:
não importa que o texto seja de Ma-
10
temática, Biologia ou Meio Ambiente,
os alunos devem ter a mesma dedicação e atenção que teriam em textos de Língua Por tuguesa. E seu grau
de exigência deve ser o mesmo: lógica, boa organização das idéias, riqueza de vocabulário, domínio de sintaxe, correção or tográfica e uma boa
dose de criatividade.
Veja também: Uma fonte de inspiração (da
série Por onde anda a Matemática), e
M.C. Escher – Céu e água, transmitidos
para o ensino médio no dia 6 de junho, em Como fazer?, junto com Tik Tak
Tok e comentários de professores
para atividades interdisciplinares de
Matemática, Arte e Geografia.
Veja ainda, dia 26 maio, no Vendo e
aprendendo, destinado ao ensino
fundamental: Conhecer, explorar, partilhar o espaço (da série PCN / Matemática), e mais quatro programas –
Matemática e impressão, Matemática e
tecelagem, Matemática e reflexão, Matemática e dobradura – da série Matemática na TV.
PLURALIDADE CULTURAL
ESCOLHI VIVER AQUI
Série selecionada, na Grade da
programação , para o ensino
fundamental
Transmissão: 21 de junho
Realização: TV Escola. Apoio: TVE Brasil.
Brasil, 2000
Direção: Paschoal Samora
Duração: 6 programas de 5’ Colorido
Áreas conexas: Geografia, História,
Literatura
Indicado para atividades com alunos de
5 ª a 8 ª séries do ensino fundamental e
também do ensino médio.
RESUMO
D
epoimentos de imigrantes que
vieram para o Brasil e aqui ficaram, espontaneamente.
O grego, por exemplo, casado com
uma pernambucana e pai de duas me-
Imigrante coreana.
ninas, diz que o Brasil é colorido porque reúne povos de várias nacionalidades vivendo em harmonia. O ferreiro
alemão, depois de 20 anos, continua
impressionado com o clima ameno e
com árvores que frutificam o ano todo.
A moça japonesa se diz fisgada pela
amizade leal, a liberdade e a originalidade dos brasileiros.
DICAS
A
s entrevistas de Escolhi viver
aqui ajudam a trabalhar o tema
transversal Pluralidade Cultural, indicado pelos PCN a todos os ciclos do ensino fundamental. Podem ser ponto de
partida para atividades interdisciplinares de História, Geografia e Literatura,
ligadas à questão da imigração e da formação do povo brasileiro.
Em História, da 5ª a 8ª série, use os
programas para enriquecer as aulas
sobre a imigração estrangeira no Brasil do final do Século 19 e primeiras
décadas do Século 20.
1. Aproveite para analisar com os alunos as várias levas de imigrantes. De
onde vieram, e em que regiões se fixaram? A quais atividades econômicas se
dedicaram? Como foi sua integração na
sociedade brasileira? Por que alguns
descendentes ainda vivem em comunidades mais fechadas, às vésperas do
Século 21?
2. Junto com a professora de Língua
Portuguesa e Literatura, oriente a leitura de histórias que tratem da imigração,
do choque cultural e das dificuldades de
adaptação vividas pelos imigrantes.
3. Na 8ª série, chame atenção para
o fato de que os programas trazem
depoimentos de migrações espontâneas; mas que houve também movimentos migratórios forçados, ou exílios,
TVE SCOLA
de outros povos para o Brasil (imigração) ou de brasileiros para outros países (emigração). Encomende pesquisa
sobre o tema.
4. Monte com a turma painéis de depoimentos de imigrantes sobre suas experiências. Chame familiares dos alunos
ou outros moradores da comunidade que
imigraram ou emigraram, ou que se lembrem de histórias contadas por pais e
avós, para transmiti-las ao grupo.
O QUE DIZEM OS
PARÂMETROS
A proposta dos PCN do ensino fundamental em relação ao tema transversal Ética insiste na idéia de que é papel
primordial da escola construir e fortalecer uma ponte entre o dizer e o fazer.
Isso significa que, para tornar legítimos aos olhos dos alunos valores e regras morais que afirmam a cidadania e a
dignidade da pessoa, a escola precisa pra-
ticá-los a cada momento. Além de transversalizar a Ética com todas as áreas do
currículo, os valores éticos precisam ser
percebidos pelos alunos na ação de todos os profissionais da escola.
É imprescindível também que a escola seja um lugar onde os valores éticos sejam pensados e não meramente
impostos.
ENSINO MÉDIO
Para os alunos do ensino médio, também, as entrevistas de Escolhi viver aqui
têm elementos que podem desencadear
discussões sobre diversidade cultural e
enriquecer atividades interdisciplinares
que envolvam a imigração.
O tema pode ser estudado nas áreas
de Ciências Humanas e suas Tecnologias, e Linguagens, Códigos e suas Tecnologias.
Leia Brava gente brasileira – 500 anos de pluralidade cultural, número especial da
revista TV ESCOLA, sobre a formação
do povo brasileiro, editado a propósito dos 500 anos do Descobrimento do Brasil.
ÉTICA
DIREITOS
HUMANOS
Série selecionada, na Grade da
programação , para o ensino
fundamental.
Transmissão: 17 de maio
Realização: TV Escola
Direção: Eduardo Nunes, Geraldo
Iglesias e Aimar Laback, 1998
Duração: 6 programas, total de 68’17”
Colorido
Áreas conexas e temas transversais:
História, Geografia, Língua Por tuguesa,
Orientação Sexual, Saúde
Indicado para a capacitação de
professores do ensino fundamental e
médio, e para atividades com alunos de
5ª a 8ª séries e de todos os anos do
ensino médio.
TVE SCOLA
RESUMO
A
s várias formas de violência que
se multiplicam no dia-a-dia, na
escola, em casa, no trabalho e na sociedade de um modo geral.
São seis episódios produzidos pela
TV Escola a propósito da comemoração,
em 1999, dos 50 anos da Declaração
Universal dos Direitos Humanos: Violência que rola; Idosos; Violência sexual;
Armas! Tô fora!; Tá lá um corpo estendido no chão; e Miséria.
Direitos Humanos revela o que muitos não gostam de ver nem saber, ou
seja, que a violência tem muitas caras
e está em toda parte. Ela aparece na
humilhação do menor, do mais fraco ou
do mais velho, no abuso de poder, no
uso da força, na miséria das ruas. No
primeiro episódio, Violência que rola, o
narrador conclui: “Violência gera violência e agressão leva à agressão. Não
existe pequena violência; toda ela é
ruim e deve ser denunciada.”
DICAS
O
Todos os programas
podem ser usados como
instrumentos de
aperfeiçoamento e
formação de
professores.
• Outro alerta importante: a violência sexual começa quase sempre aos
poucos, com pequenos atos e palavras
insinuadas. Na sala de aula, oriente
alunos de qualquer idade a ficarem
atentos a qualquer sinal de violência
sexual, mesmo que pequena.
• A professora pode ter ação decisiva para proteger uma aluna vítima de
violência sexual na própria casa. Sua
escola está atenta para esse problema,
ou para os casos de agressões físicas?
Os professores podem ser os únicos
aliados nessas situações. Discuta esta
questão com seus colegas, levando em
conta os quatro passos indicados no
programa de prevenção e denúncia
apresentados pelo vídeo.
objetivo é provocar discussões,
sugerindo temas para pesquisa,
de preferência em projetos interdisciplinares. E mais: orientar o debate, a incorporação de posturas éticas e a prática da cidadania.
Cada episódio é complementado
com O que fazer, que apresenta propostas de reflexão e de ação.
Ao trabalhar com o programa Violência sexual, considere:
• O estupro é uma violência freqüente em qualquer grupo social, e não só
entre os pobres, como muita gente continua pensando. É um ótimo ponto de
partida para debate.
Direitos Humanos.
11
D ESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO
ENSINO MÉDIO
Miséria, Armas, tô fora e Tá lá um
corpo estendido no chão podem integrar atividades interdisciplinares orientadas pela disciplina de Sociologia:
1. Assista com os alunos ao episódio
Miséria, por exemplo, parando para comentar cada um de seus quadros. Fotografias
e depoimentos compõem um olhar sociológico sobre a rua e seus moradores.
2. Abra discussão na classe sobre
causas que levam alguém a morar na
rua. Indague sobre as razões da presença de tanta gente nessa situação.
3. O narrador conclui: a pobreza está
diretamente ligada à falta de instrução.
Discuta isso com os alunos. Esta é a
única ou a principal razão da pobreza?
4. Peça à turma que monte textos
analíticos sobre o conjunto dos quadros
assistidos. Na seqüência, pelo menos um
deles pode ser trabalhado em forma literária, como conto, crônica ou poesia.
5. Com os alunos mobilizados para
o tema da miséria, ajude-os a montar
questionários para entrevistar moradores da rua e recuperar suas histórias.
6. Os alunos e a escola podem fazer alguma coisa para diminuir a pobreza na comunidade?
Leia o caderno Direitos Humanos, novo título da coleção Cadernos da TV Escola.
Veja também as séries Direitos da criança
e Direitos do Coração, já transmitidas
pela TV Escola. Consulte a videoteca
de sua escola e o Guia de programas da
TV Escola 1996-1999
Navegue até a Biblioteca Virtual de Direitos Humanos da USP:
www.direitoshumanos.usp.br
Navegue também até a página da Secretaria de Direitos Humanos do Ministério da Justiça:
www.mj.gov.br/sndh
LITERATURA
POESIA
Programa selecionado, na
Grade da programação , para o
ensino fundamental
Transmissão: 12 de junho
Realização: TV Imaginária, 1999
Direção: Marcos de Araújo Ribeiro
Duração: 26’58" Colorido
Áreas conexas: Língua Por tuguesa, Ar te
Indicado para capacitação de professores
do ensino fundamental e para atividades
com alunos do ensino médio.
RESUMO
C
onversas literárias de poetas, romancistas e músicos.
Da série Revista Literária, o programa reúne, entre outros, o poeta maranhense Ferreira Gullar, o compositor
baiano Caetano Veloso e o escritor
gaúcho Moacyr Scliar.
Poesia discute os desafios, armadilhas e a paixão da criação poética. E
abre espaço para a polêmica em torno
do casamento música-poesia, com a
cantora Adriana Calcanhoto apresentando Escapulário – poema de Oswald de
Andrade musicado por Caetano Veloso.
DICAS
A
tual e pluralista, o programa
pode ser muito útil na capacitação de professores do ensino funda-
As escolas estão recebendo o caderno
Direitos Humanos, da coleção Cadernos da
TV Escola, editada pela Secretaria de Educação a Distância do MEC. A publicação complementa as questões abordadas pelos seis
programas da série Direitos Humanos.
O caderno possui quatro anexos: Declaração Universal dos Direitos Humanos,
Os direitos humanos na Constituição
de1988, Os direitos humanos no Estatuto
da Criança e do Adolescente, Declaração
de Princípios sobre a Tolerância.
12
mental, pois ajuda a retomar, com novos pontos de vista, discussões de temas polêmicos da literatura – particularmente, a poesia contemporânea.
Nas aulas com alunos do ensino
médio, pode ajudar a compor um projeto interdisciplinar que reúna Literatura,
Língua Portuguesa e Arte.
Veja o programa antes de apresentálo ao grupo de professores ou alunos.
Planeje o que vai fazer. Que tal começar
por duas questões lançadas por Ferreira Gullar?
• Ele diz que para escrever precisa
estar num estado psicológico intenso. É
assim que as palavras que estão dentro
dele se associam: “O poema é o lugar
onde essas palavras são transfiguradas.”
Como o grupo entende esta afirmação?
• Influenciado, no início, pelo parnasianismo, Gullar diz que rompeu com a
forma, métrica e rima em sua obra Poema sujo. Com isso, entrou em choque
com a Geração de 45. Mas, segundo ele,
não havia outro jeito, pois “só naquele
momento eu estava fazendo a minha
Semana de 22”. O que ele quer dizer
com esta obser vação? O que propunham os escritores da Geração de 45 e
no que se diferenciavam dos modernistas da Semana de 22?
Com o grupo envolvido por essas
questões, proponha outras atividades:
• Pesquisar os princípios do parnasianismo, seus principais expoentes no
Brasil e colher exemplos de textos para
ler para os colegas; fazer o mesmo com
o modernismo da Semana de 22.
• Escrever, transformando poemas parnasianos em modernistas e
vice-versa. Além de ajudar a perceber a constr ução dos poemas em
cada gênero, essa atividade dá mais
versatilidade e criatividade à escrita
de cada um.
• Organizar um festival de poesia.
Veja também os outros programas de literatura do dia 12 de junho: Conto, Romance (da mesma série, Revista Literária), Waly Salomão e Fernando Gabeira
(da série Encontro marcado com a Arte).
Veja ainda: Ferreira Gullar, Moacyr Scliar, da
série Encontro marcado com a Arte, e Duas
águas (vida e obra de João Cabral de Melo
Neto), já transmitidos pela TV Escola –
o último em 24 de março deste ano.
TVE SCOLA
LITERATURA
CIDADES
SONHADAS,
CIDADES REAIS
Série selecionada, na Grade da
programação , para o ensino
fundamental
Transmissão: 19 e 20 de junho
Realização: La Cinquième. França, 1996
Direção: Jacques Bastide
Duração: 6 programas de cerca de 26’
Colorido
Áreas conexas: História, Pluralidade
Cultural, Ar te, Língua Por tuguesa
Indicada para atividades com alunos de
7ª e 8ª séries do ensino fundamental e
também para o ensino médio.
RESUMO
D
ocumentários sobre cidades, suas
paisagens, histórias e culturas.
Viena, Veneza, Jerusalém, Havana,
Paris e Alexandria. As seis são apresentadas a partir de textos de romances,
contos, crônicas, poemas e cartas em
que já foram descritas.
Em Jerusalém, por exemplo, são lembrados os poemas amorosos do Cântico dos Cânticos do rei Salomão; em
Viena, capital da Áustria, escritos do psicanalista Sigmund Freud (1856-1939)
e do escritor Stephan Zweig (18811942).
3. Consulte com os alunos livros
didáticos, romances, enciclopédias,
guias, jornais e revistas, programas
da TV Escola ou a Internet, para que
conheçam melhor a cidade. E peça
que montem um pequeno per fil, com
dados geográficos, econômicos, culturais e os principais fatos históricos.
Que cidade é essa?
4. Feito isso, eles devem comparar
o per fil com as narrativas. São muito
contrastantes? No que se parecem?
5. Com essa comparação, o grupo
verifica como um registro literário
pode, muitas vezes, dar uma visão
da cidade, impossível de se obter
apenas com dados objetivos ou considerados como tal. Ou: como a literatura complementa e enriquece o
per fil objetivo, com dados de uma dimensão inventiva, fantasiosa, mítica,
metafórica – literária, enfim, e nem
por isso irreal.
Essa dimensão já está muitas vezes incorporada ao imaginário coletivo, por causa dos escritores ou independente deles. Toda cidade é o que
ela é (cidade real) mais o que dela
se pensa, sente, lembra, imagina (cidade sonhada).
6. Que tal seguir os mesmos passos para estudar cidades brasileiras,
como Salvador, Brasília, Ouro Preto,
Rio de Janeiro ou São Paulo, verificando como são reais, como são sonhadas pelas pessoas, e como é a literatura que as narra ou na qual estão presentes? Como é o Rio de Janeiro de
Machado de Assis, a cidade de Salvador de Jorge Amado ou a Curitiba de
Dalton Trevisan?
Veja também as séries Paisagens brasileiras, Paisagens do Mundo, Adoro minha ci-
DICAS
U
se as narrativas como desencadeadoras de um estudo sobre cidades e literatura. Veja os programas
antes de passá-los para a turma e planeje o que fará. Sugestões:
1. Assista a um dos vídeos com o grupo e proponha que contem, verbalmente ou por escrito, o que as narrativas
literárias dizem da cidade apresentada,
o que destacam. Que cidade é essa?
2. Localize a cidade no mapa ou
globo.
TVE SCOLA
MELHOR
APROVEITE RAMAS
OS PROG
ramação
e da prog
Leia a Grad
s
s gravaçõe
e planeje a
ê
c
vo
e
u
q
dos vídeos
quer usar.
dade e Um encontro marcado com a Arte.
Consulte o Guia de programas da TV Escola 1996-1999 e acompanhe as grades
da programação.
Leia o livro Cidades Invisíveis, de Italo Calvino (Comapanhia das Letras).
EDUCAÇÃO ESPECIAL
O LUT
ADOR
LUTADOR
Programa selecionado, na Grade
da programação , para o ensino
fundamental
Transmissão: 8 de junho
Realização: Tapestr y. EUA, 1999
Direção: William Whiteford
Duração: 49’21" Colorido
Áreas conexas: Ética
Indicado para capacitação de
professores e atividades com alunos de
todas as séries do ensino fundamental e
também do ensino médio.
RESUMO
H
istória de Gimp, portador de necessidades especiais. Recusa-se
a estudar em escola para alunos especiais e enfrenta o desafio de freqüentar escolas regulares. Consegue chegar à universidade e se formar.
O lutador é um documentário realizado pelo próprio Gimp, com registros
feitos desde sua infância. Foi indicado
para o Oscar de documentário de curta-metragem.
DICAS
É
Cidades sonhadas, cidades reais.
uma história de inclusão. Pode
contribuir muito com o trabalho de
escolas que já tenham ou venham a ter
alunos portadores de necessidades es-
13
D ESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO
a
Se quiser ajuda, procure
a
ou
ão
aç
uc
Ed
Secretaria de
ão
aç
uc
Ed
de
Secretaria
Especial do MEC:
tel: (0_ _61) 410-8651,
e-mail:
fax (0_ _61) 410-9265,
r
se es p@ se es p.m ec .go v.b
ra,
eg
int
Re
a
m
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Fale também
s
ita
mu
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USP, qu
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informações e experiênc
ra
pa
sil
Bra
o
de todo
você conhecer: tel:
(0_ _11) 818-4155,
ail:
(0_ _11) 211-3942, e-m
p.br
.us
ae
ec
i.c
ac
reintegra@s
peciais. Ajuda a romper preconceitos.
Facilita o empenho de acolher, respeitar e conviver com esses alunos, estimulando-os a participar do processo de
aprendizagem junto com seus colegas.
Algumas dicas:
• O principal objetivo, de início, deve
ser o de sensibilizar toda a comunidade escolar. A inclusão de alunos com
necessidades especiais (prevista em
lei) não é tarefa só do professor.
• Grave este e outros programas de
Educação Especial, como Músicos especiais e Linguagem silenciosa (10 de
maio). Veja as Grades da programação.
Consulte o Guia de programas 19961999 e a videoteca da escola. Vocês
tem gravadas as séries Deficiência
mental e Deficiência física, produzidas
pela TV Escola? Escolha o que mais lhe
interessar.
• Planeje a exibição de vários programas, um por semana, durante determinado período. É bom que a maioria das sessões seja coletiva (professores, alunos, diretores, coordenadores e outros funcionários) e algumas,
exclusivas (professores e coordenador).
• Promova conversas sobre cada programa, no mesmo dia da exibição ou
no seguinte. É bom, às vezes, “amanhecer” sentimentos e idéias. E ouça
o que cada um tem a dizer e a propor,
para trabalhar pela inclusão. Quem já
vive isso em sua sala e encontrou nos
vídeos idéias para aplicar? Como todo
14
o grupo pode ajudar, pelo menos com
sugestões?
• Lembre-se que a primeira coisa a
ser feita é reconhecer que o preconceito que existe, é humano, não é vergonhoso, só precisa ser superado. Manifesta-se, no mínimo, como incômodo.
• Ajuda muito considerar, desde o
início, pessoas com necessidades especiais apenas como diferentes. Você
tem, portanto, pela frente uma questão de diversidade, como outras presentes na escola – ainda que possa ser
mais difícil de se lidar.
• Considere que alunos sem necessidades especiais tem às vezes tanta
dificuldade quanto alunos com necessidades especiais para entender certos
conceitos e desenvolver algumas atividades. E que algumas técnicas e métodos podem beneficiar todos.
• Não se consegue fazer o melhor
nesse trabalho em pouco tempo. Tenha
a perspectiva de avançar a cada dia.
• Tenha a maior atenção com essa
tarefa, mas cuide para não torná-la artificial. As crianças, note, tendem a
encarar a questão com maior naturalidade. Aprenda com elas.
HISTÓRIA
A IDADE DO
BRASIL
Série selecionada, na Grade da
programação , para o ensino fundamental
Transmissão: 25 de maio
Realização: TV Escola / Unicef. Apoio:
TVE Brasil. Brasil, 1999
Direção: Renato Barbieri
Duração: 3 programas, total de 42'
Colorido
Áreas conexas: Geografia,
Ar te, Pluralidade Cultural, Meio
Ambiente, Ética, Língua Por tuguesa,
Literatura
Indicada para atividades com alunos da
3ª à 8ª série do ensino fundamental.
RESUMO
R
etrato do Brasil em três documentários curtos: O caldeirão, sobre
a diversidade étnica e cultural do País;
A casa, sobre suas dimensões, contrastes físicos e sociais; e O rosto, sobre
sua imagem.
DICAS
É
uma boa oportunidade para deflagrar, integrar ou complementar atividades a propósito do Descobrimento
e dos 500 anos do Brasil. Não só para
conhecer melhor o passado, mas também para redescobrir o País no presente: o espaço geográfico, as riquezas naturais, o povo, as desigualdades sociais, as diferentes culturas, a identidade nacional, a inserção no mundo globalizado e suas conseqüencias.
Lembre-se, ao falar em Descobrimento, de conversar com os alunos sobre
o significado desse termo. Ele pode
sugerir que as terras que viriam a ser o
Brasil não eram habitadas. Ou que eram
terras de ninguém e não das populações genericamente chamadas de índios – catequizadas, escravizadas ou
dizimadas pelos colonizadores.
Fale ainda sobre a questão dos diferentes pontos de vista a respeito de
qualquer fato histórico. O Descobrimento não foi, para os índios, uma invasão?
Veja os programas antes de exibi-los.
E planeje o trabalho.
As possibilidades de estudo e atividades com os alunos (e também com
os professores) são quase inesgotáveis. Aqui apresentamos uma, em que
os alunos (re)descobrem, primeiro, a si
mesmos, em seu lugar.
A perspectiva é interdisciplinar, com
conexões entre História e Geografia.
O trabalho tem três etapas, de acordo
com a ordem de transmissão dos programas – alterável, claro, conforme
sua intenção.
Exiba um programa de cada vez, fazendo as paradas necessárias para
pontuar alguns detalhes.
O caldeirão
1. Depois da exibição do programa,
peça aos alunos para observarem o que
há de diversidade cultural na escola,
considerando, entre outros aspectos:
TVE SCOLA
ascendência (indígena, africana, européia etc. ou uma composição de ascendências), religião e práticas religiosas (catolicismo, protestantismo, judaísmo, xintoísmo, candomblé); festas comemorativas, rituais, danças, hábitos alimentares, preferências musicais.
2. Ao fazer isso, os alunos
estarão, inevitavelmente, falando de suas famílias. Proponha
que aprofundem essa primeira
obser vação, ouvindo seus familiares.
Estimule-os a ir o mais longe possível
no tempo. E peça que anotem as informações obtidas num bloco ou caderno,
como faz um repórter.
3. Proponha que cada um produza um
texto com base no que pesquisou. Pode
ser em forma de dissertação, conto ou
poema. Além de registro da pesquisa, é
um bom exercício de escrita.
Esse trabalho ajuda cada aluno a
(re)conhecer melhor, valorizar e respeitar sua identidade e a dos outros. Pode
ser estendido aos moradores do bairro, da cidade e à população brasileira.
A casa
1. Depois da exibição do programa,
retome com o grupo a discussão sobre
as casas de cada um e os cuidados necessários à sua limpeza e organização.
Faça o mesmo em relação à escola. Observe com os alunos os diferentes espaços – a sala de aula, o pátio, jardins,
entrada, rua. Quais os serviços fundamentais à sua manutenção pelos funcionários incumbidos de fazê-los? Como
cada um pode ajudar a manter em ordem
os espaços que são de todos? Isso, também, é uma questão de meio ambiente.
Observações e sugestões podem ser
formalizadas em cartazes afixados na
sala de aula.
OGRAMAS
GRAVE OS PR na videoteca
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po
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Para cataloga
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TV Escola, qu
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de 2 mil vídeos
98.
de 1996 a 19
o
A TV Escola nã
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distri
TVE SCOLA
pessoas, grupos sociais, etnias ou
povos. Peça que dêem exemplos e analisem os motivos.
EXTENSÃO
A idade do Brasil.
2. Amplie essa discussão, do particular para o geral – para a cidade, a
região, o Estado, o País, o mundo.
3. Peça a seguir que eles observem
a arquitetura de suas casas, de seu
bairro e de sua cidade, ilustrando essa
observação com imagens já disponíveis
(jornais, revistas, álbuns de família) ou
que possam produzir (desenhos, fotos
ou vídeos). O que é mais típico em cada
construção? Há algum estilo definido?
Qual a história das construções? Por
que são de um jeito ou de outro, em
função de fatores geográficos, ambientais e outros? No que diferem ou se
parecem com as construções de outras
regiões do País?
O rosto
1. Depois da exibição do programa,
adotando procedimento semelhante ao
das outras etapas, peça aos alunos que
tragam fotos suas e de seus familiares,
mostrem para toda a turma e conversem.
2. Lance estas questões para eles
analisarem: O que há de peculiar, marcante, diferente nas imagens de cada
um? O que há de semelhante ou igual?
Há uma identidade?
3. Proponha uma pesquisa de imagens de brasileiros, em revistas, livros,
programas da TV Escola ou, se tiver
computador, na Internet.
4. De novo: O que é diferente e comum?
Há uma identidade? Certamente não, já
que identidade não é feita só de imagens,
de rostos. Que outros aspectos compõem
a identidade de um grupo de pessoas, de
uma comunidade, de um povo? Como é
possível falar-se em identidade nacional?
5. Não se esqueça de lembrar seus
alunos que se tem, muitas vezes, imagens pré-concebidas, preconceituosas,
estigmatizantes, discriminatórias de
Dependendo dos objetivos e conteúdos de sua série, faça um trabalho de
Literatura e Língua Por tuguesa, com
pesquisa sobre imagens de brasileiros
na visão de Machado de Assis, Guimarães Rosa, Graciliano Ramos, Rubem
Fonseca e Luís Fernando Veríssimo ou
outros autores.
E ponha a turma para escrever sobre um brasileiro abstrato que reunisse em si todos os brasileiros.
Como seria a imagem desse brasileiro em desenho?
Leia também: Brava gente brasileira – 500
anos de pluralidade cultural, número especial da revista TV ESCOLA sobre a formação do povo brasileiro, editado a
propósito dos 500 anos do Descobrimento do Brasil.
Leia ainda o caderno Índios no Brasil (em
três volumes), da coleção Cadernos da
TV Escola, distribuídos a todas as escolas que recebem a revista TV ESCOLA.
Veja também as séries Além-mar (22,
23, 24 de junho) e Escolhi viver aqui
(21 de junho), e as séries 500 anos:
Um novo mundo na TV e 500 anos: Brasil colônia na TV, já transmitidas pela
TV Escola.
ESCOLA / EDUCAÇÃO
CONVÍVIO
ESCOLAR
Série selecionada, na Grade da
programação , para o ensino fundamental
Transmissão: 9 de maio
Realização: TV Escola. Brasil, 2000
Direção: Carlos Nascimbeni
Duração: 6 programas de cerca de 11'
Colorido
Áreas conexas: Pluralidade Cultural,
Ética
Indicada para capacitação de professores.
15
D ESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO
R
RESUMO
eflexão sobre a escola, seu papel, organização e desafios, analisados de acordo com os Parâmetros
Curriculares Nacionais, os PCN.
É um convite aos professores para
conhecer, discutir e interpretar os conteúdos dos PCN, apropriando-se deles ao
refletir sobre a prática que desenvolvem.
“Os Parâmetros Curriculares Nacionais, referenciais para a renovação
e reelaboração da proposta curricular,
reforçam a impor tância de que cada
escola formule seu projeto educacional, compar tilhado por toda a equipe,
para que a melhoria da qualidade da
educação resulte da co-responsabilidade entre todos os educadores. A forma mais eficaz de elaboração e desenvolvimento de projetos educacionais envolve o debate em grupo e no
local de trabalho.” (Apresentação aos
PCN, pág. 9.)
A proposta de utilização dos seis
programas aqui apresentada prevê a
realização de reuniões de professores
durante um semestre.
PRIMEIRA REUNIÃO
Programa 1
Toda criança na escola
Programa 2
Direitos e responsabilidades
À luz da História da Educação, são
analisadas discriminações sociais causadoras da exclusão de crianças da escola, da Idade Média até hoje. A partir
disso são discutidos temas como a elitização do ensino, o trabalho infantil,
os sistemas de avaliação, os diferentes níveis de qualidade na educação
para ricos e pobres, homens e mulheres, além das discriminações de idade
e capacidade.
DICAS
A
pós a exibição dos vídeos, a coordenação poderá relacionar no quadro negro algumas questões a serem
discutidas:
1. Para que serve a escola? (Considerar as funções de formação do sujeito crítico e de construção da cidadania.)
2. Se a educação é direito inalienável de todos, por que ainda há crian-
16
ças, adolescentes e adultos sem garantia de acesso à escola?
3. O que cada um de nós pode fazer
para favorecer a inclusão de maior número de alunos da comunidade em
nossa escola, considerando que a luta
pelas crianças que estão fora da escola é compromisso de todos os que estão dentro dela?
4. Discutir o sistema de avaliação da
escola, reconstruindo critérios mais
adequados à realidade dos alunos e
considerando a questão: Que perfil de
aluno queremos ter?
SEGUNDA REUNIÃO
Programa 3
A organização do espaço e
do tempo na escola
Programa 4
A violência na escola
A estrutura inadequada das escolas
traz à tona questões como: Quem organizou a escola dessa maneira? Por
que a divisão de alunos é feita por faixa
etária? Por que a divisão de matérias é
estanque, sem que se estabeleça relação de uma com a outra? Por que as
regras e normas são tão rígidas e defasadas? Por que a seriação?
E a violência? Crianças que discriminam outras crianças ou professores
que ameaçam alunos de diversas formas atuam como modelos de ensino e
aprendizagem da violência.
DICAS
A
coordenação poderá, num primeiro momento, discutir com o grupo
a organização da escola em relação às
regras e normas que já estão ultrapassadas; às que estão inadequadas; e às que
precisam ser confirmadas. Vale fazer um
registro destas últimas em um cartaz, para
que possam ser revistas (confirmadas ou
transformadas) a qualquer momento.
Na seqüência, exibir os vídeos, fazendo algumas paradas para observações. Podem surgir questões que se
tornem pautas futuras de reuniões de
professores ou de pais.
Após a exibição, focar a relação
dos professores com os alunos a partir da pergunta: Existem professores
sem alunos e/ou existem alunos sem
professores?
Convívio escolar.
Só existimos e nos construímos na
relação com os outros. A construção de
papéis é um desafio constante às nossas vidas pessoais e profissionais. Para
desenvolvê-los, não existem receitas.
Fechar a reunião sem afirmações,
mas com indagações: Como serão meus
alunos no futuro? O que vão levar de mim
e da minha relação com eles, quando
saírem da escola? E no presente, o que
eles têm levado a cada dia?
TERCEIRA REUNIÃO
Programa 5
O vínculo
Programa 6
Pais: inimigos ou aliados?
O que seria uma escola ideal? O que
expressam nossos alunos? O que nós
expressamos a eles? Como construir,
através do trabalho, um vínculo afetivo
com eles? E os pais? São inimigos ou
aliados?
DICAS
A
pós a exibição dos vídeos, a reunião pode ser assim estruturada:
1. Propor a discussão: como cada
um está construindo o vínculo afetivo
com seus alunos durante as aulas?
2. Fazer um levantamento com eles
sobre os obstáculos que emperram
essa construção, e que esforços estão
sendo feitos no sentido de uma proximidade maior com os alunos.
3. Analisar: qual o papel das demais
instâncias da escola?
4. Todos os professores devem ser
estimulados a se colocar, para que tomem consciência da necessidade de
construção do vínculo com cada um de
TVE SCOLA
seus alunos e, ao mesmo tempo, possibilitem à coordenação uma visão
melhor da dinâmica professores-alunos.
5. Discutir, também, a questão da relação com os pais, e como está se desenvolvendo este vínculo com a escola.
6. A coordenação deverá ressaltar a
necessidade de participação dos pais
na escola, como primeiros educadores
dos alunos. É o momento de planejar
com o grupo de professores atividades
que provoquem essa integração.
Para encerrar, propor uma avaliação
de todo o trabalho. Pode-se então pedir que respondam em uma frase a
questão: Como construir o processo de
ensino e aprendizagem, de tal forma
que os alunos sejam desafiados ao
compromisso (e prazer) da participação
cotidiana nesta construção?
L Í N G UA P O R T U G U E S A
ORTO E GRAFIA
RESUMO
C
Grafia.
DICAS
V
ale a pena usar os programas
em qualquer série do ensino fundamental, seja para trabalhar dificuldades específicas dos alunos detectadas pelo professor, seja para pesquisar a grafia de palavras pouco ou
ainda não conhecidas.
Para enriquecer o trabalho, o professor poderá propor também, conforme a
série e o nível de conhecimentos dos alunos, atividades como jogos de memória
em papel cartão, com palavras ou frases
que deixem espaço para preencher, usando palavras específicas; produção de textos ou poemas em que o uso de determinadas palavras seja imprescindível; pesquisas em dicionários; criação de um glossário da classe em cartolina, para fixar
na parede; pesquisa das raízes greco-latinas das palavras etc.
Série selecionada, na Grade
da programação , para o ensino
fundamental
Transmissão: 11 de maio
Realização: : Moving Imagem e Editora.
Brasil, 1999
Direção: Andrea Pasquini
Duração: 20 programas de cerca de 3'
Colorido
Áreas conexas: Literatura
Indicada para atividades com alunos do
ensino fundamental.
RESUMO
A
lgumas das dificuldades mais
comuns em or tografia e como
superá-las.
A série é apresentada por um casal
de bonecos – Orto e Grafia – que propõe atividades para acabar com as
dúvidas a respeito do uso de ss, c ou
ç, do lh e do li, do x, z e s ou do l e u.
São abordadas também, entre outras,
questões de acentuação, hífen e trema.
TVE SCOLA
L Í N G UA P O R T U G U E S A
RITUAL
Programa selecionado, na Grade
da programação , para o ensino
fundamental
Transmissão: 23 de maio
Realização: Múltipla / TVE / TV Escola.
Brasil, 1998
Direção: Belisário Franca
Duração: 52' Colorido
Áreas conexas: História, Geografia,
Pluralidade Cultural, Literatura, Ar te
Indicado para atividades com alunos
do ensino fundamental e também do
ensino médio.
ulturas da África, Europa, China,
Índia e Brasil se aproximam por
rituais religiosos mais ou menos comuns. Podem sobreviver independentemente, por tanto, dos ter ritórios
que ocupam. São culturas que se
misturam como as águas dos mares,
embora não se diluam, como o óleo
na água.
Ritual é da série Além-mar, com mais
quatro programas, apresentados nos
dias 22, 23 e 24 de maio.
A série trabalha a identidade dos
povos de Língua Portuguesa. O mar é
usado como uma estrada imensa de
águas que demarca, simultaneamente,
distâncias e aproximações culturais.
DICAS
T
rabalhe de acordo com o nível
de ensino, os objetivos e conteúdos de cada um, e o nível cognitivo de seus alunos. Exiba os vídeos
e considere:
• Rituais formam, com língua, comunicação e identidade (tema de outros programas da série) um todo inseparável. Características étnicas, jeitos, gestos, podem ser logo identificados como de uma única, embora
multifacetada, cultura. Mas, percebido isso, o que mais chama a atenção, em geral, é a língua, o sotaque,
as palavras diferentes, especialmente de africanos e por tugueses. Comece por aí.
• Os alunos vão se surpreender e
se intrigar. Farão comentários durante
a exibição dos programas. Deixe-os à
vontade.
Dependendo da origem ou do interesse da turma, a atenção maior pode se
fixar nas línguas dos africanos.
“Olha, é igual, mas tem uma coisa
diferente”, dirão os alunos ao ouvir a palavra de angolanos ou moçambicanos.
• Peça que eles listem em uma tabela no quadro negro (ou no computador) as palavras que acharem mais
exóticas. E que façam obser vações
sobre as expressões e sotaques, alguns claramente lusitanos; outros,
africanos, com clara influência no português dos brasileiros. O dicionário
pode ajudar.
17
D ESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO
OUTRAS ATRAÇÕES
5 de junho é o Dia Mundial
do Meio Ambiente. A TV Escola
programou a transmissão
de 12 vídeos – dois aqui
destacados –, para você
aproveitar em suas atividades
com os alunos.
MEIO AMBIENTE
O HOMEM
AVA
QUE PLANT
PLANTA
ÁR
VORES
ÁRVORES
Transmissão: 8 de maio
Áreas conexas: Geografia, História, Ciências, Ética,
Arte, Língua Portuguesa
Este desenho de 30’02’’ conta a história de um pastor de ovelhas – homem
solitário, que decide recuperar sozinho
um vale abandonado, onde só crescem
arbustos e ervas daninhas.
A história baseia-se em fato real
acontecido numa região da Provença
próxima aos Alpes Franceses, a 1.300
metros de altitude.
O pastor vence seu desafio plantando sementes de árvores. Indicado para
atividades com alunos de ensino fundamental.
DICAS
O homem que plantava árvores é
uma boa oportunidade de sensibilizar os alunos, para incorporar atitudes de respeito e cuidado com o ambiente. Na 8ª série, você pode orientar um trabalho interdisciplinar com
conteúdos de Geografia, Ciências e
História, fazendo transversalidade
com Meio Ambiente – um dos temas
propostos pelos PCN.
Depois de ver o programa, você
pode orientar os alunos a obter dados sobre a região onde viveu o pastor; estudar o poder regenerador da
vegetação no solo; analisar casos nos
quais a falta de cobertura verde provocou enchentes, desabamentos de
terrenos e erosões; e coroar o trabalho com uma ação prática, como uma
campanha de plantio de árvores frutíferas no bairro.
18
O grande rio : um alerta contra a poluição.
O GRANDE RIO
Transmissão: 8 de maio
Áreas conexas: História, Geografia, Ciências, Arte,
Ética, Língua Portuguesa
Animação de 24’01", que alerta para
o risco de morte por poluição do Rio São
Lourenço, no Canadá.
O programa usa efeitos de luz e sombra, e desenhos hachureados, para contar
a história do rio e da ameaça que paira
sobre ele. Indicado para atividades com
alunos de 7ª e 8ª séries do ensino fundamental, e também de 1º e 2º anos do ensino médio.
Veja e grave também Maravilhas do
mar (8 de maio) e Vendo e aprendendo (12 de maio), com 9 programas: Recursos tecnológicos: uma conquista
humana, Reciclar, Vira volta, Vira
plástico, Pipsqueak preserva as árvores, Pipsqueak e a poluição, Pipsqueak e as coisas velhas, Pipsqueak
recicla e Lixo é luxo.
Veja ainda outros programas já transmitidos anteriormente. Consulte, para
isso, a videoteca de sua escola e o Guia
de programas da TV Escola 19961999.
DICAS
O programa pode desencadear ou enriquecer debates sobre Meio Ambiente,
especialmente nas últimas séries do ensino fundamental e nos dois primeiros anos
do ensino médio. É um bom pretexto para
o professor desenvolver atividades interdisciplinares, adequando-as às séries com
as quais estiver trabalhando.
Lembre-se, no ensino fundamental, de
trabalhar o Meio Ambiente como tema
transversal, fazendo conexões com as outras áreas. Por exemplo: relacione o crescimento das cidades e o desenvolvimento
industrial, estudados em Geografia, com
a questão ambiental.
Encontro marcado com Waly Salomão.
TVE SCOLA
L Í N G UA P O R T U G U E S A
ENCONTRO
MARCADO COM
A ARTE
Transmissão: 11 de maio e 12 de junho
Áreas conexas: Literatura, Arte, História
Série de entrevistas com artistas
contemporâneos, que falam sobre seu
trabalho.
DICAS
Aproveite os programas de Waly Salomão, Ariano Suassuna e Fernando Gabeira, transmitidos em maio e junho,
para estudo e atividades de Língua Portuguesa.
Os diferentes gêneros literários, dos
quais os três são exemplos, podem ajudar a sensibilizar os alunos e estimular
trabalhos de desenvolvimento da escrita
nos dois últimos ciclos (5ª a 8ª séries) do
ensino fundamental.
O programa de Suassuna pode ainda
motivar teatralizações, com temas escolhidos pelos alunos. O de Gabeira pode
ajudar a localizar alguns acontecimentos
da história recente do País.
Veja e grave também Poesia (12 de junho),
a série Cidades sonhadas, cidades
reais (19 e 20 de junho), Ritual (23 de
maio), Orto e Grafia (11 de maio).
Veja ainda outros programas de Encontro marcado com a Arte e de Língua Portuguesa já transmitidos anteriormente.
Consulte, para isso, a videoteca de sua escola e o Guia de programas da TV Escola 1996-1999.
Veja e grave
ainda:
O QUE É
Série de 6 documentários de 4 minutos cada. Sem narração os programas
mostram, nos mínimos detalhes e a partir de ângulos pouco convencionais, Um
jardim, Uma cerca, Uma porta, Uma janela, Um riacho e Uma parede.
Indicada para desenvolvimento de
textos, a série pode ser, ao mesmo tempo, um ótimo exercício para a educação
do olhar e da imaginação.
Programa dirigido especialmente à 5ª
e a 6ª série do ensino fundamental. Transmissão: 11 de maio.
TVE SCOLA
PROGRAMADO
PARA MORRER
Programa de 56’55" que explora a
morfologia e fisiologia das células,
comparando-as a situações da vida cotidiana. Indicado para atividades com
alunos do ensino médio. Transmissão:
12 de maio.
ZOOM CÓSMICO
A partir de uma só imagem, este documentário de 7’58" utiliza o recurso do
zoom da câmera fotográfica para passear entre o infinitamente grande e o infinitamente pequeno.
Permite trabalhar conteúdos não só
de Ciências, como de Filosofia, Arte e
Matemática – falando das formas e do
conceito de infinito. Selecionado para
o ensino fundamental. Transmissão: 13
de junho.
ESTRESSANIMAL
Animação de 6’18", em ritmo bem
acelerado, sugerindo os movimentos repetitivos da robotização. O cenário é um
enorme galinheiro, onde imagens de
uma galinha-padrão induzem as outras
galinhas a comer, pôr ovos etc. A carga
de estresse à qual as galinhas são submetidas pode estimular reflexões sobre
os limites da automação no cotidiano,
desencadeando um debate transversal
de Ciências e Ética, no ensino fundamental. Transmissão: 13 de junho.
AURORA NA PRAÇA
DA PAZ CELESTIAL
Um chinês, ex-integrante do Exército de Libertação do Povo, auto-exilado
nos Estados Unidos, reflete sobre o regime comunista e sua militância.
Indicado para o último ciclo do ensino fundamental, em estudos e atividades transversais de Pluralidade Cultural,
História, Arte e Ética. Duração: 29’25”.
Transmissão: 4 de maio.
• Acompanhe então os rituais, em
que as palavras são em geral escassas, e procure entender com a turma o
que celebram esses povos e no que
essa celebração se assemelha às conhecidas no Brasil.
• Lembre quais povos da África vieram para o Brasil, de onde, quando, em
que condições e onde se fixaram.
• Estimulada, a turma pode ir aos
livros, aos vídeos da TV Escola e, se
você tiver computador, à Internet. Pode
colher muitas informações históricas e
geográficas, fazendo transversalidade
com Pluralidade Cultural.
• Volte então aos rituais, em que
mitos e religiosidade se expressam
mais fortemente.
O que celebram os povos de língua
portuguesa? Como todos os povos do
mundo (com algumas variações), celebram o nascimento, a passagem para
a vida adulta, o casamento, o nascimento do filhos, a boa colheita, a invocação dos deuses por saúde, proteção, força, chuva.
• Mas o que há de específico nos
rituais dos povos em estudo?
É instigante o jogo de pluralidade e
identificação. E uma boa oportunidade
para relembrar a diversidade brasileira,
formadora da identidade nacional.
• Faça a turma escrever sobre tudo
isso, pesquisar autores da literatura
brasileira em que essas questões estão presentes e desenhar, pesquisando também o que já foi feito por grandes pintores.
Veja também: a série Idade do Brasil (25
de maio).
Leia também: Brava gente brasileira – 500
anos de pluralidade cultural, um número especial da revista TV ESCOLA, sobre
a formação do povo brasileiro, editado a propósito dos 500 anos do Descobrimento do Brasil.
Mao Tsé-Tung.
19
D ESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO
FILOSOFIA
HISTÓRIA DA
FILOSOFIA
Programa selecionado, na Grade
da programação , para o ensino
fundamental
Transmissão: 5 de junho
Realização: CNDP. França, 1995
Direção: Jean Flechet
Duração: 29’16” Preto e branco
Áreas conexas: Ética, Literatura, Língua
Por tuguesa
Indicado para capacitação de professores
do ensino fundamental e também do
ensino médio.
RESUMO
C
onversa sobre a história da Filosofia, suas principais idéias, escolas e contribuições.
O programa faz parte da série O tempo dos filósofos, transmitida em dois
dias (5 e 6 junho). Você poderá gravar
e ver também Filosofia e Psicologia ,
Atualidade da moral kantiana, Filosofia
e verdade e Investigador do nosso tempo. Em cada programa, uma conversa
de filósofos franceses, entre eles, Michel Foucault e Raymond Aron. Em História da Filosofia, a prosa é de Jean
Hyppolite com Alan Badiou.
F
DICAS
ilosofia é área temática dos
PCN do ensino médio, agrupada com História, Geografia, Sociologia, Antropologia e Política, na área
maior de Ciências Humanas e suas
Tecnologias. Está, no entanto, selecionada na Grade da programação ,
para o ensino fundamental.
O objetivo é oferecer, a professores
que nunca tiveram essa experiência, um
contato com idéias e reflexões muitas
vezes distantes de suas preocupações,
mas presentes de algum modo em sua
área de atuação.
20
Aos que já conhecem Filosofia, este
programa e os demais da série podem
ser uma oportunidade de retomar certas questões e discussões.
Nos dois casos, os programas de
Filosofia são uma oportunidade de aperfeiçoamento e podem ser explorados de
vários modos, como:
1. Ver o programa em uma reunião
de professores, primeiro para se familiarizar com os conceitos e a linguagem, nem sempre fácil, usada pelos
filósofos.
2. Conversar sobre o que foi visto,
discutir e esclarecer questões de maior
interesse. O que, dessa conversa, pode
ser aplicado à educação e ao trabalho
da escola? Como educação e escola
podem ser pensadas de acordo com os
conceitos dos filósofos?
3. Ver o programa outra vez, estimulando uma discussão sobre a postura
filosófica na escola e seu significado
na construção do projeto pedagógico.
4. Pode-se redigir uma carta de princípios norteadores da ação pedagógica dos professores.
5. O grupo deve responder a algumas indagações: Para que educar?
Que seres humanos queremos formar? Que realidade é esta que estamos vivendo? Que valores estamos
construindo com nossos alunos? De
que forma nossos alunos estão participando da construção de seu próprio processo de aprendizagem? Temos garantido direitos iguais a todos
os alunos, embora reconheçamos que
Conversas filosóficas.
cada um é diferente do outro? Temos
tratado diferentemente alunos que
são mais lentos na aprendizagem de
nossa matéria? O que temos feito,
como modelos que somos, para desenvolver com nossos alunos atitudes
de respeito e justiça? Temos sido respeitosos e justos? Temos dialogado
com eles, ouvindo-os atentamente?
6. Ao se indagarem sobre suas práticas, os professores terão dado um
passo importante para transformá-las.
Veja, em breve, na TV Escola, O abecedário de Gilles Deleuze, série de oito programas criados e apresentados por Deleuze, um dos mais importantes filósofos do Século 20, morto em 1995.
Antes de gravar essa série, em que fala
de si e de seu trabalho, o pensador
sempre se recusara a aparecer na TV.
Veja ainda a série Clac / Filosofia, Curso
Livre de Atualização de Conhecimentos,
em 15 programas, já transmitidos
pela TV Escola. Consulte sua videoteca e o Guia de Programas da TV Escola
1996-1999.
PRÓXIMAS ATRAÇÕES
MAIS PROGRAMAS COM
PARÂMETROS
A TV Escola está concluindo a produção de 54 programas da série PCN na
escola: 18 de Matemática, 18 de Língua
Portuguesa, 6 de Ciências, 6 de Educação Física e 6 de Convívio Escolar.
A Matemática será tema também de
uma série do Salto para o Futuro.
Todos esses programas devem ir ao
ar no segundo semestre.
E TEM MAIS:
• Ainda em 2000, a TV Escola transmite 4 programas de Matemática Interativa (Matemática e Computação) e 10
de Educação Indígena e outros de Educação Especial.
• A TV Escola está incorporando à
sua programação 30 filmes de uma
série de Ciências da Enciclopédia Britânica.
NOVOS HORÁRIOS
• Escola Aberta passou a ser exibida
também aos domingos.
• Aos sábados e domingos, a programação é trasmitida da 14h às 22h e não
mais em quatro horários.
• Aos sábados, tem reprise de Como
fazer? para o ensino médio, às 11h, 12h
e 13h.
TVE SCOLA
ENSINO MÉDIO
APOSTE
nesta ficha
V
ocê é professor do ensino médio
e acompanha os programas Como
Fazer? e Acervo, transmitidos pela
TV Escola? Agora tem mais um
recurso pedagógico à sua disposição. São fichas, como as reproduzidas
nesta página, nas quais você encontra sugestões para explorar os temas da programação. Essas fichas complementam, ampliam e sistematizam as sugestões dadas
pelos professores especialistas nas transmissões de Como Fazer? e Acervo.
Ainda neste semestre, cada escola de
ensino médio começará a receber cinco
fichas, elaboradas pela Secretaria da Educação Média e Tecnológica.
Você grava os programas, assiste aos
vídeos e aos comentários, e depois pode
seguir as sugestões das fichas. Ou, a partir delas, criar suas próprias idéias.
As fichas também podem ser encontradas na página do MEC na Internet:
www.mec.gov.br/nivemod/ensmed/
comofaz.shtm Boa aula!
TVE SCOLA
21
Uma receita de
SUCESSO
Penedo, na fronteira de Alagoas com Sergipe, aproveitou os
recursos do Fundef, aumentou o salário dos professores e
montou um novo plano de ação, no qual a TV Escola
tem papel importante. Três anos depois,
canta vitória: os índices de repetência e evasão caíram,
as matrículas aumentaram.
Reportagem: Rosangela Guerra
Fotos: Washington Alves
Nas 34 escolas da rede que têm o kit de equipaá pouco mais de três anos, a maioria dos
mentos, foram criados Centros de Convivência Sóprofessores de Penedo recebia menos que
cio-Cultural, onde os professores e alunos assistem
um salário mínimo. Alguns ainda eram leiaos vídeos, em estudos de capacitação ou atividagos. Das crianças matriculadas na 1ª série
des com os alunos.
do ensino fundamental, 64,71% eram reproSão salas de TV com funções ampliadas. Aos
vadas ou desistiam. Muitas ficavam anos na
sábados, por exemplo, transformam-se em animaescola sem aprender a ler e escrever. “Não dava para
dos pontos de encontro de pais, que assistem à
aceitar tudo isso numa cidade cheia de tradição culEscola Aberta – programação especial da TV Escotural, chamada até de Atenas do Baixo São Francisla – e discutem temas de inteco”, diz o secretário municipal de
resse da comunidade.
Educação, Samuel Mendonça.
Cada centro tem um coordePenedo montou um novo planador, que recebe gratificação
no de ação, aproveitou a chegade R$ 100,00 mensais da Secreda dos recursos do Fundef e entaria Municipal de Educação,
frentou o desafio de reconstruir
para organizar a videoteca, proseu ensino, com professores conmover sessões de vídeo para a
cursados, plano de carreira e cacomunidade, planejar a capacipacitação continuada. Em poutação dos professores e as auco tempo, os indicadores comelas de vídeo com os alunos,
çaram a mudar (ver Os números
conta Anabel Vicente dos Sanda
mudança).
tos, coordenadora da TV EscoA TV Escola é um dos elela de Penedo.
mentos centrais nesse processo. Penedo, cidade dos sobrados.
H
22
TVE SCOLA
Enisabel faz bolo de
macaxeira com os
alunos: “boa pedida
para trabalhar
unidades de medida,
frações, ortografia e
redação de vários tipos
de texto”.
Ao lado, turma da 7ª
série da Escola Freitas
Cavalcante encena a
história de Penedo.
TVE SCOLA
23
Uma receita de
SUCESSO
tiona Lucineide. “Todos são cidadãos e
têm direitos iguais na democracia”, palpita Davidson Alves, 15 anos. “Um tem que
respeitar o outro”, arremata Adriana Pacheco Santos, também de 15 anos. “Quer
dizer, então, que não pode haver preconceito”, observa a professora.
Os alunos enveredam pelos preconceitos e identificam os que estão relacionados com etnias, religiões e sexo, por
exemplo. Lembram que os nordestinos
são vítimas de preconceito no Sudeste e
descobrem até que os apelidos usados na
sala de aula podem esconder, por trás da
simples brincadeira, a intolerância e o
desrespeito com o colega.
HISTÓRIA AO
VIVO
Do centro de convivência da Escola
Municipal Freitas Cavalcante saiu a idéia
de teatralizar a história de Penedo com
alunos da 7ª série, que viram o programa
Pluralidade Cultural, da série PCN / Temas Transversais.
As mães ajudam a vestir as fantasias.
A professora de Geografia Lucineide Lóz
tira fotos com sua câmera e chama um
de seus alunos para registrar em vídeo
os melhores momentos do trabalho.
A narradora Josiane Santos, 15 anos,
começa: “Os índios caetés foram os primeiros habitantes da região.” Índios, franceses, holandeses, portugueses e africanos entram e saem
de cena para contar
a história de Penedo. Os franceses vinham para piratear
o pau-brasil; os holandeses, comandados por Maurício de
Nassau, construíram
em Penedo o Forte
da Rocheira. Acabaram sendo expulsos
pelos portugueses...
“Eu não sabia
que tantos povos se
interessaram pela
minha cidade”, diz
Bruno dos Santos,
12 anos.
Como as Secretarias de Educação e de
Turismo do município trabalham de forma integrada, os alunos tiveram uma aula
em pleno centro histórico da cidade, que
é tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. “Aprender a história ao
vivo, andando pelas ruas de Penedo, é
muito mais interessante”, comenta Fabrício Batista, aluno da 7ª série.
“A pluralidade cultural do Brasil é uma
de nossas riquezas. O que isso tem a ver
com cidadania e com democracia?”, ques-
24
ALUNO CUIDA DO VÍDEO
Comunidade presente no
resgate da história da cidade.
Lucineide não economiza gestos de
afeto. Circula pra lá e pra cá entre as carteiras, colocando a mão ora no queixo
de um, ora na cabeça de outro. Entre
colegas professores,
se refere aos alunos
como “os meus”.
Em troca, é paparicada pelos adolescentes, que estão
sempre
prontos
para cooperar.
“Qualquer coisa
que ela precise, eu
ajudo”, diz João
Paulo de Oliveira
da Silva, 17 anos,
aluno da 8ª série.
Ele cuida da aparelhagem nas aulas
de vídeo e filma os melhores momentos dos trabalhos feitos na escola.
Lucineide confessa que ainda não teve
paciência para aprender a fazer isso. E não
se acanha em pedir ajuda aos alunos. Sabe
que, de um modo ou de outro, favorece
atitudes de cooperação e permite que João
Paulo se familiarize com as novas tecnologias. Mas neste ano ele conclui o ensino fundamental...
“Agora não tem mais jeito, vou ter
que aprender”, diz a professora, bemhumorada.
TVE SCOLA
Uma receita de
SUCESSO
AULAS DE SAÚDE
A turma da 4ª série da Escola Municipal José Vicente Oliveira, do bairro Santa Izabel, vai ao centro de convivência
para ver o programa Verminose, da série
Viva legal.
Aqui, como em vários outros centros
de convivência, a Secretaria Municipal
de Educação mandou instalar alto-falantes na aparelhagem da TV Escola, para
melhorar a qualidade da exibição.
A coordenadora do centro, Sandra
Alves, lembra aos alunos de que é preciso lavar o alface e o coentro colhidos no quintal, e que andar descalço
pelas ruas do bairro pode ser prejudicial à saúde. Ela estimula as crianças a
ensinar em casa o que acabaram de
aprender.
Aprenderam mesmo o que o vídeo
mostrou? O professor Eduardo Magalhães, da Universidade Federal de Alagoas e consultor em Penedo (leia entrevista), assume a classe e pergunta:
“Será que vocês se lembram do nome
daquele verme grande que fica na barriga das pessoas?
“É sagitário”, responde prontamente
um aluno. A confusão entre o signo do
zoodíaco e a solitária (nome do parasita intestinal Taenia solium) provoca risos. A pedido do professor, as crianças
vão ao quadro para desenhar o parasita no tamanho real. Depois, se surpreendem: como um verme tão grande
pode se alojar na barriga das pessoas?
PAPEL FAMILIAR
Essas crianças são filhos de lavradores
e cortadores de cana, que pouco estudaram. São meninos e meninas que suprem
a necessidade de leitura e escrita da família: lêem a Bíblia e livros de histórias, fazem as listas de compras para as mães e
escrevem cartas para amigos e parentes
que estão longe.
A escola para elas é muito mais do
que um lugar para aprender a ler e escrever. É onde brincam, fazem amigos e
assistem ao Rei Leão, O Máscara, Titanic e tantos outros filmes de sucesso entre a meninada.
TVE SCOLA
João Paulo grava os
melhores momentos das
atividades de sua turma.
A ESCOLA É DE TODOS
A turma da 4ª série da Escola José Vicente Oliveira conta, orgulhosa, que o centro
de convivência é cedido nos finais de semana para as reuniões do grupo de jovens da
Igreja Católica, para os cultos da Igreja Evangélica e para as reuniões da comunidade.
“Ué, a escola não é só dos alunos! É
de todos!”, diz com naturalidade Vanilson
Marcos dos Santos, 12 anos, como se isso
fosse óbvio para todo mundo.
Para a diretora Verônica Araújo, a aproximação entre escola e comunidade é um
aprendizado difícil, mas que vale a pena.
Em outros tempos, a escola já teve seu
portão arrombado. Hoje, pode até deixar
cartazes na parede da varanda externa,
que eles não são arrancados.
Logo na entrada, os pais plantaram um
jardim. Nos fins de semana, eles ficam com
a chave para cuidar das plantas.
“OS PROFESSORES ESTÃO MOTIVADOS”
“A repetência é um desperdício. Quando há um índice elevado de repetência,
muito dinheiro vai para o ralo. O baixo desempenho dos alunos está relacionado
com a falta de capacitação do professor. Em Penedo, há palestras e cursos que
utilizam os vídeos da TV Escola, e transporte gratuito para os professores que fazem magistério e faculdade, em Penedo ou em outras cidades. Estamos fazendo
parcerias com faculdades para que o professor tenha ajuda de custo para estudar.
O plano de carreira do magistério, aprovado em 1998, é um incentivo à capacitação, já que garante salários melhores para os que estudam mais.
“Os professores penedenses estão motivados. Em várias escolas há experiências interessantes, como na Escola Douglas Apprato Tenório, onde o professor de História Lenisval Miranda tem levado os alunos para assistir a sessões na Câmara dos Vereadores
“Em Penedo, perdemos o medo da avaliação. Professores, supervisores e
diretores são avaliados através de relatórios mensais. O diretor e os supervisores avaliam os professores, levando em conta seu relacionamento com os
alunos e a comunidade, o planejamento e a assiduidade, por exemplo. Os supervisores e o diretor avaliam-se mutuamente. No final do ano passado, todos
foram avaliados: do vigia ao secretário. A função da avaliação é detectar os
problemas que devem ser trabalhados.”
Samuel Mendonça
Secretário de Educação de Penedo
25
Uma receita de
SUCESSO
COMUNIDADE
VÊ ESCOLA ABERTA
Sábado à tarde. A casa arrumada, a louça do almoço lavada, um grupo de mães
vai ao centro de convivência da Escola
Municipal Douglas Apprato Tenório, para
assistir e discutir as atrações de Escola
Aberta – programação especial da TV Escola dirigida à escola e à comunidade.
“Pixote, Dona Flor e seus dois maridos,
O pagador de promessas, Central do Brasil... já vimos vários filmes nacionais aqui”,
conta Maria Aparecida Farias, mãe de dois
alunos, referindo-se ao ciclo de filmes A
redescoberta do cinema nacional, do Ministério da Cultura, transmitido recentemente pela TV Escola.
São sessões animadas. As professoras
e coordenadoras do centro, Maria Aparecida Santos e Bernadete Silva, puxam conversa sobre temas variados que a programação levanta. Pode ser violência, machismo, sexualidade, alcoolismo, desem-
CAÇADOR DE
ESPERANÇA
Pelo jeito de conversar com alunos e professores, dá para ver que Eduardo Magalhães é
do ramo. Aos 57 anos, este professor da Universidade Federal de Alagoas e consultor de
Educação em Penedo é capaz de comentar
os vídeos da série Viva legal em uma classe
de 4ª série; discutir sexualidade com os adolescentes da 7ª série que assistiram a Uma
vezinha só; e articular trabalhos com os professores de Penedo. Tudo com o entusiasmo
de quem está no início de carreira. No seu
cartão, logo depois do nome, vem a “profissão”: caçador de esperança.
Desde quando você tem essa profissão?
Desde que me entendo por gente. Saí
do Brasil na época da ditadura e só voltei com a anistia. Sou o último dos eclé-
26
prego, analfabetismo, fé. “Ou qualquer
outro assunto que faz parte da vida”, resume a comerciante Leonilda da Silva.
As mães começaram a freqüentar o centro por causa dos filhos, que chegavam em
casa cheios de novidade, dizendo: “Mãinha, eu vi na televisão da escola.”
As sessões ficam cada dia mais animadas. Já teve até pipoca com refrigerante. As
mães – cerca de 15, dependendo do sábado – querem agora que os pais também
façam parte da platéia de Escola Aberta.
TV APROXIMA MORADORES
Jacira da Silva, 55 anos, é a presença mais
querida no centro de convivência da Escola Douglas Apprato Tenório. Mãe de seis
professores, não teve oportunidade de estudar. “Quando aprendi a escrever o nome,
meu pai disse: ‘Agora já chega.’ Aos 8 anos
fui trabalhar na roça e nunca mais parei.”
Ela ficou viúva com os filhos ainda pequenos, mas fez questão de que nenhum
deles parasse de estudar. Agora, luta para
que os 12 netos tenham a mesma chance.
Para Jacira, a TV aproxima os moradores do bairro Santo Antônio, onde vivem famílias de pescadores, cortadores de
Magalhães: os centros
de convivência atraem a
comunidade.
ticos: um professor de Línguas com doutorado em Ciências Políticas, que não perde a esperança no País.
O que o levou a aceitar o desafio de ser
consultor de educação em Penedo?
Penedo tem uma tradição cultural
afortunada. Sua educação pública já foi
um modelo para Alagoas. Em 1997, quando começamos a reforma na educação, havia um clima tenso entre os professores
penedenses. Muitos ganhavam menos que
o salário mínimo. Apesar disso, havia o desejo de crescer e de tentar o novo. Percebi também que teria apoio integral da
administração municipal. A decisão política de enfrentar uma reforma de ensino
é a chave.
E por que centrar a reforma educacional
na utilização da TV e do vídeo?
As televisões públicas, instaladas em
comunidades pobres, são comuns no
Nordeste e atraem muita gente. O homem, a dona de casa e a criança do mundo moderno são movidos a televisão, estímulos visuais e atividades interativas.
Os centros de convivência sócio-culturais, equipados com TV e vídeo, são freqüentados por alunos e professores, e
atraem a comunidade para a escola.
O que dá alegria a um caçador de esperança?
É ver as ruas de Penedo à noite,
cheias de estudantes. É entrar numa sala
de aula e ver que já não existe tanta diferença de idade entre os alunos, e que
todos estão aprendendo a ler.
TVE SCOLA
Uma receita de
SUCESSO
BEM-VINDOS, CIGANOS
“As crianças ciganas entram e saem da escola
porque acompanham os pais nas viagens. A
escola não pode fechar a porta para outras
culturas”, diz a Marili Silva, diretora do Grupo
Escolar Municipal Vereador Manoel Soares Melo.
E, de fato, os filhos de ciganos (foto) às vezes
passam alguns meses na escola, e depois saem
porque os pais vão viajar. Quando voltam, o Grupo
os acolhe e programa aulas de reforço. A
coordenadora do centro de convivência, Edna
Ramos, está preparando um trabalho na escola
sobre a vida dos ciganos, já que há muitos anos
eles armam barracas e constroem casas no bairro.
A professora Enisabel, entre Alagoas e Sergipe.
cana, vendedores e trabalhadores do serviço de limpeza urbana. Bem-humorada
e sem inibição, ela participa das discussões na Escola Aberta. Acha que os filmes exibidos não devem mostrar cenas
de sexo e pessoas bebendo, para não dar
mau exemplo às crianças.
Pais de alunos
vêem a TV E SCOLA
na Escola Douglas
Apprato Tenório.
Para Enisabel, o professor tem que estar
sempre preocupado com sua capacitação.
Para o trabalho com os alunos, ela dá
uma dica a seus colegas: “Convidem os
alunos para fazer um bolo de macaxeira
(mandioca) na escola.”
Enisabel garante que essa é uma boa
pedida para quem quer trabalhar unidades de medida, frações, ortografia e redação de vários tipos de texto (descrição
subjetiva e objetiva, por exemplo). Serve
ainda para discutir a participação masculina nos afazeres domésticos e os relacionamentos no trabalho de equipe.
RECEITA DE PROFESSORA
“O mundo está mudando rapidamente,
e o professor não pode ficar parado, com
medo de experiências pedagógicas inovadoras”, diz a professora Enisabel da Silva,
que trabalha todo dia em dois Estados. De
manhã, em Alagoas; à tarde, em Sergipe –
os dois separados pelo Rio São Francisco.
Ela faz a travessia em 15 minutos de lancha.
Na Escola Douglas Apprato Tenório, de
Penedo, Alagoas, ela participa da capacitação dos professores, feita por meio da
TV Escola. “A gente fica com muitas idéias
para trabalhar e trocamos experiências.”
TVE SCOLA
27
Uma receita de
SUCESSO
OUTROS DADOS
OS NÚMEROS
DA MUDANÇA
Resultados obtidos em três anos pelo plano de ação de Penedo,
AL, nas 61 escolas da rede municipal.
1996
1999
Salário mais baixo
pago aos professores
R$ 42,00
R$ 200,00
Professores leigos em
sala de aula
102
0
Repetência nas primeiras
quatro séries
44,17%
16%
Evasão nas primeiras
quatro séries
30,63%
5,6%
3.300
9.300
680
1.516
Alunos em curso de alfabetização de jovens e adultos
0
930
Escolas com TV e vídeo
(todas com kit da TV Escola)
0
34
Total de matrículas
nas oito séries
Alunos na pré-escola
FONTE: Secretaria Municipal de Educação de Penedo
“O FUNDEF TROUXE AUTONOMIA”
“No Brasil ainda há o conceito de que educação não dá voto. E como os
políticos são movidos a voto, deixam a educação em segundo plano. Mas
isso está mudando. A sociedade está exigindo um comprometimento maior
dos políticos. E o governo federal, com a criação do Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do
Magistério), marcou o ponto de partida para a valorização do magistério e
do ensino fundamental.
“O Fundef deu a autonomia financeira que o município precisa para estabelecer seu próprio plano educacional, através da transferência automática de recursos do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) e do FPE
(Fundo de Participação dos Estados) para as secretarias municipais de Educação, controladas por comissões municipais de educação.
“A melhoria das condições oferecidas ao professor através do Fundef
tem levado muitas crianças para a escola. O Fundef é importantíssimo para
o Nordeste.”
Alexandre Toledo
Prefeito de Penedo
28
• Escolas municipais: 61 (do pré à 8ª
série do ensino fundamental)
• Escolas estaduais: 38 (ensino fundamental e médio)
• Escolas particulares: 11 (ensino fundamental e médio)
• Professores: 420
• Professores que concluíram o Magistério, de 1996 a 1999: 260
• Professores da rede municipal cursando faculdade: 60
• Alunos com transporte das redes
estadual e municipal: 1600
• Ensino superior: Faculdade de Formação de Professores (particular)
O PLANO DE AÇÃO
Gastando cerca de 26% do orçamento
municipal com educação (a Constituição
federal prevê pelo menos 25%) e aplicando os recursos do Fundef, Penedo colocou em prática seu plano de ação para
mudar seus índices educacionais. Doze
medidas foram adotadas:
1 Aumento de salário dos professores;
2 Concurso público para professor;
2 Aprovação do plano de cargos e salários do ensino municipal;
3 Estímulo aos professores, para que eles
fizessem o Magistério e/ou curso superior;
4 Curso de alfabetização para jovens e
adultos (a taxa de analfabetismo é ainda de 22%);
5 Transporte escolar gratuito para alunos e professores;
6 Criação dos centros de convivência sócio-cultural, equipados com a TV Escola;
7 Luta contra a evasão – os professores
vão à procura de crianças que estão
fora da escola;
8 Luta contra a repetência: aula de reforço para os alunos com baixo desempenho;
9 Ação integrada entre as secretarias municipais de Educação, Ação Social e
Turismo;
1 0 Investimento na pré-escola;
1 2 Avaliação de todos os que trabalham
na escola.
TVE SCOLA
Uma receita de
SUCESSO
QUE LUGAR É ESSE
ÀS MARGENS DO VELHO
CHICO
A cidade de Penedo, Alagoas, está
situada à margem esquerda do Rio São
Francisco, que divide Alagoas e Sergipe.
Fica a 186 km de Maceió e a 135 km de
Aracaju. Quem vai a Penedo por Aracaju
atravessa o rio em 15 minutos de balsa.
Segundo o IBGE, a população da cidade
é de 54.390 habitantes. Localizada na
região do baixo São Francisco, fica a 70
quilômetros da foz do Velho Chico –
como o escritor Guimarães Rosa chamava o rio.
CIDADE DOS SOBRADOS
O belo casario colonial, igrejas barrocas e as construções dos Séculos 17 e
18 dão a Penedo um certo ar aristocrático. Em 1995, o conjunto histórico e paisagístico da cidade foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. No passado, a cidade foi um
porto fluvial movimentado. As luxuosas
construções em estilos arquitetônicos de
diferentes épocas refletem a riqueza que
circulou na região até a década de 1960.
Chamada por Gilberto Freyre de “Cidade dos Sobrados”, Penedo é também terra de santeiros (artesãos fabricantes de
santos). A tradição começou no Século
17, com a chegada dos franciscanos à região. Foram eles que ensinaram o ofício
aos santeiros.
como estratégia para evitar o contrabando de pau-brasil feito pelos franceses. De
1637 a 1645, Penedo foi ocupada pelos holandeses comandados por Maurício de
Nassau, que construiu o Forte da Rocheira. Em 1859, a cidade recebeu a visita de
D. Pedro II.
BOM JESUS DOS NAVEGANTES
No segundo domingo de janeiro, Penedo comemora a festa de Bom Jesus dos
Navegantes, com uma procissão de milhares de pessoas. Eles vão em procissão, pelo
rio e por terra, cantando, rezando e soltando fogos. É a maior festa religiosa da
região. Neste ano, o público estimado foi
de 12 mil pessoas.
Penedo, patrimônio histórico às
margens do Rio São Francisco.
TERRA DE ILUSTRES
O filho mais ilustre desta cidade foi
Francisco Inácio de Carvalho Moreira, o Barão de Penedo (1815-1906). Diplomata do
Império, ele ajudou a vencer uma batalha
diplomática entre o Brasil e os Estados Unidos, que ambicionavam o direito à navegação no Rio Amazonas. Nasceu aqui também o escritor Elysio de Carvalho (18801925), autor de inúmeros ensaios sobre
cultura e literatura brasileira e tradutor do
escritor irlandês Oscar Wilde (1854-1900),
autor de O retrato de Dorian Gray.
SEM CINEMA
Nos anos 1970 era realizado em Penedo um festival nacional de cinema. O
evento atraía público de todo o País.
Hoje não tem mais festival. Nem cinema
(além do oferecido pelos centros de convivência das escolas): as duas salas da
cidade estão fechadas.
QUASE 500 ANOS
Em 1501, Américo Vespúcio esteve
na região e registrou a existência do Rio
São Francisco, chamado de Opara pelos
índios caetés. “Penedo foi o primeiro
arraial que as águas do Rio São Francisco banharam”, escreveu Barbosa Lima
Sobrinho sobre a cidade. O povoamento
da região começou por volta de 1540,
TVE SCOLA
29
RÁDIO ESCOLA
Seed apóia
ALFABETIZAÇÃO
SOLIDÁRIA
programa Alfabetização Solidária, da Comunidade Solidária,
acaba de receber
mais um reforço: o
Rádio Escola, planejado pela Secretaria de Educação
a Distância – Seed, do Ministério
da Educação.
A Seed está produzindo um
módulo de 11 programas, para serem gravados em fitas-cassete, destinados à contribuir na capacitação dos alfabetizadores.
Esses programas serão distribuídos, até o
final do primeiro semestre deste ano, em
200 municípios do Norte e Nordeste, onde
a Alfabetização Solidária está preparando
e acompanhando o trabalho de seus professores, em parceria com universidades
públicas e privadas.
O Rádio Escola é uma experiência da
Seed, que faz educação a distância por
meio da TV Escola, dos computadores do
Programa Nacional de Informática na Edu-
Fotos: Paulo Pepe
Com uma nova experiência, a
Secretaria de Educação a Distância
– Seed participa do trabalho de
capacitação de alfabetizadores no
Norte e Nordeste.
O
30
cação – ProInfo e de uma composição de
vídeos, material impresso e aulas presenciais do Programa de Formação de Professores em Exercício.
O rádio é um outro meio, de grande
amplitude e considerado muito apropriado para ações mais localizadas, como a
do Alfabetização Solidária. Daí o interesse em desenvolver esse projeto.
“Fizemos consultas e reuniões com diversas secretarias do MEC, para ver por onde
poderíamos começar. Resolvemos então
associar a iniciativa a alguma ação já em
curso, priorizando a educação de jovens e
adultos”, diz Ana Valeska, coordenadora do
projeto. O Programa Alfabetização Solidária
reúne as duas características.
Os 11 programas do primeiro módulo
seguem os eixos temáticos do livro Viver
e aprender, um guia do educador produzido pela Secretaria de Educação Fundamental – SEF, do MEC, para cursos de alfabetizadores. E complementam o material já utilizado no curso.
Não é a primeira vez que o MEC trabalha em parceria com a Comunidade
Solidária. O Ministério apóia, desde o início, os programas Alfabetização Solidária
(1997) e Universidade Solidária (1996),
com recursos que incluem material didático de apoio e bibliotecas.
DIVERSIDADE CULTURAL
Zé Francisco, líder
comunitário de Monte
Santo, BA, município
beneficiado pela
Comunidade Solidária:
“O rádio é o telefone
do sertão.”
A experiência acumulada de quem trabalha na área demonstra que funcionam melhor os programas educativos “produzidos
em sintonia com o modo de vida do público, seguindo as experiências das organizações populares”, diz a Seed em texto sobre
o Rádio Escola. Além disso, o Alfabetização
Solidária sempre se orientou pelo respeito à
diversidade cultural das regiões onde atua.
Por isso a Seed pesquisou cuidadosamente a linguagem e o tipo de programa
mais adequado aos cursos de alfabetizadores do Norte e Nordeste. Nesta fase de
pesquisa, foram produzidos alguns programas-piloto para testar a receptividade
do público-alvo – a maioria, de baixa escolaridade, em média, até a 8ª série do
ensino fundamental. Poucos têm ensino
médio, raros são os universitários.
TVE SCOLA
TEMAS EXPLORADOS
EM 11 PROGRAMAS
Os programas da Seed devem explorar estes temas, definidos
com a coordenação do Alfabetização Solidária:
• Literatura Brasileira e Língua Portuguesa (poesia, obras e autores consagrados);
• Matemática (as principais operações e seus significados na economia popular);
• História (os 500 anos do Descobrimento do Brasil);
• Ciências Sociais (o ser humano, a saúde e o meio ambiente);
• Ética e Cidadania (Declaração dos Direitos Humanos, cidadania e
participação);
• Pluralidade Cultural (etnia, folclore, lendas e contos).
Aulas do programa Alfabetização
Solidária, dirigido aos municípios
com maior índice de analfabetismo.
TVE SCOLA
Numa das primeiras experiências, foi
convidado um dos alunos do Alfabetização em Salitre, sul do Ceará: o Zé do Nada,
do sítio de Coqueiro, que trabalha com
panelas de alumínio, placas de carro e
ainda cuida sozinho de três filhos, desde
que se separou da mulher. Quando pode,
faz poesia, falando de sua vida e suas
desventuras.
Zé do Nada foi chamado para mostrar
seu trabalho e dar entrevista, ao lado de
um repentista. O resultado foi apresentado a grupos de alfabetizadores do Piauí e
agradou bastante.
Os professores acharam que era um
bom jeito de introduzir poesia na educação. “Esse programa falou mais a língua
do nordestino, os ritmos, as rimas, são
coisas aqui da nossa terra”, disse uma professora. A maioria achou o programa até
melhor do que outro que foi testado, com
poesias de Vinícius de Morais, Carlos
Drummond de Andrade e Ferreira Gullar.
Pesquisas como essa indicaram o formato considerado ideal para os onze programas iniciais: uma mescla da linguagem
simples de revista, com entrevistas e conversas, que exploram conteúdos das áreas
temáticas da educação formal.
Além de reforçar o trabalho de capacitação dos alfabetizadores, como apoio aos
cursos presenciais, os programas da Seed
devem levar aos professores sugestões
práticas de atividades em sala de aula.
31
ENTREVISTA: MARIA HELENA GUIMARÃES
Ensino passa
na prova dos
NÚMEROS
Vários indicadores mostram que a situação melhorou,
diz Maria Helena Guimarães, presidente do
Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais – Inep, que coordena os principais
mecanismos de avaliação do sistema de ensino.
“P
elo Brasil afora,
existem milhares
de pais que
acham melhor o
filho repetir de
ano porque está
fraco em alguma área. É comum
também o professor bater o
olho num aluno, achar que não
vai dar certo e ele ser
reprovado no final do ano. Para
Maria Helena Guimarães,
presidente do Instituto Nacional
de Estudos e Pesquisas
Educacionais – Inep, isso
caracteriza uma cultura da
repetência, principal
responsável pela enorme
distorção idade/série verificada
no ensino brasileiro. E quanto
32
maior a distorção, maior a
probabilidade de o aluno ser
reprovado novamente, diz Maria
Helena, citando o resultado de
outra avaliação.
Pesquisa e avaliação de
resultados são especialidades
dessa paulista de Presidente
Prudente, criada na cidade de
São Paulo, e que começou seus
estudos universitários na
Universidade de Campinas –
Unicamp, em 1977, aos 31 anos,
já mãe de três filhos. Com
graduação em Ciências Sociais e
mestrado e doutorado em
Ciências Políticas, Maria Helena
foi diretora adjunta do Núcleo de
Estudos de Políticas Públicas –
Nepp, da Unicamp, e secretária
de Educação de Campinas, de
onde saiu em 1995 para integrar
a equipe do ministro da
Educação, Paulo Renato Souza.
O Inep coordena os principais
instrumentos de avaliação do
sistema educacional.
Maria Helena dispõe,
portanto, de muitos
dados para fundamentar
o que diz, como neste
diagnóstico do ensino
no Brasil, feito em entrevista
aos jornalistas Ana Lagôa, do
caderno de “Educação, Trabalho
e Empregos” do Jornal do Brasil ;
Luci Ayala, do Klick Educação
(portal de educação na
Internet); e Claudio Pucci,
editor da revista TV ESCOLA.
TVE SCOLA
Luci Ayala: Existem dados confiáveis
sobre a educação brasileira?
M a r i a H e l e n a G u i m a r ã e s : Graças ao
Censo Escolar, hoje podemos contar
com indicadores fundamentais: reprovação, aprovação, número médio de
alunos por turma, qualificação dos
professores, número de turnos escolares, proporção de matrícula nos cursos noturnos, idade dos alunos, distorção idade/série. Essas informações
não existiam antes. Hoje, os Estados
e municípios apóiam-se nos dados do
Censo Escolar para fazer seu planejamento anual.
Fotos: Norberto Avelaneda
Ana Lagôa: Como o Censo é feito?
nome do professor etc., estão disponíveis em cada Estado. Se o professor não tiver acesso à Internet,
pode solicitar informações sobre o
Censo ao Centro de Informações do
Inep. Pode também obter dados
sobre a escola onde atua e seu município. Desde 1998, toda escola
com mais de 100 alunos recebe um
boletim com seus resultados: alunos matriculados por turno, os professores e sua qualificação, a taxa
de promoção e a de reprovação do
ano anterior por série, a distorção
idade/série e a posição da escola
em relação ao seu município, ao
Estado e ao Brasil.
pela tradicional prática do clientelismo. Hoje é pelo número de alunos na
rede de ensino.
Luci: A imprensa tem noticiado que alguns municípios falsificam os dados
para ganhar mais verbas do Fundef.
M a r i a H e l e n a : Para controlar esse
tipo de coisa temos uma pesquisa por
amostragem de controle de qualidade
do Censo – a última foi feita em 2000
municípios, nas 27 unidades da Federação, com escolas de diferentes tipos. Checamos a consistência dos
dados do município. Por exemplo: se
a proporção de matrículas de ensino
fundamental de 7 a 14 anos não bate
com o total da população do município
nessa faixa, o município é visitado e
passa por uma auditoria.
M a r i a H e l e n a : As 27
secretarias estaduais
de Educação foram informatizadas, e já estamos iniciando os
módulos regionais informatizados. AjudaAna: O que esses damos a montar a infrados informam sobre a
estrutura e a treinar
qualidade do ensino?
as equipes de planejaM a r i a H e l e n a : Analimento e avaliação nos
Estados. Temos uma
sando o fluxo dos
intranet, uma rede
alunos no sistema, o
computadorizada, lipesquisador Sérgio
gando todas as secreCosta Ribeiro e sua
tarias estaduais. Uma
equipe concluíram
vez por ano, os quesque o grande protionários do Censo “Graças ao Censo Escolar, contamos com indicadores fundamentais.”
blema do ensino não
Escolar vão direto
era a evasão escopara as escolas. Elas preenchem o for- Claudio: Vocês têm informações sobre l a r , m a s s i m a r e p e t ê n c i a . I s s o e m
mulário e mandam para os municípios, o uso desses dados nas escolas?
1989, no governo Sarney. Na época,
que por sua vez mandam para os Estao MEC pagou a pesquisa, mas não
dos. Cada Estado processa seus da- M a r i a H e l e n a : No ano passado, mui- q u i s d i v u l g a r s e u s r e s u l t a d o s . D e dos e os resultados são enviados ao t a s e s c o l a s u t i l i z a r a m e s s e b o l e t i m p o i s , o g o v e r n o C o l l o r t a m b é m n ã o
Inep. Atualmente, os dados são coleta- n o s e u p l a n e j a m e n t o p e d a g ó g i c o . q u i s . E n f r e n t a r a q u e s t ã o d a r e p e dos e divulgados no mesmo ano. Só Queremos quantificar esse uso. Jun- t ê n c i a e x i g i r i a u m a p o l í t i c a e d u c a c i existem três países no mundo que t o c o m o q u e s t i o n á r i o d o C e n s o E s - onal que eles não tinham. O primeiro
conseguem fazer isso: França, Estados c o l a r , e s t a m o s m a n d a n d o u m a m a l a g o v e r n o q u e e n f r e n t o u a q u e s t ã o d a
Unidos e Brasil.
p o s t a l p a r a o d i r e t o r d a e s c o l a r e s - repetência foi o atual.
ponder se o boletim está sendo usaClaudio Pucci: Como o professor pode do, se é divulgado para a comunida- Claudio: Por que tanta repetência?
ter acesso a esses dados?
de, para os pais dos alunos. O Cens o d á a s b a s e s p a r a a d i s t r i b u i ç ã o M a r i a H e l e n a : Entre outros motivos,
M a r i a H e l e n a : O s d a d o s g e r a i s e s - d o s r e c u r s o s d o M E C – R $ 1 5 b i - porque existe uma cultura da repetênt ã o n a I n t e r n e t , n o s i t e d o I n e p l h õ e s d o F u n d e f e R $ 3 b i l h õ e s d o cia. É uma cultura muito disseminada.
( w w w . i n e p . g o v . b r ) . O s d a d o s m a i s F N D E . A t é h á b e m p o u c o t e m p o , o Existem milhares de pais que, em alc o m p l e t o s , e s c o l a p o r e s c o l a , c o m dinheiro da educação era distribuído gum momento, acharam melhor o filho
TVE SCOLA
33
ENTREVISTA
FUNÇÃO
ESTRATÉGICA
Criado em 1937 por Gustavo Capanema, ministro da Educação do Estado Novo, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – Inep
representou um passo importante na
construção de um sistema nacional de
ensino público. No entanto, a idéia de
ter um órgão de pesquisa e informações educacionais que contribuísse
para a formulação de políticas para a
Educação remonta ao início da década de 1930.
De 1952 a 1964, foi dirigido por
Anísio Teixeira (leia reportagem Um
mestre do progresso, nas páginas 38
e 39). No regime militar, passou por
um longo processo de perda de prestígio, chegando ao final dos anos 1980
praticamente sem orçamento e sem
funções claramente definidas. Formalmente extinto no governo Collor,
foi mantido nominalmente pela comunidade acadêmica, com apoio da
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC, da Academia
Brasileira de Ciências e de outras entidades afins.
Em 1994, no governo de Fernando
Henrique Cardoso, o Ministério da Educação define uma política em que a informação e a avaliação educacionais
são consideradas estratégicas. O Inep
é recuperado e totalmente reestruturado, sob a direção de Maria Helena
Guimarães. De lá para cá, o instituto
participou intensamente do processo
de implantação da TV Escola, reestruturou o Saeb (Sistema de Avaliação da
Educação Básica) e o Censo Escolar –
os dados mais recentes disponíveis no
Ministério eram de 1989 –, e criou e
implantou o Enem e o Provão, exames
nacionais que avaliam, respectivamente, o ensino médio e o superior.
O Inep também dá apoio técnico
a países vizinhos, como Argentina,
Colômbia e Peru, e a vários países
africanos de língua portuguesa, sendo reconhecido internacionalmente
pelo padrão de excelência de suas
pesquisas.
34
repetir de ano porque “estava fraco”
em alguma matéria. Na sala de aula, o
professor é soberano. Sei que os alunos não são anjos, mas as pesquisas
demonstram que um dos fatores que
mais contribuem para a repetência é a
atitude do professor diante dos alunos. Além disso, nossa cultura social
é muito discriminatória. As crianças
mais pobres, moradores em favelas,
de famílias menos estruturadas, já
chegam à escola em desvantagem. No
primeiro dia de aula, muito professor
bate o olho e fala: “Aquele ali não vai
dar certo...”
Claudio: O aluno reprovado pode perder a auto-estima.
M a r i a H e l e n a : E a probabilidade de
voltar a ser reprovado é muito maior.
Reprovar um aluno e mantê-lo na mesma classe, com o mesmo professor, o
mesmo livro didático, é levá-lo a nova
reprovação. A repetência é responsável pela grande distorção idade/série
existente na educação brasileira. E o
Saeb (veja o box Instrumentos de avaliação) mostra que, quanto maior essa
distorção, pior é o rendimento do aluno. É um círculo vicioso: a taxa média
de repetência na primeira série do ensino fundamental é de 39,8% no Brasil,
e hoje há mais 8,5 milhões de alunos
com idade superior a 15 anos no ensino fundamental.
Claudio: Mas por que o professor age
assim? Ele acha que isso é ser bom professor?
M a r i a H e l e n a : Alfabetizar uma criança é muito mais difícil do que orientar uma tese de doutorado. Muitos
professores não estão preparados
para essa tarefa. Em geral, os encarregados da alfabetização têm
apenas o nível médio e são os mais
novos da escola, os menos experientes. No entanto, essa deveria ser
uma tarefa dos mais experientes e
capacitados. A escola deveria ter
um projeto pedagógico que tratasse
o processo de alfabetização como
um ciclo de aprendizagem. O objetivo seria, ao final desse ciclo, conse-
guir que a maior parte das crianças
daquela faixa etária atingisse determinados patamares. O ciclo inicial
de aprendizagem deve englobar pelo
menos as séries iniciais da alfabetização da criança, talvez as quatro
primeiras séries. É muito difícil medir
a evolução de uma criança na metade da primeira série.
Luci: Como os instrumentos de avaliação podem ajudar a mudar essa realidade?
M a r i a H e l e n a : Quando o Censo começou a mostrar a distorção idade/
série e as taxas de reprovação, e, ao
mesmo tempo, o Saeb demonstrava
que o aluno mais velho do que o recomendado para a série tinha um rendimento pior, imediatamente iniciou-se
ALFABETIZAR
UMA CRIANÇA
É MUITO MAIS
DIFÍCIL DO QUE
ORIENTAR UMA
TESE DE
DOUTORADO
“
”
no Brasil um grande movimento para
reduzir a distorção idade/série, instituindo-se as classes de aceleração.
Claudio: A senhora é favorável à promoção automática?
Maria Helena: Não. Eu defendo a progressão continuada, a idéia de ciclos
de aprendizagem em que o aluno é
avaliado ao longo do processo. A escola tem de ter a clareza pedagógica
sobre os conteúdos daquele ciclo de
TVE SCOLA
aprendizagem, e sobre as competências e habilidades que o aluno deve
desenvolver durante o ciclo. A escola
tem, também, de oferecer aos alunos a
chance de recuperar conteúdos ao longo do ano e criar classes de aceleração para quem estiver atrasado na relação idade/série. Os alunos que vão
mal têm de ter acesso a um reforço
paralelo às aulas comuns – como ocorre nas escolas particulares. Os professores devem ter condições de trabalho
e remuneração adequadas para dar o
reforço fora do horário de sala de aula.
Devemos avaliar, também, a possibilidade de o aluno ser promovido com
dependência de uma matéria.
Ana: Qual a dimensão da distorção idade/série?
M a r i a H e l e n a : Atualmente, temos 16
milhões de alunos no ensino fundamental com dois anos ou mais de
atraso com relação ao indicado para
sua faixa etária, e 1,2 milhão de alunos em classes de aceleração.
Luci: Como funcionam as classes de
aceleração?
Maria Helena: As classes de aceleração já estão implantadas em vários Estados, como São Paulo, Maranhão, Bahia, Pernambuco, Goiás,
Espírito Santo e Paraná. Podem ter
no máximo 15 alunos, o professor é
treinado para essa atividade, tem
uma remuneração adequada e conta
com materiais pedagógicos específicos. O aluno que não consegue
acompanhar o ritmo da classe é
atendido pelo professor fora da sala
de aula. Os resultados, avaliados
pela Fundação Carlos Chagas, mostram que o desempenho dos alunos
é basicamente o mesmo dos que estão no curso regular.
das secretarias de Educação – embora haja uma tendência de ampliar a
autonomia da escola e o estímulo para
que cada uma construa seu projeto
pedagógico de acordo com as características da sua equipe e da comunidade. O Fundef vem reforçando essa
tendência, ao promover um aumento
de salários real, nos municípios em
que os professores ganhavam muito
pouco.
Claudio: O ministro considera o Fundef
o melhor programa de sua gestão.
M a r i a H e l e n a : Acho que o Fundef representa a política mais importante
implantada no sistema educacional
brasileiro desde a década de 1930,
quando começou o sistema público
de ensino com a escola primária gratuita. Com o Fundef, a matrícula cresceu. Em 1994, tínhamos 89% das
crianças de 7 a 14 no ensino fundamental; hoje são 96%. Mais alunos
concluem o ensino fundamental e ingressam no ensino médio, que passou
dos 3,5 milhões de alunos em 1994
para os atuais 7 milhões. Em 1994,
apenas 16% dos alunos do ensino
médio tinham de 15 a 17 anos – a faixa etária correta. Hoje são 32% nessa
faixa etária.
Claudio: É a isso que o ministro se refere quando diz que a situação do ensino está “longe de onde gostaríamos
de estar, mas muito melhor do que estávamos”?
Maria Helena: Vários indicadores
mostram que a situação melhorou.
Em 1994, os alunos levavam, em
média, 12 anos para concluir as oito
séries. Hoje, a média é de 10 anos.
Em 1991, de cada 100 alunos que
ingressavam no ensino fundamental,
apenas 38 concluíam a 8ª série.
Hoje, de cada 100 que ingressam,
65 concluem. A repetência na primeira série do ensino fundamental,
que é o grande gargalo da educação
brasileira, passou de 52% em 1994,
para os atuais 39,8%. Ainda é muito
alta, mas é um avanço. A maioria
termina a 8ª série acima da idade;
outros param. A taxa média de repetência em todo o ensino fundamental, que era de 33%, caiu para 28%.
O número de formandos na 8ª série
cresceu mais de 50%. Os formandos
do ensino médio, que eram 660 mil
alunos em 1991, hoje são 1,5 milhão. Por fim, a taxa de distorção
idade/série, que era de 62% em
1994, está em 48%.
Luci: A escola é que decide se implanta as classes de aceleração? E de onde
vêm os recursos para o pagamento dos
professores?
M a r i a H e l e n a : Nesse ponto, as escolas dependem das diretrizes políticas
TVE SCOLA
“A repetência na 1ª série do ensino fundamental caiu de 52% para 39,8%.”
35
Luci: Como diminuir essa diferença entre escolas melhores e piores? As escolas não deveriam ter um currículo
único?
“O Fundef promove aumento real de salários nos municípios em que os professores
ganhavam muito pouco.”
Claudio: A mudança nos índices é expressiva. Mas não dá para andar mais
rápido?
ENTREVISTA
Maria Helena: Em educação, tudo é a
médio e longo prazo. Temos 36 milhões de alunos no ensino fundamental, um contingente igual à população
da Argentina. O País é muito grande,
com grandes diferenças regionais. Enquanto em alguns Estados do Sul e
Sudeste nós já tínhamos o ciclo básico antes de 1994 – como em São
Paulo –, no Nordeste, o desafio foi extinguir as classes de alfabetização e
garantir o direito constitucional de ingresso do aluno na primeira série do
ensino fundamental, ao final da préescola. Os Estados do Nordeste tiveram os piores desempenhos no Saeb
/ 95, mas também foram os que mais
melhoraram nesses últimos cinco
anos. Os que tiveram melhor desempenho em 1995 mantiveram-se no
mesmo patamar.
Luci: Todo ano as famílias precisam enfrentar filas para matricular seus filhos
na escola pública. Por que não se resolve esse problema?
Maria Helena: Não há falta de escola.
As classes médias começaram a trocar a escola particular pela pública e
36
todos querem colocar os filhos nas
melhores escolas, com boas equipes
de professores, próximas de suas casas. O resultado são as filas. Essa é
uma questão local, não há como o
MEC entrar nisso.
SÓ TEREMOS
PROFESSORES
MELHORES
QUANDO
INSTITUIRMOS A
PROMOÇÃO
POR MÉRITO E
NÃO POR
TEMPO DE
SERVIÇO
“
Maria Helena: As provas do Saeb
mostram que o currículo proposto
não é o currículo efetivamente realizado. Os professores que respondem aos questionários do Saeb dizem que não conseguem cumprir
nem 70% do currículo proposto para
aquele ano. Em média, os alunos ficam 4 horas diárias na escola, o
que significa, descontando os intervalos, 3h15min por dia, em um ano
letivo de 207 dias. É pouco tempo.
A falta de equipes estáveis nas escolas dificulta a consolidação das
estratégias e recursos pedagógicos.
A forma como as carreiras de professores estão organizadas no Brasil
não cria equipes estáveis.
Ana: E o que está sendo pensado em
termos de carreira para o professor?
M a r i a H e l e n a : Só teremos professores melhores quando instituirmos a
promoção por mérito e não por tempo de serviço. O desempenho do
professor precisa ser avaliado.
O bom professor tem de ser estimulado e recompensado em sua carreira. Cabe ao Conselho Nacional de
Educação e ao MEC definir os grandes referenciais para a avaliação dos
professores, e aos Estados cabe estabelecer critérios e método para
essa avaliação.
Luci: O PCN em Ação é o eixo central
da proposta de formação de professores do MEC?
Maria Helena: O MEC ainda tem
muita coisa a fazer nesta área. Ainda estamos engatinhando. Já foi
aprovada a criação dos Institutos
Superiores de Educação (curso normal nível superior), mas ainda não
temos as diretrizes curriculares para
essas instituições. No caso da formação continuada, é fundamental
articular o PCN em Ação com a TV
Escola. Se isso ocorrer teremos uma
TVE SCOLA
reformulação curricular nacional, o
que é muito necessária. Temos atualmente 700 mil professores nas
redes públicas, lecionando nas primeiras séries do ensino fundamental. Pela LDB, eles deverão ter nível
superior até 2007. Está mais do que
na hora de oferecermos uma proposta concreta e substantiva de formação de professores em serviço.
Ana: Por que que as faculdades de Pedagogia não foram aproveitadas como
base para os Institutos Superiores de
Educação?
M a r i a H e l e n a : Elas podem ser aproveitadas, desde que se habilitem para
isso. Uma Faculdade de Pedagogia
deve estar centrada nas diferentes
abordagens pedagógicas do processo
de aprendizagem. Pretender que ela
forme o professor polivalente, regente
de classe de primeira a quarta série,
está errado.
Claudio: E como a senhora avalia os
mecanismos de educação à distância,
como a TV Escola e o ProInfo?
Maria Helena: Acho a TV Escola de
enorme utilidade, principalmente
para os municípios pequenos e para
as regiões mais pobres. Seu impacto é muito grande. O material da TV
Escola é de excelente qualidade.
Muitas escolas, porém, enfrentam
dificuldades para acompanhar a programação: ou porque só têm uma
“
televisão na escola – o ideal seria
uma por sala de aula –, ou porque
não têm uma videoteca organizada,
não há quem grave a programação.
A recepção da TV Escola é mais organizada exatamente nos municípios
mais pobres, mais carentes, onde
não há nada além do livro didático,
do quadro-negro, da lousa e do giz.
Falta avaliar como os professores
estão efetivamente utilizando esse
recurso e como os alunos estão
aprendendo, se os conteúdos são
adequados, se é preciso fazer algum
ajuste.
Claudio: Há quem diga que a televisão
é menos eficaz que o computador,
como recurso pedagógico. O que a senhora acha?
Maria Helena: Acho que existe um
conjunto de tecnologias disponíveis
na escola, das quais os professores
devem saber tirar partido. Com a Internet, a tendência é o computador
tornar-se progressivamente a peça
central. Mas isso não exclui outros
recursos. A televisão é importante
como auxílio ao professor e oferece
excelentes subsídios para produzir
boas aulas. Ele também tem de ter
acesso a jornal, revistas... Precisa
ter tempo, fora do horário de sala
de aula, para assistir à programação, gravar o que acha essencial,
selecionar o que pode utilizar em
suas diferentes turmas e depois
preparar a aula.
OS PROFESSORES
DEVEM TIRAR PARTIDO
DAS TECNOLOGIAS
DISPONÍVEIS NA ESCOLA
TVE SCOLA
MEIOS DE
AVALIAÇÃO
O Inep centraliza e coordena os principais mecanismos de avaliação da Educação brasileira:
Censo Escolar – Levantamento feito
anualmente em 250 mil escolas da rede
pública e particular, distribuídas por
5.500 municípios, abrangendo cerca de
47 milhões de alunos. Um questionáriopadrão é respondido pelas escolas, com
informações sobre matrícula e rendimento dos alunos, turnos, turmas, séries
e períodos, condições físicas das escolas e de seus equipamentos e os profissionais envolvidos. O Censo Escolar, mais
o Censo do Ensino Superior e o Censo
Sobre o Financiamento da Educação,
também coordenados pelo Inep, constituem o Censo Educacional Brasileiro.
Os dados obtidos servem de base para
o planejamento e gestão da Educação.
Saeb – O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica é realizado a
cada dois anos, por amostragem. As provas envolvem cerca de 700 municípios,
3 mil escolas públicas e privadas, 25 mil
professores, 3 mil diretores e cerca de
220 mil alunos da 4ª e 8ª séries do ensino fundamental e 3ª série do ensino
médio, nas disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática, Ciências e, a partir
de 1999, História e Geografia.
Enem – O Exame Nacional do Ensino
Médio é uma prova de conhecimentos da
qual participam apenas os interessados,
mediante inscrição prévia. Muitas universidades brasileiras já aceitam as notas do
Enem como parte do processo de seleção
de candidatos, ao lado do vestibular.
Provão – O Exame Nacional de Cursos, ou Provão, como ficou conhecido, é
realizado anualmente entre os estudantes que estão concluindo os cursos de
graduação, e é obrigatório para a obtenção do registro do diploma. Seu objetivo, porém, é avaliar o desempenho dos
cursos universitários e não os estudantes. Começou a ser implantado em 1996,
em apenas três cursos (Administração,
Direito e Engenharia Civil) e vem, gradativamente, estendendo-se aos demais. No ano 2000, 18 cursos de graduação serão avaliados.
37
HISTÓRIAS DA EDUCAÇÃO
Um mestre
do progresso
Ele propunha uma escola para todos, em que os alunos fossem ativos
e tivessem liberdade de pensar por si. Anísio Teixeira (1900-1971)
ajudou a mudar o ensino brasileiro.
or pouco é padre. Hesita entre a
Companhia de Jesus e a Faculdade de Direito. Advogado, é surpreendido
por convite
do governador da Bahia, Francisco
Calmon, para ser inspetor geral de ensino.
Começa o trabalho
de um dos mais importantes, atuantes e
produtivos educadores do País, ainda hoje
uma referência para a
democratização e a
melhoria da qualidade
do ensino.
Nascido em 12 de
julho de 1900, em Caetité, sertão baiano, Anísio Spínola Teixeira ajuda a mudar a educação brasileira a partir dos anos 1930, contribuindo com a formação de um sistema
nacional de ensino, numa época em que a
educação é extremamente fragmentada,
não há redes, só escolas avulsas.
O momento é de grandes transformações. É intenso o processo de industrialização e grande o entusiasmo pela Ciência, que
conquistara consideráveis avanços a partir
do fim do Século 19. Busca-se uma vida,
um homem e uma nova escola. Anísio é
um dos artífices dessa procura no Brasil.
Ao aceitar a função de inspetor geral de
ensino na Bahia, dedica-se ao conhecimen-
to da educação e das experiências de outros países. Nos EUA, conhece, no fim dos
anos 1920, John Dewey (1859-1952), teórico
da escola ativa e progressista, do learning by doing
(aprender fazendo). É de
Dewey a maior influência
nas propostas de Anísio.
Em 1930, quando é
criado o Ministério da
Educação e Saúde Pública, Anísio publica o artigo Por que a Escola Nova
– uma súmula de suas reflexões sobre as idéias
predominantes na vanguarda da educação:
38
Fotos de arquivo
P
Anísio: “O mestre deve dar
oportunidade ao aluno para
pensar e julgar por si.”
Progresso: “Tudo está a mudar
e a se transformar. Não há alvo
fixo. A experimentação científica é um método de progresso
literalmente ilimitado.”
Tendências da época: nova atitude espiritual
(“segurança, otimismo e coragem diante da
vida”), o industrialismo (“com nova visão do
homem, também filho da Ciência e de sua aplicação à vida”) e a democracia (“cada indivíduo
conta como uma pessoa”).
Unidade planetária: “A indústria está integrando o mundo inteiro em um todo interdependente. A idéia e o pensamento hoje são propriedades comuns de todo o homem. O vapor, o
trem, o automóvel e o aeroplano, como o telégrafo, o telefone e o rádio, põem todo o mundo em comunicação material e espiritual.”
O que é a escola nova? “Uma escola de vida e
experiência, para que sejam possíveis as verdadeiras condições do ato de aprender; uma
escola onde os alunos são ativos.”
TVE SCOLA
SOUS-VENIR DE CLASSE
ANA LAGÔA
No mestrado da UFRJ, em 1997,
as aulas sobre os Pioneiros, a Escola
Nova e a obra de Anísio Teixeira me
fizeram recordar de minha formação
nas escolas públicas de São Paulo,
nos anos 50 e 60. Foi então que percebi o quanto eu – neta de operários
imigrantes do começo do Século –
devia àquele homem.
O esforço de meus pais, por uma
educação libertadora do destino de
classe, não teria frutificado sem as
idéias de Anísio e de todos os que trabalharam para que filhos de operários
pudessem ter uma escola de qualidade. Mesmo que a intenção dos Pioneiros fosse gerar eficientes trabalhadores para o tal Brasil do futuro.
Afinal, depois de formados, soubemos e pudemos ir além.
Ao final do curso na UFRJ, produzi
um texto que chamei de Sous-venir de
classe – memórias, lembranças, da classe-turma-sala de aula e da classe-proletariado, numa brincadeira com a palavra francesa souvenir (lembrança) e os
dois termos que a compõem, sous (de
baixo) e venir (vir).
Eu amava o Grupo Escolar Frontino Guimarães e o Colégio Estadual Dr.
Octávio Mendes – frutos da Escola
Nova. Com seus pátios esportivos; sua
piscina; a sopa de canjica quentinha; o
teatro, onde começamos encenando
Carlos Gomes e terminamos alternando assembléias com aulas de dramaturgia brechtiana; os laboratórios onde
dissecamos ratos; as grandes exposições de arte, o jornal, os bailes...
A presença dos símbolos nacionais
nessa educação ao mesmo tempo libertadora e disciplinadora chocou meus
colegas de mestrado, que haviam crescido com vergonha da bandeira brasileira. Encenar Carlos Gomes aos 12
anos pareceu-lhes “delírio nacionalista populista autoritário”.
Mas eu e meus colegas jamais teríamos ouvido Carlos Gomes ou cantado, enobrecidos, no coral do colégio, com dona Vitória ao piano. Jamais teríamos sido o que somos. Jamais teríamos chegado ao campus da
Universidade e forçado seus portões
elitistas em 1968, não fosse o sonho
de educação de Anísio Teixeira.
ANA LAGÔA é mestre em Educação pela UFRJ,
coordenadora do caderno de “Educação, Trabalho
e Empregos” do Jornal do Brasil e colaboradora
da revista TV ESCOLA.
O que a escola deve ensinar: “A nova escola precisa dar à criança não somente
um mundo de informações (...), como ainda lhe cabe o dever de aparelhá-la para
ter uma atitude crítica de inteligência.”
Autonomia: “Não basta que os alunos sejam
ativos. É necessário que eles escolham as
suas atividades.”
Liberdade: “O mestre deve confiar no aluno. Perca ele para sempre a idéia de que
lhe cabe qualquer soberania sobre o pensamento do seu discípulo. Dê-lhe oportunidade
Na juventude (acima) e na
maturidade (abaixo) ao lado do
para pensar e julgar por si.”
Dois anos depois, em 1932, é lançado
no Rio o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, redigido por Fernando de Azevedo e assinado por Anísio e mais 24 educadores. O documento defende, entre outros
pontos, a educação pública, gratuita, obrigatória e leiga, sem qualquer segregação, e
a articulação de todos os níveis de ensino.
Anísio é diretor de Instrução Pública
do Distrito Federal (1931-1935) e reforma
TVE SCOLA
a educação na Capital do País. Cria uma
rede municipal, com uma série de inovações, e a Universidade do Distrito Federal, embrião da Universidade de Brasília
– UnB, também idealizada por ele.
Durante o Estado Novo (1939-1945),
volta à Bahia e se dedica ao comércio de
minérios. Em 1947 é convidado pelo governador Otávio Mangabeira para dirigir a Secretaria de Educação e Saúde. Muda o ensino no Estado e cria, em 1950, a escola-parque – modelo de educação de tempo integral que inspira os Cieps de Darcy Ribeiro.
No MEC, dirige a Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes (1951-1964) e o Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – Inep (1952-1964).
Em 1964, o golpe militar fecha a UnB
que ele criara e da qual se tornara reitor
em 1963. Afastado, Anísio dá aulas, por
dois anos, em universidades americanas.
amigo Monteiro Lobato.
No dia 11 de março de 1971, morre no Rio em circunstâncias misteriosas. Acabara de ser indicado à Academia Brasileira de Letras e saíra de
casa para visitar o filólogo e dicionarista Aurélio Buarque de Holanda. Seu corpo é encontrado no poço do elevador do
prédio de Aurélio. É um suposto acidente.
Para saber mais:
Anísio Teixeira deixou extensa obra. Por muitos anos seus livros e
artigos não foram reeditados. Agora, os textos estão na Internet.
Experimente:
POR QUE ESCOLA NOVA, Boletim da Associação Baiana de Educação (1930)
EDUCAÇÃO NÃO É PRIVILÉGIO (UFRJ, 1994)
www.prossiga.br/anisioteixeira
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Agora em junho sai o edital para
inscrição no 4 o Paped – Programa
de Apoio à Pesquisa em Educação
à Distância da Seed, destinado a
pesquisadores que estejam
matriculados em cursos de
mestrado ou doutorado, com
projeto na área de educação a
distância já aprovado por banca.
O objetivo é dar auxílio financeiro
aos pesquisadores na fase final de
suas teses.
Desde que foi lançado, em 1997,
o Paped vem atraindo maior
interesse a cada ano. O número de
projetos aumentou de 23, no
primeiro ano, para 78, em 1999.
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“ANDANDO POR
ESSE BRASIL...”
A Escola de Ensino Médio
Prof. Annes Dias desfila com
faixa da TV Escola em Cruz
Alta, RS.
Em visita à cidade, o
educador Moacir Gadotti
encantou-se com a
manifestação e mandou esta
foto com o recado: “Andando
por esse Brasil, ouço falar
bem e também falo bem da
TV Escola.”
Gadotti é diretor do Instituto
Paulo Freire e autor, entre
outras obras, de Construindo a
Escola Cidadã.
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Matemática para o ensino médio, de
8 de maio a 26 de junho; Língua
Portuguesa para o ensino
fundamental, de 27 de junho a 28
de agosto. Segue, na TV Escola, a
programação do Telecurso 2000, de
2ª a 6ª, das 6h25 às 6h55.
A transmissão, iniciada em 9 de
março, é resultado de acordo do
MEC com a Fundação Roberto
Marinho, que produz o Telecurso.
Por outro acordo, a TV Escola pode
transmitir às escolas os programas
de Indústria cultural e Mestres do
ofício, produzidos pelo Sebrae. Um
terceiro acordo permite à Radiobrás
exibir produções da TV Escola.
LEIA
Os novos Cadernos da TV Escola: Direitos Humanos (1 vol.), Índios
do Brasil (3 vol.), A idade do Brasil (2 vol.), Português (2 vol.),
Múltiplas inteligências na prática escolar (1 vol.) e Manual de
recepção da TV Escola (1 vol.).
Os novos livros da Série de Estudos: 2 anos da TV Escola –
Seminário Internacional, 1998 (1 vol.), Ensino fundamental (2
vol.), Educação especial: tendências atuais (1 vol.), Educação de
jovens e adultos (1 vol.), Mediatamente! – Televisão, Cultura e
Educação (1 vol.).
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A
formação do povo
brasileiro é o
principal tema de
Brava gente brasileira –
500 anos de pluralidade
cultural, um número
especial da revista TV
E SCOLA , de abril de 2000,
editado a propósito dos
500 anos do
Descobrimento do Brasil.
A publicação apresenta
painéis históricos e perfis
de professores
descendentes de alguns
povos que formaram ou
influíram nas principais
características étnicas,
lingüísticas e culturais do
povo brasileiro.
Boa de se ler e explorar,
em capacitação ou
atividades
interdisciplinares de sala
de aula, no ensino
fundamental e no médio.
Brava gente brasileira é
distribuída pela
Secretaria de Educação a
Distância do MEC a todas
as escolas que recebem a
revista TV E SCOLA .
QUARTO ANO
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EDIÇÃO
ESPECIAL
PAPED CHEGA AO
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TELECURSO 2000
NA TV ESCOLA
TVE SCOLA
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Poema
virtual
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trabalho em computadores, que recebeu
novo impulso com o
Programa Nacional de
Informática na Educação –
ProInfo, atinge resultados às
vezes inesperados. Aproveitando a lembrança dos 500
anos do Descobrimento do
Brasil, alunos da Escola Esmeralda Freire, de Carapic u í b a , S P, o r i e n t a d o s p e l o
professor Vanderlei de Souza, enfrentaram o desafio de
criar um poema virtual, coletivo. Parceiros: alunos da
Escola Básica 2/3, da cidade
de Castelo Branco, Portugal,
o r i e n t a d o s p e l a p ro f e s s o r a
Margarida Ribeiro. Os brasileiros escreveram o primeiro
verso; os portugueses, o segundo, até comporem todo o
poema. Um trecho:
PCN COM ARTE
A Secretaria de Educação Fundamental – SEF está capacitando
professores na área de Arte, com base nos PCN. É o PCN com Arte,
programa de formação em linguagens artísticas (teatro, música, dança ou
artes visuais). A SEF também forma multiplicadores, numa estrutura de
capacitação em rede.
No segundo semestre de 1999, a SEF esteve em Salvador, Aracaju e
Belém. Em Salvador, os professores capacitados participaram, com
destaque, de espetáculo do Mercado Cultural Latino-Americano, fórum de
produtores culturais da América Latina.
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Internet
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TVE SCOLA
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O Instituto Ayrton Senna, em parceria
com a Microsoft do Brasil e a Gateway,
promove o concurso Sua Escola a
2000 por Hora, que premia com computadores escolas públicas que apresentarem os melhores projetos de informática. Vinte escolas, em cinco Estados, já foram beneficiadas pela iniciativa. No segundo semestre, o concurso deve ser estendido a outros dez
Estados.
Mais informações no Instituto Ayrton
Senna, tel. (0_ _11) 6950-0440, fax
6950-0550, e-mail [email protected]
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CONCURSO
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É alimentada por muitas fontes / A água
das fontes forma riachos / que têm a foz
num vasto oceano / onde navegamos.
(...) passando a explorar / Grãos de
sabedoria / que se semeiam / Árvore
com frutos / que se colhem. / Linha de
caminho de ferro que se viaja sem fim. /
Génio sábio. / Asas a jacto. (...) Rio que
corre entre o Brasil e Portugal.
41
AÇÃO
complementar
Jornalista lidera voluntários na luta
contra a repetência e a evasão.
PREOCUPAÇÃO COM OS PAIS
Os voluntários têm também uma preocupação especial com os pais dos alunos. “O pai
que estiver num registro muito diferente do filho pode supervalorizar ou desprezar o conhecimento dele. As duas coisas são ruins”, diz
Demóstenes. “É ruim tanto a mãe que acha
que o filho vai sustentar a família trabalhando
com computadores, como aquela que diz que
isso é bobagem, coisa de rico.”
E
“
NÃO QUEREMOS SUBSTITUIR A ESCOLA, NEM A
FAMÍLIA. SÓ QUEREMOS AJUDÁ-LAS.
Foto: Washington Alves
le não é professor. Muitas crianças e
jovens, no entanto, devem sua escolaridade ao trabalho deste homem, que
participa ativamente da luta contra a evasão e a repetência nas escolas públicas de Minas Gerais. Começou em 1994, liderando voluntários no Pacto de Minas pela Educação. Hoje, o jornalista Demóstenes Romano,
59 anos, atua no Projeto para os Cidadãos do
Século 21, com a mesma intenção básica do
Pacto: zerar os índices de repetência e evasão.
O Pacto é um programa da Secretaria de Educação do Estado, em parceria com a Unicef e
outras instituições. Já atingiu seu objetivo em
20 municípios do interior mineiro, graças ao empenho de equipes de voluntários.
Cada grupo fica responsável por uma área da
cidade. Vai de porta em porta, apurando casos de crianças fora da escola ou em risco de repetência. Depois, providencia
matrículas, compra material
e dá aulas de reforço, tudo
de graça e em qualquer espaço disponível.
O Projeto para os Cidadãos
do Século 21, dirigido por
Demóstenes, é uma ONG (organização não-governamental) que atua também com o
apoio da Unicef e a participação de voluntários. Mas
tem algumas características
diferentes, como aulas de Informática, Inglês, Espanhol,
Cultura Latino-Americana,
Cidadania e Ecologia Humana, incluídas no plano de trabalho com o intuito de preparar as crianças para o
mundo fora da escola.
Os voluntários não descuidam, porém, das aulas de reforço. Cada vez que a criança deixa,
por exemplo, de fazer a lição de casa, sua autoestima e seu vínculo com a escola diminuem
um pouco, diz Demóstenes. Em casa, dificilmente ela vai encontrar alguém para ajudá-la,
os pais precisam trabalhar. E não há um só livro, uma revista para pesquisar. “O número de
meninos de rua é uma insignificância, comparado com o número de crianças abandonadas em
sua própria casa”, diz o jornalista, que está atendendo 130 crianças, em um terreno cedido pela
Igreja, no bairro do Horto, de Belo Horizonte.
”
O projeto procura, por isso, atrair as famílias
para acompanhar de perto a experiência dos
filhos. Quer ainda promover a “revitalização social” da comunidade e valorizar a questão da
cidadania. Desde o fim de 1999, começou a
ensinar aos adultos atividades que sejam geradoras de renda, como culinária, tapeçaria etc.
“A palavra-chave do nosso trabalho é complementaridade”, resume Demóstenes.
“Não queremos substituir nem a escola, nem a
família. Só queremos ajudá-las. O que não dá é
para ficar de braços cruzados, esperando que
o governo faça tudo.”
Sobre o voluntariado, Demóstenes diz: “Não é mãode-obra barata. É um estado de espírito.”
Quem quiser participar ou conhecer melhor o trabalho do
Projeto para os Cidadãos do Século 21 deve ligar para o
telefone (0_ _31) 481.1188 ou mandar e-mail para
[email protected]
Nome: Demóstenes Romano
Idade: 59 anos
Profissão: jornalista
Local de trabalho: Projeto para os Cidadãos do Século 21
Cidade: Belo Horizonte, MG
Atividade preferida: mobilização social
COMO USAR A TV ESCOLA
Como cuidar do videocassete
ATUALIZE SUAS INFORMAÇÕES
SOBRE A TV ESCOLA
O que é a TV Escola
• É um programa da Secretaria de Educação a Distância do MEC
para a melhoria da qualidade do ensino público. Com este objetivo,
transmite programação às escolas de ensino fundamental e médio,
dirigida à capacitação e aperfeiçoamento do professor, e também
ao seu trabalho em sala de aula.
• Transmitida a todo o País, a programação é captada por antena
parabólica. Os programas (inclusive os do Salto para o futuro, transmitidos ao vivo) devem ser gravados em fitas de
videocassete para utilização pelo professor.
• Os equipamentos para captação e gravação compõem o
kit tecnológico, adquirido pela escola, por intermédio da
Secretaria de Educação do Estado ou pelo município, com
recursos do salário-educação administrados pelo FNDE/MEC.
Como obter o kit
• As escolas das redes estaduais devem dirigir-se às secretarias de educação, e as escolas das redes municipais à prefeitura, para solicitar sua inclusão no projeto de aquisição
do kit, a ser encaminhado ao FNDE.
• Tem direito ao kit toda escola pública servida por energia
elétrica, com mais de cem alunos no ensino fundamental
(de acordo com o Censo Escolar do ano anterior à solicitação) e que ainda não tenha sido contemplada.
• A Secretaria de Educação Média e Tecnológica – Semtec
está realizando estudos para equipar as escolas de ensino médio.
O que compõe o kit
Antena parabólica
• Vazada, do tipo Focal Point, com 2,85 m de diâmetro, no
mínimo (esta medida pode variar conforme a localização
da escola).
• A antena deve ter LNB (Low Noise Block Down Converter) de 25º Kelvin, no máximo, e ganho de 38,3 ± 0.3 dBi
em 4.0 Ghz.
• Acompanha a antena receptor de satélite manual, com filtro de 18 MHz.
Televisor
• Em cores, bivolt (110V e 220V), com controle remoto, tela
de no mínimo 20 polegadas e suporte de parede para televisor, videocassete e receptor.
Videocassete
• 4 cabeças, bivolt, com controle remoto, sistema NTSC/PALM.
Estabilizador de voltagem
• 2 KVA, no mínimo.
Fitas
• VHS, de 120 minutos.
Como montar o kit
• A instalação dos equipamentos deve ser feita por técnico
autorizado pelo fornecedor. Um mau posicionamento da
antena, por exemplo, pode comprometer a qualidade do
sinal recebido do satélite.
• É necessário verificar se todos os equipamentos têm manuais
de uso e conferir prazos de garantia.
• Desligue o vídeo da tomada sempre que estiver chovendo
muito forte ou em caso de corte de energia. Descargas elétricas
provocadas por raios ou o retorno da energia podem queimar o equipamento.
• Evite avançar (FF) ou voltar (REW) com a imagem na tela.
O excesso de atrito entre a cabeça do videocassete e a fita
causa estragos. Pare (STOP) antes de adiantar ou voltar a fita.
• Evite congelar a imagem (PAUSE) por muito tempo. Isso também produz atrito entre a fita e a cabeça de gravação.
• Chuviscos na imagem podem indicar que o cabeçote de gravação está gasto, sujo, ou o vídeo danificado. Podem indicar também falta de ajuste do vídeo. Neste caso, acione o
botão TRACKING.
Como cuidar das fitas
• Guarde-as na posição vertical, em local protegido de sol,
umidade e poeira, distante de campos magnetizados, como
motores ou transformadores.
• Rever as fitas periodicamente ajuda a evitar fungos.
• Rebobine (volte ao início) a fita toda após usá-la.
Como sintonizar a TV Escola
• Antes de ligar a televisão e o vídeo, verifique se estão na
voltagem certa.
• O receptor do satélite deve ser colocado em polarização
horizontal.
• Alguns receptores têm ajuste com o número do transponder (canal do satélite). Nos modelos com opções de 1 a 24,
deve ser escolhido o nº 3.
• Em outros receptores a sintonia é feita pela freqüência de
recepção direta do satélite, de 3.700 a 4.200 MHz. Devese escolher 3.770 MHz.
• Outra possibilidade de sintonia é a freqüência intermediária em receptores digitais. Deve-se escolher 1.380 MHz.
• No vídeo, é sintonizado o canal 3 ou 4, ou o que estiver
livre na sua cidade.
Problemas de recepção
• Confirmar se os equipamentos estão de acordo com as especificações indicadas por este manual.
• Se houver problemas na recepção, deve-se insistir com o técnico
autorizado para que verifique o posicionamento da antena e
a sintonia correta do receptor e dos outros aparelhos do kit.
• Persistindo a má recepção do sinal, deve-se pedir orientação
ao coordenador da TV Escola na Secretaria de Educação do
Estado, ou ligar para o Programa Fala Brasil: 0800-61.6161.
Como conhecer a programação
• Os programas da TV Escola de cada mês estão em um cartaz
com a Grade da programação, distribuído às escolas – dois
cartazes por bimestre, referentes a dois meses de programação.
• Os cartazes devem ser afixados em local de fácil acesso a
todos os professores e alunos.
• As Grades são reproduzidas em encarte solto na revista
TV ESCOLA e estão também disponíveis no site da TV Escola na Internet: www.mec.gov.br/seed/tvescola.
• A programação de reprise está na Grade de férias, distribuída às escolas em cartaz especial.
Como é organizada a programação
• Os programas da TV Escola são transmitidos em quatro faixas:
Ensino fundamental, Ensino médio e Salto para o futuro, de
segunda a sexta-feira; e Escola aberta, aos sábados.
CONTINUA NA PÁGINA 43
COMO USAR A TV ESCOLA
• A programação dirigida ao ensino fundamental é organizada em áreas temáticas ou programas (Vendo e aprendendo)
sobre determinado tema.
• A programação dirigida ao ensino médio é organizada em
programas que integram mais de uma área temática, favorecendo a interdisciplinaridade (Como fazer?), ou programas com debates e documentários (Ensino legal e Acervo).
• Entre Ensino fundamental e Ensino médio, a TV Escola transmite
Salto para o futuro, com programas ao vivo sobre temas dos
dois níveis de ensino, produzidos especialmente para professores e dirigentes das escolas.
• Escola aberta, com transmissão aos sábados, tem programação especial para a escola e a comunidade.
• A Grade da programação está organizada por dia de transmissão, horário, faixa, área temática e programas; resume
a programação de cada dia e dá os tempos de duração dos
programas.
Quando gravar
• A programação da TV Escola é transmitida de segunda a
sexta-feira. Para facilitar as gravações, é repetida em quatro horários para o ensino fundamental, três para o ensino
médio, três para o Salto para o futuro. Aos sábados, Escola
aberta tem transmissão em quatro horários.
• Para conhecer todos os horários, consulte a Grade da programação.
• Nas férias, é reprisada a programação do semestre anterior:
a cada horário de transmissão corresponde um dia da programação.
• Se você perdeu um programa transmitido durante o ano letivo,
procure-o na Grade de férias.
Como gravar os programas
• No horário escolhido, ligue os equipamentos; sintonize TV
e vídeo.
• Coloque a fita no início e o contador (COUNTER) no zero.
• Aperte REC e PLAY ao mesmo tempo. Esse procedimento
vale para a maioria dos equipamentos.
• Para programar a gravação, consulte o manual de uso do vídeo.
Como organizar o uso das fitas
• Volte a fita ao início e zere o contador.
• Assista desde o começo, anotando em que número do
contador começa cada programa gravado.
• No início de cada programa há uma claquete com dados
para catalogação.
• Faça uma etiqueta e cole na lombada da fita, para sua
identificação.
• Faça fichas por assunto, tema, número da fita ou do modo
mais útil para organizar a videoteca. Evite organizar apenas por data de gravação.
•A classificação adotada pela Grade da programação e pelo
Guia de programas é uma referência possível para a organização da videoteca (ver Como consultar os programas).
Como usar os programas
• Os programas da TV Escola podem ser usados – a critério
do professor, orientador, coordenador ou diretor – como
recurso para capacitação e aperfeiçoamento, como instrumento de apoio às aulas e em atividades de recuperação e aceleração de estudos.
DIRETORA: NÃO FIQUE SEM
A TV ESCOLA. FAÇA SEGURO
DOS EQUIPAMENTOS.
Como consultar os programas
• A TV Escola tem um Guia de programas, já em segunda edição,
que está sendo distribuído às escolas, para facilitar a consulta e o uso dos programas transmitidos e gravados.
• O Guia é também uma referência para as escolas organizarem suas videotecas (ver Como organizar o uso das fitas)
• O novo Guia contém programas transmitidos de 1996 a 1999,
resumidos e organizados em 15 áreas temáticas.
ATENÇÃO: O MEC NÃO DISTRIBUI FITAS
Como aprofundar os temas tratados
• Algumas séries de programas produzidas pela TV Escola são
acompanhadas pelos Cadernos da TV Escola, que complementam e aprofundam os temas tratados nas séries.
Como acompanhar o trabalho
de outros professores
• A revista TV ESCOLA publica reportagens sobre experiências
de professores com a TV Escola, dá sugestões de atividades para o trabalho com os programas e trata de outros assuntos
de interesse do professor.
• A revista acompanha e registra também o trabalho de professores que participam do Programa Nacional de Informática
na Educação – ProInfo, do Programa de Formação de Professores em Exercício – Proformação, ou que estão envolvidos na Reforma do Ensino Médio.
• A Secretaria de Educação a Distância – Seed distribui a revista
TV ESCOLA a todas as escolas participantes do Programa TV
Escola; cada escola recebe de 2 a 12 exemplares, proporcionalmente ao número de alunos.
• É muito importante que a revista circule entre todos os
professores.
• Escolas que não estiverem recebendo a revista devem pedir cadastramento à Seed, por carta, fax ou e-mail (ver
endereços em Como se manifestar e tirar dúvidas)
• A cada dois meses, as escolas recebem, junto com as grades da programação, um cartaz de divulgação que resume a revista do bimestre e deve ser afixado em local bem
visível para todos os professores.
Como ampliar o conhecimento
de alguns assuntos
• Os livros da Série de estudos / Educação a distância completam a linha editorial de apoio dos programas desenvolvidos pela Secretaria de Educação a Distância do MEC, com
textos de estudos na área da educação a distância e novas
tecnologias para a educação.
COMO
COMO SE
SE MANIFESTAR
MANIFESTAR EE TIRAR
TIRAR DÚVIDAS
DÚVIDAS
Escreva para a TV Escola
Ministério da Educação / Secretaria de Educação a Distância
caixa postal 9659 – CEP 70001-970, Brasília, DF
fax: (0xx61) 410.9178
e-mail: [email protected]
site: www.mec.gov.br/seed/tvescola
Ou ligue para
o
Programa Fala
Brasil:
0800.61.6161
(ligação gratui
ta)

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