comissionamento
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O Comissionamento das Instalações Térmicas relacionado ao Conforto Térmico e ao Consumo Energético Maurício Salomão Rodrigues – Somar Engenharia Salvador – BA – 22/10/2014 OBJETIVOS: • Apresentar o conceito descrito no ASHRAE Guideline 0 – 2013. “THE COMMISSIONING PROCESS” • Apresentar casos práticos vivenciados. AGENDA: • Histórico de Comissionamento; • Conhecimento Estruturado; • Definição de Comissionamento; • Etapas do Comissionamento; • Estudos de Caso HISTÓRICO: • Em 1982 a ASHRAE montou um comitê que tinha por objetivo documentar as boas práticas que conduziam a entrega de projetos de acordo com os requisitos do Proprietário; • Em 1989 foi publicado o Commissioning Guideline que foi revisado em 1996; HISTÓRICO: • Esta versão, de 2013, é o resultado da experiência em projetos que atenderam aos requisitos do proprietário, dos ocupantes, usuários de processos e de operação com um alto nível de satisfação, o que resultou em uma redução de custo para a entrega do projeto. Conhecimento Estruturado Ashrae Guideline 0 - 2013 - O Processo de Comissionamento Ashrae Guideline 1.1 2007 Requerimentos para CP de HVAC Ashrae Guideline 1.4 2014 Procedimentos para preparar Manuais de Sistemas de Utilidades Ashrae Guideline 1.5 2012 CP para Sistemas de Controle de Fumaça IES Guidelines 2 para Estrutura, elétrica, Iluminação de interiores, tubulação, etc NIBS Guideline 3 – 2012 Requerimentos técnicos para o Processo de Comissionamento de paredes, pisos, forros, etc. “Ao homem que não sabe aonde vai, nenhum caminho lhe convém.” Lucius Anneus Sêneca e agora ? para onde eu vou ? Metodologia de Comissionamento • MÉTODO – do grego methodos, “caminho para chegar a um fim” • METODOLOGIA – do grego methodos + logos, “o estudo ou conhecimento do caminho” • COMISSIONAMENTO – tradução livre do inglês commissioning, do latim committere (confiar), através de commissus e commission, (cargo ou missão de confiança); por extensão, “ato de atribuir tal cargo ou missão”; na terminologia naval, “ato de entregar um navio ao serviço ativo” Comissionamento METODOLOGIA DE COMISSIONAMENTO “O conhecimento do caminho para entregar uma instalação ao serviço ativo.” Comissionamento É prepará-lo para a sua missão, assegurando que todos os seus equipamentos estão operacionais e que todo o necessário para a viagem está disponível a bordo antes da partida. Comissionamento O Comissionamento implementa um processo, focado na qualidade, para verificar e documentar que o desempenho de instalações, sistemas e conjuntos satisfazem os objetivos e critérios definidos nos Requisitos de Projeto do Proprietário (Intenção do Projeto ou Especificação de Requisitos do Usuário). 2007 ASHRAE HANDBOOK Comissionamento Comissionamento é uma abordagem de Engenharia bem planejada, documentada e gerenciada para partida e transferência de sistemas e equipamentos para o usuário final (operação), que resulta em um ambiente funcional seguro, que atende aos requisitos estabelecidos no projeto (design) e as expectativas dos envolvidos (stakeholders) ISPE – Commissioning and Qualification volume 5 Comissionamento Comissionamento é o processo de assegurar que os sistemas e componentes de uma edificação ou unidade insustrial sejam projetados, instalados, testados, operados e mantidos de acordo com as necessidades e requisitos operacionais do proprietário. O comissionamento pode ser aplicado tanto a novos empreendimentos quanto a unidades e sistemas existentes em processo de expamsão, modernização ou ajuste. Wikipedia, a enciclopédia livre DEFINIÇÃO DE COMISSIONAMENTO • É um processo orientado nas ferramentas e técnicas da Qualidade que verifica e documenta se instalações, sistemas e conjuntos foram planejados, projetados, instalados, testados, operados e mantidos conforme definido nos requisitos do proprietário. O que Não É Comissionamento – – – – – Gerenciamento do Projeto Supervisão de Engenharia Fiscalização de Obra Atividades de (Pré &) Start-up Testes e Ajustes do Sistemas – PROCESSO CRIADO PELO LEED® Papel do Comissionamento O Comissionamento é portanto o processo de Garantia da Qualidade do edifício e como tal deve ser tratado: Desvinculado da PRODUÇÃO (se reporta diretamente ao empreendedor). Determina as metas do desempenho esperado previamente à construção (OPR - metas mensuráveis). Desenvolve a metodologia para medição e verificação do desempenho. Deve acompanhar todas as etapas do processo para assegurar a qualidade em cada uma delas. O Conceito de Sustentabilidade Sustentabilidade Requer uma Nova Cultura: • Projetos integrados e comprometidos com a concepção . • Projeto desde a concepção até a ocupação. • Gerenciamento da implantação com foco não apenas na entrega, nem na qualidade da obra, mas com o foco no desempenho sustentável. • O objetivo final deve ser a operação sustentável. Estrutura do Projeto no LEED® • Requisitos de Projeto do Proprietário - OPR • Comissionamento - Desde o Pré-Projeto (Concepção) • Bases de Projeto - BoD • Simulação – Ferramenta para o BoD • Manuais dos Sistemas – Documentação para Pós Ocupação O Proprietário sabe o que quer? Os clientes normalmente sabem exatamente o que NÃO precisam, depois de ver o produto; Mesmo quando dizem que sabem o que precisam, a informação deve ser vista, revista, e revista, e revista .... À medida que o produto se desenvolve (fica mais tangível), os clientes vêem novas possibilidades e tentam mudar o projeto; Seu projeto fracassará se o produto não for corretamente utilizado ou não atender as especificações de seu cliente. COMISSIONAMENTO - OPR OPR – “Owner’s Project Requirements” ou Requisitos de Projeto do Proprietário, explicita a intenção do Projeto, o desejo do proprietário, contem de forma clara e quantificada os requisitos mínimos que definirão o sucesso do Projeto segundo a perspectiva do Proprietário. FASES DO PROJETO E AS ATIVIDADES DE COMISSIONAMENTO Pré desenho e especificações Desenho e especificações Construção Ocupação e Manutenção COMISSIONAMENTO - OPR • Deve quantificar os requisitos; • Deve incluir parâmetros e critérios de comparação com outros projetos semelhantes (benchmarks); • Deve estar pronto na fase de Pré desenho e especificações; • Este documento é a base para as verificações de Comissionamento. FASE DE PRÉ DESENHO E ESPECIFICAÇÕES • É a fase em que o OPR é desenvolvido e definido; • O escopo e o Budget de comissionamento são identificados; • Desenvolve-se o Plano de comissionamento inicial; • Aprovação das atividades do processo de comissionamento; • Revisa e verifica a lista de Lições aprendidas de outros projetos. ASHRAE Guideline 1.1 – 2007 OPR ASHRAE Guideline 1.1 – 2007 Cx Plan FASE DE DESENHO E ESPECIFICAÇÕES • Nesta fase os requisitos definidos no OPR são traduzidos em documentos e especificações para construção do Projeto. • As atividades de comissionamento devem incluir: – Verificação do documento BoD (Bases of Design); – Atualizar o Plano de Comissionamento; – Desenvolver os requerimentos de Comissionamento que serão inseridos nos documentos e especificações para construção; FASE DE DESENHO E ESPECIFICAÇÕES – Desenvolver a lista de verificação da construção e montagem; – Definir o escopo e o formato do Manual da instalação; – Definir os requerimentos de treinamento; – Aceitação das atividades de comissionamento desta fase. ASHRAE Guideline 1.1 – 2007 BoD FASE DE CONSTRUÇÃO • No final desta fase os sistemas e seus componentes deverão estar serão instalados, inspecionados e testados sendo que os resultados devem estar de acordo com o OPR. • As atividades de comissionamento são: – Atualização do OPR; – Atualização do Plano de Comissionamento; FASE DE CONSTRUÇÃO – Verificar se os documentos executivos atendem ao OPR; – Desenvolvimento de Planos de teste; – Verificação dos sistemas e montagens estão de acordo com o OPR; – Entrega do Manual do Sistema; – Verificação do treinamento da equipe de operação e manutenção; – Aceitação das atividades de comissionamento desta fase. FASE DE OCUPAÇÃO E OPERAÇÃO • Durante esta fase ocorre a entrega final do Projeto. • O Comissionamento desta fase deve continuar até, pelo menos, o termino do período de garantia contratual. • Entre as atividades de comissionamento temos: – Utilizar o conhecimento da autoridade de comissionamento para minimizar os chamados de fornecedores (redução de custo); FASE DE OCUPAÇÃO E OPERAÇÃO – Auxiliar na elaboração de um guia prático para operação e manutenção dos sistemas e componentes instalados; – Completar os testes sazonais; – Documentar as lições aprendidas deste Projeto; – Aceitação das atividades de comissionamento desta fase. ASHRAE Guideline 1.1 – 2007 Systems Manuals Comissionamento e Índices de Desempenho Benefícios do Comissionamento Redução do Consumo de Energia Redução de Problemas Operacionais Melhoria da QAI Índice de Desempenho Custos de Energia Comparados com um Valor de Referência. Dia a Dia “Normal” da Equipe de Operação. Foco no Desempenho Medições dos Indices de (CO2, VOCs, Agentes Microbiológicos) Melhoria no Conforto Reclamações dos Usuários, Índices Térmico e na Produtividade de Produtividade Resultados da Otimização de um Edifício de Alto Desempenho Valor da Produtividade (Salários) : US$ 3500,00/ m2/ ano Melhoria de 2% na Produtividade : US$ 70,00/ m2/ ano Custo TOTAL de Energia : US$ 18,00 – 28,00/ m2/ ano Problemas Comuns nas Instalações Os Edifícios não rendem o desempenho esperado porque... Há perda de informações desde o Projeto até a Operação. Operadores recebem documentação insuficiente. Os Edifícios são mais complexos (BMS, VFDs, VAVs). Falta de treinamento à equipe de operação. Operadores gastam mais tempo “tentando” minimizar as reclamações. By Mary Ann Piete - Lawrence Berkeley National Laboratory Problemas Comuns nas Instalações Os Edifícios não rendem o desempenho esperado porque... Quem instalou HVAC não foi o mesmo que forneceu o sistema de controle e o TAB foi contratado junto com a instalação. Automação Incompleta quando Comparada com a Concepção do Projeto : • • • • Equipamentos Operando Desnecessariamente. Chillers não Integrados à Automação. Sensores e VAVs Não Aferidos Fisicamente. Lógicas Padrões Não Otimizadas Para Aquele Edifício. By Mary Ann Piete - Lawrence Berkeley National Laboratory Problemas Comuns nas Instalações Os Edifícios não rendem o desempenho esperado porque... Alterações Drásticas de “Lay-Out” no Ambiente. Alteração da Carga Interna. Alteração da Temperatura de “Conforto”. Alteração dos Horários de Operação. Alteração de Várias Condições de Operação dos Equipamentos do Sistema. By Mary Ann Piete - Lawrence Berkeley National Laboratory Estudo de Caso - Erros de medição causados por difusores VAC A B C D •Duto principal de chapa galvanizada; •Dutos flexíveis interligam o duto principal às caixas dos difusores; •VAC é um regulador automático para vazão constante; •Os difusores são de fabricação Trox, modelo VDW (alta indução); Problema encontrado • Diferenças significativas entre as leituras de vazão de ar obtidas por dois balômeters de modelos APM 150 e EBT 721, com certificados de calibração válidos; DIFUSORES Vazão de projeto (m3/h) Vazão APM 150 (m3/h) Vazão EBT 721 (m3/h) A 615 550 920 B C D 615 615 625 2470 600 660 470 2280 -7,7% 860 790 810 3380 36,8% SOMATÓRIO DIFERENÇAS 48% • Leitura com tubo de Pitot no duto principal: DIFUSORES Vazão de projeto (m3/h) Vazão com tubo de Pitot Vazão APM 150 (m3/h) Vazão EBT 721 (m3/h) SOMATÓRIO 2470 2785 2280 3380 -18,1% 21,4% DIFERENÇAS 48% • Leitura com aletas defletoras do difusor na posição horizontal: DIFUSORES Vazão de projeto (m3/h) Vazão com tubo de Pitot Vazão APM 150 (m3/h) Vazão EBT 721 (m3/h) SOMATÓRIO 2470 2785 2477 2865 -11,1% 2,9% DIFERENÇAS 16% • Leitura com retificador de fluxo no balometer: DIFUSORES Vazão de projeto (m3/h) Vazão com tubo de Pitot Vazão APM 150 (m3/h) Vazão EBT 721 (m3/h) SOMATÓRI O 2470 2845 2680 2821 -5,9% 1,3% DIFERENÇAS 5% Estudo das estufas de secagem de fibra de vidro que apresentam diferença de eficiências OBJETIVO: • Investigar a causa da diferença de eficiência observada nas estufas. HISTORICO • Em um processo de fabricação de fibra de vidro existe a necessidade de uma etapa de secagem. Esta secagem ocorre em estufas que operam com ar aquecido por trocador de calor que queima gás natural ou GLP. • Um ventilador promove a movimentação do ar pela estufa em série com o trocador de calor. • Existe uma tomada de ar externo que recebe ar de um recuperador de calor de um outro processo. • O Cliente possui 8 estufas, sendo que quatro delas entregam os produtos na condição desejada em ciclos de secagem menores do que as outras quatro. TEMPO (h) 18:00 17:00 16:00 15:00 14:00 13:00 12:00 11:00 10:00 09:00 08:00 07:00 06:00 60 05:00 04:00 03:00 02:00 01:00 00:00 23:00 22:00 21:00 20:00 19:00 18:00 17:00 TEMPERATURA (ºC) TEMPERATURA DO PRODUTO E DA ESTUFA "C" 150 140 130 120 110 100 90 80 70 NO PRODUTO DA ESTUFA C 50 NO CARRINHO ESTUFA C 40 30 20 10 0 TEMPERATURAS DO PRODUTO E DA ESTUFA "D" 150,0 140,0 130,0 120,0 110,0 90,0 80,0 70,0 NO PRODUTO DA ESTUFA D 60,0 NO CARRINHO ESTUFA D 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 TEMPO (h) 0:00 23:00 22:00 21:00 20:00 19:00 18:00 17:00 16:00 15:00 14:00 13:00 12:00 11:00 10:00 9:00 8:00 7:00 6:00 5:00 4:00 3:00 2:00 1:00 0,0 0:00 TEMPERATURA (ºC) 100,0 TEMPETATURAS DE PRODUTO E DAS ESTUFAS "C" E "D" 160,0 140,0 100,0 NO PRODUTO DA ESTUFA D NO PRODUTO DA ESTUFA C 80,0 NO CARRINHO ESTUFA D NO CARRINHO ESTUFA C 60,0 40,0 20,0 TEMPO (h) 0:00 23:00 22:00 21:00 20:00 19:00 18:00 17:00 16:00 15:00 14:00 13:00 12:00 11:00 10:00 9:00 8:00 7:00 6:00 5:00 4:00 3:00 2:00 1:00 0,0 0:00 TEMPERATURA (ºC) 120,0 DESENVOLVIMENTO DOS SERVIÇOS: • • • • Leitura da vazão de ar de recirculação; Leitura da vazão de ar externo; Coleta de documentos e informações; Cálculo da potência calorífica disponível; • Análise dos resultados. Leitura da vazão de ar: • A vazão de ar de recirculação está correta nos dois casos; • A vazão de ar externo para a estufa de C é o dobro da vazão prevista no projeto; • A vazão de ar externo para a estufa D é praticamente nula (zero); Calculo da potencia calorífica disponível: • POTENCIA TRANSFERIDA PARA O AR DO RECUPERADOR: 191kW. Massa de água média retirada em um ciclo de 24 horas: • em cada estufa retiramos aproximadamente 1560kg, ou 1560 litros de água. Calor necessário para evaporar a água do produto em um ciclo: • 4.397.947kJ, o que equivale a potência de 135kW em 9 horas de ciclo de secagem DIVIDIR O CICLO EM CINCO ETAPAS • ETAPA "A": Aquecimento da estufa; • ETAPA "B": Aquecimento do produto após a estufa atingir sua temperatura de trabalho; • ETAPA "C": Período de secagem do produto; • ETAPA "D": Período de pósaquecimento do produto; • ETAPA "E": Período de cura da resina. CICLO DE SECAGEM DA ESTUFA TEMPERATURA DO PRODUTO E DA ESTUFA "C" 150,0 140,0 130,0 NO PRODUTO DA ESTUFA C 120,0 NO CARRINHO ESTUFA C Etapa "A" Aquecimento da estufa 110,0 51 por. Méd. Móv. (NO CARRINHO ESTUFA C) 90,0 80,0 Etapa "D" Aquecimento do porduto para cura da resina 70,0 60,0 Etapa "B" Aquecimento do produto 50,0 Etapa "C" Secagem do produto 40,0 30,0 Etapa "E" Cura da resina 20,0 10,0 TEMPO (h) 0:00 23:00 22:00 21:00 20:00 19:00 18:00 17:00 16:00 15:00 14:00 13:00 12:00 11:00 10:00 9:00 8:00 7:00 6:00 5:00 4:00 3:00 2:00 1:00 0,0 0:00 TEMPERATURA (ºC) 100,0 Avaliação dos resultados O duto de ar externo estava obstruído com uma chapa impedindo o fluxo de ar; A falta de ar externo exige que o ciclo de secagem seja maior em pelo menos 6 horas (33% maior); Economia de energia é significante; O aumento da produtividade é muito mais representativo. TEMPO DAS ETAPAS PARA ESTUFAS COM AR DE RECUPERADOR ("C") E SEM AR DE RECUPERADOR ("D") 14 12 10 8 TEMPO (h) 6 4 2 ESTUFA "C" (h) ESTUFA "D" (h) 0 AQUECIMENTO DA ESTUFA SECAGEM ETAPAS CURA DA RESINA CONCLUSÕES: • A vazão de ar externo deve ser garantida em todas as estufas; • É possível otimizar-se os tempos dos ciclos das estufas com pequenas implementações adicionais. •DÚVIDAS??? Obrigado Engº Maurício Salomão Rodrigues Somar Engenharia (11)3763.6964 [email protected] Parte deste material foi elaborado pelo Eng. Leonilton Tomaz Cleto – Yawatz Engenharia