Educação Infantil - 2009

Transcrição

Educação Infantil - 2009
PRÊMIO PROFESSORES DO BRASIL – 4ª Edição
TÍTULO DA EXPERIÊNCIA:
O Mágico de Oz: Descobrindo as
surpresas da estrada de tijolos
amarelos
ETAPA DA EDUCAÇÃO BÁSICA DA EXPERIÊNCIA
Educação Infantil
NOME DA ESCOLA
Núcleo de Educação Infantil Maria Salomé dos Santos
Patricia Machado de Freitas
28/09/2009
SÍNTESE DA EXPERIÊNCIA:
O início da história do mágico de Oz se dá quando Doroth ainda vive numa fazenda no
Kansas com seu cão amigo Totó, desejando estar num lugar bem melhor “além do arco-íris, atrás
das nuvens de chuva”. Após viver várias situações com sua tia Ema, seu tio Henri e a malvada Srta
Galdi, Doroth encontra o misterioso professor Marvel e enfrenta um enorme furacão que a leva até
o mundo de Oz.
Chegando lá, viverá a maior aventura de sua vida, ajudando um espantalho sem cérebro,
um homem de lata sem coração e um leão sem coragem. Doroth, ainda conhece figuras
encantadas como: a bruxa Boa do Norte, a Bruxa Má do Oeste, os Matckys (simpáticos habitantes
da Terra de Oz) e o Mágico de Oz; descobrindo ao final desta encantadora trajetória, que “não há
lugar como a nossa casa”.
Em seu lançamento cinematográfico em 1939, o Mágico Florence Ryerson e Edgar Allan
Woolf e direção de Victor Fleming sob o original de L. Frank Baum e, desde então encanta crianças
e adultos de várias gerações.
Ao propormos este tema para o projeto do grupo GVI em 2009, estamos convidando a
todos a embarcar nesta viagem a um mundo repleto de sentimentos, descobertas e imaginação.
O Mágico de Oz nos abre um leque de possibilidades que serão exploradas ao longo do
ano letivo de acordo com cada situação adequando os temas aos conteúdos específicos do G VI.
A construção da identidade, a família, as moradias, os animais, os sentimentos e as
diferenças serão alguns dos muitos temas a serem trabalhados dentro deste universo mágico e
criativo.
Dentro desta perspectiva, o GVI encontrará um modo próprio para conhecer e recontar
essa belíssima história.
JUSTIFICATIVA:
Considerando que a identidade se forma nos primeiros anos de vida, buscaremos entender
os processos de desenvolvimento cognitivo e a inserção social por meio da interação no espaço da
educação infantil, identificando as principais atividades dessa 1ª etapa da educação em busca da
efetivação desse processo de forma tranqüila e harmoniosa.
Os fatores que influenciam o desenvolvimento da criança devem ser os mais variados, uma
vez que o ser humano se constrói a partir das suas vivências, mas também da interação com o
outro. Então, temos como fatores próprios da criança a inteligência, a motivação, a curiosidade,
acompanhados de fatores sociais, históricos, culturais, afetivos, emocionais que compõem o meio
no qual ela está inserida.
Família, professores, parentes e amigos, enfim todas as pessoas que habitam o universo
da criança devem procurar conhecer as formas de contribuir com o processo de inserção social e
desenvolvimento destes pequenos que são mais emoção do que razão nesse processo de
construção e precisam se firmar nas atitudes e exemplos que os adultos dão.
O clássico Mágico de Oz possibilita trabalhar de forma lúdica com esses aspectos,
tornando esse processo mais fácil e agradável para as crianças, por tratar com uma linguagem
simples, as muitas questões que fazem parte do universo infantil.
“O Mágico de Oz uma história que nos encanta e nos motiva a descobrir as surpresas da
estrada de tijolos amarelos”.
Vivenciando a história de forma lúdica e prazerosa iremos despertar valores e sentimentos
essenciais ao ser humano. A amizade, companheirismo, cooperação, a valorização da família e
também alguns medos ficam evidenciados nessa aventura.
Iremos explorar com as crianças esses sentimentos e valores para que elas no dia-a-dia
saibam lidar com os mesmos, em relação aos outros e consigo mesma.
O Mágico de Oz, essa obra repleta de encantamentos, será inserida ao contexto de nossas
crianças do GVI.
Essa aventura que invadirá nossos corações despertará maravilhas.
Trilhando o caminho da curiosidade e descobertas a história “O Mágico de Oz” será o fio
condutor para envolver a todos nesse projeto, proporcionando novos aprendizados e
conhecimentos.
Entendendo ser de suma importância o pleno desenvolvimento das crianças, vamos
trabalhar suas emoções e sentimentos, juntamente com a autonomia, auto-estima identidade,
respeito, amizade, medos e limitações, agregados a área da linguagem, do raciocínio lógico, artes
e movimento. Para isso buscaremos encontrar a coragem do leão e a sabedoria do espantalho.
Apreciar canções de amor, amizade, medo, tristeza, terá como objetivo, mostrar ao grupo,
que somos seres imersos de sentimentos e emoções, e esses nos tornarão a pessoa que
queremos ser.
OBJETIVOS DA EXPERIÊNCIA:
Possibilitar um mundo de descobertas relacionando-as com a história de vida de cada
criança, contribuindo dessa forma com o seu desenvolvimento integral.
• Construir a identidade individual e do grupo.
• Desenvolver atitudes de cooperação compartilhando as vivências pessoais com o grupo.
• Promover a interação entre as famílias e o N.E.I.
• Trabalhar as diferenças existentes na sociedade e na humanidade.
• Identificar os tipos de moradia.
• Perceber as diferentes famílias.
• Trabalhar a afetividade e os bons sentimentos.
• Identificar fenômenos da natureza.
• Trabalhar a localização espacial e territorial.
• Ampliar as possibilidades de observação das crianças através do filme e de literatura ligadas a ele.
• Desenvolver o gosto pela leitura e pela música.
• Proporcionar vivências com livros e canções.
• Oportunizar a capacidade de fantasiar, construir, ler e escrever.
• Consolidar os valores humanos no cotidiano.
CONTEXTUALIZAÇÃO:
O Núcleo de Educação Infantil Maria Salomé dos Santos está localizado na Rua Professor
Euclides Pires Cunha, s/n no Bairro Sambaqui. Está localizada na zona urbana, atendendo a
população da Barra do Sambaqui, Sambaqui, Santo Antonio de Lisboa e Cacupé. Recebeu essa
denominação conforme a Lei nº 4690/95 de21 de julho de1995. Atualmente cento e dezenove
crianças com faixa etária de um ano e cinco meses a seis anos, em período integral.
Percebe-se uma identidade açoriana, porém o fator tranqüilidade fez com que houvesse
uma migração de outros estados para este local. O Bairro tem suas moradias em casas. As
crianças brincam nos pátios de suas casas, ruas tranqüilas. É uma comunidade participava.
Um projeto para ser desenvolvido na Educação Infantil, deverá contemplar em sua
dimensão uma prática docente responsável e compromissada, e exerce um papel fundamental na
formação das crianças pequenas.
Pensar um projeto para crianças pequenas, especificamente na faixa etária de 5 e 6 anos
implica conhecer e compreender as necessidades e interesses da faixa etária. É imprescindível
que o planejamento contemple o eixo cuidar e cuidar dessas crianças e que as ações planejadas
venham contribuir em seu desenvolvimento pleno e uma aprendizagem de forma significativa.
O papel do professor como mediador é essencial na formação das crianças e que essas
construam o seu conhecimento podendo contribuir e intervir na sociedade.
REFERENCIAL TEÓRICO:
Um projeto para ser desenvolvido na Educação Infantil, deverá contemplar em sua
dimensão uma prática docente responsável e compromissada e exercer um papel fundamental na
formação das crianças pequenas.
Pensamos um projeto para crianças pequenas, especificamente na faixa etária de 5 e 6
anos e buscamos conhecer e compreender as necessidades e interesses da faixa etária. Foi
imprescindível que o planejamento contemplasse o eixo cuidar e cuidar dessas crianças e que as
nossas ações planejadas viessem contribuir em seu desenvolvimento pleno e uma aprendizagem
de forma significativa.
Sabemos que o papel do professor como mediador é essencial na formação das crianças e
nossa intenção é que essas construam o seu conhecimento podendo contribuir e intervir
socialmente.
Pensando na criança como sujeito histórico que constrói seu conhecimento na relação com
o outro e com o meio, é que buscamos uma proposta de trabalho diferenciada que atendesse esse
universo infantil tão rico, colorido, mágico e surpreendente.
DESCRIÇÃO CLARA E DETALHADA DA EXPERIÊNCIA:
As surpresas da estrada de tijolos amarelos que vivenciamos até aqui.
No mês de março iniciamos o desenvolvimento do projeto: O Mágico de OZ: Descobrindo
as surpresas da estrada de tijolos amarelos.
Num primeiro momento perguntamos as crianças se conheciam a história, se já tinham
assistido ao filme ou se já tinham ouvido algo sobre o Mágico de Oz.
Algumas falaram que já tinham assistido a um desenho, mas a maioria desconhecia esse
clássico.
Essa conversa se deu no momento da roda com o objetivo de perceber o que as crianças
já sabiam sobre o assunto para que então pudéssemos planejar nossas ações.
A idéia de conhecer a história O Mágico de Oz, e descobrir as surpresas vivenciadas pelos
personagens encantaram as crianças.
Nesta mesma roda já ensaiamos alguns combinados que iria direcionar o início do
trabalho.
Antes de continuarmos relatando nossas vivências gostaríamos de falar um pouco sobre a
escolha do título para o projeto.
Mágico de Oz:Descobrindo as surpresas da estrada de tijolos amarelos
Pensamos nesse nome no sentido de expressar que em nossas vidas descobrimos muitas
surpresas. Vivenciamos muitas experiências, às vezes repletas de alegrias outras de tristezas, elas
vêm acompanhadas de lágrimas ou de risadas.
Esse nome nos remeteu a pensarmos um pouco sobre a trajetória da criança não somente
na educação infantil, mas em todo o seu contexto social.
A história que cada criança constrói na relação com o outro e com o meio é recheada de
surpresas e descobertas que contribuem no seu processo de desenvolvimento e aprendizagem.
Foi com esse sentido que escolhemos este título. Que as surpresas de estrada de tijolos
amarelos venham a contribuir significativamente na vida desses sujeitos crianças .
Continuando o relato:
Assistimos ao filme: O Mágico de Oz em três etapas (o filme é muito extenso), contamos a história
do livro e assistimos a um desenho adaptado da versão original.
Após as crianças conhecerem a história, e ilustrá-la através de desenho, combinamos como
iríamos desenvolver as atividades.
Observando os elementos da história com as crianças construímos as seguintes hipóteses de
encaminhamento:
• Eu, minha família, meu grupo.
• As moradias.
• Fenômenos da natureza.
• Dorothy no país das esmeraldas.
Com essa organização e com a participação constante do grupo de crianças, o primeiro
elemento que exploramos foi os nomes dos personagens.
Havíamos observado que a maioria das crianças ainda não sabia escrever o seu nome.
Partindo da exploração dos nomes dos personagens da história, trabalhamos os nomes
das crianças. A descoberta da escrita do próprio nome foi bastante significativa para o grupo.
Planejamos várias atividades envolvendo o universo do letramento para as crianças. Elas
brincaram com o alfabeto móvel, jogaram bingo das letras, recortaram letras e copiaram os nomes
dos crachás.
Contamos algumas histórias como: Mimi, a centopéia colorida, a descoberta do caracol,
Você troca?, Picote, o menino de papel.
As histórias foram contadas enfatizando os nomes dos respectivos personagens.
A canção Dorotéia Centopéia que cantávamos com as crianças diariamente também foi um
elemento significativo na construção da escrita do nome das crianças.
Dorotéia se parece com Dorothy, mas é diferente. Essa observação feita por uma criança
nos fez pensar o quanto nossa mediação junto às crianças é essencialmente importante. Estamos
só começando e as surpresas já estão aparecendo.
As características físicas das crianças foi outro elemento que exploramos.
Observando e comentando as características físicas dos personagens do filme,
trabalhamos as características das crianças e dos adultos.
Características como: cor de pele, tipo de cabelo, cor de olhos, estatura, foram exploradas
pela observação. Nesse momento as crianças puderam perceber as semelhanças e diferenças
entre si, mas sempre identificadas com respeito à diversidade.
Foram proporcionadas algumas atividades que enriqueceram a exploração das
características físicas de cada um.
As crianças realizaram as seguintes atividades:
• Confecção de uma boneca de papel com as características da Dorothy (esta foi realizada em
casa com a participação da família).
• Desenho do auto-retrato.
• Recorte e colagem de gravuras de pessoas nas diversas fases da vida ,(infância, adolescência,
adulta e idoso). Para que pudessem perceber as mudanças nas características físicas com o
passar do tempo.
• Fantoche de vara, da Dorothy.
• Organizamos um mural com as fotos das crianças e com suas características descritas enviadas
pelas famílias.
Vale aqui enfatizar que, desde o início do projeto buscamos a parceria das famílias que
participam efetivamente do nosso trabalho.
Consideramos essa parceria importantíssima, pois além de estreitar a relação creche
família é uma forma de valorização do processo de construção de conhecimento e aprendizagem
das crianças.
As crianças sentem-se orgulhosas e felizes quando socializam na roda suas produções e
falam que foi a minha família que ajudou. Só olhar o brilho nos olhos de cada uma.
Não podíamos deixar de trabalhar ás famílias.
Conhecendo quem eram a família da Dorothy, encaminhamos uma conversação sobre os
tipos os tipos de famílias que conhecemos e que existe na sociedade atualmente. Cada criança
falou um pouco sobre sua família. Desenharam suas famílias,construíram uma arvore genealógica
e trouxeram fotos que foram utilizadas no projeto de artes com a professora Kátia dando
continuidade ao trabalho da sala.
O trabalho na educação infantil não pode acontecer de forma estanque e fragmentada. Por
isso, nossas ações se dão de maneira interdisciplinar, integrando o projeto de artes desenvolvido
pela professora Kátia e as aulas de educação física. Planejamos juntos, trocamos idéias e
socializamos as atividades, nesse sentido vamos construindo possibilidades significativas para as
crianças.
Conversamos sobre as famílias no mês de maio e as crianças falaram sobre suas mães.
Trabalhamos a escrita da palavra MÃE.
Na escrita da palavra MÃE, explicamos a acentuação do A, no sentido das crianças
perceberem o som quando pronunciassem a palavra. Numa outra situação quando trabalhamos a
palavra LEÃO (personagem da história O Mágico de Oz), sem colocar o til no A, uma observação
nos de encheu de orgulho.
Um menino falou:
- Professora para ficar LEÃO tem que colocar o til no A.
A satisfação maior de um educador é quando ele vê refletido nas atitudes das crianças o
seu fazer pedagógico.
Descobrindo a escrita do nome, explorando as características físicas das crianças
promovemos outra atividade que foi a confecção de uma carteira de identidade.
A realização dessa atividade foi bastante interessante, não somente pelo prazer de fazer e
os conhecimentos que as crianças construíram sobre a importância do documento de identidade,
mas pelo leque de discussão que se abriu no momento da roda.
Sabe aquele dia que temos tudo planejado e acontece uma situação inesperada e o
planejamento toma outro rumo. Foi o que aconteceu nesse dia.
Após o lanche organizamos nossa roda de conversa. O objetivo era apresentar o
documento de identidade para que as crianças pudessem conhecê-lo e observar seus elementos.
Conversamos sobre a importância desse documento observamos os dados que nele
continham.
Perguntamos as crianças se elas conheciam outros documentos e fomos elencando:
*certidão de nascimento
*Certidão de casamento
*CPF
*Título de eleitor
*cartão de banco
* Carteira de habilitação e outros
Fomos explicando a importância de cada um desses documentos e sua utilização.
A situação inesperada foi que quando falávamos sobre a carteira de habilitação e que
ninguém poderia dirigir se não tiver habilitado.
Uma criança falou:
- E quem dirige não pode beber.
Nesse momento a conversa tomou outra direção, não mais sobre os documentos, mas sim
sobre a responsabilidade dos motoristas. O assunto foi se desenrolando e quase todas as crianças
tinham uma experiência para contar.
Não podíamos naquele momento interrompe-las, e fomos mediando, entrando na
conversa, questionando e também contribuindo com outras experiências.
Nesse dia a roda demorou mais do que de costume. Foi interessante e significativo para as
crianças.
Resgatamos a questão dos documentos num outro dia e então confeccionamos a carteira
de identidade.
A escrita do nome, a filiação, a impressão da digital e a foto 3x4 foram os elementos
explorados nessa atividade.
Vale considerar a importância de estarmos atentos, escutando as crianças e fazendo as
mediações necessárias para que elas ampliem seus conhecimentos.
Não podemos nos esquecer também da forte influência que a mídia exerce sobre as
crianças. Como educadores temos que possibilitar momentos de discussão crítica e construtiva
partindo dos contextos e das experiências das crianças.
Realizamos algumas outras atividades como: colagem das formas geométricas, montando
um boneco de papel. Remetemos-nos aos materiais que podemos utilizar para construirmos
diversos objetos. Como os personagens da história: o espantalho que é feito de palha, o homem de
lata que é feito de lata e então fizemos o boneco de papel.
Em seguida pensamos na confecção de um espantalho com o objetivo de colocá-lo na
horta do Núcleo de Educação Infantil (N.E.I.)
Antes, porém as crianças conheceram as histórias do ESPANTALHO ESPALHAFATO e
ZEQUINHA O ESPANTALHO FUJÃO.
Essas histórias possibilitaram ao grupo a identificação de diferenças e semelhanças entre
o espalhafato, o espantalho Zequinha e o espantalho do Mágico de Oz.
As crianças ilustraram as histórias e fizemos um mural. Nas semanas que se sucederam
confeccionamos o nosso espantalho.
O espantalho está em nossa sala aguardando o momento de ir para a horta porque vamos
plantar milho e só agora no mês de setembro é a época do plantio.
O espantalho foi o primeiro amigo que a Dorothy encontrou, a partir da sua confecção
conversamos muito sobre nossos sentimentos, sobre o valor da amizade e da solidariedade.
Iniciamos o trabalho na horta em parceria com a professora de educação física.
Dividimos a turma em dois grupos para fazer a visitação no espaço da horta.
Nesse primeiro contato, as crianças observaram o local, escolheram o canteiro para o
milharal e arrancaram alguns matinhos.
Após cada grupo voltar da horta, organizamos uma roda para conversarmos um pouco
sobre o que tinham visto lá.
A conversa foi bastante significativa, as crianças participaram de forma espontânea e
demonstrando entusiasmo pelo trabalho na horta.
CONVERSANDO SOBRE A HORTA
1° GRUPO
Wesley - Eu vi a planta toda comida, os pássaros e as lagartas comeram.
Leonardo – A gente também olhou e o único canteiro que estava livre, era o último.
Wesley – Tem um pé de limão e eles caíram no chão.
Yasmim C. – O Alyson teve a ideia de colocar uma cerca no meio do canteiro para separar o
milharal das outras plantas.
Luan – Tinha cebolinha.
Wesley - Os passarinhos comeram os tomates.
Leonardo - Eu vi um trevo de quatro folhas, mas só tinha três folhas.
2° GRUPO
Rafael – A gente viu um pé de laranja, arrancamos uns matinhos para poder plantar o milho.
Mikael - Tiramos os matos e colocamos num pote.
Natália - O Mikael não ajudou e a professora teve que chamar a atenção dele.
João Victor - O Bruno não pegava mato.
Yure - Arrancamos muitos matos. A Ana Paula jogou os matinhos no lixo para a gente poder
plantar o milho.
Natália - A gente viu outro canteiro do lado da laranjeira que estava muito cheio de plantas, daí, a
gente escolheu outro canteiro.
Bruno - A gente viu a laranjeira, as folhas estavam todas picadas porque a lagarta comeu.
Rafael - Precisa de um espantalho lá para cuidar das plantas. A gente viu uma terra preta.
Mikael - Caiu três limão no chão.
Bruno - Sempre que a gente for à horta tem que arrancar os matinhos, porque se tiver matinhos na
horta, não vai dá para plantar o milho.
Quantos conhecimentos as crianças construiram nesse momento, questões relacionadas
ao meio ambiente, raciocínio lógico matemático, cooperação, etc.
Ainda tínhamos que amadurecer algumas questões relacionadas à horta, sobre a terra
própria para plantar, época do plantio do milho e outros elementos pertinentes ao assunto.
Combinamos com as crianças que, precisávamos buscar mais informações sobre a horta
para realmente o trabalho se efetivar.
Tivemos que deixar um pouco a horta de lado e demos continuidade a outros elementos do
projeto.
Buscamos a casa da Dorothy. Como era casa da Dorothy?
Era de madeira, marrom, na casa tinha a cesta do Totó. Na sala tinha um sofá.
A casa era pequena e tinha um portão. Tinha o quarto da Dorothy e uma caminha.
CONVERSANDO SOBRE NOSSAS CASAS.
Nicolas - A minha casa é de tijolo e branca.
Leonardo - Eu moro num apartamento, não me lembro a cor. Ainda está em obra, mas a gente já
pode dormir lá, porque tem cama.
Yasmin T.- A casa é de madeira, cor marrom, tem duas casa uma colada na outra.
Miguel - Minha casa é pequena e laranja.
Erik - A minha casa é de tijolo, o quarto é marrom e a casa é branca. A cozinha é cinza.
Natália - A minha casa é grande, é de tijolo, tem cimento por cima do tijolo. A casa tem um andar.
Eu durmo na cama com o meu irmão, a minha mãe dorme no outro quarto.
Rafael - Eu estou me mudando para outra casa, porque na casa onde eu moro tem muitas
aranhas. Eu vou morar num apartamento, mas não sei onde é.
Priscila - Minha casa é de madeira, pintada de amarelo. A casa é grande.
Angelo - a minha casa por fora é cinza, por dentro da sala o chão é vermelho. No meu quarto tem
uma televisão, e o quarto é branco. A cozinha é colada na sala.
Alyson - minha casa é de tijolo, tem dois quartos, um banheiro e na cozinha tem dois armários.
Ana Clara - A minha casa é de tijolo, tem dois quartos, um quarto de brinquedo e uma cozinha.
Não tem sala. A cor da casa é igual da nossa sala.
A cozinha tem cheiro de mofo. A minha casa é cheia de mofo.
Henrique - minha casa é de tijolo e é azul. Eu durmo com a minha mãe. A minha mãe ainda não
comprou uma cama pra min.
Laysa - é azul clarinho, a cozinha é amarela, a sala é azul. A casa tem um andar.
Luiz Felipe - Não quero falar da minha casa.
Yasmin C. - a minha casa é de tijolo e tem barro do lado. A sala é amarela por dentro, na cozinha
tem piso, tem dois quartos e a parede é grudada.
Raphaela - a minha casa é de tijolo, pintada de amarelo. O meu quarto é azul e no quarto do meu
vô tem televisão.
Bruno - a casa é de tijolo. Tenho três casas, a cor é azul e preto. Na minha casa tem um sofá.
Patrícia - a minha casa é amarela com a janela verde. Na cozinha tem piso, no quarto da minha
mãe tem um guarda-roupa, uma cômoda e o berço da irmã. Tem um banheiro e um sofá que vira
cama. Eu durmo com a minha vò. No quarto da minha vó tem um espelho e uma televisão grande.
O quarto da minha mãe é azul.
Erick - a casa é verde claro, tem televisão no meu quarto. A pia da cozinha é cinza. Estão fazendo
outra casa, já colocaram o telhado.
Mikael - a casa é amarela, tem piso na cozinha. A casa tem dois quartos. Tem uma cama no quarto
da minha mãe e duas camas no outro quarto. O quarto é azul e no banheiro tem piso. Estão
fazendo outra casa na frente do quintal.
Após cada um falar sobre a sua casa combinamos de fazer a casa da Dorothy na sala. A
casa da Dorothy vai ser laranja por fora e branca por dentro.
As casas não são iguais, são diferentes. A história dos três porquinhos veio contribuir com
a conversação sobre os tipos de moradia existentes.
As crianças recortaram de revistas e colaram gravuras diversas que ilustravam as
diferenças entre as construções.
Confeccionaram uma casa com palito de picolé e fizeram a dobradura da casa com papel.
O elemento casa nos trouxe uma situação importantíssima. O que aconteceu com a casa
da Dorothy? O ciclone levou e nos arriscamos a discutir sobre ciclones, furacões, tornados,
tempestades e outros fenômenos.
CONVERSANDO SOBRE O CICLONE
Rafae l- ciclone é um vento muito forte que roda as coisas.
Wesley - ciclone é um vento muito forte.
Angelo - parece um redemoinho, só que é um vento.
Nicolas - é um vento que sai do céu.
Fillipy - o ciclone é uma coisa muito forte que roda dentro dele.
Yasmin C.- é uma coisa que gira muito forte, pega as coisas dentro da casa e fica girando.
Patrícia - é uma coisa que gira e pega todas as coisas.
Yasmin C .- ele vai pegando as coisas e gira.
Erik - raio é um choque que vem do céu.
CONSEQUÊNCIAS DE UM CICLONE
As crianças fizeram a ilustração e depois comentaram.
Raphaela - o ciclone está atrás da borboleta. O vento destruiu a árvore e a casa.
Yasmin T. - a casa da Dorothy está sendo levada pelo ciclone.
Henrique - o ciclone arrancou um pedaço da casa.
Ana Clara - o ciclone destruiu a casa e a Dorothy estava dentro da casa. O ciclone levou a Dorothy
para um lugar diferente.
Wesley - O ciclone levou uma casa que bateu no avião, que quebrou asa. O porão estava fechado
e a Dorothy não conseguiu entrar. A janela da casa bateu na cabeça da Dorothy.
Angelo - O ciclone veio e destruiu duas casas. Quebrou as janelas e o telhado. Quebrou duas
árvores e depois começou a chover pedrinhas de gelo. Apareceu uma cobra.
Luiz Felipe - o ciclone levou o meu cachorrinho. Eu estava voando com a minha família, porque o
ciclone arrastou toda aminha família. Uma mulher ficou congelada na neve.
Patrícia – O ciclone levou muitas folhas, uma cadeira e uma maçã. Arrancou os matos e as
gramas.
Priscila - o ciclone arrancou algumas flores. Ele não conseguiu pegar a borboleta porque ela fugiu.
Yasmin T. - A menina estava passeando e o ciclone a pegou e a borboleta. A menina queria salvar
a borboleta, mas não conseguiu. A menina foi para outro mundo e conheceu um menininho.
Rafael - o porco espinho estava andando na água, quando veio um ciclone e pegou um homem
que era o dono do porco espinho. O ciclone saiu da água, ficou girando e levou o homem embora.
Laysa
o
ciclone
estava
levando
as
folhas
e
subindo
para
o
céu.
Leonardo - o ciclone destruiu o telhado e a janela da casa. Ele arrancou os pregos da janela. A
porta da casa e a maçaneta ficaram tortas. Na outra casa o ciclone arrancou metade da janela e
ficou um buraco. Espalhou um monte de ventos.
Fillipy - o ciclone estava vindo e tinha um monte de pessoas correndo. As pessoas subiram num
poste porque pensaram que era uma escada. Vieram todos os policiais e todo mundo levou um
choque. Os policiai tinham granada.
Bruno - o ciclone derrotou todos os bichinhos. Só um bicinho ficou vivo, que foi um filhote de
dragão
que
voava.
Ele
chorou
e
ficou
triste
porque
queria
a
mãe.
Yure - o ciclone quebrou as casas.
Alyson
um
ciclone
derrubou
a
casa.
João Victor - a casa das Dorothy foi levada por um ciclone. A Dorothy foi para o mundo dos
pequenos. Todos os bichos voaram.
Miguel - o ciclone levou as crianças, as pedras, e o sol ficou triste.
Erick - o ciclone derrubou toda a casa e levou para outro lugar. O ciclone veio e destruiu a letra A.
Nicolas - o ciclone destruiu a casa e a Dorothy estava correndo para casa. O Totó também estava
correndo.
Erik - o ciclone derrubou ume planta, um menino, uma árvore, uma casa e um passarinho. Eu fui
salvar todos eles. Joguei água e uma magia no ciclone e ele subiu lá para o céu. O passarinho era
mágico e ficou bravo porque não queria que eu salvasse ele.
Para enriquecer nosso trabalho fomos buscar mais uma vez parceria com as famílias.
Enviamos para casa uma atividade de pesquisa sobre ciclones, furacões, tempestades e
outros.
Enquanto aguardávamos as pesquisas fomos dando continuidade aos trabalhos com o
elemento casa.
A história da casa sonolenta não poderia ficar de fora das surpresas da estrada de tijolos
amarelos.
As crianças ilustraram a história através de desenhos.
E ainda será que podíamos falar do amor entre as pessoas partindo do assunto casa?
Sim, porque a história do homem que amava caixas nos mostrou que era possível. O
homem que amava caixas expressava o seu amor para o filho com as construções que fazia com
caixas de papelão.
E foi ouvindo essa história e vendo suas ilustrações que as crianças construíram casas
com diversas caixas, papietaram e pintaram. Depois montamos uma linda maquete que ficou
exposta no salão da Unidade.
Um lugar especial, texto em forma de poesia que fala do aconchego da casa. Com esse
texto confeccionamos um livro. Cada estrofe da poesia um página do livro, cada página um técnica
diferente. Esta atividade envolveu pintura, colagem, desenhos e escritas.
As pesquisas solicitadas chegaram, socializamos na roda e depois fizemos uma exposição
no corredor para que outras pessoas pudessem ter acesso.
As pesquisas que as crianças realizaram com a participação da família não foram
suficientes para esclarecer todas as nossas dúvidas a respeito dos ciclones. Então fizemos uma
saída de estudo.
Fomos até a EPAGRI, mas especificamente no CIRAM (Centro de Informações de
Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina). Lá fomos recebidos pela Srª
Elaine que explicou para as crianças o que era ciclone, tornado, furacão e redemoinho. Mostrounos várias imagens de satélites, falou sobre a função dos meteorologistas.
Nesse momento, uma surpresa. Descobrimos que a casa da Dorothy foi arrastada por um
tornado e não por um ciclone como mostra o filme.
Ao retornarmos para o N.E.I. relembramos tudo o que tínhamos visto e ouvido no CIRAM.
Na roda de conversa as crianças foram falando sobre o passeio de estudo e com a nossa
mediação foram construindo um novo conhecimento. A aprendizagem se deu de forma bastante
significativa.
Além das crianças ampliarem seus conhecimentos sobre o assunto que estava em
discussão também tiveram a oportunidade de conhecer outro espaço de estudo, com materiais
diferenciados inclusive equipamentos multimídia.
Após nossa visita no CIRAM em Santa Catarina aconteceram alguns tornados que
provocaram muitas destruições em algumas regiões. As crianças trouxeram esses tristes
acontecimentos para nossas rodas de conversas e juntamente com as famílias pesquisaram
notícias de jornais que tratassem desses últimos acontecimentos.
As notícias foram exploradas na roda e depois exposta no mural.
Paralelo a essas atividades inauguramos a casa da Dorothy com um lanche coletivo. A
personagem visitou a nossa sala e trouxe uma surpresa para as crianças.
O projeto ainda está em andamento, atualmente estamos resgatando o trabalho com o
espantalho, organizando uma eleição para escolher o nome.
Este momento envolverá todos os segmentos da nossa unidade, fortalecendo o exercício
da cidadania, para então darmos continuidade ao trabalho da horta.
Assim, continuaremos descobrindo as surpresas da estrada de tijolos amarelos....
RESULTADOS OBTIDOS:
As vivências experimentadas até aqui foram significativas e refletidas nas atitudes diárias
das crianças.
Toda ação planejada é intencional e para tanto pensamos numa proposta de trabalho que
viesse de encontro num trabalho em parceria junto às famílias.
Sendo a criança um sujeito de direitos, pudemos realizar a concretização de algumas
ações, como: o respeito à diversidade explorando as características físicas das crianças, a escrita
do seu nome como construção da sua identidade, compreender que a composição da família hoje
não é linear, e ter o direito de obter conhecimentos científicos os ajudando a construir uma
consciência de preservação ao meio ambiente e exercer a sua cidadania participando de forma
efetiva nas questões sociais.
AVALIAÇÃO:
Será constante, observando, registrando, planejando todas as ações para que o projeto
seja desenvolvido levando em consideração as necessidades e interesses do GVI.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Encontros e Encantamentos na Educação Infantil: Partilhando Experiências de Estágios/Luciana E.
Ostetto (org.). -Campinas, SP: Papiros, 2000.
MESQUITA, Maria Fernanda. Valores Humanos na Educação: Uma nova prática na sala de aula.
São Paulo, Ed. Gente, 2003
OSTETTO, Luciana Esmeralda. Arte, Infância e Formação de Professores: Autoria e Transgressão.
São Paulo, Papirus, 2004
PREFEITURA MUNICIPAL DE FLORIANÓPOLIS. SÍNTESE DA
EDUCAÇÃOINFANTIL. SECRETARIA MUNICIPALDE EDUCAÇÃO, 2000.
QUALIFICAÇÃO
JASOND, Jfmam. Mimi, A Centopéia Colorida: Ganha cor á medida que passa pelas páginas.
Impala, 2007.
VALE, Mário Ricardo Reis do. Picote o Menino de Papel. Belo Horizonte, RHJ, 1993
KING, Stephen Michael. O Homem que Amava Caixas. São Paulo, Brinque Book, 1997.
WOOD, Audrey. A Casa Sonolenta. São Paulo, Ática, 2001.
FURNARI, Eva. Você Troca?. São Paulo, Ed. Moderna, 1991.
BELLI, Roberto. O Mágico de Oz. Todo Livro LTDA.
OUTRAS INFORMAÇÕES:
O projeto ainda está em andamento e será concluído ao final do ano de 2009, muitas
surpresas estão para serem descobertas.
DA

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