Brasil e Argentina tentam novo acordo

Transcrição

Brasil e Argentina tentam novo acordo
Goiânia, 22 a 28 de Fevereiro de 2016
COMÉRCIO
Brasil e Argentina
tentam novo acordo
Países vão começar a
renegociar uma nova
política comercial do
setor automotivo
O
s governos brasileiro e argentino vão começar a renegociar, em abril, o acordo automotivo entre os dois países, que vence
no dia 30 de junho. Entretanto,
o ministro do Desenvolvimento,
Industria e Comercio Exterior,
Armando Monteiro, disse que
a criação de um regime de livre
comércio neste setor ainda vai demorar. “Eu imagino um horizonte
inferior a cinco anos”, disse .
Monteiro deu entrevista após
um encontro, em Buenos Aires,
com o ministro da Produção da
Argentina, Francisco Cabrera, no
qual o principal tema foi o acordo automotivo. Uma das questões
que tem dificultado a liberalização do setor é a adoção, por parte
de cada país, de políticas próprias
de incentivos à indústria, que acabaram criando assimetrias.
Apesar de reconhecer que elas
existem e precisam ser eliminadas, Monteiro explicou que não se
pode fazer isso “em um estalar de
dedos”. No caso do Brasil, o programa de incentivos Inovar-Auto
tem duração prevista até 2017 –
apesar de ter sido questionado na
Organização Mundial do Comércio (OMC) e pelos argentinos.
Pelo atual regime automotivo,
cada vez que o Brasil exporta
US$ 1,5 em veículos e autopeças
para a Argentina, tem que importar US$ 1 desses produtos do
país vizinho. Os dois governos
reconheceram que, na atual conjuntura internacional, interessa
a ambos superar os obstáculos e
construir uma “plataforma industrial integrada” para conquistar
outros mercados.
Monteiro citou como exemplo
os países da Aliança do Pacifico,
mas também falou na necessidade de criar uma indústria regional
competitiva para fazer frente a
outros blocos econômicos. “Estamos negociando um acordo
[de integração] com a União
Europeia (UE)”, disse Monteiro.
“Se não tivermos capacidade de
construir uma plataforma nova e
competitiva no setor automotivo,
como vamos nos relacionar com
os europeus?”
Segundo o ministro, as negociações entre o Mercosul (mercado comum integrado por Brasil,
Argentina, Paraguai, Uruguai e
Venezuela) e os 28 países da UE
estão avançando rapidamente. Ele
acha que o processo de negociações para liberalizar o comércio
entre os dois blocos pode começar esse semestre. “Quem sabe
ainda nesse trimestre”, disse.
Monteiro também manifestou
satisfação com a decisão do novo
governo argentino de eliminar a
Declaração Antecipada de Importação (DJAI) - um mecanismo
que restringia as importações e
afetava os exportadores brasileiros. Em seu lugar foram adotadas
outras medidas para assegurar o
equilíbrio da balança comercial
mas, segundo o ministro, o número de produtos brasileiros afetados é pequeno.
HEMISFÉRIO SUL
Ciclone causa evacuação nas ilhas Fiji
As Ilhas Fiji, no Sul do Oceano Pacífico, foram atingidas no
último sábado (20) pelo mais forte
ciclone já sentido no Hemisfério
Sul. Foram registradas evacuações
em massa, o toque de recolher foi
ativado, e a população cobriu todas as janelas com cobertores.
A tempestade, que atingiu a
categoria cinco, o nível mais
elevado, atingiu a ilha principal
de Viti Levu durante a noite, de
acordo com o Joint Typhoon
Warning Center (JTWC). Desde
o início do dia, voos foram cancelados e os centros de evacuação foram ativados.
“Como nação, estamos enfrentando uma provação do tipo
mais grave. Temos que ficar
juntos, como povo, e olhar uns
pelos outros. Estejam alerta e
preparados”, disse o primeiroministro, Voreqe Bainimarama,
em discurso nacional.
Com ventos de até 220 quilômetros por hora (km/h) e rajadas
de até 315 (km/h), o ciclone Winston foi o primeiro de categoria
cinco a atingir a região, noticiou o
jornal Fiji Times.
O Diretor Nacional de Gestão
de Desastres, Akapusi Tuifagalele,
disse que foram ativados 758 cen-
tros de evacuação naquela região,
onde vivem cerca de 900 mil habitantes.
O ciclone Winston atingiu no
sábado a ilha mais a norte de Vanua Levu. Há relatos ainda não
confirmados de árvores caídas e
telhados de casas arrancados.
As companhias aéreas Fiji Airways, Virgin Australia e Jetstar
cancelaram todos os voos para Fiji,
destino de férias bastante popular
entre australianos e neozelandeses.
O governo impôs um toque
de recolher em todo o país, com
avisos aos moradores para não
saírem de casa.
ANTÁRTIDA
Iceberg ameaça 150mil
pinguins-de-adélia
Cerca de 150 mil pinguins-de-adélia, uma das
espécies mais famosas da
Antártida, estão incapazes de voltar à sua colônia desde que um iceberg
gigante lhes barrou o caminho, forçando-os a um
longo desvio para encontrar comida, revelou um
estudo científico. Esta colônia de pinguins vive no
Cabo Denison, um cabo
rochoso situado na baía de
Commonwealth, no leste
do continente antártico.
O icebergue B09B, que
mede 100 quilômetros
quadrados (km²), área
equivalente à da cidade
de Paris, encalhou na Baía
de Commonwealth em dezembro de 2010, indicam
investigadores australianos e neozelandeses na revista Ciência da Antártida,
publicada este mês.
A população da colônia
de pinguins-de-adélia foi
contabilizada em cerca
de 160 mil indivíduos em
fevereiro de 2011. Em de-
zembro de 2013, eles não
somavam mais do que 10
mil, dizem os pesquisadores.
A chegada do iceberg e
a formação de gelo permanente que se seguiu forçou
os pinguins a prolongar
o seu percurso em 60 km
para conseguir chegar ao
lugar onde encontram alimentos, o que dificulta seu
processo reprodutivo.
“A população do Cabo
Denison poderá extinguirse nos próximos 20 anos,
a menos que o B09B se
mova, ou que o gelo permanente costeiro que se
formou se quebre”, escreveram os investigadores
do centro de pesquisa sobre as alterações climáticas na Universidade de
Nova Gales do Sul e da
New Zealand’s West Coast
Penguin Trust.
Ao contrário do iceberg, o gelo permanente
não fica à deriva e pode
atingir uma espessura
considerável.