A Hydro em transformação

Transcrição

A Hydro em transformação
HYDRO INSIDE
Revista global para os empregados
da Hydro – N.o 2 – 2007
A Hydro em
transformação
e mais >>>
Kurri Kurri
agiliza a
segurança
> 4-5
Ormen Lange
aclamado
pela mídia
> 6-9
Uma janela
para as
Olimpíadas
de Pequim
> 10-13
Corrida
beneficente
> 29-31
Os últimos cinco anos da Hydro foram
marcados por importantes mudanças. Não
obstante, a indiscutível vocação industrial da
empresa – que teve origem há 101 anos −,
a sólida posição que conquistou no mercado, bem como o talento e a lealdade de
seus empregados vão permanecer vivos,
mesmo depois dos últimos meses de 2007,
e distribuídos pelas empresas globais de
porte: a empresa de fertilizantes Yara, a
empresa de alumínio e eletricidade Hydro
e a maior operadora offshore da indústria
mundial de petróleo.
A transferência de propriedade via mercado de capitais e a fusão dos negócios de
petróleo e gás da Hydro com a Statoil são
projetos arrojados, e muitos dos que trabalham nas duas empresas estão tendo de
enfrentar novos desafios e ganhando novas
oportunidades.
Outras partes das operações da Hydro
vão passar por grandes mudanças. É em
situações como essas que tanto a qualidade
dos empregados como a da própria organização são postas à prova e surgem como
predominantes.
Pelos tipos de perguntas que recebo e
de comentários que escuto, percebo que a
vasta maioria está entusiasmada e repleta de
esperanças
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relação
às mudanças
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terão de vivenciar.
Tenho
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que isso se aplica tanto aos que vão se unir
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à nova empresa
de petróleo
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que permanecerão
na Hydro,
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alumínio.
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Mesmo assim, muitos estão inseguros e
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perguntam: “E o que vai acontecer comigo
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emprego?”
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razoáveis.
Racionalmente, compartilho
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os dias encontro colegas que estão sentindo
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as mesmas emoções.
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que tomamos a decisão certa. Isso acontece
porque estamos fazendo essas mudanças
de uma posição de força.
Por meio de corajosas manobras e muito
trabalho,
hi! > writernós agregamos bastante valor, ao
garantir que mais de 40.000 empregados
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> photographer
altamente
qualificados tenham empregos
cada vez mais seguros e mais interessantes.
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conteúdo
there!
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4-5
Segurança no Centro. Cuidar do equipamento de proteção de
maneira sistemática é uma forma de economizar e de melhorar a
qualidade da segurança.
6-9
Ormen Lange: uma celebridade. Nós sabemos que o projeto de
gás Ormen Lange é algo impressionante. O resto do mundo também
está de olho.
10-13
Fincando os pés na China. Será que exportar produtos acabados
de alumínio para a China é como vender areia no deserto do Saara?
14-15
Ver para crer. Realidade virtual não serve exclusivamente para explorar
reservatórios submarinos: também é usada para melhorar a segurança
em alto-mar.
16-25
A Hydro em transformação. A proposta de fusão das atividades
de petróleo e gás da Hydro com a empresa norueguesa Statoil é
certamente um negócio de grande envergadura. E há também
outras negociações bem significativas em andamento, que estão
transformando a Hydro.
26-27
Pequenas e excelentes. Pequenas coisas podem ter um significado
enorme, tanto para o meio ambiente quanto para os resultados
financeiros.
29-31
A corrida da vida. É preciso muita determinação. Paul Farrugia passou
16 dias dirigindo uma motocicleta pela África do Sul, para ajudar esse
país a lutar contra a pobreza e as doenças.
32-33
Arte e engenharia – duas faces da mesma moeda.
Para Joe Brown, seus trabalhos de engenharia realizados no computador
e suas pinturas fantásticas se complementam – ambos demandam
perspicácia e determinação para serem concluídos.
34-35
Cartão-postal de Newton Aycliffe
conteúdo
hi! > equipe
Editor-chefe > Cecile Ditlev-Simonsen
Editor Geral > Craig Johnson ([email protected])
Conselho Editorial > Halvor Molland (Aluminium Metal),
Ole Johan Sagafos (Aluminium Products), Bjørn Otto Sverdrup
(Oil & Energy), Ragnvald Bertheussen (Other Businesses).
Design e produção > item ltd e Media Center (3700017)
>>>
6
26
10
29
14
próximo
número
maio 2007
Os negócios que
deixam a Hydro
vão criar valor em
suas novas casas.
idéias? contatar:
Craig Johnson
Hydro (F472B)
NO-0240 Oslo,
Noruega
craig.johnson@
hydro.com
Foto: Scanpix
hi! 3
Cuidar do
equipamento
de proteção de
maneira sistemática
é uma forma de
economizar e
de melhorar a
qualidade da
segurança
Segurança
no
Centro
segurança em primeiro lugar
O coordenador da equipe, Michael Wilson, e seus colegas de
Kurri Kurri estão se beneficiando com as melhores condições
de segurança e com o Centro de Manutenção em Segurança.
A
fundição de alumínio em Kurri Kurri,
na Austrália, distribuiu quase 13.000
itens de proteção aos empregados,
no ano passado – um lote considerável para
se tomar conta. E essa é a função do Centro
de Manutenção em Segurança.
“Quando damos saída num item de segurança,
sabemos que ele está de acordo com os padrões
exigidos na Austrália e na própria fábrica. Nada
parecido com aquele ‘objeto’ que ficou esquecido
nos últimos seis meses no banco de trás do carro
e está todo coberto de poeira”, declara o chefe de
segurança, Jim York.
York e os assistentes Gregory Cook e Simon
Lane inspecionaram e deram saída em quase
13.000 itens de proteção, em 2006. Entre esses
itens, contam-se 3.764 capacetes Racal, 1.791
arneses de segurança e 1.789 correias/retráteis.
Os procedimentos e os resultados da sistemática empregada são impressionantes, fazendo
com que o Centro de Manutenção em Segurança
contribua significativamente para o recorde de
menor registro total de acidentes (2,1) em 2006.
Além disso, a Hydro economiza muito dinheiro
prevenindo perdas.
Mas nem sempre foi assim. Dez anos atrás, cada
empregado tinha o seu equipamento de segurança
individual, e cerda de 50 capacetes Racal, ao preço
unitário de US$800,00, eram dados como desaparecidos todos os anos. Outros equipamentos acabavam guardados em lugares inapropriados e por
fim sumiam; e o pior, o equipamento de proteção
não passava por inspeção periódica.
Ano passado, porém, apenas um capacete Racal
não foi devolvido. O Centro de Manutenção em
Segurança identificou para quem o capacete havia
sido entregue, e o departamento ao qual o empregado pertencia teve de substituí-lo por outro.
Agora que todos os equipamentos estão
etiquetados e todas as atividades inseridas num
computador, o uso do equipamento de proteção pode ser otimizado em colaboração com o
fabricante. Um exemplo prático é o dos filtros do
capacete Racal. Agora o Centro sabe exatamente
quantas vezes um dos 110 capacetes foi usado.
York calcula que somente a economia em filtros
representa algo em torno de US$30.000,00.
“Todos os que trabalham no Centro de
Manutenção em Segurança estão habilitados a
inspecionar os equipamentos que passam por
nossas mãos. Eles são etiquetados e identificados
de forma bem clara, e têm lugar determinado para
serem guardados; e sabemos exatamente quando
perderão a validade, além da data prevista para
manutenção. Nós os desmanchamos, limpamos
e inspecionamos antes de serem reutilizados”,
explica York.
Com base no sucesso dessas medidas, estamos habilitados a oferecer também equipamentos
de proteção do Centro para serem usados por
todos os subcontratados que trabalham na
fundição.
hi! > Halvor Molland
fotos > Halvor Molland
O chefe de Segurança, Jim York (à direita), e o assistente Gregory Cook inspecionam um capacete Racal no Centro de Manutenção
em Segurança em Kurri Kurri, na Austrália.
–25%
Gol!
A Hydro bateu sua meta de
redução de 20% no número
total de acidentes em 2006 – e
com boa margem.
O índice TRI (total de acidentes registrados divididos por um
milhão de horas trabalhadas)
vem decrescendo gradualmente, muito embora a ambiciosa
meta de redução de 20% dos
acidentes, estabelecida pelo
Presidente e CEO, Eivind Reiten,
não tenha sido alcançada todos
os anos.
Ano passado, a tendência era
bastante positiva – uma redução
de cerca de 25% para um
índice TRI de 4,0. A redução da
taxa TRI em 2005 foi de 10%.
“Algumas áreas de negócios
conseguiram grandes melhoras”, diz Jack Simensen, chefe
de segurança do Departamento
Corporativo de Saúde, Segurança e Meio Ambiente. “Muitas
unidades tiveram uma melhora
de mais de 50%, mas ainda
temos várias delas que estão
melhorando a um ritmo mais
lento e, infelizmente, outras
unidades registraram um retrocesso. Esse fato, é evidente,
dá motivos para que façamos
um acompanhamento mais de
perto.”
Apesar do progresso em
termos gerais, a Hydro registrou
um acidente fatal em 2006.
Jens Hinrichs, engenheiro de
projeto na fábrica de extrusão
de alumínio em Birtley, na Inglaterra, morreu em decorrência
de um acidente, no início de
novembro.
“Um único acidente fatal já
é um acidente que extrapola o
limite”, avalia Simensen, com
pesar, acrescentando que o
número de acidentes fatais vem
decrescendo com o tempo.
O ocorrido em Birtley foi
objeto de uma investigação, e
o relatório correspondente foi
distribuído na Intranet da Hydro,
para que todos possam tirar
lições dele.
hi! 5
Nós sabemos que o projeto de gás Ormen Lange é algo impressionante.
hi! 7
O resto do mundo também está de olho
>>>
>>>
Ormen Lange:
uma celebridade
O
projeto Ormen Lange da Hydro
Abaixo, uma listagem dos programas de maior
está atraindo um bocado de atenção, além dos limites da pequena
prestígio:
no que concerne à indústria energética, foi
• O projeto Ormen Lange reapareceu na TV,
quando ele foi destaque num episódio da
quando o projeto abocanhou o bem-conceituado Prêmio Platts de Projeto Energético
cidade de Aukra, na costa noroeste da Noruega, para onde o gás explorado no mar
será transportado para ser processado.
Até o momento, Ormen já foi visto por
milhões de telespectadores do Discovery
Channel no mundo inteiro; canais privados da
Rússia e Alemanha também o exibiram em
seus programas. O gasoduto Langeled, que
faz parte do projeto e vai conectar as instalações terrestres ao terminal na Inglaterra, foi
assunto de um programa na BBC de Londres
e matéria de artigo em vários jornais do Reino
Unido.
série “Megaestruturas”, no canal National
Geographic.
• Ormen Lange esteve sob a mira de
• O momento de maior sucesso, pelo menos
Global do Ano, na cidade de Nova York, no
final de 2006.
Hollywood, quando o filme da Hydro “O
“Todos os dez juízes do Prêmio Platts de
Viajante”, apresentado por Ian Wright, do
programa de TV “Lonely Planet”, recebeu
Projeto Energético Global foram unânimes ao
votar no Ormen Lange para o primeiro lugar.
grandes elogios no Festival Internacional de
Foi a primeira vez na história da premiação
Filme e Vídeo, nos EUA.
• A revista Popular Science fez uma matéria
com o projeto Ormen Lange/Langeled,
numa reportagem especial sobre “As
Melhores Novidades de 2006”.
que isso aconteceu”, declarou Lars H. Bjelvin,
chefe de comunicações de Ormen Lange.
“O projeto é um veículo fantástico para se
transmitirem as mensagens estratégicas que
dão suporte às metas comerciais da Hydro.
hi! 9
Suas características e aspectos favoráveis são
desenvolvendo tecnologias inovadoras e
condições estruturais difíceis, sem contar com
muito parecidos com aqueles que a Hydro
vem desenvolvendo como empresa líder do
pioneiras, e são campeões em execução de
projetos de larga-escala, sempre concluídos
a competição cada vez mais acirrada entre
empresas internacionais com ambições no
setor industrial, durante os últimos 100 anos.”
dentro do prazo e do orçamento”, diz Bjelvin.
setor de upstream do petróleo nesse país.
Um dos atributos mais importantes que a
Hydro quer enfatizar sobre o Ormen Lange
“As ‘marcas registradas’ da Hydro – como
tecnologia, execução de projeto e cooperação
“Seguindo o curso de ação assumido pela
Hydro, no ano passado, em suas atividades
é a estreita e construtiva cooperação dos
– precisam ser customizadas e divulgadas aos
como operadora de Ormen Lange, as ‘marcas
parceiros do projeto e do público em geral,
inclusive do meio acadêmico e das instituições
acionistas e aos responsáveis pela tomada de
decisões, de modo particular ou público, onde
registradas’ publicitárias mais substanciais
do projeto serão gradualmente dirigidas a
científicas.
quer que tenhamos ambições de crescer.”
“Gerenciar um projeto como esse faz
desenvolver dois outros atributos pelos quais
Recentemente, a empresa fez exatamente
esse tipo de campanha publicitária na Rússia.
outros importantes formadores de opinião em
diferentes partes do mundo – as Américas, a
tanto o Ormen Lange quanto a Hydro estão
“Hoje em dia, a Hydro é amplamente reco-
cada vez mais conhecidos: são tecnologicamente visionários, pois estão constantemente
nhecida não só pelo meio empresarial russo,
mas também pelas lideranças políticas, como
líder em tecnologia submarina e sobretudo
como uma organização que sempre cumpre
os prazos e se mantém dentro do orçamento”,
ressalta Bjelvin.
Transmitir uma imagem como essa é
estrategicamente imperativo num país como
a Rússia, dona de abundantes recursos pe-
Europa, o Oriente Médio e a África, apenas
para mencionar algumas”, explica Bjelvin.
“Sempre customizamos nossa mensagem
segundo a realidade do mercado local das
regiões onde estamos interessados em crescer, e as divulgamos de modo particular ou
público, através de um mix completo de meios
de comunicação, com o objetivo de passar a
seguinte mensagem: Ormen Lange e Hydro
são sinônimos de tecnologia, desempenho e
cooperação.”
trolíferos, os quais, porém, se encontram sob
hi! > David Burke
fotos > Øivind Leren, Tor Hammerstad,
Helge Hansen, Dag Thorstensen
É a primeira vez na minha vida que vejo um projeto receber
tanta atenção. A gente sente o maior orgulho quando os
canais de TV National Geographic e Discovery Channel
querem fazer um programa sobre Ormen Lange, antes
mesmo de ele estar pronto. Isso faz com que o Ormen
Lange se torne conhecido pelo grande público, o que é
bastante estimulante para o conjunto da equipe do projeto.
Tom Røtjer
Tom Røtjer, vice-presidente
sênior da Projects
Será que exportar produtos
acabados de alumínio para a
China é como vender areia
no deserto do Saara?
Fincando os
pés na China
hi! 11
>>>
Se você é do tipo que tem dificuldade de mudar seus conceitos
enraizados, é bom se manter à distância da China. Tudo aqui se
transforma tão depressa, que mesmo os mais dinâmicos dentre
nós estão tendo de se esforçar muito para não ficar para trás.
Gérard Lugrin
As janelas da Hydro vão embelezar o prédio do Morgan Center em Pequim.
>>> O
mercado da China está em vasta
em 2008 – nesse florescente mercado de
expansão – 1,3 bilhão de pessoas
construção.
na economia que mais cresce
Gérard Lugrin, responsável pelo desenvolvi-
Os sistemas de esquadrias Wicona da Hydro vão
integrar uma parte bem visível do conjunto de
instalações dos Jogos Olímpicos de Pequim, o
no mundo. A demanda pelo alumínio está
mento da Hydro Building Systems na China, lan-
crescendo, e crescendo também está a
ça a pergunta: “Por que não deveríamos vender
capacidade dos fabricantes chineses, empe-
nossos avançados sistemas de esquadrias no
formada por talentosos chineses, alguns com
nhados, com toda diligência, em alcançarem
mercado que mais cresce no mundo?”.
sólida experiência no setor da construção
os padrões Ocidentais.
Mesmo assim, a Hydro está vendendo
Lugrin trabalha num prédio de grandes dimen-
prédio denominado Morgan Center.
No ano passado, Lugrin montou uma equipe
civil. Os três últimos meses de 2006 foram bem
sões, onde estão instalados os escritórios e o de-
movimentados: Lugrin e equipe se mudaram
seus avançados sistemas completos de
pósito, localizado nos arredores de Pequim. É daí
para o novo depósito; os primeiros grandes
alumínio para a arquitetura e construção civil
que está sendo despachado o primeiro grande
contratos foram assinados; e contatos valio-
– inclusive em construções de alta visibilidade,
pedido que a Hydro, inclusive, já está entregando
sos foram estabelecidos com a indústria de
destinadas aos Jogos Olímpicos de Pequim,
no momento.
construção chinesa, além de incorporadores,
hi! 13
Tudo está sendo preparado para os
Jogos Olímpicos de 2008, em Pequim.
Perfil Biográfico
Gérard Lugrin – ‘pioneiro’
Embora esteja há apenas um ano como representante da Hydro Building Systems em
Pequim, Gérard Lugrin não é nenhum novato no setor. Aos 59 anos, francês, arquiteto, ele sempre trabalhou na indústria de alumínio, sendo que a maior parte do tempo
foi na empresa Technal, que veio a se tornar parte da Hydro em 2002. Lugrin já morou
em várias partes do mundo: Marrocos, Tailândia, Europa e Oriente Médio, e viajou
durante 15 anos pela África, Oriente Médio e América do Sul. Lugrin chegou a Pequim
vindo do Emirado do Barein. Ele se autodenomina um pioneiro típico. O que ele gosta
de fazer? Iniciar um negócio, construir e “botar a roda para girar”. Depois que está
tudo funcionando, ele prefere sair de cena e deixar que o pessoal local assuma. E
evidentemente é a coisa certa a se fazer na China.
especialistas em esquadrias de alumínio e
Se a nossa intenção for nos mantermos na
também, sem dúvida alguma. Ele afirma que está
arquitetos.
dianteira em termos de qualidade e de avança-
encarando as tarefas que tem pela frente com a
das soluções técnicas, precisamos intensificar
devida humildade. Além disso, está absolutamen-
próximos anos, nos quais as marcas Wicona e
nossos esforços na área de desenvolvimento de
te impressionado com o ritmo e a determinação
Technal vão ser divulgadas, a fim de que as mes-
produtos. Os padrões dos nossos mais exigentes
com que a China vem crescendo nos dias de
mas venham a assumir a posição que merecem
clientes da China não são inferiores àqueles
hoje.
no enorme mercado da China.
praticados na Europa.”
Foram também formulados os planos para os
O tamanho do mercado para esquadrias de
Lugrin e sua equipe estão dando a partida de
“É só olhar em volta! É difícil ver um quarteirão
desta colossal cidade cuja paisagem não esteja
dominada por muitos e gigantescos guindastes.
alumínio não é fácil de ser medido. Lugrin estima
forma bastante auspiciosa, apesar de reco-
um volume de aproximadamente 1 milhão de
nhecerem que a entrada num mercado, ainda
Novos arranha-céus estão despontando por todo
toneladas por ano para o tipo de produto que a
que imenso e em expansão, não é por si só
lado. Tanto quanto a vista alcança, as oportuni-
Hydro fornece. O nicho de mercado da Hydro
garantia de sucesso: também são necessários os
dades de mercado estão bem aí”, anima-se. “É
Building Systems representa, provavelmente,
atributos de verdadeira competência e disposição
extraordinário. Nunca vi nada parecido.”
cerca de 100.000 toneladas.
para entender o lugar que ocupa naturalmente na
Mas Lugrin e sua equipe não estão sozinhos.
Fornecedores europeus e chineses estão em
busca de fatias do mercado para produtos top
de linha.
Um outro aspecto a se mencionar é que o
governo chinês está para aprovar regras mais rigorosas de construção, com o objetivo de reduzir
o consumo de energia. “As novas especificações
pretendem melhorar a eficiência das novas construções, em termos de economia de energia, em
65%”, ele explica. “Serão regras mais estritas que
as mais rigorosas especificações da Europa.”
“É uma sensacional oportunidade para nós,
mesmo que em breve os fabricantes chineses
estejam em condições de competir em igualdade
de condições neste setor. Muitos deles já estão
entregando avançados sistemas de esquadrias.
cultura chinesa.
Gérard Lugrin está empolgado – e seu pessoal
hi! > Ole Johan Sagafos
fotos > Ole Walter Jacobsen
Realidade virtual não serve exclusivamente para
explorar reservatórios submarinos: também é
usada para melhorar a segurança em alto-mar
hi! 15
Olav Sæter faz uma demonstração do
programa de segurança em VR, para
gerentes de plataformas e outros futuros
usuários.
Ver para crer
P
ela primeira vez, códigos de
computador programados
para analisar acidentes com
gás estão sendo combinados com
a realidade virtual (VR), visando a
oferecer treinamento em segurança.
O programa foi criado pelo Centro de
Pesquisas da Oil & Energy em Porsgrunn,
na Noruega, para ajudar as equipes nas
plataformas em alto-mar e em terra a compreenderem e reduzirem os riscos e melhorarem o nível de segurança.
Os gerentes de plataforma da Hydro se
reuniram na sala de VR de Oseberg, nos
escritórios localizados em Sandsli, perto da
cidade de Bergen, Noruega, para participar
de uma demonstração interativa da nova
ferramenta de treinamento. O programa
combina modelos realísticos tridimensionais,
projetados com auxílio de computador, com
projetos internos e ferramentas de análise de
acidentes com gás. É totalmente interativo,
permitindo simular novos incidentes online,
bastando para isso definir um novo vazamento e colocá-lo no local que preferir.
“Os objetivos principais são: aumentar
a conscientização acerca dos aspectos
não-técnicos que envolvem as dificuldades,
informar sobre os níveis de risco e sobre as
providências a serem tomadas para se estar
de prontidão em uma emergência”, explica o
chefe do projeto, Olav Sæter.
Não há nada de virtual na necessidade de
se aumentar a conscientização. No ano passado, a Hydro respondeu por quase metade
de todos os vazamentos de gás registrados
no setor offshore norueguês.
“Não é fácil gerenciar as informações sobre
os níveis de risco, mas, com o uso adequado
dessa ferramenta VR, podemos visualizar e
experimentar situações meramente virtuais”,
observa Gry Offernes, chefe de segurança,
proteção e prontidão para emergências de
Operations.
Como exemplo, ela cita os empregados em
alto-mar que construíram abrigos temporários
contra o vento nas plataformas, sem consultar
previamente os responsáveis pela segurança
técnica: “Esse programa visualiza as conseqüências!”
Vejamos como ele funciona:
“Agora estamos numa situação de grande
perigo”, explica Sæter, simulando um vazamento de gás de dimensões catastróficas no
módulo compressor em Grane, a plataforma
usada como modelo no programa de VR
projetado na Hydro. Efeitos sonoros especiais
de vazamento de gás e explosões foram
incorporados para oferecer as condições as
mais realistas possíveis.
Todos os dados simulados são gerados por
códigos avançados para análises de acidentes com gás, inclusive condições dos ventos e
também lugares onde haja probabilidade real
de ocorrências.
O roteiro de treinamento é projetado em
torno de cinco estágios de desenvolvimento de uma situação de vazamento de gás:
origem, dispersão de gás, ignição, explosão
com fogo e acidente de grandes proporções.
Os ventos também aparecem na forma de
linhas em cores codificadas, e as setas
mostram as direções e as velocidades.
O programa de risco e segurança em VR
pode ser usado em qualquer lugar, seja na
sala de apresentação de realidade virtual,
CAVE, seja na tela de um computador portátil,
graças a um software aplicativo que pode
ser executado em diferentes plataformas de
hardware. Tudo de que você precisa são óculos 3D. Até mesmo um computador portátil
transmite o mesmo efeito de profundidade de
cenas em 3D que o CAVE.
hi! > David Burke
foto > Vidar Hardeland
Não é fácil gerenciar as informações sobre os níveis de risco,
mas, com o uso adequado dessa ferramenta VR, podemos
visualizar e experimentar situações meramente virtuais.
Gry Offernes
A Hydro em
transformação
inside >>>
Eivind Reiten.
Foto: Helge Hansen
A Hydro em transformação
Innovation
A proposta de fusão das atividades de petróleo e gás da
Hydro com a empresa norueguesa Statoil é certamente
um negócio de grande envergadura. E há também outras
negociações bem significativas em andamento, que estão
transformando a Hydro.
A Hydro Polymers, que têm aproximadamente 1.200
empregados, será vendida ou terá suas ações negociadas
na Bolsa de Valores, num processo bem parecido com
aquele por que o antigo negócio Hydro Agri – atualmente
Yara – passou, três anos atrás. A Hydro Production Partner
e a Production Services (mais de 1.000 empregados no
total) também estão sendo preparadas para venda.
Veja o que seus colegas – e alguns ex-colegas
– têm a dizer.
>>>
Atitude confiante da
Hydro Polymers
> 18-21
Yara está desbravando
os próprios caminhos
> 22-24
A despedida é triste,
mas os empregos são
mantidos
> 24-25
hi! 17
‘A Hydro está mudando,
e nós também’
Os empregados da Hydro Polymers em Aycliffe, Inglaterra,
sabem muito bem como enfrentar mudanças
O
presidente do Conselho de
Administração da Bakelite Ltd.,
a primeira empresa a assumir
as instalações industriais na cidade de
Newton Aycliffe, após a Segunda Guerra
Mundial, fez o seguinte comentário em
1951: “Os trabalhadores do Nordeste da
Inglaterra são da melhor qualidade possível:
laboriosos e capazes de se adaptar às novas
circunstâncias e de aprender novos processos
bem depressa”.
E, sem dúvida, esse testemunho ainda é válido
para os dias de hoje. No intervalo entre os dois
pontos da linha do tempo, outras empresas
vieram fazer negócios em Newton Aycliffe,
sendo que a última foi a Hydro Polymers, que
começou quando a Hydro comprou as instalações, em 1982.
A maioria da mão-de-obra é local, e muitos
empregados têm familiares fazendo parte do
quadro de pessoal. E não são poucos os que
já trabalharam para mais de um dono.
Então, o que eles acham do plano de desmembramento da Hydro Polymers, seja pela
venda seja pela criação de uma empresa nova
e independente com ações registradas na
Bolsa de Valores?
hi! > Craig Johnson
fotos > Terje S. Knudsen
A Hydro em transformação
Innovation
hi! 19
Bill Wood
Diretor das Instalações
30 anos na empresa
‘Uma operação de peso’
Não temos por que ficar apreensivos
com relação aos futuros donos. Nossas
operações são sólidas e de qualidade,
e a equipe é bastante capaz.
Bill Wood
Comunicação é tudo: sem ela você é deixado “no escuro”. Agora que está todo
mundo sabendo do desmembramento,
tudo fica bem mais fácil. Podemos explicar os aspectos positivos de sermos uma
empresa independente.
Acreditamos que a Hydro vai nos
tratar de maneira justa. Nossa fábrica
tem muito que agradecer à Hydro, se
considerarmos os progressos que foram
implantados por aqui.
Trabalhei para dois donos: a British
Industrial Plastics e, depois, a Hydro.
Percebemos que a Hydro está mudando,
e estamos mudando também. Não temos
por que ficar apreensivos com relação
aos futuros donos. Nossas operações
são sólidas e de qualidade, e a equipe é
bastante capaz.
>>>
Carl Fawcett
Operador de Processos
– Compostos
10 anos na empresa
Brent Morfoot
Operador de processos
– Compostos
2 anos na empresa
Lee Edgar
Técnico Especializado e representante do sindicato AMICAS
15 anos na empresa
‘Muitas incertezas’
‘O começo de uma nova era’
‘Positivo em relação ao futuro’
Faz quase 30 anos que meu pai
trabalha aqui. Eu vim para cá
em outubro de 1996, quando
meu primeiro filho nasceu, e fui
trabalhar no misturador do setor
de Compostos.
Por aqui na região, essa é a
empresa que paga os melhores
salários. Na minha opinião, ela
é do tipo que pratica a política
de ajudar o empregado a se
aprimorar.
Há muita insegurança,
sobretudo entre os mais jovens.
Não são poucas as fábricas que
estão fechando as portas aqui
na Inglaterra.
Não vejo o desmembramento
como algo negativo. Qualquer que seja a direção que a
empresa tome, ainda podemos
nos empenhar um pouco mais.
A lucratividade está aí.
Tenho três filhos – 2½, 6 e 11
anos – e moro bem perto daqui.
E embora eu torça por algo diferente para eles, não seria nada
mal se ainda houvesse trabalho
por aqui quando as crianças
ficarem mais velhas.
Trabalhei 19 anos para a Great Lakes Chemicals, aqui em
Aycliffe; mas quando ela fechou as portas, vim trabalhar na
Hydro, e nunca mais olhei para trás. Sempre considerei a
Hydro como a empresa que fazia as coisas da forma correta.
Quando eu estava na Great Lakes, lembro-me de que o pessoal de lá ficava se perguntando: “O que a Hydro faria nesse
caso? Por que não fazemos o mesmo?”.
Nasci e fui criado aqui. Sou casado com a Jill e tenho dois
filhos: Stacey, de 16, e Carl, de 13.
Se esse desmembramento tivesse acontecido dois anos
atrás – quando a fábrica passava por uma fase difícil, com
poucas encomendas – eu teria ficado preocupado. Mas depois de termos experimentado uma reestruturação, estamos
trabalhando a plena capacidade. Ficaria mais preocupado se
estivesse trabalhando para qualquer outra empresa que não
fosse a Hydro.
O pessoal está disposto a aceitar as mudanças. Ninguém
aqui fica estagnado.
Passamos por um período de dificuldades, mas temos um
futuro brilhante pela frente. Aqui é o máximo, é onde todos
querem trabalhar.
Há uma nova era despontando, e se continuarmos na
direção correta, vejo que a transição vai provocar um mínimo
de confusão. Com a nossa disposição para mudanças e o
decisivo princípio de trabalho em equipe, não vejo razão para
que não possamos olhar para frente e acreditar num futuro
repleto de incríveis possibilidades. Manter o nosso alto padrão e o pensamento positivo são as chaves para o sucesso
da empresa.
Comecei há 15 anos, num estágio como
engenheiro mecânico. Agora sou engenheiro de turno, no setor de Compostos,
encarregado da manutenção preventiva
e manutenção em caso de quebra.
Desde julho sou representante do
sindicato. Se alguém está tendo problemas,
é comigo que deve vir conversar.
O pessoal está meio desapontado, apesar
de compreenderem a posição da Hydro,
e a Hydro tem sido boa para Aycliffe.
Ninguém está com medo da mudança
– afinal, já passamos por muitas. E sempre
reagimos bem. A mudança vai acontecer.
Não dá para lutar contra ela; temos de
aprender a conviver com a situação.
Sou casado e tenho dois filhos, um de
3 anos e o outro de apenas 8 meses. É
normal que eu fique um pouco preocupado;
mas vejo um futuro positivo para nós.
O pessoal aqui dá o melhor de si.
mais sobre Aycliffe > páginas 34-35
A Hydro em transformação
Innovation
Geoff Richardson
Tecnólogo Instrutor
35 anos na empresa
Carolle Land
Chefe de Pessoal
11 anos na empresa
‘Lealdade de ambos os lados’
‘À altura do desafio’
Meu pai começou a trabalhar aqui nestas instalações em 1952
e só saiu em 1985, quando ele exercia a função de gerente de
pessoal da Bakelite Xylonite Ltd.( BXL). Eu comecei em 1972,
quando meu pai me arranjou uma posição na Fábrica de Resina,
depois de eu ter feito o serviço militar na Royal Artillery e de
passar por outro emprego na cidade. Meu filho também trabalha
aqui, no almoxarifado.
Antes o trabalho era manual, pesado mesmo. Comecei no
primeiro degrau da carreira: no setor de limpeza. Depois fui
subindo dentro do departamento e assumi os cargos de gerente
de turno e de Coordenador das Paralisações para Manutenção.
Atualmente ocupo o cargo de Tecnólogo Instrutor.
Depois de 35 anos, você acaba aprendendo com as pessoas. Agora estou mais tranqüilo; antes, não havia ninguém mais
obstinado que eu. Pode-se dizer que me formei na escola da
vida.
É uma lástima que esse seja o caminho que a Hydro decidiu
que teremos de tomar. Gosto da Hydro. Mas é apenas um outro
desafio. A empresa Yara está indo bem – nós também vamos
conseguir.
As instalações aqui são fantásticas. Muita coisa aconteceu
nos últimos 25 anos. Quando a fábrica pertencia à BXL, havia
1.500 pessoas; agora somos menos de 400.
Se dependesse de mim, as instalações ainda durariam uns
50 anos.
A lealdade é uma rua de mão-dupla. Tem muita gente aqui
que adora vir trabalhar, e a Hydro cuidou muito bem desse lugar.
Eu poderia me aposentar, mas nem penso nisso. Fiz carreira
vindo bem de baixo e ainda tenho muita garra e motivação.
Em maio faz 12 anos que trabalho aqui. Comecei no cargo de secretária
e, após alguns anos, fui transferida para o Departamento de Recursos Humanos. Atualmente ocupo o cargo de Chefe de Pessoal.
Gosto muito de estar em contato com as pessoas, e aqui praticamos a
política de portas abertas, segundo a qual as pessoas podem entrar e conversar sobre assuntos de caráter confidencial. O Departamento de Recursos
Humanos está presente para dar apoio e orientação ao pessoal. É uma
época bem estimulante.
Eu estava aqui quando se cogitou a possibilidade de venda da empresa,
há alguns anos. O comprador em potencial era nosso principal concorrente,
e muita gente não queria trabalhar para ele. Foi um alívio quando soubemos
que a venda não se concretizou.
Do ponto de vista dos empregados, passamos por alguns anos bem
difíceis, porque a nossa atividade não era considerada “atividade principal”
e porque a empresa estava à venda. Mas continuamos a dar o melhor de
nós mesmos, independentemente do que estava acontecendo. O pessoal
sempre se adapta às situações.
Todo mês é um desafio, e sempre nos mostramos à altura dele. Quando
nos pedem alguma coisa, a gente entrega mais do que foi pedido. Faz parte
da nossa cultura procurar o aprimoramento, sempre.
Apesar do desmembramento da empresa – que todos nós sabemos que,
definitivamente, vai ocorrer – todos vão continuar trabalhando normalmente.
Temos muito orgulho dos profissionais daqui e de suas realizações. Não
importa o que venha a acontecer, nosso pessoal tem muito a oferecer.
Muita gente quer vir trabalhar conosco, pois muitas são as oportunidades
de se fazer carreira dentro da organização.
Há um misto de emoções. Dos quase 400 empregados, cerca de 120 têm
mais de 25 anos de serviços prestados à Hydro. Essa turma já passou por
um bocado de mudanças.
A expectativa é de que essa seja só uma fase de inquietação para alguns.
As pessoas se preocupam com si mesmas e com a fábrica. Afinal, é daqui
que elas tiram o próprio sustento.
Não temos medo do trabalho duro, e tenho certeza de que nos mostraremos à altura do desafio.
hi! 21
Há três anos, o negócio
Hydro Agri tornou-se
uma empresa autônoma
com nova identidade, a
Yara. E hoje, como será
que ela está?
Yara:
independente,
especializada e
crescendo
Alguns atributos – como nosso tamanho e alcance – foram
herdados; outros – como o nosso modelo empresarial, foco
na produtividade e estrutura organizacional – estão sendo
desenvolvidos à proporção que avançamos.
Thorleif Enger
A Hydro em transformação
Innovation
hi! 23
Alguns dados
• Yara é líder mundial no fornecimento de
nutrientes para plantas, e seus produtos
estão disponíveis para venda em mais de
120 países
• Suas atividades essenciais são a produção e a comercialização de fertilizantes à
base de nitrogênio e amônia, as principais matérias-primas dos fertilizantes
nitrogenados
• Empregados: 6.800
• Valor da ação no lançamento: 41 Coroas
Norueguesas; no início de 2007: em
torno de 165 Coroas Norueguesas
“O desmembramento abriu inúmeras oportunidades
para nós”, informa a chefe de pessoal da Yara, Anne
Grethe Dalane.
A
té 2003, as atividades da Hydro
Agri faziam parte central da
história da empresa. Foi com
ela que a Hydro teve seu início há mais
de 100 anos, produzindo fertilizantes.
Então houve a “separação” da Hydro, e as
ações na nova empresa Yara passaram a ser
negociadas na Bolsa de Valores de Oslo, Noruega. Hoje, a Yara consolidou sua liderança
mundial como empresa do setor de nutrientes
agrícolas.
As ambições da empresa cresceram depois
do desmembramento: a meta atual da Yara
é tornar-se a “empresa-modelo” da indústria,
com 10% de participação no mercado, em
2010.
“O desmembramento abriu inúmeras
oportunidades para nós. Agimos com cautela
ao tirar proveito delas e, de forma efetiva e
sistemática, fomos divulgando nossos valores
e para onde pretendíamos ir”, informa a chefe
de pessoal da Yara, Anne Grethe Dalane.
“Como empresa autônoma, nossa área
de atuação se tornou mais bem definida.
Ficou mais fácil elaborar um plano estratégico
coerente e estabelecer objetivos específicos. Fomos capazes de criar nossa própria
identidade, e nossa cultura corporativa é hoje
provavelmente muito mais voltada para resultados.”
Cultura corporativa e consolidação da
marca comercial são duas das seis metas do
programa da Yara, que pretende concretizar
seu objetivo ambicioso de ser a “empresamodelo.” As demais metas são: crescimento,
operações mais eficiente, melhor estrutura de
custos e inovação.
Apesar de todas as mudanças pelas quais a
organização passou, Dalane está convicta de
que a maioria dos empregados não experimentou nenhuma mudança drástica.
“Identidade e entrosamento têm uma
dimensão local muito forte: 98% dos nossos
empregados não trabalham na sede da
empresa em Oslo, e 85% trabalham fora da
Noruega. Ainda mantemos uma organização
descentralizada, e quanto mais afastado de
Oslo o empregado está, menos ele é afetado
pelas mudanças.”
“É imprescindível que todos nós tomemos
ciência do verdadeiro potencial da Yara e do
negócio que operamos. E a esse respeito, o
CEO Thorleif Enger tem sido absolutamente
transparente ao afirmar que temos um forte
desejo de crescer.”
“Muito embora grande parte das necessárias reestruturações tivesse sido realizada
antes do desmembramento, não paramos de
aumentar a eficiência de nossas atividades.
Isso também acarretou um corte de pessoal: de cerca de 8.000, naquela época, para
menos de 7.000 agora.”
“Se olharmos para quatro anos atrás, a Agri
(hoje Yara) fazia parte do impressionante total
de 40.000 empregados da Hydro. O fato de
hoje sermos uma corporação independente,
menor – e enxuta – provavelmente colaborou
para a forma como percebemos nosso trabalho e o papel que a empresa tem no mercado.
É bem possível que seja mais fácil para cada
empregado em particular ver o valor do que
fazemos, e os caminhos até a tomada de
decisões definitivamente se encurtaram.”
Dalane ainda acrescenta com uma pitada
de humor: “Acho que ninguém que hoje trabalha para a Yara gostaria de estar vivenciando
todas essas mudanças pelas quais a Hydro
está passando. É bem mais fácil ser uma
empresa independente”.
hi! > Trond Aasland
fotos > PhotoDisc, Trond Aasland
>>>
Nós éramos muito bons em manter
essa cultura de confiança e cooperação
nos dias de Hydro e estamos tentando
fazer com que esses princípios sejam
perpetuados na Yara.
Arthur Frank Bakke
>>> A cultura da
Hydro continua viva
“Eu diria que a maioria dos empregados da Yara ficou satisfeita com o
desmembramento da Hydro. As
condições de emprego tiveram um
tratamento especial, e o mercado em
expansão também esteve a nosso
favor nos últimos anos”, ressalta o
representante sênior do sindicato,
Arthur Frank Bakke.
Bakke é presidente do conselho do
Herøya Arbeiderforening (o sindicato local)
e principal representante da empresa no
Comissariado Europeu para o Emprego.
Ele garante que foi muito importante para
os empregados que seus salários,
seguros e direitos previdenciários, assim
como outros benefícios, não tivessem
sido afetados em razão do desmembramento. “Essas condições empregatícias
receberam um tratamento especial, não
se tornando causa de nenhum atrito”,
assinala.
Bakke explica que a Hydro Agri já havia
passado por grandes mudanças antes de
ter sido desmembrada, em 2003. “E isso
contribuiu de forma significativa para o
sucesso que conseguimos alcançar no
mercado.”
Que tipo de cultura a Yara tem hoje?
Será que elementos daqueles dias de
Hydro ainda estão incorporados a ela?
“Provavelmente trouxemos conosco
os elementos da cultura empresarial da
Hydro. A Yara ainda tem sua sede social
na Noruega e o governo norueguês
continua sendo o acionista majoritário.
Não obstante, a diversidade de nacionalidades dos empregados sinaliza que a
Yara vai, aos poucos e cada vez mais,
se tornando uma corporação internacional.”
Bakke também salienta que uma
cultura que prioriza a confiança e a
colaboração é um aspecto positivo que
todos têm interesse em conservar vivo.
“Nós éramos muito bons em manter essa
cultura nos dias de Hydro, e estamos
tentando fazer com que esses princípios
sejam perpetuados na Yara. Nem a
confiança nem o espírito de colaboração
acontecem por si sós. Têm de ser
cultivados e, até certo ponto, ficam na
dependência do interesse das pessoas
envolvidas. E quando os representantes
dos sindicatos percebem que estão
sendo tratados de forma igual a todo
mundo, então é possível existir colaboração no trabalho.”
A
região de Grenland, ao sul da
Noruega, cujo centro é a cidade
de Porsgrunn, ainda reúne
muitas indústrias pesadas; contudo, o
logotipo da Hydro já não mais domina a
paisagem.
A Yara foi desmembrada da Hydro; a
produção de magnésio foi encerrada; a Hydro
Polymers vai se tornar uma empresa independente ou será liquidada; e mais, os serviços
prestados pela Hydro Production Partner
estão saindo das mãos da Hydro.
Com as mudanças que vêm ocorrendo nos
últimos anos, e aquelas que virão em breve,
a presença da Hydro no seu ‘berço’ histórico
será bem pequena. Isso não que dizer que
todos estão fechando as portas. “A Hydro
vem colaborando para assegurar que a vida
continue por aqui”, é o que explicam um gerente sênior e um representante de sindicato,
ambos com uma longa história nesse local.
“A Hydro tomou a iniciativa de salvaguardar
o futuro das próprias instalações e colaborou
para o aparecimento de novos negócios”,
lembra Søren Sem, ex-chefe de operações da
Hydro em Porsgrunn.
A fabricante de células solares, REC
ScanWafer, abriu uma fábrica de grande porte
na região, e quase 90 empresas, dos mais
variados ramos e tamanhos, se instalaram no
Parque Industrial. Essa afluência de empresas
vem se acelerando desde o fechamento da
produção de magnésio.
Na prática, mais de 3.000 pessoas estão
trabalhando no pólo industrial de Herøya, um
número superior àquele anterior à saída da
Hydro.
“A Hydro, como líder do setor industrial,
está se despedindo da região de Grenland.
Chegamos a um marco decisivo da nossa
história”, constata Bakke, representante do
sindicato local Herøya Arbeiderforening.
“Não nos agrada nada termos de passar por
isso, mas acreditamos que boas soluções
serão encontradas. Esperamos que a Hydro
continue a arcar com suas responsabilidades e realize o acompanhamento da mesma
forma que fez anteriormente, durante a
reestruturação de Herøya.”
“Não dá para disfarçar: estou triste. É uma
espécie de ‘sentimento de luto’ pelo que está
acontecendo agora, depois de 85 anos. É
incrível que tenha durado tanto tempo”, de-
A Hydro em transformação
Innovation
A posição dominante da Hydro está chegando ao fim no seu
‘berço’ histórico, mas a indústria segue existindo
clara Sem, que trabalhou para a Hydro por 40
anos. Ele começou como estagiário na mina
de calcário em 1956, e encerrou a carreira
profissional como gerente geral de Herøya.
Essas mudanças estão certas ou erradas?
“Não quero dizer nada sobre se estão certas
ou erradas. É uma tendência internacional.
A gente pode partir do pressuposto que
qualquer mudança é difícil; mas a reestruturação sempre fez parte da nossa existência”,
pondera Sem.
“Se não tivéssemos realizado as mudanças
que precisavam ser feitas aqui em Herøya
nos últimos 25 anos, não teria sobrado muito
“Provavelmente colocamos esperanças
demais não só na indústria pesada, como
também na segurança que a Hydro transmitia
para todos aqui. Mas agora o crescimento
deve tomar outros rumos. O fechamento
da fábrica de magnésio veio provar que as
pessoas estão preocupadas com o futuro da
indústria: 10.000 pessoas saíram às ruas para
protestar”, acrescenta.
“O fato de os representantes do sindicato
e a administração terem trabalhado juntos foi
decisivo na hora de atrair novos empreendimentos para a região. Os sindicatos merecem
o crédito por terem pensado estrategicamen-
Eles são unânimes ao concordar que teria
sido difícil de encontrar uma solução se a
Hydro tivesse continuado a operar todas as
atividades em Herøya.
“Essas e todas as outras indústrias na
região de Grenland agora têm de lutar para
conseguir condições estruturais adequadas.
Se o gasoduto vier até Grenland − e com certeza virá −, a região vai florescer ainda mais”,
conclui Bakke.
“E gostaria de enfatizar que Grenland é a
menina dos olhos da Noruega, tanto com
relação ao desenvolvimento industrial quanto
por ser um ótimo lugar para se morar: perto
para contar. A criação dos Parques Industrial
e Comercial da Hydro foi uma decisão de forte
impacto, com foco na inovação e serviços
compartilhados. Espero que a Hydro continue
como dona e operadora dos Parques”, salienta Bakke.
te, e não apenas se concentrado nos aspectos de salário e benefícios”, complementa
Sem.
“Os membros do sindicato sabem que é
preciso ser competitivo se quisermos atrair
investimentos”, opina Bakke.
do litoral, das florestas e das montanhas”,
observa Sem.
hi! > Tom Karl Andersen
foto > Gisle Nomme
Hydro vai embora, mas os empregos são mantidos
Arthur Frank Bakke, representante do sindicato
local Herøya Arbeiderforening e ex-gerente
geral da fábrica da Hydro em Herøya. Søren
Sem fica triste pelo fato de a Hydro estar se
despedindo da região de Grenland, mas
acredita que o processo de reestruturação
vai gerar empregos novos e mais seguros.
hi! 25
Pequenas coisas podem ter um significado enorme, tanto
para o meio ambiente quanto para os resultados financeiros
Pequenas
e excelentes
O setor de Pesquisa e Desenvolvimento pode ser
considerado complicado e de difícil acesso; mas em geral
são as coisas simples que dão os melhores resultados.
Henning Reier Nilsen
hi! 27
Henning Reier Nilsen.
“N
ada seria mais estimulante que
incrementar a produtividade e,
ao mesmo tempo, conquistar benefícios para o meio ambiente”, afirma o
Diretor de Tecnologia da Hydro Polymers,
Henning Reier Nilsen.
“A excepcional cooperação entre o departamento de Pesquisa e Desenvolvimento
da Polymers e o setor que cuida do meio
ambiente é a chave para a elaboração de projetos inovadores, que não só geram melhores
retornos financeiros, mas também fazem com
que nossos negócios sejam mais sustentáveis”, ele explica.
Reier Nilsen é um dos mais experientes
tecnólogos na área petroquímica, reconhecido
em toda a Escandinávia. Embora ele tenha
colaborado em muitos projetos inovadores, ele
faz questão de enfatizar o que mais conta para
o sucesso: a interação de todas as pessoas
envolvidas.
“Em sua vasta maioria, esses projetos referem-se a desenvolver um processo a partir de
uma idéia – inicialmente um projeto de laboratório e depois projeto piloto – até se transformarem em processos industriais completos.
Muitos e diferentes tipos de dificuldades aparecem pelo caminho. Os tecnólogos precisam
estar presentes o tempo todo, acompanhando
as fases de operação e ajudando a encontrar
soluções para os problemas que aparecem”,
recomenda.
O ano passado foi o melhor de todos para as
operações da Polymers, sobretudo para a fábrica VCM, na cidade de Rafnes, na Noruega.
Duas importantes razões para o sucesso são:
o projeto resultou em consumo energético
inferior por unidade produzida e há a possibilidade de se aumentar a produção.
“O setor de Pesquisa e Desenvolvimento
é muitas vezes considerado complicado e de
difícil acesso, mas em geral são as pequenas
coisas que produzem os melhores resultados,
como, por exemplo, quando decidimos instalar
um tubo vazio sobre a fornalha de craqueamento na fábrica VCM. Essa medida permitiu
que a reação continuasse depois que o gás
do processo tivesse saído da fornalha, sem
necessidade de mais aquecimento.”
Os resultados são a redução de 15% no
consumo de energia e o aumento de 15% da
produção.
“Outros haviam tentado isso antes, mas falharam. Essa tecnologia está sendo agora instalada na QVC, no Catar, da qual a Polymers
possui 30% do capital. Torcemos para que
também lá consigamos alcançar os mesmos
resultados positivos”, salienta Reier Nilsen.
Os melhoramentos introduzidos em 2006
propiciaram a criação de metas ainda mais
ambiciosas para 2007. Reier Nilsen tem como
objetivo a produção diária de 1.550 toneladas na
fábrica VCM, em Rafnes, que foi originalmente
projetada para produzir 900 toneladas por dia.
“Tudo que acontecer no futuro vai envolver a
introdução de insumos biológicos, inclusive a
inserção de recursos renováveis na cadeia de
produção do vinil. O gás etileno e o cloro são
as principais matérias-primas para a produção
atual do PVC. Haverá várias maneiras de se
extrair o etileno do futuro, a partir de materiais
naturais: uma delas é a transformação de
madeira em gás, para obtê-lo via metanol,
mas estamos também trabalhando em outras
frentes”, prevê Reier Nilsen.
A Hydro patenteou essa tecnologia, que é
baseada em membranas condutoras a hidrogênio. Isso pode vir a ser extremamente útil
para a Polymers.
“Podemos prever que estaremos usando
essa tecnologia em um processo no qual as
emissões de CO2 serão drasticamente diminuídas. Além desta vantagem, as instalações
para a fabricação do etileno serão compactas
e eficientes”, informa Reier Nilsen.
“Estar na liderança na área tecnológica e
ter total compreensão de nossos processos
nos dão a oportunidade de sermos o principal
fornecedor do setor a fazer melhor uso dos
recursos, enquanto produzimos resultados
financeiros ainda mais satisfatórios.”
hi! > Trond Aasland
fotos > Terje S. Knudsen, iStock.com
hi&lo
Investigado vazamento de
informações financeiras
De alguma forma, um jornal norueguês
teve acesso aos mais recentes resultados
financeiros da Hydro, antes da data em que
seriam oficialmente divulgados. Foi aberta uma
sindicância para apurar o fato. “Faremos tudo
o que for possível para que não volte a
acontecer”, advertiu o CEO e Presidente,
Eivind Reiten.
hi
&
Descoberta no
Mar de Barents
A Hydro comprovou a presença de
petróleo e gás no poço exploratório do
prospecto Nucula, no Mar de Barents, ao
largo da costa norte da Noruega. Ainda
serão necessárias outras avaliações para
que seja determinada a importância da
descoberta. O processo exploratório,
por si só, foi uma vitória sob o ponto de
vista ambiental, atraindo os elogios das
autoridades norueguesas.
Marco histórico
da fábrica norueguesa
O dia 28 de janeiro assinalou o aniversário
de 60 anos da fundação da fábrica de
alumínio Årdal Verk A/S, que a Hydro adquiriu
em 1986; uma grande comemoração está
planejada para os três últimos meses deste
ano. Apesar da desativação, este ano, da
linha de produção com tecnologia Søderberg,
a fábrica vai fazer entregas no total de mais de
180.000 toneladas – quantidade bem superior
à capacidade original de 24.000 toneladas.
lo
Aprovada a venda
da Castings
A Hydro concluiu a venda do seu negócio
Automotive Castings com o fornecedor
de autopeças Nemak, do México,
depois de a mesma ter sido autorizada
pela Comissão Européia. As operações
européias que foram incluídas na
transação congregam um total de 2.200
empregados, enquanto o consórcio
Castech, no México, emprega 1.000
pessoas.
bons vizinhos
hi! 29
A corrida
da vida
É preciso muita determinação. Paul Farrugia
passou 16 dias dirigindo uma motocicleta
pela África do Sul, para
ajudar esse país a lutar
contra a pobreza e as
doenças
Q
uando Paul Farrugia ficou
sabendo da extenuante corrida
de motocicleta de 2.500 km pela
África do Sul, levou cerca de 30 segundos
para decidir que queria tomar parte dela.
Convencer a esposa levou um pouco mais
de tempo, mas ele conseguiu. Levantou 4.500
Libras para caridade, arranjou o necessário
transporte para os agentes de saúde sul-africanos – e fez a corrida de sua vida. E a Hydro
colaborou com ele.
Paul, que trabalha na fábrica Automotive
Structures da Hydro, em Worcester, Reino Unido, não é figura desconhecida dos eventos de
caridade. “Na verdade, eu tento, seja lá o que
for”, diz com modéstia. E tenta qualquer tipo
de disputa mesmo: já completou uma corrida
para angariar dinheiro para o Fundo Meningite,
no percurso entre Land’s End e John O’Groats.
Foram 1.400 km, do ponto mais ao sul da
Cornuália, Inglaterra, ao ponto mais ao norte
da Escócia.
Ao folhear as páginas da revista sobre motocicletas “Motorcycle News”, algo chamou
a atenção de Paul. O Enduro da África, uma
corrida de motocicleta na África do Sul, estava
em fase de preparação, e os organizadores
procuravam participantes.
“Tenho de ir”, foi sua primeira reação. Depois de visitar a página dos organizadores
na Internet, ficou ainda mais empolgado.
“O motivo pelo qual idealizaram a corrida,
o aspecto beneficente envolvido, foi o que
mais me estimulou”, diz. “Era uma causa
muito nobre.”
O Enduro da África é uma aventura ao
mesmo tempo original e repleta de desafios,
em prol da iniciativa “Riders for Health”, que
dá motocicletas a agentes de saúde para que,
devidamente motorizados, consigam alcançar
mais pessoas, levando até elas cuidados preventivos com a saúde. A corrida é organizada
pelo “Global Enduro” e envolve 100 motociclistas de todo o mundo, que enfrentam 16
>>>
>>>
dias de poeira num trajeto pelas regiões mais
acidentadas e isoladas da África do Sul.
Paul já era um motociclista apaixonado,
e o Enduro da África despertou ainda mais
seu desejo por aventura. Muito embora os
quatro filhos tivessem ficado entusiasmados
de imediato, a esposa precisou de uma dose
de persuasão – mas assim que foi convencida,
deu a ele todo seu apoio.
Logo que seu pedido de inscrição foi aceito,
Paul passou 12 meses angariando as 4.500
Libras necessárias para que pudesse participar. Paul organizou os mais variados eventos:
desde uma corrida de cavalos virtual até uma
maratona de 12 horas de “line dance”, uma
dança parecida com a nossa quadrilha. “Foram
12 meses bastante divertidos, consegui um
bocado de ajuda de um monte de gente”,
anima-se.
Seus colegas da Hydro mostraram grande
interesse em ajudar. Paul fica imaginando se a
razão de tanto apoio dos colegas foi por se divertirem com a possibilidade de ver fotos dele
sendo perseguido − e comido − por animais
selvagens. A África é, sem dúvida, um país de
feras de grande porte. “Eu precisava desapontá-los”, diz com uma risada.
A Hydro ajudou Paul em seu empenho para
arrecadar recursos: deu-lhe algumas horas
livres, emprestou-lhe equipamentos para os
eventos e arredondou para 500 Libras as 320
Libras apuradas num dos eventos. Paul dá
imenso valor à cultura praticada na Hydro, que
lhe permitiu ir atrás de uma boa causa, e elogia
a disposição dos colegas ao darem dinheiro.
“É assim que as pessoas são por aqui”, se
emociona. “Todos ficam satisfeitos por ajudar
alguém que trabalha pela caridade.”
O enduro aconteceu em novembro passado. “Foi absolutamente fantástico”, declara
Paul. “O visual, as pessoas, a camaradagem, a
corrida em si, o clima, o sorriso nos rostos das
Depois que os participantes de uma das “Riders for Health” entregaram motocicletas para um distrito no
Zimbábue, as mortes por malária diminuíram em 20%. Agora o objetivo é, até 2015, ter providenciado
transporte confiável para os agentes de saúde que trabalham por toda a África.
crianças ansiosas por tocá-lo, a hospitalidade.
A experiência toda foi incrível.”
“Sinto-me um privilegiado e um felizardo
por ter tido a oportunidade de participar de
um evento como esse”, diz Paul agradecido.
Sua moto Yamaha foi doada para o “Riders
for Health” e, depois de adaptada, será usada
pelos agentes de saúde.
hi! > Colin Dobinson
fotos > participantes do Global Enduro
bons vizinhos
As vastas distâncias da África
impedem que as agências
de saúde e desenvolvimento
colaborem na guerra contra
a pobreza e as doenças.
Há pessoas morrendo de
doenças facilmente evitáveis,
só porque não se consegue
chegar até elas.
O Enduro da África envolve a participação de 100 motociclistas viajando 16 dias pelos terrenos mais acidentados e isolados da África do
Sul. Paul Farrugia, empregado da Hydro, é o segundo da esquerda para a direita. Finda a corrida, cada participante doa sua Yamaha AG200
nova, que vale 4.500,00 Libras, para caridade.
Alguns dados
“Riders for Health”
Milhões de crianças na África morrem de diarréia e
sarampo, simplesmente porque ninguém consegue
chegar até elas levando assistência médica.
A iniciativa “Riders for Health” dá treinamento a
agentes de saúde, ensinando-os a dirigir e consertar
motocicletas, de forma que eles consigam chegar
às comunidades mais remotas, levando assistência
médica regular, do tipo a que não damos o devido
valor por estarmos totalmente acostumados a ela.
O Enduro da África é uma corrida de 16 dias pela
África do Sul. Ao término do evento cada participante
doa sua moto Yamaha AG200 nova, que vale cerca
de 4.500 Libras, para a caridade.
Apesar de a África do Sul ter os mais difíceis terrenos para qualquer tipo de veículo, cada moto tem
uma vida útil estimada em pelo menos seis anos e
pode cobrir 100.000 km para levar saúde a cerca de
20.000 pessoas.
Maiores
informações
www.riders.org
hi! 31
Para Joe Brown, seus trabalhos de engenharia
realizados no computador e suas pinturas
fantásticas se complementam – ambos
demandam perspicácia e determinação para
serem concluídos
Quem:
Joe Brown
Cargo:
Engenheiro Industrial
Onde:
Aluminium Products, Kalamazoo, estado de Michigan, EUA
Arte
e
engenharia
– duas faces da mesma moeda
S
ou engenheiro industrial na fábrica de extrusão de alumínio da
Hydro na cidade de Kalamazoo,
estado de Michigan, nos EUA.
Estou aqui há uns bons 15 anos e agora
programo máquinas e um soldador robótico
CNC (controle numérico computadorizado)
para executarem com precisão tarefas de
semi-fabricação. Alguns dos produtos são
pára-choques de caminhões, por exemplo.
Nas horas vagas, pinto paisagens e figuras.
No trabalho, é tudo muito prático, nada
parecido com arte, na minha opinião. Mas
tanto o meu trabalho quanto a minha arte são
fruto da mesma fonte de criatividade, e ambos
demandam níveis iguais de determinação para
levar um projeto até o final.
Na arte, você precisa ser audacioso, ter
confiança no poder de sua imaginação e uma
abordagem criativa, ou nunca vai terminar
nada, nem se aperfeiçoar. E é igual ao trabalho na Hydro!
A arte me força a tentar novas técnicas, o
que me ajuda a não me sentir acuado quando
surge algo novo que precisa ser experimentado, como, por exemplo, em se tratando de
materiais e técnicas diferentes.
Você tem de pensar de forma nova, não
deve ter idéias pré-concebidas. E pode perguntar a qualquer um: vão dizer que não sou
nada convencional, que não sigo nenhuma
cartilha, que provavelmente nunca vi uma
cartilha!
Eu imponho uma disciplina para mim mesmo. Defino as metas que pretendo alcançar
e sou bastante sistemático e criativo para
meu trabalho
E pode perguntar a qualquer um: e vão dizer que
não sou nada convencional, que não sigo nenhuma
cartilha, que provavelmente nunca vi uma cartilha!
Joe Brown
chegar até elas. Melhor dizendo, é igual a um
“gerenciamento de projeto”.
A arte me ajuda a ver o produto final – a
pintura concluída – e a visualizar as etapas
que tenho de vencer para atingir meu objetivo.
É a arte que me ajuda a ver o produto final,
antes mesmo de haver algum resultado tangível, físico.
A arte me motiva a continuar tentando.
Nunca deixo um quadro inacabado; e, às
vezes, a pessoa é surpreendida pelo resultado.
O processo criativo na arte obriga-o a superar
obstáculos e perceber os erros. Muitas vezes
você fica pasmo de ver como um “erro” acaba
por funcionar muitíssimo bem e se torna parte
de seu estilo: depois do primeiro e inesperado
“erro”, o mesmo se transforma numa etapa
planejada.
E a arte me ajuda a escutar as pessoas e
possivelmente usar suas idéias e visão para
pintar o quadro que elas desejam. Ao concluir
uma pintura por encomenda, a sensação é
igual a atender um pedido de um cliente da
Hydro. Você leva em conta a necessidade, a
visão, o desejo dele, e tenta criar algo que o
satisfaça.
Por mais que eu goste de pintar, estou firme
por aqui... não pretendo pedir demissão.
hi! > informações prestadas a Craig Johnson
Veja mais obras de Joe Brown na página
www.joebrownart.com
hi! 33
Uma ‘nova’ cidade
com velhas histórias
Hydro Polymers
– fábrica em Aycliffe
Empregados: 400
Data em que foi adquirida pela Hydro: 1982
Produtos: resinas e compostos de PVC
cartão-postal de Newton
Innovation
Aycliffe
A
parte “Newton” do nome Newton Aycliffe vem de “new town”
(“cidade nova” em português),
referente a um programa britânico que
criou cidades “do zero” e cujo início se
deu logo depois da Segunda Guerra
Mundial. Quanto à segunda parte, todos
os centímetros quadrados da Inglaterra
têm uma história para contar, e aquele
pedaço de terra era conhecido antigamente por “Acley”, em homenagem a
um povoado saxão.
A área industrial onde hoje estão as
instalações da Hydro Polymers era ocupada
pela fábrica de munições Royal Ordinance
Factory No. 27, denominação recebida no
começo de 1940. Lá, os Anjos de Aycliffe,
como eram chamadas a mulheres que
compunham o quadro de pessoal responsável
pela produção de munição durante a guerra,
mantinham a fábrica funcionando a todo vapor,
e a lenha dos fogões de suas casas acesa.
A vida em Aycliffe, naqueles primeiros
anos após a Guerra, só pode ser vista, pela
nossa perspectiva atual, com admiração.
Os soldados que retornavam das frentes
de batalha não sabiam se haveria trabalho
para eles, e as mulheres que trabalhavam
nas fábricas de munições perderam seus
empregos.
Havia poucas casas nas redondezas, o
que significava longas viagens até o trabalho.
Um operário poderia se considerar um sujeito
de sorte se tivesse de pedalar 16 quilômetros
de casa até o trabalho – em linha reta; na
realidade significavam muitos mais.
A primeira a se instalar foi a Bakelite Ltd.,
uma das pioneiras empresas no setor de
plástico, e seu primeiro proprietário pósguerra. Muitos anos depois, um esmaecido
contorno do nome da empresa ainda estava
visível sobre um dos prédios originais.
Depois veio a Bakelite Xylonite Ltd., conseqüência da fusão com a British Xylonite.
Em 1974, a British Industrial Plastics passou
a fazer parte do cenário.
A Hydro comprou a empresa em 1982.
A fábrica quase foi parar em outras mãos,
mais uma vez, no final dos anos 90, quando
a Hydro planejou vender todo o negócio
petroquímico para um concorrente europeu;
mas as negociações para a compra jamais
foram concluídas.
Num futuro próximo, um novo logotipo –
e um novo nome – vão aparecer na fachada.
hi! > Craig Johnson
photos > com autorização de
www.aycliffeangels.org.uk
mais sobre Aycliffe > página 18-21
Os Anjos
de Aycliffe
no trabalho.
hi! 35
Impressão: Kampen Grafisk, Oslo
Miguel Lizarraga,
Gerente
de produção,
Espanha
Para nós, a situação
permanece incerta.
Desde 2000 não
recebemos nenhum
investimento de porte.
Precisamos reformar
o laminador frio, o que
pode custar duas
vezes nosso lucro
anual. Mas se fizermos
isso e mantivermos o
foco – afunilando,
concentrando – no
nosso portfólio de
produtos, poderíamos
agregar muito mais ao
benefício que realmente criamos, em razão
do curto tempo do
ciclo de produção do
nosso processo de
fundição contínua.
Monika Schucht,
Suprimentos
e Logística,
Alemanha
Quando participei de
um seminário sobre
liderança, quatro anos
atrás, nós previmos o
caminho que a Hydro
tomou. Agora, com o
desmembramento,
vamos precisar consolidar nossa posição no
mercado, com vistas
ao futuro. Espero que
a nossa organização
receba bastante inspiração dessa nova força.
Rolf Schencking,
Gerente
de fábrica,
Malásia
O anúncio faz diminuírem as preocupações
na Rolled Products,
pois agora podemos
contar com maior estabilidade para nossos
empregados. Entretanto, como atividade
principal, precisamos
responder à pergunta: “O que fazer para
crescermos?” Apesar
de tudo, estamos bem
posicionados como
fornecedor para os
mercados da Ásia. Mas
daqui a cinco anos
nossa posição será
perigosamente ameaçada, se não tomarmos
as devidas providências.
Não há dúvida de que
o longo processo decisório da Hydro trouxe
muita insegurança para
a fábrica de laminados de Holmestrand.
Até mesmo perdemos
algumas pessoas-chave
durante esse período.
Por isso o anúncio foi
muito bem-vindo. Agora,
a organização como um
todo pode se concentrar
100% em aprimorar tanto a qualidade como a
produtividade, visando a
aumentar a lucratividade
até um nível satisfatório.
Hans-Erik Vatne,
Gerente
de fábrica,
Noruega
Acabou-se o período
das incertezas.
Considerando que
muita gente foi embora,
agora é o momento de
conservar o pessoal
competente. Por causa
disso, o aviso foi
importante. Não vejo
necessidade de buscar
novas competências;
vamos trabalhar para
melhorar nossa
posição no mercado
com o nosso próprio
potencial.
Markus Baier,
Controlador,
Alemanha
5
hi
A Rolled
Products foi
considerada
“atividade
principal” da
Hydro. O que
isso significa
para você?

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