Mercado - Entrevista Aeroporto Internacional de Guarulhos A

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Mercado - Entrevista Aeroporto Internacional de Guarulhos A
Mercado - Entrevista
Aeroporto Internacional de Guarulhos
A GlassecViracon trabalhou na solução em vidros para o Terminal 3 do
Aeroporto Internacional de Guarulhos. A empresa contou com a parceria do
engenheiro Crescêncio Petrucci Júnior para atender as exigências desta que
já é uma das obras mais importantes do Brasil.
"A GlassecViracon participou ativamente para definir estratégias que
atendessem o prazo e a qualidade que se esperava para uma obra dessa
magnitude", afirma o conceituado engenheiro, uma das referências na
consultoria para fachadas e coberturas no setor de vidro.
Confira a seguir como foi a atuação do engenheiro Crescêncio Petrucci
Júnior nesse projeto:
GlassecViracon: Qual foi o briefing inicial e o que norteou o desenvolvimento
deste projeto?
Crescêncio Petrucci Jr.: O briefing passado pela Concessionária (GRU
AIRPORT) consistia em desenvolver um projeto de esquadrias (fachada
cortina), revestimento externo de ACM e vidros, com base no projeto elaborado
pela TYPSA, que garantisse ao empreendimento o desempenho energético
requerido, o conforto acústico e, de contra partida, facilitar o processo de
execução. O que norteou todo o desenvolvimento desse projeto, e que é
sabido por todos, foi o prazo desse empreendimento. Este é, sem dúvida, um
grande desafio de engenharia. Sendo assim, propor um sistema de fachada,
revestimento externo e vidros que pudesse ser fabricado em paralelo a outros
subsistemas.
De acordo com estudos das empresas envolvidas (TYPSA / GRU /
ArcadisLogos, entre outras), o vidro teria papel fundamental nas questões de
conforto térmico, acústico e consumo de energia. Além disso, precisaria
atender questões importantes, com baixa refletividade externa para evitar
qualquer dificuldade durante as manobras feitas pelas aeronaves, alta
transmissão luminosa para beneficiar a iluminação natural e, muito importante,
estar disponível dentro do prazo planejado para obra.
GlassecViracon: Como foi trabalhar com diversas empresas envolvidas no
projeto do Terminal 3 do Aeroporto de Guarulhos?
Crescêncio Petrucci Jr.: Inicialmente, alguns conceitos de projeto, como junta
seca entre os vidros, precisaram ser modificados para atender prerrogativas,
como ter maior nível de industrialização, velocidade de instalação,
desempenho, risco de falha humana durante a execução das juntas de
vedação, minimização de riscos e segurança, por exemplo. Nessa fase houve
certo desconforto, até atingirmos um consenso entre todos. Superados esses
pontos, a cooperação foi excelente, com a participação de profissionais das
empresas envolvidas em vários fóruns de discussão.
Durante o desenvolvimento do projeto tivemos todo o apoio da GRU
(Concessionária) e da ArcadisLogos (Gerenciadora) para propor um projeto
que atendesse aos requisitos de desempenho, estético e, principalmente, de
produtividade.
GlassecViracon: De que forma o projeto foi desenvolvido, visando cumprir
prazos e sem perder em qualidade?
Crescêncio Petrucci Jr.: O desenvolvimento do projeto foi um grande desafio
para nossa equipe, isso porque tivemos que atender a todos os níveis de
desempenho indicados no projeto da TYPSA / Engecorps e, também, a
necessidade do prazo de execução buscado pela GRU e OAS.
Nesse sentido, foi desenvolvido um projeto com sistema de fachada unitizada,
especialmente para essa obra, e sem paralelos no Brasil, adotando conceitos
inovadores.
Em geral, os sistemas unitizados de mercado têm como conceito a
estruturação vertical. No caso do TPS3 aproveitamos a modulação
horizontalizada, proposta no projeto da TYPSA e foi possível desenvolvermos
um sistema de ancoragens horizontais, que vai proporcionar maior velocidade
de execução da fachada. Esse sistema de ancoragem fica praticamente
invisível e é auxiliado pela capacidade de ajuste da estrutura metálica, o que
atende aos requisitos de velocidade, solicitados pelo cliente.
Outro ponto de destaque nesse projeto foi considerar um sistema único de
proteção das bordas dos vidros, pois em todo o seu perímetro há um perfil de
proteção que já vai instalado com o painel de fachada.
As peças de vidro possuem grande dimensão (3,00 x 1,5m) e,
consequentemente, são muito pesadas (cerca de 250 kg). Sabendo que a
borda do vidro é um ponto frágil e a obra vai trabalhar com um ritmo frenético,
com muitos funcionários e empresas circulando ao mesmo tempo, optamos por
utilizar esse mecanismo para minimizar o risco de quebra dos vidros. É claro
que sabemos que esse dispositivo pode onerar um pouco o custo da fachada,
mas há uma justificava plena para esse pequeno acréscimo: este tipo de vidro
possui alto valor agregado e, além disso, há ainda o custo por atraso, devido à
reposição dos vidros quebrados, depois que o painel unitizado está instalado
na fachada.
Em relação ao revestimento de ACM, tivemos que desenvolver um sistema de
montagem, também inovador, semelhante a uma fachada utilizada, ou seja,
considerando um sistema de encaixe com pouca aplicação de parafusos e
presilhas. Esse sistema visava reduzir as juntas entre painéis de 10mm para
apenas 5mm, sem deixar qualquer fixação aparente e também reduzir o tempo
de instalação. Entendemos que o projeto atendeu bem a essas premissas.
GlassecViracon: Projetos para Aeroportos são mais complexos?
Crescêncio Petrucci Jr.: Os projetos de aeroporto estão mais complexos,
devidos as várias interfaces com outros subsistemas e maior exigência de
desempenho.
GlassecViracon: O que foi pensado para reduzir o tempo de montagem?
Crescêncio Petrucci Jr.: Diversos aspectos, como um sistema de fachada
inovador, com ancoragens horizontais, fachada Unitizada, com a instalação em
módulos, para minimizar serviços em obra, e maior nível de industrialização.
Também a fachada com redundância de vedação e maior nível de
desempenho – poucas situações de execução de junta de vedação em obra, o
que melhora muito a qualidade, pois as vedações são feitas na fábrica, em
ambiente controlado e melhor condição de trabalho. O sistema de proteção das
bordas do vidro também foi outro aspecto, visando minimizar os riscos de
quebra dos vidros devido a particularidade do projeto e da execução da obra. E
ainda, com a fachada de ACM com juntas menores (5 mm), pois assim
reduzimos pela metade a largura da junta e com o seu sistema de montagem,
por encaixe, foi possível diminuir a velocidade de instalação.
GlassecViracon: A área de embarque do Terminal 3 terá uma composição
longilínea. A fachada irá privilegiar a vista interna para a área de fora do
terminal, principalmente para a pista. Como foi trabalhar para uma boa
transparência?
Crescêncio Petrucci Jr.: As premissas de transmissão luminosa e baixa
reflexão vieram da conceituação do projeto da TYPSA. Nós tivemos que buscar
as opções de vidro que atendesse a todas essas premissas no mercado
nacional e internacional. Foi viabilizado junto com a GlassecViracon e a
Cebrace o vidro nacional que atendesse a essas características. A solução
com produto de fabricação nacional foi muito importante, uma vez que os
produtos semelhantes no exterior não atenderiam a prerrogativa de prazo.
GlassecViracon: Como o Sr. vê a importância do vidro na concepção do
projeto?
Crescêncio Petrucci Jr.: Para o TPS3 o vidro teve papel muito importante,
porque foi possível atender a níveis de exigências internacionais e viabilizar
isso com empresas e produtos produzidos no Brasil. Trabalhar com empresas
que valorizam os conceitos de sustentabilidade e eficiência energética só
engrandece nosso trabalho. Estamos muito felizes com os resultados obtidos.
GlassecViracon: Para esse projeto, foi necessário a utilização de um vidro
especial de alta qualidade. Neste sentido, como descreve a parceria com a
GlassecViracon para a viabilização do seu conceito na obra?
Crescêncio Petrucci Jr.: Durante o desenvolvimento do projeto, bem como na
consolidação das informações da especificação dos vidros, a GlassecViracon
foi muito pró ativa, trazendo informações e propostas de vidros que
atendessem o desempenho pretendido para o Terminal de Passageiros.
Mesmos antes da contratação, a GlassecViracon participou de reuniões junto
com toda equipe técnica da Concessionária (GRU) e da construtora (OAS) para
definir estratégias que atendessem o prazo e a qualidade que se esperava para
uma obra dessa magnitude.

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