Considerações de um DIÁRIO MOOC, Keith Devlin, Agosto de 2012.
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Considerações de um DIÁRIO MOOC, Keith Devlin, Agosto de 2012.
Considerações de um DIÁRIO MOOC, Keith Devlin, Agosto de 2012. The “C” in “MOOC”: MOOC planning - Part 6, Published August 31, 2012 Tags: Big Data, Coursera, MOOC, Sebastian Thrun, Stanford MOOC, Stanford School of Education, Udacity Algumas considerações sobre esse diário (uma breve leitura analítico-interpretativa): 1. [...] A falta de contato humano Quais seriam os meios de diminuir as dificuldades da falta de contato humano? A gravação de vídeos seria uma das opções, mas ainda não reduz a falta que o aluno sente da presença do humano (face to face) nas interações virtuais. Penso que a utilização de áudio e vídeo com interações online, como acontece na webconferência, skype e outras interfaces desse tipo, poderiam reduzir drasticamente essa lacuna. 2. [...] O primeiro dia de aula Outro fator que parece ser decisivo para o insucesso ou sucesso de cursos MOOCs. O adulto sente uma necessidade enorme de saber em detalhes o que ele vai aprender, como e se a sua expectativa será correspondida. E nas minhas andanças pela EaD com adultos como participantes essa característica é forte e presente em todas as suas ações, em processo de aprendizagem. Penso que esse primeiro dia de aula é muito importante para se estabelecer um diálogo esclarecedor desses aspectos da subjetividade do adulto. 3. [...] A expectativa é de resultados após vários anos do lançamento Embora essa iniciativa (lançamentos de cursos MOOCs) tenha começado na década de 90, ainda percebe-se na fala de seus novos empreendedores e autores que os MOOCs, como todo projeto que envolve educação e o humano, são complexos, cobram um planejamento bem pé no chão e os resultados não são do dia para a noite... 4. [...] Começar com um modelo de curso que funciona para não desanimar tanto os alunos quanto os professores Muito interessante essa ponderação do Keith Devlin. Nada melhor do que ensinarmos o que sabemos fazer bem feito, com segurança, com sabedoria. Como dizia o saudoso Freire: “ensinar exige reflexão crítica sobre a prática”. É preciso que haja coerência entre ”o saber fazer e o saber-ser-pedagógico”. Não acredito em projetos MOOCs baseados no modelo “bombeiro virtual”. Aprendi com os adultos que inventar é preciso, mas com cuidado para não desanimar, para não desacreditar... Desse modo, acredito que essa preocupação apontada pelo Devlin deve sempre estar presente, ao começar, não apenas nos MOOCs, mas em todo projeto educacional. O adulto percebe com muita facilidade quando nem você sabe aonde quer chegar... 5. [...] Principais elementos para o lançamento de um MOOC com boa expectativa: admissão, palestras, interação entre pares, a interação com o professor, resolução de problemas, tarefas, provas, prazos e certificação (recomendações no blog do estudante de pós-graduação em Berkeley) Não vejo essas recomendações como principais apenas em projetos MOOCs. Admissão – creio que saber a priori quem são os seus parceiros nesse processo é de extrema importância, tanto do ponto de vista pedagógico-andragógico quanto ao aspecto da avaliação em processo e a gestão de resultados. A conceituação para o MOOC é de massificação da aprendizagem, e como tal, conhecer melhor o perfil dos alunos, mesmo que por amostragem, faz a diferença durante o processo de interação com os colegas e professores, a resolução de problemas, tarefas, provas etc. Considerando as suas características (massivo-online) penso que se o inicio desses cursos não for embalado por um bem planejado projeto pedagógico-andragógico, que privilegie o compartilhamento, a cooperação e a interação, o risco de insucesso é grande; claro, associado ao seu objetivo. 6. [...] Fazer validação utilizando testes A e B nos próximos anos, para avaliar quais são os cruciais (necessários) e quais podem ser descartados Interessante, a utilização de testes para validar a eficiência e eficácia dos cursos MOOCs e suas disciplinas. Na EaD, principalmente, o processo de validação deve ser contínuo para evitar evasões, resistências e desânimos. Até porque o principal público dos MOOCs ainda são os adultos, ansiosos por cursos fora das quatro paredes das escolas autoritárias, muitas vezes retrógadas, fora dos contextos atuais da terra pátria globalizada (Edgar Morin, SESC, SP, 2012). Outra observação curiosa: o autor do diário espera que esse resultado vá variar de curso para curso e de disciplina para disciplina. Fiquei pensando: poderia ser diferente??? 7. [...] Em relação ao projeto MOOC - há uma tentativa de descobrir a melhor maneira que funciona para a nossa disciplina específica e que seja consistente com nosso próprio estilo, como instrutores. Penso que essa observação nos remete ao item 5 dessas minhas considerações. Não acredito na hipótese de um professor ensinar aquilo que não sabe, que não tem destreza pedagógico-andragógica para articular o ensino-aprendizagem em parceria com os alunos. Principalmente, em um projeto com a proposta MOOC, no qual pressupõe a adoção da didática das nuvens e seus periféricos e conexões da virtualidade. Nesse contexto, a consistência com o nosso próprio estilo e com as nossas competências como instrutores é fundamental, sob pena de começar e desistir, diante das realidades encontradas. Talvez seja por isso que o autor destaca em seu diário: “sugestão: começar implementando em um MOOC o que fizemos em sala de aula e é confiável, com interações à luz do que aprendemos”. 8. [...] Contratar para assistentes do professor, alunos do curso de design com vários anos de experiência em design e o uso da tecnologia na educação, em substituição aos assistentes que seriam contratados, do curso de Pós-Graduação em matemática. Aqui nesse depoimento aparece um fato curioso para os planejadores de cursos a distância: quem devemos convidar para parceiros em cursos MOOCs e por quê? Diferentemente do que imaginamos e estamos acostumados, o autor destaca a importância de escolher as pessoas certas para as funções certas. Na EaD, a experiência conta muito e ajuda bastante no planejamento do design didático e no acompanhamento de desempenho durante os cursos. Imaginar que a posse de títulos de pós-graduação preenche esse pré-requisito é engodo acadêmico. Outro ponto importante nesse sentido está muito bem apresentado pelo autor no texto a seguir: “Além de me ajudar com o projeto e execução do curso, eles conduzirão a investigação sobre a eficácia do curso e tentarão entender como a aprendizagem ocorre em uma MOOC (Além de um breve questionário não obrigatório no início e no final do curso, todas as pesquisas dos assistentes serão baseadas em dados recolhidos na plataforma do curso Coursera e o monitoramento humano das discussões do fórum. Uma grande vantagem dos MOOCs é que eles facilitam pesquisa de dados em grande escola)”. Diário na íntegra: http://mooctalk.com/ Por Enilton Ferreira Rocha Consultor em EaD
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