edição presstem 38

Transcrição

edição presstem 38
PRESSTEM
prestaÇÃO DE SERVIÇOS especializados
ano XII
setembro 2010
nº38
QUEM SABE FAZ BEM FEITO
Eunice Batista, diretora de RH da Embraer, enfatiza a relevância do planejamento
nas empresas e detalha como a Terceirização contribui para a estratégia das organizações
IAL
C
PE
ES
M
TE
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R
SE
S
A
40 ANOS DE TRABALHO
NOSSA GENTE FAZENDO A DIFERENÇA
RELAÇÕES DE TRABALHO
Considerado um dos principais especialistas internacionais nas questões de trabalho, o sociólogo José
Pastore aborda em entrevista temas como os reflexos da evolução dos processos produtivos no emprego,
impactos da precária educação na empregabilidade dos trabalhadores e a contribuição do Trabalho
Temporário e da Prestação de Serviços Especializados na abertura de vagas no mercado brasileiro
PRESSTEM
ÍNDICE Edição 38
16
Capa
ASSERTTEM 40 ANOS – EDIÇÃO ESPECIAL
RELAÇÕES DE TRABALHO
Selo comemorativo
40
Entrevista com o professor José Pastore, especialista nas questões de
trabalho, empregabilidade e suas implicações no desenvolvimento das
cadeias produtivas >> pág. 08
QUEM SABE FAZ BEM FEITO
Eunice Batista, diretora de RH da Embraer, aponta como a Terceirização
bem planejada pode resultar em parcerias duradouras entre as empresas
>> pág.12
05 CA R TA DO PRE S IDE NTE
Tatiana Yoko
Realizações e parcerias
34 GE S TÃO DE NE GÓCIOS
Vander Morales
44
Eventos
28 D I R ETORIAS
R E G I ONAIS
36 FORMAÇÃO E CU RS OS
32 C E B RASS E NE W S
38 INDICADORE S
33 T E N DÊ NCIAS
E T ECNOLOGIA
49 eleições 2010
Na posse,
defesa do setor
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VanderJan
Morales,
presidente
do Sindeprestem
e da Asserttem
CARTA DO PRESIDENTE
EM FOCO
Wiegerinck,
Presidente
do Sindeprestem
Esta edição
especial da Presstem lembra a
história do Trabalho Temporário e da Prestação de
Serviços Terceirizados no Brasil. É uma história de luta
árdua, que começou há 40 anos, quando um grupo de
empresários, precursores de uma visão modernizadora
das relações de trabalho, se reuniu para iniciar a
construção do que hoje é a Asserttem.
Devemos a esses pioneiros todas as nossas ho­me­
nagens. Mais do que isto, porém, devemos ratificar
um compromisso: levar adiante a bandeira que os
precursores já vislumbraram há quatro décadas.
Desde aquela época, os pioneiros da Asserttem, e,
posteriormente, do Sindeprestem – hoje maduro,
nos seus 18 anos de existência –, compreendiam que
nossa atividade é estratégica para as empresas e para a
economia contemporâneas.
Demonstrar esse conceito para a sociedade, sobre­
tudo no Brasil, não foi tarefa fácil. Nossa história é
repleta de incompreensões, infundadas mistificações,
antagonismos gratuitos até. Foi preciso atuar, e atuar
firmemente. Mas esta disposição trouxe avanços e
conquistas, como a aprovação da lei 6.019 em 1974,
um marco para o setor pois, pela primeira vez, se
regulamentava o Trabalho Temporário no país.
Outras batalhas se seguiram. A mobilização rea­
lizada durante a elaboração da Assembleia Nacional
Constituinte, que culminou com a promulgação da
Carta Magna de 88, foi uma delas. Na época, tivemos
de vencer resistências poderosas para fazer valer nossa
perspectiva modernizadora das relações de
trabalho. E tivemos sucesso.
Como também obtivemos êxito ao adotar a
correta estratégia de dar às nossas atividades
a maior transparência. Com isso, somos hoje
// A história mostrou
Bruno Leite
que nossa atividade é
estratégica para a economia
contemporânea. Nossa
responsabilidade é a de
consolidar esta que foi
a bandeira de nossos
precursores
respeitados. A opinião pública nos dá total credibilidade
porque sabe atualmente que o Trabalho Temporário e a
Prestação de Serviços Especializados são modalidades
cruciais para a abertura e ampliação de vagas formais no
mercado de trabalho brasileiro.
Esta realidade só foi possível porque disponibilizamos
abertamente nossos números, demonstrando que, além de
nada termos a temer, contribuímos de maneira fundamental
para o combate à informalidade e a geração de empregos,
sobretudo entre as camadas da população que menos
oportunidades têm – caso dos jovens em situação de
primeiro emprego e daqueles que, desempregados, buscam
uma chance de reinserção no mercado de trabalho.
Menciono esses exemplos porque eles ilustram uma
história de sucesso. Mas trata-se de uma história que não
está finalizada, ao contrário. O futuro, tenho certeza, nos
reserva muitas batalhas, muitos desafios. O principal
deles, o mais urgente, é vencer a luta por uma lei que
regulamente a Terceirização de forma definitiva. Não
podemos continuar como estamos no presente, atuando
nesta atividade sem contar com regras claras, sujeitos,
portanto, a interpretações muitas vezes equivocadas.
Também não podemos nos esquivar da defesa dos
princípios que nos norteiam. Isso significa persistir no
combate às empresas inidôneas ou a falsas cooperativas
que, além da concorrência desleal que nos impõem,
exercem inadmissível exploração de trabalhadores. Estou
certo de que este é um bom combate. A ampla repercussão
na mídia de recente artigo no qual procurei denunciar
essas arbitrariedades mostra que a opinião pública está ao
nosso lado e apoia nossas teses.
Entretanto, a credibilidade que alcançamos neces­
sita ser consolidada a cada dia. Uma das tarefas que
não podemos ignorar ou mesmo postergar diz respeito
à qualificação de nossos trabalhadores. Encontrar
os meios para expandir essa qualificação é condição
não só para dar adequada resposta às demandas por
aumento de competitividade de nossos clientes. É,
prin­cipalmente, assegurar o desenvolvimento das
nos­­sas atividades no futuro.
Há 40 anos nossa história começou com um dife­
rencial: a visão de futuro de nossos pioneiros. Citei
aqui alguns desafios que temos pela frente. Enfrentálos e vencê-los é mais do que uma responsabilidade.
É a verdadeira homenagem que podemos prestar aos
nossos precursores.
PRESSTEM
Nossa história, uma visão do futuro
5
RELAÇÕES DE
TRABALHO
José Pastore
Emprego no Brasil:
há vagas, poucos
profissionais aptos
Por Danielle Borges
PRESSTEM
a Terceirização,
8
abre-se espaço
para a informalidade
e a precarização
dos empregos
Divulgação
// Sem regras para
O sociólogo, especialista em relações do trabalho e desenvolvimento institucional,
José Pastore, detalha nesta entrevista à Presstem como algumas medidas poderiam
minimizar o impacto no emprego causado pela rápida evolução nos processos produtivos.
O especialista também fala sobre o problema crônico no sistema de ensino brasileiro e
como a participação de quem realiza trabalhos temporários ou atua como terceiro pode ser
crucial para a sobrevivência das organizações e, sobretudo, dos postos de trabalho.
Considerado um dos mais proeminentes estudiosos das Relações de Trabalho, Pastore é
professor titular da Faculdade de Economia e Administração e da Fundação Instituto de
Administração, ambas da Universidade de São Paulo (USP). É autor de 31 livros e mais de
200 artigos técnicos, além de articulista dos jornais O Estado de S.Paulo e Jornal da Tarde.
Foi professor visitante de várias instituições nacionais e internacionais e participou do
Conselho de Administração da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
P – Como as empresas estão lidando com a
necessidade de conhecer o ponto de vista do cliente
para permanecer no mercado?
JP – A cada dia aumenta o esforço despendido nas
negociações diretas entre empregadores e empregados.
Assuntos como produtividade, qualidade dos produtos
e satisfação dos consumidores, tratados no âmbito das
empresas, agora contam também com a participação
dos funcionários. Por isso, cresce a cooperação e
diminui o confronto. Com frequência os trabalhadores
fazem concessões para ajudar empresas que, uma vez
equilibradas, dividem com os colaboradores os lucros
e resultados que conquistaram juntos.
P – O que seria o fenômeno que o senhor identifica
como "fadiga das leis do trabalho"?
JP – No Brasil, a legislação é exageradamente
detalhada a tal ponto de deixar para a livre negociação
apenas dois direitos: o ajuste do salário e a participação
nos lucros ou resultados. São leis muito rígidas que
não permitem o diálogo entre as partes. Ainda assim,
a única negociação praticada por aqui é sempre para
cima, ou seja, para aumentar licenças e salários. No
Congresso Nacional há centenas de projetos de lei
neste sentido. Com isso, a jornada de trabalho tende a
zero enquanto a remuneração tende ao infinito.
PRESSTEM
Presstem – Como estão as discussões em âmbito
mundial sobre o futuro do trabalho?
José Pastore – Os sistemas de relações trabalhistas
caminham em várias direções e cada país tem suas
peculiaridades, calcadas na história e na tradição
cultural. Mas, de modo geral, nota-se uma preocupação
crescente para englobar o tema quando o objetivo é
enfrentar a crescente concorrência. Esta é uma postura
importante para a sobrevivência das empresas e dos
postos de trabalho, pois hoje em dia podemos afirmar
que o grande detentor dos empregos é o consumidor. E,
se ele não for bem atendido, as organizações quebram
e o trabalho evapora.
9
PRESSTEM
RELAÇÕES DE
10
TRABALHO
P – O que poderia ser feito para harmonizar as
necessidades das empresas e as reivindicações dos
funcionários?
JP – Para competir melhor e se ajustar à economia
global, o Brasil precisa diminuir a regulação por lei e
ampliar o espaço para a negociação. Mas isso levará
tempo e será impulsionado pelas forças de mercado.
Há sindicatos laborais, como o dos metalúrgicos do
ABC de São Paulo, que já entenderam essa necessidade
e, por isso, praticam a negociação diariamente
procurando sempre o ponto de convergência em cada
assunto.
qualificada a que muitas empresas creditam à
dificuldade de preencher postos de trabalho é uma
consequência cultural e está ligada à precariedade do
ensino formal. Boa parte dos que se formam no curso
fundamental não entende o que lê, são analfabetos
funcionais. E o problema se estende ao ensino
superior, como no caso dos engenheiros: há 600 mil
profissionais registrados, mas poucos dominam as
tecnologias de ponta, forçando as empresas a buscarem
na concorrência a mão de obra de que precisam. Como
resultado, temos muita oferta de vagas, mas poucos
profissionais aptos a preenchê-las.
P – A relação entre empregadores e trabalhadores
tem sofrido grandes mudanças. Em sua opinião, qual
a participação da Terceirização neste processo?
JP – No mundo inteiro o trabalho vem sendo
praticado de várias formas. Nenhuma empresa pode
fazer tudo. Ela faz o que é do seu core business e o que
é estratégico e compra de fora os serviços que outros
sabem fazer melhor, com mais pontualidade e preços
menores. A partir do momento em que uma empresa
contrata prestadores de serviços e consultores, todos
passam a trabalhar em “redes de produção” e, com
isso, maximizam vários fatores como qualidade,
atendimento, volume e preço.
P – Em sua opinião, como vencer a carência
por mão de obra qualificada, consequência da
modernização dos processos?
JP – A solução será demorada como tudo no campo
da educação. Mas, muitas empresas estão adiantadas
nesse processo e passaram a investir em treinamento
dentro das organizações. Isso responde o porquê
de inúmeros seminários e treinamentos de longo
prazo, a exemplo das universidades corporativas. Em
paralelo, tem-se registrado um aumento expressivo na
importação de profissionais especializados: há cinco
anos, o Ministério do Trabalho e Emprego autorizava
a entrada de cerca de 15 mil estrangeiros por ano. Até
o final de 2010, estima-se que este número aumente
para 50 mil, todos especializados.
P – No Brasil, a Terceirização não é regulamentada.
Até que ponto isso representa um retrocesso para o país
em termos trabalhistas?
JP – A ausência de legislação adequada para a ati­
vidade constitui sério entrave para uma arrancada mais
veloz da economia brasileira e prejuízo considerável para
os trabalhadores. Sem regulamentação abre-se espaço
pa­ra a informalidade e para a precarização do emprego
em várias áreas, inclusive no setor público. Como não há
regras, a qualidade do serviço também corre risco, pois
a preocupação com treinamento de trabalhadores in­for­
mais é mínima. Além disso, pela falta de fiscalização, o
recolhimento de impostos em alguns casos passa a inexistir.
Em suma, todos perdem: empresas, trabalhadores, governo
e sociedade em geral.
P – Onde estaria a origem do problema da falta de
mão de obra qualificada no Brasil?
JP – Esta indisponibilidade de mão de obra
P – Trabalhadores reclamam da falta de emprego
e empresas alegam falta de qualificação. Como
resolver esse impasse?
JP – Esse desencontro existe em qualquer
sociedade, mas no Brasil está aumentando porque o
parque produtivo está se modernizando. As máquinas
ficaram inteligentes e baratas, o que permite a sua
incorporação na produção. No entanto, é preciso
um profissional capacitado para fazê-las funcionar.
Diante disso, novamente as empresas se deparam com
o desafio de encontrar soluções de curto prazo, como
treinamentos rápidos, além de cobrar dos governantes
ações de médio e longo prazo, como boas escolas e
universidades.
P – Em alguns setores há registros de mais vagas
do que candidatos. É fato que o Brasil está passando
P – Então, aqueles que não têm condições de
se qualificar por conta própria estão fadados ao
desemprego?
JP – De fato, o problema é mais crítico para a
empresa que necessita de profissionais experientes,
mas começam a surgir sinais de falta de mão de obra
não qualificada. A construção civil já se ressente
disso. Para complicar, temos a imbatível segurança
proporcionada pelo Bolsa-Família: nenhum emprego
consegue oferecer a mesma comodidade, razão pela
qual muitas pessoas rejeitam a ideia de trabalhar.
Organizações como o Senai se esforçam para treinar
desempregados amparados pelo benefício do governo,
na tentativa de conseguir sua inserção no mercado de
trabalho, em especial no Nordeste, mas sem muito
sucesso.
P – Qual sua avaliação sobre o emprego para o
jovem no Brasil?
JP – O desemprego entre jovens é mais de duas
vezes maior do que em adultos. Em torno de 47% das
pessoas sem trabalho têm até 24 anos. Não há nada
mais frustrante para um jovem do que completar um
curso, receber o diploma e não conseguir emprego. Esse
é o caso de milhões de brasileiros que se formam em
nossas faculdades e a frustração aumenta em tempos
de demanda crescente por profissionais qualificados
como ocorre nos dias atuais, por conta da aceleração
do crescimento econômico.
P – Por que os jovens não conseguem emprego
se têm educação muito acima da média da força de
trabalho?
JP – Além de sofrerem as consequências de terem
estudado em escolas precárias, os jovens se deparam
com a resistência das empresas para contratar pes­
soas sem experiência. Como, então, eles podem ter
experiência se nunca trabalharam? E como adquirir
essa experiência se não começarem a trabalhar? Mas
a alegação da falta de experiência é apenas uma parte
da história real. A outra parte se liga à nossa legislação
trabalhista porque as despesas para contratar um
jovem inexperiente são as mesmas que se aplicam à
contratação de um profissional experiente (102,43%
sobre o salário). Nessas condições, enquanto houver
oferta de profissionais mais vividos, as empresas não
terão estímulo para contratar jovens iniciantes.
P – Em sua opinião, qual seria a alternativa para
esse problema?
JP – A legislação brasileira poderia prever a
admissão de jovens recém-formados com menos
despesas de contratação. Se tais custos caíssem de
102,43% para cerca de 60% ou 65%, as empresas
seriam estimuladas a admitir bons talentos que ainda
não têm a experiência ideal. Esse seria o papel de um
"contrato de formação", uma espécie de acordo de
aprendizagem para quem acaba de se formar e nunca
trabalhou. Seria, por exemplo, a oportunidade para um
engenheiro recém-formado ingressar em uma empresa
de grande porte como Petrobras, Vale ou Votorantim.
Seria uma verdadeira escola para colocar em prática o
que se aprendeu na faculdade e uma valiosa fonte de
referência para futuros empregos.
P – Esta ideia para contratação de jovens a custos
menores seria viável no Brasil?
JP – Evidentemente o contrato de formação teria
vigência limitada de, por exemplo, 18 meses. Para as
empresas seria uma grande oportunidade para observar
cuidadosamente o desempenho desses jovens antes
de contratar os melhores de forma definitiva depois
de expirado o contrato. Para a sociedade haveria um
ganho ao abrir para a juventude oportunidades de
trabalho e de aprendizagem. Além disso, esses jovens
seriam contratados legalmente, com as proteções da
legislação trabalhista e previdenciária, recolhendo
inclusive as contribuições para a Previdência Social
e outros órgãos, o que ajudaria bastante nas finanças
públicas.
PRESSTEM
por uma crise de falta de mão de obra?
JP – Há setores em que o problema é bastante crítico.
Na área da tecnologia da informação, por exemplo, o
Brasil precisará de cerca de 200 mil profissionais por
ano. Em contraste, a oferta de pessoas competentes
não passa de 10% ou 15% disso. Na exploração do
pré-sal, a necessidade é de 170 mil trabalhadores
especializados e a oferta atual é irrisória. Na área de
energia elétrica, solar e eólica, as empresas procuram
profissionais que conheçam e dominem as novas
tecnologias, mas eles não existem.
11
QUEM SABE FAZ BEM FEITO
Divulgação
// Uma
empresa
especializada
pode executar
tarefas com
mais presteza
e qualidade
do que se isso
fosse feito
internamente
Eunice Batista:
Prestação de serviços qualificada e
eficiente propicia parcerias duradouras
Por Giovanna Zanaroli
Difundida mundialmente como moderna prática de gestão, a Terceirização
eficiente e bem planejada resulta em segmentação por especialidades e dá origem a
uma relação perene de parceria entre tomadora e prestadora de serviços, em que a
busca pelo equilíbrio entre os dois lados é fundamental.
A decisão de delegar a uma equipe especializada parte das atividades de uma
empresa precisa ser antes muito bem planejada. Depois, de apoio interno por quem
entenda de gestão de pessoas. Essas são algumas das opiniões e observações
de Eunice Batista, diretora de Recursos Humanos da Empresa Brasileira de
Aeronáutica S.A. (Embraer).
Psicóloga especializada em administração de RH e gestão de negócios, Eunice
ocupa destacada posição em uma das maiores empresas aeroespaciais do mundo. A
Embraer, de 2007 até aqui, fabricou cerca de 5 mil aviões – de passageiros, de carga,
em território nacional, a empresa emprega aproximadamente 16 mil pessoas em
suas cinco unidades no estado de São Paulo.
Na entrevista a seguir, a diretora ressalta a importância de fazer uma análise
estratégica nas organizações para que a utilização da prestação de serviços
especializados assegure qualidade e produtividade às empresas.
PRESSTEM
executivos e de defesa – comercializados em 88 países. Com produção concentrada
13
QUEM SABE FAZ BEM FEITO
Presstem – A indústria aeronáutica, como outros
setores da economia, requer mão de obra altamente
qualificada para a execução de algumas etapas de
produção. O que hoje representa a Terceirização
na Embraer?
Eunice Batista – Além de áreas básicas como
alimentação, limpeza e transportes, utilizamos a
Terceirização de acordo com as parcerias firmadas,
seja para o desenvolvimento de um programa
especial, como a construção de novas aeronaves,
seja em atividades internas que necessitem de
especialização específica.
PRESSTEM
P – Produtividade e competitividade são pontos
fundamentais no planejamento estratégico de uma
empresa. De que forma a prestação de serviços
especializados contribui para o cumprimento
das metas?
EB – Uma empresa especializada certamente tem
subsídios para executar determinadas tarefas com
mais presteza e qualidade do que se isso fosse feito
internamente. A Embraer tem um programa de ação,
no qual cada gestor tem suas metas mensuradas.
Da mesma forma, as prestadoras de serviços
especializados também são avaliadas. É fundamental
que o serviço prestado tenha qualidade e apresente
um custo-benefício satisfatório.
14
P – Quais indícios sinalizam que é hora de
terceirizar algumas atividades ou ampliar o
quadro de colaboradores por meio de contratações
temporárias?
EB – Esta decisão é tomada com base no plano
de ação e na estratégia adotada pela organização.
No caso da Embraer, o plano tem duração de cinco
anos e, dependendo do que estiver programado,
dimensionamos a equipe de acordo com as
necessidades existentes, seja por meio da contratação
interna, seja por meio de terceiros.
P – No universo das relações de trabalho, que vive
momento de grandes transformações, como lidar
com as barreiras que ainda são obstáculos para a
contratação de terceiros?
EB – Lidar com as dificuldades também é parte
da estratégia de uma empresa. É preciso definir
qual é o core business da organização, isto é,
seu diferencial competitivo. Com uma análise
estratégica é possível identificar o que pode e será
terceirizado, ou seja, os serviços que darão apoio
efetivo à nossa atividade fim.
P – A crise mundial afetou sensivelmente
a indústria aeronáutica nacional. Como as
contratações de mão de obra desses serviços
foram utilizadas?
EB – Na ocasião da crise tivemos de olhar para a
cadeia de valor de toda a organização e readequar
números que, para aquele momento, estavam
superdimensionados. A contratação de mão de
obra depende muito do que pretendemos manter
internamente, e não da flexibilidade que nos propicia.
A Terceirização permite maior flexibilização, mas ter
visão estratégica é fundamental.
P – A Embraer tem unidades no Brasil, nos EUA,
na Europa e na Ásia. Em muitos desses países
a utilização da Terceirização e do Trabalho
Temporário foi completamente incorporada à
cadeia produtiva. Em sua opinião esta é uma
tendência consolidada?
EB – A maior parte da área produtiva da Embraer
é concentrada no Brasil, portanto nossa força de
trabalho está no território nacional. É comum no
mundo todo a transferência da produção para países
onde há mão de obra especializada e ao mesmo tempo
com custos menores, como é o caso da China e da
Índia. Mas essa é uma opção estratégica relacionada
à demanda e ao custo-benefício.
15
PRESSTEM
especial
ASSERTTEM
Há 40 anos a asserttem
é sinônimo de trabalho
Indispensável para o desenvolvimento experimentado
pelas atividades de Trabalho Temporário e da Prestação
de Serviços Terceirizáveis, a Associação completa mais
um ciclo e resgata suas realizações desde sua fundação.
Conheça, a seguir, um pouco desta história de lutas
Por Giovanna Zanaroli
PRESSTEM
DÉCADA 1960: O INÍCIO
16
O crescente processo de industrialização do Brasil,
incentivado pelo Plano de Metas instaurado no governo de
Juscelino Kubitschek cujo lema era “crescer 50 anos em 5”,
deu-se basicamente nos setores siderúrgico e metalúrgico,
principalmente na indústria automobilística, no químico e
farmacêutico e na construção naval.
As multinacionais, atraídas por incentivos cambiais,
tarifários e fiscais oferecidos pelo governo no final da dé­
cada de 50, começaram a se instalar no país. Habituadas a
utilizar a contratação de trabalhadores temporários em suas
matrizes, basicamente na Europa e nos Estados Unidos, foram
responsáveis pelo início da atividade no Brasil.
Precursor do Trabalho Temporário no país, o holandês
naturalizado brasileiro Jan Wiegerinck, fundador da primeira
empresa do segmento em 1963 e também da Asserttem um
pouco depois, conta que já naquela época a nova modalidade de
trabalho foi bem-aceita pelo mercado e pela sociedade, pois era
capaz de suprir as necessidades sociais e econômicas da época.
“Enquanto as empresas precisavam de flexibilidade para
adequar rapidamente a mão de obra às suas necessidades, as
pessoas buscavam uma oportunidade de renda complementar”,
lembra Jan. Mulheres casadas e jovens com idade próxima
ao alistamento militar foram beneficiados pela entrada do
Trabalho Temporário no Brasil, pois enfrentavam resistência do
mercado para conseguir um emprego permanente. “A legislação
trabalhista engessada dificultava a contratação. Às empresas
não interessava empregar essas pessoas”, diz. No início, as funções que mais demandaram por traba­
lhadores temporários foram datilografia, secretariado e
contabilidade. A evolução do processo de utilização desse tipo
de mão de obra começou pela área administrativa, passou para
o comércio – picos ocasionados por datas festivas como Natal,
Páscoa e Dia das Mães – e por fim chegou à construção civil e
demais setores.
ANOS 70: O TRABALHO TEMPORÁRIO SE
DESENVOLVE NO BRASIL
A crescente demanda oriunda das multinacionais no início
dos anos 70 – o Brasil vivenciava o segundo ano do Milagre
Econômico, com crescimento de 10,4% do Produto Interno Bruto
(PIB) – estimulou o desenvolvimento do Trabalho Temporário
e, consequentemente, a entrada de novas empresas ao mercado,
o que fez surgir a necessidade de unificar o setor.
No dia 17 de março de 1970, por iniciativa das empresas
Gelre, Obradec, Projacs e Unikas, a Associação Brasileira das
Empresas de Trabalho Temporário foi fundada com o objetivo
crucial de atuar na defesa da atividade no país. A sigla da
entidade – Assertem – no início era grafada com apenas uma
letra T, uma referência ao Trabalho Temporário. Aníbal Velloso
de Almeida foi o primeiro a assumir a presidência da entidade.
Embora em franca expansão, na época ainda não existia
nenhuma legislação específica para a atividade, e, para
enquadrar os temporários no sistema jurídico, as empresas
utilizavam-se de dois estatutos existentes na lei: o contrato por
prazo determinado e o estatuto do avulso, muito empregado
naqueles anos nos portos para o trabalho de carga e descarga
de mercadorias.
Após um período de crescimento como atividade não
reconhecida legalmente no Brasil, a Asserttem empreendeu
árdua luta por uma regulamentação específica. Várias ini­
// Nos dias de hoje,
praticamente não há diferença
entre o trabalhador diretamente
contratado e o terceirizado. Nós
temos a Terceirização atingindo
todos os níveis hierárquicos dentro de
uma empresa
Marcio Pochmann,
presidente do Ipea
// A busca por especialistas
para execução de determinada
etapa da produção é uma
tendência mundial
Luiz Antonio de Medeiros,
secretário licenciado de Relações do Trabalho
do Ministério do Trabalho e Emprego
// As pessoas verão a
Terceirização como uma opção
de carreira e não mais como um
emprego provisório
Max Gehringer,
consultor e administrador de empresas
PRESSTEM
1° Conett em 1994
17
especial
ASSERTTEM
Terceirização:
a origem da palavra
A Terceirização foi um neologismo criado pela
fabricante gaúcha de papel e celulose Riocell, na década
de 80. Ao comparar o funcionamento da empresa ao de
outras do mesmo segmento no exterior, verificou que
era preciso desverticalizar. Criou-se, assim, a palavra
Terceirização para caracterizar a atividade como uma
estratégia de gestão empresarial.
Assembleia Geral em 23 de fevereiro de 1983
ciativas foram postas em prática pela diretoria, como forma de
demonstrar a importância das empresas do segmento para a
economia do país.
Dois acontecimentos foram decisivos para a posterior
aprovação do ainda Projeto de Lei 6.019, na opinião de
Wiegerinck: um seminário em Brasília com a presença dos
deputados para apresentação e discussão dos aspectos positivos
da atividade e o amplo diálogo estabelecido com Julio Barata,
ministro do Trabalho e Previdência Social em 1973.
No ano seguinte, a Asserttem realizou o I Congresso de
Trabalho Temporário, em São Paulo, cuja abertura foi feita
PRESSTEM
3° Congresso Latinoamericano de Empresas de
Serviços Temporários, Colômbia, 1997
18
pelo ministro de Estado do Trabalho do governo de Ernesto
Geisel (1974-1979), Arnaldo Prieto. “Com a participação do
ministro tivemos a certeza de que o governo reconheceria nossa
atividade”, lembra Jan Wiegerinck.
A LEGISLAÇÃO
O Trabalho Temporário veio a ser objeto da lei nº 6.019 de
3 de janeiro de 1974. O parecer escrito pelo renomado jurista
do Direito do Trabalho Evaristo de Moraes Filho defendendo a
atividade e publicado na revista LTr, um veículo utilizado pelo
Supremo Tribunal Federal e pelo Tribunal Superior do Trabalho
para a divulgação de acórdãos, foi um dos mais significativos
apoios recebidos para que o decreto nº 73.841, de 13 de março
de 1974, instituísse definitivamente a lei.
Para Wiegerinck, a Lei 6.019/74 foi a maior vitória da
Asserttem. “Sinto-me orgulhoso pela contribuição dada para a
aprovação da legislação específica para o Trabalho Temporário,
que foi a primeira no mundo a instituir a equiparação salarial
entre o trabalhador temporário e o efetivo”, diz.
1987-1997: A TERCEIRIZAÇÃO
E A DEMANDA DO MERCADO
Originada nos Estados Unidos, por volta de 1940, a
intermediação de mão de obra ou contratação de serviços de
ASSEMBLEIA CONSTITUINTE:
UM MARCO
Um grupo de empresários do setor participou ativamente
da Assembleia Nacional Constituinte, em 1987, cujos
acordos estabelecidos culminaram na promulgação da atual
Constituição do Brasil, em 1988. Em meio a um contexto
de redemocratização social e política a Constituinte trouxe
avanços, mas também algumas preocupações para muitos
setores empresariais organizados.
“A tentativa de proibir a Terceirização, inclusive
na Carta Magna, gerou uma grande movimentação.
// A Terceirização é irreversível
e não traz nenhum prejuízo a
empresas e trabalhadores
Abram Szajman,
presidente da Fecomercio
// A especialização é a
modernização do mundo do
trabalho
Guilherme Afif Domingos,
secretário licenciado do Emprego e Relações
do Trabalho do Estado de São Paulo
PRESSTEM
terceiros no Brasil iniciou seu ciclo de consolidação na década
de 80, sobretudo em razão da demanda crescente por parte
das multinacionais.
A regulamentação em 1974 consolidou o Trabalho Tem­
porário. A necessidade contínua das empresas por mão de
obra por um tempo superior aos três meses, permitidos pela
Lei 6.019, possibilitou que outra atividade crescesse no país: a
Prestação de Serviços Especializados.
As prestadoras possuíam experiência no Trabalho Tem­
porário e por isso acabaram sendo contratadas pelas empresas
para contratar mão de obra terceirizada. Já naquela época a
Terceirização se mostrava promissora e com boas chances de
desenvolvimento.
19
// A contratação de
temporários no Brasil é imensa.
Não só no varejo. É disso que eu
gosto: gerar empregos
Luiza Trajano,
presidente da rede Magazine Luiza
especial
ASSERTTEM
Conseguimos que o Congresso Nacional compreendesse
a importância da atividade”, conta Amâncio Barker, expresidente da Asserttem.
Por uma unidade maior e para combater a falsa imagem
de “precarizadora” do trabalho atribuída à atividade, a
Asserttem apoiou a fundação da Associação Brasileira das
Empresas de Prestação de Serviços a Terceiros (Aprest),
com a qual manteve um quadro associativo comum por
uma década.
Logo após essa primeira vitória na Constituinte os
empresários da Terceirização foram novamente desafiados.
Dessa vez, precisariam unir esforços para impedir a aprovação
de projeto de lei do deputado Augusto Carvalho, com longa
trajetória no Sindicato dos Bancários, proibindo a atividade.
Mais uma vez a batalha foi vencida.
OS ANOS 90: MAIS UM “T”
PARA A ASSERTTEM
Ao longo dos anos diversas ações foram empreendidas em
prol da difusão da prática da Terceirização. Em abril de 1992,
ocorreu o I Congresso Brasileiro, denominado “Terceirização
Rumo ao Futuro”.
No ano de 1993, após uma série de workshops sobre Ter­
ceirização e Trabalho Temporário, o Sindeprestem, cons­
tituído dois anos antes, produziu a primeira “Cartilha sobre
Terceirização”, com perguntas e respostas sobre o setor.
Um ano depois, em 1994, o Enunciado 331 do Tribunal
Superior do Trabalho é publicado graças ao apoio de Almir
Pazzianotto, ministro do Trabalho na ocasião, e aos esforços
dos associados e de várias outras entidades. Marco histórico
Conquistas de quatro décadas
Muitas foram as dificuldades. Não foram pequenas as lutas em defesa da categoria,
desenvolvidas sempre dentro do que as circunstâncias permitiam. Passados 40 anos de
sua fundação, a Asserttem pode ostentar o título de ter sido – e assim continuar – a maior
batalhadora para a valorização do Trabalho Temporário. Os caminhos e conquistas são
lembrados pelos ex-presidentes da entidade
JAN WIEGERINCK
FUNDADOR DA ASSERTTEM
“A Asserttem sempre foi muito consciente de sua
responsabilidade social. Não conseguiu fazer tudo o que
queria, mas realizou tudo o que podia de acordo com as
circunstâncias”
PRESSTEM
AMÂNCIO BARKER
20
PRESIDENTE DA ASSERTTEM (1976-1978)
“Durante a Assembleia Constituinte, em 1988, houve um
movimento pela proibição da Terceirização. Algo tão absurdo
quanto proibir a lei de oferta e procura. Na época, com o apoio
do relator da matéria na Comissão de Constituição e Justiça,
deputado Michel Temer, a situação foi revertida e obtivemos
mais uma vitória para o setor”
José CARLOS BONFIGLIOLI
PRESIDENTE DA ASSERTTEM (1991-1993)
“A fundação da Asserttem foi o primeiro passo para a inserção
da categoria empresarial na organização sindical.
Daqui em diante devemos conservá-la, pelo carinho
e por tudo o que ela representou para a categoria”
LUIZ PIMENTA DE CASTRO
PRESIDENTE DA ASSERTTEM (1994-1996)
“Minha gestão foi marcada pela transição. A
Asserttem adquiriu caráter nacional, visibilidade
e mais representatividade junto aos Três Poderes,
em Brasília. Foram anos de muita conquista, todos
estavam empenhados pelo setor”
ERMÍNIO ALVES DE LIMA NETO
PRESIDENTE DA ASSERTTEM (1997-1999)
“A valorização do associado foi uma das prioridades
da minha gestão, principalmente em reconhecimento
à consciência institucional que existia naquela época.
Participar da Asserttem significava contribuir para a
defesa do próprio setor de atuação”
// A Terceirização é instrumento
nas relações trabalhistas do Brasil, pela primeira vez a Ter­
ceirização foi legalmente reconhecida como um novo e
promissor com­ponente da cadeia produtiva.
Embora desatualizada com as evoluções do mercado,
a edição da Súmula 331 foi determinante para o de­
senvolvimento da Terceirização no país. Hoje, é sinônimo de
especialização de serviços.
Ao mesmo tempo em que o objetivo da então Assertem era a
defesa do Trabalho Temporário, o da Aprest era a Terceirização.
No entanto, não fazia mais sentido dividir em duas categorias
um segmento que aos poucos se aglutinava.
Jan Wiegerinck relembra que, em certo momento da história,
e após muito diálogo, chegou-se à conclusão de que seria melhor
unir as duas associações. “Muitas das empresas atuavam nos
dois mercados e nós achamos melhor nos juntarmos para
termos mais força de argumentação, maior apoio”, recorda.
importante para adaptação
das indústrias às demandas
do mercado, porque permite a
especialização da produção, a
racionalização dos custos e o aumento da
produtividade
Armando Monteiro Neto,
deputado federal e presidente da
Confederação Nacional da Indústria
//Se a legislação não
acompanhar as mudanças, sua
falta pode ser um empecilho para
a Terceirização
José Roberto de Melo,
superintendente Regional do Trabalho
e Emprego no Estado de São Paulo
//Procurar empresas especiali­
PRESIDENTE DA ASSERTTEM (2000-2002)
“A visibilidade que a Asserttem tem hoje na mídia nacional é
resultado do trabalho iniciado nos primeiros meses de 2000,
quando a divulgação de números sazonais e do setor, além de
fatos relevantes sobre a atividade, foram incorporados ao dia a
dia da entidade. Durante essa gestão, o Trabalho Temporário
na cidade de São Paulo teve o Imposto sobre Serviços (ISS)
reduzido e houve consolidação do relacionamento político com
o Ministério do Trabalho”
NECÉSIO TAVARES NETO
PRESIDENTE DA ASSERTTEM (2003-2004)
“Não tenho nenhuma dúvida sobre o valor e o significado da
Asserttem. Ela foi pioneira do Trabalho Temporário no Brasil e
responsável pelas maiores conquistas do setor”
João Doria Jr.,
empresário
//A mão de obra, em um
programa de Terceirização, é
essencial para o sucesso
Lívio Giosa,
presidente do Centro Nacional
de Modernização Empresarial (Cenam)
VANDER MORALES
21
PRESIDENTE DA ASSERTTEM (2009-2011)
“O desenvolvimento do Trabalho Temporário no Brasil está
estritamente relacionado à fundação da Asserttem, pois através
da atuação de um grupo de empresários podemos ter hoje uma
legislação específica para a atividade. A evolução do mercado
foi acompanhada de perto pela Associação, que continua a não
poupar esforços para qualificar o empresariado e ser fonte de
informação para o mercado e para a imprensa de todo o país”
PRESSTEM
EDISON BELINI
zadas é a forma de otimizar
resultados e tempo de nossa
equipe. Buscamos a melhor
combinação de talentos.
Funciona muito bem”.
// O serviço terceirizado traz
qualidade, redução de custo e
rápida incorporação tecnológica
Emerson Casali,
gerente executivo de Relações do Trabalho e Desenvolvimento
Associativo da Confederação Nacional da Indústria (CNI)
especial
ASSERTTEM
Participação em congressos internacionais, iniciativa constante da Entidade
PRESSTEM
Em 1997, com a fusão entre as duas entidades surge a
Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis
e de Trabalho Temporário, que incorporou à sua sigla mais uma
letra T para representar a Terceirização.
A presidência da Asserttem logo após a fusão foi ocupada
por Ermínio Alves de Lima Neto, que acumulava experiência
na então chamada intermediação de mão de obra, conhecida
hoje mais apropriadamente como Prestação de Serviços
Especializados.
A Portaria nº 1, de 2 de julho de 1997, foi, de acordo com os
empresários que vivenciaram as lutas dessa época, a segunda
conquista mais importante para o Trabalho Temporário, atrás
apenas da Lei 6.019/74. Augusto Anastasia, na ocasião secretário
executivo do Ministério do Trabalho, é lembrado como crucial
para que o pleito do setor tivesse êxito.
Além de apoiar a aprovação da Portaria nº 1, pela qual foi
estabelecida pela primeira vez a prorrogação dos contratos de
Trabalho Temporário de três para seis meses sem nenhuma
burocracia, Anastasia foi responsável pelo envio da primeira
versão do Projeto de Lei 4.302/98 ao Congresso Nacional.
22
PARTICIPAÇÃO INTERNACIONAL
Na década de 90 a Asserttem intensificou a participação
de sua diretoria em encontros internacionais representando
o Brasil. Dentre todas, a mais emblemática foi a atuação
dos empresários brasileiros na fundação da Confederación
Latinoamericana de Empresas de Trabajos Temporarios y
Actividades Afines (Clett&A), entidade representativa dos
interesses do setor na América Latina.
A Asserttem colaborou no processo de idealização da
Con­federação desde o início, no encontro que lançou a Carta
de Buenos Aires, até a fundação em 1998. No mesmo ano, o
Brasil sediou o II Congresso Latinoamericano de Empresas de
Trabalho Temporário.
A Entidade esteve presente em vários eventos internacionais
com temáticas de impacto para a atividade. Por exemplo,
dirigentes da Asserttem participaram de três Convenções da
Organização Internacional do Trabalho (OIT): em 1982, 1994
e 1999. Além disso, em 2010, apoiou o Sindeprestem na
realização, no Brasil, do Congresso Internacional das Empresas
de Trabalho e Serviços Terceirizáveis (CIETT).
A ASSERTEM HOJE
De acordo com a 4ª Pesquisa Setorial, cerca de 2,5 milhões
de pessoas são empregadas pelo Trabalho Temporário e pela
Prestação de Serviços Terceirizáveis, por meio das 32 mil
empresas presentes em todo o país. Mais de cem empresas, em
todos os estados, são associadas da Asserttem.
O presidente Vander Morales, também à frente do Sin­
deprestem, reconhece a Asserttem como a instituição que
organizou o Trabalho Temporário no Brasil por meio da
legislação e que participou ativamente para a fundação
do Sindeprestem. Segundo ele, a entidade acompanhou a
evolução do mercado e busca constantemente qualificar e
unificar os empresários do setor em todo o país. “A contribuição
da Asserttem ultrapassa o âmbito associativo empresarial.
Representa um setor que gera milhares de empregos e
constituiu-se como fonte de informação sobre a atividade por
meio da divulgação de pesquisas”, diz. No ano de 2009, as
pesquisas pontuais feitas pelo Instituto de Pesquisa Manager
(Ipema) constataram a contratação de 220.500 temporários,
// Considero a Terceirização e
o Trabalho Temporário soluções
para o desemprego. Este setor
faz o meio de campo, prepara
a jogada e marca o gol, que é a
contratação do funcionário
Arnaldo Faria de Sá,
deputado federal
// Se o objetivo é transferir o
trabalho não vinculado à atividade
fim, não tem cabimento pensar que
o especialista fará a mesma coisa
por preço necessariamente menor
Antonio Wolf,
diretor do CRA-SP
FONTE DE INFORMAÇÃO
A Asserttem é constantemente citada por veículos jor­na­
lísticos de todo o país. Somente no primeiro semestre de 2010, os
números do setor divulgados pela entidade alcançaram a marca
de 3 mil inserções em todo o território nacional. A Entidade é
procurada pelos principais veículos de comunicação do país
como Rede Globo de Televisão, O Estado de S. Paulo, Folha de
S.Paulo, rádio CBN, entre outros.
Jismália de Oliveira Alves, diretora de Comunicação
da Asserttem, atribui a credibilidade da Asserttem e o bom
resultado na mídia a todo o trabalho feito durante os 40 anos.
“É apenas o reflexo de todas as ações empreendidas por aqueles
que se dedicaram ao setor durante todos esses anos”, diz.
O processo de relacionamento com a mídia começou a ser
estruturado nos primeiros meses do ano 2000, sob a gestão de
Edison Belini (2000-2002). A comunicação institucional da
entidade foi reforçada também nesse período com a criação de
uma revista, newsletter eletrônica e site.
// A Terceirização de Serviços
Especializados, bem como a
contratação de Trabalhadores
Temporários, pode ser a resposta
para agregar valor e diferencial
competitivo
Eunice Batista,
diretora de RH da Embraer
// Barrar a Terceirização significa
frear o processo tecnológico e
operacional dos bancos
Magnus Ribas Apostólico,
superintendente de Relações do Trabalho da Federação Brasileira
de Bancos (Febraban)
PRESSTEM
considerando apenas os picos sazonais como Páscoa, Dias das
Mães, férias de julho e Natal. Deste total, 40.830 pessoas foram
efetivadas. A inserção de pessoas no mercado de trabalho, seja
através do primeiro emprego, seja por meio da recolocação, é a
essência da Asserttem. Além disso, nos últimos anos tem dado
seu apoio ao Sindeprestem na luta pela aprovação do Projeto
de Lei 4.302/98, em tramitação no Congresso Nacional.
O Projeto regulamenta a Terceirização e atualiza alguns
preceitos da Lei 6.019/74, como, por exemplo, a alteração do
prazo do contrato temporário para seis meses, com prorrogação
por mais três meses.
23
// Cada vez mais a
especialização vai avançar. Hoje
nenhuma empresa entra no
mercado pronta para dominar
todas as áreas do negócio
Antonio Neto,
presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil
especial
ASSERTTEM
Sem fronteiras
Depoimentos de diretores regionais
revelam crescimento no país
No princípio
a Asserttem era uma entidade
basicamente composta de empresários do estado de São
Paulo. Com a ascensão do setor em todo o país, surgiu a
necessidade de eleger representantes em outras regiões para
ampliar a presença da Associação em território nacional.
Primeiras Diretorias Regionais instituídas, Rio de Janeiro
e Rio Grande do Sul dividem agora a responsabilidade e
o orgulho de poderem transmitir a experiência adquirida
ao longo desses 40 anos aos associados de Minas Gerais,
Paraná e Pernambuco.
PRESSTEM
//Considero a vida associativa de extrema
24
importância para a carreira de todo profissional.
Na Asserttem desde 1997, pude comprovar que
existe um enorme empenho do grupo em trabalhar
e brigar pelos interesses do
segmento. E as conquistas
foram e ainda serão
muitas. Parabéns a
todos aqueles que
dedicaram o seu
tempo para grandes
causas coletivas
Márcia Costantini
diretora regional
Rio de Janeiro
//
Todos nós, associados do Paraná, temos na
Asserttem a certeza de que o segmento está sendo
representado, seja no Ministério do
Trabalho e Emprego, na mídia,
enfim, em todas as esferas
da qual fazemos parte. Tenho
orgulho por juntos fazermos
esta bela história de sucesso
Danilo Padilha
diretor regional Paraná
// Há 40 anos a Asserttem tem
contribuído para o engrandecimento
da atividade no país, principalmente
proporcionando aos jovens
a entrada no mercado de trabalho
Augusto Calado da Costa
diretor regional Pernambuco
// A Terceirização em
si, como um sistema
de aperfeiçoamento
da produção, de maior
rendimento e de qualidade, é
absolutamente válida
//
A Asserttem nacional
legitima o setor de
Terceirização e Trabalho
Temporário no país
e influencia todos os
setores da economia
Vantuil Abdala,
ministro do Tribunal Superior do Trabalho (2008)
// Terceirização e o
Flávio Nascente
dos Santos
diretor de Expansão
Regional
Trabalho Temporário já
fazem parte da nossa
realidade econômica há
muitos anos
Almir Pazzianotto,
ex-ministro do Trabalho
// A Asserttem é fundamental para a
Robert Cabrera
diretor regional Rio Grande do Sul
//
Uma história de 40 anos de realizações e
incursões pelo interesse de nossa categoria tem
pautado as ações da Asserttem, comprovando
que a força da união de
empresários e o trabalho
incansável daqueles
que se dedicam a
nos representar têm
mostrado a importância
de nossa atividade no
cenário nacional
José Carlos Teixeira
diretor regional
Minas Gerais
// Sinto que as coisas
estão mais amadurecidas e
consolidadas, não havendo
mais dúvidas a respeito da
importância e da extrema
necessidade de organização de um
setor que tantos benefícios presta à
economia brasileira
Michel Temer,
presidente da Câmara dos Deputados
// A concorrência estimula
o aperfeiçoamento, levando
à especialização. Sendo
assim, a Terceirização
passa a ser um destino
natural por conta da necessidade
que as empresas têm de aliar
economia, eficiência e qualidade
Marcos Cintra,
economista e secretário
municipal do Trabalho de São Paulo
PRESSTEM
união no setor, que é responsável por
fortalecer e perpetuar nossas empresas
no mercado e dar-lhes argumentos para
enfrentar as dificuldades
25
especial
ASSERTTEM
Gente: a principal motivação
Há quatro décadas Entidade amplia a inserção de pessoas no mercado de trabalho brasileiro. A
seguir, alguns dados e histórias de profissionais que mostram como a Terceirização e o Trabalho
Temporário estão contribuindo para aumentar as chances dos trabalhadores brasileiros
26
o primeiro emprego para jovens e a inserção da mulher e
de profissionais portadores de necessidades especiais no
mercado, sempre motivou as ações da Asserttem ao longo de
seus 40 anos. O combate à informalidade nas contratações é
outra de suas bandeiras.
Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged) divulgados recentemente, o setor
de serviços foi o que mais gerou empregos formais no mês
de julho: 61,6 mil. Nem todos sabem, porém, que muitas
dessas vagas foram abertas nas áreas de Terceirização e de
Trabalho Temporário.
O fato é que as atividades, ao promoverem a inserção
no mercado, agregam eficiência e segurança à vida das
pessoas em seu dia a dia, seja em atividades rotineiras
como transporte de mercadorias e produtos e controle de
acesso a condomínios, seja nas mais especializadas como
gerenciamento de documentos bancários.
A 4ª Pesquisa Setorial Sindeprestem/Asserttem é
outra mostra da relevância que o segmento assume hoje
na geração de empregos: 22,2% dos trabalhadores com
carteira assinada são empregados pelo setor. Além disso,
o levantamento revelou que os contratos temporários,
bastante comuns quando há aumento na demanda ou
necessidade de substituição de mão de obra, são, cada
vez mais, sinônimo de primeiro emprego ou reinserção no
mercado de trabalho.
Foi assim com Sandy de Azevedo, 20 anos. Ela foi
contratada para seu primeiro emprego como atendente em
uma programação especial para o Dia das Bruxas, organizada
por um parque de diversões da capital paulista. Mas, ao
contrário de amedrontar, a data traz boas recordações para
a jovem.
Com disposição e muito trabalho, Sandy foi efetivada.
Recentemente foi promovida. “A experiência tem sido muito
válida, principalmente por ser o meu primeiro emprego.
Aprendi muita coisa”, comemora.
RECOLOCAÇÃO PROFISSIONAL
Aposentada há 11 anos, Neuza Borges Pereira, 62 anos,
orgulha-se por ter conseguido sua reinserção no mercado
de trabalho. “Nunca parei. Tenho saúde e me sinto bem
para isso”, diz. Após deixar o último emprego, Neuza ficou
desempregada por seis meses até ser selecionada para uma
vaga temporária numa gráfica.
Na função de bloquista, ou seja, encarregada de estruturar
em pequenos cadernos as páginas das publicações nas
gráficas, ela foi efetivada há alguns meses e não pretende
parar tão cedo. Quando perguntada por mais quanto tempo
pretende exercer a profissão, ela não hesita. “Por pelo menos
mais uns oito anos!”
Dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)
revelam que, somente no primeiro trimestre de 2010,
32,7 mil pessoas com idade acima de 60 anos foram
reempregadas. Dentro do setor de Trabalho Temporário e
Serviços Terceirizáveis, 14,3% dos contratos são firmados
com trabalhadores desta faixa etária.
A busca da recolocação profissional pode começar
por meio da Terceirização ou do Trabalho Temporário,
//
Sandy:
sem
medo de
aprender
Giovanna Zanaroli
PRESSTEM
A geração de oportunidades de trabalho, como
EMPREGO PARA TODOS
Aos 25 anos de idade, Nicolas Cavalcanti relembra
a importância de sua experiência de trabalho numa das
maiores indústrias de papel e celulose, para a qual foi
contratado por meio de empresa prestadora de serviços
terceirizados. “Mesmo não sendo meu primeiro emprego,
foi o lugar que mais me deu chance de aprender coisas
novas para crescer profissionalmente”, explica.
Inicialmente contratado para atuar na recepção, Nicolas,
que tem malformação congênita nas mãos e nos pés, em
pouco tempo foi promovido a auxiliar administrativo.
Além da boa remuneração, encontrou apoio no ambiente de
trabalho. “A equipe me recebeu muito bem e não enfrentei
nenhum tipo de preconceito”, afirma.
UMA HISTÓRIA DE SUCESSO
Atualmente Cléber Ferreira Dias, 27 anos, está no último
ano da pós-graduação em administração geral. Aos 14 anos,
ele relembra como se deu o primeiro contato com o que anos
aposta
na Terceirização
Cléber:
mais tarde seria sua profissão. “Comecei como mensageiro
numa agência de seleção para vagas de Trabalho Temporário
e Prestação de Serviços Especializados. Fui promovido
depois de alguns anos a assistente de Administração e
Pessoal e permaneci lá por 12 anos”, conta.
Em outubro de 2009, Cléber decidiu trocar o emprego
efetivo como analista de Recursos Humanos por uma vaga
terceirizada em uma das mais prestigiadas empresas de
análise de crédito do país. O reconhecimento não demorou
e a tão sonhada efetivação como analista de Folha de
Pagamentos acabou se concretizando.
O rapaz, que no futuro pretende investir num negócio
próprio, credita a evolução profissional ao empenho que
teve desde quando ainda trabalhava como mensageiro.
“Sem garra, não se obtém o sucesso”, define.
//
Taciana:
comprometimento
garante efetivação
PRESSTEM
modalidade que, cada vez mais, se caracteriza como chance
para o trabalhador mostrar seu potencial, ser avaliado pela
empresa e obter sua efetivação.
A história de Taciana Aparecida Nascimento, 27 anos,
obedeceu esse roteiro. Formada em psicologia, Taciana estava
desempregada havia três meses, quando foi selecionada
para uma vaga de analista de Recursos Humanos numa
universidade de São Paulo.
Durante os seis primeiros meses de contrato a jovem
não poupou esforços para atender às expectativas da
contratante. A recompensa veio com a efetivação. “Acredito
que ter iniciativa, responsabilidade e comprometimento
com a cultura e com os projetos da empresa me ajudaram a
ser efetivada no emprego”, diz.
//
Giovanna Zanaroli
muito
trabalho pela
frente
Neuza:
Giovanna Zanaroli
Giovanna Zanaroli
//
27
DIRETORIAS
REGIONAIS
Nova Diretoria
na região Oeste
Empresas da região no estado de São Paulo
agora têm a representação do Sindicato
Por Danielle Borges
PRESSTEM
Ao dimensionar
28
a presença atual e o po­
tencial do setor de prestação de serviços nos mu­­ni­cípios
que integram a região, a diretoria do Sindeprestem
identificou a necessidade de uma aproximação maior
com as empresas dessas localidades. A iniciativa faz
parte da estratégia de ampliar a atuação do Sindicato
no estado. A nova diretoria regional, que abrange
desde os bairros da Lapa e de Pinheiros, na cidade de
São Paulo, até o município de Vargem Grande Paulista,
tem como titular Reginaldo Julien Ribeiro, nomeado
em julho último.
Bastante familiarizado com as necessidades dos
empresários da zona Oeste de São Paulo, Ribeiro tem
experiência na área de recursos humanos e atualmente
é diretor do Grupo Willisa, uma prestadora de serviços
há 15 anos no mercado, especializada em recrutamento,
seleção e administração de trabalhadores temporários
e terceirizados.
De acordo com a diretora de regionais do Sindicato,
Nilza Tavoloni, esta região metropolitana da cidade
de São Paulo e os municípios vizinhos representam
um grande polo industrial e de serviços, e o diretor
escolhido foi indicado por suas qualificações e com­pro­
metimento com os negócios. “Ribeiro conhece bem o
setor e as implicações desta importante região em que
vamos atuar. Nossa expectativa é realizar um trabalho
conjunto, que valorize a prestação de serviços e
promova a integração entre as empresas do segmento”,
destaca Nilza.
A região Oeste do estado de São Paulo é constituída
por 15 municípios e cerca de 900 prestadoras de serviços.
O novo diretor conta que o plano de ação que vai balizar
as iniciativas de sua gestão está em fase de debates,
mas adianta que a ideia é criar uma aproximação maior
com as empresas da região, ouvindo suas necessidades
e propondo soluções. “Pretendemos mapear áreas de
atuação e eleger representantes setoriais ou municipais,
que serão os elementos de ligação entre os empresários
e o Sindeprestem”, antecipa Ribeiro.
Segundo ele, em Barueri, por exemplo, 118 em­
presas atuam no setor. “Nosso representante setorial
ou municipal, indicado pelos próprios empresários,
pas­saria a ter contato direto com os problemas e
premências da sua área de atuação”, explica. Encontros
periódicos para debater melhorias para a atividade
também estão nos planos da nova diretoria. Os contatos
com a regional podem ser feitos pelo e-mail: diretoria.
[email protected].
Notas e números
ALTO DO TIETÊ
Recentemente, foi realizado na região o 9º Encontro
de RH do Alto Tietê, segundo maior evento do segmento
promovido em São Paulo. Com o tema "Do sonho à
realidade", profissionais das áreas de recursos humanos
e administração de empresas estiveram reunidos, de 21
a 23 de julho, na Universidade de Mogi das Cruzes para
debater as novas técnicas de gerenciamento de pessoal.
Diversas empresas filiadas ao Sindeprestem na
região participaram do Encontro. De acordo com Cláudio
Donizete de Almeida, diretor regional da entidade no
Alto Tietê, eventos deste tipo aproximam profissionais
que atuam no segmento de prestação de serviços dos que
trabalham nas empresas tomadoras. “Trata-se de uma
grande oportunidade comercial para apresentarmos
nossas ideias e conquistar novos clientes, além de nos
atualizarmos sobre as novidades do mercado”, afirma.
O Encontro, organizado pelo Grupo de Recursos
Humanos do Alto Tietê e pelo Grupo de Administradores
AMERICANA
De acordo com a diretora regional de Americana,
Nilza Tavoloni, a recente implantação da nota fiscal
eletrônica, feita em julho e válida a partir de agosto,
está mobilizando os empresários da região. Para ela, o
procedimento proporciona competitividade mais justa
para as empresas. “Esta ferramenta veio para oferecer
equilíbrio em relação ao imposto municipal, pois evita
que cada empresa crie sua própria política fiscal”, avalia
Nilza.
Os empresários da cidade também estão em fase
de adaptação às novas regras para o ponto eletrônico.
“Ficamos satisfeitos com o sucesso do esforço feito pelo
Sindeprestem para alteração da Portaria nº. 1.510”,
comemora. De acordo com a Instrução Normativa nº.
85, as empresas de Trabalho Temporário devem utilizar
o sistema de registro eletrônico de ponto das tomadoras
de serviços.
Além disso, conta a diretora, as empresas da região
estão se adequando ao Programa Jornada Legal, da
Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, que
prevê a erradicação da jornada irregular de 12 horas
diárias e consecutivas.
Contato com a regional pelo e-mail: diretoria.
[email protected]
Empresas de Americana se adaptam às novas normas
PRESSTEM
Nos próximos dois anos, cerca de 100 mil empregos
correm risco de serem extintos no ABC, de acordo com o
sindicato dos metalúrgicos e outras entidades da região.
A previsão se baseia nas possíveis consequências de
portarias do governo federal que permitem a importação
de ferramentas e moldes usados, em especial da China.
“Para evitar que isto se concretize é preciso união e
mobilização das categorias afetadas”, alerta Maria Olinda
Longuini, diretora regional do Sindeprestem no ABC.
Na região, o segmento é o segundo que mais emprega,
com 26 mil postos de trabalho e algumas empresas já
sofreram baixas por conta da oferta do exterior. De
acordo com a diretora regional, o que ocorre hoje com as
importações caracterizam falta de isonomia e competição
desleal. “E isto traz impactos negativos para as empresas
representadas pela entidade, uma vez que, com a
redução de atividade nas empresas locais, diminuem
também as vagas de trabalho disponíveis para o serviço
de recrutamento e seleção”, detalha.
Contato com a regional pelo e-mail: diretoria.reg.
[email protected]
de Pessoal da região, é realizado a cada dois anos. Nesta
edição, recebeu cerca de duas mil pessoas e contou com
o apoio do Sebrae-SP.
Contato com a regional pelo e-mail: diretoria.reg.
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29
Divulgação
ABC
REGIONAIS
Divulgação
DIRETORIAS
BAIXADA SANTISTA
PRESSTEM
Dificilmente a cidade de Santos
deixará de ser uma das sedes da Copa
do Mundo de 2014. A previsão foi
feita por José Benedito Pereira
Fernandes, secretário de Estado
de Esportes, Lazer e Turismo
do município durante a terceira
reunião ordinária da Associação
das Prefeituras das Cidades Es­
tância do Estado de São Paulo
(Aprescesp). Realizado no início
de agosto, o encontro
reu­niu representantes
de 19 cidades. Segundo
Fernandes, Santos reúne
a diversidade de atrativos
turísticos, infraestrutura
e proximidade da capital
paulista, características que ele considera fundamentais
para a cidade ser escolhida com uma das sedes da Copa.
De acordo com Rodrigo Garcia, gerente de eventos
es­portivos da TurSP e integrante do Comitê Executivo
Paulista Copa do Mundo Fifa 2014, as cidades escolhidas
como base para os jogos terão de envolver a iniciativa
privada e a sociedade civil na organização de eventos,
melhorias na infraestrutura e promoção de produtos e
serviços. A escolha das cidades que receberão os jogos
será feita pelas delegações técnicas e divulgada apenas
em 2013, por ocasião da Copa das Confederações.
Para a região, a inclusão de Santos no roteiro de pro­
gramação do mundial significa incremento nos negócios,
principalmente no comércio e nos serviços, segmentos nos
quais a prestação de serviços especializados e a ocupação
de trabalhadores temporários é crescente.
30
CAMPINAS
A cidade, cuja economia é uma das maiores do Estado,
fará parte do trajeto do trem de alta velocidade, de acordo
com o projeto anunciado pelo Ministério dos Transportes
e pela Agência Nacional de Transportes Terrestres. Com
investimento estimado em R$ 33,1 bilhões e leilão marcado
para o dia 16 de dezembro, o trem-bala prevê ligação entre
Rio de Janeiro e São Paulo e, segundo o governo federal,
deve começar a ser construído no final do próximo ano,
com prazo máximo de seis anos para ser finalizado.
Trem-bala
Para o diretor regional de Campinas, Luiz Simões
da Cunha, como o empreendimento terá a participação
do setor privado, “será uma grande oportunidade para
a criação de inúmeras vagas de emprego no município
e cidades vizinhas”, uma vez que a implantação de
projeto deste porte “traz consigo boas perspectivas de
desenvolvimento para as empresas da região”.
O trem de alta velocidade terá, segundo o projeto,
pelo menos oito estações: no centro das cidades do Rio
de Janeiro, de São Paulo e Campinas, nos aeroportos
do Galeão (RJ), de Guarulhos (SP) e Viracopos (SP), na
cidade de Aparecida (SP) e outras duas na região do
Vale do Paraíba, em Barra Mansa (RJ) e São José dos
Campos (SP).
Contato com a regional pelo e-mail: diretoria.reg.
[email protected]
GUARULHOS
O município de Guarulhos registrou o melhor desem­
penho da história na geração de empregos para o primeiro
semestre do ano, desde 1996. Ao todo, foram abertos
12.286 novos postos de trabalho de janeiro a junho de
2010. Os números são do Cadastro Geral de Empregados
e Desempregados (Caged) e se referem ao mercado formal
de trabalho.
A diretora regional Jismália de Oliveira Alves ressalta
que a atividade de prestação de serviços lidera o ranking
dos setores econômicos que mais geraram empregos este
ano. “Desde o início do semestre, foram mais de 4 mil
postos, quase 34% do total”. Em segundo e terceiro lugares
estão a indústria e o comércio com, respectivamente, 33%
e 18%.
De acordo com a diretora, Guarulhos foi a terceira
cidade que mais gerou empregos no Estado de São Paulo
desde o começo de 2010 até agosto, ficando atrás apenas
da capital paulista e de Franca. Na comparação com outros
Até o final de setembro, será implantado em Ribeirão
Pre­to o Sistema Integrado de Licenciamento (SIL), uma
nova ferramenta de legalização de empresas pela
internet. A iniciativa, que faz parte do Programa Estadual
de Desburocratização desenvolvido pela Secretaria do
Emprego e Relações do Trabalho, foi apresentada à prefeita
do município, Dárcy Vera, em agosto último. O objetivo é
facilitar o processo de licenciamento das empresas.
De acordo com o secretário estadual do Emprego e
Relações do Trabalho, Pedro Jehá, o programa já atende
empreendedores de São Caetano do Sul, Mogi das Cruzes,
Limeira, Piracicaba, Santos e São José dos Campos. Em
Ribeirão Preto o serviço será lançado em conjunto com o
Portal Poupatempo do Empreendedor. “O sistema facilita a
vida do empresário, que passa a obter seu alvará e licença
de funcionamento sem burocracia”, afirmou o secretário.
Para 75% das empresas, em função do baixo risco de
suas atividades, o licenciamento será exclusivamente
pela internet. Documentos e vistorias prévias serão
substituídos por declarações utilizando o certificado
digital. Até então, o processo demorava em média 120
dias, segundo estudo do Banco Mundial, e o empresário
tinha de comparecer a todos os órgãos envolvidos no
processo: Centro de Vigilância Sanitária, Companhia
Ambiental do Estado de São Paulo, Corpo de Bombeiros
da Polícia Militar e Prefeitura.
Contato com a regional pelo e-mail: diretoria.reg.
[email protected]
SOROCABA
Uma pesquisa realizada pela diretoria regional do
Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CiespSorocaba) revelou que a região, composta por 47
municípios, fechou o mês de julho com aumento de 850
postos de trabalho no setor industrial, uma variação de
0,85% em relação ao mês anterior.
Os números são do levantamento mensal realizado
pelo Ciesp para monitorar o Nível de Emprego Regional
VALE DO PARAÍBA
O inverno e a concentração de eventos na região
atraíram turistas e profissionais interessados nas diversas
feiras e convenções promovidas no Vale do Paraíba. De
acordo com Sérgio Silas Gallati, diretor regional do
Sindeprestem, nos últimos meses houve um aumento
substancial na geração de empregos, muitos deles no setor
de serviços. “Acredito que o turismo, principalmente o de
negócios, foi o grande responsável pela queda nos níveis
de desemprego.”
Recentemente, por exemplo, foram realizadas a
8ª Feira de Noivas e a 13ª Feira de Tecnologia, além
do famoso Festival de Inverno de Campos do Jordão.
“Eventos como estes movimentam os negócios na região
e, como consequência, contribuem para a criação de
vagas de trabalho em todos os setores da economia”,
afirma o diretor.
Os números chamaram a atenção do secretário das
Relações do Trabalho de São José dos Campos, José Luis
Nunes, que procurou Gallati para discutir estratégias de
qualificação profissional na região, com o objetivo de
ampliar as oportunidades dos trabalhadores nas atividades
de prestação de serviços.
Contato com a regional pelo e-mail: diretoria.reg.
[email protected]
PRESSTEM
RIBEIRÃO PRETO
Industrial (Neri). Nos últimos 12 meses, de acordo com a
pesquisa, o acréscimo foi de 3,44%, o que corresponde a
3,3 mil trabalhadores a mais na região.
O aumento do nível de emprego industrial em Soro­
caba e região foi influenciado pelas variações positivas
dos segmentos de informática, produtos eletrônicos e
ópticos, máquinas e equipamentos, veículos automotores,
autopeças e metalurgia.
Contato com a regional pelo e-mail: diretoria.reg.
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Campos de Jordão
31
Divulgação
municípios brasileiros, Guarulhos ocupa a 13ª posição
entre os que mais empregaram trabalhadores formais no
primeiro semestre, à frente inclusive de capitais como São
Luiz (MA), Natal (RN), Florianópolis (SC), Belém (PA) e
Campo Grande (MS).
Contato com a regional pelo e-mail diretoria.reg.
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CENTRAL SINDICAL DO EMPREENDEDOR
Pesquisa aponta dificuldades de prestadores de serviços diante da
falta de mão de obra qualificada
Preocupados em encontrar e reter bons profissionais, empresários têm apenas um problema
maior que esse: a famigerada carga tributária
Pesquisa nacional realizada em julho pela Cebrasse, por meio do Grupo Ipema, focou o
problema da falta de qualificação profissional que impacta a totalidade das empresas.
O problema cresce aceleradamente nesse mercado. Em março, na avaliação das questões
de ordem interna que afetam o incremento dos negócios, a retenção e a manutenção de mão de
obra qualificada apareciam em último lugar (27%) entre os seis maiores desafios na gestão dos
negócios. Em julho, a questão passa para o segundo lugar (52%), perdendo apenas para a
manutenção de preços competitivos (57%). No quesito influências externas, a escassez de mão de
obra foi apontada por 71% dos pesquisados, tendo sido desbancada somente pela tradicional
campeã: a carga tributária, com 86% das indicações dos empresários.
Paulo Lofreta, presidente da central empresarial, diz que a questão é de maior gravidade
para o setor porque a atividade tem seu maior insumo na mão de obra empregada. “O apagão da
mão de obra afeta de forma preocupante os prestadores, notadamente os de serviços
terceirizados e de mão de obra intensiva, área de atuação de 82% dos entrevistados”. Entre esses
e demais segmentos, a totalidade dos empresários (73%) está convicta de que a indisponibilidade
de trabalhadores bem preparados impacta seus segmentos em maior ou menor intensidade.
Como as empresas têm lidado com o problema? Programas de capacitação são
realizados internamente por 70% das próprias empresas, que buscam minimizar o problema de
escassez de mão de obra bem preparada. Outras ações para o enfrentamento do problema são
buscas de novas fontes de recrutamento (41%), parcerias com fontes externas de capacitação
(39%) ou com sindicatos de trabalhadores (20%).
O que o governo poderia fazer? Para 87% dos empresários, uma boa ajuda oficial seria a
implantação de programas de incentivo fiscal a prestadores que desenvolvam ações internas de
capacitação. A ampliação do número de escolas técnicas seria outra boa alternativa, escolhida
por 55% dos empreendedores.
Mais uma iniciativa governamental bem vinda: o aumento de verbas destinadas ao Fundo
de Amparo ao Trabalhador (FAT), pontuada por um quarto deles. Quase 10% respondem que o
governo deveria também resolver o problema de candidatos que se apresentam para o
preenchimento de vagas, mas não podem ser contratados em razão de restrições cadastrais –
aqueles que têm dívidas não pagas.
PRESSTEM
Cargos de maior indisponibilidade
32
Apenas cerca de 16% dos empresários de vários segmentos não sabem informar quais os
profissionais que mais faltam para o preenchimento de vagas disponíveis em seus segmentos.
Pontuações em torno de 16% são indicadas para os cargos de comprador, vendedor, mecânico e
eletricista; seguidos de média de 14% para supervisor, coordenador, gerente, encarregado e
motorista. Depois, vêm assistentes administrativo e contábil e operadores de máquina (11,4%),
seguidos de engenheiros, técnicos de manutenção, fiscal, inspetor, agentes de limpeza,
faxineiros, limpadores de vidro, porteiros, recepcionistas, (9,1%). Cargos de pedreiro, pintor,
serviços gerais, jardineiro, logística, segurança e vigilante, analista financeiro e funileiro foram
indicados por 6,8% dos empregadores. Várias outras funções pontuam entre 4,5% e 2,3% na
indicação dos pesquisados quanto a dificuldades para encontrar trabalhadores preparados.
Avaliações quantitativas e qualitativas dessa e de outras pesquisas, realizadas bimestralmente pela
Cebrasse para traçar o perfil da prestação de serviços e as condições que envolvem a atuação do setor, estão
disponíveis no www.cebrasse.org.br
Alameda Santos, 880, 9º, cjto. 92 – Cerqueira César, São Paulo/SP – CEP 01418-100
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TENDÊNCIAS E TECNOLOGIA
Por Camila Vasconcellos
Divulgação
// Ponto eletrônico
Empresários devem se preparar para
a obrigatoriedade do Ministério do
Trabalho, adiada para março de 2011
O setor de prestação de serviços terceirizados, bem
como qualquer empresa com mais de dez funcionários
em outros segmentos, se enquadra na obrigatoriedade
da portaria 1.510/09, que estabelece novas regras para o
Registro do Ponto Eletrônico.
A medida exige que as empresas com relógios
de ponto manual e as que já utilizam o sistema de
ponto eletrônico troquem seus equipamentos por
um que emita comprovante de entrada e saída de
funcionários. Mas, desde sua publicação no ano de
2009, empresários e trabalhadores criticam a resolução
do Ministério do Trabalho e Emprego e afirmam que,
além de não haverem equipamentos suficientes no
mercado, a burocracia decorrente da portaria vai gerar
aumento de custos.
Cedendo às pressões, o governo decidiu adiar
para 1º de março de 2011 o prazo para as empresas
se adequarem à nova regulamentação. Segundo o
Ministério, a prorrogação se deu porque, de acordo com
estudo da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT),
poderia haver falta de equipamentos para atender à
nova regulamentação. Isso porque a média mensal de
relógios eletrônicos de ponto produzidos no Brasil
é de 184 mil e a Relação Anual de Índices Sociais
(RAIS) mostra que pelo menos 700 mil empresas no
país já usam sistema de ponto eletrônico e, portanto,
teriam que comprar novos equipamentos.
A boa notícia é que, segundo a Instrução Normativa
nº 85, do Ministério do Trabalho, publicada no Diário
Oficial da União no final de julho, as empresas de
Trabalho Temporário deverão utilizar o Sistema de
Registro Eletrônico de Ponto (SREP) das tomadoras
de serviços. Para a supervisora jurídica da Asserttem
e do Sindeprestem, Joelma de Matos Dantas, a
medida é legal e, também, um alívio econômico
para as empresas. “Todas estavam preocupadas em
como fariam para gerenciar o controle do relógio de
ponto na tomadora e com os gastos para comprar o
aparelho, cujo custo varia de R$ 2.500 a R$ 5.000
para cada tomador de serviço.”
Uma tendência no comércio mundial está
cada vez mais forte na América Latina. As vendas pela
internet devem movimentar quase US$ 70 milhões na
região no ano que vem, de acordo com a empresa de
pesquisas E-Consulting Corp.
O Brasil, que responde por quase metade do mercado
dos países latinoamericanos, tem 70 milhões de pessoas
com acesso à internet. Desses, 20 milhões compram pela
rede. As vendas cresceram 40% somente no primeiro
semestre de 2010 e somaram R$ 6,7 bilhões. A previsão
é que, este ano, o comércio eletrônico ultrapasse os
R$ 14 bilhões. Segundo especialistas, o comércio ele­
trônico vai crescer 40% ao ano até 2015. Com esse
enorme potencial, a cada dia surgem novas ferramentas
para facilitar as transações online.
Entretanto, um estudo realizado pela E-Consulting
entre abril e junho deste ano apontou que os canais
de relacionamento preferidos pelos consumidores
ainda são os que dependem de contato humano. O
levantamento, feito com quase 600 consumidores,
analisou os meios de interação disponibilizados aos
clientes por mais de 80 empresas do varejo, setor
bancário, cartões de crédito, telefonia, indústria, bens
de consumo e setor farmacêutico.
O contato interpessoal em lojas e call centers é o
preferido dos clientes, com 35% e 28% respectivamente,
já que atende a três fatores fundamentais: qualidade das
interações, consistência e personalização do atendimento.
Os websites apareceram em terceiro lugar, com 21% da
preferência. Os consumidores estão sempre em contato para
obter informações sobre promoções e condições comerciais.
Apesar de o país estar cada vez mais inserido no co­
mércio eletrônico, as categorias redes sociais, e-mail e web
chat aparecem com 3% cada uma, somando 9%, e atrás da
categoria correio/catálogo, com 7% da preferência.
Para Daniel Domeneghetti, coordenador da pesquisa,
a expansão do comércio eletrônico no Brasil deve re­
velar mudanças para o próximo ano. “No estudo do
ano que vem, esperamos que as mídias sociais – redes e
comunidades – atinjam percentuais somados de perto de
15% de preferência, uma vez que mais de 80% dos usuários
brasileiros de internet interagem nessas mídias.”
PRESSTEM
// Expansão do e-commerce no Brasil
33
GESTÃO DE
NEGÓCIOS
CARTILHA FAAP:
um instrumento para dar
excelência à administração
Por Camila Vasconcellos
cada vez mais complexo, em que as exigências e normas
se multiplicam a cada dia, muitos empresários do setor de
prestação de serviços temporários e terceirizados, por mais
experientes que sejam, por vezes encontram dificuldade
no momento de compor seus custos e determinar o preço
final do orçamento para o cliente. Com isso, parece quase
impossível ter o controle sobre todos os contratos com as
tomadoras e suas diretorias de recursos humanos.
Além disso, a pressão do cliente por descontos
a cada renovação de contrato e o pregão eletrônico,
utilizado pela administração pública na busca por
preços mais baixos, colocam a atividade em situações
nas quais se tornam necessárias normas mais pre­
cisas de administração, políticas de treinamento e
procedimentos que orientem os gestores quanto aos
riscos de uma Terceirização mal administrada.
Preocupado com esse cenário, o Sindeprestem fir­
mou uma parceria com a JR Faap, uma consultoria sem
fins lucrativos, fundada em 1989 e constituída por
alunos dos diversos cursos de graduação da Fundação
Armando Álvares Penteado (Faap). O resultado da
parceria será uma planilha modelo, em fase de ajustes
finais pela consultoria.
Em breve, a planilha será disponibilizada na internet
para os associados do Sindicato e da Asserttem. “A
Terceirização vem crescendo visivelmente no Brasil e
queremos contribuir para que os resultados da atividade
sejam cada vez melhores”, afirma Flavio Garcia, integrante
do grupo JR Faap.
Para Jismália de Oliveira Alves, diretora de comu­
nicação do Sindeprestem, “os custos têm peso em qualquer
atividade e a iniciativa de criar a planilha modelo visa
contribuir para a melhor gestão dos negócios”. De acordo
com uma pesquisa recente da entidade, 79% das empresas
instaladas no país pretendem continuar terceirizando e o
conhecimento amplo da gestão de seu negócio é primordial
para o empresário obter sucesso.
“Quando terminarem os ajustes finais, empresários
da atividade testarão a planilha e poderão propor as
alterações que considerarem pertinentes. Em seguida,
o Sindicato disponibilizará uma cartilha impressa para
explicar o programa ao associado”, antecipa Jismália.
//
Garcia, da Faap:
cartilha será
ferramenta para
aperfeiçoar gestão
Edevaldo Tadeu
Operando em um ambiente de negócios
FORMAÇÃO E
CURSOS
A qualificação como meta
Em sete anos, sindicato formou perto de 6.500 pessoas
Por Camila Vasconcellos
presenciais a funcionários de empresas associadas ou
filiadas. Segundo Regina de Souza, diretora de Formação
e Eventos, o propósito do Sindicato é contribuir para o
aprimoramento dos profissionais que atuam na prestação
de serviços terceirizados. “Nosso principal objetivo é
aumentar a qualificação dos trabalhadores da atividade
para responder à busca por maior competitividade por
parte de nossos clientes”, explica a diretora.
Desde 2003, ano em que o Sindeprestem começou a
oferecer seus cursos, 6.442 pessoas foram formadas. Em
2010, há uma grade de cerca de 30 cursos, entre os quais
Administração de Pessoal, Auditoria Interna, Avaliação
Psicológica, Cálculos Trabalhistas, Como Conquistar
o Cliente pela Venda, Liderança e Gestão de Pessoas,
Merchandising, Tomada de Decisão, Trabalho Temporário
e Terceirização - Direitos e Deveres, Ponto Eletrônico.
anuncio_webfopag.pdf
1
26/08/10
Todos os cursos são ministrados na sede da
entidade, no centro de São Paulo. As inscrições podem
ser feitas pelo site www.sindeprestem.com.br ou pelo
e-mail [email protected] e os valores são
diferenciados para funcionários de empresas associadas
ou filiadas. O preço é menor para funcionários de
empresas que também sejam universitários.
//
Edevaldo Tadeu
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PRESSTEM
indicadores
DESCRIÇÃO
Contratações de
Temporários
Remuneração
Distribuição por sexo
LAZER E ENTRETENIMENTO
INDÚSTRIA E COMÉRCIO
10.500
4.500
R$ 40 a R$ 130 por dia R$ 580 a R$ 1.200
Masculino: 55%
Masculino: 35%
De 18 a 39 anos: 65%
De 18 a 39 anos: 75%
Acima de 59 anos: 12%
Acima de 59 anos: 3%
Feminino: 45%
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Distribuição por
idade
Feminino: 65%
De 40 a 59 anos: 23%
De 40 a 59 anos: 22%
1º emprego
25%
25%
Efetivação
15%
18%
Férias: descanso para uns, trabalho para outros
Mês de julho garante emprego
temporário para 15 mil
trabalhadores em todo o Brasil
Por Danielle Borges
PRESSTEM
Tradicionalmente, os períodos de férias
38
escolares oferecem boas oportunidades de emprego
tem­­­­porário, principalmente nos segmentos de lazer
e entretenimento. A indústria e o comércio também
abrem vagas, embora em menor escala. O levantamento
do Sindeprestem/Asserttem, encomendado ao Instituto
de Pesquisa Manager (Ipema), revelou que no mês de
julho deste ano foram contratados 15 mil trabalhadores
temporários, 25% a mais em relação ao mesmo período
de 2009.
De acordo com a pesquisa, a maior parte das vagas
foi preenchida em clubes, parques de diversão, hotéis,
pousadas, acampamentos, bares e restaurantes. “Foram
10,5 mil vagas em todo o país no setor de serviços e
mais 4,5 mil na indústria e no comércio”, contabiliza
Jismália de Oliveira Alves, diretora de Comunicação
do Sindicato e da Entidade.
1º EMPREGO E EFETIVAÇÃO
O Trabalho Temporário, além de garantir renda
extra, sempre tem chance de se tornar emprego fixo,
como ocorreu nas férias de julho último. De acordo
com o levantamento do Ipema, 15% dos trabalhadores
temporários contratados no setor de serviços e 18%
na indústria e comércio foram efetivados. Jovens em
situação de primeiro emprego ficaram com 25% do
total de contratos temporários, o que significa 3,4
mil trabalhadores que conseguiram sua vaga inicial
no mercado.
REMUNERAÇÃO
O estudo constatou ainda que, na comparação
com julho do ano passado, a remuneração também
foi maior. No segmento de lazer e entretenimento
a faixa salarial ficou entre R$ 40 e R$ 130 por
dia trabalhado para funções como atendimento,
monitoria, operação de brinquedos, serviços de
quarto e de cozinha. Na indústria e no comércio,
o valor mensal pago foi de R$ 580 a R$ 1.200 para
trabalhadores que ocuparam vagas em promoção,
degustação ou na linha de produção.
Mais carteiras
Divulgação
de trabalho
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No primeiro semestre de 2010, o Ministério do
Trabalho e Emprego emitiu mais de 2,8 milhões de
Carteiras de Trabalho e Previdência Social. O número é
3,6% maior que o registrado no mesmo período em 2009.
São Paulo emitiu pouco menos de 700 mil documentos
de janeiro a junho deste ano e foi o estado com o maior
registro, aumento de 14%.
Em segundo lugar está Minas Gerais, com 254 mil
Carteiras emitidas, seguido do Rio de Janeiro, com 233
mil. O estado que registrou o menor número de emissões
foi Roraima, com 7,8 mil, mesmo assim, o número
representou alta de 10%.
Comércio avança no
primeiro semestre
Dia dos Pais
melhor em 2010
Este ano, as vendas no período que compreende o Dia
dos Pais cresceram 6,9% em todo o Brasil na comparação
com a mesma data em 2009, de acordo com o Indicador
Serasa Experian de Atividade do Comércio.
Para os economistas do instituto, as variáveis que
influenciaram no incremento das vendas neste ano foram,
sobretudo, o crédito mais farto, as promoções do varejo
com prazos mais longos de parcelamento e o frio intenso
em grande parte do país.
Na cidade de São Paulo, na comparação de 2010 ante
2009, houve crescimento de 5,4% nas vendas na semana
da data e de 2,2% no fim de semana. No Dia dos Pais
2009, em relação a 2008, os crescimentos de vendas no
município foram de 1,5% e 2,4%, respectivamente.
PRESSTEM
Vendas do comércio varejista na região metro­
politana de São Paulo registraram aumento de 6,3% no
primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano
passado, segundo pesquisa realizada pela FecomercioSP. Entre os setores que tiveram desempenho positivo
estão o de eletrodomésticos e eletrônicos, com alta
de 17,7%; o de vestuário, tecidos e calçados, com
acréscimo de 11,7%; e o de farmácias e perfumarias,
com 11,2% a mais.
As exceções aos resultados positivos registrados
em todo o varejo ficaram por conta das lojas de
departamentos e das lojas de materiais de construção,
que registraram queda de vendas semestrais em seus
movimentos. De acordo com o levantamento, o nível
de confiança do consumidor permanece por enquanto
elevado, e o desempenho das vendas varejistas em 2010
tende a mostrar resultado positivo em relação ao ano
passado, com taxa de crescimento ao redor de 6%.
39
PARCERIAS
Fotos: Tatiana Yoko
REALIZAÇÕES E
Inclusão de aprendizes
Encontro na sede do Sindeprestem esclarece exigência do Ministério do Trabalho e mostra
que incluir não é o mesmo que simplesmente empregar
PRESSTEM
Por Camila Vasconcellos
40
Em meados de agosto, empresas associadas
ao Sindeprestem se reuniram no auditório do sindicato
para conhecer melhor o Programa FOPAP – Fórum de
Aprendizagem Profissional e se inteirar das exigências
da Lei nº.10.097/2000. A legislação estabelece que
todas as empresas de médio e grande porte estão
obrigadas a contratar adolescentes e jovens entre 14
e 24 anos.
O FOPAP, uma das bandeiras da gestão de José
Roberto de Melo como Superintendente Estadual de
Relações do Trabalho e Emprego em São Paulo, tem
caráter consultivo e foi planejado para ser um espaço
permanente de articulação social e institucional cujo
objetivo é promover o debate sobre a inclusão de
aprendizes no mercado de trabalho.
Como as empresas do segmento econômico repre­
sentadas pelo Sindeprestem têm a obrigatoriedade
dessa contratação, a entidade assumiu o compromisso
de promover o evento e sanar as dúvidas do setor.
Melo explicou o que é necessário para contratar o
aprendiz, respondeu às questões e esclareceu aos
cerca de 50 empresários presentes como serão feitas
as fiscalizações.
Vander Morales, presidente do Sindeprestem e
da Asserttem, considera que a importância dessa lei
para a sociedade é bastante clara, o que inclui o setor
empresarial. “Perto de 90% da criminalidade está con­
centrada em jovens de 16 a 29 anos. Precisamos nos
conscientizar de que só reduziremos este elevadíssimo
percentual quando os empresários assumirem sua
responsabilidade de dar chance de reinserção social a
essas pessoas”, argumentou.
DETERMINAÇÕES LEGAIS
O Programa de Aprendizagem determina que entre
5% e 15% do total de empregados de uma empresa com
mais de sete funcionários sejam aprendizes. A exigência
se aplica somente sobre o quadro de empregados cujas
funções demandem formação profissional nos ofícios
previstos na Classificação Brasileira de Ocupações –
CBO, definido pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Por exemplo, funções gerenciais, de nível superior ou de
nível técnico não estão incluídas na base de cálculo.
O contrato do aprendiz é especial e tem tempo
determinado de, no máximo, dois anos. Os jovens
beneficiários empregados pelas empresas devem
estar matriculados em cursos de aprendizagem de
instituições qualificadoras reconhecidas, como as
escolas do Sistema “S” (SENAI; SENAC; SENAR; SENAT;
SESCOOP), as Escolas Técnicas de Educação, inclusive
as agrotécnicas, e Entidades sem Fins Lucrativos que
tenham por objetivos a assistência ao adolescente
Vander: reinserção social combate criminalidade
e a educação profissional, registradas no Conselho
Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.
Essas escolas são responsáveis pela certificação
do jovem e por ministrar a carga horária estabelecida
no contrato – uma somatória das aulas de conteúdo
teórico da instituição de aprendizagem e das vivências
práticas da função do aprendiz na empresa.
Melo: objetivo é debater inclusão real de aprendizes
Para o Superintendente de Relações de Trabalho,
a inclusão de jovens aprendizes, meta do Programa,
nada tem a ver com a simples inserção. Ele enfatiza
que a inserção é uma obrigação legal. “E inclusão não
é apenas contratar e colocar o jovem em uma função
qualquer, como tirar xerox. Queremos empregá-lo em
uma função que agregue valor à sua vida.”
Conforme a visão de Melo, isto significa “motivá-lo
a participar de palestras sobre drogas, educação social,
educação financeira, meio-ambiente etc. e, assim,
formar um cidadão”. Segundo o Superintendente, o
Brasil possui 200 mil aprendizes contratados, “mas
poderia ter 1,2 milhão”.
De acordo com Morales, muitos empresários
da atividade de prestação de serviços ainda têm
dificuldade em incluir o aprendiz no contrato porque
algumas empresas tomadoras não aceitam esse tipo
de mão de obra. Para Melo, entretanto, trata-se de
uma obrigação legal que as tomadoras não podem
declinar.
PRESSTEM
INCLUSÃO VERSUS INSERÇÃO
41
REalizações E
PARCERIAs
Sindeprestem apoia
Programa Jornada Legal
Compromisso firmado entre o Ministério do Trabalho e Emprego e sindicatos
de prestação de serviços especializados busca garantir o cumprimento das
normas legais quanto à carga horária e ao pagamento de salários variáveis
Por Danielle Borges
PRESSTEM
A parceria proposta pela Superintendência
42
Regional do Trabalho e Emprego é oriunda de um
projeto piloto do Ministério do Trabalho e Emprego
chamado Programa Jornada Legal. A ideia surgiu em
2009, na cidade de São José dos Campos, e agora será
ampliada para todo o estado de São Paulo. O termo de
compromisso firmado com o Sindeprestem em junho,
e que conta com a participação de entidades patronais
e laborais, tem o objetivo de garantir o cumprimento
da legislação com relação à jornada de trabalho e seus
desdobramentos, como escala de revezamento, horas
extras, intervalo para refeição e descanso.
Vander Morales, presidente do Sindeprestem e
da Asserttem, lembra que o Sindicato obteve com o
Ministério compromisso para as prestadoras de serviços
se adequarem às normas a partir de 1° de janeiro de
2011. Novos contratos fechados ainda este ano, porém,
já devem ser firmados de acordo com as normas do
Programa e a recomendação é de explicitá-las nos
contratos coletivos de trabalho. “Ratificamos essa
iniciativa, pois acreditamos que, com mais segurança
no trabalho, a produtividade do empregado tende a
aumentar”, afirma Morales.
De acordo com Edna Camargo, auditora fiscal
federal do Trabalho e responsável pelo Programa, a
ideia é promover a erradicação das escalas e jornadas
irregulares de 12 horas diárias, com o objetivo de
melhorar as condições de trabalho. “Fizemos uma análise
aprofundada e concluímos que essa é uma adequação
necessária, que vai reduzir as irregularidades”, justifica.
Segundo a auditora, embora ilegal, a escala de
12 horas ainda é praticada por muitas empresas,
“afrontando diretamente o artigo 59 da Consolidação
das Leis do Trabalho”. De acordo com a CLT, a jornada
de oito horas diárias poderá ser acrescida de, no
máximo, duas horas extras, totalizando dez horas por
dia de efetivo trabalho. A exceção é para a escala 12
horas trabalhadas por 36 de descanso, única permitida
na legislação.
AMPLO DEBATE
O acordo incluiu os Sindicatos das Empresas de
Asseio e Conservação no Estado de São Paulo e Região
do Grande ABC (Seac-SP e Seac-ABC) e o Sindicato de
Turismo e Hospitalidade de Ribeirão Preto (Sindtur).
Representando os empregados, aderiram o Sindicato
dos Trabalhadores Terceirizados do Estado de São
Paulo (Sindeepres), o Sindicato dos Trabalhadores em
Empresas de Asseio Conservação e Limpeza Urbana de
São Paulo (Siemaco) e a Federação dos Trabalhadores
em Serviços de Asseio e Conservação no Estado de São
Paulo (Femaco).
Antes da assinatura do compromisso, o tema
foi amplamente debatido com os representantes
das categorias patronais e laborais. Edna Camargo
enfatiza que, nesses encontros, os trabalhadores
mostraram preocupações quanto a eventuais quedas
na remuneração, ocasionadas pela supressão de
Divulgação
//
Edna Camargo:
Programa vai reduzir irregularidades
PRESSTEM
horas extras. “Eles entendiam que as horas extras
complementam o salário. Mas procuramos mostrar que
esse recurso pode ser utilizado eventualmente, mas não
como hábito, e que o trabalho especializado deve ter
remuneração compatível”, frisa.
A partir de janeiro do próximo ano começa a
fiscalização que verificará a eliminação das escalas
de trabalho de 12 horas diárias, com exceção das de
12 por 36, e acompanhará o correto pagamento dos
salários variáveis, incluindo horas extras, noturnas
reduzidas, prorrogadas e seus reflexos nos tributos e
impostos. As empresas também devem ficar atentas
para o cumprimento da Súmula 291 do TST, que prevê
os casos de salários variáveis, o cálculo de horas extras
e adicional noturno.
Edna Camargo adiantou que a próxima categoria
a ser incluída no Programa Jornada Legal será a
dos vigilantes. “Como a convenção coletiva já veda
a escala de 12 horas diárias consecutivas nessa ca­
tegoria, achamos que não haverá maior dificuldade
para a adesão ao Programa”, prevê a auditora. Mais
informações podem ser obtidas no departamento
jurídico do Sindeprestem, pelo telefone 0800-7012449
ou pelo e-mail [email protected].
43
Divulgação Abralimp
eventoS
Higicon debate segmento
de limpeza profissional
PRESSTEM
Congresso reúne
44
especialistas para
discutir o futuro da
Terceirização na
atividade
Por Danielle Borges
Realizado em
São Paulo, nos dias 3
e 4 de agosto, o 22º Higicon, evento promovido pela
Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional
(Abralimp), com o apoio institucional do Sindeprestem,
reuniu fornecedores, empresas prestadoras e tomadoras de
serviços com o objetivo de ampliar discussões e a troca de
experiências para elevar a qualificação da atividade.
Durante o congresso foram debatidas ações que visam
atender tomadores de serviços cada vez mais exigentes
por melhor preço e qualidade. Além disso, esses clientes
estão considerando a sustentabilidade ambiental dos
serviços prestados pelas empresas como fator relevante
para a contratação. Para o vereador Gilberto Natalini, esse
aspecto reflete a crescente conscientização da sociedade
para as questões ambientais.
Pedro Luiz Paulucci, sócio da Top Marketing Con­
sultores, apresentou dados de crescimento, “muitas vezes
desordenado do setor”. De acordo com ele, a maior parcela
das empresas tem pouco tempo de atividade. Paulucci
apontou também a falta de mecanismos para controle da
qualidade dos serviços prestados. “Como não há regras
mais claras e rígidas para a entrada nesse mercado,
qualquer pessoa pode abrir uma empresa, mesmo sem
experiência.”
Ainda de acordo com o consultor, as regiões Sul e
Sudeste detêm 80% do potencial de mercado de limpeza
profissional, que fechou o ano de 2009 com faturamento
próximo de US$ 4 bilhões. Para 2010, a expectativa é de
crescimento entre 5,5% e 6%. Paulucci antecipou também
que a tendência é de progressão no crescimento, atribuída
por ele ao desenvolvimento da Terceirização. “Este é um
conceito estratégico que veio para ficar, crucial na acirrada
guerra de preços e necessidade de aumento de produtividade
da mão de obra especializada.”
O presidente do Sindeprestem e da Asserttem, Vander
Morales, levou ao evento uma síntese dos debates realizados
durante o CIETT Brasil 2010, encontro mundial das
empresas de Terceirização e Trabalho Temporário, ocorrido
em maio e que reuniu representantes de mais 20 países.
Em sua palestra Morales lembrou que a avaliação da
imensa maioria dos participantes do CIETT é a de que a
prestação de serviços terceirizados consolida-se como forte
tendência nas estratégias empresariais, além de contribuir
para geração de empregos no mundo. Isto significa, alertou,
“que o empresário do setor terá de se especializar cada
vez mais e buscar seu nicho de mercado”. A atividade, ao
lado do Trabalho Temporário, emprega cerca de 10 milhões
de pessoas no mundo. “Somente durante a Copa do Mundo
PRESSTEM
RETROSPECTIVA CIETT
“Todos já sabem que podem, e devem, contribuir para a
melhoria do meio ambiente. Há várias iniciativas de políticas
públicas neste sentido. E quem na iniciativa privada não
se adaptar poderá ficar de fora do mercado”, argumentou.
Como exemplo, citou o projeto para utilização de água de
reúso na limpeza das ruas ao invés de água potável.
Ricardo Costa Garcia, presidente da Federação Nacio­nal
das Empresas de Serviços e Limpeza Ambiental (Febrac), fez
uma retrospectiva sobre a atividade de asseio e conservação.
“O mercado de limpeza profissional é relativamente novo:
começou na década de 70 utilizando a ideia de Terceirização
como conceito gerencial e estratégico.” Atualmente, segundo
ele, o setor emprega 600 mil trabalhadores e reúne 13,6 mil
empresas entre limpadoras, distribuidoras, fabricantes e
importadores de insumos.
45
eventoS
O segmento de limpeza é um dos que mais se ressente
com a carência de capacitação, seguido de atividades de
linha de produção, telemarketing e vendas. Também de
acordo com a pesquisa, há déficit de trabalhadores no setor
têxtil, automobilístico, moveleiro, naval, petroleiro e de
tecnologia da informação.
Neste cenário, Belini aponta a retenção de talentos como
grande desafio do empresário de recursos humanos. “Ocorre
que, muitas vezes, o gestor é obrigado a utilizar práticas
nem sempre eficientes e muitas vezes prejudiciais para o
negócio, como aumento da remuneração, bônus e planos de
incentivo. São recursos que podem solucionar dificuldades
de curto e médio prazo. Mas a questão é muito mais ampla,
uma vez que, em sua essência, está a própria precariedade
educacional do país”, finalizou.
Divulgação Abralimp
na África do Sul foram contratados 200 mil temporários”,
lembrou o dirigente empresarial.
Morales também relatou o panorama econômico de
alguns países integrantes da Confederação que representa o
setor internacionalmente: China e Coréia registraram cres­­
cimento de 10% no último ano, enquanto Portugal apre­
sentou queda de 25% devido à crise mundial. Bulgária,
Holanda e França têm previsão de crescimento de 15%
em 2010. O Brasil foi destaque, com a melhor recuperação
frente à crise dentre os países citados.
”Apesar disso, o Brasil ainda está em 56º no ranking de
competitividade global, resultado dos conhecidos gargalos
que afetam o país e, em particular, o desenvolvimento da
Terceirização”, registrou Morales, lembrando como fatores
restritivos “a excessiva burocracia, infraestrutura precária,
legislação trabalhista ultrapassada, alta carga tributária,
além do risco de falta de mão de obra qualificada”.
O presidente do Sindeprestem lembrou ainda que,
durante os debates no CIETT, especialistas em recursos
humanos, profissionais de gestão, representantes de orga­
nizações empresariais e de trabalhadores chegaram a alguns
consensos em pontos antes controversos. Entre eles, citou a
importância de regulamentação para a Terceirização no Brasil,
o combate às cooperativas ilegais de trabalho, a consolidação
do conceito de serviços especializados e o investimento em
programas de capacitação de mão de obra.
PRESSTEM
QUALIFICAÇÃO DA MÃO DE OBRA
46
Com o tema “Onde está a mão de obra?”, Edison
Belini, consultor de Marketing do Sindeprestem, detalhou
levantamento encomendado pela Central Brasileira do Setor
de Serviços (Cebrasse) ao Instituto de Pesquisa Manager
(Ipema) sobre qualificação profissional no país. Para o
consultor, a falta de mão de obra qualificada nos diversos
setores da economia é consequência do crescimento
econômico. “Embora a disponibilidade de trabalhadores
e sua adequada capacitação são problemas previstos há
algum tempo, temos de rapidamente dar respostas para
essas questões”, afirmou.
Belini analisou o impacto desses indicadores na
empregabilidade dos trabalhadores. “No ano passado, 1,7
milhão de vagas oferecidas em setores como construção civil,
metalurgia, transportes e serviços a empresas deixaram de
ser preenchidas por falta de qualificação do trabalhador.”
A crise, ressaltou, afeta até hospitais de comprovada
excelência. “De acordo com o Instituto do Coração, dos 120
mil enfartes anuais, apenas 26% dessas ocorrências são
atendidas de forma adequada”, exemplificou.
Vander: Brasil
superou crise,
mas precisa
vencer gargalos
Divulgação
Cidade de Barranquilla
Colômbia sedia congresso
latinoamericano do setor
Por Camila Vasconcellos
Durante os dias 23 e 24 de setembro, o Hotel
El Prado, na cidade de Barranquilla, localizada ao norte
da Colômbia, a 700 km de Bogotá, será sede do 11º
Congresso de Serviços Temporários e do 9º Congresso
Latinoamericano de Empresas de Serviços Temporários.
Promovido pe­la Associação Colombiana de Empresas de
Emprego Tem­porário (Acoset), o evento detalhará aos
empresários da atividade o amadurecimento do setor e as
novidades que os profissionais de recursos humanos têm
aplicado ao trabalho flexível.
Vander Morales, presidente do Sindeprestem e da
Asserttem, lembra que “o evento da Colômbia tem crescido
a cada edição, com a preocupação de abranger as questões do
PRESSTEM
Evento reúne
especialistas para
discutir novidades
na gestão do
trabalho flexível
47
Divulgação
eventoS
PRESSTEM
Hotel El Prado, sede do evento promovido pela Acoset
48
trabalho flexível em toda América Latina. E a presença
do Brasil é fundamental porque somos referência como
liderança setorial na região”.
Vander levará ao painel Para onde vai o Trabalho
Temporário e a Terceirização na América Latina, que
acontece no primeiro dia do evento, uma síntese
dos debates realizados durante o CIETT Brasil 2010,
encontro mundial das empresas de Terceirização e
Trabalho Temporário, ocorrido em maio, em São Paulo,
e que reuniu representantes de mais 20 países.
“É importante enfatizar que a prestação de serviços
terceirizados tem se consolidado com forte tendência
nas estratégias empresariais, além de contribuir
maciçamente para geração de empregos no mundo.
Isto significa que o empresário do setor terá de se
especializar cada vez mais e buscar seu nicho de
mercado”, prevê, destacando que a atividade, ao lado
do Trabalho Temporário, emprega mais de 10 milhões
de pessoas no mundo.
“O painel será muito importante, já que também
conta com a presença de representantes que entendem
a legislação e as dificuldades da nossa região”, completa
Morales, referindo-se aos países membros da Clett&A
(Confederação Latinoamericana das Empresas de
Trabalho Temporário e Terceirização) que participarão
do debate.
No segundo dia do evento, o painel Como ser
eficiente na comercialização de serviços temporários
e terceirizáveis também contará com a participação
de membros da Clett&A e do consultor de Marketing
e Comunicação do Sindeprestem, Edison Belini.
“Acredito que o encontro seja uma real oportunidade
de intercâmbio de informações e servirá também
para mostrar as metodologias utilizadas no Brasil na
comercialização de serviços”, afirma.
Segundo o consultor, há uma expectativa por parte
dos empresários brasileiros que estarão no evento
em interagir com empresários latinoamericanos e
fomentar discussões a respeito de mercados, aspectos
legais e outras questões atuais da atividade. “Também
queremos recolher as tendências e técnicas utilizadas
pelos colombianos, já que integram o segundo maior
mercado do nosso segmento na América Latina”,
antecipa Belini.
APOIO GOVERNAMENTAL
De acordo com Vander Morales, palestrante do
Congresso também em 2009, a Colômbia já alcançou
o patamar de modelo de conscientização empresarial
em relação ao Trabalho Temporário e à Terceirização.
Houve época, diz ele, que as empresas colombianas de
emprego temporário eram vistas como precarizadoras
de mão de obra.
“Hoje, graças a ações de intensificação da comu­
nicação, mobilização dos empresários e realização de
pesquisas, a situação foi revertida e o governo valoriza
e incentiva a atividade como empregadora de mão de
obra formal e criadora de oportunidades para os jovens
no mercado de trabalho”, relata.
Quanto à Terceirização, a Colômbia também pode
ser considerada como exemplo, pois a prestação de
serviços especializados já está consolidada naquele
país. “O Brasil pode alcançar, talvez num espaço de
tempo maior, o mesmo resultado”, acredita Vander,
lembrando que nas empresas colombianas não mais se
discute o que é atividade meio e fim. “A relação é mais
simples: quem tem especialização vende para quem
quer comprar”, conclui.
No site do Sindeprestem, www.sindeprestem.com.
br, é possível obter a programação do evento e outras
informações como onde se hospedar na cidade de
Barranquilla.
eleições 2010 Por Gaudêncio Torquato
O que
somos,
para onde
vamos?
Questões
recorrentes que frequentam as con­
versas: o que vai acontecer com o Brasil no ciclo pós-Lula?
Haverá perigo de retrocesso? Façamos breve reflexão. Em
primeiro lugar, é oportuno lembrar que o Brasil ocupa um
lugar privilegiado na moldura contemporânea. Integra o
famoso grupo dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China),
mas porta uma condição que o difere de seus parceiros.
Sua democracia está consolidada. Possui um Estado
de Direito que se ampara na defesa da cidadania e na
promoção da liberdade e dos direitos individuais e sociais.
A par de seu ideário libertário, nosso país conseguiu, nos
últimos anos, livrar-se de amarras que o colocavam em
segundo plano na moldura contemporânea. De devedor
do FMI, passou a ser credor, com cerca de US$ 14 bilhões
emprestados ao Fundo e direcionados à ajuda dos países
pobres. Passamos, ainda, ao largo da crise internacional,
graças a uma política de incentivo ao consumo. Os
eixos macroeconômicos implantados na era FHC foram
preservados e consolidados. E as políticas sociais, cujas
sementes também foram plantadas no passado recente,
foram ampliadas, a ponto de contribuir para um dos
ciclos mais positivos na frente da dinâmica social.
Resultante dessa engrenagem econômico-social foi
a inserção de 25 milhões de brasileiros no mercado de
consumo, elevando as classes médias (alta, média e
baixa) ao pódio mais alto das classes sociais no Brasil,
além da transferência de milhões de brasileiros carentes
da classe E para a classe D. A dinâmica social no país
alcançou intensidade nunca vista. Costumo dizer que o
clima ambiental de uma nação é medido pelo Produto
Nacional Bruto da Felicidade (PNBF), amálgama de
situações positivas, que incluem dinheiro no bolso,
estômagos satisfeitos, geladeira cheia, enfim, certo
conforto social. Essa é a radiografia que se pode fazer do
país neste momento em que se desenvolve o processo
eleitoral, ao qual se habilitam cerca de 20 mil candidatos,
dentre os quais serão eleitos o presidente e o vicepresidente da República, os 26 governadores de Estado
e mais 1 para o Distrito Federal, 54 dos 81 senadores,
513 deputados federais e 1.057 deputados estaduais.
Portanto, sob o desenho acima, pode-se inferir vigorosa
vitória do sistema governista, apontando-se a candidata
do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como a favorita
para o sufrágio de 3 de outubro próximo.
Esta moldura permite inferir que, seja qual for o
vitorioso, não há possibilidade de o país retroceder, seja
PRESSTEM
Gaudêncio Torquato, jornalista, é
professor titular da USP e consultor
político e de comunicação
49
PRESSTEM
StockXpert
eleições 2010 Por Gaudêncio Torquato
50
na via macroeconômica, seja nos caminhos da política,
seja mesmo na vertente dos direitos humanos e das
liberdades. Teme-se, por exemplo, uma guinada do país
para a esquerda, a partir de uma leitura do passado
da candidata Dilma Rousseff. Cada tempo comporta
personagens e eventos. Não tem fundamento a hipótese
de trazer o passado para o futuro. O Brasil, reafirmo, é
uma democracia em processo intenso de consolidação.
Nesse sentido, os espaços do radicalismo se estreitam, não
havendo ambiente para o desenvolvimento de ideologias
que possam comprometer os valores democráticos.
Não se deve, portanto, temer retrocesso. Nos sistemas
democráticos, mesmo em democracias mais jovens
como a brasileira, é inviável se imaginar a implantação
de programas capazes de gerar profunda fissura no
tecido social. Ademais, nossa democracia representativa
– ancorada em muitos partidos políticos e atores que
frequentam todos os espaços do arco ideológico – impõe
uma governabilidade ajustada a ideários, interesses e
visões plurais da sociedade.
Lembremos a própria figura de Lula, que alcança
o índice de 80% de aprovação popular. O carisma que
irradia seu perfil não foi suficiente para torná-lo mandachuva absoluto. Lula amoldou-se às circunstâncias.
Amalgamou posições, flexibilizou visões, amaciou
núcleos radicais do PT, atraiu bases partidárias, abriu
fronteiras na frente política, fortalecendo condições
para chegar ao final de mandato com forte respaldo.
Mesmo com esse estofo, não conseguiu ganhar todas
as batalhas. Algumas derrotas ele teve de engolir, a
exemplo deste último episódio, o aumento de 7,7%
para os aposentados. Imprimiu ritmo e estilo, ancorado
no carisma e no alto prestígio junto às massas, dobrou-
se às circunstâncias da política,
sobretudo à índole fisiológica que
retrata a identidade do conjunto
partidário. Às características
en­dógenas de nossa cultura,
soma-se a moldura exógena, em
que se distinguem os atributos da
internacionalidade, como a imbricação das
fronteiras entre países, a integração de economias,
a defesa das liberdades e dos direitos humanos e os
compromissos estreitos assumidos pelas nações.
Além disso, contamos com uma poderosa tuba
midiática, que faz ressoar o clamor social, a denúncia,
a crítica, aponta erros e indica direções a seguir.
Os meios de formação de opinião poderiam apitar
impedimento e criar barreiras na opinião pública, ante
eventos que possam contrariar a índole democrática
de nosso povo. Ao PT, por seu lado, interessa estender
o projeto de poder que lidera, meta inviável sem o
concurso de vastos apoios, a partir do PMDB, o maior
partido. Por isso mesmo, a alternativa que lhe resta é
consolidar parcerias e administrar nichos insatisfeitos
que manobram para fazer valer seus pontos de vista.
Essa engenharia de acomodação de camadas, pressões
e interesses, será a marca do amanhã. É evidente
que as reformas fundamentais – política, tributária,
previdenciária e trabalhista – frequentarão as agendas
do Executivo e do Legislativo. O governo contará
com uma base parlamentar que poderá chegar a 380
deputados e com a maioria dos senadores. Lula já se
comprometeu a incentivar a reforma política, e a própria
candidata Dilma prometeu fazer a reforma tributária,
além do compromisso público de desonerar a produção.
Portanto, há indicações auspiciosas sobre o futuro
imediato. No campo da reforma trabalhista, é possível
prever a continuidade de amarras, a partir do território
das relações do trabalho, que continuará sob o domínio
das Centrais Sindicais. Mas avanços certamente serão
conseguidos, como, por exemplo, a regulamentação
da Terceirização, compromisso de algumas lideranças
ainda para este ano.
Quanto aos potenciais, podemos vislumbrar hori­
zontes amplos, a partir da exploração do pré-sal e do
fortalecimento do etanol, o combustível do futuro.
Não há, portanto, motivos para assombros. Nosso país
continental tem amplas possibilidades de subir ao
palanque das potências mundiais. O sonho de poder vir
a ser a quinta ou quarta potência poderá ser alcançado
em 15 ou 20 anos.
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51
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