edição presstem 38
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PRESSTEM prestaÇÃO DE SERVIÇOS especializados ano XII setembro 2010 nº38 QUEM SABE FAZ BEM FEITO Eunice Batista, diretora de RH da Embraer, enfatiza a relevância do planejamento nas empresas e detalha como a Terceirização contribui para a estratégia das organizações IAL C PE ES M TE T R SE S A 40 ANOS DE TRABALHO NOSSA GENTE FAZENDO A DIFERENÇA RELAÇÕES DE TRABALHO Considerado um dos principais especialistas internacionais nas questões de trabalho, o sociólogo José Pastore aborda em entrevista temas como os reflexos da evolução dos processos produtivos no emprego, impactos da precária educação na empregabilidade dos trabalhadores e a contribuição do Trabalho Temporário e da Prestação de Serviços Especializados na abertura de vagas no mercado brasileiro PRESSTEM ÍNDICE Edição 38 16 Capa ASSERTTEM 40 ANOS – EDIÇÃO ESPECIAL RELAÇÕES DE TRABALHO Selo comemorativo 40 Entrevista com o professor José Pastore, especialista nas questões de trabalho, empregabilidade e suas implicações no desenvolvimento das cadeias produtivas >> pág. 08 QUEM SABE FAZ BEM FEITO Eunice Batista, diretora de RH da Embraer, aponta como a Terceirização bem planejada pode resultar em parcerias duradouras entre as empresas >> pág.12 05 CA R TA DO PRE S IDE NTE Tatiana Yoko Realizações e parcerias 34 GE S TÃO DE NE GÓCIOS Vander Morales 44 Eventos 28 D I R ETORIAS R E G I ONAIS 36 FORMAÇÃO E CU RS OS 32 C E B RASS E NE W S 38 INDICADORE S 33 T E N DÊ NCIAS E T ECNOLOGIA 49 eleições 2010 Na posse, defesa do setor Caroa Associado, Filiado e Sindicalizado ao Sindeprestem, atualize seus dados cadastrais. Recorte na linha pontilhada e envie por fax (11) 3215-8277 ou e-mail para [email protected] Razão Social: CNPJ: Cidade: UF: Tel./Fax: e-mail (1): Site: e-mail (1): CEP: PRESSTEM End.: 3 Capital Social: Responsáveis e Sócios: Nome: Cargo: e-mail: Nome: Cargo: e-mail: 1. Sócio-diretor: e-mail: 2. Sócio-diretor: e-mail: expediente Produção Editorial GT Marketing e Comunicação Tel.: (11) 5053-6100 [email protected] Editor Responsável Gaudêncio Torquato – MTb. 8.387 SP Assessoria de Marketing Erika Barros [email protected] Repórteres Camila Vasconcellos Danielle Borges – MTb. 46.993 SP Giovanna Zanaroli – MTb. 47.378 SP Produção Gráfica L2 Propaganda Tel./Fax: (11) 3816-3251 www.l2propaganda.com.br Direção de Arte Thais Moro Assistentes de Arte Bruno Moreira Gabriela Maciel Rodrigo Soares Impressão Sindicato das Empresas de Prestação de Serviços a Terceiros, Colocação e Administração de Mão de Obra e de Trabalho Temporário no Estado de São Paulo Av. São Luís, 258 – 18° andar CEP: 01046-915 – São Paulo – SP Tel.: (11) 3215-8250 Fax: (11) 3215-8277 Assessoria Jurídica: 0800-701 2449 www.sindeprestem.com.br – e-mail: [email protected] Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário Av. 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Russomano Veiga – Ribeirão Preto Jismália de Oliveira Alves – Guarulhos José Renato Quaresma – Baixada Santista Luiz Simões da Cunha – Campinas Maria Olinda Maran Longuini – ABC Sérgio Silas Gallati – Vale do Paraíba Walter Rosa Junior – Sorocaba Cláudio D. de Almeida – Alto Tietê Reginaldo Julien Ribeiro – Região Oeste DIRETORIA REGIONAL Márcia Costantini – Rio de Janeiro José Carlos Teixeira – Minas Gerais Danilo Padilha – Paraná Jismália de Oliveira Alves – Guarulhos Sérgio Silas Gallati – Vale do Paraíba Augusto Calado da Costa – Nordeste Robert Cabrera – Rio Grande do Sul Conselho Consultivo Paulo Magalhães – Presidente José Antônio Gregório Sílvio Roberto Alaimo Martins Maviael Vicente de Moura Júnior Johannes Antonius Maria Wiegerinck Evando Freitas de Sousa Maurice Braunstein – Suplente CONSELHO DELIBERATIVO Silvio Roberto Alaimo Martins – Presidente Edson Ferreira Elza Angelina Crivelaro Evando Freitas de Sousa Marcelo Augusto Scalabrin Conselho Fiscal Eunice da Silva Gomes Cunha – Presidente José Viana Lima Sezi Inoue Edmilson Luiz Formentini Jackson Tadeu Ninno Soares – Suplente Marcos Fernando Franco Teixeira – Suplente PRESSTEM Duograf Tel.: (11) 3933-9100 4www.duograf.com.br Nossas entidades são filiadas à CONSELHO FISCAL Eunice da Silva Gomes Cunha – Presidente Ana Maria da Silva José Viana Lima Suélia Luz de Oliveira VanderJan Morales, presidente do Sindeprestem e da Asserttem CARTA DO PRESIDENTE EM FOCO Wiegerinck, Presidente do Sindeprestem Esta edição especial da Presstem lembra a história do Trabalho Temporário e da Prestação de Serviços Terceirizados no Brasil. É uma história de luta árdua, que começou há 40 anos, quando um grupo de empresários, precursores de uma visão modernizadora das relações de trabalho, se reuniu para iniciar a construção do que hoje é a Asserttem. Devemos a esses pioneiros todas as nossas home nagens. Mais do que isto, porém, devemos ratificar um compromisso: levar adiante a bandeira que os precursores já vislumbraram há quatro décadas. Desde aquela época, os pioneiros da Asserttem, e, posteriormente, do Sindeprestem – hoje maduro, nos seus 18 anos de existência –, compreendiam que nossa atividade é estratégica para as empresas e para a economia contemporâneas. Demonstrar esse conceito para a sociedade, sobre tudo no Brasil, não foi tarefa fácil. Nossa história é repleta de incompreensões, infundadas mistificações, antagonismos gratuitos até. Foi preciso atuar, e atuar firmemente. Mas esta disposição trouxe avanços e conquistas, como a aprovação da lei 6.019 em 1974, um marco para o setor pois, pela primeira vez, se regulamentava o Trabalho Temporário no país. Outras batalhas se seguiram. A mobilização rea lizada durante a elaboração da Assembleia Nacional Constituinte, que culminou com a promulgação da Carta Magna de 88, foi uma delas. Na época, tivemos de vencer resistências poderosas para fazer valer nossa perspectiva modernizadora das relações de trabalho. E tivemos sucesso. Como também obtivemos êxito ao adotar a correta estratégia de dar às nossas atividades a maior transparência. Com isso, somos hoje // A história mostrou Bruno Leite que nossa atividade é estratégica para a economia contemporânea. Nossa responsabilidade é a de consolidar esta que foi a bandeira de nossos precursores respeitados. A opinião pública nos dá total credibilidade porque sabe atualmente que o Trabalho Temporário e a Prestação de Serviços Especializados são modalidades cruciais para a abertura e ampliação de vagas formais no mercado de trabalho brasileiro. Esta realidade só foi possível porque disponibilizamos abertamente nossos números, demonstrando que, além de nada termos a temer, contribuímos de maneira fundamental para o combate à informalidade e a geração de empregos, sobretudo entre as camadas da população que menos oportunidades têm – caso dos jovens em situação de primeiro emprego e daqueles que, desempregados, buscam uma chance de reinserção no mercado de trabalho. Menciono esses exemplos porque eles ilustram uma história de sucesso. Mas trata-se de uma história que não está finalizada, ao contrário. O futuro, tenho certeza, nos reserva muitas batalhas, muitos desafios. O principal deles, o mais urgente, é vencer a luta por uma lei que regulamente a Terceirização de forma definitiva. Não podemos continuar como estamos no presente, atuando nesta atividade sem contar com regras claras, sujeitos, portanto, a interpretações muitas vezes equivocadas. Também não podemos nos esquivar da defesa dos princípios que nos norteiam. Isso significa persistir no combate às empresas inidôneas ou a falsas cooperativas que, além da concorrência desleal que nos impõem, exercem inadmissível exploração de trabalhadores. Estou certo de que este é um bom combate. A ampla repercussão na mídia de recente artigo no qual procurei denunciar essas arbitrariedades mostra que a opinião pública está ao nosso lado e apoia nossas teses. Entretanto, a credibilidade que alcançamos neces sita ser consolidada a cada dia. Uma das tarefas que não podemos ignorar ou mesmo postergar diz respeito à qualificação de nossos trabalhadores. Encontrar os meios para expandir essa qualificação é condição não só para dar adequada resposta às demandas por aumento de competitividade de nossos clientes. É, principalmente, assegurar o desenvolvimento das nossas atividades no futuro. Há 40 anos nossa história começou com um dife rencial: a visão de futuro de nossos pioneiros. Citei aqui alguns desafios que temos pela frente. Enfrentálos e vencê-los é mais do que uma responsabilidade. É a verdadeira homenagem que podemos prestar aos nossos precursores. PRESSTEM Nossa história, uma visão do futuro 5 RELAÇÕES DE TRABALHO José Pastore Emprego no Brasil: há vagas, poucos profissionais aptos Por Danielle Borges PRESSTEM a Terceirização, 8 abre-se espaço para a informalidade e a precarização dos empregos Divulgação // Sem regras para O sociólogo, especialista em relações do trabalho e desenvolvimento institucional, José Pastore, detalha nesta entrevista à Presstem como algumas medidas poderiam minimizar o impacto no emprego causado pela rápida evolução nos processos produtivos. O especialista também fala sobre o problema crônico no sistema de ensino brasileiro e como a participação de quem realiza trabalhos temporários ou atua como terceiro pode ser crucial para a sobrevivência das organizações e, sobretudo, dos postos de trabalho. Considerado um dos mais proeminentes estudiosos das Relações de Trabalho, Pastore é professor titular da Faculdade de Economia e Administração e da Fundação Instituto de Administração, ambas da Universidade de São Paulo (USP). É autor de 31 livros e mais de 200 artigos técnicos, além de articulista dos jornais O Estado de S.Paulo e Jornal da Tarde. Foi professor visitante de várias instituições nacionais e internacionais e participou do Conselho de Administração da Organização Internacional do Trabalho (OIT). P – Como as empresas estão lidando com a necessidade de conhecer o ponto de vista do cliente para permanecer no mercado? JP – A cada dia aumenta o esforço despendido nas negociações diretas entre empregadores e empregados. Assuntos como produtividade, qualidade dos produtos e satisfação dos consumidores, tratados no âmbito das empresas, agora contam também com a participação dos funcionários. Por isso, cresce a cooperação e diminui o confronto. Com frequência os trabalhadores fazem concessões para ajudar empresas que, uma vez equilibradas, dividem com os colaboradores os lucros e resultados que conquistaram juntos. P – O que seria o fenômeno que o senhor identifica como "fadiga das leis do trabalho"? JP – No Brasil, a legislação é exageradamente detalhada a tal ponto de deixar para a livre negociação apenas dois direitos: o ajuste do salário e a participação nos lucros ou resultados. São leis muito rígidas que não permitem o diálogo entre as partes. Ainda assim, a única negociação praticada por aqui é sempre para cima, ou seja, para aumentar licenças e salários. No Congresso Nacional há centenas de projetos de lei neste sentido. Com isso, a jornada de trabalho tende a zero enquanto a remuneração tende ao infinito. PRESSTEM Presstem – Como estão as discussões em âmbito mundial sobre o futuro do trabalho? José Pastore – Os sistemas de relações trabalhistas caminham em várias direções e cada país tem suas peculiaridades, calcadas na história e na tradição cultural. Mas, de modo geral, nota-se uma preocupação crescente para englobar o tema quando o objetivo é enfrentar a crescente concorrência. Esta é uma postura importante para a sobrevivência das empresas e dos postos de trabalho, pois hoje em dia podemos afirmar que o grande detentor dos empregos é o consumidor. E, se ele não for bem atendido, as organizações quebram e o trabalho evapora. 9 PRESSTEM RELAÇÕES DE 10 TRABALHO P – O que poderia ser feito para harmonizar as necessidades das empresas e as reivindicações dos funcionários? JP – Para competir melhor e se ajustar à economia global, o Brasil precisa diminuir a regulação por lei e ampliar o espaço para a negociação. Mas isso levará tempo e será impulsionado pelas forças de mercado. Há sindicatos laborais, como o dos metalúrgicos do ABC de São Paulo, que já entenderam essa necessidade e, por isso, praticam a negociação diariamente procurando sempre o ponto de convergência em cada assunto. qualificada a que muitas empresas creditam à dificuldade de preencher postos de trabalho é uma consequência cultural e está ligada à precariedade do ensino formal. Boa parte dos que se formam no curso fundamental não entende o que lê, são analfabetos funcionais. E o problema se estende ao ensino superior, como no caso dos engenheiros: há 600 mil profissionais registrados, mas poucos dominam as tecnologias de ponta, forçando as empresas a buscarem na concorrência a mão de obra de que precisam. Como resultado, temos muita oferta de vagas, mas poucos profissionais aptos a preenchê-las. P – A relação entre empregadores e trabalhadores tem sofrido grandes mudanças. Em sua opinião, qual a participação da Terceirização neste processo? JP – No mundo inteiro o trabalho vem sendo praticado de várias formas. Nenhuma empresa pode fazer tudo. Ela faz o que é do seu core business e o que é estratégico e compra de fora os serviços que outros sabem fazer melhor, com mais pontualidade e preços menores. A partir do momento em que uma empresa contrata prestadores de serviços e consultores, todos passam a trabalhar em “redes de produção” e, com isso, maximizam vários fatores como qualidade, atendimento, volume e preço. P – Em sua opinião, como vencer a carência por mão de obra qualificada, consequência da modernização dos processos? JP – A solução será demorada como tudo no campo da educação. Mas, muitas empresas estão adiantadas nesse processo e passaram a investir em treinamento dentro das organizações. Isso responde o porquê de inúmeros seminários e treinamentos de longo prazo, a exemplo das universidades corporativas. Em paralelo, tem-se registrado um aumento expressivo na importação de profissionais especializados: há cinco anos, o Ministério do Trabalho e Emprego autorizava a entrada de cerca de 15 mil estrangeiros por ano. Até o final de 2010, estima-se que este número aumente para 50 mil, todos especializados. P – No Brasil, a Terceirização não é regulamentada. Até que ponto isso representa um retrocesso para o país em termos trabalhistas? JP – A ausência de legislação adequada para a ati vidade constitui sério entrave para uma arrancada mais veloz da economia brasileira e prejuízo considerável para os trabalhadores. Sem regulamentação abre-se espaço para a informalidade e para a precarização do emprego em várias áreas, inclusive no setor público. Como não há regras, a qualidade do serviço também corre risco, pois a preocupação com treinamento de trabalhadores infor mais é mínima. Além disso, pela falta de fiscalização, o recolhimento de impostos em alguns casos passa a inexistir. Em suma, todos perdem: empresas, trabalhadores, governo e sociedade em geral. P – Onde estaria a origem do problema da falta de mão de obra qualificada no Brasil? JP – Esta indisponibilidade de mão de obra P – Trabalhadores reclamam da falta de emprego e empresas alegam falta de qualificação. Como resolver esse impasse? JP – Esse desencontro existe em qualquer sociedade, mas no Brasil está aumentando porque o parque produtivo está se modernizando. As máquinas ficaram inteligentes e baratas, o que permite a sua incorporação na produção. No entanto, é preciso um profissional capacitado para fazê-las funcionar. Diante disso, novamente as empresas se deparam com o desafio de encontrar soluções de curto prazo, como treinamentos rápidos, além de cobrar dos governantes ações de médio e longo prazo, como boas escolas e universidades. P – Em alguns setores há registros de mais vagas do que candidatos. É fato que o Brasil está passando P – Então, aqueles que não têm condições de se qualificar por conta própria estão fadados ao desemprego? JP – De fato, o problema é mais crítico para a empresa que necessita de profissionais experientes, mas começam a surgir sinais de falta de mão de obra não qualificada. A construção civil já se ressente disso. Para complicar, temos a imbatível segurança proporcionada pelo Bolsa-Família: nenhum emprego consegue oferecer a mesma comodidade, razão pela qual muitas pessoas rejeitam a ideia de trabalhar. Organizações como o Senai se esforçam para treinar desempregados amparados pelo benefício do governo, na tentativa de conseguir sua inserção no mercado de trabalho, em especial no Nordeste, mas sem muito sucesso. P – Qual sua avaliação sobre o emprego para o jovem no Brasil? JP – O desemprego entre jovens é mais de duas vezes maior do que em adultos. Em torno de 47% das pessoas sem trabalho têm até 24 anos. Não há nada mais frustrante para um jovem do que completar um curso, receber o diploma e não conseguir emprego. Esse é o caso de milhões de brasileiros que se formam em nossas faculdades e a frustração aumenta em tempos de demanda crescente por profissionais qualificados como ocorre nos dias atuais, por conta da aceleração do crescimento econômico. P – Por que os jovens não conseguem emprego se têm educação muito acima da média da força de trabalho? JP – Além de sofrerem as consequências de terem estudado em escolas precárias, os jovens se deparam com a resistência das empresas para contratar pes soas sem experiência. Como, então, eles podem ter experiência se nunca trabalharam? E como adquirir essa experiência se não começarem a trabalhar? Mas a alegação da falta de experiência é apenas uma parte da história real. A outra parte se liga à nossa legislação trabalhista porque as despesas para contratar um jovem inexperiente são as mesmas que se aplicam à contratação de um profissional experiente (102,43% sobre o salário). Nessas condições, enquanto houver oferta de profissionais mais vividos, as empresas não terão estímulo para contratar jovens iniciantes. P – Em sua opinião, qual seria a alternativa para esse problema? JP – A legislação brasileira poderia prever a admissão de jovens recém-formados com menos despesas de contratação. Se tais custos caíssem de 102,43% para cerca de 60% ou 65%, as empresas seriam estimuladas a admitir bons talentos que ainda não têm a experiência ideal. Esse seria o papel de um "contrato de formação", uma espécie de acordo de aprendizagem para quem acaba de se formar e nunca trabalhou. Seria, por exemplo, a oportunidade para um engenheiro recém-formado ingressar em uma empresa de grande porte como Petrobras, Vale ou Votorantim. Seria uma verdadeira escola para colocar em prática o que se aprendeu na faculdade e uma valiosa fonte de referência para futuros empregos. P – Esta ideia para contratação de jovens a custos menores seria viável no Brasil? JP – Evidentemente o contrato de formação teria vigência limitada de, por exemplo, 18 meses. Para as empresas seria uma grande oportunidade para observar cuidadosamente o desempenho desses jovens antes de contratar os melhores de forma definitiva depois de expirado o contrato. Para a sociedade haveria um ganho ao abrir para a juventude oportunidades de trabalho e de aprendizagem. Além disso, esses jovens seriam contratados legalmente, com as proteções da legislação trabalhista e previdenciária, recolhendo inclusive as contribuições para a Previdência Social e outros órgãos, o que ajudaria bastante nas finanças públicas. PRESSTEM por uma crise de falta de mão de obra? JP – Há setores em que o problema é bastante crítico. Na área da tecnologia da informação, por exemplo, o Brasil precisará de cerca de 200 mil profissionais por ano. Em contraste, a oferta de pessoas competentes não passa de 10% ou 15% disso. Na exploração do pré-sal, a necessidade é de 170 mil trabalhadores especializados e a oferta atual é irrisória. Na área de energia elétrica, solar e eólica, as empresas procuram profissionais que conheçam e dominem as novas tecnologias, mas eles não existem. 11 QUEM SABE FAZ BEM FEITO Divulgação // Uma empresa especializada pode executar tarefas com mais presteza e qualidade do que se isso fosse feito internamente Eunice Batista: Prestação de serviços qualificada e eficiente propicia parcerias duradouras Por Giovanna Zanaroli Difundida mundialmente como moderna prática de gestão, a Terceirização eficiente e bem planejada resulta em segmentação por especialidades e dá origem a uma relação perene de parceria entre tomadora e prestadora de serviços, em que a busca pelo equilíbrio entre os dois lados é fundamental. A decisão de delegar a uma equipe especializada parte das atividades de uma empresa precisa ser antes muito bem planejada. Depois, de apoio interno por quem entenda de gestão de pessoas. Essas são algumas das opiniões e observações de Eunice Batista, diretora de Recursos Humanos da Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A. (Embraer). Psicóloga especializada em administração de RH e gestão de negócios, Eunice ocupa destacada posição em uma das maiores empresas aeroespaciais do mundo. A Embraer, de 2007 até aqui, fabricou cerca de 5 mil aviões – de passageiros, de carga, em território nacional, a empresa emprega aproximadamente 16 mil pessoas em suas cinco unidades no estado de São Paulo. Na entrevista a seguir, a diretora ressalta a importância de fazer uma análise estratégica nas organizações para que a utilização da prestação de serviços especializados assegure qualidade e produtividade às empresas. PRESSTEM executivos e de defesa – comercializados em 88 países. Com produção concentrada 13 QUEM SABE FAZ BEM FEITO Presstem – A indústria aeronáutica, como outros setores da economia, requer mão de obra altamente qualificada para a execução de algumas etapas de produção. O que hoje representa a Terceirização na Embraer? Eunice Batista – Além de áreas básicas como alimentação, limpeza e transportes, utilizamos a Terceirização de acordo com as parcerias firmadas, seja para o desenvolvimento de um programa especial, como a construção de novas aeronaves, seja em atividades internas que necessitem de especialização específica. PRESSTEM P – Produtividade e competitividade são pontos fundamentais no planejamento estratégico de uma empresa. De que forma a prestação de serviços especializados contribui para o cumprimento das metas? EB – Uma empresa especializada certamente tem subsídios para executar determinadas tarefas com mais presteza e qualidade do que se isso fosse feito internamente. A Embraer tem um programa de ação, no qual cada gestor tem suas metas mensuradas. Da mesma forma, as prestadoras de serviços especializados também são avaliadas. É fundamental que o serviço prestado tenha qualidade e apresente um custo-benefício satisfatório. 14 P – Quais indícios sinalizam que é hora de terceirizar algumas atividades ou ampliar o quadro de colaboradores por meio de contratações temporárias? EB – Esta decisão é tomada com base no plano de ação e na estratégia adotada pela organização. No caso da Embraer, o plano tem duração de cinco anos e, dependendo do que estiver programado, dimensionamos a equipe de acordo com as necessidades existentes, seja por meio da contratação interna, seja por meio de terceiros. P – No universo das relações de trabalho, que vive momento de grandes transformações, como lidar com as barreiras que ainda são obstáculos para a contratação de terceiros? EB – Lidar com as dificuldades também é parte da estratégia de uma empresa. É preciso definir qual é o core business da organização, isto é, seu diferencial competitivo. Com uma análise estratégica é possível identificar o que pode e será terceirizado, ou seja, os serviços que darão apoio efetivo à nossa atividade fim. P – A crise mundial afetou sensivelmente a indústria aeronáutica nacional. Como as contratações de mão de obra desses serviços foram utilizadas? EB – Na ocasião da crise tivemos de olhar para a cadeia de valor de toda a organização e readequar números que, para aquele momento, estavam superdimensionados. A contratação de mão de obra depende muito do que pretendemos manter internamente, e não da flexibilidade que nos propicia. A Terceirização permite maior flexibilização, mas ter visão estratégica é fundamental. P – A Embraer tem unidades no Brasil, nos EUA, na Europa e na Ásia. Em muitos desses países a utilização da Terceirização e do Trabalho Temporário foi completamente incorporada à cadeia produtiva. Em sua opinião esta é uma tendência consolidada? EB – A maior parte da área produtiva da Embraer é concentrada no Brasil, portanto nossa força de trabalho está no território nacional. É comum no mundo todo a transferência da produção para países onde há mão de obra especializada e ao mesmo tempo com custos menores, como é o caso da China e da Índia. Mas essa é uma opção estratégica relacionada à demanda e ao custo-benefício. 15 PRESSTEM especial ASSERTTEM Há 40 anos a asserttem é sinônimo de trabalho Indispensável para o desenvolvimento experimentado pelas atividades de Trabalho Temporário e da Prestação de Serviços Terceirizáveis, a Associação completa mais um ciclo e resgata suas realizações desde sua fundação. Conheça, a seguir, um pouco desta história de lutas Por Giovanna Zanaroli PRESSTEM DÉCADA 1960: O INÍCIO 16 O crescente processo de industrialização do Brasil, incentivado pelo Plano de Metas instaurado no governo de Juscelino Kubitschek cujo lema era “crescer 50 anos em 5”, deu-se basicamente nos setores siderúrgico e metalúrgico, principalmente na indústria automobilística, no químico e farmacêutico e na construção naval. As multinacionais, atraídas por incentivos cambiais, tarifários e fiscais oferecidos pelo governo no final da dé cada de 50, começaram a se instalar no país. Habituadas a utilizar a contratação de trabalhadores temporários em suas matrizes, basicamente na Europa e nos Estados Unidos, foram responsáveis pelo início da atividade no Brasil. Precursor do Trabalho Temporário no país, o holandês naturalizado brasileiro Jan Wiegerinck, fundador da primeira empresa do segmento em 1963 e também da Asserttem um pouco depois, conta que já naquela época a nova modalidade de trabalho foi bem-aceita pelo mercado e pela sociedade, pois era capaz de suprir as necessidades sociais e econômicas da época. “Enquanto as empresas precisavam de flexibilidade para adequar rapidamente a mão de obra às suas necessidades, as pessoas buscavam uma oportunidade de renda complementar”, lembra Jan. Mulheres casadas e jovens com idade próxima ao alistamento militar foram beneficiados pela entrada do Trabalho Temporário no Brasil, pois enfrentavam resistência do mercado para conseguir um emprego permanente. “A legislação trabalhista engessada dificultava a contratação. Às empresas não interessava empregar essas pessoas”, diz. No início, as funções que mais demandaram por traba lhadores temporários foram datilografia, secretariado e contabilidade. A evolução do processo de utilização desse tipo de mão de obra começou pela área administrativa, passou para o comércio – picos ocasionados por datas festivas como Natal, Páscoa e Dia das Mães – e por fim chegou à construção civil e demais setores. ANOS 70: O TRABALHO TEMPORÁRIO SE DESENVOLVE NO BRASIL A crescente demanda oriunda das multinacionais no início dos anos 70 – o Brasil vivenciava o segundo ano do Milagre Econômico, com crescimento de 10,4% do Produto Interno Bruto (PIB) – estimulou o desenvolvimento do Trabalho Temporário e, consequentemente, a entrada de novas empresas ao mercado, o que fez surgir a necessidade de unificar o setor. No dia 17 de março de 1970, por iniciativa das empresas Gelre, Obradec, Projacs e Unikas, a Associação Brasileira das Empresas de Trabalho Temporário foi fundada com o objetivo crucial de atuar na defesa da atividade no país. A sigla da entidade – Assertem – no início era grafada com apenas uma letra T, uma referência ao Trabalho Temporário. Aníbal Velloso de Almeida foi o primeiro a assumir a presidência da entidade. Embora em franca expansão, na época ainda não existia nenhuma legislação específica para a atividade, e, para enquadrar os temporários no sistema jurídico, as empresas utilizavam-se de dois estatutos existentes na lei: o contrato por prazo determinado e o estatuto do avulso, muito empregado naqueles anos nos portos para o trabalho de carga e descarga de mercadorias. Após um período de crescimento como atividade não reconhecida legalmente no Brasil, a Asserttem empreendeu árdua luta por uma regulamentação específica. Várias ini // Nos dias de hoje, praticamente não há diferença entre o trabalhador diretamente contratado e o terceirizado. Nós temos a Terceirização atingindo todos os níveis hierárquicos dentro de uma empresa Marcio Pochmann, presidente do Ipea // A busca por especialistas para execução de determinada etapa da produção é uma tendência mundial Luiz Antonio de Medeiros, secretário licenciado de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego // As pessoas verão a Terceirização como uma opção de carreira e não mais como um emprego provisório Max Gehringer, consultor e administrador de empresas PRESSTEM 1° Conett em 1994 17 especial ASSERTTEM Terceirização: a origem da palavra A Terceirização foi um neologismo criado pela fabricante gaúcha de papel e celulose Riocell, na década de 80. Ao comparar o funcionamento da empresa ao de outras do mesmo segmento no exterior, verificou que era preciso desverticalizar. Criou-se, assim, a palavra Terceirização para caracterizar a atividade como uma estratégia de gestão empresarial. Assembleia Geral em 23 de fevereiro de 1983 ciativas foram postas em prática pela diretoria, como forma de demonstrar a importância das empresas do segmento para a economia do país. Dois acontecimentos foram decisivos para a posterior aprovação do ainda Projeto de Lei 6.019, na opinião de Wiegerinck: um seminário em Brasília com a presença dos deputados para apresentação e discussão dos aspectos positivos da atividade e o amplo diálogo estabelecido com Julio Barata, ministro do Trabalho e Previdência Social em 1973. No ano seguinte, a Asserttem realizou o I Congresso de Trabalho Temporário, em São Paulo, cuja abertura foi feita PRESSTEM 3° Congresso Latinoamericano de Empresas de Serviços Temporários, Colômbia, 1997 18 pelo ministro de Estado do Trabalho do governo de Ernesto Geisel (1974-1979), Arnaldo Prieto. “Com a participação do ministro tivemos a certeza de que o governo reconheceria nossa atividade”, lembra Jan Wiegerinck. A LEGISLAÇÃO O Trabalho Temporário veio a ser objeto da lei nº 6.019 de 3 de janeiro de 1974. O parecer escrito pelo renomado jurista do Direito do Trabalho Evaristo de Moraes Filho defendendo a atividade e publicado na revista LTr, um veículo utilizado pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Tribunal Superior do Trabalho para a divulgação de acórdãos, foi um dos mais significativos apoios recebidos para que o decreto nº 73.841, de 13 de março de 1974, instituísse definitivamente a lei. Para Wiegerinck, a Lei 6.019/74 foi a maior vitória da Asserttem. “Sinto-me orgulhoso pela contribuição dada para a aprovação da legislação específica para o Trabalho Temporário, que foi a primeira no mundo a instituir a equiparação salarial entre o trabalhador temporário e o efetivo”, diz. 1987-1997: A TERCEIRIZAÇÃO E A DEMANDA DO MERCADO Originada nos Estados Unidos, por volta de 1940, a intermediação de mão de obra ou contratação de serviços de ASSEMBLEIA CONSTITUINTE: UM MARCO Um grupo de empresários do setor participou ativamente da Assembleia Nacional Constituinte, em 1987, cujos acordos estabelecidos culminaram na promulgação da atual Constituição do Brasil, em 1988. Em meio a um contexto de redemocratização social e política a Constituinte trouxe avanços, mas também algumas preocupações para muitos setores empresariais organizados. “A tentativa de proibir a Terceirização, inclusive na Carta Magna, gerou uma grande movimentação. // A Terceirização é irreversível e não traz nenhum prejuízo a empresas e trabalhadores Abram Szajman, presidente da Fecomercio // A especialização é a modernização do mundo do trabalho Guilherme Afif Domingos, secretário licenciado do Emprego e Relações do Trabalho do Estado de São Paulo PRESSTEM terceiros no Brasil iniciou seu ciclo de consolidação na década de 80, sobretudo em razão da demanda crescente por parte das multinacionais. A regulamentação em 1974 consolidou o Trabalho Tem porário. A necessidade contínua das empresas por mão de obra por um tempo superior aos três meses, permitidos pela Lei 6.019, possibilitou que outra atividade crescesse no país: a Prestação de Serviços Especializados. As prestadoras possuíam experiência no Trabalho Tem porário e por isso acabaram sendo contratadas pelas empresas para contratar mão de obra terceirizada. Já naquela época a Terceirização se mostrava promissora e com boas chances de desenvolvimento. 19 // A contratação de temporários no Brasil é imensa. Não só no varejo. É disso que eu gosto: gerar empregos Luiza Trajano, presidente da rede Magazine Luiza especial ASSERTTEM Conseguimos que o Congresso Nacional compreendesse a importância da atividade”, conta Amâncio Barker, expresidente da Asserttem. Por uma unidade maior e para combater a falsa imagem de “precarizadora” do trabalho atribuída à atividade, a Asserttem apoiou a fundação da Associação Brasileira das Empresas de Prestação de Serviços a Terceiros (Aprest), com a qual manteve um quadro associativo comum por uma década. Logo após essa primeira vitória na Constituinte os empresários da Terceirização foram novamente desafiados. Dessa vez, precisariam unir esforços para impedir a aprovação de projeto de lei do deputado Augusto Carvalho, com longa trajetória no Sindicato dos Bancários, proibindo a atividade. Mais uma vez a batalha foi vencida. OS ANOS 90: MAIS UM “T” PARA A ASSERTTEM Ao longo dos anos diversas ações foram empreendidas em prol da difusão da prática da Terceirização. Em abril de 1992, ocorreu o I Congresso Brasileiro, denominado “Terceirização Rumo ao Futuro”. No ano de 1993, após uma série de workshops sobre Ter ceirização e Trabalho Temporário, o Sindeprestem, cons tituído dois anos antes, produziu a primeira “Cartilha sobre Terceirização”, com perguntas e respostas sobre o setor. Um ano depois, em 1994, o Enunciado 331 do Tribunal Superior do Trabalho é publicado graças ao apoio de Almir Pazzianotto, ministro do Trabalho na ocasião, e aos esforços dos associados e de várias outras entidades. Marco histórico Conquistas de quatro décadas Muitas foram as dificuldades. Não foram pequenas as lutas em defesa da categoria, desenvolvidas sempre dentro do que as circunstâncias permitiam. Passados 40 anos de sua fundação, a Asserttem pode ostentar o título de ter sido – e assim continuar – a maior batalhadora para a valorização do Trabalho Temporário. Os caminhos e conquistas são lembrados pelos ex-presidentes da entidade JAN WIEGERINCK FUNDADOR DA ASSERTTEM “A Asserttem sempre foi muito consciente de sua responsabilidade social. Não conseguiu fazer tudo o que queria, mas realizou tudo o que podia de acordo com as circunstâncias” PRESSTEM AMÂNCIO BARKER 20 PRESIDENTE DA ASSERTTEM (1976-1978) “Durante a Assembleia Constituinte, em 1988, houve um movimento pela proibição da Terceirização. Algo tão absurdo quanto proibir a lei de oferta e procura. Na época, com o apoio do relator da matéria na Comissão de Constituição e Justiça, deputado Michel Temer, a situação foi revertida e obtivemos mais uma vitória para o setor” José CARLOS BONFIGLIOLI PRESIDENTE DA ASSERTTEM (1991-1993) “A fundação da Asserttem foi o primeiro passo para a inserção da categoria empresarial na organização sindical. Daqui em diante devemos conservá-la, pelo carinho e por tudo o que ela representou para a categoria” LUIZ PIMENTA DE CASTRO PRESIDENTE DA ASSERTTEM (1994-1996) “Minha gestão foi marcada pela transição. A Asserttem adquiriu caráter nacional, visibilidade e mais representatividade junto aos Três Poderes, em Brasília. Foram anos de muita conquista, todos estavam empenhados pelo setor” ERMÍNIO ALVES DE LIMA NETO PRESIDENTE DA ASSERTTEM (1997-1999) “A valorização do associado foi uma das prioridades da minha gestão, principalmente em reconhecimento à consciência institucional que existia naquela época. Participar da Asserttem significava contribuir para a defesa do próprio setor de atuação” // A Terceirização é instrumento nas relações trabalhistas do Brasil, pela primeira vez a Ter ceirização foi legalmente reconhecida como um novo e promissor componente da cadeia produtiva. Embora desatualizada com as evoluções do mercado, a edição da Súmula 331 foi determinante para o de senvolvimento da Terceirização no país. Hoje, é sinônimo de especialização de serviços. Ao mesmo tempo em que o objetivo da então Assertem era a defesa do Trabalho Temporário, o da Aprest era a Terceirização. No entanto, não fazia mais sentido dividir em duas categorias um segmento que aos poucos se aglutinava. Jan Wiegerinck relembra que, em certo momento da história, e após muito diálogo, chegou-se à conclusão de que seria melhor unir as duas associações. “Muitas das empresas atuavam nos dois mercados e nós achamos melhor nos juntarmos para termos mais força de argumentação, maior apoio”, recorda. importante para adaptação das indústrias às demandas do mercado, porque permite a especialização da produção, a racionalização dos custos e o aumento da produtividade Armando Monteiro Neto, deputado federal e presidente da Confederação Nacional da Indústria //Se a legislação não acompanhar as mudanças, sua falta pode ser um empecilho para a Terceirização José Roberto de Melo, superintendente Regional do Trabalho e Emprego no Estado de São Paulo //Procurar empresas especiali PRESIDENTE DA ASSERTTEM (2000-2002) “A visibilidade que a Asserttem tem hoje na mídia nacional é resultado do trabalho iniciado nos primeiros meses de 2000, quando a divulgação de números sazonais e do setor, além de fatos relevantes sobre a atividade, foram incorporados ao dia a dia da entidade. Durante essa gestão, o Trabalho Temporário na cidade de São Paulo teve o Imposto sobre Serviços (ISS) reduzido e houve consolidação do relacionamento político com o Ministério do Trabalho” NECÉSIO TAVARES NETO PRESIDENTE DA ASSERTTEM (2003-2004) “Não tenho nenhuma dúvida sobre o valor e o significado da Asserttem. Ela foi pioneira do Trabalho Temporário no Brasil e responsável pelas maiores conquistas do setor” João Doria Jr., empresário //A mão de obra, em um programa de Terceirização, é essencial para o sucesso Lívio Giosa, presidente do Centro Nacional de Modernização Empresarial (Cenam) VANDER MORALES 21 PRESIDENTE DA ASSERTTEM (2009-2011) “O desenvolvimento do Trabalho Temporário no Brasil está estritamente relacionado à fundação da Asserttem, pois através da atuação de um grupo de empresários podemos ter hoje uma legislação específica para a atividade. A evolução do mercado foi acompanhada de perto pela Associação, que continua a não poupar esforços para qualificar o empresariado e ser fonte de informação para o mercado e para a imprensa de todo o país” PRESSTEM EDISON BELINI zadas é a forma de otimizar resultados e tempo de nossa equipe. Buscamos a melhor combinação de talentos. Funciona muito bem”. // O serviço terceirizado traz qualidade, redução de custo e rápida incorporação tecnológica Emerson Casali, gerente executivo de Relações do Trabalho e Desenvolvimento Associativo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) especial ASSERTTEM Participação em congressos internacionais, iniciativa constante da Entidade PRESSTEM Em 1997, com a fusão entre as duas entidades surge a Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário, que incorporou à sua sigla mais uma letra T para representar a Terceirização. A presidência da Asserttem logo após a fusão foi ocupada por Ermínio Alves de Lima Neto, que acumulava experiência na então chamada intermediação de mão de obra, conhecida hoje mais apropriadamente como Prestação de Serviços Especializados. A Portaria nº 1, de 2 de julho de 1997, foi, de acordo com os empresários que vivenciaram as lutas dessa época, a segunda conquista mais importante para o Trabalho Temporário, atrás apenas da Lei 6.019/74. Augusto Anastasia, na ocasião secretário executivo do Ministério do Trabalho, é lembrado como crucial para que o pleito do setor tivesse êxito. Além de apoiar a aprovação da Portaria nº 1, pela qual foi estabelecida pela primeira vez a prorrogação dos contratos de Trabalho Temporário de três para seis meses sem nenhuma burocracia, Anastasia foi responsável pelo envio da primeira versão do Projeto de Lei 4.302/98 ao Congresso Nacional. 22 PARTICIPAÇÃO INTERNACIONAL Na década de 90 a Asserttem intensificou a participação de sua diretoria em encontros internacionais representando o Brasil. Dentre todas, a mais emblemática foi a atuação dos empresários brasileiros na fundação da Confederación Latinoamericana de Empresas de Trabajos Temporarios y Actividades Afines (Clett&A), entidade representativa dos interesses do setor na América Latina. A Asserttem colaborou no processo de idealização da Confederação desde o início, no encontro que lançou a Carta de Buenos Aires, até a fundação em 1998. No mesmo ano, o Brasil sediou o II Congresso Latinoamericano de Empresas de Trabalho Temporário. A Entidade esteve presente em vários eventos internacionais com temáticas de impacto para a atividade. Por exemplo, dirigentes da Asserttem participaram de três Convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT): em 1982, 1994 e 1999. Além disso, em 2010, apoiou o Sindeprestem na realização, no Brasil, do Congresso Internacional das Empresas de Trabalho e Serviços Terceirizáveis (CIETT). A ASSERTEM HOJE De acordo com a 4ª Pesquisa Setorial, cerca de 2,5 milhões de pessoas são empregadas pelo Trabalho Temporário e pela Prestação de Serviços Terceirizáveis, por meio das 32 mil empresas presentes em todo o país. Mais de cem empresas, em todos os estados, são associadas da Asserttem. O presidente Vander Morales, também à frente do Sin deprestem, reconhece a Asserttem como a instituição que organizou o Trabalho Temporário no Brasil por meio da legislação e que participou ativamente para a fundação do Sindeprestem. Segundo ele, a entidade acompanhou a evolução do mercado e busca constantemente qualificar e unificar os empresários do setor em todo o país. “A contribuição da Asserttem ultrapassa o âmbito associativo empresarial. Representa um setor que gera milhares de empregos e constituiu-se como fonte de informação sobre a atividade por meio da divulgação de pesquisas”, diz. No ano de 2009, as pesquisas pontuais feitas pelo Instituto de Pesquisa Manager (Ipema) constataram a contratação de 220.500 temporários, // Considero a Terceirização e o Trabalho Temporário soluções para o desemprego. Este setor faz o meio de campo, prepara a jogada e marca o gol, que é a contratação do funcionário Arnaldo Faria de Sá, deputado federal // Se o objetivo é transferir o trabalho não vinculado à atividade fim, não tem cabimento pensar que o especialista fará a mesma coisa por preço necessariamente menor Antonio Wolf, diretor do CRA-SP FONTE DE INFORMAÇÃO A Asserttem é constantemente citada por veículos jorna lísticos de todo o país. Somente no primeiro semestre de 2010, os números do setor divulgados pela entidade alcançaram a marca de 3 mil inserções em todo o território nacional. A Entidade é procurada pelos principais veículos de comunicação do país como Rede Globo de Televisão, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, rádio CBN, entre outros. Jismália de Oliveira Alves, diretora de Comunicação da Asserttem, atribui a credibilidade da Asserttem e o bom resultado na mídia a todo o trabalho feito durante os 40 anos. “É apenas o reflexo de todas as ações empreendidas por aqueles que se dedicaram ao setor durante todos esses anos”, diz. O processo de relacionamento com a mídia começou a ser estruturado nos primeiros meses do ano 2000, sob a gestão de Edison Belini (2000-2002). A comunicação institucional da entidade foi reforçada também nesse período com a criação de uma revista, newsletter eletrônica e site. // A Terceirização de Serviços Especializados, bem como a contratação de Trabalhadores Temporários, pode ser a resposta para agregar valor e diferencial competitivo Eunice Batista, diretora de RH da Embraer // Barrar a Terceirização significa frear o processo tecnológico e operacional dos bancos Magnus Ribas Apostólico, superintendente de Relações do Trabalho da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) PRESSTEM considerando apenas os picos sazonais como Páscoa, Dias das Mães, férias de julho e Natal. Deste total, 40.830 pessoas foram efetivadas. A inserção de pessoas no mercado de trabalho, seja através do primeiro emprego, seja por meio da recolocação, é a essência da Asserttem. Além disso, nos últimos anos tem dado seu apoio ao Sindeprestem na luta pela aprovação do Projeto de Lei 4.302/98, em tramitação no Congresso Nacional. O Projeto regulamenta a Terceirização e atualiza alguns preceitos da Lei 6.019/74, como, por exemplo, a alteração do prazo do contrato temporário para seis meses, com prorrogação por mais três meses. 23 // Cada vez mais a especialização vai avançar. Hoje nenhuma empresa entra no mercado pronta para dominar todas as áreas do negócio Antonio Neto, presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil especial ASSERTTEM Sem fronteiras Depoimentos de diretores regionais revelam crescimento no país No princípio a Asserttem era uma entidade basicamente composta de empresários do estado de São Paulo. Com a ascensão do setor em todo o país, surgiu a necessidade de eleger representantes em outras regiões para ampliar a presença da Associação em território nacional. Primeiras Diretorias Regionais instituídas, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul dividem agora a responsabilidade e o orgulho de poderem transmitir a experiência adquirida ao longo desses 40 anos aos associados de Minas Gerais, Paraná e Pernambuco. PRESSTEM //Considero a vida associativa de extrema 24 importância para a carreira de todo profissional. Na Asserttem desde 1997, pude comprovar que existe um enorme empenho do grupo em trabalhar e brigar pelos interesses do segmento. E as conquistas foram e ainda serão muitas. Parabéns a todos aqueles que dedicaram o seu tempo para grandes causas coletivas Márcia Costantini diretora regional Rio de Janeiro // Todos nós, associados do Paraná, temos na Asserttem a certeza de que o segmento está sendo representado, seja no Ministério do Trabalho e Emprego, na mídia, enfim, em todas as esferas da qual fazemos parte. Tenho orgulho por juntos fazermos esta bela história de sucesso Danilo Padilha diretor regional Paraná // Há 40 anos a Asserttem tem contribuído para o engrandecimento da atividade no país, principalmente proporcionando aos jovens a entrada no mercado de trabalho Augusto Calado da Costa diretor regional Pernambuco // A Terceirização em si, como um sistema de aperfeiçoamento da produção, de maior rendimento e de qualidade, é absolutamente válida // A Asserttem nacional legitima o setor de Terceirização e Trabalho Temporário no país e influencia todos os setores da economia Vantuil Abdala, ministro do Tribunal Superior do Trabalho (2008) // Terceirização e o Flávio Nascente dos Santos diretor de Expansão Regional Trabalho Temporário já fazem parte da nossa realidade econômica há muitos anos Almir Pazzianotto, ex-ministro do Trabalho // A Asserttem é fundamental para a Robert Cabrera diretor regional Rio Grande do Sul // Uma história de 40 anos de realizações e incursões pelo interesse de nossa categoria tem pautado as ações da Asserttem, comprovando que a força da união de empresários e o trabalho incansável daqueles que se dedicam a nos representar têm mostrado a importância de nossa atividade no cenário nacional José Carlos Teixeira diretor regional Minas Gerais // Sinto que as coisas estão mais amadurecidas e consolidadas, não havendo mais dúvidas a respeito da importância e da extrema necessidade de organização de um setor que tantos benefícios presta à economia brasileira Michel Temer, presidente da Câmara dos Deputados // A concorrência estimula o aperfeiçoamento, levando à especialização. Sendo assim, a Terceirização passa a ser um destino natural por conta da necessidade que as empresas têm de aliar economia, eficiência e qualidade Marcos Cintra, economista e secretário municipal do Trabalho de São Paulo PRESSTEM união no setor, que é responsável por fortalecer e perpetuar nossas empresas no mercado e dar-lhes argumentos para enfrentar as dificuldades 25 especial ASSERTTEM Gente: a principal motivação Há quatro décadas Entidade amplia a inserção de pessoas no mercado de trabalho brasileiro. A seguir, alguns dados e histórias de profissionais que mostram como a Terceirização e o Trabalho Temporário estão contribuindo para aumentar as chances dos trabalhadores brasileiros 26 o primeiro emprego para jovens e a inserção da mulher e de profissionais portadores de necessidades especiais no mercado, sempre motivou as ações da Asserttem ao longo de seus 40 anos. O combate à informalidade nas contratações é outra de suas bandeiras. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados recentemente, o setor de serviços foi o que mais gerou empregos formais no mês de julho: 61,6 mil. Nem todos sabem, porém, que muitas dessas vagas foram abertas nas áreas de Terceirização e de Trabalho Temporário. O fato é que as atividades, ao promoverem a inserção no mercado, agregam eficiência e segurança à vida das pessoas em seu dia a dia, seja em atividades rotineiras como transporte de mercadorias e produtos e controle de acesso a condomínios, seja nas mais especializadas como gerenciamento de documentos bancários. A 4ª Pesquisa Setorial Sindeprestem/Asserttem é outra mostra da relevância que o segmento assume hoje na geração de empregos: 22,2% dos trabalhadores com carteira assinada são empregados pelo setor. Além disso, o levantamento revelou que os contratos temporários, bastante comuns quando há aumento na demanda ou necessidade de substituição de mão de obra, são, cada vez mais, sinônimo de primeiro emprego ou reinserção no mercado de trabalho. Foi assim com Sandy de Azevedo, 20 anos. Ela foi contratada para seu primeiro emprego como atendente em uma programação especial para o Dia das Bruxas, organizada por um parque de diversões da capital paulista. Mas, ao contrário de amedrontar, a data traz boas recordações para a jovem. Com disposição e muito trabalho, Sandy foi efetivada. Recentemente foi promovida. “A experiência tem sido muito válida, principalmente por ser o meu primeiro emprego. Aprendi muita coisa”, comemora. RECOLOCAÇÃO PROFISSIONAL Aposentada há 11 anos, Neuza Borges Pereira, 62 anos, orgulha-se por ter conseguido sua reinserção no mercado de trabalho. “Nunca parei. Tenho saúde e me sinto bem para isso”, diz. Após deixar o último emprego, Neuza ficou desempregada por seis meses até ser selecionada para uma vaga temporária numa gráfica. Na função de bloquista, ou seja, encarregada de estruturar em pequenos cadernos as páginas das publicações nas gráficas, ela foi efetivada há alguns meses e não pretende parar tão cedo. Quando perguntada por mais quanto tempo pretende exercer a profissão, ela não hesita. “Por pelo menos mais uns oito anos!” Dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) revelam que, somente no primeiro trimestre de 2010, 32,7 mil pessoas com idade acima de 60 anos foram reempregadas. Dentro do setor de Trabalho Temporário e Serviços Terceirizáveis, 14,3% dos contratos são firmados com trabalhadores desta faixa etária. A busca da recolocação profissional pode começar por meio da Terceirização ou do Trabalho Temporário, // Sandy: sem medo de aprender Giovanna Zanaroli PRESSTEM A geração de oportunidades de trabalho, como EMPREGO PARA TODOS Aos 25 anos de idade, Nicolas Cavalcanti relembra a importância de sua experiência de trabalho numa das maiores indústrias de papel e celulose, para a qual foi contratado por meio de empresa prestadora de serviços terceirizados. “Mesmo não sendo meu primeiro emprego, foi o lugar que mais me deu chance de aprender coisas novas para crescer profissionalmente”, explica. Inicialmente contratado para atuar na recepção, Nicolas, que tem malformação congênita nas mãos e nos pés, em pouco tempo foi promovido a auxiliar administrativo. Além da boa remuneração, encontrou apoio no ambiente de trabalho. “A equipe me recebeu muito bem e não enfrentei nenhum tipo de preconceito”, afirma. UMA HISTÓRIA DE SUCESSO Atualmente Cléber Ferreira Dias, 27 anos, está no último ano da pós-graduação em administração geral. Aos 14 anos, ele relembra como se deu o primeiro contato com o que anos aposta na Terceirização Cléber: mais tarde seria sua profissão. “Comecei como mensageiro numa agência de seleção para vagas de Trabalho Temporário e Prestação de Serviços Especializados. Fui promovido depois de alguns anos a assistente de Administração e Pessoal e permaneci lá por 12 anos”, conta. Em outubro de 2009, Cléber decidiu trocar o emprego efetivo como analista de Recursos Humanos por uma vaga terceirizada em uma das mais prestigiadas empresas de análise de crédito do país. O reconhecimento não demorou e a tão sonhada efetivação como analista de Folha de Pagamentos acabou se concretizando. O rapaz, que no futuro pretende investir num negócio próprio, credita a evolução profissional ao empenho que teve desde quando ainda trabalhava como mensageiro. “Sem garra, não se obtém o sucesso”, define. // Taciana: comprometimento garante efetivação PRESSTEM modalidade que, cada vez mais, se caracteriza como chance para o trabalhador mostrar seu potencial, ser avaliado pela empresa e obter sua efetivação. A história de Taciana Aparecida Nascimento, 27 anos, obedeceu esse roteiro. Formada em psicologia, Taciana estava desempregada havia três meses, quando foi selecionada para uma vaga de analista de Recursos Humanos numa universidade de São Paulo. Durante os seis primeiros meses de contrato a jovem não poupou esforços para atender às expectativas da contratante. A recompensa veio com a efetivação. “Acredito que ter iniciativa, responsabilidade e comprometimento com a cultura e com os projetos da empresa me ajudaram a ser efetivada no emprego”, diz. // Giovanna Zanaroli muito trabalho pela frente Neuza: Giovanna Zanaroli Giovanna Zanaroli // 27 DIRETORIAS REGIONAIS Nova Diretoria na região Oeste Empresas da região no estado de São Paulo agora têm a representação do Sindicato Por Danielle Borges PRESSTEM Ao dimensionar 28 a presença atual e o po tencial do setor de prestação de serviços nos municípios que integram a região, a diretoria do Sindeprestem identificou a necessidade de uma aproximação maior com as empresas dessas localidades. A iniciativa faz parte da estratégia de ampliar a atuação do Sindicato no estado. A nova diretoria regional, que abrange desde os bairros da Lapa e de Pinheiros, na cidade de São Paulo, até o município de Vargem Grande Paulista, tem como titular Reginaldo Julien Ribeiro, nomeado em julho último. Bastante familiarizado com as necessidades dos empresários da zona Oeste de São Paulo, Ribeiro tem experiência na área de recursos humanos e atualmente é diretor do Grupo Willisa, uma prestadora de serviços há 15 anos no mercado, especializada em recrutamento, seleção e administração de trabalhadores temporários e terceirizados. De acordo com a diretora de regionais do Sindicato, Nilza Tavoloni, esta região metropolitana da cidade de São Paulo e os municípios vizinhos representam um grande polo industrial e de serviços, e o diretor escolhido foi indicado por suas qualificações e compro metimento com os negócios. “Ribeiro conhece bem o setor e as implicações desta importante região em que vamos atuar. Nossa expectativa é realizar um trabalho conjunto, que valorize a prestação de serviços e promova a integração entre as empresas do segmento”, destaca Nilza. A região Oeste do estado de São Paulo é constituída por 15 municípios e cerca de 900 prestadoras de serviços. O novo diretor conta que o plano de ação que vai balizar as iniciativas de sua gestão está em fase de debates, mas adianta que a ideia é criar uma aproximação maior com as empresas da região, ouvindo suas necessidades e propondo soluções. “Pretendemos mapear áreas de atuação e eleger representantes setoriais ou municipais, que serão os elementos de ligação entre os empresários e o Sindeprestem”, antecipa Ribeiro. Segundo ele, em Barueri, por exemplo, 118 em presas atuam no setor. “Nosso representante setorial ou municipal, indicado pelos próprios empresários, passaria a ter contato direto com os problemas e premências da sua área de atuação”, explica. Encontros periódicos para debater melhorias para a atividade também estão nos planos da nova diretoria. Os contatos com a regional podem ser feitos pelo e-mail: diretoria. [email protected]. Notas e números ALTO DO TIETÊ Recentemente, foi realizado na região o 9º Encontro de RH do Alto Tietê, segundo maior evento do segmento promovido em São Paulo. Com o tema "Do sonho à realidade", profissionais das áreas de recursos humanos e administração de empresas estiveram reunidos, de 21 a 23 de julho, na Universidade de Mogi das Cruzes para debater as novas técnicas de gerenciamento de pessoal. Diversas empresas filiadas ao Sindeprestem na região participaram do Encontro. De acordo com Cláudio Donizete de Almeida, diretor regional da entidade no Alto Tietê, eventos deste tipo aproximam profissionais que atuam no segmento de prestação de serviços dos que trabalham nas empresas tomadoras. “Trata-se de uma grande oportunidade comercial para apresentarmos nossas ideias e conquistar novos clientes, além de nos atualizarmos sobre as novidades do mercado”, afirma. O Encontro, organizado pelo Grupo de Recursos Humanos do Alto Tietê e pelo Grupo de Administradores AMERICANA De acordo com a diretora regional de Americana, Nilza Tavoloni, a recente implantação da nota fiscal eletrônica, feita em julho e válida a partir de agosto, está mobilizando os empresários da região. Para ela, o procedimento proporciona competitividade mais justa para as empresas. “Esta ferramenta veio para oferecer equilíbrio em relação ao imposto municipal, pois evita que cada empresa crie sua própria política fiscal”, avalia Nilza. Os empresários da cidade também estão em fase de adaptação às novas regras para o ponto eletrônico. “Ficamos satisfeitos com o sucesso do esforço feito pelo Sindeprestem para alteração da Portaria nº. 1.510”, comemora. De acordo com a Instrução Normativa nº. 85, as empresas de Trabalho Temporário devem utilizar o sistema de registro eletrônico de ponto das tomadoras de serviços. Além disso, conta a diretora, as empresas da região estão se adequando ao Programa Jornada Legal, da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, que prevê a erradicação da jornada irregular de 12 horas diárias e consecutivas. Contato com a regional pelo e-mail: diretoria. [email protected] Empresas de Americana se adaptam às novas normas PRESSTEM Nos próximos dois anos, cerca de 100 mil empregos correm risco de serem extintos no ABC, de acordo com o sindicato dos metalúrgicos e outras entidades da região. A previsão se baseia nas possíveis consequências de portarias do governo federal que permitem a importação de ferramentas e moldes usados, em especial da China. “Para evitar que isto se concretize é preciso união e mobilização das categorias afetadas”, alerta Maria Olinda Longuini, diretora regional do Sindeprestem no ABC. Na região, o segmento é o segundo que mais emprega, com 26 mil postos de trabalho e algumas empresas já sofreram baixas por conta da oferta do exterior. De acordo com a diretora regional, o que ocorre hoje com as importações caracterizam falta de isonomia e competição desleal. “E isto traz impactos negativos para as empresas representadas pela entidade, uma vez que, com a redução de atividade nas empresas locais, diminuem também as vagas de trabalho disponíveis para o serviço de recrutamento e seleção”, detalha. Contato com a regional pelo e-mail: diretoria.reg. [email protected] de Pessoal da região, é realizado a cada dois anos. Nesta edição, recebeu cerca de duas mil pessoas e contou com o apoio do Sebrae-SP. Contato com a regional pelo e-mail: diretoria.reg. [email protected] 29 Divulgação ABC REGIONAIS Divulgação DIRETORIAS BAIXADA SANTISTA PRESSTEM Dificilmente a cidade de Santos deixará de ser uma das sedes da Copa do Mundo de 2014. A previsão foi feita por José Benedito Pereira Fernandes, secretário de Estado de Esportes, Lazer e Turismo do município durante a terceira reunião ordinária da Associação das Prefeituras das Cidades Es tância do Estado de São Paulo (Aprescesp). Realizado no início de agosto, o encontro reuniu representantes de 19 cidades. Segundo Fernandes, Santos reúne a diversidade de atrativos turísticos, infraestrutura e proximidade da capital paulista, características que ele considera fundamentais para a cidade ser escolhida com uma das sedes da Copa. De acordo com Rodrigo Garcia, gerente de eventos esportivos da TurSP e integrante do Comitê Executivo Paulista Copa do Mundo Fifa 2014, as cidades escolhidas como base para os jogos terão de envolver a iniciativa privada e a sociedade civil na organização de eventos, melhorias na infraestrutura e promoção de produtos e serviços. A escolha das cidades que receberão os jogos será feita pelas delegações técnicas e divulgada apenas em 2013, por ocasião da Copa das Confederações. Para a região, a inclusão de Santos no roteiro de pro gramação do mundial significa incremento nos negócios, principalmente no comércio e nos serviços, segmentos nos quais a prestação de serviços especializados e a ocupação de trabalhadores temporários é crescente. 30 CAMPINAS A cidade, cuja economia é uma das maiores do Estado, fará parte do trajeto do trem de alta velocidade, de acordo com o projeto anunciado pelo Ministério dos Transportes e pela Agência Nacional de Transportes Terrestres. Com investimento estimado em R$ 33,1 bilhões e leilão marcado para o dia 16 de dezembro, o trem-bala prevê ligação entre Rio de Janeiro e São Paulo e, segundo o governo federal, deve começar a ser construído no final do próximo ano, com prazo máximo de seis anos para ser finalizado. Trem-bala Para o diretor regional de Campinas, Luiz Simões da Cunha, como o empreendimento terá a participação do setor privado, “será uma grande oportunidade para a criação de inúmeras vagas de emprego no município e cidades vizinhas”, uma vez que a implantação de projeto deste porte “traz consigo boas perspectivas de desenvolvimento para as empresas da região”. O trem de alta velocidade terá, segundo o projeto, pelo menos oito estações: no centro das cidades do Rio de Janeiro, de São Paulo e Campinas, nos aeroportos do Galeão (RJ), de Guarulhos (SP) e Viracopos (SP), na cidade de Aparecida (SP) e outras duas na região do Vale do Paraíba, em Barra Mansa (RJ) e São José dos Campos (SP). Contato com a regional pelo e-mail: diretoria.reg. [email protected] GUARULHOS O município de Guarulhos registrou o melhor desem penho da história na geração de empregos para o primeiro semestre do ano, desde 1996. Ao todo, foram abertos 12.286 novos postos de trabalho de janeiro a junho de 2010. Os números são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e se referem ao mercado formal de trabalho. A diretora regional Jismália de Oliveira Alves ressalta que a atividade de prestação de serviços lidera o ranking dos setores econômicos que mais geraram empregos este ano. “Desde o início do semestre, foram mais de 4 mil postos, quase 34% do total”. Em segundo e terceiro lugares estão a indústria e o comércio com, respectivamente, 33% e 18%. De acordo com a diretora, Guarulhos foi a terceira cidade que mais gerou empregos no Estado de São Paulo desde o começo de 2010 até agosto, ficando atrás apenas da capital paulista e de Franca. Na comparação com outros Até o final de setembro, será implantado em Ribeirão Preto o Sistema Integrado de Licenciamento (SIL), uma nova ferramenta de legalização de empresas pela internet. A iniciativa, que faz parte do Programa Estadual de Desburocratização desenvolvido pela Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho, foi apresentada à prefeita do município, Dárcy Vera, em agosto último. O objetivo é facilitar o processo de licenciamento das empresas. De acordo com o secretário estadual do Emprego e Relações do Trabalho, Pedro Jehá, o programa já atende empreendedores de São Caetano do Sul, Mogi das Cruzes, Limeira, Piracicaba, Santos e São José dos Campos. Em Ribeirão Preto o serviço será lançado em conjunto com o Portal Poupatempo do Empreendedor. “O sistema facilita a vida do empresário, que passa a obter seu alvará e licença de funcionamento sem burocracia”, afirmou o secretário. Para 75% das empresas, em função do baixo risco de suas atividades, o licenciamento será exclusivamente pela internet. Documentos e vistorias prévias serão substituídos por declarações utilizando o certificado digital. Até então, o processo demorava em média 120 dias, segundo estudo do Banco Mundial, e o empresário tinha de comparecer a todos os órgãos envolvidos no processo: Centro de Vigilância Sanitária, Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, Corpo de Bombeiros da Polícia Militar e Prefeitura. Contato com a regional pelo e-mail: diretoria.reg. [email protected] SOROCABA Uma pesquisa realizada pela diretoria regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CiespSorocaba) revelou que a região, composta por 47 municípios, fechou o mês de julho com aumento de 850 postos de trabalho no setor industrial, uma variação de 0,85% em relação ao mês anterior. Os números são do levantamento mensal realizado pelo Ciesp para monitorar o Nível de Emprego Regional VALE DO PARAÍBA O inverno e a concentração de eventos na região atraíram turistas e profissionais interessados nas diversas feiras e convenções promovidas no Vale do Paraíba. De acordo com Sérgio Silas Gallati, diretor regional do Sindeprestem, nos últimos meses houve um aumento substancial na geração de empregos, muitos deles no setor de serviços. “Acredito que o turismo, principalmente o de negócios, foi o grande responsável pela queda nos níveis de desemprego.” Recentemente, por exemplo, foram realizadas a 8ª Feira de Noivas e a 13ª Feira de Tecnologia, além do famoso Festival de Inverno de Campos do Jordão. “Eventos como estes movimentam os negócios na região e, como consequência, contribuem para a criação de vagas de trabalho em todos os setores da economia”, afirma o diretor. Os números chamaram a atenção do secretário das Relações do Trabalho de São José dos Campos, José Luis Nunes, que procurou Gallati para discutir estratégias de qualificação profissional na região, com o objetivo de ampliar as oportunidades dos trabalhadores nas atividades de prestação de serviços. Contato com a regional pelo e-mail: diretoria.reg. [email protected] PRESSTEM RIBEIRÃO PRETO Industrial (Neri). Nos últimos 12 meses, de acordo com a pesquisa, o acréscimo foi de 3,44%, o que corresponde a 3,3 mil trabalhadores a mais na região. O aumento do nível de emprego industrial em Soro caba e região foi influenciado pelas variações positivas dos segmentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, máquinas e equipamentos, veículos automotores, autopeças e metalurgia. Contato com a regional pelo e-mail: diretoria.reg. [email protected] Campos de Jordão 31 Divulgação municípios brasileiros, Guarulhos ocupa a 13ª posição entre os que mais empregaram trabalhadores formais no primeiro semestre, à frente inclusive de capitais como São Luiz (MA), Natal (RN), Florianópolis (SC), Belém (PA) e Campo Grande (MS). Contato com a regional pelo e-mail diretoria.reg. [email protected] CENTRAL SINDICAL DO EMPREENDEDOR Pesquisa aponta dificuldades de prestadores de serviços diante da falta de mão de obra qualificada Preocupados em encontrar e reter bons profissionais, empresários têm apenas um problema maior que esse: a famigerada carga tributária Pesquisa nacional realizada em julho pela Cebrasse, por meio do Grupo Ipema, focou o problema da falta de qualificação profissional que impacta a totalidade das empresas. O problema cresce aceleradamente nesse mercado. Em março, na avaliação das questões de ordem interna que afetam o incremento dos negócios, a retenção e a manutenção de mão de obra qualificada apareciam em último lugar (27%) entre os seis maiores desafios na gestão dos negócios. Em julho, a questão passa para o segundo lugar (52%), perdendo apenas para a manutenção de preços competitivos (57%). No quesito influências externas, a escassez de mão de obra foi apontada por 71% dos pesquisados, tendo sido desbancada somente pela tradicional campeã: a carga tributária, com 86% das indicações dos empresários. Paulo Lofreta, presidente da central empresarial, diz que a questão é de maior gravidade para o setor porque a atividade tem seu maior insumo na mão de obra empregada. “O apagão da mão de obra afeta de forma preocupante os prestadores, notadamente os de serviços terceirizados e de mão de obra intensiva, área de atuação de 82% dos entrevistados”. Entre esses e demais segmentos, a totalidade dos empresários (73%) está convicta de que a indisponibilidade de trabalhadores bem preparados impacta seus segmentos em maior ou menor intensidade. Como as empresas têm lidado com o problema? Programas de capacitação são realizados internamente por 70% das próprias empresas, que buscam minimizar o problema de escassez de mão de obra bem preparada. Outras ações para o enfrentamento do problema são buscas de novas fontes de recrutamento (41%), parcerias com fontes externas de capacitação (39%) ou com sindicatos de trabalhadores (20%). O que o governo poderia fazer? Para 87% dos empresários, uma boa ajuda oficial seria a implantação de programas de incentivo fiscal a prestadores que desenvolvam ações internas de capacitação. A ampliação do número de escolas técnicas seria outra boa alternativa, escolhida por 55% dos empreendedores. Mais uma iniciativa governamental bem vinda: o aumento de verbas destinadas ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), pontuada por um quarto deles. Quase 10% respondem que o governo deveria também resolver o problema de candidatos que se apresentam para o preenchimento de vagas, mas não podem ser contratados em razão de restrições cadastrais – aqueles que têm dívidas não pagas. PRESSTEM Cargos de maior indisponibilidade 32 Apenas cerca de 16% dos empresários de vários segmentos não sabem informar quais os profissionais que mais faltam para o preenchimento de vagas disponíveis em seus segmentos. Pontuações em torno de 16% são indicadas para os cargos de comprador, vendedor, mecânico e eletricista; seguidos de média de 14% para supervisor, coordenador, gerente, encarregado e motorista. Depois, vêm assistentes administrativo e contábil e operadores de máquina (11,4%), seguidos de engenheiros, técnicos de manutenção, fiscal, inspetor, agentes de limpeza, faxineiros, limpadores de vidro, porteiros, recepcionistas, (9,1%). Cargos de pedreiro, pintor, serviços gerais, jardineiro, logística, segurança e vigilante, analista financeiro e funileiro foram indicados por 6,8% dos empregadores. Várias outras funções pontuam entre 4,5% e 2,3% na indicação dos pesquisados quanto a dificuldades para encontrar trabalhadores preparados. Avaliações quantitativas e qualitativas dessa e de outras pesquisas, realizadas bimestralmente pela Cebrasse para traçar o perfil da prestação de serviços e as condições que envolvem a atuação do setor, estão disponíveis no www.cebrasse.org.br Alameda Santos, 880, 9º, cjto. 92 – Cerqueira César, São Paulo/SP – CEP 01418-100 (11) 3251.0669 e 3253.1864 – www.cebrasse.org.br TENDÊNCIAS E TECNOLOGIA Por Camila Vasconcellos Divulgação // Ponto eletrônico Empresários devem se preparar para a obrigatoriedade do Ministério do Trabalho, adiada para março de 2011 O setor de prestação de serviços terceirizados, bem como qualquer empresa com mais de dez funcionários em outros segmentos, se enquadra na obrigatoriedade da portaria 1.510/09, que estabelece novas regras para o Registro do Ponto Eletrônico. A medida exige que as empresas com relógios de ponto manual e as que já utilizam o sistema de ponto eletrônico troquem seus equipamentos por um que emita comprovante de entrada e saída de funcionários. Mas, desde sua publicação no ano de 2009, empresários e trabalhadores criticam a resolução do Ministério do Trabalho e Emprego e afirmam que, além de não haverem equipamentos suficientes no mercado, a burocracia decorrente da portaria vai gerar aumento de custos. Cedendo às pressões, o governo decidiu adiar para 1º de março de 2011 o prazo para as empresas se adequarem à nova regulamentação. Segundo o Ministério, a prorrogação se deu porque, de acordo com estudo da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), poderia haver falta de equipamentos para atender à nova regulamentação. Isso porque a média mensal de relógios eletrônicos de ponto produzidos no Brasil é de 184 mil e a Relação Anual de Índices Sociais (RAIS) mostra que pelo menos 700 mil empresas no país já usam sistema de ponto eletrônico e, portanto, teriam que comprar novos equipamentos. A boa notícia é que, segundo a Instrução Normativa nº 85, do Ministério do Trabalho, publicada no Diário Oficial da União no final de julho, as empresas de Trabalho Temporário deverão utilizar o Sistema de Registro Eletrônico de Ponto (SREP) das tomadoras de serviços. Para a supervisora jurídica da Asserttem e do Sindeprestem, Joelma de Matos Dantas, a medida é legal e, também, um alívio econômico para as empresas. “Todas estavam preocupadas em como fariam para gerenciar o controle do relógio de ponto na tomadora e com os gastos para comprar o aparelho, cujo custo varia de R$ 2.500 a R$ 5.000 para cada tomador de serviço.” Uma tendência no comércio mundial está cada vez mais forte na América Latina. As vendas pela internet devem movimentar quase US$ 70 milhões na região no ano que vem, de acordo com a empresa de pesquisas E-Consulting Corp. O Brasil, que responde por quase metade do mercado dos países latinoamericanos, tem 70 milhões de pessoas com acesso à internet. Desses, 20 milhões compram pela rede. As vendas cresceram 40% somente no primeiro semestre de 2010 e somaram R$ 6,7 bilhões. A previsão é que, este ano, o comércio eletrônico ultrapasse os R$ 14 bilhões. Segundo especialistas, o comércio ele trônico vai crescer 40% ao ano até 2015. Com esse enorme potencial, a cada dia surgem novas ferramentas para facilitar as transações online. Entretanto, um estudo realizado pela E-Consulting entre abril e junho deste ano apontou que os canais de relacionamento preferidos pelos consumidores ainda são os que dependem de contato humano. O levantamento, feito com quase 600 consumidores, analisou os meios de interação disponibilizados aos clientes por mais de 80 empresas do varejo, setor bancário, cartões de crédito, telefonia, indústria, bens de consumo e setor farmacêutico. O contato interpessoal em lojas e call centers é o preferido dos clientes, com 35% e 28% respectivamente, já que atende a três fatores fundamentais: qualidade das interações, consistência e personalização do atendimento. Os websites apareceram em terceiro lugar, com 21% da preferência. Os consumidores estão sempre em contato para obter informações sobre promoções e condições comerciais. Apesar de o país estar cada vez mais inserido no co mércio eletrônico, as categorias redes sociais, e-mail e web chat aparecem com 3% cada uma, somando 9%, e atrás da categoria correio/catálogo, com 7% da preferência. Para Daniel Domeneghetti, coordenador da pesquisa, a expansão do comércio eletrônico no Brasil deve re velar mudanças para o próximo ano. “No estudo do ano que vem, esperamos que as mídias sociais – redes e comunidades – atinjam percentuais somados de perto de 15% de preferência, uma vez que mais de 80% dos usuários brasileiros de internet interagem nessas mídias.” PRESSTEM // Expansão do e-commerce no Brasil 33 GESTÃO DE NEGÓCIOS CARTILHA FAAP: um instrumento para dar excelência à administração Por Camila Vasconcellos cada vez mais complexo, em que as exigências e normas se multiplicam a cada dia, muitos empresários do setor de prestação de serviços temporários e terceirizados, por mais experientes que sejam, por vezes encontram dificuldade no momento de compor seus custos e determinar o preço final do orçamento para o cliente. Com isso, parece quase impossível ter o controle sobre todos os contratos com as tomadoras e suas diretorias de recursos humanos. Além disso, a pressão do cliente por descontos a cada renovação de contrato e o pregão eletrônico, utilizado pela administração pública na busca por preços mais baixos, colocam a atividade em situações nas quais se tornam necessárias normas mais pre cisas de administração, políticas de treinamento e procedimentos que orientem os gestores quanto aos riscos de uma Terceirização mal administrada. Preocupado com esse cenário, o Sindeprestem fir mou uma parceria com a JR Faap, uma consultoria sem fins lucrativos, fundada em 1989 e constituída por alunos dos diversos cursos de graduação da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap). O resultado da parceria será uma planilha modelo, em fase de ajustes finais pela consultoria. Em breve, a planilha será disponibilizada na internet para os associados do Sindicato e da Asserttem. “A Terceirização vem crescendo visivelmente no Brasil e queremos contribuir para que os resultados da atividade sejam cada vez melhores”, afirma Flavio Garcia, integrante do grupo JR Faap. Para Jismália de Oliveira Alves, diretora de comu nicação do Sindeprestem, “os custos têm peso em qualquer atividade e a iniciativa de criar a planilha modelo visa contribuir para a melhor gestão dos negócios”. De acordo com uma pesquisa recente da entidade, 79% das empresas instaladas no país pretendem continuar terceirizando e o conhecimento amplo da gestão de seu negócio é primordial para o empresário obter sucesso. “Quando terminarem os ajustes finais, empresários da atividade testarão a planilha e poderão propor as alterações que considerarem pertinentes. Em seguida, o Sindicato disponibilizará uma cartilha impressa para explicar o programa ao associado”, antecipa Jismália. // Garcia, da Faap: cartilha será ferramenta para aperfeiçoar gestão Edevaldo Tadeu Operando em um ambiente de negócios FORMAÇÃO E CURSOS A qualificação como meta Em sete anos, sindicato formou perto de 6.500 pessoas Por Camila Vasconcellos presenciais a funcionários de empresas associadas ou filiadas. Segundo Regina de Souza, diretora de Formação e Eventos, o propósito do Sindicato é contribuir para o aprimoramento dos profissionais que atuam na prestação de serviços terceirizados. “Nosso principal objetivo é aumentar a qualificação dos trabalhadores da atividade para responder à busca por maior competitividade por parte de nossos clientes”, explica a diretora. Desde 2003, ano em que o Sindeprestem começou a oferecer seus cursos, 6.442 pessoas foram formadas. Em 2010, há uma grade de cerca de 30 cursos, entre os quais Administração de Pessoal, Auditoria Interna, Avaliação Psicológica, Cálculos Trabalhistas, Como Conquistar o Cliente pela Venda, Liderança e Gestão de Pessoas, Merchandising, Tomada de Decisão, Trabalho Temporário e Terceirização - Direitos e Deveres, Ponto Eletrônico. anuncio_webfopag.pdf 1 26/08/10 Todos os cursos são ministrados na sede da entidade, no centro de São Paulo. As inscrições podem ser feitas pelo site www.sindeprestem.com.br ou pelo e-mail [email protected] e os valores são diferenciados para funcionários de empresas associadas ou filiadas. O preço é menor para funcionários de empresas que também sejam universitários. // Edevaldo Tadeu O Sindeprestem oferece diversos cursos Qualificação é fundamental para atender às necessidades dos clientes Regina: 11:15 Aconteceu na folha... Já está no holerite! Webfopag Ð a folha de pagamento onde tudo acontece na velocidade da internet! 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O levantamento do Sindeprestem/Asserttem, encomendado ao Instituto de Pesquisa Manager (Ipema), revelou que no mês de julho deste ano foram contratados 15 mil trabalhadores temporários, 25% a mais em relação ao mesmo período de 2009. De acordo com a pesquisa, a maior parte das vagas foi preenchida em clubes, parques de diversão, hotéis, pousadas, acampamentos, bares e restaurantes. “Foram 10,5 mil vagas em todo o país no setor de serviços e mais 4,5 mil na indústria e no comércio”, contabiliza Jismália de Oliveira Alves, diretora de Comunicação do Sindicato e da Entidade. 1º EMPREGO E EFETIVAÇÃO O Trabalho Temporário, além de garantir renda extra, sempre tem chance de se tornar emprego fixo, como ocorreu nas férias de julho último. De acordo com o levantamento do Ipema, 15% dos trabalhadores temporários contratados no setor de serviços e 18% na indústria e comércio foram efetivados. Jovens em situação de primeiro emprego ficaram com 25% do total de contratos temporários, o que significa 3,4 mil trabalhadores que conseguiram sua vaga inicial no mercado. REMUNERAÇÃO O estudo constatou ainda que, na comparação com julho do ano passado, a remuneração também foi maior. No segmento de lazer e entretenimento a faixa salarial ficou entre R$ 40 e R$ 130 por dia trabalhado para funções como atendimento, monitoria, operação de brinquedos, serviços de quarto e de cozinha. Na indústria e no comércio, o valor mensal pago foi de R$ 580 a R$ 1.200 para trabalhadores que ocuparam vagas em promoção, degustação ou na linha de produção. Mais carteiras Divulgação de trabalho StokXpert No primeiro semestre de 2010, o Ministério do Trabalho e Emprego emitiu mais de 2,8 milhões de Carteiras de Trabalho e Previdência Social. O número é 3,6% maior que o registrado no mesmo período em 2009. São Paulo emitiu pouco menos de 700 mil documentos de janeiro a junho deste ano e foi o estado com o maior registro, aumento de 14%. Em segundo lugar está Minas Gerais, com 254 mil Carteiras emitidas, seguido do Rio de Janeiro, com 233 mil. O estado que registrou o menor número de emissões foi Roraima, com 7,8 mil, mesmo assim, o número representou alta de 10%. Comércio avança no primeiro semestre Dia dos Pais melhor em 2010 Este ano, as vendas no período que compreende o Dia dos Pais cresceram 6,9% em todo o Brasil na comparação com a mesma data em 2009, de acordo com o Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio. Para os economistas do instituto, as variáveis que influenciaram no incremento das vendas neste ano foram, sobretudo, o crédito mais farto, as promoções do varejo com prazos mais longos de parcelamento e o frio intenso em grande parte do país. Na cidade de São Paulo, na comparação de 2010 ante 2009, houve crescimento de 5,4% nas vendas na semana da data e de 2,2% no fim de semana. No Dia dos Pais 2009, em relação a 2008, os crescimentos de vendas no município foram de 1,5% e 2,4%, respectivamente. PRESSTEM Vendas do comércio varejista na região metro politana de São Paulo registraram aumento de 6,3% no primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano passado, segundo pesquisa realizada pela FecomercioSP. Entre os setores que tiveram desempenho positivo estão o de eletrodomésticos e eletrônicos, com alta de 17,7%; o de vestuário, tecidos e calçados, com acréscimo de 11,7%; e o de farmácias e perfumarias, com 11,2% a mais. As exceções aos resultados positivos registrados em todo o varejo ficaram por conta das lojas de departamentos e das lojas de materiais de construção, que registraram queda de vendas semestrais em seus movimentos. De acordo com o levantamento, o nível de confiança do consumidor permanece por enquanto elevado, e o desempenho das vendas varejistas em 2010 tende a mostrar resultado positivo em relação ao ano passado, com taxa de crescimento ao redor de 6%. 39 PARCERIAS Fotos: Tatiana Yoko REALIZAÇÕES E Inclusão de aprendizes Encontro na sede do Sindeprestem esclarece exigência do Ministério do Trabalho e mostra que incluir não é o mesmo que simplesmente empregar PRESSTEM Por Camila Vasconcellos 40 Em meados de agosto, empresas associadas ao Sindeprestem se reuniram no auditório do sindicato para conhecer melhor o Programa FOPAP – Fórum de Aprendizagem Profissional e se inteirar das exigências da Lei nº.10.097/2000. A legislação estabelece que todas as empresas de médio e grande porte estão obrigadas a contratar adolescentes e jovens entre 14 e 24 anos. O FOPAP, uma das bandeiras da gestão de José Roberto de Melo como Superintendente Estadual de Relações do Trabalho e Emprego em São Paulo, tem caráter consultivo e foi planejado para ser um espaço permanente de articulação social e institucional cujo objetivo é promover o debate sobre a inclusão de aprendizes no mercado de trabalho. Como as empresas do segmento econômico repre sentadas pelo Sindeprestem têm a obrigatoriedade dessa contratação, a entidade assumiu o compromisso de promover o evento e sanar as dúvidas do setor. Melo explicou o que é necessário para contratar o aprendiz, respondeu às questões e esclareceu aos cerca de 50 empresários presentes como serão feitas as fiscalizações. Vander Morales, presidente do Sindeprestem e da Asserttem, considera que a importância dessa lei para a sociedade é bastante clara, o que inclui o setor empresarial. “Perto de 90% da criminalidade está con centrada em jovens de 16 a 29 anos. Precisamos nos conscientizar de que só reduziremos este elevadíssimo percentual quando os empresários assumirem sua responsabilidade de dar chance de reinserção social a essas pessoas”, argumentou. DETERMINAÇÕES LEGAIS O Programa de Aprendizagem determina que entre 5% e 15% do total de empregados de uma empresa com mais de sete funcionários sejam aprendizes. A exigência se aplica somente sobre o quadro de empregados cujas funções demandem formação profissional nos ofícios previstos na Classificação Brasileira de Ocupações – CBO, definido pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Por exemplo, funções gerenciais, de nível superior ou de nível técnico não estão incluídas na base de cálculo. O contrato do aprendiz é especial e tem tempo determinado de, no máximo, dois anos. Os jovens beneficiários empregados pelas empresas devem estar matriculados em cursos de aprendizagem de instituições qualificadoras reconhecidas, como as escolas do Sistema “S” (SENAI; SENAC; SENAR; SENAT; SESCOOP), as Escolas Técnicas de Educação, inclusive as agrotécnicas, e Entidades sem Fins Lucrativos que tenham por objetivos a assistência ao adolescente Vander: reinserção social combate criminalidade e a educação profissional, registradas no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. Essas escolas são responsáveis pela certificação do jovem e por ministrar a carga horária estabelecida no contrato – uma somatória das aulas de conteúdo teórico da instituição de aprendizagem e das vivências práticas da função do aprendiz na empresa. Melo: objetivo é debater inclusão real de aprendizes Para o Superintendente de Relações de Trabalho, a inclusão de jovens aprendizes, meta do Programa, nada tem a ver com a simples inserção. Ele enfatiza que a inserção é uma obrigação legal. “E inclusão não é apenas contratar e colocar o jovem em uma função qualquer, como tirar xerox. Queremos empregá-lo em uma função que agregue valor à sua vida.” Conforme a visão de Melo, isto significa “motivá-lo a participar de palestras sobre drogas, educação social, educação financeira, meio-ambiente etc. e, assim, formar um cidadão”. Segundo o Superintendente, o Brasil possui 200 mil aprendizes contratados, “mas poderia ter 1,2 milhão”. De acordo com Morales, muitos empresários da atividade de prestação de serviços ainda têm dificuldade em incluir o aprendiz no contrato porque algumas empresas tomadoras não aceitam esse tipo de mão de obra. Para Melo, entretanto, trata-se de uma obrigação legal que as tomadoras não podem declinar. PRESSTEM INCLUSÃO VERSUS INSERÇÃO 41 REalizações E PARCERIAs Sindeprestem apoia Programa Jornada Legal Compromisso firmado entre o Ministério do Trabalho e Emprego e sindicatos de prestação de serviços especializados busca garantir o cumprimento das normas legais quanto à carga horária e ao pagamento de salários variáveis Por Danielle Borges PRESSTEM A parceria proposta pela Superintendência 42 Regional do Trabalho e Emprego é oriunda de um projeto piloto do Ministério do Trabalho e Emprego chamado Programa Jornada Legal. A ideia surgiu em 2009, na cidade de São José dos Campos, e agora será ampliada para todo o estado de São Paulo. O termo de compromisso firmado com o Sindeprestem em junho, e que conta com a participação de entidades patronais e laborais, tem o objetivo de garantir o cumprimento da legislação com relação à jornada de trabalho e seus desdobramentos, como escala de revezamento, horas extras, intervalo para refeição e descanso. Vander Morales, presidente do Sindeprestem e da Asserttem, lembra que o Sindicato obteve com o Ministério compromisso para as prestadoras de serviços se adequarem às normas a partir de 1° de janeiro de 2011. Novos contratos fechados ainda este ano, porém, já devem ser firmados de acordo com as normas do Programa e a recomendação é de explicitá-las nos contratos coletivos de trabalho. “Ratificamos essa iniciativa, pois acreditamos que, com mais segurança no trabalho, a produtividade do empregado tende a aumentar”, afirma Morales. De acordo com Edna Camargo, auditora fiscal federal do Trabalho e responsável pelo Programa, a ideia é promover a erradicação das escalas e jornadas irregulares de 12 horas diárias, com o objetivo de melhorar as condições de trabalho. “Fizemos uma análise aprofundada e concluímos que essa é uma adequação necessária, que vai reduzir as irregularidades”, justifica. Segundo a auditora, embora ilegal, a escala de 12 horas ainda é praticada por muitas empresas, “afrontando diretamente o artigo 59 da Consolidação das Leis do Trabalho”. De acordo com a CLT, a jornada de oito horas diárias poderá ser acrescida de, no máximo, duas horas extras, totalizando dez horas por dia de efetivo trabalho. A exceção é para a escala 12 horas trabalhadas por 36 de descanso, única permitida na legislação. AMPLO DEBATE O acordo incluiu os Sindicatos das Empresas de Asseio e Conservação no Estado de São Paulo e Região do Grande ABC (Seac-SP e Seac-ABC) e o Sindicato de Turismo e Hospitalidade de Ribeirão Preto (Sindtur). Representando os empregados, aderiram o Sindicato dos Trabalhadores Terceirizados do Estado de São Paulo (Sindeepres), o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Asseio Conservação e Limpeza Urbana de São Paulo (Siemaco) e a Federação dos Trabalhadores em Serviços de Asseio e Conservação no Estado de São Paulo (Femaco). Antes da assinatura do compromisso, o tema foi amplamente debatido com os representantes das categorias patronais e laborais. Edna Camargo enfatiza que, nesses encontros, os trabalhadores mostraram preocupações quanto a eventuais quedas na remuneração, ocasionadas pela supressão de Divulgação // Edna Camargo: Programa vai reduzir irregularidades PRESSTEM horas extras. “Eles entendiam que as horas extras complementam o salário. Mas procuramos mostrar que esse recurso pode ser utilizado eventualmente, mas não como hábito, e que o trabalho especializado deve ter remuneração compatível”, frisa. A partir de janeiro do próximo ano começa a fiscalização que verificará a eliminação das escalas de trabalho de 12 horas diárias, com exceção das de 12 por 36, e acompanhará o correto pagamento dos salários variáveis, incluindo horas extras, noturnas reduzidas, prorrogadas e seus reflexos nos tributos e impostos. As empresas também devem ficar atentas para o cumprimento da Súmula 291 do TST, que prevê os casos de salários variáveis, o cálculo de horas extras e adicional noturno. Edna Camargo adiantou que a próxima categoria a ser incluída no Programa Jornada Legal será a dos vigilantes. “Como a convenção coletiva já veda a escala de 12 horas diárias consecutivas nessa ca tegoria, achamos que não haverá maior dificuldade para a adesão ao Programa”, prevê a auditora. Mais informações podem ser obtidas no departamento jurídico do Sindeprestem, pelo telefone 0800-7012449 ou pelo e-mail [email protected]. 43 Divulgação Abralimp eventoS Higicon debate segmento de limpeza profissional PRESSTEM Congresso reúne 44 especialistas para discutir o futuro da Terceirização na atividade Por Danielle Borges Realizado em São Paulo, nos dias 3 e 4 de agosto, o 22º Higicon, evento promovido pela Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional (Abralimp), com o apoio institucional do Sindeprestem, reuniu fornecedores, empresas prestadoras e tomadoras de serviços com o objetivo de ampliar discussões e a troca de experiências para elevar a qualificação da atividade. Durante o congresso foram debatidas ações que visam atender tomadores de serviços cada vez mais exigentes por melhor preço e qualidade. Além disso, esses clientes estão considerando a sustentabilidade ambiental dos serviços prestados pelas empresas como fator relevante para a contratação. Para o vereador Gilberto Natalini, esse aspecto reflete a crescente conscientização da sociedade para as questões ambientais. Pedro Luiz Paulucci, sócio da Top Marketing Con sultores, apresentou dados de crescimento, “muitas vezes desordenado do setor”. De acordo com ele, a maior parcela das empresas tem pouco tempo de atividade. Paulucci apontou também a falta de mecanismos para controle da qualidade dos serviços prestados. “Como não há regras mais claras e rígidas para a entrada nesse mercado, qualquer pessoa pode abrir uma empresa, mesmo sem experiência.” Ainda de acordo com o consultor, as regiões Sul e Sudeste detêm 80% do potencial de mercado de limpeza profissional, que fechou o ano de 2009 com faturamento próximo de US$ 4 bilhões. Para 2010, a expectativa é de crescimento entre 5,5% e 6%. Paulucci antecipou também que a tendência é de progressão no crescimento, atribuída por ele ao desenvolvimento da Terceirização. “Este é um conceito estratégico que veio para ficar, crucial na acirrada guerra de preços e necessidade de aumento de produtividade da mão de obra especializada.” O presidente do Sindeprestem e da Asserttem, Vander Morales, levou ao evento uma síntese dos debates realizados durante o CIETT Brasil 2010, encontro mundial das empresas de Terceirização e Trabalho Temporário, ocorrido em maio e que reuniu representantes de mais 20 países. Em sua palestra Morales lembrou que a avaliação da imensa maioria dos participantes do CIETT é a de que a prestação de serviços terceirizados consolida-se como forte tendência nas estratégias empresariais, além de contribuir para geração de empregos no mundo. Isto significa, alertou, “que o empresário do setor terá de se especializar cada vez mais e buscar seu nicho de mercado”. A atividade, ao lado do Trabalho Temporário, emprega cerca de 10 milhões de pessoas no mundo. “Somente durante a Copa do Mundo PRESSTEM RETROSPECTIVA CIETT “Todos já sabem que podem, e devem, contribuir para a melhoria do meio ambiente. Há várias iniciativas de políticas públicas neste sentido. E quem na iniciativa privada não se adaptar poderá ficar de fora do mercado”, argumentou. Como exemplo, citou o projeto para utilização de água de reúso na limpeza das ruas ao invés de água potável. Ricardo Costa Garcia, presidente da Federação Nacional das Empresas de Serviços e Limpeza Ambiental (Febrac), fez uma retrospectiva sobre a atividade de asseio e conservação. “O mercado de limpeza profissional é relativamente novo: começou na década de 70 utilizando a ideia de Terceirização como conceito gerencial e estratégico.” Atualmente, segundo ele, o setor emprega 600 mil trabalhadores e reúne 13,6 mil empresas entre limpadoras, distribuidoras, fabricantes e importadores de insumos. 45 eventoS O segmento de limpeza é um dos que mais se ressente com a carência de capacitação, seguido de atividades de linha de produção, telemarketing e vendas. Também de acordo com a pesquisa, há déficit de trabalhadores no setor têxtil, automobilístico, moveleiro, naval, petroleiro e de tecnologia da informação. Neste cenário, Belini aponta a retenção de talentos como grande desafio do empresário de recursos humanos. “Ocorre que, muitas vezes, o gestor é obrigado a utilizar práticas nem sempre eficientes e muitas vezes prejudiciais para o negócio, como aumento da remuneração, bônus e planos de incentivo. São recursos que podem solucionar dificuldades de curto e médio prazo. Mas a questão é muito mais ampla, uma vez que, em sua essência, está a própria precariedade educacional do país”, finalizou. Divulgação Abralimp na África do Sul foram contratados 200 mil temporários”, lembrou o dirigente empresarial. Morales também relatou o panorama econômico de alguns países integrantes da Confederação que representa o setor internacionalmente: China e Coréia registraram cres cimento de 10% no último ano, enquanto Portugal apre sentou queda de 25% devido à crise mundial. Bulgária, Holanda e França têm previsão de crescimento de 15% em 2010. O Brasil foi destaque, com a melhor recuperação frente à crise dentre os países citados. ”Apesar disso, o Brasil ainda está em 56º no ranking de competitividade global, resultado dos conhecidos gargalos que afetam o país e, em particular, o desenvolvimento da Terceirização”, registrou Morales, lembrando como fatores restritivos “a excessiva burocracia, infraestrutura precária, legislação trabalhista ultrapassada, alta carga tributária, além do risco de falta de mão de obra qualificada”. O presidente do Sindeprestem lembrou ainda que, durante os debates no CIETT, especialistas em recursos humanos, profissionais de gestão, representantes de orga nizações empresariais e de trabalhadores chegaram a alguns consensos em pontos antes controversos. Entre eles, citou a importância de regulamentação para a Terceirização no Brasil, o combate às cooperativas ilegais de trabalho, a consolidação do conceito de serviços especializados e o investimento em programas de capacitação de mão de obra. PRESSTEM QUALIFICAÇÃO DA MÃO DE OBRA 46 Com o tema “Onde está a mão de obra?”, Edison Belini, consultor de Marketing do Sindeprestem, detalhou levantamento encomendado pela Central Brasileira do Setor de Serviços (Cebrasse) ao Instituto de Pesquisa Manager (Ipema) sobre qualificação profissional no país. Para o consultor, a falta de mão de obra qualificada nos diversos setores da economia é consequência do crescimento econômico. “Embora a disponibilidade de trabalhadores e sua adequada capacitação são problemas previstos há algum tempo, temos de rapidamente dar respostas para essas questões”, afirmou. Belini analisou o impacto desses indicadores na empregabilidade dos trabalhadores. “No ano passado, 1,7 milhão de vagas oferecidas em setores como construção civil, metalurgia, transportes e serviços a empresas deixaram de ser preenchidas por falta de qualificação do trabalhador.” A crise, ressaltou, afeta até hospitais de comprovada excelência. “De acordo com o Instituto do Coração, dos 120 mil enfartes anuais, apenas 26% dessas ocorrências são atendidas de forma adequada”, exemplificou. Vander: Brasil superou crise, mas precisa vencer gargalos Divulgação Cidade de Barranquilla Colômbia sedia congresso latinoamericano do setor Por Camila Vasconcellos Durante os dias 23 e 24 de setembro, o Hotel El Prado, na cidade de Barranquilla, localizada ao norte da Colômbia, a 700 km de Bogotá, será sede do 11º Congresso de Serviços Temporários e do 9º Congresso Latinoamericano de Empresas de Serviços Temporários. Promovido pela Associação Colombiana de Empresas de Emprego Temporário (Acoset), o evento detalhará aos empresários da atividade o amadurecimento do setor e as novidades que os profissionais de recursos humanos têm aplicado ao trabalho flexível. Vander Morales, presidente do Sindeprestem e da Asserttem, lembra que “o evento da Colômbia tem crescido a cada edição, com a preocupação de abranger as questões do PRESSTEM Evento reúne especialistas para discutir novidades na gestão do trabalho flexível 47 Divulgação eventoS PRESSTEM Hotel El Prado, sede do evento promovido pela Acoset 48 trabalho flexível em toda América Latina. E a presença do Brasil é fundamental porque somos referência como liderança setorial na região”. Vander levará ao painel Para onde vai o Trabalho Temporário e a Terceirização na América Latina, que acontece no primeiro dia do evento, uma síntese dos debates realizados durante o CIETT Brasil 2010, encontro mundial das empresas de Terceirização e Trabalho Temporário, ocorrido em maio, em São Paulo, e que reuniu representantes de mais 20 países. “É importante enfatizar que a prestação de serviços terceirizados tem se consolidado com forte tendência nas estratégias empresariais, além de contribuir maciçamente para geração de empregos no mundo. Isto significa que o empresário do setor terá de se especializar cada vez mais e buscar seu nicho de mercado”, prevê, destacando que a atividade, ao lado do Trabalho Temporário, emprega mais de 10 milhões de pessoas no mundo. “O painel será muito importante, já que também conta com a presença de representantes que entendem a legislação e as dificuldades da nossa região”, completa Morales, referindo-se aos países membros da Clett&A (Confederação Latinoamericana das Empresas de Trabalho Temporário e Terceirização) que participarão do debate. No segundo dia do evento, o painel Como ser eficiente na comercialização de serviços temporários e terceirizáveis também contará com a participação de membros da Clett&A e do consultor de Marketing e Comunicação do Sindeprestem, Edison Belini. “Acredito que o encontro seja uma real oportunidade de intercâmbio de informações e servirá também para mostrar as metodologias utilizadas no Brasil na comercialização de serviços”, afirma. Segundo o consultor, há uma expectativa por parte dos empresários brasileiros que estarão no evento em interagir com empresários latinoamericanos e fomentar discussões a respeito de mercados, aspectos legais e outras questões atuais da atividade. “Também queremos recolher as tendências e técnicas utilizadas pelos colombianos, já que integram o segundo maior mercado do nosso segmento na América Latina”, antecipa Belini. APOIO GOVERNAMENTAL De acordo com Vander Morales, palestrante do Congresso também em 2009, a Colômbia já alcançou o patamar de modelo de conscientização empresarial em relação ao Trabalho Temporário e à Terceirização. Houve época, diz ele, que as empresas colombianas de emprego temporário eram vistas como precarizadoras de mão de obra. “Hoje, graças a ações de intensificação da comu nicação, mobilização dos empresários e realização de pesquisas, a situação foi revertida e o governo valoriza e incentiva a atividade como empregadora de mão de obra formal e criadora de oportunidades para os jovens no mercado de trabalho”, relata. Quanto à Terceirização, a Colômbia também pode ser considerada como exemplo, pois a prestação de serviços especializados já está consolidada naquele país. “O Brasil pode alcançar, talvez num espaço de tempo maior, o mesmo resultado”, acredita Vander, lembrando que nas empresas colombianas não mais se discute o que é atividade meio e fim. “A relação é mais simples: quem tem especialização vende para quem quer comprar”, conclui. No site do Sindeprestem, www.sindeprestem.com. br, é possível obter a programação do evento e outras informações como onde se hospedar na cidade de Barranquilla. eleições 2010 Por Gaudêncio Torquato O que somos, para onde vamos? Questões recorrentes que frequentam as con versas: o que vai acontecer com o Brasil no ciclo pós-Lula? Haverá perigo de retrocesso? Façamos breve reflexão. Em primeiro lugar, é oportuno lembrar que o Brasil ocupa um lugar privilegiado na moldura contemporânea. Integra o famoso grupo dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China), mas porta uma condição que o difere de seus parceiros. Sua democracia está consolidada. Possui um Estado de Direito que se ampara na defesa da cidadania e na promoção da liberdade e dos direitos individuais e sociais. A par de seu ideário libertário, nosso país conseguiu, nos últimos anos, livrar-se de amarras que o colocavam em segundo plano na moldura contemporânea. De devedor do FMI, passou a ser credor, com cerca de US$ 14 bilhões emprestados ao Fundo e direcionados à ajuda dos países pobres. Passamos, ainda, ao largo da crise internacional, graças a uma política de incentivo ao consumo. Os eixos macroeconômicos implantados na era FHC foram preservados e consolidados. E as políticas sociais, cujas sementes também foram plantadas no passado recente, foram ampliadas, a ponto de contribuir para um dos ciclos mais positivos na frente da dinâmica social. Resultante dessa engrenagem econômico-social foi a inserção de 25 milhões de brasileiros no mercado de consumo, elevando as classes médias (alta, média e baixa) ao pódio mais alto das classes sociais no Brasil, além da transferência de milhões de brasileiros carentes da classe E para a classe D. A dinâmica social no país alcançou intensidade nunca vista. Costumo dizer que o clima ambiental de uma nação é medido pelo Produto Nacional Bruto da Felicidade (PNBF), amálgama de situações positivas, que incluem dinheiro no bolso, estômagos satisfeitos, geladeira cheia, enfim, certo conforto social. Essa é a radiografia que se pode fazer do país neste momento em que se desenvolve o processo eleitoral, ao qual se habilitam cerca de 20 mil candidatos, dentre os quais serão eleitos o presidente e o vicepresidente da República, os 26 governadores de Estado e mais 1 para o Distrito Federal, 54 dos 81 senadores, 513 deputados federais e 1.057 deputados estaduais. Portanto, sob o desenho acima, pode-se inferir vigorosa vitória do sistema governista, apontando-se a candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como a favorita para o sufrágio de 3 de outubro próximo. Esta moldura permite inferir que, seja qual for o vitorioso, não há possibilidade de o país retroceder, seja PRESSTEM Gaudêncio Torquato, jornalista, é professor titular da USP e consultor político e de comunicação 49 PRESSTEM StockXpert eleições 2010 Por Gaudêncio Torquato 50 na via macroeconômica, seja nos caminhos da política, seja mesmo na vertente dos direitos humanos e das liberdades. Teme-se, por exemplo, uma guinada do país para a esquerda, a partir de uma leitura do passado da candidata Dilma Rousseff. Cada tempo comporta personagens e eventos. Não tem fundamento a hipótese de trazer o passado para o futuro. O Brasil, reafirmo, é uma democracia em processo intenso de consolidação. Nesse sentido, os espaços do radicalismo se estreitam, não havendo ambiente para o desenvolvimento de ideologias que possam comprometer os valores democráticos. Não se deve, portanto, temer retrocesso. Nos sistemas democráticos, mesmo em democracias mais jovens como a brasileira, é inviável se imaginar a implantação de programas capazes de gerar profunda fissura no tecido social. Ademais, nossa democracia representativa – ancorada em muitos partidos políticos e atores que frequentam todos os espaços do arco ideológico – impõe uma governabilidade ajustada a ideários, interesses e visões plurais da sociedade. Lembremos a própria figura de Lula, que alcança o índice de 80% de aprovação popular. O carisma que irradia seu perfil não foi suficiente para torná-lo mandachuva absoluto. Lula amoldou-se às circunstâncias. Amalgamou posições, flexibilizou visões, amaciou núcleos radicais do PT, atraiu bases partidárias, abriu fronteiras na frente política, fortalecendo condições para chegar ao final de mandato com forte respaldo. Mesmo com esse estofo, não conseguiu ganhar todas as batalhas. Algumas derrotas ele teve de engolir, a exemplo deste último episódio, o aumento de 7,7% para os aposentados. Imprimiu ritmo e estilo, ancorado no carisma e no alto prestígio junto às massas, dobrou- se às circunstâncias da política, sobretudo à índole fisiológica que retrata a identidade do conjunto partidário. Às características endógenas de nossa cultura, soma-se a moldura exógena, em que se distinguem os atributos da internacionalidade, como a imbricação das fronteiras entre países, a integração de economias, a defesa das liberdades e dos direitos humanos e os compromissos estreitos assumidos pelas nações. Além disso, contamos com uma poderosa tuba midiática, que faz ressoar o clamor social, a denúncia, a crítica, aponta erros e indica direções a seguir. Os meios de formação de opinião poderiam apitar impedimento e criar barreiras na opinião pública, ante eventos que possam contrariar a índole democrática de nosso povo. Ao PT, por seu lado, interessa estender o projeto de poder que lidera, meta inviável sem o concurso de vastos apoios, a partir do PMDB, o maior partido. Por isso mesmo, a alternativa que lhe resta é consolidar parcerias e administrar nichos insatisfeitos que manobram para fazer valer seus pontos de vista. Essa engenharia de acomodação de camadas, pressões e interesses, será a marca do amanhã. É evidente que as reformas fundamentais – política, tributária, previdenciária e trabalhista – frequentarão as agendas do Executivo e do Legislativo. O governo contará com uma base parlamentar que poderá chegar a 380 deputados e com a maioria dos senadores. Lula já se comprometeu a incentivar a reforma política, e a própria candidata Dilma prometeu fazer a reforma tributária, além do compromisso público de desonerar a produção. Portanto, há indicações auspiciosas sobre o futuro imediato. No campo da reforma trabalhista, é possível prever a continuidade de amarras, a partir do território das relações do trabalho, que continuará sob o domínio das Centrais Sindicais. Mas avanços certamente serão conseguidos, como, por exemplo, a regulamentação da Terceirização, compromisso de algumas lideranças ainda para este ano. Quanto aos potenciais, podemos vislumbrar hori zontes amplos, a partir da exploração do pré-sal e do fortalecimento do etanol, o combustível do futuro. Não há, portanto, motivos para assombros. Nosso país continental tem amplas possibilidades de subir ao palanque das potências mundiais. O sonho de poder vir a ser a quinta ou quarta potência poderá ser alcançado em 15 ou 20 anos. ESTAMOS EM TODOS OS LUGARES TRABALHO TEMPORÁRIO E SERVIÇOS TERCEIRIZÁVEIS Presentes nas Estratégias de Milhares de Empresas e Milhões PRESSTEM de Profissionais, de todos os Setores, e em todo o País. 51 Pessoas e Empresas que fazem a diferença em Serviços tel. 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