O Cinema inspirando viagens
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O Cinema inspirando viagens
. O Cinema inspirando viagens Filmes e Livros inspiram viagens LAWRENCE e Lean. O “árabe” e o cineasta. Ambos Lawrence da Arábia, o personagem, e David Lean, o cineasta - não levaram às salas de cinema apenas milhões de espectadores. Milhares de turistas - motivados pelo filme e seus personagens - saíram em busca de conhecer as paisagens reais, os sets de filmagens do épico de 1962, baseado na obra de T. E. Lawrence, "Os Sete Pilares da Sabedoria". Até hoje - a despeito do tempo - "Lawrence da Arábia" é um dos magníficos clássicos do cinema que inspiram viagens. Peter O'Toole dirigido por David Lean - e o deserto Wadi Rum, na Jordânia - foram apenas mais um dos meus grandes inspiradores de viagens. É o cinema inspirando viagens. Muitas vezes sem percebermos. Peter O'Toole foi T.E. Lawrence - o "Lawrence da Arábia". Omar Sharif interpretou Sherif Ali ibn el Kharish, Alec Guinness o Príncipe Feisal e Anthony Quinn fez Auda abu Tayi. Que clássico, que cenas épicas e inspiradoras! O Cinema sempre foi um grande inspirador de viagens e promotor de destinos turísticos. Quem já não teve vontade de ir à Índia depois de assistir "Passagem para a Índia", à Tailândia depois de "A Ponte do Rio Kwai", de conhecer as locações de "Doutor Jivago" e de "A Filha de Ryan". Estes são apenas alguns dos mega sucessos de David Lean, todos eles com repercussão mundial e que excederam as telas tornando-se poderosos incentivadores turísticos. TODAVIA, acredite, não foi "Indiana Jones e a Última Cruzada" (1989), mas “Lawrence da Arábia” que me inspirou a conhecer a Jordânia e a Síria, meus próximos destinos de viagem, de 17 a 29 de Abrli de 2009. TANTOS outros filmes já me inspiraram ou despertaram minha curiosidade. É possível até mesmo que alguns tenham me "levado" às locações onde foram rodados. Deve ter sido o caso de "O Expresso da MeiaNoite", estrelado por Randy Quaid e dirigido por Alan Parker. Vencedor de 2 Oscars, conta a estória de um norte-americano preso e condenado a 30 anos de prisão por tentar deixar a Turquia carregando uma pequena quantidade de drogas. A prisão ficava na mesma histórica construção onde hoje está o Fours Seasons Hotel de Instambul, o qual também já foi matéria aqui no F&F. Quem não se lembra de Roma ao assistir a qualquer filme de Federico Fellini, que tanto exaltou Roma e Rimini. E o "Senhor dos Anéis"? E "Código Da Vinci"? Continuam motivando milhares turistas. O "Código Da Vinci", por exemplo, gerou tanta polêmica quanto levou gente a Paris para seguir os passos de Langdon e Sophie. Muita gente quis conhecer os pontos mais emblemáticos do famoso romance, seja no Louvre ou nas ruas de Paris. E Pedro Almodóvar? Talvez ele próprio consiga promover mais a Espanha com seus filmes do que o órgão turístico oficial de seu país. PERSONAGENS também têm tanto poder quanto os cineastas: a Rainha Elizabeth, James Bond, Júlio César, Cleópatra.. são alguns poucos exemplos de personagens ou personalidades inspiradoras. Filmes como "O Gângster" promoveram o Harlem em Nova York; "Piaf – Um Hino ao Amor" mostrou o bairro Ménilmontant em Paris; o recente "Viagem a Darjeeling" retratou o Rajastão, na Índia; "Na Natureza Selvagem" simplesmente colocou no mapa Stampede Trail, no Alasca. AMADEUS, de Millos Forman, um dos filmes mais inesquecíveis da minha vida, mais marcantes (por conta de minha paixão e admiração sem medidas por Mozart), inspirou-me tão profundamente a conhecer Praga quanto Salzburgo. Em em Salzburgo, estava apenas eu visitando a 'Casa de Mozart', emocionei-me além a medida ouvindo uma de suas sinfonias ao fundo e pisando no lugar onde viveu meu ídolo. A Capital da República Tcheca - cidade onde Mozart morou por uns tempos também já serviu de cenário para dezenas de outros filmes, entre eles "Missão Impossível" e "O Ilusionista", com várias locações em Praga. WILLIAN Shakespere e Franco Zefirelli foram os responsáveis por tornarem Verona a cidade símbolo do amor e do romantismo e me levarem até ela, também objeto de uma matéria aqui no F&F. A história de amor mais conhecida de todos os tempos Romeu e Julieta -, assim como o filme homônimo do cineasta italiano, literalmente botaram Verona no mapa do turismo romântico. Zefirelli foi o responsável por tornar uma simples sacadinha na “varanda a mais famosa do mundo”. A "Noviça Rebelde" me levou à Austria para conhecer suas locações - o circuito "The Sounds of Music" - que me encantaram tanto quanto o filme, um dos que mais repetidas vezes assisti na vida. E como Henry Mancini, John Wayne, Bert Kaempfert e mais um hi-fi a válvulas poderiam estar relacionados entre si e motivarem uma viagem? O que teriam, todos, a ver com um safári fotográfico na África do Sul? Para mim, tudo. Corria o ano de 1962. Eu era um moleque e nada marcou tanto a minha vida naquela época quanto o filme Hatari! – uma comédia dramática rodada na África pelo diretor Howard Hawks, um notável filme de ação entre as savanas africanas recheadas de animais ao som de uma espetacular trilha sonora de Henry Mancini. QUEM daquela geração de cinquentões não se lembra do tema "O Passo do Elefantinho" (Baby Elephant Walk)? “Hatari”, em swahili, significa “perigo”, e perigoso era o trabalho do personagem de John Wayne em busca da captura de animais para mandálos a zoológicos de todo o mundo. E ainda tinha a Elsa Martinelli! ... ENTÃO eis que surgiu Bert Kaempfert na minha vida. Meu pai era um verdadeiro aficcionado por música e no começo dos anos 60 comprou o que era a última palavra tecnológica em termos de equipamento de som: um amplificador monaural – a válvulas! – com um toca-disco inglês da marca Garrard que tinha uma inacreditável agulha de diamante. Nas savanas sul-africanas como em Hatari! TUDO montado em um armário tipo cômoda, bem típico daquela época, que ocupava um belo lugar de destaque na sala de visitas. Pois bem. Aos 10 anos de idade eu ficava ali, sentado no chão e com o ouvido bem perto de uma enorme caixa de som que tinha a minha altura, ouvindo jazz e clássicos. Foi quando fui arrebatado - pela segunda vez depois de Hatari! - pelo LP Afrikaan Beat, de Bert Kaempfert. Eu me lembrava de cada cena do filme, numa atmosfera auto-hipnotizante. Assim fui apresentado à África. E jamais deixei de desejá-la. Muitos anos depois realizei o sonho de fazer um safari fotográfico no Mala Mala Game Reserve BANGKOK me foi inspirada por “Anna e o Rei”, o filme de 1999, protagonizado por Jodie Foster e Chow Yun-Fat, que conta a história de Anna Leonowens, e que recebeu 2 indicações ao Oscar, mas que foi proibido na Tailândia por ter sido considerado desrespeitoso à família real. Polêmicas à parte, é um belo filme passado em 1860, quando a inglesa Anna Leonowens, uma viúva, que viaja até o Sião para desempenhar o papel de tutora dos 58 filhos do Rei Mongkut, período no qual ocorrem as inevitáveis divergências e choques entre culturas que culminam com um romance entre Anna e Mongkut. Ana e o Rei foi a refilmagem de Ana e o Rei do Sião (1946) e O Rei e Eu (1956). É uma história atraente pela fotografia espetacular e pelos figurinos. E o "Horizonte Perdido - A lenda de “Shangri-La”, o que tinha a ver com Bangkok? Para mim, muito. Em março de 1935, Robert Conway - um soldado, diplomata e herói britânico - foi enviado à cidade chinesa de Baskul a fim de retirar cerca de 90 cidadãos ocidentais, antes que todos fossem mortos por uma guerra civil. Depois de concluir sua missão - ajudado por seu irmão George e mais três outros refugiados - Conway e seu grupo embarcaram num DC-2 com destinoa Xangai. Algumas horas de vôo depois descobriram que o avião fora seqüestrado por um piloto mongol e que estavam na verdade era voando em direção oposta a Xangai, rumo às montanhas do Himalaia, no Tibet. Como desgraça pouca no cinema é bobagem e não dá audiência, o combustível acabaem pleno vôo, obrigando opiloto-sequestrador afazer um pouso de emergência numa região desolada e completamente encobertapela neve. Ao lado, a varanda do Shangrila Hotel Bangkok olhando o Rio dos Reis NO impacto com o solo o piloto malvado morre e Conway - omocinho encontrou um mapa na cabine de comando que o fez concluir que estavam todosliteralmente numa fria, figurada e literal: o lugar era uma região tão inóspita que jamais fora explorada pelo homem, além de tudo completamente coberta por neve. Quando tudo parecia estar perdido,um lider local encontrou o grupoe os conduziu por um longo caminho através da neve e das montanhasaté chegarem, vejam só!, a um grande portal. Ali deparam-se com uma bela, ensolarada e fértil terra (vejam só de novo!), um verdadeiro paraíso, um oásis no meio do caos. O lider local deu as boas-vindas ao grupo a SHANGRILÁ, uma comunidade com magníficas construções em mármore, belos jardins tropicais, terraços, fontes e piscinas que abrigava o Lamasery, um mosteiro tibetano. Os hóspedes foram levados a confortáveis e luxuosos aposentos. Um oásis. EM Bangkok o Shangri-La Hotel é próprio oásis entre o caos, um paraíso elegante e gracioso, um luxuoso cinco estrelas com jardins tropicais luxuriantes e piscinas com uma belíssima vista para o Rio dos Reis, o Chao Phraya. Quem viaja à extenuante Bangkok dos taxis psicodélicos, dos trens aéreos, das carrocinhas, dos camelôs, das prostitutas, dos elefantes, das espertezas, da poluição, templos, altares, budas, muitos budas, monges, riqueza, pobreza, simpatia, sorrisos, comida estranha, comida deliciosa, comida repugnante, shoppings..., enfim, da incrível, frenética Bangkok, cidade mais que destino, uma orgia sensorial, por certo acreditará que a lenda de Shangri-La ainda vive através do Shangri-La Hotel.