Untitled - Secretaria de Estado de Meio Ambiente
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VERSÃO PARA CONSULTA PÚBLICA Rio Branco 2012 GOVERNO DO ESTADO DO ACRE Tião Viana Governador do Estado do Acre Carlos César Correia de Messias Vice-Governador do Estado Márcia Regina de Sousa Pereira Secretária de Estado da Casa Civil José Fernandes do Rêgo Secretário de Estado de Articulação Institucional Carlos Edegard de Deus Secretário de Estado de Meio Ambiente Edvaldo Soares de Magalhães Secretário de Estado de Desenvolvimento Florestal, da Indústria, Comércio e dos Serviços Sustentáveis Wolvenar Camargo Filho Secretário de Estado de Infraestrutura e Obras Públicas Aurélio Silva da Cruz Secretário de Estado de Habitação e Interesse Social Daniel Queiroz Sant’Ana Secretário de Estado de Educação e Esporte Sebastião Fernando Ferreira Lima Diretor Presidente do Instituto de Meio Ambiente do Acre Gildo César Rocha Pinto Diretor Presidente do Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento Ocirodo Oliveira Júnior Diretor Presidente do Departamento Estadual de Estradas de Rodagem, Hidrovias e Infraestrutura Luiz Augusto Mesquita Azevedo Presidente da Fundação de Tecnologia do Acre 2012 SEMA/AC Secretário de Estado de Meio Ambiente Carlos Edegard de Deus Coordenação do Departamento de Educação e Difusão Ambiental Maria de Fátima Ferreira da Silva Organização da Publicação João Paulo Mastrangelo Assessor Técnico de Gabinete Diagramação Átila de Araújo Magalhães Geógrafo Capa Maurício de Laura Galvão Designer Impressão Brilhograf FICHA CATALOGRÁFICA ACRE. Secretaria de Estado de Meio Ambiente – SEMA. Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre. Rio Branco: SEMA, 2012. 51 p. Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na: Secretaria de Estado de Meio Ambiente – SEMA Rua Benjamin Constant, 856 – Centro | CEP. 69900-062 - Rio Branco – Acre – Brasil Fone: 55 (68) 3224-3990/7129/8786 | Fone Fax: 55 (68) 3223-3447 E-mail: [email protected] Site: www.sema.ac.gov.br Facebook: www.facebook.com/VamosPlantarArvoresNaNossaCidade AUTORES Ary Vieira de Paiva Dr. em Recursos Florestais | UFAC Átila de Araújo Magalhães Geógrafo, Esp. em Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Mestrando em Desenvolvimento Regional | SEMA/AC Calina Ferreira Maranho Engenheira Florestal, Pós-Graduanda em Gestão Ambiental | SEMA/AC Carlos Edegard de Deus Biólogo, Mestre em Estruturação do Meio Ambiente | SEMA/AC Luiz Fernando Silva Nogueira Engenheiro Agrônomo, Pós-Graduando em Direito Ambiental | SEMA/AC João Paulo Mastrangelo Engenheiro Florestal, Mestre em Desenvolvimento Regional | SEMA/AC Maria de Fátima Ferreira da Silva Socióloga | SEMA/AC COLABORADORES Adriano Alex dos Santos e Rosário | SEMA Airton Gaio Júnior | SEMA Amanda Batista Silva |SEMA André Schatz Pellicciotti | SEDENS Carlos Gomes da Costa Souza | SEMA Cleuza Rigamonte | SEMEIA Déborah Verçoza da Silva | SEMA Esmilia A. N. Medeiros | SEPN Ilzandra Justo | SEOP Kleto Eduardo de Alencar Castelo | SEDENS Lucélia Filgueira de Souza | SEDENS Maria Eliene Maia B. Cândido | Instituto Dom Moacyr Mônica A. da Costa | SEDENS Raimundo Nonato do Nascimento | SEMEIA Ricardo Brasil Correa da Cunha | SEDENS Rosângela Valério Monteiro | SEMEIA Sebastião Soares de Mesquita | IMAC Silvana Letícia Testoni | AMAC Teófilo Maia de Freitas Guimarães | SEMA Valdirene Argolo | SEMEIA Vanessa J. Monteiro dos Santos | SEDENS MEMBROS DO GRUPO DE TRABALHO Decreto Estadual nº 3.038, de 23 dezembro de 2011. Instituição Nome Luiz Fernando Silva Nogueira Secretaria de Estado de Meio Ambiente Calina Ferreira Maranho Secretaria de Estado de Infraestrutura e Obras Gottifried Cristian Barbary Shimitz Públicas Josilda Pereira Paiva Secretaria de Estado de Desenvolvimento Florestal, da Marky Lowell Rodrigues De Brito Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis Luciana Priscilla Kador Fortes Secretaria de Estado de Educação e Esporte / Patrícia Roth Instituto de Desenvolvimento de Educação Renato da Silva Oliveira Profissional Dom Moacir Grechi Roberto França Silva Instituto de Meio Ambiente do Acre Quelisson Souza de Lima Rejane Elize Muxfeldt Fundação de Tecnologia do Acre Departamento Saneamento Estadual de Maria Ida Flôres Roca Pavimentação e Marcos Luiz Pereira Dantas Cleciany da Silva Lima Universidade Federal do Acre / Parque Zoobotânico Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Rio Branco Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária SOS Amazônia Federação da Indústria do Estado do Acre Associação dos Municípios do Estado do Acre União das Associações de Moradores de Rio Branco Ary Vieira de Paiva José Cláudio Alburquerque Braga Janaina Silva de Almeida Queiroz Onofra Cleuza Rigamonte Azevedo Luís Cláudio de Oliveira Elias Melo de Miranda Maria do Carmo Ferreira da Cunha Álisson Sobrinho Maranho Renato Rocha Almeida Núbia Rocha da Costa Marcus Frederick Freitas de Lucena Júlio Cesar Monteiro da Silva Francivane Rabelo de Souza Oliveira Francisco Barroso da Silva SUMÁRIO APRESENTAÇÃO .......................................................................................................................... 9 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 10 2. CARACTERIZAÇÃO DO ESTADO DO ACRE ............................................................................. 13 2.1 Aspectos Geográficos ..................................................................................................... 13 2.2 Mesorregiões e Regionais de Desenvolvimento ............................................................ 14 2.3 Sócio economia............................................................................................................... 15 2.3.1 Regional do Alto Acre .............................................................................................. 15 2.3.2 Regional Baixo Acre ................................................................................................. 15 2.3.3 Regional do Purus .................................................................................................... 16 2.3.4 Regional do Taraucá-Envira ..................................................................................... 16 2.3.5 Regional do Juruá .................................................................................................... 16 3. CONTEXTO DA ARBORIZAÇÃO URBANA NAS CIDADES DO ACRE ......................................... 17 3.1 Arborização da Cidade de Rio Branco ............................................................................ 17 3.1.1 Instrumentos Disponíveis de Gestão e Planejamento Urbano e Territorial ........... 19 3.1.2 Principais Iniciativas de Arborização Urbana em Rio Branco .................................. 20 3.1.3 Quadro Geral da Arborização Urbana em Rio Branco............................................. 26 3.2 Arborização das Cidades do Interior do Estado do Acre ................................................ 32 3.2.1 Instrumentos Disponíveis de Gestão e Planejamento Urbano e Territorial ........... 32 3.2.2 Quadro Geral da Arborização Urbana no Interior do Estado .................................. 32 4. DIRETRIZES ESTRATÉGICAS ................................................................................................... 33 5. OBJETIVOS ............................................................................................................................ 34 5.1 Geral ............................................................................................................................... 34 5.2 Específicos ...................................................................................................................... 34 6. METAS DO PROGRAMA ........................................................................................................ 35 7. COMPONENTES DO PROGRAMA .......................................................................................... 36 7.1 Componente 1: Planos, Normas e Regulamentos .......................................................... 36 7.1.1 Manual Técnico de Arborização Urbana ................................................................. 37 7.1.2 Planos Municipais de Arborização Urbana .............................................................. 37 7.1.3 Projetos de Lei Municipal ........................................................................................ 37 7.2 Componente 2: Arborização Urbana .......................................................................... 38 7.2.1 Infraestrutura de Apoio: Viveiros e Plantios ........................................................... 38 7.2.2 Áreas Ciliares ........................................................................................................... 39 7.2.3 Praças e Parques ...................................................................................................... 39 7.2.4 Vias Urbanas ............................................................................................................ 39 7.2.5 Projetos Especiais .................................................................................................... 39 7.2.6 Monitoramento e Avaliação .................................................................................... 40 7.3 Componente 3: Comunicação Social e Educação Ambiental ......................................... 40 7.3.1 Informação e Conscientização Coletiva................................................................... 40 7.3.2 Educação Ambiental Informal e Participação Comunitária .................................... 40 7.3.3 Educação Ambiental Formal .................................................................................... 41 7.3.4 Qualificação Profissional ......................................................................................... 41 8. GOVERNANÇA DO PROGRAMA ............................................................................................ 42 9. PROPOSTA DE CRONOGRAMA ............................................................................................. 43 10. ESTIMATIVA DE INVESTIMENTOS ....................................................................................... 44 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................................. 45 ANEXOS ..................................................................................................................................... 47 Anexo 1. Tabela de Espécies Indicadas para Arborização Urbana ........................................... 48 Anexo 2. Município de Rio Branco – Regionais ........................................................................ 50 Anexo 3. Município de Rio Branco – Área de Preservação Permanente - APP ........................ 51 Anexo 4. Município de Rio Branco – Áreas Verdes .................................................................. 52 Anexo 5. Município de Rio Branco – Vias Urbanas .................................................................. 53 LISTA DE FIGURAS Figura 1. Municípios por Regional de Desenvolvimento. ......................................................... 14 Figura 2. Regional do Alto Acre ................................................................................................ 15 Figura 3. Regional do Baixo Acre .............................................................................................. 15 Figura 4. Regional do Purus ...................................................................................................... 16 Figura 5. Regional Tarauacá-Envira .......................................................................................... 16 Figura 6. Regional Juruá............................................................................................................ 16 Figura 7. Vista Aérea do Centro de Rio Branco ........................................................................ 18 Figura 8. Mapa de Localização da Cidade de Rio Branco ........................................................ 18 Figura 9. Parque Zoobotânico da UFAC .................................................................................... 21 Figura 10. Horto Florestal de Rio Branco ................................................................................. 21 Figura 11. Parque Capitão Ciríaco ............................................................................................ 22 Figura 12. Parque Chico Mendes .............................................................................................. 23 Figura 13. Vista Aérea do Parque da Maternidade .................................................................. 23 Figura 14. Parque do Tucumã ................................................................................................... 24 Figura 15. Praça Eurico Dutra ................................................................................................... 25 Figura 16. APA do Igarapé São Francisco ................................................................................. 25 Figura 17. Áreas de Preservação Permanente de Rio Branco .................................................. 27 Figura 18. Localização de Praças e Parques de Rio Branco ...................................................... 29 Figura 19. Vias Urbanas de Rio Branco ..................................................................................... 30 Figura 20. Organograma ilustrando a estrutura para governança do Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre. ....................................................................................................... 42 APRESENTAÇÃO O Governo do Acre instituiu por meio do Decreto Estadual nº 3.038, de 23 dezembro de 2011 um Grupo de Trabalho Interinstitucional, formado instituições públicas, privadas e da sociedade civil, coordenado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente – SEMA, com propósito de elaborar e implantar o Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre. O objetivo principal do Programa é promover a arborização das cidades do Estado do Acre de forma planejada, integrada e com envolvimento da comunidade, respeitando os seus valores históricos, culturais, urbanísticos e ambientais, buscando harmonia quanto à estética, e, principalmente, à melhoria da qualidade de vida da população. O presente documento, portanto, é o resultado dos trabalhos realizados ao longo do último ano pelo referido grupo, tratando-se de uma versão para Consulta Pública, cuja finalidade é consolidar junto com a população, as metas, referências técnicas e investimentos que o Governo do Estado, em parceria com as Prefeituras Municipais e outras instituições, pretende alcançar visando promover a arborização das cidades do Acre. Cabe destacar que nessa primeira etapa, o Programa foca na cidade de Rio Branco, pois é onde se concentra a maior parte da população do Estado, com uma das mais elevadas taxas de urbanização e densidade demográfica. Assim, é na capital que se observa os maiores problemas com relação ao déficit de área verde por habitante. Ademais, para se iniciar os Projetos de arborização nas cidades do interior do Estado, é necessário, primeiramente, instituir os respectivos Planos Municipais de Arborização Urbana. 9 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 9 1. INTRODUÇÃO Há um século, existiam apenas 20 cidades com mais de um milhão de habitantes no mundo. Atualmente, esse número saltou para mais de 450 cidades, que ocupam aproximadamente 5% da superfície terrestre. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a população urbana está em constante crescimento no mundo inteiro, em 1945 representava apenas um terço da população mundial, em 2000 a metade, hoje certamente já ultrapassou essa marca. No Brasil esse fato se intensificou a partir da década de 70, quando em praticamente todas as regiões ocorreu um intenso processo de êxodo rural, provocando o superpovoamento de suas cidades. Tal realidade tem tornado cada vez mais complexas e onerosas as atividades do Estado no fornecimento de serviços e infraestrutura básica como energia, saneamento, mobilidade urbana, educação, saúde entre outros, com a qualidade necessária para proporcionar às pessoas o conforto e o bem estar. Neste contexto, a vegetação urbana assume um papel importante, pois proporciona a melhoria do ambiente urbano nos aspectos ambientais, estéticos, econômicos, históricos e sociais, além de contribuir no restabelecimento da relação entre o homem e a natureza. A Sociedade Brasileira de Arborização Urbana – SBAU estabeleceu o Índice de Área Verde – IAV, onde adota como recomendação mínima 15m² de área verde por habitante para as cidades do Brasil (SBAU, 1996). Segundo Miller (1997), a Arborização Urbana é o conjunto de toda a vegetação arbórea e suas associações dentro e ao redor das cidades, desde pequenos núcleos urbanos até as grandes regiões metropolitanas. Inclui as árvores de ruas, avenidas, praças, parques, unidades de conservação, áreas de preservação, áreas públicas ou privadas, remanescentes de ecossistemas naturais ou plantadas. De acordo com EMBRAPA (2000, apud. RIBEIRO, 2009), a arborização é um componente de grande importância urbana, onde além da função paisagística, proporciona outros benefícios como: Purificação do ar pela fixação de poeiras e gases tóxicos e pela reciclagem de gases através dos mecanismos fotossintéticos; 10 10 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre Melhoria do microclima da cidade, pela retenção de umidade do solo e do ar e pela geração de sombra, evitando que os raios solares incidam diretamente sobre as pessoas; Redução na velocidade do vento; Redução de problemas com erosão e assoreamento; Influência no balanço hídrico, favorecendo a infiltração da água no solo e provocando evapotranspiração mais lenta; Abrigo à fauna, propiciando uma variedade maior de espécies, e o que influencia positivamente ao ambiente, pois propicia maior equilíbrio das cadeias alimentares e diminuição de pragas e agentes vetores de doenças; e, Amortecimento de ruídos. A presença de árvores na propriedade e a proximidade de parques e áreas verdes aumentam o valor comercial dos imóveis urbanos (SMARDON, 1988, apud. NICODEMO, 2009). As árvores também podem interferir diretamente nas relações sociais. Para Martins Júnior (1996) a área verde tem função de se constituir em um espaço "social e coletivo", sendo importante para a manutenção da qualidade de vida. Por facilitar o acesso de todos, independentemente da classe social, promove integração entre os homens. Em muitas cidades, o cultivo de áreas comunitárias e a disponibilidade de áreas verdes são instrumentos para o fortalecimento das relações dentro de comunidades e para a melhoria da autoestima (LEWIS, 1995; HYNES e HOWE, 2004, apud, NICODEMO, 2009). A vegetação urbana também se integra a própria história da cidade, quando tombadas pelo Patrimônio Histórico e por sua influência, paisagística e econômica. Em alguns casos, são consideradas parte de algum fato histórico-cultural da comunidade. Portanto, a arborização urbana ao desempenhar diversas funções nas cidades e proporcionar vários benefícios à população, passa a ser tratada pelo poder público como um elemento importante da infraestrutura urbana. Segundo dados do IBGE (2010), no Estado do Acre a população urbana é de 532.279 que corresponde a 72,5% do total. Todas estas pessoas vivem dentro de cidades que cresceram as margens de rios e igarapés de forma desordenadas, de forma que os impactos ambientais causados ao longo dos anos são significativos. 11 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 11 Quanto à arborização urbana o cenário é que todas as cidades acrianas não atendem aos índices mínimos de arborização estabelecidos pela SBAU. Dado este que desperta preocupação, principalmente do poder público, vez que, no Estado em períodos de verão amazônico a temperatura chega a ficar acima de 35°C com média do índice de raios ultravioleta variando de alto a extremo, representando risco potencial a saúde humana. Na última década o Governo do Acre desenvolveu alguns projetos estruturantes ligados a arborização urbana, como construção e melhoria de parques, praças, ciclovias e malha viária. Nestes o plantio de árvores ocorrem de forma planejada de modo que proporcionam, conforme cada ocasião, o máximo de benefícios a população. A luz do exposto, e por entender o seu apelo social, o Governo do Acre coloca a arborização urbana como prioridade no âmbito de suas políticas ambientais para os próximos anos, onde, com apoio de diversas instituições governamentais e não governamentais, estabelecerá por meio deste Programa, uma série de intervenções com objetivo de promover a arborização urbana em todas as cidades do Estado. 12 12 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 2. CARACTERIZAÇÃO DO ESTADO DO ACRE 2.1 Aspectos Geográficos O território do Estado do Acre foi incorporado ao Brasil em 1903 por meio da assinatura do Tratado de Petrópolis, está situado no extremo sudoeste da Amazônia brasileira, entre as latitudes de 07°07 S e 11°08 S e as longitudes de 66°30 W e 74° W. Sua superfície territorial é de 164.221,36 km², o que corresponde a mais de 16 milhões de hectares, representando 4,26% da Amazônia brasileira e 1,92% do território nacional. O Estado do Acre faz fronteira com os Estados do Amazonas e Rondônia, com a República da Bolívia (Departamento de Pando) e a República do Peru (Madre de Dios). O clima é do tipo equatorial quente e úmido, caracterizado por altas temperaturas, elevados índices de precipitação pluviométrica e alta umidade relativa do ar, apresentando duas estações bem definidas durante o ano: seca (maio a outubro) e chuvosa (novembro a abril). A temperatura é uniforme em todo o Estado, sendo que a temperatura média anual é de 24,5 °C, enquanto que a temperatura máxima é de aproximadamente 32 °C. O Acre está situado a uma altitude média de 200 m, sendo o seu relevo composto predominantemente por rochas sedimentares, que formam uma plataforma regular e inclinada partindo das fronteiras internacionais, com cotas da ordem de 300 metros, e chegando aos limites do Estado do Amazonas a pouco mais de 110 metros. No extremo ocidental, situa-se o ponto culminante do Estado, onde a estrutura do relevo se modifica com a presença da Serra do Divisor, uma ramificação da Serra Peruana de Contamana, apresentando uma altitude máxima de 734 m. Os solos acreanos, de origem sedimentar, abrigam uma vegetação natural composta basicamente de florestas, sendo estas divididas em dois tipos: Tropical Densa e Tropical Aberta, que, por sua heterogeneidade florística, constituem-se em recurso natural de grande valor econômico. Sua hidrografia, bastante complexa e com drenagem bem distribuída, é formada pelas bacias hidrográficas dos rios Juruá e Purus, afluentes da margem direita do rio Solimões. Mais de 85% da área do Acre é composta por cobertura florestal primária. As áreas das Unidades de Conservação e das Terras Indígenas correspondem a aproximadamente 46,2% do território do Acre. 13 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 13 O Acre possui uma população de 733.559 habitantes (ACRE, 2011), sendo predominantemente urbana (72,5%). A distribuição territorial dessa população é bastante heterogênea, destacando-se que cerca de 71% dela se concentra nos cinco municípios mais populosos (Rio Branco 45,8%; Cruzeiro do Sul 10,7%; Feijó 4,4%; Sena Madureira 5,2%; e Tarauacá 4,8%) (ACRE, 2011). 2.2 Mesorregiões e Regionais de Desenvolvimento O Acre é formado por 22 municípios agregados em 2 mesorregiões, o Vale do Acre e o Vale do Juruá, localizados a leste e a oeste respectivamente. Como forma de melhorar a gestão do território, o Estado também é dividido politicamente em 05 regionais de desenvolvimento (vide figura 1), concebidas a partir das principais bacias hidrográficas dos rios Acre, Purus, Tarauacá-Envira e Juruá. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE define estas regionais como microrregiões. Mâncio Lima Cruzeiro do Sul Rodrigues Alves Tarauacá Feijó Porto Walter Marechal Thaumaturgo Manoel Urbano Jordão Santa Rosa do Purus Sena Madureira Bujari Rio Branco Porto Acre Senador Guiomard Regional do Alto Acre Acrelândia Plácido de Castro Regional do Baixo Acre Xapuri Capixaba Regional do Juruá Regional do Purus Assis Brasil Regional do Tarauacá-Envira Brasiléia Epitaciolândia Figura 1. Municípios por Regional de Desenvolvimento. Fonte: ACRE, 2006 (ZEE/AC adaptado). 14 14 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 2.3 Sócio economia A seguir, são brevemente descritas as principais informações de cada regional de desenvolvimento do Estado, considerando a área, população e dados econômicos. 2.3.1 Regional do Alto Acre Área: 15.897 km² ou 9,69% do Estado População (2010): 58.655 hab. (8,00%) - 51,31% homens; e, 48,69% mulheres - 66,31% urbano; e, 33,69% zona rural Dens. demográfica (2010): 3,69 hab/km² PIB (2008): R$ 487 milhões (ou 7,2% do Estado) PIB per capita (2008): R$ 8.303 Arrecadação de ICMS: R$ 22.663 milhões (3,9% no Estado) Figura 2. Regional do Alto Acre Fonte: Acre (2011). 2.3.2 Regional Baixo Acre Área: 22.254 km² ou 13,54% do Estado População (2010): 417.780 hab. (57,01%) - 49,39% homens; e, 50,61% mulheres - 83,05% urbano; e, 16,95% zona rural Dens. demográfica (2010): 18,77 hab/km² PIB (2008): R$ 4,416 milhões (ou 65,6% do Estado) PIB per capita (2008): R$ 10.571 Arrecadação de ICMS: R$ 527.448 milhões (91,7% no Estado) Figura 3. Regional do Baixo Acre Fonte: Acre (2011). 15 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 15 2.3.3 Regional do Purus Área: 40.507 km² ou 24,67% do Estado População (2010): 50.594 hab. (6,90%) - 52,05% homens; e, 47,95% mulheres - 63,86% urbano; e, 36,14% zona rural Dens. demográfica (2010): 1,25 hab/km² PIB (2008): R$ 434 milhões (6,5% do Estado) PIB per capita (2008): R$ 8.586 Arrecadação de ICMS: R$ 2.741 milhões (0,5% no Estado) Figura 4. Regional do Purus Fonte: Acre (2011). 2.3.4 Regional do Taraucá-Envira Área: 53.523 km² ou 32,59% do Estado População (2010): 74.368 hab. (10,15%) - 51,60% homens; e, 48,40% mulheres - 51,45% urbano; e, 48,55% zona rural Dens. demográfica (2010): 1,39 hab/km² PIB (2008): R$ 492 milhões (ou 7,3% do Estado) PIB per capita (2008): R$ 6.614 Arrecadação de ICMS: R$ 3.571 milhões (0,60% no Estado) Figura 5. Regional Tarauacá-Envira Fonte: Acre (2011). 2.3.5 Regional do Juruá Área: 32.040 km² ou 19,51% do Estado População (2010): 131.396 hab. (17,93%) - 50,78% homens; e, 49,22% mulheres - 57,58% urbano; e, 42,42% zona rural Dens. demográfica (2010): 4,10 hab/km² PIB (2008): R$ 900 milhões (ou 13,4% do Estado) PIB per capita (2008): R$ 6.853 Arrecadação de ICMS: R$ 19.013 milhões (3,3% no Estado) Figura 6. Regional Juruá Fonte: Acre (2011). 16 16 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 3. CONTEXTO DA ARBORIZAÇÃO URBANA NAS CIDADES DO ACRE As cidades do Estado do Acre, mesmo estando localizadas na maior floresta tropical do planeta, de uma forma geral, não atendem as recomendações de área verde mínima por habitante, conforme definido pela Sociedade Brasileira de Arborização Urbana – SBAU e Organização Mundial de Saúde – OMS. Esta realidade é consequência, principalmente, da falta de planejamento urbano, comum na história de formação das cidades do Estado, e do Brasil como um todo. O propósito deste item, portanto, é apresentar informações gerais sobre a arborização e áreas verdes das cidades acreanas, produzidas a partir de dados primários e secundários, obtidos em órgãos governamentais e de trabalhos acadêmicos, sendo dispensada especial atenção à cidade de Rio Branco, pois, segundo Acre (2011), é onde se concentra aproximadamente 46% da população do Estado, com uma taxa de urbanização de 91,82% e densidade demográfica de 38 habitantes/km². Assim, é na capital do Estado que se observa os maiores problemas em relação ao déficit de área verde por habitante. 3.1 Arborização da Cidade de Rio Branco O uso e ocupação do solo em Rio Branco foi marcado pela falta de planejamento urbano, tal como ocorreu na maioria das cidades brasileiras. Este processo foi acentuado na década de 1970, onde a substituição da economia extrativista pela agropecuária promoveu a migração de milhares de famílias para a cidade, onde se instalaram, principalmente, em invasões e loteamentos clandestinos, muitas vezes, sem a mínima infraestrutura urbana. A figura 7 apresenta uma vista aérea do centro da cidade de Rio Branco. 17 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 17 Figura 7. Vista Aérea do Centro de Rio Branco Foto: Sérgio Vale O município de Rio Branco está situado na regional Baixo Acre entre as coordenadas geográficas 10°01’22” e 10°04’14” de latitude sul, e de 67°40’3” e 67°42’43”de longitude oeste, numa área total de 8.831 km², ocupando 5,4% do Estado (ACRE, 2011). De acordo a Prefeitura de Rio Branco, o perímetro urbano possui aproximadamente 130 km², colocandoa como a sexta maior cidade da região norte (Figura 8). Figura 8. Mapa de Localização da Cidade de Rio Branco Fonte: PMRB (2012). 18 18 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre Rio Branco está numa altitude de 153 metros acima do nível do mar, e sua topografia é formada em parte por uma imensa planície de aluvião, e outra caracterizada por sucessão de aclives suaves. A temperatura média oscila entre 25 °C e 40 °C, e a vegetação é composta na sua maioria por floresta tropical aberta. O Rio Acre é a principal bacia hidrográfica que corta a cidade, sendo formada por 6 sub-bacias, destacando-se a sub-bacia do Igarapé São Francisco (ZEAS, 2012). O perímetro urbano de Rio Branco é dividido em dois distritos separados pelo Rio Acre, denominados Primeiro e Segundo Distritos, abrigando 7 regionais e 212 bairros, sendo que 147 bairros estão regularmente cadastrados e os outros 65 bairros são resultantes de loteamentos e ocupações irregulares, conforme ilustrado no mapa do Anexo 2 a este documento (PMRB, 2006). 3.1.1 Instrumentos Disponíveis de Gestão e Planejamento Urbano e Territorial Ao longo dos últimos anos o município de Rio Branco consolidou uma série de instrumentos de planejamento e gestão territorial, todos elaborados com ampla participação da comunidade. Recentemente, o Plano Diretor da cidade foi revisado, transformando-se no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano – PDDU, objeto da Lei Municipal nº 1.611, de 27 de outubro de 2006 (PMRB, 2006). Junto com o PDDU, outros instrumentos de gestão foram instituídos, como o Plano Diretor de Transporte e Trânsito – PDTT, de Gestão de Riscos, Requalificação da Orla do Rio Acre e Regularização Fundiária, estabelecendo-se, ainda, o modelo de gestão do Aquífero e a Política Municipal de Habitação de Interesse Social. Vale ressaltar também a revisão do Código de Obras e Edificações que atualizou as normas de engenharia e arquitetura, possibilitando a abertura de espaços para novos empreendimentos. Com relação à gestão territorial, foi desenvolvido pela Prefeitura em parceria com o Governo do Estado do Acre, o Programa de Zoneamento Econômico, Ambiental, Social e Cultural – ZEAS, um dos poucos entre as cidades brasileiras, abordando três eixos temáticos: (i) Recursos Naturais; (ii) Sócio-economia; e, (iii) Cultural-Político. Os levantamentos realizados auxiliam o planejamento e a reorientação das políticas públicas municipais de Rio Branco. 19 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 19 No que se refere à arborização urbana, o PDDU estabelece a necessidade de elaboração do Plano1 Municipal de Arborização Urbana, entendido como parte integrante do Eixo Estratégico de Estruturação e Infraestrutura Urbana. Destaca ainda que os empreendimentos de loteamentos devem compreender a arborização de ruas como componente da infraestrutura a ser implantada. 3.1.2 Principais Iniciativas de Arborização Urbana em Rio Branco Este item procura relatar as principais iniciativas de implantação de parques, praças e áreas verdes na cidade de Rio Branco, com destaque para a última década, pois foi nesta que ocorreu as principais intervenções relacionadas à arborização urbana na capital. O Parque Zoobotânico – PZ, fundado em 1979 e com área de aproximadamente 150 hectares, é um fragmento urbano situado no Campus Universitário da Universidade Federal do Acre – UFAC. Contêm várias espécies vegetais da flora tropical, havendo inclusive, um trecho de floresta virgem, colocação de seringueiro, viveiro de mudas e essências nativas, além de um herbário representativo da flora acreana. Comumente o PZ é utilizado para pesquisas científicas, passeios e caminhadas, além de dar uma grande contribuição na produção e distribuição de mudas nativas, sendo pioneiro neste aspecto (Figura 9). 1 Previsto no Art. 209, Inciso IV da Lei Municipal nº 1.611, de 27 de outubro de 2006, que aprova e institui o novo Plano Diretor do Município de Rio Branco. 20 20 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre Figura 9. Parque Zoobotânico da UFAC Foto: Acervo PZ/UFAC, s.d. Inaugurado em 1992, o Horto Florestal caracteriza-se por apresentar nos seus 17 hecatres, vegetação natural com diversas espécies nativas como a seringueira, cedro, pau d’arco, cupuaçu, buriti entre outras. Este parque possui trilhas ecológicas; viveiro de mudas de plantas ornamentais e arbóreas; e escola de meio ambiente. O espaço é propício à prática de esporte e lazer, com quadras de vôlei, pista de caminhada, campo de futebol e equipamentos para ginástica (Figura 10). Figura 10. Horto Florestal de Rio Branco Foto: Prefeitura Municipal de Rio Branco 21 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 21 A área onde está localizado o Parque Capitão Ciríaco pertenceu ao Capitão Ciríaco Joaquim de Oliveira, um dos integrantes do grupo que promoveu a Revolução Acreana. Considerado de grande valor histórico, foi transformado, em agosto de 1994, em um espaço de proteção ambiental e cultural. Nos seus 4,6 hectares, encontra-se vegetação nativa com frutíferas regionais e aproximadamente 600 seringueiras. Dispõe de equipamentos de esporte e lazer, escolinha de artes e uma casa retratando arquitetura da época, dedicada à memória da Revolução Acreana e do surgimento da cidade de Rio Branco (Figura 11). Figura 11. Parque Capitão Ciríaco Foto: Prefeitura Municipal de Rio Branco O Parque Ambiental Chico Mendes foi fundado em 1996, com uma reserva ambiental de 52 hecatres, metade de sua área é coberta por floresta primária, de exuberante vegetação e diversificada fauna. No restante da área a Prefeitura de Rio Branco instalou zoológico, réplicas de maloca indígena, colocação de seringueiro, estrada de seringa, memorial Chico Mendes e ciclovia. Sua criação foi inspirada no sonho de Chico Mendes que contempla a convivência harmoniosa do homem com a natureza (Figura 12). 22 22 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre Figura 12. Parque Chico Mendes Foto: Prefeitura Municipal de Rio Branco O Parque da Maternidade, inaugurado em 2002, é uma das obras públicas mais importantes da cidade, possui uma área institucional composta por seis lotes que totalizam 322.874 metros quadrados e uma extensão de 7 quilômetros, localizado às margens do Igarapé da Maternidade, cortando a parte central da cidade. O Parque é considerado, hoje, símbolo da qualidade de vida da população e um dos mais bonitos cartões postais do Estado do Acre, além de ser uma das mais importantes áreas verdes da capital (Figura 13). Figura 13. Vista Aérea do Parque da Maternidade Foto: Sérgio Vale 23 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 23 Por seus benefícios proporcionados à população, o modelo adotado no Parque da Maternidade tem sido replicado em outras regiões da cidade e em vários municípios do interior do Estado, com objetivo principal de melhorar a qualidade de vida no ambiente urbano. O Parque do Tucumã, por exemplo, foi outra importante intervenção com objetivo de implantar áreas arborizadas na cidade de Rio Branco. O Parque está inserido na região entre os bairros Tucumã e Universitário, e tem cerca de 3,6 quilômetros de extensão, possuindo pistas sinalizadas para veículos, ciclovias, calçadas para pedestres, playground, quadras de esportes, praças namoradeiras e quiosques para lanches (Figura 14). Figura 14. Parque do Tucumã Foto: Sérgio Vale Outra intervenção importante foi à reforma da Praça Eurico Dutra, no centro da cidade, arborizada com espécies nativas, forma um conjunto harmonioso e agradável que oferece a todos um lugar para lazer, manifestações políticas e culturais, além de abrigar um obelisco em homenagem aos heróis da Revolução Acreana (Figura 15). 24 24 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre Figura 15. Praça Eurico Dutra Foto: Sérgio Vale A Área de Preservação Ambiental – APA do igarapé São Francisco é também um importante Projeto de área verde realizado pela Prefeitura de Rio Branco, inaugurado em 2011, constitui-se num conjunto de obras ao longo de 1.050 metros lineares as margens do igarapé São Francisco, formadas por passarelas de concreto com áreas de descanso e contemplação, urbanização do entorno com calçadas em placas de concreto, ciclovias e iluminação e praça com playground e quadra poliesportiva (Figura 16). Figura 16. APA do Igarapé São Francisco Foto: PMRB 25 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 25 3.1.3 Quadro Geral da Arborização Urbana em Rio Branco A seguir é descrito em linhas gerais o quadro atual da arborização da cidade de Rio Branco, apresentando informações quantitativas e qualitativas da vegetação encontrada nas áreas ciliares, praças, parques e vias urbanas. 3.1.3.1 Áreas Ciliares Entendem-se como áreas ciliares, àquelas localizadas as margens dos cursos d’água. Neste levantamento foram mapeados na base cartográfica digital na escala 1:100.000, os principais rios e igarapés constantes nos mais de 130 quilômetros quadrados correspondentes ao perímetro urbano da cidade de Rio Branco. A vegetação das áreas ciliares é objeto de regulação do poder público, e são consideradas como Áreas de Preservação Permanente – APP. A legislação estabelece diferentes arranjos de APP’s conforme a largura do curso d’água que esta margeia. Para calcular as APP’s do perímetro urbano de Rio Branco, foram adotadas como padrão de referência a largura de 50 metros para as margens do rio Acre e igarapé São Francisco, e 30 metros para as margens dos demais igarapés, o que atende também as disposições contidas nas Leis Federais nº 12.651 e 12.727/2012 – Código Florestal do Brasil (BRASIL, 2012). As APP’s que tiveram sua vegetação suprimida devem, portanto, serem restauradas tanto como forma de promover a qualidade ambiental como para cumprir o que está estabelecido na legislação. A figura 17 ilustra os principais rios e igarapés que cortam o perímetro urbano da cidade de Rio Branco, com as respectivas indicações das APP’s alteradas e/ou degradadas. 26 26 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre Figura 17. Áreas de Preservação Permanente de Rio Branco Fonte: PMRB (2012). Segundo os levantamentos realizados, estima-se que no perímetro urbano de Rio Branco haja aproximadamente 920 hectares de APP’s, destes, mais de 65%, ou seja, cerca de 630 hectares, foram classificados como alterados e/ou degradados, necessitando, portanto, de alguma intervenção para sua restauração. 3.1.3.2 Praças e Parques Públicos Para os fins previstos neste Programa, é importante conceituar parques e praças. Existem vários pesquisadores que trabalham estes conceitos, onde o que determina um ou outro é a complexidade de equipamentos públicos, tamanho, abrangência e os respectivos componentes de paisagem. 27 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 27 Para Guzzo et al. (2006), praça pública pode ser definidos como espaço livre urbano destinado ao lazer ativo, contemplativo e ao convívio social, podendo ou não ser dotado de vegetação. Enquanto parque urbano constitui-se de um espaço livre urbano com dimensão quase sempre superior à de praças e jardins públicos, destinado ao lazer ativo e contemplativo, à conservação dos recursos naturais e à promoção da melhoria das condições ambientais da cidade. Alguns parques urbanos podem constituir-se também como unidades de conservação. Os parques lineares são aqueles formados pelas faixas de terra existentes ao longo de rios e lagos, também com funções recreativas e conservacionistas. Estudo2 realizado pela Universidade Federal do Acre em todas as praças distribuídas pelos bairros de Rio Branco identificou que estas representam aproximadamente 250 mil metros quadrados de área verde, sendo que destas, 60% apresentam boa qualidade de conservação e manutenção. Os parques mais importantes da capital são o Horto Florestal, Parque Capitão Ciríaco, Parque Chico Mendes, Parque Zoobotânico, Parque da Maternidade, Parque do Tucumã, os quais detém, de acordo com levantamento da UFAC, 2,7 milhões de metros quadrados de área verde, apresentando também boas condições de conservação. Neste contexto, se destaca o Parque Zoobotânico, que apresenta a maior área e densidade de indivíduos. Desta forma, a soma das áreas verdes das praças e parques totalizam mais de 3 milhões de metros quadrados. Em termos percentuais, observa-se que os parques representam 91,5%, enquanto as praças à apenas 8,5% das áreas verdes públicas urbanizadas. A figura 18 apresenta a localização das praças e parques da cidade de Rio Branco. 2 Estudo realizado por: OLIVEIRA, Kamilla Andrade de; JESUS, Ivana Silva de. Espacialização e Quantificação das Áreas Verdes no Perímetro Urbano do Município de Rio Branco – Acre. In: XV SIMPÓSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO – SBSR, 30, 2011, INPE. Anais. Curitiba: [S.ed.], 2011. p. 0877. 28 28 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre Figura 18. Localização de Praças e Parques de Rio Branco Fonte: PMRB (2012). Ao se calcular o Índice de Área Verde – IAV, adotado pela SBAU, sendo composto, basicamente, pela divisão da área verde pelo número de habitantes. A cidade de Rio Branco, no que se refere às praças e parques, apresenta o IAV de 9,76 m²/habitante. Em que pese ser um dos maiores IAV entre as cidades brasileiras, ainda está distante do mínimo recomendado pela SBAU, a qual considera como ideal a partir de 15 m²/habitante de área verde. 29 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 29 3.1.3.3 Vias Urbanas Devido à forma de uso e ocupação do solo que ocorreu na cidade Rio Branco, a grande maioria de suas ruas são estreitas, possuindo calçadas com menos de 1 metro, não apresentando condições para implantação de uma adequada arborização. A malha viária3 de Rio Branco, considerando as rodovias, avenidas, ruas, travessa e becos é de aproximadamente 1 mil quilômetros, onde aproximadamente 930 quilômetros são de ruas, travessas e becos; 57 quilômetros de avenidas; e 13 quilômetros referente a Rodovia Federal BR-364 (Figura 19). Figura 19. Vias Urbanas de Rio Branco Fonte: PMRB (2012). 3 Informações obtidas na Prefeitura Municipal de Rio Branco no ano de 2012. 30 30 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre O número de árvores distribuídas ao longo de toda essa malha viária é muito baixo, sendo que as vias urbanas com arborização adequada são àquelas objeto de intervenções recentes, estando localizadas, na sua maioria, na parte central da cidade, enquanto os bairros mais afastados praticamente não apresentam ruas arborizadas. Estudo4 realizado pela UFAC na cidade de Rio Branco, utilizando a metodologia estatística que define o quarteirão como unidade amostral, a partir de uma amostra de 65 quarteirões em 22 bairros, identificou a ocorrência de 4,57 árvores por quilômetro de calçada, sendo considerado muito baixo frente ao mínimo recomendado pela SBAU que é de 100 árvores por quilômetro de calçada. O mesmo estudo aponta, ainda, a utilização de poucas espécies, cerca de 39 somente, das quais 78, 57% são de espécies exóticas. Cabe ressaltar que aproximadamente 300 quilômetros da malha viária urbana de Rio Branco ainda não está pavimentada, prejudicando diretamente ações de arborização nestas vias. Neste sentido, o Governo do Estado implantou o Programa Ruas do Povo, constituindose no maior Programa de infraestrutura urbana da história do Estado do Acre, contemplando investimentos em todos os municípios, sendo este, portanto, uma das principais demandas que surgem para o Programa de Arborização Urbana. É importante destacar também a incompatibilização da arborização com os equipamentos de infraestrutura urbana. Isto é consequência, principalmente, da falta de um plano de arborização urbana para o município, com o respectivo manual técnico, responsável por institucionalizar as referências técnicas para escolha das espécies por modalidade de uso, além dos procedimentos e protocolos de manejo e manutenção da vegetação urbana. Além disso, a cidade de Rio Branco não dispõe de um sistema efetivo de monitoramento e avaliação da vegetação urbana, que para obter sucesso, deve estar associado a programas de qualificação profissional e educação ambiental para a comunidade. 4 Estudo realizado por: PAIVA, Ary Vieira de. et. al. Inventário e Diagnóstico da Arborização Urbana Viária de Rio Branco, AC. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, Piracicaba – SP, v.5, n. 1, p. 144-159, 2010. 31 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 31 3.2 Arborização das Cidades do Interior do Estado do Acre De uma forma geral a arborização das cidades do interior do Estado do Acre seguem o mesmo padrão observado na capital Rio Branco. Contudo, diferentemente de Rio Branco, os municípios do interior não dispõem de estudos ou levantamentos mais detalhados sobre a situação da vegetação constante no seu perímetro urbano, sendo este, portanto, um dos objetos de investimento do presente Programa. 3.2.1 Instrumentos Disponíveis de Gestão e Planejamento Urbano e Territorial Do total de 21 municípios do interior do Acre, apenas 4 possuem o seu Plano Diretor, são eles – Cruzeiro do Sul, Sena Madureira, Plácido de Castro e Feijó. Destes, apenas Cruzeiro do Sul prevê em seu Plano Diretor a criação do Plano de Arborização Urbana, associado à implantação da central de mudas. 3.2.2 Quadro Geral da Arborização Urbana no Interior do Estado Um dos poucos levantamentos sobre arborização urbana realizados nas cidades do interior do Acre foi elaborado pela UFAC. Neste estudo se constatou uma certa similaridade quanto a situação da arborização urbana encontrada em cada município. De uma forma geral, é baixa a diversidade de espécies utilizadas na arborização destas cidades, o que se agrava quando se refere ao uso de espécies nativas. As árvores exóticas da espécie Ficus SP, por exemplo, predomina em grande dos municípios do interior. Nas vias públicas identificou-se uma média de 3,06 árvores por quilômetro de rua, sendo muito aquém do mínimo recomendado pela SBAU, que determina como mínimo, pelo menos 100 árvores por quilômetro de calçada. A seleção indevida de espécies, o plantio inadequado, entre outros fatores, confirma a ausência de critérios e planejamento na implantação e no manejo da arborização urbana das cidades do Acre. Basta observar que a maioria das espécies utilizadas apresenta porte incompatível com a infraestrutura urbana. 32 32 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 4. DIRETRIZES ESTRATÉGICAS Aprofundar o processo de melhoria da qualidade de vida urbana da população do Estado do Acre, conforme as seguintes diretrizes estratégicas: Desenvolver a arborização urbana de forma planejada, respeitando os valores históricos, culturais, urbanísticos e ambientais das cidades do Acre, considerando a particularidade de cada sítio urbano; Priorizar o uso de espécies nativas do bioma amazônico, com adoção de tecnologias para plantio e manutenção adaptadas a região; Apoiar o fortalecimento e implantação de viveiros para fornecimento de mudas destinadas a arborização urbana; Estabelecer cooperações interinstitucionais para implantação e gestão da arborização urbana nos municípios acreanos; Qualificar profissionais do setor público e privado em temas relacionados à arborização urbana; Promover o efetivo envolvimento da comunidade nas diversas fases de implantação do Programa, principalmente, o planejamento e manutenção da arborização; Sensibilizar a população para valorização e manutenção das áreas verdes nas cidades. 33 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 33 5. OBJETIVOS 5.1 Geral Promover a arborização das cidades do Estado do Acre de forma planejada, integrada e com envolvimento da comunidade, respeitando os seus valores históricos, culturais, urbanísticos e ambientais, buscando harmonia quanto à estética, e, principalmente, à melhoria da qualidade de vida da população. 5.2 Específicos Fomentar o planejamento e normatização da arborização urbana em todos os municípios do Estado do Acre; Fortalecer e implantar a infraestrutura de apoio à arborização urbana, considerando os viveiros de mudas, máquinas e equipamentos para as operações de plantio e manutenção; Implantar Projetos de Arborização Urbana em parceria com as prefeituras, priorizando as áreas ciliares, praças, parques e vias urbanas; Estabelecer mecanismos efetivos de monitoramento, controle e manutenção das áreas verdes das cidades acreanas; e, Desenvolver ações de comunicação, educação ambiental e qualificação como forma de sensibilizar e envolver a população e profissionais em torno das metas e compromissos do Programa. 34 34 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 6. METAS DO PROGRAMA O Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre estabelece como meta principal ampliar dos atuais 9,7 m²/habitante para 15 m²/habitante de área verde na cidade de Rio Branco, atendendo a recomendação da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana – SBAU. Para isto, serão desenvolvidos os seguintes produtos e serviços: Publicação do Manual Técnico de Arborização Urbana do Estado do Acre; Apoio a elaboração de 22 (vinte e dois) Planos Municipais de Arborização Urbana com as respectivas normas e regulamentos; Fomentar a produção de 200 mil mudas destinadas a arborização urbana; Recuperar 50% das áreas ciliares alteradas e/ou degradadas, totalizando 126 mil mudas plantadas em aproximadamente 315 hectares; Ampliar em 65 % Índice de Área Verde - IAV da cidade de Rio Branco, totalizando 34 mil mudas plantadas em praças e parques, correspondendo a 170 hectares de plantio; Ampliar em pelo menos 800% a arborização de vias urbanas, totalizando 37 mil mudas plantadas em 370 quilômetros. 35 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 35 7. COMPONENTES DO PROGRAMA Os Projetos do Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre estão organizados em Componentes, os quais correspondem às áreas prioritárias de intervenção do Governo em parceria com as Prefeituras, visando o alcance das metas, e, principalmente, os benefícios para população. É no âmbito dos Componentes que a programação é estabelecida em Projetos e Atividades. Ao todo estão programados 3 Componentes, agrupando 13 Projetos, conforme apresentado no quadro 1, abaixo. COMPONENTES PROJETOS 1.1 Manual Técnico de Arborização Urbana 1. Planos, Normas e Regulamentos 1.2 Planos Municipais de Arborização Urbana 1.3 Projetos de Lei Municipal 2.1 Infraestrutura de Apoio: Viveiros e Plantios 2.2 Áreas Ciliares 2.3 Praças e Parques 2. Arborização Urbana 2.4 Vias Urbanas 2.5 Projetos Especiais 2.6 Monitoramento e Avaliação 3.1 Informação e Conscientização Coletiva 3.2 Educação Ambiental Informal e Participação Comunitária 3. Comunicação Social e Educação Ambiental 3.3 Educação Ambiental Formal 3.4 Qualificação Profissional Quadro 1. Componentes e Projetos do Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 7.1 Componente 1: Planos, Normas e Regulamentos Nenhuma cidade acreana possui o seu Plano de Arborização Urbana, sendo este o ponto de partida para desenvolver esse tipo de Projeto, pois, se mal planejada, as árvores 36 36 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre podem ser a causa de inúmeros problemas para a população, inclusive colocando-a em risco de vida, além de prejudicar diretamente a infraestrutura urbana. A luz do exposto, o presente Componente prevê a publicação de Manual Técnico de Arborização Urbana do Estado do Acre, apoio a elaboração dos Planos Municipais de Arborização Urbana e os respectivos Projetos de Leis Municipais. Desta forma, as cidades acreanas estarão devidamente preparadas do ponto de vista técnico e institucional para iniciar os seus projetos de arborização. 7.1.1 Manual Técnico de Arborização Urbana O Projeto propõe a publicação de um manual técnico de arborização urbana para as cidades do Estado do Acre, a ser elaborado em parceria com a Universidade Federal do Acre – UFAC. Este documento, portanto, ao considerar as características e peculiaridades das cidades acreanas, oferecerá todas as referências técnicas para o plantio de árvores em áreas ciliares, praças, parques, vias urbanas e outras possíveis formas de plantio no âmbito do perímetro urbano. 7.1.2 Planos Municipais de Arborização Urbana Esta ação prevê o apoio às prefeituras municipais para elaborarem os seus respectivos Planos Municipais de Arborização Urbana, como forma de oferecer os subsídios ao Plano Diretor, quando for o caso, para a adequada implantação e condução da vegetação urbana. Neste Projeto, serão estabelecidas parcerias interinstitucionais com órgãos públicos e não governamentais visando acelerar o processo de planejamento em cada cidade, permitindo as prefeituras municipais iniciarem os projetos de arborização o mais breve possível. 7.1.3 Projetos de Lei Municipal Com base no Manual Técnico e Plano Municipal de Arborização Urbana, o Projeto tem como objetivo apoiar as prefeituras municipais na institucionalização da arborização urbana como um componente da infraestrutura municipal. Neste sentido, terão o apoio do 37 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 37 Governo do Estado para elaborarem seus respectivos Projetos de Lei Municipal que estabelecerá as normas e regulamentos para a arborização da urbana, sendo incorporado, quando for o caso, ao Plano Diretor do Município. 7.2 Componente 2: Arborização Urbana Findo a etapa de planejamento e institucionalização da arborização urbana nos municípios acreanos, o presente Componente estabelece os Projetos que de fato, promoverão a arborização das cidades do Estado, com foco especial na capital Rio Branco, conforme justificado anteriormente. Os Projetos deste Componente tem como propósito realizar os investimentos necessários para implantar a infraestrutura de apoio à arborização urbana, notadamente os viveiros e máquinas e equipamentos de suporte aos plantios. Ademais, com base na tabela de espécies indicadas para arborização urbana constante no Anexo 1, objetiva realizar os plantios, propriamente dito, em áreas ciliares, praças, parques e vias urbanas, além de situações especiais, como o fomento a pomares domésticos e a arborização de imóveis e prédios públicos. Por fim, prevê também o estabelecimento de mecanismos efetivos para monitoramento e avaliação da vegetação urbana. 7.2.1 Infraestrutura de Apoio: Viveiros e Plantios Esta ação tem por objetivo viabilizar toda a infraestrutura de apoio necessária para execução dos Projetos de arborização na cidade de Rio Branco. Assim, serão realizados investimentos para produção de pelo menos 200 mil mudas das espécies recomendadas para arborização urbana, nas diferentes modalidades previstas no Programa, contratação de mão de obra especializada e aquisição de veículos, ferramentas e utensílios de apoio às frentes de plantio. 38 38 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 7.2.2 Áreas Ciliares O Projeto de restauração florestal das áreas ciliares alteradas e/ou degradadas prevê investimentos no plantio de mudas e manutenção das margens dos principais cursos d’água que cortam o perímetro urbano da capital Rio Branco. Neste aspecto, será dada especial atenção ao Rio Acre e igarapé São Francisco. Portanto, o compromisso do Programa será de restaurar pelo menos 50% das áreas ciliares alteradas e/ou degradadas da cidade de Rio Branco. 7.2.3 Praças e Parques O Projeto de arborização de praças e parques públicos tem como objetivo promover o plantio de árvores em todas as praças e parques públicos da cidade de Rio Branco. Assim, o Programa estabelece o compromisso de plantar 34 mil mudas de espécies nativas, com foco nos Projetos de Habitação de Interesse Social desenvolvidos pelo Governo do Estado. 7.2.4 Vias Urbanas O Projeto de arborização das vias urbanas é o mais complexo entre as ações previstas no Programa, pois, serão realizadas intervenções em pelo menos 370 quilômetros de vias urbanas com plantio de aproximadamente 37 mil mudas, considerando rodovias, avenidas e ruas da cidade de Rio Branco. O desafio será de promover à arborização adaptada as condições de infraestrutura urbana encontrada na capital. 7.2.5 Projetos Especiais Os chamados “Projetos Especiais” tem o propósito de arborizar situações e locais específicos, compreendendo, principalmente, o apoio à formação de pomares domésticos e arborização de imóveis e prédios públicos, este último com foco em escolas, hospitais, centros e postos de saúde. Estes plantios têm como finalidade também de contribuir para a capital Rio Branco alcançar o Índice de Área Verde – IAV recomendado pela SBAU. 39 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 39 7.2.6 Monitoramento e Avaliação Esta ação tem como finalidade apoiar os órgãos municipais de meio ambiente no desenvolvimento e implantação de sistemas de monitoramente e avaliação da arborização, como forma de subsidiar os processos de manejo e manutenção da vegetação urbana, considerando os procedimentos de remoção, controle fitossanitário, replantio, tutoramento, poda e transplante. 7.3 Componente 3: Comunicação Social e Educação Ambiental O sucesso do Programa depende diretamente da sensibilização da comunidade quanto à necessidade de conservar as árvores plantadas, principalmente nos primeiros anos pós-plantio. Além disso, é imprescindível que os profissionais que atuam em órgãos públicos e privados, que de alguma forma tenham relação com o tema, sejam capacitados e treinados para promover a implantação e conservação da arborização urbana. Portanto, o presente componente tem como propósito desenvolver e implementar estratégias de comunicação social e educação ambiental, com vistas a conscientizar e envolver a comunidade e os profissionais nos compromissos estabelecidos pelo Programa. 7.3.1 Informação e Conscientização Coletiva O Projeto de informação coletiva tem a finalidade de divulgar os Planos de Arborização Urbana Municipais, seus objetivos e legislação correspondente para a sociedade, por meio de projetos específicos de comunicação. Além disso, é previsto o desenvolvimento campanhas de conscientização coletiva, tendo em vista que grande parte dos problemas encontrados na arborização urbana resulta de intervenção da comunidade, como plantio de espécies e mudas inadequadas, poda mal feita e injúrias diversas. 7.3.2 Educação Ambiental Informal e Participação Comunitária A finalidade desta ação é implantar programas de educação ambiental de forma informal, visando esclarecer sobre a importância da arborização urbana. O trabalho deverá 40 40 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre ser feito com enfoques específicos, capazes de despertar o interesse de diferentes segmentos da comunidade para participar do planejamento da arborização, plantios voluntários e/ou comunitários, e também estimular a participação da comunidade na conservação e manutenção das árvores. Além disso, o Projeto terá o propósito também de: incentivar pesquisas com espécies arbóreas visando o melhoramento vegetal quanto à resistência, diminuição da poluição, controle de pragas e doenças; conscientizar a população da importância da construção de canteiros em torno de cada árvore, vegetando-os com grama ou forração; conscientizar a comunidade da importância do plantio de espécies nativas para manutenção do equilíbrio ecológico, alertando sobre as espécies indesejáveis e locais inadequados para o plantio de árvores em áreas públicas. 7.3.3 Educação Ambiental Formal A Educação Ambiental desenvolve a relação entre meio ambiente e a cidadania, fortalecendo a consciência de que o ambiente é um patrimônio público comum e sua defesa é um direito de todos os cidadãos. O Projeto de Educação Ambiental Formal abordará questões relacionadas à arborização urbana e ao meio ambiente junto à rede escolar pública e privada, para a formação de consciência crítico-responsável, bem como a participação ativa deste segmento da sociedade na implementação do Programa. 7.3.4 Qualificação Profissional O Projeto de Qualificação Profissional tem como objetivo promover a capacitação e treinamento de profissionais do setor público, privado e organizações da sociedade civil em temas relacionados a arborização urbana, visando estabelecer mão de obra especializada para os serviços de implantação e manejo da arborização urbana. Esta ação terá como foco os profissionais da capital Rio Branco, sendo que profissionais do interior do Estado serão qualificados na medida em que for sendo desenvolvidas as ações de arborização nas suas respectivas cidades. 41 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 41 8. GOVERNANÇA DO PROGRAMA As instancias de governança do Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre serão constituídas por um órgão colegiado de caráter consultivo ligado ao Conselho Estadual de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia – CEMACT, denominado como Câmara Técnica de Arborização Urbana, e os órgãos executores do Programa. Compete a Câmara Técnica de Arborização Urbana analisar e opinar sobre os Planos Municipais de Arborização Urbana, e suas respectivas minutas de normas e regulamentos. A composição da Câmara será formada por órgãos públicos federais, estaduais e municipais, organizações não governamentais, da sociedade civil e setor privado, cuja coordenação será do membro representante da Secretaria de Estado de Meio Ambiente – SEMA. Será de competência dos órgãos executores o planejamento, gerenciamento, execução, controle e avaliação dos Projetos de Arborização Urbana, e serão formados pela SEMA, Secretaria de Estado de Infraestrutura e Obras Públicas – SEOP e as prefeituras, por meio de seus respectivos Órgãos Municipais de Meio Ambiente – OMMA’s, onde para execução das ações do Programa, serão estabelecidos Termos de Cooperação específicos com cada município beneficiário. O organograma da figura 20 ilustra a estrutura para governança do Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre. Figura 20. Organograma ilustrando a estrutura para governança do Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre. Fonte: SEMA, 2012. 42 42 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 43 1 2 3 Quadro 2. Proposta de Cronograma do Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 3.4 Qualificação Profissional 3.3 Educação Ambiental Formal 3.2 Educação Ambiental Informal e Participação Comunitária 3.1 Informação e Conscientização Coletiva 3. Comunicação Social e Educação Ambiental 2.6 Monitoramento e Avaliação 2.5 Projetos Especiais 2.4 Vias Urbanas 2.3 Praças e Parques 2.2 Áreas Ciliares 2.1 Infraestrutura de Apoio: Viveiros e Plantios 2. Arborização Urbana 1.3 Projetos de Lei Municipal 1.2 Planos Municipais de Arborização Urbana 1.1 Manual Técnico de Arborização Urbana 1. Planos, Normas e Regulamentos COMPONENTES/PROJETOS 4 5 TRIMESTRES se realizam no tempo, buscando orientar o gerenciamento do tempo das diversas ações e atividades. 6 7 8 43 O quadro 2, abaixo, apresenta a proposta de como os Componentes e Projetos do Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 9. PROPOSTA DE CRONOGRAMA 10. ESTIMATIVA DE INVESTIMENTOS A tabela 1, abaixo, apresenta a estimativa de investimentos necessários para a implementação do Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre, onde é discriminado os valores estimados por Componentes e Projetos. ITEM 1 COMPONENTES/PROJETOS VALOR (R$ mil) Planos, Normas e Regulamentos 834,00 1.1 Manual Técnico de Arborização Urbana 1.2 Planos Municipais de Arborização Urbana 660,00 1.3 Projetos de Lei Municipal 154,00 2 Arborização Urbana 20,00 3.946,70 2.1 Infraestrutura de Apoio: Viveiros e Plantios 650,00 2.2 Áreas Ciliares 560,70 2.3 Praças e Parques 374,00 2.4 Vias Urbanas 2.5 Projetos Especiais 92,00 2.6 Monitoramento e Avaliação 50,00 3 2.220,00 Comunicação Social e Educação Ambiental 750,00 3.1 Informação e Conscientização Coletiva 100,00 3.2 Educação Ambiental Informal e Participação Comunitária 150,00 3.3 Educação Ambiental Formal 300,00 3.4 Qualificação Profissional 200,00 TOTAL 5.530,70 Tabela 1. Estimativa de Investimentos do Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 44 44 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ACRE. Governo do Estado do. Programa Estadual de Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado do Acre. Zoneamento Ecológico-Econômico do Acre fase II: documento síntese – Escala 1: 250.000. Rio Branco: SEMA, 2006. ACRE. Governo do Estado. Acre em Números. Rio Branco: SEPLAN, 2011. BRASIL. Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia – IBGE. Senso Demográfico 2010. Brasília-DF: IBGE, 2010. BRASIL. Governo Federal. Lei nº 12.651, de 25 de Maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. Brasília, 2012. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12651.htm>, Acesso em: 06 dez 12. GUZZO, Perci; et al. Cadastro Municipal de Espaços Livres Urbanos de Ribeirão Preto (SP): Acesso Público, Índices e Base para Novos Instrumentos e Mecanismos de Gestão. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, volume 1, número 1, 2006. OLIVEIRA, Kamilla Andrade de; JESUS, Ivana Silva de. Espacialização e Quantificação das Áreas Verdes no Perímetro Urbano do Município de Rio Branco – Acre. In: XV SIMPÓSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO – SBSR, 30, 2011, INPE. Anais. Curitiba: [S.ed.], 2011. p. 0877. MILLER, R.W. Urban Foresty – Planning and Managing Urban Greenspaces. 2. Ed. Prentice all. 1997. 502p. NICODEMO, Maria Luiza Franceschi, PRIMAVESI, O. do. Por que manter árvores na área urbana? 1. Ed. on line. Embrapa Pecuária Sudeste, São Carlos, SP, 2009. PAIVA, Ary Vieira de. et. al. Inventário e Diagnóstico da Arborização Urbana Viária de Rio Branco, AC. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, Piracicaba – SP, v.5, n. 1, p. 144-159, 2010. PMBR. Prefeitura Municipal de Rio Branco. Informações oficiais. Rio Branco: PMBR, 2012. 45 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 45 PMBR. Prefeitura Municipal de Rio Branco. Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano – PDDU, objeto da Lei Municipal nº 1.611, de 27 de outubro de 2006. Rio Branco: PMRB, 2006. PMRB. Prefeitura de Rio Branco. Programa ZEAS. <http://zeas.riobranco.ac.gov.br/?p=3507>. Acesso em 27 nov. 12. Disponível em RIBEIRO, Flávia Alice Borges Soares. Arborização Urbana em Uberlândia: percepção da população. Revista da Católica, Uberlândia, v. 1, n. 1, p. 224-237, 2009. SOCIEDADE BRASILEIRA DE ARBORIZAÇÃO URBANA – SBAU. “Carta a Londrina e Ibiporã”. Boletim Informativo, v.3 , n.5, p.3, 1996. 46 46 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre ANEXOS 47 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 47 48 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre Bouganvillea glabra Buganvilea Chorisia speciosa Caesalpínia echinata Calycophyllum spruceanum Apidosperma polyneuron Paineira Pau Brasil Pau mulato Peroba-rosa Michaelia champaca Magnólia amarela Licania tomentosa Jacarandá mimosifolia Jacarandá mimoso Oiti Tabebuia serratifolia Ipê amarelo Murraya exotica Tabebuia avalanedae Ipê roxo Murta Tecoma stans Ipê mirim Pachira aquatica Hibiscus rosa-sinensis Hibisco Munguba Caesalpinia pucherrima Delonix regia Flamboyant mirim Flamboyant Lagerstroemia speciosa Erytrina verna Eritrina Escumilha africana Cássia fistula Chuva de ouro Salix babylonica Dombeya wallichii Astrapéia Chorão Psidium cattleianum NOME CIENTÍFICO Araça NOME POPULAR Anexo 1. Tabela de Espécies Indicadas para Arborização Urbana Apocynaceae Rubiaceae Leguminosae caesalpinoideae Bombacaceae Chysobalanaceae Rutaceae Bombacaceae Magnoliaceae Bignoniaceae Bignoniaceae Bignoniaceae Bignoniaceae Malvaceae Leguminosae caesalpinoideae Leguminosae caesalpinoideae Bombacaceae Leguminosae papilionoideae Leguminosae caesalpinoideae Salicaceae Nyctaginaceae Sterculiaceae Myrtaceae FAMÍLIA N N E E E E N E E N N E E E E E E E E E E E ORIGEM (1) X X X P X X X X X X PORTE (2) M X X X X X X X X X X G 48 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 49 Caesalpinia peltophoroides Enterolobium contortisiliquum Tipuana tipu Bauhinia spp. Sibipiruna Tamboril Tipuana Unha-de-vaca (1) Nativa = N; Exótica = E (2) Porte: P = Pequeno; M = Médio; G = Grande Samaneae inopinata Tibouchina granulosa var. rosa NOME CIENTÍFICO Sete-cascas Quaresmeira rosa NOME POPULAR Leguminosae caesalpinoideae Leguminosae caesalpinoideae Leguminosae mimosoideae Leguminosae caesalpinoideae Leguminosae mimosoideae Melastomataceae FAMÍLIA N E N E N E ORIGEM (1) P X X PORTE (2) M X X X X G 49 Anexo 2. Município de Rio Branco – Regionais 50 50 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre Anexo 3. Município de Rio Branco – Área de Preservação Permanente - APP 51 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 51 Anexo 4. Município de Rio Branco – Áreas Verdes 52 52 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre Anexo 5. Município de Rio Branco – Vias Urbanas 53 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 53 ANOTAÇÕES ANOTAÇÕES