alcoolismo recupearção

Transcrição

alcoolismo recupearção
ALCOOLISMO – RECUPERAÇÃO
Existem alguns tratamentos que são atualmente utilizados na recuperação de
alcoólatras, sendo que uma das alternativas mais eficazes de tratamento é
proposta por Alcoólicos Anônimos; uma irmandade de homens e mulheres que
compartilham entre si, suas experiências, forças e esperanças.
Foi no dia 10 de Junho de 1935 na cidade de Akron, Estado de Ohio, nos Estados
Unidos da América que dois homens, Bill W. (corretor da bolsa de valores de
Nova York) e o Dr. Bob (Robert Smith – médico cirurgião) oficializaram a fundação
de A.A. Esse dia foi escolhido porque o Dr. Bob finalmente tomou o seu último
gole de bebidas alcoólicas e manteve-se sóbrio até a data de sua morte.
Desde então, os princípios utilizados por Alcoólicos Anônimos passaram a ser
uma nova forma de recuperação. Após ter sido formado o primeiro grupo de
recuperandos naquela cidade, A.A. chegou à cidade de Nova York onde mais
alguns Grupos foram abertos e a Irmandade se desenvolveu. (É importante
lembrar que nessa mesma época os Estados Unidos vivia com a lei seca, onde o
uso de substâncias alcoólicas era proibido e criminoso).
O número de homens e mulheres ingressantes, "desejosos em parar de beber"
recorriam às sugestões oferecidas por Alcoólicos Anônimos que nada cobrava
como taxas ou mensalidades. As reuniões de Grupos transcorriam anonimamente
com depoimentos de alcoólatras que contavam uns para os outros as suas
experiências nefastas que passavam com o uso abusivo da bebida e falavam de
suas dificuldades em sair da dependência. Por outro lado os que conseguiam ficar
abstêmios pelo menos vinte e quatro horas falavam da importância em renoválas, pois sentiam voltar as esperanças e melhoravam a sua autoestima com a
sobriedade continuada.
Tais depoimentos criavam um vinculo curioso. Eles notavam que quando
compartilhavam as suas dificuldades com outros alcoólatras adquiriam forças e
esperanças para também vencer o alcoolismo (só depois considerada doença
pela O.M.S. com sede em Genebra – Suíça).
Alcoólicos Anônimos conseguiu montar um Escritório de Serviços em Nova York
para facilitar a sua comunicação. As cartas eram as formas mais utilizadas para
informar e ser informado. Assim mesmo elas levavam muito tempo para chegar
aos destinatários, muitas vezes impossibilitando até que as notícias chegassem.
Os livros também eram grandes aliados para as instituições, mas o alto custo
para serem editados dificultava o avanço da Irmandade. Algum tempo mais tarde
A.A. conseguiu a primeira edição de seu principal livro que recebeu o nome de Alcoólicos Anônimos - (várias vezes reeditado e até hoje usado e considerado um
dos mais completos sobre o assunto).
O número de beneficiados com o programa sugerido por A.A. foi crescendo e
espalhou-se por todo o país chegando ao Canadá e mais tarde a outros países
americanos e europeus.
Hoje, quando completa 73 anos de existência, Alcoólicos Anônimos está presente
em mais de 210 países de todo o mundo.
Bill W. e o Dr. Bob deixaram uma farta literatura específica que ainda hoje ela é
utilizada para facilitar o entendimento da doença e do doente e transmitir a
mensagem de Alcoólicos Anônimos para aqueles que queiram (têm desejo) parar
de beber.
Entre os legados deixados pelos Co fundadores, "Os doze Passos de A.A." são
reconhecidamente eficazes e propõem uma mudança radical na forma de viver,
permitindo os alcoólicos um maior entendimento dos motivos que os levavam a
beber compulsivamente.
Os membros de A.A. que conhecem e seguem os seus princípios sentem-se
felizes e consequentemente eliminam de suas vidas a necessidade do uso de
substancias alcoólicas.
"EVITAR O PRIMEIRO GOLE DE QUALQUER BEBIDA ALCOÓLICA", freqüentar
as reuniões dos Grupos e procurar evitar os lugares de ativa são sugestões
básicas para o começo da recuperação.
Até bem pouco tempo, Alcoólicos Anônimos foi visto como uma Irmandade
discriminada e por isso até hoje o "anonimato" é respeitado. Entretanto, A.A.
conseguiu superar essa imagem destorcida e hoje merece o respeito de toda a
sociedade. A classe de profissionais (médicos, psicólogos) recomenda aos seus
pacientes para que freqüentem as reuniões mesmo continuando os tratamentos
específicos.
Os "Doze Passos" saíram do domínio da Irmandade de A.A. tornando-se domínio
público mundial e hoje são utilizados por inúmeras entidades de mútua ajuda
(N.A., J.A., F.A. e tantas outras).
O falecido Papa João Paulo II em pronunciamento público declarou que os "Doze
Passos" de A.A. eram por ele reconhecido como uma das "grandes maravilhas do
século" e recomendou mesmo aos não alcoólicos, a sua utilização para a
reestruturação da vida material e espiritual.
Todos os participantes ingressados em Alcoólicos Anônimos merecem os
parabéns neste dia 10 de Junho de 2008 pelo seu 73º Aniversário mundial..
Ficamos com a esperança que as conseqüências trazidas pelo alcoolismo
consigam diminuir em nosso país e em todo o mundo.
10/06/2008
Paulo M.Bernardo
*Fontes de consulta: www. alcoolicosanonimos. org.br
**Literaturas consultadas: Alcoólicos Anônimos, Viver Sóbrio, Revista Vivência, Os
Doze Passos e as Doze Tradições.
O QUINTO PASSO É UMA CELEBRAÇÃO DA VIDA
Precisamos nos sentir seguros em três áreas da vida: sexual, social e emocional.
Tem gente que diz que o problema do Quarto Passo é o Quinto Passo. A ideia de
relatar a alguém aquilo que você pôs no papel inibiria o ato de escrever. Todavia,
será que isso não funciona ao inverso também? Saber que alguém está ali,
disposto a ajudar você nesse processo de limpar a casa, poderia servir de
incentivo.
As pessoas brincam demais falando que começaram seu Quarto Passo, dizendo:
"mas foi ate aí que eu cheguei".
Isso é uma grande pena, porque a recompensa de terminar o Passo é imensa.
Não estou falando de um clarão vindo do nada, mas do inicio de um processo o
processo de simplesmente fazer amizade com a pessoa mais importante que
você não conhece: você mesmo. É disso que de fato todo o resto do programa
trata.
Olhar para você pela primeira vez pode ser assustador. Para mim foi o problema
de confundir o Quinto Passo com o sacramento católico da confissão que conheci
desde menino. Ficava deprimido cada vez que pensava em entrar naquela
pequena caixa azul chamada confessionário. Havia vergonha e culpa grudadas
nesse ritual, e não tinha conexão com a minha vida cotidiana. Eu havia pecado e
devia receber absolvição.
Estando ainda acorrentado às lembranças do que para mim se havia tornado um
ritual de ódio a mim mesmo, naturalmente evitei os Passos de "faxina de casa"
por muito tempo (e os Doze Passos e as Doze Tradições ainda por cima
mencionam os mesmos pecados). Talvez A.A. não fosse um programa religioso,
mas com certeza me lembrava algumas práticas religiosas bastante deprimentes.
Hoje em dia, toda essa experiência contém um significado completamente novo
para mim, positivo e levantador do moral. Dizem que a verdade machuca. Não é a
verdade que machuca, é a negação. Depois de ser aceita, a verdade faz a gente
se sentir muito bem. Um irmão religioso que realiza retiros para homens em A.A.,
na minha área, diz: "Tudo o que você precisa está bem na sua frente". Que
declaração poderosamente verdadeira e maravilhosa! Tudo o que preciso mesmo
as coisas que ainda não sei que não me servem, porque ainda estou pensando
que gosto delas. Dá-se a elas o nome de defeitos de caráter. Gosto de clamá-las
de esconderijos. São bebidas debaixo de um disfarce objetivos de uma curta
visão ou indignos. (As palavras são importantes. O jeito como converso comigo é
o que decide como me sinto e como me comporto.)
Agora, enxergando instintos bem direcionados, e como meus desejos naturais
tornam a mim e a outras pessoas infelizes, tudo faz sentido. Não quero continuar
sendo infeliz. Então, quando hoje penso em "pecados", penso na palavra
"transgressões", como está no Pai Nosso. Os pecados são transgressões. De
inicio, não vi que a nossa literatura diz que preciso estar seguro em três áreas da
minha vida: sexo, sociedade e minhas emoções.
Nunca li que tinha emoções retorcidas, dificuldades emocionais ou excessos de
emoção negativa, nem que a imposição irracional dos meus instintos sobre outras
pessoas era a causa de muita infelicidade para mim. O que eu pensava é que
esses Passos eram a respeito de ser "bonzinho". E são mesmo. Mas eu preciso
começar por ser verdadeiro.
Olhando de novo para a maneira que confundi os Passos Quarto e Quinto com o
sacramento católico da confissão, me recordo que a absolvição nunca me ajudou
em nada, mas me colocava no que chamavam de "estado de graça", que era uma
coisa que eu imaginava me qualificasse para posar para quadros sagrados. Nos
Passos Quarto e Quinto não estou procurando absolvição, mas sim aceitação
procuro uma chance de olhar outro alcoólico olho no olho, uma chance de fazer
uma conexão humana que estenderá uma ponte sobre o vazio dentro de mim, e
para lá onde a culpa me fez ficar com medo de olhar.
Em A.A. fala-se muito sobre graça, mas o pessoal raramente diz o que é isso.
Para mim é tempo e espaço numa atmosfera segura, onde eu possa olhar para o
meu comportamento passado e lidar com ele sem medo. E quando falo de
"comportamento" não me refiro apenas a "atos pecaminosos". O comportamento
inclui percepções, pressuposições, sentimentos, ilusões e motivações, bem como
ações. A graça me concede o espaço vital de que necessito, onde não me sinto
julgado nem tenho confirmada a minha experiência anterior de mim mesmo.
Para mim, o problema real com os Passos Quarto e quinto não era "o que vai ser
se eu for julgado?", mas sim "o que vai ser se não for julgado?". É que não
saberia como reagir a uma imagem de mim que já não tivesse desenvolvido na
minha imaginação distorcida.
Para todos e todas que tomam esses Passos comigo, eu falo: "Aceito você,
mesmo antes de saber quem você é. Na atmosfera da graça, fico contente
esperando descobrir. Sei que a minha humanidade vai sair enriquecida
nesse processo. E quando acabar, ambos estaremos mais prontos para nos
desapegarmos das coisas que fizemos, e que fizeram mal a nós e aos outros". Os
Passos Quarto e Quinto significam a celebração da vida em todas as suas
maravilhosas possibilidades, através do contato com as nossas próprias
experiências e as dos outros. São mais um Passo em direção ao tema de todos
os Passos: a alegria de viver.
( Jim N. Grapevine)
VIVÊNCIA N.°75 JAN/FEV 2002
EVITE O 1º ATRITO
A freqüência com que o assunto alcoolismo vem surgindo na imprensa, rádio e
televisão fazem um esboço desse problema que afeta toda a sociedade, pois
queiram ou não, todos os cidadãos findam fazendo parte desse quadro, sempre
como vítimas.
O alcoolismo foi declarado doença pela Organização Mundial de Saúde em 1967
e afeta tanto as pessoas que bebem como suas famílias, que adoecem junto; os
empregadores e o poder público, que desembolsam boa parte dos seus gastos
para enfrentar problemas decorrentes do consumo de bebida.
As conseqüências do alcoolismo terminam sempre nos hospitais, delegacias de
polícia, corpos de bombeiros, juizados das mais diversas causas, penitenciárias,
cemitérios e uma lista imensa de outros lugares.
Há 72 anos uma entidade vem cuidando de alcoólicos no mundo inteiro e está até
na Internet, onde encontramos o site http://www.alcoolicosanonimos.org.br. Que
divulga inclusive um lema interessante: "Evite o primeiro gole".
Conhecida popularmente como A.A., a entidade funciona desde que dois
alcoólicos descobriram que podiam manter-se sóbrios compartilhando seus
problemas entre si. Mas juntamente com aquela entidade desenvolveu-se
também no mundo inteiro uma organização chamada Al-Anon, que cuida de
familiares e amigos de alcoólicos, adota os mesmos princípios de Alcoólicos
Anônimos (adaptados) e adaptou também esse lema, para recomendar: "Evite o
primeiro atrito".
É sobre esse "primeiro atrito" que desejo falar, considerando algumas
informações importantes que tive a oportunidade de colher em evento promovido
por aquela entidade, onde tive a sorte de comparecer na qualidade de profissional
interessado no assunto.
Ao evitar o primeiro atrito, os familiares fazem com que muitos problemas sejam
evitados também, pois sempre que existe um confronto com um alcoólico –
embriagado ou não – as conseqüências podem ser drásticas.
Segundo uma palestrante – que não se pode identificar para manter seu
anonimato seguindo os princípios da entidade "Al-Anon surgiu da mesma
necessidade de A.A. A necessidade de `dialogar', de uma pessoa entender a
outra, falarem a mesma linguagem, trocarem as experiências vividas com seus
entes queridos doentes, que tanto lutavam para largar a bebida e não
conseguiram.
Não custou muito para que as esposas dos alcoólicos descobrissem que o estado
em que se encontravam era resultado do convívio sob o domínio do álcool,
quando seus familiares e amigos se tornavam pessoas também doentes, de uma
doença emocional. A troca de experiências mostrava o caminho a seguir."
Como o alcoolismo é considerado uma doença reflexiva – pois todos do convívio
do alcoólico adoecem juntos – torna-se dificílimo compreender uma vida tão
atribulada, onde o senhor de tudo é o álcool, que impera, manda e comanda a
vida do alcoólico e conturba toda a família, pondo de água a baixo todos os
planos feitos anteriormente.
Até que o familiar tome conhecimento de que o alcoólico é portador de uma
doença, aceite, compreenda e se trate junto, leva muito tempo e requer sacrifício
de ambas as partes, explica a representante dos familiares.
Al-Anon no Rio Grande do Norte completou trinta anos de formação em 2007.
Desde que surgiu, os seus membros procuram mostrar que quando um familiar ou
amigo de alcoólico evita o primeiro atrito, está contribuindo para a recuperação,
na medida em que evita um descontrole emocional de ambos.
Al-Anon mostra que qualquer assunto ou problema surgido pode e deve ser
tratado somente depois que os ânimos estiverem acalmados, noutro dia, noutra
hora.
Falam em "recuperação" e não em "cura", porque o alcoolismo não tem cura; pelo
menos até agora não foi descoberta.
A importância das esposas de alcoólicos freqüentarem o Al-Anon está na
recuperação delas próprias.
A palestrante esclareceu que à medida que elas freqüentam, tomam
conhecimento de que seus familiares são doentes, descobrem que adoeceram
emocionalmente durante esse mesmo tempo e trazem consigo as seqüelas do
sofrimento daquele convívio. Passam a trabalhar os sentimentos negativos, tão
fortes, tão vivos, tão bem guardados e conservados de raiva, ressentimento,
angústia, negação, rancor, auto piedade. Isso só acontece numa sala de Al-Anon,
onde o foco do tratamento é o familiar e não o alcoólico garante ela.
Uma mudança de atitude do familiar esteja o alcoólico bebendo ou não, muda o
clima e a convivência se torna mais amena.
Walter Medeiros - Jornalista - Natal, RN
Vivência nº 112 – Março/Abril 2008
SOU UMA MULHER FELIZ PORQUE APRENDI AMAR!
"Como mulher alcoólica e participante da Irmandade sei que a caminhada é longa
e árdua, por um lado, mas por outro, muito gratificante". Como bem dispõe o
preâmbulo de abertura das nossas reuniões; "Alcoólicos Anônimos é uma
irmandade de homens e mulheres". Tal afirmação constante nos assegura como
mulheres a nossa inclusão para alcançarmos a dádiva da recuperação através
das experiências de cada um de nós, do sofrimento, das perdas afetivas,
espirituais e materiais.
As primeiras mulheres alcoólicas começaram a chegar em Alcoólicos Anônimos
em 1941 nos Estados Unidos. No início o principal preconceito era das próprias
mulheres e com o tempo, pelo exemplo do sucesso das poucas que haviam
ingressado a situação mudou para melhor. Como
mulher alcoólica e participante da irmandade, repito, sei que a caminhada é longa
e árdua, por um lado, mas por outro muito gratificante.
O apoio e o incentivo dos companheiros nos unem e seguimos juntos, homens e
mulheres com um só objetivo:
- levar a mensagem sem reservas ou distinção seja este ser humano homem ou
mulher ou pessoas diferentes não importando a profissão, condição social,
econômica ou faixa etária. Alcoólicos Anônimos se destina às pessoas que estão
dispostas através do 1º Passo a reconhecer e aceitar a impotência diante do
primeiro gole e partindo deste princípio caminhamos ao autoconhecimento.
Em A.A. podemos falar das nossas emoções dos nossos complexos, das
derrotas, mas também das nossas vitórias do dia-a-dia e poder dizer "obrigado
meu Poder Superior", por que sou alcoólica e faço parte desta irmandade
maravilhosa que é Alcoólicos Anônimos. Quando cheguei em A.A.
muito debilitada fisicamente, emocionalmente e espiritualmente... Nem se fala!
Meu fundo de poço era total não tinha mais fim e o fim foi aceitar a condição de
mulher alcoólica.
No grupo não havia companheira só companheiro, mas eu disse para mim
mesma: - se é uma doença por que eu, mulher não posso ser portadora? E foi
assim que eu me igualei aos meus companheiros, só com uma diferença: o sexo.
As histórias de vida não são diferentes da minha, só são mais sofridas por eu ser
mulher. Admito minhas impotências, mas com fé, decisão e aceitação, palavras
pequenas, caminho de 24 em 24 horas. Aceito as coisas do jeito que vierem e as
pessoas do jeito que são, porque eu não posso mudar nada e nem ninguém; só
posso mudar a mim mesma, que já é difícil, assim como foi difícil eu me aceitar do
jeito que eu era e trabalhar em cima dos meus defeitos de caráter.
Olhando para trás vejo que meu sofrimento não foi em vão; valeu à pena! Os
problemas continuam, mas eu aprendi a conviver com eles sem sofrer. Hoje eu
sou mais mãe, mais avó, mais amiga e uma companheira para todas as horas.
Vivo e deixo viver!
Sou uma mulher feliz 24 horas porque aprendi a amar. Amo a Deus, minha
família, amo meus companheiros e companheiras, amo esta Irmandade
maravilhosa que me devolveu a vida e a alegria de viver.
(Vivência Nº
110 - Nov/Dez 2007)
HOMEM QUE É HOMEM NÃO CHORA
Parece-me que o Quinto Passo é especialmente difícil para os homens, porque
pega a mística masculina pelo touro, quando não pelos chifres. Um homem é
supostamente autossuficiente. Cuida dos seus próprios assuntos. Não vai a outro
homem com problemas de ordem pessoal. Os sentimentos de um homem são
validados por uma mulher, não por outro homem.
Para mim, que cresci nos anos cinqüenta, havia apenas dois tipos de homem: os
homens de verdade e os de outro tipo. Proveniente de um lar alcoólico, fui
naturalmente um adolescente perturbado . Havia muitos homens mais velhos ao
meu redor, que talvez pudessem ter ajudado, mas eu tinha dificuldades em me
relacionar com eles. Exceto um monge passionista que encontrei quando fazia um
trabalho de meio turno num mosteiro da cidade. Padre Connel era gentil e falava
sem ofender, e acima de tudo escutava. Passei muitas horas andando por
aqueles acres serenos e enclausurados, ao lado dele, tentando desatar o enigma
da minha existência.
Minha consciência moral sensível demais me deixa sentindo-me abaixo dos ideais
religiosos com os quais cresci. O Deus que nós buscávamos juntos impunha
termos duros demais para mim, e isso me empurrou ainda mais fundo para o
isolamento , causando uma sensação de abandono total. Mas a salvação estava
a caminho, na forma do álcool e da literatura mundana.
Onde a religião me havia restringido e limitado minhas experiências , o álcool e as
idéias mundanas libertaram minha mente e meu espírito. No começo, a estrada
era larga e tinha muito espaço. Mas foi-se apertando até virar uma trilha, depois
uma linha apenas, onde eu tinha de andar ou caía. E o meu equilíbrio não foi
ficando melhor. Acabei com medo de sair do apartamento, com medo de atender
ao telefone ou à porta. No final, fui para A.A. e com o tempo fiquei sóbrio.
A maioria dos homens com os quais falei em A.A. possuíam "questões
masculinas", que tinha a ver com a pressão que a sociedade coloca em cima dos
homens. Parece haver uma tácita tradição cultural que concede às mulheres a
licença para expor sentimentos em nome da espécie. Enquanto isso, dos homens
espera-se magicamente, que confirmem a masculinidade para seus filhos e uns
aos outros. Uma carga terrível, ainda mais se você não tem certeza do que é ser
homem.
O Quinto Passo traça e sacode esses velhos tabus até os seus fundamentos. Já
por uma coisa: esse Quinto Passo pede que se fale franca e abertamente sobre
sexo. Com bêbados, a maioria de nós homens mentíamos um bocado uns para
os outros, e para nós mesmos, como um imperativo social. Sóbrios em A.A.,
muitas vezes exercemos nosso direito de ficar em silêncio. É um direito que
exercitamos a nosso próprio risco - o Livro Azul diz que às vezes a nosso próprio
perigo.
Houve coisa no meu Quarto Passo que jurei nunca contar a ninguém. Tinha
certeza de que, se certas pessoas soubessem, me expulsariam da Irmandade.
(Algumas até podem ter tido vontade de fazer isso, mas A.A. tem planos para nós
que são muito mais generosos do que quaisquer que desejaríamos uns para os
outros, se deixados por nossa conta.) Passei meus dois primeiros anos cuidando
das necessidades alheias, porque queria evitar as minhas.
O problema com esse meu comportamento é que basicamente era desonesto. Eu
queria projetar uma imagem de estar bem e de ser o certo, que era falsa, mais
danosa para mim do que para as pessoas com as quais convivia. Deixar que
alguém venha a conhecer você é assustador. (Mais tarde, aprendi o paradoxo de
que ser vulnerável coloca você numa posição invulnerável.)
Devagar, à medida que o escapismo deixava de funcionar, fui deixando outras
pessoas me conhecerem. Quando vinha uma aceitação inesperada da parte dos
outros, era estupendo, como o primeiro drinque. Eu queria mais. Fui falando a
meu respeito a cada vez mais pessoas, no interesse da "honestidade". Mas essa
história de ir-se recuperando é um negócio cheio de curvas na estrada. Bem
devagar, precisei ir aprendendo a diferença entre candura, exibicionismo e
honestidade. Se estou falando a verdade por uma razão egoísta, não estou sendo
honesto. Quanta dor nas relações ruins provém apenas dessa falta de
objetividade!
Até a confiança pode ser uma armadilha. Pessoas que pensam em fazer o Quinto
Passo provavelmente recordam-se de como usaram e abusaram da confiança
dos outros. A maioria das suas experiências com confiança, especialmente para
quem veio de lares alcoólicos, foi infeliz. É aqui que a honestidade comigo mesmo
funciona muito bem para mim. Se confio a certa pessoa alguma coisa a meu
respeito, porque quero obter qualquer coisa dessa pessoa, então a "confiança" é
apenas uma isca. E o anzol é o interesse, que é a causa de toda a minha
infelicidade. A cura para essa situação é a experiência contínua com os Passos,
na minha opinião.
Anos em que atravessei meus anos de crescimento, para virar adulto, deixei de
aprender de colocar minha vida numa base de dar e receber. Vou ouvir seus
problemas - mas não me pergunte nada sobre os meus. Ironicamente, foi por
essa razão que deixei de me identificar inicialmente com o alcoólico egoísta.
Sempre estava "dando". Entretanto, um exame mais profundo dos meus motivos
me mostrou o que mais tarde aprendi em Al-Anon: que o cuidado é o lado
ensolarado do controle.
Penso que muitos homens em A.A. existe um bocado de questões centradas ao
redor de poder, controle, e de ser quem manda. Tentei ir a algumas poucas
reuniões só para homens, mas o manto defensivo e de pose, que pairava sobre
esses augustos encontros, era de gelar os ossos. Senti-me como que
participando de um ritual.
Graças a Deus, uma das grandes mudanças em A.A., desde aqueles tempos, é
que os homens têm liberdade para se expressarem como homens e como seres
humanos, em qualquer reunião de A.A. Nessa arena, de fato atingimos a
maioridade.
Ir melhorando significa ir compartilhando minhas esperanças e medos com outros
homens. Quando eles compartilhavam também, como sempre fizeram, eu
experimentava uma cura de lembranças, memórias, e uma sensação maravilhosa
de unicidade com as pessoas em geral. Meu relacionamento com as mulheres
melhorou imediatamente. Passei pelo terror de remover minha armadura
masculina, e experimentar a alegria de não precisar de uma. Cada homem com
quem me encontrei dessa maneira desarmada, me deixou com um pouco mais de
mim mesmo para trazer ao mundo todo.
(Jim N., Grapevine)
(Vivência - Março/Abril 2002)
NA DIREÇÃO DE DEUS
"Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse todos estes defeitos
de caráter (Sexto Passo). "Humildemente rogamos a Ele que nos livrasse de
nossas imperfeições" (Sétimo Passo).
1º Passo: Aceitação - eu não posso.
2º Passo: Esperança - alguém pode.
3º Passo: Confiança - se eu deixar.
4º Passo: Autoconhecimento.
5º Passo: Humildade.
Meta: Maturidade emocional ! - Através do Primeiro Passo, nos rendemos ante a
doença do alcoolismo. Também percebemos nossa impotência diante, não só do
álcool, como também diante de pessoas, sentimentos, situações e que devemos
aprender a lidar com isto, se quisermos construir uma sobriedade rica e
construtiva. O Primeiro Passo nos dá a nossa limitação humana.
Com o Segundo e Terceiro Passos, percebemos que, nesta busca, precisamos de
ajuda. Necessitaremos não só pedir, como aceitar e isto significa que começamos
a confiar, porque só peço e aceito ajuda quando confio que posso ser ajudado.
Poderemos ver também que insanidade é tomarmos a mesma atitude esperando
resultados diferentes. O Segundo Passo nos dá confiança, fé e esperança e o
Terceiro Passo nos convida à entrega, que nos alivia de pesos desnecessários.
Os três primeiros passos são de aceitação.
Com o Quarto e Quinto Passos, adquirimos os instrumentos para
autoconhecimento e auto aceitação. Podemos aprender a nos perdoar e, quando
compartilhamos, também começamos a ver aspectos em nós que sozinhos seria
difícil perceber. Assim, quando saímos do Quinto Passo, a sensação é de alívio.
Agora precisaremos mais do que nunca de humildade, porque o Quarto e Quinto
Passos nos ajudaram a identificar nossos defeitos de caráter, mas não nos
libertaram deles.
À medida que vamos atuando com os Sexto e Sétimo Passos, vamos percebendo
que podemos ir adquirindo:
Responsabilidades com nossos sentimentos e atitudes: Porque nos propõe
avaliarmos honestamente nossas atitudes e identificarmos nossos sentimentos,
para que possamos lidar adequadamente com situações e mudarmos quando
necessário:
- quem não gosta de se sentir um pouco superior ou mesmo bastante superior?
- quem não gosta de deixar que a avareza se faça passar por um acúmulo
necessário de bens?
- quem não exacerba seu auto- respeito, transformando-o em orgulho?
Boa vontade para atuar em cima de nossas mudanças: Se quisermos obter algum
resultado concreto na prática dos Sexto e Sétimo Passos para a solução de
problemas fora do álcool, precisaremos fazer uma tentativa: sermos menos
teimosos e em vez de dizermos que "a isto jamais renunciarei", digamos: "a isto
ainda não posso renunciar". Não digamos "nunca"; isto pode ser uma abertura
perigosa e pode nos fechar a porta para a mudança, para a graça de Deus e para
ajuda dos grupos.
Os Sexto e Sétimo Passos são um convite à mudança e representam a chave que
nos abre a porta para o nosso amadurecimento emocional. Também nos ensina
que cabe a nós a tarefa inicial desta mudança e nos propõe também a conviver
com equilíbrio com as coisas que não podemos modificar. Mostra-nos que a
diferença entre o adolescente e o adulto é igual ao que existe entre a luta por um
objetivo qualquer de nossa escolha e a meta perfeita que é Deus. Os Sexto e
Sétimo Passos usam diretamente a palavra Deus, e é na direção Dele que
apontam estes passos. Isto significa que ao relembrarem estes passos são um
convite à superação dessa mania de tudo saber ou de tudo poder, ou seja, ao
relembrarem Deus, tornam-se um convite à superação desta mania de querer ser
Deus, quebrar a onipotência - tirar carteirinha de ser humano.
"Ajudai-me, Senhor, a mudar aquelas coisas que posso modificar, mas ajudai-me
ainda mais, Senhor, quando sei exatamente o que devo mudar, mas não tenho a
coragem de fazê-lo".
"A LIMITAÇÃO DO HOMEM É A OPORTUNIDADE DE DEUS".
(Vivência nº 38)
AQUI É ONDE ESTA O PODER …
Há cinco anos, estava sentado ao lado de um moço bonito, mas emocionalmente
em frangalhos - um novato que viera para sua primeira reunião aberta de A.A.
Quando chegou a hora de encerrarmos a reunião da maneira costumeira (O Pai-
Nosso e a Oração da Serenidade), ele mostrava-se visivelmente tocado pelo
conteúdo emocional da reunião. Caiu em prantos antes do final da oração, com
grandes soluços entrecortados. Ao final da prece, agarrou minha mão com toda a
força e procurou explicar por que chorava. Eu próprio estava sóbrio há apenas
seis meses, e tentei explicar para ele, por entre minhas próprias lágrimas, que
não havia necessidade de explicação, que isso acontecia muito nas reuniões de
A.A. Ele disse então algo que nunca esqueci, ao erguer nossas mãos juntas:
"Aqui é onde está o poder." Foi uma coisa que me arrepiou naquela hora, e ainda
me arrepia hoje, e espero que continue assim enquanto eu viva, e sóbrio.
Muitas vezes, em anos recentes, quando me senti para baixo, incomodado, e
precisando de uma levantada, ia a uma reunião e sentia aquele poder. É
espantoso como a minha perspectiva muda (a meu respeito e a respeito das
minhas preocupações), quando me sento nas salas enfumaçadas e escuto outras
pessoas falarem sobre o dia delas, suas vidas, sua sobriedade. Nunca falha esse
poder quieto e singelo. Ergue-me e me puxa para fora de mim, e me reassegura
que, só por hoje, as coisas (e eu) vamos melhorar - se conseguir passar por cima
de mim.
Durante todo o inverno passado, não consegui ir a muitas reuniões, e apesar de
ter um monte de desculpas - falta de dinheiro, de carro ou autorização, lá no fim
do mundo, com a reunião mais próxima à distância de uns quinze ou vinte
quilômetros - a verdade é que eu estava sentindo pena de mim e extremamente
fora de contato com o Poder restaurador.
As coisas pioraram antes de melhorarem. Houve ocasiões em que engoli meu
orgulho com relutância e, em quieto desespero, liguei para alguém e lhe pedi que
me levasse a uma reunião. Ficava sentado lá, enrolado e miserável, esperando
que alguma coisa acontecesse, esperando pela confirmação de que tudo (e eu)
estaríamos bem. Às vezes, essa assertiva não vinha (ou eu não a escutava) e
então saía sentindo-me pior (ou pensando que me sentia assim), e me
perguntava se A.A. ainda estava funcionando. É claro que funcionava, eu é que
não. Semana passada, fui a uma nova reunião ao meio dia, que ajudei a começar
na cidade onde agora trabalho. Sabia que estava precisando de algum calor, de
gentileza e de senso comum, e realmente nutria esperança por alguma coisa
naquele dia. Havia seis de nós alí - e apesar de o tema ser "tomar a culpa para
se", cobrimos uma gama de emoções e sentimentos que começaram e
terminaram com amor.
Foi uma ótima reunião e, adivinhe se, quando encerramos da maneira de sempre,
não houve aquelas lágrimas, os arrepios e o poder - igualzinho como eu me
lembrava. Depois de todos os beijos e abraços, acho que saí flutuando da sala,
na minha pequena nuvem particular. Não me sentia tão bem há meses, e fico tão
grato pela lembrança que "aqui é que está o poder". Não está apenas nos livros
que leio, ou nas minhas ações, ou nas coisas que penso e digo; está também nas
mãos e nos corações das minhas irmãs e irmãos em A.A., e com cada mão num
poder desses, como poderei perder?
(A.T.)
Vivência - Mar/Abr. 2002)
VÁ COM CALMA – UM DIA POR VEZ, A PASSO MIÚDO
Um dia por vez, a passo miúdo.
Quando cheguei em Alcoólicos Anônimos não alcancei de imediato o significado
das palavras "primeiro as primeiras coisas". E essa atitude acarretou grande
sofrimento em meus primeiros dois anos de A.A.
Entrei num processo de recaída emocional e permiti que meus nervos ficassem á
flor da pele. Passei a ser vista pelos meus companheiros como a "companheira
dos repentes", ou seja: uma hora me portava em cabeceira-de-mesa como uma
tempestade, avassalando tudo e todos com críticas e palavras duras; outra, me
portava como um anjo murmurando palavras piegas e amorosas.
Esse conflito íntimo perdurou até o dia em que um bom veterano, de nenhuma
leitura por ser analfabeto, mas de muita vivência por saber escutar, passou em
cabeceira de mesa uma mensagem que calou fundo em meu coração. Na sua
simplicidade esse companheiro me apontou o caminho e percebi que estava
sendo muito dura comigo mesma e mais ainda com os outros. E com que direito?
Fiz um inventário sobre esses dois anos de abstinência alcoólica e pude verificar
que continuava autoritária, intransigente, perfeccionista, rancorosa, crítica e
egocêntrica. Desse modo, quem poderia me amar ou compreender, se eu mesma
não me amava e nem me compreendia? Quem poderia se aproximar de mim, se
eu havia me fechado? Quem me aceitaria, se eu não conseguia aceitar ninguém
do jeito que era, pois tinha que ser como eu queria que fosse?
Após refletir profundamente sobre essas atitudes, determinei mudar meu
comportamento. E, ao fazer essa análise de mim, pude ver também que até no
que dizia respeito à minha família, eu estava dificultando as coisas. Meu
relacionamento com minhas filhas, minha mãe e meus irmãos era frágil. Minhas
atitudes intempestivas conseguiam afastá-los de mim tanto quanto na época em
que eu me embriagava. Eu vinha me isolando novamente e esse estado de coisas
era extremamente perigoso para minha permanência em A.A. Eu estava a um
passo do primeiro gole! Parei e dei uma boa olhada no Terceiro Passo e daí por
diante passei a me pôr limites. Em cabeceira-de-mesa falava apenas de mim, das
minhas 24 horas, mas com amor e prudência; no que concernia aos outros,
limitei-me a ouvir, sem criticar ou torcer o nariz. Quem era eu para mudar alguém?
Só tenho a obrigação de mudar a mim! Com isso, comecei a ganhar espaço nos
grupos que freqüentava e tornei-me
servidora em meu grupo de origem. E mesmo como RSG venho buscando passar
as coisas com tolerância e amor, a fim de evitar qualquer constrangimento ou malestar entre membros. Aprendi a ouvir com atenção e a ponderar com serenidade.
É claro que as coisas não se encaixaram da noite para o dia. Foi a passo miúdo,
um dia por vez, pois é muito mais fácil destruir do que reconstruir. Mas valeu a
pena. Hoje sou feliz, me sinto amada, respeitada e útil. Vi que problemas existirão
sempre e que cabe a mim fazer "uma boa e açucarada limonada com esses
limões azedos", pois somente assim poderei viver e deixar viver.
Quanto aos problemas e intempéries da vida, é preciso que eu os aceite com
tranqüilidade, lembrando sempre que, aquilo que não tem solução, solucionado já
está. Lembrei-me de que o sofrimento é opcional, mas que a dor é necessária ao
crescimento e desenvolvimento espiritual. Veio-me à mente que, para se sentir o
perfume da rosa e a maciez de sua textura, algumas vezes sujeita-se ao
incômodo dos espinhos. Mas pela beleza do momento, vale a pena!
E por que atropelar a ordem das coisas? Vivendo um dia de cada vez, resolvendo
um problema por vez, me permito um melhor equilíbrio emocional e uma melhor
compreensão do que é a vida. E se tenho fé, por que temer? Por que rugir como
um leão, quando é tão mais fácil sorrir?! Lembrei-me de uma frase dita por um
bom e velho bispo da minha comunidade com o qual fiz o meu Quinto Passo:
"Ninguém precisa acender uma lamparina para ver a luz do sol... Tudo é simples e
perfeito, nós é que complicamos as coisas..."
Hoje sou uma mulher bem resolvida e em paz. Não me apavoro com nada.
Caminho colocando um pé após o outro, sem passadas largas, mas comedidas e
pensadas. Não me atropelo e nem a ninguém. Mudo o que posso mudar, faço o
que posso fazer e o que não posso, aceito como algo que me impulsiona a
crescer enquanto pessoa. Estou cultivando a flor da paciência. E essa paz está
me fazendo muito bem, pois hoje conheço o valor do sorriso e a emoção do
abraço carinhoso e amigo. Confesso que fiquei mais bonita e remoçada. Nem
pareço que estou a caminho dos 51 anos. Meu coração é de criança e minha
alegria de viver é genuína.
E querem saber? Todas essas maravilhas de ensinamentos estão nas literaturas
de A.A. e nas experiências dos bons e queridos companheiros. É preciso apenas
que tenhamos a boa vontade de escutar com ouvidos de ouvir ou ler com o
coração e pôr em prática, todos os dias um pouquinho...
Por todas essas coisas sou um ser gratificado e rico de fé, de paz, de esperança
e sobretudo de amor, muito amor.
Desejo sinceramente que essa experiência possa servir para ajudar alguém. Os
repentes são perigosos. É preciso estar atento.
A todos meu carinhoso abraço e o desejo sincero de infinitas e serenas 24 horas!
(Graças, Nova Iguaçu/RJ)
(Vivência nº 74)
ENFRENTANDO NOSSOS TEMORES
Às vezes, ser grato com responsabilidade significa ser a voz minoritária.
Quando cheguei em A.A. encontrei à minha volta bons exemplos que me
ensinaram os princípios os quais devemos pôr em pratica para modificar nossas
vidas. O homem que seria meu padrinho estava dizendo um dia, durante o café,
que havia estudado as Doze Tradições e que aprendeu a colocá-las em prática no
seu dia-a-dia. Interessei-me e comecei a prestar atenção no que ele tinha a dizer,
embora pensasse que, na verdade, as Doze Tradições não teriam nenhuma
aplicação pratica na vida pessoal e que certamente eram para pessoas que
contavam com mais anos de sobriedade. Eu disse para mim mesmo que talvez
algum dia chegaria "ao nível" das Tradições depois de "conhecer a fundo" os
Doze Passos.
Esse homem me disse que colocava o bem-estar comum de sua família acima de
suas necessidades e desejos pessoais, e o bem-estar da empresa, do seu chefe
e de sua equipe acima de seus desejos egoístas de obter êxito pessoal. Explicou
o conceito da autossuficiência de uma forma como eu nunca havia escutado
antes, ao descrever o princípio espiritual de que nós, alcoólicos em recuperação,
tínhamos que custear nossos próprios gastos na Irmandade.
Quanto mais ele falava, mais eu me interessava. Comecei a falar com esse
homem sobre tais princípios na medida em que começamos a estudar os Passos.
Uma das coisas que ele me disse a respeito da Décima Segunda Tradição foi
que, algum dia, uma das coisas mais difíceis que eu deveria fazer seria quando
tivesse de mostrar esses princípios e carinhosamente colocá-los acima das
personalidades de todo o grupo, mostrando que seus pensamentos estavam
equivocados. Disse-me que algum dia eu seria a voz da minoria e teria de vencer
o medo que me atormentasse porque ninguém faria isso por mim.
Com efeito, esse dia chegou durante uma das reuniões dos sábados à noite, das
quais eu gostava tanto. Estava cheia de veteranos e companheiros de A.A., cuja
sobriedade eu respeitava muito.
Durante as leituras e os outros procedimentos usados para iniciar uma reunião, a
sacola é passada. Então, o coordenador anunciou que passaria uma segunda
sacola, destinada a recolher fundos para a festa de natal das crianças do Centro
da Rua dos Robles. Como eu estava sentado na primeira fila, ele me passou uma
das sacolas e deu a outra para alguém da mesma fila. Então presumia-se que
passaríamos a sacola por toda a sala, até chegar a ultima fila. No instante em que
peguei a sacola, senti uma ansiedade profunda e olhei para as Doze Tradições
colocadas na parede. Pareceu-me que a Sexta Tradição era a que mais brilhava
entre as outras. Tratava-se de uma causa nobre: as crianças no natal. Também se
tratava de nossos filhos, porque o Centro era um clube onde se celebram as
reuniões de A.A. Tentei, por isso, pensar que não era um empreendimento de
fora, mas o coração dizia que sim. O clube era um estabelecimento semelhante,
mas as crianças não eram membros de A.A. Passei a sacola à pessoa que estava
a meu lado e disse: "Não posso participar disso".
A ansiedade aumentou quando senti que tinha de fazer algo a respeito. Mas o que
eu poderia fazer? Sou uma pessoa que gosta de agradar aos outros. Se dissesse
mais alguma coisa, temia que as pessoas achassem que eu estava passando dos
limites e me colocasse de lado. A situação não preocupou a mais ninguém, já que
vi muitos colocando dinheiro na sacola, satisfeitos.
Enquanto eu quebrava a cabeça para tentar resolver este dilema, a reunião
começou e continuou como de costume. Porém, Deus havia concebido um plano
para mim nesta noite e fui chamado a falar. Ao levantar, minhas mãos começaram
a suar porque eu sabia o que tinha de fazer. Teria que me colocar em pé de frente
ao salão repleto de pessoas que haviam permanecido sóbrias por muito tempo, a
quem eu respeitava muito, e seria eu quem teria de dizer a eles que aquilo não
era correto. Fiz uma oração rápida a caminho da tribuna. Quando cheguei lá,
respirei fundo e falei. Não me lembro com exatidão o que disse, mas eles
receberam bem... até chegar o intervalo. Vários membros então me cercaram
tentando "me ensinar" dizendo que eu estava equivocado, e começaram a
compartilhar comigo o que eles concebiam como o que era certo em todo esse
assunto.
Apesar de toda sabedoria que esses veteranos, bem intencionados,
generosamente me ofereciam, não mudei meu voto e nem a minha maneira de
pensar. O que realmente aconteceu foi que abri as portas para um diálogo sobre
esse problema e a consciência do grupo decidiu que não passaria outra sacola
para causas externas.
Vários princípios espirituais fizeram-se presentes nessa situação, mas devo a
Deus todo o resultado. Ele preparou-me ajudando a me familiarizar com a Sexta
Tradição e com a forma que esses princípios funcionam para o nosso bem e o de
toda a Irmandade. Se não fosse pelos Doze Passos, não teria tido a fé para
enfrentar meus temores e ser uma voz minoritária.
Ainda não estava inteirado dos Doze Conceitos como princípios espirituais, mas
comecei a aprender a importância da voz da minoria para o bem de A.A. antes de
saber que este era um principio espiritual. Todos os nossos Legados se
sustentam mutuamente. Nunca é cedo para começar a aprender e praticar todos
esses princípios "em todas as nossas atividades".
(Grapevine, março de 2000)
VIVENCIA N° 80 NOV/DEZ / 2002
A HISTÓRIA DE A.A. EM MINAS GERAIS
"Parece que foi ontem... mas, lá se vão 50 anos!
Como acontece ainda hoje, com todos os que se encontram nessa fase, um
cidadão residente em Juiz de Fora, cidade da região da Zona da Mata de Minas
Gerais, que vamos mencionar aqui como S., vivia os seus dias de verdadeiro
martírio, mergulhando em copos e copos de bebida e desespero. Uma pequena
nota no jornal chamou-lhe a atenção: "Se você quer beber, o problema é seu; se
você quer parar de beber, o problema é nosso". E a seguir, o número de uma
caixa postal.
Relutante, entre a desilusão e a esperança, S. escreve pedindo ajuda. Algum
tempo depois, a resposta, com os mínimos detalhes para um possível primeiro
encontro com homens e mulheres que trocavam experiências, forças e
esperanças, por uma vida melhor, sem a bebida alcoólica.
O calendário registrava o ano de 1959 e S., depois de se ingressar no Grupo
Central do Brasil, no Rio de Janeiro, inicia uma série de viagens semanais, pela
antiga Estrada União e Indústria, que separava a cidade maravilhosa, por mais de
cinco longas horas da cidade de Juiz de Fora, conhecida por sua potência
industrial, por Manchester Mineira.
O sacrifício era o preço; a sobriedade em minúsculas doses, o retorno tão
esperado.
Dois anos de idas e vindas, durante este tempo S. descobre que `nada melhor
para manter-se sóbrio que o trabalho intensivo com outros alcoólatras' e assim,
em 11 de junho de 1961, com o apoio do companheiro Glicério, um juiz de forano,
residente no Rio de Janeiro, inicia as atividades do Grupo Juiz de Fora de A.A."
Em seguida, houve a formação de outros grupos em Juiz de Fora e na região da
Zona da Mata de Minas Gerais.
A.A. chega a nossa capital querida, Belo Horizonte.
No início do ano de 1960, o companheiro que idealizou a formação do primeiro
grupo de A.A. em Belo Horizonte conseguiu um local pequeno e simples na
Avenida Santos Dummont, 330 – Centro, para trabalhar com consertos de
calçados. Nesta mesma avenida junto com dois amigos, Bichico e Pedro, parte da
tarde desse dia, chovia torrencialmente. Entre um gole e outro, embriagado, o
companheiro Ilídio de Oliveira disse: - Vamos descobrir um nome para a oficina. E
cada um dava sua sugestão. Quando de repente parou de chover, aparecendo
um sol radiante, seu amigo Pedro, exclamou: - Que tarde azul! Ilídio, também
embriagado, disse: - Pedro, para ficar na história nossa cachaça, vou colocar o
nome de minha sapataria de Tarde Azul. Em seguida, pegou um pedaço de
papelão e escreveu: Sapataria Tarde Azul. Mais tarde, a sapataria mudou-se para
a Rua Manoel Macedo e posteriormente para a Rua Jundiaí, 33 – Bairro
Concórdia. No ano de 1963, Ilídio de Oliveira. em um bar próximo a sua casa,
também na Rua Jundiaí, leu no Jornal O Globo, do Rio de Janeiro, um texto que
dizia: "Se o seu caso é beber, o problema é seu; se o seu caso é parar de beber,
o problema é nosso", incluindo o número 5.218 de uma caixa postal para
possíveis contatos. Lembrou-se então de seu amigo e companheiro Pedro
Batista, que era ingressado em A.A. no Rio de Janeiro e residia em Belo
Horizonte. Por incentivo de amigos, escreve então para o grupo de A.A., pedindo
socorro. Veio a resposta e uma troca de correspondência por nove meses. Em 19
de abril de 1964 foi ao Rio de Janeiro e fez seu ingresso no Grupo Lapa, Rua
Lapa, 807, 8o andar. Um amigo emprestou-lhe dinheiro para a viagem.
Regressando com folhetos, o Livro Branco e fichas, com a incumbência de formar
um grupo de A.A. em Belo Horizonte. De imediato, recebeu uma carta do Rio,
solicitando uma abordagem, que foi feita e aceita pelo companheiro José Vieira.
Marcaram então, a 1a reunião para iniciarem o grupo.
O início contou com a presença de dois convidados, ou seja, participação de
quatro pessoas. Local: Sapataria Tarde Azul, Rua Jundiaí, 33 – Concórdia.
Com uma toalha pequena forraram a banca de consertos e fecharam a porta.
Ilídio leu a Prece da Serenidade, fizeram o ingresso de dois companheiros e já
tendo em mãos pedido de abordagem para Sete Lagoas, o pedido foi
providenciado imediatamente. Por sugestão do companheiro José Vieira todos
aprovaram para que o grupo recebesse o nome de Tarde Azul, em agradecimento
à sapataria onde ocorreu a primeira reunião. Foi providenciada a caixa postal
número 1896 e também cartazes com o slogan: "Se seu caso é beber, o problema
é seu; se seu caso é parar de beber, o problema é nosso", e o número da caixa
postal 1896. Sendo assim, às 13h30min do dia 01-05-1964, iniciava suas
atividades em Belo Horizonte, o Grupo Tarde Azul de Alcoólicos Anônimos.
Amigos que ajudaram na divulgação no início do grupo: Jornalista Oswaldo
Nobre, Jornal Debate, Pe Ari de Freitas, Dom Serafim, Ivone Borges Botelho
(radialista) e Dr. José De Laurentis e muitos outros.
A.A. em Minas Gerais e a Estrutura de Serviço: Pequeno histórico do ESL/JF-MG.
O início da década de 70 marcou a chegada de alguns companheiros que viriam a
manifestar o interesse em conhecer em maior profundidade a filosofia e o modo
de vida de A.A. também se preocupavam em buscar informações sobre a melhor
maneira de se implantar a Estrutura do Serviço.
O ano de 1974 marca o início das reuniões em São Paulo, durante os dias de
carnaval, denominados de Conclave de carnaval, e que iriam evoluir para a
formação da Conferência de Serviços Gerais e também das Convenções.
Nessa época, para discutir assuntos relativos aos grupos e às reuniões, o ponto
de encontro era um bar, na Rua São João, onde trabalhava um companheiro. Um
passava, deixava recado que precisava falar com fulano ou beltrano, e que às "x"
horas ali estaria de volta. O Bar do Bolão, então, era o ponto onde eram
discutidos os assuntos referentes aos problemas dos grupos de A.A. de Juiz de
Fora e das cidades vizinhas (exceção, naturalmente, do Grupo Juiz de Fora); uma
espécie de escritório intergrupal.
Vindo daqui e dali, surgiam várias publicações. Em Espanhol, em Inglês e até
traduções livres de companheiros do Rio de Janeiro. Entre estas, uma falava da
formação dos Intergrupos, Centrais de Serviços, Escritórios de prestação de
serviços aos grupos e atendimento à comunidade (A.A. Guidelines).
Sem uma discussão mais profunda, foi alugada a sala 204 da Galeria Constança
Valadares, e colocada uma placa com a inscrição "Central de Serviços de A.A. de
Juiz de Fora". Rapidamente, uma folha de papel almaço pautado registrava 53
assinaturas de companheiros que se comprometiam contribuir com a importância
de Cr$ 10,00 (dez cruzeiros) para pagar as despesas da sala. Se fosse possível
recuperar esse papel, poderiam se comprovar assinaturas de pessoas que só se
comprometeram. Nunca pagaram.
A partir daí, os companheiros de Juiz de Fora, interessados em dar continuidade
ao movimento, partiram para a busca de informações que permitissem a
elaboração de um estatuto, para normalizar e efetivar a Central de Serviços.
Estatuto do Escritório Intergrupal de Campos-RJ, da Entidade para Recuperação
de Alcoólicos – ERA (movimento iniciado por membros do Grupo Juiz de Fora,
com procuração para o vereador por vários mandatos, Olavo Gomes), com a
finalidade de construir um hospital para atender portadores de alcoolismo, além
de outras entidades, forneceram subsídios para a elaboração do Estatuto da
Central de Serviços de Alcoólicos Anônimos da Zona da Mata de Minas, aprovado
em Assembleia Geral Extraordinária do dia 04 de maio de 1975, conforme cópia
xérox da ata, constante do livro de atas do referido organismo. Mais tarde, por
decisão da Conferência de Serviços Gerais, que recomendou que a nomenclatura
Central fosse prerrogativa dos escritórios instalados nas capitais, passou a
chamar-se Intergrupal de serviços. Atualmente, a razão social, também por
decisão da CSG, é Escritório de Serviço Local.
Pequeno histórico do ESL/BH-MG.
Início de 1976, os companheiros Wilson Machado e Lúcio Pinto convidam
companheiros dos grupos existentes na época, para iniciarem a Central de
Serviços de Alcoólicos Anônimos de Minas Gerais, para prestar serviços aos
grupos como repasse da Literatura oficial, organização de eventos, trabalhar e
divulgar os Três Legados de A.A. – Recuperação, Unidade e Serviço.
Foram realizadas várias reuniões nas dependências do Grupo Tarde Azul,
concluindo que para conseguir o resultado positivo deveríamos então nos
reunirmos na Rua Guarani, 431 – Centro, em local cedido pelo Sindicato dos
Empregados do Comércio de Belo Horizonte. Todos os grupos participaram com
seus representantes e outros interessados, concluindo então que poderíamos dar
início ao trabalho, elaborando um anteprojeto do Estatuto, que teve a participação
de oito companheiros com experiência, sendo dois advogados, facilitando assim a
elaboração no sentido jurídico.
A assembleia de instituição da Central Mineira de Serviços de Alcoólicos
Anônimos (CEMISAA), bem como a aprovação do Estatuto, aconteceu em 27 de
fevereiro de 1977 e estiveram presentes 22 grupos. Foi registrado no Cartório
Jero Oliva em 21/07/1977 e em seguida foi publicado no Diário Oficial do Estado
de Minas Gerais.
A primeira diretoria foi eleita em 24/07/1977, com a presença de 33 grupos. Nesta
reunião, os grupos decidiram alugar uma sede, sendo esta na Avenida Santos
Dumont, 482 – sala 407.
Como não tínhamos ainda uma contabilidade e não tínhamos C.N.P.J. o contrato
foi feito em nome do companheiro Jair Pinto, também tendo como avalistas dois
outros companheiros. Em 15 de agosto de 1977, abríamos pela primeira vez a
porta de nosso organismo de serviço, que inicialmente foi conhecido por
CEMISAA, mais tarde, atendendo a estrutura nacional, teve os nomes de
AAESMG, CENSAA-MG e, por último, ESL/BH-MG, sendo que as principais
cidades do Estado foram contempladas com um E.S.L., que realiza o trabalho de
cada região. Até o ano de 1983, os escritórios existentes na capital e no interior,
estes com o nome Intergrupal , realizaram o trabalho legal e o tradicional. Suas
reuniões em assembleia e eram compostas pelo Conselho Intergrupal, com um
R.I. de cada grupo. Em 29.05.1983, a CEMISAA fez a convocação para uma
assembleia dos RIs., a ser realizada no auditório do IMACO, com o
apadrinhamento do companheiro Mota, delegado de São Paulo, fizeram a
explanação para a formação da Área de Minas Gerais, e em clima de muita
alegria naquela data deu o início a formação dos Distritos por todo o Estado, que
passariam então a trabalhar o tradicional e a CEMISAA e intergrupais
continuariam com a parte legal na sede da CEMISAA; em outra sala funcionava
um grupo com o nome de Triagem, que pouco tempo depois encerrou suas
atividades e esta sala ficou com o Comitê de Área.
Possuíamos nestas dependências, uma oficina que gravava fichas com dois
funcionários e mais um terceiro que atendia ao balcão do escritório. Este
comércio, na época, era a fonte de renda que proporcionou equipar todo
escritório, com secretária eletrônica, duas máquinas Xerox, dois telefones (cujos
preços naquela época eram caríssimos), realização de viagens de servidores ao
interior para formarem os Distritos, enfim, não era o melhor para a irmandade usar
o recurso comercial para realizar o início do trabalho, pois os grupos eram poucos
e os recursos não chegavam. Mas, com a chegada do tradicional, os Distritos,
RSGs. e outros, foram trabalhando unificados e com a sua manutenção pela
Sétima Tradição e o repasse da Literatura. Nossa participação na estrutura
nacional, desde 1976, tem sido considerável, sempre com os delegados
presentes, participação de seis Custódios alcoólicos e um não alcoólico, um
presidente do C.L.A.A.B., um Administrador do E.S.G., membros dos vários
Comitês da Junta, um Delegado à Reunião Mundial de Serviço.
Encontros Estaduais
Em virtude da realização de um encontro informal entre companheiros de São
Gonçalo-RJ e de Juiz de Fora - MG, em 1977, nas dependências do Colégio
Academia de Comércio/Colégio Cristo Redentor, começou a ser alimentada a
ideia da realização de um evento similar, mas que congregasse membros de A.A.
de toda nossa região.
Nas dependências da então Central de Serviços de A.A. da Zona da Mata de
Minas, casualmente se encontravam os companheiros Pedro Paiva, Nelson,
Adauto, Godinho e Fábio.
Numa conversa informal, cogitou-se da possibilidade da realização de um
Encontro Regional, entre os Grupos de A.A. da Zona da Mata de Minas.
Primeiro, foi pensada a realização em Cataguases. Em face de uma melhor
estrutura em Leopoldina, o consenso migrou a realização para esta.
Também, por sugestão do Adauto, por que ficar no "regional" se podíamos partir
para o "estadual"?
Representantes dos grupos Cataguases e Progresso, e também AAs de Juiz de
Fora, estiveram em Belo Horizonte, na Central Mineira de Serviços de A.A. –
CEMISAA – de onde receberam integral apoio para a realização do que viria a ser
o primeiro Encontro de A. A. do Estado de Minas Gerais, nos dias 27 e 28 de
outubro de 1978, ns Escola Estadual Professor Botelho Reis.
Durante o Encontro foi observado na plateia, um simpático jovem senhor,
gravador em punho, em busca de informações sobre o funcionamento de A.A. Ao
perceberem, e descobrirem que se tratava de um médico do Sul de Minas, os
companheiros da coordenação logo o "intimaram" a falar na reunião.
Meio tímido e sem saber exatamente o que dizer, pois estava ali apenas para
conhecer o nosso movimento, o médico fez sua explanação de tal forma que
chamou a atenção dos presentes.
Daí pra frente, foram muitas visitas à cidade de Baependi-MG, levando sempre as
informações mais recentes para aquele que viria a ser, depois de devidamente
apadrinhado pelos companheiros de Juiz de Fora e região, o primeiro presidente
da Junta de Serviços Gerais de Alcoólicos Anônimos do Brasil: Dr.José Nicoliello
Viotti.
Os primeiros encontros estaduais foram:
1o. – Leopoldina (1a. participação do Dr. Viotti)
2o. – Divinópolis
3o. – Governador Valadares
4o. – Sete Lagoas
5o. – Caxambu (participação do Dr. Nelson Senise, autor do livro "Pare de Beber";
do Dr. José De Laurentis, presidente da Associação Médica de Minas Gerais).
Eventos importantes, área de Minas Gerais
? Com a nomenclatura de Grupos Tarde Azul, o grupo promoveu e coordenou a
realização em Belo Horizonte - MG da II Conferência de Serviços Gerais e o V
Conclave Nacional, na Semana Santa de 1978. Esteve presente o Dr. Jack Norris,
Presidente da Junta de Serviços Gerais de A.A. do EUA/Canadá.
A Conferência foi realizada no Hotel Brasil Palace (onde os Delegados se
hospedaram) e o V Conclave nas dependências da Secretaria de Saúde.
- todos os Encontros Estaduais;
- I Seminário de A.A.da Região Sudeste, em Juiz de Fora, em 9 e 10 de outubro
de 1988, com uma Reunião de Informação ao Público, no Cine Theatro Central,
para uma plateia de 1.800 pessoas;
- 40 anos de A.A. Minas Gerais, em Juiz de Fora, em 7, 8 e 9 de setembro de
2001;
- Ciclos de Passos, de Tradições e de Conceitos;
- Conferências simuladas;
- Painéis de C.T.O.;
- Seminários diversos;
- Intergrupos;
- Intersetoriais
- 1º. Encontro dos Servidores da Estrutura de A.A. no Brasil, em 19, 20 e 21 de
abril de 2008, em Baependi, entre outros.
1982 – Com a participação dos companheiros de Juiz de Fora , houve a formação
do primeiro Comitê de Distrito de Minas Gerais, em Cataguases. O Comitê de
Área ainda não havia sido instituído em Minas Gerais.
Na data da oficialização estiveram presentes representantes da Estrutura
Nacional, inclusive o presidente do CLAAB, companheiro Walker, de Belo
Horizonte.
Algumas reuniões Históricas
Reunião de reconhecimento ao trabalho de Alcoólicos Anônimos, em duas
ocasiões:
1ª. – Assembleia Legislativa de Minas Gerais, representados pelo Custódio nãoalcoólico, General Olympio;
2ª. – Assembleia Legislativa de Minas Gerais, representados pelo Custódio não
alcoólico, Pastor Joaquim Luglio.
Instituição Destaque na cidade de São João Del Rei, representados pelo Custódio
não alcoólico, General Olympio.
Troféu Personalidade Anônima do Ano, em 1985, em Juiz de Fora, oferecido pelo
Jornal Tribuna de Minas, também representados pelo General Olympio.
Assembleias do C.R.I. (R.I.)
14-07-1985. Local: Sindicato dos Bancários. Destituição da Diretoria da Central de
Serviços.
Observação: Todos os companheiros de ilibada reputação, porém o trabalho não
estava atendendo aos anseios dos Grupos, principalmente pela ausência do
Presidente por longo período. Assumiu, interinamente, o companheiro Fulgêncio,
Delegado de Área.
Em dezembro desse mesmo ano foi realizada nova eleição, no auditório do
Sindicato dos Bancários. A Diretoria eleita trabalhou durante o ano de 1986 e no
segundo semestre de 1987 houve a renúncia de toda a Diretoria, em Assembleia
do C.R.I.
1995 – Assembleia do C.R.I. no auditório do IMACO. Decisão em que a CENSAA
deveria ser mantida apenas com as contribuições através da Sétima Tradição,
encerrando as gravações de fichas e as vendas de outros produtos.
Assembleia de Área no segundo semestre de 1984, no auditório do Sindicato dos
Bancários: Toda a Junta de Custódios convocada para dar explicações sobre um
sorteio ou rifa – procedimento fora dos nossos princípios, mas cuja intenção era
salvar da falência o E.S.G. Muito debate, calorosa discussão e desentendimento
entre servidores e Custódios alcoólicos, diante dos Custódios não alcoólicos, que
não sabiam como proceder diante da situação.
Por fim, decidiu-se pela continuidade da rifa em nível nacional, porém com o
repúdio e contestação da Área de Minas Gerais.
Delegados da Área de Minas Gerais
Delegados Período Delegados Período
Lúcio Pinto – BH 1976 Adauto – JF 1976/1977
Pedro Batista – BH 1977/1978 Godinho – JF 1078/1979
Lúcio – BH 1979/1980 Adauto – JF 1980/1981
Walker – BH 1981/1982 Lindolpho – JF 1982/1983
Alvarenga – BH 1983/1984 W. Expeditus – JF 1984/1985
Fulgêncio – BH 1985/1986 Carlos Alberto – JF 1986/1987
Maciel – BH 1987/1988 José Pinto – JF 1988/1989
Tarcísio – BH 1989/1990 Airton Borges – BH 1990/1991
Alencar – BH 1991 Hermógenes – BH 1991/1992
Jane – JF 1992/1993 Maria José – BH 1993
Moacir – BH 1993/1994 Liu – BH 1994/1995
Fábio – JF 1995/1996 Tadeu – BH 1996/1997
Ferreira – Cel. Fabriciano 1997/1998 João de Deus – BH 1998/1999
Cláudio – Ouro Preto 1999/2000 Lindolpho – JF 2000/2001
Hermógenes – BH 2001/2002 Antônio Eustaquio – BH 2002/2003
Silvério – BH 2003/2004 Figueiredo – Cataguases 2004/2005
Eustáquio – BH 2005/2006 Mário – BH 2006/2007
Silvestre – João Monlevade 2007/2008 Hugo – BH 2008/2009
Custódios Regionais – Região Sudeste – Área de Minas Gerais
Custódios Período
Adauto – JF 1984/1986
Lúcio – BH 1984/1986
Fulgêncio – BH 1987/1989
Fábio – JF 1988/1991
Airton Borges – BH 1994/1996
Cláudio – Ouro Preto atual
Outros
1989 – Mudança da CENSAA para a Rua Aarão Reis, 538 – 2º andar.
15 de novembro de 1999: mudança da CENSAA para a Avenida dos Andradas,
302 – salas 522-523-524-530.
Janeiro de 2000: Trabalho unificado, modificando o nome de CENSAA para
ESL/BH-MG, sede da Área de Minas Gerais. As Intergrupais passaram a se
denominar ESL.
Observação: Em 1990, de acordo com recomendação da Conferência, a Central
de Serviços de A.A. da Zona da Mata de Minas mudou a denominação para
Intergrupal de Serviço de A.A. – ISAA-JF.
Nomes anteriores ao ESL/BH-MG
1º) CEMISAA – Central Mineira de Serviços de A.A.;
2º) A.A.E.C.S. – Alcoólicos Anônimos Escritório Central de Serviços de Minas
Gerais;
3º) CENSAA-MG – Central de Serviços de Alcoólicos Anônimos de Minas Gerais;
e
4º) ESL/BH-MG – Escritório de Serviço Local de Belo Horizonte-Minas Gerais.
Servidores de Minas na estrutura Nacional
Walker: Presidente do Centro de Distribuição de Literatura de A.A. para o Brasil –
CLAAB 1984;
Godinho: Trabalho administrativo no CLAAB, residindo em São Paulo;
Fulgêncio: Diretor do ESG – 1987/1989, permanecendo 10 dias por mês em São
Paulo
Fábio: Comitê Editorial da Revista Brasileira de A.A., Comitê de Informação ao
Público-CIP da Junta;
Airton Borges: Comitê de Literatura da Junta;
Adauto: Tesoureiro do CLAAB e membro do Conselho Fiscal, 1984/1986;
Lindolpho: membro do Conselho Fiscal do ESG.
"Hoje, dos que fazem funcionar a Estrutura do Terceiro Legado de A.A. (Serviço),
somos mais de 500 grupos em Minas. Sem contar aqueles que, por inúmeros
motivos, ainda percorrem os caminhos do desconhecimento dos princípios da
Irmandade
(...)
Pesquisando, descobrimos que o S. é de Salvador.
Teria sido esse nome revestido de algum significado místico, ou tudo não passou
de uma maravilhosa e feliz coincidência?"
"Parece que foi ontem... mas, vivendo um dia de cada vez, lá se vão 47 anos!"
Assim, até agora, Deus nos ajudou.
Pedimos a Ele que continue nos ajudando, porque precisamos seguir passando
adiante a mensagem de Alcoólicos Anônimos.
Estas informações foram obtidas através de anotações e atas de reuniões dos
Grupos de Juiz de Fora e de BH e de depoimentos de companheiros e
companheiras que participaram dos fatos na época da chegada de A.A. em nosso
Estado. .
BH-MG, 07/2008
Lições foram obtidas através de anotações e atas de reuniões dos Grupos de Juiz
de Fora e de BH e de depoimentos de companheiros e companheiras que
participaram dos fatos na época da chegada de A.A. em nosso Estado. .
BH-MG, 07/2008
A HISTÓRIA DE A.A. EM SÃO PAULO
Na década de 50 (temos gravações no ESG) Harold esteve em São Paulo com
outras pessoas que lançaram a semente do movimento e voltaram para o Rio de
Janeiro; os que aqui ficaram tentaram esse "aparente" A.A. em São Paulo, pois
achavam que esse direcionamento de Passos... não ter ninguém que manda... de
não aceitar dinheiro de fora etc... não ia dar certo, e, dando outro enfoque às
propostas, sem aceitar o programa de Alcoólicos Anônimos, transformaram este
início na Associação Ante Alcoólica. Donald nasceu nos Estados Unidos e veio
para o Brasil. Alcoólatra, em 1965, passando muito mal, foi internado no Hospital
Samaritano, onde foi abordado por um Padre americano que lhe falou sobre A.A.
e lhe deu o "Livro Grande". Depois de lê-lo, aceitou conversar com uma AA,
Dorothy, que tinha uma agência de empregos no Rio de Janeiro e filial em São
Paulo onde vinha uma vez por semana. Depois desta conversa, Donald, já
abstêmio, comprou a ideia de iniciar com Dorothy um Grupo em São Paulo.
A primeira tentativa de abrir um Grupo foi no Largo do Arouche, mas não deu
certo. Continuaram os contatos, até que conheceram Madre Cristina, não
alcoólica, da Faculdade SED Sapiens, que conseguiu uma sala na parte de trás
da entidade, que dava para a Rua Caio Prado, 120, uma travessa da rua da
Consolação (atualmente um Departamento da PUC), e era necessário começar o
movimento. Dr. João, um médico que freqüentava a Associação Ante Alcoólica,
mencionou ter uma pessoa lá, chamada Melo, que não aceitava as colocações da
AAA e já tinha uma noção do que era Alcoólicos Anônimos. O doutor fez o contato
entre os dois, que conversaram, juntamente com Dorothy, e iniciaram no dia 9 de
abril de 1965 (data oficial), o GRUPO SAPIENS.
No começo, ingressaram alguns companheiros, como: Fernando P., Stephenson e
outros que vieram da Ante Alcoólica, como Valdomiro e o Barbosa, que sabendo
da existência de um Grupo de A.A. passaram a freqüentar o Grupo. Entre 1965 e
1969, as reuniões de terça e sábado eram abertas e só de depoimentos – a
proposta era "falar".
Havia praticamente dois encargos, o Coordenador do dia e um Tesoureiro. Não
existiam livros, a não ser trechos traduzidos e mimeografados. Depois vieram os
Livros Brancos, traduzidos no Brasil e impressos na A.A. Word Service que os
enviava de volta. Por iniciativa de uma freira da Santa Casa de Misericórdia de
São José dos Campos, em 27 de maio de 1967, foi formado o Grupo Irmã Odila,
posteriormente, Grupo São José, que deu início às atividades de Alcoólicos
Anônimos na região do Vale Paraíba. Entre 67 e 68, Lafayete M. e Orlando C.
ingressam no Sapiens e, em 7 de junho de 1968, realizam a primeira reunião da
Baixada Santista, na rua Conselheiro Nébias, na Sociedade Espírita "Anjo da
Guarda" que depois mudou-se para São Vicente com o nome de Grupo
Conselheiro.
Em 1968, a Assistente Social do Centro de Obras Sociais de Piracicaba procurou
o Grupo Sapiens, onde foi recebida por Donald e Melinho, com a finalidade de
realização de Palestras Informativas. Isso se deu em setembro. Em 26 de
outubro, formou-se o Grupo Piracicaba com o ingresso do primeiro companheiro.
Em 69, começaram a acontecer coisas na História de A.A. No Brasil, Donald
consegue a autorização de A.A. Word Service para a publicação do Livro Azul –
Alcoólicos Anônimos – em português.
Como não tínhamos dinheiro, A.A. dos EUA nos emprestou uma importância para
a primeira edição e, para fazer essa impressão foi criado o CLAAB, cuja primeira
diretoria era composta por Donald, Nascimento, Melinho e Fernando P., e
instalado na Sampaio Vidal, apartamento do Donald. Em 1970, mais ou menos
em outubro, alguns companheiros: Donald, Eloy, Cel. César, Melinho, Nascimento
e Zelina acharam que nas reuniões abertas deveriam ser escolhidos
companheiros para falar sobre a Recuperação e o Programa de A.A., pois vinham
muitas pessoas de fora. Por essa iniciativa, esses companheiros foram
praticamente banidos do Grupo Sapiens.
Em 69, havia começado um Grupo chamado Belém – conhecido durante algum
tempo como Grupo Carvalho – na rua Cajuru e que, por coincidência, quem havia
conseguido uma sala tinha sido outra freira (Irmã Carrijo) –sala no porão. Ela, o
companheiro Carvalho e João Belém abriram o Grupo que logo teve um
ingressante – o Edson Baixo. Com todo o problema da Caio Prado, os
companheiros foram todos para o Grupo Belém, que tinha uma reunião por
semana e passou a funcionar diariamente. Em 70, o comp° Brasil abril o Grupo
Permanente de Osasco na paróquia Cristo Operário e o Donald, aos domingos,
conseguiu a parte de trás da igreja do Perpétuo Socorro, na Sampaio Vidal, para
fazer palestras informativas, gerando o Grupo Jardim Paulistano, hoje Grupo
Jardins. Por esses anos havia também o Grupo São Paulo, do qual não
possuímos nenhum histórico.
A partir do Grupo Belém foram se formando outros Grupos tais como: Vila Rica,
Jerusalém, Gomes Cardim, e outros na Zona Sul: Bibi (hoje Tabapuã) e Vila Nova
Conceição. O companheiro Jepherson saiu do Belém e abriu, na rua do Orfanato,
o Grupo Vila Prudente, de onde se originaram outros Grupos. Em 23 de novembro
de 1969, iniciam-se as atividades do grupo de Graça e, em 1970, o Hei de Vencer
de Mogi das Cruzes.
No ano de 71, o companheiro André D. sentiu a necessidade de formar um grupo
em Campinas e, através de Donald, encontra-se com o comp° Otávio. Trocam
experiências e arrumam uma sala, onde, em 28 de maio de 1974, é aberto o
Grupo Albatroz.
Dois médicos psiquiatras franciscanos, Dr. Elesbão Barbosa de Paula e Dr.
Rubens Jacinto Conrado, interessaram-se pelo movimento de A.A. que havia em
Casa Branca e, através deles, pacientes tornaram-se sóbrios e formaram, em 17
de julho de 1975, o Grupo Francano.
Em agosto de 1973, Jepherson abre um Escritório Central Paulista para prestar
serviço aos Grupos dentro do espírito de uma Intergrupal, que funcionava na
Casper Líbero. Em 1974, já com diversos Grupos, fazem um Estatuto, legitimando
definitivamente o que seria a futura Central de Serviços de Alcoólicos Anônimos
do Estado de São Paulo. Na seqüência cronológica seguiram as seguintes
Intergrupais de Serviços: 1975 – Campinas; 1978 – Baixada Santista; 1988 –
Piracicaba; 1991 – Vale do Paraíba e Litoral Norte (Taubaté); 1994 – Franca e
1995 – Centro Oeste – Paulista (Jaú).
Especial para a comemoração do 34° Aniversário do A.A. Paulista – 1965/1999
CENSAA/SP – Palestrantes: Donald e Melinho
(Fontes: Donald, Melinho, Ércio, Eloy, João Roberto, gravações em cassete e
vídeo sobre a origem de A.A. em SP, pesquisa em históricos de Grupos e
Intergrupais, Atas, etc..., pertencentes ao nosso acervo)
A HISTÓRIA DO DESENVOLVIMENTO DE AA NO DISTRITO FEDERAL
A História de AA é um fato presente. Ela está viva, é contínua e deve sempre ser
contada, transmitida e doada. Ela é escrita por todos nós, a cada vinte e quatro
horas, em nossos Grupos.
Ao se contar uma História, verifica-se que nem todos os fatos sobre o passado
são fatos históricos ou tratados como tal. É comum se dizer que os fatos falam
por si. Naturalmente isto não é uma verdade absoluta. Em se tratando de fatos da
história e de outros fatos do passado, os fatos só falam apenas quando o
historiador os aborda. A vasta história de AA não fugiria deste princípio.
Por isso, parte desta belíssima história consta dos livros "Alcoólicos Anônimos
Atinge a Maioridade", "Dr. Bob e os Bons Veteranos", "Levar Adiante" e "A
Linguagem do Coração". A outra parte, consta nos acervos de cada País, de cada
Estado e de cada Comunidade onde existe um Grupo de AA.
A semente de AA iria brotar algum dia no Distrito Federal!
"Um membro solitário fazia o seu programa iniciado em 1965, com ajuda de
correspondência trocada com o seu padrinho no Rio de Janeiro".
Enquanto isto, um funcionário civil do Ministério da Marinha, ingressado em 28 de
fevereiro de 1967 no Grupo Central do Brasil, no Rio de Janeiro, já com
transferência marcada para Brasília, encontra-se no "Grupo IV Centenário" com
uma Companheira, de origem norueguesa, recém ingressada no "Grupo
Copacabana", mas que regressaria à Brasília por aqueles dias, casada que era
com um professor de francês na Capital Federal. Nesta ocasião, por sugestão de
um antigo Companheiro, combinaram a criação de um grupo na nova capital,
começando pela publicação de um anúncio em jornal e pela contratação de uma
Caixa Postal para os primeiros contatos.
Tal como combinaram, mal chegou a Brasília a Companheira publicou um anúncio
no "Correio Braziliense" e contratou uma Caixa Postal na agência da ECT da
Avenida W3 Sul. Caixa esta que tomou o número 1487. Não demorou muito e os
primeiros pedidos de informações e mesmo de Abordagens começaram a chegar
para desespero da Companheira.
É que, com poucas 24 horas, sem nenhuma experiência nos trabalhos do 12º
Passo e ainda por cima mulher alcoólica e de origem estrangeira, achava que não
tinha como bem desenvolver um trabalho de tal envergadura.
Para alívio seu, o Companheiro não tardou em ser transferido e logo começaram
a se reunir no apartamento deste na Super Quadra Sul 414. Na segunda reunião
já ali comparecia o funcionário da Câmara, que até então era um Membro
Solitário. Este, informou logo na chegada aos presentes, que fora informado pelo
seu padrinho, sobre o endereço e pessoas a encontrar naquele endereço (sede
provisória do primeiro Grupo de AA no Distrito Federal).
Anotado em um primeiro caderno de registro de presenças, este nos informa que
a primeira reunião foi realizada no dia 02 de maio de 1969, com o Grupo batizado
com o nome de Alvorada. Aconteceram várias outras reuniões experimentais.
Fato importante foi a realização da primeira reunião de cunho institucional na
Unidade de Psiquiatria do então Hospital Distrital de Brasília, isto no dia 20 de
maio de 1969, sucedendo-se outras, como decisivas para o crescimento de AA no
Distrito Federal.
Embora iniciando os seus trabalhos no dia 02 de maio, somente no dia 20 de
setembro de 1969 é que se instalou "oficialmente" o Grupo. Data esta em que o
Grupo Alvorada faz uma Reunião Pública, solenidade realizada no Auditório do
IBIS, na Quadra 615 da Avenida L2 Sul.
No dia 27 de setembro de 1969, o Grupo Alvorada, assina o seu primeiro contrato
de aluguel com a Sociedade Feminina de Instrução e Caridade, na Quadra 601 da
Avenida L2 Sul pelo preço de Cr$ 200,00 (Duzentos cruzeiros). Demora pouco
tempo. Em seguida instalou-se no Salão Paroquial do Santuário de Nossa
Senhora de Fátima, situado na Avenida W5 Sul. Tratava-se de um acolhedor
barracão de madeira, carinhosamente chamado de o "SALÃO AZUL". Neste local
funcionou por cerca de 10 anos, transferindo-se para a Escola Polivalente na
Quadra 913/914 Sul. Neste local, enfrentando algumas dificuldades de espaço à
cada reunião, não ficou por muito tempo. Foi o que provocou um despertar em um
grupo de resolutos companheiros. De imediato partiram para o aluguel de uma
nova sala. Inicialmente aceitaram o desafio da autossuficiência, depois a
repassaram ao Grupo. Deu certo e até os dias de hoje permanece no mesmo
lugar: Avenida W3 Sul Quadra 505, Entrada 21, Plano Piloto, Brasília-DF: Assim
nasceu o Grupo pioneiro de Alcoólicos Anônimos no Distrito Federal".
Dos primeiros membros do Grupo, alguns nomes poderiam ser lembrados, mas
respeitamos o princípio do Anonimato.
Desde a sua fundação, até o ano de 1977, o Grupo Alvorada atuou como o
Centralizador das Atividades de AA no Distrito Federal, observando os seguintes
itens:
-Praticavam todos os serviços de abordagens;
-Foram pioneiros na criação e orientação de novos Grupos no DF e Entorno:
Grupo Satélite em Taguatinga-DF (1971), Grupo União, no Plano Piloto (1973),
Grupo Santo Antônio, no Plano Piloto (1974) e Grupo Abolição, no Núcleo
Bandeirante (1975);
-Prestaram relevantes serviços de 12º Passo no Sanatório Espírita de Anápolis e
na criação do Grupo Aurora naquela cidade do Estado de Goiás;
-Foi o berço de Lideranças nos Encargos Locais e Nacionais;
-Criaram uma base estrutural para os Serviços no Distrito Federal, denominado
Comitê de Serviços Gerais de AA de Brasília, que funcionou no período de 1975
até o ano de 1977. Neste último ano (1977) este Comitê, através de uma
Convocação para os Grupos já existentes na época, decide a criação de um
Escritório de Serviços de AA no Distrito Federal.
A criação do Órgão de Serviços viria a direcionar as atividades e promoveu um
contagiante estímulo nos Membros "natos" do DF e, numa maioria de outros
Companheiros, oriundos de outros Estados e que adotaram o Distrito Federal
como sua "nova terra".
Assim, em Fevereiro de 1975, é eleito o primeiro Delegado de Área do Distrito
Federal (na época Delegado Estadual). Neste mesmo período, em eleição em
São Paulo, este mesmo companheiro passa a fazer parte do Conselho Diretor do
CLAAB.
Em Setembro de 1975, foi criado o primeiro Grupo de Al-Anon no DF,
denominado: Grupo Alvorecer. Os Grupos Familiares também se expandiram por
todo o DF, como suporte da Sobriedade dos AAs e como ferramenta de apoio
psicológico e espiritual de seus próprios membros.
Em Fevereiro de 1976, outro Companheiro, então Delegado de Área pelo DF, foi
indicado pela Assembleia que criou a JUNAAB, para Representar, como Delegado
Nacional, o AA brasileiro na 4ª Reunião Mundial de Serviços (hoje, RSM), em
Nova York – EUA, em outubro de 1976.
Em Fevereiro de 1977, os Representantes dos 13 Grupos já existentes na época,
reuniram-se atendendo Convocação e decidiram a criação do então, Escritório
Central de Serviços de Alcoólicos Anônimos de Brasília (ECSAAB), que mudou
posteriormente para Escritório de Serviços de AA de Brasília (ESAAB). Esta
denominação mudaria mais tarde, em 1983, desta vez para Central de Serviços
de AA do DF (CENSAA-DF), atendendo Recomendação de padronização na
denominação de órgãos de Serviços e, atualmente, atendendo ao Manual de
Serviços, temos o Escritório de Serviços Locais de Alcoólicos Anônimos do
Distrito Federal (Sede).
Na Primavera de 1977, o AA no DF encontra o caminho para o crescimento
espiritual organizando através do Grupo União, uma série de Palestras aos
Domingos à noite, atraindo assim o maior número de Membros de outros Grupos
e Palestrantes de outros Estados e da Estrutura de Serviços Nacional, servindo
assim de estímulo aos Grupos Guará II e Taguasul, na seguinte década de 1980,
que atuando em suas cidades puderam praticar excelentes estudos e o
desenvolvimento de saudáveis lideranças, que viriam futuramente alicerçar e
solidificar a Estrutura de Serviços de AA no Distrito Federal.
No ano de 1977, os trabalhos do emergente Escritório de Serviços, são ampliados
com a criação do Primeiro Comitê Institucional do Distrito Federal, com palestras
em clínicas diversas e o trabalho de abordagens por telefone. Atividades que
foram intensificadas nos anos seguintes.
No ano de 1979, um Representante do Distrito Federal após o Encargo de
Delegado Estadual (hoje Delegado de Área), é escolhido para presidir no ano
seguinte a JUNAAB. Na época, a Diretoria da JUNAAB era eleita entre os
Delegados e Membros do CLAAB, participantes da Conferência de Serviços
Gerais.
A Comunidade precisava se reunir para fazer as suas primeiras avaliações.
Assim, os "Encontros dos Grupos de AA no DF", (como foram denominados no
começo), iniciaram-se no ano de 1979. Sempre se realizavam no dia 08 de
dezembro de cada ano. Desta forma permaneceu por um bom tempo. Anos
depois, a denominação e a data foram mudadas.
A data foi transferida para o mês de Maio de cada ano, tendo em vista lembrar a
chegada da mensagem de AA no Distrito Federal. Quanto as denominações,
estas sofreram as seguintes alterações: "Encontro de AA, Al-Anon e Alateen do
DF", "Encontro de AA e Al-Anon do DF e Entorno", "Encontro de Alcoólicos
Anônimos do Distrito Federal e Região Metropolitana" com a "Participação de Al-
Anon" e, atualmente, "Encontro de Alcoólicos Anônimos do DF e Entorno".
O primeiro embrião destes momentos de confraternizações aconteceu na sede do
Grupo Planalto, durante uma manhã e parte de uma tarde, em meados de 1977,
quando na ocasião foi servida uma saborosa "galinhada" (tornando-se um
costume, daí para frente, o evento franquear o almoço), preparada por uma
ingressada de poucos meses, uma Companheira que durante muitos anos
seguiria levando a sua mensagem de 12º Passo de forma humilde, com
abnegação e carisma.
Em l980 existiam no Distrito Federal os seguintes Grupos: Alvorada, Planalto,
União, Lago Sul, Jangadeiros, Satélite, Serenidade, Mensageiro, Bill e Bob,
Sobradinho, Cruzeiro do Sul, Santo Antônio, Abertura, Abolição, Guará II,
Institucional, Independência, Central de Brasília, Buritis e Brazlândia.
Numa primeira expectativa de crescimento nos Serviços da Irmandade no DF, é
criado em Taguatinga-DF, no dia 14 de janeiro de 1980, um "Comitê de Área para
atender as necessidades do Terceiro Legado, nas cidades de Taguatinga,
Ceilândia e Brazlândia", todas dentro do Distrito Federal. Não houve seqüência
nas atividades por parte dos idealizadores.
Nos dias 20 e 21 de setembro de 1980 o Distrito Federal sediou o "Primeiro
Encontro Regional de AA do Centro-Oeste". Esta foi a primeira denominação aos
atuais Seminários da Região Centro-Oeste. Este evento foi realizado no Auditório
Dois Candangos, da Universidade de Brasília-UNB.
O ano de 1980 é o início de uma frutuosa década para a Irmandade no DF. Surge
uma nova geração de Servidores de Confiança que aos poucos procuraram
estudar os anseios da Comunidade no Distrito Federal, compatibilizando-os com
os princípios da Irmandade. É o início de um correto e abnegado apadrinhamento
no Terceiro Legado.
Na Conferência de Serviços Gerais de 1981, um Companheiro Delegado de Área
pelo Distrito Federal é indicado e eleito à Reunião de Serviços Mundiais, como
Delegado Nacional. Desempenha excelente trabalho principalmente à nível do DF,
quando recebíamos as primeiras notícias por seus Relatórios. Entre um destes,
inclui-se a "BREVE HISTÓRIA DOS SERVIÇO DE AA NO BRASIL", relativo ao
período de 1948 à 1981. Esse documentário se constitui de 21 folhas e foi
distribuído gratuitamente para todo o Brasil.
Em Setembro de 1981 é realizado o Primeiro Seminário do Plano Nacional de
Prevenção do Alcoolismo, coordenado pelo Ministério da Saúde, com a
participação de membro da JUNAAB, sendo este representado por Servidores à
CSG sediados em Brasília.
Por ocasião da escolha de Delegado Estadual à Conferência de 1982, a
Comunidade AA do Distrito Federal exercita e aplica pela primeira vez o plano de
conscientização aos Grupos e Órgão de Serviço, quanto a responsabilidade de
participação dos Delegados de Área aos fóruns de Serviços da Irmandade. E
assim, os Delegados de Área passaram a partir daquela data a não se preocupar
com a sua participação na Conferência de Serviços Gerais. Começava o principio
da responsabilidade delegado aos Grupos.
No ano de 1983, Brasília sedia o III Encontro Ibero-Americano de Serviços Gerais,
com a presença de Delegados de cinco países da América do Sul e Central:
Paraguai, Uruguai, Argentina, Colômbia e El-Salvador, além do Brasil. Contamos
também com a presença de uma Companheira na condição de observadora do
G.S.O.. A Coordenação ficou a cargo de um Companheiro do ESG/São Paulo-SP
e foi Secretariado por outro Companheiro, na época, Delegado Estadual (de Área)
pelo Distrito Federal.
No ano de 1983 um dos Membros atuantes no AA do DF é escolhido e,
empossado no ano seguinte, na Junta de Custódios, como Custódio Classe "B"
(hoje, Custódio Regional do Centro-Oeste/Custódio Alcoólico). A escolha deste
companheiro foi precedida de uma longa e sofrida votação. Tratava-se de um
ferrenho defensor de posições éticas e das Tradições. Foi o último dos eleitos, já
quando amanhecia o último dia daquela histórica Conferência de Serviços Gerais.
Todos se emocionaram. Muitos choraram...
Durante um período de quase seis anos o DF abriga atividades da JUNAAB. É
quando o Boletim BOB passa a ser editado em Brasília a partir de 1984,
retornando para São Paulo em meados de 1989. Os Custódios Regionais foram
os responsáveis pela Administração destas atividades.
Mais uma vez a JUNAAB busca a ajuda da Comunidade AA do DF: No
relacionamento com a Comunidade Profissional, no ano de 1984 a Estrutura de
Serviços no DF representa a JUNAAB, nos primeiros contatos com o Ministério da
Saúde, que na época apresentara um projeto denominado "Projeto PRO-AA", cuja
meta era a de um trabalho conjunto com a nossa Irmandade.
Quanto ao nosso relacionamento de Informação Pública, registramos no ano de
1985, por ocasião do Cinqüentenário Mundial de AA, o lançamento em Brasília
pela ECT, de um Carimbo Postal e de Selos Comemorativos. Na ocasião o DF
contou com a presença do Dr. José Nicolielo Viotti, Custódio Classe "A",
Presidente da Junta de Serviços Gerais. O DF proporcionou uma Grande Reunião
de Informação ao Público, onde muitos representantes de inúmeros segmentos
da Sociedade se fizeram presentes.
O crescente apadrinhamento por que passava a geração de Servidores no
período 1985/1986 faz o DF não se afastar do sentido de Servir e assim outro
Companheiro do DF é indicado e escolhido Delegado Nacional (Delegado à
Reunião de Serviços Mundiais), atualmente Custódio à RSM. Este companheiro
desempenha um meticuloso trabalho, principalmente quando abordava-se para a
nossa comunidade o "Retorno ao Fundamental". Entre suas contribuições,
elabora um Guia às Coordenações de Grupo, que serviu como base de
orientação por longo período.
Nova busca dos Servidores da Estrutura no DF é requisitada pela JUNAAB no
ano de 1986: a redação e administração da "Revista Brasileira de Alcoólicos
Anônimos" é transferida de Campo Grande - MS para Brasília. Assim, sob a
Coordenação de um membro do DF, na época Custódio Regional, teve a "Revista
Vivência" o Distrito Federal como o berço das edições de nºs 01 ao nº 13, entre o
período de 1986 a 1990.
Outro ano que marca o desenvolvimento de AA no DF é 1987. Neste ano, outro
companheiro é escolhido Custódio Classe "B" (Custódio Alcoólico/Regional) e, é
criado no dia 27 de agosto de 1987, o Comitê de Área e concomitantemente cinco
Comitês de Distritos. Nos dias atuais este número já foi aumentado. Os Distritos
atualmente já realizam seus eventos e atuam conforme a orientação do nosso cofundador Bill W.
Na Semana Santa do ano de 1992, com o Tema: "BRASIL – BRASÍLIA TE
ESPERA COM AMOR", o Distrito Federal recepcionou a Comunidade AA
brasileira e convidados do exterior. Acontecia a XII Convenção Nacional de AA no
Brasil, que foi realizada no Centro de Convenções de Brasília, proporcionando um
congraçamento para aproximadamente 6.000 pessoas. Foi uma ocasião impar
para a Comunidade AA de Brasília. Houve um empenho geral, para que tudo
desse certo. Na mesma semana, antecipando a Convenção, a nossa Capital
também abrigava na sede da ENAP, a XVI Conferência de Serviços Gerais.
Dentro de uma expectativa de crescimento proporcionada pelos Distritos, é criado
em 1993 o Comitê Trabalhando com os Outros, obedecendo-se a nova
estruturação contida em manual. A partir desta data, aumentam-se as
responsabilidades dos Grupos e Distritos no sentido da transmissão correta da
mensagem. É o anseio da nova geração de servidores nos trabalhos
institucionais.
Organizaram-se os relacionamentos que já eram mantidos com as instituições.
Ciclos de Palestras e estudos de literaturas foram dinamizados. Os Distritos
criaram os CTOs e foram desenvolvidas as atividades em suas regiões, tendo
como lema adotado: "O que precisamos fazer?"
Como resultado, em princípios do ano de 1994 a Central de Serviços muda de
endereço, moderniza o seu patrimônio e proporciona melhores instalações e mais
amplas e ao mesmo tempo informatiza o seu escritório.
Recomeça em 1994 um período de grande desenvolvimento nos serviços locais:
1) Os Órgãos de Serviços realizam nos dias 09, 10 e 11 de setembro, o Primeiro
Ciclo dos Doze Passos de AA no Distrito Federal, instalando-se na Casa de
Oração Filippo Smaldone, na SHAN 911, LoteC – Asa Norte – Brasília-DF. 2) O
Comitê de Área realiza nos dias 03 e 04 de dezembro, a Primeira Interárea de AA
da Região Centro-Oeste e a Primeira Mini-Conferência de Serviços Gerais, tendo
como sede o Colégio do Núcleo Bandeirante – CNB, em Brasília-DF.
Nesta época o AA no DF contava com 73 Grupos em funcionamento e
comemorava o seu Jubileu de Prata com uma vasta programação anual.
Nesta fase de crescimento e amadurecimento, é criado no dia 08 de janeiro de
1995, o segundo Escritório de Serviços de AA no Distrito Federal. Inicialmente, a
ISAA-TAG, hoje Escritório de Serviços Locais em Taguatinga – ESL/Tag. Criado
inicialmente por um grupo de 18 companheiros, conta atualmente com mais de 23
Grupos e o seu Conselho de Representantes compreende os Grupos do 6º e 8º
Comitês de Distrito. O segmento de serviço encontra-se em harmonia com os
demais órgãos e está sendo mais um elo firme na condução da mensagem ao
alcoólico que ainda sofre.
No dia 10 de junho de 1995 é realizada no Auditório do Departamento de
Imprensa Nacional – DIN, em Brasília, a solenidade de lançamento de um
Carimbo Comemorativo dos 60 anos do AA Mundial, com a presença do nosso
Custódio Nacional (Não Alcoólico), Dr. Laís, Presidente da Junta de Serviços
Gerais. Foi brilhante a Reunião de Informação ao Público.
Ainda em 1995, em Agosto, nos dias 25, 26 e 27 é realizado o Primeiro Ciclo das
Doze Tradições. E no mês de Novembro, nos dias 17, 18 e 19 é realizado o II
Ciclo dos Doze Passos, ambos na Casa de Oração Filippo Smaldone. Neste
época o AA no DF e Entorno tinham 85 Grupos em funcionamento.
Para acompanhar o "movimento surgido na época", onde a grande novidade era o
Ciclo de Estudos de nossos 36 Princípios, é realizado nos dias 13, 14 e 15 de
setembro de 1996 o Primeiro Ciclo dos Doze Conceitos para Serviços Mundiais,
também na Casa de Oração Filippo Smaldone. Como sempre, contou com a
presença de 60 companheiros de Brasília e de outros Estados brasileiros, tendo
neste uma Companheira Delegada de Área da Argentina. Fechava-se o Ciclo de
Estudos, sendo reativado mais tarde, através dos Comitês de Distritos.
O Distrito Federal contemplaria mais companheiros para a Estrutura de Serviço
Nacional: em de 1996, é eleito um novo Custódio Alcoólico, representando toda a
Região Centro-Oeste (Custódio da Região Centro-Oeste). É também contemplado
para presidir a Conferência de Serviços Gerais para os anos de 1996, 1997 e
1998, na atribuição de 2º Vice-Presidente da Junta de Custódios. Novamente em
1999 e em 2007, dois abnegados companheiros são eleitos Custódios Alcoólicos,
representando a Região Centro-Oeste. Suas contribuições são reconhecidas e
acompanham a importância do Encargo.
Após um período de perene acomodação começa a ressurgir nas atividades do
Distrito Federal o entusiasmo pelo Terceiro Legado. Os Distritos nunca estiveram
parados. Sempre estão realizando eventos os mais diversos: Ciclos de Estudos,
Seminários para Profissionais, Simpósios, Contatos com a Comunidade
Profissional, fazendo evoluir os Serviços do Comitê Trabalhando com os Outros,
Encontro de Servidores, Encontros do CTO, Encontros da Revista Vivência,
Reuniões com Profissionais da Justiça, Atividades do CTO em Clínicas, Fazendas
de Recuperação e em outros segmentos onde também existem o doente
alcoólico, além de preciosas informações contidas no site
http://www.aaareadodf.org.
Enfim, os Distritos estão sempre despertos. Como sempre estiveram ao longo dos
anos. Vez por outra, um Distrito se sobressai. Mas estão sempre em atividades:
Despertaram. A cada ano que passa o nosso Encontro Anual é superado de uma
forma saudável, pelo trabalho e abnegação.
Surgem novos líderes e velhos mentores não se desprendem.
É salutar sentir que caminhamos no caminho certo. É dentro desta contemplação
que visualizamos que raras foram as Conferências de Serviços Gerais em que os
Delegados de Área do DF não figuraram como participantes de Comissões
Permanentes ou Temporárias, para tratar em nível regional e até nacional, de
fatos como o Manual de Serviços, Manual do CTO, Nomeações de Custódios e
sobre o Estatuto da JUNAAB. Isto tudo, reflete o conteúdo da mensagem nos
Grupos.
Este crescimento nos tem beneficiado com observações e lições inestimáveis e
necessárias à solidificação da Irmandade em nosso solo. Destas lições, a grande
vencedora é a Comunidade AA:
Somos nós - Todos buscamos o mesmo ideal – a Sobriedade!
CAMPOS S./Brasília-DF

Documentos relacionados

O anonimato e a Convenção Internacional de 2015

O anonimato e a Convenção Internacional de 2015 incidirão sobre temas como “Diversidade em A.A. - nossa herança de inclusão”, “Segurança e respeito - a prática dos nossos princípios começa nos nossos grupos base” e “A preservação das nossas Trad...

Leia mais