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Financeiro
ano 3 nº 28 set/2005
ACREFI - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS INSTITUIÇÕES
DE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO
Fundada em 1958
Palestra
Pequenos varejistas
registram movimento
de R$ 15 bilhões por ano
Tendência
ALBERT FISHLOW
O comércio exterior do Brasil
na nova ordem global
Flávio Roberto Guarnieri
TIRAGEM DESTA EDIÇÃO: 15.000 EXEMPLARES
Sistema automático de
aprovação de cartões
alia rapidez e segurança
editorial
Associação Nacional das Instituições de Crédito,
Financiamento e Investimento
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São Paulo - SP
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Conselheiro Econômico
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Financeiro
Publicação mensal da ACREFI - Associação
Nacional das Instituições de Crédito,
Financiamento e Investimento.
Jornalista Responsável: Eliana Nigro
MTB 15.005
Coordenação Editorial:
Tamer Comunicação Empresarial
Projeto Gráfico, Editoração e Produção Gráfica:
EDF (www.edf.com.br)
Pré-impressão e Impressão: Fabracor
Tiragem: 15.000 exemplares
As opiniões emitidas nos artigos assinados não
refletem necessariamente as posições da ACREFI
e são de exclusiva responsabilidade dos autores.
A reprodução total ou parcial do conteúdo da
publicação depende de autorização por escrito.
Crédito fermenta lucros e
realiza sonhos
Érico Sodré Quirino Ferreira, Presidente da ACREFI
O Brasil e os brasileiros precisam, de
uma vez por todas, acabar com conceitos mal organizados que os levam a prejuízos imensos. O País e seus cidadãos,
infelizmente, têm até hoje uma imagem
errada e distorcida do crédito, que é visto
como vilão e, até mesmo, carrasco de trabalhadores desvalidos. Isso, porém, não
corresponde à realidade!
Na verdade, o crédito é, sim, um dos
mais eficientes instrumentos para o brasileiro poder realizar seus sonhos. No seu
íntimo, o cidadão, em especial o das classes menos favorecidas, sabe disso, tanto
é que preserva a todo preço seu bom
nome na praça, justamente para poder
obter os financiamentos que lhe garantem uma vida melhor, a aquisição de
uma casa, um carro, eletrodomésticos,
material escolar, alimentos, lazer e tantos outros bens de consumo.
O brasileiro mais abastado também
compra a crédito – e não é pouco –, mas,
por vício ou mesmo por falta de análise
adequada, vive dizendo que se trata de
um mal necessário, em vez de um dos
seus mais preciosos bens... A culpa pode
ser da maneira errada de tomar emprestado – não basta saber se a prestação
cabe no orçamento, mas se ela, somada
às demais, não deixa as contas apertadas em excesso.
Por outro lado, sem crédito os lucros
Flávio Roberto Guarnieri
Fundada em 1958
são mais minguados no setor financeiro.
Tanto é assim que os bancos de todo
porte vêm se empenhando arduamente
em fomentar esse segmento, fazer crescer suas carteiras e aprimorar sua gestão.
Os bons resultados já apareceram, por
exemplo, nos seus balanços do primeiro
semestre deste ano. Ou seja, as cessões
de crédito têm contribuído muito para
que as instituições financeiras superem
as turbulências políticas, e esse é um processo que deve se acentuar, em especial
nos bancos de middle market.
O saldo de crédito para pessoas físicas
em junho, por exemplo, foi de R$ 150,56
bilhões, incluindo as operações de leasing,
ou seja, 40,4% maior do que em igual período de 2004. Entre as modalidades de
crédito que mais têm se avolumado, destaca-se o empréstimo com desconto em
folha de pagamento, o chamado empréstimo consignado. E é justamente devido
a esse crescimento acelerado da tomada
de crédito por pessoas físicas que as empresas do setor financeiro estão se empenhando cada vez mais em desenvolver
projetos educativos para incentivar o uso
consciente do dinheiro
Nesta edição
4 Palestra
Os novos caminhos do varejo apontam crescimento
dos pequenos comerciantes
6 Entrevista
Albert Fishlow, professor da Columbia University
e Diretor do Center for Brazilian Studies da
Columbia University
8 Inovação
Propostas para montar uma agenda a favor de um
Brasil melhor
11 Artigo
Crédito consignado: um grande achado que
demorou a aparecer - Paulo Henrique Pentagna
Guimarães
12 Artigo
Perspectivas e contradições do cenário econômico Marcel Domingos Solimeo
14 Artigo
Taxas de juros, causas de riscos e benefícios dos
cadastros positivos - Miguel José Ribeiro de Oliveira
18 Artigo
Balança comercial positiva, mesmo com valorização do
real - Tereza Maria Fernandez Dias da Silva
20 Estratégia
Desafi os e oportunidades do mercado bancário chinês
22 Economia
Os fundamentos das políticas monetária e fi scal do
Brasil
24 Artigo
Crédito imediato com fi nanciamento seguro - José
Arthur Assunção
25 Análise setorial
Destino da política monetária
26 Tendência
Plataformas de decisão de crédito para aprovação
automatizada de cartões
27 Banco de Dados
palestra
por ano, segundo dados apresentados por Tereza Maria
Fernandez Dias da Silva, em palestra na Acrefi
O comércio representado pelas
lojas de bairro, ou como são chamadas, pelas lojas de vizinhança, está
fortalecido; ao contrário da impressão inicial, favorecida pela agressividade com que as grandes redes de
varejo entraram no mercado nos últimos anos. Esse movimento, bastante
visível hoje, começou a ser desenhado
com a estabilidade de preços, propiciada pelo controle da inflação, a
partir de 1994. Sem precisar brigar
contra as maquininhas das remarcações, o consumidor pôde substituir o
hábito das grandes compras mensais
por visitas mais freqüentes às prateleiras dos pequenos estabelecimentos da região em que moram.
Atualmente, reunidos em 180 grupos de compras, 2.600 pequenos
comerciante já movimentam 15 bilhões
de reais por ano e respondem por
10% do movimento do setor, com
conseqüentes ganhos de escala, competitividade e rentabilidade. Esse
fenômeno é uma das maiores novidades dos últimos tempos, na opinião de Tereza Maria Fernandez Dias
da Silva, administradora de empresas e diretora da MB Associados, ao
tratar do tema “Os novos caminhos
do varejo”, em palestra na sede da
Acrefi - Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e
Investimento.
De acordo com ela, o espaço con-
quistado pelas pequenas lojas indica
ainda que o brasileiro valoriza o atendimento personalizado e já provocou
reação dos grandes grupos. Exemplo
disso é o Pão de Açúcar Especial, que
abastece suas gôndolas com base em
pesquisas sobre o perfil dos moradores do bairro em que está instalado,
a exemplo das lojas de vizinhança.
Assim, a loja localizada em Higienópolis, bairro nobre de São Paulo, que
concentra grande número de idosos,
oferece alimentos em porções individuais, frutas em pedaços, de maneira
a atender a esse público. Da mesma
maneira, a loja localizada no Jardim
Paulistano, onde vive o consumidor
de alta renda, tem grande variedade
de vinhos e congelados. “É uma briga
boa entre pequenos e grandes” –
diz Tereza. “No ramo de material de
construção, por exemplo, 20% das
vendas do atacado vem das lojas de
vizinhança e isso não é pouco”, afirma a analista.
Fase de mudanças
Essa é apenas uma das mudanças
no varejo brasileiro, que de acordo
com a diretora da MB Associados é
um setor ainda em transformação,
uma vez que nem todos os seus segmentos sofreram os impactos da globalização. Esse aspecto foi abordado
a partir das tendências do comércio
e consumo nas diferentes partes do
4
Luciano Zafalon
Hoje, 2.600 varejistas já movimentam R$ 15 bilhões
mundo. Nesse contexto, os americanos aparecem como o povo que mais
compra e, portanto, como o mais atualizado. É o mercado mais competitivo e com o maior potencial de crescimento. Em contraposição, o consumidor europeu é notadamente contido,
mas possui uma rede varejista com
forte presença internacional, muito
superior à americana, tendo como
parâmetro os mercados da Alemanha, França e Inglaterra. As lojas
européias com maior presença no
exterior são Carrefour, Tesco, Intermarcmarche, Ahold e Zara, enquanto
nos Estados Unidos, o maior exemplo
de internacionalização é a rede do
supermercado Wal-Mart. Já os varejistas japoneses perdem longe, com
presença limitada fora de seus país,
quase que voltada apenas para a
América do Sul, com ênfase no setor
automotivo.
Traçado esse quadro, a executiva
da MB Associados coloca a pergunta:
para onde caminha o varejo internacional? E traça três cenários possíveis: o primeiro deles seria o “fim da
globalização” e a volta aos mercados
de origem. Essa hipótese é cogitada
apenas diante de uma forte crise financeira mundial. O segundo cenário prevê um varejo globalizado com
mercados protegidos e com regras
de entrada. As premissas para essa
hipótese são as de que os mercados
FINANCEIRO
Flávio Roberto Guarnieri
Os novos caminhos do
varejo apontam crescimento
dos pequenos comerciantes
Flávio Roberto Guarnieri
Tendências de desenvolvimento de lojas de bairros atraíram participantes
Evolução da Internet no Brasil
20,1
Usuários de Internet
em milhões
9,8
Fonte: e-commerce
1,2
12,0
14,0
14,3
6,8
1,3
2,4
do consumidor-internauta: setenta
e cinco por cento deles optam por
comprar através de sites de lojas
que existem fisicamente. “As lojas
tradicionais são as que conseguem
melhores resultados. O consumidor
se sente mais seguro sabendo que
elas existem do que comprando em
‘lojas que não tem lojas’. A grande
exceção é a Submarino, pioneira na
rede e que veio para ficar” – explica Tereza.
Esse comportamento, segundo
ela, se deve ao fato do varejo eletrônico ser relativamente recente
no Brasil, com início em 1999. Apesar disso, já produz resultados palpáveis, bastante interessantes. Um
exemplo citado pela analista é o das
Lojas Americanas, que se fortaleceu
muito através do e-commerce. No
primeiro trimestre deste ano, 20%
do faturamento da empresa veio
através das compras feitas através da
rede e a receita das Americanas.com
fi caram 50% acima da receita do
Submarino, quando essa diferença
já foi de 20%.
jul/97 dez/97 dez/98 dez/99 nov/00 set/01 ago/02 jan/03 jan/04
11,24%
Taxa de penetração no Brasil
6,99%
% da população
Fonte: e-commerce
(elaboração MB Associados)
7,99% 8,14%
5,80%
4,08%
1,44%
0,72% 0,81%
jul/97 dez/97 dez/98 dez/99 nov/00 set/01 ago/02 jan/03 jan/04
europeus continuarão a proteger seus
pequenos comerciantes, limitando a
capacidade de crescimento dos grandes varejistas locais e internacionais,
restringindo as oportunidades de
crescimento para as grandes redes,
sejam elas locais ou estrangeiras. O
mercado americano continuaria fortemente competitivo, os varejistas especializados continuariam ganhando
espaço nos mercados mais desenvolvidos e os varejistas globalizados
competiriam nos mercados emergentes. Finalmente, a terceira possibilidade seria a abertura total dos
mercados, diante de uma situação
ACREFI
de estabilidade econômica mundial,
na qual os países emergentes tonariam-se bastante atrativos e os vinte
maiores varejistas dominariam o mercado mundial. O cenário intermediário é tido como o mais provável.
Internet: um mundo a ser explorado
Outro aspecto que vai ganhar
relevância cada vez maior, de
acordo com a analista, é o comércio
eletrônico. Apesar da pequena participação do Brasil nesse segmento, de acordo com o gráfico acima,
há dados que mostram tendência
de crescimento e traçam o perfil
5
Presença virtual
O mouse também foi a solução
encontrada pelos Magazine Luiza
para enfrentar as poderosas Casas
Bahia. Através de acordos operacionais, instalou terminais de sua
loja em estabelecimentos de estados
nos quais não está presente. Dessa
forma, conseguiu ampliar sua presença, ao mesmo tempo em que seu
parceiro pode atender ao consumidor, sem a necessidade de fazer estoques, oferecendo a ele, através do
site, os bens que não existem em seu
estabelecimento. “A Internet é um
mundo a ser explorado pelo varejo.
Já notamos uma expansão de vendas
em direção ao interior. E um crescimento em diversos setores“ – diz
Tereza. O de venda de automóveis
é um deles, o de bens de consumo
(especialmente CDs e DVDs), revistas
e livros também vai bem e o que começa a mostrar grande potencial é
o de turismo, com crescimento nas
vendas de passagens aéreas e de
pacotes de viagens
entrevista
Reflexos da nova
ordem internacional no
comércio exterior do Brasil
Flávio Roberto Guarnieri
Para Albert Fishlow, professor da Columbia University e diretor do Center for Brazilian
Studies da Columbia University, o Brasil deve se concentrar nas negociações no âmbito
da OMC e deixar de lado o Mercosul, cuja importância principal foi política
“Hoje, países que
produzem bens
agrícolas, como o
Brasil, podem se
agrupar em 20
nações, pode haver
uma nova ordenação
de poder real”
Num mundo globalizado como o atual,
que visão o senhor tem do Brasil no
comércio internacional?
O mais importante, hoje, no comércio exterior, é o fim de muitos protecionismos nas exportações e, como
conseqüência disso, um comércio
internacional do País que vem crescendo duas vezes mais do que o próprio PIB brasileiro.
Por outro lado, o que falta, na verdade, é analisar as diferenças entre
o cenário atual e o de dez, vinte
anos atrás. Até a metade dos anos
80, por exemplo, os Estados Unidos
não tinham dívida externa significativa. Atualmente, ela chega a US$ 2
trilhões. Além disso, nos dias de hoje,
eles têm déficit de 6% ao ano da
conta corrente, o que não acontecia
antes, ou seja, trata-se de uma novidade histórica, já que o País mais
rico do mundo, os EUA, que recebem
dinheiro de todos os demais, estão
devendo. Isso é novo.
Outro fato que merece destaque
é o de que o investimento, que costumava ser o motor da economia norte-americana, a base de seu crescimento, foi substituído pelo consumo,
em especial de novas máquinas e tecnologias. Seu nível de investimento
está entre 18% e 19%, contra 45%
na China, 35% na Coréia do Sul e
25% na Índia – e ninguém sabe bem
aonde isso vai parar...
E a poupança mundial, que papel vem
desempenhando?
Hoje em dia há superávit da pou-
6
pança mundial, o que significa que
os países em geral poupam mais do
que investem, o que vem implicando
taxas de juros baixíssimas, exceto no
Brasil. No Japão, zero. Na Europa,
zero, ou quase isso. Nos Estados Unidos, 1%... A grande novidade, na prática, é que o crescimento mundial,
hoje, não vem da Europa e do Japão,
mas de China e Índia. O continente
europeu só tem crescido cerca de 1%
ao ano, ao contrário da pujança de
anos anteriores. O Japão, na década
de 80, crescia muito e, agora, fica
pouco acima de 1% anual. Enquanto
isso, China e Índia vêm representando
20% do crescimento global desde
2002! Isso também é algo que não
era esperado, é novo no mundo.
Não podemos nos esquecer, ainda,
de que é preciso reconhecer que estamos num sistema internacional no
comando do comércio internacional,
um sistema que é reconhecido por
todos os países, inclusive pelos EUA,
que têm perdido muitas causas de
comércio exterior.
O que essa nova ordem internacional
significa na prática?
Significa que até a posição atual
dos Estados Unidos era inesperada.
Hoje, países que produzem bens agrícolas, como o Brasil, podem se agrupar em grupos de 20 nações, como
o que vem ocorrendo, pode haver
uma nova ordenação de poder real.
De um lado estão os EUA, com muito
poder político e econômico. De outro,
os países em desenvolvimento, que
FINANCEIRO
Então, o senhor considera que a posição
do Brasil é favorável nesse contexto?
O Brasil vem crescendo mais
rápido do que as demais nações em
termos de produção para o mundo:
nos últimos três anos, saltou de 9%
para 18% nesse quesito, o que é
muito importante.
Também se deve notar que esse
crescimento não está calcado apenas
em produtos agrícolas; o país não
pode ser visto apenas pelo prisma de
grande produtor de soja. A taxa de
crescimento dos produtos manufaturados brasileiros chegou a 20% anuais de 2003 a 2004, contra 10% ao
ano nos demais itens.
Além disso, o Brasil tem uma
enorme capacidade para entrar em
novos mercados, mas, em minha opinião, deveria parar de dar tanta importância ao Mercosul e passar a priorizar a OMC. Nos anos 90, o Mercosul
teve, sim, uma grande importância,
em especial no aspecto político. Hoje,
não faz mais tanto sentido.
Que outros aspectos deveriam ser valorizados pelo Brasil num mundo globalizado?
Eu acredito que a propriedade
intelectual é uma questão-chave, a
base atual do crescimento do comércio internacional. A Índia, por exemplo, que antes andava ombro-aombro com o Brasil nesse segmento,
acaba de ultrapassá-lo ao assinar uma
nova lei de propriedade intelectual.
Com isso, vai continuar aproveitando
muito mais no que se refere ao comércio com o mercado norte-americano.
Isso significa que as alterações
por que vem passando a globalização, estão conduzindo esse processo
a uma nova fase em que a política
internacional vai ter um papel importante, em especial quando tratarmos
das relações entre China e Estados
ACREFI
“Precisamos nos
conscientizar de que
todos os países têm de
fazer um esforço para
resistir aos apelos do
protecionismo”
Unidos. Tudo começou com a desvalorização da taxa de câmbio chinesa em
1%, o que satisfez o Senado norteamericano e permitiu à China continuar se aproveitando de um grande
superávit comercial com os EUA. O
Brasil também precisa fazer esse tipo
de consideração.
Que outros fatores o senhor lista como
fundamentais no comércio internacional
hoje?
É muito importante – e cada vez
mais – o progresso tecnológico. Estamos presenciando um grande avanço
da produtividade no mundo todo,
em especial nos Estados Unidos, e é
justamente por isso que as taxas de
inflação não têm tido tanto peso nos
últimos tempos, não têm sido vistas
como problemas. Na verdade, estamos de volta à Nova Economia, mas
agora, a nível mundial. Um exemplo
disso é o fato de a China fabricar
hoje computadores como os da IBM,
mas com suas próprias marcas e continuar aumentando vendas, competindo, crescendo.
Outro fator fundamental a ser
lembrado é que precisamos nos conscientizar de que todos os países têm
de fazer um esforço para resistir aos
apelos do protecionismo. Todas as
nações necessitam melhorar nas áreas
de câmbio. Daqui em diante, é bom
ter em mente, também, que os problemas políticos tendem a ser maiores, e todo esforço para minimizá-los
será bem recebido.
O que pode atrapalhar a economia brasileira diante desse cenário que o senhor
traçou?
Só depois de algum tempo de a
crise política interna ter acabado no
Brasil é que poderemos determinar,
afinal, que impacto ela realmente
teve. Como toda crise política, ela
pode afetar a possibilidade de investimentos estrangeiros planejados,
ainda mais com uma taxa de câmbio
elevada, que implica custos maiores
para o aplicador externo.
Além disso, a inflexibilidade na aceitação de regras de grandes mercados,
como o norte-americano, pode trazer algum problema para o Brasil, em
especial no que se refere às patentes
7
Flávio Roberto Guarnieri
podem se valer de fóruns como o da
Organização Mundial do Comércio
(OMC) para se tornarem elementos
importantes no processo, o que, logicamente, também tem conseqüências políticas. Nesse cenário, o Brasil
está no centro dos debates e, ao
mesmo tempo, tem de se preocupar
com enormes desafios e grandes possibilidades futuras.
e aos remédios genéricos. O País tem
entrado nas disputas com apoio de
outros 19 países, mas até agora precisou de terceiras nações, fora desse
grupo, para vencer as disputas em
que se concentrou. Por isso, nesse
aspecto, creio que seja necessário ter
mais flexibilidade
Flávio Roberto Guarnieri
inovação
O recente turbilhão de escândalos políticos que atingem o Brasil e
maculam indelevelmente a sua imagem na seara ética, comprova que a
estabilidade há de ser conquistada
em múltiplas dimensões.
Não é porque as autoridades instituídas em um dado momento político
declaram que “está tudo em ordem”,
que esteja mesmo.
Os discursos e as falácias se sucedem. As autoridades tentam de todas
as formas depictar e descrever um
futuro róseo, de estabilidade e de
conforto, que freqüentemente se
distancia da realidade. E isto exige
de todos os agentes econômicos e
analistas de risco a compreensão e a
interpretação correta dos cenários,
para que se evitem problemas em
suas atividades e negócios.
Ao contrário do que supõem as
autoridades, sempre otimistas e desejosas de navegar em céu de brigadeiro, os agentes econômicos são
inteligentes e astutos. Não se guiam
necessariamente por discursos ofi ciais, por linhas-mestras e por antiquados slogans que querem fazer
crer que já existe bem-estar geral.
Alcançar o verdadeiro máximo
bem-estar socioeconômico com a
manutenção da estabilidade no longo
prazo é traçar para uma nação e seu
povo uma rota cheia de responsabilidades, disciplinas férreas e rigorosas
e sacrifícios. E isto sucede quando
após décadas de esforços conjuntos,
num acordo cooperativo de ordem
Propostas para montar
uma agenda a favor
de um Brasil melhor
ISTVAN KASZNAR, CONSELHEIRO ECONÔMICO DA ACREFI
legitimadas e hão de obter o consasuperior, alinharam-se e balanceagrador apoio popular. Por esta razão,
ram-se adequadamente as variáveis
é preciso ter um plano em mãos, que
que ditam o macroequilíbrio, medianseja exeqüível e bem compreensível,
te as dimensões econômicas, polítipé no chão, prático e fácil de assimicas, éticas, morais, comerciais, demolar por toda a população.
gráficas, antropológicas e afins.
Naturalmente, é bem difícil obter
Ademais, a noção de estabilidade
este apoio majoritário. Satisfazer a
é efêmera. Tal e qual a luz de um
empresários, funcionávaga-lume, que ora
rios públicos, trabalhaacende, ora apaga.
É preciso ter um
dores do setor privado
E a intensidade dos
plano que seja
ou compradores intermovimentos varia senacionais de bens e
gundo as forças em
exeqüível,
serviços envolve uma
eterno conflito, ainda
assim potencialmente
compreensível, pé arte de negociação intertemporal que está
à busca de algum grau
no chão e prático
longe do trivial. Adede atuação cooperamais, os conflitos protiva e mutualista. Há
dutivos, de formação e de geração de
momentos de bonança e calmaria,
renda e de riqueza, se sucedem. A
numa economia e sociedade, entrequem atender: capitalistas ou trabalhameadas por fases de pobreza e
dores; nativos ou alienígenas; exporinstabilidade.
tadores ou importadores; empresários
Ora se vive uma fase de aqueliberais e suas famílias ou funcionários
cimento e retomada econômica, ou
públicos e seus parentes?
uma fase de desaceleração com cresOs desafios propostos no ato de
cimento tímido, ora se vive uma fase
se buscar o eldorado sócio econômico
de desaquecimento com tendência
são imensos. Nem alguns dos maiorecessiva, ou em casos mais calamitores líderes da humanidade, tal como
sos, de depressão e sucateamento.
Franklin Delano Roosevelt nos EUA,
Deste modo, o que se espera das
Winston Churchill na Inglaterra, ou
autoridades é a adoção de um conjunGetúlio Vargas no Brasil, conseguito de macropolíticas que em seu conram satisfazer ao mesmo tempo às
junto, numa visão integrada e múltimúltiplas vontades de seus povos.
pla, holística, sejam coerentes, firmes e
Por estas razões, não é suficiente
declaradamente a favor de um quadro
adequar algumas medidas de curto
que maximiza a vontade e a crença em
prazo no campo econômico, soltando
investir, em trabalhar, em gerar renda
as rédeas da política ao Deus-dará,
e em permanecer no País.
ou, melhor dito, ao Satanás-fará.
Decisões magnas precisam ser
8
FINANCEIRO
que o Brasil cresce a taxas medíocres
Numa sociedade em que se transdesde pelo menos 1.982; tem uma
porta dinheiro em cuecas e malas,
renda per-capita muito baixa e pespara evitar e sabotar o fisco, ou para
simamente distribuída, que caiu sigsimplesmente desmoralizar um quanificativamente entre 1997 e 2003,
dro social sumamente estropiado e
tentando recompor-se com timidez e
exposto às vicissitudes do mais elecom a largura de um fio de cabelo;
vado azar moral, o regime de conexporta por conta de uma demanda
fiança que se deve nutrir no sistema
reprimida por anos contínuos de políeconômico desmorona. E confiança é
ticas salariais arrochantes cada vez mais
um haver raro, que se conquista aos
produto, vendo as autoridades interpoucos. Quando a confiança nas aupretarem isto como um sucesso econôtoridades é perdida, o trabalho de
mico, no meio do agigantamento das
recuperação institucional pode durar
favelas nas maiores
um longo tempo e
metrópoles do país; e
dificilmente deixa de
Sem capacidade,
gira uma dívida públirepresentar perdas.
recursos e gente,
ca interna monstruUm estudo detaosa e crescente, que
lhado do Relatório
o que se vê é a
suga as virtudes de
Anual do Banco Munuma alta arrecadação
dial mostrava em
caotização do
fiscal, o que reduz a
1998 que o desenvolserviço público
pó a capacidade de
vimento econômico
investimento público.
e o bem-estar, para
No campo da administração púacontecerem, não dependem apeblica, os anos de arrocho salarial desnas de corretas medidas macroecomotivaram profundamente os quanômicas. Elas são necessárias, mas
dros e igualaram técnicos competennão são suficientes.
tes a pessoas descompromissadas com
É necessário, isto sim, além de estaa causa pública. O processo de congebelecer uma grade coerente de polílamento de salários; o adiamento de
ticas econômicas, combater sem dó
concursos; o modo de contratação e
nem piedade a corrupção, os corrupde formação de pessoal a partir do
tores e os corruptos; dimensionar adegoverno Figueiredo; as ameaças de
quadamente o Estado; aperfeiçoar a
demissão em massa de funcionários, na
capacidade mobilizadora empresarial
era Collor; e o descaso provocado pelos
privada; respeitar e remunerar bem
planos de demissão voluntária (PDVs),
os funcionários públicos; abrir-se de
na época das privatizações, ignorando
modo coerente ao exterior; dispor de
o valor individual de cada colaborador,
um sistema judiciário ágil, operoso e
miraram a base motivacional do bom
rápido; dispor de uma classe política
trabalho na carreira pública.
altruísta; e respeitar as leis esperando
Isto significa que no âmbito fedeque elas sejam justas e coerentes.
ral é difícil implantar medidas com
Em julho / agosto de 2005, o Brasil
colaboradores justificadamente desassistiu a uma revisão das projeções
motivados, mal humorados, e que de
do PIB, de 3,8% para 3,2%, o que sigmodo inadmissível foram submetidos
nifica desaquecimento e um discurso
a ameaças, destratamentos e injustibem contrário ao que as autoridades
ças de toda sorte.
do momento bradavam que ocorreria,
Os bons funcionários públicos
posto que as promessas beiravam taxas
pagam pelos maus, num sistema que
de 5% anuais pelas projeções de 2003.
homogeneíza, pasteuriza e equaliza
Esta revisão de valores veio a ocortodo o mundo. Existem diferenças
rer logo no segundo semestre do
entre as pessoas, há talentos e capaano, quando normalmente e historicitações diferenciadas e elas hão de
camente o PIB tende sempre a cresdar base a um sistema que se alicer e aquecer-se mais. Evidentemencerça no mérito. A falta de atrativos
te, investimentos foram postergaé capaz de manter uns poucos heróis
dos e o universo empresarial passou
competentes a trabalhar no Estado, e
a agir com maiores precauções.
abre o sistema ao esgarçamento e à
No campo econômico, é evidente
ACREFI
9
formação de grupos cuja ação é condenada ética e moralmente.
Sem pessoas competentes, talentosas, ambiciosas e honestas no Estado, que concentra consigo projetos e políticas que são por definição
de grande porte, destrói-se a capacidade imediata e de longo prazo para
se assegurar o equilíbrio e a estabilidade de curto e longo prazo.
As estruturas organizacionais, funcionais, processuais e administrativas
do Estado modernizaram-se de forma
insuficiente, entre 1982/2005, de tal
forma que guardam consigo graves
problemas de falta de velocidaderesposta; operosidade e capacidade
de atender às crescentes demandas e
exigências de uma população depauperada e politicamente cada vez mais
esclarecida, embora desiludida com
os seus políticos.
Quando a população empobrece,
o Estado é mais exigido, mais solicitado. Substituem-se a escola e o hospital privado pela escola e pelo hospital público. Contudo, sem capacidade,
recursos e gente, o que se vê é a caotização do serviço público, por exemplo simbolizada pela formação de filas
gigantescas na rede dos postos de
saúde; e a corrida dos alunos às escolas públicas, não apenas para aprender,
mas para receber a principal refeição
do dia, contida na merenda escolar.
Em função destes fatos, pode-se
afirmar que o Estado tem inúmeras
atividades a fazer para aperfeiçoar
tanto no curto, quanto no longo
prazo, as atividades econômicas que
se propõe fazer.
Não é porque a inflação esteja
menor de 2003 para 2005, girando
pelo IPCA perto dos 6%; ou porque o
crescimento chegue a 3,2% em dezembro de 2005; ou ainda porque as reservas tenham alcançado US$ 47 bilhões
em fins de dezembro de 2005, que se
deva afirmar que existe estabilidade.
Está-se caminhando para a estabilidade e para o ajuste, no sentido
da dimensão econômica, sim, de curto
prazo. Mas isto não significa que os
outros fundamentos da macro-estabilidade tenham sido também alcançados. Estamos longe da estabilidade macroeconômica de longo prazo e pelas
contradições de diversas medidas,
inovação
estamos nos afastando até dela.
Pelo contrário, os fundamentos
políticos mostram que para desenvolver-se, a democracia brasileira deverá
renovar significativamente o seu sistema, seus métodos de gestão e finanças partidárias e suas representações.
O excesso de partidos gera a ausência
de uma bi-polarização nítida e clara,
tal como sucede nas democracias amadurecidas. São republicanos contra
democratas nos EUA, e os pequenos
partidos que se virem, por exemplo,
nos EUA. E este multipartidarismo sem
fidelidade leva a um perigoso terreno
de acordos freqüentemente dúbios e
cheio de “delúbios”.
Uma democracia só é sadia se ela
se renova. E isto implica obrigatoriamente na renovação das lideranças.
O que resta a fazer? Existem inúmeras situações delicadas e medidas
a tomar. A seguir, vejam-se algumas
que a nosso ver prometem ser as mais
importantes, urgentes e delicadas.
Estas medidas são mais que uma
agenda perdida. Representam uma
agenda bem identificada, a ser integrada, coordenada e implantada, para
dar seqüência e efetividade ao grande
esforço já empreendido no período
1994/2005 pelas autoridades da era do
real, a moeda mais valorada da nação.
Estas medidas são citadas com
liberdade, sugestivamente, e sem
grande prioridade que seja apontada
a favor de uma, em detrimento de
outra. O importante a destacar é que
a sintonia fina da estabilidade se faz
de forma contínua e toda vez que
necessário. E todas as áreas da vida
sócioeconômica devem ser consideradas, pois os assuntos se interligam,
criando a conexão complexa da rede
econômica e social que conhecemos
e em que vivemos.
Uma Agenda Econômica e Social
não acaba nunca. Seguindo um
moto-contínuo e inovador, ela há de
ser renovada, para atender as aspirações mutantes da comunidade.
Na próxima edição apresentaremos
essa agenda
E-mail: [email protected]
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Telefones: 021 - 2263-0563 / 2263-7017
Crédito: crise política ainda
não afeta confiança
ADRIANO PITOLI E CAMILA SAITO
Considerando os dados deflacionados e dessazonalizados, nas linhas voltadas para pessoa física houve em julho uma expansão de 3,5% em relação ao
mês anterior, e para pessoa jurídica, excluindo as linhas com indexação cambial, o crescimento foi de 2% na comparação com junho.
De acordo com o balanço do mercado financeiro referente a julho, divulgado pelo Banco Central, o saldo de crédito voltado tanto à pessoa física
quanto à pessoa jurídica continua em forte crescimento. Na verdade, houve até
mesmo uma aceleração no saldo de crédito em ambos os casos, o que evidencia
que, ao menos até o momento, a crise política não afetou a confiança do consumidor em comprometer a sua renda futura.
Considerando os dados deflacionados e dessazonalizados, nas linhas voltadas para pessoa física houve uma expansão de 3,5% em relação ao mês anterior, após um aumento de 1,2% em junho e de 1,8% em maio. Já no saldo de
crédito para pessoa jurídica, excluindo as linhas com indexação cambial, o crescimento foi de 2% na comparação com junho, depois de essa linha ter apresentado um aumento de 1% no mês anterior e recuo de 0,3% em maio.
No segmento de pessoas físicas, a linha de Aquisição de Outros Bens
(exceto veículos) continua se destacando. Em termos reais, esta linha apresentou uma expansão de 44% na comparação com o mesmo mês de 2004, sendo
que apenas nos últimos três meses tem apresentado, em média, um aumento
de 5% ao mês, em termos dessazonalizados. Embora parte da forte expansão
nesta linha deva-se à transformação de crédito não bancário em bancário, fruto
da constituição de financeiras entre bancos e redes de varejos, há também
um efeito “real” de expansão de crédito para consumo, o que pode ser confirmado pelo forte crescimento de vendas no varejo de bens duráveis. Além disso,
nota-se que a forte expansão de crédito para pessoas físicas ocorreu em praticamente todas as linhas de crédito, incluindo crédito pessoal, financiamento de
automóveis e cartão de crédito.
Com relação à taxa de juros média cobrada pelos bancos (taxa de aplicação), o resultado de julho apresentou um recuo de 0,2 ponto porcentual,
ficando em 57,7% ao ano. Para pessoa jurídica, a taxa de aplicação verificada
foi de 44,1%, um recuo de 0,3 p.p. ante o mês anterior e de 0,6 p.p. no acumulado dos dois últimos meses. Para pessoa física, esta taxa ficou em
64,5%, queda de 0,2 p.p. em relação ao mês anterior e de 1,2 ponto porcentual no acumulado dos dois últimos meses. Esta tendência de recuo das taxas
ao tomador fi nal já é reflexo da estabilização da Selic, bem como de um
cenário de afrouxamento da política monetária para os meses à frente. Em
razão disso, tal tendência deve prosseguir nos próximos meses, conferindo
um impulso adicional ao crédito.
Para o ano como um todo, mantivemos, por enquanto, nossas projeções
de crescimento do saldo de crédito de 20,5% no caso das pessoas físicas e
11,5% para pessoas jurídicas (considerando dados deflacionados). Cabe ressaltar, contudo, que, mantido o ritmo atual da evolução do crédito, tais projeções
deverão ser novamente revisadas para cima.
10
FINANCEIRO
artigo
PAULO HENRIQUE PENTAGNA GUIMARÃES, VICE-PRESIDENTE DA ACREFI E
PRESIDENTE DO BANCO BONSUCESSO
• Apenas 5% utilizaram o emprésO crédito no Brasil foi sempre
timo para o consumo de bens duráfocado pela grande mídia por seu lado
veis ou para viagens;
negativo, em função das suas elevaA aceitação do
• Mais de 90% dos clientes de
das taxas, da inadimplência acima da
empréstimos consignados avaliamédia mundial, da baixa representatimercado exigirá
ram a modalidade de crédito como
vidade no PIB e como inibidor de proatenção especial das
satisfatória, principalmente em
jetos de investimento fixo.
função das taxas baixas de juros e
A proporção de crédito bancário
instituições financeiras
facilidade na aprovação;
em relação ao PIB subiu de 23,6%, em
• O crédito com desconto em folha
janeiro de 2003, para 26,3%, em defocadas neste nicho,
também foi considerado por 95%
zembro último. Esse avanço de quase
objetivando a melhoria
das pessoas como opção melhor em
três pontos percentuais é signifi cacomparação com os outros empréstivo e deve ser comemorado. Ainda
constante de suas
timos do mercado;
assim, o Brasil continua distante dos
• A iniciativa do governo em abrir
níveis observados em países desenoperações
o empréstimo especial para apovolvidos ou mesmo em outras econosentados também é avaliada posimias em desenvolvimento. Na Alemativamente (89%);
nha e nos Estados Unidos, por exem• Um total de 90% dos aposentaplo, a relação entre crédito e PIB
dos declarou que as informações fornecidas pelo banco
ultrapassa os 100%; no Chile é próxima dos 60%.
foram completas e 91% qualifi cou o atendimento como
O financiamento a pessoas físicas, antes do advento
claro;
do crédito consignado com desconto em folha de paga• 89% dos usuários do empréstimo pretende recomendar
mento (medida provisória 130/2003, posteriormente lei
a modalidade para outras pessoas.
10.820), também era motivo de uma mídia extremamente negativa, pelas taxas médias praticadas superioEsta grande aceitação do mercado exigirá atenção esperes a 10% ao mês.
cial das instituições financeiras focadas neste nicho de
Pesquisa recente do Ibope, a pedido da Associação
mercado, objetivando a melhoria constante de suas
Brasileira de Bancos (ABBC), mostrou a importância
operações, a transparência junto à clientela e a demonssocial do crédito consignado junto aos aposentados e
tração junto a alguns estados da federação (como São
pensionistas do INSS. Vejamos alguns resultados:
Paulo, Rio Grande do Sul e Ceará, por exemplo), além
• 60% dos aposentados e pensionistas que recorreram
de grandes prefeituras e empresas privadas, dos inúmeao empréstimo com desconto em folha de pagamento
ros benefícios advindos do crédito consignado.
utilizaram o dinheiro para quitar dívidas, pagar carnês
Mas é claro que qualquer nação que ambicione
de lojas, de agiotas, de contas da casa ou impostos;
ingressar em uma trajetória de crescimento sustentado
• 18% dos entrevistados pegaram dinheiro emprestado
e ampliar sua competitividade no mercado mundial,
com a intenção de reformar a casa;
deve procurar aperfeiçoar as condições de oferta de
• 12% precisavam dos recursos para tratar problemas
crédito, principalmente de longo prazo
de saúde;
ACREFI
11
Divulgação
Divulgação
Crédito consignado:
um grande achado que
demorou a aparecer
artigo
Perspectivas e contradições
do cenário econômico
Luciano Zafalon
A decisão do COPOM na reunião
de julho, mantendo inalterada a taxa
SELIC, parece indicar que o conservadorismo que tem marcado suas posições deve continuar prevalecendo,
embora os indicadores de inflação
estejam apresentando significativa
desaceleração e o IPCA mostre a possibilidade de se encerrar o ano praticamente no centro da meta fixada para
2005. Os sinais relativos ao nível de atividades são contraditórios pois muitos
setores continuam apresentando bom
desempenho, como alguns voltados à
exportação, que vem se expandindo
fortemente, apesar do câmbio desfavorável, graças à crescente demanda
externa que permite reajuste dos preços. Também a produção e as vendas
dos bens de consumo duráveis continuam aumentando, alavancadas pela
abundância de crédito ao consumidor.
De outro lado, setores exportadores
mais sensíveis à taxa cambial, como calçados e têxteis, vem enfrentando dificuldades tanto nas exportações como
MARCEL DOMINGOS SOLIMEO, ECONOMISTA E DIRETOR DO INSTITUTO
GASTÃO VIDIGAL, DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO
no mercado interno, onde a concorrência da China representa ameaça.
Os bens de consumo não duráveis,
especialmente os alimentos, que são
mais dependentes da renda, também
estão com desempenho fraco, embora
positivo, pois o aumento do emprego
não tem sido suficiente para compensar a queda do salário médio.
Considerando-se que é provável
que apenas em setembro o COPOM
inicie o processo de redução da taxa, e
mantenha o gradualismo que caracterizou sua atuação nos últimos meses,
é possível que se chegue ao final do
ano com a SELIC na casa dos 18%,
caso se confirmem as expectativas de
que a crise política não deve provocar
instabilidade na economia no curto
prazo, embora possa afetar decisões
de investimentos, as quais deverão
ser retardadas até a definição do
cenário político.
Se, por um lado, não se deve esperar estímulo relevante para o movimento do varejo resultante da redução
da taxa SELIC, de outro, a manutenção dos fatores que tem contribuído
para o bom desempenho das vendas
a prazo devem continuar presentes.
Dentre eles se destacam as linhas de
crédito consignado, a forte participação das grandes instituições financeiras na oferta de recursos para as
pessoas físicas e o alongamento dos
prazos do crediário. O varejo de bens
não duráveis deverá ser beneficiado
por alguma recuperação da renda,
graças à queda da inflação e aos dissídios de importantes categorias profissionais nos próximos meses. Outro
fator que pode contribuir para o
desempenho do comércio é o aumento dos gastos públicos. O superávit
primário obtido nos sete meses, da
ordem de 6,4% do PIB, supera largamente a meta fixada para 2005, de
4,25% do PIB. Segundo o secretário
do Tesouro, Joaquim Levy, o governo
não pretende elevar o superávit primário neste ano, o que permite concluir que a folga existente nas contas
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públicas deverá ser gasta até o final
o ano, o que representa forte injeção de recursos na economia. As dificuldades políticas enfrentadas pelo
presidente devem contribuir para que
o governo libere recursos para atender as emendas de parlamentares de
sua instável base de apoio.
Com isso, pode-se esperar que o
varejo deva manter o ritmo de crescimento que vem apresentando nos últimos meses, da ordem de 4% a 5% sobre
o segundo semestre de 2004, com maior
expansão dos produtos que dependem
do crédito, como os eletro domésticos,
móveis, celulares e veículos, e menor
crescimento daqueles dependentes da
renda, inclusive os alimentos.
A oferta de emprego não deverá
crescer porque as altas taxas de juros,
agravadas pelas incertezas do cenário
político, devem retardar decisões de investimentos, seja em novas plantas, ou
na expansão das existentes. Apenas os
investimentos voltados à exportação
e, mesmo assim, de produtos primários ou semi-manufaturados, devem
continuar a ocorrer, aproveitando-se
das condições extremamente favoráveis do mercado mundial.
Especial atenção deverá ser dedicada à inadimplência, uma vez que os
indicadores apontam para o aumento
dos registros negativos e menor crescimento das renegociações em virtude das elevadas taxas de juros.
É evidente que esse cenário pressupõe que a crise política não deverá
atingir de forma significativa a economia, pelo menos nas decisões de
curto prazo
Acrefi presente à aula inaugural
do curso MBA Banking
Os coordenadores Roy Martelanc e Alberto Borges de Matias fizeram a abertura
Foi no sábado, dia 6 de agosto, a aula inaugural do curso MBA
Banking, da Fundação Instituto de Administração (FIA) com apoio
da Acrefi Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento. A abertura foi feita pelos coordenadores
Roy Martelanc e Alberto Borges de Matias. “Esse curso é destinado
a um público específico, com substancial participação no PIB, o do
setor financeiro. Além disso, os alunos têm oportunidade de reforçar sua rede de relacionamentos, além de terem contato direto
com os professores, que são do setor” – afirma Matias.
O presidente da Acrefi Érico Ferreira foi representado pelo diretor-superintendente da entidade, Antônio Augusto de Almeida
Leite (Pancho), que ressaltou a importância da parceria com a
Fundação e lembrou que o melhor trabalho de conclusão de curso
será publicado na revista Financeiro. O curso tem validade internacional e certificação da AMBA, a Associação de MBAs, com
sede em Londres.
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artigo
Divulgação
Taxas de juros, causas
de riscos e benefícios
dos cadastros positivos
Um dos grandes
responsáveis pelas elevadas
taxas de juros das
operações de crédito é o
grupo do
risco/inadimplência. Entre
outros fatores, causado pelo
baixo crescimento
econômico, demora do
judiciário na cobrança e
execução de dívidas e falta
de ferramentas legais de
avaliação e troca de
informações de crédito
como os cadastros positivos
MIGUEL JOSÉ RIBEIRO DE OLIVEIRA, VICE-PRESIDENTE E CONSELHEIRO
DA ANEFAC - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS EXECUTIVOS DE FINANÇAS,
ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE
As taxas de juros se encontram
em patamares elevados no País, seja
pelo baixo volume de crédito disponível, que representa hoje cerca de 27%
do PIB quando a média internacional
passa de 100%, seja pelos elevados
custos que incidem sobre as taxas.
Como referência vale registrar
que quando um consumidor faz um
empréstimo esta taxa é composta de
cinco grupos de despesas:
Custo de captação da instituição fi nanceira - Quando a instituição fi nanceira paga a seus aplicadores/
investidores ou custo de oportunidade. A referência é a taxa de juros
básica, a Selic.
Cunha fi scal - Compreende os impostos da intermediação financeira mais
os compulsórios (dinheiro dos depósitos que as instituições financeiras
deixam no Banco Central sem poderem emprestar);
Despesas administrativas - Custos
dos processos da instituição financeira (funcionários, agências, etc);
Risco - Custo da inadimplência dos
empréstimos (parte dos empréstimos não é paga ou demoram a serem
recebidos o que embute um risco à
instituição financeira);
Margem líquida da instituição fi nanceira - Lucro da instituição ou depois
de todos os itens acima quando efetivamente sobra para a instituição
financeira.
14
Destacamos que todos os cinco
grupos de despesas que compõem
uma taxa de juros cobradas nas
operações de crédito se encontram
elevados e todos eles precisam ser
reduzidos para que possamos ter
taxas de juros muito mais razoáveis
no crédito.
Assim sendo precisamos reduzir
substancialmente a taxa de juros
básica, reduzir os elevados compulsórios existentes no sistema financeiro além dos impostos da intermediação financeira, reduzir os custos administrativos, reduzir os riscos da inadimplência que acabam
sendo pagos por todos com sistemas de análise de crédito mais
modernos e eficientes, bem como
com maior crescimento econômico
e geração de renda que contribuem
para a redução da inadimplência e
reduzir a margem líquida das instituições financeiras com a ampliação da oferta de crédito que contribuirá para promover a concorrência no sistema financeiro.
Neste artigo abordarei a questão do risco, suas causas e os cadastros positivos.
Vale destacar que um dos grandes responsáveis (não o único) pelas
elevadas taxas de juros das operações de crédito é o grupo do risco/
inadimplência. Este risco é causado
por uma série de fatores como: baixo
crescimento econômico e desemprego elevado, demora do judiciário
na cobrança e execução de dívidas,
FINANCEIRO
questionamentos judiciais de contratos bancários e falta de ferramentas legais de avaliação e troca
de informações de crédito como os
chamados cadastros positivos.
Primeiramente, destaco que o
crédito no Brasil sempre foi concedido com base na avaliação dos
chamados bancos de dados dos
cadastros negativos. Quando da
solicitação de um financiamento,
entre outras rotinas, a instituição
financeira consulta os cadastros da
Serasa, ACSP, Banco Central, SCI/
Equifax, cadastros estes que informarão restrições existentes como
execuções judiciais, protestos, cheques sem fundos, pendências existentes junto ao sistema financeiro,
etc... . E caso o referido solicitante
do empréstimo tenha qualquer
apontamento, terá o crédito recusado. Entretanto o fato de não ter
qualquer restrição não quer dizer
que o mesmo terá o crédito aprovado ou crédito barato.
Saliento que nos Estados Unidos
e na Europa o crédito é concedido
baseado em cadastros positivos que
levam em consideração apontamentos restritivos mas, igualmente,
apontamentos positivos e a taxa de
juros é baseada neste conjunto de
informações, sendo maior a taxa
quanto maior for o risco da operação para a instituição financeira e,
igualmente menor, quanto melhor
for o cadastro e histórico de pagamentos do cliente.
Assim, os clientes sabem que
terão custos menores quanto maior
for o grau de conhecimento de seu
ACREFI
histórico de pagamentos pela instituição financeira. Legalmente o
cliente não é obrigado a informar
estes dados, entretanto, é regra
que o mesmo sempre informe a instituição financeira do seu histórico
de pagamentos para que quando
necessitar de crédito, seja para a
compra de um bem ou simples
empréstimo, o mesmo ter uma taxa
de juros menor.
Entretanto, se no exterior é
regra a utilização dos chamados
cadastros positivos, no Brasil os
mesmos não são utilizados por decisões judiciais bem como pelo desconhecimento dos seus benefícios
para um sistema de crédito mais
saudável e barato.
Hoje, o Procon e o Judiciário
entendem que os cadastros positivos são discriminatórios pois o
consumidor que não conste deste
cadastro não teria acesso ao crédito. Aqui temos a primeira desinformação a respeito da utilização
e funcionamento destes cadastros.
O objetivo dos mesmos é reunir um
conjunto de informações de procedimentos e histórico de comportamento dos consumidores no crédito,
que possibilite à instituição/empresa
que irá liberar o financiamento, avaliar o risco de crédito e respectiva
taxa de juros, diferenciando assim,
o custo cobrado do cliente com
um bom histórico de pagamentos
daquele que apresenta um maior
risco. No modelo de avaliação e crédito atual (cadastros negativos) realmente quem deles figura não teria o
crédito aprovado. Entretanto, com
15
Se no exterior é regra a
utilização dos chamados
cadastros positivos, no Brasil
os mesmos não são utilizados
por decisões judiciais, bem
como pelo desconhecimento
dos seus benefícios para um
sistema de crédito mais
saudável e barato
a introdução dos cadastros positivos esse mesmo cliente poderia vir
a ter o crédito liberado, entretanto
com um custo de crédito maior.
Vale destacar ainda que neste novo
modelo, diferentemente do atual,
seria possível à instituição/empresa
avaliar não só qualquer restrição
mas também o histórico do cliente,
que seria a parte mais importante
para a mesma, que estaria conhecendo o perfil de seu cliente, em
que momento ocorreu esta restrição (pode ser em um momento que
o mesmo tenha perdido renda ou o
seu emprego), o que não configuraria um perfil de inadimplente rejeitado pelo mercado (inadimplente
rotineiro). Aqui destaco que diversas empresas do comércio costumam conceder crédito a pessoas
com algum tipo de restrição e isso é
possível pelo fato das mesmas possuírem um histórico de pagamentos do cliente com os mesmos. Ou
seja, os clientes podem até ter restrições em seu nome por deixarem
de pagar outras dívidas, entretanto
artigo
Não é por acaso que as
operações de crédito
chamadas de baixo risco ou
sem risco, como o crédito
imobiliário, financiamento de
veículos ou o crédito
consignado, têm hoje as
menores taxas de juros
do mercado
caso os mesmos estejam em dia com
compras feitas em seu estabelecimento terão o seu crédito aprovado
o que demonstra a eficiência destes
cadastros.
A segunda desinformação é
achar que não aprovando este
modelo dos cadastros positivos
estariam, igualmente, protegendo
os consumidores, mas na realidade
acaba penalizando a maioria dos
consumidores pontuais em detrimento de um grupo pequeno de
consumidores inadimplentes, já que
não tendo todas estas informações,
acabam repassando todo o custo da
inadimplência a todos os consumidores, elevando a taxa de juros nas
operações de crédito.
Como referência destaco que
a inadimplência média da pessoa
física (dívidas vencidas e não pagas
acima de 90 dias) é de 5,8% e da
pessoa jurídica de 1,7%. Isto quer
dizer que por conta destes 5,8%
das pessoas físicas inadimplentes,
94,2% de bons pagadores pagam
altas taxas de juros (na pessoa jurídica 98,30% pagam mais do que
deveriam).
Assim sendo, entendo ser necessário e urgente a introdução dos
cadastros positivos como forma do
cliente pontual pagar taxas de juros
diferenciadas dos maus pagadores.
É igualmente importante o Procon e o judiciário entenderem que
as administradoras de cartões de
crédito, financeiras, bancos e lojas
só darão taxas de juros menores se,
realmente, tiverem acesso a estes
cadastros e a não concordância com
a implantação dos mesmos não
beneficia ninguém e só penaliza a
maioria dos consumidores que são
clientes pontuais.
Outro ponto a ponderar é a
intenção do Banco Central de
implantar estes cadastros que é
positiva. Entretanto, entendo que
estes cadastros serão eficientes e
trarão resultados efetivos (menores taxas de juros aos consumido-
ACREFI - ASSOCIAÇÃO NACIONAL
DAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO,
FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO
Fundada em 1958
res) se forem efetuados por empresas independentes como a Serasa
SCI/Equifax, etc. Isto porque primeiro o valor de R$5.000,00 definido pelo Banco Central para sua
central de risco não vai atender a
maioria das transações de crédito
(pequenas operações). Segundo
porque só abrangerá as operações
do sistema financeiro deixando de
fora as operações com cartões de
crédito, lojas, fornecedores, etc...
(sendo que se for realizada por
empresas independentes as mesmas teriam todas estas informações). Na medida em que, no cadastro do Banco Central não conste
estes dados, o problema vai persistir (não figura no cadastro, não
tem crédito barato).
Não é por acaso que as operações de crédito chamadas de baixo
risco ou sem risco como o crédito
imobiliário (garantia do imóvel),
financiamento de veículos (garantia do veículo) ou o crédito consignado (com desconto em folha de
pagamento) têm hoje as menores
taxas de juros do mercado.
Assim sendo precisamos urgentemente autorizar a implementação
dos cadastros positivos como forma
de baratear o custo dos empréstimos no País
artigo
Balança comercial positiva,
mesmo com valorização do real
Flávio Roberto Guarnieri
TEREZA MARIA FERNANDEZ DIAS DA SILVA, SÓCIA DA MB ASSOCIADOS
A valorização do real em mais de
30% desde o ano de 2003 não impediu um resultado positivo na balança
comercial que tem surpreendido os
mais otimistas dos analistas. Com um
crescimento de 24% nas exportações
e de 18% nas import ações, o saldo
comercial se elevou até julho em US$
6,2 bilhões, equivalente a um crescimento de 34% no período. Do ponto
de vista setorial, os dados divulgados até junho nos permite algumas
observações. O maior crescimento se
deu nos bens intermediários, principalmente no complexo minero-metalurgico-siderurgico que evoluiu 47%,
pela elevação dos preços desses produtos no mercado internacional, além
do complexo de papel e celulose
(24%). Nos bens de consumo destaca-se o complexo automobilístico
com o saldo comercial se elevando
em 36%. O agribusiness evoluiu 9%.
As projeções para o final do ano, de
um superávit de US$ 41 bilhões confirma o excelente desempenho.
Nos últimos anos, o Brasil tem
ampliado de forma importante o número de países com quem tem se
relacionado, assim como o número
de produtos que tem oferecido. Hoje
o País é o primeiro exportador de
carne do mundo, tem uma participação importante no mercado mundial
de soja e açúcar, é um grande exportador mundial de minério de ferro e
também de aço, além dos automóveis e ônibus, para ficar em alguns
O agribusiness evoluiu 9%.
As projeções para o fim do
ano, de um superávit de
US$ 41 bilhões, confirma o
excelente desempenho
exemplos. Do ponto de vista de destinos ampliou suas exportações para
mercados antes não explorados como
Ásia e África, mantendo ainda a relevância dos Estados Unidos. A retomada do crescimento da Argentina
tem um papel importante no nosso
saldo comercial, desde 2004. Este ano
as nossas exportações estão crescendo 35% para aquele país.
Parte desse resultado se deve a
um processo de reestruturação produtiva pelo qual passaram alguns
setores da nossa economia. Temos
a agricultura mais competitiva do
mundo, possuímos matérias primas
importantes e exploradas com competência, a exemplo do minério de
ferro, o nosso aço também concorre
em condições de igualdade no mercado mundial. O complexo automobilístico não pode ser esquecido pois
temos plantas atualizadas e modernas. Contribui também para esse resultado, o incentivo tributário que
Gráfico 1
Evolução das Exportações Brasileiras (%)
Jan/Jun 2005 - Jan/Jun 2004
18,7%
17,4%
10,4%
10,7%
6,2%
1,5%
Básicos
Preço
Semimanufaturados
Quantum
18
Manufaturados
Fonte: Secex e Funcex
FINANCEIRO
s
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ajuste da moeda brasileira
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entre outros fatores, do
F i n a n ci a
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prazo está na dependência,
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crescimento no médio
di
en
A continuidade do
en
o industrial brasileiro possui para
exportar, uma economia local que
cresce de maneira muito lenta e concentrada em alguns setores, além de
um crescimento mundial importante, alavancado pelo desempenho da
Ásia, em especial da economia chinesa. Esse crescimento é o que tem
permitido o aumento dos preços dos
nossos produtos no mercado internacional como podemos observar no
gráfico I. Todos esses fatores somados justificam esse desempenho.
Não existem projeções desastrosas
no curto prazo, até porque as indicações do cenário internacional seguem
positivas. Contudo a preocupação no
médio prazo não é pequena. A falta de
novos investimentos produtivos no País
– inclusive na infraestrutura –, especialmente no setor de energia, decorrente
de incertezas, em parte, do valor do
Real, comprometem a continuidade
do crescimento das exportações. Estes
investimentos estão sendo direcionados para outros países (China, Índia,
Coréia do Sul) que serão nossos concorrentes quando estas unidades estiverem prontas. Ainda, alguns setores
exportadores já estão acusando as dificuldades da manutenção das exportações nesses patamares, já no próximo
ano, entre os quais destacamos o complexo automobilístico, o setor de calçados, o setor têxtil, entre outros.
A S S O C I A Ç Ã O N AC I O N A L
Outra conseqüência da diminuição de competitividade brasileira
está associada ao crescimento do
número de empresas que exportam,
principalmente aquelas que estavam se lançando no mercado, com
exportações de até US$ 20.000. O
gráfico 2 demonstra que desde 2003
algumas dessas empresas estão deixando de exportar.
As projeções para o ano de 2006
ainda são positivas. O superávit
esperado é de US$ 37 bilhões para
um crescimento interno de 3,5%
com acomodação de preços e quantidades mas sem considerar nenhuma perda importante de mercado.
Mas a continuidade do crescimento
no médio prazo está na dependência, entre outros fatores, do ajuste
da moeda brasileira
Sejam
bem-vindos!
A ACREFI DÁ AS BOAS-VINDAS AOS
SEUS NOVOS ASSOCIADOS:
(Por ordem da data de associação)
BPN Brasil Banco Múltiplo S.A.
R.Diogo Moreira, 132 - 4º andar
S.Paulo - SP - CEP 05423-010
Gráfico 2
Evolução do Número de empresas Exportadoras (%)
Banco General Motors S.A.
Av.Indianópolis, 3096- 3° andar
S.Paulo - SP - CEP 04062-003
Até US$ 20.000
De US$ 20.001 a US$ 10.000.000
Acima de US$ 10.000.001
Total
34,6
32,0
26,9
22,3
16,6
16,4
9,0
15,5
3,7
14,3
23,9
21,1
16,8
11,6
9,9
4,4 4,7
3,2
4,5
-0,5
-4,5
-6,2
-10,1
2000
ACREFI
2001
2002
2003
2004
19
2005 Jan-Jun
Banco J. Safra S.A.
Av.Paulista, 2150
S.Paulo - SP - CEP 01310-300
estratégia
Desafios e oportunidades
do mercado bancário chinês
O desafio cultural
O primeiro desafio é cultural.
Língua, negociação, motivação, hábitos, atendimento, religião, liderança,
expectativas, gestos, coleguismo,
nacionalismo, alimentação, produtividade, lealdade, namoro, compliance,
responsabilidade. A cultura chinesa é
diferente da ocidental e muito forte.
Por isto, a recomendação mais
comum é associar-se com parceiros
locais, que não só conheçam a cultura e a burocracia local como saibam
fazer negócios lucrativos por lá.
Não pense que é um mercado
fácil. A má notícia é que a McKinsey*
constatou, por meio de pesquisa
com 844 lares chineses, que 78% do
público prefere usar bancos locais. A
boa notícia é que tamanha rejeição
ao estrangeiro favorece uma administração brasileira.
Um dos motivos é a flexibilidade
e a facilidade de relacionamento que
caracterizam os brasileiros nas relações
internacionais. O quadro ao lado mostra os primeiros cinco fatores de seleção bancária que os chineses apontaram na mesma pesquisa. Deles, quatro
são relacionados à flexibilidade e qualidade do atendimento. Justamente a
nossa especialidade!
Um segundo motivo é o forte
nacionalismo chinês, motivado por
uma história recente de humilhantes
e dolorosas ocupações por potências
estrangeiras. Novamente, o Brasil sai
na frente, pois não só tem a ficha
limpa, como sabe ser simpático como
poucos. O segredo é associar-se a
uma instituição local, com o objetivo
manifesto de ajudá-la a ter melhor
desempenho, enfatizar a marca dela,
manter as operações no balanço dela,
entretanto fazer todo o serviço real. É
tudo uma questão de manter a face.
A restrição de capital
Uma limitação sempre presente
em empreendimentos no exterior é
a do capital escasso e caro. Um mercado como chinês exige capacidade
de investimento considerável.
Os brasileiros têm uma competência específica na gestão de riscos, testada em condições limites impensáveis para a maioria dos bancos ocidentais. Os chineses, que só recentemente
evoluíram de uma economia socialista centralizada, ainda estão desenvolvendo estas técnicas. Apesar disto,
o desafio do crédito é importante e
exige a alocação de capital extra.
O mercado é dominado por quatro bancos estatais, cada um com mais
de 20 mil agências. Uma capilaridade
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Flávio Roberto Guarnieri
O enorme mercado chinês estará
se abrindo em 2007 aos bancos estrangeiros que tiverem tanto a coragem
como a habilidade. O prêmio é uma
participação no mercado que mais
promete nas próximas décadas. O
desafio é vencer duas importantes
barreiras de entrada.
ROY MARTELANC É PROFESSOR DE FINANÇAS DA FEA/USP, DIRETOR DE
OPERAÇÕES DA FIA E COORDENADOR DO MBA BANKING DA FIA
Importância
Fatores que levam a recomendar o banco a outros
1
Meus amigos e colegas o recomendam
2
Os funcionários páram para me atender
3
O banco está ao meu lado se eu tiver um problema
4
O atendimento aos clientes é flexível
5
As filas são razoáveis
à altura exige um elevado número
de pontos de atendimento, possivelmente por meio de correspondentes e outros parceiros locais. A forte
concentração econômica, com três
quartos dos consumidores afluentes
em Beijing e grandes cidades costeiras, alivia a dispersão da rede.
Mesmo assim, o investimento físico
pode ser elevado.
Uma participação em um mercado de varejo deste porte, com
lucros crescentes pode valer o investimento e o risco. Dentro de alguns
anos, essa subsidiária pode vir a
se tornar uma importante fonte de
lucros e de estabilidade para o banco
de origem no Brasil.
O interessante é que tudo isto
pode ser conseguido até por um
banco ou financeira pequena, que
atue em associação com um grupo
local e um investidor estrangeiro.
Associando-se à marca ao capital destes parceiros, o Brasil pode exportar
o componente de maior valor agregado que há: a competência para
obter resultados em um ambiente
difícil e em constante transformação. Afinal de contas, isto sim sabemos fazer bem por aqui
*
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parte gratuita, é recomendada a todos que
tenham interesse por estratégia bancária ou
empresarial.
Palestra
Compliance
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Edison Manzano
Diretor Executivo Corporate Compliance Brasil
América Latina do Banco ABN Amro Real S.A.
19 de setembro de 2005 às 8:30, com café da manhã
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RINO
Apoio
economia
Os fundamentos das
políticas monetária
e fiscal do Brasil
A macroeconomia não foi
politizada, no sentido de
variar com o dia-a-dia dos
embates no Congresso
venda de títulos públicos, ou retiradas pesadas dos fundos de renda
fixa. Igualmente, a tendência da inflação é de queda, conforme se vê no
gráfico 3. Nenhuma alta especulativa
de preços está ocorrendo.
A questão que se coloca é, portanto, se esta crise política pode vir
a influenciar a economia bem mais
do que tem ocorrido até o momento. E a resposta parece ser não, pelo
menos a curto e a médio prazos.
Atualmente, no Brasil, a máquina
administrativa da macroeconomia é relativamente independente das questões
políticas. Estas questões influenciam sim
a alocação microeconômica dos recursos
do governo, isto é, entre um gasto ou
outro de um ministério aqui ou acolá,
um investimento ou suas alternativas, e
assim por diante. Mas a política pouco
influencia na fixação dos grandes agregados macroeconômicos, tais como o
total dos gastos públicos, o total da
arrecadação fiscal, o comportamento da
política monetária etc. A macroeconomia não foi politizada, no sentido de
variar com o dia-a-dia dos embates no
Congresso o entre as políticas em geral.
E o próprio Congresso vetou medidas
populistas, como o enorme aumento do
salário mínimo aprovado no Senado.
Gráfico 1
Taxa de câmbio comercial R$/US$
3,4
3,2
3,0
2,8
2,6
2,4
valorização cambial do real em 2005 = 11,8%
2,2
Fonte: BCB
22
2/9
/ 04
2 /1
0/0
4
2 /1
1/ 0
4
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2/ 0
4
2 /1
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2/2
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/ 04
2/3
2/2
/ 04
2,0
2 /1
Divulgação
A crise política brasileira recente,
que aparentemente está longe do término, pode ultrapassar o seu âmbito
estrito de crime eleitoral e de compra
de apoio político ao governo no Congresso, e atingir figuras importantes
da área econômica, como o ministro
da Fazenda Palocci e o presidente do
Banco Central Meirelles.
Enquanto a crise ficou internamente
contida na área política, a economia
parecia estar blindada, não havendo
nenhum movimento de grande volatilidade nos mercados mais sensíveis,
isto é, aqueles cuja rápida reação
costuma ser a conseqüência imediata
das instabilidades e incertezas geradas
pelas crises. Como se pode verificar no
gráfico 1 abaixo, no mercado de câmbio a taxa R$/US$ continuou relativamente estável durante os meses recentes. Na realidade, houve certa tendência de baixa, a cotação não apresentando nenhum aumento espetacular
devido à compra especulativa dos
que desejam se garantir mandando
dinheiro para o exterior.
De modo similar, o gráfico 2 mostra que o Ibovespa apresentou certa
queda desde fevereiro de 2005, antes
mesmo do início da crise atual, e
até se recuperou um pouco recentemente, refletindo os bons resultados esperados para as empresas brasileiras em 2005. Não houve queda
espetacular devido à venda maciça de
ações. E também não está ocorrendo
ANTONIO CARLOS PÔRTO GONÇALVES, PHD EM ECONOMIA PELA UNIVERSIDADE
DE CHICAGO E DIRETOR EXECUTIVO DE CURSOS CORPORATIVOS DO IDE/FGV
FINANCEIRO
Gráfico 2
Ibovespa - fechamento diário
O governo Lula tem pecado
pelas dificuldades em
estabelecer uma política
alocativa coerente e estável
30000
25000
alta em 2005 = 3,4%
20000
Fonte: Bovespa
/ 04
2 /1
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4
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4
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2/4
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2/3
2 /1
2/2
/ 04
15000
Gráfico 3
IPCA
1
0,87
0,86
Variação no ano = 3,42%
Variação 12 meses = 6,57%
0,8
0,58
% a.m.
0,6
0,59
0,61
0,49
0,4
0,25
0,2
0
-0,02
-0,2
dez/04
jan/05
fev/05
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
Fonte: IBGE
Num sentido muito concreto, o
Banco Central, a Receita Federal e o
Ministério da Fazenda conduzem a
política monetária e fiscal do País de
modo independente dos giros e instabilidades da luta em Brasília. E o
fazem através de um quadro técnico
que também é independente dos indivíduos que chefiam no momento: o
ministro da Fazenda e o presidente
do Banco Central do Brasil. Há na
Fazenda e no Bacen quadros técnicos
que conduzem a política macroeconômica de modo isento, com o objetivo
claro de estabilizar a economia do País.
Assim sendo, os fundamentos macroeconômicos – tais como o alto
superávit em conta corrente (US$13,4
bilhões nos últimos 12 meses), a baixa
inflação (5,76% medidos pelo IPC da
FGV nos últimos 12 meses), o superávit
primário do setor público (5,1% do PIB
nos últimos 12 meses), a redução da
relação dívida interna/PIB de 54,2%
para 50,9% entre junho de 2004 e
junho de 2005 – não sofrerão qualquer mudança substancial.
Mas a longo prazo, os aspectos
microeconômicos alocativos da economia são muito importantes, pois
influenciam os investimentos em infraestrutura – eletricidade, água, estradas etc. O governo Lula, desde o início, tem pecado pelas dificuldades em
estabelecer uma política alocativa coerente e estável, a qual depende da
ação concentrada de vários ministérios
– e o que se viu até agora foi o ministro
da Agricultura em conflito com o da
Reforma Agrária, o de Minas e Energia
com o do Meio Ambiente, as agências
reguladoras com papel indefinido etc.
A tendência nesta área não parece ser
de melhora. E este é o ônus econômico da crise política
artigo
Crédito imediato com
financiamento seguro
Luiz Carlos Casagrande
Algumas financeiras utilizam o jargão “Dinheiro na hora” para informarem às pessoas que, indo até lá,
terão o crédito de que necessitam em
pouquíssimo tempo. Isto, se estiverem
dentro dos parâmetros definidos.
Costuma-se dizer, no entanto,
tratar-se de propaganda enganosa e
nociva à população, já que os juros
cobrados por tais empresas – na modalidade crédito pessoal – são exageradamente elevados em comparação com os patamares praticados
por outras instituições concedentes
de crédito.
É necessário então que alguns
fatos venham à baila para que as muitas “meias verdades” sobre o assunto
sejam definitivamente esclarecidas.
Para início de conversa, é estritamente necessário responder a uma
importante pergunta: Que instituição empresta dinheiro para todo
e qualquer cidadão, independentemente de relacionamento anterior?
Resposta: Só as financeiras.
Para pegar empréstimo em uma
financeira é preciso somente identidade, CPF, comprovante de renda e
de residência. Se a pessoa estiver dentro dos parâmetros de crédito, em 20
minutos, no máximo, a linha é aprovada. E é importante destacar que
não é preciso ter qualquer história de
crédito com a financeira em que se
está pleiteando o empréstimo e, nem
mesmo, com nenhuma outra.
É prática comum em qualquer
transação financeira, nacional ou
JOSÉ ARTHUR ASSUNÇÃO, VICE-PRESIDENTE DA ACREFI
E DIRETOR DA ASB FINANCEIRA
internacional, que quanto maior o
risco embutido, mais caro o crédito.
As empresas que concedem empréstimo a um pequeno e seleto grupo de
clientes, pouco ou nada sofrem com a
inadimplência, o mesmo não se pode
dizer das financeiras, observando-se
atentamento os argumentos expostos nos dois parágrafos anteriores.
Então, como comparar taxas? Como
afirmar que as financeiras cobram
juros abusivos?
O perfil do cliente de uma financeira é de um cidadão que não tem
relacionamento com bancos ou qualquer outra instituição. É um nicho
de mercado totalmente diferenciado
dos demais, com um público-alvo
específico.
Financeira não é agiota. O agiota
empresta dinheiro, oferecendo falsas
vantagens ao cliente, que por precisar
tanto não se dá conta do mau negócio
que está por concretizar. Geralmente,
a dívida se torna impagável.
E como escapar de uma dessas?
Basta ter cautela e seguir algumas
regras básicas, tais como procurar uma
instituição financeira séria, de credibilidade e solidez no mercado e jamais
entregar documentos e cheques a pessoas estranhas.
A certeza de fechar um bom negócio, ou seja, pegar um empréstimo
seguro, aprovado segundo normas
determinadas pelo Banco Central, somente é possível se o cliente procurar
uma financeira credenciada.
O que para nós parece funda-
24
mental, para o cliente é a segurança
do crédito. O histórico do brasileiro
mostra sua preocupação em manter
em dia seus carnês e contas, reafirmando ser ele um bom pagador.
Por vezes, não efetua o pagamento
de suas dívidas motivado por situações que independem de sua vontade, como, por exemplo, a perda do
emprego e problemas de saúde.
Segundo pesquisas, quando alguém
precisa de dinheiro, primeiro recorre
a um parente próximo, depois a um
amigo. Não conseguindo, aí então
busca um financiamento. O problema
é que, nessa hora, a pessoa se sente tão
constrangida que não fica à vontade
para entrar em uma financeira legalizada, dando preferência aos agiotas,
por questão de sigilo.
Isso é pura falta de informação.
Com toda certeza, estará muito mais
resguardada se for a uma financeira.
É importante ressaltar que o atendente é treinado para agir com presteza e tirar todas as dúvidas, deixando
o cliente muito mais seguro.
Quem precisa de dinheiro emprestado, deve procurar uma instituição
credenciada pelo BC. Não deve se
deixar levar pelo excesso de facilidades. Antes de fechar qualquer tipo
de negócio, deve consultar os órgãos
reguladores do setor, comparar as
taxas cobradas para não pagar juros
abusivos e visitar os sites das empresas na internet. Pesquisar é a melhor
forma de se precaver contra problemas futuros
FINANCEIRO
análise setorial
Divulgação
Divulgação
Destino da política monetária
PROF. DR. ALBERTO BORGES MATIAS, PRESIDENTE DO INEPAD - INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO
ACREFI
25
Rogério Reis/Pulsar Imagens
N
a reunião de agosto, novamente o Comitê de PolíEm julho, o acumulado em 12 meses registrou inflação de
tica Monetária (Copom) manteve a taxa básica de
6,56%. As previsões do Boletim Focus apontam para uma
juros, Selic, no patamar de 19,75%. Já foi bastante
inflação no ano de 2005 deste indicador de 5,40%.
divulgado que a taxa de juros reais do Brasil é a mais alta
Com a inflação em queda, indo em direção à meta
do mundo, mas podemos buscar uma análise do rumo da
estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, nem
política monetária para os próximos meses.
mesmo a maior ortodoxia deveria manter a taxa Selic no
Segundo o estudo da GRC Visão do mês de julho, a
patamar atual. A tendência é que a taxa comece a cair
taxa real do Brasil futura está em 14,16% a.a. O segundo
a partir do mês de setembro. Utilizando-se novamente
colocado é a China, com taxa de juros reais 5,96% a.a.,
da pesquisa Focus do BC podemos ver a tendência até o
ou seja, a taxa do Brasil é 2,4 vezes maior. A média dos
final do ano da taxa Selic na tabela abaixo:
países emergentes foi de 2,33%, ou seja, 6 vezes inferior
a do Brasil. A média geral foi de 1,37% a.a.. Não é possíTaxa Selic set/05
out/05
nov/05
dez/05
vel que todo mundo esteja errado na política monetária
% a.a.
19,25% 18,75%
18,25%
18,00%
e somente o Brasil certo.
Nos últimos meses já nos deparamos com taxas de inflação baixa e até mesmo deflação em alguns indicadoSe as previsões se concretizarem poderemos ver uma
res. O IGP-M da FGV registrou três meses seguidos de
pequena retomada da economia e um novo impulso no
deflação, 0,22%, 0,44% e 0,34% para os meses de maio,
mercado de crédito, que cresce ultimamente, devido prinjunho e julho, respectivamente. No acumulado dos últicipalmente ao crédito a pessoa física, mas que poderá
mos 12 meses, fica clara uma tendência negativa deste
crescer de maneira mais acelerada, com o menor custo
indicador. O ano de 2004 registrou
advindo da queda da taxa Selic.
inflação de 11,4% para o IGP-M. Em
Outro ponto a ser destacado, mas
abril, já se percebia a tendência de
este a médio e longo prazo, é uma
O controle do déficit nominal possível mudança do foco da política
queda, sendo que o acumulado era
zero exige redução da taxa
de 9,3%. No mês de julho, o acumueconômica do governo. A busca pelo
lado dos últimos 12 meses está na
resultado nominal zero fará com que
básica e aprovação de leis
casa de 5,4%. A previsão do Boletim
no mínimo diminuam-se os holofotes
que desonere os gastos
Focus indica para o final do ano inflada taxa Selic e divida-se com os resulpúblicos
ção de 2,96%.
tados da política fiscal.
A forte queda da inflação do
A grande pergunta é: mesmo que
IGP-M foi influenciada em boa parte
bem idealizado, o programa do déficit
pela valorização do real frente ao dólar, no ano valonominal zero irá ocorrer?
rização de 12,7% até julho. Com a crise política atual,
Com a atual crise política, e sendo 2006 ano eleitoral,
a instabilidade pode repercutir no câmbio, trazendo
quando tradicionalmente a política econômica leva a
novamente o indicador para um patamar mais alto.
maiores gastos por parte do governo, não deveremos
O IPCA do IBGE, indicador oficial do governo no sisencontrar resultados bastante significativos. Para o contema de metas de inflação, apresenta menor influência do
trole do déficit nominal zero seria necessário redução da
câmbio. Sendo assim, apresentou redução inferior em relataxa básica e aprovação no congresso (desgastado com a
ção ao IGP-M. Em junho, o indicador apresentou deflação,
crise) de leis que desonere os gastos públicos
a única do ano, de 0,02%. Já em julho voltou a apresentar
inflação de 0,25%. No acumulado 12 meses, percebe-se
Colaborou o Analista Gustavo Pedreira.
uma tendência de queda, mas ainda esta longe da meta.
tendência
Plataformas de decisão de
crédito para aprovação
automatizada de cartões
Divulgação
Os cartões private label recentemente superaram o mercado de
cartões bandeirados, e continuam
apresentando grande potencial de
crescimento. Porém a gestão eficaz
do risco de crédito ganha importância substancial, principalmente
em função da aprovação maciça de
cartões, inclusive para consumidores com alta volatilidade de risco e,
muitas vezes, pouca experiência em
crédito. Outro motivo que requer
atenção é a tendência de migração
da inadimplência do cheque para
esse novo meio de pagamento.
Dado o grande potencial de
mercado, observa-se que as administradoras buscam atingir excelência na gestão do risco e, ao
mesmo tempo, imprimir o máximo
de velocidade ao processo de aprovação do cartão, com o objetivo
de conquistar rapidamente maiores fatias de mercado e obter maiores índices de ativação.
Para contribuir com efi cácia na
implementação dessas estratégias
o mercado tem utilizado sistemas
automáticos que possibilitam conjugar velocidade de aprovação à análise completa do risco de crédito.
São soluções do tipo plataformas
de decisão que permitem a aprovação automática de propostas de cartão de forma ágil e segura, baseada
em políticas de crédito previamente
definidas pela administradora.
As políticas de crédito contempladas podem ser facilmente customi-
RICARDO LOUREIRO, DIRETOR DE PRODUTOS DA SERASA E RESPONSÁVEL
PELO DESENVOLVIMENTO E GESTÃO DE PRODUTOS DESTINADOS AO
MERCADO CONSUMER
Sistemas automáticos
possibilitam conjugar
velocidade de
aprovação à análise
completa de risco
zadas pela administradora e considerar um conjunto completo de informações sobre pessoas físicas, como
dados cadastrais, scorings e eventuais
pendências financeiras existentes.
Os scores de mercado são desenvolvidos especificamente para a carteira da administradora e o ponto
de corte é estabelecido mediante
análises de lucratividade. A experiência das principais administradoras do País demonstra que seus
modelos apresentam grande poder
preditivo e alta capacidade de distinção de risco de crédito.
Limites
Cada consumidor possui um histórico e um risco de crédito diferente. Capturar de forma precisa
esse risco é possível com a utilização de um scores de mercado aliado
ao scoring interno da instituição,
pois permite obter uma visão completa do risco do proponente, dentro e fora da instituição. Os bureaux de informação agregam real
valor aos processos de avaliação
26
de risco, contribuindo significativamente com o incremento dos resultados financeiros do cartão.
As plataformas de decisão possuem também módulos de cálculo
de limite de crédito por meio do
qual o emissor pode ajustar limites
para seus portadores em função de
um algoritmo que considera a renda
discricionária e o risco de crédito do
cliente apontado pelo scores.
Prevenção de Fraudes
Outro ponto relevante a considerar é a capacidade de prevenir
fraudes de subscrição (falsidade
ideológica). A comparação entre os
dados fornecidos por um novo proponente com as informações disponíveis sobre esse mesmo consumidor nas bases de dados dos bureaux de informação permite detectar
eventuais inconsistências cadastrais
e /ou comportamentais relevantes
em endereços, telefones, registros
de consulta, grafias, datas de nascimento, até a checagem se o CPF
pertence à base de óbitos.
Estas plataformas de decisão
proporcionam aos clientes benefícios tangíveis, por meio da redução
da inadimplência, de maior velocidade na emissão de cartões e da
minimização de custos operacionais. Além disso, a padronização de
políticas e a facilidade de alterálas a qualquer momento configuram flexibilidade singular às plataformas de decisão
FINANCEIRO
banco de dados por INEPAD
TAXAS MÉDIAS
GERAL
DATA
Aplicações % a.a.
Var. p.p.
Captações % a.a.
Var. p.p.
Spread % p.p.
Var. p.p.
jul/04
ago/04
set/04
out/04
nov/04
dez/04
jan/05
fev/05
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
43,9
43,9
45,1
45,6
45,7
45,0
46,8
47,5
47,8
48,4
49,4
49,0
48,8
-0,1
0
1,2
0,5
0,1
-0,7
1,8
0,7
0,3
0,6
1,0
-0,4
-0,2
16,7
16,4
17,4
17,5
17,9
17,8
18,3
18,8
19,0
19,4
19,4
19,2
19,0
-0,3
-0,3
1,0
0,1
0,4
-0,1
0,5
0,5
0,2
0,4
0,0
-0,2
-0,2
27,2
27,5
27,7
28,1
27,8
27,2
28,5
28,7
28,8
29,0
30,0
29,8
29,8
0,2
0,3
0,2
0,4
-0,3
-0,6
1,3
0,2
0,1
0,2
1,0
-0,2
0,0
Variação jul-jul
4,9
2,3
2,6
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
PESSOA FÍSICA
DATA
Aplicações % a.a.
Var. p.p.
Captações % a.a.
Var. p.p.
Spread % p.p.
Var. p.p.
jul/04
ago/04
set/04
out/04
nov/04
dez/04
jan/05
fev/05
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
62
63,1
63,2
63,2
63,4
61,5
63,4
64,0
64,0
64,5
65,7
64,7
64,5
-0,4
1,1
0,1
0,0
0,2
-1,9
1,9
0,6
0,0
0,5
1,2
-1,0
-0,2
16,7
17,4
17,5
17,3
17,8
17,6
18,2
18,6
18,7
19,1
18,9
18,4
18,2
-0,7
0,7
0,1
-0,2
0,5
-0,2
0,6
0,4
0,1
0,4
-0,2
-0,5
-0,2
45,3
45,7
45,7
45,9
45,6
43,9
45,2
45,4
45,3
45,4
46,8
46,3
46,3
0,3
0,4
0,0
0,2
-0,3
-1,7
1,3
0,2
-0,1
0,1
1,4
-0,5
0,0
Variação jul-jul
2,5
1,5
1,0
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
PESSOA JURÍDICA
DATA
Aplicações % a.a.
Var. p.p.
Captações % a.a.
Var. p.p.
Spread % p.p.
Var. p.p.
jul/04
ago/04
set/04
out/04
nov/04
dez/04
jan/05
fev/05
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
29,7
28,8
30,4
31,1
30,9
31,0
32,2
32,4
32,9
33,3
33,7
33,4
33,0
0
-0,9
1,6
0,7
-0,2
0,1
1,2
0,2
0,5
0,4
0,4
-0,3
-0,4
16,6
15,7
17,3
17,6
18,0
18,0
18,3
18,9
19,2
19,6
19,9
19,8
19,6
-0,1
-0,9
1,6
0,3
0,4
0,0
0,3
0,6
0,3
0,4
0,3
-0,1
-0,2
13,1
13,1
13,1
13,5
12,9
13,0
13,9
13,5
13,7
13,7
13,8
13,6
13,4
0,1
0,0
0,0
0,4
-0,6
0,1
0,9
-0,4
0,2
0,0
0,1
-0,2
-0,2
Variação jul-jul
3,3
3,0
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
ACREFI
27
0,3
banco de dados por INEPAD
JUROS E SPREAD BANCÁRIO
CRÉDITO PESSOA FÍSICA
CRÉDITO PESSOAL
Taxa Juros
Volume
50,0
47,5
45,0
42,5
40,0
37,5
35,0
32,5
30,0
27,5
25,0
22,5
20,0
17,5
15,0
78,00
60.000
77,00
55.000
76,00
50.000
SPREAD
75,00
74,00
45.000
73,00
40.000
72,00
Aplicações
71,00
30.000
jul/05
jun/05
mai/05
abr/05
mar/05
fev/05
jan/05
dez/04
nov/04
out/04
set/04
ago/04
jul/04
35.000
70,00
jul ago set out nov dez jan fev mar abr mai jun
04 04 04 04 04 04 05 05 05 05 05 05
Captações
jul
05
Taxa de Juros
Volume
VOLUME DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO - PESSOA FÍSICA - PREFIXADOS (R$ milhões)
MÊS / ANO
CHEQUE
ESPECIAL
VARIAÇÃO
EM %
CRÉDITO
PESSOAL
VARIAÇÃO
EM %
FINANCIAMENTO
IMOBILIÁRIO
VARIAÇÃO
EM %
CARTÃO DE
CRÉDITO
VARIAÇÃO
EM %
jul/04
ago/04
set/04
out/04
nov/04
dez/04
jan/05
fev/05
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
10 239
10 655
10 925
10 726
10 963
9 800
10 567
11 071
11 502
11 550
12 044
11 790
11 639
-1,76%
4,06%
2,53%
-1,83%
2,21%
-10,61%
7,82%
4,77%
3,89%
0,42%
4,28%
-2,11%
-1,28%
37 677
38 712
39 888
41 353
42 439
43 423
44 781
47 218
49 965
52 333
54 345
55 426
57 302
2,62%
2,75%
3,04%
3,67%
2,62%
2,32%
3,13%
5,44%
5,82%
4,74%
3,84%
1,99%
3,39%
1 071
1 070
1 078
1 036
1 071
1 080
1 076
1 072
1 057
1 047
1 053
1 049
1 035
-0,32%
-0,16%
0,80%
-3,95%
3,42%
0,86%
-0,36%
-0,42%
-1,38%
-0,97%
0,59%
-0,42%
-1,27%
7 168
7 554
7 590
7 591
8 666
8 207
8 711
9 440
9 231
9 942
10 051
10 196
10 140
-0,40%
5,37%
0,48%
0,02%
14,16%
-5,29%
6,14%
8,36%
-2,21%
7,70%
1,10%
1,44%
-0,55%
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
VOLUME DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO - PESSOA FÍSICA - Prefixados/continuação (R$ milhões)
AQUISIÇÃO
MÊS / ANO
jul/04
ago/04
set/04
out/04
nov/04
dez/04
jan/05
fev/05
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
VEÍCULOS
VARIAÇÃO
EM %
OUTROS
VARIAÇÃO
EM %
TOTAL
VARIAÇÃO
EM %
OUTROS
VARIAÇÃO
EM %
TOTAL
VARIAÇÃO
EM %
34 126
34 740
35 383
35 573
36 754
38 065
38 855
39 340
40 221
40 958
41 795
42 723
43 729
1,59%
1,80%
1,85%
0,54%
3,32%
3,57%
2,07%
1,25%
2,24%
1,83%
2,04%
2,22%
2,36%
5 750
5 925
6 179
6 639
6 840
7 225
7 375
7 313
7 394
7 578
7 992
8 351
8 827
2,68%
3,05%
4,29%
7,45%
3,02%
5,62%
2,08%
-0,83%
1,10%
2,48%
5,47%
4,50%
5,70%
39 876
40 665
41 562
42 212
43 594
45 290
46 230
46 653
47 615
48 535
49 787
51 074
52 557
1,75%
1,98%
2,20%
1,57%
3,27%
3,89%
2,08%
0,92%
2,06%
1,93%
2,58%
2,59%
2,90%
5 331
5 400
5 495
5 559
5 625
5 471
5 621
5 834
6 177
6 437
6 889
7 097
6 732
-1,01%
1,31%
1,76%
1,17%
1,18%
-2,74%
2,74%
3,78%
5,88%
4,21%
7,02%
3,02%
-5,14%
101 362
104 057
106 539
108 478
112 358
113 272
116 987
121 288
125 547
129 844
134 169
136 632
139 405
1,38%
2,66%
2,39%
1,82%
3,58%
0,81%
3,28%
3,68%
3,51%
3,42%
3,33%
1,84%
2,03%
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
28
FINANCEIRO
VOLUME DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO - CRÉDITO CONSIGNADO (R$)
MÊS / ANO
jul/04
ago/04
set/04
out/04
nov/04
dez/04
jan/05
fev/05
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
Var. jul-jul
CRÉDITO
PESSOAL
37.677
38.712
39.888
41.353
42.439
43.423
44.781
47.218
49.965
52.333
54.345
55.426
57.302
52,09%
CRÉDITO
PESSOAL % Amostra
AMOSTRA*
30.202
30.985
31.925
33.178
33.881
34.721
35.522
36.921
39.126
41.470
43.009
44.527
45.938
52,10%
80,2%
80,0%
80,0%
80,2%
79,8%
80,0%
79,3%
78,2%
78,3%
79,2%
79,1%
80,3%
80,2%
CONSIGNADO
Públicos
Privados
% Consignado**
Total
8.072
1.316
9.388
8.406
1.463
9.869
8.913
1.591
10.504
9.581
1.704
11.286
10.078
1.805
11.882
10.742
1.869
12.611
11.080
1.969
13.049
11.953
2.065
14.018
13.489
2.056
15.545
14.444
2.173
16.617
15.566
2.320
17.886
16.339
2.451
18.789
17.099
2.584
19.683
111,82% 96,36% 109,66%
31,1%
31,8%
32,9%
34,0%
35,1%
36,3%
36,7%
38,0%
39,7%
40,1%
41,6%
42,2%
42,8%
CONSIGNADO
TOTAL
Estimativa INEPAD
Consignado
Pessoal
Diferença***
11.712
12.330
13.123
14.067
14.884
15.771
16.451
17.927
19.851
20.970
22.600
23.388
24.552
38,3%
38,5%
39,0%
39,2%
38,5%
39,2%
38,9%
37,4%
38,1%
37,8%
36,9%
36,8%
36,8%
71,7%
73,8%
73,9%
73,8%
73,8%
70,8%
74,5%
75,3%
74,4%
75,0%
77,2%
76,2%
76,6%
33,4%
35,3%
34,9%
34,6%
35,3%
31,6%
35,6%
37,8%
36,3%
37,2%
40,3%
39,4%
39,8%
Taxa de Juros %aa
FONTE: INEPAD / BC * Pesquisa com treze das maiores instituições que operam com crédito pessoal. ** Total consignado sobre o total de crédito pessoal da amostra *** Taxa Crédito Pessoal de Mercado - Taxa de Consignado.
INADIMPLÊNCIA - OPERAÇÕES PREFIXADAS
CRÉDITO PESSOAL (R$ mil)
Mês/Ano
Saldo
sem atraso
Com atraso
de 15 a 30 dias
% sobre
Saldo da
Carteira
Com atraso
de 31 a 90 dias
% sobre
Saldo da
Carteira
Com atraso
maior que
90 dias
% sobre
Saldo da
Carteira
Saldo total
CarteiraBrasil
Variação
em %
jul/04
ago/04
set/04
out/04
nov/04
dez/04
jan/05
fev/05
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
32.846.771
33.605.016
34.395.189
36.330.048
36.429.717
38.174.691
39.269.395
41.398.232
43.853.143
45.958.211
47.958.159
49.107.813
50.984.157
979.871
1.269.799
1.603.160
1.071.229
1.854.350
910.690
1.081.995
1.113.012
1.263.104
1.224.836
1.364.220
1.260.105
1.177.419
2,60%
3,28%
4,02%
2,59%
4,37%
2,10%
2,42%
2,36%
2,53%
2,34%
2,51%
2,27%
2,05%
1.014.235
1.048.360
1.123.560
1.150.369
1.347.591
1.241.283
1.220.396
1.349.410
1.427.796
1.421.446
1.432.355
1.494.652
1.507.802
2,69%
2,71%
2,82%
2,78%
3,18%
2,86%
2,73%
2,86%
2,86%
2,72%
2,64%
2,70%
2,63%
2.337.093
2.333.029
2.358.439
2.444.849
2.478.395
2.490.724
2.597.523
2.649.416
2.800.103
3.078.013
2.951.453
3.013.742
3.133.893
6,20%
6,03%
5,91%
5,91%
5,84%
5,74%
5,80%
5,61%
5,60%
5,88%
5,43%
5,44%
5,47%
37.676.568
38.712.343
39.888.408
41.353.350
42.438.810
43.422.690
44.781.159
47.218.466
49.965.156
52.332.903
54.344.976
55.426.011
57.302.201
2,62%
2,75%
3,04%
3,67%
2,62%
2,32%
3,13%
5,44%
5,82%
4,74%
3,84%
1,99%
3,39%
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
AQUISIÇÃO DE BENS - VEÍCULOS (R$ mil)
Mês/Ano
jul/04
ago/04
set/04
out/04
nov/04
dez/04
jan/05
fev/05
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
Saldo
Com atraso
sem atraso
de 15 a 30 dias
30.927.564
31.647.980
32.105.124
32.340.462
33.650.225
35.183.751
35.794.379
36.219.687
36.869.843
37.642.112
38.206.540
39.234.937
40.092.446
1.199.259
1.197.763
1.266.622
1.217.895
1.177.013
1.123.870
1.243.330
1.183.837
1.386.782
1.275.989
1.458.922
1.359.409
1.450.049
% sobre
Saldo da
Carteira
Com atraso
de 31 a 90 dias
% sobre
Saldo da
Carteira
Com atraso
maior que
90 dias
% sobre
Saldo da
Carteira
Saldo total
CarteiraBrasil
Variação
em %
3,51%
3,45%
3,58%
3,42%
3,20%
2,95%
3,20%
3,01%
3,45%
3,12%
3,49%
3,18%
3,32%
1.039.556
1.007.462
1.136.700
1.089.188
1.100.391
954.090
1.025.747
1.156.706
1.205.748
1.278.733
1.384.923
1.391.475
1.406.063
3,05%
2,90%
3,21%
3,06%
2,99%
2,51%
2,64%
2,94%
3,00%
3,12%
3,31%
3,26%
3,22%
960.569
883.791
871.118
922.225
823.190
800.832
788.925
776.871
756.356
758.170
741.774
733.856
777.854
2,81%
2,54%
2,46%
2,59%
2,24%
2,10%
2,03%
1,97%
1,88%
1,85%
1,77%
1,72%
1,78%
34.125.996
34.740.423
35.382.584
35.572.761
36.753.547
38.065.281
38.855.103
39.339.842
40.221.467
40.957.737
41.795.094
42.722.706
43.729.374
1,59%
1,80%
1,85%
0,54%
3,32%
3,57%
2,07%
1,25%
2,24%
1,83%
2,04%
2,22%
2,36%
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
ACREFI
29
banco de dados por INEPAD
INADIMPLÊNCIA - OPERAÇÕES PREFIXADAS
AQUISIÇÃO DE BENS - OUTROS (R$ mil)
Mê s/Ano
Saldo
sem atraso
Com atraso
de 15 a 30 dias
% sobre
Saldo da
Carteira
Com atraso
de 31 a 90 dias
% sobre
Saldo da
Carteira
Com atraso
maior que
90 dias
% sobre
Saldo da
Carteira
Saldo total
CarteiraBrasil
Variação
em %
jul/04
ago/04
set/04
out/04
nov/04
dez/04
jan/05
fev/05
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
4.707.381
4.877.281
5.036.740
5.472.671
5.650.757
6.105.428
6.147.604
5.990.515
5.948.868
6.107.852
6.445.620
6.790.933
7.206.021
232.066
235.179
263.115
263.448
266.926
247.018
323.728
325.200
364.990
357.857
375.047
359.584
372.345
4,04%
3,97%
4,26%
3,97%
3,90%
3,42%
4,39%
4,45%
4,94%
4,72%
4,69%
4,31%
4,22%
237.290
234.775
261.585
272.977
287.900
246.571
275.200
354.267
417.733
418.795
414.913
416.052
410.164
4,13%
3,96%
4,23%
4,11%
4,21%
3,41%
3,73%
4,84%
5,65%
5,53%
5,19%
4,98%
4,65%
563.322
568.248
608.388
621.100
625.283
616.087
618.340
633.331
652.454
683.148
745.969
774.531
828.398
9,80%
9,59%
9,85%
9,35%
9,14%
8,53%
8,38%
8,66%
8,82%
9,02%
9,33%
9,27%
9,38%
5.749.605
5.924.969
6.179.110
6.639.404
6.840.214
7.224.939
7.374.918
7.313.439
7.393.980
7.577.546
7.991.679
8.351.397
8.827.336
2,68%
3,05%
4,29%
7,45%
3,02%
5,62%
2,08%
-0,83%
1,10%
2,48%
5,47%
4,50%
5,70%
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
INADIMPLÊNCIA - CRÉDITO PESSOAL - PREFIXADO
Julho/2005 (em R$ mil)
20,2%
Atraso de mais
de 90 dias
3.133.893
INADIMPLÊNCIA - AQUISIÇÃO DE VEÍCULOS - PREFIXADO
Julho/2005 (em R$ mil)
Atraso de
15 a 30 dias
1.177.419
21,4%
53,9%
25,9%
Atraso de
15 a 30 dias
1.450.049
Atraso de
31 a 90 dias
1.507.802
23,1%
38,7%
Atraso de
15 a 30 dias
372.345
12,9%
Atraso de mais
de 90 dias
782.597
51,4%
25,5%
39,9%
Atraso de
31 a 90 dias
1.406.063
INADIMPLÊNCIA - OUTRAS OPERAÇÕES - PREFIXADO
Julho/2005 (em R$ mil)
Atraso de
INADIMPLÊNCIA - AQUISIÇÃO OUTROS BENS - PREFIXADO
Julho/2005 (em R$ mil)
Atraso de mais
de 90 dias
828.398
Atraso de mais
de 90 dias
777.854
48,2%
39,0%
Atraso de
31 a 90 dias
410.164
15 a 30 dias
208.980
Atraso de
31 a 90 dias
632.656
OUTRAS OPERAÇÕES (R$ mil)
Mê s/Ano
Saldo
sem atraso
Com atraso
de 15 a 30 dias
% sobre
Saldo da
Carteira
Com atraso
de 31 a 90 dias
% sobre
Saldo da
Carteira
Com atraso
maior que
90 dias
% sobre
Saldo da
Carteira
Saldo total
CarteiraBrasil
Variação
em %
jul/04
ago/04
set/04
out/04
nov/04
dez/04
jan/05
fev/05
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
3.403.043
3.427.678
3.411.009
3.453.875
3.586.571
3.579.408
3.654.442
3.796.891
4.060.034
4.212.346
4.477.039
4.514.410
4.376.136
204.489
220.111
230.730
218.566
186.260
183.304
207.002
214.947
226.263
243.579
302.742
288.299
208.980
3,84%
4,08%
4,20%
3,93%
3,31%
3,35%
3,68%
3,68%
3,66%
3,78%
4,39%
4,06%
3,10%
314.235
319.305
384.060
383.012
348.687
338.569
356.159
381.234
417.153
446.176
501.179
650.275
632.656
5,89%
5,91%
6,99%
6,89%
6,20%
6,19%
6,34%
6,54%
6,75%
6,93%
7,28%
9,16%
9,40%
818.283
821.802
809.917
783.905
778.224
679.473
705.436
716.611
742.541
791.179
890.238
902.839
782.597
15,35%
15,22%
14,74%
14,10%
13,83%
12,42%
12,55%
12,28%
12,02%
12,29%
12,92%
12,72%
11,63%
5.330.634
5.400.460
5.495.355
5.559.467
5.625.320
5.471.407
5.621.076
5.833.611
6.176.684
6.436.891
6.888.526
7.096.557
6.731.537
-1,01%
1,31%
1,76%
1,17%
1,18%
-2,74%
2,74%
3,78%
5,88%
4,21%
7,02%
3,02%
-5,14%
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
30
FINANCEIRO
DESEMPREGO
TAXA DE DESEMPREGO (%)
DATA
Brasil
Var. p.p.
SP
jun/04
jul/04
ago/04
set/04
out/04
nov/04
dez/04
jan/05
fev/05
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
11,70
11,20
11,40
10,90
10,50
10,60
9,60
10,20
10,60
10,80
10,80
10,20
9,40
-0,50
-0,50
0,20
-0,50
-0,40
0,10
-1,00
0,60
0,40
0,20
0,00
-0,60
-0,80
13,30
12,50
12,60
11,70
11,20
11,20
9,80
11,10
11,50
11,50
11,40
10,50
10,50
TAXA DE DESEMPREGO
Taxa (%)
Var. p.p.
jul
04
ago
04
set
04
Brasil
out
04
nov
04
dez
04
SP
jan
05
fev
05
mar
05
abr
05
mai
05
jun
05
Var. p.p. mensal Brasil
Fonte: IBGE/INEPAD
Brasil
jun/04
jul/04
ago/04
set/04
out/04
nov/04
dez/04
jan/05
fev/05
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
-0,4
-0,6
-0,8
-1
-1,2
jun
04
RENDIMENTO MÉDIO REAL HABITUALMENTE RECEBIDO (R$)
RENDIMENTO MÉDIO REAL
HABITUALMENTE RECEBIDO (R$)
DATA
0,8
0,6
0,4
0,2
0
-0,2
14,0
13,5
13,0
12,5
12,0
11,5
11,0
10,5
10,0
9,5
9,0
8,5
8,0
-0,30
-0,80
0,10
-0,90
-0,50
0,00
-1,40
1,30
0,40
0,00
-0,10
-0,90
0,00
Fonte: IBGE/INEPAD
Variação (p.p.)
Var. %
948,50
954,52
940,96
957,04
945,39
946,10
928,61
948,63
957,77
962,70
945,84
931,74
945,80
1,8%
0,6%
-1,4%
1,7%
-1,2%
0,1%
-1,8%
2,2%
1,0%
0,5%
-1,8%
-1,5%
1,5%
SP
1.106,15
1.097,58
1.081,40
1.099,19
1.081,34
1.082,35
1.060,75
1.088,66
1.105,28
1.119,95
1.082,88
1.079,36
1.094,30
Var. %
1,6%
-0,8%
-1,5%
1,6%
-1,6%
0,1%
-2,0%
2,6%
1,5%
1,3%
-3,3%
-0,3%
1,4%
Fonte: IBGE/INEPAD
1.100
0,025
1.050
0,02
0,015
1.000
0,01
950
0,005
900
0
-0,005
850
-0,01
800
-0,015
750
-0,02
700
-0,025
jun
04
jul
04
ago
04
set
04
Brasil
out
04
nov
04
SP
dez
04
jan
05
fev
05
mar
05
abr
05
mai
05
jun
05
Var. % mensal Brasil
Fonte: IBGE/INEPAD
COMÉRCIO VAREJISTA
VOLUME DE VENDAS
VOLUME DE VENDAS
Data
Hipermercados e
Veículos,Motos,
Índice
Var. %
Var. %
Var. %
Geral
Supermercados
Partes e Peças
160
jun/04
jul/04
ago/04
set/04
out/04
nov/04
dez/04
jan/05
fev/05
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
Variação
jun-jun
104,56
109,69
106,50
103,74
111,32
109,58
154,93
105,15
97,10
111,36
107,75
112,29
110,11
5,31%
-4,4%
4,9%
-2,9%
-2,6%
7,3%
-1,6%
41,4%
-32,1%
-7,7%
14,7%
-3,2%
4,2%
-1,9%
100,57
107,70
104,86
103,82
112,27
107,59
142,81
106,03
96,37
111,90
104,70
104,61
102,89
2,31%
-3,5%
7,1%
-2,6%
-1,0%
8,1%
-4,2%
32,7%
-25,8%
-9,1%
16,1%
-6,4%
-0,1%
-1,6%
116,80
118,40
121,95
121,56
120,31
125,95
137,60
119,03
99,38
122,56
113,56
115,74
117,35
2,5%
1,4%
3,0%
-0,3%
-1,0%
4,7%
9,2%
-13,5%
-16,5%
23,3%
-7,3%
1,9%
1,4%
150
140
130
120
110
100
90
80
jun
04
ago set
04 04
Índice Geral
0,47%
Fonte: IBGE/INEPAD
ACREFI
jul
04
31
out nov dez jan
04 04 04 05
Hipermercados e
Supermercados
fev mar abr mai jun
05 05 05 05 05
Veículos, Motos,
Partes e Peças
banco de dados por INEPAD
PREVISÕES ECONÔMICAS
Ano de 2005
PIB Total % a.a.
PIB Agropecuário % a.a.
PIB Indústria % a.a.
PIB Serviço % a.a.
Produção Industrial % a.a.
3,62
2,98
3,02
3,03
3,96
3,27
3,23
3,19
4,40
3,62
3,62
3,67
2,81
2,43
2,46
2,39
4,67
4,51
4,45
4,50
Selic
Taxa anual
IGP-DI
% a.a.
IPCA
% a.a.
Taxa de Câmbio
R$/US$
Saldo Comercial
US$ bilhões
15,91
17,87
17,84
17,87
6,51
4,14
3,05
2,65
5,75
5,67
5,41
5,35
2,95
2,54
2,48
2,48
26,46
36,51
38,83
39,52
Var. p.p.
DATA
Previsão 03/01/2005
4 semanas antes
1 semana antes
Previsão 19/08
Final de 2005
Previsão 03/01/2005
4 semanas antes
1 semana antes
Previsão 19/08
Fonte: BC-Focus/INEPAD
ATIVIDADE ECONÔMICA
DATA
Taxa da Utilização da
Capacidade Instalada
Índice de Produção Física
Média Móvel Trimestral
Var. %
jun/04
83,13
0,74
jun/04
107,45
0,7%
jul/04
83,53
0,39
jul/04
108,44
0,9%
ago/04
83,85
0,33
ago/04
109,11
0,6%
set/04
83,76
-0,09
set/04
109,76
0,6%
out/04
84,00
0,24
out/04
110,05
0,3%
nov/04
83,40
-0,61
nov/04
110,08
0,0%
dez/04
81,10
-2,30
dez/04
110,57
0,4%
jan/05
81,01
-0,09
jan/05
110,93
0,3%
fev/05
80,60
-0,41
fev/05
110,69
-0,2%
mar/05
83,20
2,60
mar/05
110,55
-0,1%
abr/05
81,90
-1,30
abr /05
110,63
0,1%
mai/05
82,30
0,40
mai/05
111,70
1,0%
jun/05
82,90
0,60
jun/05
112,85
1,0%
Variação jun-jun
Variação jun-jun
-0,23
Fonte: CNI/INEPAD
5,03%
Fonte: IBGE/INEPAD
PRODUÇÃO (ÍNDICE) X CAPACIDADE (%)
Capacidade (%)
Produção - Índice
102
78
100
Fonte: INEPAD
Taxa da Utilização
da Capacidade Instalada
jun/05
79
mai/05
104
abr/05
80
mar/05
106
fev/05
81
jan/05
108
dez/04
82
nov/04
110
out/04
83
set/04
112
ago/04
84
jul/04
114
jun/04
85
Índice de Produção Física
Média Móvel Trim estral
32
FINANCEIRO
INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA - AUTOMÓVEIS DE PASSAGEIROS, MISTOS, VEÍCULOS COMERCIAIS LEVES E PESADOS
PRODUÇÃO
PRODUÇÃO
(em unidades)
(em unidades)
Data
Produção
jul/04
ago/04
set/04
out/04
nov/04
dez/04
jan/05
fev/05
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
187.777
199.843
203.062
190.302
201.893
188.970
160.830
188.514
218.611
203.473
214.907
216.025
205.716
Média Trim. Var. Mensal Var. Mensal (%)
184.708
191.581
196.894
197.736
198.419
193.722
183.898
179.438
189.318
203.533
212.330
211.468
212.216
653
12.066
3.219
-12.760
11.591
-12.923
-28.140
27.684
30.097
-15.138
11.434
1.118
-10.309
Variação jul/04-jul/05
0,3%
6,4%
1,6%
-6,3%
6,1%
-6,4%
-14,9%
17,2%
16,0%
-6,9%
5,6%
0,5%
-4,8%
220.000
210.000
200.000
190.000
180.000
170.000
160.000
150.000
jul
04
ago
04
set
04
out
04
nov
04
dez
04
Produção
jan
05
fev
05
mar
05
abr
05
jun
05
jul
05
mai
05
jun
05
jul
05
mai
05
jun
05
jul
05
mai
05
Média trimestral
9,6%
Fonte: Anfavea/INEPAD
VENDAS INTERNAS NO ATACADO DE NACIONAIS
VENDAS INTERNAS NO ATACADO DE NACIONAIS
(em unidades)
(em unidades)
Data
Vendas
Média Trim.
Variação
Variação(%)
jul/04
ago/04
set/04
out/04
nov/04
dez/04
jan/05
fev/05
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
129.300
132.739
139.182
130.473
140.793
155.432
100.909
115.436
149.026
137.759
138.078
140.036
133.948
124.165
128.611
133.740
134.131
136.816
142.233
132.378
123.926
121.790
134.074
141.621
138.624
137.354
5.507
3.439
6.443
-8.709
10.320
14.639
-54.523
14.527
33.590
-11.267
319
1.958
-6.088
4,4%
2,7%
4,9%
-6,3%
7,9%
10,4%
-35,1%
14,4%
29,1%
-7,6%
0,2%
1,4%
-4,3%
Variação jul/04-jul/05
165.000
155.000
145.000
135.000
125.000
115.000
105.000
95.000
jul
04
ago
04
set
04
out
04
nov
04
dez
04
Vendas
3,6%
jan
05
fev
05
mar
05
abr
05
Média trimestral
Fonte: Anfavea/INEPAD
EXPORTAÇÃO TOTAL
EXPORTAÇÃO TOTAL
(em unidades)
(em unidades)
Data
jul/04
ago/04
set/04
out/04
nov/04
dez/04
jan/05
fev/05
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
Exportações Média Trim.
61.562
68.434
57.406
62.856
60.579
59.049
45.582
62.015
67.502
70.234
76055
74521
74143
57.432
63.816
62.467
62.899
60.280
60.828
55.070
55.549
58.366
66.584
71264
73603
74906
Variação jul/04-jul/05
Variação
Variação(%)
110
6.872
-11.028
5.450
-2.277
-1.530
-13.467
16433
5487
2732
5821
-1534
-378
0,2%
11,2%
-16,1%
9,5%
-3,6%
-2,5%
-22,8%
36,1%
8,8%
4,0%
8,3%
-2,0%
-0,5%
80.000
75.000
70.000
65.000
60.000
55.000
50.000
45.000
40.000
35.000
30.000
jul
04
set
04
out
04
Exportações
20,4%
Fonte: Anfavea/INEPAD
ACREFI
ago
04
33
nov
04
dez
04
jan
05
fev
05
mar
05
abr
05
Média trimestral
banco de dados por INEPAD
INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA
VENDAS INTERNAS NO ATACADO DE NACIONAIS E IMPORTADOS - AUTOMÓVEIS (em unidades)
Data
Vendas
1000cc
% no Total
1000cc a 2000cc
% no total
>2000cc
% no total
jul/04
ago/04
set/04
out/04
nov/04
dez/04
jan/05
fev/05
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
107.215
109.270
113.456
106.228
116.998
129.579
82.256
95.954
125.031
115.228
114.308
115.277
101.473
58.216
59.743
61.404
60.318
65.451
72.331
44.720
51.736
70.179
63.612
63.376
63.327
52.347
54,3%
54,7%
54,1%
56,8%
55,9%
55,8%
54,4%
53,9%
56,1%
55,2%
55,4%
54,9%
51,6%
48.607
49.074
51.607
45.548
51.019
56.738
37.267
43.924
54.197
51.062
50.509
51.492
48.683
45,3%
44,9%
45,5%
42,9%
43,6%
43,9%
45,3%
45,8%
43,3%
44,3%
44,2%
44,7%
48,0%
392
453
445
362
528
510
269
294
655
554
423
458
443
0,4%
0,4%
0,4%
0,3%
0,5%
0,3%
0,3%
0,3%
0,5%
0,5%
0,4%
0,4%
0,4%
Fonte: Anfavea/INEPAD
VENDAS POR CATEGORIA - AUTOMÓVEIS
80.000
70.000
60.000
50.000
40.000
30.000
jul
04
ago
04
set
04
out
04
nov
04
dez
04
jan
05
fev
05
mar
05
abr
05
mai
05
jun
05
jul
05
1000 cc a 2000 cc
1000 cc
TAXAS DE JUROS PREFIXADOS - PESSOA FÍSICA (R$ milhões)
CRÉDITO PESSOAL
SALDO TOTAL
AQUISIÇÃO DE BENS - VEÍCULOS
TAXAS DE JUROS
SALDO TOTAL
% Variação % Variação
MÊS/ANO R$ milhões
a.m.
p.p
a.a.
p.p
jul/04
ago/04
set/04
out/04
nov/04
dez/04
jan/05
fev/05
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
37.677
38.715
39.888
41.353
42.439
43.423
44.781
47.218
49.965
52.333
54.345
55.426
57.302
4,61
4,71
4,72
4,71
4,71
4,56
4,75
4,79
4,74
4,77
4,88
4,83
4,85
-0,01
0,11
0,01
-0,01
0,00
-0,15
0,19
0,04
-0,04
0,03
0,11
-0,05
0,02
71,70
73,80
73,90
73,80
73,80
70,80
74,50
75,30
74,40
75,00
77,20
76,20
76,60
-0,20
2,10
0,10
-0,10
0,00
-3,00
3,70
0,80
-0,90
0,60
2,20
-1,00
0,40
R$ milhões
34.126
34.828
35.383
35.573
36.754
38.065
38.855
39.340
40.221
40.958
41.795
42.723
43.729
TAXAS DE JUROS
% Variação
a.m.
p.p
2,60
2,61
2,58
2,57
2,57
2,57
2,63
2,61
2,64
2,66
2,68
2,65
2,60
-0,01
0,01
-0,04
-0,01
0,00
0,00
0,06
-0,02
0,03
0,02
0,02
-0,03
-0,05
SALDO TOTAL
% Variação
a.a.
p.p
36,10
36,30
35,70
35,60
35,60
35,60
36,50
36,20
36,70
37,00
37,40
36,90
36,10
AQUISIÇÃO DE BENS - OUTROS
-0,20
0,20
-0,60
-0,10
0,00
0,00
0,90
-0,30
0,50
0,30
0,40
-0,50
-0,80
R$ milhões
5.750
5.921
6.179
6.639
6.840
7.225
7.375
7.313
7.394
7.578
7.992
8.351
8.827
TAXAS DE JUROS
% Variação
a.m.
p.p
3,91
3,93
4,03
4,07
4,13
4,36
4,24
4,19
4,12
3,87
3,87
3,67
3,70
-0,08
0,02
0,10
0,04
0,06
0,23
-0,13
-0,04
-0,07
-0,25
0,01
-0,21
0,03
%
a.a.
Variação
p.p
58,50
58,80
60,60
61,40
62,50
66,90
64,50
63,70
62,40
57,70
57,80
54,10
54,70
-0,90
0,30
1,80
0,80
1,10
4,40
-2,40
-0,80
-1,30
-4,70
0,10
-3,70
0,60
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
34
FINANCEIRO
22 a 25 de Setembro de 2005 - Hotel Sofitel - Rio de Janeiro
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XXVI Congresso ACREFI - 22 a 25 de setembro de 2005 - Hotel Sofitel - Rio de Janeiro
INSCRIÇÕES
HOSPEDAGEM
Associados
ACREFI
Não
Associados
Pacote
Corporativo*
Valor
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Valor
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Valor
R$ 3.000,00
Até 18/09/05
De 22 a 25 de setembro - R$ 1.800,00
*Mínimo de 5 inscrições
PAGAMENTOS
Os pagamentos deverão ser efetuados mediante depósito na conta corrente nº 58.950-0 - agência 0475 - Banco Bradesco nº 237. O comprovante do
depósito deverá ser enviado à ACREFI, via fax, para o número 11-3106 6082, aos cuidados de Márcia ou Leninha.
INSCRIÇÕES
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Tipo de inscrição:
Pessoa Jurídica
Pessoa Física
Forma de pagamento:
À vista
Parcelado Nº de parcelas
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Nome
CPF
Nome p/ crachá (máx. 20 dígitos)
Cargo
Acompanhante:
Sim
Não
Nome
DADOS DA EMPRESA
CNPJ
Inscrição Estadual
Razão Social
DADOS CADASTRAIS (dados residenciais para pessoa física/dados comerciais para pessoa jurídica)
Endereço
CEP
Telefone
E-mail
Recibo em nome de
Complemento
Cidade
Estado
Fax
País
S
A
D
A
G O
O
R BR
R
O EM
R
P ET
S
ES E
Õ D
IÇ 8
R 1
C É
S T
IN A
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Temas e palestrantes
A economia mundial e seus efeitos sobre o Brasil
O Brasil e o cenário Internacional
José Roberto Mendonça de Barros,
ex-secretário do Ministério da Fazenda
Professor José Alexandre Scheinkman,
convidado internacional, Universidade de
Princeton, EUA
Gustavo Loyola, ex-presidente do
Banco Central do Brasil
Perspectiva econômica para 2006
Perspectivas do mercado de crédito
Joelmir Beting, jornalista e
comentarista econômico
Michael Klein, principal
executivo da Casas Bahia
Professor Antonio Delfim Netto
O cenário político e seus reflexos no crescimento
econômico
Bolívar Lamounier,
cientista político
Dora Kramer, comentarista política do
jornal O Estado de São Paulo
Patrocínio
Organização e coordenação:
Tamer Comunicação Empresarial
Tel: 11 3031 2388
E-mail: [email protected]
Site: www.tamer.com.br
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Tel: 11 3031 7717
E-mail: [email protected]
Site: www.rfassessoria.com.br
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