o meu jornal, mesmo lêem por si `eliminem os

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o meu jornal, mesmo lêem por si `eliminem os
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JORNAL
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sites
Por Mário Rui Cardoso > [email protected]
www.dailyme.com
O MEU JORNAL, MESMO
Os jornais personalizados são uma das últimas
tendências na Web e o DailyMe é um dos muitos
que têm emergido. Este jornal permite que sejamos nós a
escolher como pretendemos que as notícias nos sejam
apresentadas e de onde queremos que elas venham.
Assim, primeiro é preciso efectuar um registo, gratuito, e
depois configurar o DailyMe que desejamos receber.
Começamos por escolher os assuntos - desporto, política,
saúde… -, de seguida refinamos a
escolha, fornecendo palavraschave - futebol, eleições, cancro…
- e, por último, indicamos as
fontes pretendidas - The
Washington Post, Los Angeles
Times, Business Week, etc. O
DailyMe processa, diariamente,
entre 120 e 150 mil notícias e tem acordos com inúmeros
jornais, revistas, blogues, "sites" informativos e outros.
O passo derradeiro é indicar como queremos que as
notícias nos sejam apresentadas, qual o seu
posicionamento nas páginas e para onde o jornal deve ser
enviado. Pode ir para o e-mail ou directamente para a
impressora, à hora que se quiser.
Eduardo Hauser, responsável pelo DailyMe, diz que o
jornal é um complemento a uma imprensa excessivamente
formatada e subordinada a uma lógica puramente
editorial. Ele acredita no sucesso do projecto, até porque,
no Reino Unido, iniciativas semelhantes foram bem
acolhidas, casos das páginas personalizadas do Sun
(www.thesun.co.uk) e do Telegraph
(www.telegraph.co.uk). Nos EUA, entretanto, o New York
Times (www.nytimes.com) também já decidiu seguir pelo
mesmo caminho, lançando o MyTimes
(http://my.nytimes.com).
Uma questão que se tem levantado relativamente a estes
jornais personalizados é a do risco de se estreitar os
interesses dos leitores. Consciente dessa eventualidade,
Eduardo Hauser introduziu no seu DailyMe a
possibilidade de pesquisas aleatórias por "grupos de
interesses", por exemplo os "adeptos dos computadores",
"aqueles que estão na casa dos vintes", "os que estão nos
cinquentas", "as mamãs chiques" ou os "viciados em
tablóides", entre outros.
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www.brijit.com
LÊEM POR SI
Quando julgamos que está tudo inventado, eis que
teima sempre em aparecer algo verdadeiramente
novo e original para nos surpreender. Neste caso, algo
muito simples, também. O Brijit não faz mais do que ler
exaustivamente todos aqueles longos artigos que nos
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parecem muito interessantes mas que nunca temos tempo
para ler e resumi-los, em textos com não mais do que cem
palavras. Suportando-se em leitores/colaboradores a quem
paga por cada "abstract" publicado, o Brijit assegura a
leitura de fio a pavio de todas as principais publicações
norte-americanas e coloca os resumos com os respectivos
"links" para os artigos integrais, bem como um sistema de
classificação de 0 a 3 bolas destinado a ajudar o utilizador a
decidir o que vai ler. O serviço inclui revistas
especializadas, alguns programas televisivos, como o 60
Minutes ou o Daily Show, e radiofónicos, caso do This
American Life. "Links" para ver e
ouvir o que é recomendado estão
igualmente disponíveis.
Finalmente, o "site" agrupa os
resumos por publicação e por
assunto, guiando o utilizador na
leitura das suas publicações
favoritas e seleccionando, a
priori, o que importa ler sobre um determinado tema. É
claro que tudo isto pressupõe a confiança em quem faz a
selecção, cabendo, obviamente, ao serviço demonstrar, com
o tempo, que é digno de crédito. Qualquer pessoa pode
propor ao Brijit um resumo para publicação e o acesso ao
"site", por quem o quiser utilizar, é totalmente gratuito.
http://www.marketwatch.com/news/story/pleaseeliminate-online-page-viewcount/story.aspx?guid=%7B4099650A%2D98D6%2D49C
6%2D9FFC%2D91CBB3BEED2E%7D
'ELIMINEM OS CONTADORES
DE 'PAGE-VIEWS', POR FAVOR!'
Tornou-se frequente ver nos "sites" informativos os
"rankings" das notícias mais lidas, mais enviadas e
mais comentadas. Pois bem, Jon Friedman, colunista da
MarketWatch, assume, num artigo imperdível sobre as
ditas listas, que essa é uma das poucas inovações
tecnológicas da Net que não hesitaria em dispensar. E
pede: "por favor, eliminem os odiosos contadores de 'pageviews'!" "Serve algum objectivo social publicarmos na
Internet o equivalente às audiências televisivas?" "O pior
aspecto dessas listas é o receio de que os jornalistas,
tentando ganhar a simpatia dos seus patrões amigos dos
negócios, baixem os padrões e comecem a escrever
histórias para o top 40, em vez de histórias com
profundidade", considera.
A verdade, como Friedman de resto sublinha, igualmente,
no seu artigo, é que as referidas listas também alimentam o
ego dos jornalistas, que desejam ver as suas histórias entre
as mais lidas e comentadas. Aliás, o próprio Friedman
admite que rejubilou quando percebeu que os seus textos
eram dos mais lidos da MarketWatch, e confessa que foi
difícil deixar de ir às listas ver como é que as suas prosas
tinham sido recebidas…
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www.abcnews.com
DELEGAÇÕES DE UM HOMEM SÓ
Em matéria de reportagem internacional, a ABC
News está a apostar em jornalistas-produtores
equipados com o último grito em tecnologia portátil, em
vez de nas tradicionais delegações no estrangeiro. Após
duas décadas de cortes nas despesas com os escritórios
internacionais, a cadeia norte-americana decidiu constituir
"one-man bureaus" em Seul, Rio de Janeiro, Dubai, Nova
Deli, Mumbai, Jacarta, Nairobi, estando já em estudo o
alargamento da experiência a
outros locais, como Teerão. Os
sete repórteres destacados para
aqueles lugares trabalham em
casa, estão equipados com
câmaras de vídeo e computadores
portáteis e cobrem vastas áreas,
estendendo-se mesmo a países
vizinhos. Fazem tudo: reportam, gravam som e imagem,
escrevem e editam as peças, que enviam por Internet de
banda larga. Quando esta não existe, recorrem ao
equipamento de transmissão por satélite que também
transportam consigo. Os seus trabalhos alimentam o "site"
ABCNews.com, mas também a ABC News Now e até
programas de grande audiência como o World News
Tonight ou o Good Morning America. Estes "escritórios de
um homem só" são incomparavelmente mais baratos do
que as delegações tradicionais e estão ocupados por alguns
dos mais jovens, brilhantes e multifacetados jornalistas da
ABC News, que preferiu enviá-los em vez de contratar
locais. É um caminho que se desbrava, numa altura em
que alguns jornais de prestígio, como o Boston Globe
(www.boston.com/news/globe), o Philadelphia Inquirer
(www.philly.com/inquirer) ou o Baltimore Sun
(www.baltimoresun.com) encerram as suas delegações no
estrangeiro para conter gastos.
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Recorrendo ao vídeo, aos blogues e aos podcasts,
combinados com os géneros jornalísticos tradicionais, o
Scoop08 dirige-se à faixa etária 18-29 anos, com um peso
crescente na política norte-americana - representará um
quarto do eleitorado em 2008 (era 21% em 2006), podendo
chegar a ser um terço em 2015. Também o nível de
participação do segmento abaixo dos 25 anos cresceu mais,
nas presidenciais de 2004 e nas intercalares de 2006, do que
no conjunto da população.
http://yourworld.timesonline.co.uk
TELEFONE E NÓS PUBLICAMOS
O Times Online lançou um serviço que permite a
viajantes telefonarem para o "site" Your World e
debitarem as suas crónicas, que são imediatamente
convertidas em texto e colocadas "online", através da
tecnologia SpinVox. O turista/viajante com vocação de
blogger marca um número de telefone e, durante dois
minutos, comunica as suas impressões de viagem, que um
equipamento se encarrega de transformar num texto
publicável na página. Os melhores contributos são
também impressos nas secções de viagens das edições em
papel do Times e do Sunday Times. O "site" de viagens
Your World apenas publica materiais gerados pelos
utilizadores.
A tecnologia SpinVox faz exactamente o contrário da Click2-Listen, que o Washington Times
(www.washingtontimes.com) e outros media (ver
www.newsworthyaudio.com/news-podcasts) utilizam para
converter textos em ficheiros audio. Neste caso, clicando
no ícone Click-2-Listen que está junto do artigo, é possível
ouvir no computador uma leitura integral do texto
publicado ou, em alternativa, descarregar esse audio para
o iPod. O Washington Times tem a quase totalidade dos
seus artigos disponíveis neste formato, bem como alguns
da Associated Press.
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www.scoop08.com
http://community.shelbystar.com/starcar/tour
ELEIÇÕES REPORTADAS
POR ESTUDANTES
O CARRO 'ESTRELA'
Nasceu a 4 de Novembro, precisamente a um ano
das eleições presidenciais nos EUA, o Scoop08,
iniciativa dos estudantes Alexander Heffner, de 17 anos, e
Andrew Mangino, de 20. A ideia do "site" é envolver a
população estudantil norte-americana na cobertura do
processo eleitoral. Por altura da
sua entrada em funcionamento, o
projecto contava já com uma rede
consolidada de 300 colaboradores,
apoiados por um painel de
jornalistas que, à rectaguarda,
procuram assegurar padrões de
qualidade.
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A menina dos olhos do Star, de Cleveland, na
Carolina do Norte, é o Star Car, uma autêntica
redacção móvel, sempre pronto a transmitir em directo para
o "site" do jornal. O carro é um "hot spot" ambulante, que
permite reportar de qualquer local, por via da ligação
"wireless" permanente à Internet. Tem também uma
"webcam", que dá a ver no "site",
em tempo real, aquilo que está a
ser observado pelo repórter, e um
GPS, que permite saber, em cada
momento, onde está o carro, indo
à página. O Star orgulha-se de
ser o único jornal da América a
dispor de tal equipamento.
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